Igual a cigarro tradicional
A Organização Mundial de Saúde quer que os cigarros electrónicos sejam tratados da mesma forma que os cigarros tradicionais.

Apesar de não existirem evidências científicas sobre os perigos a longo prazo, está demonstrado que os cigarros electrónicos contém substâncias tóxicas e cancerígenas iguais às do tabaco.

Durante a conferência "Cigarros electrónicos: questões abertas" organizada pela Agência de Saúde Pública da Catalunha, Armando Perruga, director da iniciativa da Organização Mundial de Saúde (OMS) "Tobaco Free Initiative", afirmou que as substâncias tóxicas presentes no vapor dos cigarros electrónicos existem, mas estão concentradas em quantidades menores do que no fumo do tabaco.

Actualmente, a OMS procura uma posição mais consistente relativamente aos cigarros electrónicos mas deixa o alerta de que estes têm baixa eficácia como único remédio para deixar de fumar. A regulação do uso e conteúdo dos cigarros electrónicos também são objectivos da OMS.

Armando Perruga sublinhou, durante a conferência que decorreu esta terça-feira em Barcelona, a preocupação da Organização com a entrada de empresas de tabaco tradicional, que procuram proteger o seu produto e conseguir novos consumidores, no mercado dos cigarros electrónicos.

Segundo o director da "Tobaco Free Initiative", as futuras legislações dos cigarros electrónicos vão centrar-se em objectivos como evitar a promoção e início de consumo entre os não fumadores e impedir que os novos cigarros enfraqueçam os esforços feitos para controlar o consumo de tabaco, regulando estritamente a publicidade sobre o tema e conservando os espaços onde é proibido fumar.

Os cigarros electrónicos estão no mercado há cerca de dez anos, mas só se tornaram populares nos últimos anos.

Arranca na sexta
O presidente do Conselho de Administração do Centro Hospitalar do Porto, Sollari Allegro, adiantou que os trabalhos de mudança...

"Nós vamos começar por mudar (o equipamento e mobiliário da) consulta externa, porque aquele pavilhão é a primeira coisa que vai abaixo", explicou ontem Allegro, acrescentando que "durante o mês de Maio" será feita a mudança dos departamentos de obstetrícia e ginecologia.

Em seguida "depois de algumas intervenções pontuais que faltam de adaptação dentro do edifício, mudamos o internamento da pediatria".

Ministério da Saúde pressionado
A “troika” pressionou o Ministério da Saúde para avançar com a uma taxa sobre as vendas das farmacêuticas.

A medida já esteve prevista por altura do Orçamento do Estado para 2014, mas o Governo acabou por optar por uma tributação sobre as empresas do sector energético, poupando as farmacêuticas.

European Haemophilia Network Project
O Centro Hospitalar de São João do Porto anunciou hoje que o seu Centro de Hemofilia foi reconhecido pelo EUHANET - European...

O centro hospitalar congratula-se com esta distinção por considerar que "esta entidade externa vem confirmar a qualidade do tratamento efectuado no CH São João".

"É relevante não apenas para a confiança dos doentes, mas também porque permite mais facilmente a inclusão do centro em ensaios clínicos internacionais, estudos e projectos de investigação, assinalando de forma inequívoca o centro no panorama europeu", acrescenta.

A Hemofilia é um conjunto de doenças hereditárias que se caracterizam por uma hemóstase inadequada, ou seja, os doentes não conseguem formar coágulos de forma efectiva, provocando hemorragias. Pensa-se que existirão em Portugal cerca de 700 a 800 doentes com estas patologias.

A hemofilia A (forma mais comum), que corresponde a uma deficiência de factor VIII da coagulação, está presente em cerca de 1 em cada 5.000 nascimentos do sexo masculino, ou seja, estima-se que nasçam todos os anos, cerca de 8 a 10 crianças afectadas com esta patologia, sendo que actualmente, em função dos tratamentos utilizados, estes doentes têm uma esperança de vida semelhante ao resto da população.

Em função desta doença ter impacto nos vários sistemas do organismo, da necessidade de um conhecimento profundo no seguimento e tratamento dos doentes, da necessidade de equipas multidisciplinares com experiência nesta área, da imprescindibilidade de apoio de urgência 365 dias/24h, bem como da elevada despesa com medicamentos, as normas recomendam a criação de centros de hemofilia.

Em Portugal não existem formalmente criados centros de hemofilia. Apesar do seu tratamento se concentrar apenas em alguns hospitais, desconhece-se se cumprem com os requisitos de qualidade que são exigidos.

Para se avaliar esta questão, foi criado um projecto europeu (EUHANET -- European Haemophilia Network Project), financiado pela Comissão Europeia e que pretende estabelecer uma rede de centros de hemofilia, de modo a melhorar o apoio médico a doentes com patologias hemorrágicas hereditárias.

A EUHANET estabeleceu dois tipos de centros de hemofilia a nível europeu: centros de tratamento (mais básicos) e centros polivalentes (que fornecem o tipo de apoio mais diferenciado, funcionando como centros terciários de referência).

Nesse sentido, foi estabelecido um conjunto de requisitos de qualidade, que os centros têm de cumprir para serem reconhecidos, nomeadamente: instalações, organização, recursos humanos especialistas, políticas e procedimentos, formação, terapêuticas disponíveis, disponibilidade e experiência de um conjunto significativo de especialidades no tratamento destes doentes (ortopedia, medicina física e reabilitação, gastroenterologia, doenças infecciosas, estomatologia), apoio de genética médica e participação em projectos de investigação clínica.

Para além disso, os centros têm de conseguir fornecer tratamento profilático para o ambulatório, bem como tratamento de urgência, possibilidade de serem realizadas cirurgias programadas, além de outras questões mais específicas, como o tratamento de doentes com inibidores, incluindo a imunotolerância.

 

Estudo revela
Um estudo sobre a paramiloidose desenvolvido por investigadores da Universidade do Porto provou que esta doença se manifesta...

A investigação foi realizada por uma equipa do Instituto de Biologia Molecular e Celular (IBMC) da Universidade do Porto e recentemente publicada no Journal of Neurology, Neurosurgery and Psychiatry.

Carolina Lemos, Alda Sousa e a sua equipa descobriram que a Polineuropatia Amiloidótica Familiar (PAF), conhecida como paramiloidose ou "doença dos pezinhos", se torna mais grave de geração em geração e que o aparecimento dos primeiros sintomas surge mais cedo nos homens do que nas mulheres, o que sugere que as hormonas sexuais desempenham um papel na doença.

Campanha de sensibilização
Na Semana Europeia da Vacinação, que este ano se celebra de 22 a 26 de Abril sob o tema “Vacinação para a vida”, a Sanofi...

O rotavírus é a principal causa de gastroenterite em idade pediátrica, com surtos epidémicos mais frequentes nos meses frios e que afecta especialmente crianças dos 6 meses aos 3 anos. Para além da diarreia líquida, vómitos e febre, a falta de apetite e a dor abdominal também são sintomas habituais. O grau de gravidade da infecção varia entre a ausência de sintomas e a desidratação grave, que pode implicar hospitalização e outras complicações.

Dados de 2008 estimam que ocorram numa escala global cerca de 453.000 mortes em crianças com menos de 5 anos, o que representa aproximadamente 37% do total de mortes por diarreia. Noventa e cinco por cento destas mortes ocorrem em países em vias de desenvolvimento.

A infecção por rotavírus é muito frequente (este vírus é extremamente contagioso e resistente no meio ambiente) pelo que praticamente todas as crianças, independentemente do estracto social, serão infectadas em algum momento, mesmo em ambientes com boas condições sanitárias. A maioria das crianças será infectada entre os 6 meses e os 3 anos de idade, numa fase em que são particularmente vulneráveis à doença.

O Rotavírus é transmitido por via fecal-oral, pelo contacto directo entre as pessoas e através de objectos (habitualmente brinquedos) ou água e alimentos contaminados. As medidas de saneamento básico e higiene são importantes mas não são suficientes para evitar a transmissão do vírus.

Vacinação: 90% de eficácia na prevenção do rotavírus

A gastroenterite a rotavírus é uma infeção viral, não existindo tratamento específico, pelo que apenas se actua sobre os sintomas. Os antibióticos não são eficazes na medida em que se destinam ao combate de infecções causadas por bactérias. Dado o desconforto associado à gastroenterite – e porque a desidratação pode ter consequências graves – a prevenção é fundamental. Na primeira linha da prevenção existem dois cuidados essenciais: a lavagem das mãos e a vacinação.

Recomendações:

  • Lave as mãos cuidadosamente e com frequência, especialmente depois da muda da fralda, antes das refeições e quando preparar alimentos;
  • Lave bem e deixe mergulhados em solução desinfectante frutas e legumes que vão ser ingeridos crus;
  • Use água tratada para beber e na preparação dos alimentos;
  • Procure o médico logo que a criança apresente episódios de diarreia aguda. O fundamental é manter a criança hidratada, repondo constantemente os líquidos perdidos (através da diarreia e vómitos);
  • Esteja atento aos sinais de desidratação: ausência de lágrimas, urina muito concentrada (ou fralda seca), mucosas secas, olhos encovados, fontanela (moleirinha) deprimida, prostração e irritabilidade. Nestas situações deve procurar assistência médica rapidamente;
  • Os quadros ligeiros podem ser tratados em casa, com soros de reidratação que visam repor a perda de líquidos e alimentação normal. A amamentação deve ser sempre mantida.
  • Respeitar os intervalos de tempo recomendados para vacinação, isto é, não iniciar a vacinação depois das 12 semanas de vida e completá-la até aos 6 meses de idade.
No Porto
O Porto vai ser palco do 60º Congresso Mundial da International Pharmaceutical Students Federation.

O evento será apresentado publicamente numa sessão no próximo dia 23 de Abril, no Salão Nobre da Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto.

O Congresso Mundial da International Pharmaceutical Students Federation (IPSF) é o maior e mais importante evento de estudantes de farmácia de todo o mundo. A sua 60ª edição, este ano, terá lugar na cidade do Porto, entre 31 de julho e 10 de agosto de 2014. Durante dez dias, cerca de 750 estudantes e recém-licenciados de farmácia de todo o mundo convergem à Invicta para participar em várias actividades, entre os quais simpósios, workshops, campanhas de saúde pública e discutir o passado, o presente e o futuro da IPSF.

A sessão de apresentação, organizada pela IPSF e pela Associação de Estudantes da Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto (AEFFUP), vai contar com a presença da Comissão Organizadora do Congresso e com representantes dos parceiros – Câmara Municipal do Porto, Reitoria da Universidade do Porto, Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto, Ordem dos Farmacêuticos, Associação Nacional de Farmácias.

Ordem dos Farmacêuticos
Plataforma online junta perfis de farmacêuticos e oportunidades de emprego no sector.

A Direcção Nacional da Ordem dos Farmacêuticos (OF) vai lançar oficialmente a Bolsa de Oportunidades da Ordem dos Farmacêuticos, uma plataforma virtual que junta, pela primeira vez, num único sítio, dinâmico, os perfis de profissionais farmacêuticos e oportunidades de emprego no sector. A criação da plataforma, a primeira do género desenvolvida em Portugal, pretende ajudar a dar resposta a uma preocupação crescente para a OF – os números do desemprego entre os farmacêuticos.

Baseada num formato dinâmico, a plataforma será um espaço de acesso gratuito, onde as entidades interessadas em recrutar farmacêuticos desempregados ou à procura de novo emprego se podem encontrar. Além poderem procurar oportunidades inseridas na plataforma por entidades inscritas ou oportunidades com origem externa à plataforma, os candidatos podem criar o seu perfil profissional pessoal, que estará disponível para os empregadores. Podem também receber alertas via e-mail de oportunidades que correspondam aos seus critérios.

Sanofi Pasteur MSD marca presença
Líder europeu em vacinas realiza vários eventos que visam consciencializar para a importância da vacinação ao longo da vida.

A Sanofi Pasteur MSD acolhe a Semana Europeia da Vacinação 2014 (“European Immunization Week 2014”), a decorrer entre os dias 22 e 26 de abril, promovida pela Organização Mundial da Saúde com uma série de acções e eventos de sensibilização por toda a Europa. A Sanofi Pasteur MSD, líder em vacinas na Europa, uniu esforços com ONGs e profissionais de saúde para ajudar a aumentar a conscientização sobre a importância e os benefícios da vacinação ao longo da vida do indivíduo.

A Semana Europeia da Vacinação visa aumentar a adesão à vacinação. Cada dia da semana será dedicado à vacinação ao longo da vida, da primeira infância, adolescência, idade adulta e terceira idade.

Várias afiliadas da Sanofi Pasteur MSD vão desenvolver iniciativas externas para marcar a Semana Europeia da Vacinação 2014, tais como: uma campanha de sensibilização envolvendo as principais equipas de basquetebol em Espanha e um parceiro de media da UNICEF; um evento pedagógico dirigido ao público, no Reino Unido, em parceria com peritos de universidades de renome e legisladores locais, entre outros. Em Portugal, decorrerá uma acção dedicada à vacinação pediátrica com o pediatra Paulo Oom dirigida à imprensa e bloguers. Na sede da Sanofi Pasteur MSD em Lyon e também em Portugal, decorrerá uma campanha interna que vai envolver todos os colaboradores no apoio à Semana Europeia de Vacinação 2014.

"As vacinas são, sem dúvida, uma das medidas de saúde pública disponíveis mais custo-efectiva", refere o Dr. Jean-Paul Kress, presidente da Sanofi Pasteur MSD. "A vacinação generalizada erradicou a varíola e eliminou a poliomielite da Europa".

"A inovação científica continua a oferecer-nos novas vacinas que alargam a protecção a mais doenças infecciosas na infância e idade adulta", observa também o Dr. Kress. "Aumentar a consciencialização – através da Semana Europeia da Vacinação - é um passo importante no sentido de atingirmos as metas europeias para a vacinação ", conclui o Dr. Kress.

Para mais informações sobre os eventos em toda a Europa, visite o site da campanha da OMS: http://eiw.euro.who.int. As actividades estão programadas para coincidir com eventos em todo o mundo como parte da “World Immunization Week”, também liderado pela OMS: http://www.who.int/campaigns/immunization-week/2014/en/

ReThinking Pharma 2014
Ritmo do aumento da dívida ao sector da saúde abranda de 80 milhões por mês em 2012 para 34 milhões em 2014.

De acordo com Miguel Santos Silva, Coordenador do Re-Thinking Pharma 2014-2024, a regularização da dívida ao sector da saúde melhorou dos primeiros meses de 2012 até 2014. “Apesar dos esforços recentes, e da diminuição do ritmo de aumento da dívida, o aumento da mesma ao sector da saúde em Janeiro e Fevereiro de 2014 parece retomar uma tendência passada. Com o valor de Fevereiro de 2014, reforça-se a ideia de não ter existido uma alteração de tendência de crescimento da dívida”.

“O acréscimo absoluto de dívida em Janeiro e Fevereiro de 2014 não traduz qualquer abrandamento face a que sucedeu em 2013 fora do período de regularização da mesma, e esse ritmo é em média 34 milhões por mês, ou seja, cerca de 400 milhões por ano. Contudo o ritmo de acumulação de dívida é mais baixo do que o ritmo mensal dos primeiros meses de 2012 que eram cerca de 80 milhões por mês. Os esforços atuais são ainda susceptível de criar problemas sérios à sustentabilidade financeira do SNS, e mais uma vez, podemos dizer que a Indústria Farmacêutica agora, e nas últimas décadas tem sido o grande financiador do Estado para o sector saúde”, reforça o mesmo especialista.

Para Miguel Silva, “parece-nos estranho que perante a colaboração e enorme taxa de esforço da Indústria Farmacêutica na sustentação de uma crónica e enorme divida vencida, sejam anunciados mais cortes unilaterais para 2015. Relembro que o sector tem sido seriamente afectado e que os preços médios dos medicamentos vendidos nas farmácias diminuíram de 24% desde 2007. “

O Re-Thinking Pharma 2014-2024, o grande evento nacional dirigido a profissionais da Indústria farmacêutica que decorre nos dias 15 e 16 de maio no Hotel Aqualuz, em Tróia e será presidida por Sua Excelência o Secretário de Estado da Saúde, Dr. Manuel Teixeira. O evento conta com o apoio Oficial da AICEP, da APOGEN (Associação Portuguesa de Genéricos), da APDP (Associação portuguesa do Doente Diabético), da APMIF (Associação Portuguesa de Medicina Farmacêutica) e do IPAM/ IADE (Instituto Português de Administração e Marketing).

Comum em deslocações a grandes altitudes
A doença da altitude é um distúrbio causado pela falta de oxigénio em altitudes elevadas, existindo
Doença da altitude

Muitos desconhecem a existência deste mal que afecta pessoas que se deslocam para grandes altitudes. Mesmo as pessoas saudáveis podem vir a sofrer desta doença em subidas rápidas até aos 2000 metros (ou mais), podendo inclusivamente desenvolver sintomas graves a mais de 2500 m.

Pode ainda ocorrer edema pulmonar, situação que ocorre em cerca de 1 a 2 por cento das pessoas que ascende acima dos 4000 m e o edema cerebral hipóxico, embora menos comum, que se caracteriza por cefaleias de aumento progressivo, confusão mental, apatia, ataxia (falta de coordenação dos movimentos) e sintomas de aumento da pressão intra-craniana como vómitos em jacto e perda de consciência.

Os doentes com predisposição para a doença de altitude devem ser desencorajados a subir acima dos 2000 m e aplica-se também a viajantes com antecedentes de enfarte agudo do miocárdio, angina instável, doentes com doença pulmonar obstrutiva crónica com enfisema, epilepsia não controlada, doenças tromboembólicas e indivíduos com doença da altitude aguda já anteriormente registada.

O que acontece é que em altitudes mais elevadas, a pressão do ar (pressão barométrica) diminui existindo menos oxigénio no ar circundante. É possível estar-se confortavelmente em altitudes moderadamente elevadas mas o organismo tem de fazer alguns "ajustes” e isso pode demorar algum tempo.

A doença da altitude tem uma maior probabilidade de ocorrer em pessoas que apresentam uma história prévia desta patologia. É mais provável a sua ocorrência se o viajante subir rapidamente, se efectuar exercício físico vigoroso durante os primeiros dias de exposição à altitude elevada e se tiver vivido numa zona baixa antes de proceder à subida. A obesidade parece aumentar o risco de doença da altitude e a genética pode igualmente aumentar o risco de algumas pessoas, particularmente no que respeita ao edema pulmonar da grande altitude. 

Sintomas
Os sintomas manifestados na forma mais leve da doença de altitude são semelhantes a uma ressaca leve - dores de cabeça, cansaço, náuseas, falta de apetite e dispneia. Estes surgem normalmente 4 a 12 horas após a escalada, podendo atingir o seu máximo durante 1-2 dias para, de seguida, abrandarem durante 2-3 dias como sinal de aclimatização.

À medida que o corpo realiza ajustamentos normais para se adaptar a uma altitude elevada, a pessoa pode apresentar alguns sintomas que são incómodos mas que não constituem motivo de preocupação. Estes incluem uma respiração rápida, falta de ar com o exercício extenuante, pausas curtas ocasionais na respiração durante o sono e micções frequentes. Estes últimos dois sintomas são causados por um nível baixo de dióxido de carbono, o que desencadeia ajustamentos no cérebro e nos rins.

Alguns sintomas mais graves são causados por níveis baixos de oxigénio no sangue e por ajustamentos realizados pelo sistema circulatório. 

Diagnóstico
Um indivíduo deve ser capaz de reconhecer os sintomas precoces da doença da altitude e deve vigiar cuidadosamente esses sintomas quando se encontra em risco, uma vez que esta doença pode ter consequências muito graves.

Se as dores de cabeça constituírem o único sintoma, a subida deve ser suspensa e o indivíduo deve tomar um analgésico. Se surgir uma dor de cabeça que não desaparece ou se a pessoa tiver outros sintomas sugestivos de uma doença aguda da montanha, esta pode ser diagnosticada sem necessidade de recorrer a exames complementares de diagnóstico.

O edema cerebral da grande altitude pode dificultar a marcha em linha recta e pode conduzir a alterações no pensamento, a alucinações ou a uma alteração inexplicada da personalidade. Se uma pessoa apresentar estes sintomas a uma altitude elevada, deve assumir-se que ela sofre de edema cerebral da grande altitude. Uma pessoa com estes sintomas deve descer imediatamente e procurar cuidados médicos. Depois de uma pessoa com edema cerebral da grande altitude ser transportada para um centro médico, pode ser submetida a exames de imagem como a tomografia axial computorizada (TAC) ou a ressonância magnética nuclear para confirmar a causa dos sintomas. Estes exames podem revelar a presença de edema cerebral ou de outras lesões que o tenham complicado.

O reconhecimento de um quadro de edema pulmonar da grande altitude pode ser difícil nos seus estádios iniciais, uma vez que a fadiga pode constituir o seu único sinal. Os sintomas que devem suscitar preocupações incluem a dificuldade em efectuar exercício, a tosse seca, a taquicardia (frequência cardíaca superior a 100 batimentos por minuto) e a falta de ar em repouso. Se forem avaliados os níveis de oxigénio no sangue, estes são provavelmente inferiores ao esperado para a altitude. Uma radiografia do tórax pode revelar sinais de preenchimento de uma ou mais áreas dos pulmões por líquido, o que proporciona uma aparência semelhante à de uma pneumonia

Evolução clínica
Se uma pessoa estiver a subir e não regressar ao nível de altitude onde se sentiu bem pela última vez, os seus sintomas podem agravar-se e as consequências podem ser muito graves.

Os sintomas de uma doença aguda da montanha desaparecem ao fim de dois ou três dias de repouso a uma altitude mais baixa. Os quadros graves, como o edema cerebral ou o edema pulmonar da grande altitude, podem demorar dias ou semanas a desaparecer, necessitando de cuidados médicos e possivelmente de internamento hospitalar. 

Prevenção
As alterações graduais na altitude irão ajudar o organismo a adaptar-se a um ambiente com níveis baixos de oxigénio e podem reduzir a probabilidade de desenvolvimento de todas as formas de doença da altitude.

As pessoas adaptam-se a velocidades diferentes, mas existem quatro orientações gerais para subir acima dos 3.000 m que deverão ser seguidas pelas pessoas que sobem a altitudes elevadas:
- Não aumentar a altitude mais de 300 m por noite
- Cada vez que aumentar a sua altitude em1.000 m, passar uma segunda noite a esse nível antes de continuar a subir
- Limitar o esforço físico para níveis razoáveis durante os primeiros dias de subida
- Beber bastantes líquidos durante a exposição à altitude elevada
- Limitar o consumo de álcool, pois uma bebida alcoólica consumida em um local muito elevado parece ter o dobro do efeito
- Fazer refeições frequentes e leves, ao invés de refeições volumosas.

Se uma pessoa desenvolver sinais precoces de doença da altitude, deve evitar que estes se agravem interrompendo imediatamente a subida ou descendo.

Se uma pessoa tiver experimentado uma doença da altitude no passado e estiver a planear subir novamente até uma altitude elevada, pode discutir com o seu médico e/ou com o especialista da Consulta do Viajante a opção de tomar medicamentos preventivos, que vão limitar os sintomas de ajustamento à altitude. No entanto, os medicamentos não previnem as formas graves de doença da altitude. Por isso, se o viajante tiver desenvolvido previamente um edema pulmonar da grande altitude, pode ser medicada para estabilizar o padrão de fluxo de sangue nos pulmões. 

Tratamento
O melhor tratamento consiste em desistir de continuar a subida e, caso os sintomas se mantenham após o descanso, descer. Após a descida, as pessoas que apresentarem qualquer forma da doença da altitude elevada melhoram rapidamente. Quando isto não ocorre, uma outra causa do distúrbio deve ser investigada.

Ou seja, a primeira regra para o tratamento dos sintomas ligeiros da doença aguda da montanha consiste em interromper a subida até os sintomas terem desaparecido completamente.

Se uma pessoa apresentar sintomas mais graves ou sintomas de edema cerebral da grande altitude, de edema pulmonar da grande altitude ou visão turva, deve deslocar-se para uma altitude mais baixa o mais rapidamente possível, mesmo a meio da noite. Se permanecer na altitude em que se encontra ou se continuar a subir, os sintomas irão agravar-se e a doença pode ter consequências muito graves.

Por outro lado, se o viajante apresentar sintomas de doença da altitude, deve evitar ingerir álcool, tomar comprimidos para dormir e medicamentos analgésicos opióides. Todas estas substâncias podem tornar a respiração mais lenta, o que é extremamente perigoso em situações com um nível baixo de oxigénio.

Se houver disponibilidade, esta doença pode igualmente melhorar através da utilização de uma câmara hiperbárica portátil, que simula a descida para uma altitude mais baixa enquanto são desenvolvidas as diligências para o transporte do doente para uma altitude mais baixa.

O prognóstico para a doença da altitude depende da rapidez com que a pessoa pode ser deslocada para uma altitude mais baixa e da gravidade dos seus sintomas. Os sintomas de doença da altitude podem desaparecer dentro de poucos dias a altitudes mais baixas. Em muitos casos, as actividades a altitudes elevadas podem ser reiniciadas. No entanto, esta doença pode ter consequências complicadas se os sintomas forem graves e a pessoa permanecer a uma altitude elevada. O coma e a morte constituem as consequências mais graves da doença da altitude. 

Diferentes doenças da altitude 

Doença aguda da montanha
Dos vários tipos de doença da altitude que existem, a doença aguda da montanha é a menos perigosa. Esta doença afecta aproximadamente metade das pessoas que sobem desde o nível do mar para cima dos 4.000 m sem programarem tempo suficiente para descansar.

Os viajantes que sobem a montanhas e que praticam esqui (por exemplo) em localizações de elevada altitude têm um elevado risco de desenvolver uma doença aguda da montanha. No entanto, os sintomas desta doença melhoram se o indivíduo descer rapidamente para uma altitude mais baixa. Para os sintomas mais ligeiros, uma paragem antes de continuar a subida pode ser suficiente para permitir o desaparecimento dos sintomas.

A doença aguda da montanha geralmente causa sintomas 8 a 36 horas após a exposição a grande altitude e podem incluir:
- Dores de cabeça que não são aliviadas com medicamentos analgésicos
- Náuseas e vómitos
- Tonturas ou vertigens
- Fraqueza ou fadiga
- Dificuldade em dormir
- Perda do apetite. 

Doença crónica da montanha (doença de Monge)
A doença crónica da montanha (doença de Monge) desenvolve-se de forma gradual ao longo de vários meses ou anos em indivíduos que vivem em grandes altitudes.

Os sintomas incluem a falta de ar, a letargia e muitas dores e desconfortos. Pode ocorrer a formação de coágulos sanguíneos nos membros inferiores e nos pulmões e insuficiência cardíaca. A doença da altitude elevada crónica se desenvolve quando o organismo super compensa a falta de oxigénio através da produção excessiva de eritrócitos (glóbulos vermelhos). A pessoa torna-se incapacitada e pode morrer se não for levada a uma altitude mais baixa. 

Edema cerebral da grande altitude
O edema cerebral da grande altitude é considerado por muitos especialistas como uma forma extrema de doença aguda da montanha. Esta situação desenvolve-se geralmente depois dos sintomas da doença aguda da montanha.

Os sintomas deste quadro mais grave da doença aguda da montanha podem não ser notados imediatamente, uma vez que a doença pode ter início durante a noite. Dado que esta lesão associada ao nível baixo de oxigénio afecta o cérebro e os processos mentais superiores, como o pensamento, uma pessoa com edema cerebral da grande altitude pode não compreender que os sintomas se tornaram mais graves até que um companheiro de viagem note um comportamento diferente do habitual.

Os sintomas podem incluir:
- Agravamento das dores de cabeça e dos vómitos
- Marcha cambaleante
- Confusão mental
- Exaustão
- Alucinações visuais (ver coisas que não são reais)
- Alterações na capacidade para pensar
- Alterações no comportamento normal
- Coma (nos casos avançados). 

Edema pulmonar da grande altitude
Outro quadro grave é o edema pulmonar da grande altitude, que pode ocorrer com ou sem sintomas de alerta que indiquem uma doença da altitude. No edema pulmonar da grande altitude, os pulmões ficam cheios de líquido.

Uma concentração baixa de oxigénio pode desencadear uma vasoconstrição (contracção dos vasos sanguíneos, com subsequente diminuição do seu calibre) ao nível dos vasos sanguíneos dos pulmões, conduzindo a uma elevação da pressão nas artérias pulmonares. Em consequência, verifica-se a saída de líquido dos vasos sanguíneos para os pulmões. Os sintomas do edema pulmonar da grande altitude surgem frequentemente durante a noite e podem agravar-se com o esforço.

Os sintomas de edema pulmonar da grande altitude incluem:
- Sensação de aperto ou de plenitude torácica
- Fadiga extrema
- Falta de ar, mesmo em repouso
- Coloração azul ou acinzentada dos lábios e das unhas das mãos (cianose)
- Tosse, que pode acompanhar-se de expectoração espumosa e rosada
- Febre (temperatura superior ao normal mas inferior a 38,3ºC)
- Respiração ruidosa, semelhando sons de gorgolejo. 

Hemorragia retiniana
Pode também surgir, como problema grave de doença da altitude, a denominada hemorragia retiniana da grande altitude, que pode provocar lesões oculares. Pode ocorrer com ou sem os sintomas de doença da altitude. De um modo geral, esta situação passa despercebida, a menos que a área do olho responsável pela visão mais detalhada (a mácula) esteja envolvida. A visão turva constitui o sintoma principal da hemorragia retiniana da grande altitude. 

Coagulação
Na altitude a produção de glóbulos vermelhos aumenta devido à falta de oxigénio, provocando no sangue um espessamento que pode causar coágulos sanguíneos. 

Ataxia
Caracteriza-se pela perda de coordenação e equilíbrio causada pela falta de oxigénio em altitudes. 

Lesões pelo frio
As lesões provocadas pelo frio compreendem a hipotermia, situação em que todo o corpo arrefece, atingindo temperaturas potencialmente perigosas, o congelamento parcial, ou seja, quando partes do corpo ficam superficialmente danificadas, e o congelamento, em que alguns tecidos corporais ficam completamente destruídos. A excessiva exposição ao frio também provoca frieiras e pé-de-imersão.

As lesões que o frio provoca, normalmente, não se manifestam, nem sequer em climas extremamente frios, se a pele, os dedos das mãos e dos pés, as orelhas e o nariz estiverem bem protegidos e não ficarem expostos ao ar durante muito tempo.

No entanto, quando a exposição é mais prolongada, o organismo estreita automaticamente os pequenos vasos sanguíneos da pele e dos dedos das mãos e dos pés, das orelhas e do nariz para canalizar mais sangue para os órgãos vitais como o coração e o cérebro. Em consequência disso, estas partes do corpo recebem menos sangue quente, e arrefecem com maior rapidez.

Para evitar uma lesão provocada pelo frio deve conhecer onde está o perigo – frio - e preparar-se. As peças de vestuário (de preferência de lã) ou os sobretudos com capuz acolchoados com penas ou fibra sintética, além de protegerem contra o vento, constituem o vestuário ideal até nas condições mais duras. Como pela cabeça se perde grande quantidade de calor, é fundamental contar com um chapéu que proteja. É também conveniente comer e beber o suficiente. 

Hipotermia
A hipotermia ocorre quando o corpo perde calor mais rapidamente do que ele demora para queimar energia para repô-lo. O ar frio, frequentemente o vento, pode retirar calor do corpo por convecção. Permanecer sentado e imóvel durante algum tempo sobre o chão frio ou uma superfície metálica ou com roupas molhadas faz com que o calor do corpo passe para a superfície mais fria por condução. O calor pode ser perdido pela pele exposta, especialmente da cabeça, por meio da radiação e da evaporação do suor.

A hipotermia frequentemente ocorre quando uma pessoa é imersa em água fria e quanto mais fria a água, mais rápido o desenvolvimento da hipotermia. O início da hipotermia passa facilmente desapercebido durante um longo período de imersão na água que não parece estar muito fria, mas que retira calor do corpo.

O início da hipotermia costuma ser tão gradual e subtil que tanto a vítima, como os outros, não se apercebe do que está a suceder. Os movimentos tornam-se lentos e entorpecidos, o tempo de reacção é mais lento, a mente turva-se, a pessoa não pensa com clareza e tem alucinações.

Quem sofre hipotermia pode cair, andar sem destino fixo ou, simplesmente, deitar-se para descansar e até morrer. Se a pessoa se encontrar na água, move-se com dificuldade, pouco depois desiste e, finalmente, afoga-se.

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico e/ou Farmacêutico.
A Saúde e a liberdade
A Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos hoje, num restaurante de Coimbra, uma tertúlia subordinada ao tema “A saúde e...

A tertúlia conta com a participação do director-geral da Saúde, Francisco George, do especialista em medicina geral e familiar António Rodrigues, do presidente do Conselho Distrital de Coimbra da OM, Pio de Abreu, e do deputado e membro da Comissão de Saúde da Assembleia da República Paulo Almeida, sendo os médicos Jorge Seabra e Vasco Nogueira os comentadores convidados.

Após a tertúlia, com início agendado para as 18H00, no restaurante Gustav, na Quinta de São Jerónimo, em Coimbra, seguir-se-á um jantar, durante o qual terão lugar intervenções do advogado e fundador do Serviço Nacional da Saúde, António Arnaut, e do médico e antigo presidente do Centro Hospitalar de Coimbra Rui Pato.

O encontro integra-se no ciclo de tertúlias “Portugal, 40 anos de Democracia”, que aquela Secção da Ordem dos Médicos está a dinamizar, até final do ano, para assinalar os 40 anos do 25 de Abril.

Sobre a Allergan
As duas companhias estão a unir esforços para lançarem uma Oferta Pública de Aquisição sobre a fabricante do tratamento anti...

A Valeant Pharmaceuticals International e o Pershing Square Capital Management estão a unir forças para lançarem uma oferta conjunta de aquisição, em dinheiro e acções, sobre a Allergan, avança a Bloomberg citando um comunicado divulgado junto do órgão regulador do mercado de capitais.

O Pershing Square - fundo gerido por Bill Ackman - e a Valeant consideram que as acções da Allergan estão subavaliadas e que, por isso, são um investimento bastante atractivo.

Segundo o comunicado, o Pershing Square ficou com 9,7% do capital da Allergan depois de ter chegado a um acordo com a Valeant para lançarem em conjunto uma OPA hostil sobre a fabricante das famosas injecções de Botox - usadas com propósitos cosméticos mas também para ajudar a reduzir enxaquecas.

“Estamos convictos de que fundir a Valeant e a Allergan irá criar uma plataforma sem rival de crescimento e de criação de valor no sector dos cuidados de saúde, e contamos finalizar e anunciar muito em breve os termos da nossa proposta”, diz o comunicado.

A oferta deverá incluir cerca de 15 mil milhões de dólares em dinheiro, bem como acções da Valeant para colmatar a diferença para o preço final, sublinha o mesmo documento.

O financiamento será providenciado pelo Barclays e pelo Royal Bank of Canada, segundo a Valeant, citada pela Bloomberg.

A Allergan segue a disparar 22% fora da negociação regular da bolsa norte-americana, a valer 172,90 dólares por acção. 

Para uma fusão
Negociações estão suspensas há já alguns meses, mas os especialistas acreditam que um acordo entre as duas farmacêuticas poderá...

A Pfizer, a maior companhia farmacêutica a nível mundial, manteve conversações informais com vista à aquisição da AstraZeneca, fabricante especializada em medicamentos para asma e coração. A informação foi revelada ontem pelo jornal londrino “Sunday Times”, que fala numa operação na ordem dos 100 mil milhões de dólares (72 mil milhões de euros).

Para já, e de acordo com as fontes consultadas pela publicação, as negociações estão suspensas e não há planos para retomarem. Contudo, caso estas recomeçassem, a operação de compra apresentar-se-ia como a maior de sempre no ramo farmacêutico.

As duas empresas recusaram-se a comentar o assunto. Apesar de não excluírem um eventual regresso às negociações, os analistas acreditam que dúvidas quanto à rentabilidade do negócio para a Pfizer poderão ter estado na origem da suspensão das conversações.

Ainda assim, a compra da AstraZeneca permitiria à Pfizer mudar o seu domicílio fiscal para o Reino Unido, um movimento que tem permitido a outras farmacêuticas nos Estados Unidos da América reduzir a sua factura fiscal, explica a Bloomberg.

Entretanto, como destaca o “The Guardian”, as especulações sobre esta negociação já levantaram preocupações quanto à segurança dos postos de trabalho no sector farmacêutico.

Nos últimos três anos, a Pfizer tem reorganizado os seus negócios, com uma reformulação quanto às prioridades dos seus projectos de investigação. O impacto nas acções da empresa fez-se sentir, com ganhos de 35% nos últimos dois anos.

De acordo com dados compilados pela Bloomberg, a Pfizer tem estado no topo de mega-fusões no sector farmacêutico, sendo a actual recordista com a aquisição da Warner-Lambert Co em 2000 por 87 mil milhões de dólares (63 mil milhões de euros).

O acordo com a AstraZeneca levaria a maior farmacêutica mundial a reforçar a sua presença em outras áreas, numa fase em que ambas querem dinamizar os seus negócios devido ao fim dos prazos de patente de alguns dos seus medicamentos mais vendidos.

11.600 milhões de euros
Empresas vão criar joint-venture para as marcas de grande consumo com a qual esperam receitas anuais de 7800 milhões de euros.

A Novartis vai comprar à GlaxoSmithKline (GSK) o seu negócio de medicamentos oncológicos por 16.000 milhões de dólares (cerca de 11.600 milhões de euros).

Esta transacção faz parte de um acordo mais vasto anunciado esta terça-feira por duas das maiores farmacêuticas do mundo, que inclui também a aquisição, pela GSK, do negócio de vacinas da Novartis, por 7100 milhões de dólares (5100 milhões de euros). O negócio deixa de fora as vacinas da gripe da Novartis, para as quais a empresa vai procurar outro comprador.

Além destas vendas cruzadas, a GSK e a Novartis também chegaram a acordo para combinar as suas operações de grande consumo, uma joint-venture com a qual esperam obter receitas anuais de 10.900 milhões de dólares (aproximadamente 7800 milhões de euros). A britânica GSK ficará com a maioria do capital (63,5%) nesta parceria que inclui marcas como os analgésicos Excedrin da Novartis e a pasta de dentes Sensodyne. O negócio inclui ainda as vacinas para a meningite (Bexsero) e cancro do colo do útero (Cervarix) da GSK.

“As oportunidades para ganhar escala e combinar activos de grande qualidade nas vacinas e produtos de grande consumo são escassas”, afirmou em comunicado o presidente executivo da GSK, Andrew Witty.

“Com esta transacção vamos fortalecer substancialmente duas das nossas principais áreas de actividade e criar valor para os accionistas”, acrescentou o comunicado, citado pela Bloomberg. Segundo Witty, as operações vão aumentar em cerca de 1500 milhões de euros as receitas totais da empresa, para cerca de 32.700 milhões de euros.

O negócio, que ainda está sujeito às aprovações legais, deverá estar concluído na primeira metade de 2015, revelaram as empresas.

Paralelamente, a Novartis, que está em processo de reestruturação, irá também vender o negócio de cuidados veterinários à Eli Lilly por quase 5400 milhões de dólares (3900 milhões de euros). Segundo o presidente executivo da Novartis, Joseph Jimenez, estes negócios marcam “um momento transformacional” na história da companhia, permitindo-lhe focar-se nos seus principais negócios e enfrentar as quedas de vendas dos últimos anos. “As operações também reforçam a solidez financeira da empresa e com elas esperamos ter efeitos imediatos nas nossas margens e taxas de crescimento”, afirmou o gestor, num comunicado citado pela BBC.

Segundo a Bloomberg, estas operações desfazem parte da herança do anterior presidente executivo da farmacêutica suíça, Daniel Vasella, que durante 17 anos transformou o grupo suíço num verdadeiro conglomerado da área da saúde.

Continuam a acumular-se
FMI nota que despesa no sector da saúde diminuiu 1500 milhões de euros face a 2010.

É o eterno problema por resolver: apesar de o ritmo de crescimento das dívidas nos hospitais do Serviço Nacional de Saúde (SNS) ter abrandado, os pagamentos em atraso continuam a acumular-se. Em 2013, excluindo os programas de regularização da dívida entretanto levados a cabo, as dívidas a mais de 90 dias no sector da saúde aumentaram cerca 307 milhões de euros, destaca o Fundo Monetário Internacional (FMI) no 11º relatório de avaliação do programa de assistência financeira.

Mas os técnicos do FMI vão mais longe quando, para além das questões da eficiência das unidades de saúde, chamam a atenção para os problemas de orçamentação e notam que os hospitais entidades públicas empresariais (EPE) normalmente excedem a produção acordada com o SNS e o preço recebido pelos serviços prestados é geralmente mais baixo do que o custo de produção.

Lembram também que as reformas concretizadas no sector, desde 2011, conduziram já a uma poupança de cerca de 1500 milhões de euros (a despesa foi inferior em 15% face a 2010) e que o défice consolidado baixou de 833 milhões de euros (em 2010) para 126 milhões de euros, no ano passado.

O certo é que as dívidas vencidas continuam a acumular-se. Segundo o FMI, quatro grandes hospitais concentram dois terços desta dívida, cuja é atribuída sobretudo a perdas operacionais, despesas não orçamentadas (no valor de cerca de 50 milhões por ano) e à diminuição do prazo de pagamento de 180 para 90 dias.

Doze hospitais com desequilíbrios financeiros estruturais significativos foram entretanto identificados e isolados. Na carta de intenção que acompanha o relatório do FMI, o Governo recorda que vai transferir mais 300 milhões de euros (como já tinha sido anunciado na semana passada) e refere que, se novas dívidas emergirem entretanto, serão compensadas através de novas transferências.  Em 2012 e 2013 foram já injectados no sector cerca de 1900 milhões de euros para regularização dos pagamentos em atraso.

Os técnicos do FMI reconhecem que o Governo tem avançado com medidas para tentar resolver este problema e dão o exemplo da unidade central constituída no Ministério das Finanças para acompanhar e monitorizar a situação, velando pelo cumprimento da Lei dos Compromissos.

Em Dezembro de 2013, os hospitais tinham uma dívida em atraso de 621 milhões de euros, quase três vezes menor do que a registada em 2012, graças a esta injecção de capital. No início deste ano, porém, segundo o último boletim de execução orçamental, a dívida em atraso dos hospitais estava outra vez a aumentar, apesar de o ritmo de crescimento ser mais baixo do que em anos anteriores (cerca de 27 milhões de euros por mês).

Os últimos dados divulgados pela Associação Portuguesa da Indústria Farmacêutica (Apifarma), relativos a Fevereiro, indicam que os centros hospitalares de Lisboa Norte (Santa Maria e Pulido Valente) e de Lisboa Central (São José, Santo António dos Cavaleiros, Santa Marta, Dona Estefânia) lideram a lista dos principais devedores, com 184 milhões de euros e 104 milhões de euros, respectivamente. Nos prazos de pagamento, as unidades que demoravam mais tempo a saldar as dívidas à indústria farmacêutica eram o Centro Hospitalar do Nordeste (Bragança, Macedo de Cavaleiros e Mirandela), com 1099 dias, e o Centro Hospitalar do Médio Tejo (Abrantes, Tomar e Torres Novas), com 933 dias, segundo a Apifarma.

Mais de 70%
Pouca informação é especialmente preocupante quando a doença motivou quase 300 mil internamentos entre 2000 e 2009. Doenças...

O número de casos de pneumonia em Portugal tem crescido todos os anos, mas para a maior parte dos portugueses esta doença respiratória ainda gera muitas dúvidas. Mais de 70% das pessoas inquiridas num estudo desconheciam a diferença entre gripe e pneumonia e só 25% estavam cientes das formas de prevenção – como a vacinação.

São factos que dificultam a actividade de quem está no terreno, com o pneumologista Filipe Froes a sublinhar que “a melhor maneira de tratar é prevenir, pelo que a vacina não deve ser vista como uma despesa, mas como um investimento em termos económicos e vitais”.

Os dados, que serão divulgados pela Sociedade Portuguesa de Pneumologia nesta terça-feira a propósito da Semana Europeia da Vacinação, foram recolhidos durante o ano passado através de um inquérito presencial feito a mais de mil pessoas durante acções de sensibilização. Os resultados mostram que, para 96% dos participantes, a pneumonia é uma doença de que já ouviram falar, apesar de desconhecerem sintomas ou as formas de prevenção. Entre os inquiridos, apenas 5,4% das pessoas tinham recebido a vacina pneumocócica, que previne contra algumas das formas da infecção por pneumococos, uma bactéria que ainda provoca outras doenças como meningite, sépsis ou otite.

Filipe Froes explica que a pouca informação é especialmente preocupante quando a doença motivou entre 2000 e 2009 quase 300 mil internamentos nos hospitais do Serviço Nacional de Saúde, com uma média de mais de 80 pessoas por dia. O mesmo médico do Hospital Pulido Valente (Centro Hospitalar Lisboa Norte) e membro da Sociedade Portuguesa de Pneumologia explica que “o potencial muito mais grave” da infecção não deve ser desvalorizado, acrescentando que os números têm sofrido um agravamento devido a factores como as doenças crónicas, o aumento da esperança média de vida e as resistências criadas em relação aos antibióticos.

Quanto à diferença entre uma gripe e uma pneumonia, Filipe Froes diz que há casos de gripes que evoluem precisamente para esta forma de doença mais grave, pelo que há muitos sintomas parecidos. Porém, lembra que a gripe é uma doença que acontece, sobretudo, entre Novembro e Março, enquanto a pneumonia existe o ano inteiro e é “menos benigna, mais intensa e mais duradoura”. Febre persistente, tosse acompanhada de expectoração raiada de sangue, amarela ou esverdeada, falta de ar, prostração maior do que o normal e dores no corpo mais localizadas na zona do tórax, sobretudo quando se inspira, são alguns dos sinais a ter em conta.

A prevenção, insiste, começa precisamente numa outra vacina, a contra a gripe sazonal, e em actos diários como deixar de fumar e ter uma alimentação equilibrada, assim como em “manter as doenças crónicas controladas, já que a pneumonia afecta mais pessoas, por exemplo, com diabetes”, assim como crianças e pessoas com mais de 50 anos.

Ao contrário da vacina contra a gripe, que é agora gratuita para os grupos de risco e para as pessoas com mais de 65 anos, a vacina pneumocócica, que custa mais de 200 euros, ainda não está no Plano Nacional de Vacinação. Filipe Froes admite que, num cenário de crise económica, é difícil que o Serviço Nacional de Saúde comporte esta despesa, mas diz que as famílias também estão a aderir cada vez menos. “Ao terem de responder a outras despesas, esta acaba por ficar para trás, mas quanto mais crianças e idosos tivermos vacinados mais protegidas ficam também as pessoas ainda não vacinadas”, diz, assegurando que mesmo nas doenças crónicas há agora mais doentes com dificuldades em manter a medicação, “o que favorece o aparecimento de pneumonias”. O médico insiste que os ganhos com a prevenção compensam: “Facilmente se ultrapassa o valor da vacina em faltas ao trabalho, antibióticos, análises e raios X quando uma pessoa fica doente.”

Há mais de um ano, a Assembleia da República aprovou uma recomendação no sentido de a vacina pneumocócica ser incluída no Plano Nacional de Vacinação. Porém, ainda faltam alguns meses até haver uma decisão oficial sobre o tema, com a Direcção-Geral da Saúde (DGS) a garantir que até Junho terá uma posição definitiva – após a análise de todos os estudos disponíveis. Até agora, a vacina apenas é disponibilizada de forma gratuita a alguns grupos definidos como de risco, em que se incluem pessoas com determinadas doenças crónicas. Em termos de esquema de vacinação, nos bebés são necessárias quatro doses para se conseguir imunidade, mas nas crianças e nos adultos uma já é suficiente, dispensando-se reforços.

Em todas as idades
A Direcção-Geral da Saúde informou hoje que se associa, pelo quinto ano consecutivo, à Semana Europeia da Vacinação, que...

Promovida anualmente pela Organização Mundial da Saúde (OMS), a iniciativa visa divulgar a importância e os benefícios da vacinação e centra-se na edição em curso na promoção da vacinação ao longo do ciclo de vida.

No comunicado da Direcção-Geral da Saúde, é divulgada o alerta da OMS para todas as pessoas, que não apenas as crianças, terem as vacinas em dia.

Incentivos para as farmácias
Para que as farmácias portuguesas recebam incentivos do Estado com o aumento da venda de medicamentos genéricos à população foi...

Este acordo visa aumentar a quota de genéricos no mercado nacional.

Paralelamente, foi também acordado a expansão da prestação de serviços pelas farmácias, nomeadamente, o reinício do programa de troca de seringas, a comercialização e administração de vacinas contra a gripe e a vigilância da diabetes, como anunciado pelo Infarmed em comunicado.

O encontro teve lugar nas instalações do Infarmed, I.P., e teve a participação dos seguintes representantes: Paulo Macedo, ministro da Saúde; Paulo Duarte, presidente da Associação Nacional de Farmácias, Leal da Costa, secretário de Estado adjunto do ministro da Saúde; Eurico Castro Alves, presidente do Infarmed, I.P. e Nuno Lopes, vice-presidente da Associação Nacional de Farmácias.

Com Honoris Causa
Uma investigadora da Faculdade de Ciência do Porto será a única portuguesa no grupo de 10 doutores Honoris Causa que a...

"No mesmo edifício da capital sueca onde todos os anos são reconhecidos os laureados com o Prémio Nobel, Maria João Ramos, professora e investigadora da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto (FCUP), será agraciada com o título de Doutora Honoris Causa pela Universidade de Estocolmo", refere a Universidade do Porto (U.Porto).

Fonte da Reitoria da U.Porto disse que Maria João Ramos será homenageada pelo seu "relevante contributo científico no campo da proteómica computacional", área da Bioquímica dedicada ao estudo da estrutura e comportamento das proteínas através do computador.

Responsável pelo grupo de investigação em Química Teórica e Bioquímica Computacional da FCUP, Maria João Ramos tem "uma vasta reputação internacional nas áreas da catálise enzimática, mutagénese computacional, docking molecular e descoberta de drogas, sendo autora de mais de 250 artigos científicos em revistas internacionais", referiu a mesma fonte.

A professora catedrática e directora do programa doutoral em Química da FCUP, é licenciada em Química pela Universidade do Porto e doutorada pela Universidade de Glasgow (Escócia) e pelo Swiss Institute for Nuclear Research.

Na Universidade de Oxford (Inglaterra) realizou um pós-doutoramento em Modelação Molecular e foi durante muitos anos directora associada do National Foundation for Cancer Research Centre for Computational Drug Discovery da Universidade de Oxford.

Maria João Ramos é ainda membro do comité internacional de coordenação do mestrado e do doutoramento europeus em Química Teórica e Modelação Computacional, integrado no programa Erasmus Mundus, do qual faz parte a própria Universidade de Estocolmo.

Entre os homenageados encontram-se também, entre outros, Eleanor Sharpston, do Tribunal de Justiça da União Europeia, e o filósofo francês François Recanati.

 

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