Testado em 380 pessoas
Tratamento foi aplicado a doentes com cirrose. Passadas 12 semanas no final da medicação, o vírus não foi detectado em mais de...

Um novo tratamento contra uma das variantes do vírus da hepatite C foi testado em 380 pessoas, todas com cirrose. Três meses após o fim do tratamento, o vírus tinha sido eliminado em mais de 90% dos doentes tratados, conclui um estudo publicado na última edição da revista New England Journal of Medicine.

O tratamento foi feito à base de várias substâncias químicas, sem recurso ao interferão – composto que, até agora, era a única arma que tinha alguma eficácia contra o vírus da hepatite C, tratando definitivamente a doença em 50% dos doentes, mas que provocava muitos efeitos secundários.

“Estes níveis de resposta são do outro mundo, não fazem parte do mesmo planeta dos níveis de resposta do interferão”, diz em comunicado Fred Poordad, o cientista líder desta investigação publicada agora, da Escola de Medicina do Centro de Ciências da Saúde da Universidade do Texas, em San Antonio, Estados Unidos. “A razão deste estudo ser tão importante é porque o interferão não é tolerado nem é seguro em muitas pessoas que têm cirrose. Neste estudo, muitos dos doentes de cirrose nem sequer seriam aceites para serem tratados com o interferão”.

A hepatite C afecta cerca de 200 milhões de pessoas no mundo. Não existe nenhuma vacina contra esta doença. Em Portugal, de acordo com os dados da Associação Grupo de Apoio SOS Hepatites, estima-se existirem 150 mil portadores do vírus.

As pessoas podem contrair o vírus quando entram em contacto com sangue infectado, na partilha de seringas ou em relações sexuais. O vírus multiplica-se maciçamente nas células do fígado, mas também pode infectar os linfócitos, células do sistema imunitário.

Um quinto das pessoas infectadas consegue debelar o vírus, mas na maioria, a hepatite C torna-se crónica, causando cansaço, mal-estar e náuseas. A doença também é conhecida como hepatite silenciosa, já que muitas vezes não causa sintomas. No entanto, ao fim de décadas, pode causar cirrose e provocar cancro no fígado.

Existem quatro genótipos mais importantes da hepatite C (variantes deste vírus), que tem uma grande capacidade de mutação. Segundo a Associação Grupo de Apoio SOS Hepatites, o genótipo 1e o genótipo 4 são aqueles que têm mais resistência ao tratamento tradicional, com interferão.

No novo estudo, os doentes foram tratados com o cocktail de quatro substâncias (ABT-450/ritonavir, ombitasvir, dasabuvir e ribavirina), por via oral. Estes químicos são inibidores de proteínas importantes para a replicação do vírus.

O tratamento só foi testado em portadores do genótipo 1 da hepatite C que tinham cirrose. Os doentes foram testados em 78 clínicas em Espanha, Alemanha, Inglaterra e nos Estados Unidos, entre 2012 e 2013. Um dos factores que impedia alguém de entrar nestes ensaios clínicos era ser portador de outro vírus crónico como o VIH, o vírus da SIDA

Os doentes foram divididos em dois grupos: 208 receberam a medicação durante 12 semanas, enquanto 172 receberam a medicação durante 24 semanas. Os efeitos secundários mais comuns foram fadiga, dores de cabeça e náuseas.

No grupo das 12 semanas, 191 (91,8%) dos 208 participantes ficaram livres do vírus 12 semanas após o tratamento. No caso do grupo das 24 semanas, 165 (95,9%) dos 172 participantes não tinham vírus 12 semanas após o tratamento. Os investigadores vão continuar a testar anualmente estes participantes para verificar se a doença está, de facto, debelada.

Os ensaios foram apoiados pela farmacêutica AbbVie. Segundo o comunicado, espera-se que este regime de medicação esteja no mercado no final deste ano ou no início de 2015.

 

 

Brasil:
A cidade de Campinas, local escolhido por Portugal para sede da selecção das “quinas” durante o Mundial2014 de futebol no...

De acordo com a Agência Brasil, a cidade - que fica no interior do estado de São Paulo - já registou 3.615 casos da doença neste ano e investiga 3.346 outros casos suspeitos.

Há cinco dias, a cidade confirmou a sua primeira morte por dengue, de uma mulher de 69 anos.

Cármino Antônio de Souza, Secretário da Saúde da câmara de Campinas, explicou que a epidemia este ano está um pouco mais forte mas lembra que a partir de Maio, altura em que as temperaturas começam a ficar mais baixas, a tendência será também para a epidemia abrandar.

Questionado sobre se é seguro viajar para Campinas na altura do Mundial (Junho), aquele responsável adianta que todas as medidas sanitárias estão a ser tomadas e lembra que, nessa altura, “é um período em que os casos de dengue não existem ou são esporádicos”.

Cerca de 100 homens do exército brasileiro também estão em formação para trabalhar no combate à proliferação de dengue.

A Superintendência de Controlo de Endemias, do governo estadual de São Paulo, reforçou as equipas que fazem a nebulização, método que ajuda a eliminar os focos do mosquito Aedes aegypti, transmissor da doença.

Na última sexta-feira, o juiz da 1ª Vara da Fazenda, Mauro Iuji Fukumoto, autorizou a entrada dos agentes de saúde da autarquia em imóveis desabitados, fechados, abandonados ou com acesso não permitido pelos proprietários.

Segundo balanço da autarquia, as equipas de combate ao dengue visitaram 120 mil imóveis entre Janeiro a Março deste ano, mas encontraram 49 mil fechados ou impossibilitados de entrar por causa da proibição dos moradores.

A selecção de Portugal chega a Campinas a 11 de Junho, depois de ter começado o estágio em Portugal, a 21 de Maio, passando ainda a preparação lusa por New Jersey, nos Estados Unidos, de 02 a 10 de Junho.

Integrado no Grupo G do Mundial2014, Portugal estreia-se a 16 de Junho frente à Alemanha, em Salvador, e defronta depois os Estados Unidos, a 22, em Manaus, fechando a primeira fase com o Gana, a 26, em Brasília.

 

10ª Edição dos KPMG M&A Award
O Grupo Recordati foi galardoado com o Prémio Especial “Finance for Growth”, no âmbito da 10ª edição dos Prémios M&A,...

Todos os anos, o Prémio dá destaque às Fusões e Aquisições, e ao seu impacto positivo no crescimento e nas dimensões da empresa, na capacidade de adaptação aos novos ambientes de mercado competitivos e nas actualizações tecnológicas. O objectivo é chamar a atenção da comunidade empresarial para estas empresas de excelência, que representam um modelo de referência para a economia nacional.

“Graças às 17 aquisições em todos o mundo, ao longo dos últimos 15 anos, que contribuíram para a consolidação e o desenvolvimento da empresa, cuja facturação cresceu de 214 milhões de euros em 1998 para 941 milhões em 2013, a Recordati foi capaz de integrar Fusões e Aquisições no seu modelo de negócio, como uma vantagem competitiva e um factor de aceleração de crescimento, especialmente nos mercados internacionais. Graças às aquisições, a Recordati implementou um importante plano estratégico de diversificação geográfica em mercados de elevado potencial como a Europa de Leste, Turquia, Tunísia e os Estados Unidos da América”, refere fonte oficial da empresa.

 

Após nova categorização dos estabelecimentos de saúde
O Ministério da Saúde garantiu que não irá encerrar qualquer maternidade no seguimento da portaria publicada quinta-feira que...

A garantia do Ministério de Paulo Macedo surge após o presidente da Federação Distrital de Bragança do PS, Jorge Gomes, ter hoje acusado o Governo de se preparar para encerrar a única maternidade do nordeste transmontano com a nova categorização dos estabelecimentos de saúde.

“O Ministério da Saúde informa e garante que, no âmbito do diploma em questão, o encerramento da maternidade da Unidade Local de Saúde do nordeste transmontano, ou de qualquer outra maternidade, não se coloca”, lê-se no esclarecimento.

A mesma nota revela que a Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS) irá “publicar brevemente um conjunto de informação relacionada com a aplicação” da portaria.

O Ministério da Saúde diz ainda estar “disponível para prestar todos os esclarecimentos, de forma a evitar interpretações erróneas, geradoras de desinformação e alarme junto das populações”.

A portaria determina que as instituições hospitalares cumprem as reorganizações propostas até 31 de Dezembro de 2015. Segundo um comunicado do PS de Bragança, “esta classificação erradicará definitivamente novos nativos do nordeste, uma vez que as maternidades do país se limitariam a Braga, Coimbra, Évora, Faro, Lisboa, Porto, Vila Nova de Gaia, Vila Real e Viseu”.

 

Ordem dos Eenfermeiros preocupada
A Ordem dos Enfermeiros está preocupada com o nível de saturação e cansaço dos profissionais de enfermagem do Centro Hospitalar...

“Vou daqui preocupado”, confessa o Bastonário, Enf.º Germano Couto, que segunda-feira à tarde realizou uma visita institucional ao Hospital de Aveiro, sede daquele Centro Hospitalar, integrado numa delegação da Secção Regional do Centro (SRC) da Ordem dos Enfermeiros (OE).

O Bastonário da OE comprometeu-se a abordar com a Tutela essa e outras questões suscitadas na visita, mas exortou a idêntica atitude o Conselho de Administração do Centro Hospitalar do Baixo Vouga e os próprios enfermeiros que lá trabalham, no sentido de serem melhoradas as condições.

“Sabemos que está a ser feito um esforço dos enfermeiros para além do que é aceitável. Os enfermeiros estão saturados, cansados”, sublinha.

Enquanto cidadãos – acrescenta – “estão a viver um momento complicado nas suas vidas” e enquanto enfermeiros “estão a viver uma situação muito desgastante, em que a sua carreira “o cansaço acumulado por aumento de horas de trabalho começa-se a notar, e acima de tudo sabemos que isto tem reflexos na prestação de cuidados”, acentua o Bastonário da Ordem dos Enfermeiros.

Na sua perspectiva, a situação vivida no Centro Hospitalar do Baixo Vouga afecta a maior parte dos hospitais e centros de saúde do país, devido às restrições impostas pela Tutela na contratação de recursos humanos.

“Preocupa-me acima de tudo as dotações que estão aquém do desejável. Temos sub-dotações e isso, como disse ao presidente do Conselho de Administração e ao Conselho de Administração, reflecte-se nos indicadores, reflecte-se na mortalidade e na morbilidade dos utentes a nível da rede hospitalar”, afirma o Enf.º Germano Couto.

Na visita institucional, em que foi acompanhado pela Presidente do Conselho Directivo Regional da SRC, Enf.ª Isabel Oliveira, bem como do Presidente do Conselho de Enfermagem Regional do Centro, Enf.º Hélder Lourenço, constatou também um excesso de utentes em macas nos corredores do Serviço de Urgências de adultos do Hospital de Aveiro.

“Continuamos a ter um excesso de macas nos corredores dos serviços, o que é contraproducente para a natureza do serviço em causa”, observa, frisando que isso acontece por falta de resposta dos serviços para onde o utente deveria ser encaminhados em função da sua doença, assim como da falta de resposta das estruturas na comunidade.

No Serviço de Urgência, segundo a Enf.ª Isabel Oliveira, “foi notório o cansaço das equipas, a desmotivação, pela acumulação das horas”, associado ao contexto em que exercem a actividade, com a acumulação das macas, o aumento da afluência dos utentes, de utentes cada vez mais idosos, mais dependentes.

 

Hospital de Santarém implanta
O Hospital Distrital de Santarém acaba de realizar o primeiro implante de micro dispositivos de monitorização cardíaca dando,...

Esta actividade é bem o corolário do elevado nível de diferenciação do Serviço de Cardiologia dirigido por Margarida Leal e que assim se mantém na vanguarda das técnicas de monitorização cardíaca.

Os implantes foram realizados hoje pelo cardiologista Vítor Martins e pela sua equipa em pacientes com síncopes de repetição e de causa desconhecida.

O novo sistema de monitorização de arritmias cardíacas é 80% menor que os dispositivos actualmente disponíveis. Apesar de ser significativamente mais pequeno, o novo dispositivo permite uma monitorização contínua durante três anos e é disponibilizado com um sistema monitorização remota (wireless), que permite uma avaliação à distância do aparelho e possibilita o envio de notificações perante a presença de determinadas arritmias cardíacas.

“Este dispositivo cardíaco está indicado para doentes que apresentem sintomas como síncope (sensação de desmaio), tonturas, palpitações e dores no peito ou pacientes com um risco aumentado de arritmias cardíacas. Este novo micro monitor cardíaco permite um diagnóstico mais preciso de eventuais problemas relacionados com o ritmo do coração e consequentemente um tratamento mais rápido e adequado a cada um dos doentes”, explica Vítor Martins, cardiologista do Hospital Distrital de Santarém.

 

No MAR shopping, a 17 de Abril
Pela segunda vez este ano, o Instituto Português do Sangue e da Transplantação estará no MAR Shopping a fazer colheitas de...

A parceria entre o MAR Shopping e o Instituto Português do Sangue e da Transplantação (IPST) que se mantém desde Agosto de 2012 e que se reflectirá em mais duas acções de sensibilização este ano, em datas de grande afluência de pessoas no centro comercial - 29 de Agosto e 12 de Dezembro - resultou já em cerca de 220 inscritos para recolhas de sangue e 60 inscritos na base de dados de dadores de medula óssea, recolhidos em cinco acções de sensibilização. Recorde-se que a última aconteceu no dia 27 de Março, Dia Nacional do Dador de Sangue, e que contou com a dádiva do ex-ciclista Cândido Barbosa.

A Unidade Móvel do IPST marcará presença no parque exterior, na próxima quinta-feira, dia 17 de Abril, entre as 14h00 e as 19h00, junto à entrada MAR (porta giratória) do MAR Shopping, e a ela se devem dirigir todos aqueles que desejem doar sangue. a Por sua vez, as inscrições de dadores de medula óssea decorrerão no interior do MAR Shopping, próximo da mesma entrada.

Estas iniciativas, que visam essencialmente sensibilizar os visitantes do MAR Shopping para a importância de dar sangue, tornam-se ainda mais importantes quando o número de recolhas tem vindo a diminuir desde 2012, na ordem dos 10%.

Prémio distingue profissionais do Hospital Egas Moniz
A realidade da dor em contexto hospitalar é o trabalho vencedor do prémio da Sociedade Portuguesa de Medicina Interna/Grünenthal.

De acordo com o estudo “a dor é uma queixa frequente (2 em cada 3 doentes referiram algum tipo de dor) e tem impacto considerável nos doentes internados. Apesar de dores intensas referidas, os fármacos mais usados em ambulatório e internamento foram analgésicos não opióides”.

A investigação conclui ainda que “com o aumento da idade dos doentes há uma diminuição do alívio da dor com a medicação analgésica usada em internamento e uma maior interferência da dor nas actividades do seu dia-a-dia”.

O trabalho distinguido é da autoria de Pedro Figueiredo, Rui Valente, Samaher Tannira, Diana Ferreira, Catarina Zilhão, Célia Gonçalves, Francisco Silva e Alberto Mello e Silva (Serviço de Medicina II, do Hospital Egas Moniz - Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental).

O estudo teve como objectivos analisar a prevalência de dor aguda e crónica no internamento de Medicina de um hospital; caracterizar população; avaliar o controlo da dor com a medicação instituída em ambulatório e com a prescrita no internamento e comparar a dor referida pelo doente com a registada.

O prémio da Sociedade Portuguesa de Medicina Interna/Grünenthal teve como objectivo galardoar trabalhos originais em língua portuguesa de investigação ou de descrição de casos clínicos, em formato de poster ou em comunicação oral, no âmbito do tratamento da dor crónica. Ao trabalho vencedor foi atribuído o prémio de 2.000 euros.

Órgãos dos sentidos
O sentido do olfacto regula a percepção das substâncias voláteis e intervém, em maior ou menor grau,
Olfacto

Olfacto humano
No homem, os receptores olfactivos localizam-se na parte superior das fossas nasais, mais precisamente na chamada mucosa olfactiva. Externamente, o órgão olfactivo é o nariz. Seu suporte ósseo é composto pelos ossos nasais da parte superior e, na sua secção central, há uma membrana cartilaginosa unida ao osso vômer, que separa as fossas. Em cada fossa nasal distinguem-se canais delimitados pelos chamados cornetos ou ossos turbinados.

As vias nasais são recobertas pela mucosa olfactiva. Os receptores olfactivos situados nessa mucosa são células epiteliais específicas, ou células olfactivas. Cada célula olfactiva prolonga-se  num axónio, que atravessa a lâmina crivada do osso etmóide do crânio para terminar no bulbo olfactivo, onde ocorre a sinapse com os dendritos das células mitrais, que formam os glomérulos olfactivos. Estas formações comunicam-se, por sua vez, com os centros olfactivos do sistema nervoso central.

Para que a mucosa olfactiva seja impressionada adequadamente, a substância odorante deve ser volátil a tal ponto que as suas moléculas se desprendam e sejam carregadas para dentro das narinas pela corrente de ar. Além disso, a humidade da mucosa nasal precisa de se manter dentro de determinados limites.

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Saiba mais
O retinoblastoma é um tumor da retina altamente maligno, cujo prognóstico depende do diagnóstico e t
Criança a tapar um olho com a mão

O aparecimento do tumor é devido à mutação no gene RB1. Para que o tumor se desenvolva é necessário que exista mutação nas duas cópias do gene. A primeira mutação pode envolver a linha germinativa ou estar confinada ao próprio tumor. Esta diferença determina duas formas diferentes da doença: retinoblastoma (RB) hereditário e RB não hereditário. Estas duas formas de tumor têm características clínicas e epidemiológicas muito diferentes.

Retinoblastoma hereditário

Apenas 10% dos doentes com RB têm história familiar da doença. Contudo uma mutação de novo na linha germinativa, contribui com mais cerca de 30% de casos. Por isso cerca de 40% dos doentes são portadores da forma hereditária do tumor.

Os doentes com a forma hereditária possuem uma mutação que envolve o gene RB1 em todas as células do organismo. Esta mutação é denominada da linha germinativa. Pode ser herdada de um progenitor, ou mais frequentemente, desenvolve-se numa célula no estádio embrionário do desenvolvimento do indivíduo afectado. A mutação da segunda cópia do gene RB1 acontece numa célula retiniana pruripotencial que vai dar origem ao tumor.

O gene RB1 tem um comportamento recessivo, ou seja, para que o fenotipo tumoral se expresse é necessário que ambos os alelos estejam afectados. Contudo ao nível individual, a mutação comporta-se de uma forma autossómica dominante, com uma penetração de 90%.

 Os doentes com esta forma hereditária possuem um risco de 80 a 90% de desenvolver tumor ocular bilateral ou multifocal durante a infância; além disso possuem uma predisposição para, ao longo da vida desenvolver tumores não oculares. Cerca de 8% desenvolvem um segundo tumor intracraniano maligno primário, normalmente na glândula pineal – retinoblastoma trilateral. Cerca de 30% destes doentes acaba por desenvolver outro tumor não ocular até aos 40 anos. São mais frequente os osteossarcomas os fibrossarcomas e os melanomas.

Retinoblastoma não hereditário

Os restantes 60% dos doentes com RB são portadores de uma forma não hereditária ou somática da doença. Nestes doentes ambas as mutações do gene RB1 ocorreram dentro de uma única célula retiniana, resultando numa forma do tumor unilateral e unifocal. Nestes doentes não existe predisposição para o desenvolvimento de tumores não oculares.

Epidemiologia

É o tumor ocular mais frequente na criança. Ocorre em cerca de 1 para cada 20000 crianças e representa à volta de 12% de todos os tumores da infância.

A idade média de diagnóstico é 13 meses para as formas bilaterais e 24 meses para as formas unilaterais. Nos doentes diagnosticados em função do rastreio familiar a idade de diagnóstico é naturalmente mais precoce, sendo muitos casos diagnosticados perto do nascimento.

Cerca de dois terços dos tumores surgem antes dos dois anos e 95% surgem antes dos 5 anos. Depois dos 7 anos são muito raros.

Aspectos clínicos

É necessário distinguir a facilidade de diagnóstico entre famílias afectadas e famílias sem história da doença. Entre os filhos de pais afectados, o diagnostico é habitualmente mais precoce, numa fase em que o tumor é mais pequeno e oferece melhor oportunidade de tratamento para preservar o olho e a visão.

Formas de apresentação

Nas famílias sem historia de retinoblastoma, o tumor é diagnosticado acidentalmente ou após ter sido notada alguma alteração no olho afectado.

O sinal de apresentação mais comum do tumor continua a ser a leucocória (pupila branca), em 60% dos casos. A segunda alteração mais frequente nas crianças afectadas é o aparecimento de um estrabismo. Outras formas de apresentação mais raras incluem: inflamação intraocular, neovascularização da íris, hifema (sangue na câmara anterior), celulite orbitária e glaucoma.

Nos países desenvolvidos, a doença raramente se apresenta com evidência de extensão extraocular, doença metastática ou com sinais de envolvimento do sistema nervoso central.

Formas de crescimento do tumor

Quando não tratado, o tumor cresce de forma a preencher a cavidade ocular, e eventualmente a disseminar para fora do olho.

O RB exibe 4 formas de crescimento. O padrão endofítico caracteriza-se por um crescimento para a cavidade vítrea, que facilita o diagnostico pela sua visualização directa. No padrão exofítico há um crescimento na direcção da coroide, elevando a retina, manifestando-se como um descolamento seroso da mesma. Na prática, a maioria dos tumores exibe características comuns aos dois padrões de crescimento – padrão misto. O quarto padrão de crescimento é uma forma difusa, rara (representa 1 a 2% dos casos), em que o tumor infiltra a retina produzindo um espessamento em placa; nesta forma, os sinais clínicos são muito subtis provocando muitas vezes um atraso do diagnóstico.

As células do RB são pouco coesivas. Por esse motivo espalham-se com frequência para o vítreo (sementeira vítrea) ou para o espaço sub-retiniano, dependendo da direcção do crescimento do tumor. Podem ainda disseminar para longe do tumor primário, como locais distantes da própria retina (mimetizando um tumor multicêntrico), para a cápsula do cristalino ou mesmo para a câmara anterior (podendo complicar-se de glaucoma ou uveíte).

Diagnóstico diferencial

Nos casos típicos o diagnóstico é fácil. Contudo existe um número significativo de casos em que o diagnóstico de retinoblastoma não se confirma. As doenças que mais vezes levam ao diagnóstico errado de retinoblastoma são a persistência de vascularização fetal (PVF), a Doença de Coats e a inflamação (granuloma) por toxocara.

Avaliação Oftalmológica

Perante a suspeita da presença de retinoblastoma o Oftalmologista deve fazer uma avaliação cuidada do potencial visual do olho ou olhos afectados. Este é um aspecto determinante para futuras decisões terapêuticas.

O exame Oftalmológico deve ser o mais detalhado possível em função da idade e da colaboração da criança. Deve incluir a procura de sinais associados à presença do tumor.

A observação do tumor deve ser efectuado sob dilatação pupilar com uma observação cuidada de todo o fundo ocular incluindo a periferia da retina. Sempre que possível deve ser obtido o registo fotográfico a cores do tumor, com uma câmara de contacto e com uma lente de grande abertura. Este registo é fundamental para a discussão das estratégias terapêuticas e para monitorizar a resposta às terapêuticas.

Exames auxiliares de diagnóstico

A ultrassonografia é um instrumento extremamente útil na avaliação do retinoblastoma. No modo A, é possível observar ecos de alta intensidade dentro do tumor, correspondentes às áreas de calcificação. O modo B da ecografia demonstra a presença de massa intraocular com ecos altamente reflectivos espalhados dentro do tumor e com atenuação do sinal atrás dele. Permite ainda diagnosticar a presença e a extensão do descolamento de retina associado.

A tomografia computorizada e a ressonância magnética confirmam o diagnóstico e permitem avaliar a extensão extraocular do tumor. A tomografia é particularmente sensível na demonstração das calcificações intra tumorais características do retinoblastoma, na avaliação da sua extensão para fora do globo ocular, e na avaliação da órbita e das estruturas ósseas vizinhas.

A ressonância magnética é particularmente importante na avaliação da extensão do tumor ao longo do nervo óptico e no sistema nervoso central.

Na maioria dos casos a pesquisa exaustiva de metástases está reservada para doentes que apresentam características de doença muito avançada. É sempre obrigatório pedir a avaliação por um oncologista pediátrico.

Tratamento

O tratamento deve ser individualizado para cada doente. É determinado por vários factores que incluem o tamanho e a localização do tumor, o potencial visual do olho afectado, o envolvimento do nervo óptico, a expansão para a órbita e a presença de metástases.

Muito resumidamente poderemos dizer que na presença de tumores pequenos (tamanho inferior a 3 milímetros) se aplicam unicamente tratamentos locais com Laser ou crioterapia. Para os tumores maiores e sobretudo na presença de tumores múltiplos ou bilaterais é preferível efectuar quimioterapia para reduzir o tamanho do tumor (quimiorredução) e só depois se efectuam tratamentos locais com laser, crioterapia ou radioterapia. Nos tumores muito extensos, normalmente envolvendo mais de 50% do globo, ou em que existe opacificação dos meios ou neovascularização da íris faz-se a enucleação do olho afectado.

Com a grande evolução terapêutica das últimas décadas, podemos dizer que embora o objectivo primário do tratamento do retinoblastoma seja salvar a vida da criança afectada, na maioria dos casos o objectivo passa também por preservar o olho atingido e garantir a melhor função visual possível.

Vigilância após tratamento

A forma hereditária de retinoblastoma encerra um risco elevado de aparecimento de outros tumores da retina durante a infância. Daqui decorre a necessidade de uma vigilância apertada durante este período. Acresce que a forma familiar está associada ao aparecimento de outros tumores malignos ao longo da vida. A periodicidade dos exames de vigilância deve ser personalizada, deve envolver equipas multidisciplinares e deve manter-se ao longo da vida.

Prognóstico

O prognóstico é actualmente excelente no que diz respeito à sobrevivência, tendo também uma morbilidade ocular e visual muito diminuída. Nos países desenvolvidos a taxa de mortalidade caiu para valores inferiores a 10%.

O prognóstico a longo prazo é pior nas formas hereditárias devido à predisposição para desenvolver tumores exraoculares; é por isso necessária uma vigilância cuidadosa relativamente ao aparecimento desses tumores.

Na perspectiva da função visual houve uma melhoria muito significativa com o desenvolvimento de tratamentos que preservam a visão e evitam a enucleação.

Apesar da grande melhoria no prognóstico, o retinoblastoma metastático continua a ser de difícil tratamento. O factor mais importante para melhorar neste aspecto é a sua detecção precoce.

Na presença de envolvimento da glândula pineal, o prognóstico é bastante mau, com uma taxa de mortalidade aos 5 anos de praticamente 100%.

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico e/ou Farmacêutico.
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O consumo excessivo e prolongado do álcool designa-se por uma dependência alcoólica com consequência
Dependência alcoólica

O regular e excessivo consumo de bebidas alcoólicas é responsável pela dependência mais frequente em toda a população mundial. A dependência alcoólica ou alcoolismo é uma doença, frequentemente crónica e progressiva, que se caracteriza pelo consumo regular e contínuo de bebidas alcoólicas, apesar da recorrência repetida de problemas relacionados com o álcool.

O processo de dependência do álcool desenvolve-se como o de qualquer outra dependência, como por exemplo em relação ao tabaco, às drogas e outras substâncias psicoactivas. Começa-se por experimentar beber, depois bebe-se pontualmente e daí passa-se a beber com regularidade, até criar dependência. Para algumas pessoas é um processo relativamente rápido.

Habitualmente, poucos dependentes alcoólicos assumem sê-lo nas primeiras fases da doença, considerando muitas vezes que não consomem bebidas alcoólicas em excesso. Para muitas pessoas, beber um copo de uma bebida alcoólica pode constituir apenas um momento social, achando que os riscos desse consumo vão depender da quantidade e da frequência com que se bebe e de algumas condições individuais, nomeadamente, o seu estado de saúde. 

Na verdade, está estabelecido um conceito padrão com a finalidade de quantificar o consumo de álcool e consiste numa forma simplificada de calcular a quantidade de álcool consumida, diária ou semanalmente.

Embora as bebidas alcoólicas tenham diferentes graduações, os copos habitualmente mais usados para as diferentes bebidas têm quantidade idêntica de álcool, o que corresponde a uma unidade bebida padrão com cerca de 10 a 12 gramas de álcool puro. Este facto permite fazer a quantificação por unidades de bebidas ingeridas, o que facilita os cálculos do total de bebidas consumidas diária ou semanalmente.

A Organização Mundial de Saúde considera que não se devem fazer consumos que ultrapassem 20 gramas de álcool (2 unidades/dia) e de preferência estar pelo menos dois dias por semana sem beber qualquer bebida alcoólica.

Em Portugal, a correspondência é aproximadamente a seguinte:

 

Cerveja

Vinho

Aperitivo

Aguardente

Capacidade do copo

3 dl

1,65 dl

0,5 dl

0,5 dl

Conteúdo de álcool puro

12 g

12 a 13 g

10 a 12 g

14 a 16 g

 
Por outro lado, a OMS classifica os consumos de álcool em: 

Consumo de risco - padrão de consumo que pode vir a implicar dano físico ou mental se esse consumo persistir. 
Consumo nocivo - padrão de consumo que causa danos à saúde, quer físicos quer mentais. Todavia não satisfaz os critérios de dependência. 
Dependência - padrão de consumo constituído por um conjunto de aspectos clínicos e comportamentais que podem desenvolver-se após repetido uso de álcool, desejo intenso de consumir bebidas alcoólicas, descontrolo sobre o seu uso, continuação dos consumos apesar das consequências, uma grande importância dada aos consumos em desfavor de outras actividades e obrigações, aumento da tolerância ao álcool (necessidade de quantidades crescentes da substância para atingir o efeito desejado ou uma diminuição acentuada do efeito com a utilização da mesma quantidade) e sintomas de privação quando o consumo é descontinuado. 

Factores de risco
Entre os principais factores de risco para se desenvolver dependência alcoólica estão:
- História familiar relacionada com o alcoolismo;
- Ambiente sociocultural. A integração em famílias ou em meios sociais propensos ao consumo de álcool (ter de frequentar festas, reuniões sociais, etc.);
- Situações imprevisíveis de rotura na vida quotidiana;
- Distúrbios emocionais – pessoas deprimidas ou ansiosas;
- Conflitos entre os pais, divórcio, separação ou abandono, de um ou de ambos os progenitores;
- Dificuldades de adaptação à escola;
- Dificuldades de aprendizagem. 

Sintomas
O regular e excessivo consumo de bebidas alcoólicas durante um prolongado período de tempo costuma provocar uma série de lesões orgânicas, correspondentes a uma intoxicação alcoólica crónica, que dão origem a várias repercussões significativas a nível afectivo, social e profissional. No entanto, estas lesões orgânicas e as suas manifestações podem levar entre 5 a 20 anos a evidenciarem-se, consoante a quantidade de álcool regularmente ingerida, a frequência das intoxicações agudas, o estado físico e nutricional do paciente e a sua relação com o meio que o rodeia.

Os principais sintomas da dependência alcoólica centram-se numa grande necessidade de consumir bebidas alcoólicas; incapacidade para controlar o consumo, seja o início, o fim ou os níveis de consumo; apresentar síndrome de abstinência (estado de abstinência fisiológica quando se para ou reduz os consumos); apresentar tolerância ao álcool; abandono progressivo de interesses alternativos em favor do uso da substância e persistência no uso da substância, apesar da evidência de consequências manifestamente nocivas.

Deve, portanto, estar atento aos seguintes comportamentos e sintomas:
- Se bebe muito em ocasiões sociais;
- Se tem episódios de amnésia ou blackouts frequentes – quando, no dia a seguir, acorda sem nenhuma memória ou recordação da noite anterior ou de ter ingerido álcool em excesso;
- Se utiliza subterfúgios para esconder a bebida alcoólica, como usar garrafas ou embalagens de bebidas não alcoólicas ou esconder as garrafas para que ninguém à volta perceba;
- Se se irrita e se torna agressivo verbalmente, com declarações de rejeição da dependência da bebida ou mesmo que deixou de beber de uma vez por todas;
- Se tem medos, comportamentos obsessivos, sentimentos de perseguição contra si próprio ou ciúmes em relação ao cônjuge;
- Se sente cansaço, insónias, disfunções sexuais, depressão, ansiedade;
- Se ocorrem fracturas, quedas, queimaduras no corpo ou mesmo convulsões sem causa aparente. 

Diagnóstico e tratamento
Um dos benefícios de ser feita a detecção precoce deste grave problema é o facto de os indivíduos que não são dependentes do álcool poderem parar ou reduzir os seus consumos de álcool com adequada intervenção, a qual deverá ser feita pelo seu médico assistente.

Após avaliação clínica do indivíduo pelo médico assistente ou de família, será orientado para uma consulta de alcoologia. Há doentes que, quando são avaliados, têm dificuldade em relatar os sintomas físicos e psicológicos, porque sofrem já de défice de memória e não conseguem recordar-se de tudo o que fizeram, ou têm negação para a doença. Quando o indivíduo admite o problema ligado ao álcool é, normalmente, sinal de melhor adesão ao tratamento.

O tipo e a duração do tratamento variam em função do grau de dependência e do estado de saúde geral do doente. No entanto, quanto mais cedo o problema do alcoolismo for diagnosticado, maiores são as probabilidades de sucesso do tratamento e da recuperação.

De salientar que como doença crónica que é, a dependência alcoólica não tem cura. A única forma de estar controlado é a manutenção da abstinência. Um alcoólico pode manter-se sóbrio por um longo período de tempo, mas isso não significa necessariamente que esteja curado. O risco de recaída mantém-se.

Habitualmente, o tratamento engloba o uso de medicação, sobretudo na fase aguda de abstinência, e apoio para manutenção dessa abstinência, com vigilância médica, podendo incluir medicamentos que reduzem a vontade de beber, e também psicoterapias estruturadas individuais ou em grupo, movimentos de auto-ajuda e de antigos bebedores que desempenham um papel fundamental no tratamento e na recuperação dos pacientes com sintomas de dependência do álcool.

Há medicamentos para tratar o alcoolismo que são normalmente usados durante os primeiros dias da desintoxicação e que se destinam a ajudar o doente a passar a fase aguda da abstinência do álcool e outros que se destinam a ajudar o doente a manter-se sóbrio e a evitar recaídas. 

Principais consequências da dependência do álcool
São várias, e a diferentes níveis, as consequências da dependência alcoólica. Elas diferem consoante a duração da dependência e das quantidades de álcool ingeridas. No entanto, as pessoas com dependência severa do álcool podem padecer de:

- Desnutrição;
- Alterações sanguíneas – ao nível dos glóbulos vermelhos, glóbulos brancos e plaquetas;
- Esofagites;
- Gastrites;
- Úlcera péptica;
- Pancreatite crónica ou crises de pancreatite aguda;
- Esteatose hepática;
- Hepatite alcoólica;
- Cirrose hepática;
- Hipertensão arterial;
- Cardiomiopatia alcoólica;
- Acidentes vasculares cerebrais;
- Alterações endócrinas e metabólicas;
- Alterações músculo-esqueléticas - como a osteoporose;
- Alterações dermatológicas;
- Maior prevalência de tuberculose e de infecções bacterianas;
- Maior prevalência de cancros a nível de todos os órgãos;
- Síndrome de abstinência; 
- Delirium tremens;
- Síndrome de Wernicke;
- Síndrome de Korsakov;
- Demência alcoólica.

 

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico e/ou Farmacêutico.
Direcção-Geral da Saúde associa-se a campanha mundial
A Organização Mundial da Saúde, através do desafio: “Save Lives: Clean Your Hands global campaign” promove anualmente, no dia 5...

Em 2014, a campanha está centrada na seguinte mensagem: “Papel da higiene das mãos no combate às resistências aos antimicrobianos (RAM)”. Em Portugal, a Direcção-Geral da Saúde, através do Programa de Prevenção e Controlo de Infecção e Resistências aos Antimicrobianos (DGS/PPCIRA) associa-se, como habitualmente, a esta iniciativa, promovendo um evento que se realizará, dia 5 de Maio, no Anfiteatro do Edifício Tomé Pires, no Infarmed, em Lisboa.

Criado em Maio de 1999, o PPCIRA, sob a direcção de José Artur Paiva, é resultado da junção do Programa Nacional de Prevenção e Controlo das Infecções Associadas aos Cuidados de Saúde (PNCI) e do Programa Nacional de Prevenção e Resistência aos Antimicrobianos (PNPRA) constituindo um Programa de Saúde Prioritário. Tem, como objectivo, "reduzir as infecções associadas aos cuidados de saúde, evitáveis, através da implementação de práticas baseadas na evidência".

Semana da Higiene das Mãos

A DGS determinou que, na semana de 5 a 9 de Maio, será comemorada a Semana da Higiene das Mãos, alertando-se para as "precauções básicas e resistências aos antimicrobianos". Assim, solicitou a todas as unidades de saúde a promoção interna de iniciativas, sugerindo os seguintes temas a serem desenvolvidos durante essa semana:

- Avaliação do nível de limpeza das superfícies de contacto frequente

- Apresentação dos resultados de auditorias às Precauções Básicas

- Apresentação de resultados de estudos de prevalência, propostos pela Organização Mundial da Saúde (OMS para realização em Março e Abril de 2014 (profilaxia antibiótica cirúrgica e microrganismos multirresistentes)

- Apresentação de resultados de auditorias à adesão dos profissionais à higiene das mãos

Para o efeito, é referido em comunicado, que a “DGS/PPCIRA disponibiliza diversos materiais de suporte, traduzidos para a Língua Portuguesa e que as Unidades de Saúde podem utilizar nas acções internas de sensibilização de profissionais de saúde, doentes e visitantes, para estas problemáticas, relevantes para a segurança dos cuidados”.

O mesmo documento refere que a DGS/PPCIRA “convidou todos os hospitais públicos e privados a participar em dois estudos de prevalência propostos pela OMS (profilaxia antibiótica cirúrgica e microrganismos multirresistentes mais relevantes), tendo havido uma boa adesão dos hospitais pelo que, é de louvar o empenho e dedicação quer dos Gestores, quer dos Profissionais de Saúde”.

15 de Abril - Dia Mundial da Doença de Pompe
Por ocasião do Dia Mundial da Doença de Pompe que se celebra amanhã, a Associação Portuguesa de Doentes Neuromusculares,...

A doença de Pompe é uma Doença neuromuscular rara, debilitante e progressiva, cujas manifestações clínicas são extremamente variáveis e podem ocorrer, quer durante a infância, quer na idade adulta.

A forma infantil é, normalmente, mais grave. A forma juvenil, tardia ou adulta, tem uma progressão mais lenta mas é de difícil diagnóstico, pois os sintomas são idênticos aos de muitas outras doenças. Os sintomas podem manifestar-se desde o nascimento e caracterizam-se pelo enfraquecimento muscular proximal nos braços e pernas e falta de ar provocada por fraqueza dos músculos respiratórios; Nos bebés afectados, pode ocorrer um aumento do volume cardíaco, o que pode conduzir ao aparecimento de outros problemas associados.

Na idade adulta e na maioria dos casos, os doentes apresentam um quadro sintomatológico que pode envolver enfraquecimento muscular nos braços e pernas, dificultando a sua marcha. Os músculos utilizados na respiração são também afectados o que impede a normal função respiratória.

Tal como ilustra o Dr. Joaquim Brites, presidente da Associação Portuguesa de Doentes Neuromusculares (APN), “a doença de Pompe é uma doença genética e progressiva que provoca falta de força muscular, necessitando os doentes a quem foi diagnosticada, de apoios e/ou ajudas técnicas, como por exemplo o recurso, por vezes, a uma cadeira de rodas. É fundamental ter em conta estes e outros sintomas para avançar com um diagnóstico ainda numa fase inicial para que a terapêutica seja mais eficaz.”.

Sendo uma doença lisossomal de sobrecarga de origem genética, o diagnóstico pode ser feito através de uma análise ao sangue na qual se procuram mutações do gene GAA. Hoje em dia é possível rastrear a doença com um método em tudo semelhante ao teste do pezinho, que consiste na recolha de gotas de sangue para papel de filtro - teste em gota de sangue seca (DBS, dry blood spot).

O tratamento da doença é feito através da terapêutica enzimática de substituição (TSE), disponível em Portugal desde 2006.

Segundo João Martins, neurologista do Hospital Pedro Hispano, em Matosinhos, “o envolvimento sistémico que esta doença condiciona implica um acompanhamento médico multidisciplinar. Até à introdução da terapêutica enzimática de substituição (TES), o tratamento consistia no controlo sintomático, ou seja tratávamos os sintomas isoladamente, a introdução da TSE trouxe uma mudança de paradigma ao actuar directamente sobre a doença através da substituição da enzima deficitária. Importa, no entanto, salientar um aspecto muito importante: esse efeito terapêutico para este medicamento é tanto maior quanto mais prematuramente for diagnosticada a doença, preferencialmente em estádios ligeiros do envolvimento clínico, para se obter uma maior e sustentada resposta terapêutica. Para isso, é essencial que a doença seja conhecida pela população geral e reconhecida precocemente pelos médicos”. 

Resultados do Great Place to Work® Institute
A Grünenthal, empresa especialista no tratamento da dor, é a 9.ª melhor empresa para se trabalhar em Portugal na categoria de...

“Esta distinção só foi possível graças a uma excelente equipa, focada, motivada e empenhada em melhorar a qualidade de vida dos doentes com dor em Portugal. Estamos orgulhosos por este reconhecimento da nossa dedicação diária e investimento contínuo para que a Grünenthal seja a melhor empresa para trabalhar, em Portugal, refere Norberto Villarrasa, Country Manager da Grünenthal Portugal.

A Grünenthal esteve também entre as quatro finalistas na categoria de melhores empresas para trabalhadoras – equipas que se destacam por terem um mínimo de 25% de presença feminina e percentagem significativa de mulheres em cargos de chefia.

A Grünenthal é uma empresa farmacêutica que aposta fortemente na inovação. Iniciou a sua actividade em Portugal em 1990 e, desde então, tem vindo a intensificar a sua internacionalização.

A lista das empresas vencedoras é o resultado de um estudo anual elaborado pelo Great Place to Work® Institute que elege as Melhores Empresas Para Trabalhar em Portugal desde 2000. O Instituto conta com mais de 20 anos de experiência, presença em 41 países e tem como objectivo destacar as melhores práticas de gestão de pessoas e os melhores ambientes de trabalho.

Great Place to Work Institute
AbbVie distinguida como a 2ª Melhor Empresa para Trabalhar na categoria entre 100 e 250 colaboradores.

Foram conhecidos ao final do dia de 10 de Abril, os resultados de 2014 do Great Place to Work Institute, nos quais a AbbVie foi distinguida como a 2ª Melhor Empresa para trabalhar na categoria entre 100 e 250 colaboradores.

A AbbVie, biofarmarcêutica com 120 colaboradores criada em Janeiro de 2013, alcançou este resultado no seu primeiro ano de existência, perante uma lista que contou com mais de 6.000 candidatos.

De acordo com Eduardo Leiva, Director Geral da AbbVie, “este prémio significa muito para nós. Durante o primeiro ano da nossa existência enquanto companhia, fizemos um grande esforço para definir os nossos valores e para formar a nossa cultura. Neste momento sabemos que tivemos sucesso: os nossos colaboradores vivem e valorizam a nossa cultura”.

Acerca da AbbVie
A AbbVie é uma empresa biofarmacêutica global, orientada para a investigação, formada em 2013 na sequência da separação dos Laboratórios Abbott. A missão da empresa é fazer uso da sua experiência, da dedicação dos seus colaboradores e da sua abordagem única à inovação para desenvolver e comercializar terapêuticas avançadas que respondam a algumas das doenças mais complexas e graves a nível mundial. A AbbVie emprega cerca de 25 mil pessoas em todo o mundo, comercializando medicamentos em mais de 170 países. Para mais informações acerca da empresa e dos seus colaboradores, portefólio e compromissos, consulte www.abbvie.com. Siga a empresa em @abbvie no Twitter, ou consulte as oportunidades de carreira na nossa página do Facebook ou LinkedIn.

Ministério Público investiga
“Esquemas” mais ou menos imaginativos têm lesado os cofres do Serviço Nacional de Saúde e da Segurança Social.

Segundo dados da Procuradoria-geral da República, entre 2009 e 2013, foram investigados mais de 650 casos. Os dois ministérios concertaram esforços com a Polícia Judiciária no combate à fraude. Sete gravidezes consecutivas de gémeos; uma assinatura falsa para receber durante anos a pensão da prima falecida; três bilhetes de identidade para receber três vezes o Rendimento Social de Inserção (RSI); empresas fantasmas criadas apenas para receber o subsídio de desemprego; falsificação de receitas médicas; esquemas de compras e vendas fictícias de medicamentos. Tudo serve para tentar enganar o Estado. De acordo com dados fornecidos pela Procuradoria-geral da República ao DN, entre 2009 e 2013 foram investigados mais de 650 casos de fraude à Segurança Social e ao SNS.

Como muitos dos processos estão em investigação, o montante em que o Estado foi lesado ainda não está apurado, mas, só na área da saúde, o ministério liderado por Paulo Macedo contabiliza 225 milhões de euros em três anos. A este valor, o Ministério da Justiça junta cinco milhões na área Social - referentes a apenas 10 processos -, mas reconhece que a burla “será substancialmente superior” pois muitas destas investigações estão ainda “em estado relativamente embrionário”.

Conselho de Ética e Deontologia da Ordem dos Médicos defende
Um médico não pode emitir uma segunda opinião sem ter um contacto directo e personalizado com o doente, defende o Conselho de...

O parecer foi feito depois de uma empresa ter convidado, por e-mail, vários médicos a elaborar segundas opiniões através de uma plataforma digital. “Um médico não pode dar um parecer sem ver o doente”, contesta o bastonário da Ordem dos Médicos (OM), José Manuel Silva, citado pelo jornal Público.

A empresa oferecia aos médicos 3,5 euros por cada relatório realizado no âmbito desta tarefa. No e-mail em que formulava o convite a empresa explicava que o objectivo era desenvolver “um novo projecto na área da saúde” designado “Segunda Opinião Médica”, que permitiria ao “utente pedir uma segunda opinião para além do diagnóstico inicial”.

Sem acesso ao primeiro diagnóstico, o médico seria obrigado a formular uma segunda opinião “com base nos sintomas apresentados e exames já realizados” ou pedir “a realização de novos exames, caso verifique a necessidade dos mesmos”.

O acesso ao processo do doente era assegurado através de uma plataforma digital. “Sempre que existirem casos para analisar é enviada uma sms / e-mail para que o médico possa ter conhecimento”, especificava a empresa, que estipulava um prazo máximo de 72 horas para a realização de cada relatório.

Tudo se processaria online, segundo a proposta: “ Os exames são recebidos via DHL ou via plataforma” e os relatórios “são realizados na respectiva plataforma”.

O projecto foi lançado no final do ano passado, mas, depois de vários médicos se terem queixado à OM, acabou por ser “descontinuado”, segundo informou a empresa. A Sucesso 24 explicou à OM que apenas se envolveu no projecto “segunda opinião médica” como “resposta a uma solicitação” para “prestar serviços de recrutamento de profissionais de saúde a fim de serem contratados por uma empresa terceira” e remete para o endereço www.segundaopinaomedica.com. Porém, o endereço está desconectado.

Depois de ter conhecimento de que o seu nome estaria a ser utilizado “para um fim ética e deontologicamente reprovável”, a Sucesso 24 garante ter cessado de imediato toda e qualquer relação comercial com a dita empresa.

Mas o órgão que aprecia as questões deontológicas na OM pronunciou-se sobre esta matéria e o parecer “serve de jurisprudência”, sustenta o bastonário.

O direito ao pedido de uma segunda opinião está contemplado no Código Deontológico, aliás, o médico até deve encorajar o doente a fazê-lo, caso entenda que é útil ou que é essa a vontade, começam por acentuar os responsáveis do Conselho Deontológico no parecer agora divulgado.

Mas o projecto em causa, ao definir que “o médico não tem acesso ao diagnóstico inicial”, viola o Código Deontológico, uma vez que impede que sejam fornecidos todos os elementos relevantes que possam ser utilizados por outros médicos, argumentam. Este projecto “impossibilita, por definição, o contacto directo e personalizado entre o médico e o doente, impedindo, assim, a realização de actos médicos de acordo com o estado da arte, como é sempre exigível para estabelecer um diagnóstico”, sintetizam.

A OM começou a investigar a situação por ter recebido “ várias denúncias” de profissionais que foram contactados por e-mail pela empresa.

“O pedido de uma segunda opinião médica é um direito dos doentes, mas o que está aqui em questão é o facto de não haver um exame físico, o contrário do que deve ser a medicina”, explicou Miguel Guimarães, presidente da Secção Regional do Norte da instituição.

O Conselho Deontológico da OM recomenda agora ao Conselho Nacional Executivo da OM que alerte todos os médicos que serão sancionados disciplinarmente se aderirem a este tipo de propostas, por” violação grosseira do Código Deontológico”.

Investigadores da Universidade de Coimbra
Investigadores da Universidade de Coimbra desenvolveram um estudo que, além de ajudar a tornar “o diagnóstico da doença de...

Uma equipa de investigadores do Centro de Neurociências e Biologia Celular (CNC) da Universidade de Coimbra (UC) “mostrou, pela primeira vez, a localização sub-celular (zona da célula) da proteína precursora da beta-amilóide (APP) que origina a proteína tóxica envolvida no surgimento da doença de Alzheimer”, afirma uma nota da instituição.

Ao mapearam a proteína APP, para identificarem a sua “distribuição em diferentes regiões das sinapses (ligações entre os terminais nervosos responsáveis pela transmissão de informação de um neurónio para outro) e nos diferentes tipos de neurónios”, os especialistas descobriram que “a APP está enriquecida na região pré-sináptica activa (zona da sinapse onde são libertados os neurónios transmissores) e nos neurónios glutamatérgicos”.

Os neurónios glutamatérgicos são responsáveis pela “libertação de glutamato”, que garante “a 'ligação' do sistema nervoso”, isto é, assegura que “os neurónios comuniquem entre si”, salienta na mesma nota.

Com esta descoberta, “finalmente percebe-se porque é que na fase inicial da doença ocorre a perda da conexão entre neurónios (sinapses) e a degeneração dos neurónios glutamatérgicos é a mais acentuada”, sublinha Paula Agostinho, investigadora do CNC da UC e autora responsável pelo artigo científico sobre esta investigação, que será publicado no Journal of Alzheimer's Disease, em Maio.

Os resultados do estudo, realizado em modelos animais (ratos), ao longo dos últimos três anos, “além de ajudarem a tornar o diagnóstico da doença de Alzheimer mais claro, permitem desenvolver fármacos mais eficazes na fase inicial da doença, evitando a clivagem da APP (proteína precursora) para impedir a formação da proteína tóxica (beta-amilóide) e direccionar as terapias para o sistema glutamatérgico”, sustenta Paula Agostinho.

Ao descobrir as zonas onde a APP se encontra enriquecida, os investigadores conseguiram responder a questões como “porque é que na doença de Alzheimer existem zonas do cérebro que são particularmente vulneráveis, nomeadamente o hipocampo e o córtex entorinal” e “porque é que uns neurónios são mais afectados do que outros”, sintetiza a investigadora do CNC da UC.

EUA
Um novo par de óculos, desenvolvido nos EUA, permite que cirurgiões identifiquem células cancerígenas e consigam distingui-las...

A tecnologia foi desenvolvida por Samuel Achilefu, que trabalha em novos métodos para visualizar e detectar doenças. O novo par de óculos permite que cirurgiões identifiquem células cancerígenas e consigam distingui-las de um tecido saudável. Vistas através dos óculos especiais, as células cancerígenas, projectadas no campo de visão do cirurgião criando uma realidade aumentada, brilham em cor azulada.

Até ao momento, essa tecnologia foi usada em cirurgias de cancro da pele e cancro da mama. Os cirurgiões dizem que os óculos poderão ser usados para detectar outros tipos de cancro com maior precisão.

Os testes clínicos ainda estão no início, mas os cirurgiões acreditam que a tecnologia possa vir a ser uma nova arma importante na luta contra o cancro.

Instituição organiza
O Centro Social Infantil de Aguada de Baixo, uma instituição que trabalha com crianças até aos 10 anos, vai organizar o...

No âmbito do Projecto Fora de Portas, criado em 2012 e que consiste no desenvolvimento de uma abordagem pedagógica valorizadora dos espaços exteriores, enquanto contextos importantes para o desenvolvimento e aprendizagem das crianças, o Centro Social Infantil de Aguada de Baixo (CENSI) organiza o seminário “Fora de Portas: Saúde, Desenvolvimento e Bem-estar da Criança nos Espaços Exteriores” nos dias 31 de Maio e 1 de Junho, no auditório da Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Águeda.

O seminário tem como principais destinatários os profissionais da área da educação, saúde, arquitectura, autarquias, pais, estudantes, entre outros.

Reconhecendo as rápidas e acentuadas mudanças trazidas pelo século XXI, como a expansão dos jogos electrónicos, que conduzem a uma progressiva extinção do brincar na rua e à ocupação do tempo livre da criança através de actividades estruturadas, circunscritas a espaços fechados e controladas pelos adultos, o Projecto Fora de Portas pretende reconhecer a importância do brincar livre, na natureza, para o crescimento saudável e harmonioso das crianças.

Neste sentido, a equipa do CENSI, na sua acção educativa, procura valorizar e pensar o espaço exterior com o mesmo rigor que o interior, considerando-se que as experiências vividas ao ar livre permitem adquirir e mobilizar competências importantes relacionadas com dimensões cognitivas, sociais, emocionais e motoras, bem como adquirir hábitos de vida saudáveis e atitudes de respeito e valorização pelo ambiente.

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