Um outro desafio da Saúde
As técnicas da Medicina Tradicional Chinesa associadas ao exercício da Enfermagem enriquecem a quali

A Enfermagem deteve no século XX autonomia e regulamentação próprias. Caracteriza-se como uma profissão que na área da saúde tem como objetivo prestar cuidados de enfermagem ao ser humano, são ou doente, ao longo do ciclo vital, e aos grupos sociais em que está integrado, de forma que mantenham, melhorem e recuperem a saúde, ajudando-os a atingir a sua máxima capacidade funcional tão rapidamente quanto possível [1].

Já por seu lado, e de acordo com a visão ocidental, a Medicina Tradicional Chinesa (MTC) é considerada como um sistema de sensações e descobertas destinadas a estabelecer um estado vegetativo funcional do corpo. Este estado pode ser tratado pelas diversas técnicas nomeadamente, Acupunctura, Terapia Manual Chinesa (Tuina), Fitoterapia, Qigong ou Dietética [2].

A compreensão contemporânea da MTC, segundo o Modelo de Heidelberg (MH), considera-a um modelo tradicional de sistemas de biologia. Este modelo centra-se no facto de que os principais termos técnicos como Yin e Yang, fases ou elementos podem ser entendidos como termos de regulação vegetativa sendo o diagnóstico em MTC entendido como uma descrição detalhada do estado vegetativo funcional de um paciente [3].

Um princípio básico é que se tratam pessoas e não doenças, o diagnóstico é o seu princípio fundamental e antes da aplicação de qualquer técnica deve ser feita uma avaliação correta do individuo, pois o que é eficaz num caso pode falhar noutro [4].

Segundo o MH, o diagnóstico funcional é estabelecido atendendo a 4 componentes: a constituição (natureza interna do paciente), fatores patogénicos (quais os fatores que afetam o paciente), orbs afetados (sinais e sintomas manifestos) e respetivos critérios guia, também entendidos como indicadores do atual estado funcional (sinais neurovegetativos, humoro-vegetativos, neuro-imunológicos e presença de uma deficiência estrutural ou regulatória).

Cuidados centrados na visão holística da pessoa

A prestação de cuidados de Enfermagem pode ser complementada, alargada e enriquecida pelos conhecimentos da MTC. Estamos perante duas ciências que centram a sua esfera de cuidados na visão holística da pessoa, como ser único em interação constante com tudo o que o rodeia, requerendo um cuidado personalizado de acordo com o seu quadro clinico.

A recomendação de implementação de técnicas da MTC parte da própria Organização Mundial de Saúde e é crescente o número de estudos científicos que evidenciam a sua eficácia e natureza vegetativa, com base em parâmetros fisicamente mensuráveis e nos quais são incluídos diagnósticos ocidentais e de MTC [5, 6, 7].

As técnicas de MTC podem ser utilizadas pelos enfermeiros no âmbito das suas intervenções interdependentes e autónomas, algumas inclusive são contempladas na Classificação Internacional para a Prática de Enfermagem. Os conhecimentos e técnicas de MTC podem facilmente ser englobados nas intervenções de Enfermagem beneficiando, por exemplo, a promoção de trocas gasosas, a perfusão dos tecidos e alívio da dor, contribuindo para o bem- estar físico e psicológico.

A área de atuação da MTC é vasta, como por exemplo no controlo de sinais e sintomas no pré e pós-operatório como a ansiedade, dor, incluindo dor fantasma, náuseas e vómitos, indução anestésica em pequenas cirurgias, diminuição dos efeitos secundários e/ ou interações medicamentosas, quer reduzindo a utilização de alguns medicamentos, quer atuando no órgão ou sistema afetado de forma a protege-lo [4].

A prática da MTC foi recentemente regulamentada em Portugal pela Lei 71/2013 (Lei das Terapêuticas Não Convencionais), aprovada a 24 de Julho de 2013, que remete para a Lei 45/2003 (Lei de Enquadramento das Terapêuticas Não Convencionais).

Formação em Enfermagem com terapias não convencionais

A formação em enfermagem cada vez mais deve ser reformulada para responder às novas exigências dos sistemas de saúde, integrando as terapias não convencionais e a base científica das práticas mais adequadas á filosofia de cuidados de saúde para o século XXI. Precisamos de alargar horizontes e diversificar os percursos, assumir com coragem os desafios da mudança, refletindo sobre a validade científica das terapias complementares e sua integração na comunidade escolar, favorecendo assim um novo olhar sobre a formação e prática em enfermagem.

 

Susana M. F. Seca

Cédula Profissional, membro nº 2- E- 53713, Mestrado em Medicina Tradicional Chinesa, Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, EPE, Coimbra - Portugal, Heidelberg School of Chinese Medicine, Heidelberg - Alemanha

 

 

Referências Bibliográficas:

1 http://www.ordemenfermeiros.pt/sites/sul/membros/Documentos/Legisla%C3%A7%C3%A3o/REPE.pdf [consultado em 9/03/2013]

2 Greten HJ. Understanding TCM. Scientific Chinese Medicine – The Heidelberg Model. Heidelberg: Heidelberg School Editions, 5ª ed. 2011. ISBN 978-3-939087-07-6

3 Greten HJ. Understanding TCM. Heidelberg: Heidelberg School Editions. 2007

4 Santos TS. Opinião dos alunos do 4º ano acerca da integração da Medicina Tradicional Chinesa no plano curricular do curso de Licenciatura em Enfermagem. Porto: Universidade Fernando Pessoa, faculdade de Ciências da Saúde, 2011: 34- 36

5 Seca, S. Efeitos Agudos da Acupunctura na Dor Lombar Crónica, Estudo Prospectivo, Randomizado, Controlado e Cego. Porto: Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar, 2011

6 Doenitz C.; Anjos, A.; Efferth T.; Greten T.; Greten H. Can Heat and cold be parameterizes? Clinical data of a preliminar study. Jornal of Chinese Integrative Medicine, Vol. 10, Nº5, May 2012: 532 - 537

7 Matos, L.; Gonçalves M.; Silva A.; Mendes J.; Machado J.; Greten H. Assessment of Qigong- related effects by infrared thermography: a case study. Jornal of Chinese Integrative Medicine, Vol. 10, Nº6, June 2012: 663 - 666

8 Cruz, MS. Medicina Chinesa – Contributos para a prática de Enfermagem. Porto: Universidade Fernando Pessoa, Faculdade de Ciências da Saúde, 2008: 34 – 35

Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico e/ou Farmacêutico.
Circular Informativa N.º 21/CD/8.1.6. Data: 30/01/2014
A Comissão Nacional de Farmácia e Terapêutica (CNFT) definiu que a criação de modelos de decisão técnica é essencial para...

Nesse âmbito, a CNFT definiu e incluiu no Formulário Nacional de Medicamentos, o procedimento de utilização de medicamentos para o tratamento da Hepatite C crónica, com critérios de inclusão e exclusão rigorosos, medidas de monitorização do cumprimento dos protocolos e avaliação dos resultados clínicos da utilização dos medicamentos.

Este procedimento, a ser adoptado por todos os hospitais do SNS, determina que os tratamentos triplos da hepatite C crónica genótipo 1 apenas poderão ser iniciados após validação pela CNFT. Ou seja, os médicos assistentes devem propor o tratamento às Comissões de Farmácia e Terapêutica (CFT) locais, e estas devem submetê-lo à aprovação da CNFT.

As substâncias activas abrangidas por este protocolo terapêutico são as seguintes:
- Boceprevir;

- Peginterferão alfa-2a;

- Peginterferão alfa-2b;

- Ribavirina;

- Telaprevir.

 

Para facilitar o processo de submissão e validação, o Infarmed está a desenvolver uma aplicação informática - o Portal da Hepatite C – que irá permitir a submissão on-line das propostas de início de tratamento triplo de hepatite C crónica, monitorização e avaliação pós-tratamento. Contudo, esta aplicação apenas ficará disponível em Março de 2014.

Face ao exposto, e para que este procedimento se inicie rapidamente a notificação das CFT será, numa primeira fase, feita através de e-mail.

A utilização da terapêutica tripla em doentes com hepatite C crónica genótipo 1 em hospitais do Serviço Nacional de Saúde pressupõe o seguinte:

A prescrição apenas pode ser efectuada em hospitais que disponham de serviço ou consulta especializada no tratamento de doentes com esta patologia;

O médico assistente do doente tem de apresentar, à CFT do hospital, uma proposta de tratamento;

- A CFT, após avaliação e aprovação, submete a proposta de tratamento à CNFT, a quem compete validar a proposta, de acordo com os critérios técnico-científicos, e emitir um parecer;

- A submissão à CNFT deve ser efectuada através do preenchimento do modelo de notificação e validação, em anexo, conforme instruções inclusas, e enviado para o e-mail hepatiteC.cnft@infarmed.pt.

- O parecer da CNFT será enviado à CFT do hospital através deste e-mail.

- O tratamento apenas poderá ser iniciado após parecer favorável da CNFT;

- A dispensa do medicamento tem de ser realizada pelos serviços farmacêuticos do hospital onde é efectuada a prescrição.

Este processo de notificação electrónica entra em vigor a 1 de Fevereiro de 2014.
Este procedimento manter-se-á até que o Portal da Hepatite C esteja disponível. O e-mail hepatiteC.cnft@infarmed.pt poderá ser sempre utilizado para comunicação entre as CFT e a CNFT.

Os esclarecimentos adicionais sobre esta matéria devem ser solicitados à CNFT através do e-mail hepatiteC.cnft@infarmed.pt .

Instituto Português do Sangue e da Transplantação
Eram 1910 o número de pessoas que aguardavam por um transplante de rim. Dados que parecem apontar para “o fim do descalabro a...

No final do ano passado, havia, em Portugal, 1910 pessoas à espera de um transplante de rim, um número que diminuiu em 67 face a 2012. Para a coordenadora nacional na área da transplantação do Instituto Português do Sangue e da Transplantação, Ana França, o facto de em 2013 os transplantes terem aumentado em 15% face ao ano anterior parece apontar para “o fim do descalabro a que se vinha a assistir”. Mas ainda se está longe do número de dadores atingido por Portugal nesta área em 2009, noticia o Público na sua edição Online.

Em 2009, Portugal teve 329 dadores de órgãos (uma taxa de 31 dadores por milhão de habitantes). Desde então, este número não parou de descer, com a queda mais acentuada a acontecer em 2012, em que apenas houve 252 dadores (o que dá uma taxa de 23,9 dadores por milhão de habitantes), o que se traduziu na colheita de 749 órgãos para transplantes (entre rins, fígado, coração, pâncreas e córneas).

Para Ana França, os números de 2013 — em que houve mais 17% de dadores — são a prova de que se está a conseguir interromper a quebra. A descida foi atribuída, em parte, ao corte dos chamados incentivos, verbas que são atribuídas pelo Ministério da Saúde aos hospitais como pagamento dos transplantes efectuados. Mas, para a responsável, o grande problema está ainda do lado da colheita. Para que os cirurgiões possam transplantar órgãos há um complexo processo que começa numa urgência de um hospital ou numa unidade de cuidados intensivos, onde vão parar os doentes em estado crítico que poderão ser potenciais dadores de órgãos. Quem tem que detectar e sinalizar estes casos são as equipas destes serviços, com destaque para médicos de medicina intensiva. O hospital que detecta estes casos terá que, depois do diagnóstico de morte cerebral, de manter o doente ventilado durante pelo menos 24 horas para que a colheita se possa fazer.

O problema é que as verbas actualmente pagas aos hospitais que colhem não são suficientes para cobrir os custos, assinala Ana França. Estima que cubram quando muito 60% dos custos efectivos, que envolvem o pessoal de saúde, exames e análises, ventilação. “Cada vez que têm um dador, os conselhos de administração dos hospitais perdem dinheiro”, admite Ana França, por isso muitos desinteressaram-se de actividade e deixaram de a fazer, assinala.

O Ministério da Saúde tem nas suas mãos uma proposta que pretende tornar mais realista a atribuição de verbas na colheita, diz. “A missão primeira é apoiar a doação”. A ideia é também que estas verbas sejam atribuídas de forma igual quer a colheita ocorra numa unidade privada ou pública. Os privados, por imposição de uma directiva europeia, entram agora na equação. Todas as unidades com ventilação são obrigadas a identificar dadores de órgãos. Até agora, só o Hospital da Luz, em Lisboa, fez uma colheita, informa.

A queda abrupta do número de dadores para transplante verificada em 2012, o pior número dos últimos cinco anos, deveu-se, segundo a responsável também a mudanças institucionais na área: foi extinta a Autoridade para os Serviços do Sangue e da Transplantação, a competência desta área passou então temporariamente para a Direcção-Geral de Saúde e só depois para o agora Instituto Português do Sangue e da Transplantação. “É uma actividade que precisa de ser acompanhada e incentivada, foi isso que faltou em 2012. É um dos factores que levam à desmotivação profissional numa actividade que implica uma procura incessante”.

Ana França lembra que, mesmo quando são sinalizados potenciais dadores, muitas vezes a posteriori, descobre-se que os órgãos não são aproveitáveis para transplantes porque os doentes sofrem de doenças infecciosas, como hepatite ou HIV, ou têm cancro. Por resolver continua a uniformização das regras de atribuição de verbas para transplantes nos hospitais públicos, em que continua a haver “desigualdades entre hospitais e mesmo dentro dos hospitais”, dizia um relatório do actual secretário de Estado da Saúde em Junho do ano passado. Esta questão continua em estudo, diz a responsável.

Objectivo da OMS
Responsáveis da Organização Mundial de Saúde afirmaram ser objectivo para 2015 a meta para erradicação do sarampo na Europa.

“A meta para a erradicação do sarampo na Europa é o ano 2015 enquanto para África o objectivo a atingir é o ano 2020”, referiu Peter Strebel, da Organização Mundial de Saúde (OMS). O médico afirmou que alguns países da Europa, África e Ásia registam, por vezes, surtos de sarampo. Angola é um dos países africanos com surtos de sarampo, uma doença altamente infecciosa e letal.

Teresa Fernandes, da Direcção-geral da Saúde, afirmou que a cobertura vacinal em Portugal contra ao sarampo é “muito boa”. Segundo a especialista, registou-se no nosso país “um caso importado em 2013”.

Charles Penn, outro responsável pela OMS presente nas IX Jornadas de Actualização em Doenças Infecciosas do Hospital Curry Cabral, pronunciou-se sobre o vírus influenza A (H7N9), actualmente circunscrito à China, e o MERS – coronavírus, que emergiu no Médio Oriente, mas tendo-se registado alguns casos na Europa, designadamente dois casos em Espanha.

O médico António Vieira, do Centro Hospitalar Universitário de Coimbra, afirmou que a febre tifóide está contida mas não está erradicada.

Sem coçar zona irritada
Um grupo de investigadores descobriu a forma ideal de aliviar uma comichão no corpo sem provocar ainda mais irritação na pele....

Os cientistas da Universidade de Lübeck, na Alemanha, inspiraram-se num truque já bem conhecido que consiste em reflectir a réplica de um membro do corpo num espelho, em que as pessoas vêem o reflexo de uma mão de borracha e pensam que se trata do seu membro.

Esta técnica já tinha provado ser eficaz para os pacientes com sofrem de dores em membros “fantasma” (por exemplo, casos de pessoas com pernas amputadas que continuam a sentir dores nos membros que já não têm).

Esta nova descoberta mostra que o mesmo princípio de “ilusão” pode ser aplicado no caso da comichão, particularmente útil nas ocorrências mais violentas de picadas de insectos ou de alergias, em que as pessoas chegam a ficar com a pele em sangue de tanto coçar.

Aparentemente, é muito fácil “enganar” a percepção que o nosso cérebro tem do nosso corpo. A equipa de peritos aprendeu que é possível aliviar uma comichão mesmo coçando no sítio “errado”.

Os participantes foram injectados num braço com uma solução química que provoca comichão, segundo a revista New Scientist.

Em cada participante, os investigadores pintaram uma mancha vermelha no sítio correspondente, mas do braço oposto, de forma que os braços ficassem iguais na aparência. Cada braço foi coçado em alternância. Quando o braço injectado era coçado, (naturalmente) a comichão aliviava, e quando era coçado o outro braço, nada acontecia... até que foi introduzido na “equação” o elemento espelho.

Os participantes tinham instruções para só olhar para o espelho, e não directamente para o corpo. As conclusões mostraram que quando se coçava o braço “errado” em frente ao espelho, a comichão no outro braço aliviava.

Os investigadores apontaram que os sinais visuais podem-se “sobrepor [no cérebro]” a mensagens do corpo (tácteis), caso sejam contraditórias. Os cientistas estimaram que coçar o membro “errado” providenciava cerca de 25% do alívio de coçar a zona onde se sente, de facto, comichão.

Para Francis McGlone, da Universidade de Liverpool, a descoberta vai melhorar significativamente a qualidade de vida de alguns doentes.

“Este estudo traz importantes desenvolvimentos sobre o complexo mecanismo da comichão, um canal sensorial muitas vezes ignorado, mas que pode ter consequências devastadoras na qualidade de vida de alguns doentes”, observou o investigador.

Diz estudo
O risco de que uma criança obesa no jardim-de-infância também se torne obesa no 8º ano é quatro vezes maior que o de crianças...

Um estudo publicado no The New England Journal of Medicine com mais de 7 mil crianças revelou que um terço das crianças que tinha excesso de peso quando entravam no jardim-de-infância continuava obesa quando chegava ao 8º ano de escolaridade.

Também quase a totalidade das crianças que era muito obesa permanecia com o peso bem acima do considerado saudável nesse mesmo período.

Algumas crianças obesas ou acima do peso analisadas no estudo perderam o excesso do peso e outras de peso normal tornaram-se obesas ao longo dos anos. Mas a probabilidade de que uma criança obesa continue acima do peso com o passar do tempo é maior.

«A mensagem principal é que a obesidade é estabelecida muito cedo na vida, e que, basicamente, continua também na adolescência e na idade adulta», diz Ruth Loos, professor de medicina preventiva da Icahn School of Medicine, em Nova Iorque.

Esse resultado, surpreendente para muitos especialistas, surgiu a partir de um estudo que rastreou o peso corporal de crianças por anos, do jardim da infância até ao oitavo ano. Segundo os investigadores, isso remodela iniciativas de combate à epidemia de obesidade e sugere que os esforços devem começar mais cedo e serem focados em crianças com maior risco.

Os resultados não explicam por que isso ocorre. Predisposições genéticas e ambientes que estimulem as crianças a comerem mais são algumas das razões apontadas por especialistas.

Mas os resultados fornecem uma possível explicação do porquê muitos dos esforços feitos para que as crianças percam peso muitas vezes não surtem efeitos. A explicação pode estar no facto de que muitas campanhas de combate à obesidade foquem-se em crianças em idade escolar, ao em vez de começaram antes, em crianças matriculadas no jardim da infância e já com problemas de peso.

Estudos anteriores já relacionaram a obesidade à idade de crianças, mas não se o peso delas mudavam com o passar do tempo. Embora importantes para documentar a extensão da obesidade infantil, essas pesquisas deram um quadro incompleto de como a condição se desenvolve, disseram pesquisadores.

“O que é surpreendente é a diminuição relativa na incidência após essa explosão inicial da obesidade, que ocorre aos 5 anos de idade”, explica Jeffrey P. Koplan, vice-presidente do Emory Global Health Institute, em Atlanta. “É quase como se o estudo dissesse que, caso você consiga chegar ao jardim da infância sem aumento de peso, as hipóteses de não se tornar obeso são imensamente maiores”.

O estudo considerou 7.738 crianças de uma amostra nacionalmente representativa. Os cientistas mediram a altura e o peso dos participantes sete vezes, do maternal até ao oitavo ano.

Quando as crianças entraram jardim-de-infância, 12,4% eram obesas e 14,9% estavam acima do peso. No 8º ano de escolaridade, 20,8% eram obesas e 17% estavam acima do peso. Metade das crianças que era obesa no jardim-de-infância permanecia obesa quando chegava ao 8º ano e quase 3/4 dessas crianças que eram muito obesas permaneciam obesas por essa altura.

O risco de que uma criança obesa no jardim-de-infância também se torne obesa no 8º ano é quatro vezes maior que o de crianças com peso normal, conclui o estudo.

Raça, etnia e rendimentos familiares foram variáveis importantes para a definição do peso em crianças mais novas, mas no momento em que as crianças com excesso de peso chegavam aos 5 anos de idade, esses factores não afectavam o risco de aumentar de peso nos anos seguintes.

Um problema de saúde pública
A Direcção do Núcleo de Doenças do Comportamento Alimentar realiza, no dia 1 de Fevereiro, o encontro “Factores psicológicos na...

Actualmente, em Portugal, a obesidade atinge 1 milhão de adultos e 3,5 milhões são pré-obesos, segundo os resultados do relatório da Direcção-Geral da Saúde (DGS) “Portugal: Alimentação Saudável em Números 2013”. O relatório apresenta ainda números preocupantes nos mais novos: cerca de 15% das crianças entre os 6 e os 9 anos são obesas e mais de 35% sofrem de excesso de peso.

Perante esta realidade torna-se ainda mais importante aumentar a percepção da comunidade e dos profissionais de saúde para os problemas ligados ao excesso de peso, bem como promover o conhecimento científico dos associados e investigadores nesta área.

A modificação nos hábitos de consumo, o aumento da ingestão de gorduras e proteínas de origem animal, associada ao sedentarismo, favorecem a incidência de obesidade, que continua a ser, provavelmente, um dos maiores problemas de saúde pública em Portugal.

O evento conta com a presença de médicos de várias especialidades, nomeadamente cirurgia, psiquiatria e psicologia.

Governo estuda
Diploma aprovado aumenta de 2,5% para 3,5% os descontos dos funcionários públicos na Saúde.

O Governo está a estudar o alargamento dos subsistemas de saúde públicos a outros beneficiários, estando essa questão a ser trabalhada pelos ministérios das Finanças, Defesa Nacional e Administração Interna, afirmou hoje o ministro da Presidência.

Em conferência de imprensa, no final do Conselho de Ministros, questionado se está em cima da mesa estender a ADSE aos trabalhadores de empresas públicas com contratos individuais de trabalho, Luís Marques Guedes começou por responder que “essas matérias não deixarão de estar sobre a mesa e de ser equacionadas pelo Governo”, notícia o Sapo Saúde citando a Lusa.

O ministro da Presidência e dos Assuntos Parlamentares acrescentou que “a questão do alargamento dos beneficiários” não se aplica apenas aos trabalhadores de empresas públicas: “Foi colocada também sobre a mesa a hipótese de ser estudado o alargamento a familiares dos membros das forças de segurança”.

Marques Guedes ressalvou que “qualquer alargamento de beneficiários” não consta do diploma hoje aprovado que aumenta de 2,5% para 3,5% os descontos dos funcionários públicos, militares e forças de segurança para os respectivos subsistemas de saúde, ADSE, ADM e SAD.

“Todas as outras matérias, naturalmente, continuarão a ser estudadas, e estão a ser estudadas pelos ministérios envolvidos: o Ministério da Defesa Nacional e o Ministério da Administração Interna, em conjunto com o Ministério das Finanças”, adiantou.

Questionado, depois, se o executivo PSD/CDS-PP tenciona, por exemplo, que os cônjuges dos militares tenham de passar a pagar para ter acesso ao respectivo subsistema de saúde, o ministro respondeu: “Como eu referi, é uma matéria que está sobre a mesa”. “Existe uma proposta, de resto, que tem vindo a ser apreciada e trabalhada pelo Ministério da Defesa Nacional com o Ministério das Finanças. O Ministério da Administração Interna também tem vindo agora a participar nessa discussão, precisamente por também ter subsistemas próprios para as forças de segurança”, reiterou.

O ministro da Presidência e dos Assuntos Parlamentares assinalou que esta questão tem de ser “devidamente estudada” e tratada tendo em conta o princípio de evolução dos subsistemas de saúde públicos para a “auto-sustentabilidade” que está “previsto nos memorandos”.

Em 2014
Os centros de saúde vão começar a avaliar a satisfação dos utentes este ano e vão receber prémios pelo cumprimento de metas na...

O processo, definido na Metodologia da Contratualização dos Cuidados de Saúde Primários para 2014, está a ser trabalhado e começará em breve. O documento da Administração Central do Sistema de Saúde, que define os objectivos, prioridades e a forma de pagamento nos cuidados primários, refere que “2014 ficará marcado pela operacionalização de um processo de avaliação da satisfação dos utilizadores nos cuidados de saúde primários”, parado desde 2001.

Evento reúne profissionais de saúde nacionais e internacionais
O Dolce Vita Porto recebe o 1.º Congresso Internacional de Cuidados Intensivos e Unidades Intermédias do Centro Hospitalar do...

Ao longo de dois dias, é esperada a presença de 200 palestrantes e a participação de cerca de 2000 profissionais de saúde, entre médicos, enfermeiros e farmacêuticos.

Este evento, inédito no Dolce Vita Porto, é organizado pelo Serviço de Cuidados Intensivos do Centro Hospitalar do Porto e Associação de Apoio ao Serviço de Cuidados Intensivos do Centro Hospitalar do Porto (ASCI), em com colaboração Associação Cuidados Intermédios Médicos (ACIM). Em simultâneo decorre o XI Congresso do Arco Iberoatlântico, em colaboração com a Sociedade Galega de Medicina Intensiva y Unidades Coronárias (SOGAMIUC).

Subordinado ao tema “Doente crítico: do diagnóstico à terapêutica”, o congresso vai decorrer nas sete salas dos Cinemas Zon Lusomundo do Centro Comercial, com várias sessões temáticas simultâneas ao longo dos dois dias do evento, das 8h às 19h. “Técnicas depurativas em cuidados intensivos”, “O percurso do doente crítico – da emergência à UCI”, “Controvérsias no suporte nutricional do doente crítico”, “Condições urgentes e emergentes em doentes auto-imunes” ou “Diagnósticos difíceis em Medicina Interna – Googling a Diagnosis são alguns dos temas em debate no congresso.

 

Para além das palestras, o Dolce Vita Porto vai receber ainda no contexto deste congresso uma mostra de laboratórios farmacêuticos, com cerca de 25 participantes, que terá lugar na Urban Plaza, no piso 1.

Revista Cancer Cell
Um estudo com peixes zebra identificou um novo oncogene, a proteína UHRF1, capaz de gerar cancro do fígado, revelaram os...

Os peixes zebra são considerados uma das melhores espécies para se investigar sobre os genes humanos, porque os seus órgãos desenvolvem-se de maneira parecida.

No estudo, os cientistas, nomeadamente do Instituto de Investigações Biomédicas August Pi i Sunyer do Hospital Clínico de Barcelona, em Espanha, descobriram que a proteína UHRF1 e a sua exposição excessiva estão implicadas no desenvolvimento do carcinoma hepatocelular.

Nos humanos, a UHRF1 manifesta-se em excesso em 40 a 50% dos doentes com cancro do fígado e está associada a um mal prognóstico. O carcinoma hepatocelular é um tipo de cancro do fígado que representa cerca de 80% dos tumores hepáticos malignos.

Após seis anos de trabalho, os investigadores, não só de Espanha, mas também do Reino Unido e dos Estados Unidos, identificaram, pela primeira vez, a proteína UHRF1 como um oncogene - gene relacionado com o aparecimento de tumores - combinando um modelo de cancro em peixe zebra, com dados de tumores humanos.

No estudo, 75% dos 300 peixes zebra expostos em excesso a UHRF1 desenvolveram tumores em 20 dias, tendo os cientistas identificado uma sobreexposição ao mesmo oncogene em quase 50% dos doentes com cancro do fígado, analisados, com pior prognóstico.

Conheça os termos
Descrito de A a Z em termos simples

A

Adjuvante
Tratamento destinado a complementar o tratamento principal.

Afecção
Alteração do organismo ou perturbação das funções fisiológicas ou psíquicas. Afecção é um termo polivalente que abarca os conceitos de anomalia, disfunção, lesão, doença síndrome.

AINH
Anti-inflamatórios não hormonais.

Analgesia
Ausência de dor em resposta a um estímulo habitualmente doloroso.

Analgésico
Que alivia a dor.

Anti-inflamatórios
Que reduz a inflamação por sua acção sobre os mecanismos orgânicos, sem combater directamente o agente causal. Indica agentes tais como os anti-histamínicos e os glicocorticóides.

Articulação
Conexão entre os ossos do esqueleto que permite sua mobilidade. As articulações permitem movimentos de flexão e a extensão, inclinação lateral, circundação e rotação. As extremidades dos ossos, nas articulações, estão cobertas por uma delgada cartilagem, a cartilagem articular. A articulação está rodeada por uma cápsula de tecido conjuntivo, a cápsula articular. A camada mais interna é uma membrana lisa que se chama sinovial. No interior da articulação há um líquido, o líquido sinovial. Este líquido contém ácido hialurónico. É um líquido que facilita a movimentação das superfícies articulares. O conteúdo da cavidade articular pode estar aumentado em casos de processos inflamatórios da sinovial (sinovites).

Articular
Relativo às articulações.

Artralgia
Dor nas articulações.

Artrite
Inflamação de uma articulação. Pode ser aguda ou crónica, consecutiva a um traumatismo ou devida a doença (reumatismo agudo, gota, poliartrite crónica, etc.)

Artrite Crónica
Igualmente conhecida por artrite seca deformante. Sinónimo de artrose.

Artrite Infecciosa
Infecção do líquido sinovial e tecidos das articulações. Os microrganismos infecciosos podem ser bactérias ou vírus, que podem chegar até a junta por meio da corrente sanguínea ou pela contaminação directa (cirurgia, agulha etc.). Pode ocorrer em qualquer idade.

Artrite Reumatóide
Doença auto-imune na qual as articulações, geralmente aquelas das mãos e pés, tornam-se, simetricamente, inflamadas, resultando em inchaço, dor e eventual destruição do interior da junta. Pode produzir vários sintomas como febre baixa, inflamação dos vasos sanguíneos (vasculite) que pode causar úlceras de perna ou danos nos nervos, pericardite e outros sintomas. Sua causa ainda é desconhecida, porém diversos factores diferentes, como a predisposição genética, podem influenciar a reacção auto-imune. Nesta doença, o sistema imune ataca o tecido que reveste e amortece as articulações.

Artropatia
Doença das articulações.

Artroplastia
Criação de uma articulação artificial para corrigir a ancilose ou operação para restabelecer o mais possível a integridade e a capacidade funcional de uma articulação.

Artrose
A Artrose é a doença osteoarticular mais frequente, que se inicia por degeneração da cartilagem e dos ossos abaixo dela, constituída por um tecido rico em proteínas, fibras colágeneas e células. A Artrose ou Osteoartrite tem início quando alguns constituintes proteicos alteram-se e outros diminuem em número ou tamanho. Como resposta do organismo ocorre tentativa de reparação através da proliferação das células da cartilagem, onde o resultado final do balanço entre destruição e regeneração é uma cartilagem que perde sua superfície lisa que permite adequado deslizamento das superfícies ósseas. Além disto, este processo acompanha-se de libertação de enzimas que normalmente estão dentro das células cartilaginosas (interleucina I, factor de necrose tumoral), as quais provocam reacção inflamatória local, causando erosões locais, o que tem como consequência um aumento da lesão tecidual.

B

Bainha aponeurótica
Membrana que envolve os músculos.

Bechterew (doença de)
Sinónimo de espondilartrite anquilosante. (Bechterew, Vladimir Mikhailovitch von, neurologista russo, professor em Kazan, e mais tarde em São Petersburgo, 1857-1927.)

Bilateral
Com dois lados, relativo a dois lados opostos e simétricos.

Bioquímico
Relativo à química dos processos vitais e organismos vivos.

Bursite
Inflamação dolorosa da bursa - saco achatado que contém fluido sinovial que facilita o movimento normal de algumas articulações e músculo, reduzindo a fricção. As bursas ficam localizadas em pontos de fricção, especialmente onde os tendões e músculos passam pelos ossos. Normalmente contém pouco fluido mas quando inflamadas, podem se encher de líquido. Pode ser causada pelo uso crónico excessivo da bursa, trauma, gota, pseudogota, artrite reumatóide ou infecções.

C

Calcificação
Processo em que o tecido ou material não celular no corpo se torna endurecido em consequência de precipitados ou grandes depósitos de sais insolúveis de cálcio (e também de magnésio), especialmente carbonato e fosfato de cálcio (hidroxiapatita) normalmente ocorrendo apenas na formação de osso e dentes.

Canal de voltagem do cálcio
Via de entrada para o ião de cálcio na fenda sináptica; abre em resposta a actividade eléctrica.

Canal de voltagem do sódio
Via de entrada para o ião de sódio nas células nervosas; abre em resposta a actividade eléctrica.

Cartilagem
Forma de tecido conjuntivo, composto por células (condrócitos) dispersas em uma matriz rica em colagénio tipo II e sulfato de condroitina.

Cervicalgia
Dor na região do pescoço ou da nuca.

Ciática
Nevralgia ciática.

Cisto sinovial
Cisto da membrana que envolve as articulações (membrana sinovial).

Cisto subcondral
Cisto localizado logo abaixo da cartilagem que protege o osso.

Clínico
Relativo à clínica; baseado na observação e no tratamento.

Colagénio
Osteína principal das fibras brancas do tecido conjuntivo, cartilagem e osso, que é insolúvel em água mas pode ser alterada para gelatinas solúveis, facilmente digeríveis, por fervura na água, ácidos diluídos ou álcalis.

Condroma benigno
Tumor benigno do osso. Ocorre em pessoas entre 10 e 30 anos, desenvolvendo-se na parte central de um osso. Alguns causam dor, sendo descobertos, frequentemente, por raios -X.

Condroma extra-esquelético
Tumor (neoplasia) benigno, localizado nos tecidos moles, em geral dos dedos, mãos e pés, não ligado ao osso subjacente ou periósteo.

Condromatose
Afecção de causa desconhecida, caracterizada pela presença de massas cartilagíneas no interior dos ossos. As suas localizações electivas são as metáfises dos ossos longos e os pequenos ossos cilíndricos das extremidades. Estas massas cartilagíneas, ao acumularem-se, podem formar tumores mais ou menos volumosos ou modificar o crescimento dos ossos atingidos.

Condropatia
Qualquer doença que afecte as cartilagens. Congénito presente desde a nascença, mas não necessariamente hereditário.

Contratura
Contracção muscular duradoura que provoca dor local.

Convulsão
Contracções involuntárias desordenadas de músculos.

Coxalgia
Dor na articulação da coxa.

Coxartrose
Artrose da anca. Pode ser secundária a uma malformação congénita da anca ou a uma artrite; ou primitiva, aparecendo quase exclusivamente depois dos quarenta anos de idade. À dor provocada pela marcha e à rigidez da anca podem associar-se uma posição viciosa e sobretudo a limitação dolorosa dos movimentos da anca. A coxartrose é muitas vezes acompanhada por deformações da cavidade cotiloideia e da cabeça do fémur.

Crondromatose
Presença de múltiplos focos tumorais de cartilagem.

Crónico
De longa duração; indica uma doença de evolução lenta e longa continuidade.

Curativo
Que cura, terapêutico.

D

Densitometria Óssea
É um exame que permite, com pequenas doses de radiação, determinar com exactidão a densidade óssea (BMD), sendo por isso o método de eleição para o despiste e avaliação da osteoporose. A avaliação é efectuada de forma comparativa aos valores esperados para uma determinada população "saudável" com a mesma idade e sexo. Deve realizar-se este exame em todas as mulheres pós menopáusicas com menos de 65 anos e com outros factores de risco de fracturas por osteoporose, em todas as mulheres com mais de 65 anos independentemente de outros factores de risco, nas mulheres pós menopáusicas com fracturas, nas mulheres que fazem terapêutica hormonal de substituição, e por último nas mulheres que ponderam iniciar outro tipo de tratamento para a osteoporose. Nestas duas últimas indicações o exame deve ser efectuado de dois em dois anos.

Deontologia Médica
Estudo e codificação dos deveres do médico.

Discopatia
Qualquer afecção dos discos intervertebrais.

Distrofia muscular
Conjunto de desordens caracterizado pelo enfraquecimento progressivo dos músculos e perda de tecido muscular.

Doença mista do tecido conjuntivo
Conjunto de sintomas similares àqueles de várias doenças do tecido conjuntivo: lúpus eritematoso sistémico, escleroderma, poliomiosite e dermatomiosite. Cerca de 80% das pessoas afectadas são mulheres. As causas ainda são desconhecidas. Afecta pessoas entre 5 e 80 anos. Os sintomas típicos são o fenómeno de Raynaud, artrite, inchaço das mãos, fraqueza muscular, dificuldade de engolir, azia e falta de ar.

Doença óssea de Paget
Distúrbio crónico do esqueleto, em que algumas áreas dos ossos crescem anormalmente, expandindo-se e tornando-se flexíveis e frágeis. Pode afectar qualquer osso, mas os mais comummente afectados são o pélvis, o fémur, o crânio, a tíbia, a espinha vertebral, a clavícula e o úmero. Normalmente, os osteoclastos (células que têm por função absorver e remover o tecido ósseo velho) e os osteoblastos (células formadoras de ossos) trabalham em equilíbrio para manter a estrutura e integridade óssea. Na doença de Paget, tanto os osteoblastos como os osteoclastos se tornam hiperactivos em algumas áreas dos ossos, as quais crescem anormalmente e se tornam frágeis.

Dor
Sensação penosa ou desagradável; sofrimento.

Dor aguda
Dor que tem, habitualmente, uma causa definida, i.e., após uma lesão ou como resultado de uma doença e com uma data de aparecimento identificável. É normalmente de curta duração.

Dor crónica
A dor crónica é frequentemente definida como a dor que persiste por mais de 3 meses ou que ultrapassa o processo de cura. Alguns autores escolheram os 6 meses como termo.

Dorsalgia
Dor na região dorsal.

Dupuytren (doença de)
Doença de etiologia desconhecida, caracterizada por esclerose com retracção da aponevrose palmar, começando por nódulos palmares e provocando a flexão progressiva de um ou mais dedos (especialmente os 4.º e 5.º dedos). Afecta frequentemente as duas mãos. (Dupuytren, Guillaume, cirurgião e anatomopatologista francês, professor em Paris, 1778-1835.)

E

Efectivo
Eficaz, eficiente.

Efeito Colateral
Efeito secundário indesejado de uma medida terapêutica ou medicamento.

Electrofisiológico
Relativo à electrofisiologia (estudo das reacções produzidas nos seres vivos por excitações eléctricas.

Encondromatose
Doença óssea caracterizada pela presença de condromas múltiplos localizados na região metafisária dos ossos longos, que provoca o encurvamento assimétrico dos ossos atingidos.

Enfermo
Fraco ou débil devido a idade ou doença.

Entesopatia
A entese é o local anatómico onde ocorre a inserção de um ligamento ou músculo no osso, está comprometida numa grande variedade de patologias, as quais são denominadas de Entesopatias. Esses pontos apresentam terminações nervosas especiais e o osso onde se inserem fibras dos ligamentos, tendões ou músculos não são recobertos por periósteo. As fibras tendinosas passam directamente para dentro das fibras de Sharpey do osso, local onde o tendão se alarga e se prende directamente na forma de leque na zona de inserção, com cartilagem hialina interposta. Durante o movimento, as ênteses são expostas a grandes sobrecargas mecânicas, sendo que muito frequentemente esses pontos são submetidos a trauma em actividades desportivas e programas de condicionamento físico inadequados. Os locais mais acometidos pelos traumas diários e movimentos repetidos que levam a quadros de Entesopatias são o epicôndilo lateral do úmero, fazendo o cotovelo do tenista ("tennis elbow"), o epicôndilo medial ("golf elbow"), a Entesopatia da pata de ganso, Entesopatia retrocalcãnea e subcalcânea, etc..

Epicondilite
Inflamação do epicôndilo ou dos tendões musculares que nele se inserem, caracterizada por uma dor muito localizada à pressão (epicondialgia), que por vezes irradia ao longo do bordo radial do antebraço e é desencadeada pelos movimentos de extensão e de supinação.

Esclerodermia
Doença cutânea crónica caracterizada pelo endurecimento e espessamento das camadas profundas da pele, frequentemente associada a alterações análogas do tecido conjuntivo das vísceras (chamada esclerodermia generalizada ou sistémica).

Esclerodermia (dermatosclerose, esclerose cutânea)
Espessamento da pele causado por tumefacção e espessamento de tecido fibroso, com atrofia dos folículos pilossebáceos; manifestação da esclerose sistémica progressiva e utilizada como sinónimo daquela doença.

Esclorose
Endurecimento ou dureza.

Escoliose
Desvio lateral da coluna vertebral.

Espinal
Relativo à coluna vertebral.

Espinha bífida
Condição na qual parte de uma ou mais vértebras não se desenvolvem completamente, deixando uma porção da medula espinhal desprotegida. O risco está associado à deficiência de folato na dieta, especialmente no início da gravidez. Algumas crianças não apresentam sintomas, outras ficam fracas ou paralisadas nas áreas alcançadas pelos nervos abaixo do defeito.

Espondilite
Inflamação das vértebras.

Espondilite anquilosante, espondilite ancilosante
A espondilite envolve a inflamação de uma ou mais vértebras. A espondilite anquilosante é uma doença crónica inflamatória que afecta as articulações entre as vértebras da espinha e as articulações entre a espinha e o pélvis. Eventualmente, faz com que as vértebras afectadas se fundam ou cresçam juntas.

Espondilólise
Degeneração da parte articular de uma vértebra.

Espondilolistese
Escorregamento da vértebra, alterando o alinhamento com as vértebras vizinhas.

Espondilose cervical
Qualquer lesão da coluna vertebral de natureza degenerativa.

Esporão
Pequeno crescimento ósseo.

Estimulação nervosa transcutânea eléctrica (TENS)
Introdução de pulsos de electricidade de baixa voltagem nos tecidos de forma a aliviar a dor.

Estímulo
Qualquer agente que provoque uma resposta ou uma forma particular de actividade, numa célula, tecido ou outra estrutura sensível ao estímulo.

Estrogéneos
Hormonas produzidas pelos ovários, responsáveis pela maturação dos órgãos genitais femininos, desde a infância até à idade fértil. Garantem a fertilidade na mulher.

Etiologia
Ciência e estudo das causas de doença e seu modo de acção.

F

Factor de risco
Factores que podem levar a uma maior possibilidade de desenvolvimento de doença; incluem os níveis elevados de colesterol, hipertensão, tabaco, idade ou diabetes.

Farmacoterapia
A utilização de fármacos para tratar uma doença.

Fascia plantar
Camada fibrosa resistente localizada na planta dos pés, logo abaixo da pele, que se insere no osso do calcanhar.

Fasciculação
Contracção de grupos de músculos.

Fenómeno
Manifestação, sinal, sintoma.

Fibrocartilagem
Tipo de cartilagem que contém fibras colagénias visíveis. Aparece como uma transição entre tendões ou ligamentos ou ossos.

Fibrocisto
Inflamação de uma fibrocartilagem.

Fibrodisplasia óssea progressiva
Distúrbio generalizado do tecido conjuntivo em que o osso substitui tendões, fáscias e ligamentos.

Fibroma
Tumor benigno derivada de tecido conjuntivo fibroso.

Fibromas condromixóides (condrofibroma, condromixoma)
Tumores não cancerosos raros que ocorrem em pessoas abaixo de 30 anos de idade, cujo sintoma usual é a dor. Ocorre com mais frequência na tíbiade adolescentes e adultos jovens, composto de tecido mixóide lobulado com escassos focos condróides. O tratamento é feito pela remoção cirúrgica.

Fibromatóide
Foco, nódulo ou massa que se assemelha a um fibroma mas não é considerado como neoplasia (tumor maligno).

Fibromatose
Condição caracterizada pela ocorrência de fibromas múltiplos.

Fibromialgia
Grupo de desordens caracterizado por dores e inflexibilidade dos tecidos moles, incluindo músculos, tendões e ligamentos.

Fibrose
Formação de tecido fibroso como um processo reparador ou reactivo, em oposição à formação de tecido fibroso como um constituinte de um órgão ou tecido.

Fisiológico
Normal, não devido a uma doença, relativo ao estudo das funções dos organismos vivos.

G

Gonartrose
Artrose do joelho que se manifesta através de dores, tumefacção do joelho e limitação dolorosa da flexão.

H

Hallus (ou hallux) valgus
Desvio do dedo grande do pé em direcção ao bordo externo do pé, com eventual cavalgamento do segundo dedo.

Hemiparésia
Paralisia ligeira que afecta um dos lados do corpo.

Hemiplegia
Paralisia que afecta um dos lados do corpo.

Hiperalgesia
Resposta exagerada a um estímulo doloroso normal. Pode ser primária, com aumento da sensibilidade à dor dentro da área de tecido lesado ou secundária, com aumento da sensibilidade à dor no tecido normal que rodeia a área lesada.

Hiperestesia
Sensibilidade aumentada à estimulação.

Hiperostose
Hipertrofia de um osso.

I

Incompatível
Não adequado para administração simultânea.

Indicação
Circunstância que indica a utilização de uma terapia.

Induração
Endurecimento anormal de um tecido.

Inflamação
Processo patológico fundamental de um complexo dinâmico de reacções citológicas e histológica que ocorre nos vasos sanguíneos e tecidos adjacentes acometidos em resposta a uma lesão ou estímulo anormal produzido por um agente físico, químico ou biológico, incluindo: reacções locais e alterações morfológicas resultantes; destruição ou remoção do material lesado e respostas que levam ao reparo e à cura.

Intensidade
Grau de força ou de intensidade.

Intercostal
Entre as costelas.

Intolerância
Incapacidade de suportar um medicamento.

Intramuscular
No interior do músculo.

Invasivo
Que invade, que penetra o corpo.

In-Vitro
Em laboratório.

L

Lesão
Alteração mórbida na função ou estrutura de um órgão.

Ligamento
Feixe fibroso entre dois ossos numa articulação.

Lombar
Relacionado com a parte inferior da coluna vertebral.

Lordoescoliose
Lordose associada a escoliose.

Luxação
Deslocação dos ossos de uma articulação.

M

Manifestação
Exteriorização de uma doença.

Matriz extracelular
Rede complexa de polissacarídeos (como as glicosaminoglicanas ou celulose) e proteínas (como o colagénio) segregados pelas células. Actuam como elementos estruturais nos tecidos e também influenciam seu desenvolvimento e fisiologia.

Menopausa
Fase marcada pela cessação da menstruação, que ocorre geralmente entre os 45 e os 55 anos de idade.

Metabolismo
Conjunto de reacções bioquímicas dentro do organismo.

Mialgia
Dor muscular.

Miastenia
Falta de força, fraqueza muscular.

Mobilidade
Possibilidade de realizar movimentos activos; por exemplo de uma articulação.

Monoterapia
Terapia com um medicamento ou terapia de cada vez.

Músculo-esquelético
Tipo de músculo que representa a maioria da musculatura do corpo. Está ligada ao esqueleto e é responsável pelo movimento dos ossos. Está sob controlo voluntário.

N

Necrose
Morte patológica de uma ou mais células, ou de uma porção de tecido ou órgãos, resultante de alterações irreversíveis.

Neurite
Nevrite, inflamação de um nervo.

Neuromielite, mieloneurite
Neurite associada a inflamação da medula espinhal.

Neuromiosite
Neurite com inflamação dos músculos com os quais o nervo ou os nervos acometidos estão relacionados.

Neuromuscular
Relativo à correlação entre os nervos e os músculos Neuropatia Termo clássico que designa qualquer distúrbio que acomete qualquer segmento do sistema nervoso. No uso contemporâneo, uma doença que envolve os nervos cranianos ou espinhais.

Neuropatia periférica
Termo genérico utilizado para denominar as doenças caracterizadas pelo mau funcionamento dos nervos periféricos. Esse mau funcionamento pode causar a perda de sensação, da actividade muscular ou das funções dos órgãos internos. Os sintomas podem surgir sozinhos ou combinados: caso o nervo que controla determinado músculo seja danificado, essa lesão pode causar a fraqueza desse músculo e até mesmo sua atrofia. Dor, entorpecimento, formigueiro, inchaço e vermelhidão podem surgir em várias partes do corpo. Os danos podem ser sofridos por um único nervo (mono neuropatia), por dois ou mais nervos (mono neuropatia múltipla) ou, simultaneamente, por muitos nervos distribuídos pelo corpo (poli neuropatia).

Neuropatias Periféricas Hereditárias
Distúrbios do sistema nervoso periférico transmitidos geneticamente de pais para filhos. As três categorias principais das neuropatias hereditárias são: neuropatias motoras hereditárias, que afectam apenas os nervos motores; neuropatias sensoriais hereditárias, que afectam apenas nervos sensoriais e neuropatias sensoriais-motoras hereditárias, que afectam os nervos sensoriais e motores.

O

Ossificação
Formação do osso ou de substância óssea.

Osso
Tecido conjuntivo duro que consiste em células incrustadas numa matriz de substância fundamental mineralizada e fibras de colagénio. As fibras são impregnadas com uma forma de fosfato de cálcio semelhante à hidroxiapatia, bem como quantidade substancial de carbonato, citrato de sódio e magnésio. É composto de 75% de material inorgânico e 25% de material orgânico.

Osteoartrite (Artrite degenerativa)
Doença osteoarticular de carácter degenerativo, sinónimo de artrose. Distúrbio crónico das articulações, caracterizado pela degeneração da cartilagem da junta e de ossos adjacentes, que pode causar dor e rigidez. Afecta tanto os homens quanto as mulheres, geralmente ao redor dos 70 anos de idade. Ocorre na maioria dos vertebrados.

Osteoblasto
Célula óssea associada à formação do osso.

Osteoclástico
Relativo a osteoclastos, principalmente com referência à sua actividade na absorção e na remoção de tecido ósseo.

Osteoclasto
Grande célula multinucleada, possivelmente de origem monocítica, com abundante citoplasma acidófilo que funciona na remoção do tecido ósseo.

Osteocondrite
Doença da cartilagem articular. Sinónimo de osteocondrose.

Osteocondrite deformante infantil da epífise femoral superior
Sinónimo de coxa plana.

Osteocondrite do semilunar
Sinónimo de doença de Kienböck. V. Kienböck (doença de).

Osteocondrodisplasias
Grupo de distúrbios hereditários em que os ossos ou as cartilagens ósseas crescem anormalmente, acarretando desenvolvimento anormal do esqueleto.

Osteocondroma (Exostose osteocartilaginosa)
Tipo mais comum de tumor ósseo não canceroso, que ocorre em pessoas entre 10 e 20 anos. Caracteriza-se por protuberâncias na superfície óssea. Pode originar-se de qualquer osso pré formado em cartilagem, mas é mais frequente próximo das extremidades dos ossos longos. Os osteocondromas múltiplos são hereditários e denominados exostoses múltiplas hereditárias.

Osteocondromatose (articular)
Afecção articular que atinge sobretudo o cotovelo e o joelho, mais frequente no sexo masculino, caracterizada por um espessamento viloso da sinovial, onde se destacam múltiplos fragmentos osteocartilagíneos que constituem corpos estranhos na cavidade articular.

Osteocondrose
Sinónimo de osteocondrite.

Osteófito
Osteofima; excrescência óssea.

Osteogênese
Formação do osso ou de substância óssea.

Osteomalácia (Raquitismo do adulto)
Doença que se caracteriza pelo amolecimento e curvatura gradual dos ossos com dor de intensidade variável. Causada pela não calcificação do tecido osteóide em virtude da ausência da vitamina D ou ausência de vitamina D. É mais comum nas mulheres e geralmente começa na gravidez.

Osteomas osteóides
Pequenos tumores não cancerosos que se desenvolvem nos braços ou pernas, podendo ocorrer, contudo, em qualquer osso. Causam dores que pioram no período da noite, sendo aliviadas por pequenas doses de aspirina. Eventualmente os músculos que circundam o tumor podem se atrofiar.

Osteomielite
Infecção dos ossos geralmente causada por bactérias e, às vezes, por fungos. Quando o osso é infectado, a medula frequentemente incha. Como o tecido inchado pressiona a parte rígida externa do osso, os vasos sanguíneos da medula se comprimem, reduzindo o suprimento de sangue ao osso. Sem este suprimento, partes do osso podem morrer. A infecção também pode se espalhar para fora do osso, formando abcessos (pus) nos tecidos adjacentes, tais como os músculos.

Osteonecrose
A morte do osso em massa, que se distingue da cárie ("morte molecular") ou focos relativamente pequenos de necrose no osso.

Osteopenia
Redução da calcificação ou densidade óssea; termo descritível aplicável a todos os sistemas ósseos nos quais se observa essa condição; não tem implicação de causalidade. Redução da massa óssea em virtude de síntese inadequada de osteóide.

Osteopetroses
Distúrbios hereditários que aumentam a densidade óssea e causam anormalidades no esqueleto.

Osteoporose
Redução progressiva da densidade dos ossos, que os enfraquece, levando a fracturas. Os ossos contêm minerais, tais como cálcio e fósforo, que os tornam duros e densos. Para manter a densidade óssea, o organismo precisa fornecer suprimento adequado de cálcio e de outros minerais e produzir quantidades apropriadas de muitas hormonas, com por exemplo hormona paratireóide, hormona de crescimento, calcitonina, estrogénio na mulher e testosterona no homem. O organismo também precisa da vitamina D para absorver o cálcio do alimento e incorporá-lo aos ossos. Se o corpo não for capaz de regular o conteúdo mineral dos ossos, estes se tornam mais frágeis, resultando em osteoporose.

Osteoporose da pós-menopausa
Redução progressiva na densidade dos ossos causada pela falta de estrogénio, principal hormona feminina, o qual ajuda na regulação da incorporação do cálcio pelos ossos da mulher. Geralmente, os sintomas aparecem entre os 51 e 75 anos de idade.

Osteoporose juvenil idiopática
Tipo raro de osteoporose, cuja causa ainda não foi identificada. Ocorre em crianças e jovens adultos com níveis e funções hormonais e vitamínicos normais, sem qualquer razão para apresentarem a doença. Leva a dor ou fracturas com remissão espontânea em poucos anos.

Osteoporose secundária
Redução progressiva da densidade dos ossos causada por outra condição médica (falha renal crónica, distúrbios hormonais) ou por medicamentos (corticosteróides, barbitúricos, anticonvulsivos).

Osteoporose senil
Redução progressiva da densidade dos ossos, provavelmente decorrente da deficiência de cálcio relacionada ao envelhecimento e de um desequilíbrio entre a taxa de lixiviação e a de nova formação óssea. Geralmente afecta pessoas acima de 70 anos de idade, sendo duas vezes mais comum em mulheres.

Osteosclerose
Endurecimento anormal ou eburnação do osso.

Osteossarcoma (sarcoma osteogénico)
Tumor ósseo canceroso primário que se origina nas células formadoras do osso. Pode ocorrer em qualquer idade, mas mais comummente entre 10 e 20 anos. Cerca de metade destes tumores ocorre no joelho ou ao redor do mesmo, mas podem se originar em qualquer osso, causando dor e inchaço. Tendem a se espalhar até os pulmões.

Osteossíntese
Fixação cirúrgica de uma fractura, por meio geralmente metálico.

P

Paget (doença óssea de)
Doença de causa desconhecida, mais frequente no sexo masculino, rara antes dos 50 anos de idade, que se caracteriza clinicamente por deformações ósseas, em regra múltiplas (crânio, bacia, fémur), associadas a dores e perturbações vaso motoras, podendo provocar fracturas. Ao exame radiológico, os ossos atacados apresentam um aspecto algodoado, com alternâncias irregulares de zonas escuras e claras e uma camada cortical muito espessa. Sinónimo de osteíte deformante hipertrófica. (Paget, Sir James, cirurgião de Londres, 1814-1899.)

Parestesia
Sensação anormal (alfinetes, agulhas ou formigueiros).

Pé côncavo (ou pé cavo)
Pé cuja curvatura plantar é exagerada. Os dedos tendem a dobrar-se em garra; a pressão excessiva sobre as cabeças dos metatársicos provoca calosidades e dores.

Periartrite
Inflamação dos tecidos que envolvem uma articulação (bolsas serosas, tendões, ligamentos).

Periartrite escapulumeral
Conjunto de modificações patológicas que afectam os músculos, os tendões e as bolsas que envolvem a articulação escapulumeral. As suas manifestações clínicas são constituídas por dores no ombro e limitação dos movimentos que pode atingir o bloqueio da espádua por retracção fibrosa da cápsula articular.

Perthes (doença de)
Sinónimo de coxa plana.

Poliartrite
Inflamação simultânea de várias articulações.

Polinevrite
Neurite múltipla; inflamação de muitos nervos, um de cada vez.

Profilático
Constituição de uma falsa articulação, patológica, entre dois fragmentos ósseos de uma fractura mal consolidada, com mobilidade anormal ao seu nível.

R

Radiografia
Teste vulgarmente utilizado no diagnóstico da dor neuropática para determinar alterações mecânicas ou esqueléticas que possam originar compressão do nervo.

Radiologista
Especialista em radiologia, a aplicação de certas radiações electromagnéticas ao diagnóstico e à terapêutica de órgãos internos sem recurso a cirurgia. Os exames radiológicos incluem raios X, TAC, RM, ultra-sons, angiografia e medicina nuclear.

Radioterapia
Especialidade médica relacionada ao uso de radiações electromagnéticas ou de partículas no tratamento de doenças. Tratamento de uma doença através de radiações, do tipo de raio-X, raios beta, e raios gama, produzidos por máquinas ou por radioisótopos.

Raios X
Radiações electromagnéticas de pequeníssimo comprimento de onda e de grande poder de penetração, que se produzem quando um feixe de electrões embate contra um obstáculo, descobertas em 1895 pelo físico alemão W. C. Röntgen (1845-1923). Atravessando o corpo humano são utilizadas como técnica de diagnóstico em imagiologia criando imagens dos tecidos duros (como os ossos ou tumores sólidos) numa película fotográfica.

Reabilitação
Restauração, após uma doença ou lesão, da capacidade de funcionar de forma normal ou quase normal.

Regeneração
Renovação ou preparação de tecidos ou de partes desaparecidas.

Ressonância magnética (RM)
Exame utilizado no diagnóstico da dor neuropática para detectar anomalias no encéfalo.

Ressonância Magnética Nuclear
Modalidade de diagnóstico por imagem em que se usa a tecnologia de ressonância magnética nuclear, na qual o corpo do paciente é colocado em um campo magnético e seus núcleos atómicos são excitados por impulsos de radiofrequência. Os sinais resultantes que variam de intensidade são processados através de um computador para produzir uma imagem.

Reumática
Referente a condições com dor ou outros sintomas de origem articular ou relacionados a outros elementos do sistema músculo-esquelético.

Reumatismo
Termo obsoleto para designar febre reumática. É aplicado a várias condições com dor ou outros sintomas de origem articular ou relacionadas a outros elementos do sistema músculo-esquelético. Existem vários tipos de reumatismo.

Reumatismo crónico
Distúrbio específico das articulações, de evolução lenta, ocasionando um espessamento e contracção dolorosos das estruturas fibrosas, interferindo com o movimento, e causando deformidade.

Reumatismo nodoso
Reumatismo articular agudo ou sub-agudo, acompanhado pela formação de nódulos sobre os tendões, ligamentos e periósteo, na adjacência das articulações acometidas.

Reumatismo sub-agudo
Forma leve, mas em geral prolongada, de febre reumática aguda, amiúde resistente ao tratamento.

RM
Ver Ressonância Magnética.

Ruptura muscular
Lesão provocada geralmente pela extensão muito violenta ou muito brusca do músculo contraído (como, por exemplo, quando se faz esforço demasiado para dar um salto). A ruptura provoca dor intensa, súbita, acompanhada de derrame sanguíneo muito intenso. Uma vez desaparecido o inchaço que envolve o local afectado, fica mais ou menos visível uma depressão, principalmente quando o músculo se contrai .

S

Sarcoidoise
Sinónimo de doença de Besnier-Boeck-Schaumann. V. Besnier-Boeck-Schaumann.
Trata-se de uma doença de origem auto-imune, também denominada de sarcoidose, provocando lesões pulmonares semelhantes à tuberculose.

Scheuermann (doença de)
Afecção degenerativa da coluna vertebral que ataca as crianças e os adolescentes, caracterizada por cifose dolorosa e rigidez da coluna dorso lombar. Caracteriza-se radiologicamente pelo achatamento de um ou mais discos intervertebrais, por deformação cuneiforme moderada de um ou vários corpos vertebrais (na maior parte dos casos D7, D8 e D9) e por lesões dos pratos vertebrais, que frequentemente estão esclerosados. Sinónimo de cifose dolorosa dos adolescentes, epifisite vertebral do crescimento. (Scheuermann, Holger Werfer, cirurgião ortopedista dinamarquês, Copenhaga, 1877-1960.)

Sequela
Complicação mais ou menos tardia de uma doença, doença consecutiva.

Síndroma
Complexo mórbido, conjunto de sintomas.

Síndrome do túnel de carpo
Mono neuropatia periférica resultante da compressão do nervo mediano do punho. Produz sensações estranhas, entorpecimento, formigueiro e dor em alguns dedos e no lado da mão relativo ao polegar. É comum especialmente em mulheres, podendo afectar uma ou ambas as mãos. As pessoas cujo trabalho exige movimentos repetitivos forçosos, levando à extensão do pulso, são as mais susceptíveis (como aquelas que utilizam chaves-de-fenda). Uso prolongado de teclados de computador também causa esta síndrome. Gestantes e pessoas com diabetes ou com a glândula tiróide pouco activa estão sob grande risco de desenvolver esta síndrome.

Sintomatologia
Sintomas combinados de uma doença.

T

Tendinite
Inflamação de um tendão. Tendões são cordas fibrosas de tecido inflexível que conectam os músculos aos ossos. Os tendões inflamados geralmente causam dor quando são movimentados ou tocados. A tendinite geralmente ocorre na meia-idade ou quando idosos, conforme os tendões se tornam mais susceptíveis a lesões. Contudo, ocorre em pessoas mais jovens que praticam exercícios vigorosos e naqueles que executam tarefas repetitivas.

Tinnitus
Zumbido do ouvido.

Tolerância
O uso repetido ou prolongado de alguns medicamentos pode resultar em tolerância - uma diminuição da resposta farmacológica. A tolerância ocorre quando o organismo se adapta à presença continuada da droga.

Tomografia
Exame baseado na diferença de densidade do cérebro. Permite imagens menos detalhadas do cérebro.

Tomografia com emissão de positrões
Técnica de imagem tomográfica das funções metabólicas e fisiológicas locais nos tecidos sendo a imagem formada por síntese computadorizada de dados transmitidos por meio de radionuclídeos emissores de positrões, frequentemente incorporados a substâncias bioquímicas naturais e administrados ao paciente; um computador traça o trajecto dos fotões (produzidos pela colisão de positrões emitidos pelas substância bioquímica radioactiva como os electrões com carga negativa normalmente presente nas células teciduais) e produz uma imagem composta, quase sempre colorida, que representa o nível de metabolismo das substâncias bioquímicas no tecido, como um indicador da presença ou ausência da doença.

Tomografia Computadorizada
Conjunto de informações anatómicas apresentada como uma imagem gerada por uma síntese computadorizada pela transmissão de dados obtidos por raios X. Permite localizar com precisão eventuais anormalidades.

Tumor
Produção patológica, não inflamatória, de tecido de formação nova. Pode ser constituído por células normais e manter-se estritamente localizado (tumor benigno) ou ser formado por células atípicas, monstruosas, e invadir progressivamente os tecidos vizinhos, ou disseminar-se à distância por metáteses (tumor maligno ou canceroso). Sinónimo de neoplasia (sobretudo para os tumores cancerosos), neoformação. 2) Nome dado antigamente a qualquer tumefacção.

Tumor
Crescimento novo, espontâneo, do tecido, formando uma massa anormal. Um tumor, não tem função útil de crescimento, com detrimento da saúde do organismo.

Tumores ósseos
Crescimento de células anormais nos ossos. Podem ser benignos ou malignos (cancerosos). Os malignos são raros. Podem ser primários (originados no próprio osso) ou metastáticos (originários de outros locais do corpo). O sintoma mais comum é a dor nos ossos. Pode-se notar protuberâncias no local.

Tumores ósseos metastáticos
Cancros com origens em outros locais do corpo, que se espalham e atingem os ossos. Os tipos de câncer que tendem a se espalhar são: o de mama, o de pulmão, o de próstata, o de rins e o da tiróide. Sintomas podem consistir em dores ou fractura no local onde o osso esteja enfraquecido pelo tumor.

Foto: 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico e/ou Farmacêutico.
A mais frequente das doenças reumáticas
A osteoartrose afecta as articulações importantes para a funcionalidade, como as das mãos, joelho, a
Radiografia aos joelhos

A osteoartrose (mais conhecida como artrose) é um dos principais problemas reumatológicos, por ser uma das doenças mais comuns e incapacitantes do homem moderno. É a doença reumática mais frequente, representando a primeira causa de dor crónica, absentismo ao trabalho e invalidez. Segundo os dados disponíveis, a osteoartrose é causa de cerca de 30 a 40% das consultas em ambulatórios de reumatologia, o que a torna um problema  maior de saúde pública.

A artrose acontece quando o organismo deixa de conseguir reparar as múltiplas agressões e lesões sofridas pelas articulações. Ou seja, a artrose provoca a lesão da cartilagem articular e conduz à diminuição da sua qualidade e quantidade, resultando na diminuição da sua espessura. Ela pode mesmo desaparecer, nas formas mais evoluídas, e as superfícies ósseas passarem a roçar uma na outra a cada movimento.

O tempo de degradação da cartilagem é variável e pode levar algumas dezenas de anos. Em casos mais raros, principalmente ao nível da anca e do joelho, essa destruição pode ser rápida e durar apenas alguns meses.

A artrose é a doença articular mais frequente do Homem moderno, aumenta com o avançar da idade e é causa frequente de dor e incapacidade, com grande impacto socioeconómico.

As queixas aparecem pelos 45-50 anos de idade, altura em que perto de 15% da população já tem artrose. Calcula-se que aos 70 anos cerca de 80% da população é atingida por este problema. Este aumento da incidência com a idade torna-se preocupante, devido à crescente longevidade do homem, estimando-se que em 2020 a população com mais de 60 anos atinja os 26% e suba para 30% por volta de 2040.

Nos últimos 20 anos tem-se dado mais importância ao estudo das suas causas e tratamento da osteoartrose, permitindo acabar definitivamente com o conceito de que a sua evolução dependia unicamente do envelhecimento, sem que houvesse nada mais a fazer. As investigações científicas das últimas décadas acabaram, definitivamente, com o antigo conceito de artrose como doença terminal própria do envelhecimento e criaram novas perspectivas clínicas, preventivas e terapêuticas.

É certo que as alterações músculo-esqueléticas da idade predispõem mas não causam directamente a osteoartrose, conhecendo-se vários factores de risco, sendo alguns deles evitáveis. O declínio da actividade física pode por si só causar dor e perda de função, mesmo na ausência de osteoartrose. Por isso as regras higieno-dietéticas têm um papel preventivo muito importante e é fundamental o seu cumprimento por parte de cada indivíduo.

Factores de risco

A osteoartrose desenvolve-se pela associação de diversos factores predisponentes que se vão acumulando ao longo da vida.

Assim, há factores de risco não modificáveis:

1.Idade - Apesar de não ser uma doença unicamente própria da idade, existem alterações dos tecidos próprias do envelhecimento, que concorrem para o aumento da frequência da artrose com o avançar da idade;

2.Sexo Feminino - A susceptibilidade genética é mais relevante no sexo feminino. As artroses dos joelhos e dedos são 2 a 4 vezes mais frequentes na mulher depois da menopausa. Pensa-se que os estrogénios tenham um efeito protector na cartilagem articular e que factores tais como a massa e força muscular, o tipo de actividade física ou o aumento da laxidão valvo-varo possam influenciar a maior frequência de osteoartrose na mulher.

3.Genéticos e hereditários - Os factores genéticos parecem influenciar o risco de desenvolvimento dos diversos tipos de osteoartrose primária, seja axial (coluna vertebral) ou periférica (membros), localizada ou generalizada. Tem sido encontrado um risco acrescido de osteoartrose em certas famílias e em gémeos. Os factores genéticos da artrose dos dedos das mãos são duas a três vezes mais frequente nos familiares em primeiro grau. Existem ainda diferenças raciais, nomeadamente a baixa prevalência de osteoartrose da anca na população chinesa residente em vários pontos do globo. À luz dos actuais conhecimentos, a forma como os genes influenciam o desenvolvimento e as diferentes fases evolutivas da osteoartrose é ainda difícil de determinar, mas a hereditariedade parece ser um dos riscos possíveis de osteoartrose.

4.Doenças metabólicas ou endócrinas;

5.Artropatias inflamatórias.

E há factores de risco modificáveis:

1. Obesidade;
2. Traumatismo maior sobre a articulação;
3. Sobrecarga articular resultante de actividades profissionais ou de lazer;
4. Alterações anatómicas, entre outras.

Desta forma cada indivíduo pode prevenir a osteoartrose através, por exemplo, da correcção dos factores de risco modificáveis:

1. Tratar a obesidade – A obesidade é um factor preditivo maior de osteoartrose. Um Índice de Massa Corporal (IMC) elevado aumenta consideravelmente o risco de osteoartrose dos dois joelhos. Este factor de risco é dose-dependente, o que quer dizer que quanto mais tempo e quanto mais elevado for o excesso de peso, maior a possibilidade de vir a desenvolver artrose, dor e limitação funcional. As mulheres estão mais expostas que os homens. A perda de peso, ao diminuir a carga sobre as articulações dos joelhos, melhora só por si a dor e parece reduzir o risco de agravamento radiológico (traduzido pela diminuição da entrelinha articular, que correspondente ao espaço ocupado pela cartilagem). O risco de osteoartrose da anca e dos dedos está também relacionado com um elevado IMC, embora o risco nestas articulações não seja tão importante como no joelho. O facto deste risco estar também presente em articulações não expostas a sobrecarga ponderal faz supor que existam factores metabólicos relacionados com a obesidade que favoreçam a osteoartrose.

2. Alinhamento articular - O deficiente alinhamento de duas superfícies articulares, seja ele de causa congénita (malformações, displasias, sub-luxações) ou adquirida (sequelas de fracturas, acidentes, sobrecarga), leva a que se gerem zonas de atrito, por falta de distribuição regular das cargas sobre essa superfície articular. Ao nível dos joelhos, o desvio lateral dos topos ósseos articulares entre a tíbia e o fémur (em valgo ou em varo) aumentam três vezes o risco de progressão de osteoartrose. O desalinhamento de uma articulação pode provocar ou agravar o desalinhamento de outras.

3. Evitar a sobrecarga articular e os traumatismos repetitivos, mesmo que de pequena amplitude, com particular cuidado para as ocupações que impliquem a flexão do tronco e a elevação de pesos;

4. Actividade física e actividade profissional - A falta de uso da articulação leva ao desuso muscular, provocando o enfraquecimento dos músculos. O desuso articular pode ser provocado pelo sedentarismo ou pela própria dor articular, que limita o movimento da articulação. A fraqueza muscular parece contribuir para o desenvolvimento de osteoartrose. Assim, o exercício deve tornar-se numa prática regular, adaptado a cada caso, para manter uma boa tonicidade muscular. A actividade desportiva de alta competição favorece o desenvolvimento de artrose, não só pelos traumatismos, mas também pelo excesso de uso articular, sendo frequente a artrose da anca e joelho nos futebolistas e dos jogadores de rugby e a artrose da anca nos dançarinos. O trabalho repetitivo e o mau posicionamento continuado e prolongado a que obrigam certas profissões são causa de artrose, igualmente por uso excessivo. Alguns exemplos são a artrose dos joelhos do trabalho acocorado ou devido a flexões repetidas dos joelhos, a artrose das ancas do agricultor, a artrose das mãos (mais na dominante) do trabalhador manual ou a artrose da coluna e joelhos do transportador de cargas.

A articulação

A articulação é a zona do esqueleto que permite o movimento das peças ósseas entre si, que se mantêm ligadas por intermédio da cápsula articular. Para que as peças consigam deslizar bem são revestidas por uma camada lisa e resistente - a cartilagem articular, que ao mesmo tempo também amortece o choque, evitando que as extremidades ósseas se desgastem. No joelho existe ainda outro tipo de cartilagem, o menisco interno e o menisco externo, em forma de disco mais achatado no centro, que colocados de cada lado da articulação são potentes amortecedores de cargas e choques.

No interior da articulação existe um líquido gelatinoso e transparente, o líquido articular, que é produzido pela membrana sinovial e que reveste o interior da cápsula articular.

Toda esta estrutura é mantida com a ajuda de potentes músculos e tendões que se inserem junto das superfícies articulares e, com um engenhoso e importante jogo de forças, mobilizam as estruturas ósseas entre si. Toda esta estrutura permite que as superfícies ósseas se mantenham ligadas e deslizem suavemente num perfeito encaixe.

As articulações mais atingidas pela osteoartrose são o segmento cervical e lombar da coluna vertebral; a articulação carpometacarpiana do primeiro dedo da mão; as articulações interfalângicas proximais e distais dos dedos da mão; as articulações coxofemorais; as articulações dos joelhos e a articulação metatarsofalângica do primeiro dedo do pé.

A cartilagem

A cartilagem é um tecido amortecedor que reveste a superfície do osso ao nível das articulações, protegendo-as. Tem uma enorme capacidade de resistência à carga e permite o amortecimento e o fácil deslizamento, sem contacto das superfícies ósseas.

A cartilagem é um tecido vivo que está sempre em renovação, havendo em situações normais um equilíbrio entre a formação (anabolismo) e a destruição (catabolismo) da sua estrutura e uma pronta e eficaz resposta à reparação em caso de lesão.

A cartilagem é constituída por uma matriz extra-celular (proteoglicanos e colagénio) e por células (condrocitos) que controlam a formação e destruição fisiológicas da matriz.

Os condrocitos são as células próprias da cartilagem que têm a seu cargo a renovação de todos os outros elementos da cartilagem, nomeadamente o colagénio e os proteoglicanos.

A cartilagem de revestimento ósseo é a cartilagem hialina, existindo um outro tipo de cartilagem a nível articular, a fibrocartilagem, de que são constituídos os meniscos.

Diagnóstico

O diagnóstico da osteoartrose é essencialmente baseado na história clínica do doente, nos sintomas e na observação articular e na avaliação radiográfica das articulações. Ou seja, o diagnóstico tem por base alterações radiográficas típicas em doentes com queixas de dor articular, geralmente mecânica, rigidez e, quase sempre, um grau maior ou menor de limitação da mobilidade e da função da articulação. A ecografia pode ajudar o diagnóstico diferencial e a orientação terapêutica, mas na maioria das vezes não são necessários outros meios de diagnóstico. A osteoartrose, só por si, não provoca alterações nas análises laboratoriais.

A cartilagem parece ser a primeira estrutura da articulação a ser atingida no decurso da artrose, mas todos os outros elementos da articulação acabam por ser atingidos. A membrana sinovial, na tentativa de eliminar os restos de cartilagem degradada que ficam na cavidade articular, inflama e produz mais líquido sinovial (derrame articular ou derrame sinovial), que se manifesta como um inchaço na articulação. O osso subcondral da superfície articular vai reagir espessando-se e proliferando para as extremidades. Forma-se assim o osteofito, a que vulgarmente se chama "bico de papagaio”, que pode ser visto nas radiografias.

Sintomas

A dor é o principal sintoma de artrose. Provoca a chamada dor mecânica que aparece com a mobilização articular, intensifica-se ao longo do dia e acalma durante o repouso. Pode acompanhar-se de rigidez matinal de curta duração, habitualmente inferior a 15minutos. A dor nocturna sente-se por vezes com a mudança de posição. A artrose provoca dor principalmente nos períodos inflamatórios e evolutivos da doença, sendo muito menos intensa fora da crise. Formas mais inflamatórias e avançadas podem acompanhar-se de grande incapacidade.

A dor da anca (coxalgia) pode sentir-se com maior intensidade na virilha e irradiar para a parte anterior da coxa até ao joelho, ou mesmo ser mais intensa ao nível do joelho. A dor da coluna cervical (cervicalgias) pode irradiar para a cabeça, tórax ou membros superiores e as da coluna lombar (lombalgias) para os membros inferiores.

A rigidez no início do movimento, de curta duração (alguns minutos), surge principalmente após períodos de repouso e de manhã ao levantar e a limitação de movimentos pode aparecer precocemente e dificultar gestos simples e as tarefas de vida diária.

O derrame articular, habitualmente pouco importante, ocorre mais nas articulações submetidas a uso excessivo. A atrofia muscular pode acontecer por desuso de uma articulação, devido à dor crónica. Desalinhamento articular e deformações duras aparecem nas formas mais evoluídas da doença pela presença de osteofitos e alterações da estrutura periarticular (cápsula, tendões, ligamentos).

Tratamento

O tratamento actual para a osteoartrose é sobretudo dirigido ao alívio da dor. Para isso utilizam-se os analgésicos, maioritariamente o paracetamol, em tomas repartidas é a grande maioria das vezes eficaz e bem tolerado. Deve ser tomado nos períodos de dor ou diariamente no caso de dor crónica.

A demonstração de inflamação na osteoartrose permitiu reconhecer o papel terapêutico dos anti-inflamatórios não-esteróides (AINE), muitas vezes preferidos pelo doente relativamente ao analgésico, assim como o do uso de medicamentos constituintes da cartilagem, como o sulfato de glucosamina e de condroitina e o acido hialurónico. A eficácia e tolerância é variável de indivíduo para indivíduo e qualquer das terapêuticas deve ser indicada pelo médico especialista.

O tratamento termal é quase sempre benéfico na osteoartrose, existindo em Portugal diversas estâncias termais bem apetrechadas para o tratamento destas doenças.

Na cirurgia da osteoartrose o grande avanço foi obtido pelas próteses totais, nas formas evoluídas, mais sintomáticas e incapacitantes. As próteses totais da anca e joelho são as que se utilizam com maior frequência e trouxeram um enorme benefício na qualidade de vida do doente. A sua colocação deve ser precedida de um bom programa de fisioterapia e de eventual controlo de obesidade.

Artigos relacionados

Osteoartrose: o que precisa saber sobre a doença que afeta 2 milhões de portugueses

Medidas gerais de combate à osteoartrose

Foto: 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico e/ou Farmacêutico.
Iniciativa contará com a presença de 400 profissionais de saúde
A Associação para o Desenvolvimento da Terapia da Dor promove o seu 12º convénio e as 21ªs Jornadas da Unidade de Dor do...

Esta iniciativa tem como objectivo criar um espaço de informação, debate e discussão de ideias no âmbito da dor crónica e aguda e dos tratamentos que mais se adequam a cada uma. Em destaque estarão temas como a dor orofacial e a dor miofascial.

A alimentação nos doentes com dor crónica será um dos temas que estará em discussão, pela primeira vez, nesta iniciativa. Existem alimentos e associações entre eles que podem ajudar a minimizar a dor, aliviar a inflamação, drenar líquidos em excesso ou ajudar a perder peso.

No decorrer do convénio, que tem lugar s na Faculdade de Medicina Dentária de Lisboa, no dia 31 de Janeiro, será atribuído o prémio “Grünenthal/ASTOR” que irá galardoar trabalhos originais em língua portuguesa sobre aspectos de investigação clínica no âmbito do tratamento da dor no adulto e na criança.

No dia 30 de Janeiro, integrado nesta iniciativa, irá decorrer o curso de Ecografia em Anestesia Regional e Medicina da Dor “ Hands on”. Este curso destina-se a profissionais de saúde e pretende formar sobre a aplicação de ecografia no tratamento da dor aguda e crónica.

Para mais informações consulte: http://www.cast.pt/astor/Localizacao.html

Cientistas conseguiram
Investigadores ingleses conseguiram bloquear, em crianças, os efeitos alérgicos que o amendoim produz e que é a principal causa...

Um grupo de médicos conseguiu tornar crianças alérgicas a amendoim insensíveis ao alimento, fazendo-as ingerir pequenas doses deste alimento, segundo um estudo publicado na revista médica britânica The Lancet.

Depois de seis meses de tratamento, as crianças conseguiram tolerar doses diárias de 800 mg de amendoim em pó, o equivalente a cinco amendoins, o suficiente para salvar a sua vida no caso da ingestão acidental do alimento.

“O tratamento permitiu que crianças muito alérgicas consumam quantidades de amendoins muito superiores às encontradas nos alimentos contaminados acidentalmente, algo tranquilizador para os pais que temem reacções alérgicas fatais”, resumiu o coordenador do estudo, Andrew Clark, da Universidade de Cambridge.

Um total de 99 crianças e adolescentes alérgicos, de 7 a 16 anos, participaram no estudo. Uma em cada cinco crianças sofreu efeitos não desejados, que na maioria dos casos se traduziu em prurido na região bocal.

A alergia a amendoim afecta uma criança em cada 50 e constitui a principal causa de morte como consequência de uma alergia alimentar.

Banco Farmacêutico realiza
O Banco Farmacêutico realiza no sábado, dia 8 de Fevereiro, entre as 09h e as 19h, a VI Jornada de Recolha de Medicamentos.

A VI Jornada de Recolha de Medicamentos contará com a adesão de 122 farmácias distribuídas pelas zonas centro e sul do país e os medicamentos recolhidos beneficiarão os utentes de 72 instituições particulares de solidariedade social (IPSS) da região das farmácias aderentes.

Com uma dinâmica semelhante à do Banco Alimentar, o objectivo do Banco Farmacêutico é sensibilizar os portugueses para a doação de medicamentos e produtos de saúde não sujeitos a receita médica, que serão recolhidos nas farmácias por 450 voluntários e depois distribuídos pelas IPSS abrangidas pelo projecto.

Em cinco anos de Jornadas de Recolha de Medicamentos tem-se registado um crescimento contínuo de número de farmácias, voluntários, instituições apoiadas e também em número de medicamentos recolhidos. Desde 2009, ano em que a iniciativa decorreu pela primeira vez em Portugal, tanto o número de instituições apoiadas como as farmácias associadas a esta causa quase duplicou, registando-se um crescimento que ronda os 190% em ambos os casos. Ao longo destes cinco anos foram angariados cerca de 38000 medicamentos. Em 2013 foram recolhidos mais de 9 mil fármacos, um número que a organização espera superar em 2014.

Luís Mendonça, presidente do Banco Farmacêutico afirma que “apesar do contexto de crise económica que temos vivido nos últimos anos, a solidariedade dos portugueses mantém-se e tem crescido. É com muita satisfação que constatamos que a cada nova edição da recolha de medicamentos temos a participação de mais farmácias, as doações são em maior número e conseguimos ajudar cada vez mais pessoas, que é o nosso principal objectivo”.

A VI Jornada de Recolha de Medicamentos conta com o apoio de cada uma das Farmácias aderentes, Ordem dos Farmacêuticos, Associação Nacional das Farmácias (ANF) e da Logista Pharma. Para saber mais sobre o projecto e quais as farmácias e instituições abrangidas pela recolha de 2014 visite o site http://www.bancofarmaceutico.pt/ .

Estudo publicado no British Journal of Dermatology
Um grupo de cientistas defende que beber muitas bebidas alcoólicas pode desencadear variadas reacções no organismo que, como...

A ingestão em grandes quantidades de bebidas alcoólicas pode estar relacionada com o aparecimento de cancro na pele. De acordo com o estudo publicado no British Journal of Dermatology, depois de ingerido o álcool, o etanol é convertido em acetaldeído que torna a pele mais sensível à luz solar e aos raios ultravioletas (UV).

Os cientistas deste estudo, provenientes de várias universidades europeias, defendem que é perigoso estar ao sol sem protecção enquanto se ingerem bebidas alcoólicas.

Depois de observarem milhares de participantes, estes cientistas concluíram que os inquiridos que bebiam 50g de etanol por dia (o equivalente a algumas cervejas fortes) tinham até 55% mais probabilidade de desenvolver a forma mais letal de cancro de pele, conhecido como melanoma, quando comparados com aqueles que bebiam menos ou não bebiam de todo.

Para a médica Eva Negri, da Universidade de Milão, a ingestão de álcool, na presença de raios UV, “pode alterar a imunocompetência do corpo e a capacidade de produzir uma resposta imune natural”.

Cientistas utilizam
Investigação do Instituto Karolinska avança que a ressonância magnética deve ser combinada com testes psicológicos para...

Uma ressonância magnética ao cérebro pode ajudar a identificar as crianças com dificuldades de aprendizagem, uma vez que mede a capacidade da memória a curto prazo, de acordo com um estudo sueco.

O estudo feito por uma equipa de cientistas do Instituto Karolinska - e publicado no Jornal de Neurociência - mostrou que é possível realizar um mapa do desenvolvimento da capacidade da memória a curto prazo com uma imagem obtida a partir de Ressonância Magnética (RM).

“Isto pode trazer vantagens ao identificar precocemente casos de crianças com risco de desenvolvimento medíocre para que seja possível estabelecer ajuda a tempo”, declarou o professor Torkel Klinberg, responsável pela investigação. Entre 10 a 15% das crianças têm problemas de atenção e aprendizagem, o que pode estar relacionado com uma memória a curto prazo inferior.

Para realizar o estudo, foram utilizadas amostras aleatórias de 62 crianças e jovens saudáveis de 6 a 20 anos, e foi feita uma comparação em testes cognitivos enquanto passavam pela ressonância. Os mesmos elementos foram submetidos a testes dois anos depois e o estudo chegou à conclusão de que as ressonâncias anteriores podiam ajudar a prognosticar as suas capacidades de aprendizagem.

Trabalhadores denunciam
Os trabalhadores da Linha Saúde 24 afirmaram que a empresa que gere este serviço vai substituir os 150 enfermeiros com anos de...

Falando na Comissão Parlamentar de Saúde, a Comissão Informal de Trabalhadores da Linha Saúde 24 afirmou que a empresa administradora, a Linha de Cuidados de Saúde (LCS), se prepara para substituir enfermeiros com, em média, mais de quatro anos de experiência numa linha “muito específica e muito diferente de tudo o resto na área da enfermagem” por enfermeiros com uma formação de quatro dias.

“Não é possível garantir a qualidade nestes moldes, afirmou Márcia Silva, uma das enfermeiras.

“A nossa formação inicial é de pelo menos 12 semanas e não quatro dias e é necessário um mínimo de dois anos de experiência, que não é de atendimento telefónico, é de triagem”, acrescentou. As enfermeiras explicaram aos deputados que para um funcionário da linha estar perfeitamente autónomo no atendimento demora no mínimo seis meses e sublinharam a dificuldade que é atender pessoas “dos zero aos 100 anos, com doenças crónicas, com dificuldade na audição ou com dificuldade na percepção do que é perguntado”.

Márcia Silva questionou ainda como é que a empresa garante a qualidade do serviço se perdeu mais de 150 funcionários (cerca de um terço dos 400 em Lisboa e no Porto). “A empresa tinha 150 funcionários a mais só porque queria? Se tinha era porque precisava deles. Agora já não precisa?”, questionou a enfermeira, lembrando que ainda por cima foi anunciada recentemente a criação de uma linha especial para a gripe, à semelhança do que já tinha acontecido em 2009.

Segundo Márcia Silva, a empresa justifica-se com um número muito inferior de chamadas diárias que a linha recebe actualmente (3100) comparada com as que recebia em 2009 (8000).

Para os trabalhadores, esta diminuição para menos de metade do número de chamadas atendidas só se pode justificar precisamente com os despedimentos em curso e o número muito inferior de pessoas actualmente a trabalhar.

A empresa nega que haja chamadas perdidas - afirma Márcia Silva,”mas no dia 18 de Janeiro, o último a que tivemos acesso aos painéis das chamadas, houve mil chamadas perdidas”.

 

Direcção-Geral da Saúde e Ordem dos Enfermeiros analisam situação

A Direcção-Geral da Saúde e a Ordem dos Enfermeiros analisaram hoje, em conjunto, a situação vivida no centro de atendimento do Serviço Nacional de Saúde (SNS), conhecido como Linha de Saúde 24 e emitiram o seguinte comunicado:

1. A Direcção-Geral da Saúde e a Ordem dos Enfermeiros partilham as mesmas preocupações relativamente à qualidade do atendimento e reconhecem, não só a importância da Linha de Saúde 24, como o valor que este serviço representa na melhoria do acesso e na adequação da prestação de cuidados no SNS – patente no elevado grau de satisfação manifestado pelos cidadãos.

2. A Direcção-Geral da Saúde assegurou à Ordem dos Enfermeiros que não se verificam alterações no padrão de atendimento das chamadas, nomeadamente no que refere à conformidade com os critérios de atendimento contratualmente previstos.

3. A Direcção-Geral da Saúde e a Ordem dos Enfermeiros assumem, no âmbito das suas atribuições, que os interesses do Estado e dos cidadãos serão sempre salvaguardados.

4. A Direcção-Geral da Saúde assegura que vai estar especialmente atenta à monitorização da execução e cumprimento do contrato, como garante da manutenção da qualidade da Linha de Saúde 24.

5. A Ordem dos Enfermeiros continuará a acompanhar atentamente esta situação, esperando que as dificuldades sejam rapidamente ultrapassadas.

Células estaminais
Criar rapidamente células pluripotentes, capazes de produzir vários tipos de células, a partir de células sanguíneas adultas,...

Um grupo de cientistas do Japão descobriu que é possível criar rapidamente células pluripotentes (capazes de produzir vários tipos de células) a partir de células sanguíneas adultas, sujeitando-as a elevados níveis de stress, numa experiência que pode revolucionar o campo da medicina regenerativa personalizada.

De acordo com o artigo publicado na revista Nature, os cientistas usaram células adultas de ratos que deixaram praticamente morrer, expondo-as a traumas, níveis baixos de oxigénio ou a um banho de ácido de apenas 30 minutos. No espaço de dias, os cientistas descobriram que as células sobreviveram e recuperaram do estímulo stressante a que tinham sido sujeitas, recuando a um estado semelhante ao de uma célula estaminal.

“Esta técnica é de facto revolucionária”, disse o professor Dusko Ilic, do Kings College, em Londres, sobre a descoberta

As novas células criadas, apelidadas de STAP (iniciais em inglês da expressão pluripotência adquirida accionada por estímulos), permitiram criar diferentes tipos de tecidos ou células, dependendo do ambiente em que foram depois inseridas. Se este mecanismo puder ser duplicado em células humanas, poderá diminuir o tempo necessário para criar terapias celulares regenerativas personalizadas.

É dado o exemplo do caso da degeneração macular relacionada com a idade, que provoca a perda de visão. São necessários 10 meses e elevados custos para partir de uma amostra de pele de um doente para uma terapia que pode ser injectada no seu olho. O professor de medicina regenerativa no University College de Londres, Chris Mason, diz que a nova técnica pode retirar semanas a esse procedimento e poupar muito dinheiro.

Estas novas células STAP são criadas sem o recurso a um embrião, o que no passado desencadeou um debate ético sobre o uso de embriões humanos (que poderiam ser destruídos no processo). A partir das células STAP os cientistas conseguiram ainda criar embriões de ratos.

Páginas