Impacto na população feminina
Milhões de mulheres em todo o mundo têm dor crónica. Segundo a IASP – International Association for the Study of Pain - esta...

Os tipos de dor que afetam as mulheres têm um impacto global significativo. Destacam-se a fibromialgia, caracterizada por dor crónica generalizada, em que 80 a 90% dos casos diagnosticados são mulheres. Síndrome do intestino irritável, artrite reumatoide, osteoartrite, lombalgia, desordem da articulação temporomandibular, dor pélvica crónica e enxaquecas são outras das condições que afetam de forma desproporcional o género feminino. Apesar de menos conhecidas, outras situações ligadas a problemas ginecológicos como a dor pélvica da endometriose, vulvodinia ou as dores pós-mastectomia são muito frequentes, mas muitas vezes não diagnosticadas.

Segundo Ana Pedro, Presidente da Associação Portuguesa para o Estudo da Dor (APED), “todas as pessoas podem sofrer de dor crónica nalgum momento da sua vida, mas a população feminina é, sem dúvida, uma das mais afetadas, muito pelo facto de a dor crónica estar associada a doenças que são mais frequentes nas mulheres. Por esta razão, muitas vezes a condição, por ser tão vulgar e frequente, não é valorizada”.

E acrescenta: “Neste dia [Dia Internacional da Mulher] é importante relembrar que a dor crónica é uma doença por si própria. Trata-se de um problema grave de saúde pública pela extensão de população abrangida e um tratamento eficaz só é possível através de um acompanhamento médico adequado”.

A dor é crónica quando, de modo geral, persiste após o período estimado para a recuperação normal de uma lesão. Esta pode surgir no contexto de várias doenças (cancro, artrose, diabetes, zona, etc.), ser agravada por traumatismos ou posições forçadas ou incorretas, estar associada a uma cirurgia ou surgir sem causa aparente. A dor crónica é a segunda doença mais prevalente em Portugal e é causadora de morbilidade, absentismo e incapacidade temporária ou permanente, gerando elevados custos aos sistemas de saúde, com grande impacto na qualidade de vida do doente e das famílias.

 

Cuidados a ter
A obesidade atinge cerca de um milhão de portugueses, no entanto, estima-se que metade da população
Médica a medir barriga de homem obeso

Considerada pela Organização Mundial de Saúde como uma epidemia, a obesidade afeta não só a longevidade como a qualidade de vida de quem dela padece. Além de ser considerada uma doença, a obesidade comporta um risco acrescido de desenvolvimento de outras patologias como a diabetes tipo 2, hipertensão arterial, várias neoplasias, síndrome de apneia obstrutiva do sono, patologia osteoarticular degenerativa ou dislipidemia.

Associada sobretudo a hábitos de vida sedentários e a uma alimentação rica em açúcar e gordura, a obesidade é, no entanto, uma doença de fisiopatologia complexa e de tratamento difícil. Quer isto dizer que, cortar nas calorias que ingere pode não ser suficiente. No entanto, saiba que com alguns cuidados, onde se inclui a prática de exercício físico, pode diminuir os riscos associados.

De acordo com a Fundação Portuguesa de Cardiologia, há um conjunto de “regras” que deve seguir:

  1. Siga uma dieta equilibrada e variada. E coma as porções recomendadas! Consulte a Roda dos Alimentos e não coma mais do que o recomendado, devendo apostar nos legumes, cereais integrais, peixe e fruta. Corte nos alimentos processados, com açúcar e gorduras saturadas. Reduza ainda o consumo de carnes vermelhas, bem como a manteiga ou os lacticínios com alto teor de gordura.
  2. Conheça os alimentos que ingere. E não estamos a sugerir que conte as calorias! É importante é que conheça o valor nutricional de cada alimento, para saber que tipo de nutrientes está a fornecer ao seu organismo, de forma a fazer as melhores escolhas para si.
  3. Não fique mais de três horas sem comer. Fazer uma refeição a cada 3 horas, para além de o ajudar a manter-se saciado, também ajuda a estabilizar o açúcar no sangue e a insulina, nas pessoas com resistência à insulina. No entanto, tenha atenção: as porções devem ser mais pequenas. O truque é comer pouco e mais vezes ao dia, tendo em conta em não ultrapassar o aporte calórico recomendado para o seu caso.
  4. Pratique exercício físico. Este conselho já não é novidade! E embora pense que quando se fala em exercício físico significa que tem de começar a praticar um desporto mais intenso, a verdade é que basta escolher uma atividade que lhe dê prazer, como uma caminhada. O que interesse é que se mexa e o faça com regularidade! A Fundação Portuguesa de Cardiologia, aconselha: “sempre que possível ande a pé nas suas deslocações e privilegie o contacto com a natureza com pequenos passeios ou caminhadas ao ar livre”.
  5. Diga não às dietas “relâmpago”: aconselhe-se com um especialista. Emagrecer pode ser fácil, o difícil é manter o peso dentro dos valores recomendados. Por isso, se quer perder peso e manter-se saudável procure ajuda especializada. O seu médico ou nutricionista, depois de avaliar o seu caso, pode aconselhá-lo melhor que ninguém sobre o que pode ou não comer, quais os exercícios que pode ou não praticar. O importante é focar-se no seu objetivo a longo prazo!

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Dia Mundial da Audição
A OMS lançou a aplicação gratuita “hearWHO” para dispositivos móveis que permite aos utilizadores verificar o nível da sua...

Entre os destinatários desta nova app estão pessoas frequentemente expostas a elevados níveis de som. Entre elas, pessoas que ouvem música com volume alto ou trabalham em lugares com muito barulho, que tomam medicamentos prejudiciais para a audição e ainda, pessoas com idade acima dos 60 anos.

A OMS estima que mais de 5% da população mundial, 466 milhões de pessoas, têm deficiência auditiva incapacitante. Destes, 34 milhões são crianças. Estima-se que em 2050 mais de 900 milhões de pessoas – uma em cada dez – sofrerão com perda auditiva, a menos que sejam tomadas medidas para prevenir e tratar a perda auditiva.

Este ano, o tema para assinalar o Dia Mundial da Audição, assinalado hoje, é “Uma audição para a vida. Não deixe que a surdez o limite”.

Em Portugal, o Serviço de Otorrinolaringologia do Hospital de Braga associa-se à iniciativa e organiza, esta terça-feira, uma tertúlia com o objetivo de discutir a importância de implementar estratégias para consciencializar a sociedade para o tema e promove também um rastreio para aferir a saúde auditiva da população.

 

Mapa interativo
Desde o início do mês de fevereiro, já foram publicadas, em todo o mundo, mais de cinco milhões de notícias sobre o novo...

Para facilitar o acompanhamento deste impressionante volume de informação, a Cision criou o Dashboard Coronavirus COVID-19 Global Coverage, um mapa interativo, através do qual é possível aceder, em tempo real, a toda a informação sobre a doença, publicada a nível global.

Com esta ferramenta da Cision é possível conhecer, a cada momento, o número de notícias difundidas, em todo o mundo, sobre o vírus que foi identificado na China, em dezembro de 2019 e, desde então, se disseminou para outros países.

Entre outras funcionalidades, o Dashboard Coronavirus COVID-19 Global Coverage permite, ainda, saber o volume de informação publicada diariamente em cada país e quais os termos mais usados nos media (através duma nuvem de palavras).

Os dados que alimentam esta plataforma, fundamental para quem quer acompanhar a evolução da doença, são fornecidos pela Cision, que monitoriza, regularmente, mais de 138 mil meios de informação online, de 190 países.

O Dashboard Coronavirus COVID-19 Global Coverage está disponível em http://pt.cision.com/Coronavirusdashboard/.

Saúde ocular
Estima-se que sete em cada 10 pessoas que vão a uma consulta de oftalmologia apresentam problemas na
Olho com borbulha com pus na pálpebra

Embora algumas pessoas apresentem predisposição para o seu desenvolvimento, a Blefarite corresponde a uma inflamação do bordo das pálpebras que pode atingir qualquer pessoa em qualquer idade.

Frequentemente menosprezada, a verdade é que esta doença pode causar bastantes incómodos sobretudo nos casos em que apresenta um carácter crónico.  A sua recorrência está, habitualmente, associada com a colonização exacerbada das pálpebras por bactérias que constituem a flora normal da pele, em resultado do excesso de oleosidade nesta região. No entanto, as suas causas podem ser variadas, levando a que esta doença possa ser classificada em vários tipos:

Blefarite Seborreica – muitos pacientes com blefarite seborreica têm dermatite seborreica na face e couro cabeludo ou rosácea. Nestes casos, há tendência para a produção lípidica excessiva ao nível das glândulas de Zeiss e, sobretudo das glândulas de Meibomius conduzindo à sua obstrução.  

Na blefarite seborreica é muitas vezes observado eritema do bordo palpebral, escamas tipo crostas de cor amarela na base das pestanas.

Este tipo de blefarite é considerado crónico.

Blefarite Estafilocócica – provocada por bactérias (estafilococos) decorre com edema do bordo palpebral, prurido ou eritema. Nestes casos é frequente a perda, desvio ou despigmentação das pestanas. Por vezes podem surgir pequenos abcessos de pus na base do cílios e, posteriormente, dando origem a úlceras superficiais.

Blefarite Alérgica – Nestes casos a inflamação do bordo das pálpebras surge após a picada de um insecto, administração ou exposição a um fármaco ou produto de cosmética (como é o caso da maquilhagem). Para além do inchaço, manifesta-se com prurido, olho vermelho, descamação e conjuntivite papilar.

Este tipo de blefarite pode surgir associada à asma ou febre dos fenos.

Como se trata?

O tratamento desta doença ocular vai depender do tipo de blefarite que está presente. No caso de se tratar de uma blefarite estafilocócica, o tratamento consiste na administração de antibióticos e anti-inflamatórios, em pomada ou colírios.

Caso se trate de uma blefarite seborreica faz-se uso de anti-inflamatórios e limpeza das pálpebras. O objetivo é manter a margem das pálpebras tão limpa quanto possível, utilizando uma compressa embebida em água morna.

A aplicação de calor local, com a ajuda de compressas, que ajuda a remover as crostas e as secreções gordurosas, deve ser feita pelo menos duas vezes por dia, durante alguns minutos. É ainda aconselhado massajar a área suavemente para ajudar a fluidificar as secreções das glândulas.

Em ambos os casos, e sempre que exista desconforto e irritação ocular, pode ser aconselhado a aplicação de lágrimas artificiais.

Esteja atento aos sinais

  • Vermelhidão
  • Prurido
  • Sensação de corpo estranho
  • Olhos lacrimejantes
  • Pálpebras avermelhadas e/ou inchadas
  • Crostas ou caspa na base das pestanas
  • Hipersensibilidade ocular

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Investigação da Universidade de Aveiro
Pequenas ou grandes, da Madeira ou da América do Sul, tanto faz. As cascas da banana são altamente eficientes na remoção de...

Formadas por celulose, lenhina e hemicelulose, materiais com grupos funcionais que captam o mercúrio da água, o grupo de investigação descobriu igualmente que as cascas da banana são eficazes na remoção de outros metais tóxicos como o chumbo ou o cádmio.

No caso específico do mercúrio, onde as cascas são as campeãs da limpeza, explica a investigadora Elaine Fabre, “o que as diferencia dos outros materiais biológicos [que também são formados por celulose, lenhina e hemicelulose] é que as mesmas são mais ricas em grupos de enxofre e o mercúrio tem elevada afinidade por esse elemento”. Por isso, desvenda a responsável pela investigação, “estas cascas são tão eficientes na remoção de mercúrio da água”.

Publicado na revista Science of the Total Environment, o trabalho mostra que, para tratar 100 litros de água contaminada com 0,05 miligramas de mercúrio, e de forma a atingir-se a concentração permitida para águas de consumo humano, que é de 0,001 miligramas de mercúrio por litro, seriam necessários apenas 291 gramas de cascas.

 A aplicação de cascas de banana para remoção de mercúrio através de processos de sorção - processos que envolvem a retenção de um composto de uma fase fluida na superfície de um sólido - pode ser realizada em estações de tratamento de águas residuais, em efluentes industriais, ou mesmo em qualquer outro sistema que contenha águas contaminadas. Para tal, asseguram os cientistas de Aveiro, basta colocar as cascas em contacto com a água contaminada por um determinado período de tempo.

As cascas foram já testadas em diversos sistemas reais. Com água da torneira, água do mar ou água de efluentes industriais, e na presença de muitos outros elementos para além de metais pesados, em todos os casos as cascas mostraram-se eficazes. “Os resultados mostram um potencial muito promissor na aplicação das cascas em sistemas reais”, aponta a investigadora.

O trabalho com as cascas de banana envolveu, além de Elaine Fabre, investigadora do Centro de Estudos do Ambiente e do Mar (CESAM), CICECO – Instituto de Materiais de Aveiro e LAQV-REQUIMTE, os cientistas Cláudia Lopes, Eduarda Pereira, Carlos Silva, Carlos Vale, Paula Figueira e Bruno Henriques.

Estudo
Com o passar dos anos, a função pulmonar das pessoas diminui de forma natural. No entanto, este decréscimo é mais pronunciado...

Publicada na revista Thorax, a investigação baseia-se em dados de cerca de 3.700 participantes. Essas pessoas foram inseridas no estudo quando tinham entre 2 e 44 anos e, durante o período de 1991-2014, foi-lhes medido o peso em repetidas ocasiões, assim como a função pulmonar mediante provas de espirometria. “Se por um lado existem investigações prévias que vinculam o aumento de peso ao decréscimo da função pulmonar, este é o primeiro estudo que analisa um período de tempo tão longo e uma amostra de população tão variada”, afirma Judith Garcia Aymerich, líder do estudo e chefe do programa de Doenças Não Transmissíveis e Meio Ambiente do ISGblobal. Os estudos anteriores compreendem períodos de acompanhamento curtos – de dez anos, no máximo – e a maioria centra-se em pessoas adultas até cinquenta anos.

De acordo com os resultados, tanto as pessoas com um índice de massa corporal dentro dos níveis recomendados como as que têm excesso de peso ou obesidade sofrem uma aceleração da perda de função pulmonar ao ganhar peso. De maneira inversa, esse decréscimo atenua-se nas pessoas obesas que vão perdendo peso com os anos. Por outro lado, as pessoas que mantêm um peso baixo durante toda a fase adulta mostram uma perda da saúde respiratória muito menos pronunciada.

Existem dois mecanismos que poderiam explicar a associação entre o ganho de peso e a saúde pulmonar. Em primeiro lugar, o aumento de peso pode afetar o funcionamento dos pulmões por razões mecânicas. “É provável que a gordura abdominal e torácica reduza o espaço para a expansão pulmonar durante a respiração”, comenta Gabriela Prado Peralta, primeira autora do estudo e investigadora do ISGlobal. Em segundo lugar, o aumento do peso pode afetar a função pulmonar mediante processos inflamatórios, já que o tecido adiposo – as zonas em que se acumula gordura – produz substâncias inflamatórias que podem danificar o tecido pulmonar e reduzir o diâmetro das vias respiratórias.

Manter uma boa função pulmonar durante a vida adulta é crucial para prevenir doenças respiratórias crónicas, que atualmente representam um grave problema de saúde pública a nível global. “Dados os níveis epidémicos de excesso de peso e obesidade que estamos a alcançar, é fundamental compreender os efeitos que as mudanças de peso têm sobre a função pulmonar, um importante indicador de morbidade e mortalidade da população”, afirma Garcia Aymerich. “A boa notícia”, acrescenta a investigadora, “é que os efeitos negativos do excesso de peso e da obesidade na saúde pulmonar podem reverter-se, bastando perder peso. Por isso, as políticas de saúde pública que promovem estilos de vida saudáveis podem ser uma chave para alcançar uma sociedade com uma boa saúde pulmonar”.

Este estudo, que integra o projeto Ageing Lungs in European Cohorts (ALEC) coordenado pelo Imperial College London, foi financiado pelo programa de investigação e inovação Horizonte 2020 da União Europeia.

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“Sabemos que o Ministério da Saúde fez um esforço para aumentar o número das consultas e cirurgias de obesidade. Apesar de meritório, não é suficiente”, explica Paula Freitas, presidente da SPEO. “É urgente prevenir e estabelecer uma estratégia de combate à obesidade que dê frutos até ao final desta década que agora iniciamos”.

Paula Freitas deixa exemplos concretos: “ainda há muito espaço para se melhorar no acompanhamento destes doentes. É preciso um diagnóstico mais atempado e reencaminhamento dentro do sistema de saúde, apostar na promoção de uma melhor educação para a saúde e promoção correta da perda de peso. Existe também a necessidade de uma reestruturação dos programas de tratamento existentes no nosso país. Há que dotar os profissionais de saúde dos Cuidados de Saúde Primários de conhecimentos sobre o tratamento global da obesidade, mas também de meios físicos e económicos”.

“Nos cuidados hospitalares é preciso aumentar o número de consultas para doentes com obesidade sem critérios para cirurgia de obesidade. E para que estas consultas tenham maior sucesso é necessário comparticipar os fármacos para o tratamento médico da obesidade, já que atualmente existe uma muito baixa acessibilidade, nomeadamente nas populações economicamente mais desfavorecidas, que são aquelas que têm uma maior prevalência de obesidade”, reforça a especialista

A SPEO defende ainda a necessidade de a obesidade passar a ser tratada como a doença que é. Paula Freitas questiona: “se as outras doenças metabólicas, cardiovasculares e até neoplásicas associadas à obesidade são tratadas no sistema nacional de saúde, sendo os fármacos para o seu tratamento comparticipados, porque é que os fármacos para a obesidade não o são? É incompreensível. Estamos a negar o tratamento de uma doença numa fase precoce, mas, posteriormente comparticipa-se o tratamento das múltiplas doenças associadas? Até do ponto de vista meramente económico consideramos que faz sentido apostar no tratamento numa fase inicial quando as complicações ainda não se instalaram”.

“Dado que, em Portugal a prevalência de obesidade na população adulta tem vindo a aumentar e uma vez que o nosso país foi um dos primeiros a reconhecer a obesidade como uma doença, a SPEO gostaria de ver a obesidade a ser tratada como a patologia grave que é”, reforça a presidente da SPEO.

Entre 2020 e 2050 o excesso de peso e as doenças associadas vão reduzir a esperança de vida em cerca de 3 anos na média dos países da OCDE e da União Europeia a 28. Em Portugal, a estimativa aponta para uma redução de 2,2 anos nesse período, segundo o relatório The Heavy Burden of Obesity: The Economics of Prevention, que a Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Económico (OCDE) divulgou recentemente.

A obesidade tem um enorme impacto na saúde, estando associada a mais de 200 outras doenças, como diabetes, dislipidemia, hipertensão arterial, apneia do sono, síndrome metabólica, doenças cardiovasculares, incontinência urinária, e cerca de 13 tipos de cancros, sendo ainda responsável por alterações musculoesqueléticas, infertilidade, depressão, diminuição da qualidade de vida e mortalidade aumentada, o que faz com que represente também um grande “fardo” do ponto de vista económico, pelos seus custos diretos e indiretos.

Este ano sob mote “As Raízes da Obesidade são Profundas, o Dia Mundial da Obesidade é assinalado no dia 4 de março. Subscrevendo o alerta, a Sociedade Portuguesa Para o Estudo da Obesidade (SPEO) reforça que “em Portugal as raízes da obesidade tendem a aprofundar-se e é urgente cortá-las”.

World Hearing Day
Estima-se que cerca de 466 milhões de pessoas em todo o mundo vivem com uma incapacidade auditiva qu

A perda auditiva não identificada e não mitigada constitui uma barreira ao desenvolvimento cognitivo e de estratégias de comunicação das crianças.

Por este motivo, em 2017, a Assembleia Geral da Organização Mundial de Saúde aprovou a resolução WHA70.13, cujos principais objetivos visam instar os países membros da OMS a integrarem estratégias de cuidados da audição e dos ouvidos na estrutura dos seus cuidados de saúde e desenvolverem ações que permitam a acessibilidade universal a cuidados médicos nesta área a todos os que deles necessitam.

Neste contexto, foram definidos os seguintes objetivos:

  • aumentar a preocupação em relação aos cuidados de saúde relacionados com os ouvidos e a audição;
  • prevenir as causas evitáveis de perda auditiva;
  • assegurar que os cuidados auditivos são acessíveis a todos.

No passado mês de Dezembro, entre os dias 4 e 5, realizou-se o Primeiro Fórum Mundial sobre a Audição, que contou com a participação de organizações governamentais, não-governamentais, centros colaborativos da OMS, sociedades profissionais e parceiros da indústria.

O GRISI (Grupo de Rastreio e Intervenção da Surdez Infantil) foi a única organização a representar Portugal neste Fórum. A atual Presidente e membro fundador desta organização profissional (não governamental), a especialista em Otorrinolaringologia Luísa Monteiro, e o ex-presidente Vítor Correia da Silva estiveram presentes, integrando grupos de trabalho que, entre outros objetivos, visam aumentar a literacia da comunidade acerca das questões relacionadas com a audição e derrubar as barreiras que impedem o acesso a cuidados auditivos a quem deles necessita.

A mensagem final deste encontro é atingir um mundo em que ninguém sofra uma perda auditiva que pudesse ser evitável e em que todos os sofrem de perda auditiva possam desenvolver todo o seu potencial através de reabilitação, educação e capacitação.

World Hearing Day

A comemoração do Dia Mundial da Audição, que se assinala hoje, pretende atrair visibilidade para esta causa, a nível das populações, dos organismos e dos profissionais de saúde.

É um momento chave para promover a implementação da resolução WHA70.13 e também permitir, a todos os que são atingidos por problemas auditivos, a partilha das suas dificuldades e das suas vitórias, visando a total integração na comunidade. Para tal, vão ser desenvolvidas iniciativas envolvendo os órgãos de comunicação social e também localmente, em hospitais envolvendo profissionais, cidadãos com dificuldades auditivas e suas famílias. Todas as iniciativas serão reportadas à OMS.

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Opinião
No início de Fevereiro de 2020 o Grupo de Estudo dos Coronavírus, do Comité Internacional de Taxinom
Duas mulheres asiáticas com máscara cirúrgica na rua

A Covid-19 rapidamente se disseminou por toda a China e, mais lentamente nos primeiros dois meses e meio, para 58 países nos cinco principais continentes. A transmissão faz-se por contágio interpessoal. Desde 28 de Fevereiro a OMS considera o risco de disseminação da doença a nível global como muito alto e o número de novos casos por dia é agora muito maior fora da China do que na China. A saída da China processou-se de uma forma lenta devido às importantes medidas de contenção do surto que foram implementadas e deu tempo para que se conhecessem melhor as características da doença (sintomas e sinais que os doentes apresentam; alterações nos exames clínicos efectuados), a sua gravidade, a mortalidade que causa e a forma com se processa o contágio. Não houve ainda tempo para descobrir um medicamento eficaz para tratar a infecção nem para termos uma vacina disponível. Mas o conhecimento que adquirimos de algumas características da doença é muito importante para que saibamos como devemos proceder agora que a Covid-19 está a chegar.

Em ambiente familiar ou social o SARS-CoV-2 transmite-se com alguma facilidade de pessoa a pessoa de duas formas, através de gotículas e aerossóis emitidos com a tosse, com espirros ou durante uma conversa a uma distância inferior a aproximadamente 1 metro, ou através de contacto como um aperto de mão, um beijo ou um abraço. As mãos, que levamos frequentemente à boca e ao nariz de forma automática, são talvez o principal veículo de transmissão do vírus. Objectos e superfícies, em contacto com as mãos, podem também funcionar como meios de transmissão. O risco de um doente contribuir para a disseminação da doença no seu meio depende do número, da idade e do estado de saúde das pessoas com quem contacte de forma próxima. A probabilidade de contactarmos com uma pessoa infectada, ainda sem diagnóstico, numa viagem de avião, de barco ou de comboio, num hotel, numa instância de neve, numa feira, na bancada dum jogo de futebol, na escola ou no local de trabalho, numa reunião, no café ou no cinema vai ser cada vez maior a partir de agora. Mas o principal local de contágio é o hospital, exactamente onde estão as pessoas mais vulneráveis e com maior risco de desenvolverem doença grave e morrerem. Têm sido identificados indivíduos que são portadores do vírus e não desenvolvem doença (sem sintomas e sem alterações nos exames efectuados), indivíduos que se mantêm portadores do vírus depois de serem considerados curados e já estão descritos alguns casos de contágio a partir de portadores assintomáticos. Pode haver contágio a partir dum transmissor de doença que não é fácil de detectar. O diagnóstico pode ser difícil porque os sintomas se confundem com os de outras doenças e, num estudo publicado nos últimos dias, 11,3% dos doentes internados nos hospitais chineses por Covid-19 antes de 20 de Janeiro não desenvolveram febre. Se se fizer o rastreio da doença com base apenas na avaliação da temperatura corporal uma percentagem considerável de casos passa despercebida.

É possível evitar que o SARS-CoV-2 entre em Portugal e se dissemine na população? A resposta é não. Muito provavelmente já chegou. Então o que podemos fazer para minimizar as consequências disso? Vamos ter de alterar os nossos hábitos. Vamos ter de deixar de viajar ou viajar menos. Vamos ter de deixar de ir ao futebol. Provavelmente vamos ter de deixar de ir à escola e de trabalhar. Vamos ter de ficar mais tempo em casa. Vamos ter de alterar os nossos hábitos de saudação. Mas acima de tudo não devemos ir a correr para o hospital ao mínimo sintoma de doença porque, se de facto estivermos infectados, vamos colocar muita gente em risco de doença grave e de morte. E eu não posso morrer se não for ao hospital? O risco não parece ser muito alto. No estudo acima referido, que analisou os registos clínicos de 1099 doentes internados até 20 de Janeiro de 2020 em 522 hospitais de 30 províncias e regiões autónomas da China, foram classificados como não graves na data em que recorrem ao hospital 84,3% dos doentes e a percentagem de doentes que morreram, até à data em que terminou o estudo, foi de 1,4%. Nas estatísticas oficiais da China a taxa de mortalidade é de 3,2%. Os doentes graves eram em média sete anos mais velhos que os não graves, tinham mais doenças crónicas (38,7% contra 21%) e morreram mais (8,1% contra 0,1%); Morreu 1 em cada 1.000 doentes não graves. É ainda possível que pessoas infectadas com poucos ou nenhuns sintomas não tenham recorrido ao hospital e essas não entraram nos cálculos.

Quem tiver sintomas suspeitos (febre, tosse, dores musculares, dificuldade a respirar) deve contactar o SNS24 pelo número 808242424 e seguir as instruções recebidas. Apenas a pessoa suspeita de estar doente ou com diagnóstico confirmado de Covid-19 deve colocar uma máscara cirúrgica. Além disso deve colocar o antebraço ou um lenço de papel à frente da boca e do nariz quando tosse ou espirra, deitar o lenço de papel no lixo, lavar ou desinfectar as mãos com frequência limitar os seus movimentos em casa e fora de casa ao estritamente necessário. Em casa deve contactar com o menor número de pessoas possível e deve haver cuidado especial com a limpeza do ambiente que frequenta.

O local de tratamento depende, em primeiro lugar, da avaliação médica e tem em conta a gravidade e a estabilidade da doença. O doente que, de acordo com a avaliação médica e social, não é grave, não agrava ao longo do tempo, tem apoio e condições adequadas de cuidados gerais e conforto, deve manter-se em casa e cumprir as medidas de isolamento recomendadas pela DGS e pela OMS. Os doentes graves ou com instabilidade clínica necessitam de internamento hospitalar.

Uma população com melhor conhecimento sobre o vírus e sobre a doença compreende e aplica melhor as medidas recomendadas para diminuir a progressão da Covid-19. O desenvolvimento de imunidade nos infectados que curam, a chegada duma vacina já em investigação e a possível descoberta de medicamentos para o seu tratamento irão conter a doença ou diminuir significativamente a sua progressão.

Não conseguimos prever exactamente o que vai acontecer a seguir, como vai evoluir, quanto tempo vai durar, como vai acabar a crise sanitária que vivemos e quais as repercussões que terá a todos os níveis, mas podemos minimizar o seu impacto negativo se formos solidários, se agirmos com serenidade e bom senso e se tomarmos em cada momento as medidas mais adequadas. A DGS em Portugal, a ECDC na Europa e a OMS a nível global acompanham continuamente a situação e fornecem recomendações actualizadas. Estejamos atentos e sigamos essas recomendações.

*este artigo não foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico, por opção do autor

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Estudo
Investigadores do Instituto Português de Oncologia (IPO) de Lisboa Francisco Gentil identificaram novas alterações genéticas em...

Estes dados, que poderão vir a ter implicações na prevenção, diagnóstico genético, vigilância e tratamento do cancro hereditário, resultam do trabalho desenvolvido pelo projeto «Risco de Cancro Familiar e Individual – Identificação de Novos Genes» entre 2013 e 2019.

Os resultados deste projeto serão apresentados dia 6 de março, a partir das 9 horas, no anfiteatro do IPO, numa conferência destinada a investigadores, médicos e outros profissionais ligados à área da oncologia.

“A identificação de novas alterações genéticas envolvidas na predisposição para o cancro em famílias com elevada prevalência de tumores e a caracterização das alterações moleculares dos tumores têm uma crescente utilidade na clínica”, diz Branca Limón Cavaco, coordenadora da Unidade de Investigação e Patobiologia Molecular (UIPM) IPO Lisboa.

“Neste estudo de suscetibilidade familiar e individual procuramos identificar novos genes e mutações responsáveis por formas de cancro com evidente agregação familiar, mas sem alteração genética subjacente reconhecida. No grupo de tumores estudados – cólon e reto, tiróide, próstata, ovário, melanoma e tumores hematológicos – caracterizámos aspetos clínicos, moleculares e celulares subjacentes à doença oncológica que representam um avanço no conhecimento da patobiologia e que poderão vir a ter impacto no diagnóstico genético e nos protocolos de vigilância clínica e de prevenção do cancro nas famílias, mas também na decisão terapêutica”, acrescenta a investigadora e líder do projeto.

A UIPM tem uma equipa de cerca de 30 investigadores (biólogos, bioquímicos, médicos e outros técnicos de saúde) que se dedicam à investigação básica e de translação em oncobiologia, diagnóstico molecular de cancro hereditário e caracterização de marcadores tumorais e que trabalham em estreita articulação com a clínica.

 

Reunião
O Núcleo de Estudos de Doenças Autoimunes (NEDAI) da Sociedade Portuguesa de Medicina Interna (SPMI) vai realizar a sua XXVI...

De acordo com António Marinho, internista e coordenador do NEDAI, “a XXVI reunião anual é um espaço de discussão muito importante para a autoimunologia. Temos como principal tema deste ano as interações em autoimunidade. Iremos debater diversas ideias de forma a que seja possível atualizar práticas clínicas e procurar novas soluções clínicas para o futuro”.

“Durante os quatro dias, o foco vai estar essencialmente na aprendizagem, a começar logo no primeiro dia. Irão ser realizados quatro cursos que estão na génese da autoimunologia”.

E acrescenta ainda que “procuramos sempre estar na vanguarda da ciência e por isso mesmo, esta XXVI reunião anual do NEDAI vai entregar várias bolsas de estudo e prémios aos melhores estudos clínicos e trabalhos de investigação, com o objetivo de promover um maior conhecimento na área”.

As inscrições estão abertas e podem ser efetuadas em: https://www.spmi.pt/xxvi-reuniao-anual-do-nedai/

 

Informação atualizada
A Direção-Geral da Saúde (DGS) lançou, no final da semana passada, um microsite sobre o novo coronavírus (Covid-19), onde os...

No microsite, pode encontrar  resposta às perguntas «Covid-19, o que é?», «Estarei doente?», «Posso Viajar?».

A ferramenta disponibiliza também uma área intitulada «Perguntas frequentes», onde são dadas respostas às várias dúvidas levantadas como «o 2019-ncov é o mesmo que o SARS?», «Como se transmite?», «Quais os sinais e sintomas?» e «Qual o período de incubação?»

«Existe uma vacina?», «Existe tratamento?», «Os antibióticos são efetivos a prevenir e a tratar o novo coronavírus?», «Como me posso proteger?», «Como viajante, o que devo fazer?» são outras dúvidas esclarecidas pela DGS.

O microsite tem ainda uma área com informação destinada aos profissionais de saúde com as orientações e os despachos sobre a infeção por SARS-CoV-2, doença denominada Covid-19.

Através desta plataforma pode aceder a informação atualizada das áreas do mundo afetadas pela doença e da situação em Portugal, bem como os materiais de divulgação sobre a doença colocados em locais como unidades de saúde, portos e aeroportos.

Para saber mais consulte a página: https://www.dgs.pt/corona-virus.aspx.

 

 

Balanço
Segundo a Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (ARSLVT), os centros de Saúde desta região contavam, no...

Desde 2014, altura em que a redução de recursos humanos atingiu os níveis mais baixos da década (com 7.486 efetivos), a ARSLVT conseguiu cativar mais 1.249 profissionais, o que se traduz num aumento de mais de 16,5%.

Para Luís Pisco, Presidente da ARSLVT, “atrair mais de 1.200 profissionais do que tínhamos em 2014 não é comum para a esmagadora maioria dos empregadores e por isso estamos orgulhosos”.

De acordo com o dirigente, “a atual realidade em matéria de recursos humanos é ilustrativa da aposta da região na formação e contratação de profissionais – procurando adequar a resposta das unidades de saúde à exigência das necessidades dos utentes”. Luís Pisco reforça ainda que, “a ARSLVT está empenhada em criar boas condições de trabalho – nomeadamente ao nível de instalações funcionais – para que as novas gerações de profissionais se sintam estimadas e motivadas”.

Tendo em conta os dados apurados no final de fevereiro deste ano, o saldo entre contratações, saídas e aposentações nos últimos 5 anos é muito positivo: o número total de profissionais é de 8.735, dos quais 2.108 são médicos, 2.678 são enfermeiros, 1.942 são assistentes técnicos e 2.007 são efetivos dos restantes grupos profissionais (Técnicos Superiores de Saúde, Técnicos Superiores de Diagnóstico e Terapêutica, entre outros).

Se compararmos os recursos humanos existentes em 2014 com a previsão para o primeiro trimestre de 2020 – altura em que se prevê a conclusão de alguns concursos – estima-se que o número de efetivos nos cuidados de saúde primários de Lisboa e Vale do Tejo possa totalizar os 8.801 profissionais, ou seja, mais 1.315 pessoas relativamente a 2014 (+ 17,5%).

Os 8.735 profissionais dos cuidados de saúde primários integram-se no total de 9.367 efetivos da ARSLVT que prestam apoio às diversas áreas de cuidados de saúde da região, incluindo as equipas operacionais de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências.

 

 

Iniciativa da Sociedade Portuguesa de Oftalmologia
A COESO, a maior rede nacional de médicos oftalmologistas, já tem uma aplicação, que ajuda os portugueses a conseguir a sua...

Disponível para Android e iOS, a ‘app’, gratuita, promove a consulta de proximidade, tornando possível encontrar um médico especialista na localidade ou concelho em que este se encontra, informando sobre horários, preços, convenções etc. O utente encontra o perfil de vários médicos e os consultórios mais próximos e, depois de feita a escolha, pode fazer de imediato o pedido de marcação da consulta.

A ‘app’ disponibiliza ainda artigos sobre a saúde visual, indo ao encontro daquela que é também a missão da SPO, promover um maior esclarecimento da população no que respeita a problemas oculares. “Um outro objetivo da COESO é indicar que quem trata da visão são os médicos oftalmologistas e não os técnicos de optometria autointitulados especialistas da visão”, explica Fernando Falcão Reis, presidente da SPO. “É por isso que, através da plataforma digital, se disponibiliza um diretório de médicos oftalmologistas. Os utilizadores da COESO podem ter a certeza que vão ser atendidos por um médico especialista”, acrescenta.

Ainda a dar os primeiros passos, a COESO pretende contribuir para dar resposta ao problema da falta de acessibilidade a consultas de oftalmologia dentro e fora do universo do Serviço Nacional de Saúde.  Através da ligação em rede dos consultórios existentes e incentivando a abertura de novos consultórios por parte dos médicos mais jovens em localidades mais remotas a COESO marcará presença em todo o território nacional. Os grandes grupos hospitalares não estão interessados em investir em meios pequenos e o Ministério da Saúde não tem recursos humanos ou financeiros para o fazer, mas a COESO pode intervir positivamente. Sem abdicar de critérios de razoabilidade económica, será possível melhorar significativamente a acessibilidade das populações, nomeadamente as que vivem em locais mais afastados dos grandes centros urbanos”, esclarece o presidente da SPO.

 

 

Técnica segura e eficaz
Considerada uma abordagem terapêutica segura e eficaz, a Hipnoterapia Clínica tem vindo a ser, cada
Relógio a balançar utilizado em hipnose

“A Hipnoterapia não apresenta qualquer risco. Existem conceitos errados relativamente à hipnose que importa esclarecer”, começa por expôr a hipnoterapeuta Maria João Dias explicando que esta é uma abordagem terapêutica segura e eficaz.

“A Hipnoterapia Clínica utiliza a hipnose como forma de regredir até à fonte ou origem do comportamento que o paciente deseja alterar, ou seja, ter acesso a memórias que todos guardamos no subconsciente e que determinam os nossos comportamentos atuais”, explica.

Estando indicada para diferentes casos, desde ansiedade, fobias, depressão, controlo de peso, até problemas físicos como alergias, asma, doenças oncológicas ou autoimunes, esta terapia “pode alterar comportamentos e eliminar ou melhorar sintomas que afetam a qualidade de vida dos pacientes, tanto emocionais como físicos”.

Mas como funciona?

“Tomemos como exemplo alguém que sofre de medo de alturas. O hipnoterapeuta pede ao paciente para fechar os olhos e relaxar, e depois recuar no tempo até à fonte ou origem desse medo”, exemplifica a terapeuta adiantando que, desta forma, é possível que o paciente se recorde de um momento que teve na infância – no caso uma queda – que aos olhos de um adulto pode não parecer muito grave, mas que ficou registada como um momento traumático.

“O terapeuta pede então ao paciente para dar conforto àquela criança, para que ela possa libertar as emoções que ficaram associadas aquele evento”, acrescenta explicando que, uns dias mais tarde, pede que o paciente se confronte com o objeto do seu medo.

“De uma maneira geral o medo terá desaparecido ou reduzido muito significativamente. Caso subsista algum medo, faz-se nova sessão até que os sintomas desapareçam na totalidade”, afirma.

De acordo com Maria João Dias, esta mesma abordagem é utilizada para tratar outros problemas de saúde.

No caso do controlo do peso, no entanto, a hipnose é utilizada em duas etapas. “Em primeiro lugar, identifica-se o motivo que leva o paciente a tentar compensar-se emocionalmente com a comida e altera-se o comportamento regredindo até à sua origem. Em seguida, sugestiona-se ao paciente um comportamento alternativo, saudável, e de acordo com os seus objetivos”, explica.

Para comprovar a sua eficácia nesta área, a hipnoterapeuta refere um estudo conduzido, em 1986, pelos investigadores Gordon Cochrane e John Friesen, publicado na prestigiada revista “Journal of Consulting and Clinical Psychology”, que apresentou resultados bastante positivos.

“O estudo incidiu sobre 60 mulheres, de 20 a 65 anos, que tinham pelo menos 10 quilos a mais. O grupo submetido a hipnoterapia perdeu, em média, 8,5 quilos contra 250 gramas das mulheres do grupo de controlo sem ser submetido a hipnoterapia. Mais relevante ainda é que, no controlo realizado passados seis meses, as mulheres que foram submetidas a hipnoterapia não voltaram a engordar”, revela.

Quanto às doenças autoimunes, Maria João Dias explica que os sintomas tendem a melhorar a par do estado emocional do paciente. “Ao restabelecer o equilíbrio emocional o sistema imunitário também melhora, diminuindo ou eliminando os sintomas em questão”, revela.

Deste modo, a especialista garante que esta abordagem terapêutica apresenta  resultados positivos em todos os casos, no entanto, alguns requerem maior número de sessões.

“Há áreas com resultados mais rápidos como por exemplo a depressão, os ataques de pânico, as fobias, as alergias e outras que, pelas suas características, necessitam de um acompanhamento mais prolongado, como é o caso, por exemplo, de pessoas com um elevado nível de ansiedade ou comportamentos obsessivos”, justitfica.

No entanto, “em termos gerais, espera-se que no final da quarta sessão haja resultados significativos na diminuição dos sintomas que levaram o paciente à consulta”.   

Por outro lado, garante que há cura. “As memórias que foram tratadas estão definitivamente tratadas. Não há nenhum tipo de dependência e trabalha-se para uma rápida melhoria do paciente”, afiança a terapeuta que adverte, no entanto, “que apenas um hipnoterapeuta deviamente credenciado e certificado pode conduzir uma sessão de hipnoterapia clínica”.

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Conheça algumas
A Gastrenterologia é uma especialidade médica que se dedica ao estudo do aparelho digestivo, o que e
Corpo humano com sistema digestivo em destaque

Entre estas contamos:

Doenças do esófago como a acalásia ou a esofagite eosinofílica:

Em ambas as doenças as queixas passam por dificuldade na deglutição o que pode levar a perda de peso e desnutrição.

A esofagite eosinofílica é uma alergia do esófago a alguns alimentos pelo que também é conhecida como “asma do esófago” e é diagnosticada por biopsias que se fazem durante a endoscopia digestiva. Existem medicamentos que reduzem a sensibilidade e melhoram os sintomas desta doença crónica.

A acalásia consiste na dificuldade do esfincter esofágico inferior (o músculo do esófago que contribui para evitar o refluxo gastro-esofágico) em relaxar quando se deglute e é diagnosticada com um exame: a manometria. O tratamento baseia-se em reduzir a força desse esfincter através de uma dilatação com um balão ou de um corte no músculo (miotomia) que pode ser realizado pelo gastrenterologista ou pelo cirurgião (via endoscópica ou cirúrgica). Em casos selecionados pode-se fazer injeção de toxina botulínica (botox).

Doenças gástricas como a doença de Menétrier ou o Síndrome de Zollinger Ellison:

A doença de Menétrier é caracterizada por um crescimento anormal das pregas gástricas sendo também conhecida como gastrite hipertrófica. Manifesta-se por dor, vómitos e perda de proteínas o que leva ao desenvolvimento de edema. Existe tratamento médico mas pode ser necessário uma cirurgia para remover o estômago.

O Síndrome de Zollinger Ellison consiste numa produção exagerada de ácido pelo estômago o que causa úlceras gástricas e duodenais de repetição, sendo o controlo médico possível mas desafiante.

Doenças intestinais como o Síndrome do Intestino Curto que ocorre após cirurgias em que se remove parte(s) do intestino delgado de tal forma que absorção de nutrientes fica comprometida. Angiectasias do Intestino de delgado que podem ser uma causa de anemia e são identificadas com videocápsula que é ingerida pelo doente e filma o interior do intestino

Doenças do pancrêas como a pancreatite auto-imune e os tumores neuroendócrinos:

A pancreatite auto-imune é uma doença recente que tem vindo a ser diagnosticada com cada vez mais frequência. Trata-se de um ataque do sistema imune ao próprio pâncreas habitualmente com envolvimento da imunoglobulina IgG4. O tratamento é médico.

O pâncreas para além de ser um orgão alvo de um dos cancros mais letais atualmente, o adenocarcinoma pancreático, é também alvo dos chamados tumores neuroendócrinos. Estas neoplasias englobam um grupo de tumores com prognóstico variável e que partilham uma particularidade – a produção de hormonas.

Doenças hepáticas como o Síndrome de Alagille, Doença de Wilson, Hemocromatose, porfirias ou entidades mais frequentes como a hepatite auto-imune ou a colangite biliar primária. Para além destas, vale também a pena referir as hepatites virais, nomeadamente a hepatite D que é uma infeção crónica que afeta algumas pessoas com infeção pelo virus da hepatite B.

Existem ainda outras doenças, como a doença de Behçet, sarcoidose, amiloidose ou a imunodeficiência comum variável, que afetam vários órgãos e entre eles contam-se também alguns do sistema digestivo.

São estas algumas das doenças do foro gastrenterológico que pela sua incidência são consideradas como raras ou incomuns, mas não deixam por isso de ser uma preocupação para todos nós que lidamos com pessoas que delas sofrem.

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Opinião
Nos últimos anos, graças à tenacidade de muitas famílias e de uma luta, por vezes, sem tréguas, tem-

Do impacto do diagnóstico, independentemente do seu tipo e da idade em que ele ocorre, nasce a necessidade obrigatória de aprender a suportar as consequências para as quais ninguém está preparado. Diria, até, que ninguém está preparado para ensinar como se faz.

Às famílias, ainda que aleatoriamente, está destinado um percurso apenas reservado aos combatentes. Aos resistentes. Aos resilientes. Aos verdadeiros lutadores. A todos eles, e pelo impacto de alguns casos, tem sido dado algum destaque pela generalidade dos órgãos de comunicação social, sobretudo quando a situação é muito chocante para a opinião pública. Nos vários cantos de Portugal, de norte a sul, mesmo nos mais recônditos, são descobertas histórias de vida merecedoras de algum relevo pela sua crueldade e, muitas vezes, por todas as interrogações que levantam. Confinadas a condicionalismos impostos por restrições orçamentais, muitas famílias lutam pelos Meios Complementares de Diagnóstico e Terapêutica a que, legalmente, têm direito, mas que, por ineficácia de alguns decisores, não são aplicados nem em tempo, nem na quantidade e qualidade desejáveis.

Pela luta que tenho desenvolvido nos últimos anos, em torno da causa das doenças raras e de todos os problemas que vão sendo denunciados, de vidas suspensas e sem o mínimo de qualidade expectável, de sonhos destruídos pela inércia dos serviços de saúde, dos quais se exige uma ação corajosa, sinto que, afinal, os raros são cada vez mais frequentes. Quase 800 mil em Portugal.

Apesar dos muitos alertas e das chamadas de atenção para aquilo que, muitos especialistas preveem como um problema de saúde pública para os próximos anos, não se vislumbram decisões, ou soluções, que nos permitam pensar a curto prazo, como seria exigível, em prevenção, em diagnóstico precoce, em Centros de Referência para as doenças mais estudadas e com mais promessas de medicamentos órfãos, como é o caso das doenças neuromusculares, tão expostas nos últimos meses. Sendo, este, o maior grupo de doenças raras do mundo, dividido em três categorias principais, as miopatias, as neuropatias e as doenças do neurónio motor, há muito que se identificaram as melhores práticas e as recomendações que devem ser dadas a todas as famílias onde se identifique um caso novo.

Uma das exigências mais relevante, porque determinante na ação imediata, é a caracterização da população de qualquer país. Enquanto, em muitos países da Europa, e do mundo, se estão a dinamizar grupos de trabalho, com o necessário envolvimento médico, e a criar as ferramentas necessárias para juntar o maior número possível de dados relativos ao número de doentes, divididos pelas várias patologias e pelas suas variantes, sem violar a legislação na sua proteção e no seu tratamento, em Portugal não se vislumbra uma proposta nem uma alternativa para melhorar o atual estado de coisas. As associações de doentes, ainda que muito empenhadas em colaborar nos processos desenvolvidos ou a desenvolver, não serão, nunca, capazes de garantir os resultados desejáveis.

A emissão do cartão de “Doente Raro” revelou-se muito pouco eficaz e ainda menos representativo. Estão emitidos, até agora, cerca de cinco mil, o que representa menos de 0,65% do número de casos expectáveis para o nosso país. Exige-se, por isso, um maior envolvimento de todas as entidades ligadas ao SNS, por onde passam quase todos os diagnósticos e todo o acompanhamento posterior.

Do trabalho desenvolvido para os doentes raros, dependerá, em muito, o sucesso de um Serviço Nacional de Saúde, universal e para todos.

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APIC lança campanha
“Atualmente, o enfarte mata mais mulheres do que homens, em Portugal. Fatores como hipertensão, dislipidemia, diabetes,...

De acordo com o especialista, a número de casos de enfarte do miocárdio tem vindo a aumentar, nas últimas décadas, “nomeadamente em mulheres jovens, sobretudo devido ao estilo de vida contemporâneo e a uma maior aposta nas carreiras profissionais por parte da população feminina, que gera situações de stresse, ansiedade e depressão”.

Por este motivo, a Associação Portuguesa de Intervenção Cardiovascular (APIC) está a promover uma campanha nacional de consciencialização para o enfarte agudo do miocárdio, uma doença que mata quase duas mil mulheres por ano. A campanha “Cada Segundo Conta” vai ser divulgada, em formato vídeo, no âmbito do Dia Internacional da Mulher, que se assinala a 8 de março.

O vídeo da campanha vai ser divulgado nos canais de comunicação internos e externos e nas redes sociais dos municípios, nomeadamente de Figueira da Foz, Câmara de Lobos, Guarda, Serpa, Mangualde, Barreiro, Miranda do Douro, Porto, Angra do Heroísmo, Mourão, Moita, Marco de Canaveses, Olhão, Rio Maior e Vila Nova da Barquinha.

“De acordo com dados do Instituto Nacional de Estatística, em 2017, morreram 1917 mulheres com enfarte agudo do miocárdio. A obstrução das artérias do coração por placas arterioscleróticas pode manifestar-se de várias formas, que vão desde dor no peito em esforço, a enfarte agudo do miocárdio e, até mesmo, a morte súbita”, explica o cardiologista de intervenção.

E desenvolve: “Historicamente, em todo o mundo, o enfarte agudo do miocárdio tem sido considerado uma doença do homem e, durante muitos anos, as mulheres foram subdiagnosticadas, levando a um tratamento tardio desta situação clínica. Nos últimos anos, têm sido feitos esforços no sentido de haver uma maior consciencialização, para reconhecer e tratar o enfarte e a doença arterial coronária na população feminina.”

João Brum Silveira lembra da importância de controlar os fatores de risco e de adotar um estilo de vida saudável, reduzindo assim em 80% a incidência da doença em mulheres.

Cuidados domiciliários
No âmbito de um protocolo entre a Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (ARSLVT) e a Câmara Municipal de...

O Presidente da ARSLVT, Luís Pisco, realçou que "é cada vez mais importante privilegiar a resposta domiciliária em detrimento da institucionalização", considerando que é "importante cuidar das pessoas em casa e, por isso, faz sentido serem os técnicos de saúde (médicos, enfermeiros e fisioterapeutas) a deslocarem-se a casa dos pacientes".

Desenvolver estratégias inovadoras de coprodução de cuidados e de capacitação do doente dependente e dos seus cuidadores informais são, para Luís Pisco, os grandes objetivos desta cooperação com a CML.

O vereador da CML, Manuel Grilo, referiu que a entrega desta viatura vai permitir aumentar a capacidade de prestação de cuidados às pessoas em situação de dependência, aos cuidadores e às respetivas famílias que, pela sua situação de saúde ou por problemas mistos de saúde e sociais, requerem cuidados no domicílio, de carácter temporário ou permanente e que reúnam condições que lhes permitam permanecer no domicílio.

O Diretor Executivo do ACES Lisboa Central, Guilherme Frazão, recordou que "a viatura agora entregue vai permitir cobrir as freguesias da Misericórdia e Arroios e fornecer cuidados a uma tipologia de doentes com determinadas patologias e que se enquadram no tipo de assistência fornecida pelas equipas de saúde deste serviço, nomeadamente a pessoas acamadas".

 

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