Principais Cuidados
Em qualquer idade, estamos suscetíveis ao surgimento de problemas nas unhas que podem mudar o seu fo

A onicocriptose, vulgarmente reconhecida como “unha encravada”, é uma lesão comum que deve ser tratada atempadamente de modo a evitar infeções causadas por bactérias e o recurso à cirurgia. Normalmente, este problema surge no dedo grande do pé, quando um ou os dois cantos da unha crescem em direção à pele circundante do dedo e a perfuram, chegando aos tecidos mais profundos, em vez de crescerem em linha reta para além das margens do dedo.

Quando a unha penetra a pele, a pessoa poderá notar dor, vermelhidão, irritação, inchaço e pus. Para prevenir o agravamento do estado da unha e do pé, é necessário um especial cuidado com a “unha encravada” e um diagnóstico precoce. Sobretudo pessoas com diabetes e outras patologias que causem uma circulação deficiente, lesões nos nervos da perna ou do pé ou com a unha já infetada devem adotar uma atitude preventiva, logo à primeira suspeita, e procurar ajuda especializada. Para o tratamento podológico da “unha encravada”, poderá recorrer-se a técnicas não traumáticas que permitem corrigir a unha, removendo a espícula, ou a um procedimento cirúrgico definitivo que remove a parte encravada da unha, quando a situação clínica se torna crónica e de difícil resolução.

Quais as causas desta lesão na unha?

Esta situação clínica afeta principalmente adolescentes e adultos, sendo muitas vezes causada por um corte incorreto. Uma vez que cortar demasiado as unhas, principalmente nas laterais, potencia o risco de vir a ter unhas encravadas. O uso de calçado apertado que causa pressão nas unhas, como sabrinas ou chuteiras, fazendo com que comecem a crescer dentro da pele, é também uma das principais razões. Além dos riscos associados a fatores hereditários e genéticos, à prática desportiva e a traumatismos do dia-a-dia, a ansiedade e os desequilíbrios hormonais podem ainda acelerar o crescimento das unhas, o que faz com haja uma maior tendência para desenvolver este problema podológico. O excesso de transpiração é um outro fator, dado que as unhas se tornam mais moles e, por isso, ficam mais sujeitas a partir-se.

Como posso prevenir a “unha encravada”?

Estar atento aos sinais e sintomas, vigiar a sua saúde e visitar com regularidade um podologista são alguns dos cuidados a ter para dar “um passo por cima” deste problema. No dia-a-dia existem ainda alguns cuidados e hábitos de prevenção da “unha encravada”:

  • Com o verão “à porta”, use calçado arejado e que permita a ventilação do pé, uma vez que os sapatos fechados aumentam o calor e a humidade local;
  • Cortar as unhas em linha reta, não fazendo um corte arredondado nos cantos, de modo a permitir que a unha cresça para além da pele nas margens;
  • Não cortar demasiado as unhas;
  • Ao invés de uma tesoura ou corta-unhas, optar por um alicate de pontas retas, de maneira a não cortar as extremidades dos cantos das unhas;
  • Escolher um calçado adequado à largura e comprimento do pé, procurando que o sapato não pressione os dedos;
  • Trocar regularmente de calçado e colocá-lo a arejar, para evitar a concentração de humidade;
  • Escolher meias de algodão;
  • Fazer uma higiene cuidada do pé, secando bem os espaços entre os dedos.


Francisco Oliveira Freitas - podologista responsável pelo Centro de Podologia de Famalicão

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Investigação
Estão abertas as candidaturas à 1ª Edição do Prémio "Investigação em Medicina Regenerativa", um prémio criado pela...

O prémio visa distinguir a melhor publicação de índole básica ou aplicada na área da Medicina Regenerativa, da autoria de investigadores nacionais ou estrangeiros, total ou parcialmente realizada em instituições portuguesas e publicada no biénio anterior à sua atribuição. O prémio contempla um valor pecuniário de 2 000 euros e a inscrição no Congresso da SPCE-TC a decorrer no ano de candidatura.

Os interessados deverão submeter os seus trabalhos até ao dia 19 de julho de 2019, através do correio eletrónico [email protected]. São elegíveis trabalhos publicados em revista científica indexada, que tenham como primeiro e/ou último autor membros com condição regularizada de sócio da SPCE-TC a trabalhar em Portugal à data da realização da investigação e da candidatura.

Da candidatura deverão constar uma carta de motivação indicando a importância da publicação, certificado de associado da SPCE-TC, assim como o PDF da publicação com documento suplementar, se existente.

Os autores do trabalho premiado serão informados pela SPCE-TC até à semana anterior ao Congresso da SPCE-TC. A divulgação pública e a entrega do Prémio serão feitas durante a 11.º Congresso Internacional da Sociedade Portuguesa de Células Estaminais e Terapia Celular, em outubro, em Lisboa.

Saiba mais informações em http://spce-tc.org/

 

Opinião
Os desafios associados ao impacto das Diretivas dos Medicamentos Falsificados e dos Dispositivos Méd

A GS1 Portugal – Codipor, enquanto plataforma neutra e facilitadora desta articulação, tem procurado ser um ponto de convergência no setor. De uma forma geral, os principais operadores nos setores da saúde e do medicamento assumem conjuntamente a responsabilidade pela implementação de standards que garantam a segurança na cadeia de valor e, consequentemente, a segurança do paciente, a participação na discussão sobre os desafios legislativos e a adaptação às exigências que decorrem da evolução tecnológica.

Esta co-responsabilidade resulta da noção de que o atual sistema só é seguro até ao dia em que deixar de o ser - é preciso antecipar riscos e procurar continuamente soluções que os minimizem. Quando os dados internacionais da GS1 destacam que 15% do total do mercado do medicamento corresponde a medicamentos falsificados e que cerca de 60% dos medicamentos comprados online são contrafeitos ou não conformes, exige-se proatividade para responder com eficácia aos desafios colocados pela produção e distribuição paralelas, assentes em processos cada vez mais sofisticados.

As respostas necessárias passam pela discussão dos desafios legislativos, pela adaptação às novas exigências e à evolução tecnológica. A 5ª edição do Seminário da Saúde, organizado pela GS1 Portugal, é exemplo de uma discussão desse tipo e o resultado de uma relação de parceria e confiança que tem vindo a ser estabelecida com os interlocutores que operam no setor da saúde.

Do ponto de vista da indústria farmacêutica, os desafios passam pela otimização de processos, pela necessidade de resposta a novos mecanismos burocráticos de validação e pela necessidade de introdução de alterações nos equipamentos, locais de produção e processos produtivos. Já para os operadores logísticos, a implementação da Diretiva está associada a constrangimentos operacionais e a custos acrescidos, a que se soma uma realidade de modelos de interface e de negócio distintos. Ainda no que diz respeito aos operadores logísticos, importa considerar também o impacto do desconhecimento relativamente às entidades a serem abrangidas e à maturidade variável dos clientes.

No que aos Hospitais se refere, a adaptação aos novos enquadramentos tem sido pautada pela indefinição quanto ao papel a atribuir a estes interlocutores fulcrais. Em termos de impacto, são notórios os constrangimentos que decorrem do reduzido período de transição, entre a publicação e a efetiva entrada em vigor dos diplomas, das exigências adicionais impostas às equipas, de um processo logístico mais complexo e demorado e de possíveis limitações inerentes à ligação às bases de dados.

Face ao desconhecimento, às incógnitas que caracterizam ainda a aplicação das Diretivas e à sua complexidade, surgem preocupações em torno dos custos para as empresas, para o setor público e, em última análise, para cada cidadão, numa discussão crítica ainda por promover sobre o equilíbrio entre os custos e os benefícios inerentes a este projeto.

Embora os operadores no setor da saúde estejam, de uma forma geral, conscientes da necessidade de registar os seus dispositivos, discutem-se ainda os detalhes da operacionalização - como fazer. Torna-se, assim, necessário que os stakeholders estejam atentos e acompanhem de forma próxima esta temática e façam representar as suas posições preferencialmente de modo concertado, setorial ou integrado. A exigência é de uma maior atenção ao investimento estratégico. É imperativo revelar capacidade para olhar mais longe e com um ângulo de visão mais amplo enquanto, operacionalmente, se garante a flexibilidade e constante adaptação à realidade do setor e às necessidades dos cidadãos.

João de Castro Guimarães - Diretor Executivo da GS1 Portugal

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Estudo
Investigação mostra que os níveis sanguíneos de progesterona estão associados ao sucesso da gestação. O estudo realizado pelo...

É conhecida a importância da progesterona durante a gravidez, e até mesmo antes de conseguir uma gestação para facilitar a implantação do embrião, mas e se fosse possível estabelecer uma relação causal entre os níveis de progesterona no sangue e as taxas de sucesso nos tratamentos reprodutivos? Este é o ponto de partida do estudo intitulado “A large prospective trial in unselected population confirms that low serum progesterone on the day of embryo transfer impairs pregnancy outcome in artificial cycles” ("Estudo prospetivo alargado em população não selecionada confirma que a baixa concentração de progesterona sérica no dia da transferência embrionária compromete o resultado da gravidez em ciclos artificiais"), que Elena Labarta, ginecologista do IVI Valência, apresentou no 35.o Congresso da Sociedade Europeia de Reprodução Humana e Embriologia (ESHRE), realizado em Viena.

"Nos últimos três anos, investigámos o impacto do valor da progesterona medido no sangue no dia da transferência de embriões nas taxas de gestação em ciclos de preparação artificial do endométrio. Até agora, e com base em estudos anteriores realizados por outros grupos, pensava-se que esta medição não era útil por não conseguir refletir a ação que a progesterona estava a exercer ao nível local do útero; e que, por outro lado, a dose de progesterona administrada era mais do que suficiente para suprir as necessidades de qualquer doente.

No entanto, os nossos resultados mostraram que os níveis sanguíneos de progesterona estão de facto associados ao sucesso da gestação. Realizámos os dois primeiros estudos prospetivos relativos a este aspeto, que incluem juntos quase um total de 1400 doentes, e podemos afirmar que existe um valor de progesterona abaixo do qual as taxas de gravidez evolutiva podem cair para até 20%, o que é uma diminuição drástica nas taxas de sucesso nos tratamentos reprodutivos ", comenta Labarta.

Segundo os dados mais recentes analisados e apresentados neste congresso, foi possível encontrar o ponto de corte do nível de progesterona abaixo do qual os resultados pioram significativamente. Assim, as mulheres com níveis de progesterona sérica inferiores a 8,8 ng /ml no dia da transferência de embriões apresentaram uma taxa de gravidez evolutiva 18% menor. Estes resultados sugerem que a absorção da progesterona vaginal pode variar entre as mulheres, influenciando este marcador os resultados alcançados.

Este estudo, com uma amostra de quase 1200 doentes, despertou grande interesse entre a comunidade científica e foi apresentado em diferentes fóruns e congressos em todo o mundo pelo impacto previsto no futuro da medicina reprodutiva.

Já em 2017, o grupo de pesquisa liderado por Labarta publicou o primeiro estudo prospetivo e demonstrou de forma pioneira que existe um limiar de níveis de progesterona sérica no dia da transferência de embriões abaixo do qual a gravidez em curso diminui significativamente.

"Estas descobertas despertaram o máximo interesse e estamos a realizar várias linhas de investigação. Por um lado, vimos que o nível de progesterona prediz o resultado não só se for medido no dia da transferência do embrião, mas também durante toda a fase lútea (desde o dia em que se implanta o embrião até o dia em que se faz o teste de gravidez). Por outro, estamos a descobrir uma forma de resgatar os casos que apresentam um valor subótimo de progesterona e os resultados são muito encorajadores, porque constatámos que a situação pode ser revertida se for detetada a tempo. É uma descoberta importante que continua a ajudar-nos na nossa procura incessante pelos melhores resultados reprodutivos ", acrescenta a especialista.

Médicos
Estão abertas as candidaturas para médicos com disponibilidade para desempenhar funções na Região do Algarve durante o período...

Com esta medida, o Ministério da Saúde pretende reforçar, durante a época, a assistência médica da região do Algarve, sem comprometer o regular e normal funcionamento dos restantes serviços e estabelecimentos de saúde.

Este modelo de mobilidade agiliza o procedimento de colocação de trabalhadores médicos, em particular em situações em que se revelem indispensáveis para a adequada cobertura de cuidados, melhorar a constituição de escalas de urgência e aumentar a assistência médica, recorrendo à mobilidade, nomeadamente à mobilidade parcial prevista na lei.

A adesão ao regime, designado reforço à assistência médica no Algarve durante o período de verão, será voluntária, dependendo sempre da apresentação de candidatura por parte do trabalhador médico interessado, e dispensa o acordo do órgão ou serviço de origem, conferindo, ainda, o direito ao pagamento das ajudas de custo e, no caso, da mobilidade a tempo parcial, despesas de transporte.

O alojamento temporário é gratuito, de acordo com as disponibilidades locais, e fica à responsabilidade a ARS Algarve.

Os médicos interessados em prestar funções em serviços e estabelecimentos de saúde situados na área geográfica de influência da ARS do Algarve, devem apresentar a sua candidatura, mediante preenchimento do formulário, o qual deve ser remetido para o seguinte endereço eletrónico: [email protected]

Para mais informações ou esclarecimento de dúvidas adicionais devem contactar a Unidade de Gestão de Recursos Humanos da ARS Algarve.

 

Reconhecimento
O Centro Hospitalar de Leiria (CHL) acaba de ver a qualidade dos seus serviços e da segurança do utente reacreditados pela...

No final da última auditoria focal, o auditor Paulo Neno elogiou o empenho comprometido dos profissionais do CHL, destacando que "estas visitas são a validação daquilo que vocês fazem estoicamente aqui em Leiria".

Paulo Neno salientou o trabalho conjunto, o envolvimento e o compromisso dos profissionais do CHL em cumprir os padrões de qualidade e segurança da JCI. O auditor – que Bilhota Xavier, presidente da Comissão da Qualidade e Segurança do Doente do CHL, considerou como um dos prestigiados e simultaneamente mais exigentes e rigorosos da JCI – destacou ainda a «performance excelente» do centro hospitalar, o trabalho extraordinário que é motivo de orgulho porque é o reconhecimento internacional do que se vai repetindo a cada três anos, sempre com novas atualizações aos manuais de boas práticas da Joint Commission International, que são sempre um desafio às organizações. "Nós só validamos o que vocês fazem bem, que é cuidar da comunidade da região de Leiria".

O Hospital de Santo André foi acreditado pela primeira vez em 2012, seguindo-se em 2015 a sua reacreditação, e a acreditação integral do CHL (com a integração do Hospital de Alcobaça e do Hospital Distrital de Pombal).

Joint Commission International é uma agência de acreditação internacional, a mais reputada e simultaneamente a mais exigente mundialmente, que acredita instituições de saúde, através da verificação e avaliação de procedimentos, que devem cumprir as normas internacionais em vigor nos melhores hospitais do mundo, tendo como fim a prestação dos melhores cuidados ao doente.

A acreditação é global, transversal a todas as áreas do CHL, desde infraestruturas, equipamentos, ambiente, cuidados assistenciais, prevenção e controlo da infeção, direitos do doente, formação dos colaboradores, etc., e permitiu ao longo dos últimos anos trazer grandes melhorias à forma como os doentes são recebidos e tratados no Hospital de Santo André, no Hospital Distrital de Pombal e no Hospital de Alcobaça Bernardino Lopes de Oliveira.

Boletim Polínico
Os pólenes vão estar em níveis elevados até ao final do mês nas regiões norte, Lisboa e Alentejo, diminuindo de intensidade no...

No boletim polínico com a previsão dos níveis dos pólenes até ao final do mês, a SPAIC adianta que os níveis vão estar elevados em Vila Real, região de Trás-os-Montes e Alto Douro, bem como no Porto, Coimbra, Castelo Branco, Lisboa e Évora.

Os níveis de pólenes baixam para moderado na região do Algarve e para baixo nas Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira.

Na atmosfera predominam os pólenes da oliveira, carvalho e castanheiro na região de Vila Real, e do castanheiro na zona do Douro, Coimbra e Castelo Branco.

As ervas gramínea e parietária também contribuem para os níveis de pólenes em quase todo o país. Nas regiões autónomas também há pólenes da erva tanchagem, sendo que nos Açores o pinheiro e a palmeira também são responsáveis pelos níveis de pólen.

Recomendações gerais da SPAIC                                                       

  1. Consulte o Boletim Polínico, para saber as concentrações dos pólenes no ar ambiente (baixas/moderadas/elevadas).
  2. Programe as suas férias, elegendo locais de baixas contagens polínicas (ex. neve, praia).
  3. Evite realizar atividades ao ar livre quando as concentrações polínicas forem elevadas. Passeios no jardim, cortar a relva, campismo e a prática de desporto na rua irão aumentar a exposição aos pólenes e o risco para as alergias.
  4. Mantenha as janelas fechadas sempre que viajar de carro. Assim poderá passear, reduzindo significativamente o contacto com os pólenes. Os motociclistas deverão usar capacete integral. Em casa deverá manter as janelas fechadas quando as concentrações dos pólenes forem elevadas.
  5. Use óculos escuros, uma forma eficaz e prática de evitar queixas oculares, sempre que sair à rua.
  6. Faça a medicação prescrita, pois esta será a forma mais eficaz de combater os sintomas de alergia. Consulte um médico especialista de imunoalergologia para o diagnóstico correto e a prescrição do medicamento mais adequado. A prevenção poderá passar pela realização de vacinas antialérgicas.
Propriedades anti-inflamatórias
Mais frequente entre as mulheres, a Artrite Reumatoide é uma doença inflamatória crónica, de origem

Que a fruta é um excelente aliado para a saúde, já todos sabemos. Talvez o que poucos sabem é que é determinados frutos podem ser indicados para ajudar a aliviar os sintomas de algumas doenças. Embora não curem, ajudam o organismo a reagir graças às suas propriedades.

Rica em antioxidantes, fibras, vitaminas, minerais e outros nutrientes, algumas frutas contém ainda alguns componentes que podem ajudar a reduzir a inflamação que habitualmente afeta quem sofre de artrite reumatoide, e que está associada ainda às doenças cardiovasculares. É o caso dos frutos vermelhos. Ricos em antioxidantes - como o ácido ascórbico (uma forma de vitamina C), antocianinas (pigmentos vegetais que dão cor aos alimentos e que protegem contra a radiação ultravioleta) e carotenos -, estes fornecem uma proteção extra às células, minimizando o efeito dos radicais livres, responsáveis por inúmeros desequilíbrios.

Mas apesar de este ser um bom exemplo, há outros frutos que se destacam pelas suas propriedades anti-inflamatórias:  

Cereja / Ginja – ricas em flavonoides, as cerejas apresentam poderosas propriedades anti-inflamatórias e antioxidantes.

Vários estudos comprovam os seus benefícios e os investigadores chegam mesmo a comparar os seus efeitos com os dos medicamentos anti-inflamatórios não esteroides (AINE).

De acordo com as evidências, estes frutos ajudam a aliviar a dor nas articulações em pessoas com osteoartrose e a reduzir o risco de crises em pessoas com gota.

Por outro lado, está ainda descrito que o seu consumo melhora a qualidade e duração do sono.

Morangos – Os morangos são pobres em açúcar e ricos em vitamina C, reduzindo o risco gota, pressão alta e colesterol.

Estudos mostram ainda que mulheres que consomem mais de 16 morangos por semana têm níveis mais baixos de proteína C reativa (PCR), um marcador para a presença de processos inflamatórios associados a artrite e doenças cardiovasculares.

De acordo com os investigadores, a propriedade anti-inflamatória e antioxidante desta fruta provem das antocianinas e fitoquímicos que a compõem.

Por outro lado, os morangos são uma boa fonte de ácido fólico, uma vitamina hidrossolúvel que a medicação para a artrite reumatoide (o metotrexato) costuma afetar. Apesar de não evitar que seja necessária a toma de um suplemento de ácido fólico, o consumo de morangos ajuda a aumentar a dose diária necessária desta vitamina, enquanto fornece outros benefícios.

Framboesas – Tal como os morangos, as framboesas são ricas em vitamina C e antocianinas.
Vários estudos mostram que os extratos desta fruta ajudam a reduzir a inflamação e sintomas associados a osteoartrose. Outros, para além de a associarem a níveis mais baixos de inflamação, mostram que, quando consumida regulamente, pode prevenir várias condições crónicas, como doença cardíaca, acidente vascular cerebral e diabetes tipo 2.

Abacate – Rico em gordura monoinsaturada e vitamina E – um micronutriente com propriedades anti-inflamatórias -, este é um excelente aliado para a sua saúde. Fonte de luteína ajuda ainda na prevenção de doenças degenerativas e cardiovasculares.

Segundo vários estudos, uma dieta rica nestes três nutrientes ajuda a reduzir o risco de danos nas articulações observados em doentes com osteoartrose.

A investigação mostra ainda que a ingestão diária de abacate aumenta os níveis de colesterol HDL e reduz os níveis de LDL. Apesar de esta fruta ser bastante calórica, os diversos estudos mostram que aqueles que consomem abacate com maior frequência apresentam menos peso e menos cintura.

Melancia – Com propriedades anti-inflamatórias, estudos mostram que a melancia ajuda a reduzir a PCR (proteína C reativa). Rica em beta-criptoxantina, um potente carotenoide que está associado à regulação e defesa do sistema imunitário, reduz o risco de artrite reumatoide.

A melancia é ainda uma excelente fonte de licopeno, um antioxidante que está associado à prevenção das doenças cardiovasculares e alguns tipos de cancro.

Por outro lado, é composta maioritariamente por água (92%) o que faz dela uma excelente aliada para o controlo do peso.

Uvas – Seja qual for a sua variedade (tinta ou branca), as uvas são uma excelente fonte de antioxidantes, nomeadamente de polifenóis que atuam na prevenção de cancro e na redução de doenças cardiovasculares.

No entanto, as uvas pretas são ricas em resveratrol, um potente antioxidante que contribui para a saúde cardiovascular, melhorando a função dos vasos sanguíneos. Para além destes benefícios, o resveratrol possui também propriedades anti-inflamatórias. Alguns estudos mostram, aliás, que este composto bioativo atua sobre os mesmos alvos celulares que os fármacos anti-inflamatórios não esteroides.

Atualmente, os investigadores procuram provar o seu potencial no alívio dos sintomas da osteoartrose, bem como de outras doenças crónicas associadas ao envelhecimento.  

Além dos benefícios presentes em cada um destes alimentos, o especialista em nutrição, Mitzi Dulan, chama a atenção para que, seja qual for a sua fruta preferida, escolha sempre a da época e a que é produzida localmente. E acrescenta que, embora a fruta congelada mantenha grande parte dos nutrientes, a fruta fresca possui uma maior concentração dos seus componentes, sendo a melhor opção para quem quer aproveitar ao máximo os seus benefícios!

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Doença rara
Chama-se esclerodermia, também conhecida como esclerose sistémica, e ainda que, por cá, afete até 3.000 pessoas, a...

A propósito do Dia Mundial da Esclerodermia, vai realizar-se, no dia 29, no Porto, um encontro sobre o tema, que tem dois grandes objetivos: “educação para a doença e o convívio”. Mas este ano a dinâmica será diferente do habitual. O encontro, que tem como tema “Vamos jogar à esclerodermia”, oferece um jogo, através do qual será possível “perceber quais são as maiores dúvidas dos doentes e familiares e aprender, com vários especialistas que acederam a estar presentes, de uma forma lúdica. Para além do ‘jogo’, todos os presentes terão oportunidade para partilhar as suas experiências, relatando as conquistas e as dificuldades sentidas”. 

Segundo Catarina Leite, Presidente da Associação Portuguesa de Doentes com Esclerodermia (APDE) “a partilha de experiências é muito importante. É essencial para nós envolver a família nestes encontros, pois muitas vezes há sintomas que são complicados de compreender, mesmo para os mais próximos (como a fadiga, que é um sintoma muito incapacitante na esclerodermia, mas por não ser visível e por não derivar de nenhum esforço, é difícil de fazer compreender)”. 

Catarina Leite alerta para a necessidade de mais informação, mais esclarecimento e mais conhecimento, para facilitar o diagnóstico, “já que, em média, um doente com esclerodermia tem de consultar até cinco médicos para conseguir um diagnóstico”.

“Para além de todas as dificuldades inerentes aos sintomas da doença, reconhecendo que alguns dos sintomas podem ser incapacitantes, os doentes deparam-se com a desinformação que a população em geral tem acerca da doença”, refere a presidente da APDE. “O facto de ser uma doença rara e pouco divulgada faz com que as pessoas não compreendam esta doença e por vezes façam julgamentos que não são corretos.” 

É, de facto, uma doença rara que afeta sobretudo as mulheres e que tem o seu pico de incidência entre os 35 e 45 anos, podendo, no entanto, ocorrer em qualquer idade. “Por se tratar de uma doença rara, para se receber tratamento adequado é necessário encontrar um dos especialistas que se dedicam à doença, já que a mesma é desconhecida mesmo para muitos profissionais de saúde. Ora estes especialistas estão nos grandes centros, como Lisboa, Porto e Coimbra, o que faz com que alguns doentes tenham de percorrer muitos quilómetros para se descolarem às consultas, exames e tratamentos”, refere Catarina Leite.

O diagnóstico precoce é essencial e faz-se, explica a dirigente da APDE, “analisando a anamnese (entrevista realizada pelo profissional de saúde ao seu doente, que tem a intenção de ser um ponto inicial no diagnóstico de uma doença) e fazendo um exame físico completo. Para além de avaliar as queixas de cada doente, existem exames que podem auxiliar o diagnóstico, tais como a análise das alterações da pele (podendo recorrer-se a biópsia), análises clínicas, TAC ou RX torácico”.   

Segue-se o tratamento que, segundo Catarina Leite, está disponível em Portugal. “Não existindo ainda nenhum medicamento que trate a esclerodermia, os tratamentos destinam-se a gerir os sintomas de cada doente, de forma a impedir a progressão da doença. Assim, por exemplo, os doentes com fenómeno de Raynaud (um sintoma que afeta cerca de 98% dos doentes) fazem tratamento com medicação dirigida aos vasos. Outros medicamentos são os imunossupressores, utilizados em doentes com atingimento pulmonar intersticial. Existem outros tratamentos em investigação, que poderão vir a ter resultados promissores, mas que ainda se encontram a ser estudados”.

Apesar de existirem, confirma, bons especialistas nacionais para tratar esta doença, assim como médicos que se dedicam e que fazem investigação na área, há, no entanto, “muitos médicos que desconhecem esta doença e as especificidades da mesma, o que dificulta muito diagnóstico. Por vezes, o diagnóstico arrasta-se durante anos. Seria muito positivo conseguir sensibilizar os médicos de medicina geral e familiar para os sintomas mais comuns da esclerodermia, de forma a conseguir um encaminhamento mais atempado”. 

A luta da associação em prol dos direitos dos doentes vai continuar para além deste dia, sobretudo no que diz respeito à igualdade. “A nossa grande reivindicação prende-se com o facto de considerarmos que o Princípio da Igualdade não está a ser cumprido para com os doentes com esclerodermia, já que o lúpus é uma doença autoimune com muitas semelhanças com a esclerodermia e os doentes com lúpus têm uma comparticipação especial nos medicamentos, que não acontece com os doentes com esclerodermia, o que nos parece muito injusto e sabemos que os médicos partilham da nossa opinião”. 

O que convém saber
Os açúcares naturalmente presentes nos sumos de fruta 100%, que também existem na fruta ao natural,

Na realidade os sumos de fruta 100% são fruta espremida sem adição de qualquer componente. Para além disto, a ciência tem-se dedicado a conhecer melhor a ação dos sumos de fruta 100% no nosso organismo e estudos recentes têm demonstrado que os sumos de fruta 100% têm uma associação benéfica na saúde metabólica.

De seguida estão elencados as oito principais mensagens que realçamos da mais recente evidência científica:

  1. Os sumos de fruta 100% apresentam efeitos positivos e/ou neutros em relação à obesidade, controlo glicémico e valor nutricional1.
  2. O Sumo de fruta 100% não é “água com açúcar”2.
  3. Os níveis médios de ácido úrico no sangue parecem diminur após o consumo diário de sumo de laranja 100% - indicando uma situação mais favorável no risco de gota3.
  4. O consumo de sumo de laranja 100% parece conduzir a um decréscimo da massa gorda3.
  5. O consumo de sumo de laranja 100% pode estimular a transferência de colestrol livre para o colesterol de lipoproteína de alta densidade4.
  6. Quem consome sumos de fruta 100% tem uma maior tendência para o consumo de frutas e legumes.
  7. O consumo de sumo de fruta 100% está associado a melhorias no controlo da glicémia, no colesterol bom (HDL) e na pressão sanguínea4.
  8. O sumo de fruta 100% fornece uma ampla gama de micronutrientes e fitonutrientes que são fundamentais à nossa saúde5.

Referências:
1
 Xi B et al. (2014) Intake of fruit juice and incidence of type 2 diabetes: a systematic review and meta- analysis. PLoS ONE 9: e93471.
2 Ver: https://fruitjuicematters.pt/pt/ciencia-nova/novas-evidencias-dos-sumos-...
3 Büsing FA et al. (2018) High intake of orange juice and cola differently affects metabolic risk in healthy subjects. Clin Nutr: in press https://www. clinicalnutritionjournal.com/article/S0261-5614(18)30093-1/fulltext.
4 Cesar TB et al. (2010) Orange juice decreases low-density lipoprotein cholesterol in hypercholesterolemic subjects and improves lipid transfer to high-density lipoprotein in normal and hypercholesterolemic subjects. Nutr Res 30(10):689-94.
5 Ref: Atkinson RD et al. (2008) Diabetes Care 31: 2281- 2283.

Fonte: 
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Formação especializada
Estão abertas as candidaturas para os PhD Translational Fellowships, que vão dotar estudantes de doutoramento dos países da...

Os PhD Translational Fellowships são promovidos por parceiros académicos do EIT Health, a rede europeia de inovadores em saúde que oferece formação especializada, formação em inovação e apoio para ajudar os cidadãos europeus a viver vidas mais longas e saudáveis. Para além da Universidade de Coimbra fazem parte da EIT Health o Karolinska Institutet, o Leiden University Medical Center, a Sorbonne Université, a Universität zu Köln, a Université Grenoble Alpes e a University of Oxford.

Os candidatos seleccionados de uma das instituições parceiras do EIT Health, recebem um subsídio de €5.000 para ajudar no desenvolvimento e implementação do seu projeto. É ainda atribuída uma bolsa de €1.500 que inclui a viagem e alojamento para participar no Training Camp na Universidade de Oxford, entre 12 e 16 de agosto de 2019, juntamente com outros participantes selecionados de toda a Europa. Para além desta participação, os candidatos seleccionados

Durante o PhD Translational Fellowships Training Camp, os empreendedores seleccionados vão ter a oportunidade de participar em palestras, workshops e atividades de networking. Terão ainda a oportunidade de apresentar as suas ideias e projectos a representantes das principais instituições e empresas da área e, os vencedores podem receber prémios extra em dinheiro até €3.000.

«Este programa foi pensado para que os estudantes de mestrados de qualquer país da União Europeia, tenham a oportunidade de dar a conhecer as suas ideias, mas sobretudo, que tenham a possibilidade de participar em formações que lhes permita adquirir conhecimentos que transformem as suas ideias na área das tecnologia da saúde em projectos comerciais reais e de acordo com as necessidades do mercado.», explica Jorge Figueira da Universidade de Coimbra e coordenador da PhD Translational Fellowships.

Até 30 de junho as candidaturas decorrem aqui: https://eithealth.wufoo.com/forms/mcwt6qy04rk5eq/

 

Problemas cardiovasculares
O impacto das elevadas temperaturas, típicas dos meses de verão, faz-se sentir a vários níveis. E um deles é o coração,...

“Com o calor que se sente no verão, o aumento da temperatura ambiental vai provocar adaptações fisiológicas no nosso corpo, com a finalidade de manter um ótimo funcionamento do nosso organismo”, refere o especialista do Hospital Cruz Vermelha. A resposta do organismo não se faz esperar, traduzindo-se num “aumento da vasodilatação e da transpiração para atingir a temperatura ideal para cada um de nós”.

Um processo que faz com que o corpo perca uma grande quantidade de água e sais minerais. “À medida que o organismo se desidrata, os vasos sanguíneos contraem-se para manter a pressão arterial e aumenta a frequência cardíaca. Como consequência, existe um maior esforço do coração e um aumento da viscosidade do sangue, contribuindo para um aumento do risco de enfarte do miocárdio e de acidente vascular cerebral”, refere Ramiro Sá Carvalho. Um risco que é superior para os idosos, diabéticos, obesos e as pessoas que sofrem de doenças cardiovasculares.

Também aqui a prevenção é o melhor remédio. Para isso, o médico enumera as medidas essenciais para ajudar o nosso coração e evitar problemas cardiovasculares: “prevenir a desidratação, ou seja, não se expor diretamente ao sol, e aumentar ingestão água; fazer refeições leves; evitar as bebidas alcoólicas, as bebidas de alto teor em açúcares e os alimentos muito calóricos”.

É comum as pessoas com cardiopatias e hipertensão arterial estarem medicadas com vasodilatadores e diuréticos, o que as torna mais vulneráveis ao calor. Assim é de extrema importância consultar o seu médico assistente para reavaliação e eventual ajuste terapêutico.

 

Doença rara
Trata-se de uma doença rara, altamente debilitante e progressiva, cujos sintomas dependem da idade e

Em Portugal estima-se que a doença de Pompe - uma doença genética e metabólica que afeta os nervos e os músculos – atinja cerca de uma centenas de pessoas. Altamente debilitante e progressiva, a patologia pode ocorrer na infância ou em idade adulta afetando o movimento, a respiração e a função cardíaca do doente.

Provocada por uma deficiência enzimática, transmitida de pais para filhos, a doença de Pompe leva, em média, 10 anos a ser diagnosticada. Falta de conhecimento e sintomas pouco específicos (uma vez são comuns a outras doenças) dificultam o seu diagnóstico.

O que causa a doença?

Na doença de Pompe o organismo não consegue produzir, em quantidade suficiente, a enzima alfa-glucosidase ácida (AGA) que desempenha um papel essencial na transformação do glicogénio (substância responsável por dar energia ao nosso corpo). A falta de alfa-glucasidase ácida leva à acumulação de glicogénio nas células musculares, conduzindo ao seu enfraquecimento.

Se os músculos afetados forem das pernas, então a marcha será afetada. O mesmo acontecerá com os músculos que ajudam os pulmões a funcionar, dificultando a respiração.

O gene portador desta anomalia é transmitido de pais para filhos. Mas para ter a doença é necessário que ambos os genes, herdados dos pais, apresentem esta anomalia.

Dito de uma forma simples: todos os genes do organismo existem em pares. Um herdado da mãe, o outro do pai. Se ambos os que forem herdados forem anómalos, a pessoa terá a doença de Pompe. Se apenas um for anómalo, a pessoa será apenas portadora da doença.

Sintomas dependem da idade em que se manifestam pela primeira vez

Os sintomas podem manifestar-se desde o nascimento e na idade pediátrica. Nestes casos, caracterizam-se pelo enfraquecimento muscular proximal nos braços e pernas e falta de ar provocada por fraqueza dos músculos respiratórios. Quer isto dizer que, as crianças mais novas podem não aprender a caminhar, a correr ou a saltar tão cedo como é esperado, ou que podem perder a mobilidade depois de terem adquirido estas capacidades. As crianças com a doença podem ainda tropeçar ou cair mais do que é habitual.

Na idade adulta, e na maioria dos casos, os doentes apresentam enfraquecimento muscular nos braços e pernas, vendo afetada a sua marcha.

Os sintomas relacionados com a respiração aparecem, habitualmente, depois de observadas as primeiras dificuldades de mobilidade. Falta de ar depois de esforço físico ou dores de cabeça de manhã e sonolência durante o dia são algumas das suas manifestações.

Embora menos frequente, a doença pode manifestar-se ainda nos primeiros meses de vida. Nestes casos, os sinais mais característicos da patologia são o coração aumentado, resultando em graves problemas cardíacos, ou o aspeto flácido devido a fadiga muscular grave. Os lactentes podem ainda apresentar dificuldades respiratórias, infeções frequentes, problemas de alimentação, baixo peso e dificuldades no desenvolvimento.

Sem tratamento, os bebés com doença de Pompe morrem de insuficiência cardíaca e/ou respiratória por volta de 1 ano de vida.

Quer isto dizer que quanto mais tarde surgirem os primeiros sintomas, mais gradual é a progressão da doença. No entanto, não há dois casos iguais, pelo que enquanto há doentes que conseguem adaptar-se à doença e viver uma vida relativamente normal, outros há que ficam gravemente afetados.

Diagnóstico pode ser difícil

Diagnosticar esta doença pode ser um verdadeiro desafio. Não só ela é tão rara que muitos médicos nunca ouviram sequer falar nela, como os sintomas, por vezes, podem ser facilmente confundidos com os de outras patologias.

De acordo com a Associação Portuguesa de Neuromusculares, a doença pode ainda afetar muitas partes do corpo sendo cada caso um caso.

Entre os testes de diagnóstico, os exames ao coração são os mais importantes no caso de bebés (lactentes). O tamanho do coração, a espessura do músculo cardíaco e o padrão de batimentos cardíacos são essenciais para estabelecer o seu diagnóstico.

É ainda necessário testar os movimentos de forma a determinar a fadiga muscular.

Os testes respiratórios e os estudos do sono servem para avaliar o comprometimento da função respiratória.

Não obstante, quando os médicos suspeitam de um problema muscular podem pedir uma biopsia para observar a acumulação de glicogénio nas células musculares.

Por outro lado, a confirmação do diagnóstico pode ser feita mediante a medição da enzima alfa-glucosidase ácida (AGA) com um teste designado de “ensaio enzimático”. Estes testes podem ser realizados em vários tipos de tecidos (células de pele, músculos=), no entanto, a utilização de sangue é mais simples e mais rápida, estando os resultados disponíveis em poucos dias.

Os médicos podem ainda optar por pedir uma análise genética para confirmar se a pessoa tem a doença de Pompe. Este método de diagnóstico é especialmente útil em famílias para saber quem é portador desta anomalia genética. 

Identificada a doença, inicia-se o tratamento que consiste em terapêutica enzimática de substituição (TSE), ou seja, com injeção da enzima em que falta no organismo do doente. Além disso, tratamentos complementares, como fisioterapia, terapia ocupacional e cuidados com a função respiratória e cardíaca são essenciais.  

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Responsabilidade social
Na 7ª Edição do Prémio Maria José Nogueira Pinto estão em análise mais de 100 candidaturas. O grande vencedor será anunciado na...

O júri, presidido por Maria de Belém Roseira e constituído por mais seis elementos de reconhecido mérito, avaliam agora os 107 projetos inovadores, provenientes de instituições privadas de solidariedade nacionais. Esta análise terá em consideração vários critérios, tais como o número de pessoas beneficiadas, impacto na comunidade, importância social do projeto relativamente às necessidades apresentadas, criatividade no modelo adotado, aplicação material do prémio e continuidade temporal da ação desenvolvida com a comunidade. 

A oradora convidada desta edição é Maria Antónia Palla, uma das primeiras mulheres jornalistas em Portugal, e uma das mais marcantes nos órgãos de comunicação social em que trabalhou. A par do seu trabalho como jornalista, desenvolveu intensa atividade cívica. Foi distinguida em 2004 com o grau de comendadora da Ordem da Liberdade.

Nos últimos seis anos, foram apresentadas mais de 555 candidaturas e distinguidos 25 projetos em diversas áreas de intervenção social e zonas do país. O Prémio visa reconhecer o trabalho desenvolvido por pessoas coletivas, que se tenham destacado no âmbito de ações de responsabilidade social ativa, em território nacional. Este Prémio, atribuído anualmente com o valor pecuniário de 10.000€ ao Grande Vencedor e 1.000€ a cada uma das Menções Honrosas, pretende ser um incentivo ao reconhecimento do que se faz bem em Portugal, na área da Responsabilidade Social.

 

Evento gratuito
O acesso a medicamentos inovadores vai ser o tema central de uma sessão de esclarecimento e debate promovida pela Associação...

A sessão de informação e debate gratuita e aberta a todos os interessados será realizada por Manuel Abecasis, presidente da associação, por Fernando Leal da Costa, médico oncologista no IPO de Lisboa, e por Carlos Martins, especialista em hematologia, que pretendem esclarecer todas as dúvidas sobre novos tratamentos inovadores existentes para as doenças hemato-oncológicas, qual o processo de aprovação do medicamento e segurança dos mesmos e qual o processo até que os doentes possam ter acesso a estas terapêuticas.

Manuel Abecasis, presidente da APCL afirma “ Os medicamentos inovadores muitas das vezes representam a esperança de uma maior qualidade de vida para os doentes, que é especialmente uma realidade nos cancros hematológicos. O acesso a estas inovações é importante mas é natural que o processo suscite algumas dúvidas, que poderemos esclarecer nesta sessão”.

 

Opinião
A vacinação, ao longo dos anos, tem possibilitado uma redução da morbilidade e mortalidade das diver

A origem da primeira vacinação

Desde sempre a comunidade científica procurou prevenir doenças contagiosas e não apenas trata-las. A origem da era moderna da vacinação é atribuída ao médico inglês E. Jenner pela publicação, em 1798, de resultados da eficácia da vacina na prevenção da varíola em humanos.

À época, um problema de saúde pública, com grandes epidemias e surtos nos diferentes continentes e períodos da história, dizimando a população1.

O trabalho de Jenner consistiu em verificar que apesar das epidemias e surtos de varíola, havia sempre um estrato profissional que sistematicamente nunca contraia a doença. Eram os agricultores que ordenhavam as vacas (leiteiros). Constatou que estes apesar de portadores da varíola (das vacas) – a chamada cowpox - esta era menos grave que a humana. Foi neste contexto que começou o estudo, ao intensionalmente inocular com a varíola (pus das pústulas de indivíduos contaminados) determinadas pessoas saudáveis com o objetivo de as proteger da doença. Ao inocular por esta via, verificou que as reações eram semelhantes às da doença, mas significativamente menos graves e que estes indivíduos ficavam definitivamente protegidos contra à doença, confirmando os resultados. E, assim nasceu a primeira vacina.

Curiosamente, o termo vacina provém do latim Vaccinae, que significa proveniente “de vaca”. Como a sua origem é, justamente, na vaca, este termo passou a ser difundido.

Contudo, foi posteriormente com L. Pasteur que se deu a explosão do conhecimento com a descoberta da atenuação da virulência de agentes, traduzida pela descrição das vacinas contra a raiva e o antraz.

O que é uma vacina?

As vacinas são preparações de antigénios (partículas estranhas ao organismo), como, por exemplo, proteínas, toxoides (toxinas inativadas), bactérias, ou vírus (partes, inteiras, atenuadas ou mortos), que ao serem administradas no organismo humano produzem uma reação semelhante à que existiria no caso de uma infeção real provocada pelo mesmo agente infecioso. Trata-se de uma resposta imunitária protetora específica.

Iniciando-se deste modo a produção de anticorpos e, consequentemente, o organismo passa a estar imune às doenças que esse agente poderia provocar.

Imunização

A imunização é o processo de aquisição de imunidade após a administração de uma substância imunologia. Consiste na capacidade do corpo humano se defender eficazmente de um antigénio. Os sistemas de defesa do organismo são complexos e incluem mecanismos inatos e adquiridos. Os primeiros estão presentes desde o nascimento e incluem barreiras fisiológicas (pele, mucosa e membranas), químicas (exemplo: secreção de ácido gástrico) e células fagocitárias do sistema imunitário. A imunidade adquirida é específica a cada individuo e pode ser ativa, pela produção de anticorpos através de vacinas ou toxoides e é, por norma, de longa duração ou passiva, pelo fornecimento de imunidade temporária conseguida pela administração de anticorpos pré-formados2.

Imunidade de grupo

A imunidade de grupo depende de uma elevada taxa de cobertura vacinal de uma determinada população, permitindo a interrupção da circulação desse agente infecioso.

Assim, a vacinação tem o benefício direto para os indivíduos vacinados e indireto para a comunidade onde esses mesmos indivíduos estão inseridos.

Tipos de Vacinas

Consideram-se em geral três grandes tipos de vacinas:

Vacinas vivas atenuadas - contêm estirpes modificadas de um agente patogénico

(bactéria ou vírus), que foram enfraquecidas por meio de passagens por um hospedeiro não natural, ou por um meio que lhe seja desfavorável. Estas estirpes mantêm a capacidade de se multiplicar dentro do hospedeiro e continuar a ser suficientemente antigénicas para induzir uma forte resposta imunitária. Como exemplo temos a vacina contra a varicela-zoster, o vírus da poliomielite (anterior vacina oral) e a vacina contra o vírus da febre-amarela. As Vacinas heterólogas, subgrupo de vacinas vivas atenuadas, são produzidas a partir de estirpes que são patogénicas em animais, mas não em pessoas.

O único exemplo até à data é o vírus da varíola das vacas que protege contra o vírus da varíola humana.

Vacinas mortas/inativadas – o agente bacteriano ou viral é “morto” ou inativado através de tratamento químico (por exemplo formaldeído) ou por calor. Exemplos deste tipo de vacinas são o vírus da poliomielite (injetável), do pertussis (Pw), da raiva e da hepatite A.

Vacinas subunitárias – contêm frações ou subunidades do agente infecioso (bacteriano ou viral) selecionado devido à sua capacidade de iniciar uma resposta imunitária específica. Exemplo: a vacina contra o Haemophilus influenza do serotipo b. As toxoides são um importante grupo de vacinas subunitárias, como a toxoide da difteria, que contêm uma toxina bacteriana quimicamente modificada, que mantém as suas propriedades imunogénicas, estimulando a formação de anticorpos.

A vacinação em Portugal

A história da vacinação em Portugal está intimamente relacionada com as “bexigas”, flagelo mais devastador de toda a história da humanidade, causando milhares de mortes na europa ao longo dos séculos XVIII e XIX. Em 1812, é fundada na Academia Real das Ciências de Lisboa, impulsionada por Bernardino António Gomes, a Instituição

Vacínica, que tinha como objetivo divulgar a aplicação da vacina contra a varíola3. As primeiras crianças a serem vacinadas foram os órfãos da Casa Pia, por se tratarem de “filhos do Estados”, poderem deslocar-se facilmente aos locais de vacinação e provavelmente porque não tinham familiares a reclamar, caso houvesse algum problema ou efeito secundário4.

Assim, em 1817, já existiam cerca de vinte mil pessoas vacinadas em Portugal.

Seguindo-se um inexplicável declínio, pois havia uma consciência da importância da vacinação, por parte de determinados grupos sociais, nomeadamente médicos e políticos, na redução da taxa de mortalidade e aumento da esperança de vida, defendendo que a vacinação deveria ser universal e gratuita3.

Objetivos da vacinação

A vacinação, ao longo dos anos, tem possibilitado uma redução da morbilidade e mortalidade das diversas patologias evitáveis pelas vacinas, aumentando assim, a qualidade e a esperança de vida das populações.

São assim objetivos da vacinação: reduzir o número de casos de doença, reduzir a circulação do agente; reduzir o risco de infeção; reduzir o número de indivíduos suscetíveis; vacinar um elevado número da população de forma a atingir a imunidade de grupo.

Programa Nacional de Vacinação (PNV)

Após a introdução de vacina contra a varíola, seguiu-se a antitetânica e antidiftérica (1962)2. Surgindo a implementação do PNV em 1965, através do Decreto-Lei nº 46628, de 5 de novembro de 1965, totalmente financiado e da responsabilidade do Ministério da Saúde. Trata-se de um programa universal, gratuito e acessível para todas as pessoas presentes em Portugal. Engloba as vacinas consideradas de primeira linha, isto é, aquelas de cuja aplicação se obtêm os maiores ganhos de saúde. O PNV em Portugal tem sido uma história de sucesso ao longo dos anos, coordenado pela Direção Geral da Saúde, mas a sua concretização, amplamente reconhecida, deve-se ao empenho dos profissionais de saúde, sobretudo aos enfermeiros. Relevante é falar da população portuguesa que reconhece e confia nesses mesmos profissionais e na importância da vacinação, permitindo poupar não só muitas vidas humanas, como evitar consequências graves, em particular nas crianças. Em simultâneo foi criado o Boletim Individual de Saúde, ou seja, um pequeno “livro” onde eram registadas as vacinas e que ficava na possa do utente.

Desde então foram realizadas campanhas de vacinação de larga escala, em complemento do PNV. São exemplo disto as campanhas de vacinação contra a poliomielite (1965/1967), o sarampo (1973/1977 e 1998/2000), a doença invasiva meningocócica (2006/2007) e a infeção por HPV (2009/2011)5.

Atualmente encontra-se erradicada a varíola (desde 1980), eliminadas a poliomielite, a difteria, o sarampo, a rubéola e o tétano neonatal e controladas o tétano, a neisseria meningitidis do serogrupo C, a heamophilus Influenza tipo b, a parotidite epidémica, a tosse convulsa e a tuberculose5.

O grande desafio que se coloca hoje é o controlo do cancro do colo do útero (HPV) e do Streptococcus pneumoniae5 e a manutenção ou melhor ainda o aumento das elevadas taxas de cobertura vacinal, sobretudo na infância, situadas em 95%.

Evolução do PNV em Portugal

Conclusão

A vacinação, como foi referido, é inquestionavelmente uma história de sucesso na redução da morbilidade e da mortalidade pelas doenças-alvo de vacinação ao longo dos anos, graças à eficácia das mesmas. Estas permitem “salvar mais vidas e prevenir mais casos de doenças do que qualquer tratamento médico” 6-3 e a implementação do PNV em Portugal tem vindo a ser responsável por uma significativa melhoria do estado de saúde das populações.

Todo este sucesso da vacinação deve-se aos profissionais de saúde, em particular aos enfermeiros dos Cuidados de Saúde Primários, pelo empenho na divulgação, motivação às famílias e aproveitarem todas as oportunidades de vacinar.

Referências: 
1RIEDEL, S (2005). Edward Jenner and the History of smallpox and vaccination, Baylor University Medical Center Proceeding, 18:1; 21-25.
2FELICIANO, J (2002). A vacinação e a sua história. Cadernos da Direção Geral da Saúde, 2: 3-7.
3BRAGA, I (2001). Assistência, Saúde Pública e prática médica em Portugal (séculos XV – XIX). Lisboa: Universitária Editora
4CRESPO, J (1990). A história do corpo. Lisboa: Difel.
5Portugal, DGS, ano I, nº1, fevereiro 2017. Atualização do Programa Nacional de Vacinação: PNV 2017. [Em linha]. [Consul. 05 Maio 2019]. Disponível em file:///C:/Users/ceuaz/Downloads/seriesdgs_web%20(2).pdf
6Portugal, DGS (2012). Programa Nacional de Vacinação 2012. Lisboa: DGS

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Formação
A Sociedade Portuguesa de Patologia da Coluna Vertebral (SPPCV) vai realizar, entre os dias 9 e 13 de julho, em Lisboa, uma...

“O Spanish & Portuguese Spine Societies Course Diploma é já uma forte aposta da SPPCV e da GEER no que toca à especialização de neurocirurgiões, ortopedistas, traumatologistas, reumatologistas, entre outros que queiram atualizar os seus conhecimentos no campo da patologia da coluna vertebral, bem como de internos que objetivem exercer a sua atividade neste âmbito”, explica Miguel Casimiro, neurocirurgião e presidente da SPPCV.

“Por forma a alcançar uma resposta terapêutica mais eficaz junto dos doentes, o principal objetivo da nossa Sociedade com esta formação passa por assegurar que os nossos médicos consigam aplicar todos os conhecimentos técnicos e científicos que terão a oportunidade de reter neste curso, quer seja através da apresentação e discussão de casos clínicos, quer no debate em torno dos atuais e emergentes métodos de diagnóstico, acompanhamento e tratamento de doenças degenerativas, deformações espinais, traumas, tumores e doenças inflamatórias da coluna vertebral”, acrescenta o especialista.

Para a obtenção do diploma acreditado pela Eurospine, os participantes devem finalizar os cinco módulos do curso. Em Portugal serão realizados os módulos 1, 2 e 4, que serão constituídos por sessões informativas, que terão lugar no Hospital Lusíadas, em Lisboa, e por workshops no formato cadlab, na Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Nova de Lisboa. Já em Espanha serão realizados os módulos 1, 3 e 5, que se realizam em Madrid, de 12 a 16 de novembro de 2019.

 

 

Nomeação
Ricardo Ferreira, enfermeiro do Serviço de Reumatologia do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra é o novo coordenador ...

Este comité foi constituído há 30 anos e integra todas as profissões (não médicas) da saúde, nomeadamente enfermeiros, fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais, psicólogos, podologistas, assistentes sociais, nutricionistas, entre outros.

A Liga Europeia Contra as Doenças Reumáticas existe há 70 anos e é, atualmente, composta por 45 sociedades médicas, 36 organizações de doentes, e 24 de profissionais de saúde em reumatologia, que formam assim os seus três pilares.

Apenas uma associação por país pode integrar cada um destes pilares, sendo que de Portugal estão integradas a Associação Portuguesa de Profissionais de Saúde em Reumatologia (APPSReuma), a Liga Portuguesa Contra as Doenças Reumáticas (LPCDR), e a Sociedade Portuguesa de Reumatologia (SPR).

Para além dos três pilares estratégicos, a EULAR é formalmente subdividida em oito comités, sendo três deles agora liderados por portugueses: Ricardo Ferreira no comité dos profissionais de saúde, o Professor Doutor Pedro Machado (radicado em Londres) no comité de epidemiologia e investigação, e a Doutora Elsa Mateus no comité dos doentes (PARE).

A EULAR e os seus diferentes comités são responsáveis, entre outras atividades, pela: elaboração de recomendações e orientações clínicas; promoção da investigação básica, clínica e translacional; promoção da educação especializada dos profissionais de saúde; promoção da multidisciplinaridade na prestação de cuidados; homogeneização dos cuidados prestados em toda a Europa; defesa dos direitos das pessoas com doenças reumáticas e músculo-esqueléticas (mais de 120 milhões na Europa) junto das entidades nacionais e europeias.

 

Ação de sensibilização
A Associação Portuguesa de Esclerose Lateral Amiotrófica (APELA) vai assinalar o Dia Mundial da Esclerose Lateral Amiotrófica ...

A APELA pretende chamar a atenção para a importância da criação de um estatuto para o cuidador informal e para as especificidades dos cuidadores de pessoas diagnosticadas com ELA. Pedro Souto, Presidente da APELA, explica que “uma doença crónica e de evolução tão rápida como a ELA, representa uma experiência devastadora, não só para quem tem a patologia, mas também para a família, amigos e outros cuidadores que com ela convivem. A ELA não tira férias e exige cuidados durante as 24 horas do dia, pelo que é uma patologia muito desgastante para o cuidador.”

“Assim, a APELA junta a sua voz à de outras associações de doentes e pede que seja criado com urgência um Estatuto do Cuidador Informal de forma a que os cuidadores de pessoas com patologias crónicas altamente debilitantes tenham vários direitos, como a salvaguarda da carreira contributiva, períodos de descanso em que o apoio à pessoa cuidada seja assegurado e prestação de apoio psicológico sempre que necessário”, conclui o Presidente da APELA.

É importante lembrar que no dia 30 de Maio foi anunciado que o Governo aceitou criar o Estatuto do Cuidador Informal, que estabelece os direitos e deveres das pessoas que cuidam de familiares dependentes (idosos, pessoas com demência ou doenças crónicas, crianças com patologias graves). No entanto, este estatuto ainda não é consensual e poderá sofrer alterações ao longo dos próximos meses.

O Dia Mundial da ELA 2019 ergue-se sobre dois eixos temáticos – a necessidade de um estatuto que salvaguarde os direitos do cuidador informal e o sentido do olfato (figurativamente representado no título do evento pela palavra ‘aroma’, que invertida - à exceção do primeiro ‘a’ - lê-se ‘amor’. Este ano a APELA pretende debater o impacto que a ELA pode ter sobre as dimensões pessoal e profissional que integram a vida de um cuidador informal. Por outro lado, quer alertar para o facto de o estatuto do cuidador informal ser frequentemente relegado para segundo plano, da mesma forma que o olfato é muitas vezes um sentido desvalorizado, não se tendo em conta a importância que o cheiro assume no momento de provocar emoções e de resgatar memórias distantes.

O evento de celebração do Dia Mundial da ELA terá lugar no Fórum Picoas, em Lisboa, na tarde do próximo dia 21 de Junho e contará com a presença de Maria de Belém Roseira, ex. Ministra da Saúde, e Marisa Matias, eurodeputada, entre outros especialistas na área dos direitos sociais e da saúde.

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