Dia Mundial da Leucemia Mieloide Crónica assinala-se a 22 de setembro
As células estaminais do cordão umbilical têm vindo a revelar-se promissoras no tratamento da Leucemia Mieloide Crónica (LMC),...

De acordo com um estudo publicado este ano na revista Cell Death & Disease, verificou-se que as células estaminais mesenquimais do tecido do cordão umbilical apresentam efeitos no processo de diferenciação correta dos glóbulos brancos, promovendo eficientemente, a diferenciação de linhagem megacariocítica de células LMC.

“Estes resultados são da maior importância porque podem representar um novo paradigma no tratamento e recuperação da doença, sem recorrer á quimioterapia”, refere Andreia Gomes, Diretora Técnica e de Investigação e Desenvolvimento (I&D) do banco de tecidos e células estaminais BebéVida. “Trata-se de um potencial regime de tratamento anti-LMC que usa a como coadjuvante as células estaminais mesenquimais do tecido do cordão umbilical para superar o bloqueio da diferenciação na LMC e assim, restabelecer a homeostasia, ou seja, o estado de estabilidade do organismo. Contudo, ainda serão necessários mais estudos e ensaios para que este possível tratamento se consiga materializar”, esclarece a investigadora. 

Apesar de ter uma designação associada a um estigma de gravidade, atualmente a LMC é controlada com a utilização de fármacos que interrompem o crescimento das células cancerígenas, destruindo-as ou impedindo a sua proliferação. Um tipo de terapia coadjuvante é o transplante de células estaminais, que consiste num procedimento em que as células estaminais subsituem as células que foram destruídas pelo tratamento oncológico. Após esta terapêutica, o transplante autólogo (utilizando as suas próprias células estaminais que foram recolhidas e guardadas antes do tratamento) e alogénico (utilizando células estaminais doadas) são fundamentais para a melhoria e recuperação dos doentes, uma vez que ajudam na recuperação celular da medula óssea.

Andreia Gomes explica que “em detrimento de um desperdício biológico, o cordão umbilical, que é rico em células estaminais hematopoéticas e mesenquimais, pode ser aproveitado para atacar e ajudar a tratar esta patologia em frentes diferentes”. Por um lado, “pode ser utilizado no transplante de células, permitindo o restauro completo da medula óssea”, e por outro, “pode vir a ser uma alternativa de tratamento da LMC uma vez que pode promover a diferenciação correta da linhagem de células alterada”. É neste sentido que a especialista considera fundamental guardar o material biológico fornecido pelo cordão umbilical.

Considerada uma doença rara do sangue, a LMC representa cerca de 15% do total de todas as leucemias e apresenta uma prevalência de cerca de 1-1,5 novos casos por ano por 100 mil habitantes. É mais frequentemente diagnosticada acima dos 65 anos de idade e é raro surgir em crianças. Os principais sintomas estão associados a alterações orgânicas que a LMC produz no organismo, tais como cansaço (devido a anemia), dor abdominal, enfartamento (devido a baço aumentado), febre e perda de apetite e/ou emagrecimento. As análises sanguíneas são uma forma de rastreio da doença que, muitas vezes, é detetada de forma acidental.

A LMC é uma doença caraterizada pela acumulação de glóbulos brancos malignos e imaturos, disseminando-se para o sangue periférico e outros tecidos/órgãos. Esta doença hemato-oncológica é caracterizada por uma desregulação da medula óssea (onde o sangue é produzido) que se traduz numa proliferação desmedida dos progenitores dos glóbulos brancos levando a um menor espaço para os glóbulos brancos saudáveis, os glóbulos vermelhos e as plaquetas saudáveis, prejudicando o combate eficaz de infeções.

24 de setembro de 2021
Aproxima-se a 12.ª Reunião Nacional das Unidades de AVC, agendada para o próximo dia 24 de setembro, e que irá decorrer, tal...

Na perspetiva de Vítor Tedim Cruz, um dos momentos mais relevantes desta Reunião de Outono será “uma sessão muito especial sobre o tratamento do AVC nas regiões autónomas insulares”, que decorrerá pela primeira vez nestes moldes. “Podemos todos aprender um pouco com a organização do tratamento ao AVC num dos contextos mais difíceis de prestação de cuidados no território nacional”, considera o médico neurologista.

Destaque ainda para a sessão dedicada à “Certificação das Unidades de AVC”, durante a qual será possível “conhecer melhor um dos projetos bem-sucedidos, a UAVC do Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia/Espinho, e a perspetiva dos administradores hospitalares sobre o modelo de financiamento dos hospitais e a forma como impacta a nossa atividade e pressão para a mudança”.

Além destas palestras, o programa fica completo com sessões organizadas com o apoio, respetivamente, da Boehringer Ingelheim, da Angels e do Consanas Hospital da Prelada, esta última para dar a conhecer a sua experiência de dois anos relativamente à “Reabilitação do AVC: programas de fase subaguda em internamento”. 

A agenda e o painel de oradores podem ser conhecidos AQUI, e as inscrições podem ser efetivadas gratuitamente através do seguinte LINK. Este momento formativo é destinado a profissionais de saúde das Unidades de AVC ou dedicados à abordagem desta patologia nas suas diferentes fases de intervenção. O evento conta com o apoio: Angels, Boehringer Ingelheim, Consanas - Hospital da Prelada, Philips e Tecnimede.

Nota final para a 19.ª Reunião Anual da SPAVC que já tem também data marcada para o Dia Mundial do AVC, a 29 de outubro, com inscrições gratuitas e igualmente abertas. Conheça melhor os grandes temas desta Reunião de Outono, com o programa preliminar já AQUI divulgado.

 

Movimento Cuidar dos Cuidadores Informais
Foram, ao todo, 50 as propostas apresentadas no âmbito da 1ª edição da Rede de Autarquias que Cuidam dos Cuidadores Informais ...

Almada, Arruda dos Vinhos, Cascais, Cantanhede, Coruche, Esposende, Gondomar, Loures, Lousada, Machico, Marco de Canaveses, Mirandela, Odemira, Oeiras, Oliveira do Bairro, Ovar, Pombal, Santa Maria da Feira, Sesimbra, Tavira, Trofa, Vila Nova de Famalicão, Vila Nova de Gaia, Vila Verde foram as autarquias locais com iniciativas que, de norte a sul do País, sem esquecer as ilhas, dão resposta às necessidades por satisfazer dos cuidadores informais. 

Necessidades que, de acordo com o inquérito feito pelo Movimento, vão desde a falta de apoio emocional/psicológico (64,6%), apoios relacionados com Estado (59,1%), apoios financeiros (51,8%), até à necessidade de receber formação específica em algum aspeto do processo de cuidar (41,2%).

Mais informação sobre os projetos em https://movimentocuidadoresinformais.pt/racci/

 

Encontro virtual
Pelo segundo ano consecutivo, a Associação Portuguesa Contra a Leucemia (APCL) vai realizar nos dias 24 e 25 de setembro as...

da área da saúde, como a Direção-Geral da Saúde (DGS), com a intervenção de Isabel Fernandes, Oncologista e Coadjuvante do Programa Nacional para as Doenças Oncológicas, o Infarmed e a Apifarma, com a intervenção do Diretor Executivo Heitor Costa. O evento vai ter ainda o contributo de vários profissionais de saúde e especialistas das áreas associadas ao tratamento dos doentes hemato-oncológicos (hematologia, psiquiatria e psicologia, enfermeiros, assistentes sociais, nutricionistas, fisioterapeutas) bem como testemunhos de doentes e sobreviventes de cancros do sangue.

A sessão de abertura das jornadas será realizada por Manuel Abecasis, presidente da APCL, enquanto o encerramento do evento ficará a cargo de Carlos Horta e Costa, vice-presidente da associação. “Depois do sucesso das Primeiras Jornadas Nacionais da APCL, decidimos promover uma segunda edição dando uma vez mais espaço à partilha e troca de conhecimentos e experiências sobre as doenças hemato-oncológicas em Portugal”, refere Manuel Abecasis. “O formato digital permite-nos juntar em segurança várias entidades de relevância, especialistas e doentes, assim como os participantes que certamente encontram neste formato uma maior facilidade de participação”, acrescenta Carlos Horta e Costa.

A participação é gratuita e a inscrição deve ser feita online em: https://apcl.eventkey.pt/jornadas_virtuais_apcl.aspx . A segunda edição das Jornadas Virtuais da APCL conta com o apoio da Abbvie, AMGEN, Astellas Farma, AstraZeneca, Celgene / Bristol Myers Squibb, Gilead, GSK, Janssen, Novartis, Pfizer Onocology, Roche, Sanofi Genzyme e Takeda.

O programa pode ser consultado em maior detalhe em anexo ou no website da APCL: www.apcl.pt/pt/

 

Iniciativa da Plataforma Saúde em Diálogo
A Plataforma Saúde em Diálogo vai promover, no próximo dia 21 de setembro, uma sessão de apresentação do projeto Espaço Saúde...

A sessão tem como principal objetivo desenvolver novas oportunidades de colaboração e parceria junto das farmácias regionais para chegar a mais idosos vulneráveis da região do Algarve, de forma a impulsionar a literacia em saúde e a qualidade de vida destes cidadãos.

«Uma das atividades previstas no plano estratégico do Espaço Saúde 360º Algarve passa por dinamizar a literacia na área do medicamento através de uma estreita articulação com as farmácias algarvias, aproveitando assim o seu potencial como espaços de promoção de literacia em saúde próximos da comunidade», afirma Maria do Rosário Zincke, Presidente da Direção da Plataforma Saúde em Diálogo.

A sessão de apresentação acontece no dia 21 de setembro, às 15h00, no Auditório do Centro Hospitalar Universitário do Algarve (CHUA). É aberta a todas as farmácias dos concelhos selecionados que pretendam conhecer o projeto e contribuir para uma maior qualidade de vida da população idosa do Algarve. A inscrição das farmácias de Faro, Loulé, São Brás de Alportel e Tavira pode ser feita aqui ou através dos contactos: 213 400 659 e [email protected].

Atualmente, o Espaço Saúde 360º Algarve conta já com 180 beneficiários, mas pretende atingir os 500 utentes num prazo de dois anos, através da ampliação de parcerias locais com municípios, freguesias, instituições particulares de solidariedade social, associações de doentes e outras entidades públicas e privadas na área social e da saúde.

 

 

 

Projeto desenvolvido em parceria com a Santa Casa da Misericórdia de Rio Maior
A DaVita Portugal vai abrir uma clínica de hemodiálise em Rio Maior, dando aos doentes renais do município a oportunidade de...

“A clínica está pronta e pode começar a funcionar assim que o pedido de convenção, submetido à Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (ARSLVT), nos for concedido. Acreditamos que a DaVita Rio Maior vai trazer muitos benefícios para o concelho, sobretudo para os doentes, que tinham de fazer deslocações longas semanais para realizar o tratamento, e para as suas famílias; assim como para a Tutela, no que a custos de deslocação diz respeito. Além disso, vão ser criados novos postos de trabalho”, afirma Paulo Dinis, Diretor-Geral da DaVita Portugal.

A DaVita Rio Maior vai ter capacidade para dar assistência a um total de 84 doentes por semana e, tal como todas as clínicas do grupo, vai ser equipada com tecnologia inovadora.

“A Santa Casa da Misericórdia de Rio Maior considera que a instalação da Clínica é muito importante para a comunidade riomaiorense, pois os doentes que necessitem de efetuar o seu tratamento não têm de se deslocar para outra localidade”, afirma Maria José Figueiredo, Provedora da Santa Casa da Misericórdia de Rio Maior.

E refere: “A Santa Casa da Misericórdia de Rio Maior iniciou a negociação com a empresa Eurodial, para o arrendamento de espaço, para a instalação de uma Clínica de Hemodiálise, no edifício da sua sede em Rio Maior. Depois de um período inicial, celebrou o respetivo contrato e, em 2019, foram iniciadas as obras que terminaram no ano em curso. Aguarda com expetativa o seu funcionamento, que só está dependente da conclusão do processo de concessão da convenção pela ARSLVT à empresa Eurodial, pertencente ao Grupo DaVita Portugal, considerando que a receita a receber pelo arrendamento é de extrema importância para a sustentabilidade da Instituição. Presentemente, realiza o maior investimento da sua existência, uma Estrutura Residencial para Pessoas Idosas, de avultado valor, pelo que, mais uma receita, torna menos difícil o pagamento dos encargos presentes e futuros com o seu funcionamento.”

A doença renal crónica é provocada pela deterioração lenta e irreversível da função renal. Como consequência, existe retenção no sangue de substâncias que normalmente seriam excretadas pelo rim, resultando na acumulação de produtos metabólicos tóxicos no sangue (azotemia ou uremia). Nas fases mais avançadas as pessoas com esta doença necessitam de realizar regularmente um tratamento de substituição da função renal que poderá ser a hemodiálise, a diálise peritoneal ou o transplante renal.

Rastreio do cancro da pele
Um médico dermatologista explica a importância deste diagnóstico que pode salvar vidas, já que é usa

A Dermatoscopia Digital é uma técnica não invasiva utilizada no diagnóstico de diferentes lesões, principalmente lesões pigmentadas suscetíveis de poderem configurar um diagnóstico de cancro. No cancro de pele, a deteção precoce é essencial, uma vez que a maioria é curável.

Este aparelho ajuda a explorar a pele de uma forma global e a detetar alterações morfológicas rapidamente e de forma mais precisa do que a vista desarmada, sendo por isso utilizado frequentemente como forma de rastreio do cancro de pele. Além da deteção precoce de cancro de pele, a dermatoscopia digital permite a obtenção de imagens nítidas e fiáveis essenciais para o diagnóstico e acompanhamento de distúrbios capilares e outras doenças cutâneas.

O cancro de pele pode desenvolver-se a partir de lesões de risco ou simplesmente surgir na pele previamente saudável. Uma revisão anual por um dermatologista é importante para explorar as lesões existentes e descartar o aparecimento de lesões cancerígenas ou suspeitas.

Se você acha que está em algum dos seguintes grupos de risco, consulte um dermatologista:

  • Tem pele clara?
  • “Queima-se” facilmente ao sol?
  • Tem muitos sinais?
  • Detetou alterações nos seus sinais recentemente?
  • Sofreu queimaduras solares em criança ou adolescente?
  • Tem histórico familiar de cancro de pele?
  • Já teve cancro de pele no passado?
  • Está regularmente exposto à luz solar ou radiação UVA?

Foto: 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Entrevista ADERMAP
No âmbito do Dia Mundial da Dermatite Atópica, a Associação Dermatite Atópica Portugal – ADERMAP, la

Habitualmente, mais grave e de mais difícil tratamento no adulto, estima-se que a dermatite atópica, ou eczema atópico, afete entre 15 a 25% das crianças e 7 a 10% dos adultos. Para quem desconhece, de que forma a DA afeta o dia-a-dia de quem dela padece?

A Dermatite Atópica é uma doença crónica inflamatória da pele muito comum, que pode assumir várias formas (ligeira, moderada e grave) com impactos proporcionais à gravidade dos seus sintomas. Felizmente, as formas ligeiras são as mais frequentes. No entanto, precisamos de maior atenção e valorização das necessidades e impactos nas formas moderadas-a-graves.

O dia-a-dia de qualquer pessoa que tenha DA envolve esforço no controlo das lesões, e alívio dos sintomas físicos e principalmente na diminuição do prurido (comichão). Com os cuidados gerais de higiene e hidratação apropriados, tratamento tópico de acordo com as recomendações médicas, e evicção de agentes irritantes conhecidos, é possível atingir o controlo da DA ligeira. Os maiores desafios, dificuldades e impactos são sentidos pelos que vivem com formas moderadas-a-graves que, quando não estão controladas impedem as pessoas (e seus familiares) de dormir e conseguir descansar, perturbam o dia-a-dia, dificultam o desempenho escolar e profissional, afetam a autoestima pela visibilidade da DA e podem provocar isolamento social e comprometer a saúde e bem-estar mental de todos os que vivem e convivem com esta doença.

Quais as causas desta doença inflamatória e quais as principais manifestações clínicas associadas à patologia?

Não há uma única causa para a DA. Existe habitualmente um problema de barreira - a pele não se consegue renovar adequadamente nem proteger do exterior, como a pele das pessoas sem esta doença. Por outro lado, existe uma hiperactivação do sistema imunitário a nível da pele, com células inflamatórias que infiltram a pele e causam o que se vê como eczema.

De acordo com o conhecimento que temos atualmente, a DA é determinada pela interação de fatores genéticos, imunológicos e ambientais. Os fatores e causas que desencadeiam a DA ainda não estão totalmente compreendidos, em particular os fenómenos de reatividade imunitária e as causas para a heterogeneidade dos casos de DA.

Os sintomas visíveis da DA (placas de pele seca, avermelhada, descamativa, e muitas vezes com feridas e crostas que podem surgir em qualquer parte do corpo) associados a uma comichão permanente que pode ser perturbadora e altamente impactante nos casos moderadas-a-graves. Para percebermos o real impacto da DA não controlada, temos de ter em conta a parte invisível do "Iceberg DA", como a comichão permanente, a dor, a

privação do sono, a baixa autoestima e a depressão, etc. que pode ocorrer e interferir muito na vida das pessoas com DA, e na das suas famílias.

Quais complicações da Dermatite Atópica e que fatores contribuem ou podem contribuir para o seu agravamento?

Além dos sintomas físicos e efeitos psicológicos diretamente associados à DA, no estado moderado a grave, esta doença é por vezes acompanhada por outras patologias (comorbilidades) que afetam a saúde e qualidade de vida geral da pessoa, como a asma e a rinite alérgica. Até 72% das pessoas que vivem com esta forma de DA sofrem de comorbilidades associadas ao processo de inflamação subjacente como a asma, a polipose nasal ou a rinite alérgica, e até mesmo a complicações cardiovasculares.

Para além do impacto físico e socioeconómico, a DA reflete-se na saúde emocional e no bem-estar da pessoa com DA, ao influenciar a sua aparência e ao causar sentimentos de impotência, frustração, baixa autoestima, ansiedade e depressão. A falta de controlo da doença pode determinar diminuição do rendimento escolar ou profissional, com impacto nos próprios e também nos seus cuidadores informais.

Quais os principais desafios do seu diagnóstico?

O diagnóstico da Dermatite Atópica é essencialmente clínico e incide sobre a observação das lesões cutâneas em localizações típicas que variam de acordo com a idade, e sobre a história clínica. Podem ser feitos exames complementares de diagnóstico para despistar outras doenças. A realização de biopsia cutânea pode ser feita em caso de dúvidas ou quando não é possível alcançar o controlo da DA com o tratamento considerado apropriado.

O diagnóstico diferencial com outras doenças de pele como a psoríase ou a dermatite seborreica é muito importante. Infelizmente, para além de potenciais dificuldades no diagnóstico, enfrentamos desafios adicionais devidos aos tempos de espera de cerca de 3 a 4 meses para consultas de especialidades no SNS (agravados pela pandemia), que comprometem o diagnóstico precoce e um controlo eficaz e atempado da DA, aos cidadãos que não podem recorrer ao sistema privado de saúde, e que podem comprometer um controlo atempado da doença.

No que diz respeito ao seu tratamento, e sabendo que ainda não existe cura para a Dermatite Atópica, que opções terapêuticas existem?

Ainda não existe cura, mas, felizmente, hoje já temos tratamentos específicos para todas as formas de DA, fruto da preocupação crescente com esta doença, e da evolução da medicina. O tratamento da DA depende do grau de gravidade e deve ser feito de forma individualizada, personalizado caso a caso.

A DA ligeira é controlada com cuidados diários e regulares de higiene e hidratação com produtos apropriados para melhorar a função de barreira da pele, e evicção de agentes irritantes identificados. O tratamento local das lesões é feito através de tópicos com ação anti-inflamatória (corticosteroides ou inibidores de calcineurina). Quando estes cuidados e os tratamentos tópicos não são suficientes para controlar a doença, estamos perante casos mais graves, e é necessário escalar para tratamentos sistémicos que regulem o sistema imunitário e diminuam a inflamação excessiva na pele. A este nível, fruto da inovação, temos um presente e horizonte de esperança no que que toca a diferentes opções terapêuticas para o tratamento da DA moderada-a-grave, alguns já aprovados e outros em desenvolvimento. Mas precisamos que o acesso a estes tratamentos mais específicos, e com melhor perfil de eficácia e segurança, seja possível a todos os que precisam quando e onde são necessários (nos sistemas público e privado).

Falando ainda em tratamento, o que leva a que nem sempre se encontre ou chegue ou tratamento mais adequado? O preço dos medicamentos pode ser um entrave à adesão terapêutica e, consequentemente, ao controlo da doença? Neste âmbito, quais as principais dificuldades dos doentes?

Atualmente, algumas das principais dificuldades no acesso a um controlo eficaz e atempado da Dermatite Atópica, residem no acesso a consultas para diagnóstico, no desconhecimento da população sobre as opções terapêuticas disponíveis (que são hoje muito mais do que há 3-4 anos atrás) e no acesso propriamente dito aos medicamentos mais apropriados ao tratamento da Dermatite Atópica moderada-a-grave. Infelizmente, ao contrário de outras patologias também de natureza inflamatória, autoimune ou imunomediada como a DA, o acesso aos tratamentos mais específicos, promissores e seguros está ainda apenas limitado ao sistema público de saúde, deixando de parte os que precisam de ser seguidos no sistema privado, nomeadamente devido às limitações no acesso a consultas no SNS. Estamos muito gratos pelo acesso aos medicamentos através do sistema público de saúde, mas por uma questão de equidade e justiça e também de capacidade dos hospitais públicos, precisamos que este acesso seja também possível no sistema privado.

De referir também que há todo um tratamento não farmacológico baseado em produtos de higiene e hidratação apropriados à DA (transversal a qualquer forma) que são bens essenciais, mas tributados a IVA de 23%. O custo destes produtos, a par de outros custos, representa uma despesa incompatível com o orçamento da maior parte das pessoas e famílias em Portugal, representando uma dificuldade que precisa de ser respondida a diferentes níveis.

Qual o peso da doença para as famílias? E de que forma, o Programa CuidAR, recentemente, lançado pela ADERMAP, irá contribuir para ajudar ou apoiar estes doentes?

Os impactos da Dermatite Atópica são múltiplos e afetam as dimensões física, psicológica, emocional, social e económica dos seus portadores, das famílias e também da sociedade, particularmente nas formas mais graves. As pessoas e famílias com DA precisam de ter acesso aos tratamentos e bens essenciais de que precisam. O Programa CuiDAr que conta com o apoio da Associação Nacional de Farmácias (ANF) e de 11 Laboratórios, permitirá a comparticipação especial de 111 produtos de higiene e hidratação apropriados para a DA para os Associados da ADERMAP, e ajudará a promover a adesão à terapêutica tópica e a aliviar o peso financeiro da doença.

Quais as expectativas quanto a esta iniciativa?

A nossa humilde expectativa é que este Programa, que será alargado ao longo de tempo a outras parcerias e produtos, possa ajudar todas as pessoas e famílias com DA em Portugal, e que possa ser também uma ferramenta de apoio ao serviço dos médicos e de outros profissionais de saúde que cuidam formalmente de quem representamos. Por fim, esperamos que o Programa CuiDAr que é inspirado num outro programa já existente para a psoríase, possa servir de incentivo para a valorização do tratamento não farmacológico das doenças da pele e alavanque medidas adicionais por parte do Governo. São necessárias medidas adicionais no sentido de aliviar o impacto financeiro da aquisição de produtos de dermocosmética essenciais ao controlo das doenças crónicas dermatológicas, onde se inclui a Dermatite Atópica.

No âmbito do Dia Mundial da Dermatite Atópica, que mensagem gostaria de deixar?

Volvidos 3 anos após a celebração do primeiro Dia Mundial da DA, e apesar de ainda enfrentarmos vários desafios, temos um presente muito mais risonho e um futuro mais promissor, com mais instrumentos de apoio e tratamentos para todos os que vivem e/ou cuidam de alguém com DA. Ninguém tem de se sentir sozinho na jornada de viver com DA.

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"A Dermatite Atópica é habitualmente a primeira manifestação de doença alérgica"

Foto: 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Faça kms a favor da Fundação Portuguesa de Cardiologia
A Recordati, a partir do dia 15 de setembro e até 15 de outubro, compromete-se a doar por cada quilómetro percorrido, 5...

Através do site correrpelocoracao.pt, o profissional de saúde poderá registar-se e, a partir daí, começar a registar todos os quilómetros percorridos e realizados durante todo o período em que dura a campanha.

Não existe um número de quilómetros definido, qualquer profissional de saúde, independentemente da sua especialidade, poderá inscrever-se, pois não há melhor conselho a dar aos seus pacientes do que o seu próprio exemplo.

Os três profissionais de saúde que tiverem feito mais quilómetros durante o mês e de forma mais regular, ganham um lugar de destaque no pódio da Recordati.

Correr pelo coração e ganhar saúde

O sedentarismo é uma das principais causas das doenças cardiovasculares e a corrida é uma forte aliada da saúde do coração. Os benefícios associados à corrida ou marcha são vários, ajudando a fortalecer o coração, melhorando a circulação sanguínea, atuando como um antidepressivo natural, combatendo o stress e favorecendo o bem-estar do corpo e da mente.

Para o ajudar com o seu programa de corrida, no site correrpelocoracao.pt encontrará dois planos de corrida, um para 10 kms e outro para 21kms, onde o participante poderá fazer download e encontrará as melhores dicas para começar a correr da forma mais prática de forma a conseguir atingir os seus resultados. 

Por cada quilómetro percorrido e registado, a Recordati compromete-se a dar 5 cêntimos à Fundação Portuguesa de Cardiologia para o alerta e combate às doenças cardiovasculares.

Dia 24 de setembro
A Associação Portuguesa de Neuromusculares (APN) está a promover o webinar “Respostas Sociais: Intervenção em Vítimas de...

“Com este evento online pretendemos proporcionar um debate construtivo, que permita a partilha de experiências e o diálogo entre os participantes. É importante que as pessoas conheçam a problemática em torno dos diferentes tipos de violência na deficiência e que existem recursos e procedimentos para as apoiar”, realça Joaquim Brites, presidente da APN.

A sessão online contará com a presença de várias especialistas de diferentes áreas de intervenção, que vão abordar temas como “Respostas de Emergência: Recursos e Procedimentos”, “Desafios no Apoio à Pessoa Vítima de Violência” e “Acolhimento em Casa Abrigo para Vítimas com Deficiência e Incapacidade”.

A iniciativa é realizada no âmbito do Projeto (IN)Segurança na Deficiência, e cofinanciada pelo Programa de Financiamento a Projetos, do INR, IP, de 2021, destinando-se a todas as pessoas com deficiência e incapacidade, aos seus familiares e cuidadores, e também à comunidade em geral.

A participação é gratuita, mas requer uma inscrição prévia: https://forms.gle/JCivipnR1UMFuXyq9

 

Formação com forte componente prática
A Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares (APAH) disponibiliza três novos módulos de formação integrados no seu...

Os novos módulos focam-se em diferentes temas: Teleconsulta: como planear e implementar; Telemonitorização: como planear e implementar e Telereabilitação: como planear, implementar a promover a integração de cuidados.

“A pandemia veio acelerar um processo que já tinha sido iniciado, que impôs a utilização da tecnologia na prática clínica, como forma de aproximar os doentes e os profissionais de saúde. No entanto, para que estas soluções possam ser implementadas e ao alcance de todos, é fundamental que tanto os profissionais de saúde como os utentes estejam preparados para a sua utilização”, esclarece Alexandre Lourenço, presidente da APAH.

Ainda de acordo com o presidente da APAH “a telessaúde vem permitir aos doentes e aos seus cuidadores um papel muito mais ativo na gestão da sua doença e da sua saúde. Para tal é fundamental a aposta na literacia em saúde. Quanto maior for o envolvimento do doente, melhor será a sua adesão e resposta ao que lhe é solicitado. Esta nova realidade, que acreditamos que veio para ficar, empodera o doente na gestão da sua própria saúde”.

“A utilização da telessaúde não vem substituir o contacto pessoal e a consulta presencial sempre que seja realmente necessária. No entanto, em muitas situações, a telessaúde permite um acesso mais equitativo a diferentes especialidades, aproximando os utentes e os profissionais, mas também os diferentes níveis dos cuidados de saúde”, salienta Patrícia Loureiro, Coordenadora da Unidade de Acompanhamento de Projetos de Telessaúde - Direção do Centro Nacional de TeleSaúde - SPMS.

Esta formação procura dotar os profissionais de saúde de ferramentas que lhes permitam utilizar plenamente as mais-valias da telessaúde, dando a conhecer exemplos concretos de como diferentes serviços se adaptaram e articularam a esta realidade, como modelos para outras unidades em que a telessaúde ainda não esteja implementada. Simultaneamente, procura sensibilizar os utentes para a possibilidade de beneficiarem destes serviços, sendo a formação aberta a todos os que tenham interesse nesta temática.

Trata-se de uma formação gratuita, promovida pela Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares e pelos Serviços Partilhados do Ministério da Saúde, que conta com o apoio da Novartis. Os conteúdos estão disponíveis no site da APAH, no âmbito da sua Academia Digital. Os dois primeiros módulos de formação do Programa de Aceleração Tecnológica na Saúde contaram até agora com mais de 100 participantes cada um. 

 

A nível mundial
Segundo o site de estatísticas Our World in Data, Portugal é o país do mundo com maior taxa de cobertura da população com a...

Seguem-se Malta, com 80,95% da população totalmente imunizada face à Covid-19 e os Emirados Árabes Unidos, com 78,80%.

No entanto, se forem incluídos os dados da população com o processo de imunização ainda incompleto, Portugal cai para o segundo posto a nível mundial, com 5,40% da população ainda por completar a vacinação, elevando o total de cobertura vacinal (primeiras e segundas doses) para 86,94%.

Nesta comparação, em primeiro lugar ficam os Emirados Árabes Unidos, com uma cobertura vacinal de 89,89% e Malta no terceiro país a nível mundial, com um total de população com primeira e segundas doses de 81,11%.

Recorde-se que de acordo com os dados do último relatório da Direção-Geral da Saúde, 80% da população portuguesa, o equivalente a mais de 8,2 milhões de pessoas, já concluiu o processo de vacinação contra o vírus SARS-CoV-2 e 85%, mais de 8,8 milhões, já tem a primeira dose da vacina.

 

Situação Epidemiológica
Desde ontem foram registados mais de 1.200 casos de infeção pelo novo coronavírus e 10 mortes em território nacional. O número...

A região de Norte foi a que registou maior número de mortes, desde o último balanço: quatro mortes de um total 10. Seguem-se as Centro e Lisboa e Vale do Tejo com duas mortes cada, e o Alentejo e Algarve, ambos com um óbito cada a assinalar. 

De acordo com o boletim divulgado hoje pela DGS, foram ainda diagnosticados 1.247 novos casos. A região de Lisboa e Vale do Tejo voltou a ser aquela que registou a maioria dos casos, nas últimas 24 horas: 457, seguida da região Norte com 380 novas infeções. Desde ontem foram diagnosticados mais 215 casos na região Centro, 51 no Alentejo e 115 no Algarve. Quanto às regiões autónomas, o arquipélago da Madeira conta agora com mais 16 infeções, e os Açores com 13.

Quanto ao número de internamentos, há atualmente 527 doentes internados, menos 24 que ontem.  No entanto, as unidades de cuidados intensivos têm agora mais três doentes internados, relativamente ao último balanço: 119.

O boletim desta quarta-feira mostra ainda que, desde ontem, 1.686 pessoas recuperaram da Covid-19, elevando para 1.004.925 o total daqueles que conseguiram vencer a doença desde o início da pandemia.

No que diz respeito aos casos ativos, o boletim epidemiológico divulgado hoje pela DGS, revela que existem 35.540 casos, menos 449 que ontem.  As autoridades de saúde mantêm sob vigilância menos 1.951 contactos, estando agora 33.352 pessoas em vigilância.

Dia Mundial da Visão assinala-se a 14 de outubro
A Agência Internacional para a Prevenção da Cegueira (IAPB) assinala o Dia Mundial da Visão que se celebra a 14 de outubro, com...

A campanha adverte para a relevância dos cuidados para a saúde da visão como forma de prevenir e diagnosticar problemas oculares e visuais que podem ser facilmente evitados.

“O acompanhamento clínico atempado feito por um Optometrista é determinante no sentido de identificar precocemente possíveis problemas de saúde da visão antes que evoluam para estados irreversíveis. Mais de 2 mil milhões de pessoas em todo o mundo sofrem de deficiência visual ou cegueira e pelo menos 1,1 mil milhões de pessoas vivem com deficiência visual e cegueira que poderia ter sido evitada se lhes fosse assegurado acesso aos cuidados necessários para condições como miopia, glaucoma e catarata” afirma Raúl de Sousa, Presidente da Associação de Profissionais Licenciados de Optometria (APLO).

Direcionada a cidadãos, mas também a profissionais do setor da saúde da visão, a campanha para assinalar o Dia Mundial da Visão de 2021 apresenta um caráter mobilizador. Traz consigo um compromisso: mobilizar, pelo menos, mais de um milhão de pessoas a aceitarem realizar uma consulta à saúde da sua visão e aconselhar outros a fazê-lo, por forma a conhecer o estado da sua saúde da visão. «Faça uma promessa!», impulsiona a iniciativa de cariz mundial.

Segundo Vera Carneiro, Eye Health Hero 2020 da Agência Internacional para a Prevenção da Cegueira, a partir das suas contribuições para uma recente investigação, “muitas causas de deficiência visual e cegueira podem ser evitadas ou tratadas. O crescimento exponencial da população e o aumento da esperança média de vida a nível mundial têm levado a um número crescente de pessoas com deficiência visual moderada ou grave”.

Esta tendência levou a OMS e a IAPB a criar uma iniciativa, em 1999, chamada VISION 2020: the Right to Sight, com o objetivo de combater a cegueira evitável. Vários estudos já vieram demonstrar que as cataratas e os erros refrativos não compensados foram responsáveis pela maioria das deficiências moderadas ou graves da visão, algo preocupante, uma vez que o número de casos continua a aumentar com o tempo, o que pode e deve ser evitado.

Ainda segundo Vera Carneiro, “em Portugal cerca de 20% das crianças e 50% da população adulta sofriam de erros refrativos, tais como a miopia, hipermetropia e astigmatismo, problemas de visão que são facilmente compensados”.

A campanha ‘#Love Your Eyes’ [Ame os seus Olhos] apresenta-se, assim, como o mais recente alerta global de consciencialização da população para que os cuidados primários de saúde da visão sejam valorizados e reconhecidos como uma prioridade, por todos.

«Os nossos olhos podem dizer muito sobre a nossa saúde em geral», frisa a Agência Internacional para a Prevenção da Cegueira (IAPB).

Dia Internacional do Microrganismo assinala-se a 17 de setembro
Os micróbios estão um pouco por toda a parte. Metade das células do nosso corpo são na realidade células provenientes de...

“Invisíveis, mas poderosos: Falemos sobre eles para comemorar o Dia Internacional do Microrganismo!” – É este o nome do Webinar organizado pela Escola Superior de Biotecnologia da Católica no Porto que irá decorrer no próximo dia 17 de setembro. O Dia Internacional do Microrganismo foi criado originalmente pela Sociedade Portuguesa de Microbiologia, em 2017 e rapidamente a data começou a ser assinalada também por outros países. Apesar de os micróbios serem invisíveis e de não os vermos, eles existem e por essa razão este dia é importante não só para a comunidade científica, como também para a sociedade em geral.  

“Com mais de 700 graduados ao longo destes 25 anos, distribuídos pelos mais diversos ambientes profissionais desde universidades, laboratórios, empresas e até pela área comercial, os diplomados em microbiologia pela Católica levam o nosso nome além-fronteiras”, refere Freni Tavaria, coordenadora da licenciatura em Microbiologia da Universidade Católica Portuguesa. “Única em Portugal, a licenciatura em Microbiologia forma profissionais preparados para lidar com aspetos diversos e transversais da Microbiologia, aceitando os desafios do mundo atual e dando o seu contributo na resolução dos mesmos“, conclui. 

O evento online irá contar com uma palestra do reconhecido microbiólogo britânico Kenneth Timmis, investigador do Instituto de Microbiologia da Technical University of Braunschweig (Alemanha). O webinar contempla também testemunhos das duas vencedoras da anterior edição do concurso de comunicação promovido pela Sociedade Portuguesa de Microbiologia e uma mesa-redonda, mediada por Nuno Teixeira Marcos do Instituto de Patologia e Imunologia Molecular da Universidade do Porto (IPATIMUP), com a presença de Maria João Amorim (Gulbenkian Institute for Science), do Prof. Tim Hogg (ESB-UCP) e da jornalista da RTP, Mafalda Gameiro.  

A microbiologia está presente nas mais variadas formas, como por exemplo, na nossa alimentação, onde existe a conversão de microbiológica de vários alimentos, como é o caso do leite, que se transforma em iogurte e queijo precisamente pela ação de microrganismos e da farinha que é convertida em pão; no processamento de alimentos como o chocolate, café, azeitonas, onde os alimentos passam pelo processo de fermentação que envolve microrganismos e também estão presentes na deterioração de alimentos. O corpo humano está coberto por microrganismos que co-existem de forma sinérgica com as nossas células mantendo a homeostase. No fundo, podemos dizer que os micróbios estão presentes em quase tudo e a sua atividade afeta-nos das mais variadas formas sem darmos por isso. Será para falar precisamente sobre a importância deles e o papel que têm na nossa sociedade que o Webinar se realizará dia 17 de setembro. 

Tumores
O linfoma é uma doença maligna que afeta os linfócitos, que são um subtipo de glóbulos brancos, um c

Os linfócitos têm como função a montagem e regulação da resposta imune: uns são essenciais para a produção de anticorpos (linfócitos B), enquanto que outros destroem as células que são infetadas por vírus ou células cancerígenas (linfócitos T). Assim, pode-se diferenciar os subtipos de linfoma tendo em consideração se a célula de origem é o linfócito T ou B. Habitualmente os linfomas B respondem melhor aos tratamentos que os linfomas T.

Os linfócitos localizam-se nos gânglios linfáticos, no sangue e no baço, mas podem ainda ser encontrados em menor número noutros órgãos. Assim os linfomas afetam os compartimentos onde há habitualmente linfócitos. Dependendo da localização, os doentes podem notar o aparecimento de gânglios aumentados ou podem vir a desenvolver anemia, plaquetas baixas ou apresentar um número elevado de linfócitos no sangue. Os sintomas dependem do subtipo específico de linfoma e da sua localização. Existem depois sintomas inespecíficos que podem surgir de forma transversal em todos os subtipos: cansaço, falta de apetite, perda de peso, suores noturnos e febre esporádica.

Classicamente os linfomas são inicialmente divididos em Linfoma de Hodgkin e Linfomas Não Hodgkin.

O linfoma de Hodgkin é caracterizado pela presença de linfócitos malignos (chamados de células de Reed-Sternberg) e está subjacente uma desregulação da resposta imunitária das células normais. Tem melhor prognóstico, sendo muito sensível à quimioterapia e à radioterapia. Este tipo de linfoma é mais comum no adulto jovem.

O Linfoma Não Hodgkin (LNH) é constituído por um grupo muito grande e heterogéneo de doenças. Os vários subtipos de Linfoma Não Hodgkin estão relacionados com o tipo de linfócito envolvido. De forma geral, podemos dividir os LNH em linfomas indolentes (considerados de evolução mais lenta e crónicos) e os linfomas agressivos (de evolução mais aguda, mas curáveis).

Os linfomas indolentes são doenças que se desenvolvem de forma mais lenta e, por esse motivo, quando tratados não se consegue erradicar a doença na totalidade, podendo esta voltar a manifestar-se meses a anos depois. Assim, tenta-se só tratar quando realmente necessário, fazendo “recuar” a doença, evitando efeitos adversos e toxicidade desnecessária. Estes linfomas são caracterizados por uma evolução por paroxismos, alternando entre períodos em que são sintomáticos e que têm que ser tratados e períodos em que estão senescentes (adormecidos).

Os linfomas agressivos surgem de uma forma mais explosiva, necessitando rapidamente de iniciar tratamento com o objetivo de erradicar totalmente da doença e atingir cura. Assim, a recaída de um linfoma agressivo tem um prognóstico muito mais desfavorável que a recaída de um linfoma indolente (que é expectável).

Os linfomas são geralmente tratados combinando quimioterapia com imunoterapia, sem necessidade de internamento. Atualmente, com o aumento do conhecimento dos mecanismos de desenvolvimento dos linfomas há uma grande evolução na investigação de novos fármacos, o que abre uma janela a tratamentos inovadores, mais específicos e trazem uma esperança aos doentes que tenham linfomas resistentes à quimioterapia.

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Trabalho de investigação
A proteção promovida pela vacina contra a Covid-19 da Moderna dura pelo menos seis meses , não havendo necessidade para a...

Segundo os autores deste trabalho de investigação, a memória do sistema imunitário permanece forte durante pelo menos seis meses, mesmo com uma dose baixa da vacina, e é semelhante à resposta das pessoas que recuperam da doença.

Esse período de tempo é "fundamental porque é quando se forma a verdadeira memória imunológica", disse Daniela Weiskopf, uma das autoras da investigação, citada pelo centro universitário.

Segundo o estudo, a preparação da Moderna (mRNA-1273) exaltou uma forte resposta celular CD4+ e CD8+ T, bem como anticorpos durante "pelo menos seis meses", após esquema vacinal completo, embora se considere provável que a resposta imune possa durar mais tempo.

Essa memória imunitária "forte" persistiu em todas as faixas etárias, mesmo aquelas com mais de 70 anos, um grupo especialmente vulnerável a Covid-19 grave, salientam os autores.

 

 

Financiamento
A presidente da Comissão Europeia (CE), Ursula von der Leyen, afirmou esta quarta-feira, que o executivo comunitário irá...

"A prioridade final é reforçar a nossa preparação para uma pandemia", disse Von der Leyen no seu discurso de abertura no debate sobre o Estado da União, no Parlamento Europeu.

A nova agência, cuja criação foi anunciada no passado mês de fevereiro passado e que será oficialmente apresentada amanhã, quinta-feira, vai chamar-se Autoridade de Preparação e Resposta de Emergência de Saúde (HERA) e entrará em funcionamento em 2022 e "deverá ser apoiada por um investimento da 'Team Europe' de 50.000 milhões de euros até 2027", adiantou a Presidente da Comissão Europeia.

Fontes europeias afirmam que a Comissão contribuirá com 6.000 milhões de euros do orçamento comunitário, enquanto o resto do financiamento provém dos Estados-Membros e outras contribuições ainda por detalhar.

 

APCL, SPH e Gilead entregam bolsa de investigação
O projeto de investigação de Rosemeyre Cordeiro e da sua equipa do Centro de Neurociências e Biologia Celular da Universidade...

Engenharia de células CAR T por um método acessível e não viral de entrega de material genético é o nome do projeto que vai receber a bolsa de investigação, que se destina à sua implementação no prazo de um ano. “O trabalho proposto consiste no desenvolvimento de um método de produção bastante mais acessível que os atualmente existentes, de um dos tratamentos mais inovadores e promissores contra cancros hematológicos, que é a terapia celular com células T”, refere Rosemeyre Cordeiro, investigadora principal que vai liderar a equipa de investigação composta por Henrique Faneca e Ana Bela Sarmento.

Além da considerável redução dos custos para os sistemas nacionais de saúde, Rosemeyre Cordeiro aponta como outros aspetos promissores do projeto a possibilidade da descentralização da sua produção e da redução do tempo de espera do início do tratamento. A investigadora explica que “Portugal não tem um centro de produção para este tipo de tratamento” e que “o facto de a produção estar centrada em poucas unidades de produção poderá também limitar a capacidade de produção caso exista uma maior afluência a este tipo de tratamentos, levando a um ainda maior atraso no início dos tratamentos”. Com efeito, “ao desenvolvermos um método de produção não-viral, que não requer instalações tão avançadas, poderá permitir a possibilidade da produção local deste tipo de tratamento, reduzindo o tempo de espera do início do tratamento e limitando também possíveis constrangimentos de produção”. Por outro lado, “esta nova metodologia vai permitir também a implementação de uma estratégia antitumoral com uma maior eficácia terapêutica e menos efeitos secundários”.

Apesar de surpreendidos por se tratar de um trabalho muito recente, mas sem esconder o entusiasmo, Rosemeyre Cordeiro e a sua equipa referem que “esta bolsa será fundamental para iniciarmos esta ideia de projeto e servirá como financiamento ‘semente’, pois acreditamos no potencial deste projeto e que este tomará outras dimensões”. Conforme explicam, “apesar de este projeto ser direcionado para as neoplasias de células B maduras, a tecnologia desenvolvida poderá ser utilizada em outros tipos de neoplasias”.

Rosemeyre Amaral Cordeiro tem uma vasta experiência no desenho e desenvolvimento de sistemas de base polimérica para entrega de genes. Em 2015 concluiu o seu doutoramento em Engenharia Química na Universidade de Coimbra em colaboração com o Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), e desde então tem feito avanços significativos nesta área

Na cerimónia de entrega da bolsa que decorrerá esta tarde nas instalações da APCL, em Lisboa, estará presente Manuel Abecasis, presidente da APCL, João Raposo, presidente da SPH, e Claúdia Delgado, diretora médica da Gilead.

 

Inauguração está prevista para o último trimestre de 2023
Com o objetivo de reforçar a oferta de cuidados de saúde hospitalares diferenciados, vai nascer o Hospital Privado do Alentejo,...

A resposta aos novos desafios da saúde, com uma forte aposta na digitalização, está entre as prioridades da estratégia de crescimento. O Hospital Privado do Alentejo pretende tornar-se uma unidade de saúde privada de excelência e tem a ambição de ser um prestador privado de referência em áreas como a cardiologia e a oncologia.

A Siemens Healthineers está presente neste projeto como parceiro estratégico da Empírica, SGPS, SA em duas vertentes essenciais, seja através da disponibilização de soluções e tecnologia médica avançadas, seja também, e principalmente, no apoio à digitalização e otimização da experiência do paciente.

“Uma vez que os nossos hospitais serão os primeiros concebidos numa era pós-COVID a serem implementados em Portugal, incorporam os aspetos essenciais de uma nova realidade assistencial e da procura de cuidados de saúde, incluindo a deslocação sempre que possível da prestação de cuidados para perto do doente. Por exemplo, doentes com patologias cardíacas serão acompanhados 24h por dia, no conforto do seu lar, junto das suas famílias ou dos seus cuidadores. Queremos igualmente assegurar a criação de um ambiente altamente tecnológico e digital, capaz de garantir a integração de toda a informação clínica através da interoperabilidade entre todos os sistemas de informação departamentais, de forma a poder prestar uma medicina personalizada com um grande foco nos resultados clínicos e no valor criado em saúde. Os residentes em Beja e no Baixo Alentejo têm as mesmas necessidades dos de Lisboa ou do Porto e nós estaremos cá para os servir”, afirma o CEO da Empírica SGPS, SA, Francisco Miranda Duarte.

A parceria a 15 anos com a Siemens Healthineers vai para além do fornecimento de soluções tecnológicas de ponta, já que vai contribuir para a melhoria da experiência dos doentes e do staff, neste último caso através por exemplo da disponibilização à equipa de formação avançada e da partilha de melhores práticas com instituições de referência internacionais, nomeadamente através de fellowships que anualmente os profissionais do hospital poderão ter nessas instituições.

De acordo com o CEO da Siemens Healthineers Portugal, Ivan França, “o paradigma da prestação de cuidados de saúde está em transformação. Os cuidados e os pacientes não estão circunscritos às fronteiras físicas do hospital – cada vez mais o acompanhamento dos pacientes deve ser feito onde quer que eles estejam. E isto é possível através de plataformas digitais, tecnologias diferenciadoras e processos clínicos e operacionais otimizados, que têm o paciente como elemento central. Pensar a prestação de cuidados desta forma implica pensá-la a longo prazo e é isso que está na génese desta nova unidade de saúde que vem reforçar a oferta de cuidados na região.”

A inauguração do Hospital Privado do Alentejo está prevista para o último trimestre de 2023 e corresponde a um investimento de cerca de 26 milhões de euros. Entre as valências, vai contar com um centro de diagnóstico avançado e com tecnologia de última geração para as áreas de intervenção minimamente invasivas, podendo dar resposta a doentes agudos e crónicos.

O projeto contempla ainda uma Estrutura Residencial para Pessoas Idosas (ERPI) com 80 camas.

A apresentação pública da parceria será realizada hoje, em Beja, contando com a presença de Adalberto Campos Fernandes e do Presidente da CCDR Alentejo, António Ceia da Silva.

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