Doença genética
A Neuropatia Ótica Hereditária de Leber (NOHL) é uma doença genética neurodegenerativa que atinge os

Com uma prevalência estimada de um a nove casos em cada 100 mil habitantes, a NOHL é provocada por uma mutação no ADN das mitocôndrias, os constituintes das células responsáveis pela produção de energia necessária para o seu funcionamento. As células dos tecidos nervosos, incluindo as existentes nos olhos e nervos óticos, são extremamente exigentes a nível energético, motivo pelo qual têm um elevado número de mitocôndrias, sendo particularmente afetadas pela NOHL. O ADN mitocondrial é herdado a partir da mãe, o que justifica que numa proporção significativa de casos possa existir história de cegueira no lado materno da família.

Para além da perda de acuidade visual (geralmente inferior a 1/10), evidente na avaliação com tabela de optótipos, os testes de visão de cores estão alterados e os campos visuais revelam perdas de sensibilidade visual densas e amplas no campo de visão central ou para-central (próxima do centro).

Na observação do olho, numa fase inicial, o aspeto do disco ótico (a cabeça do nervo visível com fundoscopia) pode ser inocente ou apresentar uma discreta indefinição dos seus limites, assim como finos vasos anómalos em seu redor. Posteriormente, à medida que a atrofia do nervo se estabelece, o disco ótico apresenta-se pálido. Esta atrofia resulta da perda de fibras nervosas e pode ser documentada com recurso a um exame de imagem, designado tomografia de coerência ótica (OCT), que mede a espessura das camadas de fibras nervosas do olho. Existem ainda testes eletrofisiológicos que avaliam a condução elétrica nos tecidos nervosos do olho, isto é, se estes desempenham bem a sua função. Estes testes apresentam-se alterados numa fase precoce da doença e apoiam a suspeita de que a causa da perda visual reside numa alteração destes tecidos. Contudo, o diagnóstico definitivo de NOHL é feito através de testes genéticos que procuram identificar as principais mutações no ADN mitocondrial conhecidas para a doença.

Atualmente não existe tratamento para a NOHL e embora uma pequena proporção de doentes possa apresentar melhoria espontânea da visão durante o primeiro ano de doença, na maioria dos casos, NOHL é sinónimo de perda irreversível de visão útil. A orientação terapêutica na NOHL envolve, geralmente, medidas de suporte para promover a adaptação do doente às limitações visuais, através da prescrição de ajudas técnicas para baixa visão. O aconselhamento genético e a evicção do tabaco e álcool (fatores ambientais que agravam a doença) são também medidas fundamentais na orientação destes doentes.

Apesar de não existir nenhuma associação de doentes ou sociedade científica dedicada à temática da NOHL, os doentes e as suas famílias têm recorrido à ajuda de organizações que trabalham esta doença a nível internacional.

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Doença de LHON: perda de visão é irreversível e não escolhe idades 

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Congresso de neuro-oftalmologia
Avanços nas neuropatias ópticas mitocondriais vão ser alvo de debate por especialistas nacionais e internacionais no maior...

É a primeira vez que o nosso país recebe o Encontro da Sociedade Europeia de Neuro-oftalmologia, onde são esperados cerca de 500 especialistas e que na sua 14ª edição irá contar com um vasto programa, no qual as neuropatias ópticas mitocondriais estarão em destaque, em especial, a Neuropatia Óptica Hereditária de Leber (LHON), que nos últimos anos tem sido fruto duma investigação intensa, com resultados clínico-terapêuticos promissores.

Dália Meira, médica oftalmologista do Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia/Espinho e responsável pela organização local do evento, afirma que ao longo deste evento “serão dados a conhecer avanços determinantes nesta área”, que irão promover a “partilha e debate de conhecimentos, o que em muito contribui para o avanço da investigação e do saber médico, o que consequentemente ajuda a melhorar a vida de muitos doentes.”

Organizado pela Sociedade Europeia de Neuro-oftalmologia, com o apoio do Grupo Português de Neuro-Oftalmologia, o 14º Encontro da Sociedade Europeia de Neuro-Oftalmologia (EUNOS) contará no primeiro dia com uma reunião conjunta entre a Sociedade Europeia de Neuro-Oftalmologia e a Rede Europeia de Nervo Óptico (EUPON - European optic nerve network), que irá abordar as diversas neuropatias ópticas, desde a ciência básica, abordagem clínico-terapêutica até à investigação translacional, tentando estreitar os laços entre as diferentes abordagens.

Nos restantes três dias vários temas serão abordados, entre as novas modalidades em neuro-imagem e as suas aplicações clínicas, as manifestações neuro-oftalmológicas das doenças neurodegenerativas versus glaucoma, a neuro-oftalmologia pediátrica e a inteligência artificial nas doenças neuro-oftalmológicas. O congresso contará ainda com dois cursos: neuro-oftalmologia de urgência e OCT na Neuro-oftalmologia.

 

Associação Europeia
Duarte Santos, membro da Direção da Associação Nacional das Farmácias (ANF), foi eleito ontem presidente do Grupo Farmacêutico...

No discurso de eleição, Duarte Santos afirmou que irá "garantir que o PGEU disponibilizará a todos os farmacêuticos comunitários espalhados pela Europa as ferramentas necessárias para responder aos muitos desafios e oportunidades que o sector da Farmácia enfrenta atualmente, incluindo as faltas de medicamentos, a implementação da legislação europeia sobre os medicamentos falsificados e a nova regulamentação europeia relativa aos dispositivos médicos e aos medicamentos veterinários", entre outros.

“Tudo farei para garantir também que o PGEU continuará a promover a colaboração interprofissional, trabalhando de perto com as outras organizações europeias de profissionais de saúde», referiu Duarte Santos, reafirmando o desígnio de «levar a voz dos farmacêuticos comunitários para as políticas europeias”.

O novo presidente do PGEU completou em 2008 o mestrado em Ciências Farmacêuticas pela Faculdade de Farmácia da Universidade de Coimbra. É proprietário de uma farmácia em Lisboa, da qual é desde o início responsável pela prestação de cuidados aos utentes e pela gestão. Foi presidente da Associação Portuguesa de Jovens Farmacêuticos (APJF) entre 2011 e 2015. Duarte Santos é membro da Direção da ANF desde Maio de 2013, tendo assumido diversas funções de gestão de áreas e projetos, em que se incluem a representação internacional da ANF, as relações institucionais desta associação com a Academia e as associações de estudantes, e a direção da revista Farmácia Portuguesa. Desde 2014, é professor convidado na Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa.

O PGEU é a associação europeia que representa mais de 400 mil farmacêuticos comunitários. Os seus membros são as associações nacionais e as entidades profissionais de farmacêuticos em 31 países europeus, incluindo Estados-Membros da UE, membros do Espaço Económico Europeu e da EFTA, e países candidatos à UE. A Delegação portuguesa ao PGEU é formada pela Ordem dos Farmacêuticos e pela Associação Nacional das Farmácias.

 

Campanha de Prevenção
Todos os anos, animais morrem ou ficam com graves sequelas, consequência dos golpes de calor a que são sujeitos, sendo uma das...

Com a colaboração de várias associações de proteção animal e autarquias locais, o ONDAID-Observatório Nacional para a Defesa dos Animais lança uma campanha de prevenção com o objetivo de alertar os detentores de animais de companhia, em especial de cães, para os perigos decorrentes do encerramento de animais em veículos automóveis.

Continua a ser prática comum em Portugal os tutores deixarem os seus animais de estimação encerrados em automóveis enquanto tratam de atividades diárias, sem terem consciência que colocam a vida e a saúde dos animais em risco.

Mesmo em dias em que a temperatura esteja mais amena ou em situações em que o encerramento do animal tenha uma curta duração, o risco pode persistir.

Com uma temperatura exterior de 21° C, em apenas dez minutos a temperatura interior de um carro exposto à luz do sol pode subir 11° C.

Em vinte minutos, pode subir 16° C.  Ao fim de uma hora, o interior do automóvel pode chegar aos 82° C.

Um golpe de calor (insolação ou hipertermia) leva a que a temperatura corporal do animal aumente acima do normal, uma vez que ao contrário dos humanos que conseguem transpirar através da pele, os cães e os gatos não transpiram, antes desencadeando um processo de arrefecimento corporal através da respiração (arfar) e das almofadas plantares.

Mesmo que as janelas dos veículos se encontrem abertas, a quantidade de ar circulante pode não ser suficiente para que o animal consiga respirar satisfatoriamente e equilibrar a sua temperatura corporal.

Ao atingirem a temperatura de 41° a probabilidade dos animais em carros fechados entrarem em hipertermia aumenta, o que leva à falência de múltiplos órgãos e à morte.

São vários os sinais clínicos que evidenciam um golpe de calor:

  • respiração ofegante
  • salivação excessiva
  • pele muito quente
  • batimento cardíaco acelerado
  • falta de reação
  • vómito
  • diarreia
  • descoordenação
  • tremores

O golpe de calor é uma urgência médica e sempre que o animal sobreviva deve ser encaminhado de imediato ao médico veterinário para avaliação.

Campanha
Por ocasião do Dia Mundial do Dador de Sangue a Federação Portuguesa dos Dadores Benévolos de Sangue (FEPODABES) alerta os...

A propósito deste dia a federação vai promover uma ação de consciencialização na cidade de Lisboa, durante o dia 14 e um convívio na Marinha Grande, no dia 16.

O tema da campanha de 2019, “Sangue seguro para todos” , tem como principal objetivo agradecer aos dadores voluntários pelas dádivas feitas, encorajar os novos dadores e consciencializar todos os dadores para a necessidade de fazer doações regulares. 

Este slogan pretende lembrar aos dadores e não dadores de que há uma necessidade a nível mundial de sangue seguro para a prestação de cuidados de saúde, mostrando que este é um dos elementos para se conseguir alcançar a cobertura universal da saúde. Para além disto, é importante alertar para a necessidade de colmatar as diferenças ao nível do acesso ao sangue e dos produtos sanguíneos entre os vários países do mundo. Há países aos quais é difícil fornecer o sangue necessário, que seja adequado e garanta a qualidade e segurança de todos os pacientes.

“Esta campanha vem reforçar a necessidade da existência de novos dadores e das doações regulares, uma vez que só desta forma será possível criar uma base sólida para o fornecimento sustentável de sangue a nível nacional, permitindo assegurar as transfusões de todos os pacientes”, afirma Alberto Mota, presidente da FEPODABES.

Atualmente as transfusões de sangue e dos seus produtos já salvam milhões de vidas por ano, desde mulheres com hemorragias associadas à gravidez e ao parto até vítimas de desastre e acidentes, ou pacientes que necessitem de intervenções médicas ou cirúrgicas avançadas.

“Este dia e este tema são uma chamada de atenção para todos os governos, autoridades nacionais de saúde e serviços de sangue nacionais, que devem fornecer recursos adequados e estabelecer sistemas e infraestruturas para aumentar a recolha de sangue, seja dos dadores já existentes, seja de novos dadores. É, também, importante que um dos focos seja o da prestação de cuidados de qualidade a todos os dadores e a promoção de um uso clínico e adequado do sangue”, alerta o presidente da FEPODABES.

O Dia Mundial do Dador de Sangue foi instituído em maio de 2005, após uma declaração unânime elaborada pelos ministérios da saúde de todo o mundo. Esta resolução definiu que todos os Estados Membros devem lançar e apoiar programas de saúde sustentáveis, que tenham em vista a recolha suficiente de sangue, capaz de atender às necessidades dos pacientes.

Tudo sobre a cirurgia
Com a chegada do verão começamos a olhar para o nosso corpo com outra preocupação.

A abdominoplastia é uma cirurgia estética que tem como objetivo remover o volume abdominal, tornando a barriga mais lisa e firme. Indicada para homens e mulheres cujo abdomen é desproporcional ao resto do corpo, devido ao excesso de pele e gordura ou devido ao enfraquecimento da musculatura abdominal - o que acontece sobretudo após a gravidez - , a abdominoplastia é um dos procedimentos mais realizados em cirurgia plástica.

Abdominoplastia passo a passo

Incisões

Uma incisão horizontal é feita logo acima do púbis e estende-se lateralmente até os ossos da bacia. O comprimento da cicatriz depende da quantidade de pele que precisa ser retirada. Geralmente a cicatriz fica escondida pelo fato de banho. Quando o excesso de pele é pequeno e os depósitos de gordura se concentram abaixo do umbigo, a incisão horizontal pode ser bem pequena. É o que chamamos de mini-abdominoplastia. 

Quando há excesso de pele acima do umbigo é feita uma segunda incisão ao redor do umbigo, liberando-o da pele abdominal; o excesso de pele é então puxado para baixo e retirado, o umbigo é reposicionado, permanecendo em seu local original.

Tempo operatório

2 a 4 horas.

Anestesia

Anestesia geral é necessária quando a parede muscular tem que ser corrigida. Nos outros casos é preciso apenas anestesia local com sedação.

Tempo de Hospital/Ambulatório

Uma abdominoplastia completa necessita no mínimo de 24 horas de internação (especialmente se combinada a outra cirurgia). A mini-abdominoplastia pode ser feita em regime de ambulatório, embora a internação por 24 horas seja mais confortável.

Período de recuperação

Dor temporária pode ser tratada com analgésicos. Inchaço, sensibilidade, insensibilidade da pele abdominal, equimoses e cansaço podem durar algumas semanas. Pequenos drenos, quando utilizados são retirados após alguns dias. Eles são usados para evitar o acúmulo de líquidos na parede abdominal. Os curativos são trocados em dias alternados nas duas primeiras semanas. Uma cinta poderá ser usada durante 20 a 30 dias. Os pontos são retirados em estágios entre a primeira e segunda semanas.

Complicações possíveis

Coleção de líquido embaixo do retalho. Coágulos de sangue, infecção, sangramento debaixo da pele. Reações à anestesia. Cicatrização prolongada. Cicatrizes visíveis ou perda de pele. Necessidade de segunda operação. Possibilidade de aparecimento de quelóides (cicatrizes grossas) em pacientes com tendência. Qualquer destas complicações pode ocorrer, mas todas as precauções são tomadas para evitar esta possibilidade.

Tempo de recuperação

Volta ao trabalho: 2 a 3 semanas. Esforços físicos, exercícios e tomar sol: 4 a 6 semanas ou mais. Desaparecimento ou aplanamento das cicatrizes: entre 3 meses e dois anos.

Detalhes

Quem planeja ficar grávida no futuro ou perder peso deve discutir o assunto antes da cirurgia. As cicatrizes de cirurgias abdominais anteriores pode influir e limitar os resultados da abdominoplastia. Pode haver uma melhora nas estrias localizadas abaixo do umbigo, onde a pele será retirada. As estrias da pele acima do umbigo ficam menos visíveis quando a pele é esticada. Às vezes a lipoaspiração pode ser usada em lugar de uma abdominoplastia ou em conjunto com ela.

Quanto dura o resultado

O abdomen deverá permanecer firme e liso por muitos anos se não houver aumento de peso ou gravidez. No entanto, com os anos, com a gravidade e o envelhecimento, talvez seja necessário um segundo procedimento para melhorar o contorno corporal.

Dr. Luiz Toledo – Especialista em cirurgia plástica e estética

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Saúde Oral
Bifosfonatos usados no tratamento da osteoporose estão associados ao desenvolvimento de osteonecrose

Todas as mulheres estão sujeitas aos sintomas da menopausa a partir de determinado momento nas suas vidas. Estima-se que a idade média em que ocorre a menopausa espontânea na população feminina portuguesa ronde os 48 anos de idade.

Este processo normal e biológico assinala o fim da fertilidade na mulher e provoca alterações metabólicas importantes, como a diminuição da secreção de estrogênios e as consequentes alterações, quer precoces, quer tardias.

Nas manifestações tardias destacam-se, neste caso, entre outras, as alterações ósseas.

A carência de estrogénio traduz-se num aumento precoce da osteoporose, com uma redução acentuada da densidade óssea. Isto deve-se a um aumento do metabolismo de reabsorção óssea e à diminuição da fixação de cálcio no osso. Pode detetar-se através de marcadores de atividade óssea (fosfatase alcalina).

Os Bifosfonatos são medicamentos usados no tratamento da osteoporose e em algumas complicações de cancros sólidos, mielomas múltiplos e de doença de Paget.

As indicações destes fármacos são para o tratamento de patologias ósseas onde há uma grande atividade osteoclástica, osteogénese imperfeita, displasia fibrosa, metástases ósseas de cancros como o do pulmão, da mama e da próstata (no caso dos homens), entre outros.

A remodelação óssea (turnover ósseo) é regulada pelo controlo dos osteoblastos (células responsáveis pela formação de osso) e osteoclastos (células responsáveis pela reabsorção óssea).

Esta remodelação ocorre no esqueleto e é ativada pela resposta à tensão mecânica, osteócitos (células mecano-sensitivas especializadas) que residem na matriz óssea que detetam a tensão mecânica e iniciam vias de sinalização promovendo tanto a osteoblastogenese como a osteoclastogenese na formação de osso novo.

Os Bifosfonatos estão indicados para prevenir a diminuição da densidade óssea e o consequente risco de fraturas através da inibição do processo de reabsorção óssea. O seu uso tem como finalidade aumentar a qualidade de vida dos pacientes que sejam portadores desta patologia, podendo ser administrados por via oral, em comprimidos ou na forma intravenosa.

As repercussões ao nível da saúde oral são importantes e muito significativas podendo potenciar ou provocar osteonecrose óssea, também denominada osteonecrose dos maxilares, na qual estes apresentam diversas alterações estruturais associadas ao uso dos bifosfonatos.

Esta doença caracteriza-se por um conjunto de sinais e sintomas, nomeadamente, edema, dor, eritema, exsudado da mucosa, ulcerações dos tecidos moles, supuração, presença de fístulas e mobilidade dentária.

A necrose óssea apresenta uma progressão evolutiva que na maioria das vezes leva ao comprometimento da higiene oral e, consequentemente, ao aumento dos focos infeciosos, que, por si só, aumentam as zonas de necrose e a mobilidade e perda das peças dentárias.

Apesar da etiopatogenia da osteonecrose dos maxilares não ser ainda completamente compreendida, considera-se que esta pode ser atribuída às alterações vasculares locais e à desregulação do processo de remodelação óssea associadas à toma destes fármacos.

A via de administração dos bifosfonatos é um fator importante para a absorção do fármaco. Sabe-se que os bifosfonatos administrados de forma endovenosa, em comparação com os administrados por via oral, são mais potentes e utilizados com maior frequência em pacientes oncológicos. São também os que apresentam maior risco de osteonecrose associada ao seu uso.

Num procedimento cirúrgico, pacientes que tomam bifosfonatos há mais de 3 anos ou que associem o seu uso ao uso de corticóides devem descontinuar a sua utilização três meses antes e três meses depois.

A alta afinidade ao osso permite que os bifosfonatos atinjam altas concentrações ao longo de todo o esqueleto, com especial atração pelos maxilares devido ao excelente aporte sanguíneo, promovendo um turnover ósseo rápido que, em conjunto com o facto de existirem dentes e ligamento periodontal, faz com que ocorra constante remodelação óssea por estimulação.

A história clínica do paciente, o exame clínico e exames complementares de diagnóstico são a chave para o diagnóstico da doença. Exames radiográficos e imagiológicos como a tomografia computadorizada (CT), o cone bean CT (CBCT), cintigrafia óssea, ressonância magnética, radiografias intraorais e panorâmicas (ortopantomografia) permitem e auxiliam o diagnóstico, orientando o tratamento, controlando e monitorizando os resultados. É fundamental que este acompanhamento regular do paciente seja efetuado pelo Médico Dentista.

Todos os pacientes devem ser inquiridos acerca do tipo de toma atual ou pregressa de bifosfonatos, sendo que os que estão sujeitos a administração intravenosa apresentam maior risco do que aqueles que fazem administração oral.

Pacientes que ainda não tenham iniciado terapia com bifosfonatos devem ser observados previamente para que os tratamentos dentários sejam realizados antes de iniciarem a toma do medicamento. Dentes que não apresentem viabilidade de recuperação devem ser extraídos, o tártaro, especialmente o subgengival, deve ser removido, e as próteses mal-adaptadas devem ser substituídas para evitar traumas ao nível dos tecidos moles.

Pacientes que já tenham iniciado terapia com bifosfonatos devem optar por tratamentos menos invasivos e mais conservadores, considerando que extrações ou intervenções cirúrgicas aumentam substancialmente o risco de desenvolver osteonecrose óssea.

A importância de uma boa higiene oral, incluindo visitas regulares ao seu Médico Dentista, é indispensável para que a osteonecrose seja detetada numa fase inicial, de forma a debelar e atrasar o mais rapidamente possível as complicações inerentes e a consequente progressão da doença.

A osteonecrose dos maxilares apresenta diversos estádios, com distintos sinais e sintomas podendo mesmo ser assintomática numa fase inicial.

O tratamento efetua-se com recurso a antimicrobianos orais (elixires e géis) e à toma de antibióticos. São usadas na terapêutica intervenções cirúrgicas específicas o menos invasivas possível para a remoção de tecido ósseo necrótico, sendo, no entanto, questionáveis e a última opção de escolha, considerando o estádio da doença e a sua gravidade.

As primeiras descrições da osteonecrose maxilar associada à toma de bifosfonatos datam de 2002. Desde essa altura que se tem tentado esclarecer o mecanismo de ação desta patologia, assim como os fatores etiológicos associados.

Os estudos realizados permitem estabelecer formas de diagnóstico e critérios que possam permitir uma identificação e medidas ao nível da prevenção e do tratamento.

Apesar de a fisiopatologia da doença não ser totalmente conhecida considera-se que a sua origem poderá ser multifatorial.

O aparecimento da osteonecrose maxilar é muitas vezes precedido de tratamentos dentários pouco invasivos ou cirurgias mais simples, como por exemplo uma exodontia, e é fundamental a elaboração de uma história clínica rigorosa e a atualização da existente, no caso de pacientes com histórico na clínica.

É fundamental que o Médico Dentista apresente conhecimento acerca da variedade de fatores de risco, sejam eles predisponentes ou preventivos.

A comunicação entre o Médico Dentista e o paciente também é fundamental através da história clínica completa e da passagem de informação ao paciente, para que este tenha o conhecimento dos riscos associados a esta situação. Deve estabelecer-se um contacto com o Médico Assistente a fim de se efetuar uma terapêutica preventiva antes mesmo dos pacientes iniciarem a toma regular destes fármacos.

Em suma, a prevenção é sem dúvida alguma o fator mais importante para evitar a osteonecrose maxilar associada à toma de bifosfonatos. As condições atuais são propícias ao aparecimento desta patologia, devido à alteração hormonal associada à menopausa. A descrição deste tipo de doença tem aumentado de forma significativa com consequências graves nalguns casos.

Dr. Fernando Silva - Médico Dentista
Diretor clínico das clínicas INFACE 

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Tratamento
Está a perder cabelo? Ou quer dar-lhe mais força e vitalidade?

Beneficiando do poder miraculoso das suas próprias células, a tecnologia Regenera Activa oferece soluções para homens e mulheres que se preocupam com a saúde capilar, ao fim de poucas semanas verifica paragem na queda, mais cabelo e mais forte. 

A nova tecnologia permite um tratamento revolucionário na regeneração de tecidos, utilizando células do próprio paciente. Existe desde 2015, tendo já servido de tratamento ou apoio ao tratamento de milhares de pacientes por todo o mundo. A sua principal utilização é em casos de rejuvenescimento capilar, no entanto pode igualmente ser utilizada em tratamentos de patologias osteoarticulares, feridas ou traumas, e em procedimentos estéticos

O que é?

O método utiliza pequenas amostras de tecido biológico, obtidas do paciente que receberá o tratamento, que serão tratadas para que o produto final contenha as células necessárias ao rejuvenescimento dos tecidos. Dependendo da finalidade do tratamento, as amostras poderão ser de pele, cartilagem ou polpa dentária.

As amostras recolhidas são de pequena dimensão, o que facilitará a viabilidade e vitalidade das células – cerca de 90% manterão as suas capacidades e sobreviverão até serem injetadas no paciente. Os microenxertos produzidos são constituídos por células, matriz extracelular (moléculas extracelulares que auxiliam a estrutura e asseguram o equilíbrio bioquímico das células circundantes) e fatores de crescimento (conjunto de proteínas, hormonas e neurotransmissores que são essenciais à comunicação intercelular).

O que diferencia esta tecnologia é o facto de regenerar os tecidos, em vez de somente os reparar. Um tecido reparado muitas vezes cria cicatriz, precisamente devido ao facto das suas células cicatrizarem, mas não se regenerarem. A regeneração permite uma revascularização dos tecidos, “tratando-os” de forma a que obtenham uma nova vida, aumentado assim a quantidade de tecido rejuvenescido em comparação a tecido reparado. Esta revascularização só é possível graças ao tipo de tecido que é escolhido para o tratamento – tecido gordo. Ao colher tecido adiposo, o conjunto de células que nele estão contidas e que são denominadas de fração vascular estromal, vão contribuir para a regeneração da área a tratar. A fração vascular estromal é constituída por células diferenciadas, pré-adipócitos (células que armazenam gordura), células T (responsáveis pelas defensas e manutenção do sistema imunitário do organismo), macrófagos (células do tecido conjuntivo que têm como função eliminar elementos estranhos ao corpo), entre outras.

Quem deve fazer o tratamento?

A perda e o enfraquecimento do cabelo parece ser mais um problema de homens, mas na verdade muitas mulheres sofrem com esse problema. Alterações hormonais, especialmente na menopausa e gravidez, podem causar alterações no cabelo.

A principal utilização deste método é no tratamento da alopecia androgenética, mais comummente conhecida como calvície. Uma das maiores características deste tipo de queda de cabelo é o facto de ter maior incidência no topo da cabeça, o que se deve à existência de diferentes recetores hormonais em cada zona do couro cabeludo. Tem incidência tanto em homens como em mulheres, sendo uma preocupação para todos os afetados.

O tratamento irá diminuir ou estabilizar a progressão da alopecia, ao mesmo tempo que dará maior vitalidade ao cabelo existente. Pode ser usado como tratamento principal ou como complemento a outros procedimentos como transplante capilar ou tratamento com PRP (plasma rico em plaquetas) ou PRF (plasma rico em fibrina).

Quais os resultados?

Os resultados dependerão de vários fatores como a idade ou predisposição genética. No entanto, em grande parte dos casos, ao final dos primeiros meses já é possível observar uma melhoria na quantidade e densidade dos fios de cabelo.

Antes do tratamento os pacientes têm de passar por uma avaliação, na qual tanto os fios de cabelo existentes como o couro cabeludo serão analisados de acordo com uma tabela de pontuação, que determinará tanto o sucesso do tratamento como a elegibilidade do paciente. Características como a quantidade de pequenos cabelos, distância entre folículos, número de fios, existência de vários fios no mesmo folículo, existência de pigmentação amarelada no couro cabeludo, a progressão da queda, se o couro cabeludo está a passar por algum processo inflamatório e o seu aspeto geral serão analisadas. A cada um destes fatores é atribuída pontuação, ou seja, um paciente com 6 ou mais pontos será ideal para tratar. Qualquer paciente com uma pontuação abaixo de 5 não deverá ser tratado, já que as hipóteses de sucesso são muito baixas.

Como se processa o tratamento?

Os tratamentos, seja qual for a sua finalidade, são bastantes simples de efetuar, rápidos – até para que se conserve a vitalidade das células colhidas – e permitem ao paciente retornar ao seu dia a dia normal sem necessidade de internamento ou recobro. O tratamento tem a duração apenas de 60 minutos.

A preparação para a recolha do tecido é, igualmente, fácil e prática. Após uma ligeira anestesia local para que a recolha seja confortável para o paciente, é recolhida a amostra. Por norma são recolhidas três a quatro amostras, com cerca de 2.5 milímetros cada. Para o tratamento da alopecia androgenética, as amostras são recolhidas da zona com cabelo atrás da orelha. Esta zona é preferencial uma vez que tanto é rica em tecido vascularizado como em tecido adiposo. A área de onde será feita a recolha é desinfetada e ligeiramente anestesiada, por forma a tornar o procedimento o mais agradável possível. Não é necessário recorrer a pontos e a recuperação desta área é rápida e decorre sem complicações.

Das amostras recolhidas retira-se o que corresponda a epiderme e tecido adiposo, deixando de fora cabelo, por exemplo. O tecido resultante é então aplicado sobre a grelha dos filtros sendo adicionado um pouco de soro fisiológico para facilitar o processamento do material. O filtro é colocado na máquina, que através de rotações (cerca de 80 por minuto) vai desintegrar e filtrar a matéria-prima a conservar. Este processo denomina-se desagregação mecânica, não envolvendo nenhum processo enzimático (reação química celular) ou químico, e não é feito manualmente.

No final da desagregação o material resultante é recolhido com o apoio de uma seringa e dividido por dois recipientes, com cerca de 2.4 mililitros cada. A injeção deste material é feita no paciente, na área a tratar, recorrendo a injeções repetidas com um espaçamento constante entre si.

É doloroso? Tem efeitos secundários?

O paciente pode ter alta imediatamente após o tratamento, não necessitando de cuidados médicos constantes nem exige período de convalescença. Não se trata de tratamento cirúrgico ou invasivo.

Apesar de ser um procedimento simples, é apenas executado por médicos devidamente formados pela empresa.

Devido à sua simplicidade e segurança, este tratamento não tem efeitos secundários. Usando o mesmo paciente como dados e recetor de matéria-prima, elimina-se uma série de questões que poderiam dificultar o procedimento, como a compatibilidade ou a disponibilidade.

Quantas sessões são necessárias?

Normalmente é necessário apenas 1 sessão. No entanto, sessões de manutenção podem ser aconselhadas, dependendo dos casos e da evolução que apresentarem. De qualquer forma, por norma é aconselhada uma sessão de manutenção ou consulta capilar de reavaliação anual.


Dra. Alexandra Vasconcelos - Medicina Natural Integrativa Clínicas Viver

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Iniciativa
Depois da edição de 2018, que contou com mais de 500 participantes, a Sociedade Portuguesa de Pneumologia (SPP) volta a...

À semelhança da edição anterior, para além de pretender sensibilizar a população de diferentes faixas etárias para a necessidade da adoção de um estilo de vida saudável também como forma de prevenção das diferentes patologias respiratórias, há também uma vertente de responsabilidade ambiental assumida pela SPP na organização desta iniciativa. “O mar que respiramos” é o mote para a corrida deste ano com todo o evento a ser organizado sem a utilização de plásticos descartáveis e estando planeadas - em parceria com a Quercus após a realização da corrida - ações de recolha de plástico em algumas praias.   

“A Corrida da Pulmão é uma iniciativa que promovemos conscientes dos benefícios que o exercício físico tem na saúde em geral e também na saúde respiratória. Portugal é um dos países da União Europeia onde os portugueses fazem menos exercício físico – de acordo com o eurobarómetro sobre desporto e atividade física, 68% dos portugueses referem que nunca fazem exercício - o que revela não estarem sensibilizados acerca dos benefícios que podem ter com esta prática enquanto um componente essencial na sua saúde”, refere António Morais, presidente da Sociedade Portuguesa de Pneumologia.

Sem limite de idades para participação, a Corrida do Pulmão conta com o apoio da Federação Portuguesa de Atletismo através do Programa Nacional de Marcha e Corrida, do Instituto Português do Desporto e Juventude e da EPAL – Grupo Águas de Portugal e tem ainda como parceiro o projeto Loving The Planet, liderado pelo reconhecido locutor da BBC Vida Selvagem, Eduardo Rêgo.

Serviço de Pediatria
O Centro Hospitalar de Leiria (CHL) formalizou a constituição de uma Equipa Intra-Hospitalar de Suporte em Cuidados Paliativos...

A nova equipa, composta por um médico, três enfermeiros, um técnico de serviço social e um psicólogo clínico, tem como missão promover a melhoria da qualidade de vida dos doentes com doença crónica complexa e apoio aos seus familiares e/ou cuidadores informais.

“Acreditamos que esta nova valência que disponibilizamos pode potenciar uma vida melhor para as crianças e adolescentes doentes e prestar mais apoio às suas famílias e cuidadores”, assegura o diretor do Serviço de Pediatria do CHL, Bilhota Xavier. “É fundamental acompanhar estes casos de uma forma profissional, multidisciplinar e humana, não descurando as necessidades, desejos e preferências da criança e família”, afirma-

A equipa atua desde o diagnóstico ou reconhecimento da situação, durante toda a vida da criança/adolescente e quando acontece, o que não é inevitável, além do óbito. O trabalho abrange as componentes físicas, emocionais, sociais e espirituais, focando-se na melhoria da qualidade de vida da criança/jovem e suporte à sua família. Inclui ainda o controlo de sintomas, a provisão de períodos de descanso dos cuidadores e o acompanhamento na fase terminal e luto.

Sempre que um recém-nascido, criança ou jovem doente é identificado como portador de uma doença crónica complexa, deve ser referenciado à EIHSCP-Pediátricos, e são avaliadas as suas necessidades e da família, desejos e preferências, incluindo internamento no domicílio.

As doenças elegíveis para prestação de cuidados paliativos pediátricos podem ser: doenças que colocam a vida em risco para as quais existem tratamentos curativos, mas que podem não ser eficazes; doenças em que a morte prematura é inevitável, mas nas quais podem existir longos períodos de tratamento intensivo; doenças progressivas sem opções terapêuticas curativas; ou doenças irreversíveis não progressivas que causam incapacidades graves, levando a maior morbilidade e probabilidade de morte prematura.

Os cuidados paliativos pediátricos são integrados na prestação de cuidados de saúde numa articulação entre os cuidados hospitalares, cuidados primários e a comunidade, que se coordenam e complementam entre si.

Perguntas e Respostas
Numa altura em que a tão diversificada oferta de bebidas dificulta perceber diferenças entre os vári

O que caracteriza e distingue os sumos 100%, especialmente quando comparados com outras bebidas?

Essencialmente a sua composição, que é integralmente originada da fruta. Quando comparados, por exemplo, com bebidas açucaradas é importante considerar que, embora a energia fornecida possa ser semelhante, os sumos de fruta 100% não possuem açúcar adicionado. Para além disso, têm uma matriz de nutrientes complexa e interessante: têm um índice glicémico baixo (comparável com a fruta que lhe dá origem), são uma valiosa fonte de nutrientes como vitaminas e outros, e contém compostos bioativos que estão biodisponíveis para o organismo.

Qual a relação entre a composição do sumo de laranja 100% e o seu índice glicémico?

Os sumos de fruta 100% são sumos de fruta espremida e são obtidos a partir da extração do sumo da fruta, sem qualquer adição de açúcar nem conservantes. Tendo em conta que têm apenas fruta e nada mais, podemos inferir que a composição nutricional será muito semelhante à fruta que lhes dá origem.

As tabelas internacionais do IG indicam que o sumo de laranja 100% tem um IG de 50, ou seja, um IG tipicamente categorizado como "baixo" e comparável ao da fruta inteira, a partir da qual o sumo é espremido. O sumo de laranja 100% tem um índice glicémico (IG) e uma carga glicémica (CG) surpreendentemente baixos, o que pode ser originado pela pectina e compostos bioativos presentes na laranja e, por consequência, no sumo.

O sumo de laranja 100% é rico em micronutrientes. Por cada grama de açúcar naturalmente presente num sumo de laranja 100%, existem 20 miligramas de micronutrientes, onde se incluem vitamina C, bem como potássio e folato. O sumo de laranja 100% contém também carotenóides, beta-criptoxantina e flavonóides, como a hesperidina e a narirutina.

O que os estudos revelam sobre a relação entre o consumo de sumo de laranja e o peso corporal?

Estudos recentes da Universidade de Hohenheim1 vêm confirmar o que foi relatado em anteriores estudos internacionais: que o consumo regular de sumo de fruta 100% não contribui para ganho de peso ou obesidade.

Num estudo recente2, randomizado, envolvendo 78 pessoas obesas, testou-se o consumo diário de sumo de laranja 100% ou de uma bebida controlo, durante 12 semanas, como parte de uma dieta hipoenergética. Concluiu-se que ambos os grupos perderam peso, num valor semelhante. Além disso, a ingestão de vitamina C e de folato aumentou em 62% e 39%, respetivamente, no grupo que consumiu sumo de laranja.

Por outo lado, o consumo de sumo de fruta 100%, e especialmente de sumo de laranja 100%, está associado a níveis mais altos de potássio, níveis significativamente mais baixos de ácido úrico no sangue (um fator de risco para a gota), bem como efeitos favoráveis no colesterol total e LDL-c e outros marcadores da síndrome metabólica.

REFERÊNCIAS

  • Hägele FA et al. (2018) High orange juice consumption with or in-between three meals a day differently affects energy balance in healthy subjects. Nutr Diab 8: 19-27.
  • Ribeiro C et al. (2017) Orange juice allied to a reduced-calorie diet results in weight loss and ameliorates obesity-related biomarkers: A randomized controlled trial. Nutrition 38:13-19.
  • Cesar TB et al. (2010) Orange juice decreases low-density lipoprotein cholesterol in hypercholesterolemic subjects and improves lipid transfer to high-density lipoprotein in normal and hypercholesterolemic subjects. Nutr Res 30(10):689-94.
  • O'Neil CE et al. (2012) 100% Orange Juice consumption is associated with better diet quality, improved nutrient adequacy, decreased risk for obesity, and improved biomarkers of health in adults: National Health and Examination Survey, 2003-2006. Nutr J 11: 107
  • Atkinson RD et al. (2008) International Tables of Glycemic Index and Glycemic Load Values. Diabetes Care 31: 2281-2283
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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Medicamento comparticipado
O acetato de abiraterona foi comparticipado em Portugal para o tratamento em 1ª linha de doentes com cancro da próstata...

Esta é uma notícia importante para os doentes, permitindo a utilização desta terapêutica em homens adultos assintomáticos ou ligeiramente sintomáticos após falência da terapêutica de privação androgénica, e para os quais a quimioterapia ainda não está clinicamente indicada.

De acordo com Joaquina Maurício do IPO do Porto “a recente comparticipação do acetato de abiraterona para o doente com cancro da próstata metastizado, naive de quimioterapia, é facilitador para a abordagem deste doente. A possibilidade de ter um tratamento oral para um doente com progressão da doença, metastizado, sintomático ou pouco sintomático, por vezes frágil ou idoso, permite uma intervenção farmacológica menos agressiva, menos tóxica e com possibilidade de preservar por mais tempo a qualidade de vida do doente oncológico.”

O acetato de abiraterona foi aprovado pela Agência Europeia do Medicamento, na indicação referida, em dezembro de 2012 e é agora comparticipado em Portugal.

Este medicamento oferece um modo de ação único e inovador, através da inibição da CYP17, sendo a única hormonoterapia que atinge todas as fontes de produção de androgénios.

Os dados que suportam esta aprovação resultam do estudo de fase III (COU-AA-302), aleatorizado, aberto e multicêntrico realizado em doentes com CPmRC sem terapêutica prévia com docetaxel. Este estudo incluiu 1.088 doentes e os objetivos co-primários de eficácia foram a sobrevivência global (OS) e a sobrevivência livre de progressão radiográfica (rPFS), tendo Zytiga demonstrado um benefício adicional de 4,4 meses e 8,3 meses respetivamente versus o comparador.1

Além dos objetivos co-primários, o benefício também foi avaliado utilizando o tempo até utilização de opiáceos para a dor oncológica, o tempo até início da quimioterapia citotóxica, o tempo até degradação no índice de desempenho ECOG, em ≥ 1 ponto, e o tempo até progressão de PSA, com base nos critérios do Prostate Cancer Working Group-2 (PCWG2), nos quais Zytiga apresentou também vantagem versus o comparador, com preservação da qualidade de vida dos doentes.2

Sobre o cancro da próstata metastático resistente à castração em Portugal

O carcinoma da próstata constitui a neoplasia maligna mais frequente no sexo masculino e a segunda causa de mortalidade por cancro nos homens do mundo ocidental. Estima-se que uma percentagem superior a 40% dos indivíduos diagnosticados com este tumor desenvolva doença metastática; apesar de na maioria dos doentes se verificar uma resposta inicial favorável à castração médica ou cirúrgica, a progressão para um estado de resistência à castração é universal.

Congresso EuroPCR
Resultados clínicos recentes e novos dados do Registo Global SYMPLICITY demonstram resultados a longo-prazo da Desnervação...

Foram recentemente revelados no Congresso Europeu de Cardiologia de Intervenção, o EuroPCR 2019, os resultados mais recentes de um estudo da iniciativa do investigador sobre Desnervação Renal (RDN, sigla em inglês Renal Denervation).

Os dados indicam que a RDN com o cateter Medtronic Simplicity™ foi associada à redução de ocorrência de fibrilhação auricular (FA) subclínica num pequeno subconjunto de doentes hipertensos de alto risco, durante um período médio de acompanhamento de mais de dois anos. Os resultados do estudo realizado num único centro, aleatorizado e controlado por simulação, foram apresentados durante uma sessão de Late-Breaking Clinical Trial no congresso da especialidade que decorreu em Paris de 21 a 24 de maio.

No estudo, liderado por um investigador e financiado pela Medtronic, foram selecionados aleatoriamente 80 doentes para tratar com o sistema de RDN Symplicity ou com um procedimento “simulado”. A RDN é um procedimento minimamente invasivo, no qual se usa um cateter que fornece energia aos nervos hiperativos do rim, diminuindo a sua atividade que é considerada a causa de hipertensão e de arritmias. A ocorrência de FA foi monitorizada pela tecnologia de diagnóstico implantável da Medtronic. Os resultados do estudo demonstram que a FA subclínica desenvolveu-se numa taxa mais baixa no grupo de doentes tratados com RDN do que no grupo daqueles que receberam o procedimento simulado (19% versus 47%).

“Neste grupo de doentes hipertensos de alto risco, que estão em risco de fibrilhação auricular e morte cardiovascular, o estudo sugere que pode haver um importante benefício proporcionado pela desnervação renal”, disse Marshall J Heradien, M.D., cardiologista e médico especialista na Universidade de Stellenbosch na Cidade do Cabo, África do Sul, e principal investigador no estudo. “Estes dados são consistentes com estudos anteriores e mostram que o procedimento de RDN oferece um efeito duradouro e positivo que pode traduzir-se em melhores resultados clínicos.”

Novos dados do Global SYMPLICITY Registry

Ainda no mesmo congresso, os investigadores reportaram também novos dados a três anos do Global Symplicity Registry (GSR), o maior registo sobre a segurança e efetividade a longo prazo dos sistemas de RDN da Medtronic, num cenário real em doentes com hipertensão não-controlada. Até ao momento, o GSR incluiu mais de 2600 doentes submetidos a RDN e 3 anos de acompanhamento de mais de 2300 doentes.

Os resultados mais recentes do GSR apresentados no EuroPCR mostraram que a desnervação renal conduziu a reduções clinicamente significativas na pressão arterial medida em consultório e em ambulatório, que foram mantidas até 3 anos após o procedimento (16,5 mmHg OSBP e 8,9 mmHg 24h SystolicABPM). Os registos demonstraram que as reduções da pressão arterial foram consistentes e mantiveram-se em vários subgrupos de doentes de alto risco, incluindo aqueles com diabetes, hipertensão sistólica isolada, doença renal crónica, hipertensão resistente e com 65 anos de idade ou mais.

“Como comprovado pelos estudos apresentados no EuroPCR, os novos dados continuam a mostrar que a desnervação renal é um procedimento complementar seguro e útil para gerir a hipertensão não-controlada, com doentes a apresentarem reduções significativas da pressão arterial até vários anos e no contexto da prática clínica diária”, referiu Dave Moeller, vice-presidente e diretor geral da área Coronary and Renal Denervation, que integra o Cardiac and Vascular Group da Medtronic. “Os resultados destes estudos vão contribuir para continuar a fortalecer a já robusta evidência clínica da desnervação renal e podem ser importantes para considerar doentes que sofrem de hipertensão não-controlada.”

A hipertensão é a patologia que sozinha mais contribui para a morte por doença cardiovascular e aumenta drasticamente o risco de enfarte, AVC, insuficiência cardíaca e insuficiência renal. Estima-se que os custos diretos anuais da hipertensão rondem os 500 mil milhões de dólares em todo o mundo. Estima-se ainda que quase 20% dos doentes não aderem por completo às terapias orais, enquanto cerca de metade não adere parcialmente à toma diária de medicação, dados que vêm destacar a necessidade de opções alternativas de tratamento.

Além do Global SYMPLICITY Registry, o Medtronic SPYRAL HTN Global Clinical Program inclui os estudos clínicos SPYRAL HTN PIVOTAL e SPYRAL HTN-ON MED, ambos prospetivos, aleatorizados e controlados por simulação, que avaliam doentes com pressão arterial não-controlada, respetivamente, na ausência e presença de medicamentos anti-hipertensivos prescritos. A Medtronic está ainda a conduzir um estudo de 70 doentes, o SYMPLICITY AF, para avaliar a desnervação renal em doentes com fibrilhação auricular paroxística e persistente. Aprovado para uso comercial em mais de 50 países em todo o mundo, o sistema Symplicity Spyral™ é limitado para uso em investigação nos Estados Unidos, Japão e Canadá.

ESEnfC
Obra organizada pelos professores Manuel Curado e Ana Paula Monteiro.

“Para uma Ética do Cuidado em Ambientes de Hipertecnologia” é o título do primeiro de um conjunto de artigos (este de João Maria André, professor catedrático, membro do Instituto de Estudos Filosóficos da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra) escritos por 12 autores e agora editados no livro "Saúde e Cyborgs: Cuidar na era biotecnológica", que amanhã é lançado, na Escola Superior de Enfermagem de Coimbra (ESEnfC), instituição que o organizou, através da professora Ana Paula Monteiro (doutorada em Ciências Biomédicas) e em colaboração com o professor na Universidade do Minho, Manuel Curado.

Editado pela “Edições Esgotadas”, o livro trata de matérias como a informática e o cuidar, as interfaces cérebro-máquina, a bioética da finitude, o superpaternalismo médico, ou o cuidar de enfermagem enquanto cuidar integral profissionalizado.

Em mais de 400 páginas, são apresentadas diferentes esperanças e previsões sobre o futuro do cuidar.

«Algumas perspetivas denunciam o excesso dos meios técnicos nos cuidados de saúde devido ao perigo de desumanização, temendo que o aumento desse império conduza à perda irreversível dos valores que durante séculos orientaram as tarefas do cuidar. Outras perspetivas compartilham a esperança dos seus autores de que nunca se perderá o respeito pela dimensão humana das pessoas que são objeto do cuidar, oferecendo sugestões de caminhos a trilhar em ordem a promover ativamente esse objetivo. Outras ainda temem que os cuidados de saúde sejam apenas um caso isolado de um processo mais vasto de domínio paternalista de todos os aspetos da vida das pessoas», escreve Manuel Curado, no prefácio do livro.

Stella Zita de Azevedo, Ana Elisabete Ferreira, Lucília Nunes, Carlos Graça, Susana de Noronha, Miguel Pais-Vieira, Catarina Garcia, Margarita Pino-Juste e Paulo Joaquim Pina Queirós são os restantes autores desta obra, a apresentar amanhã, pelas 11h00, no auditório do polo A da ESEnfC, no âmbito de uma aula aberta sobre Teoria de Enfermagem.

Na génese desta publicação esteve o colóquio “Cyborgs e Biotecnologias: Novas Fronteiras do Cuidar – I Colóquio Internacional de Filosofia do Cuidar”, que se realizou, em maio de 2016, na ESEnfC, sob organização da respetiva Unidade Científico-Pedagógica de Enfermagem Fundamental.

Para apresentar o livro foram convidados André Dias Pereira (Centro de Direito Biomédico da Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra) e Aliete Cunha-Oliveira (ESEnfC).

Infarmed
Nivolumab é o inibidor do checkpoint imunitário PD-1 com avaliação económica em Portugal deferida para o tratamento do...

Nivolumab, em monoterapia, é indicado para o tratamento do carcinoma de células escamosas da cabeça e pescoço recorrente ou metastático em adultos, quando existe progressão durante ou nos 6 meses após terapêutica baseada em platina em doentes com bom estado funcional.

Nivolumab, em monoterapia, é indicado para o tratamento do carcinoma de células renais avançado após terapêutica prévia em adultos.

Nivolumab apresentou taxa de sobrevivência global significativamente superior quando comparado com outras terapêuticas no tratamento do carcinoma das células escamosas da cabeça e pescoço recorrente ou metastático, e quando comparado com everolimus no tratamento do carcinoma das células renais avançado.

A Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde, I.P. (INFARMED) autorizou a aquisição de nivolumab pelos Hospitais do Serviço Nacional de Saúde, no tratamento das seguintes indicações terapêuticas:

Nivolumab em monoterapia, está indicado para o tratamento do cancro de cabeça e pescoço de células escamosas (CCPCE) em adultos, com progressão durante ou nos 6 meses após terapêutica baseada em platina em doentes com bom estado funcional, sem metástases cerebrais ativas.

Nivolumab, está também aprovado em monoterapia para o tratamento de doentes adultos com carcinoma de células renais (CCR) avançado, que tenham recebido terapêutica sistémica previa de primeira linha antiantiogénica, e não tenham recebido mais do que uma linha de terapêutica sitemica previa.

Helder Mansinho, Diretor do Serviço de Hemato-Oncologia do Hospital Garcia de Orta, em Almada, refere que “pela primeira vez, os doentes com carcinoma de células renais avançado têm acesso em Portugal a um agente de imuno-oncologia que demonstrou um benefício de sobrevivência global significativo, juntamente com um perfil de segurança favorável”. “É importante notar que além dos resultados de eficácia clínica, os doentes demonstraram uma melhoria da sua qualidade de vida e tiveram uma incidência significativamente menor de efeitos secundários ao longo do tratamento, representando este um progresso importante na gestão da doença oncológica.”

De acordo com a Ana Castro, presidente do Grupo de Estudos de Cancro de Cabeça e Pescoço, “os doentes com cancro da cabeça e pescoço enfrentam um prognóstico muitas vezes reservado e sempre debilitante. Com nivolumab temos, pela primeira vez em muitos anos, uma opção terapêutica que combina benefícios significativos a nível de sobrevida global mas também um perfil de  tolerabilidade muito favorável em  relação  às opções já existentes”. “Enquanto médica, é com grande ânimo que vejo os doentes experimentar não só uma eficácia clínica significativa mas também uma importante melhoria na qualidade de vida. Este é, sem dúvida, um progresso importante para tratamento do cancro de cabeça e pescoço”, acrescenta.

Reunião da ASCO 2019
Avaliação de segurança mostra que o uso precoce de esteroides pode ajudar a controlar a síndrome de libertação de citocinas e...

A Kite, empresa da Gilead, anunciou resultados de duas novas análises do ensaio clínico ZUMA-1 que avalia axicabtagene ciloleucel em doentes adultos, com linfoma difuso de grandes células B, recidivantes ou refratários. Estes resultados incluem uma análise de eficácia e segurança, a dois anos, de uma subpopulação de doentes incluídos no ZUMA-1 de acordo com a idade, bem como dados preliminares de outro estudo de gestão de segurança de doentes que tenham recebido previamente esteroides para a síndrome de libertação de citocinas (SLC) e eventos neurológicos. Os resultados foram apresentados na reunião da American Society of Clinical Oncology - ASCO, que decorreu em Chicago de 31 de maio a 4 de junho.

“Estamos empenhados em definir melhor o perfil clínico de axicabtagene ciloleucel, incluindo a avaliação de novos protocolos de gestão de segurança para melhorar o cuidado prestado ao doente e contribuir para o desenvolvimento da terapia celular”, disse John McHutchison, AO, MD, Chief Scientific Officer and Head of Research and Development, Gilead Sciences.

Axicabtagene ciloleucel recebeu Autorização de Introdução no Mercado (AIM) a 23 de agosto de 2018 para o tratamento de doentes adultos com linfoma difuso de grandes células B recidivantes ou refratários e linfoma de grandes células B primário do mediastino, depois de duas ou mais linhas de terapêutica sistémica.1 O axicabtagene ciloleucel foi aprovado pela U.S. Food and Drug Administration a 18 de outubro de 2017.2

Os dados do programa de desenvolvimento da terapia celular ZUMA CAR-T incluem resultados de eficácia e segurança de uma análise da subpopulação, de doentes com idade superior a 65 anos, numa análise de dois anos do estudo ZUMA-1 (Abstract #7555).

Estão a ser conduzidos vários estudos para continuar a avaliar a eficácia e o perfil de segurança de axicabtagene ciloleucel, incluindo ensaios clínicos que avaliam o uso de quimioterapia transitória e outras abordagens combinadas que permitem aumentar a compreensão do perfil de segurança (Abstract #7558).

No estudo de avaliação de segurança, os doentes com linfoma de grandes células B, recidivantes ou refratários, tratados com axicabtagene ciloleucel, receberam esteroides quando apresentaram eventos neurológicos de Grau 1 e quando apresentaram SLC Grau 1 na ausência de melhoria após três dias de cuidados de suporte.

“Os resultados preliminares sugerem que o tratamento mais precoce com esteroides pode reduzir a incidência de SLC grave e de acontecimentos neurológicos associados à infusão de axicabtagene ciloleucel, sem afetar as elevadas taxas de resposta”, refere Max S. Topp, MD, investigador principal desta coorte do ensaio clínico ZUMA-1 e Professor de Hematologia, Universidade de Wuerzburg, Alemanha. “Embora seja necessário um seguimento mais prolongado num número maior de doentes, as taxas de resposta até ao momento têm sido comparáveis às observadas nas coortes iniciais  do ensaio clínico ZUMA-1, e as taxas de SLC de Grau 3 ou superior bem como os eventos neurológicos foram em menor número nesta análise preliminar, sugerindo que o tratamento precoce de eventos adversos com esteroides pode melhorar o perfil de benefício/risco da terapêutica com células CAR T.”

Foram ainda apresentados resultados da fase 1 do estudo ZUMA-3 que avalia KTE-X19, uma terapia celular CD19 de recetor de antigénio quimérico T (CAR-T) em investigação. O ZUMA-3 é um estudo de Fase 1/2 de braço único em doentes adultos com leucemia linfoblástica aguda (LLA) recidivante ou refratária. Os resultados fornecem orientações sobre dosagem e gestão de segurança de KTE-X19 para informação do estudo de Fase 2 em curso (Abstract #7006).

No final da Fase 1, 45 doentes receberam o KTE-X19 numa de três dosagens. Os doentes incluídos neste estudo apresentaram refratariedade primária ou recidiva após, pelo menos, duas linhas prévias de terapêutica. Dos 23 doentes tratados com a dose que será utilizada no estudo de fase 2 em curso (1 x 106 células/kg), 19 foram avaliados quanto à eficácia. No momento da análise dos dados (duração mediana da remissão = 12.9 meses), 16 (84%) doentes atingiram RC ou RCi e 12 doentes (75%) estavam em resposta continua.

Não foram identificadas toxicidades limitantes de dose. Acontecimentos adversos como SLC de Grau igual ou superior a 3 e eventos neurológicos ocorreram em 29% e 38% de todos os doentes, respetivamente. Como reportado anteriormente, dois doentes sofreram acontecimentos adversos (AAs) de Grau 5 relacionados com o KTE-X19 durante o estudo; um desenvolveu um acidente vascular cerebral no contexto de SLC e eventos neurológicos, e o outro sofreu falência multiorgânica derivado à SLC.

"Adultos com LLA em recidiva ou refratária representam uma população de doentes extremamente difícil de tratar", disse Bijal Shah, MD, investigador do ZUMA-3 e médico oncologista no Moffitt Cancer Center, em Tampa, na Flórida. “Estamos entusiasmados pelas elevadas taxas de resposta observadas neste estudo, bem como pela redução da incidência e gravidade da SLC e dos eventos neurológicos após a implementação do protocolo de gestão de segurança revisto. Estamos agora a avaliar o uso do KTE-X19 na dose selecionada com este protocolo de gestão de segurança na fase 2 do estudo ZUMA-3 em curso.”

"A conclusão da fase 1 do estudo ZUMA-3 é um marco importante para a nossa segunda terapia celular CAR-T em investigação", disse John McHutchison, AO, MD, Chief Scientific Officer and Head of Research and Development, Gilead Sciences. "Estamos satisfeitos com as altas taxas de resposta observadas com o KTE-X19 neste estudo, e com o progresso da investigação no sentido de melhorar o perfil de benefício/risco da terapia celular CAR-T através de novas abordagens de gestão de segurança."

Referências

  1. European Medicines Agency. Yescarta (axicabtagene ciloleucel) SPC. Available at: https://www.ema.europa.eu/en/documents/product-information/yescarta-epar.... Accessed May 2019
  2. U.S. Food and Drug Administration. Vaccines, Blood & Biologics. Available at: https://www.fda.gov/biologicsbloodvaccines/cellulargenetherapyproducts/a... Accessed May 2019.

 

Doença crónica
Cansaço e falta de ar são os principais sintomas de uma disfunção grave e sem cura que atinge cerca
Médica consola paciente

Fadiga, dispneia (dificuldade respiratória) e incapacidade para a realização de esforços, como carregar pesos ou subir escadas, são os principais sintomas de uma doença que continua a ser pouco conhecida mas que condiciona, e muito, a vida de quem dela padece.

Em fases mais avançadas, o cansaço pode surgir em repouso e fazer-se acompanhar de outros sinais como a dor torácica, palpitações, tonturas, desmaios, edema dos tornozelos ou dos pés e o tom azulado da pele e dos lábios. “No entanto, muitos destes sintomas são comuns a muitas outras patologias pelo que o diagnóstico é difícil e tardio”, revela Maria João Saraiva, presidente da Associação Portuguesa de Hipertensão Pulmonar (APHP).

A Hipertensão Pulmonar, embora não seja considerada uma doença em si, é a consequência de várias doenças que podem afetar os sistemas cardiorrespiratórios e em que se traduz numa dificuldade na passagem do sangue que é bombeado pelo coração para a circulação pulmonar, para ser oxigenado e que, a longo prazo, resulta em dilatação e insuficiência cardíaca podendo levar à morte.

Ainda que esteja, maioritariamente, associada a doenças cardiovasculares ou respiratórias e seus fatores de risco, há uma minoria de doentes que apresentam predisposição genética para o seu desenvolvimento.

Ângela Leão «descobriu» a doença pouco tempo depois de ter sido mãe e admite que, também no seu caso, o diagnóstico foi “muito difícil”.

Um cansaço extremo foi um dos principais sinais de alerta. “Sentia-me muito cansada, com falta de ar, não conseguia pegar em pesos superiores a um ou dois quilos… tinha acabado de ser mãe e não era capaz de aguentar o peso do bebé nem de cuidar dele. Sentia-me muito incapacitada e assustada”, recorda revelando que, na altura, tinha 38 anos.

Como já havia sido diagnosticada com Lúpus, os médicos sempre lhe disseram que os sintomas estavam associados àquela doença. Ângela queixava-se ainda de dores e retenção de líquidos. “Fui várias vezes ao serviço de urgência onde tinha feito o parto. No entanto, sempre se apontou para Lúpus…”, conta.

O diagnóstico chegou depois de dar entrada, mais tarde, nas urgências do Hospital de Santo António e após muitos exames. Ângela nunca tinha ouvido falar em Hipertensão Pulmonar e lamenta que ainda hoje pouco se saiba sobre uma patologia extremamente incapacitante.

Na altura, recorda, “como não era doente deste hospital e não tinham o meu histórico clínico, foi necessário repetir diversos exames para fazer o despiste de outras patologias, e até ao diagnóstico da doença ainda levou algum tempo”. “Poucas pessoas conhecem esta doença e, quando se deparam com ela, sentem que é uma doença terrível, com um final de vida penoso, sem ar, vivendo com botijas de oxigénio para sempre”, diz reforçando que conhecer a doença é o primeiro passo para que o diagnóstico e seu tratamento cheguem a tempo. “A comunidade médica, especialmente os médicos de família, deveriam passar uma informação mais clara e menos assustadora, encaminhando de seguida para os especialistas, e tentando saber mais sobre a doença. Já passei por algumas situações que me deprimiram e assustaram, nomeadamente quando precisei de fazer laqueação ou operação às varizes e me disseram que não assumiam a responsabilidade pela anestesia, dadas as possíveis complicações”, conta.

Entre os vários exames realizados, pensa que as provas de esforço e os cateterismos “tenha sido os mais importantes” para chegar ao diagnóstico da doença.

Em Portugal existam quatro centros especializados com experiência no diagnóstico e tratamento da Hipertensão Pulmonar: o Centro Hospitalar e Universitário do Porto, o Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, o Centro Hospitalar Lisboa Norte e o Hospital Garcia de Orta, em Almada.

O tratamento depende do tipo da doença e causa associada, podendo ser recomendada terapêutica farmacológica ou cirúrgica. O transplante pulmonar é considerado o tratamento “fim de linha” quando todas as outras terapêuticas falham, ou quando a condição já se encontra numa fase muito avançada.

Tratando-se esta de uma doença progressiva, o seu prognóstico depende da fase em que se encontra no momento do diagnóstico, pelo que é essencial ser detetada nas suas fases mais iniciais.

Ângela toma “dois comprimidos de Tadalafil e um macitentano de manhã” e encontra-se, atualmente, a participar num ensaio clínico. “Sinto-me incomparavelmente melhor. Estava muito debilitada devido ao cansaço e à falta de energia. Não me podia sequer baixar, era muito dependente dos outros”, recorda. Hoje, garante, leva uma vida normal: trabalha cerca de 12 horas por dia, dá formação e abriu recentemente um estabelecimento de restauração onde diz não ter qualquer limitação. “Pratico natação duas vezes por semana com professor. Não sinto limitações de mais”, revelando que, habitualmente, só se lembra da doença na hora de tomar a medicação.

Mas admite que “entender a doença e aceitá-la”, conhecendo os seus limites, foi essencial para hoje viver sem as limitações iniciais.

“Aprendi a recusar o esforço exagerado e a controlar o stress”, afirma. E é neste âmbito que uma associação como a APHP pode fazer a diferença. “Uma associação reúne doentes, familiares e técnicos de saúde, pessoas interessadas no estudo e divulgação da doença”, tornado possível que a informação chegue a cada vez mais pessoas.

Colocar a Hipertensão Pulmonar «no radar»

Para que o diagnóstico chegue em fase precoces da doença, é necessário que, ao nível dos cuidados primários, os médicos estejam despertos para uma doença cujo prognóstico depende da sua evolução.

“A APHP existe para divulgar a doença, para promover o diagnóstico e o melhor tratamento para os doentes. Providenciamos apoio assistencial, psicológico e social a doentes e cuidadores, orientamos e informamos doentes, cuidadores e profissionais de saúde, através da criação de diferentes plataformas, material informativo e promovendo o encontro de doentes”, começa por explicar Maria João Saraiva referindo que esta associação faz ainda a ponte entre doentes e técnicos de saúde, possibilitando o acesso a mais e melhor informação para todos.

“Apesar do trabalho até agora desenvolvido pela APHP, pelas Sociedades Médicas e pelos centros de referência na divulgação da doença, a informação ainda não é suficiente. Há que apostar na divulgação nos centros de saúde, que são o primeiro ponto de contacto com os doentes”, acrescenta adiantando que colocar a hipertensão pulmonar «no radar» é essencial.

Embora os tratamentos contribuam para uma melhor qualidade de vida, a verdade é que esta é uma doença incurável e incapacitante. Daí que seja essencial implementar-se, no âmbito das políticas de saúde, medidas que apoiem estes doentes.

De acordo com a presidente da APHP, Maria João Saraiva, seria importante a atribuição de um estatuto de pessoa com deficiência aos doentes, “o que lhes permitiriam serem portadores de um dístico próprio e estacionar num local mais próximo do hospital, o que, por sua vez, poderia minimizar o cansaço e a falta de ar que estes doentes muitas vezes sentem nas idas às consultas”. “Além desta questão, a inexistência deste estatuto faz com que não haja leis laborais que prevejam, por exemplo, o trabalho em part-time ou as reformas parciais”, acrescenta.

Outra medida seria a atribuição de estatuto de doença crónica à Hipertensão Pulmonar. “É imperioso e urgente que se corrija esta situação, uma vez que esta doença obriga à realização de consultas e exames frequentes e se traduzem em grandes encargos para os doentes, como o pagamento das taxas moderadoras”, explica referindo que existe, neste âmbito, existe uma “iniquidade”, se forem consideradas outras doenças menos incapacitantes de mais fácil controlo, como a diabetes, e que já apresentam esse estatuto.

No que diz respeito ao tratamento, Maria João Saraiva é da opinião de que as políticas de saúde “devem implementar um plano de reabilitação física, de exercício adaptado, de apoio social e logístico efetivo aos doentes que se deslocam aos centros de tratamento, especialmente das ilhas e do sul”. É que se antes a prática de exercício físico era desaconselhada, hoje a realidade é outra. Vários estudos sustentam a sua eficácia e segurança no tratamento destes doentes. "A reabilitação cardiorrespiratória permite otimizar a capacidade física e respirarória dos doentes, proporcionando maior autonomia e autoestima, diminuindo a sintomatologia e, consequentemente, melhorando a sua qualidade de vida", conclui. 

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Estudo
Um estudo publicado recentemente na revista Blood Advances revelou que o sangue do cordão umbilical é uma fonte de células a...

Este estudo comparou os resultados da transplantação de 317 crianças com LMA utilizando células da medula óssea de um irmão compatível, de um dador compatível não familiar ou sangue do cordão umbilical. Os grupos foram comparados relativamente a dois aspetos que refletem o sucesso de um transplante: a sobrevivência livre de doença e a ausência de doença do enxerto contra o hospedeiro crónica, uma complicação dos transplantes hematopoiéticos que compromete seriamente a qualidade de vida dos doentes no período pós-transplante.

Segundo os autores, as crianças que receberam uma unidade de sangue do cordão umbilical apresentaram melhores resultados comparativamente às tratadas com células da medula óssea de um dador não familiar.

De acordo com Bruna Moreira, Investigadora do Departamento de I&D da Crioestaminal, “apesar de ser mais frequente em adultos, a LMA pode também ocorrer em crianças, representando pouco menos de um quarto dos casos de leucemia infantil. Quando se trata de LMA de alto risco ou após uma recaída, o transplante hematopoiético com células de um irmão compatível é a abordagem terapêutica mais indicada, no entanto, cerca de 70% dos doentes não dispõem dessa opção. Nestes casos, segundo este estudo, o sangue do cordão umbilical pode ser a melhor alternativa de tratamento”.

A Leucemia Mieloide Aguda é uma doença maligna do sangue que resulta do crescimento descontrolado de glóbulos brancos imaturos da linhagem mieloide na medula óssea. Este processo impede a produção normal de células sanguíneas, dando origem a sintomas como anemia, infeções, fadiga, hemorragias e febre. As abordagens terapêuticas atualmente disponíveis para o seu tratamento incluem quimioterapia, radioterapia, imunoterapia e transplante hematopoiético (i.e., com células estaminais hematopoiéticas, formadoras de células sanguíneas). De acordo com a American Cancer Society, só nos EUA são diagnosticados cerca de 20 mil novos casos de LMA todos os anos.

Atribuídas 6 bolsas
O júri já selecionou os seis vencedores das Bolsas de Cidadania Roche, uma iniciativa que reconhece projetos e ideias de...

Os projetos que conquistaram uma Bolsa de Cidadania Roche foram escolhidos por um júri independente, composto por Maria de Belém Roseira (Presidente Comissão de Revisão da Lei de Bases da Saúde), Graça Freitas (Diretora-Geral da Saúde), Maria do Céu Machado (Presidente do Infarmed), José Pereira de Almeida (Coordenador Nacional da Pastoral da Saúde), Isabel Nery (Vice-Presidente do Sindicato dos Jornalistas) e Ricardo Encarnação (Diretor Médico da Roche).   

De entre as 25 candidaturas apresentadas na edição deste ano foram escolhidos:

Prémio 20.000 euros - Associação Portuguesa de Insuficientes Renais (Projeto “Aplicação móvel do doente renal crónico”) - criação de uma aplicação móvel para a gestão da doença renal crônica, uma companhia digital da jornada que é a doença renal.

Prémio 15.000 euros - Instituto das Irmãs Hospitaleiras do Sagrado Coração de Jesus (Projeto “Saúde Mental, vamos descomplicar?”) - promoção da acessibilidade à informação sobre incapacidade e saúde mental, tendo como principais protagonistas pessoas com deficiência e problemas de saúde mental.

Prémio 10.000 euros - Alzheimer Portugal (Projeto “Capacitação para a Literacia na área das demências”) - promoção da literacia sobre a área das demências, através da articulação e aposta entre três ferramentas digitais em simultâneo, com vista a chegar a um público-alvo diversificado, que inclua pessoas com demência, cuidadores informais, profissionais de saúde e sociedade em geral.

Prémio 5.000 euros - Associação Spina Bífida e Hidrocefalia de Portugal (Projeto “JCI-Jovens pela cidadania inclusiva”) - criação de uma rede de jovens que localmente trabalhe necessidades relacionadas com a gestão da condição crônica e deficiência, bem como o acesso à informação e aos processos de tomada de decisão sobre a sua saúde.

Prémio 5.000 euros - Associação Portuguesa da Doença Inflamatória do Intestino, Colite Ulcerosa, Doença de Crohn (Projeto “Criação canal Youtube APDI Canal”) - conceção e realização de vídeos e programas, sobre a Doença Inflamatória do Intestino, com profissionais de saúde e elementos da APDI, com carácter informativo que serão colocados num canal de YouTube da APDI e partilhados também nas redes sociais e no site da Associação;

Prémio 5.000 euros - Associação Nacional de Esclerose Múltipla (Projeto “A voz da EM”) - desenvolvimento de ações de consciencialização de participação pública nos processos de decisão na área da saúde, dotando os doentes de conhecimentos para um acesso de informação, investigação e mecanismos de participação na tomada decisões de casos relacionados com as problemáticas de saúde que muitas vezes por desconhecimento dos procedimentos e mecanismos para a decisão ficam sem opinião em grande escala.

Até ao momento, as Bolsas de Cidadania Roche já apoiaram 21 projetos, no valor total de 195 mil euros, em área tão diversas como Diabetes, Alzheimer, Parkinson, Oncologia Pediátrica, Hemofilia, Doenças Raras, entre outras.

As seis bolsas destinam-se a financiar projetos e ideias capazes de fomentar a participação dos cidadãos e dos doentes nos processos de decisão em saúde, de informar os doentes dos seus direitos de acesso à informação e ao envolvimento nas decisões individuais de tratamento. Serão ainda valorizados os projetos que abordem a temática do cancro, doença de Alzheimer e outras demências, esclerose múltipla ou hemofilia.

 

Conferência
A evolução da Cannabis Medicinal bem como a visão técnico-regulamentar desta matéria e as perspetivas futuras quanto ao mercado...

O objetivo do encontro visa prestar esclarecimentos e debater sobre a Lei que entrou em vigor este ano e que ainda suscita dúvidas pelo mercado empresarial quanto à segurança e ao potencial da sua aplicação.

O painel de especialistas inclui o Bastonário da Ordem dos Médicos, o Presidente da CAP, a Presidente do INFARMED, a consultora WISE HS, a empresa AHARA e os advogados da Abreu Advogados.

Para Manuel Durães Rocha, sócio da Abreu Advogados, “A Lei já está em vigor no nosso País desde Janeiro deste ano mas ainda é notória alguma confusão sobre a sua aplicação e o potencial para Portugal. Não é a primeira vez que se debate este assunto no nosso País mas não é todos os dias que, numa mesma sala, reunimos os dirigentes e decisores dos sectores médico, agrícola, empresarial e jurídico, permitindo uma compreensão alargada do tema.”

A conferência contará com a presença de vários rostos conhecidos da área da saúde, como Miguel Guimarães, Bastonário da Ordem dos Médicos, Maria do Céu Machado, Presidente do INFARMED, Eurico Castro Alves e Hélder Mota-Filipe, ambos anteriores presidentes do INFARMED, completados pela perspetiva agrícola na participação de Eduardo Oliveira e Sousa, Presidente da CAP, e a visão empresarial de Filomena Frazão Aguiar e Mónica Povo, da WiseHS e da AHARA.

A abordagem jurídica fica a cargo da Abreu Advogados, com a participação e moderação dos advogados, Inês Sequeira Mendes, José Eduardo Martins, Luís Fábrica, Luís Marques Mendes e Manuel Durães Rocha.

Recorde-se que a Lei n.º 33/2018, de 18 de julho, estabeleceu o quadro legal para a utilização de medicamentos, preparações e substâncias à base da planta da canábis para fins medicinais, nomeadamente a sua prescrição e a sua dispensa em farmácia, tendo o Decreto-Lei n.º 8/2019, de 15 de janeiro, procedido à sua regulamentação. Este quadro legal teve como objetivo tornar acessível o tratamento com medicamentos, preparações e substâncias à base da planta da canábis.

Portugal passou, então, a fazer parte de um grupo de países (como Estados Unidos, Canadá, Alemanha, Bélgica, Suíça, Dinamarca, Noruega, Israel, Itália, entre outros) que legalizou a planta Cannabis para fins terapêuticos. Contudo, é ainda um tema sensível e que levanta muitas questões, tanto médicas como legais.

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