Violência juvenil

“Bullying”

Atualizado: 
04/12/2013 - 09:10
O bullying é conhecido como sendo uma das maiores preocupações dos jovens. Actos de agressão física ou psicológica são o que o caracterizam.

Acontece entre os mais jovens mas nem sempre se fica pelo ambiente escolar. Os comportamentos violentos, por parte de quem os pratica, consistem numa perseguição cruel das vítimas com atitudes intimidatórias. Os mais novos são alvos fáceis para os mais velhos, pois nestas idades a idade faz muita diferença na hierarquia. Mas nem sempre os mais novos são apenas as vítimas, na medida em que ambicionam juntar-se aos que aparentemente têm mais poder ou são mais populares, o que faz, por vezes, com que sejam agentes provocadores.

O facto de sofrerem este tipo de agressões não quer dizer que mais tarde venham a praticá-las porém, a maioria toma isso como exemplo e irão agir da mesma maneira quando forem mais velhos.

O maior número de casos de bullying que existem é entre rapazes, porém também são comuns algumas situações entre raparigas.

Estes são alguns dos actos praticados pelos agressores às suas vítimas:

  • Agressões;
  • Gozar e humilhar publicamente;
  • Perseguições;
  • Ameaças;
  • Ofensas;
  • Roubos;
  • Mentir e espalhar boatos;
  • Discriminações;
  • Exclusão social;
  • Assédio sexual.

Numa fase da vida em que as crianças começam a definir a sua personalidade adulta, estas são situações que podem deixar marcas muito profundas para o seu desenvolvimento, podendo mesmo levar a actos de desespero como o suicídio.

Com as novas tecnologias, a que praticamente todos os jovens têm acesso, também é preciso estar atento aos actos praticados através da internet, mais precisamente nas redes sociais. Esta acaba por ser tão recorrente como as agressões praticadas na escola, dado estarem reunidos todos os intervenientes, mas num meio virtual, a que todos têm acesso.

Consideram-se intervenientes todos aqueles que de um modo directo ou indirecto participam ou testemunham as agressões. São eles as vítimas, os agressores, os provocadores e as testemunhas.

Quais as principais diferenças entre os intervenientes?
As vítimas são normalmente crianças mais sensíveis, com melhor aproveitamento escolar e um bom ambiente familiar, o que faz com que não estejam habituadas nem saibam lidar com as situações agressivas que lhes são impostas pelos agressores. A auto-estima destas crianças costuma ser baixa, tornando-os em alvos fáceis e os insultos e agressões a que estão sujeitos são, muitas vezes, aceites pelos próprios como normais e justificados.

O perfil do agressor pode variar, pois as suas atitudes podem ser provenientes de inseguranças e baixa auto-estima, como de excesso de atenção e maus hábitos familiares na obtenção de tudo o que deseja. A necessidade do sentimento de superioridade é constante, seja por carência ou excesso de afectividades. O facto de por vezes serem eles as vítimas leva-os a praticar agressões semelhantes às que sofrem.

Os provocadores caracterizam-se por encararem a violência de forma positiva, terem problemas de aprendizagem e emocionais, pouco habituados a afectos e por vezes serem eles próprios vítimas de agressões no seio familiar.

Os grupos que testemunham as agressões não compactuam com o que presenciam e condenam todos os actos, no entanto não se verifica a sua intervenção com receio de se tornarem nas próximas vítimas.

Os sinais a que os pais devem estar atentos
A denúncia das agressões por parte das vítimas é muito rara. São alguns os sinais que as crianças manifestam aos quais deve estar alerta.

São eles:

  • Sentimento diário de tristeza e ansiedade;
  • Sem relações de amizade;
  • Medo de frequentar a escola;
  • Pedir para mudar de escola;
  • Desinteresse ou quebra do bom aproveitamento escolar;
  • Marcas corporais ou materiais que revelem agressões;
  • Dificuldade em dormir.

As vítimas não devem responder às provocações, mas também não devem sofrer em silêncio. Tudo a que estão sujeitos pelos agressores deve ser transmitido de forma clara aos pais ou aos professores.

Nestas situações e após a confirmação de que se trata de um caso de bullying, os pais não devem culpar os filhos pela sua passividade em relação às agressões nem devem incentivar a responder a esses actos retribuindo agressões. Elogiar o facto de conseguirem conversar abertamente sobre o assunto é um bom começo. Transmitir a situação ao professor responsável, de modo a apurar qual a gravidade da situação e quais as medidas a tomar, será a melhor maneira de lidar com uma situação destas.

Sendo este um problema que pode afectar bastante o desenvolvimento saudável de uma criança, há que estar atento a todos os sinais e agir rapidamente.

Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico e/ou Farmacêutico.
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