Sintomas e complicações
Afetam sobretudo as mulheres, e apesar da sua incidência aumentar com a idade, as doenças da tiroide
Médica faz palpação da tiroide em mulher jovem

Muitas vezes subvalorizada e mal compreendida, a tiroide é na realidade uma “peça” fundamental para o bom funcionamento do nosso organismo. Esta glândula, com o formato de borboleta e localizada na base do pescoço, “é responsável por regular diferentes funções do corpo através do armazenamento e secreção de hormonas do sangue”. Estas hormonas – a T3 (ou triiodotironina) e a T4 (tiroxina) -  atuam em quase todas as células do nosso corpo, permitindo o controlo do metabolismo. “Ajudam o organismo a utilizar a energia e regulam a temperatura corporal, o crescimento e desenvolvimento intelectual nas crianças e permitem um normal funcionamento do cérebro, músculos, coração e outros órgãos”, começa por explicar a endocrinologista Inês Sapinho.

Não obstante, a maioria dos doentes só dá conta da sua importância quando alguma coisa vai mal.

Entre as patologias mais diagnosticadas estão o hipotiroidismo, hipertiroidismo,  a Doença de Graves e a Tiroidites de Hashimoto (ambas doenças autoimunes), o bócio ou os nódulos da tiroide (habitualmente, benignos).

Manifestações clínicas e principais complicações

Hipotiroidismo: “O hipotiroidismo é uma patologia insidiosa que se manifesta lentamente e os seus sinais e sintomas podem ser inespecíficos”, explica a especialista.

Entre os principais sintomas destacam-se o cansaço, maior sensibilidade ao frio, queda de cabelo, pele seca, aumento de peso, edemas, fraqueza muscular, depressão, obstipação ou irregularidades menstruais.

“Esta clínica nem sempre é valorizada quer pelo doente, quer pelo médico, e o seu diagnóstico é muitas vezes tardio”, revela Inês Sapinho acrescentando que esta disfunção da tiroide, que ocorre quando a tiroide não produz hormonas em quantidade suficiente, comprometendo o normal funcionamento do organismo, é “cerca de 10 vezes mais frequente que o hipertiroidismo”.

Hipertiroidismo: “Existe hipertiroidismo quando a glândula tiroide produz hormonas em quantidades excessivas levando a um «aceleramento» do organismo”, diz a endocrinologista.

Mais comum em mulheres entre os 20 e os 40 anos, o hipertiroidismo apresenta como principais sintomas a irritabilidade, ansiedade, insónias, aumento de apetite, emagrecimento, aumento do trânsito intestinal, intolerância ao calor, tremor das mãos ou falta de concentração.

“Esta situação deve ser rapidamente tratada pois pode causar «exaustão» em alguns dos órgãos, nomeadamente no coração, com arritmias que podem ser fatais”, revela quanto às principais complicações associadas.

Doença de Graves e Tiroidite de Hashimoto: estas duas entidades clínicas “acontecem quando o organismo não reconhece a tiroide como parte integrante e começa a defender-se dela, através de anticorpos dirigidos contra a glândula tiroide, que podem estimular ou destruir a glândula”.

No caso da Doença de Graves, esta resulta numa produção excessiva de hormonas pelo que os sintomas são semelhantes ao do hipertiroidismo. Acresce a fraqueza muscular e a ginecomastia (aumento da mama nos homens).  

Cerca de 25 a 40% das pessoas que sofrem de doença de Graves manifestam alguma inflamação e protuberância dos olhos, conhecida por oftalmopatia de Graves.

No que diz respeito à Tiroide de Hashimoto, esta conduz frequentemente à destruição da tiroide, pelo que os sinais e sintomas que aparecem são os associados ao hipotiroidismo. No entanto, numa fase inicial da doença, esta pode não apresentar sintomas ou pode surgir um inchaço na zona frontal da garganta (bócio).

Esta condição é mais frequente em familiares de doentes com tiroidite autoimune ou em pessoas com outras doenças autoimunes, como a artrite reumatoide, diabetes tipo I, ou lúpus.

Bócio: ocorre quando a tiroide está aumentada, de forma difusa ou nodular. “O termo bócio refere-se simplesmente ao crescimento anormal da tiroide”,  o que nem sempre é sinónimo de mau funcionamento desta glândula, embora estas entidades possam coexistir.

“O bócio quando volumoso pode estar associado a sintomas compressivos sobre estruturas próximas da tiroide, provocando alterações da voz ou rouquidão e tosse irritativa, dificuldade em respirar e comer”, descreve a especialista quando aos principais sintomas.

Nódulos: ou “inchaços”, quase sempre indolores na zona do pescoço, são maioritariamente inofensivos. Apenas 5% dos nódulos correspondem a cancro da tiroide.

De acordo com Inês Sapinho, existem vários tipo de nódulos. “A principal preocupação perante um nódulo é saber se se trata de um nódulo que produz hormonas de forma autónoma, pelo que o seu risco de malignidade é quase nulo, ou se é um nódulo maligno”.

Após caracterização dos nódulos por ecografia e eventual análise citológica, estes podem ter indicação para vigilância ou cirurgia, “ou eventualmente outras técnicas”.

“Não há uma causa isolada que possa identificar como sendo a responsável pelo aparecimento de nódulos. Mas a idade avançada, o sexo feminino, história familiar, radiação prévia da cabeça e do pescoço e deficiência de iodo são fatores associados”, revela a especialista quanto ao que está na sua origem.

Diagnóstico deve ser feito o mais cedo possível

A avaliação clínica é um passo essencial no diagnóstico das doenças da tiroide e por isso é tão importante que reconheça os principais sintomas.

Após as suspeitas, são realizadas análises sanguíneas específicas que “permitem detetar e medir os níveis de hormonas tiroideias na corrente sanguínea”. Estas hormonas são medidas no sangue, pelo que não é necessário jejum.

“A determinação da TSH com os métodos atuais é suficiente na maioria dos casos, para avaliar eventuais alterações hormonais. Os outros doseamentos serão pedidos em função de cada caso concreto”, explica a especialista.

Na presença de nódulos, a ecografia é fundamental para determinar as dimensões e as características dos mesmos. “Por vezes é ainda necessária a realização de uma citologia aspirativa com agulha fina, que recolhe células do nódulo para o estudo microscópico. Em situações mais específicas deverá ser realizada uma cintigrafia da tiroide”, acrescenta.

Uma vez que os seus sintomas são, muitas vezes, associados ao estilo de vida, o diagnóstico das doenças tiroideias acontece tardiamente. “Desta forma, é crucial fazer uma aposta nos rastreios e ações de sensibilização”, conclui Inês Sapinho.

Artigos relacionados

Sinais de que a sua tiroide não está a funcionar como devia

Sintomas depressivos podem ter origem na Tiroide

Tiroide: inchaço e rouquidão pode ser o primeiro sinal de cancro

Foto: 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Risco de morbilidade
As infeções sexualmente transmissíveis (IST) continuam a ser um importante e preocupante problema de Saúde Pública, quer pela...

“Sabemos hoje que as IST têm aumentado anualmente em Portugal, e é importante que os especialistas tenham acesso a informação atual sobre a abordagem, tratamento e investigação desta patologia”, afirmam os responsáveis pelas consultas de DST dos serviços de Dermatologia e Venereologia do país (e que constituem o Grupo Especializado para o Estudo das Doenças Sexualmente Transmissíveis)

Elas são causa de doença inflamatória pélvica, infertilidade, aborto, parto prematuro e malformações graves do feto. Associam-se a risco aumentado de morbilidade e mortalidade, por cancro do colo do útero, da vulva, oral, do ânus e, mais raramente, do pénis.

Na última década, verificou-se um aumento de IST, nomeadamente de sífilis, gonorreia, linfogranuloma venéreo por Chlamydia trachomatis serotipos L1-L3 e hepatite A e C, particularmente em homens que têm sexo com homens (HSH).

Em Portugal, as mais frequentes são a infeção pelo vírus do papiloma humano, infeção por Chlamydia, sífilis – que há 19 anos regista um aumento do número casos por toda a europa, sobretudo em homens que têm sexo com homens e em doentes seropositivos, - gonorreia e herpes genital que continua a ser a principal causa de úlceras genitais em países desenvolvidos.

O linfogranuloma venéreo por Chlamydia trachomatis tem vindo também a aumentar na europa, desde 2003, tendo sido identificadas 48 estirpes, 90% do tipo L2 em Portugal.

Tendo em conta este panorama, a próxima Reunião da Primavera da Sociedade Portuguesa de Dermatologia e Venereologia (SPDV), que se realiza entre 24 e 25 de maio no Curia Palace Hotel, na Anadia, em Coimbra, vai abordar o tema.

“É fundamental que os clínicos tenham consciência desta realidade para adotarem medidas de saúde mais eficazes, nomeadamente, rastreios de contactantes, vacinação terapêutica ajustada às recomendações da DGS e dos Centros Europeus de Controlo de Doenças, com o objetivo de minimizar o risco de falência terapêutica e seleção de estirpes resistentes, particularmente em relação à infeção pela Neisseria gonorrhoeae”, avança a organização.

Distinção
A Sociedade Portuguesa de Medicina Interna (SPMI) acaba de homenagear com o Prémio de Medicina Interna o médico João Sá,...

A escolha do homenageado, segundo João Araújo Correia, internista e presidente da SPMI, “foi aceite por unanimidade e com aclamação por parte da direção da Sociedade, uma vez que o Dr. João Sá tem demonstrado, ao longo dos anos, ser um profissional de prestígio com uma contribuição bastante significativa no crescimento da especialidade de Medicina Interna, quer através do desempenho das suas funções enquanto especialista nesta área, bem como na Medicina Intensiva, quer enquanto membro ativo de diversos projetos, investigações e organizações focadas na especialidade”.

O presidente da SPMI acrescenta ainda que “o Prémio de Medicina Interna foi uma ideia que surgiu há cerca de quatro anos, com o objetivo de distinguir um especialista que representasse aquilo que se considera ser o modelo ideal de internista, isto é, alguém que esteja no ativo e que pudesse ser reconhecido pelos colegas mais novos como uma referência pelo trabalho de excelência realizado na área da Medicina, em particular da Medicina Interna”.

João Sá é licenciado em Medicina e Cirurgia pela Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa, e tem centrado a sua atividade nas áreas da Medicina Interna e Cuidados Intensivos. Já foi diretor do Serviço de Medicina do Hospital de São José, em Lisboa, presidente do Colégio de Especialidade de Medicina Interna na Ordem dos Médicos e presidente da Sociedade Portuguesa de Cuidados Intensivos. Atualmente é diretor do Departamento de Medicina e diretor clínico adjunto do Hospital da Luz, em Lisboa, assumindo também o cargo de editor-chefe da Revista de Medicina Interna.

Para além da entrega do prémio, o primeiro dia do congresso contou com a apresentação de comunicações orais e casos clínicos, bem como com uma conferência sobre livros médicos do Renascimento. No segundo dia, temas como a inteligência artificial, novas especialidades médicas, a diabetes tipo 2 e o fígado gordo serão discutidos nas sessões agendadas.

 

Fatores de risco
O alerta não é recente, no entanto, os números de mortalidade por doenças cardiovasculares continuam altos, representando...

Até agora as Jornadas da Primavera, organizadas pelo Hospital CUF Cascais, com o apoio da Câmara de Cascais, discutiam várias disciplinas da saúde. Colocar o foco apenas numa disciplina da Saúde, é uma escolha da Organização das Jornadas da Primavera que procura refletir a grande preocupação dos médicos para com o número de mortes ocorridas na sequência de doenças cardiovasculares.

“Temos de continuar a combater esta realidade que tanto nos preocupa enquanto profissionais de saúde. É necessário reforçar a importância da prevenção de factores de risco iminentes, como: hipertensão, tabaco, excesso de peso, sedentarismo e colesterol - todos estes estão associados às doenças cardiovasculares. É necessário valorizá-los e procurar abordagens para os evitar” aponta José Ramos Osório.

As Jornadas da Primavera têm-se revelado um importante ponto de atualização de conhecimento e de partilha de experiências, que se enquadra na importância da formação contínua dos profissionais de saúde, com vista a alcançar um nível cada vez mais elevado de cuidados a prestar à população.

Nesta edição, que conta com a participação de especialistas da CUF, do Agrupamento de Centros de Saúde de Cascais e do Hospital de Cascais, o programa terá espaço, não só para discutir como diminuir a mortalidade por doenças cardiovasculares; como também, para abordar os seguintes temas: a “Cardiologia em cuidados de saúde primários”; o “Estado da arte em imagiologia cardíaca”; os “Avanços na cardiologia invasiva” e a “Evolução da cirurgia cardiotorácica nos últimos 35 anos”.

 

 

Investigação
Problemas no aparelho respiratório e circulatório são apenas alguns dos problemas de saúde que afetam os bombeiros em cenários...

Alguns destes problemas, aponta a investigadora Raquel Sebastião, “podem aparecer rapidamente, como erupções agudas e instantâneas nos olhos, irritações no nariz e na garganta e falta de ar”. Estes são sintomas que “geralmente evoluem para dores de cabeça, tonturas e náuseas e que podem ter uma duração de várias horas”, acrescenta a investigadora do Instituto de Engenharia Informática e Telemática de Aveiro (IEETA), uma das unidades de investigação da UA. 

Durante o combate de incêndios, os bombeiros estão especialmente expostos a poluentes que são inalados, afetando o seu sistema respiratório. De facto, esclarece a investigadora, “a exposição frequente e prolongada a elevados níveis de concentração de poluentes durante o combate de incêndios florestais pode originar problemas de saúde agudos ou de longo prazo”. Verifica-se também “a diminuição da função pulmonar, podendo-se traduzir numa capacidade respiratória ligeiramente diminuída, na constrição do trato respiratório e em hipersensibilidade das pequenas vias aéreas”.

Além destes sintomas, e de acordo com a Associação Nacional de Proteção contra Incêndios dos EUA, a maioria das mortes ocorridas durante os incêndios são devidas à inalação de poluentes presentes no fumo.

A investigação envolveu os investigadores Raquel Sebastião, Sandra Sorte, Joana Valente, Ana Isabel Miranda e José Maria Fernandes do IEETA e do Centro de Estudos do Ambiente e do Mar (outra das unidades de investigação da Academia de Aveiro).


As investigadoras Ana Isabel Miranda, Raquel Sebastião e Sandra Sorte

Bombeiros envolvidos no estudo

O trabalho pioneiro monitorizou o ritmo cardíaco de bombeiros e a respetiva exposição a monóxido de carbono em diferentes cenários de combate ao fogo. As medições permitiram verificar situações de exposição dos bombeiros a níveis de monóxido de carbono elevados, bem como alterações no ritmo cardíaco associadas a valores de pico de exposição a este gás de grande toxicidade para a saúde humana.

“Apesar de ser necessário realizar mais estudos”, refere Raquel Sebastião, “os resultados sugerem que o ritmo cardíaco dos bombeiros reage a variações de exposição a gases como o monóxido de carbono, e que a localização do bombeiro em relação ao fogo e ao fumo pode ser relevante no que se refere aos efeitos da inalação do gás”.

Na impossibilidade de monitorizar de forma regular e no terreno a exposição individual dos bombeiros ao monóxido de carbono, esclarece a investigadora, “a monitorização do ritmo cardíaco, atualmente de baixo custo e tecnologicamente viável, pode ser um valioso alarme para a retirada ou para a realocação do bombeiro, evitando situações de perigo não identificadas claramente no teatro de operações”. É, portanto, “essencial monitorar a frequência cardíaca e perceber as alterações que podem levar a efeitos colaterais indesejáveis sobre as condições de saúde dos bombeiros”.

Esta recolha envolveu a monitorização de quatro bombeiros da corporação de Bombeiros Voluntários de Albergaria-a-Velha, em diferentes cenários de combate ao fogo, no decorrer de queimas experimentais realizadas na Serra da Lousã.  Para identificarem a exposição a poluentes e as consequentes alterações do ritmo cardíaco dos bombeiros a equipa de investigação utilizou um conjunto de sensores que, colocados no corpo e equipamento, indicaram ao longo do estudo, entre outros fatores, concentrações de poluentes, posição geográfica e informação cardíaca.

A investigação foi realizada no âmbito dos projetos VR2 (PTDC/EEI-ELC/2760/2012) e VR2Market (CMUP-ERI/FIA/0031/2013) financiados pela FCT e FCT/CMU-Portugal, reunindo investigadores das Universidades de Aveiro e Porto e Carnegie Melon University (EUA).

Sessão de esclarecimento
Cerca de 44% das mulheres portadoras de mutações patogénicas no gene BRCA1 e cerca de 17% das portadoras de mutações...

No cancro da mama,  o cenário é idêntico, com cerca de 72% das mulheres portadoras de mutações patogénicas no gene BRCA1 e cerca de 69% das mulheres portadoras de mutações patogénicas no gene BRCA2 a desenvolverem este tumor até aos 80 anos.

Como podem ser identificadas as mulheres portadoras destas mutações, antes ou durante a doença? Que tipo de respostas podem ser conseguidas através desta identificação? Como encarar a mutação enquanto doente e enquanto portadora saudável? São algumas da questões que vão esclarecidas, no próximo dia 30 de maio, no Auditório Azul do IPO do Porto, por um painel de especialistas, na sessão de esclarecimento “As mutações genéticas BRCA e o cancro”, uma iniciativa integrada na campanha “saBeR mais ContA”, lançada no passado dia 8 de maio, Dia Mundial do Cancro do Ovário,

Esta sessão, que contará com a presença de especialistas das Sociedades de Genética Humana, Ginecologia e Senologia, vai ser moderada por Adelaide de Sousa e pretende ajudar doentes e familiares a perceberem o que são as mutações nos genes BRCA 1 e BRCA 2 e as suas implicações, esclarecendo as suas dúvidas.

As inscrições são gratuitas, podendo ser feitas para o e-mail: [email protected]. Para os que não terão oportunidade de ir, a sessão será transmitida em direto nas redes sociais da Evita e Liga Portuguesa Contra o Cancro.

A campanha “saBeR mais ContA” conta ainda com uma exposição fotográfica com testemunhos de famílias onde houve diagnóstico de cancro da mama e/ou ovário, associados à mutação BRCA, e outros que realizaram o teste genético, e que pode ser visitada na estação de metro da Casa da Música até dia 31 de maio.

 

Hospital sem tabaco
Para assinalar o Dia Mundial sem Tabaco, no próximo dia 31 de maio, o Instituto Português de Oncologia de Coimbra vai realizar...

“A maior parte dos fumadores tem conhecimento sobre os riscos associados ao tabagismo mas continua a fumar porque é dependente de uma substância constituinte do tabaco que é a nicotina e que causa habituação”, refere Lourdes Barradas, diretora do serviço de Pneumologia do IPO de Coimbra. Sendo responsável por cerca de 85 a 90% dos casos de cancro do pulmão, “é primordial  que os profissionais de saúde estejam comprometidos com a cessação tabágica, não só tomando o exemplo, como incentivando os fumadores a deixar de fumar”, reforça a médica pneumologista. 

Em 2018 foi publicado em Diário da República o Despacho n.º 7432/2018 que determina que os estabelecimentos do Serviço Nacional de Saúde devem definir e prosseguir uma estratégia no sentido de se tornarem livres – até ao ano de 2020 - de fumo de tabaco. Com o Fórum “IPOC – Hospital sem Tabaco” a instituição pretende dar uma resposta a este mesmo despacho promovendo boas práticas de intervenção.

No dia 31, na parte da manhã, decorrerá uma ação de sensibilização e rastreio ao monóxido de carbono destinada a utentes e colaboradores da instituição. No período da tarde, com início às 14h, vai realizar-se uma tertúlia - que incluirá a apresentação do projeto SOS Saúde e o testemunho de um ex-fumador – e o debate "Hospital sem Tabaco - Realidades e Perspetivas" que contará com a participação da Sociedade Portuguesa de Pneumologia, da Liga Portuguesa Contra o Cancro, do Colégio de Especialidade de Pneumologia, da Sociedade Europeia de Pneumologia, dos Cuidados de Saúde Primários, entre outros.

 

Especialistas reunidos
Nos últimos 15 anos, registou-se um aumento do número de cirurgias de ambulatório, que triplicaram durante este período....

Dado o crescente reconhecimento da prática de cirurgia ambulatório, a dinamização de um congresso internacional da área será uma excelente oportunidade para mostrar todo o bom trabalho que se está a fazer na especialidade, quer em Portugal, quer no mundo”, explica Carlos Magalhães, presidente da Associação Portuguesa de Cirurgia Ambulatória (APCA) que promove um Congresso Internacional da especialidade de 27 a 29 de maio

A realizar no Centro de Congressos da Alfândega do Porto, esta iniciativa, dirigida a médicos de diferentes especialidades, cirurgiões, anestesiologistas, enfermeiros, administradores e gestores hospitalares, vai contar com a presença confirmada de Miguel Guimarães, bastonário da Ordem dos Médicos e da Secretária Estado Saúde, Raquel Duarte, em representação da Ministra da Saúde.

No evento, são esperados cerca de 1500 participantes acreditados, entre eles mais de 1100 delegados oriundos de 42 países. O congresso vai contar com a intervenção de 160 palestrantes, especialistas de diversas áreas, sendo que os temas a abordar serão a atualidade da cirurgia ambulatória, como as novas tendências cirúrgicas, anestésicas, tecnológicas e de gestão.

“Nos últimos anos, a cirurgia portuguesa em regime de ambulatório tem tido um desenvolvimento positivo, tendo como principal fator de sucesso a sua multidisciplinaridade, que envolve diferentes grupos profissionais, assim como garante a segurança e qualidade no tratamento dos doentes”, afirma Carlos Magalhães.

E acrescenta “o congresso foi acreditado pela UEMS e é apoiado cientificamente por 10 associações e sociedades científicas portuguesas, pela Ordem dos Médicos e pela Universidade do Porto, o que permitira um debate sobre o panorama da especialidade bastante completo.”

 

Doença dos Pezinhos
A polineuropatia amiloidótica familiar, vulgarmente conhecida como doença dos pezinhos ou paramiloid
Paramiloidose

É uma doença irreversível e rapidamente incapacitante, podendo ser fatal em 10 anos se não for feito o diagnóstico precoce e não receber tratamento adequado. Atualmente ainda não existe uma cura.

O diagnostico da paramiloidose deve ser rigoroso, uma vez que os sintomas podem ser confundidos com os de outras doenças mais frequentes, o que pode atrasar a sua deteção. É preciso estar atento à perda de sensibilidade nos pés ou nas extremidades das pernas, uma vez que mais de metade dos doentes referem esses sintomas.

Outros sintomas como alterações gastrintestinais, dificuldades digestivas, disfunção sexual, tonturas ou desmaio, diminuição da força muscular, problemas cardiovasculares ou insuficiência renal também devem ser motivo de queixa junto do médico.

A doença é detetada usualmente entre os 25 e os 35 anos. Dada a importância dos antecedentes familiares na história clínica desta doença pode ser recomendada a realização de um teste genético a familiares.

Apesar da paramiloidose ter sido identificada em 1952, o primeiro tratamento para a enfermidade surgiu em 1992, com o primeiro Transplante Hepático, realizado no Hospital Curry Cabral – Lisboa, pelo Dr. João Pena e a sua equipa. O primeiro medicamento surgiu apenas em 2012, permitindo dar mais qualidade de vida às pessoas que sofrem com esta doença. Dois novos medicamentos já foram testados e aprovados pela Agência Europeia do Medicamento e esperamos ansiosamente que os nossos doentes possam ser tratados com estes novos fármacos da nova geração. Aguardamos com grande expetativa o desenvolvimento da ciência e a descoberta de uma cura.

A Associação Portuguesa de Paramiloidose (APP) é uma Instituição Particular de Solidariedade Social constituída por doentes, familiares, médicos e outros profissionais da saúde. Tem como objetivos promover a melhor integração na sociedade das pessoas portadores desta doença e fomentar os meios mais adequados ao seu tratamento e recuperação. Este ano, a APP assinala 40 anos de existência. Para mais informações consulte: http://www.paramiloidose.com/

Artigos relacionados

Paramiloidose Familiar: “doença dos pezinhos” atinge 2 mil portugueses

Carlos Figueiras - Enfermeiro e presidente da Associação Portuguesa de Paramiloidose

Fonte: 
Foto: 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Urgências hospitalares
Durante o primeiro trimestre do ano foram atendidos na urgência dos hospitais públicos cerca de 600 mil casos considerados...

De acordo com a notícia hoje publicada no Sapo 24, os números das urgências por triagem de Manchester, que indica o grau de prioridade clínica, “mostram que quase 600 mil dos 1,6 milhões de atendimentos receberam pulseira verde, azul ou branca, sendo considerados pouco ou não urgentes”.

Um cenário semelhante ao do ano passado, em que, de mais de seis milhões de atendimentos nas urgências, cerca de um terço tinham sido considerados pouco ou nada urgentes.

 A atribuição da pulseira verde ou azul significa que os utentes poderiam ser encaminhados para outros serviços de saúde, como os cuidados primários. No caso da pulseira branca os doentes são recebidos por razões administrativas ou casos clínicos específicos referenciados por um médico, mas sem situação aguda.

Nos primeiros três meses deste ano, mais de 530 mil atendimentos nas urgências receberam pulseira verde e quase 20 mil receberam pulseira azul, enquanto mais de 41 mil tiveram pulseira branca atribuída.

Os hospitais do SNS registaram ainda cerca de 160 mil casos muitos urgentes, com pulseira laranja, e quase 6000 considerados emergentes (pulseira vermelha)

As pulseiras amarelas são as mais comuns, tendo-se registado cerca de 670 mil casos durante este período.

Triagem de Manchester define tempos aceitáveis para a observação médica

Os casos que recebem pulseira vermelha devem ser observados imediatamente. Os laranja devem ser atendidos em 10 minutos.  

“As pulseiras amarelas podem aguardar uma hora pela observação médica, enquanto verdes e azuis podem esperar duas a quatro horas, respetivamente, ou serem encaminhados para outros serviços de saúde”, lê-se na notícia.

Estudo
De acordo com edição de 2019 da «Bloomberg Healthiest Country Index», Portugal é o 22.º país mais saudável do mundo, entre os...

O índice em causa avalia os países de acordo com os vários fatores que permitem concluir o nível global de bem-estar de cada nação. Entre eles estão a esperança média de vida, a obesidade e o número de consumidores de tabaco, sendo ainda considerados fatores ambientais, como a qualidade da água.

Apesar de a posição de Portugal no ‘ranking‘ estar consolidada entre os melhores, perdeu um lugar relativamente à edição anterior, publicada em 2017, o que pode significas que, ou estamos menos saudáveis ou os outros países estão fazer mais do que que nós para melhorar. Na mais recente avaliação, Portugal obteve uma pontuação de 87,95 em 100.


A pontuação de alguns dos países avaliados, entre eles os mais saudáveis 

Espanha está em primeiro lugar

Em 2019, Espanha «roubou» o lugar a Itália, que desceu para a segunda posição. Em terceiro ficou a Islândia. Seguem-se o Japão, Suíça, Suécia, Austrália, Singapura, Noruega e termina com Israel.

A maioria dos países mais saudáveis fica na Europa. Os Estados Unidos da América estão em 35.º.

De acordo com a análise da Bloomberg, a vitória de Espanha fica a dever-se sobretudo à sua elevada esperança média de vida, atingindo quase os 86 anos, o valor mais alto dos 169 países considerados.

A zona do mundo com piores resultados é a região da África Subsariana, em que 27 nações ocupam os últimos 30 lugares da tabela. Os restantes três lugares são ocupados pelo Haiti, Afeganistão e Iémen.

Projeto-piloto
Os profissionais envolvidos no projeto-piloto de promoção da atividade física no Serviço Nacional de Saúde (SNS) receberam...

Esta formação contou com a participação de profissionais de 12 unidades de saúde, distribuídas pelas cinco Administrações Regionais de Saúde.

O aconselhamento breve para a atividade física consiste numa interação com o utente, tendo em vista o encorajamento e recomendação para a prática de atividade física, envolvendo uma abordagem às motivações, barreiras, preferências, estado de prontidão e de saúde do utente, bem como às oportunidades para realizar atividade física e respetivos riscos.

Estão disponíveis, a nível nacional, ferramentas digitais de apoio a esta intervenção nos softwares clínicos de registos de consulta (SClínico) e prescrição de cuidados médicos (PEM – Prescrição Eletrónica Médica), sendo possível registar o nível de atividade física e de comportamentos sedentários dos utentes.

Estes recursos, disponíveis desde o final de 2017/2018, permitiram que, até dezembro de 2018, 63 817 utentes tenham tido o seu nível de atividade física avaliado em contexto de consulta de rotina, tendo sido emitidos mais de 13 mil guias de aconselhamento breve, com recurso a estas ferramentas digitais.

No contexto do projeto-piloto de promoção da atividade física no SNS que está a ser implementado, importa testar o impacto desta intervenção em termos de resultados em saúde e custo-efetividade.

 

 

Congresso
A Associação Portuguesa de Podologia (APP) vai realizar nos dias 24 e 25 de maio, no Altice Fórum, em Braga, o XIV Congresso...

“Estima-se que cerca de 85 por cento das pessoas com idade superior a 35 anos apresente alguma alteração ou doença no pé, um número preocupante que vem reforçar a importância da dinamização de iniciativas científicas como o Congresso Nacional de Podologia, que tem como objetivo central abrir a discussão sobre os principais temas ligados à prevenção, diagnóstico e tratamento de problemas dos pés”, afirma Manuel Portela, podologista e presidente da APP.

E acrescenta: “esta edição é a prova de que a investigação está viva e que a implementação de novas estratégias e metodologias de diagnóstico e terapêutica da especialidade são uma realidade. A diversidade de temas e a participação de conceituados conferencistas nacionais e internacionais nas áreas da medicina, biomecânica, engenharia e indústria são uma aposta da Associação, como forma de garantir aos podologistas portugueses uma formação de qualidade e uma maior interdisciplinaridade”.

Manuel Portela frisa ainda que este tipo de iniciativas pretende também passar a mensagem de que os podologistas devem sensibilizar a população para a importância de vigiar a saúde dos pés: “as calosidades, os joanetes e as infeções nas unhas são as alterações mais comuns nos pés, e a sua intervenção mais eficaz requer um diagnóstico precoce, que será possível se as pessoas estiveram conscientes dos sinais de alerta e dos cuidados que devem ter”.

A 14ª edição do Congresso Nacional de Podologia conta com o Alto Patrocínio da Presidência da República.

 

 

Investigação
Pelo menos é isso em que acreditam os cientistas da Google e da Universidade Northwestern que conseguiram desenvolver um...

De acordo com a investigação publicada na revista Nature Medicine, esta nova técnica pode vir a facilitar o diagnóstico precoce de um tipo de tumor mata mais de um milhão de pessoas em todo o mundo todos os anos. Segundo os autores do estudo, este sistema é bastante preciso e baseia-se na “aprendizagem profunda” para detecção deste tipo de cancro. No entanto, os resultados apresentados ainda têm ser validados clinicamente em grandes populações de doentes, ressalvam os cientistas.

No entanto, explicam que a ‘aprendizagem profunda’ (ou ‘Deep learning’) é um ramo da inteligência artificial em que os computadores “aprendem” a partir de exemplos e vastas quantidades de dados, criando padrões de análise de informação cada vez mais complexos e que permitem imitar o funcionamento do cérebro.

Tendo em conta esses padrões de análise, os investigadores conseguiram desenvolver um algoritmo capaz de detetar nódulos pulmonares malignos, muitas vezes minúsculos, a partir de uma Tomografia Axial Computorizada (TAC) ao tórax, com uma precisão de detecção igual ou superior à dos radiologistas.

De acordo com os autores deste estudo, foram introduzidas mais de 42 mil imagens de TAC e em cerca de 7 mil casos de testes, o sistema de inteligência artificial foi capaz de detetar os nódulos malignos com maior precisão quando comparada à análise dos especialistas

Por outro lado, este sistema de inteligência artificial conseguiu ainda produzir menos falsos-positivos e menos tumores falsos-negativos.

Mozziyar Etemadi, professor de Medicina e Engenharia na Universidade Northwestern e um dos autores do artigo científico publicado sobre o estudo, explica que os radiologistas examinam geralmente centenas de imagens bidimensionais numa única tomografia computadorizada, enquanto o novo sistema permite fazer ‘instantâneos’ de análise em três dimensões (3D).

“A inteligência artificial em 3D pode ser muito mais sensível na sua capacidade de detetar precocemente o cancro do pulmão do que o olho humano que analisa imagens bidimensionais”, explica.

Já Sharavya Shetty, da divisão de inteligência artificial da Google, considera que “o sistema agora apresentado mostra como a inteligência artificial pode ser utilizada para melhorar e otimizar o processo de triagem realizada através de TAC com doses baixas de radiação e os resultados são prometedores”.

A universidade Northwestern acrescenta que os exames torácicos servem para identificar o tumor e reduzir as taxas de mortalidade, no entanto,  produzem altas taxas de erro. O novo sistema, por seu lado,  permite categorizar uma lesão com mais especificidade porque, não só, permite diagnosticar melhor uma pessoa com cancro como aferir se a pessoa não tem cancro e poupá-la a uma biopsia pulmonar invasiva, cara e com riscos.

Opinião
A exposição ao fumo do tabaco provoca efeitos adversos e imediatos ao sistema cardiovascular, podend

Por natureza, as crianças são mais vulneráveis à exposição do fumo do tabaco, devido a motivos biológicos, fisiológicos e comportamentais. A sua respiração é efetuada com maior frequência e volume, quando comparada com a dos adultos. O seu aparelho respiratório é mais sensível à generalidade dos produtos tóxicos do tabaco.

Os pais possuem aqui um papel fundamental, o da proteção da criança, nomeadamente em fases mais precoces do desenvolvimento. Não basta os pais não fumarem junto dos filhos, uma vez que as partículas acumulam-se nas roupas e nos móveis.

No entanto, não podemos considerar os pais negligentes por exporem os filhos às perigosidades tóxicas do tabaco. Trata-se de uma dependência da nicotina com a qual os pais lidam diariamente.

No fumo do tabaco foram identificados mais de 4 mil compostos químicos diferentes nocivos para a saúde. O principal componente do tabaco na fase gasosa consiste no monóxido de carbono, que facilmente interfere com a circulação sanguínea. Na fase de partículas, os principais componentes são a nicotina e o alcatrão, sendo a primeira o composto responsável pela dependência.

A nicotina é uma substância alcaloide, que tem efeitos a nível do sistema nervoso e está associada à libertação de dopamina e de noradrenalina. A nível do sistema nervoso a nicotina pode causar efeitos estimulantes ou depressivos.

Deixar de fumar é difícil. Tratando-se de um hábito com dependência física e psíquica, os sintomas de privação do tabaco nem sempre se conseguem ultrapassar sem ajuda. Contudo, sabemos que é quatro vezes mais fácil deixar de fumar com ajuda médica, pois permite controlar e diminuir os níveis de ansiedade durante o processo.

Felizmente, cada vez mais, as crianças condenam o ato de fumar. A educação nas escolas sobre os malefícios do tabaco está a ter um papel essencial. As crianças já acompanham os pais às consultas para os apoiar a deixar de fumar, pois sabem quais os malefícios para a saúde dos pais.

Diria que as grandes influências nos nossos adolescentes continuam a ser os exemplos interpares e a necessidade de aceitação nos grupos sociais.

As consultas tabágicas consistem num processo de apoio ao fumador que pretende terminar com o seu vício, através de aconselhamento, motivação e prescrição de fármacos indicados a cada pessoa. Desta forma, será mais simples para o fumador reagir à abstinência da nicotina.

Após 6 meses de cessação tabágica, o fumador é considerado um ex-fumador.

É aconselhável ser acompanhado durante este período por uma equipa especializada em apoio intensivo à cessação tabágica.

Artigos relacionados

Está na hora de deixar de fumar!

80 por cento dos fumadores querem parar de fumar

Deixar de fumar com ajuda médica permite maior controlo no aumento de peso

Tabagismo: parar de fumar não é apenas uma questão de força de vontade

Dra. Ana Raquel Marques, especialista em Medicina Geral e Familiar e coordenadora da Consulta de Cessação Tabágica do Agrupamento de Centros de Saúde de Matosinhos

Fonte: 
Foto: 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Reunião
“Urgências Cirúrgicas em Patologia Colorrectal” foi o tema central da reunião médica realizada no passado sábado dia 18 de maio...

Entre os temas em discussão, destacaram-se a Oclusão por Neoplasia do Cólon, Diverticulite Aguda, Deiscência Colorretal, Complicações na Cirurgia Transanal e Colite por Clostridiumforam.

De acordo com o comunicado do Centro Hospitalar Universitário Cova da Beira, esta foi “uma reunião restrita, que permitiu uma reflexão intensa e partilhada por especialistas de cirurgia e internos de formação específica da área”.

A organização do evento esteve a cargo do Serviço de Cirurgia do Centro Hospitalar Universitário Cova da Beira em parceria com a Sociedade Portuguesa de Cirurgia.

 

 

Evento internacional
Começou hoje, e decorre até dia 24 de maio, a 5.ª edição da European Stroke Organisation Conference (ESOC), que este ano se...

A Sociedade Portuguesa do Acidente Vascular Cerebral (SPAVC) volta a reforçar a sua internacionalização, através de uma notável participação de profissionais de saúde portugueses no maior evento internacional dedicado à abordagem, prevenção e tratamento do AVC. Portugal estará fortemente representado na ESOC 2019, com mais de 40 intervenções de especialistas portugueses no programa científico, em sessões de natureza variada.

Na opinião de Elsa Azevedo, vice-presidente da SPAVC, esta participação demonstra a proatividade e qualidade científica dos especialistas portugueses, bem como o esforço crescente da SPAVC no seu posicionamento internacional. “Para além da apresentação de trabalhos de investigação nacional e internacional e da participação em conferências a convite e moderação de sessões, existe uma presença crescente de elementos da SPAVC como membros de comités da European Stroke Organisation (ESO), nomeadamente em Brain and Heart Council, Dementia Committee, Education Committee, Guidelines Board, Membership Committee, Telestroke Committee, International Liaison Committee e Young Stroke Physicians & Researchers Committeee”.

Ao nível do programa científico, este ano o congresso conta com algumas novidades no que se refere à organização das sessões. “Uma das inovações passa pela organização de sessões assinaladas como «ask the speaker», em que é permitido aos participantes colocarem perguntas diretamente ao palestrante através da app do congresso”, avançou Diana Aguiar Sousa, membro do ESO Young Stroke Physicians and Researchers Committee. Por outro lado, “existirão também sessões com questões dirigidas ao público (assinaladas no programa como «voting»), nas quais a votação é feita através da app do congresso, tendo como objetivo aumentar o envolvimento da audiência e tornar as sessões mais interativas”.

A especialista, que integra também o Public Relations Committee da ESOC 2019, destacou ainda a aposta crescente da ESO nos formatos de comunicação interativos, “melhorando a experiência global dos congressistas e a qualidade e utilidade das discussões”. Entre as estratégias adotadas inclui-se também, por exemplo, “a otimização crescente dos produtos multimédia desenvolvidos no congresso, como as entrevistas aos investigadores e os Press Releases”, facilitando assim a divulgação das informações mais relevantes apresentadas em primeira mão no evento.

Booth #54: SPAVC volta a marcar presença na ESOC 2019

Apostando na sua visibilidade e comunicação, a SPAVC volta a estar presente na ESOC 2019 num espaço físico próprio, à semelhança do que aconteceu o ano passado, de forma a divulgar a sua atividade além-fronteiras. “Pretende-se, com este espaço, por um lado divulgar a missão da SPAVC ao longo dos seus 14 anos de atividade e, por outro, funcionar como um ponto de encontro para todos os especialistas portugueses que estão a participar na ESOC”, referiu a vice-presidente da SPAVC, Elsa Azevedo.

Neste âmbito, Diana Aguiar Sousa lembrou que “a participação portuguesa tem apresentado um crescimento consistente, não apenas em número de congressistas, mas também na quantidade e qualidade dos trabalhos submetidos”. Para a médica, “esta internacionalização é também reflexo do reforço e crescimento que os cuidados ao doente com AVC têm tido em Portugal, e para o qual muito tem contribuído a atividade da SPAVC”.

O espaço da SPAVC (Booth 54) pode ser encontrado na secção da exposição técnica reservada para associações sem fins lucrativos.

Diabetes
O medicamento Tresiba (Insulina degludec) obteve autorização de comparticipação para tratamento da diabetes mellitus tipo 1 em...

Após avaliação foi possível concluir que o Tresiba (insulina degludec) apresenta “valor terapêutico acrescentado não quantificável em relação à insulina glargina na população de doentes adultos com Diabetes Mellitus tipo 1.”

De acordo com o relatório divulgado pelo Infarmed, esta conclusão baseia-se nos dados do estudo SWITCH 1 e de três meta análises, submetidos à população de doentes adultos com diabetes tipo 1, que demonstraram que a insulina degludec se associou a uma redução significativa da hipoglicemia, hipoglicemia severa e hipoglicemia noturna, respetivamente.   

O medicamento Tresiba (insulina degludec) é um análogo de ação prolongada que se liga especificamente ao recetor de insulina humana e tem os mesmos efeitos farmacológicos da insulina humana.

 

Monoterapia
Daratumumab obteve autorização para ser utilizado em meio hospitalar no tratamento de doentes com menos de 75 anos com mieloma...

De acordo com a Autoridade Nacional do Medicamento, este medicamento está recomendado para ser utilizado em combinação com bortezomib a e dexametasona no tratamento de doentes adultos com mieloma múltiplo que tenham recebido pelo menos uma terapêutica anterior.

Da avaliação a que foi sujeito foi possível concluir que existem benefícios na combinação deste medicamento com bortezomib e dexametasona no tratamento de doentes adultos com mieloma múltiplo, com menos de 75 anos e tratados previamente com menos de 3 linhas, apresentando ainda “ sugestão de valor terapêutico acrescentado (VTA) não quantificável para doentes de alto risco citogénico, face aos comparadores considerados”.

Quanto à avaliação económica, “os valores custo-efetividade incrementais associados à introdução do medicamento Darzalex no arsenal terapêutico, assim como os resultados do impacto orçamental, foram considerados aceitáveis, depois de negociadas condições para utilização pelos hospitais e entidades do SNS, tendo em atenção as características específicas do medicamento e da doença em causa”, pode ler-se no relatório.

 

Projeto Atlantis
O Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC) recebeu ontem, no âmbito do Projeto Atlantis, um grupo de 15 alunos de...

Na recepção aos alunos estiveram presentes o Presidente do Conselho de Administração do CHUC, Fernando Regateiro, que «saudou e cumprimentou os alunos, lembrando a importância deste tipo de intercâmbio para o aumento do conhecimento e do saber», o Diretor Nacional do Projeto Atlantis em Portugal, Bernardo Gaivão, referiu que «no decorrer dos últimos 2 anos, o CHUC tem sido o parceiro por excelência da Atlantis, ajudando-nos a proporcionar a dezenas de estudantes de medicina americanos, experiências formativas que contribuem ativamente para a proximidade e conectividade destes dois sistemas de saúde». Prosseguiu dando nota de que «o CHUC tem sido avaliado de forma consistente como um dos nossos melhores parceiros a nível mundial e tem contribuído ativamente para a realização da nossa visão: a verdadeira globalização e partilha de conhecimentos entre profissionais de saúde, hospitais, universidades e estudantes de todo o mundo.»

A Coordenadora do Núcleo de Internacionalização do CHUC, Diana Breda, fez uma apresentação do CHUC com o objectivo de dar a conhecer um pouco da realidade do centro hospitalar onde os alunos vão permanecer nas próximas semanas, destacando ainda o enorme potencial do CHUC no estabelecimento de redes internacionais de networking.

O Atlantis Project, sedeado em Washington D.C., desenvolve, desde 2007, estágios de observação para estudantes americanos e tem como objectivo principal criar ligações entre profissionais de cuidados de saúde americanos e hospitais parceiros nos países de acolhimento a nível mundial. É uma rede que promove a colaboração entre sistemas internacionais de saúde e estimula a partilha de conhecimentos sobre as melhores práticas clínicas, os cuidados de saúde aos doentes e a excelência hospitalar.

Desde 2017, ano em que foi firmada esta parceria internacional com o CHUC, já foram realizadas várias edições sob a coordenação do Núcleo de Internacionalização.

 

Páginas