Acordo de princípio alcançado
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O ministro Paulo Macedo explicou que “o acordo de princípio” vai integrar a troca de seringas, a vigilância da diabetes e implica ainda um aumento da quota de medicamentos genéricos. O contrato com a Associação Nacional de Farmácias (ANF) para a troca de seringas terminou em Novembro de 2012 e, em alternativa, passou a ser assegurado pelos centros de saúde.

Com o actual acordo, as farmácias vão recomeçar no próximo mês a trocar seringas, no âmbito da prevenção da transmissão do VIH/sida a utilizadores de drogas injectáveis, retomando um processo que fizeram durante cerca de 15 anos.

“[O programa] estender-se-á durante um ano para poder ser efectivamente avaliado: que quantidade de trocas de seringa se fazem, quais os impactos na saúde publica, quais os ganhos concretos e quais os custos que as farmácias têm”, declarou o ministro da Saúde, no final de uma reunião com responsáveis da ANF.

“Temos boas notícias, porque vamos, primeiro, disponibilizar serviços à população, depois vamos ter provas mais concretas sobre que ganhos efectivamente as farmácias podem trazer efectivamente para a população. E vamos ter uma ideia mais real do que esses ganhos podem trazer para depois tomar uma decisão mais informada, e haver um escrutínio público, sobre ganhos versus custos”, continuou.

Aquando da suspensão do programa, a ANF tinha alegado que não era possível, no actual contexto económico, continuar com este tipo de intervenções de forma gratuita.

O secretário de Estado Adjunto do Ministro da Saúde, Fernando Leal da Costa, lembrou que as farmácias são “um parceiro imprescindível em todo este processo da troca de seringas”, nomeadamente porque têm um horário alargado e estão próximas do cidadão.

“O que vamos agora fazer é retomar o programa com a ANF e fazer uma avaliação dos impactos em termos de saúde pública também dos custos que estão inerentes a esta participação da ANF, de maneira a que possa haver, se for caso disso, um ressarcimento justo e adequado àquilo que é o ganho em saúde pública”.

Contudo, o Ministério da Saúde não vai para já terminar totalmente a troca de seringas nos centros de saúde.

O presidente da ANF, Paulo Duarte, adiantou que, em Maio, o programa de troca de seringas vai ser retomado nas zonas que sejam identificadas como mais prioritárias, esperando estender-se “rapidamente” a nível nacional.

“Esperamos rapidamente poder retomar a universalidade e equidade que a participação das farmácias no programa permite”, afirmou Paulo Duarte.

Para a ANF, é essencial o estudo que irá ser feito, durante um ano, sobre os custos e benefícios da sua intervenção no programa: “o que queremos é que se demonstre qual a mais-valia da participação da farmácia no programa. Isso pode e deve ser quantificado. Ver o que isso impacta no funcionamento da farmácia no dia-a-dia e na gestão”.

Paulo Duarte sublinhou que as farmácias querem que a sua intervenção seja valorizada e explicou que o programa de troca de seringas implica afectar tempo do ponto de vista logístico e do ponto de vista da dispensa.

 

Campanha “Pés para andar” contra a Paramiloidose
“Pés para andar” é a primeira campanha nacional lançada pela Associação Portuguesa de Paramiloidose, organização sem fins...

Dizendo que a paramiloidose “é rara mas pode estar mesmo ao pé de si”, a campanha alerta a população para uma doença que, embora seja rara tem em Portugal a maior prevalência do mundo e tem vindo a ser identificada nas mais diferentes regiões do país.

Trata-se de uma doença genética hereditária do foro neurológico e que, sem tratamento, é rapidamente incapacitante e fatal. Os objectivos da Associação Portuguesa de Paramiloidose (APP) passam por informar o público sobre a patologia e alguns dos sintomas mais comuns (designadamente a dormência e insensibilidade nos membros inferiores), procurando contribuir para que o diagnóstico seja feito ainda na fase inicial, já que os danos causados são progressivos e irreversíveis. Daí o apelo “faça com que a doença não tenha pés para andar”.

Teresa Coelho, médica especialista em paramiloidose do Hospital de Santo António, no Porto, alerta: “calculamos que existam muitos doentes por diagnosticar ou que demoram muito até terem um diagnóstico. Doentes sem história familiar da doença levam em média quatro a cinco anos até serem diagnosticados e alguns só começam a ser seguidos na consulta especializada quando já apresentam sintomas de estado avançado, não raras vezes quando já não conseguem caminhar sem auxílio.”

Isabel Conceição, médica que dirige a consulta de paramiloidose no Hospital de Santa Maria, Lisboa, explica: “Embora seja uma doença hereditária, nem sempre é diagnosticada nas gerações anteriores, contribuindo para que os portadores sem história familiar desconheçam os sintomas da doença, não estando assim alertados para os primeiros sintomas da doença o que condiciona um atraso significativo do diagnostico. A similaridade de alguns sintomas típicos da doença com outras doenças mais comuns, pode fazer tardar um diagnóstico correcto, atrasando a instituição atempada de terapêutica com consequente pior prognóstico.”

A campanha passa por centros de saúde de todo o país, com material informativo destinado aos utentes, por órgãos de comunicação social, onde serão difundidos anúncios e debatidas as questões mais relevantes ou mostrados testemunhos de quem vive com esta doença, e também pelas redes sociais, veiculando informação útil e apelando à participação cívica através de partilhas. Previstas estão também acções de rua, agilizadas pelos núcleos regionais da Associação em parceria com diversos Municípios, fazendo contacto directo com as comunidades onde tem sido registada maior prevalência da doença.

Informações sobre a patologia e sobre a campanha em curso estarão disponíveis no site www.paramiloidose.com e na página de Facebook https://www.facebook.com/PesParaAndar

O presidente da APP, Enf. Carlos Figueiras, comenta: “Esta é uma campanha inédita. Desde que a doença foi pela primeira vez descrita, em 1952, nunca houve um apelo desta dimensão a respeito da paramiloidose. Há muito que esta deixou de ser uma doença circunscrita às comunidades piscatórias da Póvoa de Varzim. Está um pouco por todo o país. Queremos que os portadores e doentes recebam o aconselhamento e apoio que precisam e merecem. Quanto mais cedo, melhor.”

A campanha “Pés para andar contra a paramiloidose" terá a duração de dois meses e meio e conta com o apoio dos Laboratórios Pfizer.

 

Sobre a paramiloidose – factos e números

Polineuropatia Amiloidótica Familiar, PAF, Paramiloidose, ou Doença dos Pezinhos são todos nomes da mesma doença

A paramiloidose é causada pela mutação de um gene que pode levar à produção da proteína transtirretina sob uma forma anómala que tende a aglomerar-se e criar estruturas microscópicas chamadas fibrilhas de amilóide. Ao depositarem-se nos tecidos nervosos, conduzem ao declínio irreversível da função neurológica. E quando estas fibrilhas se depositam noutras partes do corpo, como os rins, o coração ou aparelho digestivo, também causam diversos problemas a esses níveis.

Um portador de paramiloidose tem 50% de probabilidade de ter um descendente sem a herança genética da doença.

É entre os 30 e os 50 anos que normalmente a doença se revela nos seus portadores

Estão identificadas no nosso país cerca de 2000 doentes afectados com paramiloidose, de 600 famílias não relacionadas entre si.

Foi descrita pela primeira vez em 1952, por um médico português – Corino de Andrade, e é reconhecida pela comunidade médica internacional como uma doença originariamente portuguesa. Os primeiros focos da doença foram encontrados em populações do norte litoral.

Concelhos em Portugal actualmente com maior prevalência: Barcelos, Braga, Cartaxo, Covilhã, Esposende, Figueira da Foz, Lisboa, Matosinhos, Póvoa de Varzim, Seia, Vila do Conde.

Estima-se que existam no mundo 8000 – 10000 pessoas com paramiloidose.

Estão identificados doentes em 20 países.

Principais regiões endémicas a nível mundial: Portugal, Suécia, Japão

Informações sobre a patologia e sobre a campanha em curso estarão disponíveis no site www.paramiloidose.com e na página de Facebook https://www.facebook.com/PesParaAndar.

 

Financiamento europeu
Ascende a um milhão o financiamento conseguido pela Faculdade de Ciências da Saúde, depois de uma candidatura ao QREN.

A actualização de equipamentos ligados ao ensino é um dos objectivos da Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade da Beira Interior (FCS-UBI), que dispõe de cerca de um milhão de euros, concedido pelo Programa Operacional Valorização do Território (POVT). Com o financiamento comunitário, os responsáveis pretendem ainda melhorar as condições de investigação, destacando-se a criação de um biobanco e ainda consolidar projectos que aproximem a instituição de ensino da comunidade.

“Optamos por fazer com que cerca de 50 por cento do orçamento dessa candidatura fosse dedicada a aprimorar o nosso ensino”, explica Luís Taborda Barata. O presidente da FCS-UBI entende que, depois de quase oito anos de funcionamento, “há uma parte do equipamento para as aulas – computadores e projectores – que é crucial ser renovado”.

 

Novos equipamentos

Contudo, a aplicação do financiamento vai além do que já existe. A aposta da FCS-UBI passa também de consolidar e modernizar algumas áreas. Por exemplo, para a aquisição de uma mesa de dissecção anatómica, que tornará a Faculdade “a única do País a ter um equipamento deste género e que será uma das mais-valias”, salienta Luís Taborda Barata. Outras inovações passam por melhorar o laboratório de simulação, “que já é um grande centro e uma referência a nível nacional e até internacional”, acrescenta.

No que diz respeito à componente de investigação, procurou-se aprofundar as componentes de investigação que não fossem estritamente ligadas à laboratorial básica. “Quisemos consolidar grandes projectos que também pudessem virar a Faculdade ainda mais para a comunidade”, sublinha o docente, e investigar, acrescentando ser um propósito “alicerçar a ligação com as unidades de saúde e consolidar a investigação na comunidade, no que diz respeito à saúde”. Os instrumentos vão optimizar essa capacidade, permitindo fazer estudos em epidemiologia e saúde comunitária ambiental, entre outras.

 

Aposta na investigação de translação

E, nesta linha de ligação à comunidade, o investimento vai também apostar na chamada investigação de translação, aquela que permite a transferência de conhecimento para unidades de saúde ou empresas.

Novamente dentro das portas da FCS-UBI, o investimento comunitário terá em conta o trabalho desenvolvido na Faculdade e CISC – Centro de Investigação em Ciências da Saúde.

A criação de um biobanco está também na calha. “Nós queremos ser uma das únicas unidades universitárias a nível nacional que tem um biobanco certificado. E, portanto, parte do orçamento de investigação foi candidatado para termos amostras humanas de todo o tipo, de acordo com as regras legais e de segurança”, explica o responsável. A estrutura terá ainda recolhas ambientais de alguns edifícios, com todos os cuidados em termos de manutenção e preservação. “Aquilo que nós almejamos é termos um centro referenciado que nos permita caracterizar e fazer estudos de grande vulto na comunidade”, acrescenta.

 

Recursos difíceis de conseguir no Interior

“Lufada de ar fresco para a Faculdade”, avalia Luís Taborda Barata o financiamento, tido como um montante “elevado”, mas que vem colmatar as dificuldades permanentes. Uma delas, a própria localização geográfica da FCS-UBI, onde estudam cerca de 1900 alunos. “Procuramos ter o máximo de qualidade e excelência. E posso garantir que isto depende do esforço, muitas vezes quase sobre-humano, de todas as pessoas que aqui trabalham. Este é um País que esquece o Interior e temos muitas dificuldades de financiamento, em comparação com outras unidades similares à nossa. Aqui, tudo é muito mais difícil de conseguir”, conclui Luís Taborda Barata.

 

 

Revista Espanhola de Nutrição Comunitária reforça
Bebidas não alcoólicas com pelo menos 80% de água são fonte de hidratação e devem ser utilizadas em condições ambientais intensas.

A água é um nutriente essencial obtido através de diferentes alimentos e bebidas, como parte da nossa dieta, e todas as bebidas não alcoólicas com pelo menos 80% de água são fonte de hidratação, especialmente em condições ambientais extremas. Estes dados foram publicados na última edição da Revista Espanhola de Nutrição Comunitária (RENC), uma publicação da Sociedade Espanhola de Nutrição Comunitária (SENC) e uma das publicações de maior prestígio e impacto nesta área em Espanha.

A hidratação tornou-se um factor de primeira instância com reconhecida importância no campo da nutrição e da saúde em geral, apesar de ser uma área de estudo científico relativamente nova. Tal facto é demonstrado pelo amplo número de pesquisas que têm surgido e a elevada atenção que os investigadores e especialistas em nutrição têm mostrado relativamente a este tema.

“As populações estão a ficar cada vez mais consciencializadas da importância de se estar devidamente hidratado ao longo de todo o dia e que podemos obter a água necessária através do consumo de alimentos e bebidas que são parte regular da nossa dieta". Assim refere Luís Serra-Majem, Catedrático de Medicina Preventiva e Saúde Pública da Universidade de Las Palmas de Gran Canaria, Presidente da Fundação para a pesquisa em Nutrição e Presidente da Academia Espanhola de Nutrição e Ciências da Alimentação, um dos responsáveis por estas importantes conclusões.

O artigo publicado na RENC reforça a importância crucial dos diferentes papéis que a água desempenha no nosso corpo, incluindo o transporte de nutrientes, eliminação de resíduos, a regulação da temperatura assim como das diferentes funções estruturais e lubrificantes.

Neste sentido, Javier Aranceta, presidente do Comité Científico do SENC e director da Revista Espanhola de Nutrição Comunitária, acrescenta que “sem dúvida o I Congresso Internacional e III Nacional de Hidratação, realizado em Espanha, tornou-se um marco não só para a comunidade científica, mas também para toda a sociedade em geral, que está a começar a reconhecer a importância de um estado de hidratação adequado para uma saúde equilibrada.”.

Crianças, mulheres grávidas e em período de amamentação, além dos idosos, continuam a ser os grupos mais vulneráveis a sofrer de uma hidratação insuficiente, segundo concluem os especialistas, sem retirar o foco de outros grupos com menor risco.

“Em geral, uma desidratação resultante da perda de pelo menos 2% da massa corporal, tem impacto a nível físico, mas também em outras áreas, porque afecta o humor, a capacidade cognitiva, a atenção, e inclusivamente a memória de curto prazo”, reforça Luís Serra-Majem. “Não estamos a falar de um problema trivial, uma vez que a ingestão insuficiente de líquidos pode também levar a mudanças na actividade cerebral e até mesmo na função neurotransmissora”.

Segundo refere “estamos perante uma causa de mortalidade e morbilidade que podemos facilmente evitar. Tanto assim é que, como exemplo, simplesmente aumentando a ingestão diária de líquidos, os doentes com dores de cabeça podem reduzir tanto a intensidade como a quantidade destes episódios”.

 

Disponível online
A Associação Portuguesa de Cuidados Paliativos lança a primeira revista dedicada a estes cuidados. A primeira edição junta...

A história dos Cuidados Paliativos em Portugal; a organização dos serviços e a importância da comunicação com os doentes e seus familiares são alguns dos temas em destaque na Revista “Cuidados Paliativos”.

“Foi nossa intenção criar uma revista científica inteiramente dedicada aos cuidados paliativos, privilegiando a produção científica nacional. Foram convidados profissionais de renome, entre os quais o médico António Lourenço Marques, considerado o pioneiro dos cuidados paliativos em Portugal”, conta Manuel Luís Capelas, Presidente da Associação Portuguesa de Cuidados Paliativos (APCP) e Director da Revista.

“A Revista da APCP pretende transmitir a mensagem de que os cuidados paliativos não são o ‘fim de linha’, mas uma área de intervenção fundamental no SNS, pois todos temos o direito a viver com dignidade até à morte”, diz Manuel Luís Capelas.

A “Cuidados Paliativos” é publicada na sua versão online no site da Associação www.apcp.com.pt. A Revista pretende ser um veículo de comunicação entre todos os profissionais desta área, portugueses e estrangeiros.

 

Sobre a APCP

A APCP, é uma associação profissional, que congrega profissionais de múltiplas áreas e proveniências, que se interessam pelo desenvolvimento e prática dos cuidados paliativos, que no entanto não é prestadora directa de cuidados a pessoas doentes e suas famílias.

Foi fundada na Unidade do IPO do Porto em 1995 e pretende essencialmente:

  • Ser um pólo dinamizador dos cuidados paliativos no nosso país e um parceiro privilegiado no trabalho com as autoridades responsáveis pelo desenvolvimento destes serviços
  • Trabalhar em sinergia com organizações que visem o desenvolvimento dos CP e áreas afins em Portugal e no estrangeiro
  • Contribuir para a credibilização e garantia da qualidade das estruturas que prestam e/ou venham a prestar cuidados nesta área
  • Apoiar os profissionais de saúde que se queiram dedicar a esta área da saúde e fortalecer a investigação específica a desenvolver.

 

Dia 11 de Maio
No âmbito das comemorações do seu centenário, a Associação de Estudantes da Faculdade de Medicina de Lisboa vai organizar, com...

Esta iniciativa, que terá lugar no dia 11 de Maio, conta com o patrocínio oficial da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa e o envolvimento dos hospitais da zona de Lisboa.

O evento inclui uma caminhada familiar de 4Km e a prova principal, a corrida de 10km, ambas com partida na Alameda das Universidades, passando pelo Campo Grande, Avenida da República e Praça Duque de Saldanha e com chegada no Estádio de Honra do Estádio Universitário de Lisboa.

A 1ª Corrida Saúde Mais Solidária tem um conceito diferente do habitual: parte do valor da inscrição reverte directamente para cinco instituições e cada participante tem a opção de poder escolher qual dessas instituições quer apoiar (aquando do levantamento dos dorsais).

Trata-se de uma iniciativa em que os Hospitais da zona de Lisboa apadrinham IPSS que são diariamente peças essenciais no seu funcionamento.

Site oficial do evento e Facebook

Contacto: corrida.saude@aefml.pt

 

Datas e valores da inscrição:

Corrida

16 Março a 27 Abril – 7,5€ (Estudantes/Sócio AAL) /10€

28 Abril a 5 Maio – 10€ (estudantes/Sócio AAL) /13€

Caminhada

16 Março a 27 Abril – 5€ (Estudantes/Sócio AAL) /6€

28 Abril a 5 Maio – 6€ (estudantes/Sócio AAL) /8€

 

Estudo do Centro Médico da Universidade de Columbia
Já se sabia que as doenças cardíacas, diabetes e colesterol são alguns dos efeitos secundários da obesidade. Contudo, um estudo...

Doenças cardíacas, diabetes e colesterol são alguns dos efeitos secundários da obesidade. Contudo, um estudo recente elaborado pelo Centro Médico da Universidade de Columbia, nos Estados Unidos da América, publicado no jornal The Laryngoscope, aponta outra consequência que pode estar associada ao excesso de peso: a perda de audição.

Segundo esse estudo, a obesidade na adolescência está associada à perda auditiva nas frequências ouvidas por humanos, existindo uma associação mais forte em relação à perda auditiva de baixa frequência (dificuldade em ouvir sons mais graves). O problema foi observado em cerca de 15% dos adolescentes obesos, enquanto entre jovens com peso mais baixo foi de quase 8%, ou seja, mais de metade. No entanto, o estudo não conseguiu identificar a causa desta relação, mas os especialistas acreditam que está associado com a inflamação induzida pela obesidade que contribui para a perda auditiva.

Embora a perda total de audição entre os adolescentes obesos seja relativamente baixa, o facto de duplicar no que se refere à perda auditiva de um ouvido é particularmente preocupante.

Em comunicado, Dulce Martins Paiva, directora-geral da GAES – Centros Auditivos Portugal, afirma que “para a saúde destes jovens é importante que sejam frequentemente examinados e que continuem a ser feitas investigações, uma vez que poderiam ser evitados vários problemas relacionados com a perda auditiva, como atrasos no desenvolvimento social, na performance académica e até mesmo nas funções comportamentais e cognitivas. É relevante que em pesquisas futuras se determinem quais os mecanismos envolvidos nesta relação com a obesidade”.

 

 

Investigação revela
Presença de apenas 1% de material cromossómico extra modifica a função de todo o genoma, revela investigação de Barcelona.

O estudo genómico de dois gémeos, um com Síndrome de Down e outro sem, permitiu ver como um pequeno cromossoma transtorna todo o genoma e gera uma ampla variedade de doenças, segundo uma investigação em que participou o Centro de Regulação Genómica (CRG) de Barcelona.

A investigação, que revela a forma como se produz o desequilíbrio genómico nos casos de Trissomia 21, ou Síndrome de Down, e abre novas perspectivas para entender os mecanismos moleculares da síndrome, é hoje publicada na revista Nature.

Com uma incidência de um por 800 nascimentos, a Síndrome de Down é a causa genética de incapacidade intelectual mais frequente e é o resultado de uma deficiência cromossómica, em que as células das pessoas afectadas contêm uma terceira cópia do cromossoma 21, que representa apenas 1% do total do genoma humano.

O estudo, coordenado pelo Departamento de Medicina Genética e Desenvolvimento da Universidade de Genebra (UNIGE), explica como o cromossoma extra 21 transtorna o equilíbrio de todo o genoma, enquanto o mecanismo exacto responsável por muitos sintomas associados à síndrome de Down continua por conhecer-se por completo.

De acordo com informação do CRG, na investigação hoje publicada, o laboratório dirigido por Stylianos Antonarakis na Universidade de Genebra estudou o caso de dois gémeos com a mesma composição genética, tendo um deles uma cópia extra do cromossoma 21.

Segundo a investigação, o erro nesta distribuição do cromossoma 21 pode ocorrer nas primeiras divisões celulares, logo após a divisão do óvulo fertilizado em dois.

Para comparar os diferentes níveis de expressão génica entre os gémeos, os investigadores usaram modernas ferramentas biotecnológicas, como técnicas de sequenciação de alto rendimento, em colaboração com laboratórios de Estrasburgo, Seattle, Amesterdão e a participação do CRG em Barcelona.

Desta maneira, conseguiram eliminar o efeito das variações entre os indivíduos e identificar as mudanças provocados exclusivamente pela trissomia 21.

Os investigadores assinalaram que a expressão dos genes localizados em outros cromossomas (além do 21) era bastante diferente nas células trissómicas.

“Este resultado foi uma verdadeira surpresa. Sugere que o pequeno cromossoma tem uma grande influência no resto do genoma”, explicou a investigadora Audrey Letourneau, uma das autoras do estudo.

A investigação mostra pela primeira vez que a posição do ADN no núcleo, ou as características bioquímicas das interacções entre ADN e proteínas nas células com trissomia, se modificam, provocando assim mudanças nos padrões de expressão génica.

O co-autor do estudo Federico Santoni indicou que “estas mudanças não ocorrem apenas no cromossoma 21, mas em todo o genoma”.

A presença de apenas 1% de material cromossómico extra modifica a função de todo o genoma e interrompe o equilíbrio da expressão dos genes”, adiantou Federico Santoni.

Segundo Stylianos Antonarakis, “se pudermos fazer uma comparação com a mudança climática, mesmo que a temperatura do planeta aumente um ou dois graus, nos trópicos choverá muito menos e nas zonas temperadas muito mais. O equilíbrio completo do clima no planeta pode ser modificado por um elemento muito pequeno”.

 

Pela doação de ovócitos
Há uma lista de espera com cerca de 100 casais inférteis no único banco público de gâmetas do país.

Há uma lista de cerca de 100 casais inférteis que só conseguem engravidar recorrendo à doação de ovócitos que enfrentam tempos de espera que podem ultrapassar os dois anos, admite a directora do único banco público de gâmetas do país, Joana Mesquita Guimarães ao Publico Online A médica admite que, à medida que o tempo passa, há casais desta lista de espera dos hospitais públicos acabam por ser excluídos por ultrapassarem o limite de idade. Quem pode pagar mais de seis mil euros no privado, espera três meses.

Os problemas de saúde que podem estar na origem da necessidade do recurso à dádiva de ovócitos de dadoras podem ser vários, desde falência ovárica a ovócitos com anomalias genéticas. Nesses casos, os casais que queiram tentar ter filhos têm que recorrer a ovócitos de dadoras. Nos hospitais públicos a solução é esperar. Só desde Maio de 2011 é que existe um banco público de gâmetas mas, enquanto no caso do esperma, há dadores suficientes, no caso das mulheres, em que o processo é mais complexo e não há congelação, as dadoras não são suficientes para a procura. O limite de idades para as dádivas no feminino são os 35 anos.

A responsável pelo banco público, que é directora do Centro de Procriação Medicamente Assistida do Centro Hospitalar do Norte, diz que há cerca de 100 casais à espera e que isso representa uma espera que pode ultrapassar os dois anos. O limite de idade no caso das mulheres candidatas ao tratamento é de 40 anos e Joana Mesquita Guimarães admite que, à medida que o tempo de espera vai passando, há casais que são excluídos.

A presidente da Associação Portuguesa Fertilidade, Cláudia Vieira, diz que “há casais que estão a ser tratados no público e que, como não há dadoras, desistem porque não têm dinheiro para ir ao privado. O banco não é auto suficiente”. “Os casais com dinheiro para ir ao privado têm tratamentos em dois ou três meses.” Um tratamento com recurso a doação de ovócitos numa clínica privada pode custar mais de seis mil euros. A responsável conhece as dificuldades dos casais que aguardam tratamento no sector público e pretende apostar numa campanha de apelo à doação de gâmetas.

A responsável pelo banco público diz que as campanhas de angariação de dadoras são contínuas e fazem-se através de anúncios, de apelos em faculdades. Desde 2001 tiveram 82 candidatas mas apenas 42 se tornaram dadoras efectivas, o que significa uma taxa de exclusão de cerca de 75%, muito aproximada à dos homens. Houve 85 dadores de esperma, 29 passaram mesmo para a doação. O limite de idade nos homens é de 45 anos.

Os motivos de exclusão são vários, desde logo o serem fumadores, terem doenças infecciosas, desconhecerem os pais, perguntas feitas na fase de entrevista médica inicial. As mulheres podem fazer até três dádivas, com seis meses de intervalo, os homens podem ir até às 8. Os dadores são compensados em 280 euros, as mulheres em 637 euros, uma vez que o processo no feminino é mais complexo. Significa que têm que fazer estimulação ovárica durante 10 dias e depois é extraído o ovócito. Joana Mesquita Guimarães diz que é preciso desmistificar o processo e explicar que “não é muito penoso”.

Mais do que as compensações monetárias, as motivações dos dadores, defende, são sobretudo altruístas. Neste momento, em ambos os sexos os dadores já não são maioritariamente os estudantes universitários que e há já também muitos homens e mulheres que têm família constituída. A doação de gâmetas no banco público deu origem a 30 nascimentos e há 17 gravidezes a decorrer, informa Joana Mesquita Guimarães.

 

Intenção do Governo
É intenção do Governo agravar a tributação já existente no tabaco e nas bebidas alcoólicas.

O tiro de partida foi disparado pela ministra das Finanças em conferência de imprensa no final do Conselho de Ministros ao dizer que os “produtos noviços para a saúde” podem vir a sofrer um aumento da carga fiscal no próximo ano, revela o Jornal de Notícias Online.

A hipótese de aumentar os impostos sobre o álcool não foi bem recebida pela Associação dos Comerciantes e Industriais de Bebidas Espirituosas e Vinhos (ACIBEV), que sublinha a continuação do agravamento no sector. “As bebidas alcoólicas, nomeadamente as bebidas espirituosas, têm sofrido um aumento brutal de impostos”, aponta a secretária-geral da ACIBEV, Ana Isabel Neves. “Há 3 anos que os orçamentos de Estado aumentam o IABA (Imposto sobre o Álcool e as Bebidas Alcoólicas). Nos dois primeiros anos foi de 7,5%, no último ano, foi de 5%, para 2014".

 

Taxar produtos nocivos não é só medida orçamental

O Ministério da Saúde considera que a ideia de taxar produtos nocivos para a saúde deve ser encarada mais como uma política para melhorar o estado de saúde da população do que como uma medida orçamental.

“Não gostaríamos que estas medidas fossem olhadas apenas numa perspectiva orçamental. O nosso primeiro objectivo com este tipo de políticas é melhorar o estado de saúde da população”, afirmou o secretário de Estado Adjunto do Ministro da Saúde.

O ministro da Saúde explicou que esta pode ser uma das vias para ajudar a resolver a acumulação de dívidas dos hospitais em termos estruturais. “No Orçamento do Estado para 2015 há uma necessidade de resolvermos as dívidas que se vão acumulando ao longo dos tempos por parte dos hospitais. Entendemos que há também lugar a que haja receitas que possam estar ligadas à saúde que devam contribuir para este esforço”, afirmou Paulo Macedo.

Como exemplos, citou a reavaliação do imposto sobre o tabaco e bebidas alcoólicas, bem como o estudo da tributação de alimentos ou bebidas com excesso de açúcar ou sal.

“Iremos primeiro estudar as experiências dos diferentes países, depois iremos ver o que tem mais impacto em termos de saúde pública e depois o que poderá significar em termos de receita destinada aos hospitais. Temos até Outubro para estudar estas medidas e tomar decisão sobre o que deve ser adoptado”, acrescentou o ministro

 

Taxar alimentos nocivos só com subsídios para os saudáveis

A Ordem dos Nutricionistas considerou que só faz sentido taxar produtos nocivos para a saúde se a medida for acompanhada por subsídios a alimentos saudáveis e por campanhas de educação alimentar.

A bastonária da Ordem dos Nutricionistas, Alexandra Bento, justificou esta posição com a falta de evidência científica de que “medidas isoladas” como o aumento do preço de alimentos considerados nocivos para a saúde, por via de impostos, leve à redução da sua procura.

Alexandra Bento entende que a taxação de produtos que fazem mal à saúde - que tenham, por exemplo, excesso de sal, açúcar e gorduras - deve ser acompanhada de subsídios para alimentos saudáveis pouco consumidos, como as frutas e os legumes, e de campanhas de “aumento da literacia” alimentar.

A bastonária lembrou que, na Dinamarca, a taxação de produtos com gorduras saturadas “não teve impacto em termos da saúde” e defendeu que em Portugal deveria ser um grupo de trabalho a estudar quais os bens alimentares, e respectivas quantidades, a serem abrangidos por um imposto.

Para Alexandra Bento, a receita obtida com o aumento do preço desses bens deveria ser canalizada para as campanhas de educação alimentar, para a “aposta na prevenção”, e não para ajudar a saldar dívidas dos hospitais. A Ordem dos Nutricionistas revelou-se disponível “para auxiliar neste processo” a tutela.

 

Infarmed alerta
A autoridade que regula o sector do medicamento alertou para a existência de lotes falsificados de um medicamento contra o...

O alerta do Infarmed surge após a informação da Agência Europeia do Medicamento (EMA) que dá conta de embalagens falsificadas do medicamento Trastuzumab, cujo nome comercial é o Herceptin.

O Herceptin é um fármaco administrado em meio hospitalar e as embalagens falsificadas resultaram de produto roubado em Itália, incluindo de hospitais, o qual foi falsificado e reintroduzido no mercado.

Perguntas & Respostas
O Dia Mundial da Hemofilia assinala-se a 17 de Abril de cada ano.
Hemofilia

O que é a hemofilia?
A hemofilia é um distúrbio hemorrágico hereditário. O sangue contém muitas proteínas, chamados factores de coagulação que actuam para parar a hemorragia. As pessoas com hemofilia têm níveis baixos ou ausência de um destes factores da coagulação no seu sangue. A falta de factor de coagulação leva a que as pessoas cujos níveis de factores sanguíneos sejam normais. As pessoas com hemofilia não sangram mais rápido do que as outras pessoas, e não se esvaem em sangue até à morte devido a um corte ou ferimento menor. O principal problema para as pessoas com hemofilia é as hemorragias internas, principalmente nas articulações e músculos.

Qual é a diferença entre hemofilia A e hemofilia B?
Existem dois tipos de hemofilia: hemofilia A e hemofilia B (chamada por vezes doença de Christmas). Ambas causadas por um baixo nível ou ausência das proteínas do sangue (factores) que controlam as hemorragias. A hemofilia A é causada por uma deficiência de factor VIII e a hemofilia B é causada por uma deficiência de factor IX. Não existe nenhuma diferença entre os dois tipos de hemofilia, excepto que a hemofilia B é cerca de cinco vezes mais comum do que a hemofilia A

Existem outros tipos de distúrbios hemorrágicos?
Sim, existem diversas diferenças de factor que também causam hemorragias anómalas. Estas incluem deficiência dos factores I, II, V, VII, X, XI, XII e o factor von Willebrand. As formas mais graves destas deficiências são ainda mais raras do que a hemofilia A e a hemofilia B.

Como é que uma pessoa tem hemofilia?
A hemofilia é uma deficiência genética, que é normalmente hereditária. Não pode ser contraída ou transmitida excepto se for por transmissão hereditária, o gene da hemofilia é transmitido de pais para filhos.

Cerca de um terço de novos casos são causados por uma nova mutação do gene na mãe ou na criança. Nestes casos não existe história prévia de hemofilia na família.

É para toda a vida?
Uma pessoa que nasce com hemofilia terá sempre hemofilia. O seu nível de factor VIII ou IX no sangue normalmente mantém-se igual ao longo da vida.

A hemofilia só afecta homens?
As formas mais graves de hemofilia afectam maioritariamente só homens. As mulheres só podem ser gravemente afectadas se o seu pai tiver hemofilia e a mãe for portadora. Este é um caso extremamente raro. No entanto, muitas mulheres que são portadoras têm sintomas de hemofilia leve.

Como é transmitida a hemofilia?
O gene de hemofilia é transmitido de pais para filhos. Quando o pai tem hemofilia mas a mãe não tem, nenhum dos filhos rapazes terão hemofilia, mas todas as filhas serão portadoras do gene da hemofilia.

Os genes para a hemofilia A e B estão localizados no cromossoma X, os cromossomas que determinam o sexo de uma pessoa chamam-se X e Y. Os homens tem um cromossoma Y e um cromossoma X e as mulheres têm dois cromossoma X.

Como os homens só têm um cromossoma X, se herdarem o gene da hemofilia, terão hemofilia. Como as mulheres têm dois cromossomas X, se um cromossoma X tiver o gene da hemofilia, o outro cromossoma X compensa-o.

As mulheres que têm o gene da hemofilia são chamadas portadoras e podem transmiti-lo aos seus filhos. Quando a mãe é portadora e o pai é normal, para cada criança que nasce existe uma probabilidade de 25% de ser um rapaz e ter hemofilia e 25% de ser uma rapariga e ser portadora

Existem algumas precauções que uma portadora possa/deva tomar antes de engravidar?
É importante que o hematologista de uma mulher portadora esteja envolvido no acompanhamento da gravidez e que exista alguma ligação com o obstetra antes do parto.

Não é necessário realizar um diagnóstico pré-natal só para acompanhar a gravidez, este só é feito se se considerar a interrupção da gravidez. O nível de factor VIII (mas não de factor IX) tem tendência para aumentar durante a gravidez mas deve ser verificado por volta dos últimos meses de gravidez.

Um parto vaginal normal, é perfeitamente aceitável, mesmo se se souber que o feto é menino e em risco de ter hemofilia. A anestesia epidural, não apresenta normalmente problemas e geralmente é permitida se o nível de factor da mãe for de 40% ou mais. Uma amostra do sangue do cordão umbilical será usada, para verificar se o bebé (do sexo masculino) tem hemofilia.

A hemofilia é comum?
A hemofilia é bastante rara. Cerca de uma em cada 10 mil pessoas nasce com hemofilia A e cerca de uma em cada 50 mil pessoas nasce com hemofilia B.

Qual é a gravidade da hemofilia?
A gravidade da hemofilia é determinada pelo nível de actividade da coagulação do factor VIII ou do factor IX, presentes no sangue. Existem três níveis de gravidade: leve, moderada e grave.

As pessoas com hemofilia grave apresentam normalmente hemorragias articulares ou musculares. Podem ter hemorragias uma a duas vezes por semana. As hemorragias são normalmente espontâneas, o que significa que a hemorragia ocorre sem causas óbvias ou aparentes. As pessoas com hemofilia moderada têm hemorragias com menos frequência, estas ocorrem geralmente após lesão. No entanto, os casos de hemofilia variam, podendo uma pessoa com hemofilia moderada apresentar também hemorragias espontâneas.

As pessoas com hemofilia leve apresentam, geralmente, hemorragias como consequência de uma cirurgia ou lesão grave e podem nunca ter um problema hemorrágico.

Como é diagnosticada a hemofilia?
A hemofilia é diagnosticada retirando uma amostra de sangue e medindo e medindo o nível da actividade do factor no sangue. A hemofilia A é diagnosticada testando o nível da actividade de coagulação do factor VIII no sangue e a hemofilia B é diagnosticada testando o nível de coagulação do factor IX.

Se a mãe for portadora, os testes podem ser feitos antes de o bebé nascer. O diagnóstico pré-natal pode ser feito das nove às onze semanas, através de uma biopsia das vilosidades coriónicas ou pela análise do sangue fetal num estádio mais avançado (18 ou mais semanas).

Quais são os sintomas da hemofilia?
Os sintomas da hemofilia A e B são os mesmos:

  • Nódoas negras fáceis;
  • Grandes hematomas;
  • Hemorragias nas articulações e músculos, especialmente joelhos, cotovelos e tornozelos;
  • Hemorragias espontâneas (hemorragias súbitas no interior do organismo devido a nenhuma razão aparente);
  • Hemorragia mais demorada após corte, extracção de um dente ou cirurgia;
  • Hemorragias internas graves, nos órgãos vitais, mais comummente após um traumatismo sério.

Como é que a hemofilia é tratada?
A hemofilia é tratada pela administração do factor da coagulação em falta no sangue, através de injecção intra-venosa. A hemorragia para, quando uma quantidade suficiente de factor da coagulação alcança o local da hemorragia. É muito importante que o tratamento seja administrado o mais rapidamente possível, para prevenir danos a longo prazo.

Com uma quantidade certa de produtos terapêuticos e um cuidado adequado, as pessoas com hemofilia podem ter vidas perfeitamente saudáveis.

Os factores da coagulação encontram-se nos seguintes produtos sanguíneos em ordem decrescente de concentração:

  • Concentrados de factor;
  • Crioprecipitados;
  • Plasma;
  • Sangue total.

Concentrados de factor: são o tratamento de eleição para a hemofilia. Podem ser fabricados a partir de sangue humano (produtos derivados do plasma) ou a partir de engenharia genética (produtos recombinantes). Os concentrados de factor são fabricados em instalações sofisticadas. Todos os concentrados de factor preparados comercialmente são tratados de forma a remover ou inactivar vírus transmitidos pelo sangue.

As pessoas com hemofilia A leve, usam por vezes desmopressina (também chamada DDAVP), uma hormona sintética que estimula a libertação de factor VIII.

As pessoas com hemofilia devem exercitar-se e praticar desporto?
Algumas pessoas com hemofilia não fazem exercício porque pensam que pode causar hemorragia, mas o exercício pode, na realidade, prevenir as hemorragias. Músculos fortes ajudam a proteger a pessoa com hemofilia das hemorragias espontâneas e dos danos articulares.

O desporto é uma actividade importante para os jovens. Não só ajuda a construir os seus músculos, como ajuda a desenvolver a concentração mental, a coordenação motora e a aprender regras, limites e a fazer parte de uma equipa. Contudo, alguns desportos são mais arriscados que outros e os benefícios devem ser pesados mediante os riscos. A gravidade da hemofilia também deve ser considerada na escolha de um desporto. Desportos como a natação, o badmington, o ciclismo e a caminhada são seguros para a prática pela maioria das pessoas com hemofilia, enquanto desportos como o rugby e o boxe não são recomendados.

A hemofilia tem cura?
Ainda não existe cura para a hemofilia, mas a terapia genética continua a ser uma possibilidade excitante e contém a perspectiva de uma cura parcial ou completa para a hemofilia. Existem muitos obstáculos técnicos a ultrapassar mas é encorajador ver os esforços da investigação que estão em curso.

Qual é a esperança média de vida para uma pessoa com hemofilia?
A esperança de vida de uma pessoa com hemofilia depende de esta receber tratamento adequado. Sem tratamento adequado, muitas pessoas com hemofilia morrem antes de atingirem a idade adulta. Contudo, com tratamento adequado, as crianças podem, hoje em dia, apresentar uma esperança de vida normal, comparativamente à de outras crianças.

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico e/ou Farmacêutico.
Saiba mais
Os dois tipos de rinite são clinicamente muito parecidos, porém as causas e os tratamentos são difer
Rinite vasomotora e rinite alérgica

Sinais e sintomas
A rinite vasomotora pode ocorrer durante o ano todo, geralmente piora quando existe diminuição de temperatura e melhora quando ocorre aumento da temperatura. Os sintomas melhoram nos períodos quentes do ano e pioram nos períodos frios do ano. A pessoa ao entrar num ambiente com ar condicionado frio piora e quando volta para a temperatura ambiente melhora.

Os sintomas mais frequentes apresentam uma predominância da congestão nasal (geralmente), secreção aquosa, poucos espirros e ás vezes dores de cabeça. A rinite alérgica é provocada por alergénios, tais como os ácaros e as baratas e as crises ocorrem mais frequentemente nos períodos frios do ano, enquanto as provocadas por pólenes (flores dos arbustos, árvores e relva) ocorrem nos períodos quentes do ano (Outono e Verão). Quando uma pessoa é alérgica aos ácaros e pólenes, as crises podem ocorrer durante todo ano e geralmente são mais intensas e mais graves. A rinite alérgica provocada por animais (gato e cão) ocorrem numa percentagem muito baixa da população. Os alimentos raramente causam rinite.

Os sintomas mais frequentes são as crises de espirros (mais do que cinco), secreção aquosa, comichões, podendo ocorrer dores de cabeça.

Doença associada
Aproximadamente 20-25% dos pacientes com rinites podem desenvolver infecções bacterianas dos seios da face provocando a sinusite infecciosa, que é a patologia mais frequente associada ás rinites.

Tratamento
O tratamento das crises faz-se com o recurso a medicamentos, tais como os corticóides para a rinite vasomotora e com antialérgicos, anti histamínicos e corticóides para a rinite alérgica.

O tratamento da causa é efectuado, no caso da rinite vasomotora, com a correcção do sistema nervoso autónomo (BodyTalk System) e para rinite alérgica com a vacina antialérgica especifica para o(s) alergénio(s) ao(s) qual(is) a pessoa é sensível. Ambos os tratamentos curam aproximadamente 80% das rinites, ou seja, a rinite tem cura.

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Dicionário de A a Z
Sensação de frio quando o corpo está exposto a um determinado ambiente com temperaturas baixas.
Calafrios

Os calafrios, também conhecidos como arrepios, provocam aquilo a que a maior parte das pessoas chamam a “pele de galinha”. São contracções e relaxamentos musculares que provocam também a elevação dos pelos.

Acontecem involuntariamente de forma a criar calor quando o corpo se encontra exposto a uma temperatura baixa.

Estão normalmente associados à fase inicial de uma infecção e estão também relacionados com febre.

Podem, por vezes, ser indicativos de outro tipo de doenças.

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Hoje é Dia Mundial da Voz
Assinala-se hoje o Dia Mundial da Voz, “um instrumento de inestimável valor na comunicação humana”,

A voz é para Carlos Ribeiro, Presidente da Sociedade Portuguesa de Otorrinolaringologia “um instrumento de inestimável valor na comunicação humana, na transmissão de conhecimento, de afectos e de emoções”.

Hoje assinala-se o Dia Mundial da Voz, e conforme nos conta o especialista “tudo o que fizermos para preservar tão precioso bem é do mais elementar bom senso”. É por isso que é de primordial importância assinalar este dia para sensibilizar todas as pessoas para os cuidados a ter, de forma a bem cuidar da sua voz, evitando tudo o que a pode danificar e promovendo o rápido diagnóstico e tratamento das doenças que a possam atingir.

Por estes dias são muitas as campanhas que alertam para a necessidade de implementar hábitos de vida saudável muito importantes para “despertar” as pessoas para a velha máxima “mais vale prevenir que remediar”. Carlos Ribeiro considera fundamental que “a população deve ser alertada para a maravilha que é poder usar a nossa voz no dia-a-dia, como elemento fundamental da nossa expressão e relação inter-pessoal”.

O especialista alerta para o facto de na rotina diária, nem sempre darmos o devido valor ao que temos, inclusive a utilização da voz torna-se “banal” até ao momento em que a por alguma razão a perdemos. “É bom que durante uns segundos pensemos no prejuízo para a nossa vida se ficássemos impedidos de falar por uma hora, um dia, um mês... ou por toda a vida...”, desafia o especialista. Apesar dos muitos meios de comunicação alternativos a voz continua a constituir o melhor mensageiro das nossas certezas, dúvidas, angústias, alegrias ou tristezas.

 

Principais alterações da voz

As principais alterações da voz são devidas a doenças como: laringites, lesões benignas das cordas vocais (nódulos, polipos e quistos), refluxo gastro-esofágico e faringo-laríngeo, utilização incorrecta da voz, paralisia das cordas vocais e cancro da laringe. Esta última afecta cerca de 500 pessoas a cada ano e “representa a quinta causa morte por cancro a nível mundial, a seguir ao cancro do pulmão, intestino, bexiga e próstata”, explica Carlos Ribeiro, acrescentando que Portugal é o terceiro país da Europa com maior incidência do cancro da laringe. No que toca às restantes doenças relacionadas com a voz não existe um registo nacional como acontece para os casos oncológicos.

O importante é que a população esteja sensibilizada para a importância de cuidar da voz, que “ao longo de milhares de anos da nossa evolução, constituiu o suporte quase exclusivo da comunicação entre os seres humanos, levando ao desenvolvimento de um código de elevada complexidade: a linguagem audio-oral”.

Na opinião de Carlos Ribeiro a população em geral “tem um bom nível de esclarecimento quanto à necessidade de procurar auxílio em caso de perturbação prolongada das capacidades vocais, por receio de patologias de natureza tumoral”. Tem, acrescenta, “menor preocupação com a prevenção e com os cuidados necessários para manter uma boa qualidade vocal e uma voz saudável”.

Mas não basta a população em geral estar informada e atenta, também os profissionais de saúde devem estar permanentemente atentos às medidas de prevenção das doenças da voz, sobretudo em grupos de risco, como os professores e educadores em geral, médicos, actores, cantores, ministros religiosos e outros profissionais que dependem da voz no seu dia-a-dia e dela fazem um forte instrumento de trabalho. Aos profissionais de saúde cabe-lhes, diz o presidente da Sociedade, contribuir para a preservação da qualidade vocal dos seus doentes através de medidas educacionais e de avisados conselhos. “Por maioria de razão devem ser os primeiros a alertar para qualquer alteração de voz, promovendo o diagnóstico e o tratamento precoce”.

 

Tratamentos

Apesar do fácil e rápido acesso aos tratamentos na suspeita de lesão tumoral os “doentes da voz” encontram dificuldades diversas. Sobretudo, conta Carlos Ribeiro, “se oriundos de classes com menores rendimentos: no acesso ao atendimento e tratamento médicos, pelos custos das deslocações, perda de remuneração no trabalho ou possibilidade de se ausentarem para irem às consultas médicas ou a sessões de terapia da fala, dado que necessitam de várias sessões”.

O especialista alerta para o facto de muitas vezes serem os próprios doentes a desvalorizar o problema e não procurar ajuda de imediato, justificando que “talvez passe com o tempo”, “foi da água fria ou da corrente de ar que apanhei”, “amanhã estarei melhor”. “Tendem a valorizar pequenas flutuações na voz como melhoria clínica evidente, atrasando a procura de uma verdadeira solução”, alerta.

“É muito importante prevenir”, realça Carlos Ribeiro. Assim, em caso de desconforto vocal ou rouquidão arrastada, que perdura por mais de10 a 14 dias, que se prolonga para além do episódio que lhe deu origem, consulte o seu otorrinolaringologista. Só ele tem os meios necessários para promover o diagnóstico correcto e dar início ao tratamento necessário. “A sua voz é a sua impressão digital! É importante uma boa impressão!”

 

Cuidados para uma voz saudável

Os grandes inimigos da voz são o tabaco (fumador activo ou passivo) e o álcool, com especial atenção para as bebidas destiladas. “Estes agentes multiplicam os seus efeitos negativos se surgirem em associação no mesmo indivíduo. Também se reveste de grande importância a exposição a fumos, vapores tóxicos, poeiras e agentes poluidores”, explica.

Para além destes cuidados especiais, é importante ter em atenção que os cuidados gerais de higiene de vida, incluindo uma alimentação saudável, uma boa ingestão de água diariamente, a realização de exercício físico e uma boa conduta em relação ao sono, são fundamentais para manter uma voz saudável ao longo de toda a vida. É importante cultivar um estilo de vida tranquilo, evitando o stress e, sobretudo, evitando que o stress se exteriorize através da intensidade e do mau uso da voz.

O especialista chama especial atenção à “sobrecarga vocal em ambientes desportivos ou musicais, o uso habitual da voz em registos muito intensos, bem com a exposição a variações bruscas de temperatura, também contribuem para o aparecimento de lesões das cordas vocais, de natureza benigna, mas que prejudicam a qualidade de a voz e, logo, a qualidade de vida. Não há vida de qualidade sem uma voz com qualidade!”.

Por outro lado, Carlos Ribeiro esclarece que a trilogia jantar, sofá e cama, favorece o refluxo gastroesofágico e tem repercussão directa no aparecimento de doença laríngea.

“É aconselhável, também do ponto de vista vocal, que a refeição da noite seja leve e com reduzido teor de gorduras. Após o jantar deve-se cultivar o bom hábito de dar um pequeno passeio a pé, de preferência incluindo alguma actividade de carácter social, de forma a relaxar e preparar o corpo e a mente para um bom período de sono”, nota o responsável.

Por outro lado, o doente deve também da atenção a crises de alergia respiratória, a história de sinusopatia, e a síndromes gripais arrastados, dado que a tosse que é comum a estes quadros clínicos, é factor de grande esforço e stress vocal, agravado pelas crises de pigarrear constante.

 

Actividades da Sociedade Portuguesa de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial (SPORL-CCF)

A Otorrinolaringologia portuguesa tem uma história rica em iniciativas no âmbito do Dia Mundial da Voz. De Norte a Sul do País, serviços grandes e pequenos, - que se agigantam nestes dias - levam a cabo valiosas iniciativas de sensibilização, acompanhamento e rastreio dos problemas da voz na população. É frequente a disponibilização de equipas compostas por médico Otorrino e Terapeutas de Fala, para acções de divulgação e rastreio gratuito. “Os casos simples são ali mesmo orientados e as situações mais complexas são encaminhadas para o sistema hospitalar. Cabe à Sociedade Portuguesa de ORL-CCF apoiar e publicitar estas iniciativas, por todos os meios ao seu alcance. É muito importante transmitir ao público que deve apostar numa boa prevenção”.

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico e/ou Farmacêutico.
Enrique Cardona
Enrique Cardona é o novo vice-presidente da Best Doctors, empresa líder mundial na área dos conselhos médicos e segundas...

Ao longo da sua carreira, desenvolveu actividade nas áreas da saúde e das tecnologias da informação e chega ao novo cargo com os objectivos de garantir a melhoria contínua dos processos internos e de apostar na qualidade global dos serviços oferecidos aos clientes da Best Doctors.

Enrique Cardona tem formação em Engenharia pelas Universidades de Hertfordshire (Reino Unido) e UPV (Valência); é Mestre em Direção Comercial e Marketing pela EUDE (Madrid) e pelo Real Centro Universitario María Cristina e tem uma especialização em Direção Financeira pela Nebrija Business School (Madrid). Antes de se juntar à Best Doctors, foi Director de Operações e Director Comercial da Caser Residencial, bem como membro do Comité de Direção da empresa, com responsabilidade sobre mais de 1.200 colaboradores.

Entre 2003 e 2012, foi director do Hospital de Levante (Benidorm), aumentando a rentabilidade do negócio por mais de 30 por cento e reduzindo em cerca de 5 por cento os custos directos e indirectos. Foi, ainda, professor universitário e orador em diversos seminários.

 

Sobre a Best Doctors

Com sede em Boston, EUA e Madrid, Espanha, a Best Doctors é a líder mundial na área dos conselhos médicos e segundas opiniões, tendo mais de 30 milhões de membros em mais de 70 países em todo o mundo. A Best Doctors é, desde 1989, ano da sua fundação, um promotor da excelência e conhecimento médico que partilha com pacientes e a comunidade médica.

 

Especialistas da área farmacêutica debatem
Os desafios de uma indústria que em Portugal perdeu 900 profissionais em três anos estarão em debate em Maio.

De acordo com o Relatório: A Indústria Farmacêutica em Números 1ªEdição, 2012 da APIFARMA, entre 2009 e 2012 a indústria farmacêutica em Portugal perdeu cerca de 900 profissionais. As causas e consequências deste facto serão dos temas em debate na segunda edição do Re-Thinking Pharma, o maior evento nacional dirigido a profissionais da Indústria farmacêutica. A edição 2014 realiza-se nos dias 15 e 16 de Maio no Hotel Aqualuz, em Tróia e as inscrições poderão ser efectuadas em http://www.rethinkingpharma.pt.

De acordo com Miguel Santos Silva, responsável do Re-Thinking Pharma 2014-2024, um dos desafios prementes que se coloca à Industria Farmacêutica é o da estabilidade e previsibilidade no funcionamento do sector. “As dívidas à indústria farmacêutica por parte dos hospitais do Serviço Nacional de Saúde, os acordos globais de contenção de despesa e as constantes alterações legislativas no campo do medicamento, introduzem instabilidade no planeamento e organização do sector. As empresas têm que encontrar modelos diferentes daqueles que usaram até agora para conseguir um quadro mais estável, embora não dependa integralmente delas.”

As estratégias de internacionalização, a aposta na I&D e as oportunidades e riscos trazidos pela “era digital” serão alguns dos temas em destaque durante o encontro, além dos desafios que o contexto económico tem imposto aos players da área.

“A sobrevivência a prazo da indústria de base nacional implica novos apoios para a inovação e desenvolvimento. Encontrar formas de financiamento da inovação, encontrar parcerias com universidades para desenvolvimento de novos produtos, procurar parcerias com empresas que tenham a capacidade financeira e comercial de lançar os produtos, são caminhos possíveis”, conclui o mesmo responsável.

De referir que a Sessão de Abertura do Re-Thinking Pharma 2014-2024, será presidida pelo Secretário de Estado da Saúde, Dr. Manuel Teixeira e o evento conta com o apoio Oficial da AICEP, da Associação Portuguesa de Genéricos (APOGEN), da Associação portuguesa do Doente Diabético (APDP), da Associação Portuguesa de Medicina Farmacêutica (APMIF) e do IPAM/ Instituto Português de Administração e Marketing (IADE).

 

Especialista de Enfermagem de Saúde Materna e Obstétrica/Parteira
Dia 5 de Maio de 2014 vai ser comemorado em Lisboa, no Jardim da Alameda D. Afonso Henriques, o Dia Internacional do Enfermeiro...

No âmbito dessa acção realiza-se uma apresentação de cuidados de saúde materna e obstétrica, com a colaboração de especialistas de instituições públicas e privadas, interessados em dar visibilidade aos seus projectos e partilhar a experiência com profissionais e população em geral.

A iniciativa é organizada pela Mesa do Colégio da Especialidade de Enfermagem de Saúde Materna e Obstétrica (MCEESMO) da Ordem dos Enfermeiros, em parceria com a Associação Portuguesa de Enfermeiros Obstetras (APEO).

O evento visa, de acordo com a MCEESMO, “dar visibilidade do exercício dos Enfermeiros Especialistas de Enfermagem de Saúde Materna e Obstétrica (EEESMO) à sociedade” e “envolver os cidadãos nas actividades, apresentar uma vertente de educação para a saúde, envolver os PALOP e alguns países em que os indicadores de morbi/mortalidade em SMO são exemplares”.

Desta forma, além de comemorar o Dia Internacional do EEESMO/Parteira, esta actividade tem, como objectivo, “aproximar a Ordem dos Enfermeiros dos cidadãos” e sensibilizar e prestar esclarecimentos à população sobre um vasto conjunto de questões, nomeadamente relacionadas com a gravidez, parto e pós-parto, a prestação de cuidados de SMO à mulher ao longo do seu ciclo reprodutivo e ao recém-nascido, a vivência do processo de evolução/desenvolvimento da gravidez. A organização pretende ainda “promover estilos de vida saudável durante a gravidez, parto e pós-parto”.

Contacto: eesmo2014@ordemenfermeiros.pt

 

Portaria n.º 82/2014, de 10 Abril
A Direcção-Geral da Saúde divulga no seu portal perguntas frequentes sobre a portaria que determina critérios de categorização...

Para que serve este diploma?

A necessidade de garantir a obtenção de resultados em saúde exige uma qualificação do parque hospitalar e o seu planeamento estratégico. Neste contexto, a categorização dos diferentes hospitais e a definição da respectiva composição de valências afirmam-se como instrumentos importantes para o alinhamento dos diferentes atores no planeamento e operacionalização da oferta de cuidados de saúde hospitalares. Estas devem obedecer a um sistema de classificação compreensível, assentar numa base populacional - em linha com a área de influência directa e indirecta - e ter em consideração as necessidades de saúde das populações, garantindo-se, assim, a proximidade, complementaridade e hierarquização da rede hospitalar.

 

Em que consiste o novo sistema de classificação das instituições hospitalares?

A nova classificação assenta, primordialmente, em critérios de base populacional e complementaridade da rede hospitalar para a prestação de cuidados de saúde de elevada qualidade e proximidade. As instituições hospitalares servem as populações e devem merecer ser ajustadas em função destas.

Os diferentes grupos de hospitais distinguem-se entre si pela complexidade da resposta oferecida à população servida, garantindo proximidade e hierarquização da prestação de cuidados.

A característica comum a todos os hospitais do grupo I é terem uma área de influência exclusivamente directa. Ou seja, estes hospitais têm como objectivo prestar cuidados a uma população específica para as valências de que dispõem. Estas aumentam de acordo com a dimensão da população directa servida: quanto maior for a população servida, maior será o número de valências. Ou seja, os hospitais com área de 75 mil habitantes têm um conjunto de valências substancialmente diferente dos hospitais com uma população de 500 mil habitantes.

As instituições pertencentes ao Grupo II apresentam uma área de influência directa e uma área de influência indirecta, correspondente à área de influência directa das instituições do Grupo I. Por sua vez, as instituições classificadas no Grupo III apresentam uma área de influência directa, oferecendo cuidados às populações pertencentes às áreas de influência directa dos estabelecimentos classificados nos Grupos I e II.

Os hospitais do Grupo IV correspondem a hospitais especializados.

 

Existia algum sistema de classificação em vigor antes desta portaria?

Não.

O Estatuto do SNS (de 1993) determina que as instituições e os serviços integrados no SNS «[...] classificam-se segundo a natureza das suas responsabilidades e o quadro das valências efectivamente exercidas». No entanto, durante 21 anos nunca foi publicado qualquer sistema de classificação.

 

Quando foi publicado o último sistema de classificação?

Em 1986.

Após a criação do Serviço Nacional de Saúde (SNS), pela Lei n.º 56/79, de 15 de Setembro, mais concretamente em 1986, assistiu-se a uma evolução na organização hospitalar com a publicação dos Despachos da Ministra da Saúde n.º 10/86, de 5 de macio, n.º 23/86, de 16 de Julho, n.º 32/86, de 5 de Setembro, e n.º 36/86, de 5 de Setembro, que anunciavam o estabelecimento de uma Carta Hospitalar Portuguesa e os seus princípios orientadores. A Carta Hospitalar nunca veio a ser, completamente, implementada.

 

Porquê um tão largo espectro no número de habitantes para o Grupo I, de 75 mil a 500 mil?

A característica comum a todos os hospitais do grupo I é terem uma área de influência exclusivamente directa. Os hospitais classificados nos outros grupos integram áreas de influência directa e indirecta. Ou seja, os hospitais do Grupo I têm como objectivo prestar cuidados a uma população específica para as valências que dispõem. Estas valências aumentam de acordo com a dimensão da população directa servida: quanto maior for a população, maior será o número de valências. Isto é, os hospitais com área de 75 mil habitantes têm um conjunto de valências diferente dos hospitais com uma população de 500 mil habitantes.

De referir que a portaria assenta, primordialmente, em critérios de base populacional e complementaridade da rede hospitalar para a prestação de cuidados de saúde de elevada qualidade e proximidade. Neste sentido, os diferentes grupos de hospitais distinguem-se entre si pela complexidade da resposta oferecida à população servida, garantindo proximidade e hierarquização da prestação de cuidados.

 

Esta classificação determina as localizações e os tipos serviços de urgência?

Não.

 

Esta classificação determina a localização das maternidades?

Não. A presente portaria não determina a rede de maternidades.

 

Os hospitais que perdem valências deixam de prestar cuidados nessa área?

Não.

Para garantir a complementaridade e proximidade de cuidados, as instituições do grupo I e II podem propor a celebração de acordos com instituições de outros grupos mais diferenciados para a prestação de cuidados de saúde no âmbito das valências não disponíveis, com recurso aos mecanismos de mobilidade legalmente previstos. Ou seja, apesar de algumas valências poderem ser revistas, as prestações de cuidados de saúde mantém-se e continuam a ser asseguradas.

 

A portaria vai reduzir o número de valências nos hospitais?

Não necessariamente.

Apesar de alguns casos pontuais de concentração de serviços, a portaria qualifica a rede hospitalar e garante valências obrigatórias em muitos hospitais que hoje não as oferecem. Por exemplo: ortopedia, psiquiatria e neurologia passam a ser especialidades obrigatórias nos Centros Hospitalares, Hospitais e ULS.

 

Quais são as valências das instituições pertencentes ao Grupo I?

Os hospitais do Grupo I passam obrigatoriamente a ter as seguintes valências médicas e cirúrgicas: medicina interna, neurologia, pediatria médica, psiquiatria, cirurgia geral, ginecologia, ortopedia, anestesiologia, radiologia, patologia clínica, imunohemoterapia e medicina física e de reabilitação.

Adicionalmente, de acordo com o mínimo de população servida e em função de mapas nacionais de referenciação e distribuição de especialidades médicas e cirúrgicas, podem assumir as seguintes valências: oftalmologia, otorrinolaringologia, urologia, pneumologia, cardiologia, dermato-venerologia, endocrinologia, gastrenterologia, hematologia clínica, oncologia médica, radioterapia, Infecciologia, nefrologia, reumatologia e medicina nuclear.

As instituições classificadas neste grupo ficam inibidas de exercer as valências de genética médica, farmacologia clínica, imunoalergologia, cardiologia pediátrica, cirurgia vascular, neurocirurgia, cirurgia plástica, reconstrutiva e estética, cirurgia cardiotorácica, cirurgia maxilo-facial, cirurgia pediátrica, e neuroradiologia.

 

Quais são as valências das instituições pertencentes ao Grupo II?

Os hospitais do Grupo II passam obrigatoriamente a ter as valências médicas e cirúrgicas do Grupo I, acrescidas das valências de oftalmologia, pneumologia, cardiologia, reumatologia, gastrenterologia, nefrologia, hematologia clínica, infecciologia, oncologia médica, neonatologia, imunoalergologia, ginecologia/obstetrícia, dermato-venerologia, otorrinolaringologia, urologia, cirurgia vascular, neurocirurgia, anatomia patológica, medicina nuclear e neurorradiologia.

Estes hospitais podem assumir ainda outras valências de acordo com um mínimo de população servida e em função de mapas nacionais de referenciação e distribuição de especialidades médicas e cirúrgicas.

 

Qual é a importância da definição da carteira de valências?

Até ao momento, a abertura de valências tem obedecido a mecanismos locais e arbitrários, sem planeamento estruturado. Como consequência desta desregulação temos hoje muitas instituições com valências em que é impossível garantir os recursos necessários.

Assim, a carteira de valências clínicas em cada instituição hospitalar do Serviço Nacional de Saúde (SNS) exige uma adequada dotação de médicos e de outros profissionais de saúde, com o objectivo de garantir o acesso aos cuidados de saúde, promover a qualidade clínica e a satisfação dos utentes.

É reconhecido que a dotação de pessoal médico por serviço e instituição deve obedecer às necessidades de saúde da população servida. De igual forma, não devem ser previstas valências cuja dotação médica, face à população, seja inferior a um limiar mínimo desejável e necessário para garantir níveis adequados de acesso, de qualidade clínica e de satisfação dos utentes.

Assim, deve considerar-se que a capacidade de resolução das necessidades de saúde da população por unidades/serviços subdotados será colocada em causa (e.g. formação médica, gozo de férias, absentismo, incluindo doença, acidentes, licenças de maternidade/paternidade e auxilio à doença) sempre que se verifique um aumento dos tempos e listas de espera indesejáveis. Com efeito, a existência de serviços bem dotados aumenta a capacidade de gestão de horários e intersubstituição, permitindo uma melhor gestão do acesso aos cuidados de saúde.

Por outro lado, é claro que a existência de massa crítica, regulação interpares e a formação contínua são essenciais para o exercício, com qualidade, da Medicina e para a aplicação do estado da arte, pelo que a existência de unidades ou serviços subdotados têm menor probabilidade de assegurar cuidados de elevada qualidade.

Paralelamente, a confiança do utente nos serviços de saúde é colocada em causa por limitação do acesso (e.g. cancelamento de consultas, tempos de espera elevados) ou incapacidade técnica/clínica da unidade hospitalar em resolver o problema de saúde. Considerando a natureza tempestiva da prestação de cuidados de saúde, a inadequação dos meios humanos e técnicos poderá causar uma falsa sensação de segurança às populações, adiando o acompanhamento adequado do doente, e colocando em causa o sucesso dos cuidados de saúde – mesmo que os doentes possam estar a ser observados pelas especialidades adequadas.

 

A portaria tem efeitos imediatos?

Não. A implementação da portaria decorre até Dezembro de 2015 e todas as matérias referentes à referenciação de doentes serão acauteladas.

O ajustamento de valências ocorre de forma faseada, com recurso aos mecanismos de mobilidade legalmente previstos, salvaguardando-se o acesso equitativo aos cuidados de saúde hospitalares do SNS.

As instituições hospitalares devem respeitar a actual categorização no seu planeamento estratégico.

 

Apesar de se definirem as carteiras de valências, mantém-se a intenção de estabelecer mecanismos de liberdade de escolha informada?

A portaria categoriza os serviços e os estabelecimentos do Serviço Nacional de Saúde (SNS), de acordo com a natureza das suas responsabilidades e quadro de valências exercidas, bem como o seu posicionamento da rede hospitalar. Este processo é baseado na população da sua área de influência. Tal, é essencial para permitir uma rede hospitalar coerente e assegurar a liberdade de escolha entre as valências predefinidas para cada unidade hospitalar.

 

A portaria em causa poderá ser alvo de alterações?

O objectivo da Portaria 82/2014 é dotar o SNS de estabilidade na oferta, procurando a excelência pela concentração de saberes e competências.

O planeamento da rede hospitalar é dinâmico e será desenvolvido de acordo com os recursos disponíveis e as necessidades das populações. Assim, em linha com as redes de referenciação e sempre que se verifique a necessidade de adequar valências assistenciais em determinadas regiões do País, o quadro agora estabelecido poderá ser revisto.

A título de exemplo, as áreas de influência directa e indirecta podem merecer revisão. Paralelamente, a relação mínima entre população e oferta de valências merecerá discussão alargada até 30 de Setembro de 2014.

 

Ordem dos Enfermeiros alerta Comissão Europeia
Em 2009, a directiva europeia que dá autonomia ao enfermeiro especialista em Enfermagem de Saúde Materna e Obstétrica para...

O bastonário da Ordem dos Enfermeiros, Germano Couto, explica que a lei se ficou pelo papel e que os enfermeiros não actuam em igualdade de circunstâncias com outros profissionais de saúde e, por isso, apela à Comissão europeia para que reveja a situação, avança o jornal Público, citado pelo RCM Pharma.

A lei da União Europeia (UE) diz que, em condições normais, um enfermeiro obstetra – “parteiro”, como é conhecido – tem autonomia para acompanhar uma gravidez normal do princípio ao fim, sendo que o acompanhamento implica a prescrição de exames e medicamentos quando tal for necessário. Desde 2009 a lei consta em Diário da República, mas Germano Couto diz que, particularmente no serviço público, não existem as condições estruturais para que seja aplicada. Exemplifica: “um enfermeiro obstetra pode prescrever uma ecografia a uma grávida, mas depois a grávida terá de pagar as despesas do exame na íntegra. Se for outro profissional a prescrever, por exemplo, um médico obstetra, a ecografia já é comparticipada”. Para a Ordem dos Enfermeiros, este e outros problemas representam um incumprimento da lei e uma desvantagem para a qualidade do serviço especializado prestado às grávidas.

O bastonário fala ainda num desperdício de dinheiro e de qualificações. “Para além da licenciatura, um enfermeiro obstetra tem mais dois anos de especialização” mas, na maior parte dos casos em que não existem complicações graves, acabam por ser os médicos de família “que têm apenas três meses de especialização” a acompanhar a gravidez. A falta da dita especialização acaba por levar os profissionais de medicina geral a encaminhar as grávidas para o hospital quando surge alguma situação mais complicada e que careça de parecer especializado.

“É nos cuidados de proximidade que se constrói a saúde”, defende Germano Couto e, por isso, o bastonário acredita que se os enfermeiros especialistas em saúde materna estivessem alocados às Unidades Funcionais de cuidados primários (centros de saúde) e, logo desde aí, fossem uma “referência para as grávidas e para os restantes profissionais de saúde” isso não só melhoraria a qualidade do serviço prestado às grávidas como diminuiria as despesas do Governo com a saúde.

A Ordem dos Enfermeiros reuniu na semana passada com Gabinete do Comissário Europeu para o Mercado Interno e Serviços para expor esta situação. Exige que sejam criadas as condições para que, em igualdade de circunstâncias, os enfermeiros obstetras possam acompanhar uma gravidez de forma autónoma tal como os médicos e, dessa forma, também as grávidas possam escolher ser acompanhadas por um médico ou enfermeiro, sem restrições de burocracias ou comparticipações.

O bastonário da Ordem dos Enfermeiros disse que a Ordem está a dialogar com o Ministério da Saúde para que a situação possa ser resolvida sem necessidade de recorrer aos tribunais. Caso as conversações não tenham resultados práticos, Germano Couto diz que todos os mecanismos legais serão accionados para resolver o problema com a maior brevidade, o que pode mesmo culminar numa denúncia ao Tribunal de Justiça da União Europeia.

 

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