60% do material utilizado no fabrico de roupas é constituído por poliéster, nylon, acrílico e outras fibras sintéticas. Durante...

Que os microplásticos estão quase por todo o lado, contaminando o meio ambiente, já todos sabemos. A novidade é que também as roupas que usamos estão repletas destes materiais prejudiciais.

Poliéster, nylon, acrílico e outras fibras sintéticas – todas estas são formas de plástico – representam cerca de 60% do material utilizado no fabrico de roupas. As fibras de plástico sintético são baratas e extremamente versáteis, permitindo a elasticidade, respirabilidade e conforto adequado às diferentes estações do ano.

Como os microplásticos são tão pequenos ainda é difícil obter valores precisos deste impacto no meio ambiente. Contudo, um relatório da União Internacional para a Conservação da Natureza de 2017 estimou que cerca de 35% dos microplásticos que entram no oceano vêm através dos têxteis sintéticos. O relatório, citado pelo site ”Vox”, também destaca este como um problema global: os têxteis sintéticos são mais comuns nos países em desenvolvimento, que muitas vezes não têm instalações robustas de tratamento de águas residuais para filtrá-los.

 

Novo modelo de funcionamento
O Governo criou um grupo de trabalho para propor um modelo de funcionamento dos blocos operatórios dos hospitais do SNS que...

Um despacho da secretária de Estado da Saúde publicado hoje em Diário da República indica que o objetivo é que o grupo de trabalho proponha um modelo de funcionamento que assegure que os hospitais do Serviço Nacional de Saúde (SNS) se possam reger por regulamentos homogéneos, visando maior rentabilidade e redução de espera para as cirurgias.

O diploma explica que em 2013 foi criado um grupo de trabalho para avaliar a situação dos blocos operatórios, que culminou com a publicação, em outubro de 2015, de um relatório sobre a capacidade de cada instituição, um trabalho que o próprio despacho refere que "não pode ser desperdiçado".

“É consensual que da capacidade instalada em blocos operatórios se poderia retirar um melhor rendimento, tratando no mesmo tempo e instalações disponíveis um muito maior número de doentes”, entende o Ministério da Saúde.

Através dos dados que estão recolhidos desde 2015, o novo grupo de trabalho deve apresentar propostas para otimizar o trabalho dos blocos operatórios, sugerindo um modelo de regulamentação e um programa de implementação.

O coordenador do grupo é o médico cirurgião José de Castro Correia da Silva, do Hospital de São João, que irá trabalhar com uma dúzia de outros médicos e enfermeiros.

O grupo de trabalho terá de apresentar um relatório final dentro de quatro meses.

 

4 investigadores recebem prémio de 15 mil euros
O Prémio L'Oréal "Mulheres na Ciência" distingue, este ano, investigadoras que estão a estudar a doença lúpus, a...

A distinção, no valor de 15 mil euros, é hoje entregue, em Lisboa, às cientistas Diana Madeira (Universidade de Aveiro), Joana Cabral (Universidade do Minho), Joana Caldeira (Universidade do Porto) e Patrícia Costa Reis (Universidade de Lisboa).

O Prémio "Mulheres na Ciência" é atribuído anualmente a jovens investigadoras, entre os 30 e os 36 anos, e financiado pela empresa de cosmética L'Oréal Portugal.

Diana Madeira quer perceber como as minhocas marinhas respondem às alterações climáticas e à poluição, enquanto Joana Cabral propõe-se trabalhar num modelo teórico capaz de explicar os mecanismos bioquímicos do cérebro que, quando alterados, estão na origem de doenças como a esquizofrenia ou depressão.

Joana Caldeira vai usar a técnica de edição genética CRISPR/Cas9 na regeneração dos discos intervertebrais, os 'amortecedores' das vértebras que, quando danificados, levam à dor lombar e Patrícia Costa Reis irá aferir se as pessoas com lúpus, doença em que o sistema imunitário ataca o próprio corpo em vez de o proteger provocando inflamação, têm um intestino mais permeável, que poderá levar à passagem de bactérias para a circulação sanguínea desregulando o sistema imunitário.

Em declarações à Lusa, a investigadora Joana Cabral, do Instituto de Investigação em Ciências da Vida e Saúde da Universidade do Minho, disse que há "sinais cerebrais" relacionados, não se sabe porquê, com diferentes doenças neurológicas e psiquiátricas, como esquizofrenia, epilepsia ou transtorno obsessivo-compulsivo.

Partindo das "dinâmicas" geradas pelas redes de neurónios (células cerebrais), a cientista propõe-se construir, a partir de algoritmos computacionais, modelos teóricos que reproduzam esses sinais cerebrais, primeiro de pessoas saudáveis.

Estes modelos serão depois comparados e validados com os dados obtidos em eletroencefalografias e ressonâncias magnéticas funcionais, exames que registam a atividade cerebral.

Posteriormente, numa outra fase, fora do âmbito da proposta de trabalho com o qual foi premiada, a ideia será "manipular" um modelo teórico genérico que possa ajudar a compreender as alterações na rede neuronal associadas a doenças neurológicas ou psiquiátricas.

Joana Caldeira, investigadora do i3S - Instituto de Investigação e Inovação em Saúde da Universidade do Porto, vai usar a técnica de edição genética CRISPR/Cas9 para, como afirmou à Lusa, "recriar um ambiente acolhedor" para as células estaminais sobreviverem num "ambiente hostil" como os 'amortecedores' das vértebras danificados e, assim, desempenharem "a sua função regenerativa".

As células estaminais são células que se diferenciam noutras e, por isso, podem substituir células que foram destruídas e regenerar tecidos com lesões.

Com a ferramenta de edição genética CRISPR/Cas9, a equipa coordenada por Joana Caldeira pretende reativar genes fetais (do feto) para potenciar melhor as terapias regenerativas com células estaminais humanas.

Segundo a cientista, a degeneração dos discos intervertebrais está ligada a alterações na 'matriz extracelular' do disco (estrutura do disco que não tem células).

Patrícia Costa Reis, pediatra do Hospital de Santa Maria e investigadora do Instituto de Medicina Molecular João Lobo Antunes, sintetizou à Lusa que vai "estudar a forma como as bactérias que habitam o intestino influenciam a atividade" da doença lúpus.

Para a professora da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa, o âmbito do seu trabalho "permite pensar no lúpus", que pode provocar lesões na pele, e "noutras doenças autoimunes de uma perspetiva diferente e procurar encontrar novas formas de controlo" destas patologias.

Investigadora no Centro de Estudos do Ambiente e do Mar da Universidade de Aveiro, Diana Madeira adiantou à Lusa que o seu grupo de trabalho vai avaliar como três gerações de poliquetas (minhocas que servem de isco aos pescadores e são alimento para muitas espécies marinhas) reagem ao aquecimento global e à poluição por metais pesados, alterando "parâmetros como crescimento, sobrevivência e reprodução", e verificar que "mecanismos moleculares explicam essas alterações".

Diana Madeira espera que o estudo, que está a ser desenvolvido em colaboração com a Universidade Nova de Lisboa e a universidade canadiana do Quebec, possa "estimar qual será a trajetória das populações" de invertebrados marinhos "numa escala de tempo mais alargada, se serão capazes ou não de sobreviver e reproduzir-se", e assim "adaptar os planos de conservação para o meio marinho" para "promover a sustentabilidade ambiental e dos recursos".

As quatro investigadoras distinguidas este ano com os Prémios L'Oréal "Mulheres na Ciência" foram selecionadas entre mais de 70 candidatas por um júri presidido pelo investigador e deputado Alexandre Quintanilha.

Presidente comenta e apela ao entendimento
O Presidente da República considerou que os sindicatos devem ter “uma preocupação acrescida” na definição das greves e no seu...

“Esta decisão do Supremo Tribunal Administrativo, por ela própria, e agora que também já posso comentá-lo, somada à posição da Procuradoria-Geral da República, leva a que no futuro haja uma preocupação acrescida da parte dos sindicatos, em termos de atuação grevista”, afirmou Marcelo Rebelo de Sousa.

O chefe de Estado, que falava à margem do lançamento do Prémio Firma & Futuro, em Carcavelos, no ‘campus’ da Nova 'School of Business & Economics', acrescentou que a preocupação deve incidir quanto “ao respeito pelos serviços mínimos e, por outro lado, relativamente também à definição da greve” e, ainda, quanto “ao financiamento da greve”.

Para o Presidente da República, decorrente da posição do Supremo Tribunal Administrativo (STA) e da Procuradoria-Geral da República, “cumpre garantir que o financiamento de greves seja assegurado pelos próprios sindicalizados e não por terceiros, na definição nos contornos da greve”.

Na sequência da ‘greve cirúrgica’ decretada por sindicatos dos enfermeiros, Marcelo Rebelo de Sousa sublinhou que importa extrair lições para o futuro em relação ao “financiamento, definição dos contornos da greve e respeito pelos serviços mínimos”.

A decisão do STA, na opinião do chefe de Estado, é “muito clara”, ao entender que o Governo atuou legalmente quando decretou a requisição civil “e não deu razão aos sindicatos”.

“Em boa hora surgiu, antes mesmo da decisão, um espírito de entendimento e de compreensão por parte dos sindicatos e da própria Ordem [dos Enfermeiros], de que é importante falar, é importante dialogar”, notou, referindo-se ao processo negocial entretanto retomado pelo Governo.

Marcelo Rebelo de Sousa salientou que “o tribunal foi muito claro ao dizer que tinha havido o não preenchimento de algumas situações daquilo que eram as exigências de serviços mínimos”.

O STA recusou dois pedidos contidos na intimação do Sindicato Democrático dos Enfermeiros (Sindepor), um dos quais para revogar a requisição civil decretada pelo Governo no âmbito da ‘greve cirúrgica’ que decorre até quinta-feira.

Em nota informativa, o STA refere que foram formulados dois pedidos - um principal e um subsidiário -, mas nenhum deles relativo à apreciação da legalidade da greve.

Segundo este tribunal superior, subjacente aos dois pedidos formulados pelo Sindepor “apenas estava a questão da legalidade da requisição civil”.

A intimação tinha sido entregue pelo Sindepor para a proteção de direitos, liberdades e garantias da classe, contestando a requisição civil decretada pelo Governo.

O Ministério da Saúde prevê retomar até aos primeiros dias de março as reuniões negociais com as estruturas sindicais dos enfermeiros.

A ‘greve cirúrgica’ foi convocada pela Associação Sindical Portuguesa dos Enfermeiros (ASPE) e pelo Sindepor em dez centros hospitalares, entre 31 de janeiro e 28 de fevereiro, depois de uma paralisação idêntica de 45 dias no final de 2018.

As duas greves foram convocadas após um movimento de enfermeiros ter lançado recolhas de fundos numa plataforma ‘online’ para financiar as paralisações, conseguindo um total de 740 mil euros.

A ASPE pediu a suspensão imediata da paralisação, mas o Sindepor decidiu mantê-la e o seu presidente iniciou na quarta-feira uma greve de fome, que terminou 48 horas mais tarde, logo após o anúncio do reinício de negociações.

Produtos carecem de prescrição médica
A canadiana Aurora Cannabis vai entrar em Portugal, após ter comprado 51% da Gaia Pharm, produtor de marijuana medicinal, por...

Portugal constitui “um mercado atrativo” devido à sua “legislação favorável aos produtores” e à “competitividade da mão-de-obra”, disse, num comunicado citado pela AFP, a Aurora Cannabis, uma das maiores produtoras mundiais de canábis.

De acordo com a mesma fonte, a filial portuguesa da Aurora Cannabis, que vai ser constituída até ao final do terceiro trimestre de 2020, pretende atingir cerca de duas toneladas de canábis, por ano, em Portugal.

“Com este novo projeto, passamos a estar presentes em 24 países, o que nos afirma, acreditamos nós, como a empresa de canábis com maior presença no mundo”, referiu, no mesmo documento, o presidente executivo da Aurora Cannabis, Terry Booth.

Com a filial portuguesa pretendemos ainda “conquistar uma quota significativa no mercado europeu, que está em rápido crescimento”, sublinhou.

A legalização do uso de canábis para fins medicinais foi aprovada em junho de 2018 e a regulamentação foi publicada em Diário da República em 15 de janeiro.

A regulamentação estabelece que o cultivo, fabrico e comércio da canábis para fins medicinais só pode ser feito depois de autorização do Infarmed, que deve ser atualizada todos os anos.

Estabelece também que os produtos à base de plantas de canábis só podem ser vendidos através de prescrição médica, e que as entidades que tiverem autorização para o cultivo, o fabrico, comercialização ou importação de medicamentos à base da planta de canábis devem renovar o pedido de autorização todos os anos.

 

Reação
O secretário de Estado da Presidência do Conselho de Ministros disse que a requisição civil na greve dos enfermeiros “não lesou...

O Governo regia assim, pela voz de Tiago Antunes, à decisão do Supremo Tribunal Administrativo (STA), que declarou a impossibilidade legal de obrigar o Governo e o Conselho de Ministros a revogar a requisição civil decretada por estas entidades na greve dos enfermeiros.

“O STA decidiu que a requisição civil, destinando-se a acautelar a efetiva realização dos serviços mínimos decretados pelo tribunal arbitral, não comprimiu o direito fundamental à greve de todos os trabalhadores”, afirmou o governante em conferência de imprensa.

Tiago Antunes sublinhou que o pedido de intimação do Sindicato Independente dos Enfermeiros de Portugal (Sindepor) foi apresentado de “modo artificioso”, uma vez que o recorrente “solicitou ao tribunal algo que este não podia decidir neste processo”.

O STA considerou que a requisição civil “apenas visou o cumprimento dos serviços mínimos que o tribunal arbitral já impusera e que o próprio sindicato não contesta e, como tal, a requisição civil não lesou os interesses defendidos pelo sindicato”, afirmou.

“Esta ação judicial não dizia respeito à licitude ou ilicitude da greve – nesse sentido a PGR já se pronunciou pela ilicitude, tanto pela forma como estava a ser realizada como pela forma como estava a ser financiada, essa decisão já está tomada num parecer do Conselho Consultivo da PGR devidamente homologado pela ministra da Saúde –, não é isso que estava em causa neste processo, o que estava em causa era o ato de requisição civil que o Governo decretou”, afirmou Tiago Antunes.

O secretário de Estado explicou que, ao reconhecer a necessidade de requisição civil, o Conselho de Ministros pretendeu apenas salvaguardar o direito à saúde dos pacientes que necessitavam de cirurgias urgentes e prioritárias e nunca pretendeu por em causa o direito fundamental à greve.

Tiago Antunes afirmou que o que o Governo pretende para o futuro é “retomar a normalidade do funcionamento dos hospitais (…) em conjunto com todos os profissionais de saúde, incluindo os enfermeiros, e por isso encontra-se já publicado no Boletim do Trabalho e do Emprego a nova estrutura da carreira de enfermagem com três categorias e também já foi anunciado pelo Ministério da Saúde que os sindicatos serão brevemente chamados para a negociação de outros aspetos relativos à situação profissional dos enfermeiros.

“Esperamos pois que com a decisão do STA estejam criadas as condições de estabilidade, de serenidade, para que as negociações possam ser concluídas com sucesso, a bem do Serviço Nacional de Saúde", concluiu o secretário de Estado.

Esfaqueado nas nádegas
O homem que, na segunda-feira, esfaqueou um médico dentro da urgência do hospital de Peniche ficou em liberdade depois de ter...

A fonte disse à agência Lusa que o suspeito foi constituído arguido e foi-lhe aplicada a medida de coação de termo de identidade e residência, baixando o caso a inquérito.

Segundo a presidente do conselho de administração do Centro Hospitalar do Oeste, Elsa Banza, na segunda-feira, quando o suspeito ia para uma consulta na urgência viu o médico cirurgião, de 60 anos, na sala de pequenas cirurgias e desferiu-lhe “três facadas na zona das nádegas”.

O crime “não foi no âmbito de uma consulta àquele doente”, esclareceu.

O médico foi transportado “com ferimentos superficiais” para a urgência de Caldas da Rainha, onde se encontra internado, mas está “estável e não está em risco de vida”.

O Centro Hospitalar do Oeste comunicou o crime à PSP, que deteve o suspeito ainda nas instalações hospitalares.

Segundo a administradora, trata-se de um doente com “patologia psiquiátrica” que recorre com frequência ao hospital de Peniche, onde conhece os profissionais de saúde e as instalações.

A Ordem dos Médicos lamentou a agressão, considerando que “este caso é o espelho da grave situação de insegurança que se vive no SNS [Serviço Nacional de Saúde] e de um clima de conflitualidade institucional que, infelizmente, é alimentado pela própria tutela e que não dignifica nem beneficia ninguém”.

O Sindicato dos Médicos da Zona Sul manifestou solidariedade para com o cirurgião, referindo que “a violência e a intimidação sobre médicos e outros profissionais de saúde no exercício da profissão são inadmissíveis” e que “as administrações devem ser responsabilizadas pela segurança dos profissionais nos locais de trabalho”.

A administradora do CHO afastou qualquer hipótese de falta de segurança naquela unidade hospitalar.

O Centro Hospitalar do Oeste integra os hospitais de Torres Vedras, Caldas da Rainha e de Peniche, e detém uma área de influência constituída pelas populações daqueles três concelhos, Óbidos, Bombarral, Cadaval e Lourinhã, e de parte dos concelhos de Alcobaça (freguesias de Alfeizerão, Benedita e São Martinho do Porto) e de Mafra (com exceção das freguesias de Malveira, Milharado, Santo Estêvão das Galés e Venda do Pinheiro).

Dor, vómitos e sangramento nas mucosas
O Ministério da Saúde brasileiro informou que o número de casos prováveis de dengue registados em janeiro deste ano aumentou...

De acordo com a página na internet do ministério, até ao dia 02 de fevereiro, o Brasil passou de 21.992 para 54.777 casos prováveis da doença, representando um aumento de 149%.

Quando à sua incidência, em 2019, os casos de dengue chegam a 26,3 por cada 100 mil habitantes.

Em relação ao número de mortes causadas pelo vírus, o país sul-americano assinalou, até ao momento, cinco mortes. Em 2018 foram notificados 23 óbitos.

De acordo com a tutela, a região sudeste do Brasil concentra 60% do total de casos registados no país em 2019, com 32.821 ocorrências. Seguem-se as regiões centro-oeste, com 10.827 casos de dengue, o norte com 5.224 casos, o nordeste com 4.105 casos e o sul com 1.800 casos.

Segundo o Ministério da Saúde, os sintomas do dengue manifestam-se através de febre alta (39° a 40°C), com início abrupto, que geralmente dura entre dois a sete dias, acompanhada de dores de cabeça, no corpo e articulações, além de prostração, fraqueza e comichão na pele.

Perda de peso, náuseas e vómitos são também comuns.

A forma grave da doença apresenta-se através de dor abdominal intensa e contínua, vómitos persistentes e sangramento nas mucosas.

Ainda de acordo com a tutela, até 02 de fevereiro, foram notificados 630 casos de infeção pelo vírus Zika em todo o país, uma redução de 18% em relação ao mesmo período de 2018, quando existiram 776 casos. A taxa de incidência da doença no Brasil é de 0,3 casos por cada 100 mil habitantes.

 

 

Advogado pondera recorrer
O advogado que representa o Sindicato Democrático dos Enfermeiros de Portugal (Sindepor) considera formalista e contraditória a...

Garcia Pereira disse à agência Lusa que a decisão é “formal e formalista”, não se pronunciando nunca sobre licitude ou ilicitude nem da greve cirúrgica dos enfermeiros nem da requisição civil decretada pelo Governo.

“A decisão é formal e formalista e contraditória nos seus próprios termos. Começa por julgar improcedentes todas as questões suscitadas e proclama que o meio processual que foi seguido (a intimação) é o meio adequado. E depois esvazia completamente a utilidade desse meio processual, de forma contraditória”, considera Garcia Pereira.

O advogado considerou que a decisão do Supremo Tribunal Administrativo indica que, estando em causa eventuais atos ilegais que atinjam direitos fundamentais, o Sindepor deveria intentar uma ação de anulação dos atos administrativos.

Garcia Pereira recordou que esse instrumento levaria cinco, seis ou até dez anos, na atual situação dos tribunais administrativos.

“Para que é que tinha a ordem jurídica consagrado o processo urgente de intimação se não para acautelar a proteção de um direito fundamental, quando estamos perante uma violação suscetível de causar danos irreversíveis como esta [a requisição civil à greve dos enfermeiros]”, questionou-se o advogado, em declarações à Lusa.

Garcia Pereira entende que é contraditória a decisão do tribunal, porque começa por julgar a intimação como o meio processual adequado, mas depois “esvazia completamente a utilidade desse meio processual”.

O advogado que representa o Sindepor sublinha que a decisão do tribunal “não aprecia nenhuma das questões de mérito, nem sobre a licitude da greve, nem sobre a licitude da requisição civil e nem sequer sobre o cumprimento ou incumprimento de serviços mínimos".

O não cumprimento de serviços mínimos foi a razão invocada pelo Governo para avançar com uma requisição civil aos enfermeiros em greve nos blocos operatórios de quatro hospitais.

Segundo Garcia Pereira, a decisão do Supremo Tribunal Administrativo tem ainda “o absurdo de entender” que só no caso de incumprimento de serviços mínimos e de aplicação de sanções sobre os trabalhadores é que haveria atos a analisar no âmbito deste processo.

“Entender isto (…) representa a inutilização prática de um meio que a lei pôs à disposição dos cidadãos [a intimação]”, referiu.

O advogado indicou que ainda está a analisar se vai apresentar recurso, embora a greve termine dentro de dois dias.

“Pode haver utilidade na interposição do recurso, importando fixar uma doutrina. A ordem jurídica pôs ou não à disposição dos cidadãos o processo especial de intimação em situações como esta? Porque se não, o Governo terá descoberto a forma de liquidar todas as greves”, afirmou.

A segunda greve cirúrgica dos enfermeiros termina na quinta-feira, apesar de, na prática, os 10 hospitais onde decorre a greve já estarem a funcionar de forma regular, segundo o Ministério da Saúde.

O regresso à “normalidade” aconteceu depois da publicação em Diário da República de um segundo parecer do conselho consultivo da Procuradoria-geral da República que considerou a greve ilícita.

Nutricionistas
A Ordem dos Nutricionistas quer que a promoção da alimentação saudável esteja explicitada na nova Lei de Bases da Saúde,...

As ordens da área da Saúde foram hoje ouvidas no Parlamento pelo grupo de trabalho sobre uma nova Lei de Bases da Saúde que substitua o documento atual, de 1990.

Pela Ordem dos Nutricionistas, a bastonária Alexandra Bento entende que a nova Lei de Bases deve explicitar “as questões da promoção da saúde e da alimentação saudável”, no sentido em que compete ao Estado promover, monitorizar e avaliar uma alimentação adequada para a população.

A Ordem dos Médicos Dentistas começou por considerar que o momento atual não é o mais adequado para mudar a Lei de Bases da Saúde, por ser o último ano de legislatura e com atos eleitorais previstos.

“Não é por ser uma lei antiga que precisa ou não de ser mudada. É uma lei que tem correspondido às expectativas da sociedade portuguesa. Este não parece o momento adequado para alterar, a não ser que haja um consenso muito grande de todos os partidos e da sociedade civil”, defendeu o bastonário Orlando Monteiro da Silva.

Em relação a propostas, a Ordem dos Médicos Dentistas considera que os subsistemas de saúde, os seguros e os planos de saúde “não estão suficientemente abordados em nenhum dos projetos”.

Para o bastonário dos Dentistas, “há aspetos fundamentais que nenhum dos projetos” para a nova Lei de Bases contempla, como a questão da ADSE.

“Esta Lei de Bases não é uma lei do Serviço Nacional de Saúde, vai além disso”, recordou Orlando Monteiro da Silva.

Para os médicos dentistas, a Lei de Bases deve ainda contemplar questões sobre a publicidade em saúde e sobre a difusão de informação sobre saúde.

“Não é matéria assim tão específica ou setorial e também não está em nenhum dos projetos”, defendeu o bastonário.

A ideia é combater a indução artificial de procura, a publicidade enganosa e as técnicas pseudoinovadoras e sem base científica.

Ao contrário da Ordem dos Dentistas, a Ordem dos Psicólogos considera "que chegou o momento de uma nova Lei de Bases" no setor, dado que "muita coisa mudou" e que "novas áreas surgiram".

Isabel Trindade, dirigente da Ordem dos Psicólogos, lembrou que só o Serviço Nacional de Saúde pode garantir a igualdade no acesso aos cuidados de saúde, sugerindo ainda que a nova Lei de Bases define que a saúde deve ser transversal a todas as políticas.

Também a Ordem dos Farmacêuticos foi hoje ouvida no parlamento, tendo defendido que a nova Lei de Bases coloque os direitos sociais como uma das prioridades da lei da estratégia orçamental, com objetivos de bem-estar, além dos objetivos financeiros e económicos.

Os farmacêuticos sugerem ainda que a nova Lei tenha um ponto específico para a genética humana, estabelecendo princípios a respeitar em termos de realização de testes genéticos preditivos, de rastreios genéticos ou de terapia génica.

A Ordem dos Biólogos defendeu um incremento da promoção da saúde e prevenção da doença na futura Lei de Bases da Saúde e sugeriu também que a “especificidade das doenças raras” justifica uma menção específica.

Também presente na audição às ordens da Saúde, o bastonário dos Médicos optou por deixar os contributos da Ordem num documento escrito, criticando os cinco minutos atribuídos para apresentar sugestões sobre a Lei de Bases.

A deputada coordenadora do grupo de trabalho, Carla Cruz, assumiu que inicialmente tinha sido atribuído a cada Ordem cinco minutos para apresentação de propostas e ideias, mas que hoje no início da reunião todos os grupos parlamentares decidiram aumentar o tempo para 10 minutos.

Ainda assim, o bastonário da Ordem dos Médicos, Miguel Guimarães, optou por não apresentar as sugestões ou comentários oralmente, deixando aos deputados um documento escrito.

Contudo, o bastonário sublinhou que a Lei de Bases que ainda está em vigor “não impede que o Governo e a Assembleia da República possam investir mais no Serviço Nacional de Saúde” e aumentar a capacidade de resposta do serviço público.

Foi ainda ouvida a Ordem dos Veterinários, que remeterá as suas propostas num documento escrito. A Ordem dos Enfermeiros não enviou qualquer representante à audição, mas fez chegar aos deputados um documento escrito.

Sobre a escassez de tempo para as audições dos representantes dos profissionais, vários deputados de diferentes grupos parlamentares lembraram que o grupo de trabalho sobre a Lei de Bases terá de ouvir largas dezenas de entidades.

“Este exercício pode não ser o ótimo, mas é o exequível. E não é nenhum desrespeito para com ninguém”, afirmou a deputada do CDS, Isabel Galriça Neto, que é também médica de profissão.

O grupo de trabalho vai tentar recolher contributos para uma nova Lei de Bases da Saúde, que substitua a de 1990, estando em cima da mesa cinco propostas: do Governo, do Bloco de Esquerda, do PCP, PSD e CDS, todos em análise em especialidade parlamentar.

Greve cirúrgica
O Supremo Tribunal Administrativo (STA) declarou a sua impossibilidade legal de obrigar o Governo e o conselho de Ministros a...

O STA recusou dois pedidos contidos na intimação do Sindicato Democrático dos Enfermeiros (Sindepor), um dos quais para revogar a requisição civil decretada pelo Governo no âmbito da “greve cirúrgica” que decorre até amanhã.

Em nota informativa, o STA refere que foram formulados dois pedidos - um principal e um subsidiário -, mas nenhum deles relativo à apreciação da legalidade da greve.

Segundo este tribunal superior, subjacente aos dois pedidos formulados pelo Sindepor “apenas estava a questão da legalidade da requisição civil”.

Esclarece que com o pedido principal pretendia-se condenar o Governo, o Conselho de Ministros e o Ministério da Saúde à conduta positiva de revogação do ato administrativo da Resolução de Conselho de Ministros da Portaria de 07 de fevereiro que ordenou a requisição civil.

Com o pedido subsidiário, segundo o STA, “pretendia-se condenar o Governo/Conselho de Ministros e o Ministério da Saúde à conduta negativa de abstenção de quaisquer atos de execução daquelas resolução e portaria” relativa à requisição civil.

Quanto ao primeiro pedido, o STA justifica que “a sua improcedência deveu-se à impossibilidade legal (…) de condenar aquelas entidades à revogação dos atos administrativos contidos na Resolução de Conselho de Ministros” e na portaria.

Quanto ao segundo pedido (subsidiário), o STA explica que “a sua improcedência deveu-se, fundamentalmente, à circunstância de o pedido de condenação à não execução daquelas resolução e portaria [requisição civil] ser inócuo para efeitos de tutela efetiva em tempo útil do direito à greve”.

Assim, concluiu o STA, “ambos os pedidos [do sindicato] foram julgados improcedentes”.

A intimação tinha sido entregue pelo Sindepor para a proteção de direitos, liberdades e garantias da classe, contestando a requisição civil decretada pelo Governo.

O Sindepor considerou na altura que a requisição civil, publicada em Diário da República a 08 de fevereiro pelo Governo em quatro dos dez hospitais onde decorre a greve dos enfermeiros até 28 de fevereiro, alegando incumprimento da prestação de serviços mínimos, era “ilegal e inconstitucional”.

De acordo com o advogado do sindicato, Garcia Pereira, a sustentação apresentada pelo Governo para aprovar a requisição civil era “genérica e abstrata”, referindo apenas que houve incumprimento dos serviços mínimos, mas “sem precisar” os factos.

O Governo apresentou depois a sua defesa e, na altura, disse ter entregado ao tribunal "fundamentos comprovados" de cirurgias prioritárias adiadas durante os serviços mínimos.

O Ministério da Saúde prevê retomar até aos primeiros dias de março as reuniões negociais com as estruturas sindicais dos enfermeiros.

A ministra da Saúde, Marta Temido, afirmou, no entanto, que a discussão sobre a carreira de enfermagem terminou, estando para publicação em Boletim do Trabalho e do Emprego, mas que há outros temas para serem discutidos e tratados.

A “greve cirúrgica” foi convocada pela Associação Sindical Portuguesa dos Enfermeiros (ASPE) e pelo Sindepor em dez centros hospitalares, entre 31 de janeiro e 28 de fevereiro, depois de uma paralisação idêntica de 45 dias no final de 2018.

As duas greves foram convocadas após um movimento de enfermeiros ter lançado recolhas de fundos numa plataforma ‘online’ para financiar as paralisações, conseguindo um total de 740 mil euros.

Os principais pontos de discórdia são o descongelamento das progressões na carreira e o aumento do salário base dos enfermeiros.

A requisição civil foi contestada pelo Sindepor no Supremo Tribunal Administrativo.

O Conselho Consultivo da Procuradoria-Geral da República considerou por sua vez que a greve é ilícita, um parecer que foi de imediato homologado pela ministra da Saúde, ordenando a marcação de faltas injustificadas aos enfermeiros em greve a partir de 19 de fevereiro.

A ASPE pediu a suspensão imediata da paralisação, mas o Sindepor decidiu mantê-la e o seu presidente iniciou na quarta-feira uma greve de fome, que terminou 48 horas mais tarde, logo após o anúncio do reinício de negociações.

600 mil portugueses têm uma doença sem tratamento
Sete associações de doenças raras vão juntar-se numa organização que represente todas as associações de doentes, o que...

Em declarações à agência Lusa, um representante da comissão instaladora esclareceu que o objetivo é fazer a unificação da representação nacional das associações de doenças raras.

“É uma associação de associações e a razão é muito simples: é como se tivéssemos um pai e uma mãe, ambos a puxarem a educação de um lado para o outro. A resposta que passa para os filhos não é consistente”, começou por explicar Diogo Lopes, da Associação Portuguesa de Charcot-Marie-Tooth.

Acrescentou que as várias associações querem, por isso, constituir-se numa única associação que consiga passar uma “mensagem forte, sólida e que seja de facto representativa de toda a gente e que não seja incoerente”.

Diogo Lopes frisou que essa ausência de consistência e de união tem feito com que “o discurso seja muito pouco representativo a nível europeu” e que a presença de Portugal no seio das várias associações de doenças raras seja “muito fraca”.

“Com as associações todas do mesmo lado, a força de facto está nos números e conseguimos ter os nossos privilégios muito mais bem assegurados”, frisou.

A constituição desta associação está ainda na fase inicial e junta para já sete associações - a Associação Portuguesa de Charcot-Marie-Tooth, a Associação Portuguesa de Neuromusculares, a Associação Spina Bífida e Hidrocefalia de Portugal, a Associação Portuguesa de Neurofibromatose, a Associação Pseudoxantoma Elástico, a Sociedade Portuguesa de Esclerose Múltipla e a Associação Nacional de Pais e Amigos de Rept - além da Aliança Portuguesa de Associações das Doenças Raras e da Fedra – Federação das Doenças Raras de Portugal.

De acordo com Diogo Lopes, esta é, para já, apenas uma lista provisória das associações que decidiram juntar-se nesta intenção e que fazem parte da comissão instaladora, não sendo a lista final de associações.

A apresentação pública vai acontecer na quinta-feira, quando se assinala o Dia Mundial das Doenças Raras, no decorrer de uma conferência no Instituto de Saúde Pública Dr. Ricardo Jorge (INSA), em Lisboa, sendo expectável que a associação nacional esteja pronta e a funcionar em 2020.

O responsável admitiu que o objetivo é conseguir juntar todas as cerca de 50 associações portuguesas de doenças raras para falarem “numa única voz”.

“Para que possamos representar essa mesma voz a nível europeu”, sublinhou.

Estima-se que uma em cada duas mil pessoas tenha uma das seis mil doenças raras existentes, o que representa cerca de 300 milhões de pessoas em todo o mundo, 30 milhões dos quais na Europa.

Em Portugal, calcula-se que haja cerca de 600 mil doentes, para os quais não existe, normalmente, qualquer tratamento.

Diz estudo
Investigadores das universidades de Oxford e Southampton avaliaram cerca de 64 multivitamínicos e chegaram à conclusão que...

Para o Royal College of Paediatrics and Child Health, devemos todos ficar preocupados com estas conclusões, uma vez que uma grande percentagem de pais está a ser “enganada” ao confiar em determinados produtos. E apela para que se confirme sempre a dosagem nos rótulos

De acordo com os investigadores, de um modo geral os multivitamínicos apresentam doses mais baixas de vitamina D quando comparados com os suplementos desta vitamina. No entanto, referem que apesar de muitos produtos serem indicados para a boa manutenção da saúde dos ossos, alguns apresentam doses baixas deste nutriente.

Para obter a dose correta de vitamina D com estes produtos multivitamínicos, “as crianças teriam de ultrapassar as doses diárias recomendadas, o que poderia aumentar o risco de toxicidade de outros nutrientes, ou teriam de tomar uma combinação de vitamina D e multivitaminas, o que representaria um custo adicional”, dizem os investigadores.

“Estes produtos estão a levar os pais ao engano, uma vez que pensam que estão a proteger os seus filhos contra raquitismo, problemas de crescimento e músculos fracos”, afirma Benjamin Jacob reforçando a necessidade de confirmar a correta dosagem nos rótulos.

 

 

Embalagens devem ser recicláveis ou reutilizáveis
A Federação das Indústrias Portuguesas Agro-Alimentares assinou um acordo com a Agência Portuguesa do Ambiente para definir...

O compromisso assinado entre a Federação das Indústrias Portuguesas Agro-Alimentares (FIPA) e a Agência Portuguesa do Ambiente (APA) estabelece que todas as empresas do ramo alimentar e das bebidas associadas façam um uso mais eficiente do plástico.

A parceria visa a cooperação e colaboração na promoção do uso responsável deste material e na definição de medidas concretas, tendo sido assinada à margem da conferência “Live(ing) with less plastic”, que se realizou na passada sexta-feira, em Lisboa. A Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição (APED) já se tinha juntado a esta iniciativa de economia circular.

Até 2030, todas as embalagens de plástico no mercado europeu devem ser facilmente recicláveis ou reutilizáveis e, em Portugal, a ‘guerra’ contra este material vai ter implicações ainda mais cedo. A federação garante que “procurará assim promover a adesão a este acordo de empresas do setor da indústria alimentar e das bebidas, suas associadas, que se comprometam com a adoção de medidas necessárias para alcançar estes objetivos”.

O presidente da FIPA afirma que os seus associados estão “comprometidos com este objetivo”. “Há um caminho claro no sentido de assegurar que, até 2030, todas as embalagens de plástico colocadas no mercado da União Europeia sejam facilmente recicláveis ou reutilizáveis. Sabemos que há trabalho a fazer e queremos ter um papel ativo nesta mudança”, concluiu Jorge Tomás Henriques.

 

Três prémios Nobel confirmados entre os presentes
A 10.º edição do AIMS Meeting, o maior congresso de biomedicina, organizado por estudantes de Medicina está de regresso a...

Durante três dias, alunos e especialistas assistem a uma série de palestras, mesas redondas, workshops e competições, tendo em vista uma imersão profunda no mundo da biomedicina.

O primeiro dia será dedicado aos temas do sexo e reprodução e contará com a presença de Harald zur Hausen, médico alemão e Prémio Nobel da Medicina (2008) na sequência da descoberta do HPV como agente causador de cancro do cólo do útero. Recentemente, tem defendido a vacinação contra o HPV também para rapazes.

Entre os oradores estarão também a norte-americana Marci Bowers, ginecologista pioneira em cirurgia de redesignação sexual, sendo a primeira transexual a efetuar este tipo de cirurgia, Neil Shah, especialista a desenhar, testar e implementar soluções de saúde pública na área materno-fetal; e Jeanne Conry, ginecologista e futura presidente da Federação Internacional de Ginecologia e Obstetrícia.

O segundo dia é dedicado ao tema da imunidade, contando com Gero Hütter, hematologista alemão responsável pelo tratamento de Timothy Ray Brown, o primeiro e único doente considerado curado de HIV/SIDA.

Também Peter Agre, Prémio Nobel da Química (2003) pela descoberta de aquaporinas, fará parte do painel de oradores, bem como Pankaj Chandak, vanguardista na utilização da tecnologia de impressão 3D em transplantação renal pediátrica; Faith Osier, imunologista e investigadora queniana a desenvolver novos mecanismos para vacinas contra a malária no Heidelberg University Hospital, Alemanha; e Martin Schuijs, imunologista belga e um dos primeiros investigadores a estabelecer o mecanismo molecular protetor por parte de ambientes rurais em doenças imunomediadas.

O terceiro e último dia será dedicado aos cinco sentidos e contará com a presenta do Prémio Nobel da Medicina (2004) Aaron Ciechanover, que descobriu a degradação de proteínas mediada pela ubiquitina e que irá falar sobre medicina de precisão.

A jornada conta, ainda, com a palestra do oftalmologista britânico Andrew Bastawrous, que desenvolveu a aplicação móvel Peek que permite, através do smartphone, fazer exames oftalmológicos de baixo custo e que revolucionou o tratamento oftalmológico em países em desenvolvimento.

O dia fica completo com as participações da neurocientista e musicoterapeuta Jessica Grahn e do otorrinolaringologista Oliver Kaschke.

Haverá, ainda, lugar a I&D Talks, com Nuno Figueiredo, diretor do centro cirúrgico do Centro Champalimaud e especialista em cirurgia colorretal, e Marta Moita, investigadora de neurociência do Centro Champalimaud.

“O AIMS Meeting é mais do que um encontro para estudantes de Medicina, é um espaço onde aspirantes e especialistas podem trocar experiências e a complementar a sua formação académica. O nosso objetivo principal é inspirar os nossos participantes e aproximá-los dos profissionais de saúde que querem ser. Em 2018, tivemos 750 participantes e este ano superaremos os mil. Estamos orgulhosos por poder trazer a Portugal alguns dos mais célebres e conceituados nomes da Medicina actual”, sublinha Diogo Ferreira, coordenador geral da AIMS Meeting.

O AIMS Meeting conta na sua comissão de honra, entre outros, com o ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues, a ministra da Saúde, Marta Temido, o ministro do Ensino Superior, Tecnologia e Ciência, Manuel Heitor, o presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Fernando Medina, com a diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, e com o reitor da Universidade de Lisboa, António Cruz Serra.

Quais os riscos?
Afeta crianças, jovens e até adultos.

Em Portugal estima-se que cerca de um quarto das crianças e jovens já não passa sem a internet. O estudo realizado pelo ISPA mostra que estes passam mais de seis horas diárias ligados ao mundo digital, privilegiando os contactos online aos presenciais. Um dado preocupante, no entender de Ivone Patrão, Psicóloga e Terapeuta Familiar, autora do manual “Geração Cordão: a geração que não desliga”.

De acordo com a especialista “a internet e a rede móvel são das invenções mais fabulosas da Humanidade, com potencialidades fascinantes”, no entanto, é bom saber que também apresenta riscos.

“Tenho estudos com crianças, jovens e pais e em todos se percebe que há uma percentagem das amostras que revelam dependência da tecnologia”, afirma adiantando que um dos riscos do uso abusivo e contínuo da tecnologia é a inibição social e relacional, “o que traz repercussões a longo prazo no planeamento do projeto de vida profissional e pessoal”.

Embora considere que é bom “estar ligado”, garante que não é saudável estar dependente de “um cordão para ser alimentado a todos os níveis”.

“Se olharmos para a história há ciclos que se definem pela intensidade de experimentação de alguma novidade. As tecnologias estão a desempenhar esse papel. Neste momento, ainda estamos num crescente de ligação à tecnologia e de maior afastamento do físico, do toque, do cheiro”, explica a especialista.

Assim, há crianças e jovens que podem estar em risco, sobretudo se o seu contexto estiver associado a situações de vulnerabilidade, como é o caso de depressão ou acontecimentos de vida negativos, “caso não tenham um suporte social e familiar ajustado às suas necessidades”. Um jovem que passe 10 horas diárias a jogar online, que apresente alterações no sono ou alimentares e que não interage socialmente é, de acordo com a psicóloga, um jovem em risco.

Neste sentido, ao longo do manual, Ivone Patrão deixa algumas orientações para pais, professores e para a comunidade em geral quanto ao uso saudável da tecnologia. “De uma forma geral, diria que devemos começar a casa pela base, por isso a primeira orientação de todas é: a necessidade de se falar sobre este tema em família, na escola, na comunidade”, começa por explicar, acrescentando a necessidade de se estabelecerem pontos de concordância entre todos de modo a que sejam implementadas as mesmas regras em casa e na escola.

“É necessário diálogo e negociação entre pais, filhos e escola desde tenra idade. Se este assunto não for discutido desde cedo, já perdemos uma parte do comboio. Neste diálogo é importante a adequação das regras ao nível de desenvolvimento e idade da criança ou jovem e ao contexto familiar”, assinala referindo que é essencial compartimentar o tempo de modo a abranger todas as atividade relevantes para o bem-estar de todos. “Deve existir, em família, a possibilidade de instituir, pelo menos, um dia sem tecnologia”, dá como exemplo.

Por outro lado, a especialista alerta para a necessidade dos próprios pais saberem dar o exemplo. “O que os pais não têm consciência é que também são modelos virtuais. Ou seja: os filhos também acompanham e visualizam o comportamento online dos pais sobretudo nas redes sociais”, adverte.

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Reunião traz experiências internacionais a Aveiro
A Sociedade Portuguesa de Doenças do Movimento (SPDMov) organiza o seu congresso nacional que, sob o mote “A Clínica nas...

“Vários diagnósticos nesta área são clínicos, daí a importância deste tema”, explica Alexandre Mendes, neurologista e presidente da SPDMov e do congresso da sociedade, acrescentando que “a clínica continua a ser muito importante também para delinearmos a investigação com exames auxiliares de diagnóstico”.

A reunião acontece a 15 e 16 de março, no Hotel Curia Palace, em Aveiro, e conta com a partilha de experiências de neurologistas portugueses que estão atualmente a trabalhar em centros no estrangeiro.

O congresso tem também uma forte vertente formativa, destinada a internos de neurologia, e integra três simpósios focados nos mais recentes desenvolvimentos farmacêuticos e no tratamento das doenças do movimento com estimulação cerebral profunda, uma opção de tratamento que, quando aplicável, pode devolver ao doente muita qualidade de vida uma vez que reduz significativamente os sintomas motores da doença.

Doença de Parkinson, distonia, tremor, ataxia e doenças do movimento na criança são alguns dos temas que estarão em destaque no congresso, onde serão também atribuídos prémios aos melhores trabalhos submetidos.

Campanha da APCL apela a doação de 0,5% do seu IRS
A Associação Portuguesa Contra a Leucemia (APCL) tem a decorrer uma nova campanha de angariação de fundos através da...

“Doar 0, 5% do IRS é efetivamente simples e não são retirados quaisquer benefícios ao contribuinte ao escolher uma associação para ajudar. Todos podem contribuir para permitir que cada vez mais doentes com leucemia recebam apoio numa fase tão difícil da sua vida”, explica Manuel Abecasis, médico hematologista e presidente da APCL.

“Os fundos angariados vão permitir que a APCL continue a organizar atividades de apoio aos doentes, como workshops, apoio com bolsas de investigação para aumentar o conhecimento científico destas doenças e apoio financeiro aos doentes e famílias com menos recursos”, acrescenta o presidente.

 

Novo medicamento surge como alternativa a terapêutica intravenosa
Medicamento inovador com a substância ativa eliglustato já está disponível para uso hospitalar no tratamento da Doença de...

A Doença de Gaucher é uma doença genética hereditária rara, causada pelo défice de uma enzima (beta-glucosidase ácida) responsável por digerir uma gordura, a glicosilceramida. Não assimilada pelo organismo, esta substância acumula-se no baço, no fígado e nos ossos, impedindo-os de funcionar como deviam.

Atuando como inibidor específico da glicosilceramida sintetase, o eliglustato é um medicamento usado no tratamento da Doença de Gaucher de tipo 1, diminuindo a produção da glicosilceramida e a sua acumulação, melhorando assim o funcionamento dos órgãos.

Cristina Fraga, Hematologista responsável pela consulta de Gaucher no serviço de Hematologia do Hospital do Divino Espírito Santo da Ponta Delgada, explica: “Nos últimos 8 anos, em Portugal 6 doentes com Doença de Gaucher tiveram a oportunidade de iniciar uma terapêutica oral para a sua doença. Neste momento, outros podem ter acesso a essa opção de tratamento. Falamos de uma terapêutica de primeira linha que, para alguns doentes, irá certamente melhorar a sua qualidade de vida.”

O eliglustato, na forma de cápsulas, é a única terapêutica oral de primeira linha para o tratamento a longo-prazo de doentes adultos com a Doença de Gaucher de tipo 1 (DG1) e vem complementar outra opção terapêutica intravenosa já disponível em Portugal.

“A aprovação da comparticipação deste fármaco reforça o nosso compromisso de proporcionar uma vida melhor à comunidade de doentes de Gaucher em Portugal. Há mais de vinte anos que a Genzyme lançou o primeiro tratamento no mundo para esta doença rara. É, por isso, um grande orgulho ver os resultados concretos da nossa contínua investigação nesta área.” afirma Francisco del Val, Diretor Geral da Sanofi Portugal e General Manager para a Sanofi Genzyme.

Sobre a Doença de Gaucher

A Doença de Gaucher é uma doença genética hereditária rara, causada pelo défice de uma enzima responsável por digerir uma gordura. Estima-se que existam no mundo cerca de 10.000 doentes. Em Portugal temos aproximadamente 140 doentes identificados. 

Segundo os especialistas, esta é uma doença subdiagnosticada, devido à raridade, mas também devido aos sintomas - cansaço, dores nos ossos, sangramentos, dores de barriga - que são comuns a outras patologias.

Os órgãos do corpo mais afetados são o baço e o fígado - os dois aumentam de tamanho, "comprometendo assim o espaço na cavidade abdominal, o que pode prejudicar ou até danificar outros órgãos e causar dores abdominais". A doença afeta ainda a densidade mineral óssea; a medula óssea também é afetada, ficando com dificuldade em produzir as células do sangue, o que pode causar anemia e falta de plaquetas. 

3000 participantes no 3.º maior congresso veterinário na Península Ibérica
O XV Congresso Hospital Veterinário Montenegro registou cerca de 3000 participantes nas sessões científicas e cerca de 1200 na...

“Fomos surpreendidos por uma adesão tão grande”, explica Luís Montenegro, diretor clínico do Hospital de Referência Veterinária Montenegro e um dos organizadores do congresso. “Talvez porque a causa seja tão nobre, porque as pessoas têm cada vez mais consciência para os problemas da causa animal”, salienta.

Luís Montenegro destaca que “os veterinários fazem parte da sociedade e é seu papel sensibilizá-la para que o bem-estar animal seja cada vez mais assegurado. É nosso papel, como veterinários, continuar a divulgar, incentivar esta proteção do bem-estar animal”.

Fazendo um balanço muito positivo de um congresso “onde foi possível debater os temas mais recentes do campo da dermatologia, ouvir alguns dos maiores especialistas nesta área da medicina veterinária”, disse acreditar “que foram dois dias de troca de experiências e que se constituiu como uma mais-valia para os profissionais do setor que participaram no congresso”, sustenta Luís Montenegro.

Um sucesso foi igualmente a Sala de Primeiros Socorros, que registou um número recorde de bombeiros participantes nesta formação. O diretor clínico do Hospital de Referência Veterinária Montenegro adianta que “tínhamos previsto 200 bombeiros na formação, mas durante o congresso apareceram mais algumas dezenas, o que revela, também aqui, uma crescente preocupação com uma área de socorro até aqui muito negligenciada”.

O congresso irá regressar em 2020, mas o tema ainda não está decidido. “Vamos reunir com os nossos parceiros, ouvir os especialistas, refletir e chegar a conclusões sobre o que fazer no próximo ano. Sem precipitações”, frisa.

 

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