Do Reino Unido e Holanda
A Coreia do Sul decretou hoje a proibição de todas as importações de aves para consumo oriundas do Reino Unido e da Holanda...

A medida foi adoptada depois de se terem verificado surtos em ambos os países europeus esta semana. Em virtude da nova medida, todos os animais vivos e produtos relacionados com aves vindos do Reino Unido e da Holanda terão acesso vedado ao país asiático.

O Ministério também solicitou a todos os sul-coreanos de visita aos países afectados que "evitem entrar em contacto com animais de quinta" e que não tragam consigo aves ou produtos de carne.

 

Este ano
A Autoridade de Segurança Alimentar e Económica apreendeu este ano cerca de 23 mil unidades de cigarros electrónicos, num valor...

A Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) instaurou este ano 52 processos de contra-ordenações e dois processos-crimes, que resultaram na apreensão das 23 mil unidades de cigarros electrónicos, no valor global de 124 mil euros.

Segundo a ASAE, os cigarros electrónicos foram apreendidos por falta de adesão ao sistema de gestão de embalagens “sociedade ponto verde”, falta de fornecimento ao Centro de Informação Antivenenos das menções obrigatórias, falta de tradução integral de rotulagem, utilização indevida da marcação CE, falta da designação química da nicotina e não conformidade de símbolos na rotulagem e falta de registo, no âmbito dos equipamentos eléctricos e electrónicos.

As apreensões resultaram das acções de fiscalização realizadas pela ASAE a 29 operadores de económicos, que colocam ou disponibilizam no mercado os cigarros electrónicos.

No âmbito das suas competências, a ASAE é autoridade nacional que fiscaliza a comercialização das recargas para os cigarros electrónicos, procedendo à verificação do cumprimento dos requisitos legais por parte dos operadores de económicos que colocam ou disponibilizam no mercado este tipo de produtos.

De acordo com a ASAE, a rotulagem e as embalagens destes produtos devem ter anexa informação correcta, possuir avisos adequados em língua portuguesa e não devem incluir características susceptíveis de induzir em erro o consumidor, de modo a garantir a protecção da saúde e segurança.

 

22.º Fórum da Associação realiza-se no Algarve
A APSEI – Associação Portuguesa de Segurança – organiza um fórum dedicado à segurança em unidades de saúde, no dia 2 de...

O 22.º Fórum APSEI tem o objectivo de promover estratégias e medidas de prevenção e protecção dos trabalhadores e utentes em locais como hospitais, centros de saúde, lares de idosos ou laboratórios. Durante o evento serão abordados temas como a saúde e segurança dos trabalhadores em unidades de saúde, quais os cuidados a ter na prevenção de riscos biológicos ou como implementar as medidas de auto-protecção de segurança contra incêndio em unidades de saúde. Estão já confirmadas as presenças no programa do evento de representantes da Direcção-Geral da Saúde e da Autoridade Nacional de Protecção Civil (ANPC).

Este fórum destina-se aos profissionais que diariamente trabalham para garantir as condições de segurança a todos os que prestam cuidados de saúde e utilizam unidades de saúde, nomeadamente os responsáveis e delegados de segurança dos edifícios e os técnicos de segurança no trabalho. O programa terá igualmente interesse para consultores de segurança, analistas de risco, entidades fiscalizadoras e outros profissionais ligados à segurança de pessoas.

 

Associação para a Promoção da Segurança Infantil
“Acabe com as quedas para a desgraça” é o tema da campanha lançada pela Associação para a Promoção da Segurança Infantil, que...

“Estamos a falar de uma causa de morte importante”, disse a presidente da Associação para a Promoção da Segurança Infantil (APSI), Sandra Nascimento, lembrando as mais de 100 crianças e jovens que morreram vítimas de uma queda e as 60.500 que tiveram de ser internadas neste período.

Um estudo divulgado pela APSI refere que “as quedas são a maior causa de idas às urgências e de internamentos, representando 4% das mortes acidentais com crianças e jovens” em Portugal. Adianta ainda que 30% das mortes (em que a origem do acidente é conhecida) resultaram de quedas de alturas elevadas de edifícios e outras construções, nomeadamente de janelas e varandas sem protecção adequada, tendo a maioria das vítimas menos de nove anos.

Com esta campanha de sensibilização, a associação pretende atingir “públicos distintos”, como as famílias e os professores mas também projectistas, construtores, o poder local e central. Pretende informar as famílias para que “possam avaliar se as suas varandas, as suas janelas, os seus terraços estão devidamente protegidos”, mas também “quem projecta e quem constrói” para que adopte “as melhores práticas de construção no sentido de que as casas, as escolas, os edifícios possam ser seguros para a criança”, explicou Sandra Nascimento.

O poder local e central também são alvo desta campanha no sentido de poderem harmonizar os regulamentos e os requisitos que existem e que “diferem muita vez de ponto do país para ponto do país no que diz respeito às guardas para as varandas”.

“Estamos a falar de aspectos de construção dos edifícios e das habitações que ainda não são devidamente acautelados”, disse Sandra Nascimento.

A Organização Mundial de Saúde refere que seria possível, através da criação de ambientes e de produtos seguros, evitar em cerca de 90% as mortes na Europa, onde anualmente morrem 1.500 crianças e jovens até aos 19 anos na sequência de uma queda.

“Já há medidas que comprovadamente podem reduzir a ocorrência deste tipo de acidentes”, que ocorrem mais em casa e na escola, mas o que aparentemente acontece é que existe “falta de conhecimento” de quais os requisitos que uma construção deve ter para “ser segura na protecção contra as quedas”.

Nesse sentido, defendeu que a norma portuguesa para guardas para edifício, criada em 2009, seja sempre utilizada como um instrumento técnico no projecto, na construção e na reabilitação dos edifícios. “Muitas vezes o desenho da guarda convida a criança a trepar ou porque é horizontal, ou muito baixa, ou tem pontos de apoio onde a criança pode pôr o pé. Basta a criança conseguir trepar e espreitar para rapidamente se desequilibrar e cair”, advertiu.

A campanha será divulgada na rádio, na televisão, na imprensa, nos transportes públicos e os conselhos de segurança estão disponíveis no site da APSI (apsi.org.pt) e num folheto distribuído nas farmácias e em revistas.

 

Todos os dias nove crianças sofrem uma queda com consequências graves

Todos os dias nove crianças, em média, sofrem uma queda com consequências graves, acidente que matou 109 crianças e jovens em Portugal nos últimos 14 anos, revela o mesmo estudo da Associação para a Promoção da Segurança Infantil.

Com o objectivo de “caracterizar as quedas nas crianças e jovens, e promover um conhecimento mais aprofundado das suas consequências e condições em que ocorrem”, a APSI realizou um estudo retrospectivo sobre este tipo de acidente entre 2000 e 2009, que agora actualizou a partir da análise de dados disponibilizados por diferentes organismos. O estudo refere que “as quedas são a maior causa de idas às urgências e de internamentos, representando 4% das mortes acidentais com crianças e jovens” em Portugal.

Entre 2000 e 2013, pelo menos, 109 crianças e jovens morreram na sequência de uma queda e mais de 60.500 tiveram que ser internadas.

A maior parte das vítimas mortais era do sexo masculino (77%), com idades entre os 15 e os 19 anos (34%). Já 31% das vítimas tinham entre os zero e os quatro anos, 19% entre os cinco e os nove anos e 16% entre os 10 e os 14 anos.

Em metade dos casos, não é conhecido o tipo de queda que vitimou a criança. No entanto, nos casos em que foi possível identificar a causa, o estudo verificou que 30% das mortes resultaram de quedas de edifícios e outras estruturas, tendo a maioria das vítimas menos de nove anos.

Outros acidentes mortais resultaram da queda de uma cama, de uma árvore, de um penhasco, ou de mergulho ou de salto para a água.

Relativamente aos internamentos, o estudo refere que 69% eram meninos e as idades mais frequentes entre os cinco e os nove anos (29%), os zero e os quatro anos (28%), os 10 e 14 anos (26%) e os 15 e os 18 anos (17%).

A lesão traumática intracraniana foi a principal responsável por estas mortes e as quedas de altura elevada pelo maior número de internamentos (64%).

Dados recolhidos pelo sistema ADELIA (Acidentes Domésticos E de Lazer), respeitantes a 54.889 idas às urgências entre 2003 e 2013, revelam que 41% das quedas aconteceram em casa e 35% nas escolas.

Em casa, 58% das quedas ocorreram com crianças até aos quatro anos, enquanto na escola a maior parte (51%) ocorreu com jovens entre os 10 e os 14 anos. Mais de 53% das crianças estavam a realizar actividades de lazer no momento da queda.

Quanto ao tipo de lesão, 42% das crianças sofreram contusões ou hematomas, 16% concussões, 12% esfolamentos e 12% ferida aberta, sendo os membros e a cabeça as partes do corpo mais afectadas (43% e 35% respectivamente).

O estudo de casos dos registos de recortes de imprensa da APSI (168 casos, entre 2000 e 2013) identificou as varandas e as janelas como os produtos mais vezes associados às quedas (40%), seguindo-se os buracos ou outras aberturas (9%) e as escadas (7%).

A APSI defende, no estudo, que “é necessário projectar e construir casas e escolas adaptadas às características e necessidades das crianças e urgente reabilitar os edifícios existentes”.

Observa ainda que “as quedas com consequências mais graves estão relacionadas com os espaços construídos e que a construção ainda não salvaguarda de forma eficiente a segurança das crianças”.

 

Assinala-se amanhã pela primeira vez
O dia 18 de Novembro ficará marcado no calendário, todos os anos, como o Dia Mundial de Hipertensão Pulmonar Tromboembólica...

O mês de Novembro já tinha sido o escolhido por sociedades médicas e associações de doentes em todo o mundo para chamar à atenção para uma doença rara grave e incapacitante, a Hipertensão Pulmonar Tromboembólica Crónica, (CTEPH). O Dia Mundial desta doença ficará no calendário: Dia 18 de Novembro, (amanhã).

Em Portugal, é a Associação Portuguesa de Hipertensão Pulmonar (APHP) que integra doentes, familiares, amigos, técnicos de saúde e todas as pessoas interessadas no estudo, divulgação, tratamento e prevenção da doença. Este dia será também importante para todos os doentes em Portugal, já que é uma oportunidade para reflectir sobre a importância desta doença rara, sobre as dificuldades de desempenhar tarefas diárias que enfrentam estes doentes, por exemplo para a situação de terem que viajar para o estrangeiro e serem sujeitos a uma cirurgia arriscada, bem como para alertar para os casos não diagnosticados que se estima que existam em Portugal.

O tromboembolismo crónico é um tipo de hipertensão pulmonar que se caracteriza pela persistência de tromboembolismos sob a forma de tecido organizado obstruindo as artérias pulmonares. A consequência é um aumento da resistência vascular pulmonar (PVR) resultando em hipertensão pulmonar (PH) e insuficiência cardíaca direita progressiva.

“A qualidade de vida dos doentes sendo bastante grave devido às limitações causadas pela patologia, melhorou nos últimos anos com a introdução de um fármaco específico para a doença e com os avanços cirúrgicos”, refere Maria João Saraiva.

A hipertensão pulmonar tromboembólica é a única forma potencialmente curável de hipertensão pulmonar, nos casos passíveis de resolução cirúrgica. “E nestes casos a sobrevida e qualidade de vida dos doentes melhorou significativamente”.

No entanto este procedimento tem um risco bastante elevado (que diminui com a definição de critérios claros para a operação) e é realizado maioritariamente no estrangeiro com o impacto psicológico e social que isso pode acarretar.

A Hipertensão Pulmonar (HP) é uma doença grave, progressiva e fatal na qual a pressão nas artérias pulmonares se encontra significativamente aumentada devido à vasoconstrição e que pode levar a insuficiência cardíaca e morte. Os doentes com HP desenvolvem uma acentuada diminuição da tolerância ao exercício e ficam com uma qualidade de vida reduzida. Os sintomas mais comuns de HP incluem dispneia, fadiga, tonturas e lipotimias, e todos eles pioram com o esforço. Uma vez que os sintomas da HP não são específicos, o atraso no diagnóstico pode ser de até 2 anos. O diagnóstico precoce é essencial, uma vez que o atraso no início de tratamento pode ter um impacto negativo na sobrevivência. A monitorização contínua do tratamento é vital para assegurar que os doentes estão a receber cuidados optimizados para o tipo e estadio de HP em que se encontram.

“Uma pessoa não é a doença, mas sendo por ela limitado e influenciado, não nos rendemos à doença! A APHP pretende melhorar a qualidade de vida dos doentes e alertar a comunidade para as especificidades desta patologia e das condições de vida dos doentes com HP e neste dia em particular com CTEPH”.

 

MD Anderson Cancer Center
O presidente do MD Anderson Cancer Center da Universidade do Texas, considerado um dos maiores centros de tratamento,...

Fonte da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP), onde se vai realizar a reunião, disse hoje à Lusa que Ronald de Pinho vem acompanhado por uma delegação de cinco investigadores com o objectivo de estabelecer parcerias entre instituições nacionais e a entidade norte-americana.

Nesta sessão, que se realiza a pedido do MD Anderson Cancer Center, vão estar também representantes do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar (ICBAS), do Instituto de Patologia e Imunologia (Ipatimup) e do Instituto Nacional de Engenharia Biomédica, todos ligados à Universidade do Porto.

O professor e investigador Ronald de Pinho é filho de portugueses dos arredores de Ovar, emigrados nos Estados Unidos. Reconhecido internacionalmente, o investigador passou 14 anos no Dana-Farber Cancer Institute, onde fundou o Belfer Institute for Applied Cancer Science antes de se juntar ao MD Anderson. Foi também professor na Universidade de Harvard e no Albert Einstein College of Medicine (EUA).

Em 2014, o MD Anderson Cancer Center ficou em segundo lugar na pesquisa “Melhores Hospitais” para o tratamento do cancro, publicado na revista US News & World Report. O centro ocupa ainda o primeiro lugar no número de bolsas do National Cancer Institute, com um investimento acima de 670 milhões de dólares (cerca de 539 milhões de euros) em pesquisa no ano de 2013.

Cerca de 7 milhões de pessoas são vítimas de cancro anualmente. O MD Anderson Cancer Center promoveu o tratamento de cerca de um milhão de pacientes desde 1944 e detém o maior programa de ensaios clínicos dos Estados Unidos.

A sessão é organizada pela Embaixada dos Estados Unidos e pelo Ministério da Saúde de Portugal, em colaboração com a FMUP.

 

Propostas com salários superiores
O interior do país, que há anos luta por atrair médicos, tem que disputar os clínicos com o litoral português mas agora também...

O Orçamento do Estado (OE) para 2015 introduz o pagamento de incentivos para atrair médicos para zonas mais desfalcadas do país. Os prémios, que serão pagos de forma pecuniária e somada ao salário, deverão avançar nos próximos concursos de recém-especialistas, mas deverão abranger também médicos com mais anos de profissão.

No entanto, de países europeus, como França, onde desde 2006 se verifica uma enorme carência de médicos, têm surgido várias propostas de trabalho para os clínicos portugueses.

Uma das empresas que está actualmente a recrutar é a francesa Medicis Consult, que propõe salários que, mediante os anos de experiência, podem chegar aos 6.200 euros líquidos mensais.

Madalina Codica, sócia-gerente da Medicis Consult, disse hoje à agência Lusa que esta empresa se baseia na tabela nacional de salários, mas acrescentou que são oferecidos incentivos como seguros de saúde privados para os médicos e família, formações gratuitas, sistema de “tutorado” com um colega do serviço durante as primeiras semanas e apoio na procura de casa e de escola para os filhos.

Em Portugal, esta empresa procura sobretudo médicos especialistas em medicina do trabalho, anestesiologia, gastrenterologia, cardiologia, urologia e ginecologia-obstetrícia para trabalharem em clínicas e hospitais do sector público e privado.

Segundo a responsável, a França procura também especialistas em medicina geral, especialmente para trabalharem nos meios rurais.

Se estas solicitações de trabalho vindas do exterior são incentivadoras para os estudantes de medicina, elas são encaradas com alguma preocupação pelas unidades de saúde e autarcas que já anos reivindicam mais médicos no interior do país.

O presidente da Câmara de Mondim de Basto, Humberto Cerqueira, encetou uma luta pela colocação de mais médicos no centro de saúde local, um problema que está sanado, no entanto, agora alerta para a falta de acesso da população às especialidades.

Para ajudar a colmatar esse problema, o município disponibiliza transportes para os pacientes, nomeadamente os oncológicos, que se deslocam ao Porto, e também aos que necessitam de consultas oftalmológicas e têm que viajar até Lamego.

“Se tiverem de ir de táxi de Mondim a Lamego pagam 70 euros, uma quantia insustentável para quem ganha pensões muito pequenas”, frisou.

Um gestor público referiu que “este rebuçado” que o Governo vai dar agora aos médicos só funcionará se for complementado com outras medidas, como por exemplo, a obrigação de ficaram cinco anos no interior ou com a não abertura de mais vagas em hospitais do litoral, que já possuem meios humanos necessários para resolver os seus problemas.

Francisco Silva, presidente da Associação de Estudantes da Faculdade de Medicina do Porto, encara as medidas previstas no OE como um incentivo, no entanto considera que é preciso implementar no país políticas de fundo e não apenas medidas avulsas.

Quanto às propostas que chegam do exterior, Francisco Silva considerou serem “sem dúvida apetecíveis”, destacando, para além dos salários, também a maior facilidade no acesso às especialidades e de progressão na carreira.

Questionado sobre qual a sua opção futura, o estudante referiu que é dos “está na dúvida”. “Por um lado quero lutar por isto, mas quero lutar nas condições certas”, frisou

Fátima Garcia, recrutadora da Medicis Consult em Portugal, disse estar surpreendida com o interesse demonstrado pelos portugueses que, até há alguns anos, não se mostravam interessados em trabalhar no estrangeiro.

“Estamos confiantes que o maior volume de candidaturas de médicos portugueses vai chegar a partir de 2015”, concluiu.

 

Depois da visita do coordenador da UE
A Comissão Europeia comprometeu-se a financiar com mais 29 milhões de euros a luta contra o vírus do Ébola, informou hoje...

Dos 29 milhões de euros adicionais, 17 milhões de euros serão para o transporte de ajuda e equipamento para os países afectados, evacuação de trabalhadores de ajuda internacional infectados para a Europa e o envio de profissionais de saúde para os locais, assim como para o reforço dos serviços de saúde locais.

Os restantes 12 milhões serão destinados à ajuda aos países vizinhos dos afectados, para medidas de prevenção.

Este anúncio acontece depois da visita do coordenador da UE contra o Ébola e comissário para a Ajuda Humanitária e Gestão de Crises, Christos Stylianides, aos países mais atingidos, juntamente com o Comissário para a Saúde, Vytenis Andriukaitis.

Com este reforço financeiro, a União Europeia aumenta a sua assistência de emergência para 373 milhões de euros, enquanto a contribuição total da UE está próxima de 1100 milhões de euros, segundo a própria Comissão Europeia. Além disto, os Estados-membros enviaram equipamentos e equipas médicas.

Os responsáveis europeus visitaram recentemente os três países mais atingidos por um surto do vírus, Guiné Conacri, Serra Leoa e Libéria, onde discutiram os desafios que se colocam e estiveram ainda com sobreviventes de Ébola e trabalhadores humanitários europeus.

Os procedimentos de rastreio de saída de passageiros que voam para países europeus e os avanços nos desenvolvimentos de tratamentos para o Ébola, inclusivamente da vacina, foram também abordados.

 

Dia Mundial do Não Fumador
Comemora-se hoje, 17 de novembro, o Dia Mundial do Não Fumador com o objetivo de se sensibilizar par
Não fumador

O tabaco é uma das causas principais do cancro do pulmão e da doença pulmonar obstrutiva crónica. Em Portugal, estima-se que o consumo de tabaco seja responsável por 1 em cada 10 mortes verificadas na população adulta e por cerca de 1 em cada 4 mortes verificadas na população dos 45 aos 59 anos (WHO, 2012).

Mais de 90% dos fumadores portugueses iniciaram o consumo antes dos 25 anos. Dados recentes parecem revelar um aumento do consumo de tabaco entre os jovens escolarizados. Esta questão é preocupante. A pergunta é, com que dinheiro compram os cigarros? Qual o papel dos Pais? Um pai/mãe que seja fumador tem credibilidade para pedir ao seu filho/a que não fume?

Adultos expõem crianças ao fumo e proibição de venda a menores não é cumprida
No Programa Nacional para a Prevenção e Controlo do Tabagismo, podemos encontrar conclusões de alguns estudos que mostram que os adultos expõem as crianças ao tabaco quando fumam dentro de casa ou das viaturas e que a proibição da venda de tabaco a menores não é totalmente cumprida.

Todos conhecem os malefícios do tabaco e as desvantagens não só para a saúde como a nível económico, uma vez que é dispendioso. O que leva as pessoas, mesmo assim, a tornarem-se fumadores?

Apesar de todas as campanhas e ações de sensibilização, porque é que não conseguimos efetivamente diminuir a percentagem de fumadores? O que estará por trás desta dependência? Será fraqueza humana? Será um jogo de interesses em torno deste negócio? Será um comportamento compensatório de algo? Mas o que se tem feito na área prevenção do tabagismo?

Metade dos fumadores portugueses nunca tentaram deixar de fumar
Cerca de metade dos fumadores portugueses nunca fizeram qualquer tentativa para parar de fumar. A cessação tabágica é, frequentemente, um processo difícil e sujeito a múltiplas recaídas, portanto um caminho composto por várias etapas.

O tratamento, é possível mas exige acompanhamento e técnicos de diversas áreas, também sabemos que as recaídas após cessação tabágica são frequentes. Assim, o objetivo de “erradicação” do tabagismo é algo difícil de ser alcançado.

Sem dúvida que há muito a fazer. Para isso é necessário que se proceda efetivamente a uma revisão das leis do tabaco, que se formem profissionais nesta área a trabalhar em contextos estratégicos de intervenção, que se promova literacia em saúde nesta temática e em especial para as camadas mais jovens, que existam instituições onde se possa oferecer apoio especializado aos utentes nesta área e que os programas de prevenção passem do papel para a prática com os recursos adequados.

 

Andreia Eunice Pinto Magina, Enfermeira Especialista em Saúde Mental e Psiquiátrica

Este artigo foi escrito ao abrigo no novo acordo ortográfico

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico e/ou Farmacêutico.
Tudo que precisa saber:
O cigarro eletrónico tem sido anunciado como uma alternativa ao cigarro convencional, que pode ser u
Cigarro eletrónico

Este novo produto apresenta-se como um “auxílio para deixar de fumar”. Este artigo de caráter informativo aborda este e outros aspetos, tendo por objetivo contribuir para a reflexão desta temática, que ainda encerra muito desconhecimento e divergências na comunidade científica, bem como pretende consciencializar a sociedade civil para este assunto tão atual e que será matéria de acesa discussão num futuro próximo, no nosso país e no espaço europeu, face à recente diretiva da Comissão Europeia sobre a matéria. Trata-se de um artigo meramente informativo, pelo que deve consultar sempre um profissional de saúde para esclarecer as suas dúvidas e discutir o seu caso. O autor do artigo declara não haver conflitos de interesses.

O que são cigarros eletrónicos (CE)?
Este produto emergiu na China em 2004 e rapidamente se espalhou pelo mundo inteiro entre 2008 e 2009, tendo a sua venda vindo a crescer exponencialmente (Serra, 2011). Em Portugal, durante o ano de 2013, assistiu-se à abertura duma série de lojas especializadas em CE nas principais cidades do nosso país.

O CE é um dispositivo que permite mimetizar o ato de fumar e que possibilita ao utilizador obter, na maior parte dos casos, uma dose variável de nicotina por inalação (Gomes, 2014).

O CE habitualmente tem a forma de um cilindro metálico que mimetiza um cigarro tradicional no tamanho e na aparência, mas que não contém tabaco. Este dispositivo pode ser descartável ou recarregável e é composto por uma bateria, um cartucho ou reservatório (onde está contido o líquido, com ou sem nicotina) e um atomizador (contém uma resistência que aquece o líquido e o vaporiza produzindo fumo, semelhante na aparência ao fumo do cigarro tradicional). Na compra do kit é disponibilizado um cabo para recarregar a pilha, podendo assim ser reutilizável. O cartucho contém propileno-glicol, água, aromatizantes com diversos tipos de sabores e cheiros (por ex. menta, café, chocolate, maçã, morango) e pode conter ou não nicotina (Serra, 2011; Gomes, 2014).

Assim, assistimos a um novo comportamento a nível mundial, “vapear” (do inglês “to vape”, e que resulta da vaporização do líquido mencionado) e a um aumento exponencial de lojas que comercializam os CE. Uma parte dos consumidores deste produto gosta de chamar-se “vapeadores” em vez de fumadores (Gomes, 2014).

Cigarros eletrónicos não declaram centenas de substâncias que contêm
Importa referir que atualmente, os cigarros tradicionais são obrigados a declarar as centenas de substâncias que contêm. Porém, atualmente as marcas de CE e as recargas não têm ainda essa obrigatoriedade, apenas publicitando a inexistência de alcatrão e de monóxido de carbono, dado não haver combustão.

No CE a nicotina é inalada diretamente nas vias aéreas, pelo que o seu potencial de adição é elevado. Os cartuchos de nicotina comercializados têm muita variabilidade em relação à quantidade de nicotina disponibilizada, inclusive dentro da mesma marca. Existe um intenso debate mundial sobre a sua utilização em termos de redução de dano (muito em parte favorecido pelo marketing), pelo que este facto terá aproximado a comunidade científica a interessar-se por esta matéria. Lembramos que algo de parecido se passou há alguns anos no que se refere aos cigarros com filtro ou pobres em nicotina (incorretamente designados de light), que se denominavam como menos nocivos, e que posteriormente se demonstrou que tinham o mesmo risco ou mais que os cigarros ricos em nicotina, especialmente quando os fumadores consumiam mais cigarros pelo efeito de compensação nicotínica (Garcia & Andrés, 2013).

A escassa informação e legislação, nesta área dos CE, e o desconhecimento dos efeitos do uso destas substâncias, a longo prazo, na saúde dos utilizadores devem fazer-nos ponderar a sua utilização.

São mesmo seguros os CE?
Nem todas as marcas admitem que os cartuchos para CE contêm nicotina, pelo que análises independentes mostram que a maioria contém doses variáveis desta droga. Um estudo da Food and Drug Administration (FDA) dos EUA revelou que a quantidade de nicotina vem determinada pela carga dos cartuchos que se utilizam, ou pela concentração do líquido com que sejam recarregados (em geral, entre 0 e 36 mcg por inalação de 100 ml de vapor). É dizer, que há CE sem nicotina, segundo o fabricante, mas onde foi detetada a sua presença. Se as quantidades de nicotina são consideradas demasiado baixas, não ajudarão a deixar de fumar, e se forem demasiado altas, serão tóxicas.

Doses de nicotina 100 vezes mais do que nos cigarros vulgares e vapor tóxico
A quantidade total de nicotina por cartucho oscila entre 6 e 24 mg, mas num caso a dose total alcançou os 100 mg, o que equivale a 100 cigarros. Há que ter em conta que a dose letal de nicotina oscila entre 0,5 e 1 mg de nicotina por Kg de peso, pelo que uma criança de 30 Kg poderia morrer se ingerisse acidentalmente o conteúdo de um só cartucho. Algumas marcas disponibilizam mais do dobro de nicotina de que um inalador de nicotina farmacológico aprovado pela FDA, pelo que o mais habitual é que as doses disponibilizadas sejam baixas (Garcia & Andrés, 2013).

Também o vapor do CE contêm substâncias tóxicas e nocivas para a saúde, habitualmente propelentes como o dietilenglicol, ainda que se use cada vez mais o propilenglicol. Um estudo da Junta de Andaluzia detetou dietilenglicol em 42% das marcas analisadas. Algumas marcas apresentam quantidades detetáveis de N-nitrosaminas, cancerígeno que também se encontra nos cigarros tradicionais. Muitas marcas contêm doses de glicerina e presença de diversos aditivos do tabaco. Foram diagnosticados casos de pneumonia lipóide exógena por inalação de glicerina e casos de fibrose pulmonar, o que indica perigosidade de inalar certos produtos aparentemente inócuos. Outros produtos detetados noutras investigações foram a anabasina, miosmina e b-nicotirina. Muitos destes produtos são cancerígenos e perigosos para a espécie humana se usados durante anos consecutivos (Garcia & Andrés, 2013). Ao nível da segurança dos aparelhos, também foram detetados problemas, como a falta de uma rolha em certas recargas. Uma falha perigosa já que a nicotina pode causar intoxicações em caso de exposição cutânea, principalmente nas crianças.

CE: Dispositivo de dispensa de nicotina ou um produto de tabaco?
Desde o início da comercialização do CE que as autoridades de saúde de diversos países têm vindo a tomar posição sobre este produto, mas a questão não é simples e parece que está longe de ser resolvida. Contribuindo para isto está o facto que a maioria das marcas de CE foge de abordar esta questão. Observa-se que essas marcas utilizam fortemente no seu marketing, a referência de que muitos fumadores deixaram de fumar com a sua utilização, mas não existem estudos científicos que comprovem e suportem esta afirmação. Se os CE podem ser utilizados para deixar de fumar então deverão ser considerados dispositivos de dispensa de nicotina com uma utilização semelhante a outros produtos que contêm nicotina (por ex. sistemas transdérmicos, gomas e pastilhas).

A verdade é que até hoje nenhuma marca de CE avançou com pedidos de registo como medicamento em nenhum país do mundo, pois teriam de demonstrar cientificamente a segurança e eficácia do CE no abandono do tabagismo (Serra, 2011).

É de salientar que, quer a Food and Drug Administration (FDA), quer outras entidades científicas de renome mundial, têm alertado para os perigos da utilização destes dispositivos, pois o consumo de quaisquer quantidades de nicotina pode levar à dependência. A comercialização destes dispositivos com aromas apelativos para os jovens poderá conduzir à dependência e ao consumo dos cigarros tradicionais, levando ao aparecimento de todas as doenças relacionadas com o tabaco. Não se pode subestimar o poder do marketing, pois este leva ao consumo e uso do CE nos locais de diversão frequentados pelos jovens, onde é proibido fumar os cigarros tradicionais, por ser um cigarro sem tabaco.

Líquido das cápsulas dos cartuchos com produtos cancerígenos
Foram divulgados alguns estudos sobre a composição do líquido contido nas cápsulas dos cartuchos onde é referido a existência de produtos cancerígenos (nitrosaminas, relacionadas com a extração da nicotina da planta do tabaco) e tóxicos (dietilenoglicol, um anticoagulante tóxico), bem como outros produtos. Como é sobejamente conhecido, a nicotina contida nos CE só existe em quantidades rentáveis, do ponto de vista comercial, na planta do tabaco. Desta forma, o CE é um produto de tabaco! (Serra, 2011).

Em abril de 2011 a FDA anunciou que considera o CE como um produto de tabaco. Assim foi regulamentado como todos os outros produtos de tabaco, obrigando as empresas que comercializam este produto a dar todas as informações sobre a verdadeira composição do líquido que existe nos cartuchos dos CE.

A nível europeu a venda do CE encontra-se generalizada através da internet e lojas instaladas em locais muito frequentados pelos consumidores. Não estão sujeitos a qualquer controle por nenhuma entidade de saúde ou de defesa do consumidor podendo assim ser vendidos sem nenhum controle.

OMS e o INFARMED, em Portugal, desaconselham cigarros eletrónicos
Mais recentemente a Organização Mundial de Saúde (OMS) tomou uma posição sobre o CE desaconselhando o seu uso (OMS, 2014). Em Portugal, as autoridades de saúde (INFARMED, 2011) também já se pronunciaram sobre o CE desaconselhando a utilização deste tipo de produtos, por não ser possível assegurar a sua qualidade, segurança e eficácia. Até ao momento a Direção-Geral de Saúde ainda não se pronunciou sobre esta matéria. Com efeito, continua tudo na mesma. Veremos mais adiante neste artigo, como uma nova diretiva da Comissão Europeia poderá ajudar a mudar este cenário no espaço europeu, onde se insere Portugal (Comissão Europeia, 2014).

Serão os CE um método eficaz para deixar de fumar?
A eficácia dos CE para deixar de fumar ainda não foi cientificamente demonstrada. Um comunicado da OMS (OMS, 2013) recorda de que não há evidência científica consistente para apoiar o uso terapêutico destes produtos. No fundo, a OMS refere que desconhece se o mecanismo mediante o qual se produz a inalação pulmonar de nicotina através do CE pode ajudar a vencer a adição, ou pelo contrário, pode ajudar a mantê-la ou iniciá-la entre os jovens. Por outro lado, a OMS proibiu expressamente os fabricantes de anunciarem os CE como uma forma de tratamento do tabagismo.

Também a FDA não considera estes produtos válidos para ajudar a deixar de fumar. Vários investigadores chamam a atenção para o facto de que as notícias de que estes cigarros reduzem o risco, como informam algumas marcas, pode ter um efeito adverso de impedir a cessação tabágica definitiva e seduzir os jovens e os ex fumadores a experimentar estes novos produtos, ao serem atraídos pelos sabores e pela falsa imagem de segurança. Nos EUA um estudo revelou que 25% de pessoas fumadoras que pensavam deixar de fumar acreditavam que estes produtos tinham menos risco que os cigarros convencionais e pensavam reconsiderar a sua decisão. Uma pesquisa do Centers for Disease Control and Prevention (CDC) revela um alarmante aumento de consumo de CE por parte dos jovens (Garcia & Andrés, 2013).

Do outro lado da barricada, os defensores dos CE baseiam-se no conceito de redução de danos, pelo que a visão individual deste conceito não coincide com uma visão populacional. A evidência para propor o CE como uma estratégia de saúde pública é débil e inconsistente, pois em todo o mundo estão disponíveis terapias de substituição da nicotina em várias formas: pensos transdérmicos, gomas, pastilhas, comprimidos sub-linguais, inaladores bucais e aerossóis nasais. Todos estes produtos foram objeto de numerosos ensaios controlados e demonstraram segurança e eficácia. Na maioria dos países, as terapias de substituição da nicotina estão indicadas para uso breve (12 semanas) para deixar de fumar, pelo que a inclusão dos riscos de nicotina “limpa”, livre de cancerígenos, minimiza o risco. Se o CE vier a fazer parte no futuro deste grupo de terapias, deverá demonstrar ao menos, os mesmos resultados dos produtos referidos. Um facto que faz duvidar da sua eficácia para deixar de fumar é que as grandes companhias tabaqueiras comercializam os seus próprios CE e absorvem as empresas especializadas, enquanto seguem apostando fortemente no cigarro tradicional (Garcia & Andrés, 2013).

Como já foi referido, nos últimos anos surgiram vários estudos que referiam que a redução de danos pode ser um objetivo terapêutico aceitável, pelo que poder-se-ia utilizar o CE. Atenção, pois grande parte destes estudos procedem de profissionais implicados no negócio, pelo que deverá ser posto em causa a sua independência, intenções e rigor científico ao apresentar conflito de interesses (Garcia & Andrés, 2013).

Com a evidência disponível atualmente, os profissionais de saúde não podem “demonizar” este produto, nem considerar a sua proibição total, mas também, há pouca evidência para poder recomendá-lo de uma forma proactiva aos utentes fumadores, nem admitir a sua publicidade junto a menores ou o seu consumo em espaços públicos fechados.

Urgente investigar a segurança e autoridades de saúde regulamentarem

Concluindo, é urgente a investigação da sua eficácia e segurança e a sua regulação pelas autoridades de saúde, antes de ser tomada uma decisão sobre o seu uso terapêutico, pois o objetivo de saúde é romper a adição à nicotina, não aceitá-la como um mal menor. Existem, portanto, múltiplas dúvidas pendentes para responder acerca dos CE e que a comunidade científica deverá responder com a maior brevidade possível. Eis algumas dessas perguntas:

- Qual deveria ser a idade mínima legal para o seu consumo?

- Quais são as diretrizes de fabricação em termos de nicotina total e dose disponibilizada por inalação?

- Que propelentes e aditivos são autorizados sem risco conhecido para a saúde?

- Qual o tempo máximo utilizado na desabituação do cigarro?

- Onde se podem comprar estes dispositivos? Em farmácias? Noutros locais?

- Poder-se-á publicitar e promover o seu consumo entre menores?

- Podem-se usar em espaços públicos fechados?

- Quem financiará estudos sobre a sua segurança e eficácia?

CE: Qual o enquadramento legal e sua comercialização em Portugal?
Na sequência das inúmeras questões relativas aos CE, nomeadamente sobre o enquadramento legal, a comercialização e segurança destes produtos, o INFARMED -Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde, I.P. em Circular Informativa (2011) vem esclarecer que os CE podem ter diferentes apresentações e reivindicar indicações médicas/terapêuticas que condicionam o seu enquadramento legal. O CE contendo nicotina com indicação para o tratamento da dependência da nicotina ou para auxílio ao combate ao tabagismo – é classificado como medicamento. O Kit que inclua um CE e cápsula com nicotina com indicação para o tratamento da dependência da nicotina ou para auxílio ao combate ao tabagismo – o cigarro reutilizável é um dispositivo médico (avaliado de acordo com a Diretiva 93/42/CEE) e a cápsula de nicotina é um medicamento, pelo que o conjunto é classificado como medicamento (Conselho das Comunidades Europeias, 1993). O CE não contendo nicotina e com indicação para o tratamento da dependência da nicotina ou para auxílio ao combate ao tabagismo - é classificado como dispositivo médico.

Em suma, o enquadramento do CE enquanto medicamento, dispositivo médico ou produto de consumo geral, depende do seu conteúdo em nicotina, da sua indicação de uso, e se essa é, ou não, uma finalidade médica. Os fins médicos devem ser devidamente fundamentados, com dados clínicos e científicos, e esses dados têm que ser submetidos às autoridades competentes para avaliação.

Este tema foi alvo de discussão a nível europeu e, a 22 de Maio de 2008, foi publicada uma nota de orientação relativa aos CE, segundo a qual: um CE que não contenha tabaco não é enquadrável na Diretiva dos Produtos de Tabaco. No referido documento, também é referido que o seu enquadramento como medicamento de uso humano, de acordo com a Diretiva 2001/83/CE, depende do facto de ser ou não caracterizável como tal, graças à sua apresentação e/ou função. Acrescenta ainda que o enquadramento do CE na Diretiva 93/42/CEE irá depender da existência de uma finalidade médica. Por último, conclui que a Diretiva 2001/95/CE, relativa à segurança geral dos produtos, poderá ser aplicada uma vez que não existe outra Lei Comunitária específica. Esta Diretiva permite a retirada do produto do mercado caso o regulador prove que este representa um perigo para a saúde e segurança do consumidor (Comissão Europeia, 2008).

Ainda na referida circular do INFARMED (2011) está bem explícito que “tal como o cigarro convencional, o uso de CE pode induzir dependência, independentemente da quantidade de nicotina dispensada.”. Sabemos que até ao momento, o Infarmed não tem qualquer autorização ou registo para este tipo de produtos, nem como medicamento, nem como dispositivo médico. Assim, o Infarmed desaconselha a utilização deste tipo de produtos, por não ser possível assegurar a sua qualidade, segurança e eficácia/desempenho.

Também, como já foi referido anteriormente, até ao momento a Direção-Geral de Saúde ainda não se pronunciou sobre esta matéria. Pensamos que esta deverá ser objeto de reflexão e devidamente integrada no âmbito do Programa Nacional para a Prevenção e Controlo do Tabagismo através da emissão de circulares e orientações dirigidas aos profissionais de saúde.

CE: O que pensam os especialistas portugueses sobre esta matéria?
Em Portugal vieram a público recentemente, vários especialistas da Sociedade Portuguesa de Pneumologia (SPP) que desaconselham o CE, considerando mesmo que este é “um retrocesso na luta contra o tabagismo”, pelo que recomendam que não seja utilizado enquanto os efeitos e a eficácia não forem provados. Acrescentam, ainda, que se deve ter em conta que alguns jovens não fumadores podem começar a usar o CE por acreditarem ser menos nocivo do que fumar os cigarros tradicionais. Não se trata apenas de olhar para o CE como um incentivo ao consumo e à dependência da nicotina, mas, também, como um retrocesso na longa batalha que ao longo dos anos a SPP tem vindo a travar contra o tabagismo.

Segundo o Presidente da SPP, Carlos Robalo Cordeiro, “torna-se urgente que a questão do CE seja regulamentada, isto para que dentro de 20 anos não tenhamos uma nova geração de fumadores, conquistados através dos cerca de 7000 sabores existentes no mercado e das atrativas campanhas publicitárias como as que em tempos conferiram glamour ao cigarro” (Agência Lusa, 2014 a).

O que é que o Orçamento de Estado para 2015 tem a ver com os CE?
O Orçamento de Estado (OE) para 2015 prevê a introdução de um imposto sobre o líquido usado no CE de 60 cêntimos por mililitro, o que representa 6 euros em cada frasco de 10 ml, o habitualmente vendido (Agência Lusa, 2014 b).

Recentemente o Presidente da Associação Portuguesa de Empresas de CE (APECE), Tiago Machado, apresentou ao Ministério das Finanças um estudo do impacto económico da concretização do imposto no sector, referindo que o imposto obrigará a duplicar ou mesmo a triplicar o atual preço cobrado pelo líquido dos CE. Acrescentou ainda que “esse aumento de preço terá como consequência o abandono dos CE por muitos dos consumidores, o que não significa que deixarão de fumar, mas vão deixar um produto que faz muito menos mal à saúde dos que os cigarros convencionais”. Concluiu referindo que em outros países da União Europeia, nomeadamente na vizinha Espanha, a tributação proposta é mais de 10 vezes inferior à indicada para Portugal, ficando nos 0,5 cêntimos. O Presidente da APECE estima que o sector dos CE renderá ao Estado cerca de 3,2 milhões de euros entre IVA e direitos aduaneiros. Com a proposta fixada do OE para 2015, a associação estima que o valor suba para os 7,3 milhões de euros, mas avisa que a receita do Estado pode ser maior ainda, caso seja adotada a proposta apresentada pelas empresas do sector.

CE: A nova Diretiva Europeia está a chegar…O que vai mudar?
Em março deste ano, foi publicada uma Diretiva Europeia, que deverá ser aplicada até 2016, que regulamenta o fabrico, apresentação e venda destes produtos (ex. concentração máxima de nicotina do líquido até 20 mg/ml) e que permitirá a obtenção de dados, tendências e padrões de consumo destes produtos (Comissão Europeia, 2014).

Como os Estados-membros dispõem de um período de transposição de 2 anos, a maioria das novas medidas deverá ser aplicada só no primeiro semestre de 2016. Assim, com a revisão da legislação os CE com menos de 20 mg/dl de nicotina e sem alegações de saúde passarão a ser considerados como produtos de tabaco, os que têm mais, serão considerados medicamentos, sendo o seu uso monitorizado por um profissional de saúde. Os CE com propriedades alegadamente curativas ou preventivas de doenças (usados enquanto terapia de substituição de nicotina) só poderão ser autorizados e comercializados como medicamentos, desde que cumpram as obrigações legais a que estes estão sujeitos.

Por seu turno, fabricantes e importadores ficam também obrigados a fornecer às autoridades competentes a lista de todos os ingredientes presentes nos dispositivos. Por último, a publicidade a CE será sujeita às mesmas restrições que a publicidade a produtos de tabaco. 

Os CE sem nicotina não são regulados pela nova diretiva comunitária, o que é de lamentar. Tratando-se de produtos inalados com um risco ainda desconhecido, é inadmissível que continuem a ser vendidos livremente, sem enquadramento legal específico.

Algumas recomendações práticas para os profissionais de saúde enquanto não surgem orientações emanadas pelas autoridades de saúde competentes:

- Informar e respeitar a decisão dos utentes fumadores que decidem usar os CE como terapia de cessação tabágica;

- Informar sobre a ineficácia da redução do número de cigarros como objetivo a médio e longo prazo;

- Desaconselhar ativamente os CE enquanto não estão registados como produtos terapêuticos;

- Interceder para que não se faça publicidade destes produtos igual à dos produtos de tabaco;

- Sensibilizar para que não se consumam CE em espaços públicos fechados.

Notas finais

- A maioria dos fumadores recorre aos CE (com ou sem nicotina) com o intuito de deixar de fumar, não sendo este um método mais eficaz que outros já existentes para ajudar à cessação tabágica;

- Foram identificadas substâncias tóxicas e carcinogénicas no vapor dos CE;

- O intenso marketing praticado atualmente pode levar ao aumento da utilização dos CE por jovens, por não fumadores e ex-fumadores;

- O CE é atualmente um produto não medicamentoso, pelo que está fora dos mecanismos habituais de controlo de segurança e eficácia dos produtos de saúde. Em consequência, as referências na literatura científica são escassas;

- O CE não é um método cientificamente comprovado para deixar de fumar, pois não existem estudos a este respeito. A OMS proibiu expressamente aos seus fabricantes que anunciem os CE como uma nova forma de tratamento do tabagismo;

- Existe ainda uma escassa legislação e regulamentação sobre este produto. Devido a isto os controles de qualidade são praticamente inexistentes;

- O fumo produzido por um CE pode conter agentes irritantes e tóxicos (propilenglicol-dietilenglicol), assim como nicotina em concentrações diversas (de 0 a 36 mg/dl);

- Devido à sua crescente popularização, é necessário a regulamentação da sua venda e que se proceda à realização de controlos de qualidade e de toxicidade do produto;

- Não se descarta a hipótese que seja um método que possa ajudar algumas pessoas a deixar de fumar. Contudo, neste momento ainda não pode ser aconselhado, devido ao desconhecimento sobre a sua segurança e falta de estudos de efetividade.

 

Referências Bibliográficas

Agência Lusa (2014a), Sociedade Portuguesa de Pneumologia desaconselha cigarro electrónico, disponível na web em http://www.publico.pt/sociedade/noticia/sociedade-portuguesa-de-pneumolo....
Agência Lusa (2014b), Empresas de cigarros electrónicos pedem ao governo para baixar impostos, disponível na web em http://www.ionline.pt/artigos/dinheiro/empresas-cigarros-electronicos-pe....
Comissão Europeia (2008), Orientation Note Electronic Cigarettes and The EC Legislation, disponível em http://ec.europa.eu/health/ph_determinants/life_style/Tobacco/Documents/orientation_0508_en.pdf.
Comissão Europeia (2014), Directive 2014/40/EU of The European Parliament and of The Council of 3 April 2014, disponível na web em http://observador.pt/wp-content/uploads/2014/05/ec.europa.eu_health_toba....
Conselho das Comunidades Europeias (1993), Diretiva 93/42/CEE do Conselho de 14 de Junho de 1993 relativa aos dispositivos médicos, disponível na web em http://www.infarmed.pt/portal/page/portal/INFARMED/DISPOSITIVOS_MEDICOS/....
Garcia, Rodrigo C. & Andrés, Concepción S. (2013), “Cigarrillo Electrónico”, in AMF, Vol. 9, N.º 11, pp. 624-627.
Gomes, Liliana (2014), “Cigarros Eletrónicos”, in Jornal Médico dos Cuidados de Saúde Primários, Ano II, N.º 17, p. 11.
Infarmed (2011), Circular Informativa N.º 156/CD de 12/08/2011 “Cigarros eletrónicos”, disponível na web em  http://www.infarmed.pt/portal/page/portal/INFARMED/ MAIS_NOVIDADES/DETALHE_NOVIDADE?itemid=6826939
OMS (2013), Electronic cigarettes (e-cigarettes) or electronic nicotine delivery systems
Statement revised on 3 June 2014, disponível na web em  http://www.who.int/tobacco/communications/statements/eletronic_cigarette....
OMS (2014), WHO tobacco treaty makes significant progress despite mounting pressure from tobacco industry, disponível na web em  http://www.who.int/mediacentre/news/releases/2014/cop6-tobacco-control/en.
Serra, A. Santos (2011), “Cigarro Eletrónico – Cigarro fora da Lei!”, in Newsletter – Grupo de Tabagismo Região Centro, novembro 2011, ARS Centro IP.

Pedro Quintas, Enfermeiro Especialista em Saúde Comunitária, UCSP Figueira Sul, ACES Baixo Mondego, ARS Centro IP ([email protected])

Este artigo foi escrito ao abrigo do novo acordo ortográfico

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico e/ou Farmacêutico.
17 de Novembro - Dia Mundial do Não Fumador
O tabagismo é uma das principais causas evitáveis de doenças e morte precoce.

De acordo com o divulgado pela Agência Internacional de Investigação em Cancro demonstrou-se que a exposição ao Fumo Ambiental do Tabaco causa cancro em qualquer ser humano, dado que contém na sua composição cerca de 50 substâncias cancerígenas, sendo este o maior carcinogéneo presente no ar.

Em Portugal existe uma lei que regulamenta os locais em que é permitido fumar e as condições para tal, sendo esta a Lei do Tabaco em Portugal – Lei nº 37/2007 de 14 de agosto, que entrou em vigor a 1 de janeiro de 2008.

O tabaco surge de uma planta chamada Nicotiana Tabacum que é uma substância estimulante. O tabaco encontra-se sob a forma de cigarro, charuto, cachimbo e tabaco de mascar. As substâncias produzidas pela combustão do tabaco propagam-se através de gases e vapores, que passam pelos pulmões e algumas são absorvidas pelo sangue. As substâncias faladas são a nicotina (portadora de propriedades de reforço positivo e viciantes), as substâncias irritantes (fenóis, amoníaco, entre outros, que contraem os brônquios, estimulam a tosse e alteram os mecanismos de defesa pulmonar), o alcatrão e outros agentes cancerígenos (contribuem para as doenças cancerígenas) e o monóxido de carbono (diminui o aporte de oxigénio na corrente sanguínea).

Existem no mercado os cigarros electrónicos, que são aparelhos mecânicos, criados com o intuito de simular o ato de fumar um cigarro. Estes cigarros produzem um vapor inalável que pode conter, ou não, nicotina, e que têm diferentes sabores.

As doenças do tabagismo

Existem diferentes doenças associadas ao consumo de tabaco e entre elas encontram-se:

  • 97% do cancro na laringe;
  • 90% das mortes por cancro do pulmão;
  • 85% das mortes por bronquite e enfisema;
  • 30% das mortes por cancro;
  • 50% dos casos de cancro de pele;
  • 25% das mortes por doença cardíaca;
  • 25% das mortes por derrame cerebral.

Benefícios de deixar de fumar

De forma a melhorar a sua saúde e a saúde das pessoas que os rodeiam, a melhor atitude de um fumador é deixar de fumar.

Ao deixar de fumar, o ex-fumador:

  • melhora a capacidade pulmonar e respiratória;
  • diminui a tosse pela manhã;
  • melhora a sensação do olfato e paladar;
  • aumenta a energia e bem-estar;
  • poupa dinheiro;
  • melhora a saúde oral;
  • diminui o risco de morte prematura;
  • vive, em média, mais 10 anos;
  • diminui, para metade, o risco de doença cardiovascular;
  • diminui o risco de contrair cancro e doenças respiratórias;
  • diminui, em metade, o risco de contrair cancro da boca e do esófago, ao fim de 5 anos sem fumar, e o risco de contrair cancro do pulmão, após 10 anos sem fumar.

Como preparar-se para deixar de fumar

O cidadão que está interessado em deixar de fumar deve ter em atenção determinados pormenores:

  1. Tem que ter vontade própria em querer deixar de fumar;
  2. Ter motivação para o fazer (pode fazer uma lista escrita com os motivos pelos quais quer deixar de fumar);
  3. Procurar ajuda médica, sempre que necessário;
  4. Transmitir aos grupos de pares a sua decisão e evitar locais e situações que propiciavam o seu hábito;
  5. Fazer uma alimentação saudável, praticar exercício físico e reduzir consumo de cafeína e bebidas alcoólicas;
  6. Guardar, diariamente, o dinheiro do consumo de tabaco num local visível, para gastar, posteriormente, em algo que lhe dê prazer.

As crianças imitam os adultos, e aprendem a fumar
O fumador deve ter em conta que as crianças aprendem a fumar por observação direta dos adultos, sendo que, deixar de fumar irá contribuir para que muitas crianças e jovens não se iniciem nesse processo e para diminuição de exposição de todos os cidadãos ao fumo não benéfico do tabaco.

Relativamente ao uso de cigarros eletrónicos, a Sociedade Portuguesa de Pneumologia (SPP) refere que quando se aborda soluções para a redução de incidência de doenças causadas pelo tabagismo, a solução apenas pode passar pela cessação tabágica e não pela substituição de um cigarro por um cigarro eletrónico, tendo esta sociedade, como objetivo, realizar novos estudos que comprovem isto. A SPP diz que, apesar da nicotina que os cigarros eletrónicos têm não provocar problemas respiratórios, esta nicotina mantém a dependência da substância, o que interfere negativamente na cessação tabágica definitiva. Em consonância com esta opinião, o Parlamento Europeu quer manter o cigarro eletrónico na categoria dos produtos de tabaco e não na categoria dos medicamentos.

E se, eventualmente, tiver uma recaída…?

Qualquer processo de mudança inclui recaídas… é normal! O que é necessário é ter vontade de voltar a tentar!

O ideal é nunca se começar a fumar…!

Bibliografia

Pereira, A. M., Morais-Almeida, M., Sousa, A. S., Jacinto, T., Azevedo, L. F., Cordeiro, C. R., et al. (2013). Prevalência da exposição ao fumo ambiental do tabaco em casa e do tabagismo na população portuguesa - o estudo INAsma. Revista Portuguesa de Pneumologia, 19 (3), 114-124.
Precioso, J., Lopez, M. J., Fernandez, E., & Nebot, M. (2011). Qualidade do ar interior em estabelecimentos da restauaração após a entrada em vigor da lei portuguesa de controlo do tabagismo. Revista Portuguesa de Saúde Pública, 29 (1), 22-26.
Saúde, D. G. (s.d.). Microsite da DGS do Programa Nacional para a prevenção e controlo do tabaco. www.dgs.pt/respire-bem.

Ângela Quinteiro, Enfermeira Especialista a exercer na USF Viriato, Viseu

Este texto foi escrito ao abrigo do novo acordo ortográfico

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico e/ou Farmacêutico.
Dia Mundial do Não Fumador
Para assinalar o Dia Mundial do Não Fumador - 17 de Novembro, a PULMONALE - Associação Portuguesa de Luta Contra o Cancro do...

Para assinalar o Dia Mundial do Não Fumador - 17 de Novembro, a PULMONALE - Associação Portuguesa de Luta Contra o Cancro do Pulmão distribui junto da população o Jornal do Pulmão, uma edição que pretende alertar e sensibilizar para os malefícios do tabaco.

Lojas Pingo Doce (Porto e Lisboa) e Clubes Holmes Place (Porto e Lisboa) são palco desta acção de sensibilização.

Pode também aceder ao Jornal do Pulmão aqui.

Em Portugal a mortalidade por doenças atribuíveis ao tabaco é de 10%. O cancro do pulmão é uma das patologias desencadeada por este vício e que no nosso país vitima todos os anos 3500 pessoas. Os homens continuam a ser os mais afectados, mas a prevalência junto das mulheres tem crescido a olhos vistos. O apelo da PULMONALE - Associação Portuguesa de Luta Contra o Cancro do Pulmão nesta data é simples: Apague de vez o cigarro!

 

Depois de detectar gripe das aves
As autoridades holandesas proibiram hoje o transporte de aves de capoeira e de ovos, numa zona onde foi detectado um caso de...

De acordo com o Ministério da Economia, o vírus detectado é "muito contagioso e igualmente transmissível ao ser humano".

Trata-se de uma variante "perigosa" da gripe das aves, detectada numa quinta com criação de frangos de Hekendorp, a sul de Amesterdão.

Além da proibição do transporte, as autoridades holandesas decidiram que as aves de capoeira de todo o país devem ficar confinadas aos locais onde se encontram guardadas, durante três dias, caso costumem ser libertadas em campos, para criação.

Os 150 mil frangos criados na quinta afectada vão ser abatidos.

A proibição do transporte de aves e ovos vai vigorar durante 30 dias, num raio de 10 quilómetros em torno do estabelecimento.

 

Jantar-leilão no Porto angaria
A presença de mais de 300 pessoas no jantar-leilão promovido no sábado, no Porto, pela Associação Portuguesa de Esclerose...

Segundo José Carlos Oliveira, sócio da Associação Portuguesa de Esclerose Lateral Amiotrófica (APELA) e promotor da iniciativa, a venda das obras de Álvaro Siza Vieira, Nadir Afonso, Armanda Passos, Souto Moura, Cargaleiro e Júlio Pomar, entre outros artistas cujos trabalhos foram a leilão, resultou num total de cerca de 25 mil euros.

Os restantes cinco mil euros foram obtidos com as receitas do jantar realizado na Casa da Música (cujo custo era de 50 euros, revertendo metade a favor da causa) e dos consumos de bar.

Os fundos recolhidos serão aplicados no estudo de perfis de ADN dos doentes, cujo valor unitário é de 1.950 euros, no âmbito de um projecto internacional - o ProjectMinE – que integra vários países europeus, os Estados Unidos da América, a Austrália e Israel, e cujo objectivo é descobrir a causa genética da doença, para que, a partir daí, se possam desenvolver possibilidades de cura.

Actualmente sem cura, a esclerose lateral amiotrófica afecta cerca de 400 a 500 pessoas em Portugal e um total de 200 mil a nível mundial, sendo que, segundo a APELA, “só recentemente a indústria farmacêutica se começou a interessar por esta doença”.

A doença afecta o sistema nervoso periférico, levando à morte progressiva dos neurónios responsáveis por comandar músculos e movimentos voluntários.

A progressão da doença pode ser rápida. A maior parte dos doentes não vive mais do que três a cinco anos depois do diagnóstico.

 

Balanço da Direcção-Geral da Saúde
O número de mortes confirmadas por infecção com ‘legionella’ subiu para oito e o número de pessoas infectadas aumentou para 317...

Segundo este organismo, o novo caso de infecção foi o único reportado desde sexta-feira, dia 14 de Novembro, com ligação ao surto de Vila Franca de Xira.

“Em termos acumulados, verificaram-se, até agora, 317 casos, dos quais 308 foram internados na Região de Lisboa e Vale do Tejo, três na Região Norte, cinco na Região Centro e um na Região do Algarve", refere a Direcção-Geral da Saúde (DGS) em comunicado.

Dos doentes internados na zona de Lisboa e Vale do Tejo, 44 já tiveram alta clínica, tal como um dos doentes que estava internado num hospital da zona Norte e outro na zona do Algarve.

O balanço de vítimas mortais por doença do legionário sobe para oito, confirmando-se um que estava em investigação, em doentes com idades compreendidas entre os 52 e os 89 anos (seis homens e duas mulheres).

A taxa de letalidade, estimada até ao momento, é de 2,5%.

Na segunda-feira à tarde, será emitido um comunicado conjunto da DGS, do Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge e da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo, a fim de detalhar a evolução do surto.

Os primeiros casos diagnosticados do surto de 'legionella' surgiram na região de Vila Franca de Xira, no passado dia 07.

A doença do legionário, provocada pela bactéria ‘Legionella pneumophila', contrai-se por inalação de gotículas de vapor de água contaminada (aerossóis) de dimensões tão pequenas que transportam a bactéria para os pulmões, depositando-a nos alvéolos pulmonares.

Custou 2,6 milhões de euros
A Santa Casa da Misericórdia de Barcelos inaugura no sábado uma unidade de cuidados continuados integrados, que tem 55 camas e...

Nesta fase inicial, vão funcionar 30 camas da unidade de longa duração e manutenção, dando emprego a 28 trabalhadores. Das 55 camas da unidade, 22 destinam-se a receber utentes de média duração. A Misericórdia adianta que no próximo ano deverão ser contratualizadas as 25 camas que agora ficam de fora.

Para o provedor, António Pedras, este equipamento representa “um marco histórico” em Barcelos na medicina “centrada na pessoa do doente, humanizada, personalizada”.

“A Santa Casa vai tratar os seus utentes, dando particular atenção aos afectos, às amizades, às actividades lúdicas e à sua estabilidade e equilíbrio financeiro e social”, sublinhou.

Para António Pedras, “não houve em Barcelos nos últimos 44 anos, desde a inauguração do Hospital da Santa Casa da Misericórdia de Barcelos, em 1970, marco tão importante como este”.

“Este novo equipamento de saúde vai impor-se como um dos principais factores integradores de coesão social, numa sociedade mais envelhecida, mais doente, mais incapacitada e mais pobre, onde proliferam doenças crónicas e incapacitantes e onde se morre pior e com menos qualidade de vida”, acrescentou.

A inauguração será presidida pelo secretário de Estado adjunto do ministro da Saúde, Fernando Leal da Costa.

 

Ministro afirma
O ministro da Saúde disse que a prestação de serviços dos hospitais de Fafe, Anadia e Serpa, devolvidos às Misericórdias, foi...

A devolução dos hospitais S. José, em Fafe, José Luciano de Castro, em Anadia, e São Paulo, em Serpa, tem por objectivo melhorar a acessibilidade na prestação de cuidados de saúde à população, “particularmente evidenciada na área do ambulatório médico e cirúrgico”, afirmou o ministro da Saúde, Paulo Macedo, na cerimónia de assinatura do protocolo entre o Ministério da Saúde e a União das Misericórdias Portuguesas (UMP).

Adicionalmente, estas unidades incluem a prestação de cuidados continuados integrados, abrangendo as tipologias de convalescença, paliativos, unidades de média e longa duração, “actividade que se manterá e deverá desenvolver-se”, sublinhou.

O ministro da Saúde adiantou que a devolução destes hospitais às Misericórdias locais reflecte “a importância reconhecida ao sector social” na área da saúde.

“As Misericórdias aliam as exigências técnicas de prestação de cuidados de saúde à sua vocação e tradição multisseculares, à ausência de fins lucrativos e à proximidade das populações, o que as torna importantes parceiros do Estado na área da saúde”, sustentou.

A entrega da gestão destes três hospitais públicos marca o início do processo de transferência de um conjunto de unidades hospitalares, para estas instituições.

Segundo Paulo Macedo, o Governo já está a trabalhar na segunda e terceira fases deste processo, “sempre de forma serena, séria e com rigor”.

“A nossa negociação chegou a bom porto, mas demorou cerca de um ano, porque a quisemos fazer de uma forma séria, rigorosa, com transparência”, frisou.

Presente na cerimónia, o ministro da Solidariedade, Emprego e Segurança Social, Pedro Mota Soares, lembrou que as Misericórdias gerem, desde 1516, “ininterruptamente hospitais”, o que lhes assegurou “uma enorme credibilidade e prestígio na prestação de cuidados de saúde”, junto das comunidades.

“No passado, o Estado não foi pessoa de bem, tomou posse unilateralmente dos hospitais das misericórdias, assumindo a gestão dessas unidades sem perguntar ou pensar noutras possibilidades, fê-lo numa lógica totalmente contrária à que este governo tem, uma lógica, uma mentalidade que não devemos deixar renascer”, comentou.

“Mas a César o que é de César”, frisou Pedro Mota Soares.

O ministro adiantou que o próximo protocolo de cooperação, que “aprofunda a parceria” com as instituições sociais, integrará a saúde, a educação e a lógica de formação, áreas em que estas instituições actuam.

Para o presidente da UMP, Manuel Lemos, a devolução dos hospitais é um “reencontro com a história”. E “aos críticos, comentadores e autarcas”, Manuel Lemos deixou um pedido: “vão ver a realidade de Vila Verde, de Riba D´Ave, da Póvoa de Lanhoso, da Mealhada, de Felgueiras, de Esposende e de outros hospitais das Misericórdias, vejam a qualidade das instalações, apurem o grau de satisfação dos profissionais e sobretudo falem com as pessoas”.

 

Tribunal mantém
O Tribunal da Instância Central de Lisboa manteve a absolvição do farmacêutico e da técnica de farmácia, acusados de terem...

A decisão do Juízo 3 do Tribunal da Instância Central de Lisboa foi tomada após o Tribunal da Relação de Lisboa ter devolvido o acórdão de absolvição à primeira instância, para melhor fundamentação.

Na leitura, que visou apenas partes do novo acórdão relacionadas com as questões suscitadas pela Relação, o juiz Alfredo Gameiro Costa negou que pudesse ser atribuída causalidade aos arguidos, apesar de estes saberem da "especial atenção no manuseamento dos fármacos".

"Os factos que poderiam preencher a causalidade, por omissão ou acção dos arguidos, não foram dados como provados", disse o presidente do colectivo de juízes, acrescentando que o tribunal "continua a não poder provar qual o fármaco" que provocou a cegueira dos pacientes.

À saída do tribunal, Victor Faria, advogado da técnica de farmácia Sandra Baptista referiu que a sessão de hoje "foi a confirmação do acórdão nas suas linhas principais, com reforço da fundamentação".

O advogado do farmacêutico Hugo Dourado, Ricardo Serrano Vieira, afirmou que o novo acórdão "denuncia as deficiências e lacunas de quem investigou".

No acórdão de Junho de 2013, o tribunal considerara não ter havido negligência dos arguidos e admitira a possibilidade de diversas "causas de contágio do fármaco", sublinhando que "existem muitas variáveis no processo e opiniões diferentes de médicos e técnicos".

O farmacêutico Hugo Dourado, ausente na audiência de hoje, e a técnica de farmácia Sandra Baptista estavam acusados de seis crimes de ofensas corporais por negligência.

Os seis pacientes do Hospital de Santa Maria ficaram parcial ou totalmente cegos, depois de receberem injecções intra-oculares, supostamente com um medicamento adulterado.

 

Banco Mundial alerta
O presidente do Banco Mundial disse que uma pandemia mundial pode provocar a morte a milhões de pessoas se a comunidade...

O mundo demorou a reagir à propagação da epidemia provocada pelo vírus do Ébola, que já fez pelo menos 5 mil mortos na Libéria, na Serra Leoa e na Guiné-Conacri, disse Jim Yong, na sessão de abertura da cimeira dos chefes de Estado e de Governo do G20 que começou em Brisbane, na Austrália.

“A resposta contra o Ébola foi tardia e todos nós sabíamos o que se estava a passar. Se fosse uma pandemia de gripe que se propaga com rapidez podia provocar a morte a milhões de pessoas e teria custado milhares de dólares”, acrescentou Jim Yong, presidente do Banco Mundial.

A luta contra a propagação do vírus vai ser um dos assuntos em discussão durante o fim-de-semana pelos líderes do G20.

O Banco Mundial vai defender a criação de um “fundo de urgência” destinado a fazer face a próximas pandemias e para evitar que se repitam reacções lentas, tal como aconteceu com a resposta contra o vírus do Ébola.

De acordo com o Banco Mundial, a propagação do vírus do Ébola pode vir obrigar a despender 32 mil milhões de dólares na região da África Ocidental até 2015.

 

Legionella:
O presidente da Quercus defendeu ser indispensável um regime de responsabilidade ambiental com a fixação de limites para as...

"Queremos chamar a atenção para a falta de um regime jurídico de responsabilidade ambiental que esteja devidamente regulamentado e que tenha eficácia", afirmou Nuno Sequeira.

A associação ambientalista transmitiu a sua preocupação com a possibilidade de ocorrerem casos semelhantes ao surto de ´legionella´ que afecta a região de Vila Franca de Xira, desde dia 07 de Novembro, e que já originou 311 casos de infecção, causando sete mortos e um óbito ainda sob investigação.

Nuno Sequeira salientou que, "neste momento, os riscos ambientais e de saúde pública que decorrem da ausência deste regime de responsabilidade ambiental é bastante grande, isso não é suficiente para precaver todas as situações mas, com certeza, diminuiria os riscos uma vez que poderia prevenir a ocorrência de ilícitos ambientais".

As normas que regulam o controlo de substâncias originadas na actividade das indústrias já existem há seis anos, através de um diploma de responsabilidade ambiental, mas até agora o Governo, este ou o anterior, não fixou por portaria os limites mínimos para os montantes das garantias financeiras, explicou o ambientalista.

"Os operadores têm de ter definidos os montantes mínimos de garantias financeiras para fazerem face a eventuais acidentes", acrescentou.

A Quercus estima que "a maior parte [das empresas] não está [a constituir garantias] e as que estão, são garantias financeiras que são muito abaixo e não permitem poder fazer face a um problema ambiental que possa surgir".

"Há indústrias com actividade de risco e será do interesse de todos, das indústrias e sobretudo de todos os cidadãos que convivem de perto com essas indústrias, que haja essas garantias", segundo Nuno Sequeira.

As empresas podem transferir a responsabilidade para uma seguradora, contudo esses limites "são muito pequenos".

"Isto vai fazer com que possam existir cada vez mais operadores que estejam a actuar ilegalmente e, para além das garantias não estarem definidas, existe cada vez mais uma falta de capacidade das entidades fiscalizadoras do Estado para fazerem cumprir a lei, e numa fase em que se fala de precaução tem de se falar obrigatoriamente de fiscalização", resumiu o presidente da Quercus.

No entanto, "é hoje evidente a falta de capacidade das entidades fiscalizadoras para fazerem cumprir a lei, o que resulta na existência de cada vez mais operadores a actuar ilegalmente", criticam os ambientalistas.

O Ministério do Ambiente, através da Inspecção Geral da Agricultura, Mar e Ordenamento do Território, realizou uma acção inspectiva extraordinária às instalações de algumas empresas situadas no concelho de Vila Franca de Xira, para determinar se o surto de ´legionella´ teve ou não origem naquelas unidades.

 

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