Sem prescrição não há reembolsos
O Instituto de Proteção e Assistência na Doença (ADSE) passou a comparticipar os testes de diagnóstico à covid-19 realizados...

“No seguimento das orientações da Direção-Geral da Saúde (DGS), que estabeleceram a obrigatoriedade de rastreio de covid-19 antes dos tratamentos do foro oncológico, bem como antes de qualquer cirurgia, foi alargada a comparticipação pela ADSE aos beneficiários que se encontrem nessa situação”, afirmou o gabinete da Ministra Alexandra Leitão, de acordo com a notícia publicada no site oficial do Serviço Nacional de Saúde.

Segundo o Ministério da Modernização do Estado e da Administração Pública, “também as grávidas assintomáticas com contacto com casos suspeitos ou confirmados de covid-19 ou com sintomas sugestivos daquela doença devem realizar o teste laboratorial”.

“Este alargamento da comparticipação comunicado hoje entra imediatamente em vigor”, acrescenta em nota de imprensa.

Para que o beneficiário tenha direito à comparticipação, acrescenta o Ministério, a prescrição do teste laboratorial “deverá ser feita por prestadores do regime convencionado [com acordo com a ADSE], podendo no caso das grávidas a prescrição ser feita por um médico do regime livre”.

De acordo com a nota informativa enviada aos beneficiários da ADSE e aos prestadores do regime convencionado, a que a Lusa teve acesso, “a ADSE financia o diagnóstico laboratorial do SARS-CoV-2 aos beneficiários da ADSE que se encontrem nas condições previstas” nas normas 9/2020 e 13/2020 da DGS e na orientação 18/2020.

A mesma nota realça que “não são financiados pela ADSE atos cuja prescrição tenha origem numa entidade pertencente ao SNS [Serviço Nacional de Saúde]».

Quanto a reembolsos, “a ADSE não reembolsa nenhum teste que não venha acompanhado de uma prescrição médica que indique os motivos do teste (…) e, no caso das grávidas, deve constar também a descrição do respetivo estado de gravidez e razão da prescrição”.

O valor máximo do teste laboratorial para SARS-COV-2 é de 87,95 euros, sendo 68,50 euros financiados pela ADSE e 19,45 euros financiados pelo beneficiário.

Segundo a nota, a ADSE não procede ao reembolso do teste laboratorial efetuado em regime livre (entidades sem acordo com a ADSE).

Em 16 de abril o Ministério de Alexandra Leitão anunciou a comparticipação pela ADSE dos testes de diagnóstico do novo coronavírus a grávidas e doentes oncológicos, bem como a possibilidade de entrega de pedidos de reembolso das despesas de saúde de forma desmaterializada, através do portal ADSE Direta, uma medida prevista no Orçamento do Estado para 2020.

Webinar da Sociedade Portuguesa de Pneumologia
No dia 21 de junho assinala-se o Dia Mundial da Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA), uma doença neurodegenerativa que evolui de...

A ELA requer uma abordagem multidisciplinar, na qual se deve incluir a Pneumologia pois, à medida que a doença progride, a respiração fica comprometida. Neste contexto, “o diagnóstico e tratamento dos problemas associados à insuficiência respiratória faz-se, essencialmente, por exames de função respiratória, técnicas de ventilação não invasiva e outros equipamentos específicos na área da Pneumologia”, referem Alexandra Mineiro e Iolanda Mota, da Sociedade Portuguesa de Pneumologia. As especialistas prosseguem: “os cuidados respiratórios, nomeadamente a reabilitação respiratória e o apoio de enfermagem nas equipas multidisciplinares, são fundamentais para a prevenção e redução do número de infeções nestes doentes e, desta forma, contribuem para reduzir os internamentos e o aumento da esperança média de vida”.

Nos últimos anos, as estimativas da prevalência da doença em Portugal são da ordem de 6 a 10 por 100 000 habitantes. Não existe tratamento para a ELA, existindo apenas um medicamento aprovado em Portugal para estes doentes e que reduz a velocidade de progressão da doença podendo aumentar a sobrevida - em média, os doentes vivem 2 a 3 anos após o início dos sintomas, 25% vivem mais de 5 anos e apenas 5 a 10% até 10 anos. “Os tratamentos não revertem as lesões produzidas pela doença, mas permitem atrasar a progressão dos sintomas e reduzir complicações, além de conferirem ao doente maior conforto e autonomia”, referem as especialistas.

No sábado dia 20 de junho a Sociedade Portuguesa de Pneumologia vai promover o webinar “Esclerose Lateral Amiotrófica: em que ponto estamos?”. “O objetivo da sessão é esclarecer, divulgar e tomar consciência sobre uma doença que afeta pessoas de todo o mundo. Queremos ainda realçar a necessidade de mais estudos para que se possa chegar ao tratamento curativo da doença num futuro tão breve quanto possível”, referem Alexandra Mineiro e Iolanda Mota, que vão marcar presença nesta sessão. 

A sessão vai decorrer no dia 20 de junho, pelas 14h00, e pode ser assistida no Facebook da SPP ou através da plataforma.  

Estudo
Um estudo publicado na revista científica BMC Public Health concluiu que as crianças do ensino pré-escolar (até aos 5 anos de...

Este estudo, intitulado "Social inequalities in traditional and emerging screen devices among Portuguese children: a cross-sectional study", foi realizado por uma equipa de investigadores do CIAS - Centro de Investigação em Antropologia e Saúde, da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC), e teve como objetivo avaliar o tempo de ecrã das crianças portuguesas em diferentes equipamentos eletrónicos - os tradicionais (como a televisão, o computador e as consolas de jogos) e os modernos, incluindo os tablets e os smartphones -, bem como determinar as diferenças no uso de acordo com o sexo e a idade das crianças e a posição socioeconómica das famílias.

Foram avaliados os hábitos de 8430 crianças, com idades compreendidas entre os 3 e os 10 anos, a residir nas cidades de Coimbra, Lisboa e Porto. Os dados foram recolhidos em 118 escolas públicas e privadas. As taxas de participação foram de 58% em Coimbra, 67% em Lisboa e 60% no Porto.

Segundo os resultados do estudo, nas crianças mais velhas o tempo em frente ao ecrã é maior, sobretudo devido ao maior tempo gasto em dispositivos eletrónicos, como computadores, videojogos e tablets: “aproximadamente 201 min/dia. Concluímos que a maior parte das crianças, principalmente entre os meninos, excede as recomendações de tempo de ecrã indicadas pela Organização Mundial de Saúde e pela Associação Americana de Pediatria, em que o tempo de ecrã deve ser limitado a 1h (em crianças até aos 5 anos) ou 2h/dia (em crianças acima dos 6 anos)”, afirma Daniela Rodrigues, primeira autora do artigo agora publicado.

Embora a televisão continue a ser o equipamento mais utilizado, “o uso de tablets está generalizado e o tempo gasto neste equipamento é elevado, incluindo em crianças com 3 anos de idade”, nota a investigadora, sublinhando ainda que o tempo de ecrã “é sempre mais elevado em crianças de famílias de menor posição socioeconómica, independentemente da idade, sexo, ou do tipo de equipamento”.

De acordo com a investigadora da FCTUC, tendo em conta que o tempo de ecrã está associado a um impacto negativo na saúde das crianças, por exemplo, menor tempo e qualidade do sono, maior atraso no desenvolvimento cognitivo e da linguagem, excesso de peso, etc., estes resultados “indicam que é necessário um maior controlo por parte dos pais no acesso que as crianças têm aos equipamentos eletrónicos. Este panorama é ainda mais preocupante numa altura em que, devido à pandemia de COVID-19, as crianças estão obrigadas a passar mais tempo em casa, e precisam de recorrer a alguns destes equipamentos para aceder à telescola”.

“É fundamental identificar os subgrupos de risco e identificar como cada dispositivo é usado de acordo com a idade, para permitir futuras intervenções apropriadas. Os pais devem ter em mente que as crianças passam a maior parte do tempo a ver televisão, mas os dispositivos móveis estão a tornar-se extremamente populares a partir de tenra idade”, finaliza Daniela Rodrigues.

Reconhecimento internacional
Raúl de Sousa, Optometrista e Presidente da Associação de Profissionais Licenciados de Optometria (APLO), acaba de ser nomeado...

“Esta nomeação é o reconhecimento merecido e incontestável do valor, importância e contributo dos Optometristas Portugueses para a ciência e cuidados de saúde da visão em Portugal e no mundo. É uma excelente oportunidade para ultrapassar a atual inércia e ausência de resposta do Ministério da Saúde, no que concerne a esta área, e capitalizar esta oportunidade e esforço coletivo dos peritos da Organização Mundial de Saúde para integrar a melhor evidência científica e as melhores práticas em Portugal, em colaboração e cooperação estreita com o Ministério da Saúde. A nossa disponibilidade para contribuir para construir uma solução que assegure cuidados para a saúde da visão a todos os portugueses, é total. Como é do conhecimento do Ministério da Saúde, e as necessidades do Serviço Nacional de Saúde nunca foram tantas e tão urgentes, no que respeita à área da saúde da visão. O que torna ainda mais incompreensível que Portugal, com Optometristas de renome e destacados mundialmente, obstinadamente continue a manter cuidados para a saúde da visão baseado em modelos do século XIX.” afirma Raúl de Sousa.

O Programa de Visão da OMS está em processo de desenvolvimento prioritário e alinhado com as recomendações do seu Relatório Mundial da Visão (2019) que visa facilitar a integração dos cuidados da saúde da visão na cobertura universal de saúde. Este grupo será responsável por aprovar um pacote de intervenções para o erro refrativo e analisar os recursos necessários para a sua implementação.

O erro refrativo é apontado, tanto no mundo como em Portugal, como a causa principal de deficiência visual e/ou cegueira evitável. Os erros refrativos são uma condição ótica em que, num olho em repouso, os raios de luz paralelos não focam de forma conjugada na retina, sendo a causa mais frequente de diminuição da acuidade visual. A compensação destes erros é feita através da utilização de óculos, lentes de contacto ou cirurgia refrativa.

 

Cuidados a ter
Com os cuidados certos é possível prevenir e combater as dores que mais afetam a mulher aos 20, 30,

Persiste durante meses ou anos e chega a tornar-se incapacitante. Ao contrário da dor aguda, cuja duração é limitada, a dor crónica prolonga-se no tempo a ponto de comprometer a realização das tarefas mais básicas do dia a dia. Num estudo recente, 36% dos portugueses considerou sofrer de dor crónica e metade destes confirmou que a dor interfere nas suas funções e responsabilidades no trabalho e em casa.

Felizmente, está ao nosso alcance mudar esta realidade. Com a ajuda de um especialista, desvendamos as causas mais frequentes da dor crónica e o caminho certo para contorná-la. O diagnóstico adequado, um estilo de vida saudável e as mais recentes terapêuticas dão-lhe as “armas” necessárias para vencê-la.

Dos 20 aos 30

Cefaleias

Vulgarmente conhecidas como dores de cabeça, as cefaleias são a causa de dor mais frequente entre os 20 e os 30 anos. Podem ser enxaquecas ou cefaleias de tensão, cada uma com sintomas, causas e tratamentos distintos. A enxaqueca é uma dor pulsátil que surge apenas de um dos lados da cabeça, acompanhada de náuseas e vómitos. “Há uma pré-disposição genética e alguns casos podem estar relacionados com níveis elevados de stress mas, na sua maioria, são de causa desconhecida”, refere Armando Barbosa, médico especialista em terapêutica da dor. Quando se trata de cefaleias de tensão, a sensação é comparável à de uma banda a apertar a cabeça. “Estão relacionadas com fatores como a ansiedade, o stress, o tipo de alimentação, as mudanças climáticas, as alterações dos padrões do sono e, em alguns casos, com as alterações hormonais decorrentes do ciclo menstrual ou da toma da pílula anticoncecional”, esclarece o especialista.

Como prevenir: Embora, em alguns casos, seja necessário recorrer a medicação, nomeadamente nas enxaquecas, as cefaleias de tensão podem ser prevenidas procedendo-se a algumas alterações no estilo de vida. “Esteja atenta aos “estímulos” desencadeantes e procure eliminá-los. Escrever num diário o que aconteceu antes de ter dor de cabeça pode ajudar a identificar as suas causas”, recomenda Armando Barbosa. Evitar situações de stress e seguir um padrão de sono regular, tentando deitar-se e levantar-se à mesma hora todos os dias, são outros cuidados fundamentais. “Se dormimos menos vamos produzir menos cortisol, uma hormona fundamental na supressão da dor. Já o stress promove a contração dos músculos, o que favorece as dores de cabeça”, alerta o especialista.

Para alguns casos, a solução pode residir num gesto tão simples como eliminar alguns alimentos da dieta. “O café, o chocolate e o queijo podem desencadear este tipo de dores de cabeça”, revela o especialista. E se suspeitar que as suas dores de cabeça podem dever-se à toma da pílula anticoncecional, converse com o ginecologista sobre as alternativas de contraceção.

Recomendações
Consulte um especialista se tem dores de cabeça de forma recorrente, entre uma a duas vezes por semana.

Dos 30 aos 40

Fibromialgia

Trata-se de uma doença crónica que se manifesta através de uma dor generalizada e fadiga excessiva. É mais comum entre os 30 e os 40 anos, mas pode surgir mais cedo. O diagnóstico é feito através da identificação de vários pontos dolorosos no corpo. “Se identificarmos 11 pontos dolorosos em 18 que temos pré-definidos, consideramos que a pessoa tem fibromialgia”, explica este especialista. Embora ainda não esteja provado, os especialistas pensam que os doentes fibromiálgicos têm uma substância no sistema nervoso central que aumenta a sensibilidade à dor. “As pessoas com história familiar de fibromialgia, com personalidades perfecionistas, que revelam uma incapacidade de lidar com adversidades, e com episódios anteriores de depressão e ansiedade também são mais propensas a desenvolver a doença”, refere Armando Barbosa.

Como prevenir: Por enquanto, a fibromialgia não pode ser prevenida. Contudo, existem formas de controlar esta patologia. A terapêutica farmacológica, nomeadamente os antidepressivos, os analgésicos e os relaxantes musculares têm demonstrado ser eficazes no alívio da dor.

O apoio psicológico e a prática adequada de exercício físico têm, também, um papel fundamental. “O acompanhamento psicológico é importante para aprender a lidar com as situações que o doente fibromiálgico habitualmente tem dificuldade em lidar e a prática regular de exercício físico ajuda a minimizar a dor”, indica o especialista. “Embora qualquer tipo de exercício seja benéfico [ao provocar a libertação de endorfinas que diminuem a dor], a natação e a hidroginástica são as atividades ideais, por promoverem o relaxamento muscular”, recomenda o especialista.

Recomendações
Converse com o seu médico sobre todas as possibilidades de diagnóstico. Algumas dores musculares e fadiga não significam, necessariamente, que sofra de fibromialgia.

Dos 40 aos 50

Lombalgias

Num estudo recente realizado em Portugal, as lombalgias foram apontadas como a principal causa de dor. Cerca de 40% das pessoas com dor crónica tem lombalgias. Armando Barbosa afirma mesmo que 90% das suas consultas são com doentes que se queixam de dores na coluna vertebral. As lombalgias são mais frequentes entre os 40 e os 50 anos, devido às artroses da coluna que se vão formando na zona cervical e lombar com o avançar da idade. De acordo com o especialista, esta é uma das principais causas das lombalgias (50% dos casos são provocados por artroses na coluna). “A partir dos 40 ou 50 anos, as articulações da coluna começam a ficar gastas, desgaste este que vai dificultar os movimentos e provocar dor. Os sinais de alarme mais comuns são a dificuldade de movimentos, principalmente ao acordar e quando permanecemos na mesma posição durante períodos prolongados”, explica Armando Barbosa.

Como prevenir: Embora as artroses da coluna sejam inevitáveis, é possível retardar o seu aparecimento seguindo os cuidados certos. O especialista recomenda praticar exercício físico regularmente, de forma a manter uma boa massa muscular que suporte corretamente o peso do corpo; manter o peso controlado, fazendo uma dieta adequada às necessidades calóricas, “sobretudo a partir dos 40 anos, em que a propensão para o excesso de peso é maior”, assim como adotar a postura certa nas tarefas do dia a dia, alerta ainda Armando Barbosa. Cuidados simples como evitar fletir a coluna quando agarramos pesos e garantir uma posição correta à secretária, mantendo a zona lombar bem encostada à cadeira e o computador ao mesmo nível dos olhos, são medidas essenciais. Em termos de terapêutica, as artroses da coluna são tratadas com medicação própria, fisioterapia e radiofrequência.

Recomendações
Controle o seu peso. Depois dos 40 anos, a magreza excessiva e o excesso de peso aumentam a probabilidade de sofrer de lombalgias.

Depois dos 50

Osteoartrose

É uma doença que atinge a cartilagem das principais articulações do corpo, nomeadamente os ombros, a anca e os joelhos. “Nas superfícies articulares dos ossos encontra-se a cartilagem articular, um tecido conjuntivo onde está o líquido sinovial, que permite a lubrificação das articulações, facilitando os movimentos. Na osteoartrose, o que acontece é que esta cartilagem produz cada vez menos quantidade de colagénio e de outras substâncias essenciais para a manutenção deste líquido e, em consequência disso, a cartilagem vai ficando cada vez mais fina, provocando rigidez e dor”, explica Armando Barbosa.

Como prevenir: Tal como acontece nas artroses que se formam na coluna, o desenvolvimento das orteoartroses é uma consequência do envelhecimento. Contudo, é um problema que pode ser retardado se forem seguidas algumas medidas que ajudam a proteger as articulações. “Manter uma postura correta ao longo da vida não é só benéfico para a coluna vertebral, mas também para as articulações dos ombros, da anca e dos joelhos”, alerta o especialista. Evitar o levantamento de pesos, bem como o uso diário de saltos altos e usar roupa prática e confortável são outros cuidados essenciais.

No tratamento da osteoartrose, a medicação e a fisioterapia ocupam um papel central. Mais recentemente, a ozonoterapia tem dado provas de eficácia no alívio da dor e na diminuição da rigidez, graças às suas propriedades anti-inflamatórias e analgésicas. “Nos casos mais graves, quando há uma limitação funcional, faz-se a substituição cirúrgica da articulação. Esta cirurgia tem resultados bastante compensadores”, garante o especialista.

Recomendações
Procure um especialista se sentir dor, rigidez e limitação dos movimentos. Não espere pela deformação das articulações que ocorrem já numa fase avançada da doença.

4 passos que diminuem a dor

  • Procure atividades que lhe deem satisfação para contrabalançar a experiência negativa da dor crónica. Mantenha-se ativa social e culturalmente. Ter o apoio da família e do seu círculo de amigos é muito importante.
  • Pratique regularmente exercícios de relaxamento, que ajudam a controlar a tensão excessiva e o stress. Por exemplo, feche os olhos durante 10 minutos, controle a respiração e relaxe progressivamente todos os músculos do corpo.
  • Mantenha um padrão de sono regular. As insónias podem agravar as dores, nomeadamente nos músculos e tecidos moles do corpo.
  • Pratique exercício físico regularmente. Ajuda a manter o corpo maleável e flexível, contribui para a melhoria da postura e da força, e evita o excesso de peso. Desta forma, previne a dor e melhora a autoestima.


*Com Dr. Armando Barbosa - médico especialista em terapêutica da dor e diretor clínico das Clínicas PainCare

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Células estaminais
A nova unidade de produção da Crioestaminal, inaugurada hoje, vai permitir a produção de medicamentos para ensaios clínicos e...

A nova unidade de produção de medicamentos de terapia celular é composta por três salas que cumprem os padrões exigidos pela norma ISO 14644 e pela diretiva GMP – Good Manufacturing Practice, e permite a produção, preparação e manuseamento de produtos médicos ou biotecnológicos para uso em humanos. O projeto tem como objetivo a produção deste tipo de medicamentos e explorar o potencial terapêutico das células estaminais, quer das células estaminais mesenquimais (do tecido do cordão umbilical e do tecido adiposo), em doenças autoimunes, quer das células do sangue do cordão umbilical na área da pediatria do desenvolvimento.

“Este projeto é uma aposta na valorização do conhecimento, da ciência e dos nossos colaboradores altamente qualificados. Investir de forma sustentada no desenvolvimento da medicina do futuro, uma medicina preventiva e personalizada, é algo em que acreditamos e que temos vindo a fazer ao longo dos últimos 15 anos. Esta infraestrutura vai-nos permitir produzir medicamentos inovadores para doenças atualmente sem tratamento.  Queremos aumentar não só a competitividade da empresa como a competitividade do nosso País num setor de ponta como é o da biotecnologia”, afirma André Gomes, Diretor-Geral da Crioestaminal.

Com o investimento nestas novas salas, foi já possível dar início ao projeto Stroke Terapy, que através de células estaminais poderá permitir a recuperação de doentes que sofreram acidentes vasculares cerebrais (AVC) isquémicos agudos. Também possibilitou o desenvolvimento de um medicamento experimental à base de células estaminais expandidas para tratar doentes mais graves com infeção por SARS-CoV-2 e o arranque do projeto RescueCord, que visa o fabrico de um novo produto de terapia celular a partir de sangue do cordão umbilical autólogo para a aplicação clínica em recém-nascidos com encefalopatia hipóxico-isquémica.

Esta aposta surge na sequência de projetos anteriormente desenvolvidos em parceria com universidades portuguesas, dos quais já resultaram quatro patentes para novas aplicações – na área do cancro, cardiovascular ou pé diabético. Esta nova infraestrutura conta com uma área de 150 metros quadrados e representa um investimento de 1 milhão de euros. A inauguração contou com a presença da Ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa.

100 dias depois da declaração da pandemia pela OMS
Uma equipa de artistas portugueses criou um mural para homenagear o trabalho que tem vindo a ser desenvolvido por todos os...

O mural de homenagem aos profissionais de saúde portugueses vai ser inaugurado amanhã, dia 19 de junho, às 16h26h, numa altura em que se cumprem 100 dias desde que a Organização Mundial de Saúde decretou a pandemia de covid-19.

A peça de arte foi criada por uma equipa de artistas de rua portugueses, liderada por Edis One, um graffiter de renome nacional e internacional com trabalhos em cidades como Madrid, Barcelona, Viena, Amesterdão, Liubliana, Praga, Zagreb, Miami, Bali, Kuta, Dubai, Abu Dhabi, Ras Al Khaimah, entre outras. Edis One entrou ainda para o recorde do Guinness pela sua participação no maior muro pintado com luz negra no mundo, nos Emirados Árabes Unidos.

“A arte urbana tem vindo a ganhar uma enorme visibilidade ao longo dos últimos anos sobretudo pela capacidade de conseguir transmitir uma mensagem para um grande número pessoas, conseguindo atingir qualquer geração. Convidei dois grandes artistas para integrarem este projeto, Pariz One e Ôje, para que conseguíssemos com o poder desta arte transmitir de uma forma transversal uma mensagem de agradecimento. Tenho a certeza que todos aqueles que se cruzarem com esta obra de arte partilharão o mesmo sentimento. A nós, artistas, cabe-nos agradecer todo o magnífico trabalho que [os profissionais de saúde] têm feito. Um sincero obrigado”, adianta Edis One.

“Enquanto líder de uma empresa de prestação de cuidados de saúde, considero que dentro de um esforço nacional muito positivo, elogiado internacionalmente tanto pelo desempenho das instituições como pela responsabilidade cívica demonstrada pela grande maioria, cabe-nos sublinhar a imprescindível e inesgotável dedicação de todos os profissionais de saúde de Portugal”, refere Vasco Antunes Pereira, CEO da Lusíadas Saúde.

“Estes artistas de rua fizeram um trabalho fantástico e eternizaram o esforço e dedicação de todos os profissionais de saúde num mural que assinala um dos momentos que ficará na história do país. E se este é um momento que fará parte da cronologia da história mundial, é também fundamental identificar os heróis que fizeram parte desta mesma história”, conclui Vasco Antunes Pereira.

O trabalho criado pelos artistas portugueses vai ainda dar origem a uma edição limitada de 150 serigrafias, cujo valor das receitas reverterá a favor da Casa do Artista, num contributo que pretende ajudar a minimizar o impacto causado pela pandemia de Covid-19 no setor cultural.

Balanço INEM
Os Centros de Orientação de Doentes Urgentes (CODU), do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) acionaram a Via Verde do...

Segundo com o INEM, o acionamento da Via Verde do AVC é a garantia de que utentes com sinais e sintomas de AVC são corretamente assistidos e encaminhados para a unidade hospitalar melhor preparada para os receber.

Apesar da diminuição global das chamadas atendidas nos CODU do INEM durante o início da pandemia de Covid-19, registou-se somente uma ligeira diminuição da ativação da Via Verde do AVC na segunda quinzena de março e primeira de abril.

Em 2019, foi acionada 4.263 vezes, cerca de 350 acionamentos mensais, estando os números deste ano, 2020, em linha com os do ano passado. "Este facto demonstra que o INEM e o Sistema Integrado de Emergência Médica mantiveram toda a disponibilidade para a prestação de cuidados de emergência pré-hospitalar", destaca o INEM.

 

Reforma da Saúde Mental
Marta Temido reconheceu, durante a sessão de abertura da Reunião conjunta do Conselho Nacional e da Comissão Técnica de...

“Se não fosse esta aposta não teria sido possível ativar rapidamente a estrutura de resposta em emergência com a constituição de gabinetes de crise regionais, a reorganização dos serviços e equipas e criação de formas alternativas para manter e, até reforçar, o acompanhamento dos doentes graves e em tratamento”, observou.

No entanto, o contexto difícil de 2020 não afasta o trabalho que têm de ser desenvolvido no sentido de manter a aposta “na prevenção e promoção da Saúde Mental e, em modelos de intervenção precoce para que, no futuro, tenhamos menos doentes mentais com elevada incapacidade psicossocial e baixos níveis de autonomia”.

Tendo em vista o processo de revisão da Lei de Saúde Mental, foi publicado ainda esta semana o Despacho conjunto entre Ministério da Saúde e Ministério da Justiça que mandata o grupo de trabalho para apresentar uma proposta no prazo de um ano.

Marta Temido recordou os objetivos prioritários definidos para a Saúde Mental, nomeadamente o reforço de recursos humanos, relembrando que nos últimos cinco anos foram contratados mais 133 médicos especialistas em Psiquiatria e 23 especialistas em Psiquiatria da Infância e da Adolescência e reforçados os serviços em enfermeiros especialistas em Saúde Mental e Psiquiátrica e psicólogos, entre outros técnicos.

“Nos próximos anos manteremos o foco no reforço dos serviços de Saúde Mental com os profissionais de saúde necessários, tendo em conta o aumento da procura que se tem vindo a registar”, reiterou.

Entre as medidas já em curso, lembrou a constituição de 10 equipas comunitárias na área da pessoa adulta e na área da infância e adolescência, nas 5 regiões de saúde, “o que permitirá reforçar os cuidados de saúde mental numa ótica de respostas em proximidade, dedicando especial atenção aos grupos sociais mais vulneráveis e, permitindo investir na melhoria da resolutividade dos cuidados de saúde mental”.  

Foi também alargada a rede de Serviços Locais de Saúde Mental, com novos serviços instalados nos centros hospitalares do Médio Ave, Entre Douro e Vouga, Oeste e no Hospital Professor Doutor Fernando Fonseca. Está também previsto o reforço da oferta de cuidados continuados integrados em Saúde Mental em todas as regiões de saúde, com a abertura de 200 novos lugares.

A Ministra da Saúde focou ainda o aprofundamento do trabalho de parceria com o Ministério da Justiça com vista à requalificação das unidades de psiquiatria forense do SNS. Neste âmbito, foi já inaugurada uma nova unidade de internamento com 46 camas no Hospital Magalhães Lemos.

O Ministério da Saúde vai, também, manter a aposta nos cuidados de Saúde Mental em regime de ambulatório, no qual se inscreve a abertura da Unidade de Ambulatório da Unidade Local de Saúde de Matosinhos, já em funcionamento.

Projeto de investigação
O Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge, através do seu Departamento de Promoção da Saúde e Prevenção de Doenças Não...

Os dados obtidos por este projeto de investigação permitirão produzir recomendações que contribuam para a melhoria de respostas dos serviços de saúde aos problemas de saúde mental das populações. O estudo pretende avaliar dimensões consideradas relevantes em saúde mental, tais como bem-estar geral, auto-percepção do estado de saúde, stress, ansiedade, depressão, stress pós-traumático, consumos e adições, resiliência, presentismo, burnout e acesso aos serviços.

Desenvolvido em colaboração com o Instituto de Saúde Ambiental da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa (ISAMB) e com a Sociedade Portuguesa de Psiquiatria e Saúde Mental (SPPSM), o trabalho vai também identificar fatores de proteção e/ou fragilização da saúde mental e bem-estar, através de questões sobre a situação individual face à pandemia, conciliação trabalho-família, situação face ao trabalho e rendimento, desempenho profissional e segurança laboral, atividades de lazer e estilos de vida e expectativas face ao futuro.

A recolha de dados do projeto “Saúde Mental em Tempos de Pandemia (SM- Covid-19)” decorre até ao mês de julho, através do preenchimento de um questionário online, composto por 52 itens e que demora cerca de 20 minutos a preencher. O questionário é dirigido a profissionais de saúde e outros profissionais que estão na primeira linha de combate à pandemia, mas também à população em geral.

A pandemia Covid-19 tem impacto na saúde mental e bem-estar, podendo conduzir a ansiedade e depressão ou eventualmente ao suicídio, assim como ao aumento de vulnerabilidade social. De entre os fatores que conduzem à fragilização da saúde mental incluem-se medo, isolamento, frustração, falta de bens essenciais, informação desadequada, perda de rendimentos ou do emprego e estigma.

 

 

 

Escola Superior de Enfermagem de Coimbra
Estudantes finalistas de licenciatura da Escola Superior de Enfermagem de Coimbra (ESEnfC) lançam, amanhã (19 de junho), a...

O projeto visa, simultaneamente, reformular  a unidade curricular opcional de Enfermagem de Saúde Mental Comunitária e Reabilitação, fruto da situação excecional de ensino à distância provocada pelo surto do novo coronavírus, e levar os discentes a colaborarem no estudo “Efeitos do confinamento relacionado com a pandemia COVID-19 na saúde mental dos jovens adultos”, inscrito na Unidade de Investigação em Ciências da Saúde: Enfermagem (UICISA: E), no âmbito do projeto estruturante “Promoção do bem-estar socio-emocional do indivíduo e grupos ao longo do ciclo vital”.

Consideram os responsáveis por este projeto na rede social Facebook que, face à dimensão da pandemia de COVID-19, é urgente promover melhores indicadores de saúde mental, sendo as novas tecnologias e as metodologias interativas ferramentas mobilizadoras do envolvimento de pessoas e grupos para alcançar esse objetivo, especialmente em tempos difíceis.

Nesta sessão de lançamento e apresentação do projeto que, durante uma hora (entre as 15h00e as 16h00), será transmitida via internet (livestreaming em https://www.facebook.com/events/288250342219150/), participarão não só representantes da ESEnfC –Presidente da Escola, Aida Cruz Mendes, presidente da Associação Estudantes, Cristiana Duarte, e professora da unidade curricular onde se insere o projeto, Tereza Barroso –, como ainda docentes e profissionais de saúde de outros seis países de língua oficial portuguesa: Angola (Margarida Ventura, Instituto Superior Politécnico Tundavala), Brasil (Angélica Peres, Universidade Federal do Rio de Janeiro), Cabo Verde (Odete Mota, Universidade de Cabo Verde), Guiné Bissau (enfermeira Nafi Djaló), Moçambique (psicóloga clínica Patrícia Silva) e São Tomé e Príncipe (enfermeira Cosma Aguiar).

Inquérito APELA
Cerca de 79% das pessoas com ELA viram as suas terapias suspendidas devido à pandemia, a maioria delas (53%) por um período...

Mais de metade das pessoas (64%) sente que essa suspensão interferiu na progressão da doença, sendo que apenas 7% afirmam não ter uma noção real de uma eventual progressão como consequência dessa suspensão.

No que toca ao adiamento das consultas, 76% dos doentes inquiridos confirmam que as suas consultas foram adiadas, existindo em 66% dos casos o espaçamento de um período superior a dois meses, entre a consulta desmarcada e a nova consulta. Em cerca de 14% dos casos o tempo de espera desce para dois meses e em 17% para um mês. Apenas 3% das pessoas afirma ter aguardado entre duas a três semanas entre a desmarcação e a marcação de uma nova consulta.

Tendo em conta o tratamento da doença durante a pandemia, 67% das pessoas sente-se insegura e com receio de ver a doença progredir, sendo que a maioria (75,6%) sente que a pandemia teve um impacto negativo tanto a nível físico como psicológico; 37,8% dos casos sente-se menos apoiado e identifica alterações nas dinâmicas familiares; 16,8% sentiu uma perda dos rendimentos; 29% sente uma enorme ansiedade perante a incerteza do futuro, enquanto 42% não sente que as alterações provocadas pela COVID-19 tenham interferido na progressão da doença.

Estes são os principais dados recolhidos através do questionário que a APELA realizou no âmbito do apoio que presta às pessoas com ELA e respetivos cuidadores, de forma a reunir informações sobre o impacto que a pandemia de COVID-19 teve no acompanhamento de pessoas diagnosticadas com ELA. Com a divulgação destes dados, a associação pretende chamar à atenção para o impacto da suspensão de tratamentos que exigem um contacto presencial, do adiamento das consultas e da interrupção do acompanhamento contínuo de doentes com ELA.

Pedro Souto, presidente da APELA, alerta: “as pessoas com ELA têm necessidades muito específicas, necessitam de diagnóstico precoce e de acompanhamento também precoce e contínuo de forma a desacelerar a evolução desta doença neurológica degenerativa que, de forma galopante, nos vai aprisionando no nosso próprio corpo. Se já em circunstâncias normais essa abordagem não é simples, em tempos de pandemia ainda menos. Reconhecemos os esforços dos profissionais de saúde e da comunidade, mas queremos alertar para a importância de incluir os doentes com ELA na lista de prioridades do Plano de Retoma da Atividade do SNS, uma vez que um mês de atraso já pode ser demais”.

A ELA é uma doença neurológica, degenerativa, progressiva e sem cura, que se caracteriza pela fraqueza e pela atrofia muscular progressivas. É uma doença profundamente incapacitante e que, em proporções variáveis e imprevisíveis, aprisiona cada parte do corpo do doente, comprometendo também a fala, a deglutição e a respiração. Estima-se que afete 800 pessoas em Portugal e 70 mil em todo o mundo.

A suspensão do apoio presencial a estes doentes, bem como adiamentos de primeiras consultas tem consequências que se podem traduzir em perdas físicas irreversíveis e num grande impacto psicológico sobre estes doentes e sobre os seus cuidadores informais, que continuam sem apoio do Estado.  

“O sistema de saúde tem estado predominantemente focado em responder à COVID-19 e em controlar a curva de crescimento da pandemia, o que acarreta consequências para outras patologias, algo que nos casos de ELA é particularmente grave e, em muitos casos, irreversível. No Dia Mundial da ELA, a 21 de junho, vamos realizar o nosso encontro habitual, mas desta vez vamos estar próximos à distância, online, para falar sobre o acompanhamento que tem sido dado à pessoa com ELA durante a pandemia. Vamos falar das necessidades não atendidas ou suspensas e do seu impacto, mas também sobre a redes de apoio que se foram criando para apoiar, muitas vezes de forma voluntária, os nossos doentes. Vamos ainda ter especialistas de várias áreas a partilhar a sua experiência de forma a ajudar doentes e cuidadores a perspetivar o futuro e a debater o caminho a percorrer no hoje que tomamos como certo e no amanhã, que é ainda incerto”, finaliza Maria Eulália Ribeiro, vice-Presidente da APELA.

Para abordar o impacto que a pandemia tem tido nas pessoas com ELA, perspetivar o futuro e consciencializar sociedade civil, o corpo clínico e político para as especificidades da ELA e a necessidade de a incluir na lista de prioridades para a Retoma da Atividade do SNS, a APELA vai realizar a conferência online “Viver com ELA em tempos de COVID-19: Riscos e Incertezas”, que contará com a partilha de testemunhos de doentes e cuidadores, bem como a participação de profissionais de saúde e de outras áreas de relevo no que concerne ao apoio à pessoa com ELA.

A conferência “Viver com ELA em tempos de COVID-19: Riscos e Incertezas” vai ser gravada e vai estar disponível na página de Facebook e no website da APELA.

O questionário realizado pela APELA (via e-mail), entre 1 e 5 de junho, contou com respostas de 42 pessoas com ELA – 76% homens e 24% mulheres - da área Metropolitana de Lisboa (75,6%), da área Metropolitana do Porto (25.2%), do Alto Minho e na Região de Aveiro (12%), do Algarve, Médio Tejo e Ave ((8%), e das regiões do Cávado, Tâmega e Sousa, Douro, Oeste, Coimbra e Região Autónoma da Madeira (4%).

Após os 40
Os níveis de testosterona diminuem progressivamente nos homens a partir dos 40 anos.

Durante o processo de envelhecimento assiste-se a um declínio da função de diferentes sistemas hormonais. O hipogonadismo de início tardio ou défice androgénico – Andropausa - caracteriza-se por uma diminuição dos níveis de testosterona nos homens a partir dos 40 anos.

Este processo, semelhante à menopausa, não implica, no entanto, o fim da fertilidade como acontece no caso das mulheres. Contudo pode provocar disfunção erétil e perda de libido.

“É um processo progressivo, de forma que, aos 70 anos, os homens têm aproximadamente 30% menos de testosterona, a hormona encarregada de manter o tónus muscular, a massa óssea e a função sexual”, explica o Carlos Balmori, urologista do IVI Madrid.

A sua apresentação clínica pode variar de homem para homem. De acordo como os especialistas, em consulta, habitualmente, os doentes referem que já não são capazes de fazer algo que habitualmente faziam, sentindo sobretudo falta de energia. Verifica-se ainda acumulação de gordura corporal e uma diminuição da força muscular.

Por outro lado, dado que a testosterona é necessária para a manutenção da densidade mineral óssea, osteoporose, fraturas ou dor lombar podem surgir como complicações mais ou menos frequentes.

Diminuição da pilosidade corporal e outras queixas inespecíficas - como a ausência de sensação de bem-estar ou alterações do humor - ocorrem quando a descida dos níveis de testosterona é bastante acentuada.

“O resultado deste quadro sintomático é uma perda progressiva de qualidade de vida”, assegura o especialista.

Além disso, muitos homens apresentam o chamado síndrome metabólico, uma doença relacionada com o hipogonadismo que se caracteriza por sintomas como obesidade, hiperglicemia, altos níveis de ácido úrico, hipertensão e hipercolesterolemia.

Viver esta nova etapa com saúde

Ainda que o hipogonadismo afete todos os homens a partir de uma determinada idade – e aqueles que tenham removido um ou ambos os testículos -, há determinados  hábitos saudáveis que se podem adotar para minimizar os seus efeitos. Exercício físico e uma dieta alimentar saudável devem fazer parte da rotina diária.

“Em alguns casos, mediante uma vida sexual ativa, os níveis de testosterona podem voltar à normalidade”, acrescenta Carlos Balmori.

“Mediante um exame detalhado dos pacientes aumentamos a efetividade de qualquer tratamento médico”, acrescenta.

Neste sentido, o urologista refere que os “controles preventivos são muito importantes para avaliar os níveis hormonais, de glucose, colesterol e ácido úrico.”


Com o uso da reposição hormonal ocorre o aumento progressivo da libido e a excitação sexual

“Para aqueles pacientes que não podem repor esta hormona de forma natural, existem tratamentos à base de testosterona, tanto injetáveis como em gel”, comenta o especialista, que afirma que esta terapia de substituição hormonal não é prejudicial desde que supervisionada por um médico e que não ultrapasse os valores hormonais estabelecidos. 

“É importante reforçar que se trata de um processo inerente ao avançar da idade. Um estilo de vida exigente e menos saudável poderá acelerar a manifestação destes sintomas”, alerta a Susana Alves, diretora do Laboratório de Andrologia do IVI Lisboa.

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Casos a aumentar
Em entrevista ao Diário de Notícias (DN), Alexandre Valentim Lourenço, presidente da Ordem dos Médicos do Sul, admitiu que o...

“A minha preocupação com a abertura de uma área turística está relacionada com o facto de as estruturas de saúde pública serem ou não capazes de lidar com os desafios para conter a infeção”, afirmou ao “DN”, fazendo notar que “o que nós estamos a ver, por exemplo, em Lisboa são múltiplos pequenos surtos, que nos preocupam pela incapacidade de a estrutura fazer aquilo que deve no que respeita a saúde pública (acompanhar todos os contactos e ter uma política eficaz de quarentena). Mas, se isto é difícil em alguns bairros de Lisboa e em população jovem, transpor para o Algarve pode ser mais preocupante”. Isto porque, como refere “as pessoas que vão para o Algarve no verão de férias têm comportamentos sociais completamente opostos aos de confinamento”.

Para Alexandre Valentim Lourenço são necessárias medidas rigorosas, sendo necessárias novas medidas. “Não chega comprar ventiladores. Nós gastámos muito dinheiro em ventiladores, mas esses ventiladores não vão funcionar sozinhos. Puseram-se 500 ventiladores no Algarve, mas se não houver médicos, estes não trabalham. E depois é preciso saber se vão ser tomadas medidas excecionais para interromper o turismo no Algarve no meio do Verão”.

“Como se viu agora em Pequim, com um surto de cem casos, eles fecharam novamente a capital da China. Se nós de repente tivermos um surto de cem casos em Faro ou em Portimão vamos ter de fechar o Algarve”, deixa como aviso.

 

 

Termas
A informação foi avançada pelo Secretário de Estado da Saúde, António Lacerda Sales, na última conferência de imprensa para...

Para o Secretário da Estado da Saúde, a medida representa “uma boa notícia no sentido da recuperação da normalidade dos nossos serviços”, interrompida pela necessidade de controlo da pandemia.

Acompanhado pela Diretora-Geral da Saúde, Graça Freitas, e pelo Presidente do Infarmed, Rui Santos Ivo, António Lacerda Sales destacou ainda que “há também algumas notícias sobre medicamentos com alguma eficácia no combate à Covid-19, que acompanhamos com entusiasmo, mas também cautela”.

 

IHMT e APAH
O Instituto de Higiene e Medicina Tropical, da Universidade Nova de Lisboa (IHMT-NOVA) e a Associação Portuguesa de...

A iniciativa, que conta com o apoio do Centro de Ciência LP e da Comunidade Médica de Língua Portuguesa (CMLP), tem como objetivo avaliar e discutir o impacto da pandemia ao nível da diplomacia global, tendo como principais convidados embaixadores e outros altos dirigentes portugueses e estrangeiros.

O 1.º Web.Seminar especial decorre a 19 de junho, às 14h00, e vai incidir sobre os “Impactos e Desafios às Dinâmicas na Diplomacia Global”, a que se seguirá na semana seguinte, a 26 de junho, os “Desafios à Investigação e Cooperação na África Lusófona”.

A série #1 de webinares, que contemplou seis sessões sobre “O que sabemos sobre a COVID-19”, já fechou, mas o ciclo de Webinares prossegue, a partir de julho com uma série #2 sobre “Como reorganizar os sistemas de saúde na era COVID-19“, com especial enfoque nos PALOP.

As sessões, abertas ao público para perguntas, dirigem-se a profissionais de saúde, cientistas, estudantes e todos os interessados em saber mais sobre a pandemia que está a mudar o mundo.

A primeira sessão conta com a moderação de Luís Faro Ramos, Presidente do Instituto Camões e Alexandre Lourenço, Presidente da APAH. Entre os oradores, estão presentes Adalberto Campos Fernandes, Embaixador da CMLP; Francisco Ribeiro Teles, Secretário Executivo da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP): José Duarte, Embaixador de Portugal da República Popular da China; e Manuela Franco, Embaixadora de Portugal na República Árabe do Egito.

Para participar e colocar as suas questões neste Webinar Especial deve proceder à sua INSCRIÇÃO ou assistir LIVE no Facebook da APAH ou do IHMT-NOVA.

 

Soluções terapêuticas
Portugueses procuram nesta terapêutica uma solução para o sistema imunitário, ansiedade, distúrbios gastrointestinais e de sono...

É uma das farmacêuticas mais antigas do país e precisamente na altura em que assinala 100 anos de existência, vê o país e o mundo lidar com uma forte crise sanitária. Chama-se ‘Raul Vieira, Grupo Farmacêutico’, tem uma estrutura familiar que vai já na quarta geração, sendo hoje liderada por duas das quatros bisnetas do seu fundador, que perante o cenário provocado pela COVID-19 imediatamente decidiram que aquilo que iam investir na festa de aniversário se iria transformar numa doação a uma unidade de saúde. O Hospital de Santa Maria, em Lisboa, foi a entidade escolhida. Depois de se terem destacado no setor das vacinas, soros de uso humano e veterinário, derivados de plasma e cosmética, a empresa aposta agora exclusivamente na medicina de biorregulação de origem natural.

Foi em 1999 que Margarida e Maria de Macedo, bisnetas de Júlio de Macedo, o fundador da ‘Raul Vieira, Grupo Farmacêutico’, assumiram a liderança da empresa. Nessa altura, e fruto de uma experiência pessoal na qual tiveram a possibilidade de confirmar os resultados muito positivos no tratamento de uma doença de um familiar, e na sequência de conseguirem um contrato com um dos mais prestigiados laboratórios alemães do setor para serem a sua representante em Portugal, decidiram apostar exclusivamente na comercialização deste tipo de soluções que, à data, eram ainda pouco conhecidas no país.

“Focámo-nos em promover novas opções terapêuticas baseadas nos processos biológicos de autorregulação e associadas à visão mais vanguardista da saúde e das ciências nas últimas décadas. Ou seja, o enfoque psiconeuroendocrinoimunológico”, explica Maria de Macedo. “A saúde é um investimento que requer tempo, compromisso e responsabilidade por parte de todos nós: empresas, portugueses e profissionais de saúde”, acrescenta. O tempo veio a dar-lhes razão.

“Tem-se registado um aumento da utilização deste tipo de opções terapêuticas, assim como se tem verificado uma aposta significativa de várias empresas do setor na introdução de medicamentos com estas características em diversas classes farmacoterapêuticas”, afirma Maria de Macedo. De acordo com a mesma responsável, “existem vários exemplos de medicamentos com base em componentes naturais com uma utilização muito significativa por parte da população portuguesa, seja em distúrbios gastrointestinais, seja na mitigação de estados de ansiedade, em distúrbios de sono ou ainda no domínio da inflamação e das doenças musculoesqueléticas”.

A pandemia da COVID-19 não só veio mexer no negócio – por um lado a introdução de novos medicamentos teve de ser adiada, enquanto as soluções já existentes no mercado que são adequadas à época, como as que se relacionam com o fortalecimento do sistema imunitário ou estados gripais, tiveram um significativo aumento de vendas – mas também com os planos que Margarida e Maria tinham para festejar os 100 anos da empresa. “De imediato decidimos que os recursos que gastaríamos em celebrar, seriam usados para fazer uma doação que se materializou na oferta de 2000 máscaras cirúrgicas e 250 litros de álcool gel ao Hospital de Santa Maria, em Lisboa”, refere Margarida de Macedo.

“A doação realizada pela ‘Raul Vieira, Grupo Farmacêutico’ ao Centro Hospitalar Universitário Lisboa Norte (CHULN), E.P.E., - Hospital de Santa Maria – representa um ato de generosidade, de humanismo e solidariedade, tão imprescindíveis na nossa sociedade e que tem uma maior expressão e dimensão nos dias de hoje. Esta unidade hospitalar só tem de se congratular com tais gestos, que demonstram o reconhecimento da sociedade civil, para com os nossos médicos, enfermeiros e assistentes operacionais”, afirma Nuno Marcelino, Membro do Grupo de Avaliação das Doações do CHULN,E.P.E..

“Precisamente nesta época de pandemia, temos assistido a um regresso a muitos destes valores essenciais e até familiares, o que no nosso caso diz muito, visto sermos uma empresa familiar que vai já na quarta geração. Nasce uma maior solidariedade, espírito de entreajuda e passa a importar o que é realmente importante: as pessoas. E quando se tem a história de uma empresa centenária como a nossa, que atravessou tantos períodos conturbados, sabemos, está escrito na nossa memória genética, que também esta crise passará. Que ganhando umas vezes e perdendo outras, o mundo se equilibra. E as empresas também devem dar o exemplo”, sublinha Margarida de Macedo.

Na mira destas empresárias, continuam a estar as soluções terapêuticas o mais natural possível. “Em consonância com as autoridades e demais instituições de saúde em Portugal, temos procurado promover ao longo dos anos, junto dos diferentes intervenientes, soluções, comportamentos e medidas que contribuem e promovem uma saúde com mais qualidade em Portugal para que, sempre que possível, seja aplicada uma solução biorreguladora natural, evitando ao máximo a iatrogenia medicamentosa (doença, efeitos adversos ou complicações causadas por ou resultantes de tratamento com medicamentos), respondendo com efetividade a uma grande diversidade de patologias e quadros sintomatológicos tanto na perspetiva do tratamento como na perspetiva da prevenção”, conclui Maria de Macedo.

"O AVC não fica em casa", alerta campanha
A COVID-19 tem tido um impacto negativo sério nas taxas de incapacidade e mortalidade provocadas por AVC em Portugal, uma vez...

Trata-se de uma campanha da Iniciativa Angels, um projeto de melhoria dos cuidados de saúde com o objetivo de tornar mais eficazes os cuidados de AVC em todo o mundo. A iniciativa internacional prepara os novos hospitais com cuidados de AVC e propõe-se melhorar a qualidade nos hospitais com cuidados de AVC já existentes. A cada 30 minutos, um doente com AVC, que poderia ter sido salvo, morre ou fica permanentemente incapacitado, porque não foi tratado no hospital indicado. O principal objetivo é que todos os doentes com AVC tenham acesso ao mesmo nível de cuidados independentemente da região onde se encontram.

Um inquérito da Sociedade Portuguesa do Acidente Vascular Cerebral (SPAVC) revelou que, de 32 hospitais portugueses, metade viu o número de doentes com AVC reduzir entre 25-50%. Face a estes números, Cláudia Queiroga destaca que “todos os elementos da equipa Angels estão dispostos a apoiar os doentes com AVC e a comunicar, através de canais apropriados, para ajudar a lidar com a situação atual. Queremos construir uma comunidade global de Unidades de AVC, o que significa prestar os melhores cuidados a todos os doentes com AVC. É fundamental evitar as graves consequências secundárias ao tratamento inadequado do AVC”, afirma a coordenadora nacional da Angels.

“Durante o período de pandemia da COVID-19, tivemos uma redução no número de doentes com AVC que se deslocavam aos hospitais”, admite o presidente da Direção da SPAVC, Prof. Castro Lopes. “Os números são preocupantes e precisamos de garantir que os doentes estão seguros para continuar a otimizar a qualidade de tratamento em todos as Unidades de AVC existentes. O tempo de chegada ao hospital é fulcral para o sucesso do tratamento, e há equipas preparadas para tratar os doentes, num circuito protegido e paralelo ao dos doentes infetados por COVID-19”, refere o especialista, na sequência de diferentes iniciativas de debate desta sociedade científica para avaliar a situação no nosso país.

A Iniciativa Angels defende ainda a importância da fase da reabilitação e do seguimento do doente com AVC, uma fase que merece tanta atenção como a fase aguda e que neste momento é motivo de preocupação. Segundo apurou a SPAVC, 93,8% dos inquiridos mostraram-se preocupados com o impacto da COVID-19 no processo de reabilitação coordenada e multidisciplinar.  “Acreditamos que vamos conseguir voltar aos processos que vínhamos implementando, com uma abordagem multidimensional para melhorar os cuidados proporcionados aos sobreviventes de AVC. Estamos motivados para continuar a lutar pelos objetivos de acesso e qualidade desta fase de cuidados”, acrescenta o fundador da SPAVC.

Para instituir processos sobre a educação do AVC nas comunidades, a Iniciativa Angels apoia ainda a campanha FAST Heroes 112, um projeto destinado a educar crianças dos 5 aos 9 anos de idade sobre como reconhecer os sintomas de AVC e como ativar corretamente os serviços de Emergência Médica, ligando 112 (Número Europeu de Emergência).

A Iniciativa Angels é um projeto com o apoio da Organização Mundial de AVC (World Stroke Organisation, WSO), da Organização Europeia de AVC (European Stroke Organisation, ESO) e da Aliança de AVC para a Europa (Stroke Alliance For Europe, SAFE). É uma iniciativa de cuidados de saúde, não promocional, pan-europeia com o objectivo de optimizar o cuidado no AVC por toda a Europa, da Boehringer Ingelheim International GmbH, apoiada pela Medtronic.

Em Portugal, conta com a colaboração da SPAVC e da Portugal AVC em diferentes iniciativas, em estreita parceria com diversas equipas multidisciplinares de cuidados de AVC.

Recorde-se que em 2019, o INEM, que também apoia a campanha, registou 4.415 casos de AVC encaminhados para a Via Verde do AVC, uma média de 12 casos por dia e um total de mais 919 casos comparativamente com 2018. Os distritos de Porto e Lisboa registaram o maior número destes encaminhamentos, com 1.041 e 916 casos, respetivamente. Seguiram-se Braga com 432, Setúbal com 309 e Aveiro com 218.

O AVC continua a ser a principal causa de morte em Portugal, sendo também a principal causa de morbilidade e de potenciais anos de vida perdidos. As primeiras horas após o início dos sintomas de AVC são essenciais para o socorro do doente, pois é esta a janela temporal que garante a eficácia dos principais tratamentos.

Reportagem
A América Latina é, segundo a OMS, o “novo epicentro” da pandemia.

Desde que a pandemia se tornou uma realidade na América Latina que a tensão predomina, sobretudo para os cerca de 158 milhões de trabalhadores informais. A falta de rendimentos e a pobreza assombram as famílias e as populações numa região onde as preocupações e o medo vão muito além das implicações da COVID-19 na saúde. “Trabalho de forma independente, a vender os meus petiscos, aquilo que tiver preparado para o dia. Mas agora, com tudo o que está a acontecer, não posso trabalhar e não temos como viver”, conta a peruana Judith Medina. Casos como os de Judith chegam recorrentemente às equipas no terreno da Ajuda em Ação, ONG que trabalha contra a pobreza e a desigualdade social na América Latina, há já 35 anos. 

William Campbell, diretor da Ajuda em Ação no Peru, explica que, para já, o seu principal objetivo é entregar “cartões de apoio alimentar a 500 famílias para que possam alimentar-se durante a quarentena” e que adicionalmente serão entregues “kits de desinfeção da água e de alimentação a 250 organizações locais e kits de higiene familiares”. Acrescenta ainda que a prioridade da ONG passa também por “dar resposta a casos de violência familiar, assegurar o apoio socioemocional para as vítimas, assim como ajudar 1.500 famílias a melhorar os seus hábitos de higiene e a recuperar os seus meios de subsistência com a entrega de apoios para retomarem os seus negócios”.


Ajuda em Ação no Equador, um dos 11 países da América Latina que fazem parte do plano de emergência da ONG durante a pandemia

Da Colômbia chega outro testemunho semelhante. Rogelio Montes, trabalhador informal da construção civil, é um dos milhares de colombianos que hoje não tem o que comer devido ao confinamento. Em sua casa, Rogelio era o único que trabalhava e, desde que a crise sanitária chegou ao país, já não o pode fazer. Agora vive do “biscate”, daquilo que surja no dia a dia. Com a voz tímida e embargada, desabafa que a vida durante a quarentena não tem sido fácil, que o jantar tem sido as sobras do almoço e que já não consegue garantir a alimentação básica aos seus filhos. As histórias que chegam às equipas da ONG no terreno tornam evidente que, na América Latina, as pessoas veem-se numa situação impossível entre ficar em casa para combater a COVID-19 ou sair para trabalhar para não morrerem de fome.

O Rogelio e a Judith são, segundo o economista e investigador peruano Hugo Ñopo, os rostos menos visíveis da preocupante situação económica que se vive na América Latina. Estamos a falar do “condutor que sai para trabalhar todas as manhãs e que no final do dia pode levar algum dinheiro para casa, dinheiro esse que agora não existe. Ou das pessoas que saem para vender. Há muitos trabalhadores independentes, pequenos empreendedores que dependem do dia a dia e que, de repente, se veem sem qualquer rendimento”.

A formação destes pequenos empreendedores em plena pandemia faz, por esta razão, parte do plano de emergência que a Ajuda em Ação pôs em prática na região e que inclui 11 países, entre os quais Bolívia, Colômbia, Equador, Peru, Venezuela, Costa Rica, El Salvador, Guatemala, Honduras, Nicarágua e México. Mas não só. A ONG pretende apoiar um total de 500 mil pessoas na luta contra o novo coronavírus através da distribuição de equipamento médico, como testes à COVID e medicamentos, e de kits de higiene com luvas, máscaras e folhetos informativos sobre práticas de higiene. Garantir o acesso a água potável, reabilitar centros de saúde ou unidades de vigilância epidemiológica e formar profissionais de saúde também estão entre as ações previstas.

“É muito difícil obrigar o trabalhador informal a paralisar a sua atividade económica”, alerta especialista

A 31 de maio, a América Latina ultrapassou uma marca assustadora na luta contra a COVID-19, ao ter alcançado um milhão de infetados e 50 mil mortes. Não é, por isso, de surpreender que, nesse mesmo mês, a Organização Mundial de Saúde (OMS) tenha referido que a região se tornou num dos novos epicentros da pandemia. E há vários países que apresentam números verdadeiramente preocupantes. É o caso do Peru e do México. O primeiro regista 237.156 casos de COVID-19 e 7.056 mortes, o segundo conta com um número inferior de casos positivos – 154.863 -, mas muito mais mortes: ascendem às 18 mil.

A predominância de uma economia informal pode ajudar a explicar a rápida propagação do vírus. Vinícius Pinheiro, diretor da Organização Internacional do Trabalho (OIT) para a América Latina e Caribe, salienta que “é muito difícil obrigar o trabalhador informal a paralisar a sua atividade económica". E essa realidade está à vista. Os mercados e feiras estão cheios de vendedores que não podem parar de trabalhar para garantirem o seu rendimento e, por sua vez, de aglomerados de pessoas que ali adquirem o que vão comer naquele dia – muitos nem frigorífico têm em casa para conservar os alimentos por mais tempo.


População no mercado de Bambamarca, Peru

Nas feiras de rua de Lima, 80% das pessoas estão contaminadas “porque quem precisa de vender para sobreviver fura o isolamento, é o dilema entre o vírus e a fome”, salienta o diretor da OIT para a América Latina e Caribe, dando como exemplo o Peru, um dos países da América Latina que mais rapidamente reagiu à ameaça da COVID-19, impondo de imediato o confinamento social, e que agora vê os seus números aumentarem de forma vertiginosa.

COVID-19, pobreza e uma tempestade tropical: o caso de El Salvador

Nos países latino-americanos que, para já, não apresentam números de COVID-19 tão expressivos, a situação atual não deixa de ser também delicada. O Equador, por exemplo, tem sido um dos mais castigados pela pandemia, com relatos de corpos espalhados pelas ruas à espera que as autoridades os vão recolher. Contudo, os números oficiais acabam por não corresponder à realidade retratada. Também na Nicarágua, nas Honduras, na Guatemala, em El Salvador ou na Bolívia, o vírus tem vindo a propagar-se pela população e a fazer inúmeras vítimas, quer pelo contágio da COVID-19, quer pelo aumento considerável das pessoas em situação de pobreza e pobreza extrema. Sinal disso são as bandeiras brancas e vermelhas nas janelas das casas que assinalam que ali a comida e os medicamentos já escasseiam.

Em El Salvador a situação atual agravou-se no passado dia 31 de maio com a passagem da tempestade tropical Amanda que já provocou 27 mortes e desalojou 11 mil pessoas. A Ajuda em Ação interveio imediatamente estendendo a sua resposta de ajuda humanitária. Como explica Michael Sambrano, diretor da ONG no país, esta “dupla emergência está a agravar as desigualdades sociais, económicas e sanitárias que já existiam em El Salvador. Na Ajuda em Ação estamos a monitorizar a evolução dos danos causados e estamos a apoiar as famílias mais afetadas. Também vamos continuar a fazê-lo durante a reconstrução para que recuperem as suas vidas”. Para já, a ação da ONG centra-se em garantir o acesso a água potável a 32 famílias, na entrega de material de higiene e desinfeção em seis abrigos e na distribuição de material de prevenção e higiene entre 1.500 refugiados espalhados por vários abrigos no país, a fim de travar ao máximo a disseminação da pandemia.

Resposta de emergência da Ajuda em Ação face à COVID-19 e à tempestade Amanda em El Salvador

COVID-19 pode fazer mais de 214 milhões de vítimas da pobreza na América Latina

Os números da pandemia na América Latina estão a deixar em alerta ONG, organizações internacionais e as populações que sentem na pele as suas consequências diretas e indiretas. E os números estimados da pobreza na região são alarmantes. O mais recente relatório da Comissão Económica para a América Latina e Caribe (CEPAL), revela que a crise económica gerada pela pandemia deverá levar mais 28,7 milhões de latino-americanos à pobreza e mais 15,9 milhões à pobreza extrema. Assim, no final de 2020, para além das vítimas da COVID-19, a América Latina deverá contabilizar um total de 214,7 milhões de vítimas da pobreza e 83,4 milhões vítimas de pobreza extrema. México, Nicarágua e Equador deverão ser os países onde se registarão os maiores aumentos da pobreza extrema, avança o mesmo relatório.

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Novo foco da doença
O Instituto Português de Lisboa Francisco Gentil (IPO de Lisboa) confirmou a informação sobre a existência de um foco de covid...

De acordo com um comunicado do IPO, oito profissionais de saúde e 12 doentes internados no Serviço de Hematologia no IPO de Lisboa testaram positivo para o coronavírus.

Os casos foram diagnosticados no âmbito das ações de rastreio e das medidas de contenção realizadas pelo IPO, onde já se contabilizaram cerca de seis mil testes, tendo sido testados 2.700 doentes e mais de 1.500 prestadores, inclusive profissionais externos.

O IPO Lisboa informa que "acionou imediatamente as medidas de contenção previstas no seu plano de contingência, tendo os doentes com infeção já tido sido transferidos para outras unidades do Serviço Nacional de Saúde, encontrando-se em situação clínica estável".

Os doentes do Serviço de Hematologia com resultados negativos permanecem internados no IPO Lisboa.

"O Hospital mantém o normal funcionamento, devendo os doentes manter as consultas e os tratamentos agendados que estão a ser prestados em condições de segurança", lê-se ainda no mesmo comunicado.

 

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