Estudo
73% dos portugueses são a favor da despenalização da eutanásia. Aqueles que são contra apontam a religião como causa principal...

A maioria dos portugueses – 85,5% - é a favor da discussão do tema mesmo que apenas 13,6% dos inquiridos admita conhecer perfeitamente o assunto, enquanto 56,5% diz conhecer o tema razoavelmente.

80,8% dos inquiridos, são a favor de um possível referendo, sendo que destes, 67,8% votariam a favor da despenalização e, caso a despenalização avançasse, 61,1% dos portugueses considera que esta deveria ser administrada pelos médicos. No que toca à condição psicológica dos doentes, a maioria – 73,9% - considera que deve haver avaliação psicológica. 

Relativamente à decisão final sobre a existência ou não de eutanásia, 75,8% dos inquiridos considera que esta deve ser tomada pelo doente. O local onde a eutanásia deve ocorrer seria, para 36,9%, um hospital, seguido por outra opção à escolha do doente (31,3%).

O estudo foi realizado por via dos métodos CATI (Telefónico) E CAWI (online) a uma base de dados de utilizadores registados na plataforma da multidados.com. Foram recolhidas e validadas 1000 respostas entre os dias 14 e 19 de fevereiro de 2020.

 

 

 

Rótulos nos alimentos
O Nutri-Score é um sistema gráfico fácil de ler e de entender, que classifica os alimentos numa escala de A a E, cada uma com...

Foi no passado fim de semana que o Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge recebeu a Conferência “Rótulos nos alimentos: Escolhas informadas”, cujo objetivo era debater os prós e contras dos atuais sistemas de rotulagem. A iniciativa, promovida pela DECO PROTESTE, em parceria com a Auchan, Danone e Nestlé, contou com a presença de Serge Hercberg, médico e investigador e “pai” do Nutri-Score, que revelou ser este o sistema de rotulagem com melhor performance em Portugal e defendeu a sua implementação generalizada.

“Num estudo conduzido, em 2019, em Portugal, que comparou diferentes rótulos em alimentos da mesma categoria, o Nutri-Score apresentou a melhor performance, pois aumentou a qualidade nutricional das escolhas feitas pelo consumidor”, avançou.

O Nutri-Score é um sistema gráfico fácil de ler e de entender, que classifica os alimentos numa escala de A a E, cada uma com uma cor diferente, do verde ao vermelho.  “Não sendo um substituto da informação nutricional, que deve manter-se, o Nutri-Score é um indicador muito simples e intuitivo, que permite comparar facilmente a qualidade nutricional de produtos da mesma categoria”, explicou Hercberg.

Esta evidência é, de resto, comprovada por mais de 40 estudos internacionais, que demonstram a eficácia deste sistema a impactar o ato da compra. Um estudo levado a cabo em 60 supermercados, em França, concluiu que o Nutri-score melhora a qualidade nutricional do carrinho de compras em 10%. “Temos a demonstração na vida real que há uma modificação de comportamentos e há um aumento da qualidade nutricional das compras com a utilização deste sistema”, sublinha o médico.

De acordo com Hercberg, este impacto é ainda maior junto da população com níveis académicos mais baixos e menor poder de compra. “Por ser simples e intuitivo, o Nutri-Score é muito bem compreendido pelos consumidores com menor literacia e menor poder de compra. Portanto, este sistema é também muito útil para ajudar a reduzir desigualdades sociais”, defende.

A conferência contou ainda com uma apresentação da Diretora do Programa Nacional para a Promoção da Alimentação Saudável da Direção-Geral da Saúde, Maria João Gregório, e com dois painéis de debate. Representantes da Auchan, Danone, Nestlé e Sonae MC e do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge, da  Divisão de Alimentação Humana da Direção Geral de Alimentação e Veterinária, Ordem dos Nutricionistas e da DECO PROTESTE discutiram, respetivamente, “A importância dos sistemas de rotulagem na relação com o consumidor” e “As vantagens da uniformização dos sistemas de rotulagem nutricional”. O encerramento da iniciativa foi feito pelo secretário de Estado do Comércio, Serviços e Defesa do Consumidor, João Torres.

Segundo um estudo da Direção-Geral da Saúde, realizado em 2017, 40% dos consumidores portugueses não compreendem a informação nutricional disponível nos rótulos, o que os impede de fazer uma escolha informada no momento de selecionarem os produtos mais adequados para si.

Já dados do estudo “Global Burden Disease” referem que uma má dieta alimentar é um dos fatores de risco que mais contribui para a perda de anos saudáveis de vida entre 15,8% dos portugueses. O documento indica ainda que 50% da população portuguesa sofre de problemas de obesidade e doenças crónicas, associadas a hábitos, sobretudo alimentares, que poderiam ser evitados. O Nutri-Score pretende, precisamente dar resposta a esta problemática. A nível internacional, já foi adotado como sistema recomendado em França, Bélgica e Espanha e está a dar os primeiros passos na Alemanha, Holanda e Luxemburgo. Em Portugal já é possível ser encontrado nos produtos de marca própria Auchan e em breve estará também disponível em produtos da Danone e da Nestlé.

Estudo
O estudo internacional A Future for the World’s Children? (Um futuro para as crianças do mundo?), divulgado pelo The Lancet,...

A Organização Mundial da Saúde, a UNICEF e a The Lancet criaram um ranking, através de uma comissão com mais de 40 especialistas em saúde de crianças e adolescentes de todo o mundo, que pretende traduzir o estado da saúde infantil e de bem-estar, que mede as condições fundamentais para as crianças prosperarem.

Nesse ranking, Portugal surge em 22.º lugar, numa tabela liderada pela Noruega, Coreia do Sul e pelos Países Baixos. Segue-se França, Irlanda, Dinamarca, Japão, Bélgica, Islândia, Reino Unido e Luxemburgo. Atrás de Portugal ficaram países como a Itália, Israel, Polónia ou Nova Zelândia.

Portugal obteve uma pontuação de 0,90 no nível que conjuga possibilidade de sobrevivência e prosperidade, quando a pontuação máxima é 1. Contudo, o máximo atribuído foi 0,95, pontos conquistados por apenas cinco países.

De acordo com o relatório, “o objetivo final dos objetivos do desenvolvimento sustentável é garantir que todas as crianças são capazes de se desenvolver e levar vidas felizes e significativas, agora e no futuro”.

O relatório destaca que nenhum dos 180 países analisados apresenta bom desempenho nos três indicadores: desenvolvimento saudável para as crianças, sustentabilidade e equidade.

 

 

Opinião
Há 30 anos que os Optometristas exercem a sua profissão em Portugal.

Apesar da classificação na área da saúde dos planos de estudos universitários de Optometria pela Direção-Geral do Ensino Superior e da sua acreditação pela Agência de Avaliação e Acreditação do Ensino Superior, apesar da importância realçada pela Organização Mundial da Saúde e pela Agência Internacional para a Prevenção da Cegueira com definição completa das competências profissionais dos Optometristas, a profissão permanece sem regulamentação que defina as habilitações mínimas de acesso e exercício.

A luta intensiva da Associação de Profissionais Licenciados de Optometria em tornar evidente e transparente ao público as balizas deontológicas que norteiam e limitam a atuação dos Optometristas como profissionais de saúde, levou a que fosse materializado um novo código de conduta.

Atualmente, são 1232 Optometristas que se regem, na vertente deontológica, pelas práticas da APLO. São eles que prescrevem, por exemplo, mais de 70% do uso de óculos e lentes de contacto, em Portugal. O exercício desta profissão sempre seguiu os princípios deontológicos inerentes a esta prática profissional. Apenas se tornou essencial, para a APLO, encontrar uma forma simples, direta e clara de se apresentar ao público os princípios, valores e atitudes consagrados nos documentos internos da associação.

Não é apenas para os Optometristas que este código de conduta se dirige. Além de ser uma orientação dos princípios da profissão, trata-se também de uma manifestação positiva dos Optometristas para a sociedade. Dos 12 pontos que estão referenciados no código de conduta, podemos retirar vantagens do conhecimento geral deste documento, como por exemplo, a forma de reconhecer um Optometrista quando estiver a ser atendido por um. Nesse sentido, também se torna mais fácil entender o que esperar e o que se deve exigido dos cuidados prestados por um Optometrista.

É importante também perceber que o novo código de conduta não surge com um propósito punitivo. Todo o conteúdo do documento constitui uma declaração livre e assumida pelo Optometrista. Concretiza a sua visão de um mundo onde há acesso universal aos cuidados para a saúde da visão e a sua missão de prestar Mais e Melhores Cuidados para a Saúde da Visão. Os Optometristas acreditam que é possível atingir estes objetivos maiores e o código de conduta espelha os valores, e atitudes e que espelham as bases para concretizar a sua visão e missão.

Do ponto de vista regulador, a APLO tem um organismo disciplinar, que sempre atuou em conformidade com regulamentos internos da associação. Eles contemplam de forma detalhada as penalizações e sanções adequadas às más práticas que sejam identificadas. Neste sentido, qualquer penalização ou sanção que ocorra, como um aviso ou até mesmo a expulsão, deve-se ao trabalho diário do Conselho Disciplinar da APLO, sempre com o intuito de garantir os melhores cuidados para a saúde da visão com qualidade e segurança, para os portugueses.

Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Hospital de Braga acolhe a ação formativa
A Associação Portuguesa de Intervenção Cardiovascular (APIC) vai promover a iniciativa formativa Day at the Cath Lab (D@CL),...

As lesões coronárias calcificadas caracterizam-se pela presença de uma estenose coronária associada à presença de radiopacidades na coronariografia. Os graus de calcificação podem ser classificados como severo, moderado ou ligeiro.

“As lesões coronárias severamente calcificadas constituem um dos principais desafios da Cardiologia de Intervenção, associando-se a maior risco de complicações imediatas, falhas mecânicas relacionadas com a implantação de stents e, consequentemente, piores resultados clínicos. Para garantir um bom resultado, a intervenção percutânea nas lesões calcificadas mais complexas exige frequentemente a utilização de diferentes modalidades de diagnóstico e terapêutica, o que torna este tema um excelente alvo para discussão de estratégias, partilha de experiências e interação entre os participantes da iniciativa D@CL”, afirma Carlos Braga, cardiologista de intervenção e responsável pela organização do evento.

Segundo o médico, “a Cardiologia de Intervenção oferece um conjunto de técnicas e dispositivos que permitem preparar adequadamente este tipo de lesões e obter melhores resultados angiográficos e clínicos”.

“Atualmente, a intervenção coronária percutânea em lesões calcificadas complexas pode envolver a utilização de imagem intracoronária para melhor caracterização e localização do cálcio, balões especializados, dispositivos de aterectomia e técnicas para melhorar o suporte local”, indica.

E acrescenta: “O Serviço de Cardiologia do Hospital de Braga tem um grande volume de casos de doença coronária aguda e crónica, tendo acumulado experiência significativa em casos complexos. No ano de 2015 iniciou procedimentos com recurso a ateretomia rotacional, que nos casos de maior complexidade e severidade é a técnica de eleição.”

 

Em Março
É já a partir do próximo mês, que o Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia/Espinho (CHVNGE) vai disponibilizar uma consulta de...

Segundo Andrea Quintas, ginecologista e responsável por esta nova consulta, a criação da consulta de Medicina Sexual partiu da necessidade de responder às “muitas dúvidas” que as pessoas manifestam nesta área. Por outro lado, surge ainda com o intuito de “acabar com a vergonha que ainda se tem em falar sobre o assunto”.

 “Temos de ser nós, profissionais, a abordar as pessoas. Ainda é tabu para muitas, levando-as a não queixarem-se, a não perguntar, a não partilhar os seus problemas”, afirmou a ginecologista.

A consulta de Medicina Sexual vai funcionar uma vez por semana, na unidade de Espinho e vai receber mulheres, homens e casais.

 

 

Primeiros sinais
Definida como uma perturbação do desenvolvimento, a Síndrome de Asperger é uma condição que afeta o
Rosto de bebé a preto e branco

O Síndrome de Asperger pode ser definido como uma Perturbação do Neurodesenvolvimento, incluído anteriormente nas Perturbações do Espectro do Autismo.

As características essenciais desta perturbação são o défice grave e persistente na interação social e o desenvolvimento de padrões de comportamento, interesses e atividades restritivas e repetidas. Não existe um atraso clinicamente significativo na aquisição de linguagem, no desenvolvimento cognitivo ou nas questões relacionadas com a autonomia própria da idade.

Algumas crianças começam a mostrar alguns sinais mesmo antes de completarem um ano. Apesar de nem todas estas crianças desenvolverem doenças do Espectro do Autismo, a detecção precoce destes sinais poderá ser essencial para um rápido diagnóstico e intervenção.

Os sinais precoces incluem:

  • Evitamento do olhar
  • Atraso da linguagem
  • Ausência de imitação
  • Não responder ao nome
  • Não apontar
  • Não procurar a atenção dos pais
  • Não revelar intenção de comunicar
  • Movimentos corporais anormais e posturas pouco comuns

São assim bebés silenciosos, que têm a preferência por ficar sós.

O diagnóstico assenta assim na observação da criança, das suas competências sociais, verbais e comportamentais, e no modo como elas evoluem ao longo do tempo.

Embora não exista cura, existem tratamentos e medidas educativas que permitem lidar melhor com esta situação, reduzindo os comportamentos mais perturbadores e oferecendo maior autonomia.

A utilização de medicação tem efeito benéfico nos sintomas secundários que podem acompanhar esta doença como a irritabilidade, a rigidez, a ansiedade, os problemas de comportamento e de sono.

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Nota: 
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Saiba o que é e para que serve
A ecoendoscopia, que combina as técnicas de endoscopia e ecografia, foi desenvolvida nos últimos 40

A ecoendoscopia digestiva, ou ultrassonografia endoscópica, é um exame diferenciado, realizado pelo Gastrenterologista, que combina as técnicas de endoscopia e de ecografia. O aparelho utilizado para a realização deste exame designa-se ecoendoscópio. Trata-se de um endoscópio fino e flexível, especialmente equipado com uma sonda de ecografia de alta resolução que se encontra acoplada à sua extremidade. Ao ser introduzido através da boca (ecoendoscopia digestiva alta) ou do ânus (ecoendoscopia digestiva baixa), este exame permite a realização de ecografia a partir do interior do tubo digestivo. Durante o exame podem ser obtidas imagens detalhadas das várias camadas da parede do tubo digestivo, bem como das estruturas vizinhas do aparelho digestivo, incluindo gânglios linfáticos, fígado, pâncreas, vesícula e vias biliares.

Além da visualização de todas estas estruturas, esta técnica permite também a realização de biópsias das mesmas, com recurso a agulhas específicas. O procedimento da ecoendoscopia digestiva é geralmente realizado sob sedação e sem necessidade de internamento, tendo o doente alta no próprio dia, cerca de uma hora após o exame. É um exame muito seguro, como uma taxa de complicações graves reduzida (inferior a 0,1%).

Os primeiros equipamentos de ecoendoscopia foram desenvolvidos há cerca de 40 anos, tendo-se assistido à expansão crescente das suas aplicações clínicas, a acompanhar o aperfeiçoamento tecnológico e o reconhecimento da potencialidade da técnica, tanto no âmbito diagnóstico como terapêutico.

Atualmente, a ecoendoscopia digestiva tem várias indicações, tendo um papel fundamental em Oncologia digestiva. O cancro do estômago e o cancro do pâncreas são, depois do cancro do cólon, os dois cancros digestivos com maior incidência em Portugal, contando com 3000 e 1500 novos casos por ano a nível nacional, respetivamente. A ecoendoscopia tem implicações importantes na abordagem de ambos, contribuindo para a determinação da fase em que se encontra a doença (estadiamento). Relativamente ao cancro do estômago, esta técnica permite avaliar com precisão a profundidade de invasão do tumor na parede digestiva e determinar se já existe disseminação para os gânglios linfáticos adjacentes e outras estruturas vizinhas.

Relativamente ao cancro do pâncreas, além do seu papel no estadiamento, esta técnica é fundamental na confirmação do diagnóstico e na caracterização do tumor, permitindo a realização de biópsia dirigida do tecido tumoral, com conforto e segurança para o doente. A realização de estudos específicos na biópsia do tumor do pâncreas, obtida por ecoendoscopia, tem tido um papel crescente na caracterização do tipo de tumor e na escolha de um tratamento personalizado, dirigido a determinados marcadores das células tumorais.


Ecoendoscopia: biopsia de tumor do pâncreas, através do estômago.

Mas o espectro de aplicações clínicas da ecoendoscopia tem sido ampliado, sendo útil na avaliação do cancro do esófago e do pulmão, permitindo avaliar com precisão os gânglios linfáticos em redor do esófago, e estendendo-se a outras patologias bilio-pancreáticas, nomeadamente para avaliação de quistos do pâncreas, pancreatite crónica e cálculos biliares.

Face à sua crescente aplicabilidade clínica, a ecoendoscopia digestiva é hoje considerada uma técnica indispensável nos hospitais centrais, centros oncológicos e unidades de endoscopia terapêutica.  

Autores: 
Dra.Susana Marques
Dr. Miguel Bispo
Serviço de Gastrenterologia, Fundação Champalimaud, Lisboa
Grupo Português de Ultrassons em Gastrenterologia (GRUPUGE) – Secção especializada da Sociedade Portuguesa de Gastrenterologia

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Excesso de peso e obesidade
Mais de 30% dos pais não sabe interpretar o peso dos seus filhos , revela um estudo da Universidade de Coimbra, publicado no...

Conduzido por Daniela Rodrigues, Aristides Machado-Rodrigues e Cristina Padez, da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC), o estudo teve dois grandes objetivos: analisar a concordância entre o estatuto nutricional das crianças e a perceção que os pais têm do peso delas; observar se a subestimação do peso estava de algum modo associada ao risco da criança ter excesso de peso/obesidade.

A investigação, que pretendeu ainda avaliar se a perceção que os pais têm sobre o peso dos seus filhos era influenciada por características das crianças e socioeconómicas, envolveu 793 pais e respetivos filhos (com idades compreendidas entre 6 e 10 anos).

“Verificámos que mais de 30% dos pais não identificou corretamente o estatuto nutricional dos filhos, sendo que a maior parte subestimou. A subestimação foi substancialmente maior consoante o peso dos filhos, ou seja, vários pais com filhos com excesso de peso classificaram o peso dos filhos como normal e, principalmente, pais com crianças obesas reportaram que as crianças tinham apenas um pouco de peso acima do recomendado”, diz Daniela Rodrigues, primeira autora do artigo científico e investigadora do Centro de Investigação em Antropologia e Saúde (CIAS) da FCTUC.

E é nas classes sociais mais baixas que os pais mais subestimam o peso das suas crianças, especialmente das meninas: “ter pais com menor estatuto socioeconómico e mães com excesso de peso aumenta a probabilidade de subestimar o peso dos filhos, principalmente entre as raparigas”, nota a investigadora.

No que se refere ao objetivo de observar se a subestimação do peso estava de algum modo associada ao risco da criança ter excesso de peso/obesidade, os investigadores verificaram que “pais que subestimam o peso dos filhos têm 10 a 20 vezes mais probabilidade de terem filhos com excesso de peso ou obesidade, o que tem sido associado a um conjunto de problemas de saúde física e mental, não só na infância mas que permanecem na idade adulta”.

Ponderando as conclusões do estudo, que foi financiado pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT), Daniela Rodrigues defende que “é urgente ajudar os pais a identificar corretamente o excesso de peso e a obesidade dos filhos para que possam recorrer à ajuda dos profissionais de saúde e, consequentemente, melhorar a qualidade de vida da criança”.

“O primeiro passo para alterar comportamentos de risco associados à obesidade (dietas ricas em gorduras saturadas e açucares, inatividade física, comportamentos sedentários, etc.) é perceber a necessidade de alterar esses mesmos comportamentos, identificando corretamente o estatuto nutricional da criança”, acrescenta.

No artigo publicado, os investigadores apresentam ainda algumas explicações para os resultados do estudo. “Os pais podem não saber identificar o que é excesso de peso ou obesidade, principalmente porque os media tendem a apresentar a obesidade no seu extremo. Por outro lado, numa altura em que a prevalência de excesso de peso e obesidade afeta cerca de um terço das crianças, os pais podem “normalizar” o excesso de peso, porque é o formato que mais encontram nas crianças que os rodeiam”, afirma a Investigadora da FCTUC.

“Acreditamos ainda que a maior parte dos pais prefere não identificar a criança como tendo peso acima do recomendado por uma questão de enviesamento social, evitando os estereótipos associados ao excesso de peso e obesidade”, conclui.

Festival cinematográfico "Saúde Para Todos"
Enfermeiras e enfermeiras especialistas em Saúde Materna e Obstétrica da Maternidade Daniel de Matos – Centro Hospitalar e...

Cuidar do Amor para que a Vida Não Pare foi o lema escolhido para acompanhar a fotografia que “nasceu, literalmente em cima do tempo, mas no tempo devido”, refere Marília Cardoso, enfermeira gestora da Urgência e Medicina Materno Fetal da Maternidade Daniel de Matos.

A também coordenadora das sessões práticas do curso de preparação para o parto “Pais e Bebés” mobilizou assim as enfermeiras da sua unidade e da Cirurgia e Puerpério que, em conjunto com médicos, seguranças, assistentes operacionais, utentes internadas e um casal com o seu recém-nascido conceberam a imagem que responde à questão “O que significa para si ser Enfermeira/Enfermeira Especialista em Saúde Materna e Obstétrica?”.

“Em pouco tempo, todos quiseram fazer parte e ver o resultado”, acrescenta a enfermeira que agradece, igualmente, o entusiasmo partilhado, “não esquecendo que só foi possível com o trabalho realizado pela fotógrafa Ana Rute e Bruno Couto”.

A iniciativa surgiu após o apelo partilhado pela Enfermeira Diretora do CHUC, Áurea Andrade, entre todos os enfermeiros e enfermeiros gestores. Respondia assim ao repto inicial, lançado por Diana Breda, cofundadora do Capítulo Português da Women in Global Health (WGH), que pedia a colaboração no desafio divulgado pela Diretora Executiva da WGH, Roopa Dhatt.

A associação internacional pretendia candidatar-se ao primeiro festival cinematográfico Saúde Para Todos, da OMS, na categoria de Enfermeiras e Enfermeira Especialistas em Saúde Materna e Obstétrica, mostrando o valor, força, diversidade e unidade das enfermeiras e enfermeiras especialistas em Saúde Materna e Obstétrica enquanto trabalhadoras da saúde.


A fotografia em concurso de ©Ana Rute Fotografia e Bruno Couto Filmmaker

Monitorização de mosquitos na Europa
Nos dias 12 e 13 de fevereiro, o Instituto de Higiene e Medicina Tropical (IHMT) foi o anfitrião da 2ª Conferência Anual da...

Esta é uma conferência de “extrema importância” face ao impacto que as doenças transmitidas por vectores assumem atualmente, “representando 17% das doenças infecciosas a nível mundial, um número que tende a aumentar com as alterações climáticas, o fluxo migratório e políticas públicas”, explicou o Diretor do IHMT, professor Filomeno Fortes, durante a sessão de boas-vindas aos participantes.

O evento apresentou-se com um vasto programa científico, que incluiu 24 palestras nas áreas da vigilância e mapeamento de risco, monitorização da resistência aos inseticidas e ainda no desenvolvimento de políticas e diretrizes europeias de vigilância e controlo de mosquitos invasores, envolvendo 27 palestrantes nacionais e internacionais das áreas da saúde pública, entomologia médica e das doenças transmitdas por mosquitos vectores.

No que concerne aos participantes, contou com 130 inscritos, sendo ainda de sublinhar que a transmissão do evento em video streaming permitiu que mais de 50 investigadores nacionais e internacionais tivessem a oportunidade de contribuir para “uma reflexão conjunta e partilha de experiências”.

Uma conferência que promoveu o desenvolvimento e harmonização do projeto de monitorização de mosquitos na Europa

De acordo com Alessandra della Torre, responsável do AIM-COST, esta conferência resulta do programa European Cooperation in Science & Technology (COST), que pretende “estabelecer e financiar uma rede de contacto entre grupos científicos, académicos e de saúde pública na Europa”.

Especificamente, “o nosso objetivo é produzir e optimizar ferramentas que combatam a invasão por mosquitos Aedes, homogeneizar metodologias e transferir conhecimentos dos países com maior experiência para os menos experientes, criando ligações entre os grupos”, explicou a especialista.

Neste contexto, a conferência promoveu a discussão sobre a implementação de um um projeto de monitorização na Europa, que teve início em janeiro de 2020 através de uma escola de treino financiada pela AIM-COST, para homogeneizar e treinar as pessoas para o método”. “A monitorização de mosquitos baseada na ciência-cidadã – que tem por base a utilização de uma aplicação de telemóvel para que as pessoas possam registar os mosquitos e entrar em contacto com a rede –  constituiu outro grande objetivo alcançado”, acrescentou Alessandra della Torres.

“Sob o ponto de vista científico, foi muito importante para o IHMT receber esta conferência”

Foram as palavras de João Pinto, coordenador do grupo de Doenças Transmitidas por Vetores do GHTM e também organizador do evento. Como explicou “esta é uma conferência especializada no contexto das doenças transmitidas por vetores e, este ano, não haverá na Europa um evento com dimensão semelhante”.  Adicionalmente, a presença de colegas das áreas da saúde pública, ministério da saúde e das ARS “veio aumentar a importância da conferência no contexto nacional”.

Na sua perspetiva, “o número e a diversidade de participantes, assim como a aliança entre a academia, a saúde e também algumas empresas e indústrias do setor que estiveram envolvidas” foram um ponto forte da reunião.

Por outro lado, “o conteúdo científico rico possibilitou uma boa atualização nesta área”, salientado uma vez mais a importância da ciência-cidadã na vigilância e na monitorização destas espécies de mosquitos, nomeadamente “a possibilidade de termos um sistema de vigilância baseado em ciência-cidadã ao nível europeu”.

Para finalizar, caracterizou como “fundamental” o networking estabelecido entre os representantes de 35 países, afirmando que “responde à missão deste tipo de projetos financiados pela União Europeia no âmbito do programa COST”.

“Fico bastante satisfeito por a AIM-COST estar a estimular uma rede desta natureza e estarmos na frente dessa dinamização”, rematou João Pinto.

Opinião
Dados do programa ATLAS 2, iniciativa da Sociedade europeia de Cardiologia recentemente divulgados p

Estes resultados são fruto de um trabalho continuado, nas últimas décadas, de melhor prevenção, diagnóstico e tratamento, com destaque para o modelo de resposta organizada no Enfarte Agudo do Miocárdio – a Via Verde Coronária. É obrigação de todos manter o que conseguimos e melhorar ainda mais. Neste campo, são notórias as assimetrias territoriais, com uma zona do território continental – a zona interior centro – que ainda não dispõe de Unidade de Intervenção capaz de efetuar angioplastia coronária na fase aguda de enfarte. Dizemos repetidamente que no enfarte do miocárdio, “tempo é músculo cardíaco” e qualquer atraso no tratamento por incapacidade de resposta atempada traduz-se em sequelas de que a insuficiência cardíaca pode ser das mais temíveis.

Outro tema a merecer a maior atenção, é a do transporte secundário de doentes críticos (entre um hospital de menos recursos e um hospital com maior diferenciação técnica) em que a ausência de modelo organizativo leva a atrasos irrecuperáveis com consequente risco para os doentes.

Orgulhosos do já conseguido neste campo, não podemos baixar a guarda. Temos que manter o que de bom já foi feito e realizar com eficácia o que falta  fazer.

 

Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Enfarte do Miocárdio
Em 2019, o INEM procedeu ao encaminhamento de 676 doentes com enfarte agudo do miocárdio (EAM) através da Via Verde Coronária....

De acordo com os dados divulgados esta manhã, os distritos com maior número de doentes encaminhados pelo INEM através da Via Verde Coronária foram Porto (171) e Lisboa (145). No que concerne ao género, os doentes inseridos nesta Via Verde foram maioritariamente do sexo masculino, com 540 casos.

Em 74,11% dos casos decorreram menos de duas horas entre a identificação dos sinais e sintomas e o encaminhamento da vítima através desta Via Verde, enquanto que em 19,53% o processo foi efetuado entre as duas horas e as doze horas de evolução da sintomatologia e 1,63% dos casos dizem respeito a situações com mais de doze horas de evolução.

Para melhorar esta situação é essencial que os cidadãos conheçam os sinais e sintomas de alerta do EAM e saibam como utilizar o Número Europeu de Emergência – 112.
Dor no peito de início súbito, com ou sem irradiação ao membro superior esquerdo, costas ou mandíbula, suores frios intensos, acompanhados de náuseas e vómitos, são alguns dos sinais que podem indicar um EAM.

O reconhecimento precoce dos sinais e sintomas do EAM é fundamental e deve motivar o contacto imediato com o 112. Está demonstrado que o contacto com o 112 reduz o intervalo de tempo até ao início da avaliação, diagnóstico, terapêutica e agilização do transporte para a unidade hospitalar mais adequada, fundamentais para garantir o sucesso das medidas terapêuticas atuais.

O INEM encaminha as vítimas de EAM para os Hospitais adequados através desta Via Verde, permitindo um tratamento mais rápido e eficaz nas unidades de cuidados intensivos coronários ou salas de hemodinâmica. Este encaminhamento é feito com base em critérios clínicos específicos, visando o rápido tratamento de determinados tipos de EAM, particularmente nos casos em que existe indicação para cateterismo cardíaco, procedimento realizado nas salas de hemodinâmica.

O Centro Hospitalar Universitário de São João – Porto (105), Hospital de Braga (83), Centro Hospitalar Lisboa Central – Hospital de Santa Marta (73), Centro Hospitalar Universitário do Algarve – Hospital de Faro (64) e o Centro Hospitalar Vila Nova de Gaia/Espinho – Unidade I [antigo Hospital Eduardo Santos Silva] (51) foram as Unidades de Saúde que receberam o maior número de casos encaminhados pelo INEM através da Via Verde do EAM.

O EAM é uma das principais causas de morte em Portugal, ocorrendo quando se dá uma interrupção súbita do fluxo de sangue nas artérias do coração (coronárias). A realização de exames médicos de rotina, os hábitos de vida saudáveis, a prática de desporto de forma regular, evitar o tabaco e a vida sedentária são algumas das formas de prevenção eficazes e acessíveis a todo o cidadão.

Prevenção
A doença cardíaca coronária, ou simplesmente doença coronária, afeta milhões de pessoas em todo o mu

Uma doença do mundo ocidental e das sociedades modernas, cujas principais manifestações são: angina estável e instável e enfarte agudo do miocárdio. Numa fase mais precoce da vida, os homens apresentam um maior risco de doença coronária do que as mulheres. No entanto, depois da menopausa o risco da mulher acaba por igualar o do homem.

Existem alguns fatores de risco, que contribuem para o desenvolvimento da doença coronária, sendo eles: a idade, colesterol elevado, hipertensão arterial, diabetes, tabagismo, obesidade, inatividade física e histórico familiar de doença coronária.

Esta doença grave e potencialmente fatal resulta da acumulação de depósitos de gordura e de tecido fibroso (placas) no interior das artérias que fornecem sangue ao coração, ou seja, as artérias coronárias. A formação e desenvolvimento destas placas tornam as artérias coronárias progressivamente mais rígidas e estreitas, dificultando o adequado fornecimento de sangue, e consequentemente de oxigenio e nutrientes, para o músculo cardíaco.

Com a idade e na presença de factores de risco, as placas de aterosclerose vão aumentando de dimensões, causando obstrução do vaso sanguineo. Esta obstrução pode ser devida apenas ao aumento de tamanho ou devido à formação de coágulos após a ruptura da placa.

Seja qual for o mecanismo, há obstrução parcial ou completa do vaso sanguíneo, com consequente diminuição do fornecimento de sangue a determinadas zonas do músculo cardíaco, o que se manifesta na generalidade por dor no tórax, designada por angina, o sintoma mais típico. Outros sintomas podem surgir neste contexto, entre eles: cansaço extremo em esforço, náuseas, tonturas, dor no estômago, mandíbula, dorso ou braço.

Na presença destes sintomas, e se associado aos fatores de risco mencionados, os doentes devem consultar o seu médico para aconselhamento. Em função da história clinica, exame objetivo e com recurso a deteminados exames complementares de diagnóstico, como por exemplo ECG, ecocardiograma, teste de isquémia, entre outros, é possivel saber se existe doença coronária e qual a sua extensão.

O tratamento desta patologia envolve inicialmente mudanças de estilo de vida, como: parar de fumar, controlar a pressão arterial, praticar exercício físico, ter uma alimentação equilibrada e diminuir os níveis de stress.

Se as mudanças no estilo de vida não forem suficientes, podem ser necessários medicamentos, que vão depender da situação base, das comorbilidades associadas e podem variar de pessoa para pessoa. Existem ainda, nos casos indicados, outros procedimentos como colocação de stent, angioplastia com balão e cirurgia de revascularização miocárdica. Todos eles aumentam o suprimento de sangue para o coração, mas não curam as doenças coronarianas.

Prevenir é a solução!

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Entrevista
Considerada a principal causa de internamento hospitalar em pessoas acima dos 65 anos, estima-se que

A insuficiência cardíaca (IC) é uma condição crónica que afeta milhões de doentes em todo o mundo e que, apesar dos tratamentos disponíveis, continua associada a um elevado número de hospitalizações e mortalidade. Neste sentido, e ainda antes de abordarmos a importância da telemonitorização dos doentes com IC, pergunto-lhe o que falta fazer em matéria de prevenção?

Prevenir a IC é, em primeiro lugar, informar sobre a importância do controlo/tratamento dos fatores de risco cardiovascular (CV) – hipertensão arterial, diabetes, tabagismo, excesso de peso, sedentarismo – pois estas situações propiciam o desenvolvimento de doença cardíaca e vascular. E quando o coração fica afetado, deixará de funcionar normalmente, evoluindo para IC. Em segundo lugar, o diagnóstico precoce de disfunção cardíaca nos doentes em maior risco poderá levar não só a medidas de tratamento que potencialmente podem impedir o agravamento da situação e a evolução para IC clínica, como conduzir a um diagnóstico da causa subjacente, a qual poderá ser suscetível de correção.

Para ajudarmos a entender em que consiste e a sua gravidade, peço-lhe que nos explique o que é e quais as principais causas da Insuficiência Cardíaca? A que sintomas devemos estar atentos e quem está em risco?

A “insuficiência cardíaca” traduz a incapacidade do coração de cumprir a sua função duma forma eficaz, ou seja, a de fornecer ao organismo a quantidade de sangue necessária em cada momento. Tal incapacidade surge ou porque o coração não tem “força” para tal, ou porque apenas o consegue fazer à custa de um esforço demasiado, anormal. Surgem então os sintomas e/ou sinais desse esforço ou dessa incapacidade, sendo os mais comuns a sensação de cansaço/fadiga ou “falta de ar” em situações que previamente não os causavam e os edemas (nomeadamente nos membros inferiores). No doente com IC, a ocorrência de arritmias não é rara, podendo estas manifestar-se como “palpitações” ou mesmo causar perda de consciência ou fatalidade. Dependerá da causa subjacente à IC e/ou da sua gravidade ou até de outras situações ou doenças que possam também coexistir.

As causas que podem estar na origem de IC são várias e algumas podem existir em simultâneo no mesmo indivíduo. Entre as mais comuns estão a doença coronária (estreitamento ou mesmo obstrução das artérias coronárias, as quais levam sangue ao próprio coração para o funcionamento deste), a hipertensão arterial (que, quando não controlada, impõe uma “carga” grande ao coração e aos vasos), as doenças das válvulas cardíacas (que podem estar presentes desde cedo ou desenvolverem-se ao longo da vida, quer por doença adquirida, quer mesmo pelo avançar da idade), doenças do próprio músculo cardíaco (“miocardiopatias”) – muitas vezes de origem genética, outras também de origem adquirida (como as associadas ao consumo de bebidas alcoólicas, substâncias ou medicamentos tóxicos para o coração, ou inflamação cardíaca de causa viral, por exemplo). Na verdade, atendendo às causas que referi (e que são apenas ilustrativas), há vários fatores ou condições que podem colocar as pessoas em risco de IC, mas devemos preocupar-nos principalmente com aquelas que, além de mais frequentes, são potencialmente evitáveis, nomeadamente a doença coronária e a hipertensão arterial não-tratada. Aqui voltamos ao problema da prevenção primária, que referi na resposta à sua primeira pergunta. Também o doente diabético é de alto risco para o desenvolvimento de IC, pelo que um adequado controlo da doença é fundamental.

Como se trata a insuficiência cardíaca?

Dependerá da causa e tipo de insuficiência cardíaca. Quando a causa é identificada, por vezes pode ser corrigida, o que poderá permitir que a IC não progrida e até, em algumas situações, reverter o quadro, como pode acontecer por exemplo em caso de doença das válvulas cardíacas ou doença coronária, entre outras. No entanto, em situações de IC avançada (destas ou de outras causas), já com lesão cardíaca definitiva, a regressão é improvável. No entanto, a correção da causa subjacente, quando tal é possível, poderá impedir a progressão do agravamento da IC. Independentemente da causa, muitas das situações de IC beneficiam muito do tratamento com fármacos antagonistas neuro-hormonais, os quais permitem grande melhoria dos sintomas e do prognóstico, melhorando também substancialmente a qualidade de vida do doente. Adicionalmente a estes fármacos, outros são também fundamentais para controlo dos sintomas, dos edemas e para o tratamento das arritmias, quando estas o exigem. O mesmo se aplica à terapêutica com dispositivos cardíacos, que podem ser necessários para maior melhoria e para controlo de arritmias.

Qual a importância da telemonitorização de doentes com IC e que doentes são elegíveis para integrar um programa destes?

A monitorização à distância (remota), periódica, de determinados parâmetros do doente (bio-dados) pode permitir, no doente com IC, a deteção precoce de sinais de eventual descompensação (agravamento) da situação, bem como da eventual causa dessa mesma descompensação. Tal levará a uma intervenção terapêutica por parte do profissional de saúde, a qual, feita atempadamente, poderá impedir o agravamento da IC e tenderá a evitar a necessidade de hospitalização. A importância da monitorização remota (“telemonitorização”) torna-se assim óbvia. A eficácia deste tipo de instrumento dependerá naturalmente do tipo de programa, incluindo os bio-dados escolhidos para monitorizar, a frequência com que são efetuados, a adesão do doente às medições (fator decisivo no processo), da interpretação adequada dos parâmetros pelo profissional de saúde (integrada no contexto da situação clínica individual do doente) e, aspeto fundamental, da ação (resposta) adequada e atempada por parte deste. Não adianta monitorizar os bio-dados se não for possível existir uma resposta dirigida para uma situação de potencial descompensação de IC. De notar que temos estado a falar de monitorização remota não-invasiva mas que há também formas de monitorização invasiva de outros bio-dados, proporcionadas por dispositivos implantados (cardíacos ou vasculares) e que fornecem duma forma direta informação importante relativa quer a descompensação de IC potencialmente eminente, quer à ocorrência de arritmias cardíacas.

Em relação aos doentes “elegíveis”, depende do que se pretende com a monitorização remota. Como referi acima, habitualmente pretende-se a deteção precoce de potencial descompensação de IC e, atuando, evitar hospitalização do doente (a qual se associa a maior morbilidade, pior qualidade de vida, “custos” diretos e indiretos elevados, e maior mortalidade). Mas outros objetivos podem existir com a monitorização remota, nomeadamente na área das doenças crónicas. Naturalmente que muitas pessoas com IC (ou outras doenças crónicas) se consideram mais “seguras” se tiverem um profissional de saúde a vigiar os seus bio-dados com grande periodicidade ou mesmo diariamente. No entanto, com outras isso não acontece e o problema da não-adesão às medições por parte do doente quando é monitorizado durante períodos de tempo muito prolongado (meses ou anos) pode ser uma realidade em programas deste tipo. Adicionalmente, a monitorização remota não é um tratamento, mas um instrumento para melhor vigiar os doentes em maior risco de descompensação. Assim, no nosso programa (e de acordo com o que está descrito na literatura em termos de eficácia), temos considerado como elegíveis os doentes com IC e fração de ejeção diminuída que tiveram episódio de descompensação com internamento no último ano. No entanto, tal não significa que doentes com IC e outras características não possam beneficiar de monitorização remota. Como referi, dependerá dos objetivos que se pretendem e do tipo de programa.

Na prática em que consiste a telemonitorização, que parâmetros são avaliados e como é feita essa avaliação? Que equipamentos são necessários? O doente aprende a usá-los?

Quando falamos aqui em “telemonitorização” estamos na verdade a falar da monitorização à distância, não-invasiva, de determinados parâmetros do doente, que este avalia numa base periódica (geralmente diária) e que são enviados automaticamente (via wireless) para uma “estação” (plataforma electrónica) onde são “lidos” por profissionais de saúde e interpretados de acordo com algoritmos pré-definidos para cada doente. Em caso de “anormalidade” de algum bio-dado é gerado um “alerta”, o doente é contactado, o médico também, e são tomadas as ações consideradas adequadas à situação em causa. Os bio-dados avaliados podem ser variados, mas no programa que realizamos incluem basicamente a pressão arterial, frequência cardíaca, peso, temperatura corporal, saturação periférica em oxigénio e electrocardiograma. Avaliamos também a atividade do doente (número de passos diários).

Todos os dispositivos necessários a estas avaliações são colocados em casa do doente e o mesmo é ensinado (bem como os cuidadores) em relação à sua utilização (como fazer as medições e como as transmitir). Outros parâmetros (inclusive laboratoriais) podem ser avaliados em caso de suspeita de descompensação.

Naturalmente que há sempre um período de “treino” inicial com cada doente, para a sua necessária adaptação. Aliás, também em relação ao próprio programa de monitorização e aos profissionais de saúde envolvidos, é necessário não só um “desenho” inicial do programa e da metodologia do mesmo bem pensados e adequados aos objetivos pretendidos, como uma aprendizagem nas fases iniciais, testando essa adequação e a sua exequibilidade prática. O que parece inicialmente ser um programa ideal pode, quando testado na prática, não resultar, exigindo modificações em termos de aplicação clínica. Ao longo da nossa experiência de dois anos já fizemos algumas modificações metodológicas.

O que foi possível alcançar, nestes dois últimos anos, com o programa de telemonitorização desenvolvido no Centro Hospitalar universitário Lisboa Norte?

Avaliámos a eficácia do programa após o primeiro ano de seguimento. De realçar que a taxa de adesão à TM por parte dos doentes foi de 92%. Foi possível obter uma diminuição significativa na taxa de hospitalizações e/ou mortalidade (por IC ou qualquer outra causa), comparativamente ao observado na população com as mesmas características mas seguida sem o apoio de monitorização remota (previamente ao início do programa). Também, na população sob TM, se obteve maior melhoria (significativa) na classe funcional (NYHA), na qualidade de vida, e nos níveis de NT-proBNP, e o número de dias perdidos ao longo de um ano devido a hospitalizações não-programadas foi significativamente menor. A capacidade funcional, avaliada no início do programa e após um ano, também mostrou grande melhoria.  

Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Investimento no setor
As exportações portuguesas em Saúde atingiram um novo recorde de cerca de 1,5 mil milhões de euros, o que significa um aumento...

Estes dados reforçam o peso do setor da saúde na economia nacional e refletem o esforço que tem sido feito pelas diferentes entidades no sentido de consolidar a presença de Portugal nos mercados externos.

De acordo com Salvador de Mello, Presidente do Health Cluster Portugal (HCP), “o HCP congratula-se com esta evolução positiva que traduz o investimento persistente que tem vindo a ser feito pelas empresas nacionais na sua aposta de internacionalização e está em linha com o pacto de competitividade e internacionalização para a Saúde, assinado no ano passado entre o Ministério da Economia e o HCP”.

Este pacto é um importante instrumento para a concretização dos objetivos estratégicos do HCP, que definiu, até 2025, ultrapassar os 2,5 mil milhões de euros de exportações em saúde.

Em Portugal o setor da saúde representa um volume de negócios anual na ordem dos 30 mil milhões de euros e um valor acrescentado bruto de cerca de 9 mil milhões, envolvendo perto de 90 mil empresas e empregando quase 300 mil pessoas.

Neste valor de exportações estão incluídas a fabricação de produtos farmacêuticos de base, a fabricação de preparações farmacêuticas, a fabricação de equipamento de radiação e electromedicina e a fabricação de instrumentos e material médico-cirúrgico.

 

“Parar o VIH está nas nossas mãos”
Para assinalar o Dia Internacional do Preservativo, foram instalados 60 suportes com preservativos e materiais informativos da...

Estas ações inserem-se na iniciativa “Lisboa Cidade sem Sida”, da Câmara Municipal de Lisboa, em parceria com a Direção-Geral da Saúde (DGS), através dos Programas Nacionais Prioritários de Saúde nas áreas da infeção por VIH e SIDA e das Hepatites Virais, da Divisão de Saúde Sexual, Reprodutiva, Infantil e Juvenil, e da Divisão de Literacia, Saúde e Bem-Estar, e com o GAT.

Os preservativos masculinos e femininos são altamente eficazes e constituem a ferramenta de prevenção mais disponível na prevenção do VIH, infeções sexualmente transmissíveis e de gravidezes não desejadas. Os preservativos são baratos, fáceis de armazenar e transportar, e podem ser utilizados por qualquer pessoa que seja sexualmente ativa.

O Programa Conjunto das Nações Unidas sobre VIH/SIDA (ONUSIDA) recomenda a distribuição ampla de preservativos, nomeadamente fora das estruturas de saúde, reduzindo as barreiras de acesso, especialmente por parte dos jovens. Reforça também a necessidade de desenvolver estratégias de distribuição que reduzam o estigma e visibilizem o preservativo em espaços públicos.

Em 2018, foram diagnosticados 973 novos casos de infeção por VIH em Portugal, maioritariamente (99,7%) em indivíduos com idade igualou superior a 15 anos. Em 97,3% dos casos a transmissão ocorreu por via sexual.

 

 

 

Tratamento profilático
Dois estudos liderados por Arri Coomarasamy da Universidade de Birmingham, uma das figuras mais importantes nas ciências...

Um dos dois estudos foi publicado no prestigiado American Journal Of Obstetrics and Ginecology, que se debruçou sobre os resultados de dois ensaios clínicos – PROMISE e PRISM – ambos financiados pelo Programa de Tecnologia em Saúde (HTA) do NIHR, National Institute for Heath Research, onde se avaliou a evidência existente relacionada com a toma  de Utrogestan®. O ensaio clínico PROMISE, estudou cerca de 836 mulheres com abortos recorrentes e idiopáticos ​​em 45 hospitais no Reino Unido e nos Países Baixos, onde encontrou uma taxa de nados vivos 3% mais alta com progesterona, embora com incerteza estatística substancial. O ensaio clínico PRISM estudou 4.153 mulheres com hamorragia precoce na gravidez em 48 hospitais no Reino Unido. Nas mulheres que já sofreram um ou mais abortos no passado e que receberam agora progesterona, foi observado um aumento estatisticamente significativo de 5% no número de partos com nados-vivos em comparação com aqueles que receberam um placebo.

O benefício foi ainda maior para mulheres que tiveram anteriores "abortos recorrentes" (três ou mais abortos) - com um aumento estatisticamente significativo de 15% na taxa de nados vivos no grupo da progesterona em comparação ao grupo do placebo.

Já o segundo estudo, publicado no prestigiado British Journal of Obstetrics & Gynecology, concluiu que a progesterona é custo efectivo custando em média, 204£ por gravidez. (cerca de 241€).

Segundo Arri Coomarasamy, “Este tratamento permite uma taxa de sucesso elevada, dando a oportunidade a mulheres com gravidez de risco e hemorragia precoce na gravidez - com um histórico de 1 ou mais abortos - de fazer o tratamento de 400 mg de progesterona duas vezes ao dia, iniciado no momento de apresentação de sinais de sangramento e continuando até às 16 semanas de gestação”.

As conclusões dos dois estudos permitem apurar que a administração de progesterona via vaginal, pode ser uma solução económica e bem-sucedida no tratamento profilático de abortos recorrentes.

Utrogestan® é um medicamento sujeito a receita médica, cuja substância ativa é a progesterona.  A forma farmacêutica deste medicamento é em cápsulas moles, que são administradas por via oral ou por via vaginal (conforme orientação do seu médico), retirando as suas propriedades farmacológicas da progesterona natural - antiestrogénico, gestagénico, fracamente antiandrogénico e antialdosterona.

Tabaco é importante fator de risco
As doenças cérebro e cardiovasculares continuam a ser a principal causa de morte em Portugal e no dia em que se assinala o Dia...

Importa destacar que, apesar do cenário das doenças cardiovasculares em Portugal ser preocupante, tem vindo a melhorar progressivamente. De acordo com a Sociedade Portuguesa de Cardiologia, os valores da doença isquémica do coração (enfarte e angina de peito) indicam que Portugal se encontra no grupo dos melhores países a nível europeu. “Estes resultados são fruto de um trabalho continuado, de aposta na prevenção, diagnóstico e tratamento, com destaque para o modelo de resposta organizado na área do Enfarte Agudo do Miocárdio – a via verde coronária”, acrescenta Victor Gil, presidente da SPC.

Quanto ao controlo dos Factores de Risco, há um enorme caminho ainda a percorrer, especialmente nos hábitos de exercício físico, controlo da diabetes e hipertensão. No caso do hábito de fumar, aproximamo-nos já do grupo dos melhores, existindo, no entanto, novos perigos à espreita. A luta contra o consumo do tabaco tem que persistir com tenacidade e, celebrando o dia mundial do doente coronário, a SPC divulga publicamente a sua posição quanto à luta contra o consumo do tabaco.

O tabaco é um importante fator de risco

“Os dados indicam-nos que cerca de 25% da população portuguesa é fumadora e este é um fator de risco muito preocupante. Por isso, neste dia em que se dá destaque ao Doente Coronário, reafirmamos a luta contra o tabagismo”, afirma Victor Gil.

A Sociedade Portuguesa de Cardiologia defende que a abstinência total do hábito de fumar é a única medida garantidamente eficaz para combater as doenças do coração, e que a extensão da proibição de fumar em todos os locais públicos é uma medida de saúde pública indispensável e urgente que desincentiva fumadores ativos e defende os não fumadores do fumo passivo.

“Acreditamos que ainda não existe evidência suficientemente robusta que suporte uma posição definitiva com base científica quanto ao tabaco vaporizado ou eletrónico, pelo que urge desenhar estudos com arquitetura sólida sob a orientação de entidades independentes que fundamentem posições definitivas”, finaliza Victor Gil, presidente da SPC.

A doença coronária resulta do depósito de gordura na parede das artérias coronárias (aterosclerose), provocando o seu estreitamento e limitando o fluxo de sangue que irriga o músculo cardíaco. Desta forma, o músculo cardíaco não recebe oxigénio suficiente nem os nutrientes necessários ao seu funcionamento, podendo desencadear angina de peito ou um enfarte agudo do miocárdio.

Opinião
As doenças cardiovasculares (DCV) continuam a ser a principal causa de morte em Portugal.

Estes factores de risco condicionam a progressão da aterosclerose, a doença em que o colesterol se acumula nas artérias, com risco de enfarte, AVC ou de má circulação periférica, com maior hipótese de amputação por exemplo. A aterosclerose gera custos pessoais, familiares e sociais muito elevados. Um estudo recente realizado entre nós mostra que os custos da doença são astronómicos:  cerca de 1900 milhões de euros que representam 1% do PIB ou 11% do total de despesas de saúde em Portugal.

A aterosclerose pode afetar os próprios vasos que irrigam o músculo cardíaco, as artérias coronárias, com risco de enfarte agudo do miocárdio. A doença coronária é uma doença crónica, que pode permanecer silenciosa e manifestar-se subitamente de formas diversas. Com dor no peito que pode estar associada ao esforço físico, frio ou emoções, ou mesmo pela oclusão de um dos ramos das coronárias provocando a falta de irrigação de parte do coração, condicionando o temível enfarte.  O enfarte pode complicar-se de morte, ou deixar queixas de cansaço e/ou falta de ar com o esforço, aquilo que conhecemos como insuficiência cardíaca e que aflige já várias centenas de milhares de Portugueses.

A doença coronária é cada vez mais considerada uma doença crónica, evolutiva e não estável. Uma doença crónica em que se morre de forma aguda…  Apesar de tudo, têm existido melhorias notáveis.

 O segredo está no reforço da educação em saúde e na prevenção e controlo dos factores de risco. Neste campo, começa a notar-se uma prática mais generalizada de exercício físico e parece haver uma tendência na redução da obesidade. A prevenção da doença coronária, a chave do sucesso, tem mostrado resultados positivos, em parte pela maior consciencialização da sociedade para os comportamentos de risco, mas também pela qualidade dos medicamentos que temos hoje em dia, para o controlo da hipertensão, do colesterol ou da diabetes, que não só são mais eficazes, como têm menos efeitos secundários e demonstram muitos deles, reduzir os eventos cardiovasculares e a morte de causa cardíaca.

O tratamento da doença aguda, do enfarte do miocárdio, também tem evoluído imenso. A taxa de mortalidade intra-hospitalar é quase residual (3 a 4%), graças a processos de reconhecimento precoce e sinalização rápida dos doentes (a Via Verde coronária) e à generalização das técnicas de reperfusão cardíaca como as angioplastias que permitem a recanalização da artéria coronária obstruída.

Há ainda melhorias possíveis. É responsabilidade de todos. Dos políticos, permitindo que o usufruto do sistema de saúde esteja disponível e com qualidade para todos. Dos pais, educadores e meios de comunicação, educando para o conhecimento dos fatores e comportamentos de risco a evitar. Dos médicos de família, reconhecendo estes factores e tratando-os. Dos médicos hospitalares que vão desde o jovem interno de medicina que reconhece o enfarte no serviço de urgência de um hospital distrital ao cardiologista de intervenção que trabalha numa unidade num hospital central. Na verdade, é responsabilidade de todos os que trabalham na área da saúde, como os bombeiros e INEM que permitem poupar tempo que pode ser tecido cardíaco salvo no caso de um enfarte, dos enfermeiros que iniciam a reabilitação … É um tema de todos e para todos.  

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