Não corra riscos
Já deve ter ouvido dizer que a nossa pele tem memória, e a verdade é que tal como qualquer organismo

Entre os principais riscos da exposição solar prolongada ou sem proteção está o desenvolvimento de tumores cutâneos que poderiam ser evitados se fossem seguidos os principais conselhos médicos. No entanto, a realidade é que todos os anos são diagnosticados mil novos casos de cancro de pele, só em Portugal.

De acordo com Rita Teixeira de Sousa, oncologista no Centro Hospitalar Lisboa Norte e Hospital Lusíadas Lisboa, existem “3 tipos principais de cancro de pele: o carcinoma basocelular, o carcinoma espinocelular e o melanoma”.

“O carcinoma basocelular é a forma mais comum, mas também a menos perigosa deste tipo de cancro”, revela sugerindo que este represente 65% de todos os cancros cutâneos. Este pode surgir como uma lesão saliente e com coloração ou como uma ferida que persiste em não cicatrizar, e quando não tratado, pode atingir tecidos mais profundos.

“O carcinoma espinocelular é o segundo tipo mais comum de cancro de pele, que aparece em áreas da pele muito expostas ao sol (cara ou couro cabeludo) como uma superfície mais elevada e com crosta. Pode ulcerar e localmente pode ser muito invasivo, pelo que deve ser excisado com margens de segurança”, descreve a especialista em oncologia acrescentado que estes, embora não metastizem, podem reincidir, pelo que é necessário redobrar a vigilância.

O melanoma, embora seja mais frequente entre os mais velhos, pode atingir pessoas de qualquer idade. Este pode desenvolver-se a partir de qualquer sinal do corpo pelo que se deve ter atenção a variações de tamanho, forma, cor ou textura. “Outros sintomas que surgem quando se desenvolve um melanoma são: o aparecimento de pequenas crostas, comichão num sinal já existente, hemorragia e/ou não cicatrização do mesmo”, explica a médica.

Embora as causas exatas para o seu aparecimento não estejam totalmente estabelecidas, sabe-se que existem fatores de risco conhecidos. “O reconhecimento destes permite a identificação de indivíduos para serem adotados cuidados para a sua prevenção”, revela. Tome nota: 

  • A exposição à radiação UV é o principal fator de risco para a ocorrência de melanoma. O risco de aparecimento de cancro de pele/melanoma está relacionado com o padrão e duração de exposição solar, mas pode ocorrer tanto em pessoas com exposição contínua como intermitente, pelo que são essenciais cuidados adicionais.
  • Alguns tipos de pele são mais sensíveis à radiação UV, por exemplo, as peles mais claras e pessoas com olhos claros. “As pessoas que correm mais riscos são as pessoas ruivas ou loiras e com sardas”.
  • Os sinais resultam de acumulação de melanócitos (células que produzem melanina, substância que é responsável pela coloração) à superfície da pele. O número elevado de sinais no corpo e com irregularidades (assimetria, mudança de cor, bordas irregulares e aumento de tamanho) aumentam o risco de desenvolver melanoma.
  • O risco de desenvolver melanoma aumenta com a idade. No entanto, pode ocorrer em qualquer idade.
  • As pessoas que já tiveram um diagnóstico de melanoma, têm maior risco de ter um segundo tumor.
  • Cerca de 10% dos doentes com melanoma têm histórico familiar da doença. Existem mutações associados a um maior risco familiar, como por exemplo: no gene CDKN2A; BRCA; MCR1.

Como desfrutar do sol em segurança?

A prevenção continua a ser a melhor forma para diminuir a incidência do cancro de pele e, embora se verifiquem alterações positivas de comportamento por parte dos portugueses, “é essencial continuar a apostar na consciencialização para os perigos da exposição solar incorreta e excessiva, e sensibilizar as pessoas para vigiarem os seus próprios sinais”, apela a médica oncologista.

Assim, para evitar riscos, nesta época do ano, seja na praia, piscina ou campo, deve usar sempre protetor solar com fator de proteção adequado ao tom de pele, renovando a sua aplicação com frequência, evitar a exposição solar nas horas de maior calor, usar chapéu e os óculos de sol, e manter-se hidratado.

Foto: 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Como forma de agradecimento
Na semana de 13 a 19 de julho, o Jardim Zoológico convida todos os profissionais de saúde, bombeiros e membros da PSP e GNR a...

Para usufruir desta oferta*, em vigor de 13 a 19 de julho, os profissionais deverão apresentar nas bilheteiras o cartão profissional ou uma declaração da entidade patronal, acompanhado do cartão de cidadão.

É também nesta semana que se assinala em todo o mundo o Dia Mundial da Serpente, animal que simboliza as ciências médicas, a 16 de julho, e que tem como objetivo sensibilizar para a importância da conservação destes animais. Apesar de muitas vezes serem considerados assustadores, estes répteis desempenham um papel fundamental no ecossistema e para o Homem: os princípios ativos dos seus venenos são usados para obtenção de medicamentos para várias doenças humanas e, para além disso, contribuem ativamente para o controlo de pragas.

De forma a celebrar esta data, e apesar do Reptilário se encontrar temporariamente encerrado, no dia 16 de julho, às 15h, poderá participar numa viagem virtual pelas serpentes do Jardim Zoológico e descobrir as mais interessantes curiosidades sobre estes animais.

Depois de quase três meses fechado ao público, o Jardim Zoológico reabriu no dia 8 de maio com apertadas medidas de higienização e com uma profunda palavra de agradecimento a todos os profissionais que tornaram possível este desconfinamento.

Visite o Jardim Zoológico, sozinho ou em família, descontraia neste espaço seguro ao ar livre e leve novas e felizes memórias consigo.

*Mais informação:

Esta oferta é apenas válida para os membros da Ordem dos Enfermeiros, da Ordem dos Médicos, da PSP, da GNR, operacionais de saúde e bombeiros, não extensível ao agregado familiar e não acumulável com outras ofertas, descontos ou vales. Esta oferta é apenas válida na bilheteira do Jardim Zoológico, de 13 a 19 de julho de 2020. Deverá apresentar nas bilheteiras o cartão profissional ou uma declaração da entidade patronal. É imprescindível a apresentação física do mesmo, acompanhado pelo cartão de identificação.

Para mais informações visite www.zoo.pt.

 

Exposição virtual do Museu da Farmácia abre portas ao público
“Um Mundo de Máscaras” abre portas ao público, em formato presencial, a partir desta quarta-feira, 8 de Julho, no Museu da...

A exposição virtual foi inaugurada a 18 de Maio e, até ao momento, teve 8.300 visitantes.

«A resposta à exposição virtual tem sido excelente e acreditamos que vamos ter uma reacção semelhante à inauguração presencial, não só pelo simbolismo actual da máscara, mas também pelo próprio interesse histórico que este objecto acarreta», afirma Gonçalo Magano, curador do Museu da Farmácia.

A iniciativa, que tem como embaixadora a secretária de Estado para a Cidadania e a Igualdade, Rosa Monteiro, procura promover uma ponte entre o presente e o passado, de modo a desmistificar a utilização deste objecto milenar utilizado para diversos fins ao longo da história, além da protecção.

Esta exposição conta também com uma componente de Realidade Aumentada, uma tecnologia que permite projectar conteúdos virtuais, como imagens, no mundo real. Através da simples leitura de um código QR, o visitante poderá viajar no tempo e “vestir”, de forma virtual, as máscaras que compõem a exposição. Para desfrutar desta experiência interactiva necessitará apenas de um telemóvel com câmara.

Um dos exemplos de máscaras que será possível ver é a Máscara do Fato da Peste Negra, criada no século XVII, para proteger os médicos que tratavam os infectados. Esta tem a particularidade de apresentar um bico comprido no qual eram colocadas ervas aromáticas e palha, de forma a filtrar os cheiros para protecção do médico, de acordo com as crenças de então.

Além do efeito de protecção, que dado o contexto actual está bastante massificado, as máscaras também foram utilizadas na Europa enquanto instrumentos de punição, como é caso da Máscara da Vergonha, igualmente patente na exposição. Quando uma pessoa violava alguma convenção social poderia ter como castigo a utilização deste tipo de máscaras.

A exposição leva-nos ainda até ao continente africano e às suas Máscaras de Feiticeiros, utilizadas em cerimónias e rituais de comunicação do homem com os deuses, espíritos e ancestrais.

Estes são apenas alguns exemplos presentes nesta exposição que nos oferece uma viagem aos diferentes continentes, ao longo dos séculos, através das máscaras. Um elemento que passou a fazer parte do dia-a-dia de todos os cidadãos do mundo e que, como nos mostra a exposição, é um símbolo da diversidade existente entre civilizações, países, culturas e povos.

“Um Mundo de Máscaras” é uma iniciativa do Museu da Farmácia em parceria com o Museu da Ciência da Universidade de Coimbra, o Museu da Marioneta, o Museu do Oriente e o Museu Nacional de Etnologia. Pode ser visitada no Museu da Farmácia, na Rua Marechal Saldanha 1, em Lisboa, das 10h as 19h, de segunda a domingo, até 30 de Setembro. A entrada é gratuita.

Campanha “Alerta Doença Venosa”
Arrancou a campanha “Alerta Doença Venosa” da Sociedade Portuguesa de Angiologia e Cirurgia Vascular (SPACV), que tem como...

O objetivo da campanha é aumentar o conhecimento existente sobre a doença junto da população geral e demonstrar a importância de diagnosticar precocemente os doentes com Doença Venosa Crónica (DVC). A DVC quando não é identificada e tratada a tempo pode originar diversas complicações que têm um elevado impacto no dia-a-dia dos doentes.

Em Portugal, à semelhança de outros países ocidentais, esta doença tem uma elevada prevalência, atingindo cerca de 35% da população adulta, com maior incidência nas mulheres a partir dos 30 anos, embora também afete os homens (60% F/ 40% M). Segundo o Prof. Armando Mansilha, Presidente da Sociedade Portuguesa de Angiologia e Cirurgia Vascular, “A Doença Venosa Crónica resulta da insuficiência das veias das pernas em consequência de alterações na parede e nas válvulas das mesmas. O sangue tem mais dificuldade em ser transportado de regresso ao coração e acumula-se nas pernas, o que provoca a inflamação venosa.  Assim surgem os primeiros sintomas, como a dor, pernas cansadas e pernas pesadas, bem como situações mais graves de varizes, edema (pernas inchadas), alterações da cor da pele ou mesmo úlcera venosa.”

No site da campanha qualquer pessoa pode fazer um “Check-up venoso!” aqui: http://www.alertadoencavenosa.pt/quizz e verificar se sofre de doença venosa crónica. Basta responder às perguntas e verificar o risco de sofrer de DVC. Depois de preenchido deve aconselhar-se com o seu médico de família.

“Mesmo nos doentes que ainda não têm varizes visíveis, os sintomas de DVC geram incapacidade para realizar diversas tarefas diárias, tais como as que obrigam a estar em pé ou sentado durante muito tempo, mas também subir escadas ou ajoelhar-se. Acresce-se que, com a evolução da doença, surgem manifestações cutâneas progressivamente mais severas que podem inclusive culminar na úlcera venosa”, acrescenta o Prof. Armando Mansilha.

Os principais fatores de risco para vir a sofrer de DVC são:

  • A predisposição familiar: uma pessoa que tenha antecedentes familiares de DVC tem maior probabilidade de vir a desenvolver a doença;
  • O sexo feminino: devido às alterações hormonais, à contraceção hormonal e à gravidez;
  • A idade: à medida que envelhecemos as nossas veias perdem resistência;
  • A obesidade: o excesso de peso provoca uma grande carga nos membros inferiores e, consequentemente, nas veias;
  • A gravidez: provoca alterações hormonais e grande carga nos membros inferiores (consequentemente, nas veias);

Outros fatores de risco são a falta de exercício físico e o sedentarismo, o consumo de tabaco, a obstipação, e permanecer parado, durante longos períodos, de pé ou sentado.

Assim, os doentes devem recorrer à ajuda médica sempre que suspeitem que estão perante uma situação de DVC. O diagnóstico é simples, podendo numa consulta médica de cirurgia vascular serem investigados aspetos relacionados com a doença. Segue-se um exame físico, onde se procuram sintomas e sinais da doença, podendo nesta fase ser utilizado um Doppler portátil ou um eco-Doppler colorido, para identificar a presença de refluxo ou potencial oclusão das veias.

COVID-19
No âmbito das ações que têm vindo a ser adotadas para reforço das medidas de limpeza e higienização o Metropolitano de Lisboa...

Estão previstas realizar mais cinco ações de desinfeção deste tipo, à cadência de uma por mês, sendo a do próximo mês de agosto a sexta, de um pacote de seis inicialmente contratualizado, e as restantes quatro, que ocorrerão de setembro a dezembro, já em fase de adjudicação. Poderá ser ponderado a realização de mais ações idênticas, caso a situação pandémica se venha a manter em 2021.

O produto aplicado tem uma ação prolongada, mantendo-se ativo o efeito biocida até 30 dias. Recordamos que a primeira aplicação ocorreu a 14 de março.

Recorde-se que nos comboios o desinfetante está a ser aplicado nas cabinas de condução do maquinista e nas carruagens, nomeadamente nos bancos, varões, pegas, vidros e outras superfícies. Nas estações, a desinfeção realiza-se nos corrimãos das escadas fixas e mecânicas, mobiliário de estação, máquinas automáticas de venda de títulos, cabinas e postos de venda, linhas de controle, elevadores e outras instalações.

Para além destas ações mensais de limpeza, o Metropolitano de Lisboa continua a reforçar a limpeza diária das instalações e das zonas mais críticas de contacto com o público e com os seus trabalhadores, a qual não interfere com as referidas ações de desinfeção. A empresa está a realizar, igualmente, desde o dia 04 de maio, o reforço da limpeza das pegas e varões e outras superfícies de maior contacto no interior dos comboios em circulação, no período compreendido entre a hora de ponta da manhã e a hora de ponta da tarde, em todas as linhas.

O Metropolitano de Lisboa, com o conjunto de medidas internas e externas já implementadas, continua a dar cumprimento às instruções emanadas pela sua Tutela e pela Direção Geral de Saúde, em alinhamento com as melhores práticas implementadas noutras empresas congéneres e instituições nacionais e internacionais.

Fique a saber
É um tipo de cancro raro, que se espalha rapidamente, e que habitualmente surge após os 50 anos, em

Às vezes chamado de carcinoma neuroendócrino da pele, o Carcinoma de Células Merkel surge do crescimento descontrolado de células da pele que compartilham algumas características com as células normais de Merkel. Este tipo de tumor ocorre principalmente na pele exposta ao sol, como cabeça, pescoço e braços, mas pode desenvolver-se em qualquer parte do corpo, incluindo em áreas protegidas pelo sol.

O que são as células de Merkel?

As Células de Merkel são células normais da epiderme (a camada externa da pele) que agem, sobretudo, como recetores de toque e produzem determinadas hormonas, daí também serem conhecidas como células neuroendócrinas. Embora nem todas as funções destas células sejam conhecidas, é claro que elas transmitem informações relacionadas ao toque, como textura e pressão ao cérebro. Embora estejam presentes na pele humana em vários locais do corpo, podem ser encontradas maioritariamente nas pontas dos dedos, lábios ou rosto, onde a sensação de toque é mais aguda.

Quais as causas?

O carcinoma de células de Merkel é, frequentemente, associado a um vírus extremamente comum (e geralmente inofensivo), o poliomavírus. Outra causa muito importante para o desenvolvimento da doença é a exposição prolongada, ao longo de anos, à luz solar, e que afeta, sobretudo, pessoas com um tom de pele muito claro.

Sabe-se, no entanto, que a maioria dos casos de Carcinoma de Células de Merkel (cerca de 80%) são causados ​​pelo vírus, sendo os 20% restantes causados ​​por danos muito extensos provocados ​​pelo sol. 

Por outro lado, as pessoas que têm uma supressão significativa e prolongada do seu sistema imunitário, como é o caso dos doentes imunodeprimidos, apresentam elevado alto risco de desenvolver a doença.  

Quais os sintomas?

De acordo com Maria José Passos, presidente do Intergrupo Português de Melanoma, este tipo de tumor “apresenta-se como um nódulo cutâneo ou subcutâneo isolado, frequentemente em áreas expostas ao sol, como a face e membros”.

Como é feito o diagnóstico?

“O CCM é um tumor muito raro, cujo diagnóstico pode ser difícil. Exige patologistas experientes e diagnóstico diferencial com outros tumores, como o melanoma, linfoma entre outros”, explica Maria José Passos. A biópsia vai determinar a presença da doença.

Como se trata?

Segundo a especialista, “o tratamento da doença localizada é cirúrgico, consistindo na excisão da lesão primária, por vezes seguido de radioterapia. Mais de 95% dos doentes fica sem doença detetável, mas cerca de metade dos casos reaparece”.

A doença localmente avançada ou com metástases, “tem um comportamento agressivo, mas na maioria dos casos responde bem à quimioterapia, só que infelizmente estas respostas não são duradouras e a doença volta rapidamente, levando à morte em poucos meses.”

Qual o prognóstico?

A sobrevivência e a recorrência da doença são duas medidas críticas de prognóstico.

Recorrência refere-se à recidiva do tumor e a "sobrevivência específica do MCC" refere-se à probabilidade de não morrer deste tipo de cancro.

Em geral, os doentes com doença localizada melhoraram a sobrevida em comparação com pacientes com doença metastizada.  A maioria das mortes por MCC ocorre nos primeiros três anos após o diagnóstico.

De acordo com a presidente do Intergrupo Português de Melanoma, Maria José Passos,  “o mais importante é a prevenção e deteção precoce à semelhança do que acontece nos tumores cutâneos mais frequentes. É importante evitar os comportamentos de risco como exposição solar crónica exagerada e intensa (12-16h) sobretudo na infância”. 

Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
8 de julho | Dia Mundial da Alergia
Assinala-se a 8 de julho o Dia Mundial da Alergia, uma iniciativa conjunta da Organização Mundial da Saúde e da Organização...

Alergias e COVID-19 é o tema em destaque para este Dia Mundial da Alergia pois, embora as patologias alérgicas não tenham sido identificadas como um fator de risco para contrair a infeção pelo novo coronavírus, algumas delas podem representar um fator de agravamento para a pessoa que tem COVID-19.

Desde o início da pandemia que a SPAIC tem vindo a publicar um conjunto de recomendações dirigidas a doentes e a prestadores de cuidados de saúde sobre a relação entre as várias doenças alérgicas e a COVID-19.

Em Portugal, estima-se que a doença alérgica afete cerca de um terço da população: de acordo com os dados atuais, 30% da nossa população tem queixas de rinite, 18% tem concomitantemente queixas de conjuntivite, 6.7% asma e cerca de 5% reportam alergia alimentar”, sublinha Pedro Martins, vice-presidente da Sociedade Portuguesa de Alergologia e Imunologia Clínica.

De acordo com a Sociedade Portuguesa de Alergologia e Imunologia Clínica, o subdiagnóstico é particularmente frequente no caso das doenças alérgicas respiratórias, que podem ser confundidas com outras situações também comuns. A maioria das alergias identificada nestas doenças são aos ácaros do pó doméstico, aos pólenes de gramíneas, parietária e oliveira e aos epitélios de cão e gato.

Para melhorar o diagnóstico, “há que estar atento à duração dos sintomas, aos fatores desencadeantes e aos fatores de alívio. Uma avaliação por um médico imunoalergologista constituirá uma mais valia para melhorar o processo de diagnóstico”, defende a SPAIC.

Em dois meses
A linha telefónica de informação COVID-19 e Diabetes recebeu, em dois meses, mais de 500 chamadas de cuidadores, familiares e...

Esta linha, criada pela Sociedade Portuguesa de Endocrinologia, Diabetes e Metabolismo (SPEDM), pelo Núcleo de Diabetes Mellitus da Sociedade Portuguesa de Medicina Interna (SPMI) e pela Sociedade Portuguesa de Diabetologia (SPD), com o apoio da farmacêutica Lilly envolveu, ao longo de dois meses 31 médicos endocrinologistas, de medicina interna e de diabetologia em regime voluntário. Os especialistas estiveram disponíveis todos os dias da semana, das 8h às 22h, para responder às questões dos doentes.

“No início, as perguntas que nos chegavam estavam relacionadas com a COVID-19 e a diabetes. As pessoas começaram a ouvir notícias que mencionavam que as pessoas com diabetes eram um dos grupos de risco para quem contrai o novo vírus, e surgiram muitos receios e dúvidas por parte dos doentes, que eram necessárias esclarecer. Muitas pessoas deixaram de contactar diretamente com os seus médicos de medicina geral e familiar e deixaram de se dirigir a centros de saúde e hospitais. Contudo, era essencial continuar a fazer chegar a informação médica ao doente e clarificar as mensagens que estavam a ser veiculadas na opinião pública. Foi por esse motivo que as sociedades decidiram criar a linha de apoio” revela Estevão Pape, Coordenador do Núcleo de Diabetes Mellitus da Sociedade Portuguesa de Medicina Interna (SPMI)

O mês de abril foi o mês em que surgiram mais chamadas de questões e pedidos de apoio, dado ao confinamento e Estado de Emergência Nacional em que nos encontrávamos. Algumas das principais questões que chegaram à linha telefónica foram dúvidas sobre as terapêuticas, aumento de peso, controlo dos níveis de glicose no sangue e necessidade de ajuste de tratamento. Contudo chegaram também algumas questões burocráticas e relacionadas com o teletrabalho, direitos dos doentes com diabetes e autorizações para transporte de insulina no controlo alfandegário.

Davide Carvalho, presidente da SPEM, anuncia que “dado ao decréscimo do número de chamadas que se registou naturalmente, relacionado com o voltar da normalidade e a remarcação de consultas médicas e a normalização das idas aos centros de saúde e hospitais, a linha de apoio voluntária foi desativada. As sociedades vão continuar o seu trabalho de apoio aos médicos, profissionais de saúde e doentes, nos moldes que existiam até aqui. Fazemos um balanço muito positivo da linha telefónica, que teve um papel essencial durante o confinamento social. “

Muitas das pessoas que contactaram a linha tinham 40 ou mais anos, o que está de acordo com o perfil das pessoas que têm diabetes mellitus tipo 2. Contudo também registaram chamadas de doentes mais novos, com diabetes mellitus tipo 1. Verificou-se também uma procura interessante por parte de familiares, amigos e cuidadores de pessoas que vivem com diabetes que procuraram esclarecer algumas dúvidas. Apesar das chamadas terem sido feitas maioritariamente do território português, verificaram-se também contactos de portugueses a viver no estrangeiro, como a Suíça e o México.

 

7 de julho | Dia Mundial do Chocolate
A história do chocolate remonta à civilização maia que produzia uma bebida amarga a partir das semen

Ao cacau se atribuem 7 propriedades benéficas para a saúde, que vamos agora juntos descobrir:

1.       Reduz o risco de eventos cerebrovasculares (acidente vascular cerebral) e cardiovasculares

Apesar de alguma controvérsia, são vários os estudos que associam o consumo moderado, em homens e mulheres saudáveis, de chocolate negro com mais de 70% de cacau (mais evidência ainda se com mais de 85%) a um menor risco de eventos cerebrocardiovasculares, entre os quais o acidente vascular cerebral que é a primeira causa de morte, em Portugal.

2.       Elevada riqueza nutricional

O chocolate negro é uma fonte importante de fibra, ferro, magnésio, cobre, manganésio e potássio, tornando-o altamente privilegiado pelos atletas e desportistas na reposição das perdas que decorrem da maioria destes nutrientes durante a atividade física. A sua elevada densidade energética é o seu senão, chegando a fornecer cerca de 600 kcal por 100 g de produto, motivo pelo qual o seu consumo deve ser moderado.

3.       Fonte considerável de antioxidantes

A sua atividade antioxidante contra os radicais livres, conferida pela sua riqueza em polifenóis, flavonóides, catequinas, entre outros, tornam o cacau num interessante escudo antienvelhecimento.

4.       Melhoria do fluxo do sangue e redução da pressão arterial

A ação dos flavonóides sobre o endotélio vascular conduz à produção de óxido nítrico, contribuindo para melhorar o fluxo do sangue e reduzir a tensão arterial em pessoas saudáveis.

5.       Diminuição do colesterol “mau”

Alguns estudos demonstram que o cacau em pó pode ser benéfico na redução do mau colesterol (colesterol-LDL), diminuindo o risco de aterosclerose.

6.       Melhoria da função cerebral

Tem prazer a comer chocolate? A sua riqueza em triptofano contribui para a produção de serotonina, um neurotransmissor cerebral relacionado com o bem-estar. Por outro lado, o chocolate causa aumento das endorfinas que melhoram o humor. Além de melhorar o fluxo sanguíneo no cérebro, o chocolate negro e o cacau possuem cafeína e teobromina, importantes estimulantes cerebrais.

No entanto, não se engane! O chocolate não é todo igual! O benefício do chocolate para a saúde prende-se com o cacau. Quanto mais cacau na sua constituição tiver o chocolate, mais escuro ele é e, portanto, mais saudável.

Dicas? O ideal é usar o cacau em pó por ser 100% cacau, sem adição de açúcar e outros produtos resultantes do processamento.

Chocolate branco tecnicamente não é chocolate. Não tem massa de cacau, tem apenas manteiga de cacau. Logo, perde todos estes benefícios.

Se prefere chocolate em barra, quanto maior o teor de cacau, melhor. Como escolher? Olhe para a lista de ingredientes e escolha aquele que na lista de ingredientes apresente o cacau como primeiro ingrediente da lista, porque isto quer dizer que esse é o ingrediente que mais abunda nesse chocolate. Evite chocolates que em vez de manteiga de cacau, possuem gordura hidrogenada na sua lista de ingredientes, pois são “fracos” chocolates. Se puder escolher um chocolate sem adição de açúcar, melhor ainda.

Regra prática: consumir um ou dois quadradinhos de chocolate por dia são o suficiente para atingir ganhos.

Acabou de ler este artigo e ainda procura pelo sétimo benefício?

Afrodisíaco, conhecido como o alimento dos deuses!!!

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Headstart e EIT Health Catapult
As listas dos semi-finalistas das duas principais competições de inovadores em saúde acabam de ser anunciadas.

Dois dos mais importantes programas de aceleração na área da saúde do EIT Health acabam de anunciar os semifinalistas deste ano. Estas equipas irão agora ter acesso a mentoria e apoio financeiro e ainda competir pela atenção dos investidores e por um lugar no pódio durante as Grandes Finais, que irão acontecer no segundo semestre do ano. No Programa Headstart, o EIT Health decidiu apoiar 89 startups na Europa, incluindo 17 equipas das regiões mais progressivas. Sete startups são de Itália, duas de Portugal, Polónia e Estónia e uma da Roménia, Hungria, Grécia e Letónia.

Entre os semi-finalistas portugueses do Headstart estão a Bac3Gel e a C-mo Medical Solutions. A C-mo Medical Solutions pretende responder a uma necessidade clínica relevante com um dispositivo de monitorização de tosse, que fornece uma avaliação abrangente dos padrões distintos de tosse de um paciente. Esta solução visa facilitar e agilizar o diagnóstico da doença subjacente à tosse, permitindo a prescrição de terapias e tratamentos personalizados e precisos. A Bac3Gel está a desenvolver um substrato universal para cultura de bactérias que permite gerar infeções humanas in vitro e auxiliar no desenvolvimento de novos antibióticos.  Este ano, o EIT Health expandiu a oferta do concurso Headstart para ajudar na procura de soluções digitais de combate à COVID-19 e selecionou startups que utilizarão este apoio para desenvolver produtos e serviços que pretendem ajudar a Europa a conter, tratar e gerir esta doença.

Todas as equipas recebem 40.000€ para desenvolver as suas inovações e atrair investimentos privados. As start-ups irão competir por 10.000€ adicionais durante a Grande Final. Este ano a participação no programa Headstart foi três vezes superior à de 2019, já que foram recebidas mais de 150 candidaturas vindas de regiões em desenvolvimento do Centro, Leste e Sul Europeu.

A lista de todos os projetos selecionados encontra-se disponível aqui.

O segundo programa, o EIT Health Catapult, oferece 40.000€ para o primeiro, 20.000€ para o segundo e 10.000€ para o terceiro lugar em três categorias: medtech, saúde digital e biotecnologia. Até à Grande Final, as equipas irão ter acesso a mentores e formação em modelo de negócio e planeamento, negociação de acordos de investimento e formação em pitch, assim como um acesso facilitado a especialistas e investidores de alto nível. Entre os semi-finalistas há uma equipa de Portugal - Criam. Mais informação sobre os projetos finalistas aqui.

A chave para o desenvolvimento de sistemas de saúde inovadores está nas mãos da próxima geração: jovens talentos que desenvolvem as soluções de saúde do futuro. O nosso objetivo é fornecer o suporte necessário, orientação e oportunidades de networking a todos eles. Tenho muito orgulho em ver que existem tantos jovens talentosos nestas regiões em franco desenvolvimento, que trabalham em soluções de saúde que podem vir a tornar a vida de muitas pessoas mais saudável e longa - referiu Inês Matias, Business Creation Manager da EIT Health InnoStars.

Dia Mundial do Sono 2020
A World Sleep Society atribuiu um Distinguished Activity Award, uma das suas mais altas distinções, ao conjunto de atividades...

Subordinado ao tema "Melhor sono, melhor vida, melhor planeta", o trabalho desenvolvido pelo CNC-UC e a APS destacou-se pelo esforço em sensibilizar a população para a relevância do sono na saúde e bem-estar.

Neste âmbito, foi desenvolvida uma campanha nacional de hábitos saudáveis de sono que consistiu na divulgação de infografias relativas a cuidados a ter para um sono saudável, disseminadas em painéis digitais em várias cidades do país, como painéis físicos em Lisboa, Porto, Coimbra e Faro. Segundo o relatório da campanha, estima-se que mais de 1.5 milhões de pessoas tenham tido contacto com estas infografias. Foi também produzida uma animação informativa acerca do “Sono ao Longo da Vida”, divulgada nas redes sociais. A campanha foi potenciada pelo projeto “no-OSA no-AGEING” - financiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT) -, coordenado por Ana Rita Álvaro, investigadora do CNC-UC.

A comemoração do Dia Mundial do Sono incluiu ainda a realização de ações de formação e sensibilização sobre a importância do sono dirigidas a instituições de ensino, grupos profissionais de saúde e meios de comunicação social, bem como o lançamento do livro digital "Bons Sonhos", gratuito e acessível à população, sobre o sono e os seus problemas mais comuns.    

É a segunda vez consecutiva que as atividades desenvolvidas pelo CNC-UC e a APS, no âmbito das celebrações do Dia Mundial do Sono, são distinguidas com este galardão internacional.

As ações do Dia Mundial de Sono 2020 contaram com o apoio da Câmara Municipal de Coimbra, Gasoxmed e Philips.

Comissão Europeia
A Gilead Sciences, Inc. (Nasdaq: GILD) anunciou hoje que a Comissão Europeia concedeu a autorização de introdução no mercado...

Sob esta autorização, o Remdesivir está indicado para o tratamento da COVID-19 em adultos e adolescentes (com idade igual ou superior a 12 anos e com peso corporal de pelo menos 40 kg) com pneumonia que requerem administração suplementar de oxigénio.

“Ficamos reconhecidos com a rápida revisão do Remdesivir por parte da Agência Europeia do Medicamento que destaca a natureza sem precedentes desta pandemia", disse Merdad Parsey, MD, PhD, Chief Medical Officer da Gilead Sciences. "Esta autorização de introdução no mercado condicional é um importante marco no trabalho conjunto para responder às necessidades de tratamento dos doentes em toda a Europa.”

O Remdesivir foi estudado em doentes hospitalizados com COVID-19, abrangendo um espectro de severidade da doença. A autorização de introdução no mercado condicional de Remdesivir é suportada pelo ensaio global de Fase 3 de Remdesivir conduzido pelo National Institute of Allergic and Infectious Diseases dos EUA (NIAID). Uma autorização de introdução no mercado condicional na Europa é inicialmente válida por um ano, mas pode ser prorrogada ou convertida numa autorização de introdução no mercado (sem condições) após a apresentação de dados adicionais.

Os ensaios clínicos em curso continuam a avaliar a segurança e eficácia do Remdesivir, incluindo estudos de Remdesivir em combinação com medicamentos anti-inflamatórios e em populações especiais, incluindo doentes pediátricos. Está também a ser realizada investigação sobre novas formulações do Remdesivir que podelevar ao desenvolvimento de estudos em fases mais precoces da doença.

Estudo conclui
Uma parte muito significativa de doentes com artrite reumatoide, doença inflamatória das articulações, pode estar com medicação...

Uma vez que ainda não há cura para a artrite reumatoide, alcançar o estado de remissão da doença, isto é, a ausência completa de atividade inflamatória, é fundamental para os doentes e para os médicos. Para definir esse estado de remissão, um dos indicadores usados na clínica é a Avaliação Global pelo Doente (PtGA), reportada pelo paciente sobre o seu estado. No entanto, é um indicador que depende da interpretação do doente, podendo afetar o tratamento.

Segundo as normas internacionais estabelecidas para o tratamento da artrite reumatoide, apoiadas pelas associações europeia e americana de reumatologia, a remissão da doença exige que não exista mais do que uma articulação dolorosa ou inflamada e que e avaliação global pelo doente seja, no máximo, de 1, numa escala analógica de zero a 10.

Os investigadores quiseram analisar qual o impacto da avaliação global pelo paciente na obtenção do estado de remissão em doentes com artrite reumatoide. Para tal, foi realizada um meta-análise a oito estudos nacionais e internacionais, refletindo ensaios clínicos e contextos de prática clínica corrente, com dados de 23297 doentes.

Os resultados obtidos neste estudo permitem concluir que a avaliação global pelo doente «é a principal causa isolada de não atingimento do estado remissão. Com efeito, apreciando os resultados destes estudos, incluindo dois da nossa autoria, concluímos que 12% dos 23297 pacientes atingiam remissão completa, enquanto 19% a falhavam apenas pela avaliação global reportada pelo doente», relata José António Pereira da Silva.

Considerando que, em estudos anteriores, já tinha sido demonstrado que «a avaliação global pelo doente não traduz, nestas circunstâncias, a presença de inflamação persistente, antes estando relacionada com doenças concomitantes, dores de outra origem e estados depressivos, estes resultados indicam que uma parte muito significativa dos doentes com artrite reumatoide estará a receber tratamento em excesso, se forem seguidas as recomendações internacionais, visto que a circunstância que impede o atingimento do alvo terapêutico não é passível de melhoria por tratamento dirigido à artrite reumatoide», explica o catedrático da FMUC.

Ou seja, reforça, «esta avaliação global da doença pelo paciente impede, inadequadamente, que uma percentagem elevada de doentes atinja o alvo terapêutico de “remissão”, colocando-os assim em risco de tratamento excessivo». Segundo as diretrizes internacionais estabelecidas, «caso a remissão não seja atingida, o tratamento deve ser reforçado. Isto justifica-se porque a remissão corresponde ao melhor resultado sintomático e também à melhor garantia de preservação a longo prazo da integridade estrutural das articulações e da capacidade funcional do doente».

Este estudo, distinguido no Congresso Europeu de Reumatologia 2020, que decorreu recentemente em formato online devido à atual crise pandémica, insere-se «num movimento com forte impacto internacional, liderado pelo Serviço de Reumatologia do CHUC, no sentido de rever as definições internacionais de remissão e alvo terapêutico nesta importante condição clínica», refere ainda José António Pereira da Silva.

Covid-19
A Associação dos Instaladores de Portugal (AIPOR) elaborou um manual de recomendações com medidas a ter em conta na operação...

A utilização de equipamento de Ar Condicionado é considerada segura, não existindo risco acrescido de transmissão do vírus SARS-Cov-2. Em conjunto com as indicações da Direção-Geral da Saúde (DGS), este tipo de equipamento pode ajudar a mitigar a propagação da Covid-19.

No manual de recomendações lançado pela AIPOR, são apontadas várias medidas, entre as quais: Garantir a ventilação de espaços com ar novo (do exterior); Ligar a ventilação para a velocidade média no mínimo 2 horas antes da sua utilização e para a velocidade reduzida durante 2 horas após a saída dos colaboradores; À noite e fins de semana, não desligar a ventilação, mas mantê-la a velocidade reduzida; Garantir o arejamento através da abertura de janelas (mesmo quando o edifício possui ventilação mecânica); Colocar todas as Unidades de Tratamento de Ar com recirculação de ar novo a 100%; Não efetuar a limpeza de condutas durante este período; Substituir os filtros conforme Plano de Manutenção Preventiva.

A AIPOR fez chegar, em meados de maio, este manual à DGS para apoiar na elaboração de orientações técnicas no âmbito do AVAC, culminando já na primeira publicação sobre o tema, em 29 de junho de 2020, da orientação 33/2020 para as Unidades de Prestação de Cuidados de Saúde.

Celeste Campinho, Presidente da AIPOR, assinala que “o ar condicionado não aumenta a carga viral de qualquer vírus, mas faz com que a mesma diminua pelo seu efeito de difusão e diluição no ar. Desta forma, a ideia de que o ar condicionado possa contribuir para propagar o novo coronavírus está completamente errada”. 

Para a elaboração deste manual, a AIPOR contou com o contributo de entidades mundiais como a Federação Europeia de Aquecimento, Ventilação e Ar Condicionado (REHVA), a Sociedade Americana de Engenheiros de Aquecimento, Refrigeração e Ar Condicionado (ASHRAE), bem como a Ordem dos Engenheiros. 

Após 3 meses
Dezassete instituições já permitiram o regresso, a partir do início desta semana, de 169 estudantes da Escola Superior de...

Este contingente representa 48% dos 351 estudantes inscritos em ensino clínico no 3º ano da licenciatura em Enfermagem e nele se incluem 30 alunos que haviam interrompido as atividades formativas em contexto clínico iniciadas em outras instituições nacionais e internacionais ao abrigo dos programas de mobilidade Vasco da Gama e Erasmus.

Aos 182 estudantes do 3º ano que ainda aguardam pelo retorno dos ensinos clínicos (em contacto direto com os utentes dos serviços) então interrompidos, juntam-se 352 do 2º ano do curso, que terão obrigatoriamente de concluir dois blocos de ensino clínico (em contexto hospitalar e na comunidade).

Embora todos estes estudantes do 2º ano tenham feito «parte do ensino clínico» em questão, não foi possível que «nenhum terminasse a unidade curricular», afirma a adjunta da Presidente da ESEnfC e coordenadora do Gabinete de Gestão Científico-Pedagógica dos Ensinos Clínicos (GGCPEC), professora Maria do Céu Carrageta, segundo a qual «está previsto que a retoma» para este grupo «seja a partir de setembro, assim como para os restantes estudantes do 3º ano, se a situação de crise pandémica e as instituições de saúde o permitirem».

Importante, para já, para a ESEnfC, é «a disponibilidade das instituições que autorizaram a retoma dos ensinos clínicos e que permitem, assim, dar continuidade ao percurso académico de um conjunto de estudantes muito significativo», evitando «um afastamento mais prolongado com os contextos clínicos, o que é benéfico para a aprendizagem», e atenuando «a condensação de atividades no próximo ano letivo».

ESEnfC agradece

Instituto Português de Oncologia de Coimbra Francisco Gentil, Hospital Distrital da Figueira da Foz, Hospital Infante D. Pedro (Centro Hospitalar do Baixo Vouga), Administração Regional de Saúde do Centro, Centro Cirúrgico de Coimbra, Centro de Medicina de Reabilitação da Região Centro - Rovisco Pais, Casa de Saúde de Santa Filomena (Grupo Sanfil Medicina), Hospital Arcebispo João Crisóstomo (Cantanhede), Hospital Misericórdia da Mealhada, Hospital José Luciano de Castro (Anadia), Santa Casa da Misericórdia de Cantanhede, Santa Casa da Misericórdia da Vila de Pereira, Cáritas Diocesana de Coimbra, Casa do Juiz, Fundação Ferreira Freire, Fundação Sophia e Residências Montepio são as instituições que asseguram o retorno dos estudantes aos ensinos clínicos (pelo período de 29 de junho a 24 de julho), o que a ESEnfC muito reconhece.

Para o regresso aos ensinos clínicos, estudantes e professores participaram numa sessão por Zoom, organizada dias antes entre o GGCPEC e a Unidade Diferenciada de Ação Social, Saúde Escolar e Saúde no Trabalho, da ESEnfC, com a presença da Presidente da Escola, Aida Cruz Mendes, que visou reforçar o conhecimento sobre o manuseamento e a utilização segura dos equipamentos de proteção individual, apresentar orientações gerais e esclarecer dúvidas dos estudantes.

A ESEnfC considera que a realização de experiência clínica neste contexto de pandemia é uma oportunidade acrescida de aprendizagem para os estudantes, particularmente no domínio das competências ligadas à gestão do risco do exercício da futura profissão.

Para os estudantes do 4º ano (finalistas de Enfermagem), que já tinham o número mínimo de horas obrigatórias de ensino clínico aquando da suspensão generalizada de atividades letivas e não letivas presenciais, o programa da unidade curricular de Ensino Clínico Opcional foi excecionalmente reformulado, adotando outras modalidades de ensino (como seminários, projetos e/ou atividades de investigação, incluindo a monografia), estando reunidas as condições para terminarem o ciclo de estudos no final de julho.

Opinião
A partir do Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra (CES-UC), o Projeto europeu Diversi

Portugal tem sido apontado como um país exemplar pelo seu percurso de reconhecimento de direitos LGBTI+. O mais recente relatório da OCDE1, apresentado a 24 de junho, destaca Portugal como o segundo país mais dinâmico nesta matéria. Já anteriormente, o Inquérito Europeu LGBTI realizado pela Agência dos Direitos Fundamentais da União Europeia (FRA) permitira conhecer comparativamente este progresso.

Parece significativo que, numa longa caminhada pela inclusão iniciada em 20012, o último grande passo do legislador tenha sido a aprovação da Lei de Autodeterminação de Género em 2018 (Lei nº38/2018, de 7 de agosto), cuja regulamentação visa proteger crianças e jovens face a qualquer forma de violência com base na sua identidade ou expressão de género.

Mas estarão as/os profissionais de saúde e educação, entre outros, preparados para implementar a Lei de Autodeterminação? Como definem género? Que importância lhe atribuem no exercício das suas funções? E que preparação terão recebido nesta matéria, ao longo do seu percurso académico e da sua formação profissional, incluindo formação contínua? Quais as maiores dificuldades que sentem? Estas foram algumas das questões a que procurámos responder através do 1º Inquérito Europeu Diversidade e Infância, construído e implementado entre Fevereiro e Março de 2020 em 9 países por uma equipa de investigadoras do Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra, no âmbito do projeto Diversity and Childhood - Changing social attitudes towards gender diversity in children across Europe.*

Um ano após as medidas de regulamentação da Lei de Autodeterminação, importa conhecer as perceções e dificuldades sentidas por profissionais no terreno, responsáveis pelo cumprimento das medidas que visam justamente proteger crianças e jovens com diversidade sexual e de género. As áreas de intervenção profissional selecionadas foram a Educação, a Saúde, a Intervenção Familiar, os Media e o Espaço Público e Comunitário. Os resultados preliminares para Portugal do Inquérito Europeu Diversidade e Infância permitem extrair conclusões significativas.

Perceções e desafios profissionais no âmbito da autodeterminação de género de crianças e jovens em Portugal

Relatório com base nos resultados do 1º Inquérito Europeu Diversidade e Infância

Abordagem de género

Para a esmagadora maioria de profissionais inquiridos, o género é uma construção social e não uma categoria definida por critérios médicos, o que parece ir ao encontro do cumprimento das normas em matéria de autodeterminação de género. No entanto, para 36% o género define-se como um conjunto de características biológicas e quase ¼ dos profissionais defende ainda uma visão binária do género, fazendo-o coincidir com as categorias sexo masculino e sexo feminino. Esta situação torna plausível a existência obstáculos a crianças e jovens trans, intersexo e não-binários no contacto com profissionais e serviços.

Apesar de uma maioria de profissionais se percecionar como aliada de pessoas de género e sexualidades diversas (58%), 15% considera-se indiferente a esta questão. Essa indiferença é sentida sobretudo nas áreas da educação, intervenção familiar e espaço público. Uma abordagem profissional que ignora as fortes assimetrias de género e sexuais, escudando-se com o princípio de igualdade de tratamento como se esse princípio tivesse uma tradução automática nas práticas quotidianas e/ou institucionais, reproduz necessariamente desigualdade estrutural e, como tal, é cúmplice da desproteção de crianças e jovens LGBTI+.

Défice na formação

Um dado que nos deve fazer refletir é a total ausência de questões LGBTI+ na formação académica e curricular de grande parte destes/as profissionais, com mais de metade a admitir nunca ter feito, posteriormente, uma atualização de conhecimentos ou uma formação específica para o trabalho com crianças e jovens LGBTI+.

Encontramos ainda a perceção transversal a todas as áreas de que muitas instituições em que estes/as profissionais trabalham não são recetivas ao tema da diversidade sexual e de género na infância e juventude. A falta de recursos disponíveis nas instituições sugere que estes profissionais tenham de procurar por iniciativa própria o apoio de que necessitam para o exercício das suas funções nesta vertente, o que sucede apenas de modo residual.

Destes resultados torna-se evidente a necessidade de formação em diversidade sexual e de género direcionada a profissionais de todas as áreas. Com efeito, entre os fatores que mais dificultam a intervenção, surgem destacados a falta de formação para trabalhar especificamente com crianças e jovens LGBTI+ (81.2%), a falta de conhecimento sobre práticas afirmativas/recursos LGBTI+ (78.3%), a falta de conhecimento por parte das/os técnicos/as acerca dos serviços disponíveis (69.8%) e de questões LGBTI+ em geral (66.7%), e a falta de serviços para crianças LGBTI+ (60.9%). E, de facto, 40% dos/as profissionais que responderam ao Inquérito desconhece a existência de qualquer serviço local, regional ou nacional dirigido a crianças e jovens LGBTI+.

Estes dados são corroborados pelo Inquérito LGBTI da Agência dos Direitos Fundamentais da União Europeia (FRA, 2020) que apontam para que 92% das/os jovens entre os 15 e os 17 anos não reporte oficialmente agressões. Parece haver uma sensação de falta de segurança nos serviços e nos profissionais, facto que dificulta uma intervenção integrada.

Educação

Um dado merecedor de atenção é o facto de 73% dos profissionais de Educação nunca ter recebido qualquer formação que lhes permita apoiar um/a estudante LGBTI+ em meio escolar. Igualmente alarmante será o facto de mais da metade destes profissionais revelar não ter acesso a recursos ou políticas específicas para crianças LGBTI+ na instituição onde trabalha, a fim de garantir uma intervenção abrangente e adequada.

Apesar desta ausência de formação, 64% considera existirem necessidades específicas a ter em conta em relação a crianças e jovens LGBTI+ na área de trabalho em que exerce a sua atividade profissional. Entre estes/as profissionais, perto de metade assinala como problemática a ausência de representação, em manuais escolares, da diversidade de género na infância.

Não obstante os avanços legislativos, quase metade dos/as profissionais considera que legislação nacional deve ser melhorada e/ou efetivamente monitorizada de modo a proporcionar reconhecimento e proteção a estudantes LGBTI+ em ambiente escolar. A este propósito sublinhe-se que 68% concorda que os temas de género e diversidade sexual devem ser abordados nas escolas, e que essa mudança deve passar pela formação de professores (64%).

Saúde

Menos de metade dos/as profissionais de saúde inquiridos/as recebeu algum tipo de conteúdo formativo na área LGBTI+. No entanto, a maior parte indica que seu local de trabalho é geralmente recetivo a intervenções específicas na vertente da diversidade de género na infância, e 81% reconhece que é ainda possível melhorar o apoio prestado a crianças e jovens LGBTI+.

Outro dado com grande relevância ao nível da saúde é o facto de ¾ dos profissionais desta área considerar que a maior dificuldade que as crianças e jovens LGBTI+ enfrentam no acesso aos cuidados de saúde é a falta de confiança nos serviços. Urge, portanto, implementar medidas centradas na pessoa paciente, que permitam trabalhar a proximidade e a relação de confiança, para que crianças e jovens LGBTI+ entendam o consultório médico enquanto espaço seguro, inclusivo e livre de violência. A este propósito note-se a importância das questões relacionadas com saúde mental, considerada uma área de grande carência de serviços para crianças e jovens LGBTI+, a par da intervenção com famílias destas crianças (46%) e o apoio social (43%).

Intervenção familiar

A grande maioria dos/as profissionais na área da intervenção familiar não presta apoio específico a crianças e jovens LGBTI+.

Apenas 16% das pessoas respondentes nesta área recebeu algum tipo de formação sobre diversidade sexual e de género ao longo do seu percurso académico ou profissional, mas todos reconhecem que as questões LGBTI+ deveriam ser incluídas regularmente na formação contínua.

Media

Todas as pessoas participantes no Inquérito na área dos média reconhecem a inexistência de intervenção específica e uma ausência generalizada de trabalho direcionado para o tema da diversidade de género na infância e juventude, decorrente do facto de os meios de comunicação social não serem recetivos ao assunto. Entre os obstáculos a um trabalho inclusivo da diversidade sexual e de género destaca-se a crença enraizada de que o jornalismo, para ser objetivo, deve ser neutro, o que impede a adoção de uma perspetiva de género na prática jornalística. Entre os/as profissionais de media respondentes, nenhum/a recebeu formação sobre diversidade sexual e de género, ou viu sequer o tema LGBTI+ abordado durante todo o seu percurso académico.

Espaço Público e Comunitário

Metade dos profissionais que trabalham nesta área considera a sua instituição pouco recetiva a intervenções específicas com crianças e jovens LGBTI+ e reconhece a presença de situações discriminatórias. Estes profissionais sugerem, como boas práticas a adotar, maior abertura à diversidade sexual por parte de técnicos/as e instituições, intervir em situações de comportamentos discriminatórios quando ocorrem, criar maior consciencialização acerca da diversidade sexual e de género, e fazer o mainstreaming de género e sexualidade na formação e aconselhamento profissional.

Conclusão

Após uma longa história de preconceito e discriminação consagrada juridicamente, os primeiros 20 anos do século XXI colocam Portugal na linha da frente de mudanças fundamentais em matéria de cidadania íntima, sexual e reprodutiva. Esse percurso conhece uma importante aceleração a partir do momento em que os movimentos sociais que trabalham nesta área encontram uma interlocução eficiente na Secretária de Estado da Cidadania e Igualdade, cargo ocupado por Catarina Marcelino, entre 2015 e 2017, e Rosa Monteiro, desde então. Com este apoio institucional, temos vindo a assistir a um trabalho consistente na transversalização de medidas de não-discriminação, sobretudo nas áreas da Educação e Saúde, com o envolvimento notável e sem precedentes dos respetivos Ministérios, e a aprovação de planos específicos visando assegurar condições de maior justiça para pessoas LGBTI+. Destaque-se, a este respeito, a Estratégia Nacional Portugal +Igual, que identifica a igualdade e a não discriminação como condições para a construção de um futuro sustentável para o país.

No entanto, a eficácia destas medidas depende do modo como forem efetivamente implementadas no terreno, estando frequentemente refém da boa vontade de profissionais e serviços que continuam a revelar fortes défices e/ou que se confrontam com desafios e resistências que importa superar. Esta necessidade assume maior

relevo na vertente que se reporta a crianças e jovens da Lei da Autodeterminação de Género.

Em suma, a falta de confiança nos serviços confirma a urgência de criar respostas específicas por parte das instituições e, por conseguinte, considerar os/as profissionais como agentes de proximidade face a populações vulneráveis. Este estudo torna evidente que existe ainda um caminho por fazer no que respeita à criação e promoção de espaços seguros para as crianças LGBTI+, daí que o sucesso da Lei da Autodeterminação de Género dependa da implementação de planos de ação LGBTI+ nas instituições, de modo a apoiar uma intervenção eficaz junto destas crianças e jovens.

Concluímos que a falta de formação específica sobre diversidade sexual e de género com um enfoque na infância prejudica a capacidade dos/as profissionais em todas as áreas abrangidas em implementar as medidas previstas na Lei de Autodeterminação. A falta de recursos e uma desatenção estrutural face aos temas de género são apontados como principal causa desta ausência de formação.

Face a este cenário, recomendam-se planos de ação LGBTI+, apostados na formação curricular e contínua, direcionados aos vários setores profissionais, que validem institucionalmente este tipo de conhecimento e intervenção centrada na infância sem deixar que a transformação se opere no tereno graças à boa vontade de profissionais que querem aprender mais. Tal esforço requer o empenho continuado da tutela no desenho da monitorização e acompanhamento da Lei de Autodeterminação, nomeadamente através do envolvimento do Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social e do Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, a par dos Ministérios da Educação e da Saúde cujo trabalho nesta área é já reconhecido.

Caso contrário, corremos o risco de ter um enquadramento jurídico progressista que garante proteção à criança com diversidade de género paralelamente à manutenção de serviços não capacitados para implementar a Lei de Autodeterminação, deixando estas crianças e suas famílias num impasse insustentável. Recordamos que o dever de garantir o superior interesse das crianças se reporta a todas, incluindo crianças com diversidade de género. 

Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Ensaio Clínico
Os resultados positivos do estudo de fase 3 TOURMALINE-MM4, ensaio clínico aleatorizado que avalia o efeito de ixazomib em...

O estudo TOURMALINE-MM4 atingiu o objetivo primário demonstrando que o tratamento com ixazomib em monoterapia resultou numa melhoria estatisticamente significativa na sobrevivência livre de progressão versus placebo em doentes adultos com mieloma múltiplo não candidatos a transplante de células estaminais ([HR] 0,659; IC: 95%; p <0,001). Isto corresponde a uma redução de 34% no risco de progressão ou morte em doentes tratados com ixazomib. O perfil de segurança foi consistente com os resultados reportados anteriormente com uso em monoterapia.

“Existe uma necessidade médica não satisfeita no tratamento de manutenção para o mieloma múltiplo, em que as opções atuais aprovadas são limitadas,” afirmou Joana Tato, Disease Area Lead, Oncology, Takeda Portugal. “Dados clínicos do estudo de fase 3 reforçam o papel do inibidor de proteassoma como terapêutica de manutenção e sugerem que o tratamento a longo prazo pode melhorar a resposta, além de a prolongar. Estes dados podem ser muito impactantes especialmente na população alvo deste estudo, os doentes de mieloma múltiplo não candidatos para transplante de células estaminais que são os que normalmente têm menos opções terapêuticas disponíveis.”

Principais dados do ensaio TOURMALINE-MM4, apresentados incluem:

O ensaio atingiu o endpoint primário, em que o tratamento com ixazomib resultou numa melhoria na sobrevivência livre de progressão estatística e clinicamente significativa em doentes adultos diagnosticados com mieloma múltiplo não candidatos a transplante de células estaminais ( [HR] 0,659; IC: 95%; p <0.001). A mediana de sobrevivência livre de progressão no braço de ixazomibfoi de 17,4 meses em comparação com os 9,4 meses do braço de placebo. Isto corresponde a uma redução de 34% no risco de progressão ou morte em doentes tratados com ixazomib.

O perfil de segurança de ixazomib é consistente com os resultados previamente reportados com o uso de ixazomib em monoterapia e não existiram novos sinais de segurança identificados.

“Os dados positivos de fase 3 que avaliaram ixazomib como terapêutica de manutenção em doentes não candidatos a transplante de células estaminais demonstram uma melhoria significativa na sobrevivência livre de progressão bem como um aprofundamento da resposta,” afirmou Carlos Ribeiro, Oncology Country Head, Takeda Portugal. “Juntamente com os resultados do ensaio US MM-6 (switch de bortezomib subcutâneo para o inibidor de proteasoma oral), esta informação adiciona à evidência que suporta a utilização de ixazomib como um medicamento eficaz, tolerável e conveniente para os doentes com mieloma múltiplo.”

O medicamento está atualmente aprovado em combinação com lenalidomida e dexametasona no tratamento de doentes adultos com mieloma múltiplo recidivante e/ou refratário em mais de 65 países, incluíndo Portugal

Na China
Investigadores chineses identificaram, no organismo de porcos criados em diversas províncias do país, uma nova variante do...

O vírus detetado em suíno está a deixar os cientistas preocupados. Se, por um lado, as atuais vacinas contra a gripe não parecem conferir proteção significativa contra o mesmo; por outro, apesar de ter origem em animais, consegue infetar células humanas. Sabe-se aliás que alguns criadores de porcos chineses já apanharam o vírus e recuperaram, a julgar pela presença de anticorpos no sangue.

Dados sobre a nova estirpe do vírus influenza, como também é conhecido o causador da gripe, acabam de ser publicados na revista da Academia Nacional de Ciências dos EUA (PNAS), num estudo coordenado por George Gao, do Centro Chinês de Controle e Prevenção de Doenças.

Gao e os seus colegas integram um esforço de mapeamento epidemiológico dos vírus influenza em porcos que, entre 2011 e 2018, colheu quase 30 mil amostras de muco do focinho de porcos em dez províncias chinesas que abrigam grandes populações de suínos. Ironicamente, o trabalho foi encaminhado para publicação em dezembro de 2019, pouco antes da crise de saúde pública causada pelo novo coronavírus ganhar corpo na China.

Ficar de olho na evolução dos vírus de porcos é uma medida lógica porque o organismo desses mamíferos domésticos é considerado um “misturador” natural de diferentes estirpes de gripe, como as que circulam em aves (tanto selvagens como domésticas) e em seres humanos.

Não é por acaso que a pandemia de influenza de 2009 ganhou o apelido de “gripe suína”, e sabe-se inclusive que, durante aquele episódio pandémico, houve transmissão de humanos para porcos.

Diferentes formas do vírus da gripe “baralham” frequentemente o seu material genético dentro do organismo dos seus hospedeiros, um processo que costuma dar origem a novas combinações, as quais podem apanhar de surpresa as defesas de futuras vítimas. É o que parece ter acontecido com as novas variantes identificadas pelos investigadores chineses, apelidadas de G4 (genótipo 4).

Assim como o vírus da gripe de 2009, os vírus G4 são classificados como H1N1 (sigla de duas moléculas importantes que compõem o vírus, responsáveis pela sua entrada e saída das células infetadas). Mas sofreram tantas mutações que a vacina contra os vírus H1N1 já conhecidos não é capaz de neutralizá-los.

Além disso, outras moléculas do vírus vêm de misturas genéticas com duas outras estirpes, uma similar à gripe das aves e outra que circulava na América do Norte. Trata-se, portanto, de uma junção de três formas anteriores do vírus influenza, numa combinação que não tinha sido vista até agora.

Experiências feitas com células humanas e com furões (animais muito usados para estudar a evolução da gripe) mostraram que os vírus G4 infetam com facilidade esse tipo de célula e causam sintomas típicos de gripes relativamente graves. Uma análise de anticorpos no sangue a pessoas que fazem criação de porcos nas mesmas províncias chinesas revelou que 10% já teve contato com a nova estirpe.

Os especialistas defendem a intensificação do monitoramento e do controle entre suínos de modo a evitar que o novo vírus consiga espalhar-se mais entre os seres humanos.

Rede de Ação HPV
O Coordenador do Grupo de Oncologia Molecular e Patologia Viral, do Instituto Português de Oncologia do Porto Francisco Gentil ...

O cancro do colo do útero, o segundo tipo de cancro mais frequente na mulher em todo o mundo, é a doença mais relevante associada à infeção por HPV, embora também já seja «um importante fator de risco para o cancro de cabeça e pescoço, especialmente na região da orofaringe», explica Rui Medeiros, em comunicado enviado à Lusa, no dia 29 de junho.

As políticas de prevenção e a regulamentação do acesso ao rastreio são as maiores prioridades do grupo de trabalho – HPV Action Network, que pretende efetivar recomendações europeias padronizadas.

Pretende-se desenvolver políticas de saúde que ofereçam um acesso equitativo à vacinação, triagem, tratamento e literacia para a saúde em todos os países da Europa.

 

Saúde infantil
O impetigo é uma infeção bacteriana cutânea contagiosa muito frequente.

Entre as crianças, as principais razões de contágio são o contacto direto com outras crianças infetadas, com brinquedos e animais de estimação, aliadas a condições de higiene deficitárias. Entre os adultos, as causas mais comuns passam pelo contacto com crianças infetadas (heteroinoculação) e a infeção de lesões cutâneas pré-existentes (impetiginização secundária)2.

Segundo Miguel Trincheiras, dermatologista, diretor da Clínica Derme.pt em Lisboa, “no verão, o número de casos de impetigo tende a aumentar, sobretudo porque as temperaturas mais elevadas favorecem a propagação da infeção, o nosso corpo fica mais exposto, os cuidados de higiene muitas vezes diminuem e o contacto interpessoal também é maior”.

Além dos sintomas como dor, prurido, desconforto, bolhas e marcas na pele4-5, a sintomatologia é, muitas vezes, responsável por um forte estigma social devido à presença de erosões e crostas visíveis na pele, e pela associação a uma higiene deficitária4. Ainda mais perigoso são os, felizmente raros, casos de atingimento renal secundário podendo conduzir a lesões renais definitivas (glomerulonefrite), por imunidade cruzada. Por ser altamente contagioso, é aconselhado o isolamento parcial das crianças com impetigo, por forma a evitar a transmissão da bactéria e a sua disseminação.

O diagnóstico correto do impetigo é fundamental para tratar a doença de forma eficaz, assim como para prevenir o uso incorreto de antimicrobianos. O diagnóstico atempado permite prevenir a propagação da infeção e a sua evolução para casos mais graves da doença4,6 entre os quais o atingimento renal.

O médico especialista acrescenta que "é importante ficar atento aos primeiros sinais por forma a garantir um diagnóstico atempado e evitar a evolução da doença. Um tratamento adequado permite reduzir a propagação da infeção, acelerar a sua resolução, e impede a sua progressão para condições mais graves. Além disso, a criança aceitará melhor um tratamento que permita melhorias mais rápidas para poder continuar a usufruir da sua liberdade”.

Em alguns casos ligeiros de impetigo a cura é espontânea, mas lenta e mantendo a contagiosidade. O tratamento do impetigo, prescrito por um médico, é fundamental tanto para tratar a doença de forma eficaz, como para prevenir o uso incorreto de antimicrobianos, uma ameaça constante na eficácia do tratamento de infeções comuns, responsável por piores resultados nos doentes, conduzindo a potenciais resistências bacterianas e aumentando a carga económica dos sistemas de saúde7-8.

Referências:
1. Bowen AC, Mahé A, Hay RJ, Andrews RM, Steer AC, Tong SYC, et al. The Global Epidemiology of Impetigo: A Systematic Review of the Population Prevalence of Impetigo and Pyoderma. PLoS One. 2015;10(8):e0136789.
2 Cole C, Gazewood J. Diagnosis and treatment of impetigo. J Am Acad Dermatol. 2007;75(6):859–64.
3. Schachner AL, Torrelo A, Grada A, Micali G, Kwong P, Scott GB, Benjamin L, Gonzalez ME, Andriessen A, Eberlein T, Eichenfield L.Treatment of Impetigo in the Pediatric Population: Consensus and Future Directions. J Drugs Dermatol 2020; 19(3): doi 10.36849/JDD.2020.4679 https://jddonline.com/articles/dermatology/S1545961620P0281X/1
4. Feaster T, Singer JI. Topical therapies for impetigo. Pediatr Emerg Care. 2010;26(3):222–31.
5. Hartman-Adams, H., Banvard, C., & Juckett, G. (2014). Impetigo: diagnosis and treatment. American family physician, 90(4), 229-235.
6 Koning S, Van Der Sande R, Verhagen A, Van Suijlekom-smit L, Morris A, Butler C, et al. Interventions for impetigo (Review). Cochrane Library. Cochrane Database of Systemic Reviews. John Wiley & Sons; 2012. 
7. Stevens DL, Bisno AL, Chambers HF, Dellinger EP, Goldstein EJC, Gorbach SL, et al. Practice guidelines for the diagnosis and management of skin and soft tissue infections: 2014 update by the Infectious Diseases Society of America. Clin Infect Dis. 2014;59(2):e10–52.
8. Van Bijnen E, Paget J, Den Heijer C, Stobberingh E, Bruggeman C, Schellevis F. Evidence-based primary care treatment guidelines for skin infections in Europe: A comparative analysis. Eur J Gen Pract. 2014;20(4):294–300.

 

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.

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