Opinião
A esclerodermia é uma doença autoimune rara, que se caracteriza por fibrose da pele e dos órgãos int

Os sintomas são variáveis de doente para doente, bem como a gravidade. As manifestações clínicas mais frequentes são: Raynaud (má circulação dos dedos), azia, dificuldade em engolir, endurecimento da pele, dores articulares, dificuldade respiratória. Qualquer zona da pele pode estar envolvida, embora seja mais habitual nas mãos e na face. Dos órgãos internos, salientam-se o atingimento do pulmão, do coração, do tubo digestivo e do rim.

De acordo com o tipo de atingimento da pele, classificam-se diferentes tipos de esclerose sistémica:

  • Esclerose sistémica limitada (atinge a pele da face, mãos e antebraços)
  • Esclerose sistémica difusa (atinge a pele de forma mais difusa para além das zonas atingidas nas formas limitadas)
  • Esclerose sistémica sem esclerodermia (não envolve a pele e atinge os órgãos internos)

Qualquer um destes tipos pode envolver órgãos internos.

A evolução da doença difere de doente para doente, sendo em geral mais agressiva nas formas difusas e com atingimento de órgãos internos. Apesar da evolução progressiva, é mais frequente o agravamento da doença nos primeiros 3 a 5 anos, entrando depois numa fase mais estável.

O diagnóstico baseia-se na conjugação de manifestações clínicas, suportado por alterações laboratoriais (presença de autoanticorpos específicos da doença). Alguns exames complementares devem ser realizados para avaliar o atingimento de órgãos internos, nomeadamente o pulmão e o coração, que nas fases iniciais podem não originar sintomas percetíveis para o doente.

Apesar de não existir cura para a doença, existem atualmente fármacos imunossupressores que parecem alterar e minimizar a evolução da doença. Para além disso, existem as chamadas terapêuticas sintomáticas, que são dirigidas aos sintomas que cada doente apresenta.

A doença pode condicionar um impacto significativo quer a nível físico quer a nível psicológico. A nível físico, os problemas vasculares (Raynaud e úlceras na pele), articulares e gastrointestinais são os que parecem ter mais importância na qualidade de vida dos doentes. Esta perda da qualidade de vida pode obviamente levar a problemas psicológicos. Para além disso, o atingimento da pele pode levar a alterações marcadas do aspeto visual, o que pode originar uma perceção negativa por parte dos doentes.

Na fase atual da pandemia a coronavírus, importa salientar alguns aspetos. Alguns doentes com esclerose sistémica estão medicados com imunossupressores, mas este facto não parece condicionar risco aumentado para contrair infeção por coronavírus nem maior gravidade. No entanto, os doentes com esclerose sistémica que apresentam doença intersticial pulmonar, se infetados por este vírus, podem desenvolver formas mais graves de doença com insuficiência respiratória, devendo por isso seguir rigorosamente as recomendações como o distanciamento social, a utilização de máscara e procurar avaliação médica se surgir sintomatologia respiratória de novo.

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
"Não pode fazer baixar a guarda"
A Ministra da Saúde, Marta Temido, garantiu hoje que a rede do Serviço Nacional de Saúde (SNS) tem capacidade para responder às...

Na conferência de imprensa para a atualização dos dados da Covid-19, Marta Temido acrescentou que “mesmo que todos estejam cansados, os profissionais do SNS continuam a estar lá, a saúde pública está a fazer o seu trabalho, os hospitais estão a fazer o seu trabalho e os cuidados de saúde primários estão a fazer o seu trabalho”.

Marta Temido afirmou que nem sempre têm explicações evidentes para a evolução das doenças, mas “aos serviços de saúde e ao sistema de saúde, mais do que todo o resto, incumbe dar resposta às necessidades assistenciais e, isso, está a ser feito e continuará a ser feito”, reforçou.

“A rede de SNS tem capacidade de garantir o que dela se precisar neste momento, mas isso não nos deve e não nos pode fazer baixar a guarda e podem estar certos de que não a baixaremos”, concluiu.

 

 

Combate à Covid-19
A Ministra da Saúde, Marta Temido, recordou hoje que a Covid-19 só desaparecerá quando surgir uma vacina ou tratamento,...

“Recordo que, como todos sabemos, que a Covid-19 só desaparecerá das nossas vidas quando surgir uma vacina ou tratamento eficaz, logo o facto de Portugal ter tido uma situação epidemiológica melhor, mais favorável, menos dura do que a de outros países e de, agora, enfrentar números consistentes em algumas freguesias é um motivo para reforçar o nosso esforço articulado ao nível da saúde pública, solidariedade social, emprego, economia, habitação, transportes e trabalho com autarquias e sociedade civil”, disse na conferência de imprensa de balanço da pandemia em Portugal.

A Ministra sublinhou que este trabalho é de paciência e de elevada complexidade que todos vão ter de continuar a fazer.

Dizendo que as pessoas não podem parar as suas vidas, Marta Temido vincou, contudo, que lidar com uma doença infeciosa e de elevada contagiosidade, tal como a Covid-19, implica cuidados que, de maneira nenhuma, podem ser descurados.

Por esse motivo, a Ministra chamou à atenção para o facto de contactos físicos e espaços fechados e muito frequentados serem comportamentos e lugares de risco, logo as medidas básicas devem ser cumpridas.

 

Fenilcetonúria, que doença é esta?
Fenilcetonúria ou PKU (do inglês PhenylKetonUria) é uma doença metabólica, hereditária e rara em que

A Fenilcetonúria é, de acordo com Esmeralda Martins, Coordenadora do Centro de Referência de Doenças Hereditárias do Metabolismo do Centro Hospitalar Universitário do Porto, a “aminoácidopatia mais frequente”, estando identificados 420 doentes em Portugal. Segundo a especialista, “destes, 370 foram diagnosticados precocemente”.

Causada pela deficiência da enzima fenilalanina hidroxilase, a PKU (com também é conhecida), “ocorre devido a uma mutação no gene que codifica atividade desta enzima. Quer isto dizer, que se trata de uma doença hereditária, de transmissão autossómica recessiva. “Isto significa que a doença é transmitida geneticamente e ocorre quando tanto o pai como a mãe, mesmo não tendo qualquer sintoma, são portadores de uma mutação no gene da enzima PAH. A probabilidade de um casal de portadores ter um filho com fenilcetonúria, é de 25% em todas as gestações do casal”, começa por explica a pediatra especialista em Doenças Metabólicas.

O bloqueio causado na degradação da fenilalanina (FEN), pelo défice da PAH leva a um aumento da fenilalanina que tal como explica a médica se pode tornar tóxico para o cérebro “influenciando negativamente a mielinização e inibindo a síntese de neurotransmissores, podendo provocar atraso mental e de desenvolvimento”.

Diagnosticada com a realização do teste do pezinho, o tratamento da doença, que consiste numa dieta restritiva, deve iniciar-se nos primeiros dias de vida. Caso contrário, “clínica poderá manifestar-se com atraso psicomotor, epilepsia, microcefalia, eczema (em 20 a 40% dos casos) e diminuição da pigmentação dos olhos, cabelo e pele”, explica Esmeralda Martins reforçando a importância do diagnóstico precoce. “Só um diagnóstico precoce e pré sintomático vai possibilitar um bom prognóstico porque as manifestações neurológicas da doença após instaladas são irreversíveis”, revela acrescentando que, em Portugal, o teste do pezinho está disponível desde 1979, em todas as maternidades, “hospitais e centros de saúde”, sendo completamento gratuito. No entanto não tendo um caracter obrigatório admite-se que em alguns “residuais” o diagnóstico possa falhar, sendo por isso tão importante “que durante a gestação e ao nascimento a informação da importância deste teste seja transmitida aos pais.”

O tratamento, que terá de ser feito para a vida, “permite à criança um desenvolvimento normal” e baseia-se numa dieta com restrição de fenilalanina. Entre os alimentos proibidos estão “o leite e derivados, carne, peixe, ovos e leguminosas entre outros”. Contudo, explica a pediatra “é possível alguma liberalização da dieta após a adolescência, não ultrapassando valores de FEN sanguínea considerados aceitáveis.”

Não obstante, nos últimos anos têm vindo a surgir alguns tratamentos alternativos ou complementares da dieta. “A sapropterina, primeira terapêutica não dietética da fenilcetonúria é a forma sintética da BH4 que é o cofator da enzima PAH. A terapêutica com este medicamento, poderá aumentar a tolerância dos doentes à fenilalanina e, em alguns casos, eliminar mesmo as restrições alimentares. Deve ser efetuada uma prova terapêutica, sendo considerada uma resposta favorável a descida da fenilalanina de 30% em relação aos valores prévios à toma”, descreve a especialista.  

Por outro lado, a terapêutica enzimática de substituição, com fenilalanina amónia liase, está já ser utilizada na idade adulta, “aguardando-se a sua introdução no mercado português”. 

Assim aquela que poderia ser uma doença devastadora, “com quadros de doença neurológica irreversível”, apresenta um prognóstico “totalmente alterado e favorável com uma terapêutica adequada”.

O único desafio prende-se apenas com a aceitação quer da doença, quer do tratamento “por parte dos pais, familiares e posteriormente do próprio doente”.

“Sendo a adolescência um período mais conturbado, com o receio da não aceitação pelos seus pares, e a gravidez um período que exige um cuidado acrescido por parte das mulheres com PKU, os profissionais de saúde que fazem o seu seguimento têm que ter uma atenção especial nestas fases”, reforça a Coordenadora do Centro de Referência de Doenças Hereditárias do Metabolismo do Centro Hospitalar Universitário do Porto.

Ter sempre uma mente muito positiva”, é o lema de Ivan Correia

Ivan Correia tornou-se um desportista de alta competição, e é um exemplo de superação da doença. “Pratico desporto desde os meus 11 anos, tendo começado pelo mundo do futebol, depois passei para o trail, depois atletismo com participação em algumas maratonas, até que em 2018 descobri o triatlo, um desporto que nos coloca à prova, física e psicologicamente. Tenho PKU, mas isso não me impede de viver sem limites, desde que tenha os cuidados necessários com a alimentação”, afirma

Diagnosticado com a doença com 26 dias de vida, revela que “foi um enorme choque para os meus pais na altura não havia muita informação sobre a doença como existe atualmente”. “Com a dedicação dos profissionais na altura e com os meus pais as coisas foram melhorando com o passar dos dias”, diz recordando que o apoio dos seus pais foi essencial para aceitar e compreender a doença.

A gestão da doença faz-se essencialmente pela manutenção de uma dieta restritiva. Coisa em que Ivan nunca falhou. “No início é difícil, mas como em tudo conseguimos”, afiança garantindo que a única dificuldade que tem é fazer refeições fora. “Muitos dos funcionários perguntam-nos se não queremos outra coisa para além do que pedimos, e às vezes é difícil explicar às pessoas que temos uma doença”, comenta. Fora isso garante que o processo é até bastante simples: evitar os alimentos proibidos e “ler a composição dos alimentos a ver se podemos consumir ou não”.

Chama a atenção, no entanto, para o facto de, por vezes acontecer consumir um produto permitido “e depois de um dia para outro não podermos fazer porque mudam alguns produtos na fabricação desse alimento ou bebida”.

Enquanto doente com PKU e também dirigente corporativo da APOFEN - uma associação sem fins lucrativos que dá apoio à Fenilcetonúria e também a outras doenças hereditárias do metabolismo das proteínas -, Ivan espera que haja uma maior sensibilização por parte das entidades competentes com o objetivo de proporcionarem uma melhor qualidade de vida aos doentes. Por outro lado, apela a outros doentes a ter sempre uma mente muito positiva. “Isto no início não é muito fácil, mas se tiver sempre um bom apoio como equipa médica e família, as coisas iram ser muito mais fáceis (…) por mais dificuldades que passem, as coisas irão fluir para o melhor e pensar que o nosso futuro está em jogo”, conclui.

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Nova opção terapêutica
O Comitê de Medicamentos Humanos (CHMP) da Agência Europeia de Medicamentos recomendou a concessão de uma autorização de...

A fibrose quística é uma doença genética rara e com risco de vida que afeta cerca de 42.000 pessoas na União Europeia. É causada por uma mutação do gene CFTR, que regula o transporte de sal e água no corpo (medido como cloreto de suor). A mutação CFTR permite muito sal e água nas células. Isso resulta na acumulação de muco espesso e pegajoso nos tubos e passagens do corpo. Esses bloqueios danificam os pulmões, o sistema digestivo e outros órgãos. Os sintomas começam na primeira infância e incluem tosse persistente, infeções recorrentes no peito e pulmão e baixo ganho de peso.

Não há cura para fibrose quística. Uma série de tratamentos podem ajudar a controlar os sintomas, prevenir ou reduzir complicações e melhorar a qualidade de vida, mas muitos doentes têm mutações que os tornam inelegíveis para os tratamentos que estão disponíveis atualmente. Há, portanto, uma necessidade médica significativa e não atendida para esses pacientes.

Kaftrio é composto por três substâncias, elexacaftor, tezacaftor e ivacaftor, que trabalham aumentando a proteína CFTR e melhorando sua função. Kaftrio é o primeiro tratamento que é eficaz para pacientes com fibrose quística com a mutação F508del em um alelo e uma mutação MF no segundo alelo. Nestes doentes não há produção de uma proteína CFTR ou uma proteína CFTR que não responda às terapias existentes in vitro. Kaftrio também é destinado a pacientes homozigotos para a mutação F508del. Esses dois grupos representam a maioria dos pacientes diagnosticados com fibrose quística.

A segurança e eficácia de Kaftrio foi estudada em dois ensaios clínicos envolvendo mais de 500 pacientes. Ambos os estudos mostraram melhoras clinicamente significativas na função pulmonar dos pacientes e diminuição do cloreto de suor. No primeiro estudo, composto por pacientes heterozigotos para F508del com uma mutação mf, a função pulmonar aumentou 14,3 pontos percentuais em comparação com pacientes que tomaram placebo (um tratamento fictício). No segundo estudo, composto por pacientes homozigotos para mutação F508del (F/F), aumentou 10 pontos percentuais em comparação com pacientes que tomam outro medicamento para fibrose quística (Symkevi).

As reações adversas mais comuns relatadas foram dor de cabeça, diarreia e infeção do trato respiratório superior.

Kaftrio foi inicialmente revisto sob o programa de avaliação acelerada da EMA. No entanto, durante a avaliação, isso não poderia mais ser alcançado, uma vez que o requerente solicitou paragem de 3 meses, em última análise, reduzida para 2 meses. Portanto, as condições para avaliação acelerada não puderam ser atendidas.

O parecer adotado pelo CHMP é um passo intermediário no caminho de Kaftrio para o acesso ao paciente. O parecer do CHMP será agora enviado à Comissão Europeia para a aprovação de uma decisão sobre uma autorização de marketing em toda a UE. Uma vez concedida uma autorização de marketing, as decisões sobre preço e reembolso ocorrerão no nível de cada Estado-Membro, tendo em conta o potencial papel/uso deste medicamento no contexto do sistema nacional de saúde daquele país.

Entrevista
Considerada a principal malformação da coluna vertebral em crianças e adolescentes, a Escoliose reve

Estima-se que entre 2 a 4% da população sofra de Escoliose e que a maioria dos casos são detetados durante a adolescência. Começo por lhe perguntar em que consiste o problema e porque o diagnóstico chega maioritariamente nestas faixas etárias?

A escoliose é a principal malformação da coluna em crianças e adolescentes e apresenta-se como uma deformidade visível em forma de ‘S´. O diagnóstico chega maioritariamente nesta fase pois acompanha o processo de crescimento de uma criança.

Quais as causas ou fatores de risco para a Escoliose?

Existem vários tipos de escoliose que dependem da parte da coluna vertebral afetada, grau da curvatura e origem. Cada um apresenta um comportamento diferente em função da evolução.

Estas podem ter como causa deformidades congénitas da coluna (as que estão presentes na altura do nascimento), problemas genéticos, problemas neuromusculares, desigualdade de comprimento dos membros, paralisia cerebral, espinha bífida, distrofia muscular, atrofia muscular espinhal e tumores.

No entanto, a realidade é que mais de 80% dos casos de escoliose não apresenta nenhuma causa conhecida.

O que distingue a escoliose idiopática da escoliose degenerativa? Qual a mais fácil de tratar?

A escoliose idiopática refere-se a um tipo de escoliose em que não é possível determinar o motivo do desvio da coluna e podem ser atribuídos a várias causas. E, apesar de existir muito por explicar sobre a origem da escoliose idiopática, sabe-se que há um determinante genético, isto é, verifica-se uma maior incidência da doença no público feminino – em cada 10 casos, oito são do género feminino. Este tipo de escoliose está ainda dividido de acordo com a idade em que surge: infantil, juvenil, adolescente e adulto.

Já com a escoliose degenerativa esta é provocada pela degeneração de discos da coluna vertebral e das suas articulações, assim como por deformidade das vértebras (muitas vezes com osteoporose associada), como resultado do avanço da idade. Esta surge tipicamente depois dos 50 anos, em adultos que não tinham escoliose prévia, ou então pouco significativa. No adulto, devido à osteoporose e outras patologias associadas, o tratamento pode-se tornar mais difícil do que na criança, com maior taxa de complicações e de insucesso parcial do tratamento.

Quais os principais sintomas da escoliose? É verdade que a dor não está entre as principais manifestações?

Quando falamos de sintomas da escoliose é preciso ter presente que estes variam mediante cada indivíduo e as características da própria escoliose. Contudo, existem alguns sintomas e sinais que podemos ter em atenção:

  • Tronco inclinado para um dos lados, com um desvio da coluna vertebral em forma de “S”;
  • Proeminência torácica posterior unilateral (chamada de “bossa” ou “corcunda” nas “costas”)
  • Assimetria das costelas;
  • Cintura irregular ou assimétrica;
  • Anomalias na aparência ou da textura da pele na região da coluna;
  • Omoplata proeminente, de froma assimétrica;
  • Assimetria dos flancos.

Quais os benefícios de um diagnóstico precoce?

O diagnóstico clínico da escoliose faz-se pela observação, em que o especialista observa se existe uma proeminência da caixa torácica posterior quando o doente dobra/flecte o tronco para diante.

Além disso, é importante refletir que as crianças que não recebem o devido tratamento sofrem um impacto, a longo prazo, na sua vida. E, apesar de formas mais leves de escoliose causarem apenas leve desconforto, nas formas mais graves podem causar dores crónicas ou afetar órgãos internos, e até diminuir a esperança média de vida.

Em que consiste o tratamento da escoliose? E de que forma a pandemia veio atrasar a resposta a estes doentes?

As opções de tratamento são variadas e podem incluir o uso de colete de correção, em casos menos graves, ou cirurgia à coluna, que atualmente revela ser um procedimento com elevada segurança e sucesso terapêutico.

Contudo, em circunstâncias normais, as listas de espera para consultas (LEC) e listas de inscrição para cirurgia (LIC) já apresentavam mais de um ano e meio de atraso, no serviço de pediatria do Serviço Nacional de Saúde.  Devido à pandemia da COVID-19, os tempos de espera agravaram-se, independentemente das formas de tratamento.

É assim necessário compreender que existe uma redução de salas de blocos, anestesistas, e tempos operatórios insuficientes para dar resposta às necessidades existentes.

Em matéria de prevenção, que cuidados a ter?

A escoliose não se consegue prevenir, no entanto a sua deteção precoce é a forma ideal de evitar que um problema que já existe continue a agravar.

Na infância, qual o real impacto de um problema como este? Não só a nível físico como psicológico?

Esta doença é mais comum a partir dos 10 anos, uma idade crítica do crescimento das crianças (perto do início da adolescência). O desvio acentuado da coluna vertebral ao manifestar-se no início da adolescência, reduz a autoestima num período sensível da vida dos jovens, em que a deformidade visível em forma de ‘S’ na coluna pode por vezes estar associada a uma verdadeira bossa no tórax (“corcunda”).

Que mensagem considera importante passar para os doentes mais novos?

É importante transmitir aos mais novos que não deve existir receio ou impacto na autoestima ao serem confrontados com um diagnóstico de escoliose. Além disso, é importante reforçar que os pais e educadores devem também estar atentos aos primeiros sinais para uma abordagem eficaz e rápida. Quando é necessário um tratamento da escoliose com colete ou com cirurgia, os resultados são de forma geral muito satisfatórios.

Mesmo a cirurgia já não deve ser receada como um período muito difícil, pois há segurança e qualidade no acompanhamento e no tratamento do paciente, durante e após a cirurgia.

 

Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Sessões online
O Instituto de Higiene e Medicina Tropical, da Universidade Nova de Lisboa (IHMT-NOVA) e a Associação Portuguesa de...

O  WebSem ESPECIAL“A PANDEMIA E OS DESAFIOS À INVESTIGAÇÃO E COOPERAÇÃO NA ÁFRICA LUSÓFONA“ decorre a 26 de junho (15h00) com o objetivo de debater a forma como está a decorrer a investigação e formação na área da COVID-19, bem como a partilha de informação e cooperação na África Lusófona, esclarecendo sobre o panorama atual de cada um dos países, o que mudou e perspetivas de futuro.

As sessões, abertas ao público para perguntas, dirigem-se a profissionais de saúde, cientistas, estudantes e todos os interessados em saber mais sobre o vírus que está a mudar o mundo.

Para participar e colocar as suas questões neste Webinar Especial deve proceder à sua INSCRIÇÃO ou assistir LIVE no Facebook da APAH ou do IHMT-NOVA.

 

Tratamento minimamente invasivo
O Bodytite que consiste num tratamento avançado de remodelação corporal e facial minimamente invasivo com tecnologia RFAL ...

Antes de iniciar o tratamento, um dos cirurgiões plásticos da Up Clinic, David Rasteiro, Eduardo Matos, ou Tiago Baptista Fernandes, procedem à avaliação do paciente em consulta para determinar se tem indicação médica.

Em que consiste o tratamento?

O tratamento é realizado na clínica ou no bloco em sala devidamente preparada de pequenas cirurgias sob anestesia local ou sedação. É minimamente invasivo, o que significa que as cicatrizes serão mínimas e praticamente invisíveis.  O tempo de recuperação também será mínimo, ou seja, o paciente poderá retomar suas atividades diárias quase imediatamente.

Quem tem indicação?

O BodyTite é indicado para pacientes que desejam eliminar gordura localizada e flacidez em qualquer área do corpo, como abdómen, flancos, joelhos, braços, coxas ou papada.

Vantagens da Lipoescultura de Radiofrequência (RFAL) para o paciente:

  • O tempo de tratamento é curto, há menos riscos e pode ser realizado sob anestesia local;
  • Tem um importante efeito de retração da pele; superior em 30% ao Lipolaser
  • Tratamento seguro e altamente eficaz;
  • Apenas uma sessão. Resultados duradouros;
  • Resultados cirúrgicos com menos cicatrizes;
  • Recuperação mais rápida com menores hematomas e menor probabilidade de edemas.

Resultados

Os resultados podem ser vistos logo no 1º mês, com melhoria contínua nos próximos 3 a 6 meses.

O plano de tratamento deve ser ajustado às necessidades de cada paciente, onde o procedimento será explicado, bem como o tempo de recuperação conforto e resultados.

Recuperação

É um procedimento minimamente invasivo e, na maioria dos casos, pode ser ambulatório, sendo, portanto, compatível com um rápido retorno às atividades diárias. O tempo de baixa médica depende da área de tratamento, podendo variar de 1 a 2 dias, ou no máximo 10 dias.

O BodyTite possui vários manípulos consoante a área de corpo a tratar.

O FaceTite é a solução para a face.

Indicações do FaceTite:

  • Rejuvenescimento facial e redução de rugas.
  • Linha da mandíbula, área perioral, dobras nasolabiais, pescoço e papada
  • Pequenas áreas do corpo com flacidez ou gordura localizada, como coxas internas ou culotes, joelhos e região superior do umbigo
  • Tecnologia muito importante no rejuvenescimento Lipoestaminal (conjugação de minilifting endoscópico, lipofilling, células estaminais, laser erbium e FaceTite)

Accutite é a solução completa para tratar áreas muito pequenas do corpo que exigem precisão máxima.

Indicações do Accutite:

  • Sobrancelhas
  • Pálpebras inferiores
  • Prega nasolabial
  • Queixo
  • Pescoço
  • Axilas

Morpheus

Uma outra novidade que esta plataforma dispõe é o Morpheus , que consiste num manípulo de microagulhamento com radiofrequência. As qualidades conhecidas do microagulhamento são reforçadas com a radiofrequência transmitida por cada uma das microagulhas. Uma novidade exclusiva no tratamento da flacidez da pele mais superficial. Muito utilizado como complemento do FaceTite ou Accutite.

Indicações:

  • Flacidez e rugas faciais;
  • Flacidez corporal como na região acima do umbigo ou acima do joelho.
  • Como se realiza?
  • Sob anestesia tópica (creme anestesiante) ou anestesia local.

Recuperação

Pequenas marcas na pele que recuperam em 2/3 dias.

Aprovada alteração
As pessoas com diabetes e hipertensão vão poder recorrer ao teletrabalho, ou, quando as suas funções não permitirem trabalhar a...

A diabetes e a hipertensão voltam a estar incluídas na identificação dos grupos de risco comtemplados pelo regime de apoio excecional, na sequência de uma alteração ontem aprovada na Comissão Parlamentar de Saúde. A proposta, que altera o Decreto-Lei 20/2020 do Governo e retoma a sua versão original, foi apresentada em sede de especialidade pelo BE, PCP e PSD e aprovada com os votos a favor de todos os partidos, menos do PS.

Apesar de estar muito satisfeita com este primeiro passo dado no sentido de restabelecer direitos essenciais para as pessoas com diabetes e hipertensão, a Associação Protectora dos Diabéticos de Portugal (APDP) lembra que a situação não está ainda totalmente ultrapassada pois é necessária a aprovação da alteração em plenário, que acontecerá hoje de manhã, e a promulgação do decreto por parte do Presidente da República.

“É com muita satisfação que vemos a aprovação da correção do decreto lei na Comissão de Saúde, mas é importante ressalvar que são ainda necessárias duas etapas. Primeiro, a votação em plenário, para a qual APDP já recebeu apoio de deputados do PS que irão votar a favor da reposição da versão inicial do DL 20/2020. Segundo, a promulgação da decisão da AR pelo Presidente da República, a quem a APDP apela para a celeridade na resposta. Reforçamos ainda a importância de termos políticas e orientações concretas e claras que salvaguardem as pessoas com doenças crónicas e iremos continuar o nosso trabalho nesse sentido”, afirma José Manuel Boavida, presidente da APDP”.

A retificação inicial ao decreto-lei 20/2020 acabou por remover as pessoas com diabetes e hipertensão do regime excecional de proteção e a Resolução do Conselho de Ministros n.º 40-A/2020 impedia-as de recorrer ao teletrabalho.

A associação considera ainda importante, nesta fase, a existência de aconselhamento sobre os riscos decorrentes da atividade laboral, tendo em conta a especificidade de cada caso, e orientações para um regresso seguro ao trabalho para todos e, em particular, para as pessoas com doença crónica. A APDP recomenda particular atenção à segurança e higiene no trabalho e nas viagens feitas até ao local de trabalho, em particular no caso de quem utiliza transportes públicos.

“A população com mais idade, assim como pessoas com outras patologias cardiovasculares, diabetes, doenças respiratórias crónicas, hipertensão e cancro, estão mais vulneráveis ao Covid-19. É importante tranquilizar as pessoas com diabetes e seus cuidadores e garantir que os seus direitos estão assegurados.” destaca João Filipe Raposo, diretor clínico da APDP.

Para esclarecer estas e outras dúvidas, a APDP disponibiliza a Linha de Apoio Diabetes (21 381 61 61) que está disponível das 8h00 às 20h00, incluindo fins de semana.

Estudo
Um novo estudo de investigação do i3S demonstrou que a disfunção microglial pode estar na origem "no desencadear e/ou na...

Uma equipa internacional, liderada pelo investigador português João Bettencourt Relvas, do Instituto de Investigação e Inovação em Saúde da Universidade do Porto (i3S) e docente da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP), demonstrou que a diminuição de uma proteína presente em células da microglia é suficiente para desencadear uma doença neurológica semelhante à Doença de Alzheimer, a forma mais comum de demência em idosos. Um trabalho que abre portas ao possível desenvolvimento de novas terapias para prevenir e/ou limitar o processo neurodegenerativo inerente à Doença de Alzheimer.

estudo publicado na revista Cell Reports reforça a ideia de que a disfunção microglial pode desempenhar um papel central no desencadear e/ou na progressão da doença neurológica, distanciando-se assim de uma visão mais clássica, que associa as patologias do sistema nervoso central quase unicamente à disfunção neuronal primária.

Microglia são as principais células imunes do sistema nervoso central, que inclui o cérebro, a medula espinal e a retina. Estas células fazem a vigilância ativa do cérebro verificando, por exemplo, se as comunicações entre os neurónios estão a funcionar corretamente, ou identificando alterações patológicas ou infeções por microorganismos.

Quando é detetado um dano, as células da microglia são ativadas e passam a funcionar como células imunes inatas, eliminando micro-organismos patogénicos e resíduos celulares, e promovendo a regeneração e a restauração do equilíbrio dos tecidos. No entanto, a ativação prolongada da microglia pode desencadear ou acelerar danos neuronais, num contexto de doença neurológica, ou atrasar a recuperação do sistema nervoso após lesão, ou seja, esse aumento continuado no tempo torna-se tóxico, causando disfunção neuronal. Algo que se sabe que acontece no envelhecimento normal e num vasto número de doenças neuropsiquiátricas.


João Bettencourt Relvas, Camila Portugal e Renato Socodato, investigadores do i3S responsável por este estudo

Um caminho para novas terapias

A equipa de investigadores liderada por João Bettencourt Relvas diminuiu uma proteína das células de microglia adulta, e chegou à conclusão que a perda desta proteína, denominada RhoA, é suficiente para iniciar espontaneamente a ativação imune da microglia e para provocar neuroinflamação. Renato Socodato, primeiro autor do artigo, acrescenta que "a perda desta proteína pode desencadear um quadro de doença neurodegenerativa bastante semelhante ao que se observa na Doença de Alzheimer (DA), incluindo a formação e deposição de espécies tóxicas de origem amilóide, perdas sinápticas e neuronais, e de memória".

O que é inédito e muito interessante, sublinha João Bettencourt Relvas, "é que conseguimos induzir doença neurológica mexendo unicamente na microglia. Depois fomos comparar com um ratinho com Doença de Alzheimer e percebemos que, logo numa fase inicial da doença, já se verifica uma redução da atividade da proteína RhoA". Além disso, acrescenta, "já testámos quatro outras proteínas parecidas da mesma família, mas nenhuma delas, quando diminuída, provoca Doença de Alzheimer".

Num futuro próximo, explicam os investigadores, "vamos tentar perceber porque é que só a perda de RhoA e não de outras proteínas da mesma família resulta no desenvolvimento de uma doença neurológica semelhante à Doença de Alzheimer. Vamos também manipular a expressão desta proteína na microglia de modelos pré-clínicos de Alzheimer para tentar prevenir a progressão da doença".  Em colaboração com o Banco Português de Cérebros, sediado no Centro Hospitalar Universitário do Porto (Santo António), "vamos também usar material humano para confirmar que a função desta proteína e de proteínas associadas está efetivamente comprometida na microglia do cérebro do doente com Alzheimer", acrescenta Renato Socodato.

Para os investigadores, aprofundar o conhecimento sobre a relação entre a regulação da imunidade inata pela proteína RhoA e o início e/ou progressão da Doença de Alzheimer "poderá abrir perspetivas interessantes para podermos pensar em novas abordagens terapêuticas para prevenir e/ou limitar o processo neurodegenerativo inerente à Doença de Alzheimer".

Equipa internacional
Há uma nova família de microalgas de água doce. A descoberta foi efetuada por investigadores da Universidade de Coimbra (UC),...

O estudo que permitiu a identificação e descrição desta nova família de microalgas de interesse comercial teve a duração de três anos e os resultados acabam de ser publicados na revista científica Journal of Phycology.

Denominada Neomonodaceae, esta nova linhagem de organismos pertence à classe Eustigmatophyceae, "cujo interesse biotecnológico é reconhecido devido a algumas espécies serem ricas em antioxidantes, carotenóides e lípidos de valor nutricional e com interesse para biodiesel. À semelhança de outras famílias da mesma classe, os géneros de microalgas agora descobertos têm potencial para dar origem a compostos de interesse farmacêutico, cosmético ou para aquacultura, por exemplo", explica Raquel Amaral, primeira autora do artigo publicado.

"As microalgas são vistas como muito promissoras para a produção de compostos de valor biotecnológico porque são fáceis de cultivar e não requerem uso de terreno arável, embora ainda com custos elevados de produção", sublinha.


Fig. Células de Munda aquilonaris (A – C e F) e de Munda sp. (D) | Créditos: Journal of Phycology

Para esta descoberta, frisa a investigadora da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC), foi fundamental "o estudo de estirpes de microalgas mantidas em cultura na Algoteca de Coimbra (ACOI)", considerada uma das maiores coleções de microalgas de água doce do mundo. "Sete estirpes da ACOI contribuem para esta nova linhagem genética de microalgas e constituem dois dos novos géneros. A um deles atribuímos o nome científico Munda, designação romana do rio Mondego, em homenagem ao rio de onde provém a maioria destas algas", esclarece.

O estudo, que faz parte da tese de doutoramento da investigadora, consistiu na "observação morfológica e genética para a determinação filogenética de 10 novas estirpes, o que resultou na descoberta de 3 novos géneros desta classe. As espécies incluídas na nova família são organismos unicelulares, com uma forma alongada, a maioria com um “pé” por onde se fixa ao substrato. Além das diferenças genéticas que originam a sua segregação das outras famílias de Eustigmatophyceae, distinguem-se pela ausência de uma estrutura celular intitulada pirenóide", descreve Raquel Amaral, assinalando ainda que, no estudo das microalgas, os métodos de base genética "são cruciais, dado que são organismos microscópicos e muitas vezes espécies diferentes podem ser muito parecidas".

A Algoteca de Coimbra, instalada no Departamento de Ciências da Vida da FCTUC, é coordenada pela cientista Lília Santos, uma das autoras deste estudo e orientadora da tese de doutoramento de Raquel Amaral, que teve financiamento da Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT).

Luz ver da Agência Europeia de Medicamentos
O Comitê de Medicamentos Humanos (CHMP) da Agência Europeia de Medicamentos recomendou a concessão de uma autorização de...

Remdesivir é o primeiro medicamento contra a Covid-19 a ser recomendado para autorização na UE. Os dados sobre remdesivir foram avaliados em um prazo excecionalmente curto através de um procedimento de revisão em andamento, uma abordagem usada pela EMA durante emergências de saúde pública para avaliar os dados à medida que se tornam disponíveis. A partir de 30 de abril de 2020, o CHMP passou a avaliar dados sobre qualidade e produção, dados não clínicos, dados clínicos preliminares e dados de segurança de programas de uso compassivo, bem antes da apresentação do pedido de autorização de marketing em 5 de junho.

A avaliação do dossiê foi concluída agora com a recente recomendação, que se baseia principalmente em dados do estudo NIAID-ACTT-1, patrocinado pelo Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infeciosas dos EUA (NIAID), além de dados de apoio de outros estudos sobre remdesivir.

O estudo NIAID-ACTT-1 avaliou a eficácia de um plano de tratamento de 10 dias de remdesivir em mais de 1.000 pacientes hospitalizados com Covid-19. Remdesivir foi comparado com placebo (um tratamento fictício) e a principal medida de eficácia foi o tempo de recuperação dos pacientes (definido como não precisar de hospitaização e/ou necessitar de oxigénio doméstico ou sendo hospitalizado, mas não necessitando de oxigénio suplementar e não necessitando mais de cuidados médicos contínuos).

No geral, o estudo mostrou que os pacientes tratados com remdesivir recuperaram após de 11 dias, em comparação com 15 dias para pacientes com placebo. Esse efeito não foi observado em pacientes com doença leve a moderada: o tempo de recuperação foi de 5 dias tanto para o grupo remdesivir quanto para o grupo placebo. Para pacientes com doença grave, que constituíram aproximadamente 90% da população estudada, o tempo de recuperação foi de 12 dias no grupo remdesivir e 18 dias no grupo placebo. No entanto, não houve diferença no tempo de recuperação em pacientes que iniciaram a remdesivir quando já estavam em ventilação mecânica ou ECMO (oxigenação de membrana extracorpórea). Dados sobre a proporção de pacientes que morreram até 28 dias após o início do tratamento estão a ser recolhidos para análise final.

Tendo em consideração os dados disponíveis, a Agência considerou que o saldo de benefícios e riscos se mostrou positivo em pacientes com pneumonia que necessitam de oxigénio suplementar; ou seja, os pacientes com doença grave.

O remdesivir é dado por infusão na veia e seu uso é limitado a unidades de saúde nas quais os doentes podem ser monitorizados de perto; a função hepática e renal deve ser monitorizada antes e durante o tratamento, conforme apropriado. O tratamento deve começar com uma infusão de 200 mg no primeiro dia, seguido de uma infusão de 100 mg por dia por pelo menos 4 dias e não mais do que 9 dias.

30 países registaram aumento nos novos casos
A Organização Mundial de Saúde (OMS) apontou hoje um “ressurgimento muito significativo” de novos casos de covid-19 em países...

Na semana passada, “a Europa viu um aumento em casos semanais pela primeira vez em meses”, e nos países da região continuam a ser comunicados cerca de 20.000 novos e 700 mortes por dia, apesar de a região apresentar “uma proporção cada vez menor dos casos globais.

“Trinta países registaram aumentos nos novos casos acumulados durante as duas últimas semanas. Em 11 deles, a transmissão acelerada do novo coronavírus levou a um ressurgimento muito significativo que, se não for combatido, levará os sistemas de saúde ao limite mais uma vez”, declarou.

Os novos surtos em países como Espanha, Polónia, Alemanha ou Israel centram-se em “escolas, minas de carvão e ambientes de produção alimentar”. No que toca aos casos novos em fábricas de produção de carne, como aconteceu na Alemanha, a OMS está a investigar se os surtos se devem às baixas temperaturas que facilitem a propagação do vírus ou à falta de condições para distanciamento físico entre os trabalhadores. Quanto à segurança dos produtos ali fabricados, a OMS considera que não apresentam risco de contágio pelas medidas de higiene adotadas na embalagem.

Hans Kluge defendeu que as tecnologias digitais de rastreio de contactos e telemedicina devem ser adotadas pelos países para controlar a pandemia mas “de forma sensata”, dando razões aos cidadãos para confiarem que a sua privacidade e segurança não são ameaçadas. Defendeu ainda que deve ser alargado o acesso dos cidadãos à internet para poderem usar essas tecnologias: “não nos podemos dar ao luxo de haver uma divisão digital além das divisões sócioeconómicas”, afirmou.

Dor lombar crónica discogenica
A dor lombar é uma queixa muito comum na população em geral.

O tratamento da dor lombar, nomeadamente, a que é provocada pelo disco intervertebral tem sido um desafio, não havendo até agora soluções eficazes.

A cirurgia efetuada para isto tipo de patologia é a discetomia que consiste em retirar o disco e eventualmente colocar uma prótese, esta cirurgia esta sujeita a vários tipos de complicações e tem uma taxa de sucesso de 70%.

Utilizando o tratamento denominado Núcleo Dessensibilização, tratamento esse que veio revolucionar o tratamento da Dor Lombar e que consiste na administração de uma nova substância no disco intervertebral, substância essa que interfere na produção de substâncias inflamatórias como o óxido nítrico e o monóxido de carbono.

Para além disso esta nova substância destrói as terminações nervosas do disco fazendo com que este deixe de provocar dor.

Taxa de sucesso da Núcleo Dessensibilização

Na edição do mês de abril de 2010 da revista Pain, foi publicado um trabalho que relata o uso desta substância no tratamento da dor lombar crónica discogenica através da sua administração Intradiscal.

Este estudo foi conduzido na China e teve resultados surpreendentes, sem precedentes e sem paralelo na história na investigação da dor lombar crónica, mostrando-se eficiente em 90% dos casos.

Segundo os pesquisadores “o ensaio clínico indica que a injeção desta substância no disco lombar é um método seguro, eficaz e minimamente invasivo.”

Acredita-se que esta substância interfira na produção de óxido nítrico e também apresente um efeito benéfico sobre os nervos em torno do tecido. A administração revolucionou o tratamento da dor lombar e utilizar a técnica cirúrgica para a dor tornou-se desnecessário.

Foto: 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Revisão
Cientistas analisaram dados de todo o mundo para examinar a precisão dos testes de anticorpos para a COVID-19, e mostraram que...

Numa revisão mais abrangente sobre os vários tipos de teste à Covid-19, os pesquisadores examinaram todas as evidências de precisão dos testes disponíveis, publicadas até o final de abril.

Combinando dados de muitos estudos, eles mostraram que os testes não são precisos o suficiente para confirmar se alguém tem o vírus Covid-19 se for usado nas duas primeiras semanas após os sintomas aparecerem.

Eles descobriram que os testes só são úteis para detetar infeção anterior pelo SARS-CoV-2 se forem utilizados pelo menos 14 dias após o início dos sintomas, no entanto os estudos mostram que 1 em cada 10 casos de Covid-19 não será detetado. 

Os investigadores também temem que a precisão seja menor quando os testes forem utilizados na comunidade, já que os testes têm sido avaliados principalmente em pacientes hospitalizados – não sendo claro se estes podem detetar níveis mais baixos de anticorpos associados à doença mais leve e assintomática de Covid-19.

Liderados por especialistas da Universidade de Birmingham, um grupo de pesquisadores de universidades de todo o mundo publicou suas descobertas no Cochrane Database of Systematic Reviews.

Jon Deeks, professor de Bioestatística e chefe do Grupo de Pesquisa de Avaliação de Testes da Universidade de Birmingham, comentou: "Analisamos todos os dados disponíveis de todo o mundo e descobrimos padrões claros dizendo que o tempo é vital para o uso desses testes. Use-os na hora errada e eles não funcionam”.

"Há testes promissores, mas ainda não há evidências suficientes para identificar os melhores testes, e precisamos continuar analisando os dados à medida que eles se tornam disponíveis – particularmente a partir de ambientes não clínicos onde os indivíduos estão apresentando sintomas menos graves e seguindo as pessoas por períodos mais longos."

O sistema imunitário de pessoas que têm Covid-19 responde à infeção desenvolvendo células que podem atacar o vírus (anticorpos) no seu sangue. Testes para detetar anticorpos no sangue das pessoas podem mostrar se eles têm atualmente Covid-19 ou já o tiveram anteriormente.

O corpo produz três classes de anticorpos - IgA, IgG e IgM. A maioria dos testes de anticorpos mede tanto IgG quanto IgM, mas alguns medem um único anticorpo ou combinações dos três anticorpos. Os níveis de anticorpos aumentam e caem em diferentes momentos após a infeção, com é o caso do anticorpo IgG, geralmente mais alto algumas semanas após a infeção.

Alguns testes utilizam sangue venoso e equipamentos laboratoriais especializados, enquanto outros utilizam amostras de sangue de picada de dedo em dispositivos descartáveis, semelhantes aos testes de gravidez, que podem ser realizados em laboratórios, hospitais ou em casa.

Investigadores pesquisaram mais de 11.000 publicações sobre a Covid-19 que ficaram disponíveis no final de abril de 2020, e identificaram 54 estudos relevantes da Ásia, Europa e EUA – que mediram a precisão dos testes de anticorpos usados para detetar a infeção atual ou passada da Covid-19 – seja no hospital ou na comunidade. No total, esses estudos relataram quase 16.000 resultados de testes.

Eles descobriram que todos os testes apresentaram baixa sensibilidade (a capacidade de detetar doenças) durante a primeira semana após os sintomas (detetando menos de 30% dos casos da doença), subindo na segunda semana e atingindo seus maiores valores na terceira semana. A combinação de IgG ou IgM teve sensibilidade de 72% por 8 a 14 dias; 91% para 15 a 21 dias; e 96% por 21 a 35 dias.  Poucos dados estavam disponíveis após 35 dias.

Onde cerca de 50% das pessoas podem ter tido Covid-19 – como em profissionais de saúde que sofreram sintomas respiratórios –, os pesquisadores preveem que haverá sete falsos positivos e 43 falsos negativos para cada mil pessoas submetidas a testes combinados de IgG e IgM nos dias 15 a 21 após a realização dos sintomas do Covid-19.

Onde cerca de 20% das pessoas têm Covid- 19 - provavelmente em ambientes de saúde e cuidados - eles preveem 17 casos de Covid-19 perdidos em cada mil pessoas testadas e 10 resultados falsos positivos. Se em uma população cerca de 5% tiveram Covid-19 – mais provável em pesquisas nacionais – os pesquisadores acreditam que quatro infeções seriam perdidas para cada mil pessoas testadas, e 12 desfechos seriam falsamente positivos.

"Testes precisos são vitais – esses testes podem ajudar a identificar o Covid-19 em pessoas que tiveram sintomas por duas ou mais semanas, mas nunca fizeram um teste de cotonete, e identificam quantos tiveram a infeção pelo SARS-CoV-2 para avaliar a propagação da doença e a necessidade de intervenções em saúde pública. Com o tempo, saberemos se ter tido a infeção anteriormente fornece aos indivíduos imunidade a infeções futuras, o que indicará o valor pessoal de fazer esse teste", acrescentou o professor Deeks.

"Este é um campo de evolução constante e planeamos atualizar esta revisão regularmente à medida que mais estudos forem publicados. No entanto, o projeto, a execução e o relatório dos estudos sobre a exatidão dos testes Covid-19 exigem uma melhoria considerável, e é preciso tomar medidas para garantir que todos os resultados das avaliações de teste estejam disponíveis em domínio público e não retidos pelos fabricantes de testes para garantir que possamos fornecer as melhores estimativas da precisão para esses testes."

O alerta é do Infarmed
Segundo a Autoridade Nacional do Medicamento, a dexametasona pode estar a ser usada em Portugal, “em casos muito concretos, por...

Em declarações à revista Sábado, o Infarmed refere que este tipo de medicamentos pode “mascarar os sintomas de uma infeção e adiar o tratamento necessário”.

Segundo a mesma publicação, a dexametasona provou reduzir casos graves da doença, ajudando também a evitar mortes de pacientes infetados por Covid-19. No entanto, o Infarmed não recomenda a sua administração nas formas oral e injetável em pessoas com “infeção por vírus”.

A Autoridade Nacional do Medicamento mostra-se inclusive reticente quanto aos estudos que têm sido divulgados, nomeadamente o ensaio Recovery da Universidade de Oxford, segundo o qual a dexametasona será o primeiro medicamento clinicamente testado que consegue tratar casos graves de COVID-19. O Infarmed diz que é preciso “aguardar para a publicação da análise dos resultados dos ensaios após escrutínio inter-pares”.

O ensaio da Universidade de Oxford aponta para uma redução de 20% das mortes relativamente a doentes com necessidade de oxigénio. Nestes casos, o tratamento com 6 miligramas de dexametasona uma vez por dia, por via oral ou por via intravenosa, mostrou resultados positivos. Por outro lado, não foi verificado qualquer benefício entre pacientes que não precisem de suporte respiratório.

Os resultados fizeram com que a Organização Mundial da Saúde (OMS) descrevesse a dexametasona como o primeiro medicamento comprovado a reduzir a mortalidade em casos graves de Covid-19, mas ressalvou que são necessários mais estudos que o demonstrem. Dias depois, refere a Sábado, Tedros Adhanom Ghebreyesus, director-geral da OMS, afirmou que é preciso “aumentar a produção e distribuir rapidamente” a dexametasona em todo o Mundo.

 

Projecto Rare Podcast
No âmbito do programa Rare Awareness, é lançado o Projeto Rare Podcast. Um projeto do Núcleo de Estudos de Doenças Raras (NEDR)...

Nesta primeira série vão disponibilizados três programas, sobre as Doenças Raras no geral, as Mucopolissacaridoses (MPS) e a Doença de Fabry, os quais tiveram a participação de três responsáveis do NEDR, Luís Brito Avô, Luísa Pereira e Patrício Aguiar.

O Rare Podcast estará alojado no site do NEDR https://www.spmi.pt/programa-rare-awareness/ e também no site da Takeda http://www.takeda.pt/pt-pt/, parceira do projeto.

“A campanha do NEDR pretende aumentar o conhecimento sobre as doenças raras e apoiar doentes, cuidadores e profissionais de saúde que vivem e trabalham com estas doenças. Foi estabelecido pela Comissão Europeia e pelo IRDIRC (Consórcio Internacional de Investigação para as Doenças Raras) que até 2020 deve haver meios para diagnosticar a maioria das Doenças Raras. Já para 2027 espera-se serem realizados diagnósticos no espaço de um ano para a totalidade das Doenças Raras. Esperamos que o projecto Rare Podcast contribua para a concretização destes objetivos”, afirma Luísa Pereira, Coordenadora Adjunta do NEDR.

Segundo a diretora geral da Takeda, Carla Benedito, “Através da partilha de conhecimento, a Takeda espera ajudar a um diagnóstico mais rápido e precoce destas doenças e diminuir a odisseia diagnóstica nas doenças raras, pois a média de tempo até ao diagnóstico correto situa-se nos 7 anos. Um dos nossos focos principais de investigação é disponibilizarmos soluções para os milhares de doenças raras ainda sem qualquer opção de tratamento. Temos já hoje tratamento para Angioedema Hereditário, Cancro pulmão não-pequenas Células, doença de Gaucher, doença de Fabry, Hemofilia, Linfoma de Hodgkin, Linfoma cutâneo de células T, Mieloma múltiplo, Síndrome de Hunter (MPSII), Síndrome do Intestino Curto (SIC), e queremos apoiar ainda mais doentes e doenças raras no futuro.”

Atividade assistencial manteve-se
De acordo com o Centro Hospitalar Universitário Lisboa Norte (CHULN) foram realizadas cerca de 130 mil consultas e 2.600...

Segundo nota oficial do Serviço Nacional da Saúde, durante este período, o Centro Hospitalar “assegurou ainda a resposta a mais de 30 mil episódios de urgência e deu alta a cerca de 6.500 doentes internados”. Ao mesmo tempo, manteve sempre assistência a doentes não-Covid, , “com separação de circuitos, reforço das regras de segurança nas consultas presenciais e aposta na telemedicina”.

De acordo com informação do CHULN, no mês de maio foram realizadas 47 mil consultas, cerca de 28 mil das quais presenciais e um pouco mais de 19 mil à distância, e em abril, mês em que ainda decorria o estado de emergência, realizou cerca de 35 mil consultas.

O CHULN prossegue com toda a atividade que clinicamente não pode ser adiada, seja em consultas ou cirurgias, incluindo doentes com maiores tempos de espera, e mantém total cobertura na área da Oncologia e outros tratamentos em Hospitais de Dia, preservando sempre a segurança de utentes e profissionais.

Segundo o CHULN, antes das consultas é efetuada uma triagem e todos os doentes que são internados fazem testes de rastreio à Covid-19, bem como os que são submetidos a cirurgias e exames invasivos.

 

 

Principais conclusões
A GS1 Portugal, entidade responsável pelo desenvolvimento de standards para a saúde, promoveu, no dia 23 de junho, a 26.ª...

A sessão teve início com uma análise da implementação do Regulamento Europeu dos Dispositivos Médicos em Portugal. Na sessão liderada pela especialista da GS1 Portugal, Madalena Centeno, ficou patente que o adiamento da data de aplicação do Regulamento, já publicado a 24 de abril, acabou por aliviar a pressão sentida sobre os fabricantes e reguladores de dispositivos médicos, dado o contexto do impacto que a pandemia teve sobre este sector. 

Seguiu-se a discussão sobre a temática que contou com mais contributos e comentários por parte dos presentes na sessão - a Diretiva Europeia dos Medicamentos Falsificados. Madalena Centeno começou por apresentar as boas práticas na serialização e codificação dos medicamentos e, para clara surpresa da audiência, deu o exemplo de um conjunto de medicamentos em circulação, escolhidos de forma aleatória, que contêm erros de codificação.

Nesse contexto, Madalena Centeno destacou o papel da GS1 Portugal no sentido de alertar a indústria farmacêutica para a correção destas codificações a par da intervenção da MVO Portugal junto das farmácias no apoio à identificação de situações de descodificação não conforme.

Outro dos temas de grande interesse desta iniciativa foi a Digitalização no setor da saúde, num painel liderado por António Silva Santos, da Minsait. Na sua apresentação, o orador realçou os principais objetivos desta digitalização e quais os desafios à sua implementação, com destaque para a complexidade e dificuldade sentidas, em particular, no setor hospitalar.

Na segunda parte da Reunião HUG o tema central foi o impacto da pandemia COVID-19 no setor da saúde, com uma interação em tempo real com a audiência, que foi convidada a responder a um inquérito online durante a sessão. Os resultados foram analisados e debatidos em conjunto, sendo o decréscimo de vendas, a alteração do negócio/desenvolvimento de novas áreas e a dificuldade no contacto com os clientes as principais diferenças sentidas pelos participantes.

No que diz respeito às ações que consideram mais relevantes para o setor, na opinião dos intervenientes, o processo de digitalização e as melhorias no processo de rastreabilidade, a par da melhoria de comunicação entre entidades, são as que os participantes mais destacaram.

Os resultados apurados, em tempo real durante a reunião, estão em linha com os dados partilhados por Cátia Gouveia, Gestora de Estudos de Níveis de Serviço da GS1 Portugal, no tema que apresentou “Estudos de Níveis de Serviço: Saúde – Impacto COVID-19”.

No final da sessão, foi apresentada a data para o VI Seminário da Saúde, que se realiza no dia 19 de novembro, no qual alguns dos temas abordados nesta sessão serão revistos e novos ângulos acrescentados.

João de Castro Guimarães, Diretor Executivo da GS1 Portugal, entidade anfitriã deste evento, salientava no final da sessão que “iniciativas como o HealthCare User Group permitem a discussão aberta de temas da atualidade do setor da saúde com impacto transversal ao longo de toda a cadeia de valor, promovendo a eficiência. Quando se assinalam os 15 anos de intervenção da GS1, a nível global, no setor da saúde, a GS1 Portugal assume com este tipo de iniciativas o papel de entidade facilitadora desta discussão e promotora da integração e interoperabilidade dos players no setor, pelos standards que disponibiliza e boas práticas que promove.”  

Os especialistas do setor da saúde voltam a encontrar-se, a convite da GS1 Portugal, na próxima edição da Reunião do HUG, marcada para dia 29 de setembro.

Estudo
Alguns adolescentes e jovens adultos que sobreviveram ao cancro queixam-se que, mesmo depois de terminarem os tratamentos,...

Segundo o Portal de Informação Português de Oncologia Pediátrico, num estudo publicado na revista Pediatric Blood and Cancer, cientistas do Dana-Farber Cancer Institute mostraram que um programa online, desenvolvido especificamente para adolescentes e jovens adultos sobreviventes de cancro, pode aliviar significativamente as insónias e melhorar a qualidade de vida geral desta população.

O programa, que consiste em 6 sessões de 20 a 30 minutos, "demonstrou que os hábitos de sono que ajudaram os pacientes a lidar com os seus tratamentos intensivos podem, numa fase posterior, tornar-se obstáculos a um sono saudável, à medida que os sobreviventes vão além do tratamento".

O formato deste programa, afirmam os investigadores, é particularmente adequado para o momento atual, uma vez que, como resultado da crise causada pela COVID-19, os programas de telessaúde e online estão a tornar-se cada vez mais amplamente utilizados, descreve a notícia do PIPOP. 

Segundo os investigadores, as pessoas que sobreviveram ao cancro na adolescência ou numa fase em que são considerados jovens adultos enfrentam uma variedade de problemas relacionados ao sono, que são exclusivos da sua faixa etária; isso inclui as restrições impostas às programações de sono dos jovens pelos seus pais, por exemplo. Adolescentes e jovens adultos também passam por mudanças normais no desenvolvimento do tempo circadiano, indo naturalmente para a cama mais tarde e dormindo até mais tarde do que as crianças e adultos mais velhos.

A intervenção testada no estudo é conhecida como SHUTi e foi desenvolvida por cientistas da Universidade da Virgínia, no Estados Unidos, e adaptada para sobreviventes adolescentes e jovens adultos pelos principais autores deste estudo; o programa interativo usa texto, imagens e vídeo para explicar de que forma as insónias se desenvolvem e como podem ser superadas.

O programa aborda comportamentos do sono que ajudaram os pacientes a enfrentar o tratamento do cancro, mas que, numa fase se cura, se podem se tornar prejudiciais.

De acordo com o estudo, o SHUTi treina as pessoas para que estejas consigam regular o seu sono, de forma a que, a longo prazo, a qualidade do mesmo seja francamente melhor.

No estudo, 22 sobreviventes, com uma idade média de 20,4 anos, que sofriam de insónias foram inscritos para usar o SHUTi; como parte do programa, os participantes mantiveram um diário de sono, onde anotavam as suas horas de sono, inserindo essa informação no SHUTi, que ajustou as suas recomendações de sono de acordo com os dados.

"Às 8 e 16 semanas após o início do uso do SHUTi, os participantes relataram uma diminuição significativa na gravidade das insónias, de sonolência diurna e de fadiga e uma melhoria geral na qualidade de vida", pode ler-se na nota informativa. 

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