Doentes VIH/SIDA
Doentes com VIH/SIDA em falência terapêutica foram acompanhados durante dois anos e meio pelo projecto Hospital na Comunidade.

O acompanhamento, na comunidade, de pessoas infectadas com VIH/SIDA que não tomam devidamente a medicação evita muitos internamentos e idas à urgência hospitalar. Mesmo assim, será que o investimento compensa? De acordo com um estudo de custo-benefício supervisionado pelo especialista em economia da saúde Pedro Pita Barros, a resposta é não, se se considerar apenas a poupança nestes custos directos (pouco mais de 43 mil euros). Mas, avisa o especialista, é preciso levar em conta outros benefícios não avaliados, nomeadamente em termos de “qualidade de vida”, revela o jornal Público na sua versão Online.

Esta questão vai estar em debate no Hospital de Loures. No encontro sobre os ‘Desafios para o Acesso e Adesão à Terapêutica Antiretroviral’ vão ser apresentados os resultados do projecto Hospital na Comunidade que envolveu perto de duas centenas de pessoas em situação de falência medicamentosa e em início de terapêutica e foi levado a cabo pela Associação de Intervenção Comunitária, Desenvolvimento Social e de Saúde (Ajpas) em parceria com o hospital de Amadora-Sintra.

Foi um projecto fora do comum. Durante dois anos e meio, especialistas do Hospital da Comunidade ajudaram a distribuir fármacos e a controlar a toma da medicação de 99 doentes em situação de falência terapêutica e de 70 novos pacientes do hospital de Amadora-Sintra.

Os resultados foram muito positivos, considera Emília Carreiras, a presidente da Ajpas: 95% dos doentes que apresentavam um historial de falência terapêutica, porque não tomavam ou tomavam mal a medicação, alteraram o seu comportamento. “Em casa de algumas pessoas havia caixas e caixas de medicação [por tomar]”, descreve.

No conjunto dos 70 doentes em início de terapêutica, o sucesso do acompanhamento também foi evidente: no final do projecto, 94% estavam a tomar os fármacos de forma adequada. Este resultado é muito importante, explica a presidente da Ajpas, porque quando uma pessoa infectada não segue a terapêutica “o organismo vai criando resistências e a carga viral dispara” e, quando isso acontece, torna-se necessário passar para um esquema terapêutico mais caro.

Outra vantagem destacada passa pela redução dos internamentos hospitalares, calculada em “menos 75%”.

Contra as expectativas dos responsáveis do projecto, porém, a avaliação custo-benefício supervisionada por Pita Barros concluiu que a poupança com internamentos evitados foi de apenas 43 mil euros, e, com idas à urgência, de uns meros 324 euros. “Este valor não é directamente comparável com o custo total do projecto [cerca de 443 euros euros], uma vez que grande parte dos benefícios a nível da adesão terapêutica e dos custos evitados devido aos efeitos da progressão da doença não foram contabilizados em termos monetários”, refere o estudo.

Nas conclusões sublinha-se, de qualquer forma, que os resultados apresentados “apontam para o sucesso do projecto”. “Encontrou-se evidência de que o acompanhamento recebido” fez “cair drasticamente os níveis de carga viral”, exemplifica.

“A nossa mensagem principal é que não será pelos custos evitáveis [em termos de internamentos e idas à urgência] que este tipo de projecto poderá valer a pena. Agora, pode valer a pena por outro tipo de benefícios”, sustenta Pita Barros. “Tudo o que tem a ver com qualidade de vida" não foi contabilizado, exemplifica. “Qual é o valor de um doente se sentir menos discriminado por não ter que ir buscar os medicamentos ao hospital?", pergunta. Há que procurar e ponderar outros benefícios, propõe.

Estudo revela
Um estudo divulgado na Austrália conclui que os bebés concebidos através de técnicas de reprodução assistida (onde se inclui a...

Esta investigação, levada a cabo pelo Instituto Robinson, da Universidade de Adelaide, afirma que os bebés concebidos por reprodução assistida têm o dobro das possibilidades de morrer nos primeiros 28 dias após o nascimento e de nascer de forma prematura, enquanto a possibilidade de terem um peso abaixo do normal triplica.

As conclusões surgem na sequência de observações e análises feitas a 300 mil nascimentos, onde se incluíram 4300 nascimentos de bebés através de técnicas de reprodução assistida, ocorridos no estado da Austrália nos últimos 17 anos, informou a cadeia australiana ABC.

O chefe da investigação, Michael Davies, explicou que o estudo centrou-se na análise dos factores perinatais como o peso no nascimento, a gestação e morte fetal, e depois na comparação entre si com todas as tecnologias utilizadas actualmente nas clínicas de reprodução assistida.

O investigador alertou que as mulheres que utilizam medicamentos para induzir a ovulação, como parte dos tratamentos de fertilidade, podem correr o risco de perder o feto.

Segundo Michael Davies, os bebés concebidos através de técnicas de reprodução assistida pesavam menos 250 gramas do que os concebidos de forma natural.

Consumismo infantil
A nossa sociedade está voltada para o consumismo, dando-se demasiada importância ao “ter” para se po

Muitos pais associam que o amor por o filho é demonstrado, pela cedência a todos os seus pedidos. Por vezes, esta é a forma encontrada para compensar a ausência diária e a falta de tempo. Apesar da criança apenas procurar atenção e afeto, com o tempo aprende a preencher esta ausência com bens materiais, tornando-se instável e querendo mais e mais bens, sem nunca se sentir preenchida.

Como a criança na infância ainda não desenvolveu as estruturas associadas à capacidade crítica, são os pais que tem de mediar o acesso ao consumo. Nesse sentido, será importante:
- Controlar o que os nossos filhos vêm na televisão, pois este é o meio mais apelativo ao consumo.
- Trocar as recompensas materiais (como brinquedos e consolas) por reforços positivos (como um passeio pelo parque ou escolher uma atividade para jogar em família).
- Procurar dar presentes apenas em datas especiais.
- Permitir que ela opine sobre duas ou três coisas que gostaria de receber e opte apenas por uma.

É importante percebermos que, para acedermos a uma coisa, temos de abdicar da outra. Isto permitirá que a criança aprenda a lidar com a frustração ao interiorizar que a felicidade não depende da quantidade de bens materiais que possuímos.

Desta forma, estaremos a educar as nossas crianças para valorizar a amizade, a família, o amor e a simplicidade… na realidade estaremos a criar filhos felizes e capazes.
 

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Depois das festividades
Passada que está a época festiva e dos excessos alimentares, sugerimos que reequilibre o seu organis

Natal e passagem de ano são sinónimos, entre outras coisas, principalmente por causa dos excessos alimentares. A verdade é que cometer alguns excessos em ocasiões festivas não representa perigo para a saúde, mas convém voltar à rotina anterior – caso já a tivesse – ou defini-la como um objectivo para o novo ano.

Pode inclusive começar por fazer uma desintoxicação alimentar, para eliminar as toxinas acumuladas. Isto porque os maiores excessos alimentares devem-se ao elevado consumo de alimentos com elevada densidade energética, açúcares simples, gorduras, sal, álcool e em contrapartida uma diminuição no consumo de vegetais, frutas e água.

Assim, prefira, agora, alimentos menos calóricos, evite as gorduras, os doces e as bebidas alcoólicas.

Deixamos-lhe algumas dicas

1. Faça 6 refeições por dia. As refeições principais – pequeno-almoço, almoço e jantar – deve ser equilibradas e entre estas, faça uns lanches ligeiros preferindo a fruta, uma torrada ou iogurtes não açucarados;

2. Beba bastante água uma vez que o ajuda a estimular a circulação sanguínea, a digestão e o funcionamento intestinal;

3. Ingira outros líquidos como chás ou sumos naturais de fruta. Evite os refrigerantes;

4. Não beba bebidas alcoólicas. É “permitido” um copo de vinho ao almoço ou ao jantar;

5. Prefira, se puder e gostar, cozinhar os alimentos ao vapor, os cozidos ou os grelhados;

6. Privilegie as carnes brancas, cereais integrais, frutas e legumes frescos;

7. Faça algum exercício físico, não só para o ajudar a relaxar, mas também para eliminar os quilinhos que possa ter ganho a mais na época que passou;

8. Evite o excesso de sal. Tempere os alimentos com ervas aromáticas;

9. Não faça jejuns prolongados. Para além de trazer qualquer efeito de desintoxicação pode originar tonturas, hipoglicemia (baixa do nível de açúcar no sangue) e mal-estar geral;

10. Exclua os doces da sua dieta. Contudo se é daquelas pessoas que não conseguem passar sem eles, então escolha um doce e um dia da semana para comer esse “pecado”.

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Tabaco
O número de fumadores aumentou desde 1980 com aumento da população, segundo um estudo publicado pelo Journal of the American...

Um estudo realizado pelo Institute for Health Metrics e Evaluation (IHME) da Universidade de Washington, publicado pelo Journal of the American Medical Association numa edição especial relacionada com o tabagismo, revelou que a proporção da população mundial que fuma diminuiu desde 1980, mas devido ao crescimento demográfico, o número de fumadores tem vindo a aumentar. Em 2012 existiam 967 milhões de fumadores, enquanto em 1980 eram 721 milhões, verificando-se assim um crescimento global. No mesmo ano verificou-se que os homens predominavam sobre as mulheres no que diz respeito ao consumo de tabaco. Esta prevalência foi visível em todos os países com a excepção da Suécia. O estudo revela ainda que em 187 países, a prevalência de fumadores diminuiu 42% entre as mulheres e 25% entre os homens no período 1980-2012.

Um estudo recente da Organização Mundial de Saúde (OMS) revela que o tabagismo é responsável por 5,7 milhões de mortes por ano, em todo o mundo. Deste valor exclui-se o fumador passivo.

Esta série de investigação assinala o 50.º aniversário do primeiro relatório dos Estados Unidos sobre Tabagismo e Saúde, de Janeiro de 1964.

OMS
A Organização Mundial de Saúde levou a cabo um estudo para avaliar a prevalência, as taxas de mortalidade e os custos sociais...

Uma investigação, financiada parcialmente pela Bill & Melinda Gates Foundation e o Cedars-Sinai Heart Institute, e que contou com a participação do Institute of Health Metrics and Evaluation da University of Washington, teve como objectivo avaliar a prevalência, as taxas de mortalidade e os custos sociais associados à fibrilhação auricular (FA).

O estudo foi liderado por Sumeet Chugh, director associado do Cedars-Sinai Heart Institute. Segundo este estudo, 33,5 milhões de pessoas em todo o mundo sofrem desta doença, 5% da população mundial tem FA.

Os resultados sugerem que a fibrilhação auricular está a aumentar e constitui um sério problema de saúde pública. Sumeet Chugh alerta que “a fibrilhação auricular tem enormes custos em todos os sentidos da palavra. Pode levar a AVCs, hospitalizações e perda de produtividade”.

Outra das conclusões desta investigação está relacionada com o facto de o factor idade não ser o principal responsável pelo desenvolvimento desta doença. A obesidade, a hipertensão ou a poluição atmosférica parecem ser importantes factores de risco.

Acredita-se que este seja o primeiro estudo a determinar o número de pessoas com esta condição à escala global.

Encontrar a origem do problema é o primeiro passo. Chugh afirma que “A nossa esperança é conseguir desenvolver um plano global sustentável para lidar com a fibrilhação auricular e encontrar formas novas e eficazes de prevenir esta condição”.

Apesar das mortes ligadas à fibrilhação auricular estarem a aumentar em todo o mundo, mais mulheres com fibrilhação auricular estão a morrer nos países em desenvolvimento. Nos EUA as mortes ligadas à fibrilhação auricular são agora comparáveis entre homens e mulheres.

“É necessária muita mais investigação para compreender a fundo este aumento contínuo mundialmente”, acrescenta o director associado do Cedars-Sinai Heart Institute.

" A fibrilhação auricular ocorre quando os estímulos eléctricos nas câmaras superiores do coração se tornam caóticos, originando um batimento cardíaco irregular (arritmia). Esse batimento cardíaco irregular pode dar origem a palpitações cardíacas e a uma série de sintomas, tal como a fadiga. A arritmia resulta no mau bombeamento do sangue. Consequentemente, por vezes formam-se coágulos. Se os coágulos rebentarem e forem em direcção ao cérebro poderão provocar um AVC.”

Investigação
Investigadores descobriram que uma molécula produzida pelo cérebro constitui um mecanismo natural de defesa contra os efeitos...

Numa altura em que os dependentes de cannabis são estimados em mais de 20 milhões de pessoas em todo o mundo, duas equipas de investigadores do Instituto Nacional da Saúde e da Investigação Médica francês (Inserm) interessaram-se pela pregnenolona, um precursor de todas as hormonas esteróides (progesterona, testosterona, etc.).

Enquanto se pensava geralmente que a pregnenolona não tinha um efeito biológico próprio, os investigadores mostraram que ela é, de facto, capaz de proteger o cérebro dos efeitos nefastos da cannabis. Entre os efeitos mais conhecidos, estão os défices cognitivos e, nomeadamente, problemas de memória, bem como uma perda geral da motivação. Administrando doses fortes de cannabis a ratos, os investigadores conseguiram aumentar a concentração cerebral da pregnenolona nos seus cérebros e bloquear os efeitos negativos do princípio activo da cannabis (o THC), que actua sobre receptores canabinoides (CB1) situados nos neurónios.

As doses ingeridas foram bastante superiores àquelas às quais são expostos os consumidores regulares de cannabis: “Da ordem de três a 10 vezes mais”, precisou Pier Vincenzo Piazza, que conduziu o estudo, citado pela agência France-Presse.

Ao aumentar as doses, os investigadores descobriram um processo natural até agora desconhecido que protege o cérebro de uma sobre-activação dos receptores CB1 e diminuindo os efeitos da cannabis na memória.

Realizaram igualmente testes em laboratório sobre receptores CB1 humanos em que obtiveram os mesmos resultados. Mas como a pregnenolona é uma hormona natural, mal absorvida e rapidamente metabolizada pelo organismo, os investigadores criaram derivados da pregnenolona “alterados de maneira a poderem ser absorvidos pelo organismo e a não evoluírem para hormonas esteróides”, precisou Piazza. “Esperamos poder começar os ensaios clínicos em seres humanos dentro de um ano ou um ano e meio, no mínimo”, acrescentou, sublinhando que se a eficácia desses derivados da pregnenolona for confirmada, se tratará da “primeira terapia farmacológica da dependência da cannabis”.

Associar tabaco ao cancro do pulmão
Tabaqueiras tinham conseguido negar sempre trabalhos anteriores, até que o relatório de 1964 do médico Luther Terry, também ele...

O grande ponto de viragem na forma como se olha para o tabaco faz 50 anos, depois de em Janeiro de 1964 um médico norte-americano do Surgeon General ter publicado um estudo que associava o seu consumo a um aumento do cancro do pulmão. Antes, outros trabalhos já tinham feito este alerta, mas a indústria tinha sempre conseguido negar a base científica dos mesmos ou encontrado novos filtros que prometiam ultrapassar os malefícios encontrados, noticia o Público Online.

Luther Terry, o médico responsável pela mudança de um tema que era visto como uma escolha individual para uma questão de saúde pública, teve desde logo vários pontos a seu favor: ele próprio era fumador e percebeu que teria de trabalhar com a indústria tabaqueira para não ver questionado no final o trabalho do organismo que serve de base a muitas das decisões relacionadas com a saúde pública naquele país. Assim, para construir a equipa de trabalho, deixou que a própria indústria validasse um a um todos os nomes, sendo que do total de dez elementos só metade não eram fumadores.

Aliás, a própria equipa de investigadores era reveladora da tendência social da época, onde se estima que mesmo entre a classe médica entre um terço a metade dos clínicos fossem fumadores. Nos anúncios e pelas ruas abundavam também imagens de desportistas famosos a fumar, até o conhecido desenho animado Fred Flintstone empunhava cigarros, não havia nenhuma mesa de café sem um cinzeiro e a publicidade era feita sem restrições, recorda o The Detroit News, que adianta que na altura do estudo 42% da população adulta dos Estados Unidos era fumadora.

Mesmo à medida que o trabalho se desenvolveu, Luther Terry continuou a fumar e foi a colega Eugene Guthrie que o persuadiu a deixar o hábito antes da histórica conferência de imprensa, brincando que se o quisesse continuar a fazer devia fazê-lo fechado num armário.

O trabalho, mesmo assim, foi envolto em fortes medidas de segurança e divulgado finalmente a 11 de Janeiro de 1964, um sábado - para evitar os efeitos em bolsa e conquistar a imprensa de domingo. Na divulgação pública - que pela primeira vez colocou o tema na capa dos jornais -, Luther Terry disse que o relatório, que analisou 7000 artigos científicos com o apoio de mais de 100 consultores, permitiu estabelecer a existência de uma relação causal entre consumo de tabaco e algumas formas de cancro, como do pulmão e da laringe, no homem, bem como outras doenças das vias respiratórias e cardiovasculares. Referia-se também a relação de dependência.

O médico recomendava, por isso, que o Governo tivesse uma intervenção urgente para evitar as doenças prematuras e as mortes e que tivesse uma mão pesada nas políticas. Duas décadas depois, Terry chegou a descrever o momento como “uma notícia bombástica que atingiu o país e que fez as primeiras páginas dos jornais e noticiários de rádios e televisões nos Estados Unidos e noutros países”.

Na altura, o trabalho não referia as mulheres (uma minoria entre os fumadores), mas mais tarde vários trabalhos, alguns também do Surgeon General, vieram acrescentar que os problemas são extensíveis às mulheres e também a outros tipos de cancro e a outras doenças.

Em apenas três meses, o consumo de tabaco nos Estados Unidos caiu 15%, apesar de depois do choque inicial as vendas terem recuperado em parte, o que levou as autoridades a pensarem em novas acções. Nas décadas seguintes, desde avisos nos maços de tabaco a restrições nos anúncios publicitários ou mesmo proibição dos mesmos, várias foram as medidas tomadas e que influenciaram países de todo o mundo, a que se juntaram outras como o aumento de impostos ou a protecção específica das camadas mais jovens da população.

Estudo suíço
Uma dieta rica em frutas e verduras com alto teor de fibras contribui para prevenir a asma alérgica graças ao efeito protector...

A pesquisa, coordenada pelo Hospital Universitário de Vaud e financiado e publicado pela revista Nature Medicine, mostra a relação entre o aumento dos casos de asma alérgica nos últimos 50 anos nos países ocidentais e a diminuição generalizada do consumo de frutas e verduras, revela o portal A Tarde.

Para chegar a essa conclusão, os cientistas fizeram experiências com ratos, já que as características do sistema imunológico estudados não se diferenciam substancialmente das dos seres humanos, explicou em comunicado o Fundo Nacional Suíço, que financia o estudo.

Uma parte dos roedores foi submetida a uma dieta com conteúdo de fibra em torno de 0,3% (a proporção de fibra na dieta ocidental é cerca de 0,6%), enquanto o segundo grupo de roedores ingeriu maior quantidade de fibra, em proporções superiores a 4%.

Uma vez expostos a extractos de ácaros de pó doméstico, os animais que receberam uma dieta rica em fibras desenvolveram uma reacção alérgica significativamente menos grave, com menos muco nos pulmões, explica o comunicado.

Os cientistas afirmam que o efeito protector é o resultado de uma reacção em cadeia em vários níveis, que começa quando a fibra chega ao intestino grosso, onde é fermentada pelas bactérias e se transforma em ácidos gordos, que são transportados no sangue e contribuem para o amadurecimento das células do sistema imunológico na medula óssea.

Atraídas pelos ácaros, as células migram para os pulmões, onde desencadeiam uma reacção defensiva contra eles. "Já sabíamos a importância do papel da diversidade microbiana no intestino, onde a fibra é digerida e fermentada, na prevenção de certas doenças como o cancro do cólon. Mas agora vamos demonstrar pela primeira vez que a influência das bactérias intestinais vai muito além, chega até os pulmões", realçou no comunicado Benjamin Marsland, líder da pesquisa.

Parotidite infecciosa
A papeira é uma infecção por um vírus que causa edema das glândulas parótidas, situadas à frente dos
Mulher com dor na zona da garganta proveniente da papeira

A papeira é causada pelo vírus da papeira, um tipo de paramixovírus que se dissemina de pessoa para pessoa através da tosse, dos espirros e da saliva, bem como através do contacto com objectos e superfícies contaminados (lenços usados, copos partilhados, mãos sujas que tocaram num nariz a pingar). Quando o vírus da papeira se introduz no organismo, passa para a circulação sanguínea e pode disseminar-se para muitas glândulas diferentes e para o cérebro:

 

  • Glândulas salivares — A papeira causa dor e edema na glândula parótida e noutras glândulas salivares localizadas sob a língua e a mandíbula.
  • Testículos — Nos testículos, a papeira pode causar edema, dor, hipersensibilidade e, por vezes, diminuição permanente do tamanho (atrofia), embora raramente cause esterilidade.
  • Ovários — Nas mulheres, a infecção dos ovários pela papeira pode causar dor nos quadrantes inferiores do abdómen mas não conduz a infertilidade.
  • Pâncreas — O vírus da papeira pode causar inflamação e infecção do pâncreas e dores abdominais.
  • Cérebro — Quando se introduz na circulação sanguínea, o vírus da papeira pode igualmente atingir o cérebro, onde pode causar meningite (inflamação e infecção das membranas que revestem o cérebro) e encefalite (uma infecção cerebral). Este envolvimento cerebral (que é muito raro) conduz por vezes a complicações a longo prazo, tais como surdez, paralisia (fraqueza, especialmente dos músculos faciais), hidrocefalia e convulsões.

Raramente, o vírus da papeira pode afectar outras partes do corpo, tais como as articulações, a glândula tiroideia ou os pulmões.

Quando uma grávida desenvolve papeira, pode existir um risco acrescido de morte fetal e de aborto se a mãe se encontrar no primeiro trimestre de gravidez. No entanto, a infecção provavelmente não aumenta o risco de malformações congénitas.

As pessoas com papeira são contagiosas durante um período que se inicia 48 horas antes e que termina 6 a 9 dias depois do início dos sintomas da doença. O aparecimento de uma vacina no final da década de 1960, permitiu reduzir drasticamente o número de casos de papeira, estimando-se atualmente a ocorrência de um caso em cada milhão de pessoas.

Sintomas da papeira

Em cerca de 15 a 20% dos doentes, a papeira não causa sintomas. Nos casos em que ocorrem sintomas, eles geralmente iniciam-se 14 a 18 dias após a exposição a um doente com papeira.

Em cerca de metade dos doentes, os sintomas da infecção podem incluir febre, dores de cabeça, odinofagia, dores musculares, falta de apetite e mal-estar (uma sensação generalizada de doença). O vírus da papeira causa dor e edema na parte anterior do lobo da orelha, denominado parotidite. Devido à dor da parotidite, mastigar ou engolir pode tornar-se muito desconfortável e o doente pode não ter vontade de comer.

Raramente, os adolescentes do sexo masculino e os adultos com papeira podem desenvolver edema e dor num ou em ambos os testículos (orquite). Nas mulheres, os ovários podem estar envolvidos, o que pode causar dores nos quadrantes inferiores do abdómen.

Nos doentes de qualquer dos sexos, mas mais frequentemente nos adultos do que nas crianças, podem igualmente ocorrer complicações mais graves, incluindo:

  • Pancreatite da papeira, que causa dor nos quadrantes superiores do abdómen;
  • Meningite asséptica (não bacteriana), que causa dores de cabeça, rigidez da nuca e sonolência,
  • Encefalite da papeira, que causa febre elevada e inconsciência, embora isto ocorra em menos de um em cada 1.000 casos de papeira.

Diagnóstico da papeira

O médico irá fazer perguntas sobre a exposição do doente a alguém que se sabe ter papeira ou edema da face. Mesmo que o doente não tenha tido contacto directo com essa pessoa, o médico pode querer saber se frequentaram a mesma escola, se vivem no mesmo agregado familiar ou no mesmo dormitório ou se trabalham no mesmo edifício. O médico pode igualmente querer saber se a pessoa se encontra vacinada, quando é que foi vacinada e o número de doses de vacina que recebeu. A vacina da papeira é frequentemente administrada como parte da vacina contra o sarampo, a papeira e a rubéola.

O médico irá suspeitar de que um doente sofre de papeira se apresentar edema doloroso da parótida bilateralmente durante, pelo menos, dois dias e se tiver uma história de ter estado exposto a uma pessoa com papeira. Nos doentes sem edema da parótida, o diagnóstico pode ser confirmado através de análises de sangue que medem anticorpos específicos (proteínas defensivas elaboradas pelo sistema imunitário) contra o vírus da papeira. Além disso, o vírus da papeira propriamente dito pode ser detectado em amostras de urina, de saliva ou de líquido cefalorraquidiano (o líquido que envolve o cérebro e a medula espinhal) e que é obtido através de uma punção lombar.

Evolução clínica da papeira

Os sintomas de papeira geralmente prolongam-se durante cerca de 10 dias. Quando o doente recupera, de um modo geral fica imunizado para o resto da vida contra o vírus da papeira.

Prevenção da papeira

Uma pessoa pode prevenir a papeira através da vacina contra esta doença, que é geralmente administrada como parte da vacina combinada contra o sarampo, a papeira e a rubéola. Esta vacina de vírus vivos de um modo geral não é recomendada para as grávidas e para os doentes que estão a tomar determinados medicamentos ou que sofrem de problemas médicos que suprimem o sistema imunitário.

Uma vez que os doentes com papeira são contagiosos durante cerca de 48 horas antes de desenvolverem os sintomas, geralmente não é necessário isolá-los dos outros membros do agregado familiar (exceto as grávidas) após o início dos sintomas, pelo facto dos familiares já terem provavelmente sido expostos ao vírus durante o período de 48 horas antes dos sintomas terem início.

As crianças com papeira são geralmente excluídas da escola ou do infantário durante 9 dias após o início do edema das glândulas parótidas. Os especialistas em saúde pública são geralmente envolvidos para ajudar a controlar os surtos.

Quando contactar um médico

Consulte o médico se você ou alguém na sua família desenvolver sintomas sugestivos de papeira, mesmo que tenha sido vacinado contra esta doença. Além disso, se ocorrer um surto de papeira na escola do seu filho ou no seu local de trabalho, consulte o médico para determinar se é imune à papeira. Se for do sexo feminino e estiver a ponderar engravidar, confirme se as vacinações estão atualizadas.

Prognóstico da papeira

As pessoas recuperam completamente da papeira. No sexo masculino, existe um risco pequeno adicional de esterilidade se a infecção afectar ambos os testículos (orquite bilateral), mas isso é pouco habitual.

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Vacinação

Programa Nacional de Vacinação

Autismo

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Dicionário de A a Z
Inicialmente designado de bacilo de Pfeiffer.

É uma bactéria que provoca meningites e septicémias, geralmente em crianças(menores de 5 anos de idade), infecções do ouvido médio, da garganta, celulite e mais raramente outras doenças como pneumonia. É Bacilo Gram-negativo.

A utilização de vacinas diminuiu drasticamente o número de pessoas infectadas. Os tipos de Haemophilus influenzae vão de A a F, predominando o tipo B. O tipo B é o mais virulento deste grupo. Este procarionte simples foi o primeiro organismo a ter seu genoma completamente sequenciado, com aproximadamente 1.740 genes.

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Dicionário de A a Z
A azia é um dos sintomas relacionados com a dispepsia.

A dispepsia é sinónimo de má digestão e engloba vários sintomas, sendo a azia um deles. O processo digestivo inicia-se com a acção dos ácidos gástricos no estômago. Quando a produção de ácido gástrico é mais elevada do que o normal poderá ocorrer uma sensação de ardor. A azia ocorre quando há um refluxo deste ácido gástrico para o esófago provocando a irritação dos tecidos e dando origem à sensação de ardor que caracteriza a azia.

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Dicionário de A a Z
Os antioxidantes são parte natural do sistema de defesa no nosso corpo, e combatem os radicais livre

O papel dos antioxidantes é ajudar a proteger as células, minimizando e neutralizando os efeitos nocivos dos radicais livres. Baseados nestas acções, o seu consumo resulta numa protecção contra as doenças e o envelhecimento precoce. Os antioxidantes encontram-se em diversos alimentos, com maior incidência em legumes e frutas frescas.

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Em 2014
Taxas moderadoras nas urgências hospitalares vão aumentar em Janeiro de acordo com a taxa de inflação.

Os hospitais vão receber menos dinheiro do Estado pelas urgências que fizerem no próximo ano, mas os doentes não isentos pagarão taxas moderadoras um pouco mais elevadas quando recorrerem a estes serviços. Percentualmente, portanto, os doentes passam a suportar uma percentagem maior do custo total do serviço público. As taxas moderadoras vão ser actualizadas em Janeiro em função da taxa de inflação.

Os valores que os hospitais recebem pelas urgências feitas vão ser de novo reduzidos em 2014, tal como tinha acontecido no ano passado, de acordo com a tabela de preços que consta do contrato-programa para o próximo ano, um documento da Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS) que define os objectivos a negociar com as unidades públicas.

Uma urgência polivalente (nos hospitais centrais, como o Santa Maria, em Lisboa, e o S. João, no Porto) passa de um preço tabelado de 112,07 euros, este ano, para 107,59 euros, em 2014. Um doente, recorde-se, paga actualmente 20,60 euros de taxa moderadora por este serviço.

Já uma urgência básica — que este ano valia às unidades do Serviço Nacional de Saúde 31,98 euros — vai diminuir para 30,70 euros no próximo, enquanto uma urgência médico-cirúrgica passa de 56,16 para 53,91 euros. Em simultâneo, as taxas moderadoras (que são agora de 15,45 euros e de 18 euros nos serviços de urgência básica e médico-cirúrgicos) vão aumentar de acordo com a taxa de inflação.

O aumento será ligeiro, mas basta fazer as contas para perceber que nas urgências básicas os doentes não isentos já vão pagar mais de um terço do preço total do serviço, o que contraria a regra estabelecida quando estas taxas foram criadas. O PÚBLICO tentou obter um comentário da ACSS, sem sucesso.

De resto, a tabela para 2014 que consta do relatório da contratualização prevê reduções de preços em quase todos os cuidados de saúde. Isto significa que os hospitais vão passar a receber menos dinheiro do Estado não só pelas urgências, mas também por quase todos os tipos de consultas externas, pelas interrupções voluntárias de gravidez e pelo tratamento de doentes com VIH/sida, esclerose múltipla, etc.

No global, os hospitais EPE (Entidades Públicas Empresariais) vão sofrer um corte de 3,5% no orçamento para o próximo ano, o correspondente a cerca de 146 milhões de euros. “O quadro de forte restrição orçamental decorrente da actual conjuntura económica e financeira permanece em 2014, exigindo-se, pois, a manutenção de esforços de contenção dos gastos públicos”, justifica a ACSS.

Mas há uma novidade no financiamento para 2014: estabelece-se uma distinção entre os hospitais que tiveram melhor desempenho no passado — e que vão ser obrigados a cortar 5% em recursos humanos e 3% noutros custos operacionais — e os que tiveram pior desempenho — que terão de cortar 9% nos custos com o pessoal e 5% noutros custos operacionais. Uma medida instituída para evitar que aqueles com melhor desempenho tenham o mesmo tipo de tratamento que os restantes.

O relatório prevê também uma série de incentivos. Para 2014, estão previstos incentivos de 10% nas primeiras consultas referenciadas por sistema informático no programa Consulta a Tempo e Horas, nas consultas de telemedicina e nas consultas de psiquiatria na comunidade.

No próximo ano, começa a ser preparada uma medida que vai permitir que em 2015 os hospitais passem a ser mais bem pagos pela diminuição dos tempos de espera nos serviços de urgência e pela gravidade do caso, através da introdução de um preço diferenciado por tipo de tratamento. São igualmente equacionados vários tipos de penalizações, como o não pagamento das consultas de seguimento e de um número de cesarianas considerado excessivo.

Quanto aos medicamentos, está prevista a atribuição de incentivos financeiros aos hospitais que cuja despesa fique abaixo da média e a sua sanção com penalizações, nos casos em que os gastos superem a média.

Estudo
A indústria farmacêutica e biomédica está interessada em explorar recentes descobertas sobre novos usos a dar aos caranguejos...

Francisco Avelelas, estudante de 23 anos da Escola de Turismo e Tecnologia do Mar de Peniche, defendeu há uma semana a investigação de mestrado, segundo a qual compostos extraídos das carapaças dos crustáceos têm actividade antibacteriana, antifúngica, antioxidante e até proteica.

"Pode ser utilizado em revestimentos de próteses para aumentar o tempo de não rejeição da prótese e em pensos que, com estas actividades antibacterianas e antifúngicas, permitem uma cicatrização mais rápida dos tecidos", explicou à agência o biólogo.

Além disso, têm também reaproveitamento no revestimento de frutas e outros produtos para aumentar o tempo de prateleira, no revestimento de comprimidos ou na composição de pesticidas agrícolas menos nocivos para a saúde e para o ambiente.

Segundo o estudo, pode integrar a formulação de comprimidos para emagrecimento, permitindo que "os lípidos não sejam absorvidos e processados pelo organismo para prevenir calorias quando vamos ter uma alimentação mais calórica".

Apesar de serem capturados com outras espécies pelas artes de pesca, os caranguejos pilados não têm qualquer valor económico para a pesca, uma vez que não são consumidos.

Mas, com a investigação em torno das carapaças dos crustáceos, os biólogos pretendem conferir valor ao recurso, colocando não só os pescadores a capturar o pescado mas também a indústria farmacêutica e biotecnológica a explorar comercialmente esses novos usos e já há interesse de uma empresa dessa área.

Além da aplicação industrial dessa matéria-prima, a empresa tenciona vir a instalar uma nova fábrica em Peniche, um investimento de um milhão de euros que pode vir a criar meia dúzia de postos de trabalho qualificados, adiantou Sérgio Leandro, investigador que coordenou o mestrado.

O investigador defendeu que há condições para instalar um cluster biotecnológico na cidade, uma vez que, à semelhança dos caranguejos, existem outros recursos marinhos que podem vir a ser estudados e ser explorados para outros usos que não os da pesca.

Estudo
Uma equipa de investigadores no Canadá desenvolveu uma classe de compostos que podem ajudar na erradicação da doença de Chagas,...

Com uma fase aguda e outra crónica e, sem tratamento, a doença de Chagas provoca transtornos cardíacos e digestivos à medida que o parasita se aloja no coração, no esófago e no cólon destruindo os tecidos.

O tratamento padrão actual para a doença é a administração do composto benzonidazol que mostra uma actividade significativa contra o parasita durante a fase aguda, mas não é tão eficaz quando a doença se torna crónica.

Os trabalhos na busca de novos fármacos concentraram-se na interferência com uma enzima, cruzipaína, necessária para a digestão do parasita, para a produção de outros mecanismos celulares, invasão do sistema imunológico do anfitrião e para invadir os tecidos dos órgãos internos.

A doença causada pelo parasita Trypanosoma Cruzi, transmitido aos humanos por insectos que se alimentam de sangue e picam preferencialmente o rosto das suas vítimas. «Apesar de, historicamente, a infecção se restringir maioritariamente aos povos pobres e rurais nas América Central e do Sul, também apareceu nos Estados Unidos, Europa, Japão, Canadá e Austrália devido às migrações, e a transmissão sem o vector tradicional está a transformar-se numa ameaça à saúde pública», escreveu a cientista Deborah Nicoll Griffith.

De acordo com Nicoll, do Centro Merck Frosst de Pesquisa Terapêutica em Kirkland, no Quebeque, foram registrados 300 mil casos nos Estados Unidos em 2005.

Nicoll e os seus colegas identificaram dois compostos, conhecidos como inibidores reversíveis de protease cisteína, que se liga à cruzipaína como peças de um quebra-cabeça e desabilitam a proteína.

No estudo, os cientistas provaram a eficácia dos compostos em ratos e compararam-na com a do benzonidazol.

O artigo concluiu que, apesar de todos os grupos de ratos submetidos à tratamento terem mostrado uma redução notável na carga de parasitas em todos os tecidos, os dois compostos experimentais tiveram taxas mais altas de cura das infecções agudas (90% e 78%, respectivamente), comparadas com a benzonidazol (71%).

«A eficácia demonstrada nestes estudos com o T. cruzi com ratos indica que os inibidores de cruzipaína que contêm nitrilo são um método promissor para um tratamento seguro e eficaz da doença de Chagas», escreveram os investigadores.

Dicionário de A a Z
Sons agudos e prolongados, mais evidentes na expiração.

A pieira surge frequentemente no decurso das crises de asma e caracteriza-se por um ruído tipo assobio que se ouve ao respirar e que é provocado pela passagem do ar nos brônquios estreitados.

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Infecção viral
A poliomielite é uma infecção viral muito contagiosa, por vezes mortal, que pode provocar fraqueza m

A poliomielite é provocada por um vírus conhecido como poliovírus, um enterovírus, que se transmite ao engolir substâncias, como água, contaminadas por fezes infectadas. A infecção estende-se do intestino a todo o corpo, mas o cérebro e a espinal medula são os mais gravemente afectados.

Nos primórdios do século XX, grande parte dos recursos sanitários eram destinados às pessoas infectadas pela poliomielite. Hoje em dia, a maioria dos médicos nunca viu uma infecção nova de poliomielite. Nos países industrializados os surtos de poliomielite desapareceram quase por completo graças aos maciços programas de vacinação. Antes de existirem as vacinas, os surtos surgiam durante os meses de Verão e de Outono em zonas de clima temperado. Nos países em vias de desenvolvimento, o vírus pode propagar-se através da água contaminada por fezes humanas. As crianças com menos de 5 anos de idade são especialmente propensas a infectar-se desta forma.

Sintomas e diagnóstico
Na maioria dos casos, a infecção desaparece ao fim de cerca de duas semanas, mas pode provocar a paralisia irreversível dos grupos musculares afectados como sequela. Por outro lado, como este tipo de paralisia afecta o desenvolvimento esquelético e muscular dos bebés, com o passar do tempo, é muito comum que se comecem a evidenciar assimetrias, posições anómalas, rigidez e deformações nos segmentos corporais afectados.

A poliomielite que afecta as crianças pequenas costuma ser ligeira. Os sintomas, que começam entre o 3.º e o 5.º dia depois da infecção, consistem numa sensação de mal-estar geral, febre ligeira, dor de cabeça, irritação da garganta e vómitos.

A poliomielite grave é mais provável nas crianças mais velhas e nos adultos. Os sintomas, que normalmente surgem entre o 7.º e o 14.º dia depois da infecção, incluem febre, dor de cabeça intensa, rigidez do pescoço e das costas e dor muscular profunda. Em algumas zonas da pele aparecem sensações raras, como picadas e uma invulgar sensibilidade à dor. A doença pode estacionar ou até progredir e desenvolver-se debilidade ou paralisia em certos músculos, dependendo de que partes do cérebro e da espinal medula forem afectadas. A pessoa pode ter dificuldade em engolir e pode sufocar com saliva, alimentos ou líquidos. Ao engolir, por vezes os líquidos passam para o nariz. Finalmente, a voz pode tornar-se nasalada.

Pode ser diagnosticada a poliomielite a partir destes sintomas. O diagnóstico confirma-se ao identificar o poliovírus numa análise às fezes e ao detectar valores de anticorpos perante o vírus no sangue.

Complicações
A complicação mais grave da poliomielite é a paralisia permanente. Embora a paralisia ocorra em menos de 1 em cada 100 casos, a debilidade permanente de um ou mais músculos é bastante frequente.

Por vezes, a parte do cérebro responsável pela respiração pode ser afectada e provocar debilidade ou paralisia nos músculos do peito. Durante as epidemias dos anos 1940 e 1950, esta complicação fez com que se generalizasse o uso do pulmão de aço, um incómodo dispositivo mecânico que facilitava a respiração. Hoje em dia, a morte por poliomielite é rara.

Algumas pessoas desenvolvem outras complicações vinte ou trinta anos depois de terem sofrido um ataque de poliomielite. Esta doença (síndroma de pós-poliomielite) consiste numa fraqueza muscular progressiva, que muitas vezes é causa de uma grave invalidez.

Prevenção
A prevenção da poliomielite consiste na vacinação. A vacina da poliomielite está incluída nas imunizações sistemáticas das crianças.

Existem dois tipos de vacinas antipoliomielíticas. A primeira a ser utilizada foi a vacina Salk, composta por vírus mortos e aplicada através de uma injecção subcutânea. A outra, que à excepção de raras ocasiões é a que se utiliza actualmente, corresponde à vacina Sabin ou antipoliomielítica oral trivalente, elaborada com os três subtipos de poliomielite atenuados e administrada por via oral sob a forma de gotas, na maioria dos casos dissolvidas num torrão de açúcar.

No entanto, em casos muito raros, a vacina viva pode provocar poliomielite, sobretudo em pessoas que têm um sistema imunitário deficiente. Por conseguinte, a vacina viva não é administrada a estas pessoas ou às que tenham contacto permanente com elas, porque o vírus vivo elimina-se pelas fezes durante determinado tempo depois da vacinação.

Nos países industrializados não se recomenda vacinar pela primeira vez pessoas maiores de 18 anos, pois o risco de adquirir poliomielite nessas circunstâncias é extremamente baixo. Os adultos que nunca tenham sido imunizados e que vão viajar para uma zona onde a poliomielite ainda representa um problema sanitário deverão ser vacinados.

Tratamento
A poliomielite não se cura e os medicamentos antivirais não afectam o curso da doença.

Apenas é necessário, quando a poliomielite manifesta sinais e sintomas, recorrer-se à hospitalização do paciente, de modo a que sejam adoptadas as medidas adequadas para solucionar eventuais complicações agudas e prevenir sequelas. Para além disso, pode-se recorrer à aplicação de gesso ou outros dispositivos, com vista a corrigir contracturas musculares. Após se ultrapassar a fase aguda da poliomielite paralítica, costuma-se proceder à realização de fisioterapia, com o objectivo de recuperar, o máximo possível, a força dos músculos afectados e, caso seja necessário, realizar várias técnicas cirúrgicas para corrigir deformações esqueléticas.

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Esclareça-se
Em muitos países ocidentais, a causa mais frequente de cirrose é o abuso do álcool.
Fígado saudável e fígado com cirrose

O que é a cirrose hepática?

Cirrose hepática é o termo utilizado quando as células do fígado morrem e são substituídas por tecido fibroso, semelhante a cicatrizes. A estrutura fica alterada, formando-se os chamados nódulos de regeneração resultando na perturbação da circulação do sangue através do fígado. A substituição do fígado por este tipo de tecido leva à perturbação do desempenho das suas funções: a sua consistência fica muito dura e a superfície irregular e nodular.

O que causa cirrose?

A cirrose é causada por múltiplas situações:

  • Ingestão excessiva de bebidas alcoólicas (causa mais frequente em Portugal);
  • Hepatites provocadas por vírus, as hepatites C e B;
  • Excesso de gordura no fígado (a chamada esteato hepatite não-alcoólica, associada principalmente à obesidade e diabetes);
  • Doenças mais raras (cirrose biliar primária, hepatite auto-imune, hemocromatose, etc).

Como evitar a cirrose e as suas complicações?

Evitar o excessivo consumo de bebidas alcoólicas e vacinar-se contra a hepatite B. Quanto à hepatite C, actualmente, os grupos de maior risco são os toxicodependentes e aqueles com relações sexuais de risco (múltiplos parceiros, relações desprotegidas). Deve promover-se a não partilha de seringas ou outro material utilizado no consumo de drogas, bem como o uso do preservativo.

Como identificar as causas da cirrose?

De vários modos: pode existir um passado de ingestão de álcool em excesso ou seja mais de duas ou três bebidas no homem e mais de uma a duas na mulher por dia, consoante o peso, por um período superior a 5 anos. Para este efeito considera-se que, um copo de vinho, uma cerveja, um uísque, um copo de vinho de Porto ou um shot contêm idêntica quantidade de álcool.

Apesar da diferente graduação, contêm também quantidades diversas de líquido por bebida o que as torna em termos de conteúdo de álcool praticamente idênticas.

Nas hepatites B e C o diagnóstico de certeza é efectuado através de análises sanguíneas: têm que ser pedidos os “marcadores” das hepatites. Por vezes é necessário recorrer à biópsia hepática, isto é, colher um fragmento do fígado através de uma agulha apropriada e analisá-lo ao microscópio.

As bebidas alcoólicas em excesso causam sempre cirrose?

Não, só uma percentagem de bebedores excessivos vem a desenvolver cirrose hepática: aproximadamente 10-15%. Isto depende de vários factores: genéticos, quantidade ingerida (quanto mais elevada a quantidade maior é o risco), sexo (as mulheres, para a mesma quantidade, têm um risco aumentado). No caso de estar infectado com o vírus da hepatite C, B ou da SIDA o risco é superior.

As hepatites causam sempre cirrose?

Só uma determinada percentagem dos infectados com as hepatites víricas vem a ter cirrose. A hepatite A nunca provoca cirrose. Dos que contraem hepatite B, 5% ficam com o vírus para sempre, dos quais 20% evoluem para cirrose a médio/longo prazo. Naqueles com hepatite aguda C cerca de 80% permanecem para sempre com o vírus; destes 20% vêm a desenvolver cirrose.

Quais os sinais e sintomas de cirrose?

A maioria dos doentes com cirrose hepática não apresenta sintomas. O aparecimento desta doença é silencioso. Pode desenvolver-se durante muitos anos sem que estes se apercebam. Em muitos casos o médico suspeita da existência da cirrose através de análises sanguíneas ou dos resultados da ecografia abdominal. Este período sem sintomas é a chamada fase da cirrose hepática compensada.

À medida que a doença progride as alterações da estrutura do fígado tornam-se mais intensas, podendo aparecer os seguintes sintomas: emagrecimento, cansaço, olhos amarelos (icterícia), acumulação de líquido no abdómen (ascite), vómitos com sangue (chamadas hematemeses, muitas vezes provocadas pela rotura de veias do esófago dilatadas, as chamadas varizes esofágicas), alterações mentais (encefalopatia hepática), diminuição da resistência às bactérias com infecções muito graves (septicemias, peritonites).

Uma das complicações mais temíveis da cirrose é o cancro do fígado chamado carcinoma hepatocelular: qualquer pessoa com cirrose tem um risco muito aumentado de lhe surgir este tipo de cancro. A fase - de maior gravidade - em que surgem estas complicações chama-se cirrose descompensada.

Qual o tratamento da cirrose?

Depende da causa e da fase da doença. Considerando as três causas mais frequentes (álcool, hepatite C e B), na fase compensada, deve ser abandonado o consumo de álcool; para as hepatites existem medicamentos que em muitos casos conseguem eliminar ou controlar os vírus.

Na cirrose descompensada, o tratamento é variável podendo constar de antibióticos, diuréticos (para eliminar líquidos em excesso), endoscopia com terapêutica para as varizes do esófago e tratamentos para impedir o crescimento do carcinoma hepatocelular.

Nalguns casos, poderá ter que se recorrer ao transplante hepático, cuja taxa de sobrevivência é próxima dos 80%.

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Fígado gordo

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Segundo pesquisa
Um gene que parece aumentar o risco da diabetes em populações da América Latina pode ter sido herdado dos Neandertais, de...

Sabe-se hoje que humanos modernos miscigenaram-se com populações de Neandertais logo após deixarem África, entre há 60.000 e 70.000 anos.

Isso significa que genes do Neandertal estão agora dispersos pelo genoma de todos os não-africanos.

Os detalhes do estudo foram publicados na revista Nature. A variação do gene foi detectada num vasto estudo de associação sobre o genoma de mais de oito mil mexicanos e outros latino-americanos.

O estudo analisa genes de indivíduos diferentes para tentar descobrir se estes estão ligados por alguma particularidade.

As pessoas que carregam a versão de maior risco do gene têm 25% mais probabilidades de desenvolver diabetes do que aqueles que não a tem. Além disso, aqueles que herdam esses genes de pai e mãe têm 50% mais de hipóteses de ter diabetes.

A forma mais perigosa do gene - chamada SLC16A11 - foi encontrada em mais da metade das pessoas que possuem ancestrais nativos da América, incluindo a América Latina.

Essa variação do gene é encontrada em cerca de 20% das populações do Leste da Ásia e muito rara em habitantes da Europa e da África.

Uma frequência elevada dessa variação na América Latina pode ser a responsável por até 20% do aumento da prevalência da diabete tipo 2 nessas populações - cujas origens são complexas e pouco entendidas.

«Até agora, estudos genéticos usaram amplamente amostras de pessoas com ancestrais europeus ou asiáticos, o que torna possível a perda de genes que são alterados em frequências diferentes noutras populações», disse um dos co-autores da pesquisa, José Florez, professor associado de medicina na Harvard Medical School, de Massachusetts.

«Ao expandir a nossa pesquisa para incluir amostras do México e da América Latina, descobrimos um dos mais fortes riscos genéticos já encontrados até agora, o que pode iluminar novos caminhos para atingir a doença com remédios e melhor entendimento dela», explicou.

A equipa que descobriu a variante realizou análises adicionais, em colaboração com Svante Paabo, do Instituto Max Planck de Antropologia Evolutiva.

Os peritos descobriram que a sequência do SLC16A11 associada com o risco de diabetes tipo 2 é encontrada numa sequência de genoma de Neandertal recentemente descoberta na caverna Denisova, na Sibéria.

Análises indicam que a versão SLC16A11 foi introduzida em humanos modernos através de miscigenação entre os primeiros humanos modernos e Neandertais.

Encontrar genes de Neandertal não é algo invulgar. Cerca de 2% dos genomas da actualidade de não-africanos foram herdadas deste grupo humano, que viveu pela Europa e Ásia ocidental entre há 400.000-300.000 anos e 30.000 anos.

Mas os cientistas só estão a começar a entender as implicações funcionais dessa herança Neandertal.

«Um dos aspectos mais excitantes deste trabalho é que revelamos uma nova pista sobre a biologia da diabetes», disse outro co-autor da pesquisa, David Altshuler, baseado no Broad Institute de Massachusetts.

O SLC16A11 é parte de uma família de genes que codificam proteínas responsáveis por várias reacções químicas no corpo.

Alterar os níveis de proteína SLC16A11 pode mudar a quantidade de um tipo de gordura que está relacionada com o risco de diabetes.

Essas descobertas sugerem que esta poderia estar envolvida no transporte de um metabólito desconhecido que afecta os níveis de gordura nas células, aumentando assim o risco para a diabetes tipo 2.

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