Malo Clinic
A Higiene Oral é uma especialidade dirigida ao diagnóstico, prevenção e terapêutica de doenças orais
HIGIENE ORAL
Uma boa higiene oral é um fator determinante na prevenção da maioria das doenças que afetam a saúde oral, caracterizando-se pela correta eliminação dos resíduos alimentares e impossibilitando a fixação nos dentes e nas gengivas de um conjunto de bactérias que, se não removidas, darão origem à formação de placa bacteriana e tártaro, as principais causas de cáries e doenças periodontais.

Para uma correta prevenção e manutenção, as visitas ao Higienista Oral devem ser regulares (no mínimo de 6 em 6 meses) e os cuidados diários aconselhados pelo médico/higienista devem ser seguidos. Estes cuidados incluem uma correta escovagem (pelo menos duas vezes ao dia), o uso de fio dentário (pelo menos uma vez ao dia e preferencialmente à noite) e o recurso a elixires/colutórios.
 

Se apresentar sintomas como hemorragia ou dor nas gengivas durante a escovagem, mau hálito e sensibilidade constante, marque uma consulta com o seu médico/higienista.
 
Fonte: 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico e/ou Farmacêutico.
OMS apela
A Organização Mundial de Saúde apelou hoje aos adeptos que viajem ao Brasil para o Mundial de Futebol que comprovem se têm as...

A mensagem da OMS surge a propósito da Semana Anual da Vacinação nas Américas, que começa hoje e dura até dia 30 e cuja mensagem faz uma alusão ao futebol: "Vacinação. A tua melhor jogada!".

"Elegemos este tema como uma chamada à acção para destacar a importância de estar protegido contra as doenças evitáveis mediante vacinação, em particular o sarampo e a rubéola, durante a próxima edição do Mundial de Futebol", explicou a assessora regional do programa de imunização da Organização Panamericana de Saúde (OPS), Alba María Ropero, citada pela EFE.

Estudo
A desculpa da “dor de cabeça” tem uma razão válida, segundo o primeiro estudo científico que analisou o impacto que a dor tem...

Os cientistas da Universidade McGill e da Universidade Concordia, do Canadá, descobriram num estudo com ratos que a dor causada pela inflamação reduziu a motivação sexual das fêmeas em cio, mas não teve o mesmo efeito nos machos.

“Sabemos por outros estudos que o desejo sexual das mulheres é muito mais dependente do contexto que o dos homens, mas se isto deve-se a factores biológicos ou socioculturais, como a criação e a influência dos meios de comunicação, ainda não se sabe”, explicou Jeffrey Mogil, professor de psicologia na McGill.

A conclusão que também nas mulheres a dor inibe o desejo sexual “indica que pode haver uma explicação de evolucionária para estes efeitos nos humanos e que não se trata somente de um aspecto sociocultural”, acrescentou.

Para o estudo, os cientistas colocaram os ratos numa câmara de acasalamento dividida por uma barreira com orifícios pequenos o suficiente para impedir que os machos pudessem passar de um lado ao outro.

Isto permitiu que as fêmeas, menores, decidissem se queriam estar acompanhadas, e por quanto tempo, passando para a ala masculina da câmara.

As fêmeas que sentiam dor passaram menos tempo na companhia de um macho e, como resultado, houve menos comportamento sexual. Os investigadores determinaram que era possível reavivar o desejo sexual delas administrando um analgésico ou com um de dois compostos que reforçam o apetite sexual.

Os machos foram testados colocando-os numa câmara sem divisão na qual tinham acesso livre a uma fêmea no cio. O comportamento sexual dos ratos não foi afectado em grau algum pelo mesmo nível de dor inflamatória.

Num comentário do artigo, o professor de psicologia Yitzchack Binik, que dirige o Serviço de Tratamento Sexual e de Casais no Centro de Saúde da Universidade McGill, disse que “frequentemente a dor crónica está acompanhada de problemas sexuais nos humanos”.

“Esta pesquisa permite inferir um modelo animal do desejo sexual inibido pela dor que ajuda os cientistas a estudarem este sintoma importante da dor crónica”, acrescentou.

IPSS espera superar os 128 mil euros angariados em 2013
A Operação Nariz Vermelho volta a apelar à solidariedade dos portugueses através da doação de 0,5% do IRS.

Depois de, em 2013, ter recolhido mais de 128 mil euros relativos ao ano fiscal de 2012, a organização espera atingir um novo recorde em 2014, considerando que os portugueses estão cada vez mais sensibilizados e esclarecidos para esta questão.

Tal como tem acontecido nos últimos anos, a Operação Nariz Vermelho (ONV), Instituição Particular de Solidariedade Social, que realiza semanalmente visitas às pediatrias de treze hospitais portugueses, pede aos portugueses para doarem, sem quaisquer encargos ou perdas de benefícios fiscais para o contribuinte, 0,5% do seu IRS. Para isso, basta colocar o NIF da organização, 506 133 729, no quadro 9, do anexo H da declaração, respeitante às Instituições Particulares de Solidariedade ou Pessoas Coletivas de Utilidade Pública. A este propósito, os Doutores Palhaços gravaram um vídeo que revela, de forma clara e divertida, como é feito o donativo à instituição em três passos, disponível aqui .

Em 2013, a ONV foi convidada pela Associação dos Enfermeiros de Sala de Operações Portugueses (AESOP) a acompanhar as crianças no Bloco Operatório Pediátrico do Hospital Dona Estefânia, de forma a reduzir a ansiedade inerente a uma cirurgia. Apesar do serviço prestado ao hospital ser gratuito, possui um encargo para a instituição no valor de seis mil euros por ano, montante que inicialmente era financiado através de um donativo mecenas e que assegurava a visita de um Doutor Palhaço uma vez por semana. Com o término deste donativo, a ONV comprometeu-se a dar continuidade à iniciativa, sublinhado a importância dos donativos de empresas e particulares para a longevidade deste projecto, inédito em Portugal.

Recorde-se que, em 2013, a ONV recebeu dos contribuintes portugueses 128.516 euros, mais de 88% face ao ano anterior, valor correspondente a 12,7% do orçamento global da instituição para 2014. Segundo Magda Ferro, responsável de comunicação da organização, “a doação de 0,5% do IRS, é uma fonte de financiamento de extrema importância, contribuindo para a continuidade da actuação dos Doutores Palhaços, profissionais que, todas as semanas, levam alegria às cerca de 40.000 crianças hospitalizadas que visitamos anualmente”. 

Intervenção do Enfermeiro
A automedicação é uma prática a que as pessoas recorrem cada vez mais.
Automedicação

A automedicação é uma realidade cada vez mais frequente e promovida por diversos intervenientes permitindo, aparentemente, uma maior autonomia das populações na gestão da sua saúde. A possibilidade que é dada às pessoas de utilizar indiscriminadamente medicamentos, sem orientação dos profissionais de saúde e sem receita médica, aufere-lhes a responsabilidade de decisão e cuidado pela sua saúde.

Esta é uma prática atual em constante crescimento, sendo uma atividade que pode envolver riscos para a saúde das pessoas que a adotam. Convergentemente o profissional de enfermagem pode intervir na sua área mais valiosa - a prevenção.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS, 1998) a automedicação é a seleção e o uso de medicamentos por pessoas para tratar doenças autodiagnosticadas ou sintomas e deve ser entendida como um dos elementos do autocuidado. A mesma entidade define automedicação responsável como a prática pela qual os indivíduos tratam os seus problemas de saúde com medicamentos aprovados e disponíveis para serem adquiridos sem prescrição, que sejam seguros e efetivos quando utilizados como indicado.

Nesta perspetiva, o ato de consumir medicamentos sem supervisão de profissionais de saúde, aliado à falta de conhecimento, ao uso indiscriminado e indevido de medicamentos, resulta em problemas de saúde pública, podendo ser considerado como um comportamento de risco.

Deve fazer parte do conhecimento geral dos utentes que praticar automedicação, sem apoio dos profissionais de saúde, pode negligenciar sinais de uma doença que necessite de consulta e acompanhamento, mascarando sintomas, atrasando o seu diagnóstico, conduzindo ao tratamento de reações adversas, necessitando de outros medicamentos, provocando, inclusive, o agravamento de outras doenças. Neste sentido, os profissionais de saúde devem salvaguardar a racionalidade da terapêutica medicamentosa na medida das suas responsabilidades (Soares, 2005).

Em Portugal, a automedicação começou a ser estudada mais afincadamente nos anos 80 e 90. Um estudo realizado, em 1995 e 1996, pela Associação Nacional de Farmácias sobre a automedicação, em Portugal, verificou que a prevalência da automedicação era de 26.2%, sendo mais frequente no sexo masculino, no grupo etário entre os 10 e os 49 anos, e nos indivíduos com maior nível de escolaridade (Soares, 2005).

Com o objetivo de conter o tendencial crescimento da automedicação, as principais apostas seriam a educação para a saúde e a promoção de estilos de vida saudáveis, através da orientação e aconselhamento por parte dos profissionais de saúde (Lopes, 2001).

Neste sentido, como pode o profissional de enfermagem contribuir para a prevenção da automedicação?

Os profissionais de enfermagem devem-se informar e estar atentos aos sinais de uso indiscriminado de medicamentos, devendo atuar de forma significativa, esclarecendo e promovendo uma mudança nos hábitos da população. A automedicação, associada ao autodiagnóstico sem fundamentação técnica e científica, por parte da população, deve ser uma área de atenção da prática de enfermagem, pois os enfermeiros detém esses conhecimentos técnicos e científicos, de modo a poder aconselhar e encaminhar a população a adotar comportamentos de saúde adequados.

Neste contexto, o enfermeiro possui um papel fundamental na educação e orientação dos utentes para a prática de uma automedicação responsável, ensinando quais os riscos quando a mesma é realizada de modo não responsável (Ricardo, 2011).

O profissional de enfermagem é o principal responsável pela gestão, preparação e administração da medicação nas instituições de saúde, sendo este o que estabelece uma relação de proximidade e contato direto com a população. Ao mesmo compete ensinar, informar e explicar os riscos e benefícios dos medicamentos e, sempre que necessário, junto da equipa médica, colaborar no aconselhamento dos regimes terapêuticos a adotar.

É através da realização de consultas de enfermagem (ex. com a colheita de dados, história clínica, onde também constam os esquemas medicamentosos adotados), que estes profissionais conhecem o regime terapêutico dos utentes e os comportamentos de automedicação por parte dos mesmos.

Neste sentido, consideramos importante referir que a reafirmação dos códigos de conduta dos profissionais de saúde, a promoção de educação em saúde, a adequação de campanhas publicitárias, a maior fiscalização dos órgãos responsáveis e o melhor acesso aos serviços de saúde são soluções que podem contribuir para a prevenção da automedicação em larga escala. Fomentar discussões junto da população e dos profissionais de saúde, acerca desta temática, torna-se imprescindível. (Tourinho et al., 2008; Aquino, 2008).

Bibliografia
Ricardo, A. F. T. (2011). Automedicação no aluno universitário. Projeto de graduação ao grau de licenciatura em enfermagem – Universidade Fernando Pessoa. Porto
Aquino, D. S. (2008). Por que o uso racional de medicamentos deve ser uma prioridade? Ciência & Saúde Coletiva, v. 13, p. 1651-1660. Rio de Janeiro. Disponível em: <http://www.scielosp.org/pdf/csc/v13s0/a23v13s0.pdf>. Acesso em: 19 de Janeiro de 2014.
Lopes, N. M. (2001). Automedicação: Algumas reflexões sociológicas. Sociologia, Problemas e Práticas. Nº37, p. 41-65.
Organização Mundial de Saúde. Disponível em: http://www.oms.com
Soares, M. A. (2005). Medicamentos não prescritos – aconselhamento farmacêutico. Lisboa, edição Farmácia portuguesa.

Nota: Este artigo foi escrito pelos autores ao abrigo do novo acordo ortográfico

Joana Margarida da Costa Taborda (nº membro 57108) - Mestre em Enfermagem – Área de Gestão de Unidades de Cuidados. Enfermeira no Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra

João Manuel Nascimento Garcia Graveto (nº membro – 29229) - Doutor em Desarrollo e Intervención Psicológica. Professor Adjunto na Escola Superior de Enfermagem de Coimbra.

José Filomeno A. Taborda da Costa (nº membro - 32499) – Enfermeiro-Chefe no Centro dessaúde de Miranda do Corvo.

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Condição visual
A hipermetropia também denominada de hiperopia é o estado de refracção ocular em que um feixe de rai
Mulher loira em exame de oftalmologia

Os raios luminosos convergem atrás da retina. Tudo se passa como se olho fosse demasiado pequeno ou o sistema de focagem fosse demasiado fraco. Como a visão de objectos próximos necessita de uma focagem maior do que visão de objectos ao longe, a primeira de dificuldade dá-se para ver ao perto. Dentro de certos valores e em indivíduos jovens a visão de longe pode ser normal.

A hipermetropia está habitualmente presente ao nascimento, diminuindo de forma progressiva nos primeiros 3-4 anos de vida.

Se considerarmos qualquer valor de hipermetropia, a sua prevalência é de 37% nas crianças entre os 3 e os 8 anos de idade, baixando para os 29,5% no grupo etário entre os 9 e os 19 anos. Se contudo se considerarem apenas valores de hipermetropia superiores a 1,5 D, a prevalência baixa para valores na ordem dos 4-7% entre os 5 e os 29 anos.

Nas crianças a prevalência da hipermetropia é mais elevada entre os Brancos, seguida dos Hispânicos, Afro-Americanos e Asiáticos. Há um estudo curioso (Crawford) que mostra uma maior prevalência de Hipermetropia entre as crianças de origem Portuguesa relativamente a todos os outros grupos.

A prevalência da hipermetropia mantém-se constante durante a meia-idade e aumenta nas populações acima os 45 anos.

As hipermetropia de baixo valor aparentam ter uma hereditariedade autossómica dominante, enquanto as de valor elevado aparentam ser autossómicas recessivas.

A hipermetropia não compensada é a responsável por cerca de 80% dos estrabismos convergentes que surgem entre os 2 e os 4 anos. Ao contrário do que acontece na miopia, o sistema óptico do olho consegue, dentro de certos limites, compensar o défice de focagem do olho hipermetrope. Esse excesso de focagem associa-se muitas vezes a um aumento anormal da convergência provocando estrabismo. Por essa razão, sempre que se suspeita da presença de hipermetropia deve efectuar-se a sua medição com auxílio de gotas que garantam a medição correcta dos valores em causa.

Hipermetropia: os feixes luminosos focam atrás da retina

Causas

Existem algumas causas que conduzem à existência de hipermetropia, não devendo ser esquecido que, todos os recém-nascidos são hipermetropes devido ao pequeno comprimento sagital do olho. No entanto essa ametropia tende a desaparecer naturalmente com o crescimento.

Efeitos

Os efeitos produzidos pela hipermetropia variam consoante se trata de um adulto ou de uma criança.

Assim na criança existem dores de cabeça mais acentuadas na idade escolar. É possível a ocorrência de um estrabismo convergente bilateral e também esta hipermetropia vai diminuindo progressivamente chegando por vezes à emetropia.

No adulto, ao fim de um certo tempo de leitura, existe uma certa dificuldade em continuar a tarefa. Existe uma pseudo-conjuntivite ou seja, uma irritação dos vasos da conjuntiva acompanhado de picadas. Aparecem frequentemente dores de cabeça mais assinaláveis a nível frontal e que depois se arrastam ao occipital. Dificuldade da condução automóvel, principalmente na diurna, ao passo que no míope essa dificuldade é mais notória à noite.

Detecção

A hipermetropia é detectável, tal como as outras ametropias, pelos efeitos produzidos pela esquiascopía (exame executado com o retinoscópio), pela refractometria ou pelo exame subjectivo da verificação da acuidade visual.

Compensação

A compensação do hipermétrope faz-se através de lentes convexas (potência positiva), quer sejam oftálmicas ou de contacto . Não esquecendo nunca a manutenção do perfeito equilíbrio binocular do paciente e o seu bem-estar visual.

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Órgãos dos sentidos
Paladar é o sentido pelo qual se percebem os sabores.

Os receptores do paladar são as papilas gustativas que existem no epitélio da língua, sensíveis a quatro modalidades básicas de sabores: doce, amargo, ácido e salgado.

O alimento, uma vez solubilizado, provoca nos corpúsculos gustativos das papilas a sensação que, transmitida pelos nervos até o bulbo raquidiano, se encaminha aos centros corticais conscientes, situados na parte média da circunvolução do hipocampo.

As sensações gustativas podem provocar prazer ou desprazer, ou um reflexo de rejeição, dependendo dos hábitos alimentares do indivíduo e também de sua constituição genética. Os quatro gostos fundamentais não são percebidos com a mesma intensidade em todos os pontos da língua. O amargo é melhor percebido na parte posterior, e o doce, na ponta.

A intensidade da percepção depende: do número de papilas; da penetração da substância no interior das mesmas; e da natureza, concentração, capacidade ionizante e composição química da substância.

A velocidade da percepção é também variável para cada um dos sabores. O tempo de percepção de cada solução gustativa muda sempre da mesma forma sempre que alguma variável se altera, mantendo-se constantes as demais. O tempo de percepção é inversamente proporcional a qualquer uma das seguintes condições: pressão; concentração; temperatura; e área estimulada. Cada animal tem sua sensibilidade gustativa própria.

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Factores de risco psicossociais
Avaliar e identificar as doenças profissionais associadas aos factores psicossociais centra-se sobre
Doenças profissionais

O trabalhador em contexto de trabalho age influenciado não só pelas condições e características da situação de trabalho, como seja o espaço físico, o sistema técnico e organizacional, e outras estruturas e processos organizacionais, mas igualmente, e de modo determinante, pelas suas condições de vida. É na interacção destas dimensões que, segundo alguns autores, se situam os factores de risco psicossociais para o desenvolvimento de algumas doenças profissionais.

Ou seja, as doenças profissionais não são unicamente influenciadas, nem apresentam apenas manifestações ao nível da capacidade física do trabalhador. Pelo contrário "disfuncionamentos do foro psicossomático, perda de auto-estima, problemas familiares e de enquadramento socioprofissional são declarações evidentes de distúrbios no contexto profissional, apresentando-se como factores de risco psicossociais e produto dos mesmos, porém invisíveis.

A verdade é que dimensões como o stress ou o consumo de álcool e drogas no trabalho revelam-se em simultâneo como factores de risco e problemas de saúde, e contribuem para o aumento da probabilidade e predisposição à ocorrência de acidentes de trabalho e doenças profissionais devido ao impacto nas defesas do trabalhador, na sua capacidade de atenção, concentração e respostas.

No que toca ao consumo de álcool e drogas há diferentes abordagens e opiniões, e enquanto uns defendem tratar-se de um problema de saúde relacionado com o trabalho, que deve ser encarado e analisado como tal, ainda que não seja classificado como doença profissional, outras abordagens defendem tratar-se de um factor de risco psicossocial. Sabe-se que em muitos casos o consumo é muitas vezes a manifestação de problemas associados às condições de trabalho e surge em resposta às mesmas, como seja o stress no trabalho, o emprego precário, o trabalho monótono, o trabalho por turnos e o trabalho nocturno.

Seja como for, o facto é que o consumo de álcool e drogas pode contribuir para a ocorrência de acidentes de trabalho em consequência de dificuldade de coordenação física dos movimentos, diminuição dos níveis de atenção, concentração e capacidade de resposta, particularmente grave no caso dos trabalhadores que manuseiam máquinas e veículos motorizados.

O aumento do absentismo, a diminuição do rendimento e produtividade, os problemas disciplinares, a maior frequência na mudança de pessoal com custos de formação e contratação associados e danos na reputação da empresa, apresentam-se como as principais consequências negativas no local de trabalho. Ao passo que a deterioração da saúde e das relações interpessoais surgem como os impactos negativos no trabalhador. 

Violência no trabalho
As fontes da violência no trabalho podem ser internas à organização ou partir do exterior da mesma, tendo em qualquer um dos casos como destinatário o trabalhador. Este pode ser vítima de violência física ou psicológica resultante de agressões verbais, insultos, ironias e outras formas com elevado impacto psicológico para o trabalhador. Enquanto a primeira (física) sempre foi reconhecida, a segunda (psicológica) é subestimada, no entanto o mais frequente é que os dois tipos ocorram em simultâneo.

A desmotivação, o stress e o prejuízo da saúde psicológica como seja a ansiedade, a depressão, o isolamento e manifestações psicossomáticas, são os principais resultados da vivência de violência em situação de trabalho por parte da vítima sujeita à mesma.

Contudo, verificam-se outras manifestações como sejam:

• Efeitos cognitivos que se traduzem em problemas de concentração
• Diminuição da auto-confiança
• Reacções de medo
• Insatisfação profissional.

A violência sexual e a violência racial constituem-se como outras duas formas de violência, assumindo muitas vezes a forma de piadas e insultos que afrontam a dignidade do trabalhador no seu contexto de trabalho, conduzindo-o a experimentar sentimentos de medo, raiva e falta de confiança no seu trabalho, bem como deterioração e insatisfação com as relações interpessoais. No quadro europeu a legislação europeia reconhece progressivamente, e de modo intenso, o assédio sexual como forma de violência no trabalho.

Uma outra forma que a violência pode assumir, consiste na intimidação ou assédio moral no trabalho. Trata-se de um conceito introduzido pela francesa Marie-France Hirigoyen, que lutou pela sua inclusão em França e que pretende significar a exposição prolongada e repetida dos trabalhadores a um conjunto de críticas, insinuações e desqualificações ao longo do seu tempo de trabalho, que vitimizam o trabalhador, afectando a sua performance profissional e resultando no seu pedido de demissão ou na antecipação da reforma.

As principais consequências para as vítimas de assédio moral residem em sintomas físicos, mentais e psicossomáticos, como o "stress, a depressão, a reduzida auto-estima, a culpabilização, as fobias, as perturbações de sono, e os problemas digestivos (náuseas, perda de apetite, etc.) e músculo-esqueléticos”. Irritabilidade, problemas de memória e concentração, bem como o desenvolvimento de comportamentos agressivos, são outras das manifestações dos efeitos a que as vítimas deste tipo de violência estão sujeitas.

Ainda no contexto dos factores de risco psicossociais é importante referir a discriminação a que os trabalhadores eventualmente poderão estar sujeitos, justifica sintomas de ansiedade, stress e depressão associados, que estarão na origem de uma maior predisposição à ocorrência de acidentes de trabalho e de desenvolvimento de doenças profissionais, conduzindo do mesmo modo ao abandono da situação de trabalho por parte dos trabalhadores vítimas deste tipo de discriminação. 

Factores relacionados com o stress
No domínio da saúde no trabalho, um dos conceitos mais amplamente objecto de estudos e análises é o stress, uma vez que reconhecidamente apresenta consequências indesejáveis para a saúde dos trabalhadores, bem como para as empresas em que trabalham.

Caracteriza-se por stress o "conjunto de factores que provocam uma determinada reacção no organismo humano”. Este conceito não se manifesta unicamente através de estados fisiológicos (problemas cardíacos, hipertensão, úlceras e colites nervosas, dores generalizadas e problemas gastrointestinais), mas também psicológicos (depressão e ansiedade), sendo que muitas das causas do stress ao nível da organização são também consequências do mesmo, sendo difícil identificar onde começa a manifestação do stress provocada por um factor e onde acaba a de um outro.

Assim, o stress surge associado à concepção e gestão da organização do trabalho, entre os quais se encontram:

• Ritmos de trabalho impostos
• Trabalho por turnos
• Trabalho nocturno
• Ausência de controlo sobre o trabalho, pausas e férias
• Movimentos e tarefas repetitivos
• Horários de trabalho

O assédio moral, a violência no trabalho e os riscos físicos, como o ruído e a temperatura, podem estar também na origem de sintomas de stress no trabalho, conduzindo a quadros patológicos como a depressão, a ansiedade, o nervosismo, a fadiga, problemas cardíacos e distúrbios da produtividade, criatividade e competitividade. 

Principais factores de risco psicossociais:

• Violência no trabalho;
• Intimidação ou assédio moral;
• Discriminação (por género, idade, etnia, nacionalidade, deficiência, orientação sexual, etc.);
• Relações hierárquicas;
• Factores relacionados com o stress;
• Consumo de álcool e drogas no local de trabalho;
• Satisfação profissional;
• Exigências muito altas ou muito baixas em relação às competências;

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Cientistas anunciam
Cientistas espanhóis anunciaram, ontem, o uso pela primeira vez de terapia de genes para inverter a perda de memória em ratos...

A equipa da Universidade Autónoma de Barcelona injectou em ratos que se encontravam nas fases iniciais da doença um gene que desencadeia a produção de uma proteína que está, em doentes com Alzheimer, bloqueada no hipocampo, uma área do cérebro essencial para o processamento de memórias.

“A proteína que foi reconstituída através da terapia de genes desencadeia os sinais necessários para activar os genes envolvidos na consolidação da memória de longo prazo”, indicou a universidade em comunicado.

A terapia de genes consiste em transplantar genes em células do paciente para corrigir a doença que é, de outra forma, incurável, causada pela falência de um ou outro gene.

A descoberta foi publicada no Journal of Neuroscience e surgiu após quatro anos de investigação.

“A esperança é que este estudo possa levar ao desenvolvimento de drogas farmacêuticas que possam activar estes genes em seres humanos e permitir a recuperação da memória”, disse o líder da equipa de investigação, Carlos Saura, citado pela agência de notícias francesa, AFP.

A doença de Alzheimer, causada por proteínas tóxicas que destroem células cerebrais, é a mais comum forma de demência.

Em todo o mundo, 35,6 milhões de pessoas padecem desta fatal doença degenerativa do sistema nervoso central, que é actualmente incurável, e são anualmente diagnosticados 7,7 milhões de novos casos, de acordo com um relatório de 2012 da Organização Mundial de Saúde.

Em 2010, o custo total da demência na globalidade da sociedade foi estimado em 604 mil milhões de dólares (cerca de 437 mil milhões de euros), segundo a Alzheimer Disease International, uma federação de associações de Alzheimer de todo o mundo. 

Assinado acordo
A União das Misericórdias e a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa assinaram um protocolo inédito para criar um fundo que vai...

Em causa estão os projectos de unidades de cuidados continuados – 17 que existem pelo país que estão fechadas ou em risco de fechar.

O provedor da Santa Casa da Misericórdia, Pedro Santana Lopes, explicou o que se pretende: “Vamos juntar recursos, ver quais as unidades que estão à espera de solução, desde que garantida a viabilidade do funcionamento dessas unidades. O Estado tem também um papel essencial, nomeadamente, nas referenciações que faz e nas comparticipações que pode dar. Isto é um pontapé de saída no novo modo de trabalhar entre parceiros”.

Santana Lopes falou aos jornalistas depois da assinatura do protocolo, no Barreiro, onde esteve o ministro da Solidariedade, Pedro Mota Soares, o presidente das Misericórdias, Manuel Lemos, e o bispo de Setúbal, D. Gilberto Canavarro.

Mota Soares considera que "este protocolo é histórico porque vai numa linha correcta, de contratualizar a resposta social. É importante que a resposta social em Portugal possa ser feita pelo Estado, mas acima de tudo que o Estado possa contratualizar com quem está próximo dos problemas, que são as instituições”.

Já Manuel Lemos diz que o Ministério da Saúde tem responsabilidade de contratar as camas na rede de cuidados continuados e que o fundo vai ajudar as Misericórdias em dificuldades, que se endividaram por causa dos projectos de construção destas unidades.

OMS rejeita argumentos
A Organização Mundial da Saúde rejeitou ontem as acusações dos detractores das vacinas, que afirmam não servirem para nada e...

"O impacto das vacinas na vida das pessoas é certamente uma das melhores coisas que já se viram", declarou o responsável da divisão de vacinas da Organização Mundial da Saúde (OMS), Jean-Marie Okwo-Bele.

A oposição às campanhas de vacinação de crianças contra doenças contagiosas, como a rubéola ou a tosse convulsa, aumentou nos últimos anos, nomeadamente nos EUA e no Reino Unido.

Os opositores contestam a necessidade de vacinação e alguns afirmam haver uma ligação entre o autismo e a vacina contra a rubéola, associação rejeitada pela maioria do mundo científico.

"Tentamos determinantemente conter, reverter esta tendência", declarou Okwo-Bele à imprensa em Genebra. "Temos uma grande proporção de pessoas que acreditam nas vacinas, eles devem ajudar-nos a transmitir a nossa mensagem", acrescentou.

A OMS acredita que para esta tendência contribui o total ou quase completo desaparecimento de muitas doenças graves nos países ricos, que leva a alguma complacência por parte da população.

"O importante na complacência é que o número de pessoas suscetíveis que resistem ou rejeitam os factos vai aumentar, e as doenças vão voltar, como se pode ver nos EUA com o sarampo e a tosse convulsa", disse a especialista da OMS em imunização Tracey Goodman.

Segundo Okwo-Bele, não é por uma doença ter quase desaparecido que se deve parar a vacinação.

"No caso da poliomielite, não é por não haver casos há 10 ou 15 anos que deixou de haver riscos”, afirmou.

As declarações surgem na véspera do arranque da Semana Mundial da Vacinação, que a OMS organiza entre 24 e 30 de Abril.

Já ontem a organização alertara, em comunicado, que mais de 22 milhões de crianças em todo o mundo, cerca de uma em cada cinco, estão actualmente por vacinar contra doenças básicas.

Sob o lema “Imunização para um Futuro Saudável. Saber, Verificar, Proteger”, a semana da OMS visa apelar às pessoas que saibam mais sobre quais as vacinas necessárias, verifiquem se a imunização das suas famílias está actualizada e procurem os serviços de vacinação para proteger todos os familiares.

Arranca no Algarve
Projecto visa aproximar recursos disponíveis na área da saúde sexual dos jovens.

O projecto de cooperação e participação pelos direitos e saúde sexual e reprodutiva dos jovens do Algarve “Falar Disso” foi apresentado ontem, em Faro, disse o presidente da ECOS – cooperativa de educação, cooperação e desenvolvimento, Bruno António.

Até ao final do ano, os responsáveis pelo projecto querem encetar um processo de consulta à juventude algarvia que vai permitir elaborar a publicação “Jovens no Algarve e os seus direitos e saúde sexual e reprodutiva” onde será dada uma visão geral sobre este tema na região, a par da descrição de todos os serviços existentes e a apresentação de propostas de trabalho.

O calendário do projecto prevê ainda a realização do primeiro “festival de direitos sexuais do Algarve”, entre Setembro e Outubro, altura em que Bruno António espera que possam ser apresentados alguns resultados do trabalho que agora se inicia.

O projecto vai ser desenvolvido por uma comissão coordenadora intermunicipal composta por representantes de entidades regionais das áreas da saúde, educação e juventude e é apoiado pelo Departamento de Juventude do Conselho da Europa e da Amnistia Internacional através da sua campanha “O meu corpo, os meus direitos”.

“Acreditamos que a articulação e cooperação entre os vários intervenientes será um importante reforço na adequabilidade das ofertas e serviços para jovens às suas reais necessidades e características”, referem os responsáveis.

Além da promoção de uma comunicação mais próxima entre os intervenientes de diferentes áreas, os responsáveis esperam que o projecto possa permitir um aproveitamento mais eficaz dos diferentes recursos e planos de acção de cada um no âmbito da juventude.

O “Falar disso” resulta do projecto “Algarve 2020” que a ECOS terminou em 2013 e que procurou criar uma estratégia concertada a nível regional que permitisse criar uma política de juventude para a região, explicou Bruno António.

Do “Algarve 2020” resultaram 12 boletins dedicados a 12 áreas de políticas públicas, entre os quais o boletim da saúde que identificou a área da saúde sexual e reprodutiva como uma área onde ainda havia pouco trabalho feito e pouco conhecimento, explicou o presidente da ECOS.

“Daí saiu a vontade de desenvolver um projecto que basicamente tentasse pôr vários actores com responsabilidades políticas em conjunto com os beneficiários para construírem propostas em conjunto”, contou.

DGS defende
A maioria dos profissionais de educação das escolas deve ter formação em suporte básico de vida, sugere o Programa Nacional de...

“É importante que a escola disponha de um local próprio para primeiros socorros e que a maioria dos profissionais de educação possua formação em suporte básico de vida”, refere o documento.

A Direcção-Geral da Saúde (DGS) lembra que, nas escolas, os traumatismos dos membros e da cabeça são as lesões mais frequentes e que a intervenção pós-acidente é um “aspeto crítico no que respeita à segurança nos espaços educativos”.

As equipas de saúde escolar devem aumentar as competências da comunidade escolar na avaliação da criança vítima de acidente e prestação de primeiros socorros.

Deverão para isso criar recursos de apoio à formação sobre primeiros socorros e suporte básico de vida (SBV).

Além dos profissionais, também as crianças a partir dos 10 anos são capazes de aprender e aplicar técnicas de SBV: “esta formação precoce reduz a ansiedade sobre os possíveis erros e aumenta acentuadamente a disponibilidade para ajudar”.

Segundo dados citados no documento da DGS, as condições do piso das escolas contribuem para quase metade dos acidentes escolares e entre 25 a 35% dos acidentes ocorrem nos recreios.

Até finais de Maio
O edifício de quatro pisos tem uma área de 48.600 metros quadrados e vai acolher serviços que actualmente estão dispersos por...

O presidente da Câmara Municipal da Guarda, Álvaro Amaro, anunciou ontem que, "até finais de Maio", o novo pavilhão do Hospital Sousa Martins (HSM) deverá acolher todos os serviços para que foi construído.

Álvaro Amaro referiu que no novo edifício já funcionam, desde o dia 20 de Janeiro, as consultas externas, e que o atraso na transferência dos restantes serviços ficou a dever-se a problemas com o plano de segurança. "Há garantia escrita da ULS (Unidade Local de Saúde Guarda) e da ARS (Administração Regional de Saúde do Centro) de que todos os serviços que são transferíveis para o novo bloco hospitalar sê-lo-ão, no limite, até finais de Maio", disse hoje o autarca aos jornalistas no final da reunião do executivo municipal.

O presidente referiu ainda que "depois de se terem transferido alguns serviços em 20 de Janeiro, foi necessário trabalhar mais, apelar a mais sentido de cooperação, apelar também à Autoridade Nacional de Protecção Civil (ANPC) que respeitando, naturalmente, as regras de segurança, como não pode deixar de ser, soube flexibilizar as suas posições”.

No entanto, assinala que após a mudança dos serviços, as obras nas novas instalações, provavelmente, "terão que continuar durante meses ou anos", devido a "deficiências, lacunas, negligências, que poderão ter sido cometidas até à construção final do hospital". O autarca reconhece que quando a nova unidade de saúde estiver a laborar em pleno serão criadas "melhores condições" para servir a população do distrito da Guarda e para os profissionais que prestam serviço no HSM, que está integrado na ULS Guarda.

José Igreja, vereador do PS, disse que "quanto mais rápido mudarem os serviços melhor será para a população" do distrito da Guarda que é servida pelo hospital. O novo pavilhão do hospital da Guarda está pronto desde Junho de 2013 e representa um investimento superior a 55 milhões de euros.

O edifício de quatro pisos tem uma área de 48.600 metros quadrados e vai acolher serviços que actualmente estão dispersos por dois antigos blocos, um centenário e outro construído na década de 1990. No piso térreo vão funcionar consultas externas, os serviços de imagiologia, a urgência, o sector de exames especiais e a esterilização, entre outros. O bloco operatório, o internamento, as unidades de cuidados intensivos e intermédios e o laboratório ocuparão o piso 1. No piso -1 ficam áreas técnicas, farmácia, medicina legal e armazém, enquanto o -2 fica reservado a estacionamento.

Sindicato diz
O Sindicato Independente dos Médicos acusa o Ministério da Saúde de querer obrigar estes profissionais a cumprirem funções que...

O Sindicato Independente dos Médicos (SIM) acusa ainda a tutela de publicar legislação com conteúdo laboral sem a participação das associações sindicais. Em causa está um despacho publicado esta quarta-feira que reforça as regras de gestão das VMER (viatura médica de emergência e reanimação), para garantir a sua operacionalidade permanente, assegurando o seu regular funcionamento com a garantia de qualidade, nomeadamente reduzindo os seus tempos de inoperacionalidade.

Tentando resolver o problema da "inoperacionalidade pontual mas reiterada" de algumas VMER, o secretário de Estado Leal da Costa "pretendeu tirar um coelho da cartola, fazendo publicar legislação com conteúdo laboral mas sem qualquer participação das associações sindicais médicas", afirma o sindicato numa nota publicada na sua página.

O SIM esclarece que com este despacho se pretende que os profissionais de saúde dos Serviços de Urgência dos Hospitais Polivalentes e Médico-Cirúrgicos com a formação específica em emergência médica possam ser chamados para integrar a escala da tripulação da VMER, em detrimento de outras atividades hospitalares programadas, atribuindo-se a tal chamada "um carácter de obrigatoriedade".

"Esqueceram-se, contudo, que os médicos da área hospitalar, estando obrigados a prestar Serviço de Urgência (SU), não estão obrigados a fazê-lo através da integração numa equipa de Veículo de Emergência do INEM", acrescenta, explicando que tais tarefas "não são verdadeiramente semelhantes à prestação de SU", serviço que está convencionalmente definido.

Além disso, existe ainda a questão da definição de local de trabalho, pois os médicos em regime de contrato de trabalho em funções públicas e em regime de contrato individual de trabalho têm, nos termos da regulamentação colectiva, o estabelecimento da entidade empregadora identificado no contrato de trabalho.

"Ora, não só as VMER dificilmente poderão ser definidas como 'estabelecimento', pelo menos em sentido restrito, como não são certamente pertencentes à 'mesma entidade empregadora', a não ser para os próprios trabalhadores do INEM", sublinha.

Acresce, no diploma, que a escala mensal das tripulações deve sempre indicar "elementos substitutos" em caso de falta ou impedimento, "sem que fique bem explicito a imprescindível colocação de tais elementos num regime laboral de prevenção".

O SIM salienta que a participação nas tripulações da VMER, não estando prevista contratualmente nem sendo dedicada, e sendo uma actividade de alto risco pessoal e profissional, "terá de ser sempre voluntária", o que tem acontecido.

O sindicato reitera a sua disponibilidade para negociar com o INEM e com o Ministério da Saúde toda a regulamentação laboral inerente à actividade da VMER, "tendo sempre bem presente que o INEM tem orçamento próprio e verbas que pontualmente lhe chega de cada seguro automóvel efectuado e pago anualmente".

DGS propõe
As crianças e jovens com necessidades especiais devem passar a ter um Plano de Saúde Individual elaborado pela equipa de saúde...

O Programa Nacional de Saúde Escolar -- 2014,colocado ontem em discussão pública, prevê que as crianças e jovens com necessidades especiais de saúde têm "obrigatoriamente de ter um Plano de Saúde Individual (PSI) que dê resposta a todas as necessidades identificadas". "Este PSI deve resultar de um compromisso entre todos os intervenientes, sendo a sua avaliação e revisão programadas conjuntamente", refere a proposta publicada no site da Direcção-Geral da Saúde (DGS).

O plano individual deve ainda assentar na Classificação Internacional da Funcionalidade, uma avaliação que se baseia em indicadores da Organização Mundial da Saúde. Os PSI devem ser elaborados pela equipa de saúde escolar, a quem compete também validar as necessidades especiais (NSE) e encaminhar para os serviços de saúde as crianças ou jovens com problemas.

"Considera-se NSE a que resulta de problema de saúde com impacto na funcionalidade e necessidade de intervenção em meio escolar, como sejam, irregularidade ou necessidade de condições especiais na frequência escolar e impacto negativo no processo de aprendizagem ou no desenvolvimento individual", define a proposta de Programa da DGS.

De acordo com este documento, a referenciação das crianças com perturbações do desenvolvimento, deficiência ou doença crónica pode ser feita pelo centro de saúde ou Hospital, através do médico de família/assistente, do enfermeiro de saúde infantil ou de outro profissional de saúde. Pode ainda ser feita pelos pais e encarregados de educação ou pela própria escola.

Terminou
O Estado terminou o protocolo com o Hospital da Cruz Vermelha, não estando previsto o encaminhamento de doentes este ano,...

Nos últimos anos, os valores do protocolo tinham diminuído: 21 milhões de euros em 2010, 14 milhões em 2011 e 7,6 milhões de euros em 2012 e 2013. Para 2014 não está previsto qualquer valor, informação avançada pela Administração Regional de Saúde( ARS) de Lisboa e Vale do Tejo e também por fonte do Hospital da Cruz Vermelha.

Fonte da unidade de saúde adiantou que o Serviço Nacional de Saúde (SNS) continua a encaminhar doentes para outras instituições a preços que, garantiu, são mais elevados.

Em Novembro de 2012, num despacho publicado em Diário da República, o Estado justificava a celebração do protocolo com o Hospital da Cruz Vermelha Portuguesa (no valor de 7,6 milhões de euros) com o facto de o Serviço Nacional de Saúde não ter "suficiente capacidade instalada" em áreas como cirurgia pediátrica cardiotorácica.

No despacho lia-se que ARS de Lisboa e Vale do Tejo tinha procedido à "avaliação das necessidades para as quais o SNS não possui ainda suficiente capacidade instalada que permita conferir resposta às crescentes necessidades dos utentes" da região "em tempo adequado".

Esta avaliação revelou "indispensável a celebração de um acordo de cooperação com a CVP, nomeadamente nas áreas do rastreio da retinopatia diabética, do cancro da mama, da cirurgia pediátrica cardiotorácica, da oftalmologia, da ortopedia e da cirurgia vascular".

Dificuldades em ter consulta
Associações dizem que "há cada vez mais hospitais que obrigam os doentes ou seus familiares a deslocarem-se às farmácias...

Rita Gomes tem 36 anos, é reformada por invalidez desde os 31, cerca de dois anos depois de lhe ter sido diagnosticada esclerose múltipla. A doente, seguida no Hospital de Santa Maria, em Lisboa, diz que aguarda há três anos por uma consulta que supostamente devia ser semestral. A secretária-geral da Sociedade Portuguesa de Esclerose Múltipla (SPEM), Manuela Duarte Neves, uma associação de doentes, dá o caso de Rita como exemplo das dificuldades crescentes no acesso a consultas hospitalares de seguimento destes doentes. O Hospital de Santa Maria, em Lisboa, respondeu à SPEM que há apenas um médico neurologista a dar consultas e que, quando se justifica, os doentes são reencaminhados para outras unidades.

A esclerose múltipla é uma doença que afecta o Sistema Nervoso Central e que surge com mais frequência entre os jovens adultos, costuma ser diagnosticada por volta dos 25/30 anos. Pode ter vários sintomas, que vão desde a visão turva, à fadiga, perda de força muscular, problemas de equilíbrio e coordenação. A doença não tem cura, mas a medicação pode minorar a manifestação de sintomas. Em Portugal estima-se que existam mais de cinco mil doentes.

Quando chega ao Verão, Rita diz que precisa de ter a sua medicação adaptada, por causa do calor, por isso, no ano passado, por esta altura não aguentou mais a espera da consulta no Santa Maria e decidiu ir ao seu médico, mas no privado, pagou 70 euros, mais os 20 euros de táxi, e conseguiu ser atendida. O marido de Rita, que sofre da mesma doença, tinha consulta no Santa Maria para Maio, recebeu uma carta a adiá-la para Outubro.

A responsável da SPEM diz que interrogou a unidade sobre a situação de Rita, encaminhando também o caso para o Ministério da Saúde. Na resposta enviada à SPEM lê-se que “o Centro Hospitalar Lisboa Norte (que inclui o hospital de Santa Maria e o Pulido Valente) só tem um médico responsável por esta consulta, o qual não tem possibilidade de manter o correcto seguimento a todos os doentes que estão à sua responsabilidade”. Explica-se ainda que, “sempre que clinicamente entende que tal é desejável e necessário, está a encaminhar os doentes da área de responsabilidade de outros hospitais para os mesmos. Naturalmente que a prioridade está a ser concedida aos doentes da responsabilidade directa do CHLN”, lê-se na resposta do presidente do conselho de administração, Carlos Martins.

Manuela Duarte Neves contraria aquela informação, dizendo que os doentes que contactaram a SPEM não têm sido encaminhados para outras unidades. A responsável por aquela associação de doentes diz que as queixas de dificuldades no acesso a consultas não se limitam àquela unidade. Também no Hospital Garcia de Orta, em Almada, tiveram uma denúncia de uma doente que está à espera há mais de um ano por consulta. Questionada sobre esta situação, a Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo diz que “não há registo de consultas em atraso” nessa unidade.

A responsável da SPEM junta à lista uma situação de atraso na consulta reportada no Hospital de Évora há cerca de um mês mas que foi resolvida depois da intervenção da SPEM, diz. “São doentes que estão sem ser observados, sem fazer adaptação de medicação. E basta a pessoa pensar que está desacompanhada para haver um grau de sofrimento e ansiedade evitáveis”.

Outra entidade que representa estes doentes, a Associação Todos com a Esclerose Múltipla (TEM), relatou esta semana queixas de doentes, também no Santa Maria, que dizem que, em vez da medicação mensal, estão a receber comprimidos para uma semana. A TEM assegura que "cada vez existem mais hospitais que obrigam os doentes ou seus familiares a deslocarem-se às farmácias hospitalares mais do que uma vez por mês para levantar a sua medicação mensal e já existiram casos de pessoas que vão para casa sem qualquer medicamento. Para levantar a medicação a maioria das pessoas perde meio dia.”

O hospital, através do gabinete de imprensa, respondeu aos jornalistas que o acesso ao fármaco do caso de uma doente denunciado pela TEM, o Fingolimod, “esteve preventivamente condicionada, devido a termos atingido o valor mínimo de stocks”. Inicialmente a quantidade fornecida foi reduzida para 14 dias, passando para os sete dias durante alguns dias. O hospital refere que a doente voltou agora a poder levar a medicação para um mês.

Mas Manuela Duarte Neves dá o caso de uma situação no Hospital do Funchal em que “a doente entrou em surto por interrupção da medicação”, já receberam queixas de medicação dada a conta gotas no Hospital do Barlavento Algarvio e dos Capuchos, diz, situações que entretanto foram normalizadas, acrescenta. A secretária geral da SPEM diz que são casos que se vêm intensificando desde Janeiro. “Não há semana em que não se reporte uma situação. Quando as questões pontuais se repetem, deixam de ser pontuais”.

A secretária geral da SPEM diz que, a seguir ao cancro e ao VIH/sida, esta é a patologia com a medicação mais cara, pode chegar aos 1500 euros por mês por doente, mas diz que, mesmo pensando apenas em termos financeiros, não compensa ao Estado, porque os doentes sem acompanhamento podem ficar com situações de saúde agravadas e precisar de ainda mais apoio. “Quando as pessoas entram em crise podem ficar acamadas, ficar cegas.”

O gabinete de imprensa do Santa Maria explica que em dois anos, de 2012 para 2014, passaram de 64 para 85 doentes a ser tratados com aquele fármaco, “com um custo de aquisição de 955 mil euros para uma estimativa de 1,9 milhões de euros.”

DGS
As perturbações mentais e de comportamento são as doenças com mais impacto na vida das crianças entre os 5 e os 19 anos,...

“Entre os 5 e os 14 anos, o maior peso da doença na qualidade de vida deve-se às perturbações mentais e comportamentais (22%), especialmente por depressão e ansiedade”, de acordo com estimativas do Programa Nacional de Saúde Escolar -- 2014, que foi ontem colocado em discussão pública.

Seguem-se as doenças respiratórias crónicas, representando 15% no peso total das doenças com impacto na vida das crianças, e depois as músculo-esqueléticas (13,5%).

OMS afirma
Mais de 22 milhões de crianças no mundo, cerca de uma em cada cinco, estão por receber vacinas contra doenças básicas, alertou...

Sob o lema “Imunização para um futuro saudável. Saber, verificar, proteger”, a Organização Mundial da Saúde (OMS) promove, entre os dias 24 e 30 de Abril, a semana da vacinação, em que apela às pessoas que saibam mais sobre as vacinas necessárias, verifiquem se a imunização está actualizada e procurem os serviços de vacinação para proteger todos os familiares.

Segundo a agência da ONU para a saúde, a imunização evita 2 milhões a 3 milhões de mortes anualmente, por 25 doenças, incluindo difteria, sarampo, pneumonia, rubéola ou tétano.

Um factor que contribuiu para esse progresso foi o Programa Expandido de Imunizações (EPI), que comemora 40 anos em Maio deste ano e foi aplicado em todos os países.

Quando o EPI foi criado, apenas 5% das crianças no mundo recebiam vacinas básicas. Hoje, a vacinação atinge mais de 80%, diz a OMS em comunicado sobre a Semana Mundial da Vacinação.

Ainda assim, em 2012, 22,6 milhões de crianças (cerca de um quinto do total) ainda não estavam imunizadas com vacinas básicas, alerta a organização sediada em Genebra.

Mais de 70% dessas crianças vivem em dez países: República Democrática do Congo, Etiópia, Índia, Indonésia, Iraque, Nigéria, Paquistão, Filipinas, Uganda e África do Sul.

A OMS estima que cerca de 1,5 milhões de crianças morram anualmente por doenças que poderiam ser prevenidas com vacinas recomendadas pela organização. Isso significa que quase 17% dos 8,8 milhões de mortes anuais de crianças com menos de 5 anos poderiam ser evitadas com vacinas.

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