Unidade de Cuidados na Comunidade
A Administração Regional de Saúde (ARS) Norte e a Câmara de Santa Maria da Feira inauguram amanhã em Fiães uma Unidade de...

Em comunicado, a ARS Norte reconhece que a renovação desse equipamento vem satisfazer "inquietudes durante vários anos justamente manifestadas" pela população local e coloca agora ao seu serviço "um médico, oito enfermeiros especialistas, duas assistentes técnicas, duas psicólogas, duas assistentes sociais, um fisioterapeuta, um nutricionista e um terapeuta ocupacional".

A ARS acrescenta que a renovada Unidade de Cuidados na Comunidade "também vai servir de apoio às equipas de trabalho no domicílio" e contemplar serviços como a promoção da saúde escolar, mental e reprodutiva, o apoio a famílias e grupos vulneráveis e a assistência em cuidados continuados integrados - entre outros trabalhos "que poderão ser desenvolvidos de acordo com o Plano Local de Saúde".

Contactado pela Lusa, o presidente da Câmara da Feira confirma que a cidade de Fiães "aguardava há muito tempo" por ver renovada a sua Unidade de Cuidados na Comunidade, o que justifica que a autarquia tenha assumido os encargos com a empreitada - como a ARS Norte reconhece ao definir como "imprescindível" o envolvimento do Município e situar "em cerca de 11.000 euros o projeto de remodelação e adequação das instalações".

Emídio Sousa realça, contudo, que, independentemente do tempo de espera pela obra, a autarquia "assumiu os encargos do projeto e pagou os trabalhos de engenharia civil porque o serviço ali desenvolvido merece".

Para o autarca, "este tipo de unidade tem uma atuação diferente e muito útil", que, menos focada no tratamento da doença e mais apostada na prevenção e formação para a saúde, tem "um papel muito importante no bem-estar das pessoas".

Nesse contexto, Emídio Sousa destaca o serviço que vem sendo desenvolvido pela outra Unidade de Cuidados na Comunidade que já existe no concelho, no centro da cidade da Feira: "Ocupa-se muito da saúde das mulheres, da educação para a sexualidade e da preparação para a maternidade, e tem ainda uma prestação muito valiosa ao nível dos cuidados domiciliários".

 

Garante Marta Temido
A ministra da Saúde mostrou-se convicta de que “será possível chegar a um acordo” com os grupos privados que prestam cuidados...

“Neste momento a perspetiva que temos é de que será possível chegar a um acordo com os prestadores privados, que permita, não inviabilizando, não pondo em causa, não beliscando, aquilo que são as regularizações e o processo a elas associado”, anunciou a ministra aos deputados na Assembleia da República, em Lisboa.

Marta Temido - que respondia aos vários grupos parlamentares que levantaram esta questão durante a interpelação ao Governo requerida pelo PCP - afirmou que isto pode ser garantido “sem, de facto, colocar qualquer entrave a que novas tabelas sejam também trabalhadas e definidas, e que possam ser elas a nortear as relações financeiras entre a ADSE e os prestadores privados”.

Numa resposta direta à deputada Carla Cruz, do PCP, que falou numa chantagem por parte dos grupos privados, a ministra assegurou que o Governo não compactuará “nunca com qualquer chantagem de onde quer que ela venha”.

“A chantagem dos privados, ou a eventual chantagem de alguns operadores privados, sobre qualquer mecanismo seguro, seja ele este ou outro, será certamente algo a que nunca poderemos ceder”, disse, acrescentando que “a cartelização tem respostas próprias, tem respostas tem termos do direito da concorrência”.

A par disto, Marta Temido assegurou que o Governo irá também utilizar “todos os meios” que tem ao seu dispor, como já fez “relativamente a outros temas, para defender os beneficiários da ADSE”, o subsistema de saúde dos funcionários públicos.

A governante sustentou que o Governo relaciona-se com este instituto, "interage com o seu Conselho Diretivo, com o seu Conselho Geral e de Supervisão, e que tem tentado, com eles e num ambiente de trabalho, encontrar as melhores soluções que não se desviem daquilo que é obviamente a defesa intransigente dos interesses dos beneficiários, a defesa intransigente dos seus descontos, a defesa intransigente do seu direito de acesso e, concomitantemente manter o necessário bom senso em todo este processo”.

Marta Temido referiu também que “um dos aspetos que esta tutela dupla das Finanças e do Ministério da Saúde tem sobre a ADSE” é a “melhoria da gestão da própria ADSE”.

“De qualquer forma, há algo que também temos de fazer concomitantemente e isso prende-se com a necessidade de melhor controlo da faturação, mecanismos mais eficientes de gestão dentro do próprio instituto público que é a ADSE”, reforçou.

Ministra
A ministra da Saúde, Marta Temido, reconheceu ontem que o Governo tem “uma luta sem tréguas” pela frente para melhorar o...

“Não ignoramos o que não corre bem no SNS, conhecemos o trabalho que temos pela frente. Temos uma luta sem tréguas pela melhoria do cumprimento dos tempos máximos de resposta garantidos no SNS, pela melhoria da eficiência e pela melhoria da gestão e esta é, seguramente, a melhor forma de proteger os mais frágeis”, afirmou Marta Temido no início da interpelação ao Governo, requerida pelo PCP, sobre política de saúde, no parlamento.

No debate, em resposta aos deputados, a ministra afirmou que "há muitas situações no Serviço Nacional de Saúde que não correm bem em termos de tempos de espera". Contudo, "houve uma melhoria nesta legislatura no cumprimento dos tempos máximos de resposta relativamente às consultas muito prioritárias e prioritárias".

Segundo Marta Temido, foi nas consultas com prioridade normal que "o progresso não se registou e houve mesmo algum retrocesso".

Mas "isso não invalida que para que cada caso negativo que os senhores deputados fazem o favor de citar nestas ocasiões, não haja um caso positivo. Há um longo caminho para fazer nestas matérias, é evidente, está à vista, mas não é desinvestindo no SNS ou atacando que vamos conseguir fazê-lo", frisou.

Marta Temido sublinhou que no ano em que o SNS faz 40 anos e “num momento em que se levantam vozes que pretendem fazer crer que o SNS está pior do que estava no início da legislatura”, ia focar-se “num tema central do Programa do Governo e da proposta de Lei de Bases da Saúde – as pessoas”.

“A prioridade às pessoas e as políticas de Saúde centradas nas pessoas, as pessoas que fazem o SNS, os seus recursos humanos, e as pessoas que justificam a existência do SNS, os seus utentes”, frisou.

A este propósito, disse que, em 2018, o SNS atingiu o maior número de trabalhadores da sua história: 128.445.

“Ao contrário do que sucedeu entre dezembro de 2011 e novembro de 2015, em que o SNS perdeu 2.850 trabalhadores, entre essa data e 31 de dezembro de 2018, o SNS ganhou 8.800 trabalhadores”, apontou.

Destes, cerca de 1.850 são médicos especialistas, 4.000 são enfermeiros e 540 são técnicos superiores de diagnóstico e terapêutica.

“O SNS tem hoje mais efetivos nestes três grupos profissionais do que tinha em dezembro de 2010, antes do início do Programa de Assistência Económica e Financeira”, indicou.

Por outro lado, os 128.445 trabalhadores deixaram de ter reduções dos salários e das majorações por trabalho suplementar e horas incómodas, deixaram de ter um período de trabalho de 40 horas semanais, deixaram de ter as suas carreiras congeladas.

“Já este ano, o Governo concluiu a negociação das carreiras de enfermagem que, agora e por 30 dias, se encontram em consulta pública, e decidiu contratar mais 850 enfermeiros e assistentes operacionais para o SNS”, adiantou.

Segundo a ministra, estas escolhas tiveram um custo, representando 47% do adicional de 1.400 milhões de euros com que, desde o início da legislatura, o Governo decidiu reforçar o orçamento do SNS.

Contudo, salientou, o Governo “não pode esgotar toda a capacidade de investimento de que dispõe (e que resulta da capacidade coletiva de gerar riqueza) nestes 128.445 trabalhadores. Sobretudo, não pode fazê-lo no tempo de uma única legislatura”.

A ministra anunciou ainda que irão ser realizados, em março, protocolos de autorregulação com a indústria para a redução de sal, açúcar e gorduras trans em certo tipo de alimentos.

“Trabalhámos e continuamos a trabalhar na promoção de estilos de vida saudáveis, na certeza de que este é, no longo prazo, um dos melhores investimentos para a redução da mortalidade prematura e o aumento da esperança de vida saudável aos 65 anos”, porque “acreditamos na saúde em todas as políticas e no compromisso de todos os agentes sociais e económicos”, afirmou.

Durante o debate, a ministra falou também nos técnicos superiores de diagnóstico e terapêutica e avançou que o Governo conta "abrir um concurso ainda no próximo mês de março de forma a garantir a progressão na carreira".

Para dia 8 de março está marcada uma marcha
Mais de 5.000 cirurgias foram adiadas na segunda greve dos enfermeiros em blocos operatórios, paralisação que hoje termina e...

Esta segunda paralisação decorreu em sete centros hospitalares entre final de janeiro e hoje, tendo sido alargada a mais três hospitais a partir de 8 de fevereiro.

A greve arrancou depois de dois sindicatos de enfermeiros terem terminado as reuniões negociais com o Governo sem consenso, sobretudo na questão do descongelamento das progressões da carreira, no aumento do salário base e respetivas progressões e na antecipação da idade da reforma.

Tratou-se da segunda greve cirúrgica marcada pelo Sindicato Democrático dos Enfermeiros (Sindepor) e pela Associação Sindical Portuguesa dos Enfermeiros (ASPE), depois de uma paralisação idêntica que, no fim do ano passado, durou quase mês e meio e levou ao adiamento de mais de 7.500 cirurgias em cinco hospitais, com custos superiores a 12 milhões de euros para as unidades de saúde.

O caráter inédito destas greves não foi apenas a sua duração prolongada, mas também o facto de um movimento de enfermeiros – o Movimento Greve Cirúrgica – ter lançado na internet um fundo de recolha solidário para financiar os grevistas, que angariou um total superior a 700 mil euros.

Dúvidas foram sendo lançadas sobre esta forma de recolher apoio financeiro para a greve, mas até ao momento ainda nenhuma investigação ou prova foi apresentada a sustentar suspeições de que entidades privadas poderiam estar a financiar a paralisação.

O Governo tentou travar a greve cirúrgica de várias formas, tendo desde sempre considerado que era uma forma de luta extrema e até cruel.

Primeiro, no dia 7 de fevereiro, decretou em Conselho de Ministros uma requisição civil que abrangia quatro centros hospitalares, alegando que estariam a ser violados serviços mínimos.

Os sindicatos que convocaram a greve sempre rejeitaram o incumprimento de serviços mínimos, acusando até os hospitais de manipular as cirurgias abrangidas nos serviços mínimos.

Mais além do que acusações, o Sindepor respondeu à providência cautelar imposta com a apresentar de uma intimação para contestar a medida do Governo.

Na defesa contra essa intimação, o Governo afirma que os serviços mínimos foram desrespeitados em cerca de 450 cirurgias em quatro centros hospitalares e cita alguns exemplos, estando entre eles doentes com cancro.

Na terça-feira, dois dias antes do término da greve, o Supremo Tribunal Administrativo recusava os pedidos do Sindepor, mas não se pronunciava nem sobre a licitude da greve nem sobre a adequação da requisição civil.

Contudo, mesmo antes desta decisão, a greve que hoje termina oficialmente já tinha perdido o seu efeito prático.

No dia 15 de fevereiro, uma sexta-feira ao fim do dia, o Ministério da Saúde anuncia que um parecer do conselho consultivo da Procuradoria-geral da República (PGR) considera a paralisação ilícita.

Na segunda-feira, o parecer era publicado em Diário da República, o que fazia incorrer os enfermeiros que continuassem a fazer greve em faltas injustificadas e até em eventuais processos disciplinar.

Um dos sindicatos, a ASPE, decidiu suspender a greve, mas o Sindepor manteve-a, mas disponibilizou aos enfermeiros uma minuta que deviam entregar nos serviços a indicar que iriam trabalhar, mas sentindo-se coagidos.

O Sindepor encarou a postura do Governo como um ataque a um direito constitucional, que é direito à greve, o que levou o presidente do sindicato a entrar em greve de fome.

A greve de fome durou, contudo, apenas cerca de 48 horas, tendo Carlos Ramalho terminado o seu protesto junto ao Palácio de Belém, depois de receber um telefonema da ministra da Saúde a garantir que iriam ser retomadas negociações.

Para a história desta paralisação, fica ainda o corte de relações institucionais do Ministério da Saúde com a Ordem dos Enfermeiros, bem como ameaças do primeiro-ministro de que apresentaria queixa na justiça contra a bastonária Ana Rita Cavaco, alegando violação da lei que proíbe participação em atividade sindical.

Embora a greve cirúrgica chegue hoje ao fim, a luta dos enfermeiros parece longe de terminar, havendo já marcadas greves de zelo, com os profissionais a admitirem recusar horas além das obrigatórias.

Para dia 8 de março está também marcada uma marcha pela enfermagem, a decorrer em Lisboa, bem como uma greve nacional para permitir a participação dos profissionais no desfile.

Comodidade e libertação de custos
O Hospital Amato Lusitano (HAL) de Castelo Branco vai iniciar, em março, a hospitalização domiciliária, um modelo assistencial...

Em comunicado enviado à agência Lusa, o Conselho de Administração da Unidade Local de Saúde (ULS) de Castelo Branco, explica que se comprometeu a iniciar, já no mês de março, a hospitalização domiciliária.

Para o efeito, conta com a equipa de profissionais do serviço de Medicina Interna do HAL e oito camas de hospitalização domiciliária.

"Trata-se de um modelo de prestação de cuidados de saúde, capaz de disponibilizar um conjunto de cuidados médicos e de enfermagem de nível hospitalar, proporcionados por profissionais de saúde e recursos do próprio hospital, tanto em qualidade como em quantidade, aos doentes no seu domicílio, quando não precisam da infraestrutura hospitalar, mas ainda necessitam de vigilância ativa e assistência complexa", lê-se na nota.

O modelo proposto para a hospitalização domiciliária da ULS de Castelo Branco, através do Serviço de Medicina Interna, é um modelo misto assente em transferências precoces das enfermarias médicas ou cirúrgicas, do serviço de urgência e da comunidade, através de protocolos a realizar com as unidades funcionais dos Cuidados de Saúde Primários ou setor social.

Após avaliação da equipa da Unidade de Hospitalização, que verifica se o doente cumpre os requisitos de internamento, nomeadamente a voluntariedade do doente e do seu cuidador, critérios clínicos, sociais e geográficos.

Quanto à tipologia dos doentes atendidos na unidade de hospitalização domiciliária (UHD), os profissionais envolvidos tratam de doenças agudas como infeções, tromboses venosas, doenças crónicas descompensadas ou desenvolvem ações paliativas.

Segundo a ULS de Castelo Branco, as vantagens da UHD são várias e vão desde a menor incidência de infeções hospitalares, diminuindo também o desenvolvimento dos quadros confusionais agudos, maior comodidade para o doente que recebe cuidados de saúde no seu domicílio, libertação de recursos hospitalares, entre outros.

Investigação em imagiologia cerebral
Um projeto liderado por investigadores do Instituto de Ciências Nucleares Aplicadas à Saúde (ICNAS) da Universidade de Coimbra...

"É uma aquisição fundamental, que promete dotar o consórcio Centro Académico Clínico de Coimbra CHUC-UC de condições ímpares a nível nacional para a investigação em imagiologia cerebral", revelou hoje a Universidade de Coimbra (UC).

A aquisição dos dois tomógrafos PET foi financiada em 85% (4,2 milhões) pelo Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER), através do Programa Operacional Regional do Centro.

"Este investimento vai permitir à infraestrutura científica em causa e, por inerência, à região Centro, a desejável consolidação das competências técnicas e humanas instaladas na área da medicina nuclear, com importantes retornos não só de reconhecimento pelo incremento da sua participação em projetos europeus de maior dimensão e do seu relacionamento com empresas", refere a presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro (CCDRC), Ana Abrunhosa.

Um dos tomógrafos PET para estudo do cérebro ficará instalado no ICNAS e o outro no serviço de Medicina Nuclear do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC).

"A aquisição dos dois tomógrafos PET (Tomografia por Emissão de Positrões) humano, para utilização de radiofármacos de vida curta/longa e investigação básica/clínica, em parceria com o CHUC, representa uma enorme mais-valia para a Universidade de Coimbra", reconhecem os investigadores.

O projeto BIN - Infraestrutura Central da Rede Nacional de Imagiologia Funcional Cerebral é liderado por investigadores da Universidade de Coimbra (UC) e está sediado no ICNAS.

Miguel Castelo-Branco, investigador responsável do projeto, destaca o "enorme volume de dados de investigação básica e clínica" que os novos dispositivos permitirão reunir e analisar", acrescentando que "poucas infraestruturas deste género reúnem esta diversidade e complementaridade em termos de imagiologia cerebral (Ressonância Magnética e PET - Tomografia de Emissão de Positrões)", mesmo a nível internacional.

"A liderança da Universidade de Coimbra na imagiologia médica, com particular ênfase na medicina nuclear, é cada vez mais marcada. A ligação entre a UC e o CHUC dá cada vez mais frutos, não apenas a um nível local ou nacional, mas, sim, de forma a reforçar uma estrutura internacionalmente competitiva em termos de investigação base e de translação clínica", sublinha o reitor da UC, João Gabriel Silva.

Também o presidente do Conselho de Administração do CHUC, Fernando Regateiro, destaca a importância da aquisição do equipamento, dizendo que vai "melhorar muito a capacidade de resposta do hospital, no âmbito da imagem funcional".

A Rede Nacional de Imagiologia Funcional Cerebral é um projeto que tem como objetivo principal viabilizar o acesso da comunidade científica nacional a equipamentos de nível avançado para o estudo destes temas e tem a sua infraestrutura central instalada na Universidade de Coimbra.

Obtenção fraudulenta de comparticipações do SNS
O Tribunal da Relação do Porto (TRP) confirmou a condenação a penas suspensas de um médico e um delegado de informação médica...

Os dois arguidos foram condenados em junho de 2018, no Tribunal de São João Novo, no Porto, a três anos e dez meses de prisão, suspensa na sua execução, pelos crimes de falsificação de documento e burla qualificada.

A suspensão da pena ficou condicionada ao pagamento de 38 mil euros, cada um, ao Serviço Nacional de Saúde (SNS).

A mesma pena foi aplicada a uma farmacêutica, que era coarguida no processo. O coletivo de juízes condenou ainda a farmácia, da qual esta arguida era diretora técnica, a uma multa de dez mil euros.

Os factos que o tribunal considerou provados remontam ao período de outubro de 2011 a setembro de 2012 e tiveram por base a exploração de uma farmácia sita na Vila das Aves que a arguida, farmacêutica, geria.

O tribunal deu como provado que os três arguidos puseram em execução um esquema que se traduziu na obtenção fraudulenta de comparticipações do SNS.

Para tal, realizaram operações simuladas de vendas de medicamentos, faturando-as ao SNS como se os utentes tivessem realmente adquirido os medicamentos, assim obtendo cerca de 114 mil euros em comparticipações que lhes não eram devidas.

 

 

Aposta na qualidade dos cuidados de saúde
O serviço de Cirurgia Geral do Centro Hospitalar Universitário Cova da Beira realizou ontem, em parceria com a Olympus e a...

Este evento teve como formador convidado, o Professor Ramón Cantero, médico especialista em Cirurgia Geral no Hospital Universitário de La Paz em Madrid, reconhecido impulsionador de diversas técnicas inovadoras na área da coloproctologia, sendo mesmo, considerado em Espanha, como o médico mais experiente na área da cirurgia minimamente invasiva endoscópica transanal.

Sob a sua direção foram realizadas duas cirurgias, uma por via transanal para remoção de uma lesão do recto e outra por via laparoscópica, para tratamento de neoplasia maligna do cólon transverso. Estes procedimentos, com recurso a tecnologias minimamente invasivas, permitem aos doentes uma recuperação com menos dor, um período de internamento mais curto e um retorno à atividade diária mais precoce.

Estiveram presentes na assistência e participaram na discussão dos casos clínicos, afectos às duas cirurgias realizadas, o corpo clínico do serviço de Cirurgia Geral e Internos de formação geral e específica do CHUCB, bem como alunos de Medicina da FCS-UBI e ainda cirurgiões da ULS de Castelo Branco.

Desta forma, o serviço de Cirurgia Geral do Centro Hospitalar Universitário Cova da Beira pretende continuar a apostar num processo formativo de qualidade, que permita oferecer à população cuidados de saúde de excelência.

 

 

36,7% da população portuguesa sofre com dor crónica
A Plataforma de Impacto Social da Dor na Sociedade Portuguesa (SIP Portugal) vai promover uma reunião aberta, no próximo dia 18...

“Essa reunião tem como objetivo promover o diálogo para a necessidade do desenvolvimento de medidas de atuação que possam combater os principais problemas relacionados com as pessoas com dor crónica, em contexto laboral/profissional”, explica a médica Ana Pedro, presidente da Associação Portuguesa para o Estudo da Dor e Coordenadora da SIP Portugal.

Em Portugal, a prevalência da dor crónica, é estimada em 36,7 por cento.  A reforma antecipada, o absentismo laboral, as mudanças de emprego e as pensões por incapacidade são consequências frequentes da dor crónica e da incapacidade associada.

“Mais do que desenvolver estratégias de atuação queremos ter uma intervenção efetiva e promover a implementação, a curto prazo, de medidas integradas e inclusivas para as pessoas com dor crónica”, conclui Ana Pedro.

Na reunião, que contará com todos os elementos da SIP Portugal, será apresentado um documento com recomendações para a ação, com caráter de urgência.

A SIP Portugal reúne um grupo heterogéneo e informal constituído por representantes nacionais de organizações, sociedades científicas e associações de doentes com interesse no impacto social da dor. O seu valor acrescentado traduz-se na possibilidade de diálogo entre todos os intervenientes envolvidos, por forma a falarem a uma só voz, garantindo uma maior consciencialização do impacto social da dor e a promoção de políticas orientadas no sentido de diminuir este impacto.

 Em Portugal, os objetivos desta Plataforma estão, neste momento, centrados no emprego e na educação. 

Em vista a sustentabilidade financeira
O Governo aprovou um reforço de 282 milhões de euros para reduzir as dívidas dos hospitais do Serviço Nacional de Saúde (SNS),...

O Ministério da Saúde adianta, em comunicado, que “a verba se destina ao pagamento de dívidas em atraso a mais de 90 dias de 21 hospitais EPE [Entidade Pública Empresarial]”.

Visa ainda “o reforço da autonomia de gestão, possibilitando a estas instituições envidar esforços para alcançar uma maior sustentabilidade financeira”.

Segundo a tutela, os primeiros 100 milhões de euros, correspondentes a 30% da entrada de capital, ficam disponíveis para utilização imediata, sendo os 70% restantes distribuídos faseadamente.

A partir de abril, apenas serão beneficiadas as entidades cujo Plano de Atividades e Orçamento de 2019 tenha sido previamente submetido e validado pela Administração Regional de Saúde da respetiva área geográfica, refere o comunicado do gabinete do secretário de Estado Adjunto e da Saúde, Francisco Ramos.

“O Governo pretende assim que o Orçamento do Estado de 2019, que foi objeto de um reforço substancial face a 2018 no que se refere às EPE do setor da saúde, constitua fonte de financiamento suficiente para assegurar a prestação de cuidados de saúde aos cidadãos sem prejuízo na qualidade assistencial”, adianta.

O Ministério recorda que os reforços de capital estatutário e de financiamento dos Hospitais EPE permitiram alcançar, no final de 2018, um valor de pagamentos em atraso de 486 milhões de euros, conduzindo a uma melhoria de todos os indicadores da dívida do SNS.

“O Governo mantém assim uma trajetória de sustentabilidade nos hospitais com vista à eliminação dos pagamentos em atraso até 2020”, acrescenta.

 

Administração
O hospital de Viseu vai, a partir do final do dia de hoje, desativar as medidas adicionais que foram tomadas para controlar a...

O anúncio foi feito hoje, em conferência de imprensa, pela diretora clínica do Centro Hospitalar Tondela Viseu, Helena Pinho, segundo a qual, com as medidas tomadas, “a gripe baixou significativamente”.

Desde 09 de fevereiro que, devido ao aumento do número de casos de gripe, passou a ser permitida apenas a presença do acompanhante e de uma visita por doente e por turno de visita.

Neste período, o conselho de administração verificou que as infeções associadas aos cuidados de saúde diminuíram e, através de um inquérito feito a doentes internados e a profissionais, ficou a saber que estes eram “favoráveis à permanência apenas de um acompanhante e de uma visita ao mesmo tempo durante o período de visitas”.

Por isso, a partir de quinta-feira, continuará a haver restrição, podendo estar junto do doente o acompanhante e mais uma visita, “mas que, ao contrário do que estava a acontecer até agora, poderá rodar”, explicou Helena Pinho.

Depois de estar com o doente, o visitante poderá ir ao balcão de informações do átrio do hospital “entregar o cartão a outra pessoa”, que poderá subir para o quarto, onde “nunca deverá estar mais do que 12 pessoas ao mesmo tempo, ou seja, os quatro doentes e um acompanhante e uma visita por cada um”, acrescentou.

Segundo a responsável, um dos hábitos que havia era visitar “todas as pessoas da aldeia” que estavam internadas, sendo os visitantes veículos de transmissão de infeções entre enfermarias.

Para evitar essa situação, cada visitante poderá estar apenas com o doente cujo nome deu no balcão e “cada enfermaria terá uma cor de cartão-de-visita”, permitindo perceber facilmente “se alguém está a fazer batota”, referiu.

O inquérito foi respondido por 257 doentes (dos 354 que estavam internados) e por 690 profissionais (de um universo de mais de dois mil), durante cinco dias consecutivos.

“Fizemo-lo logo no início, porque queríamos apanhar os doentes que tinham tido a fase de ausência total de controlo de visitas e esta fase de restrição”, justificou.

Helena Pinho contou que os doentes mais velhos referiram “cansaço e muito ruído durante o período de visitas”, as mães de recém-nascidos disseram “que não conseguiam estabelecer relação com o seu próprio filho por lá estar tanta gente ao mesmo tempo” e os profissionais admitiram ter “muito melhores condições de trabalho”.

Outra mudança será a proibição de visitas de crianças com menos de 12 anos, exceto na maternidade, na neonatologia e na pediatria.

“Para além do risco para as crianças, o risco maior é para os próprios utentes”, alertou a diretora clínica, explicando que as crianças “têm doenças próprias que, quando transmitidas aos adultos, ainda por cima frágeis, levam a problemas gravíssimos”.

O conselho de administração decidiu também uniformizar o horário das visitas, que passam a ser sempre das 14:00 às 16:00 e das 18:00 às 20:00.

Isto porque - justificou – o período alargado de quatro horas aos sábados, domingos e feriados “tornava os doentes exaustos”, levando-os a fazerem picos de febre, arritmias e a sentirem-se mal.

Segundo Helena Pinho, no passado, o controlo de visitas chegou a ser feito à entrada das enfermarias e também no átrio do hospital, mas não foi eficaz e levou mesmo a confrontos.

“Entendemos que é uma questão de saúde pública, de segurança dos doentes que nos são confiados quando são internados e que temos que responder ao que as pessoas disseram. E as pessoas disseram: ‘estamos melhor assim’”, frisou.

Filipa Almeida, adjunta da direção clínica e responsável pela Comissão de Controlo de Infeção e Resistência dos Antibióticos, lembrou que, na semana de 02 a 08 de fevereiro, houve 24 doentes internados que desenvolveram infeção pelo vírus da gripe, “o que é um número bastante elevado”.

“Isso alertou-nos para termos que tomar atitudes, restrição das visitas e implementação de algumas medidas adicionais de controlo de infeção, como o uso obrigatório de máscara nos cuidados diretos aos doentes”, contou.

De acordo com Filipa Almeida, no dia 11 de fevereiro foi atingido “o pico máximo de doentes internados com infeção pelo vírus influenza A e a necessitar de precauções adicionais de controlo de infeção”, que eram 89 doentes internados, sendo que, neste momento, há apenas 18 doentes internados por esse motivo.

“Existe uma atividade gripal francamente decrescente na região”, frisou.

Segundo Helena Pinho, as pessoas que se deslocam para consultas e visitas vão deixar de ter de andar com a máscara colocada.

No entanto, “deverão sempre, o ano inteiro, lavar as mãos antes de entrar e antes de sair”, porque “as infeções transmitem-se essencialmente pelas mãos”, alertou.

Acesso à consulta depende da referenciação do médico de família
Os centros de saúde das Caldas da Rainha, Alcobaça e Óbidos são os três primeiros do Oeste a disponibilizar consultas de...

Os gabinetes de medicina dentária estão em funcionamento “desde esta semana” nos centros de saúde das Caldas da Rainha, Alcobaça e Óbidos, os três primeiros do Agrupamento de Centros de Saúde (ACES) Oeste Norte a disponibilizar aquela especialidade aos utentes, divulgou a ARSLVT.

Em comunicado, a diretora executiva do ACES, Ana Pisco, classificou como “um marco importante” o facto de, “a partir de agora”, se disponibilizar à população destes concelhos “mais uma especialidade clínica que certamente se transformará numa mais-valia”.

O acesso à consulta depende da referenciação do médico de família, considerando-se prioritários “os adultos com diabetes, doença cardíaca e oncológica e grupos vulneráveis”, explicou a ARSLVT.

Os centros de saúde contam com duas médicas dentistas e duas assistentes contratadas em regime de prestação de serviços, que “passam a estar dois dias por semana em cada um dos centros de saúde”, precisou aquela entidade.

A expectativa da ARSLVT é de que, “em março, seja possível alargar as consultas ao Centro de Saúde de Peniche, onde atualmente decorrem obras de beneficiação” e, numa segunda fase, aos centros de saúde do Bombarral e da Nazaré.

Nos seis concelhos da área de influência do ACES Oeste Norte existiam já higienistas orais que dão resposta a crianças e jovens, nomeadamente na área dos cheques-dentista e Saúde Escolar.

Na área da ARSLVT existem atualmente 39 gabinetes de Medicina Dentária no âmbito do programa “Saúde Oral para todos”, que conta com a colaboração das câmaras municipais para equipar os gabinetes dos centros de saúde.

O objetivo a nível nacional é que, “até junho de 2020, todos os municípios do país tenham, pelo menos, um consultório de dentista”, vincou a ARSLVT, lembrando que “pela importância que adquire no bem-estar pessoal, a Saúde Oral deve fazer parte dos cuidados preventivos e de proximidade”.

O ACES Oeste Norte presta cuidados de saúde primários à população dos concelhos de Alcobaça, Bombarral, Caldas da Rainha, Nazaré, Óbidos e Peniche, num total de cerca de 200.000 utentes e de uma área territorial de 1.052 quilómetros quadrados.

Sofia Portela
A presidente do conselho diretivo da ADSE, Sofia Portela, disse hoje no parlamento que “dentro de muito pouco tempo” irá...

“A nossa expectativa é que dentro de muito pouco tempo estejamos em condições de poder apresentar uma tabela com preços fechados para dialogar com os prestadores e que esta tabela seja uma tabela que seja justa e equitativa”, disse Sofia Portela na audição parlamentar de Saúde, onde esteve a ser ouvida a pedido do CDS-PP, BE e PSD.

A responsável garantiu que o conselho diretivo do instituto público que gere o sistema de saúde da função pública tem estado a fazer “um trabalho muito sério e muito rigoroso a preparar as novas tabelas” cujo objetivo é que os preços abertos deixem de existir.

Para o futuro, o caminho “deve ser diferente”, disse Sofia Portela, defendendo que, “com preços fechados, a regra das regularizações deixa de fazer qualquer sentido” e que o rigor e a transparência “ficam assegurados”.

Nas últimas semanas, alguns grupos privados de saúde ameaçaram suspender as convenções com a ADSE, depois de o instituto público presidido por Sofia Portela ter exigido o pagamento de 38 milhões de euros em regularizações, por excesso de faturação.

A presidente do conselho diretivo da ADSE revelou que há 81 prestadores envolvidos no processo de regularização, existindo um conjunto de entidades em que os montantes envolvidos são "muito reduzidos".

Sofia Portela garantiu que a ADSE tem mantido um "diálogo constante" e "aberto" com os prestadores, lembrando que a questão das tabelas "é um caminho que vem a ser feito há dois anos" com preços fechados em alguns medicamentos e atos cirúrgicos e que em princípio "é aceite pelos prestadores".

A responsável disse ainda que durante as últimas semanas em que foi lançada a polémica com alguns prestadores privados houve um conjunto de prestadores que manifestaram interesse em fazer novas convenções com a ADSE ou em alargar as existentes.

Sobre o alargamento da ADSE a novos beneficiários, Sofia Portela afirmou que o assunto "tem sido alvo de análise", adiantando que o instituto está a fazer um estudo, que ainda carece de elementos para que tenha rigor, que ajudará na tomada de decisão.

Greve
O Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC) reportou ao Governo 40 casos de cirurgias adiadas com “violação de...

A segunda greve cirúrgica dos enfermeiros começou no Centro Hospitalar de Coimbra no dia 8 de fevereiro, sendo que neste centro hospitalar não vigorou a requisição civil imposta pelo Governo por alegada violação de serviços mínimos em quatro hospitais.

Segundo emails enviados ao gabinete da ministra da Saúde, no primeiro dia de greve, o bloco operatório central do CHUC apenas realizou nove das 20 cirurgias identificadas como serviços mínimos.

Entre as onze que foram adiadas estavam casos de doentes em tratamento oncológico e idosos com fraturas do colo femoral.

A 11 de fevereiro, o CHUC voltou a reportar ao Ministério da Saúde 19 cirurgias adiadas entre as identificadas como serviços mínimos, novamente incluindo neoplasias malignas e até um aneurisma cerebral “com risco de rutura”.

No dia seguinte, no bloco operatório central dos Hospitais da Universidade de Coimbra terão sido adiadas cirurgias a 10 doentes que tinham sido incluídas em serviços mínimos, segundo mensagem dirigida ao gabinete da ministra Marta Temido.

Entre esses 10 doentes estava um caso de aneurisma cerebral múltiplo, dois tumores cerebrais e um cancro do estômago.

Nas mensagens enviadas ao Ministério da Saúde, o CHUC conclui que “existe violação dos serviços mínimos”, considerando a indicação médica.

Segundo o centro hospitalar, o adiamento daquelas cirurgias ocorreu porque “os recursos foram diminuídos devido à greve cirúrgica, por indicação do sindicato Sindepor, que distribuiu comunicação mencionando outra tipologia de serviços mínimos”.

O alegado incumprimento dos serviços mínimos por parte dos grevistas foi o que motivou a requisição civil decretada pelo Governo em quatro centros hospitalares no dia 7 de fevereiro, na véspera de a greve ser alargada de sete para 10 hospitais.

Segundo o Ministério da Saúde, tinham sido identificados casos de incumprimento dos serviços mínimos em quatro unidades: Centro Hospitalar de São João (Porto), Centro Hospitalar Universitário do Porto, Centro Hospitalar Tondela-Viseu e Centro Hospitalar de Entre Douro e Vouga.

MP decide por suspensão provisória
O Ministério Público propõe a suspensão provisória de um processo-crime a três médicos do Hospital de São João, no Porto,...

A suspensão provisória do processo é uma solução processual que implica sempre o acordo dos intervenientes e a homologação por um juiz de instrução criminal, em que o Ministério Público sujeita os arguidos a regras de comportamento ou injunções durante um determinado período de tempo. Caso as mesmas não sejam cumpridas, pelo arguido, a acusação avança.

Questionada pela agência Lusa sobre se aceita a suspensão provisória do processo, a advogada Mónica Quintela, que representa a mulher em causa e tem um prazo de 15 dias a contar de terça-feira para decidir, foi lacónica: “Não me posso pronunciar”.

O Jornal de Notícias relata hoje o caso de Susana Tomé, a mulher que, em março de 2016, foi submetida no Hospital de São João a uma mastectomia à mama direita, na qual tinha tido um cancro. Mas, enfatiza o jornal, “quando acordou da anestesia, apercebeu-se que lhe tinham retirado também a mama esquerda, sem a sua autorização”.

O diário refere que a Ordem dos Médicos já puniu dois dos três médicos associados ao caso com suspensão de atividade, num caso por dez dias e noutro por 21.

Além de avançar com a queixa-crime, a mulher está a preparar uma ação no Tribunal Administrativo e Fiscal do Porto contra o hospital e os médicos.

“Para avançar com a ação, tenho de ter relatórios que quantifiquem minimamente os danos. A ação vai entrar em breve, mas não tenho nenhuma data em concreto”, disse a sua advogada.

Para poder reunir a documentação necessária em tempo útil, Mónica Quintela deu entrada de Tribunal Administrativo do Porto de uma notificação judicial avulsa para interrupção de prescrição do processo, que, se essa diligência não fosse feita, terminaria já em 06 de março.

Projetos de financiamento
A medicina tradicional chinesa é um dos temas escolhidos para integrar os projetos de cooperação científica entre Portugal e...

O acordo entre o Fundo para o Desenvolvimento das Ciências e da Tecnologia (FDCT) de Macau e a Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT) de Portugal, assinado em finais de 2017, aguardava um orçamento e a seleção de temas para avançar.

"Os temas já estão definidos. Propomos três projetos de financiamento no prazo de três anos", disse Cheang Kun Wai, membro do conselho de administração da FDCT, em conferência de imprensa, realizada hoje em Macau.

Além de medicina tradicional chinesa, a cooperação científica entre instituições portuguesas e macaenses vai abranger "informática e questões marítimas", detalhou. Para cada projeto, "Macau vai subsidiar com um milhão de patacas [cerca de 100 mil euros] e Portugal com 100 mil euros".

"No fim do ano passado recebemos uma versão otimizada [do projeto] por parte da Fundação [FCT]. E, no mês passado, recebemos a versão final. Já está tudo definido", disse, antes de prever o lançamento já no primeiro semestre do ano.

Na mesma conferência de imprensa, o FDCT fez um balanço relativo a 2018, ano em que aprovou 510 de 639 candidaturas, num montante de cerca de 261 milhões de patacas (28,4 milhões de euros).

"Os critérios são agora mais rigorosos", disse o presidente do FDCT, Ma Chi Ngai, sublinhando que a taxa de aprovação de projetos foi menor do que no ano transato.

Já no âmbito do apoio financeiro para a construção de uma cidade inteligente, foram aprovados 13 candidaturas, no valor de 4,1 milhões de patacas (cerca de 451 mil euros).

Após a conferência de imprensa, foi celebrado um acordo entre de cooperação entre o FDCT, o 'WeBank' e o Centro de Produtividade e Transferência de Tecnologia de Macau.

"O Fundo espera que este projeto de cooperação incentive a participação da indústria local e promova as tecnologias inovadoras, de modo aumentar a produtividade das empresas de Macau e a competitividade do mercado", disse Ma Chi Ngai.

«Operação STOP DPOC»
Para assinalar o Dia Internacional da Mulher, no dia 8 de março, a Associação RESPIRA lança a campanha de sensibilização ...

Esta iniciativa conta com o apoio institucional da Fundação Portuguesa do Pulmão e das Comissões de Trabalho de Tabagismo e Infeciologia Respiratória, da Sociedade Portuguesa de Pneumologia.

Num dia dedicado às mulheres, esta campanha pretende sensibilizar sobretudo a população feminina, cujo hábito tabágico tem vindo a aumentar, para uma doença cujo diagnóstico é muitas vezes feito já num estadio avançado, por ser considerada maioritariamente uma doença de homens.

“A realização de espirometrias como forma de diagnóstico é um dos aspetos mais importantes no combate à DPOC. É fundamental promover o diagnóstico precoce de modo a intervir atempadamente e reduzir o declínio mais acelerado da capacidade respiratória do doente.

Neste dia dedicado às mulheres pretendemos que esta mensagem chegue ao maior número de pessoas, visto que as mulheres são mais propensas a um diagnóstico incorreto”, sublinha Isabel Saraiva, vice-presidente da Associação Respira.

A DPOC é uma doença respiratória que se encontra subdiagnosticada nos seus vários estadios, verificando-se que muitos doentes não procuram o médico até terem perdido cerca de 50% da capacidade respiratória. Afeta cerca de 14,2% de pessoas, a partir dos 40 anos de idade, que residem na área da Grande Lisboa. Embora em Portugal esta prevalência seja superior nos homens (19%/11%), estima-se que cerca de 530 mil mulheres portuguesas sejam afetadas por esta doença.

A DPOC nas mulheres requer especial atenção na medida em que:

  • É uma doença que evolui com perda significativa de qualidade de vida e limitação em várias componentes como sócio profissional, a maternidade, o estilo de vida e a sua relação com os outros;
  • As doenças que mais se associam à DPOC são as cardiovasculares, a diabetes mellitus, a osteoporose, as infeções respiratórias, a depressão e o cancro do pulmão, sendo este último a principal causa de morte por cancro na mulher.
  • As mulheres são mais propensas a um diagnóstico incorreto e consequentemente a um tratamento inadequado, por esta ter sido considerada, durante muito tempo, uma doença maioritariamente de homens;
  • Atualmente, devido a um aumento do hábito tabágico e da exposição ao fumo, o uso do tabaco entre os géneros é praticamente igual, mas os malefícios são piores nas mulheres;
  • Em mulheres com DPOC, a exposição ao fumo tem maiores danos colaterais do que nos homens e existem mais benefícios se deixar de fumar. De realçar as anomalias na fertilidade e no desenvolvimento fetal, com maior probabilidade de ocorrência de abortos espontâneos, malformações congénitas e mortalidade infantil.

Esta iniciativa conta com o apoio institucional da Fundação Portuguesa do Pulmão e das Comissões de Trabalho de Tabagismo e Infeciologia Respiratória, da Sociedade Portuguesa de Pneumologia.

Siga os conselhos do especialista
O processo de envelhecimento traz consigo, habitualmente, complicações diversas na saúde das pessoas

A esperança média de vida aumentou notavelmente e, com ela, regista-se um envelhecimento considerável da população. Em Portugal, segundo dados da PORDATA, registaram-se mais de 2.1 milhões de idosos em 2017, o que equivale a cerca de 21 por cento da população total no país. Já um recente estudo da consultora Euromonitor International apontou a população portuguesa como a quinta mais envelhecida do mundo.

O processo de envelhecimento traz consigo, habitualmente, complicações diversas na saúde das pessoas, e os pés não são exceção. Entre as principais causas para o surgimento de alterações podológicas no idoso estão: a presença de traumas e/ou problemas anatómicos do pé, que por falta de diagnóstico ou tratamento incorreto, têm danificado a estrutura do membro inferior; o uso de calçado desadequado ao longo da vida; e a regular realização de atividades que requeiram estar muito tempo de pé.

O sedentarismo, a obesidade e a presença de doenças crónicas, como a diabetes ou a doença arterial periférica, que contribuem para a má circulação sanguínea, são igualmente fatores impulsionadores do aparecimento de doenças podológicas.

Mas quais são as complicações mais frequentes no pé de um idoso?

As doenças mais comuns na podologia geriátrica são o pé diabético, as artroses, as artrites, as calosidades e as onicomicoses.

O pé diabético é uma condição associada a presença da diabetes, que se carateriza pela perda da sensibilidade do pé, fazendo com que a pessoa deixe de sentir dor, mudanças de temperatura, etc. Para além disto, a pele do pé começa a secar, o que leva ao surgimento de feridas, queimaduras ou bolhas, que posteriormente podem dar origem a infeções.

A osteoartrose, ou artrose, é uma doença degenerativa que resulta na diminuição da espessura da cartilagem articular, podendo levar ao seu desaparecimento. Nestes últimos casos, a inexistência desta cartilagem leva a que duas superfícies ósseas entrem em contacto, o que acaba por dar origem a dores e dificuldades motoras.

Já a artrite reumatoide é uma doença crónica que se define pela inflamação articular que pode mesmo levar à danificação e consequente destruição do tecido articular. Para além das dores e dificuldades de locomoção, a artrite é detetada aquando da existência de um derrame articular, vermelhidão, calor ou dor durante a movimentação.

As calosidades, comummente denominadas por calos, constituem uma camada espessa de células mortas, que se forma no seguimento da contínua pressão exercida pela utilização de meias ou calçado inadequados, assim como pelo excessivo esforço físico a que o pé pode ser submetido. Existem fundamentalmente dois tipos de calos: os calos moles, que se desenvolvem entre os dedos, e os calos duros, que surgem nas extremidades dos dedos.

Também conhecida como micose das unhas, a onicomicose é uma doença infeciosa derivada da presença de fungos nas unhas do indivíduo. Esta pode ser causada pela utilização de produtos de beleza, pelo contacto de agentes externos (por exemplo, sujidade no solo), ou pela incorreta desumidificação do calçado. A higiene é uma das medidas essenciais para a prevenção da onicomicose.

O que se pode fazer?

Se não forem diagnosticadas e tratadas a tempo, estas doenças podem afetar negativamente a mobilidade dos idosos, provocar instabilidade postural e pôr em causa a qualidade de vida.

Para além de estar sempre atento à sua saúde e visitar com regularidade um podologista, deverá adotar alguns hábitos de cuidados dos seus pés (sendo idoso ou não): manter uma boa e diária hidratação; cortar as unhas de forma reta (não cortando os cantos); fazer higiene diariamente, tendo o cuidado de secar bem nos espaços interdigitais; usar meias de fibras naturais (preferencialmente em algodão ou lã); usar calçado de tamanho apropriado e, se possível, em pele; evitar calçado de tacão alto; evitar andar descalço em lugares públicos.

Francisco Oliveira Freitas - podologista responsável pelo Centro de Podologia de Famalicão

Fonte: 
Foto: 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Posição da Ordem
A Ordem dos Médicos quer que a Entidade Reguladora seja retirada da proposta da Lei de Bases da Saúde, sendo depois extinta, e...

As várias ordens profissionais da Saúde foram ouvidas na terça-feira no parlamento pelos deputados do grupo de trabalho da Lei de Bases da Saúde, cujas propostas estão a ser discutidas na especialidade.

A Ordem dos Médicos optou por não apresentar as suas propostas oralmente na audição de terça-feira, contestando os cinco minutos que lhe estavam inicialmente atribuídos, tendo remetido um documento escrito.

Nesse documento, a Ordem dos Médicos critica todas as cinco iniciativas legislativas sobre uma nova Lei de Bases da Saúde por referirem a Entidade Reguladora da Saúde, que, no entender da Ordem, deve ser “suprimida”.

“A posição da Ordem dos Médicos é a da extinção da Entidade Reguladora da Saúde (ERS), até porque, como nos demonstra a realidade, esta cada vez mais se assume como uma entidade (meramente) licenciadora e fiscalizadora de unidades de saúde, funções que não carecem nem justificam a sua entrega a uma entidade administrativa independente (…). A ausência da função principal que deveria presidir à atuação da ERS justifica amplamente a sua exclusão da Lei de Bases da Saúde e a sua posterior extinção”, refere a proposta do Conselho Nacional da Ordem dos Médicos.

A Ordem rejeita também a referência às terapêuticas não convencionais, prevista pelo menos nos projetos de lei do Bloco de Esquerda, do PSD e do CDS.

“Rejeita-se que uma lei que contém os princípios gerais em matéria de saúde faça referência às terapêuticas não convencionais, porquanto se tratam de práticas sem bases rigorosas e sem comprovada evidência científica”, defendem os Médicos.

Aceitar a inclusão das terapêuticas não convencionais numa Lei de Bases da Saúde seria, no entender da Ordem, “negar a ciência, a investigação, o método científico”, considerando que isso é inaceitável.

Sobre a proposta do PCP, a Ordem dos Médicos considera que a conceção de sistema de saúde coincidente com o serviço nacional de saúde, não articulada com os outros operadores, sociais ou privados, é irrealista face “aos recursos limitados do Estado em matéria de concretização dos direitos a prestações sociais”.

O documento da Ordem começa por salientar aquilo que tem sido defendido pelo bastonário dos Médicos, Miguel Guimarães, reforçando que “não é preciso uma nova Lei de Bases” para investir mais no SNS.

Estudo
A possibilidade de preservar o potencial reprodutivo representou um grande avanço para a medicina reprodutiva. Estudo demonstra...

As doentes diagnosticadas com cancro que se submetam a um tratamento de quimioterapia ou radioterapia que pode afetar a fertilidade ou aquelas mulheres que por qualquer outra razão queiram adiar o seu projeto reprodutivo, têm a opção de vitrificar os seus óvulos, e no futuro, se decidirem engravidar e não conseguirem de forma espontânea, podem recorrer aos mesmos.

“Em Portugal, como no resto da Europa, a tendência atual é adiar a maternidade por vários motivos (aposta na carreira, maior estabilidade e independência financeira ou simplesmente não ter a pessoa certa ao seu lado), por isso surgiu o conceito de preservação de fertilidade «social», que permite às mulheres gerir a sua vida de acordo com os seus objetivos. A altura ideal para fazê-lo é até aos 35 anos para poder «guardar» os ovócitos em quantidade suficiente e de boa qualidade. É um processo simples e rápido que se conclui em cerca de duas semanas”, explica a ginecologista, Tatiana Semenova do IVI Lisboa.

Recentemente, a prestigiada revista Human Reproduction, publicou um estudo liderado pela Ana Cobo, diretora da Unidade de Criobiologia do IVI, intitulado “Elective and oco-fertility preservation: factors related to IVF outcomes”, no qual também participaram os doutores José Remohí, Antonio Pellicer e Juan Antonio García-Velasco. Este dá resposta às principais dúvidas das mulheres em relação à preservação de fertilidade, e inclui estatísticas acerca da taxa de gravidez que pode alcançar uma mulher que vitrifique os seus óvulos, em função da idade e do número de ovócitos que vitrifique.

“Um dado muito chamativo é que as mulheres menores de 35 anos que preservaram a sua fertilidade por motivos sociais alcançaram uma taxa de sucesso de 94% ao obter 24 ovócitos para vitrificar, enquanto as que tinham mais de 35 anos, com uma quantidade semelhante de ovócitos, apenas chegavam a 50% de probabilidade de gravidez de termo. Daí a importância de preservar a fertilidade antes dos 35 anos, algo que desde sempre insistimos por conhecermos o efeito da idade na qualidade dos óvulos”, explica a Ana Cobo.

No grupo de doentes que vitrificam por motivos oncológicos não se observa a mesma tendência, em grande parte devido ao tamanho da amostra que regressa para utilizar os óvulos vitrificados

O estudo é uma amostra da realidade social, que indica como o grupo maioritário de mulheres que preserva a sua fertilidade por motivos sociais continua a situar-se acima dos 35 anos. De facto, este último grupo aglutina mais de 70% das mulheres que preservaram a sua fertilidade por motivos sociais no IVI, e 15% tinham mais de 40 anos. Esta tendência inverte-se no caso dos ciclos de onco-fertilidade, em que 70% das doentes tinha menos de 35 anos.

A Tatiana Semenova complementa: “na clínica IVI Lisboa também temos o programa de preservação de fertilidade gratuito para os doentes oncológicos (homens e mulheres) que permite a possibilidade de preservação do seu potencial reprodutivo antes de se submeter aos tratamentos potencialmente gonadotóxicos – quimioterapia e radioterapia – para um dia mais tarde poderem concretizar o sonho de serem pais”.

“Neste estudo retrospetivo integrado 83,5% das mulheres optou por uma preservação eletiva da fertilidade e 16,5% fê-lo por motivos oncológicos (principalmente cancro de mama). Destas mulheres aproximadamente 700 regressaram para tentar ser mães, 162 bebés nasceram fruto de preservação por motivos sociais e 25 bebés nasceram depois das mães superarem o cancro”, explica a Dra. Ana Cobo.

O IVI foi pioneiro a nível Ibérico na vitrificação de ovócitos e conta com o maior número de casos e resultados até à data. Isto permitiu que a amostra do estudo, formada por 6.332 mulheres, seja a mais ampla publicada até ao momento em trabalhos que se refiram a dados de uso, eficácia e prognóstico de esta técnica de conservação de gâmetas.

Além disso, o trabalho mostra uma clara evolução da técnica quando se realiza por motivos sociais, que em pouco mais de 10 anos aumentou 18%, passando de 2% para 22% do total de tratamentos realizados no IVI (período estudado: 2007 – 2017).

“Apesar das taxas de retorno ainda serem baixas, com cerca de um 15% na preservação social e aproximadamente 10% em oncológica, o certo é que esta técnica teve um crescimento exponencial nos últimos anos e prevemos que siga a mesma tendência nos próximos anos, pelo que exige um estudo detalhado e em profundidade das suas implicações, não só médicas, mas também sociais”, conclui Ana Cobo.

Páginas