Ministério da Saúde garante
O Ministério da Saúde garantiu na passada quinta-feira que a recente portaria sobre a categorização dos serviços e...

O desmentido do ministério de Paulo Macedo surge após o presidente da Câmara Municipal de Gaia ter afirmado que tinha a "garantia do Governo" de que a portaria que classifica os hospitais e lhes retira algumas valências médicas vai ser revogada.

"Eu sobre isso a única coisa que digo, porque até à hora da reunião de câmara estou expectante, é que tenho neste momento a garantia do Governo, a partir das diligências que fiz junto do Ministério da Saúde e do Governo, de que a portaria vai ser revogada", afirmou Eduardo Vítor Rodrigues.

Fonte do gabinete do Ministro da Saúde desmentiu esta intenção do Governo.

O Ministério da Saúde tinha já desmentido a intenção de encerrar maternidades, no seguimento da aplicação desta portaria, após críticas de alguns autarcas.

O Ministério da Saúde tinha publicado recentemente, em Diário da República, a portaria que classifica o Centro Hospitalar Vila Nova de Gaia/Espinho (CHVNG/E) como uma unidade de tipologia II, quando antes desta publicação este estabelecimento estava classificado como III.

O documento punha em causa os serviços de Cirurgia Cardiotorácica e Cirurgia Pediátrica daquela unidade de saúde.

Um esclarecimento da Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS) refere que "a nova classificação assenta, primordialmente, em critérios de base populacional e complementaridade da rede hospitalar para a prestação de cuidados de saúde de elevada qualidade e proximidade".

No dia seguinte à publicação da portaria, o Ministério da Saúde garantiu que nenhum hospital público terá encerramento de serviços no imediato e que, caso isso venha a acontecer no futuro, os profissionais de saúde serão sempre integrados noutras unidades.

"Não há nenhuma quebra de serviços imediata. O que existem são indicações estratégicas que o sistema vai ter de observar. Não é um quadro totalmente fechado, nem é para ter efeito imediato. Não há que haver preocupação", declarou o secretário de Estado da Saúde, Manuel Teixeira.

Implica perda de 300 milhões
“Os contributos adicionais da indústria farmacêutica” a que se referiu na semana passada a ministra das Finanças, Maria Luís...

A nova taxa, que terá carácter temporário e que ainda tem de ser acordada com os representantes do sector, dependerá da despesa pública que as farmacêuticas gerarem.

No passado dia 15, após a reunião extraordinária do Conselho de Ministros para fechar o pacote de medidas para cumprir o défice de 2,5% em 2015, a ministra Maria Luís Albuquerque anunciou, além da já polémica taxa sobre produtos nocivos à Saúde, novos “contributos adicionais da indústria farmacêutica”.

Esta proposta, que está a ser estudada em conjunto pelos ministérios das Finanças e Saúde, visa a criação de uma taxa que incidirá directamente sobre as vendas das farmacêuticas e que poderá render ao Estado entre 300 a 400 milhões de euros.

Esse valor dependerá do volume de vendas que gerarem sem o IVA ou a taxa de comercialização, ou seja, se a farmacêutica vender mais do que no ano anterior, pagará mais, se pelo contrário o volume de vendas for inferior, a taxa-base será reduzida. Esta forma de implementar a nova medida consta de um estudo do Infarmed.

Agora tudo dependerá “das negociações com a Apifarma. Se houver acordo, é mais fácil evitar esta taxa”, afirma uma fonte ligada ao Ministério da Saúde, esclarecendo porém que mesmo sem acordo é possível que a medida “venha a aplicar-se embora, eventualmente, com um corte para metade destes valores”.

Questionado sobre esta nova taxa que o Governo pretende aplicar, o antigo bastonário da Ordem dos Farmacêuticos, Aranda da Silva, refere que “se for aplicada, a medida terá grande impacto na indústria, que tem feito diversos processos de despedimentos. Por outro lado, haverá mais empresas a sair de Portugal e a liberalizar operações” e, remata, “terá (também) obviamente impactos negativos na saúde devido aos cortes”.

Estudo revela
O vírus ébola, que desde Janeiro provocou mais de 100 mortos na Guiné-Conacri e Libéria, é uma nova estirpe, o que indica que...

Esta análise sugere que esta estirpe viral na Guiné, a “Guinean EBOV”, evoluiu em paralelo às cepas na República Democrática do Congo (RDC) e Gabão a partir de um recente ancestral comum.

"Portanto, não foi introduzida posteriormente na Guiné", concluem os cientistas, cujos trabalhos foram publicados na última edição da revista New England Journal of Medicine.

Inicialmente, as autoridades de saúde pública falaram na possibilidade de uma infecção na Guiné pelo vírus ébola da República Democrática do Congo. De acordo com os autores do estudo, os primeiros casos de Ebola na Guiné apareceram provavelmente em Dezembro passado, ou talvez antes, e o vírus circulou sem ser detectado por algum tempo.

As pesquisas devem prosseguir para identificar a fonte animal do vírus. Este novo vírus ébola provocou na Guiné menos casos de febre hemorrágica que as epidemias precedentes na África Central.

"Os sintomas clínicos dos primeiros casos eram principalmente febre, vómitos e diarreia severa. Não detectámos hemorragia interna na maioria dos pacientes no momento da colecta de amostras que confirmaram a infecção", indicam os autores do estudo, que analisaram o sangue de 20 pacientes internados na Guiné.

A taxa de mortalidade do vírus ébola na Guiné foi estabelecida em 86% entre os primeiros casos confirmados e 71% entre os casos suspeitos, segundo estes virologistas.

De acordo com a estirpe do vírus, a mortalidade pelo ébola varia entre 30% a 90% dos casos. A propagação do vírus dá-se pelo contacto directo com pessoas infectadas.

Não existe vacina nem tratamento específico para esta infecção.

Estudo recomenda
Os centros de saúde devem passar a ter um gestor do doente, que acompanhe o processo clínico do utente e faça a sua ligação aos...

Baseando-se em recomendações internacionais, os autores do estudo calculam que, em Portugal, sejam necessários pelo menos cerca de 7.500 gestores do doente, sendo que cada um pode acompanhar perto de 80 casos de doentes crónicos.

“O conceito de gestor do doente que se propõe (…) consiste numa figura que acompanha personalizadamente o doente com condições clínicas e socioeconómicas complexas ao longo de um ‘continuum’ de cuidados”, refere o relatório do grupo de trabalho para a integração dos níveis de cuidados de saúde.

Com o aumento da prevalência de doenças crónicas em Portugal, os autores do estudo consideram que há uma maior necessidade de um acompanhamento mais próximo e personalizado dos doentes.

Gestor do doente pode permitir poupança ao Estado

O recurso a um gestor do doente nos cuidados de saúde primários pode ainda permitir uma redução da utilização dos cuidados hospitalares, refere o documento.

Pode conseguir-se alcançar uma diminuição dos internamentos desnecessários, reduzir a demora média, a recorrência à urgência e até a necessidade de cuidados continuados.

“A intervenção destes profissionais visa o acompanhamento dos doentes mais consumidores de recursos, permitindo assim a prazo controlar o desperdício através de um melhor controlo do estado do doente”, diz o documento.

Ao gestor do doente cabe assumir o processo de referenciação do doente, coordenar os cuidados de saúde, garantindo a sua continuidade, assegurar a adesão terapêutica e promover o auto cuidado do doente, capacitando-o para uma gestão autónoma da sua doença.

O relatório recomenda que este gestor se encontre nos cuidados de saúde primários (centros de saúde e unidades de saúde familiar) e faça parte da equipa de saúde nos cuidados de primeira linha.

Em declarações, o secretário de Estado Adjunto do Ministro da Saúde considera que esta figura permite centrar nos cuidados primários o acompanhamento dos doentes.

“Para que o utente mantenha sempre uma âncora nos seus cuidados primários, com um gestor de cuidados que faça a ligação entre os vários agentes e entre os hospitais, se for caso disso”, afirmou Fernando Leal da Costa.

Questionado sobre quem assumirá o papel de gestor do doente, o secretário de Estado disse que terá sempre de ser um profissional de saúde, podendo a função ser dividida ou partilhada entre enfermeiros e médicos.

No documento do grupo de trabalho, os autores salientam a importância de dar formação específica a quem vier a assumir aquele papel, justificando que o gestor do doente “requer um conjunto de competências técnicas, comportamentais e científicas (…) que transcendem a formação especializada em saúde.

O estudo refere ainda que têm de ser definidos critérios para o acompanhamento de doentes por um gestor, como seja o caso de doentes crónicos e de utentes com “propensão elevada para a utilização de recursos”.

Segundo as recomendações internacionais que são citadas no relatório, um gestor do doente pode acompanhar entre 50 a 80 pessoas.

Aplicando o conceito apenas a um grupo de pessoas com mais de cinco doenças crónicas, seriam necessários aproximadamente 7.500 gestores. O grupo de trabalho recomenda ainda a criação de um sistema nacional de referenciação de doentes entre as várias unidades de saúde, uniformizando os vários que já existem, dando origem apenas a um único sistema consolidado.

Relatório indica
As unidades de saúde em Portugal devem passar a receber um pagamento fixo por cada utente, independentemente da quantidade de...

Os autores consideram que os actuais modelos de financiamento promovem uma clara separação entre os vários níveis de cuidados (centros de saúde, unidades de saúde familiar, hospitais, cuidados continuados), propondo uma alteração a este regime.

Defendem, genericamente, que se passe de um sistema de pagamento baseado na produção para um modelo per capita.

“A capitação é um sistema de remuneração onde o médico ou unidade de saúde recebem um pagamento fixo por utente inscrito na sua lista (…). Trata-se de uma unidade predominantemente centrada na procura, sendo o financiamento estabelecido em função da dimensão da população previamente definida ou que o prestador escolheu”, refere o documento.

O grupo de trabalho para integração dos níveis de cuidados saúde para Portugal, que foi colocado em consulta pública, defende ainda que o pagamento per capita deve ser ajustado ao risco, ou seja, ter uma ponderação relativa face ao risco previsto que está associado a cada doente ou conjunto de utentes.

“O recurso à capitação ajustada pelo risco deverá incorporar uma componente baseada no desempenho institucional”, com um conjunto de objectivos que deve ser partilhado entre os vários prestadores de cuidados de saúde.

Através desta medida, os autores do estudo propõem que se crie um pagamento per capita, mas que a remuneração tenha também em conta um conjunto de incentivos que devem ser comuns a várias unidades de cuidados de saúde.

É, assim, admitido que o pagamento per capita possa ser combinado com um pagamento pelos resultados alcançados.

“O actual modelo de financiamento de organizações de saúde no nosso país recorre à utilização de diferentes unidades de pagamento para os diferentes níveis de cuidados”, lembra o relatório, considerando que desta forma nem sempre são criados os incentivos adequados para uma verdadeira integração dos cuidados de saúde.

O estudo defende que ao mudar o pagamento de produção para uma base per capita vai obrigar as instituições a mudarem a sua forma de funcionamento, “libertando-se do enfoque na resposta à doença para uma visão centrada no estado geral de saúde da população”.

Antes de avançar para um modelo de financiamento por utente, o relatório diz que é necessário ter informação credível sobre a quantidade de população a servir por unidade de saúde e as características desses utentes.

Os autores defendem que o modelo de pagamento por capitação pode ajudar a eliminar a produção redundante e desnecessária nas várias unidades de saúde.

Ministro da Economia afasta hipótese
Pires de Lima afirma que assunto “é um fantasma” nunca discutido em Conselho de Ministros. Ministério da Saúde diz que medida...

É um “fantasma” e uma “especulação”. A taxa sobre produtos com excesso de açúcar e sal nunca foi discutida em Conselho de Ministros, nem será aplicada à indústria alimentar. A garantia é dada por António Pires de Lima, ministro da Economia, que, depois da intenção do Ministério da Saúde ter sido tornada pública, veio, na passada sexta-feira, esclarecer o assunto.

“Não há taxa. É uma ficção, um fantasma que nunca foi discutido em Conselho de Ministros e cuja especulação só prejudica o funcionamento da economia”, disse.

No final da reunião do executivo, na terça-feira, a ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque, anunciou ao país as medidas que o Governo tem previstas para reduzir o défice em 2015, avaliadas em 1400 milhões de euros. Um dos objectivos é reduzir as dívidas acumuladas no sector da saúde através de cortes na despesa, mas a estratégia pode passar também por “contributos adicionais do lado da receita, designadamente na indústria farmacêutica ou de tributação sobre produtos que têm efeitos nocivos para a saúde", afirmou.

Um dia depois, a intenção de criar uma taxa sobre produtos com alto teor de sal ou açúcar foi confirmada pelo secretário de Estado de Estado adjunto do Ministro da Saúde, Fernando Leal da Costa. De acordo com este governante, a medida seria aplicada já a partir de 2015 e, em causa, estão bebidas e alimentos sólidos embalados com quantidades de sal e de açúcar superiores a determinados níveis, ainda a definir.

Paulo Macedo, Ministro da Saúde, foi cauteloso quanto à criação de uma taxa, dizendo, na última quarta-feira, que serão estudadas as experiências dos diferentes países. “Iremos ver o que tem mais impacto em termos de saúde pública e, depois, o que poderá significar em termos de receita destinada aos hospitais. Temos até Outubro para estudar estas medidas”, afirmou. Paulo Macedo entende que para resolver o problema das dívidas dos hospitais em 2015 “há também lugar a que haja receitas que possam estar ligadas à saúde, que devem contribuir para esse esforço”.

António Pires de Lima garante que em cima da mesa estão apenas mexidas nos impostos sobre o consumo de tabaco e nos impostos sobre o Álcool e as Bebidas Alcoólicas (IABA), que já sofreram um agravamento este ano. O anúncio de uma taxa sobre produtos com excesso de sal e açúcar levantou um coro de protestos por parte da indústria alimentar e de bebidas e o ministro da Economia vem agora garantir que o sector agro-alimentar não tem de ir “atrás de fantasmas e de especulações que não têm qualquer aderência à realidade”.

Confrontada com as declarações de Pires de Lima, fonte do Ministério da Saúde sublinha que “ainda é preciso avaliar bem os impactos de uma eventual taxa”, lembrando o caso da Dinamarca que acabou por recuar na contribuição que aplicava aos produtos com gorduras saturadas.

Certo é que os impostos sobre as bebidas alcoólicas deverão novamente ser agravados no próximo ano. Em 2014, o Governo aumentou o imposto sobre as bebidas espirituosas em 5% e o agravamento fiscal sobre as restantes bebidas alcoólicas oscila entre os 0,93% e 1% face ao Orçamento do Estado de 2013, quando em causa estão produtos com um volume de álcool superior a 1,2%. Este ano, outras bebidas como o vinho do Porto ou aguardentes vínicas sofreram subidas de 4,9%, para 69,67 euros por hectolitro. O imposto sobre o tabaco de enrolar também sofreu aumentos de 33% na tributação.

De acordo com os dados mais recentes da execução orçamental, o Estado encaixou um total de 205,7 milhões de euros entre Janeiro e Fevereiro com o IABA e o Imposto sobre o Tabaco, o que significa um decréscimo de 1% em comparação com os mesmos meses de 2013. As previsões do Governo apontam para uma subida de 7% das receitas líquidas em sede de IABA em 2014, para 181,6 milhões de euros.

Nos EUA
Foi dado mais um passo na criação de células estaminais embrionárias, capazes de originar todos os tecidos do organismo, a...

Cientistas nos EUA anunciaram na passada quinta-feira que tinham criado linhagens de células específicas de dois homens a partir de células da sua pele. É a primeira vez que se consegue assim realizar uma “clonagem terapêutica” de adultos humanos. O resultado foi descrito online na revista Cell Stem Cell.

Tecnicamente designada por “transferência nuclear de células somáticas”, a clonagem terapêutica consiste em obter células estaminais cujo ADN é idêntico ao das pessoas em causa, com vista ao tratamento personalizado de doenças. Mas a transferência nuclear de células somáticas também constitui a primeira etapa da chamada clonagem reprodutiva, ou seja, da produção do “duplicado” de uma pessoa. É por isso que, desde 1997, ano em que foi anunciada a clonagem da ovelha Dolly através desta técnica, ela tem gerado bastante controvérsia.

Em 2005, as Nações Unidas apelaram aos países para banir a técnica e actualmente, os EUA proíbem o uso de dinheiros públicos quer para a clonagem reprodutiva, quer para a clonagem terapêutica. O novo estudo foi financiado por uma fundação e pelo governo sul-coreano.

Se os resultados forem confirmados por outros laboratórios, poderia tratar-se de um avanço importante, na medida em que muitas doenças, tais como a insuficiência cardíaca ou a perda de visão, que afectam sobretudo os adultos, poderiam vir um dia a ser tratadas com células estaminais. Para isso, seria preciso criar células estaminais específicas de cada doente a partir de células mais velhas e não de células de bebé ou fetais (como já foi feito).

Isto parece agora tornar-se possível, embora ainda esteja longe de ser fácil de pôr em prática: num total de 36 tentativas, os cientistas que agora anunciaram os seus resultados conseguiram criar apenas uma vez células estaminais para cada um dos dois dadores. E nem todos os especialistas têm a mesma opinião sobre a importância do estudo, que foi liderado por Young Gie Chung, do Instituto de Investigação em Células Estaminas da empresa californiana Sistemas de Saúde CHA.

Por exemplo, George Daley, especialista em células estaminais da Universidade Harvard, considera tratar-se de um “avanço incremental” e “não de algo espectacular”. Shoukhrat Mitalipov, biólogo da reprodução da Universidade de Saúde e Ciência de Oregon, que desenvolveu a técnica agora adaptada pela equipa da CHA, mostrou-se mais optimista. “Este avanço indica que a transferência nuclear tem a capacidade de funcionar em pessoas de todas as idades”, disse em entrevista. Há um ano, Mitalipov liderou a equipa que utilizou a transferência nuclear de ADN de bebés e de fetos para produzir células estaminais – uma estreia nos seres humanos.

Choques eléctricos

Na clonagem terapêutica, os cientistas usam choques eléctricos para fundir uma célula adulta, habitualmente da pele, com um ovócito cujo próprio ADN foi removido. O ovo divide-se e, em cinco a seis dias, dá origem a um embrião com a forma de uma esfera oca. As células internas desse embrião são células estaminais “pluripotentes”, que têm o potencial de se transformar em qualquer tipo de célula humana.

Se o embrião fosse implantado num útero, poderia dar origem a um clone do dador de ADN, tal como no caso da ovelha Dolly. “Na ausência de regulamentação, estes embriões poderiam também ser usados para a clonagem reprodutiva humana, embora isso fosse pouco seguro e cabalmente antiético”, diz Robert Lanza, director científico da empresa de biotecnologia Advanced Cell Technology (do Massachusetts) e co-autor do novo estudo. Mas aqui, o objectivo é cultivar as células estaminais embrionárias em pratinhos de laboratório para as obrigar a se diferenciarem em células especializadas que permitam tratar doenças do dador das células adultas – tais como a doença de Parkinson, doenças cardíacas, esclerose múltipla ou diabetes juvenil. Como estas células são geneticamente idênticas às do dador, não serão rejeitadas pelo seu sistema imunitário.

Contudo, apesar de mais de 15 anos de tentativas, o único sucesso até a data de produção de células embrionárias humanas através deste tipo de clonagem foi há apenas um ano, quando Mitalipov conseguiu fundir células de bebés e de fetos com ovócitos doados (cujo ADN tinha sido removido) e gerar embriões humanos com cerca de 150 células. Uma das chaves deste sucesso foi os cientistas terem deixado os ovócitos manipulados em repouso durante 30 minutos antes de lhes aplicar a descarga eléctrica para os incitar a dividir-se.

Chung e os seus colegas esperaram duas horas em vez de meia hora, algo que Lanza acredita ter sido crucial para o actual sucesso da sua equipa: “Isso dá tempo para que se opere a gigantesca reprogramação genética necessária" para que o ADN adulto regresse ao passado e consiga orquestrar o desenvolvimento de um embrião, disse ainda Lanza.  

E a estratégia resultou: os cientistas geraram dois embriões saudáveis, cada um a partir de um dos dadores, cujas idades eram respectivamente de 35 e 75 anos.

Se cada linhagem de células estaminais tiver de ser criada de raiz para cada doente, a baixa taxa de sucesso e os altos custos expectáveis significam que “apenas alguns homens velhos e ricos o poderão fazer”, acrescenta Lanza. Um dos grandes obstáculos à produção por esta via de culturas de células estaminais específicas do doente para dezenas de milhões de pessoas, é que poucas mulheres estão dispostas a doar os seus ovócitos, um processo que é por vezes doloroso.

Mas poderá não ser necessário fazer uma linhagem de células estaminais única para cada doente. Muitas pessoas possuem sistemas imunitários semelhantes do ponto de vista genético, diz Lanza. E portanto, segundo ele, apenas “100 linhagens de células estaminais embrionárias permitiriam gerar tecidos perfeitamente compatíveis com mais de metade da população” dos EUA.

Deverá ser votada em Maio
Joana nasceu sem útero, escreveu aos deputados do Parlamento que estão a analisar a mudança da lei, porque diz que esta é a...

A ausência de menstruação nunca a preocupou muito, é verdade que já tinha 17 anos mas à irmã mais velha também tudo tinha acontecido tarde e ela não tinha nenhum problema de saúde. Mas foi esse o primeiro sinal, aquele que a levou ao médico que lhe disse que tinha nascido sem útero e que nunca poderia vir a engravidar. O diagnóstico veio sob a forma de “um palavrão”, Síndrome de Mayer-Rokitansky-Kuster-Hause (MRKH). Há dois anos que Joana espera que o Parlamento avance com a legalização da maternidade de substituição, também conhecida como "barrigas de aluguer". O deputado social-democrata, Miguel Santos, que lidera o grupo de trabalho sobre as alterações à lei sobre procriação medicamente assistida, onde se inclui esta questão, diz que, se tudo correr como previsto, este processo legislativo poderá estar concluído em Maio.

Em Janeiro de 2012 entraram no Parlamento dois projectos de lei, um do Partido Socialista, outro do Partido Social Democrata, que pretendem legalizar a maternidade de substituição, uma prática que é proibida pela actual lei sobre procriação medicamente assistida e sancionada com uma pena que pode ir até aos dois anos de prisão. É definida como qualquer situação em que uma mulher se disponha a suportar uma gravidez por conta de outrem e a entregar a criança após o parto, renunciando dos seus direitos de mãe.

Joana, que tem 27 anos e trabalha em marketing, não se limitou a assistir ao processo legislativo de fora. Ela e uma amiga com o mesmo problema – não têm útero mas têm ovários e óvulos e por isso podem ter filhos biológicos, desde que seja outra mulher a passar pela gravidez – escreveram aos deputados do grupo de trabalho, aos líderes parlamentares, à presidente do Parlamento.

“Escrevo-lhe em meu nome e em nome de todas as mulheres portadoras do Síndrome MRKH, uma anomalia congénita que se caracteriza pela ausência ou a má formação do útero, condição que afecta uma em cada 4500 mulheres. Este síndrome para nós significa 'extorsão' de um sonho… O de sermos mães.”

O deputado Miguel Santos justifica o atraso com “a complexidade da matéria”. Diz que já existe uma versão consensualizada entre os dois partidos que apresentaram os projectos de lei. Mas ainda há três artigos que levantam dúvidas e que levaram ao pedido de um parecer junto do Conselho Nacional de Procriação Medicamente Assistida.

Uma das questões em causa diz respeito à formulação sobre as situações em que passará a ser permitida, excepcionalmente, a maternidade de substituição: a questão da ausência do útero é ponto aceite, está nos dois projectos de lei; depois, coloca-se a questão de também se autorizar a maternidade de substituição quando há lesão ou doença do útero que impeçam a gravidez, como prevê a proposta do PS.

O presidente do Conselho Nacional de Procriação Medicamente Assistida, Eurico Reis, diz que irão responder aos deputados que a questão de base é “a infuncionalidade do útero”, quer se deva a questões congénitas, lesões ou doenças. O responsável diz que o parecer será entregue dentro do prazo.

Outra das questões que levantam dúvidas está relacionada com a moldura penal que se aplica a quem fizer contratos de maternidade de substituição pagos. A maternidade de substituição terá sempre de ter natureza gratuita, prevendo-se pena de prisão de dois anos ou de 240 dias de multa para quem não cumpre, a mesma moldura prevista para quem incentive este tipo de contrato. A dúvida é se a celebração e a promoção deste tipo de contratos deve ter o mesmo tipo de penalização, explica o deputado Miguel Santos.

Por fim, a outra questão técnica diz respeito ao momento em que se considera que começa a terapêutica de procriação medicamente assistida.

Reunião a 29 de Abril
O deputado social-democrata espera que o parecer do Conselho Nacional de Procriação Medicamente Assistida chegue dia 28 de Abril, a tempo da reunião do grupo de trabalho parlamentar que está agendada para o dia seguinte. “Se tudo correr bem, seria essa a última reunião do grupo.” Depois, o projecto terá que ser votado na comissão parlamentar de saúde e só depois no plenário. O deputado prevê que tudo esteja concluído em duas ou três semanas, supostamente ainda no mês de Maio.

Na carta dirigida aos deputados, Joana e a amiga, que já foram recebidas no Parlamento, escrevem: "Reconhecemos a complexidade de legislar sobre a matéria, mas a nós compete-nos dar voz a situações reais, de jovens casais que têm a legítima expectativa de lhes ser reconhecido o direito às possibilidades que a ciência e a medicina dispõem para tratamento desta situação particular de infertilidade."

Ordem dos Médicos considera
O bastonário da Ordem dos Médicos considerou hoje inaceitável que cerca de 80 doentes graves estejam à espera de um dos novos...

Há cerca de 80 doentes graves em todo o país que estão à espera há meses de um novo medicamento contra a hepatite C que tem uma taxa de cura de 90% e que foi aprovado na Europa a 17 de Janeiro, diz o Diário Digital citando notícia do Diário de Notícias.

Em causa está o medicamento Sofosbuvir, cuja introdução em Portugal já foi aprovada, mas que ainda não tem concluído o estudo relativo à comparticipação concluído, o que obriga as unidades hospitalares a recorrer a pedidos de autorização excepcionais (AE). Estes AE são feitos nos hospitais, mas têm que ser aceites também pela Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde (Infarmed).

O bastonário da Ordem dos Médicos disse que a situação “não é normal, nem aceitável”, uma vez que a vida dos doentes está a ser posta em causa. “Não sabia que estavam tantos doentes à espera da AE. Este medicamento quase que permite erradicar a hepatite C e há doentes que têm indicação para o fazer. Não se compreende que haja este desfasamento de resposta. Não se pode fazer veto de gaveta com a saúde das pessoas”, disse.

José Manuel Silva afirmou ser inaceitável atrasar o tratamento das pessoas quando existem medicamentos que as podem curar. “O apelo que temos feito, e que reitero, é que os médicos enviem para a Ordem cópias dos pedidos de AE para que a Ordem possa interpelar o Infarmed, exigir uma resposta e fazer o acompanhamento da situação. Aos doentes que tenham indicação formal para tomar o medicamento não lhes pode ser negado tratamento”, frisou. José Manuel Silva lembrou que, no final do ano passado, já tinha chamado a atenção para esta situação. “A hepatite C mata por evolução para cirrose ou cancro do fígado e não se sabe quando é que faz essa passagem de uma doença crónica curável para uma doença irreversivelmente progressiva até à morte”, sublinhou, acrescentando que a taxa de cura com o novo medicamento é de 90%.

“Não sei quais são as negociações que estão a decorrer entre o ministério da Saúde e os laboratórios, nem de tenho de saber, mas não é aceitável esta demora na resposta a pedidos feitos, fundamentadamente, para doentes que precisam desta terapêutica, que já está a aprovada como terapêutica de primeira linha e com uma taxa de cura de 90%”, concluiu.

 

Acordo de princípio alcançado
...

O ministro Paulo Macedo explicou que “o acordo de princípio” vai integrar a troca de seringas, a vigilância da diabetes e implica ainda um aumento da quota de medicamentos genéricos. O contrato com a Associação Nacional de Farmácias (ANF) para a troca de seringas terminou em Novembro de 2012 e, em alternativa, passou a ser assegurado pelos centros de saúde.

Com o actual acordo, as farmácias vão recomeçar no próximo mês a trocar seringas, no âmbito da prevenção da transmissão do VIH/sida a utilizadores de drogas injectáveis, retomando um processo que fizeram durante cerca de 15 anos.

“[O programa] estender-se-á durante um ano para poder ser efectivamente avaliado: que quantidade de trocas de seringa se fazem, quais os impactos na saúde publica, quais os ganhos concretos e quais os custos que as farmácias têm”, declarou o ministro da Saúde, no final de uma reunião com responsáveis da ANF.

“Temos boas notícias, porque vamos, primeiro, disponibilizar serviços à população, depois vamos ter provas mais concretas sobre que ganhos efectivamente as farmácias podem trazer efectivamente para a população. E vamos ter uma ideia mais real do que esses ganhos podem trazer para depois tomar uma decisão mais informada, e haver um escrutínio público, sobre ganhos versus custos”, continuou.

Aquando da suspensão do programa, a ANF tinha alegado que não era possível, no actual contexto económico, continuar com este tipo de intervenções de forma gratuita.

O secretário de Estado Adjunto do Ministro da Saúde, Fernando Leal da Costa, lembrou que as farmácias são “um parceiro imprescindível em todo este processo da troca de seringas”, nomeadamente porque têm um horário alargado e estão próximas do cidadão.

“O que vamos agora fazer é retomar o programa com a ANF e fazer uma avaliação dos impactos em termos de saúde pública também dos custos que estão inerentes a esta participação da ANF, de maneira a que possa haver, se for caso disso, um ressarcimento justo e adequado àquilo que é o ganho em saúde pública”.

Contudo, o Ministério da Saúde não vai para já terminar totalmente a troca de seringas nos centros de saúde.

O presidente da ANF, Paulo Duarte, adiantou que, em Maio, o programa de troca de seringas vai ser retomado nas zonas que sejam identificadas como mais prioritárias, esperando estender-se “rapidamente” a nível nacional.

“Esperamos rapidamente poder retomar a universalidade e equidade que a participação das farmácias no programa permite”, afirmou Paulo Duarte.

Para a ANF, é essencial o estudo que irá ser feito, durante um ano, sobre os custos e benefícios da sua intervenção no programa: “o que queremos é que se demonstre qual a mais-valia da participação da farmácia no programa. Isso pode e deve ser quantificado. Ver o que isso impacta no funcionamento da farmácia no dia-a-dia e na gestão”.

Paulo Duarte sublinhou que as farmácias querem que a sua intervenção seja valorizada e explicou que o programa de troca de seringas implica afectar tempo do ponto de vista logístico e do ponto de vista da dispensa.

 

Campanha “Pés para andar” contra a Paramiloidose
“Pés para andar” é a primeira campanha nacional lançada pela Associação Portuguesa de Paramiloidose, organização sem fins...

Dizendo que a paramiloidose “é rara mas pode estar mesmo ao pé de si”, a campanha alerta a população para uma doença que, embora seja rara tem em Portugal a maior prevalência do mundo e tem vindo a ser identificada nas mais diferentes regiões do país.

Trata-se de uma doença genética hereditária do foro neurológico e que, sem tratamento, é rapidamente incapacitante e fatal. Os objectivos da Associação Portuguesa de Paramiloidose (APP) passam por informar o público sobre a patologia e alguns dos sintomas mais comuns (designadamente a dormência e insensibilidade nos membros inferiores), procurando contribuir para que o diagnóstico seja feito ainda na fase inicial, já que os danos causados são progressivos e irreversíveis. Daí o apelo “faça com que a doença não tenha pés para andar”.

Teresa Coelho, médica especialista em paramiloidose do Hospital de Santo António, no Porto, alerta: “calculamos que existam muitos doentes por diagnosticar ou que demoram muito até terem um diagnóstico. Doentes sem história familiar da doença levam em média quatro a cinco anos até serem diagnosticados e alguns só começam a ser seguidos na consulta especializada quando já apresentam sintomas de estado avançado, não raras vezes quando já não conseguem caminhar sem auxílio.”

Isabel Conceição, médica que dirige a consulta de paramiloidose no Hospital de Santa Maria, Lisboa, explica: “Embora seja uma doença hereditária, nem sempre é diagnosticada nas gerações anteriores, contribuindo para que os portadores sem história familiar desconheçam os sintomas da doença, não estando assim alertados para os primeiros sintomas da doença o que condiciona um atraso significativo do diagnostico. A similaridade de alguns sintomas típicos da doença com outras doenças mais comuns, pode fazer tardar um diagnóstico correcto, atrasando a instituição atempada de terapêutica com consequente pior prognóstico.”

A campanha passa por centros de saúde de todo o país, com material informativo destinado aos utentes, por órgãos de comunicação social, onde serão difundidos anúncios e debatidas as questões mais relevantes ou mostrados testemunhos de quem vive com esta doença, e também pelas redes sociais, veiculando informação útil e apelando à participação cívica através de partilhas. Previstas estão também acções de rua, agilizadas pelos núcleos regionais da Associação em parceria com diversos Municípios, fazendo contacto directo com as comunidades onde tem sido registada maior prevalência da doença.

Informações sobre a patologia e sobre a campanha em curso estarão disponíveis no site www.paramiloidose.com e na página de Facebook https://www.facebook.com/PesParaAndar

O presidente da APP, Enf. Carlos Figueiras, comenta: “Esta é uma campanha inédita. Desde que a doença foi pela primeira vez descrita, em 1952, nunca houve um apelo desta dimensão a respeito da paramiloidose. Há muito que esta deixou de ser uma doença circunscrita às comunidades piscatórias da Póvoa de Varzim. Está um pouco por todo o país. Queremos que os portadores e doentes recebam o aconselhamento e apoio que precisam e merecem. Quanto mais cedo, melhor.”

A campanha “Pés para andar contra a paramiloidose" terá a duração de dois meses e meio e conta com o apoio dos Laboratórios Pfizer.

 

Sobre a paramiloidose – factos e números

Polineuropatia Amiloidótica Familiar, PAF, Paramiloidose, ou Doença dos Pezinhos são todos nomes da mesma doença

A paramiloidose é causada pela mutação de um gene que pode levar à produção da proteína transtirretina sob uma forma anómala que tende a aglomerar-se e criar estruturas microscópicas chamadas fibrilhas de amilóide. Ao depositarem-se nos tecidos nervosos, conduzem ao declínio irreversível da função neurológica. E quando estas fibrilhas se depositam noutras partes do corpo, como os rins, o coração ou aparelho digestivo, também causam diversos problemas a esses níveis.

Um portador de paramiloidose tem 50% de probabilidade de ter um descendente sem a herança genética da doença.

É entre os 30 e os 50 anos que normalmente a doença se revela nos seus portadores

Estão identificadas no nosso país cerca de 2000 doentes afectados com paramiloidose, de 600 famílias não relacionadas entre si.

Foi descrita pela primeira vez em 1952, por um médico português – Corino de Andrade, e é reconhecida pela comunidade médica internacional como uma doença originariamente portuguesa. Os primeiros focos da doença foram encontrados em populações do norte litoral.

Concelhos em Portugal actualmente com maior prevalência: Barcelos, Braga, Cartaxo, Covilhã, Esposende, Figueira da Foz, Lisboa, Matosinhos, Póvoa de Varzim, Seia, Vila do Conde.

Estima-se que existam no mundo 8000 – 10000 pessoas com paramiloidose.

Estão identificados doentes em 20 países.

Principais regiões endémicas a nível mundial: Portugal, Suécia, Japão

Informações sobre a patologia e sobre a campanha em curso estarão disponíveis no site www.paramiloidose.com e na página de Facebook https://www.facebook.com/PesParaAndar.

 

Financiamento europeu
Ascende a um milhão o financiamento conseguido pela Faculdade de Ciências da Saúde, depois de uma candidatura ao QREN.

A actualização de equipamentos ligados ao ensino é um dos objectivos da Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade da Beira Interior (FCS-UBI), que dispõe de cerca de um milhão de euros, concedido pelo Programa Operacional Valorização do Território (POVT). Com o financiamento comunitário, os responsáveis pretendem ainda melhorar as condições de investigação, destacando-se a criação de um biobanco e ainda consolidar projectos que aproximem a instituição de ensino da comunidade.

“Optamos por fazer com que cerca de 50 por cento do orçamento dessa candidatura fosse dedicada a aprimorar o nosso ensino”, explica Luís Taborda Barata. O presidente da FCS-UBI entende que, depois de quase oito anos de funcionamento, “há uma parte do equipamento para as aulas – computadores e projectores – que é crucial ser renovado”.

 

Novos equipamentos

Contudo, a aplicação do financiamento vai além do que já existe. A aposta da FCS-UBI passa também de consolidar e modernizar algumas áreas. Por exemplo, para a aquisição de uma mesa de dissecção anatómica, que tornará a Faculdade “a única do País a ter um equipamento deste género e que será uma das mais-valias”, salienta Luís Taborda Barata. Outras inovações passam por melhorar o laboratório de simulação, “que já é um grande centro e uma referência a nível nacional e até internacional”, acrescenta.

No que diz respeito à componente de investigação, procurou-se aprofundar as componentes de investigação que não fossem estritamente ligadas à laboratorial básica. “Quisemos consolidar grandes projectos que também pudessem virar a Faculdade ainda mais para a comunidade”, sublinha o docente, e investigar, acrescentando ser um propósito “alicerçar a ligação com as unidades de saúde e consolidar a investigação na comunidade, no que diz respeito à saúde”. Os instrumentos vão optimizar essa capacidade, permitindo fazer estudos em epidemiologia e saúde comunitária ambiental, entre outras.

 

Aposta na investigação de translação

E, nesta linha de ligação à comunidade, o investimento vai também apostar na chamada investigação de translação, aquela que permite a transferência de conhecimento para unidades de saúde ou empresas.

Novamente dentro das portas da FCS-UBI, o investimento comunitário terá em conta o trabalho desenvolvido na Faculdade e CISC – Centro de Investigação em Ciências da Saúde.

A criação de um biobanco está também na calha. “Nós queremos ser uma das únicas unidades universitárias a nível nacional que tem um biobanco certificado. E, portanto, parte do orçamento de investigação foi candidatado para termos amostras humanas de todo o tipo, de acordo com as regras legais e de segurança”, explica o responsável. A estrutura terá ainda recolhas ambientais de alguns edifícios, com todos os cuidados em termos de manutenção e preservação. “Aquilo que nós almejamos é termos um centro referenciado que nos permita caracterizar e fazer estudos de grande vulto na comunidade”, acrescenta.

 

Recursos difíceis de conseguir no Interior

“Lufada de ar fresco para a Faculdade”, avalia Luís Taborda Barata o financiamento, tido como um montante “elevado”, mas que vem colmatar as dificuldades permanentes. Uma delas, a própria localização geográfica da FCS-UBI, onde estudam cerca de 1900 alunos. “Procuramos ter o máximo de qualidade e excelência. E posso garantir que isto depende do esforço, muitas vezes quase sobre-humano, de todas as pessoas que aqui trabalham. Este é um País que esquece o Interior e temos muitas dificuldades de financiamento, em comparação com outras unidades similares à nossa. Aqui, tudo é muito mais difícil de conseguir”, conclui Luís Taborda Barata.

 

 

Revista Espanhola de Nutrição Comunitária reforça
Bebidas não alcoólicas com pelo menos 80% de água são fonte de hidratação e devem ser utilizadas em condições ambientais intensas.

A água é um nutriente essencial obtido através de diferentes alimentos e bebidas, como parte da nossa dieta, e todas as bebidas não alcoólicas com pelo menos 80% de água são fonte de hidratação, especialmente em condições ambientais extremas. Estes dados foram publicados na última edição da Revista Espanhola de Nutrição Comunitária (RENC), uma publicação da Sociedade Espanhola de Nutrição Comunitária (SENC) e uma das publicações de maior prestígio e impacto nesta área em Espanha.

A hidratação tornou-se um factor de primeira instância com reconhecida importância no campo da nutrição e da saúde em geral, apesar de ser uma área de estudo científico relativamente nova. Tal facto é demonstrado pelo amplo número de pesquisas que têm surgido e a elevada atenção que os investigadores e especialistas em nutrição têm mostrado relativamente a este tema.

“As populações estão a ficar cada vez mais consciencializadas da importância de se estar devidamente hidratado ao longo de todo o dia e que podemos obter a água necessária através do consumo de alimentos e bebidas que são parte regular da nossa dieta". Assim refere Luís Serra-Majem, Catedrático de Medicina Preventiva e Saúde Pública da Universidade de Las Palmas de Gran Canaria, Presidente da Fundação para a pesquisa em Nutrição e Presidente da Academia Espanhola de Nutrição e Ciências da Alimentação, um dos responsáveis por estas importantes conclusões.

O artigo publicado na RENC reforça a importância crucial dos diferentes papéis que a água desempenha no nosso corpo, incluindo o transporte de nutrientes, eliminação de resíduos, a regulação da temperatura assim como das diferentes funções estruturais e lubrificantes.

Neste sentido, Javier Aranceta, presidente do Comité Científico do SENC e director da Revista Espanhola de Nutrição Comunitária, acrescenta que “sem dúvida o I Congresso Internacional e III Nacional de Hidratação, realizado em Espanha, tornou-se um marco não só para a comunidade científica, mas também para toda a sociedade em geral, que está a começar a reconhecer a importância de um estado de hidratação adequado para uma saúde equilibrada.”.

Crianças, mulheres grávidas e em período de amamentação, além dos idosos, continuam a ser os grupos mais vulneráveis a sofrer de uma hidratação insuficiente, segundo concluem os especialistas, sem retirar o foco de outros grupos com menor risco.

“Em geral, uma desidratação resultante da perda de pelo menos 2% da massa corporal, tem impacto a nível físico, mas também em outras áreas, porque afecta o humor, a capacidade cognitiva, a atenção, e inclusivamente a memória de curto prazo”, reforça Luís Serra-Majem. “Não estamos a falar de um problema trivial, uma vez que a ingestão insuficiente de líquidos pode também levar a mudanças na actividade cerebral e até mesmo na função neurotransmissora”.

Segundo refere “estamos perante uma causa de mortalidade e morbilidade que podemos facilmente evitar. Tanto assim é que, como exemplo, simplesmente aumentando a ingestão diária de líquidos, os doentes com dores de cabeça podem reduzir tanto a intensidade como a quantidade destes episódios”.

 

Disponível online
A Associação Portuguesa de Cuidados Paliativos lança a primeira revista dedicada a estes cuidados. A primeira edição junta...

A história dos Cuidados Paliativos em Portugal; a organização dos serviços e a importância da comunicação com os doentes e seus familiares são alguns dos temas em destaque na Revista “Cuidados Paliativos”.

“Foi nossa intenção criar uma revista científica inteiramente dedicada aos cuidados paliativos, privilegiando a produção científica nacional. Foram convidados profissionais de renome, entre os quais o médico António Lourenço Marques, considerado o pioneiro dos cuidados paliativos em Portugal”, conta Manuel Luís Capelas, Presidente da Associação Portuguesa de Cuidados Paliativos (APCP) e Director da Revista.

“A Revista da APCP pretende transmitir a mensagem de que os cuidados paliativos não são o ‘fim de linha’, mas uma área de intervenção fundamental no SNS, pois todos temos o direito a viver com dignidade até à morte”, diz Manuel Luís Capelas.

A “Cuidados Paliativos” é publicada na sua versão online no site da Associação www.apcp.com.pt. A Revista pretende ser um veículo de comunicação entre todos os profissionais desta área, portugueses e estrangeiros.

 

Sobre a APCP

A APCP, é uma associação profissional, que congrega profissionais de múltiplas áreas e proveniências, que se interessam pelo desenvolvimento e prática dos cuidados paliativos, que no entanto não é prestadora directa de cuidados a pessoas doentes e suas famílias.

Foi fundada na Unidade do IPO do Porto em 1995 e pretende essencialmente:

  • Ser um pólo dinamizador dos cuidados paliativos no nosso país e um parceiro privilegiado no trabalho com as autoridades responsáveis pelo desenvolvimento destes serviços
  • Trabalhar em sinergia com organizações que visem o desenvolvimento dos CP e áreas afins em Portugal e no estrangeiro
  • Contribuir para a credibilização e garantia da qualidade das estruturas que prestam e/ou venham a prestar cuidados nesta área
  • Apoiar os profissionais de saúde que se queiram dedicar a esta área da saúde e fortalecer a investigação específica a desenvolver.

 

Dia 11 de Maio
No âmbito das comemorações do seu centenário, a Associação de Estudantes da Faculdade de Medicina de Lisboa vai organizar, com...

Esta iniciativa, que terá lugar no dia 11 de Maio, conta com o patrocínio oficial da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa e o envolvimento dos hospitais da zona de Lisboa.

O evento inclui uma caminhada familiar de 4Km e a prova principal, a corrida de 10km, ambas com partida na Alameda das Universidades, passando pelo Campo Grande, Avenida da República e Praça Duque de Saldanha e com chegada no Estádio de Honra do Estádio Universitário de Lisboa.

A 1ª Corrida Saúde Mais Solidária tem um conceito diferente do habitual: parte do valor da inscrição reverte directamente para cinco instituições e cada participante tem a opção de poder escolher qual dessas instituições quer apoiar (aquando do levantamento dos dorsais).

Trata-se de uma iniciativa em que os Hospitais da zona de Lisboa apadrinham IPSS que são diariamente peças essenciais no seu funcionamento.

Site oficial do evento e Facebook

Contacto: [email protected]

 

Datas e valores da inscrição:

Corrida

16 Março a 27 Abril – 7,5€ (Estudantes/Sócio AAL) /10€

28 Abril a 5 Maio – 10€ (estudantes/Sócio AAL) /13€

Caminhada

16 Março a 27 Abril – 5€ (Estudantes/Sócio AAL) /6€

28 Abril a 5 Maio – 6€ (estudantes/Sócio AAL) /8€

 

Estudo do Centro Médico da Universidade de Columbia
Já se sabia que as doenças cardíacas, diabetes e colesterol são alguns dos efeitos secundários da obesidade. Contudo, um estudo...

Doenças cardíacas, diabetes e colesterol são alguns dos efeitos secundários da obesidade. Contudo, um estudo recente elaborado pelo Centro Médico da Universidade de Columbia, nos Estados Unidos da América, publicado no jornal The Laryngoscope, aponta outra consequência que pode estar associada ao excesso de peso: a perda de audição.

Segundo esse estudo, a obesidade na adolescência está associada à perda auditiva nas frequências ouvidas por humanos, existindo uma associação mais forte em relação à perda auditiva de baixa frequência (dificuldade em ouvir sons mais graves). O problema foi observado em cerca de 15% dos adolescentes obesos, enquanto entre jovens com peso mais baixo foi de quase 8%, ou seja, mais de metade. No entanto, o estudo não conseguiu identificar a causa desta relação, mas os especialistas acreditam que está associado com a inflamação induzida pela obesidade que contribui para a perda auditiva.

Embora a perda total de audição entre os adolescentes obesos seja relativamente baixa, o facto de duplicar no que se refere à perda auditiva de um ouvido é particularmente preocupante.

Em comunicado, Dulce Martins Paiva, directora-geral da GAES – Centros Auditivos Portugal, afirma que “para a saúde destes jovens é importante que sejam frequentemente examinados e que continuem a ser feitas investigações, uma vez que poderiam ser evitados vários problemas relacionados com a perda auditiva, como atrasos no desenvolvimento social, na performance académica e até mesmo nas funções comportamentais e cognitivas. É relevante que em pesquisas futuras se determinem quais os mecanismos envolvidos nesta relação com a obesidade”.

 

 

Investigação revela
Presença de apenas 1% de material cromossómico extra modifica a função de todo o genoma, revela investigação de Barcelona.

O estudo genómico de dois gémeos, um com Síndrome de Down e outro sem, permitiu ver como um pequeno cromossoma transtorna todo o genoma e gera uma ampla variedade de doenças, segundo uma investigação em que participou o Centro de Regulação Genómica (CRG) de Barcelona.

A investigação, que revela a forma como se produz o desequilíbrio genómico nos casos de Trissomia 21, ou Síndrome de Down, e abre novas perspectivas para entender os mecanismos moleculares da síndrome, é hoje publicada na revista Nature.

Com uma incidência de um por 800 nascimentos, a Síndrome de Down é a causa genética de incapacidade intelectual mais frequente e é o resultado de uma deficiência cromossómica, em que as células das pessoas afectadas contêm uma terceira cópia do cromossoma 21, que representa apenas 1% do total do genoma humano.

O estudo, coordenado pelo Departamento de Medicina Genética e Desenvolvimento da Universidade de Genebra (UNIGE), explica como o cromossoma extra 21 transtorna o equilíbrio de todo o genoma, enquanto o mecanismo exacto responsável por muitos sintomas associados à síndrome de Down continua por conhecer-se por completo.

De acordo com informação do CRG, na investigação hoje publicada, o laboratório dirigido por Stylianos Antonarakis na Universidade de Genebra estudou o caso de dois gémeos com a mesma composição genética, tendo um deles uma cópia extra do cromossoma 21.

Segundo a investigação, o erro nesta distribuição do cromossoma 21 pode ocorrer nas primeiras divisões celulares, logo após a divisão do óvulo fertilizado em dois.

Para comparar os diferentes níveis de expressão génica entre os gémeos, os investigadores usaram modernas ferramentas biotecnológicas, como técnicas de sequenciação de alto rendimento, em colaboração com laboratórios de Estrasburgo, Seattle, Amesterdão e a participação do CRG em Barcelona.

Desta maneira, conseguiram eliminar o efeito das variações entre os indivíduos e identificar as mudanças provocados exclusivamente pela trissomia 21.

Os investigadores assinalaram que a expressão dos genes localizados em outros cromossomas (além do 21) era bastante diferente nas células trissómicas.

“Este resultado foi uma verdadeira surpresa. Sugere que o pequeno cromossoma tem uma grande influência no resto do genoma”, explicou a investigadora Audrey Letourneau, uma das autoras do estudo.

A investigação mostra pela primeira vez que a posição do ADN no núcleo, ou as características bioquímicas das interacções entre ADN e proteínas nas células com trissomia, se modificam, provocando assim mudanças nos padrões de expressão génica.

O co-autor do estudo Federico Santoni indicou que “estas mudanças não ocorrem apenas no cromossoma 21, mas em todo o genoma”.

A presença de apenas 1% de material cromossómico extra modifica a função de todo o genoma e interrompe o equilíbrio da expressão dos genes”, adiantou Federico Santoni.

Segundo Stylianos Antonarakis, “se pudermos fazer uma comparação com a mudança climática, mesmo que a temperatura do planeta aumente um ou dois graus, nos trópicos choverá muito menos e nas zonas temperadas muito mais. O equilíbrio completo do clima no planeta pode ser modificado por um elemento muito pequeno”.

 

Pela doação de ovócitos
Há uma lista de espera com cerca de 100 casais inférteis no único banco público de gâmetas do país.

Há uma lista de cerca de 100 casais inférteis que só conseguem engravidar recorrendo à doação de ovócitos que enfrentam tempos de espera que podem ultrapassar os dois anos, admite a directora do único banco público de gâmetas do país, Joana Mesquita Guimarães ao Publico Online A médica admite que, à medida que o tempo passa, há casais desta lista de espera dos hospitais públicos acabam por ser excluídos por ultrapassarem o limite de idade. Quem pode pagar mais de seis mil euros no privado, espera três meses.

Os problemas de saúde que podem estar na origem da necessidade do recurso à dádiva de ovócitos de dadoras podem ser vários, desde falência ovárica a ovócitos com anomalias genéticas. Nesses casos, os casais que queiram tentar ter filhos têm que recorrer a ovócitos de dadoras. Nos hospitais públicos a solução é esperar. Só desde Maio de 2011 é que existe um banco público de gâmetas mas, enquanto no caso do esperma, há dadores suficientes, no caso das mulheres, em que o processo é mais complexo e não há congelação, as dadoras não são suficientes para a procura. O limite de idades para as dádivas no feminino são os 35 anos.

A responsável pelo banco público, que é directora do Centro de Procriação Medicamente Assistida do Centro Hospitalar do Norte, diz que há cerca de 100 casais à espera e que isso representa uma espera que pode ultrapassar os dois anos. O limite de idade no caso das mulheres candidatas ao tratamento é de 40 anos e Joana Mesquita Guimarães admite que, à medida que o tempo de espera vai passando, há casais que são excluídos.

A presidente da Associação Portuguesa Fertilidade, Cláudia Vieira, diz que “há casais que estão a ser tratados no público e que, como não há dadoras, desistem porque não têm dinheiro para ir ao privado. O banco não é auto suficiente”. “Os casais com dinheiro para ir ao privado têm tratamentos em dois ou três meses.” Um tratamento com recurso a doação de ovócitos numa clínica privada pode custar mais de seis mil euros. A responsável conhece as dificuldades dos casais que aguardam tratamento no sector público e pretende apostar numa campanha de apelo à doação de gâmetas.

A responsável pelo banco público diz que as campanhas de angariação de dadoras são contínuas e fazem-se através de anúncios, de apelos em faculdades. Desde 2001 tiveram 82 candidatas mas apenas 42 se tornaram dadoras efectivas, o que significa uma taxa de exclusão de cerca de 75%, muito aproximada à dos homens. Houve 85 dadores de esperma, 29 passaram mesmo para a doação. O limite de idade nos homens é de 45 anos.

Os motivos de exclusão são vários, desde logo o serem fumadores, terem doenças infecciosas, desconhecerem os pais, perguntas feitas na fase de entrevista médica inicial. As mulheres podem fazer até três dádivas, com seis meses de intervalo, os homens podem ir até às 8. Os dadores são compensados em 280 euros, as mulheres em 637 euros, uma vez que o processo no feminino é mais complexo. Significa que têm que fazer estimulação ovárica durante 10 dias e depois é extraído o ovócito. Joana Mesquita Guimarães diz que é preciso desmistificar o processo e explicar que “não é muito penoso”.

Mais do que as compensações monetárias, as motivações dos dadores, defende, são sobretudo altruístas. Neste momento, em ambos os sexos os dadores já não são maioritariamente os estudantes universitários que e há já também muitos homens e mulheres que têm família constituída. A doação de gâmetas no banco público deu origem a 30 nascimentos e há 17 gravidezes a decorrer, informa Joana Mesquita Guimarães.

 

Intenção do Governo
É intenção do Governo agravar a tributação já existente no tabaco e nas bebidas alcoólicas.

O tiro de partida foi disparado pela ministra das Finanças em conferência de imprensa no final do Conselho de Ministros ao dizer que os “produtos noviços para a saúde” podem vir a sofrer um aumento da carga fiscal no próximo ano, revela o Jornal de Notícias Online.

A hipótese de aumentar os impostos sobre o álcool não foi bem recebida pela Associação dos Comerciantes e Industriais de Bebidas Espirituosas e Vinhos (ACIBEV), que sublinha a continuação do agravamento no sector. “As bebidas alcoólicas, nomeadamente as bebidas espirituosas, têm sofrido um aumento brutal de impostos”, aponta a secretária-geral da ACIBEV, Ana Isabel Neves. “Há 3 anos que os orçamentos de Estado aumentam o IABA (Imposto sobre o Álcool e as Bebidas Alcoólicas). Nos dois primeiros anos foi de 7,5%, no último ano, foi de 5%, para 2014".

 

Taxar produtos nocivos não é só medida orçamental

O Ministério da Saúde considera que a ideia de taxar produtos nocivos para a saúde deve ser encarada mais como uma política para melhorar o estado de saúde da população do que como uma medida orçamental.

“Não gostaríamos que estas medidas fossem olhadas apenas numa perspectiva orçamental. O nosso primeiro objectivo com este tipo de políticas é melhorar o estado de saúde da população”, afirmou o secretário de Estado Adjunto do Ministro da Saúde.

O ministro da Saúde explicou que esta pode ser uma das vias para ajudar a resolver a acumulação de dívidas dos hospitais em termos estruturais. “No Orçamento do Estado para 2015 há uma necessidade de resolvermos as dívidas que se vão acumulando ao longo dos tempos por parte dos hospitais. Entendemos que há também lugar a que haja receitas que possam estar ligadas à saúde que devam contribuir para este esforço”, afirmou Paulo Macedo.

Como exemplos, citou a reavaliação do imposto sobre o tabaco e bebidas alcoólicas, bem como o estudo da tributação de alimentos ou bebidas com excesso de açúcar ou sal.

“Iremos primeiro estudar as experiências dos diferentes países, depois iremos ver o que tem mais impacto em termos de saúde pública e depois o que poderá significar em termos de receita destinada aos hospitais. Temos até Outubro para estudar estas medidas e tomar decisão sobre o que deve ser adoptado”, acrescentou o ministro

 

Taxar alimentos nocivos só com subsídios para os saudáveis

A Ordem dos Nutricionistas considerou que só faz sentido taxar produtos nocivos para a saúde se a medida for acompanhada por subsídios a alimentos saudáveis e por campanhas de educação alimentar.

A bastonária da Ordem dos Nutricionistas, Alexandra Bento, justificou esta posição com a falta de evidência científica de que “medidas isoladas” como o aumento do preço de alimentos considerados nocivos para a saúde, por via de impostos, leve à redução da sua procura.

Alexandra Bento entende que a taxação de produtos que fazem mal à saúde - que tenham, por exemplo, excesso de sal, açúcar e gorduras - deve ser acompanhada de subsídios para alimentos saudáveis pouco consumidos, como as frutas e os legumes, e de campanhas de “aumento da literacia” alimentar.

A bastonária lembrou que, na Dinamarca, a taxação de produtos com gorduras saturadas “não teve impacto em termos da saúde” e defendeu que em Portugal deveria ser um grupo de trabalho a estudar quais os bens alimentares, e respectivas quantidades, a serem abrangidos por um imposto.

Para Alexandra Bento, a receita obtida com o aumento do preço desses bens deveria ser canalizada para as campanhas de educação alimentar, para a “aposta na prevenção”, e não para ajudar a saldar dívidas dos hospitais. A Ordem dos Nutricionistas revelou-se disponível “para auxiliar neste processo” a tutela.

 

Infarmed alerta
A autoridade que regula o sector do medicamento alertou para a existência de lotes falsificados de um medicamento contra o...

O alerta do Infarmed surge após a informação da Agência Europeia do Medicamento (EMA) que dá conta de embalagens falsificadas do medicamento Trastuzumab, cujo nome comercial é o Herceptin.

O Herceptin é um fármaco administrado em meio hospitalar e as embalagens falsificadas resultaram de produto roubado em Itália, incluindo de hospitais, o qual foi falsificado e reintroduzido no mercado.

Páginas