Saiba quais são
Poderão ser identificados uma grande variedade de factores que condicionam a incidência, evolução e

Idade
A idade é uma determinante muito importante para a ocorrência e prognóstico das doenças mentais e comportamentais. Na verdade, algumas têm início precoce, como as perturbações emocionais originadas na infância e adolescência, outras ocorrem no final da adolescência e primeiras anos da vida adulta, como a esquizofrenia, outras são típicas do envelhecimento, como a doença de Alzheimer, e outras ainda, como a depressão, podem ocorrer em qualquer fase da vida.

No entanto, o envelhecimento, devido à menor capacidade funcional e ao maior isolamento social, favorece o desenvolvimento de doenças mentais, as quais apesar de comuns entre os idosos estarão subestimadas, pois muitas vezes não são diagnosticadas devido aos seus sintomas serem erradamente considerados como parte do processo de envelhecimento.

Sexo
A prevalência das doenças e perturbações mentais na globalidade não difere significativamente em função do sexo do doente. No entanto, relativamente a perturbações mentais e comportamentais específicas poderemos encontrar risco acrescido em função do género. Assim, a depressão e a ansiedade são mais comuns entre as mulheres, enquanto as perturbações associadas ao uso de substâncias psicoactivas e transtornos de personalidade anti-social são mais frequentes no sexo masculino.

Condição socioeconómica
A pobreza, o desemprego e o baixo nível educacional estão associados a um maior risco de doença mental. Alguns estudos mostram que estas doenças são duas vezes mais frequentes entre os grupos populacionais mais desfavorecidos.

Há também evidência de que o prognóstico da doença é condicionado pelo nível socioeconómico do doente, o que resultará do diferente acesso a cuidados de saúde mental.

Conflitos e catástrofes
A experiência de viver em situações de guerra ou grave convulsão social, ou ainda em situações de catástrofe, aumenta o risco de ocorrência de doenças mentais. Na verdade, verifica-se uma maior prevalência de perturbações mentais entre os cerca de 50 milhões de refugiados de guerra ou entre os milhões de pessoas afectadas por desastres naturais, incluindo terramotos, furacões, cheias e outras calamidades de grande escala.

As situações de conflito social originam com alguma frequência o stress pós-traumático, cuja prevalência na população mundial se estima em cerca de 0,4 por cento.

Co-morbilidade de doença física grave
O risco de ocorrência de doença mental aumenta em indivíduos portadores de doenças físicas crónicas ou graves, nomeadamente o cancro ou a SIDA, em consequência do sofrimento, da incapacidade e de sentimentos de medo ou impotência. Estima-se que cerca de 20 a 25 por cento dos doentes com doenças crónicas, como a diabetes, enfarte de miocárdio ou cancro, venham a desenvolver episódios depressivos.

Por outro lado, existe evidência científica de uma clara associação entre a saúde mental e saúde física dos doentes, pelo que estados afectivos angustiados e deprimidos desencadeiam uma cascata de mudanças adversas no funcionamento endócrino e imunitário criando uma maior susceptibilidade para a ocorrência de doenças físicas. A depressão e o stress originam prognósticos negativos em diversas doenças físicas co-existentes.

Factores sociais e familiares
O ambiente familiar e social está intimamente associado ao risco e ao prognóstico das doenças mentais e comportamentais. Os eventos significativos sociais e familiares que as pessoas experimentam ao longo da vida, sobretudo os desfavoráveis, como o luto, o divórcio, o desemprego ou fracasso em negócios, influencia a ocorrência e a evolução de perturbações mentais e comportamentais. Alguns estudos têm evidenciado que a ocorrência daqueles eventos tem precedido, por vezes de forma quase imediata, o início dos distúrbios mentais.

A existência de antecedentes familiares aumenta o risco de ocorrência de algumas doenças mentais, nomeadamente a depressão. O estado civil é também uma determinante de algumas perturbações mentais. Na verdade, o risco de depressão aumenta nos divorciados e viúvos, particularmente no sexo masculino.

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico e/ou Farmacêutico.
Progressiva e irreversivel
A doença de Alzheimer é de acordo com a classificação da Organização Mundial de Saúde (ICD 10) uma d
Idoso com a mão na cabeça

Fortemente relacionada com a idade, a doença de Alzheimer foi descrita pela primeira vez em 1906 pelo psiquiatra e neuropatologista alemão Alois Alzheimer e trata-se da causa mais comum de demência.

É uma doença progressiva, irreversível e com causas exactas e tratamento ainda desconhecido. Começa por atingir a memória e, progressivamente, as outras funções mentais, acabando por determinar a completa ausência de autonomia dos doentes.

Com o envelhecimento da população, a prevalência da doença de Alzheimer e de outras formas de declínio cognitivo tem vindo a aumentar. Estima-se que haja 5 milhões de pessoas com esta demência na Europa. Segundo o European Alzheimer's Disease Consortium, surgem 800 mil novos casos por ano, na Europa. No nosso país, a Associação Portuguesa de Familiares e Amigos de Doentes de Alzheimer (APFADA) estima que existam cerca de 60 mil portugueses com esta doença, que duplica em cada cinco anos de vida após os 65 anos.

Diagnóstico e sintomas

Não há nenhum exame que permita diagnosticar, de modo inquestionável, a doença de Alzheimer. Assim, o diagnóstico da doença de Alzheimer faz-se pela exclusão de outras causas de demência, pela análise do historial do doente, por análises ao sangue, tomografia ou ressonância, entre outros exames. Existem também alguns marcadores, identificados a partir de exame ao sangue, cujos resultados podem indicar probabilidades de o paciente vir a ter a doença de Alzheimer. Assim, a doença de Alzheimer é diagnosticada por sinais clínicos e por comparação com critérios predefinidos.

Do ponto de vista dos sintomas, de início observam-se pequenos esquecimentos, perdas de memória, normalmente aceites pelos familiares como parte do processo normal de envelhecimento, que se vão agravando gradualmente. Assim, na fase inicial quando os sintomas são discretos, o reconhecimento da doença é difícil não só para os familiares como também para os profissionais de saúde que habitualmente acompanham clinicamente os idosos. Gradualmente, os doentes tornam-se confusos e, por vezes, agressivos, passando a apresentar alterações da personalidade, com distúrbios de conduta. Acabam por não reconhecer os próprios familiares e até a si mesmos quando colocados frente a um espelho.

À medida que a doença evolui, tornam-se cada vez mais dependentes de terceiros, iniciam-se as dificuldades de locomoção, a comunicação inviabiliza-se e passam a necessitar de cuidados e supervisão integral, até mesmo para as actividades elementares do quotidiano, como alimentação, higiene, vestuário, etc. Trata-se assim de uma doença terminal que causa uma deterioração do estado geral da saúde do doente. A causa de morte mais frequente neste tipo de doentes é a pneumonia, pois a progressão da doença causa uma deterioração do sistema imunológico, aumentando o risco de infecções a nível do tracto respiratório.

Para definir a natureza progressiva da deterioração cognitiva foram identificados de uma forma genérica, sete estágios da doença:

Fase 1

Nenhum declínio cognitivo e função intelectual aparentemente intacta, mas supõe a existência de processos patológicos a nível do sistema nervoso central;

Fase 2

Declínio cognitivo muito ligeiro: o paciente começa a esquecer-se da posição de objectos comuns, mas consegue encontrá-los;

Fase 3

Declínio cognitivo ligeiro, com dificuldade de recordar nomes e incapacidade para planear e organizar actividades;

Fase 4

Declínio cognitivo moderado, com perda de memória a curto prazo. A capacidade de socialização perde-se. Incapacidade de dar informação pessoal ou clínica, mas ainda alguma capacidade de promover cuidados pessoais;

Fase 5

Declínio cognitivo moderado e grave: incapacidade para responder correctamente e reconhecer objectos familiares e manuseá-los. Necessidade de ajuda nas actividades diárias, tais como a alimentação e a higiene;

Fase 6

Declínio cognitivo grave, com deterioração da comunicação, e incontinência urinária e fecal;

Fase 7

Declínio cognitivo muito severo, com dependência total para os cuidados do dia-a-dia, discurso ausente ou incompreensível e deglutição comprometida.

Causas da doença

A causa da doença de Alzheimer ainda não está determinada. No entanto, é aceite pela comunidade científica que se trata de uma doença geneticamente determinada, embora não seja necessariamente hereditária. Isto é, não implica que se transmita entre familiares, nomeadamente de pais para filhos. É também hoje aceite que a doença de Alzheimer pode ter várias outras causas para além dos factores genéticos, como seja por exemplo traumatismos cranianos.

São assim factores de risco já identificados para a doença de Alzheimer a idade (superior a 65 anos), o sexo (alguns estudos têm sugerido que a doença afecta mais as mulheres que os homens), os factores genéticos/hereditariedade e a ocorrência de traumatismos cranianos severos.

A doença de Alzheimer é caracterizada por uma degenerescência e morte neuronal, em relação com a deposição no cérebro de várias substâncias, e atinge inicialmente áreas cerebrais, como o hipocampo e estruturas relacionadas na parte interna do lobo temporal, importantes para os processos de memória.

Tratamento

Não existindo nenhum tratamento eficaz para curar ou estabilizar a doença de Alzheimer, os objectivos do tratamento são dirigidos para promover a qualidade de vida do doente e respectiva família. É assim necessário uma colaboração multidisciplinar e uma continuidade de prestação de cuidados, existindo basicamente três vertentes de actuação que permitem melhorar a qualidade de vida do doente, retardando a sua dependência, desacelerando a deterioração cognitiva e facilitando a vida do cuidador. São elas a vertente psicossocial, a terapia comportamental e a farmacológica.

A abordagem psicossocial tem como finalidade promover recursos para a auto-manutenção física, de higiene e de rotina diária (alimentação, higiene, cuidados diários). Uma alteração no estado nutricional é um traço frequentemente observado na demência do tipo Alzheimer - a maior parte dos doentes são magros, podendo surgir com alguma facilidade estados de desnutrição, que devem ser acompanhados e corrigidos pelos profissionais de saúde que acompanham este tipo de doentes. Também a actividade física permite manter a densidade óssea e muscular.

A segunda medida é a terapia comportamental, pois o doente com doença de Alzheimer pode desenvolver uma ampla variedade de transtornos comportamentais, que incluem depressão, agitação, delírios, ansiedade, insónia, violência. Estes transtornos são também fonte de grande sofrimento para os familiares e cuidadores dos doentes. A terapia comportamental deve complementar a terapia farmacológica, consistindo na promoção da adesão do doente a actividades simples, que ocupem o seu tempo, ajudem a manter as suas funções cognitivas activas e lhe tragam satisfação e bem-estar.

Basicamente, as estratégias terapêuticas visam três objectivos essenciais

1) atrasar a progressão da doença;
2) tratar os sintomas primários, isto é, cognitivos;
3) tratar os sintomas secundários, essencialmente comportamentais e psiquiátricos.

Em termos de terapêutica farmacológica, alguns medicamentos demonstram um efeito significativo na função cognitiva de doentes com doença de Alzheimer inicial ou moderada. Além do efeito sobre as funções cognitivas, verificou-se também um efeito sobre as funções não cognitivas.

A doença de Alzheimer, para além da deterioração da função cognitiva, também se caracteriza por alterações comportamentais, do humor e das funções motoras. Estas alterações não são específicas da doença e para o seu controlo sintomático utilizam-se também medicamentos não específicos como os antipsicóticos, antidepressivos, ansioliticos, etc.

Assim tendo-se hoje tornado claro o benefício do início precoce de terapêuticas farmacológicas e de sessões de estimulação cognitiva, só o diagnóstico precoce da doença de Alzheimer poderá permitir a utilização destas estratégias na fase da doença onde poderão ser mais eficazes.

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Esclareça as dúvidas
Aqui as principais perguntas sobre disfunção eréctil e as respostas condensadas.
Homem de meia idade pensativo com a mão no queixo

O que é a disfunção eréctil (ou impotência masculina)?

A disfunção eréctil acontece quando um homem tem uma dificuldade consistente em conseguir ou aguentar uma erecção suficiente para ter relações sexuais. Muitos homens passam por problemas ocasionais ou temporários, mas isso não quer dizer que têm disfunção eréctil. Para um diagnóstico da disfunção eréctil, o problema da falta de erecção tem de ser frequente e regular.

A disfunção eréctil é comum?

Existem estudos que indicam que mais de 152 milhões de homens em todo o mundo, onde mais de 50 milhões estão nos Estados Unidos, sofrem de algum tipo de disfunção eréctil. Em Portugal estima-se que a prevalência global seja de 13 por cento. Também se sabe que menos de 10 por cento destes homens procuram um tratamento para os seus problemas de erecção.

Como posso saber se tenho disfunção eréctil?

Uma consulta com o seu médico é a única maneira de realmente saber se tem disfunção eréctil. O seu médico vai analisar todo o seu historial médico e fazer um exame físico para saber ao certo se não sofre de outra doença ou condição que podem afectar a sua capacidade de atingir uma erecção.

Os problemas de erecção não são uma parte normal do processo de envelhecimento?

Existem mudanças normais que ocorrem nos homens à medida que envelhecem, incluindo demorar mais tempo para ter uma erecção, erecções essas que não são tão fortes com antes e também é possível não conseguir chegar ao clímax. Estes problemas não devem ser confundidos com a disfunção eréctil, pois ela não faz parte do processo de envelhecimento. Se não tem a certeza, deve falar com o seu médico sobre a sua situação.

A disfunção eréctil tem cura?

Apesar de ser difícil dizer que a disfunção eréctil pode ser totalmente curada, é um problema que pode ser tratado com eficiência. Existem um número de processos alternativos, como medicamentos e outros tratamentos que podem em muito ajudar um homem a responder com sucesso ao estímulo sexual.

Quais são as causas da disfunção eréctil?

Qualquer doença ou ferimento que interfere com a sequência de eventos necessários para a criação de uma erecção podem causar a disfunção eréctil. Os problemas mais frequentes são aqueles que afectam a circulação sanguínea do pénis durante o estímulo sexual. Existem também várias condições médicas que estão associadas com a disfunção eréctil. Estas incluem doenças cardiovasculares, pressão sanguínea alta e diabetes.

Os medicamentos podem causar disfunção eréctil?

Os medicamentos tomados para uma variedade de problemas de saúde podem ter efeitos secundários que causam a disfunção eréctil. Estudos recentes mostraram que mais de 200 tipos diferentes de fármacos causam um efeito negativo nas capacidades de erecção. Os medicamentos utilizados para tratar a pressão sanguínea alta, problemas de coração, alergias, depressão, ansiedade, doenças de foro alimentar e úlceras demonstraram estes efeitos.

Quando toma medicamentos de qualquer tipo é importante seguir os conselhos do seu médico ou farmacêutico e esclarecer quaisquer dúvidas com o próprio. Na maioria dos casos existem medicamentos alternativos, que o seu médico pode aconselhar.

O que se pode fazer para prevenir a disfunção eréctil?

Muitas vezes a disfunção eréctil está associada a certos factores de risco, como fumar, ser obeso ou ao excesso de bebidas alcoólicas. A redução ou eliminação de qualquer um destes factores de risco vai reduzir a probabilidade de disfunção eréctil, enquanto também lhe proporciona um estilo de vida mais saudável. É importante falar com o seu médico sobre os medicamentos e fármacos que está a tomar para diminuir o risco de disfunção eréctil.

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Mulheres são mais atingidas
O diagnóstico de cancro da tiróide é assustador para a maior parte das pessoas, pela sua associação

O cancro da tiróide é um tumor maligno de crescimento localizado dentro da glândula tiróide. Este tipo de tumores classifica-se de acordo com o grau de diferenciação das células e, com a sua origem tecidular, em carcinoma papilar, folicular, medular e anaplásico ou indiferenciado.

Os carcinomas papilar e folicular são os mais frequentes e englobam a classe de tumores bem diferenciados, pelo que se associam a melhor prognóstico. Os carcinomas medular e anaplásico têm um comportamento mais agressivo.

A tiróide é uma glândula localizada na base do pescoço, imediatamente abaixo da maçã-de-adão. Tem a forma de uma borboleta, estendendo cada asa, ou lobo, sobre cada um dos lados da traqueia. As funções da tiróide são produzir, armazenar e libertar para a corrente sanguínea as hormonas tiroideias.

De acordo com dados recentes, na União Europeia o carcinoma da tiróide afecta aproximadamente 28 mil indivíduos todos os anos, com uma mortalidade anual de cerca de 2800.

A incidência anual do carcinoma da tiróide nas mulheres é superior à registada nos homens, sendo que, segundo os dados disponíveis, este tipo de cancro está a aumentar em Portugal.

O diagnóstico de cancro da tiróide é assustador para a maior parte das pessoas, pela sua associação com dor e morte. No entanto, o prognóstico desta doença é geralmente bom porque, na maioria dos casos, a cirurgia é curativa, praticamente não causa dor ou incapacidade e os tratamentos disponíveis são, geralmente, eficazes.

Por isso, apesar de não ser um tipo de cancro comum, a maioria dos cancros de tiróide pode ser tratado com sucesso e a taxa geral de sobrevida a cinco anos é de 96 por cento. Mas, mesmo quando o tratamento é bem sucedido, é importante que os doentes façam exames de rotina para avaliar a possibilidade de recorrência. Isto porque até 35 por cento dos cancros da tiróide podem voltar a surgir, e um terço destes só surge 10 anos após o tratamento inicial.

O cancro da tiróide, normalmente apresenta-se sob a forma de um nódulo na zona da tiróide. Os seus sintomas mais comuns são a presença de um gânglio linfático cervical aumentado, rouquidão por compressão do nervo da voz (nervo laríngeo recorrente), ou dificuldade na deglutição ou respiração devido à obstrução do esófago ou laringe.

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A perturbação da digestão
A dispepsia, popularmente chamada de má digestão ou indigestão, pode acontecer com qualquer indivídu
Homem com as mãos na barriga em sinal de dor

A dispepsia, vulgarmente designada por indigestão, é constituída por um conjunto de sintomas surgidos na porção central do abdómen, acima do umbigo descritos por dor ou mal-estar na parte alta do abdómen, ou no peito, muitas vezes é descrita como ter gases, sensação de estar cheio ou como um ardor (azia).

A dispepsia tem muitas causas no entanto, as mais habituais e mais rapidamente associadas são o engolir ar (aerofagia), a regurgitação (refluxo) de ácido proveniente do estômago, uma irritação do estômago (gastrite), úlcera gástrica ou duodenal, cancro do estômago, inflamação da vesícula biliar (colecistite), intolerância à lactose (impossibilidade de digerir o leite e os produtos lácteos), perturbações da motilidade intestinal (por exemplo, síndroma do intestino irritável) ou mesmo ansiedade/depressão.

Sintomas

A dor e o mal-estar na parte superior do abdómen ou no peito podem ser acompanhados de arrotos e de ruídos abdominais ampliados (borborigmos). Nalgumas pessoas, a ingestão de alimentos agrava a dor, a outras alivia-a. Outros sintomas incluem perda de apetite, sensação de estômago cheio, náuseas, prisão de ventre, diarreia e flatulência, vómitos, sonolência após as refeições e dores abdominais.

Diagnóstico

Muitas vezes os doentes são tratados sem análises prévias. No entanto, como a dispepsia pode ser um aviso precoce duma doença grave, é aconselhável fazerem-se análises, principalmente nos doentes cuja dispepsia se prolonga para além de umas semanas, não responde ao tratamento ou é acompanhada de perda de peso ou de outros sintomas pouco habituais.

As análises de laboratório incluem normalmente uma contagem completa de glóbulos vermelhos e uma análise para detecção de sangue nas fezes. Os estudos radiológicos do esófago, do estômago ou do intestino delgado utilizando bário podem ser feitos se o doente tiver problemas em engolir ou apresentar vómitos, perda de peso ou se sofrer de dores que se agravam ou aliviam ao ingerir alimentos.

Pode ser usado um endoscópio (um tubo de visualização de fibra óptica) para examinar o interior do esófago, do estômago ou do intestino e obter uma amostra do revestimento gástrico através de uma biopsia. Outros estudos, que por vezes são úteis, são os que medem as contracções do esófago ou a resposta deste ao ácido.

Tratamento

Se não se encontrar uma causa subjacente, o médico trata os sintomas. Existem diferentes opções de tratamento mas deverá ser o médico especialista a estabelecer a mais correcta.

Apesar de os estudos apontarem para que 80 por cento da população já tenha tido dispepsia, existe uma elevada percentagem de casos que considera esta condição como normal e vulgar e, por isso, poucas vezes recorre ao médico. Muitos doentes insistem em chamar-lhe azia, no entanto, a azia é, apenas, um dos vários sintomas da dispepsia.

Há por outro lado, muitos doentes que se automedicam, por exemplo, com anti-ácidos, atitude que os especialistas consideram perigosa pois atenuam as dores através do recurso a medicamentos, mas pioram a dispepsia.

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08 de Fevereiro no Hotel Porto Palácio
Amanhã, dia 8 de Fevereiro pelas 15h.30m, realiza-se uma sessão aberta à população para esclarecimentos sobre o Acidente...

As causas, os factores de risco, o tratamento, a recuperação e medicação do Acidente Vascular Cerebral vão estar em destaque na sessão de esclarecimento, aberta à população, amanhã [8 de Fevereiro] no Porto. De entrada livre e decorre no Centro de Congressos do Hotel Porto Palácio, e está integrado no programa do 8.º Congresso do Acidente Vascular Cerebral (AVC) organizado pela Sociedade Portuguesa do AVC.

“Aprenda o fundamental sobre AVC” será o tema da primeira conversa, conduzida pelo neurologista Castro Lopes.

“A importância de uma alimentação saudável” será abordada por Sandra Alves e “A nutrição na reabilitação no doente pós AVC” é o tema trazido pela dupla Célia Lopes o Chef Fábio Bernardino.

Por fim, “A importância da actividade física” com demonstração prática por Rui Barros. O programa culmina com testemunhos de pessoas que, de alguma forma, sofreram de AVC ou testemunharam a doença num familiar.

Pela fundação portuguesa do pulmão
A Fundação Portuguesa do Pulmão organiza, pelo 2º ano consecutivo, o concurso “Respira Livremente, Defende os teus Pulmões”,...

O projecto “Respira Livremente, Defende os teus Pulmões” visa premiar os melhores trabalhos desenvolvidos no âmbito da Defesa da Qualidade do Ar que Respiramos e Combate ao Tabagismo e conta com o apoio institucional da Direcção Geral da Educação, da Direcção Geral da Saúde e da Praxair Portugal Gases, S.A. Através da criatividade, pretende sensibilizar as camadas mais jovens para a importância do tema. Através das artes visuais, tecnologias de Informação e comunicação e expressão musical, os alunos do 1º, 2º e 3º ciclos e Ensino Secundário e profissional devem desenvolver trabalhos que vão ser, posteriormente, avaliados segundo critérios de originalidade, apresentação, estrutura e criatividade.

O 1º classificado de cada ciclo recebe um cheque-prenda de 300€, apoio financeiro concedido pelo Montepio Geral.

Na edição passada a FPP recebeu 62 trabalhos de 39 escolas envolvendo 320 alunos de todo o País. Este ano, Teles de Araújo, Presidente da Fundação Portuguesa do Pulmão (FPP), espera chegar a um maior número de escolas e alunos e garantis mais visibilidade para o concurso, sensibilizando assim mais jovens para o tema.

Os trabalhos devem estar, preferencialmente, incluídos nas seguintes categorias:

- Artes visuais: pintura, desenho, cartazes, folhetos, fotografia, banda desenhada, conto ilustrado, artes plásticas ou composição digital

- Tecnologias de Informação e comunicação: Vídeos (duração máxima de 5 minutos), spots publicitários para televisão ou rádio, sketches teatrais.

- Expressão musical: desempenhos musicais gravados em vídeo ou áudio, composições musicais originais

Os alunos podem candidatar-se individualmente ou por equipas. No caso das equipas, estas podem integrar um elemento que seja professor, funcionário da escola, pai ou encarregado de educação. As inscrições devem ser feitas no site da FPP: www.fppulmao.org/Respira_Livremente

A entrega dos trabalhos concorrentes deve ser feita até 4 de Maio de 2014 por e-mail para [email protected] ou por CD/DVD enviado para Fundação Portuguesa do Pulmão. O período de avaliação dos projectos irá decorrer entre os dias 5 a 26 de Maio e os resultados serão anunciados entre os dias 27 de Maio e 2 de Junho.

Recomendações da Associação Norte-Americana do Coração
As mulheres, de todas as idades, correm mais riscos de sofrer um acidente vascular cerebral (AVC) do que os homens, devendo por...

As mulheres, de todas as idades, correm mais riscos de sofrer um acidente vascular cerebral (AVC) do que os homens e têm também maiores factores de risco que favorecem os acidentes cerebrais, tais como enxaquecas, depressão, diabetes e arritmia cardíaca, revela a mesma associação. Dados difundidos pelo guia de recomendações da Associação Norte-Americana do Coração. Os acidentes vasculares cerebrais são a terceira causa de mortalidade entre as mulheres, depois das doenças cardíacas e do cancro, doença que é a quinta causa de morte nos homens.

As mulheres têm riscos específicos devido à gravidez e à utilização de hormonas, como a pílula contraceptiva, sublinha Cheryl Bushnell, professor adjunto de neurologia no Centro Médico Wake Forest, em Winston-Salem (Carolina do Norte, EUA), que preside ao grupo de peritos que elaborou as recomendações publicadas na revista médica Stroke.

Este novo guia insiste na importância de controlar regularmente a tensão arterial, nomeadamente em mulheres jovens, sobretudo antes de tomarem contraceptivos e de ficarem grávidas.

Os sintomas de um AVC em mulheres são similares aos dos homens: dormência súbita ou fraqueza do braço, dificuldades em falar ou compreender o que dizem os outros.

Contudo, revelam os autores do estudo, os sintomas de um acidente vascular cerebral nas mulheres podem ser mais subtis, uma vez que elas têm mais dificuldades em se expressarem ou estarem cientes do seu ambiente.

Um acidente vascular cerebral ocorre quando uma veia que irriga o cérebro é obstruída por um coágulo, causando a destruição dos tecidos cerebrais.

Doença crónica
A diabetes é uma doença crónica que se caracteriza pelo aumento dos níveis de açúcar (glicose) no sa
Caneta de insulina e medidor de glicose

Infelizmente a diabetes é uma doença em crescimento, que atinge cada vez mais pessoas em todo o mundo e em idades mais jovens. No entanto, há grupos de risco com fortes probabilidades de se tornarem diabéticos, nomeadamente pessoas com familiares directos com diabetes; homens e mulheres obesos; homens e mulheres com tensão arterial alta ou níveis elevados de colesterol no sangue; mulheres que contraíram a diabetes gestacional na gravidez; crianças com peso igual ou superior a quatro quilogramas à nascença; doentes com problemas no pâncreas ou com doenças endócrinas.

Para a diabetes tipo 2 concorrem vários factores como os genéticos, ambientais, anomalias na insulina, produção aumentada de glucose pelo fígado, aumento da ingestão de lípidos, secreção hormonal insuficiente pelos intestinos, obesidade, entre outros.

Os indivíduos com hiperglicemia intermédia ou pré diabetes apresentam risco aumentado de desenvolver diabetes, devendo esta situação, ser encarada como factor de risco para a diabetes e para doença cardiovascular por se associar à obesidade visceral, dislipidemia e hipertensão.

Principais sintomas da diabetes

Nos adultos a diabetes é, geralmente, do tipo 2 e manifesta-se através da frequência em urinar, especialmente durante a noite (poliúria); sede constante e intensa (polidipsia); fome constante e difícil de saciar (polifagia); fadiga; comichão (prurido) no corpo, designadamente nos órgãos genitais; visão turva.

Nas crianças e jovens a diabetes é quase sempre do tipo 1 e aparece de maneira súbita, sendo os sintomas muito nítidos, dos quais se destacam a frequência em urinar, podendo voltar a urinar na cama; ter muita sede; emagrecer rapidamente; grande fadiga, associada a dores musculares intensas; comer muito sem nada aproveitar; dores de cabeça, náuseas e vómitos.

De salientar que os sintomas da diabetes nas crianças e nos jovens são muito nítidos, no entanto nos adultos, a diabetes não se manifesta tão claramente, sobretudo no início, motivo pelo qual pode passar despercebida durante alguns anos. Habitualmente os sintomas surgem com maior intensidade quando a glicemia está muito elevada e, nestes casos, podem já existir complicações (na visão, por exemplo) quando se detecta a doença.

Tipos de diabetes

A diabetes resulta de alterações dos processos pancreáticos, estando classificada em quatro tipos: tipo 1 - requer insulina para sobreviver; tipo 2 - por resistência tecidular à insulina associada à produção insuficiente da hormona; tipo 3 – gestacional e o tipo 4 - agrega diferentes tipos de diabetes.

Diabetes Tipo 2

É designada por não insulino-dependente e é a mais frequente - 90 por cento dos casos. O pâncreas produz insulina, mas as células do organismo oferecem resistência à acção da insulina. O pâncreas vê-se, assim, obrigado a trabalhar cada vez mais, até que a insulina produzida se torna insuficiente e o organismo tem cada vez mais dificuldade em absorver o açúcar proveniente dos alimentos.

Este tipo de diabetes aparece normalmente na idade adulta e o seu tratamento, na maioria dos casos, consiste na adopção duma dieta alimentar, de forma a normalizar os níveis de açúcar no sangue. Ou seja, estes doentes podem não necessitar de insulina para sobreviver mas cerca de 30 por cento beneficiam da sua administração.

Diabetes Tipo 1

Designada por insulino-dependente e é mais rara. O pâncreas produz insulina em quantidade insuficiente ou em qualidade deficiente ou ambas as situações. Como resultado, as células do organismo não conseguem absorver, do sangue, o açúcar necessário, ainda que o seu nível se mantenha elevado e seja expelido para a urina.

Conforme já referimos a diabetes tipo 1 aparece com maior frequência nas crianças e nos jovens. Não está directamente relacionada, como no caso da diabetes tipo 2, com hábitos de vida ou de alimentação errados, mas sim com a manifesta falta de insulina. Os doentes necessitam de uma terapêutica com insulina para toda a vida, uma vez que o pâncreas deixa de a produzir, devendo ser acompanhados em permanência pelo médico e outros profissionais de saúde.

Este tipo de diabetes subdivide-se em dois conforme a causa é imune ou idiopática. O primeiro caso é mais comum e, embora o seu início seja mais frequente antes dos 30 anos, pode ocorrer em qualquer idade existindo alguma susceptibilidade familiar em que 10-15 por cento dos doentes apresentam história familiar.

Diabetes Gestacional

Surge durante a gravidez e, habitualmente, desaparece quando concluído o período de gestação. No entanto, é fundamental que as grávidas diabéticas tomem medidas de precaução para evitar que a diabetes do tipo 2 se instale mais tarde no seu organismo. Este tipo de diabetes requer muita atenção, sendo fundamental que, depois de detectada a hiperglicemia, seja corrigida com a adopção duma dieta apropriada. Uma em cada 20 grávidas pode sofrer desta forma de diabetes.

Outros tipos de Diabetes

Existem outros tipos de diabetes além do Tipo 1, Tipo 2 e Gestacional, mas esses ocorrem com muito menor frequência. São eles:

Diabetes Tipo LADA (Latent Autoimmune Diabetes in Adults)

Conhecido como Diabetes Tipo 1.5, a LADA costuma ser confundido com a diabetes do tipo 2.A maior incidência concentra-se em pacientes entre 35 e 60 anos. A manutenção do controle de glicemia é o principal objectivo do tratamento do portador da diabetes tipo LADA. Um aspecto que deve ser levado em conta, refere-se a progressão para a necessidade de terapia com insulina.

Diabetes Secundário ao Aumento de Função das Glândulas Endócrinas

(Ex: doença de Cushing, acromegalia ou gigantismo)

Diabetes Secundário a doenças pancreática

(Exemplos: pancreatite crónica, Destruição pancreática por depósito de ferro denominado hemocromatose, Retirada cirúrgica de 75% do pâncreas)

Resistência Congénita ou Adquirida à Insulina

Diabetes Associado a Poliendocrinopatias Auto-Imunes

Diabetes Relacionados à Anormalidade da Insulina (Insulinopatias)

Complicações da Diabetes

Quando o controlo da diabetes não é feito correctamente, para além das descompensações agudas imediatas, podem surgir complicações em diferentes órgãos que evoluem progressiva e silenciosamente (sem sintomas). Estas complicações podem ocorrer nos dois tipos de diabetes (tipo I e tipo II) e surgem fundamentalmente como resultado de um mau controlo metabólico, ainda que alguns factores genéticos também possam estar na sua origem.

- Retinopatia - lesão da retina;
- Nefropatia - lesão renal;
- Neuropatia - lesão nos nervos do organismo;
- Macroangiopatia - doença coronária, cerebral e dos membros inferiores;
- Hipertensão arterial;
- Hipoglicemia - baixa do açúcar no sangue;
- Hiperglicemia - nível elevado de açúcar no sangue;
- Lípidos no sangue - gorduras no sangue;
- Pé diabético - arteriopatia, neuropatia;
- Doenças cardiovasculares - angina de peito, ataques cardíacos e acidentes vasculares cerebrais;
- Obstrução arterial periférica - perturbação da circulação, por exemplo nas pernas e nos pés:
- Disfunção e impotência sexual - a primeira manifesta-se de diferentes formas em ambos os sexos;
- Infecções diversas e persistentes - boca e gengivas, infecções urinárias, infecções das cicatrizes depois das cirurgias.

Complicações Agudas

Importa vigiar os doentes para que sejam detectadas e tratadas de imediato. Para além das infecções e outras complicações, são consideradas como agudas a hipoglicemia e a hiperglicemia. A hiperglicemia grave pode ocasionar coma hiperosmolar, situação que coloca a vida em risco, assim como a hipoglicemia não tratada ou tratada tardiamente.

Hipoglicemia

Surge quando a glicemia é <50 mg/dL, embora os sintomas possam começar a manifestar-se com valores superiores.

A fome, palidez, cefaleias, suores frios, taquicardia, náuseas, cansaço, tremor, nervosismo, irritabilidade, visão turva são alguns dos principais sintomas para a hipoglicemia e podem progredir para confusão, sonolência, dificuldade em andar, convulsões e perda de consciência. As principais causas para se chegar ao ponto de hipoglicemia é o atraso na ingestão de alimentos ou ingestão de pequena quantidade, aumento da actividade física, toma de dose mais elevada de antidiabéticos, ou interacções medicamentosas.

Assim, o tratamento deve ser imediato ao aparecimento dos primeiros sinais. Ingerir de imediato 1-2 pacotes de açúcar (sacarose) em água ou sumo de laranja seguido da ingestão de outro alimento doce para manter a glicemia. O alimento deve ser isento de gordura ou possuir o menor teor possível para não demorar a absorção da glucose. Hipoglicemia grave com confusão, dificuldade em deglutir ou inconsciência: obriga a conduzir o doente urgentemente ao hospital por estar impedido da ingestão.

Hiperglicemia

A hiperglicemia caracteriza-se pelo elevado nível de glicose no sangue. Considera-se como complicação valores mais elevados que> 126mg/dl.

Esta condição pode ser assintomática quando não muito grave. As principais causas para a hiperglicemia são a falta de diagnóstico da diabetes, alimentação excessiva, erros no tratamento, stress metabólico, infecções, doenças agudas e gravidez. Em consequência, e na diabetes tipo 2, pode desenvolver-se coma hiperosmolar e na diabetes tipo 1 pode desencadear cetoacidose metabólica.

Complicações Crónicas

Para evitar as complicações crónicas da diabetes, que se consideram irreversíveis, é fundamental a prevenção da manutenção dos valores da diabetes. As principais complicações podem resumir-se nos seguintes tipos: neuropáticas e vasculares (macroangiopatia e microangiopatia).

Entre as complicações cónicas também se observa hipertensão e anomalias lipoproteicas (lípidos e proteínas). Os doentes com diabetes correm risco acrescido de desenvolverem doença cardiovascular, vascular cerebral e arterial periférica. Outra das complicações frequentes e graves da diabetes é o pé diabético como consequência de alterações ao nível da neuropatia, vasculopatia e infecções.

Tratamento da diabetes

Diabetes tipo 1 – Os doentes podem ter uma vida saudável, plena e sem grandes limitações, bastando que façam o tratamento prescrito pelo médico correctamente.

O objectivo do tratamento é manter o açúcar (glicose) no sangue o mais próximo possível dos valores considerados normais (bom controlo da diabetes) para que se sintam bem e sem nenhum sintoma da doença. Serve ainda para prevenir o desenvolvimento das manifestações tardias da doença e ainda para diminuir o risco das descompensações agudas, nomeadamente da hiperglicemia e da cetoacidose (acidez do sangue).

O tratamento, que deve ser acompanhado obrigatoriamente pelo médico, engloba três vertentes fundamentais: adopção de uma dieta alimentar adequada, prática regular de exercício físico e o uso da insulina.

Diabetes tipo 2 - O tratamento é semelhante ao do tipo 1 mas, devido à menor perigosidade da doença, a maioria das vezes basta que a alimentação seja adequada e que o exercício físico passe a fazer parte da rotina diária para que, com a ajuda de outros medicamentos específicos (que não a insulina), a diabetes consiga ser perfeitamente controlada pelo doente e pelo médico.

Os medicamentos usados no tratamento deste tipo de diabetes são geralmente fármacos (comprimidos) que actuam no pâncreas, estimulando a produção de insulina.

Seguindo uma alimentação correcta e adequada, praticando exercício físico diário e respeitando a toma dos comprimidos indicada pelo médico, um doente com diabetes tipo 2 garante a diminuição do risco de tromboses e ataques cardíacos; a prevenção de doenças nos olhos e nos rins e da má circulação nas pernas e nos pés, factor que diminui significativamente o risco de amputações futuras.

Recomendações nutricionais

As recomendações nutricionais destinam-se a prevenir ou atrasar o desenvolvimento de diabetes, a reduzir o peso e o índice de massa corporal (IMC) e a melhorar o controlo glicémico e lipídico para redução da glucose da lipotoxicidade. Para a obtenção dos melhores resultados, os doentes devem ser seguidos por um nutricionista.

Desde a publicação do estudo Diabetes Control and Complications Trial (DCCT) conduzido pelo United States National Institute of Diabetes and Digestive and Kidney Diseases (NIDDK) em 1993, a alimentação passou a ser considerada como a parte central da terapêutica da diabetes para o controlo glicémico, tendo havido múltiplos avanços quanto a alterações comportamentais dos indivíduos com diabetes.

1. Redução de peso: nos indivíduos com excesso de peso, obesos ou com insulinorresistência, a redução ponderal, ainda que não marcada, melhora a resistência à insulina;
2. Ingestão calórica para redução ponderal: redução da ingestão em hidratos de carbono e em gorduras por um período até 1 ano sendo mantido se necessário;
3. Monitorização dos doentes com baixo teor calórico: perfil lipídico, função renal e ingestão proteica (para os doentes com nefropatia) e ajustar as necessidades de terapêutica hipoglicemiante;
4. Actividade física e modificação comportamental: para auxílio na perda de peso e melhoria da insulinorresistência;
5. Medicamentos para perda de peso: pode ser adequada auxiliando a perda de 5-10% do seu peso;
6. Cirurgia bárica: pode ser considerada na diabetes tipo 2 com IMC> 35 kg/m2, o que pode melhorar o controlo glicémico.

Apesar da necessidade de individualização da alimentação há regras recomendadas que se podem sumarizar quanto ao teor diário a ingerir:
- Calorias em hidratos de carbono de 50 a 60 por cento do total;
- Calorias proteicas de 12 a 20 por cento do total;
- Calorias lipídicas em 30 por cento ou menos do total, com <10 por cento de saturadas;
- Menos de 200 mg colesterol;
- Ingestão moderada de sódio (<300 mg/d);
- Ingestão moderada de álcool com alimentos;
- Ingestão de 20-35 g de fibras;
- Variar muito o tipo de alimentos e micronutrientes.

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico e/ou Farmacêutico.
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A Doença Renal Crónica pode desenvolver-se em qualquer idade, mas o avançar da idade faz com que se torne mais comum. A Sociedade Portuguesa de Nefrologia pretende alertar para a elevada prevalência da doença, nomeadamente numa população envelhecida como é a população portuguesa.

De acordo com Fernando Nolasco, presidente da Sociedade Portuguesa de Nefrologia (SPN): “Se o diagnóstico for feito na fase inicial da doença, esta pode ser controlada e tratada”. E acrescenta: “Numa fase avançada, a doença renal crónica pode também afectar a função óssea, levando a que o doente sofra de constantes fracturas, dores crónicas, problemas vasculares e até morte prematura”.

A Doença Renal Crónica é uma lesão renal que resulta da perda progressiva e irreversível da função dos rins. Doenças hereditárias, hipertensão arterial, diabetes e glomerulonefrites crónicas são algumas das doenças que podem provocar Doença Renal Crónica.

Em Portugal, estima-se que cerca de 800 mil pessoas deverão sofrer de doença renal crónica. A progressão da doença é muitas vezes silenciosa, o que leva o doente a recorrer ao médico tardiamente, já sem qualquer possibilidade de recuperação.

Todos os anos surgem mais de 2 mil novos casos de doentes em falência renal. Em Portugal existem actualmente cerca de 16 mil doentes em tratamento substitutivo da função renal (cerca de 2/3 em diálise e 1/3 já transplantados), e cerca dois mil aguardam em lista de espera a possibilidade de um transplante renal.

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Médicos de diversas especialidades, enfermeiros e investigadores em ciência básica, unidos no Congresso Português de...

A Associação Portuguesa para o Estudo do Fígado promove, nos dias 7 e 8 de Fevereiro, no Hotel Cascais Mirage, o Congresso Português de Hepatologia 2014, composto pela 17ª Reunião Anual da Associação e pela 4ª Reunião Luso-Brasileira de Hepatologia, encontros que vão juntar inúmeros especialistas, nacionais e internacionais, em torno da discussão do presente e futuro das doenças hepáticas.

Serão dois dias de um encontro científico no qual os principais temas em destaque vão ser a Hepatite C, a Doença Hepática Esteatósica, os MicroRNAs na Doença Hepática, as Doenças Hepáticas Auto-Imunes, a Hepatite B em situações especiais, os Tumores Hepáticos e Transplantação e as Complicações da Doença Hepática Avançada.

Para além de especialistas portugueses como Cecília Rodrigues, Nuno Ladeira, Filipe Nery, Helena Pessegueiro, Hugo Pinto Marques, Hélder Cardoso, Luís Costa Matos e Jorge Leitão vão estar presentes alguns especialistas internacionais os hepatologistas brasileiros Angelo Mattos, Rodrigo Liberal e Edison Parise e ainda os especialistas internacionais Geoffrey Duscheiko – que irá falar sobre a Hepatite B –, Jaime Bosch – que irá falar sobre o caminho para o sucesso e a forma de tornar a hepatologia portuguesa internacional – e David Goldberg, consultor do Sistema Nacional de Saúde Escocês que irá falar no Simpósio “Reescrever a história: um caminho de liderança para a cura da Hepatite C”, no dia 8 de Fevereiro às 14h00, sobre o exemplo Escocês e o Plano de Acção que desenvolveram para a Hepatite C.

Também no dia 8 de Fevereiro será lançado o Liver.pt, a plataforma de registo de doentes hepáticos, um projecto da APEF que pretende promover a existência de uma rede de dados nacionais sobre a doença e a população infectada.

Paralelamente no dia 8 de Fevereiro decorre, no período da manhã, a VII Reunião de Enfermagem de Hepatologia, a qual será composta por duas mesas redondas de discussão com os temas “A doença hepática na generalidade” e “A doença hepática na sua multidisciplinaridade” moderadas, respectivamente, pela Enfermeira Fernanda Moreno, do Hospital Curry Cabral, e pela Enfermeira Paula Franco, do Hospital de Santa Maria.

O Congresso Português de Hepatologia termina com a realização da Assembleia Geral da Associação Portuguesa para o Estudo do Fígado.

O programa já se encontra disponível online no site da APEF www.apef.com.pt.

 

Direcção-Geral da Saúde realiza
O Dia Internacional do Preservativo é assinalado a 13 de Fevereiro e a Direcção-Geral da Saúde realiza um conjunto de...

No âmbito da Campanha "VIH/SIDA em Portugal - 30 anos: reflectir e agir", a Direcção-Geral da Saúde realiza um conjunto de iniciativas nesse dia que visam sensibilizar a população para a prevenção e diagnóstico do VIH/SIDA, através da distribuição de preservativos e de folhetos informativos em vários locais da Capital.

As iniciativas iniciam-se com uma Palestra de Informação e Sensibilização para a importância do uso do preservativo, na Escola Secundária Maria Amália Vaz de Carvalho pelas 11h45. Na Palestra vai estar presente António Diniz, director do Programa Nacional para o Controlo da Infecção VIH e alguns embaixadores ligados à Campanha VIH/SIDA em Portugal - 30 anos entre os quais, os actores Sabri Lucas e Quimbé, o radialista desportivo Fernando Correia, o personal trainer Rui Barros e ainda Ricardo Baptista Leite, deputado e médico infecciologista e Maria Antónia Almeida Santos, Presidente do Grupo Parlamentar de Saúde da Assembleia da República.

Tal como aconteceu em 2013, a acção seguinte acontece na Assembleia da Assembleia pelas 14h30. Um grupo de representantes das várias organizações não-governamentais ligadas ao VIH/SIDA, personalidades mediáticas e jovens entre os 16 e os 23 anos, com t-shirts alusivas à Campanha 30 anos VIH/SIDA vão distribuir em frente à entrada principal do Parlamento, preservativos e materiais informativos a deputados dos diferentes grupos parlamentares: PSD, PS, PCP, CDS e BE.

As iniciativas do Dia Internacional do Preservativo terminam com um Debate na FNAC do Centro Comercial Alegro, em Alfragide, pelas 18h. O debate conta novamente com a presença do Director do Programa Nacional de Prevenção e Controlo da Infecção VIH/SIDA, António Diniz, bem como algumas personalidades mediáticas ligadas à Campanha dos 30 anos do VIH/SIDA em Portugal. Na loja vão ser distribuídos preservativos e folhetos informativos alusivos ao tema.

Médicos dizem:
A Ordem dos Médicos apela ao ministro da Saúde para que não transforme os médicos em “burocratas informáticos”, alertando para...

Em comunicado, a Ordem dos Médicos (OM) revela que, apesar de a introdução de aplicações informáticas nos centros de saúde ter corrido bem até ao último ano, actualmente médicos de todo o país “reportam uma progressiva e importante diminuição do tempo disponível para a interacção com o doente, para poder satisfazer a catadupa de registos inerentes a cada programa e cada consulta”, escreve o Diário Digital.

Na opinião da Ordem, a aplicação da Prescrição Electrónica Médica (PEM) veio “agravar dramaticamente” o problema, devido ao “enorme aumento” do tempo necessário para as prescrições e às “frequentíssimas falhas do sistema”.

Isto acaba por traduzir-se não só em “sobrecarga técnica” mas também numa “inaceitável sobrecarga emocional”, pela consciência de se poderem cometer erros iminentes, dada a dispersão da atenção e a consequente ansiedade, acrescenta a Ordem.

Acresce a isto, o facto de em muitas instalações dos Cuidados de Saúde Primários se verificar uma reduzida largura de banda informática, decorrente da activação de mais postos de trabalho e da maior complexidade dos programas informáticos, e a desadequação do hardware, sublinha a OM.

Estes problemas já levaram alguns centros de saúde a “uma situação de ruptura total”, acrescenta. Um desses casos deu-se com a Unidade de Cuidados de Saúde primários de Beja (Sede e Extensões), que suspendeu, desde 27 de Janeiro e por decisão da sua coordenadora, os atendimentos dependentes de registo informático, mantendo contudo a assiduidade ao serviço e assegurando todas as situações de doença aguda e receituário premente, garante a OM.

“Em face deste panorama, cada vez mais complexo, difícil, stressante e obrigando a maiores perdas de tempo, a Ordem dos Médicos apela ao Senhor Ministro da Saúde para que não transforme os médicos em burocratas informáticos e para que não sobreponha os indicadores às necessidades dos doentes e da boa medicina”.

A Ordem apela ainda à tutela para que “obrigue” os Serviços Partilhados do Ministério da Saúde (SPMS) a resolver todos os constrangimentos informáticos do Serviço Nacional de Saúde.

Estudo publicado pela revista Neuron
A redução da visão de uma pessoa durante apenas uma semana pode ajudar o cérebro a melhorar a sua capacidade de processar sons,...

O estudo, que examina a relação entre a visão e a audição no cérebro, foi feito por Hey Kyoung Lee, professor de neurociências no Instituto da Mente e o Cérebro na Universidade Johns Hopkins, e Patrick Kanold, um biólogo da Universidade de Maryland em College Park. O artigo assinalou que muitos musicólogos mencionam os casos de Stevie Wonder e Ray Charles, ambos cegos, como exemplo da forma como a cegueira pode realçar a audição.

Nas experiências com ratos Lee, Kanold e outros pesquisadores descobriram a forma como as conexões neurais na área do cérebro responsáveis pela visão e a audição cooperam apoiando cada sentido. Os cientistas descobriram que ao impedir a visão de forma temporária era possível fazer com que o cérebro adulto modifique os seus circuitos para processar melhor os sons e apontam que isto poderia ajudar a recuperar a percepção do som em pacientes que receberam implantes cocleares.

Os pesquisadores colocaram ratos adultos saudáveis num ambiente escuro para simular cegueira durante uma semana e vigiaram as respostas a alguns sons.

Depois compararam essas respostas e a actividade cerebral com as de um segundo grupo de ratos mantidos num ambiente iluminado de forma natural.

Os cientistas encontraram uma alteração nos circuitos cerebrais dos ratos que tinham experimentado a cegueira simulada, especificamente na área que processa o som e que se chama crosta auditiva primária, que permite a percepção consciente do tom e o volume dos sons.

Primeira semana de Fevereiro
Quinze novos casos de gripe foram admitidos em unidades de cuidados intensivos, na primeira semana de Fevereiro, mais quatro...

De acordo com o Boletim de Vigilância Epidemiológica da Gripe divulgado pelo Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge, regista-se uma actividade gripal moderada, com uma taxa de incidência da gripe de 68,8 casos por cada 100 mil habitantes, menor do que na última semana de Janeiro (80,7 casos).

O documento diz que os vírus detectados são semelhantes às estirpes que integram a vacina antigripal deste inverno e diz também que não foram detectados vírus influenza resistentes aos antivirais.

“Os 15 laboratórios da Rede Portuguesa de Laboratórios para o Diagnóstico da Gripe notificaram, até à data, 515 casos positivos para o vírus influenza”, segundo o boletim, o vírus predominante, ainda que haja, acrescenta, “um aumento do número de vírus detectados”. Até agora, no total, foram notificados pela rede de laboratórios 1920 casos de síndrome gripal. Dos 15 novos casos nas unidades de cuidados intensivos (UCI) a maioria não tinha sido vacinada contra a gripe.

“Desde o início da época (Outubro de 2013) foram reportados 78 casos de gripe nos doentes admitidos nas UCI de vários hospitais. Verificou-se que apenas 2% desses doentes tinham sido vacinados contra a gripe e 74% apresentavam doença crónica subjacente”, diz o boletim.

Universidade da Califórnia
Cientistas norte-americanos conseguiram transformar células de pele normais em células pancreáticas produtoras de insulina, o...

Investigadores da Universidade da Califórnia reprogramaram células de pele, denominadas fibroblastos, retiradas de ratos e fizeram com que estas produzissem insulina, tal como as células do pâncreas, noticia o Diário de Notícias na sua edição electrónica.

Depois, as células foram injectadas em ratos cuja genética foi alterada para que imitassem os sintomas da diabetes. O resultado não poderia ser melhor. Uma semana depois, os níveis de açúcar no sangue dos animais voltaram ao normal. E dois meses depois de as células serem introduzidas nos ratos, estes conseguiram fabricar novas células produtoras de insulina. Assim que as células lhes foram retiradas, um pico de açúcar no sangue comprovou a relação directa.

A investigação pode revolucionar o tratamento da diabetes de Tipo 1, onde o sistema imunológico do doente destrói as células produtoras de insulina, o que obrigada a injecções administradas diariamente.

Sheng Ding, professor do Instituto Gladstone e da Universidade da Califórnia, disse que “o poder da medicina regenerativa é que pode potencialmente fornecer uma fonte ilimitada de células produtoras de insulina funcionais que podem então ser transplantadas para o doente”.

AbbVie conclui maior programa de Fase III
A AbbVie concluiu o maior programa de Fase III AbbVie de uma terapêutica totalmente oral e livre de interferão para tratamento...

A AbbVie (NYSE: ABBV) anunciou a conclusão do seu programa de ensaios clínicos de Fase III e divulgou resultados de quatro estudos adicionais concebidos para avaliar a terapêutica experimental totalmente oral e livre de interferão da AbbVie com e sem ribavirina (RBV) em doentes com infecção crónica pelo genótipo 1 (GT1) do vírus da hepatite C (VHC). Estes resultados, descritos abaixo, confirmam dados previamente divulgados pela AbbVie e demonstram ainda taxas elevadas de resposta virológica sustentada às 12 semanas (RVS12) e de tolerabilidade nestes doentes com GT1, 12 semanas após o tratamento.

 

Resultados do Programa de Ensaios Clínicos de Fase III da AbbVie

 

Estudo

Doentes

Regime terapêutico

RVS12

PEARL-II

(12 semanas)

GT1b, experimentados

(N=179)

Regime AbbVie + RBV (n=88)

97%

(85/88)

Apenas regime AbbVie (n=91)

100%

(91/91)

PEARL-III

(12 semanas)

GT1b, naïve

(N=419)

Regime AbbVie + RBV (n=210)

99%

(209/210)

Apenas regime AbbVie (n=209)

99%

(207/209)

PEARL-IV

(12 semanas)

GT1a, naïve

(N=305)

Regime AbbVie + RBV (n=100)

97%

(97/100)

Apenas regime AbbVie (n=205)

90%

(185/205)

TURQUOISE-II

(12 e 24 semanas)

GT1, naïve e

experimentados com

cirrose compensada

(N=380)

Regime AbbVie + RBV, 12 semanas (n=208)

92%

(191/208)

Regime AbbVie + RBV, 24 semanas (n=172)

96%

(165/172)

SAPPHIRE-I

(12 semanas)

GT1, naïve

(N=631)

Regime AbbVie + RBV (n=473)

96%

(455/473)

SAPPHIRE-II

(12 semanas)

GT1, experimentados

(N=394)

Regime AbbVie + RBV (n=297)

96%

(286/297)

 

“Os resultados dos estudos abrangentes de Fase III da AbbVie envolvendo 2300 doentes em 25 países demonstram o desempenho do nosso regime experimental num amplo espectro de doentes infectados com o genótipo 1 do VHC, incluindo doentes com cirrose hepática compensada”, declarou Scott Brun, M.D., vice-presidente para a área de desenvolvimento farmacêutico da AbbVie. “As elevadas taxas de resposta e tolerabilidade do nosso regime, aliadas às taxas baixas de descontinuação, são promissoras.”

O regime experimental da AbbVie consiste na associação de dose fixa de ABT-450/ritonavir (150/100 mg) co-formulado com ABT-267 (25 mg), numa toma diária única, e ABT-333 (250 mg) com ou sem ribavirina (dependente do peso), em duas tomas diárias. A associação de três mecanismos de acção distintos interrompe o processo de replicação do VHC, com o objectivo de optimizar as taxas de RVS nas diferentes populações de doentes. Em Maio de 2013, o regime da AbbVie, com e sem ribavirina, para o GT1 do VHC foi considerado uma Terapêutica Inovadora pela Food and Drug Administration (FDA - agência reguladora americana). A AbbVie estima apresentar pedidos de autorização de introdução no mercado no início do segundo trimestre de 2014. A AbbVie irá revelar resultados detalhados do estudo em futuros congressos científicos e publicações.

 

Acerca do Estudo M13-389 (PEARL-II)

O PEARL-II é um estudo global, multicêntrico, aleatorizado, aberto e controlado para avaliar a eficácia e a segurança de tratamento com o regime AbbVie com e sem ribavirina em doentes adultos não cirróticos, infectados com o GT1b do VHC e experimentados, com a duração de 12 semanas.

A população do estudo era composta por 179 doentes experimentados, infectados com o GT1b, e sem evidências de cirrose hepática: 91 doentes receberam aleatoriamente o regime sem ribavirina durante 12 semanas, e 88 doentes receberam aleatoriamente o regime com ribavirina durante 12 semanas. No grupo que não recebeu ribavirina, 100% (n=91/91) dos doentes alcançaram uma RVS12, em comparação com os 97% (n=85/88) de RVS12 no grupo que recebeu ribavirina.

Os acontecimentos adversos mais frequentes foram fadiga e cefaleias. Não se registaram descontinuações devido a acontecimentos adversos no grupo sem ribavirina e duas descontinuações (2%) no grupo contendo ribavirina. Não se registaram falências virológicas ou progressão em qualquer doente de ambos grupos de estudo.

 

Acerca do Estudo M13-961 (PEARL-III)

O PEARL-III é um estudo global, multicêntrico, aleatorizado, em dupla ocultação e controlado com placebo para avaliar a eficácia e a segurança de tratamento com o regime AbbVie com e sem ribavirina em doentes adultos não cirróticos, infectados com o GT1b do VHC e naïve de tratamento, durante 12 semanas.

A população do estudo era composta por 419 doentes naïve infectados com o GT1b e sem evidências de cirrose hepática: 209 doentes receberam aleatoriamente o regime sem ribavirina durante 12 semanas, e 210 doentes receberam aleatoriamente o regime com ribavirina durante 12 semanas. Após 12 semanas de tratamento, 99% dos doentes tratados com o regime sem ribavirina (n=207/209) e 99% dos doentes tratados com o regime com ribavirina (n=209/210) alcançaram uma RVS12.

Os acontecimentos adversos mais frequentes foram cefaleias e fadiga. Nenhum doente descontinuou o fármaco do estudo devido a acontecimentos adversos. 0% dos doentes tratados com o regime sem ribavirina e 0,5% dos doentes tratados com o regime com ribavirina apresentaram falência virológica ou progressão.

 

Acerca do Estudo M14-002 (PEARL-IV)

O PEARL-IV é um estudo global, multicêntrico, aleatorizado, em dupla ocultação e controlado com placebo para avaliar a eficácia e a segurança de tratamento com o regime AbbVie com e sem ribavirina em doentes adultos não cirróticos, infectados com o GT1a do VHC e naïve de tratamento, durante 12 semanas

A população do estudo era composta por 305 doentes naïve infectados com o GT1a e sem evidências de cirrose hepática: 205 doentes receberam aleatoriamente o regime sem ribavirina durante 12 semanas, e 100 doentes receberam aleatoriamente o regime com ribavirina durante 12 semanas. Após 12 semanas de tratamento, 90% dos doentes tratados com o regime sem ribavirina (n=185/205) e 97% dos doentes tratados com o regime com ribavirina (n=97/100) alcançaram uma RVS12.

Os acontecimentos adversos mais frequentes foram fadiga, cefaleias e náuseas. Dois doentes (1%) tratados com o regime sem ribavirina descontinuaram a terapêutica devido a acontecimentos adversos. Não houve descontinuações entre os doentes do grupo com ribavirina. 8% dos doentes tratados com o regime sem ribavirina e 2% dos doentes tratados com o regime com ribavirina apresentaram falência virológica ou progressão.

 

Acerca do Estudo M13-099 (TURQUOISE-II)

O TURQUOISE-II é o primeiro estudo de Fase III concluído exclusivamente em doentes cirróticos infectados com o GT1 para investigação de um regime totalmente oral livre de interferão. Trata-se de um estudo global, multicêntrico, aleatorizado e aberto para avaliar a eficácia e a segurança de tratamento com o regime AbbVie com ribavirina em doentes adultos cirróticos, naïve ou experimentados e infectados com o GT1a ou o GT1b do VHC, durante 12 ou 24 semanas.

A população do estudo era composta por 380 doentes naïve e experimentados, infectados com o GT1a ou o GT1b e com cirrose compensada: 208 doentes receberam aleatoriamente o regime com ribavirina durante 12 semanas, e 172 doentes receberam aleatoriamente o regime com ribavirina durante 24 semanas. Após 12 semanas de tratamento, 92% dos doentes (n=191/208) alcançaram uma RVS12. Após 24 semanas de tratamento, 96% dos doentes (n=165/172) alcançaram uma RVS12.

Os acontecimentos adversos mais frequentes foram fadiga, cefaleias e náuseas. Foram registados casos de descontinuação devidos a acontecimentos adversos em quatro (2%) dos doentes tratados com o regime com ribavirina durante 12 semanas e em quatro (2%) dos doentes no grupo das 24 semanas. 6% dos doentes do grupo das 12 semanas e 2% dos doentes do grupo das 24 semanas apresentaram falência virológica e progressão.

Poderá encontrar mais informações acerca dos estudos de Fase III da AbbVie em www.clinicaltrials.gov.

A nível global, há cerca de 160 milhões de pessoas com infecção crónica por hepatite C1. O programa multinacional da AbbVie é o maior programa clínico totalmente oral e livre de interferão em doentes com o GT1 do VHC realizado até à data2. O GT1 (com os subtipos 1a e 1b) é o genótipo mais prevalente a nível mundial.

 

 

Programa de Desenvolvimento para o VHC da AbbVie

O programa de desenvolvimento clínico para o VHC da AbbVie destina-se a alcançar avanços no conhecimento científico e nos cuidados clínicos através da investigação de um regime livre de interferão e totalmente oral, com e sem ribavirina, a fim de alcançar elevadas taxas de RVS no máximo de doentes possível, incluindo em doentes que tipicamente não respondem bem à terapêutica - é o caso dos não respondedores à terapêutica com base em interferão ou dos doentes com fibrose hepática ou cirrose em estado avançado.

O ABT-450 foi descoberto na sequência da colaboração existente entre a AbbVie e a Enanta Pharmaceuticals (NASDAQ: ENTA) para investigação de inibidores da protease contra o VHC e regimes que incluem inibidores da protease. O ABT-450 está a ser desenvolvido pela AbbVie para utilização em associação com outros medicamentos experimentais da AbbVie para o tratamento do VHC.

 

Informações de segurança para a Ribavirina e o Ritonavir

A ribavirina e o ritonavir não estão aprovados para uso investigacional acima discutido. Como tal, não se devem nem podem ser extraídas conclusões no que concerne a segurança ou eficácia destes farmacos nesta utilização.

Há considerações especiais relativas à segurança que devem ser tidas em conta aquando da prescrição destes fármacos em populações aprovadas. O ritonavir não pode ser usado com determinados medicamentos, devido à existência de interacções medicamentosas significativas, nem em doentes com hipersensibilidade conhecida ao ritonavir ou a qualquer um dos seus excipientes.

A monoterapêutica com ribavirina não é eficaz no tratamento da infecção crónica pelo vírus da hepatite C, não podendo ser usada sozinha para este fim. A ribavirina provoca efeitos teratogénicos significativos, e está contra-indicada em mulheres grávidas ou a amamentar, bem como em homens cujas parceiras estejam grávidas. A ribavirina não pode ser usada em doentes com antecedentes de doença cardíaca prévia grave, disfunção hepática grave ou cirrose hepática descompensada, hepatite auto-imune, hemoglobinopatias ou em associação com peginterferão alfa-2a em doentes co-infectados com VIH/VHC cirróticos e score na escala de Child-Pugh ≥6.

 

Acerca da AbbVie

A AbbVie é uma empresa biofarmacêutica global, orientada para a investigação, formada em 2013 na sequência da separação dos Laboratórios Abbott. A missão da empresa é fazer uso da sua experiência, da dedicação dos seus colaboradores e da sua abordagem única à inovação para desenvolver e comercializar terapêuticas avançadas que respondam a algumas das doenças mais complexas e graves a nível mundial. A AbbVie emprega cerca de 25 mil pessoas em todo o mundo, comercializando medicamentos em mais de 170 países. Para mais informações acerca da empresa e dos seus colaboradores, portefólio e compromissos, consulte www.abbvie.com. Siga a empresa em @abbvie no Twitter, ou consulte as oportunidades de carreira na nossa página do Facebook ou LinkedIn.

 

1 Lavanchy D. Evolving epidemiology of hepatitis C virus. Clin Microbiol Infect. 2011; 17(2):107-15.

2 Comparação com base na análise de dados em www.clinicaltrials.gov para programas de Fase 3a de Gilead, BMS e BI, em 15 de Novembro 2013.

Grant for Multiple Sclerosis Innovation
Edição de 2013 atribuiu a bolsa no valor de 1 milhão de euros a quatro trabalhos escolhidos entre mais de 100 candidaturas de...

Está aberta a fase de candidaturas para a segunda edição da Grant for Multiple Sclerosis Innovation (GMSI), bolsa da Merck Serono para a investigação científica na área da Esclerose Múltipla. A bolsa, lançada pela divisão biofarmacêutica da Merck, atribui anualmente 1 milhão de euros a projectos que ajudem a melhorar a compreensão da doença e trazer mais benefício para os doentes. A edição de 2014 foi apresentada ao público durante o 29.º European Committee for Treatment and Research in Multiple Sclerosis (ECTRIMS), numa sessão em que foram também anunciados os projectos de investigação galardoados este ano.

As candidaturas para 2014 podem ser entregues através do site do programa www.grantformultiplesclerosisinnovation.org. Entre os temas de investigação que podem concorrer estão a patogénese da doença, marcadores preditivos de resposta do tratamento e potenciais novos tratamentos.

A GMSI foi lançada em Outubro de 2012, durante o 28.º ECTRIMS, com o objectivo de melhorar a compreensão da EM e beneficiar as pessoas que vivem com a patologia. Investigadores de todo o mundo foram convidados a apresentar candidaturas e mais de uma centena de projectos de investigação translacional concorreram.

Quatro projectos, vão dividir a bolsa de 1 milhão de euros atribuída nesta primeira edição:

• Dr. Daniel Harrison, professor assistente de Neurologia na Johns Hopkins University School of Medicine, recebeu uma bolsa para a investigação que procura transformar as novas técnicas de ressonância magnética e de análise em ferramentas que têm aplicação clínica na EM. O seu trabalho está focado na validação de ferramentas que vão permitir fazer avaliações mais específicas patologicamente em futuros ensaios clínicos.

• Dr. Thomas Thum, Professor e director do Institute of Molecular and Translational Therapeutic Strategies na Hannover Medical School (Alemanha), avaliou a forma como os microRNAs são regulados de forma diferente no líquido cerebrospinal de doentes com EM. A bolsa que lhe foi atribuída vai permitir ao Dr. Thum e a uma rede de centros na Alemanha validar os resultados iniciais da investigação que revelaram padrões diferenciados de microRNA no líquido cerebrospinal de cerca de 1000 doentes com EM.

• Dr. Kevin O’Connor, Professor Assistente de Neurologia na Yale School of Medicine, estuda imunologia e neurologia. O seu laboratório está especificamente interessado na definição os mecanismos pelos quais as células do sistema imunitário de tipo B e os anticorpos que produzem influenciam os danos nos tecidos na auto imunidade. A bolsa será utilizada para apoiar o trabalho desenvolvido para determinar a especificidade dos anticorpos e compreender como alguns tipos particulares de células de tipo B iniciam e sustentam a auto imunidade.

• Dr. Joshua Bacon, responsável pelo Departamento de Psicologia da Stern College for Women na Yeshiva University em Nova Iorque, investigador do Departamento de Neurologia da NYU School of Medicine e membro da equipa clínica e de investigação do Multiple Sclerosis Comprehensive Care Center da Langone da NYU, vai utilizar a bolsa na investigação para o desenvolvimento de testes que vão detectar alterações na velocidade de processamento cognitivo em casos de EM sub-clínica e em primeiras fases, e no desenvolvimento de um programa de reabilitação cognitiva abrangente para doentes com EM que desenvolvem alterações cognitivas.

Conferência “Innovation: Delivering the Promise”
Líder na investigação farmacêutica, a Novartis tem em desenvolvimento, entre 2013 e 2018, 33 novas moléculas a que se adicionam...

A concretização da ciência e da inovação em benefício do doente estão hoje em debate na conferência Innovation: Delivering the Promise, uma iniciativa da Novartis, que assinala a inauguração das novas instalações do Grupo em Portugal.

Com um dos pipelines mais promissores da indústria farmacêutica, com 33 novas moléculas, 29 novas indicações e uma nova formulação em desenvolvimento até 2018, a Novartis é líder no desenvolvimento de medicamentos inovadores para um vasto leque de áreas terapêuticas, desde a hipertensão, à oncologia, passando pelas neurociências e doenças respiratórias.

Para a Novartis, inovação significa não apenas o desenvolvimento criterioso de medicamentos eficazes e dirigidos a necessidades específicas, mas também a garantia de que essas terapêuticas chegam aos doentes que delas necessitam e cumprem a promessa de melhoria da sua qualidade de vida, afirma Cristina Campos, Presidente do Grupo Novartis e Directora Geral da Divisão Farma. E por isso, a Novartis está também comprometida em demonstrar o valor da inovação para os doentes e para o Sistema Nacional de Saúde, acrescenta.

Portugal tem incentivado actividades de investigação e desenvolvimento e, na última década, temos assistido à expansão e transformação da base científica e tecnológica do sistema português de I&D, com cada vez mais empresas com actividades de inovação e um número crescente de investigadores, em relação à média europeia. A Novartis faz parte do diálogo da inovação e pretende afirmar-se como um parceiro na criação de uma agenda de inovação e empreendedorismo, tornando Portugal um país mais competitivo, nomeadamente no que concerne à área de saúde no desenvolvimento de ensaios clínicos. Actualmente, o Grupo Novartis tem a decorrer no nosso país 24 ensaios clínicos, envolvendo mais de 300 doentes e mais de 100 locais/centros diferentes, em 20 hospitais. Para 2014 estão planeados mais dez ensaios clínicos, estimando abranger mais de 500 doentes na totalidade.

Ao colocar lado a lado, cientistas e investigadores da Novartis com os líderes da investigação em saúde em Portugal, a Novartis quer também afirmar Portugal como líder na ciência em saúde. Esta conferência visa promover a partilha de experiências e o desenvolvimento de sinergias entre o que a Novartis está a fazer a nível mundial na investigação farmacêutica e a investigação realizada em Portugal.

David Morris, Global Head Development Franchise Primary Care, Novartis Pharmaceuticals, abre a conferência e apresenta o compromisso da investigação da Novartis em áreas em que ainda há necessidades por satisfazer.

Actualmente, os avanços nas áreas da biologia e da informática estão a possibilitar uma análise sem precedentes dos genes e proteínas humanas. Estes avanços ajudam a identificar os doentes que podem responder de forma positiva a determinadas terapêuticas, utilizando novas ferramentas de diagnóstico. É disso mesmo que vai falar

Paul Manley, Novartis Leading Scientist Oncology Research, do Novartis Institutes of Biomedical Research. O Novartis Institutes for BioMedical Research (NIBR) foca-se em áreas com grandes necessidades ainda não satisfeitas, nomeadamente doenças auto-imunes, cardiovascular e metabolismo, gastrointestinal, doenças infecciosas, oncologia, doenças respiratórias, oftalmologia e neurociências. O processo de desenvolvimento segue o paradigma iniciado pela Novartis no desenvolvimento de imatinib, para o tratamento da leucemia mielóide crónica (LMC).

A medição dos resultados clínicos, tanto em desenvolvimento como nas fases pós introdução de um novo medicamento no mercado, tornando o seu benefício mensurável para os sistemas nacionais de saúde assume particular relevância nos dias de hoje. Para aprofundar este tema e demonstrar quais as principais inovações nesta área, a Novartis traz a Portugal Melvin Olson, Global Head HE&OR, Neuroscience and Ophthalmology que encerrará a conferência.

Cuidados de Enfermagem a crianças e jovens
Administrar medicamentos a crianças e jovens é um cuidado de enfermagem que implica grande responsab

Para a administração de medicação intravenosa a crianças são necessários conhecimentos científicos que salvaguardam a segurança do doente. Há que estar atento a vários princípios dos quais destacamos: o modo de abordagem da criança/jovem e família, a prescrição certa, a idade, o peso, a via de acesso e as condições do paciente. Neste artigo descrevem-se princípios que o enfermeiro deve sempre considerar.

Adoecer constitui para as crianças e jovens um acontecimento não esperado que as expõem a vulnerabilidades de ordem física, social e psicológica condicionadas pela gravidade da doença, pelas restrições ambientais que provoca e pelo medo que sentem dos tratamentos e procedimentos. A par da Hospitalização um dos procedimentos que lhes suscita maior receio é a administração de medicação por via intravenosa ou intramuscular.

A administração de medicação é a forma mais comum de intervenção nos cuidados de saúde. Existem diversas vias de administração de medicação como a via oral, a via intramuscular, a via intravenosa, a via sub-lingual, a via rectal, a via sub-cutânea, a via intradérmica e a inalatória. Em Pediatria as mais usadas são a via oral e a via intravenosa, sendo que para algumas substâncias importantes a via intravenosa é a única via de administração possível.

A menor opção de administração de medicamentos por via intramuscular explica-se pelo facto de a massa muscular das crianças ser aproximadamente 38% menor que a do adulto, e por esse facto são poucos os locais recomendados para a administração intramuscular em Pediatria, daí a opção pela via intravenosa em crianças.

Outra explicação para a alta frequência de utilização de administração de medicamentos por via intravenosa nesta faixa etária deve-se ao facto de serem cada vez mais complexos os cuidados prestados às crianças e jovens.

A via intravenosa é o principal acesso para a administração de medicamentos em recém-nascidos internados em Unidades de Cuidados Intensivos neo-natais, sendo vital para sua sobrevivência.

A via intravenosa utiliza-se sempre que é preciso administrar medicamentos em crianças que apresentem absorção deficiente como resultado de diarreia, desidratação ou colapso vascular periférico; crianças que necessitam de uma alta concentração sérica de uma substância; crianças com infecções resistentes que precisam de medicação parenteral por um período de tempo prolongado, crianças que necessitam de alívio contínuo da dor e crianças em situações de emergência.

A administração de medicamentos por via intravenosa não se resume a simples execução de técnicas e à implementação de uma terapêutica pois existem riscos que é preciso considerar.

Existem mais riscos na administração de medicamentos a crianças do que a doentes adultos. As crianças variam muito na idade, no peso, na área de superfície corporal, e na capacidade de absorver, metabolizar e excretar os medicamentos.

Um outro problema reside no facto de existirem muito poucas dosagens pediátricas padronizadas, sendo necessária uma atenção redobrada na preparação e administração destes medicamentos pois as crianças reagem com gravidade inesperada a algumas substâncias, sendo as crianças doentes ainda mais sensíveis.

Outro problema a considerar é o facto de a administração parenteral de medicamentos contribuir de modo significativo para o aumento do risco de doenças iatrogénicas sobretudo bacteriemias. Para minimizar este risco é necessário que se adoptem boas práticas nos procedimentos para a preparação e administração de terapia endovenosa, devendo existir procedimentos escritos como guias de boas práticas ou manuais com orientações sobre a reconstituição, diluição, conservação e estabilidade físico-química de medicamentos, efeitos colaterais e incompatibilidade medicamentosa de fármacos e soluções.

De modo a diminuir a possibilidade de ocorrência de erros são também muito importantes o desenvolvimento e implementação de sistemas de notificação de erro e incidentes adversos que ajudam a tomar medidas correctoras que consigam reduzir as complicações relacionadas.

Cuidados de Enfermagem na administração de medicação intravenosa

A prescrição certa, a escolha do tipo de cateter e acessórios para a perfusão, a obtenção do acesso, a preparação e administração de fármacos e soluções, os cuidados a ter na manutenção do acesso, a necessidade ou não de imobilização, o controle das perfusões, o alívio da dor no procedimento, a prevenção de complicações e monitorização constantes estão entre as principais acções para a promoção da eficácia e da segurança da criança em terapia intravenosa.

O local escolhido para a administração intravenosa a crianças depende da acessibilidade e da conveniência, contudo devem ser consideradas a idade, as necessidades de desenvolvimento, cognitivas e de movimento quando se escolhe o local a puncionar. As crianças mais velhas devem ser consultadas pois podem ter preferência pelo local de modo a poderem mobilizar-se melhor. Os locais mais utilizados são o dorso da mão, antebraço e braço. Se houver dificuldade em encontrar um acesso nos membros superiores podem ainda utilizar-se o dorso do pé, o tornozelo, e no pescoço a veia jugular. As veias superficiais do couro cabeludo podem ser utilizadas em bebés muito pequenos até cerca dos 9 meses, mas só em situações extremas em que não é possível encontrar outros locais. Se o local escolhido for as extremidades deve começar-se pelos locais mais distais e evitar a mão dominante de modo a reduzir a incapacidade associada ao procedimento. O local seleccionado deve restringir o mínimo possível os movimentos da criança. Devem também ser evitados locais sobre articulações, e extremidades como o espaço antecubital. As veias do pé devem ser evitadas em crianças que já andam ou que estão a aprender a andar.

A escolha do cateter e do seu calibre deve ser adequada ao tamanho da criança bem como à duração do tratamento, sendo os mais utilizados os cateteres 24G e os 22G.

Antes de ser administrada a terapêutica endovenosa os Enfermeiros devem ter presentes nove regras, ou nove certos, indispensáveis à segurança e qualidade da terapia, a saber:

O doente certo - verificar sempre a identidade correta da criança através da pulseira de identificação, da própria se tiver idade, e dos pais ou pessoa significativa presente.

Medicamento certo - Antes de preparar a medicação certificar-se mediante a prescrição de qual é o medicamento, e conferir lendo mais de uma vez, o rótulo do mesmo. Pedir a uma colega que confirme, procedimento necessário em alguns medicamentos.

Dose certa - Antes de administrar a medicação certificar-se da dose na prescrição, lendo uma e outra vez.

Via certa - Antes de administrar a medicação, certificar-se da via mediante prescrição, lendo mais de uma vez e só depois aplicar.

Hora certa - Administrar no horário previsto na prescrição, e no espaço de tempo de terminado, 6/6h, 8/8h, 12/12h.

Tempo certo - Respeitar o tempo previsto na prescrição, programar corretamente as bombas ou seringas perfusoras ou controlar adequadamente o gotejo monitorizando dessa forma o tempo previsto para a perfusão.

Validade certa - Antes de preparar a medicação deve ser verificada a data de validade.

Abordagem certa - Antes de administrar o medicamento deve ser explicado o procedimento à criança e aos pais e implementadas medidas para aliviar a dor, se necessário.

Registo certo - Registar a medicação administrada, bem como a existência de incidências ou complicações.

Podem ocorrer complicações na administração de medicação intravenosa.

As complicações mais frequentes são:

  • Hematomas: decorrem da tentativa de punção venosa ou punção inadvertida de artéria;
  • Flebite: inflamação na veia, a criança refere dor e o local fica sensível ao toque. Devem-se vigiar sinais inflamatórios no local de inserção do cateter, (dor, calor rubor e edema);
  • Infiltração: extravasamento da solução ou medicação fora da veia, a pele fica tensa, fria e com edema.
  • Obstrução: quando a perfusão é interrompida formando-se um coágulo dentro do dispositivo e não existe retorno do fluxo de sangue.

Complicações menos frequentes:

  • Infecção: causada por assepsia inadequada nos procedimentos;
  • Choque anafilático: reação alérgica potencialmente grave a determinados medicamentos;
  • Embolia gasosa: ocorre por entrada maciça de ar na veia. Pode trazer desconforto respiratório, pulso e TA diminuídos e perda de consciência.

A dor associada ao procedimento

A dor é uma experiência sensorial e emocional desagradável que resulta da lesão real ou potencial dos tecidos associada aos procedimentos diagnósticos e terapêuticos.

Dentre os procedimentos invasivos realizados a crianças nos serviços de saúde a punção venosa destaca-se como o procedimento a que as crianças mais vezes são submetidas, seja por motivos de diagnóstico seja para administração de terapêutica.

Estes procedimentos percepcionados pela criança como dolorosos representam um factor elevado de desconforto e stress cuja minimização deve ser valorizada, através da gestão da dor com implementação de medidas farmacológicas e estratégias não farmacológicas associadas.   

O medo e a ansiedade das crianças contribuem para agravar a dor sendo a presença dos pais fundamental durante a realização dos procedimentos pois torna a criança menos ansiosa e mais segura. A colaboração dos pais deve ser negociada e adequada ao papel parenteral desejado para o momento.

É importante a “preparação psicológica da criança” em que os Enfermeiros realizam um conjunto de estratégias destinadas a tranquilizar a criança e a família e obter a sua colaboração para o procedimento. 

Os Enfermeiros, compreendendo a dor nas crianças, e perante um procedimento que sabem ser doloroso, devem fazer tudo para evitar a dor, utilizando de preferência mais do que um processo recorrendo à combinação de diferentes métodos farmacológicos e não farmacológicos.

Um dos métodos farmacológicos utilizados para minimizar a dor na punção venosa em crianças é a aplicação de anestesia tópica da pele e em casos de repetição do procedimento pode utilizar-se a sedação.

As estratégias não farmacológicas devem ter em conta a idade da criança e o seu desenvolvimento cognitivo, a sua história de dor, e o envolvimento dos pais. Para os bebés o embalo, o colo, a massagem, a sucção não nutritiva e o leite materno são estratégias a utilizar. Para as crianças maiores e adolescentes são utilizadas a informação antecipatória, a distracção com a música e a leitura, a imaginação guiada, o reforço positivo, o relaxamento e a simulação e modelação.

Bibliografia
Aline Santa Cruz Belela, Mavilde da luz Gonçalves Pedreira, Maria angélica Sorgini Peterlini. Erros de medicação em Pediatria. Revista Brasileira de Enfermagem, vol. 64, núm. 3, mayo-junio, 2011, pp. 563-569. Acedido em: http://www.redalyc.org/pdf/2670/267019943022.pdf
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Estratégias não farmacológicas no controlo da dor na criança – Guia Orientador de Boas Práticas. Mesa do Colégio da Especialidade de Enfermagem de Saúde Infantil e Pediátrica. Ordem dos Enfermeiros, 2013.
Hockenberry MJ, Wilson D, Winkelstein ML. Fundamentos de Enfermagem Pediátrica Wong. Tradução de Alexandre Vianna Aldighieri Soares. 7ª ed. São Paulo(SP): Elsevier; 2006.
Oliveira Joseph, Lemos Izabel, et al - BRINQUEDO TERAPÊUTICO INSTRUCIONAL NO PREPARO DA CRIANÇA PARA PUNÇÃO VENOSA: CONTRIBUIÇÕES À ENFERMAGEM PEDIÁTRICA. Acedido em: http://www.abeneventos.com.br/anais_senpe/17senpe/pdf/0760co.pdf
Rodrigues, Elisa - Os significados da prática da terapia intravenosa em uma unidade de terapia intensiva neonatal do Rio de Janeiro vol. 44, n. 4, out./dez., 2008 http://www.scielo.br/pdf/rbcf/v44n4/v44n4a14.pdf
Souza, Maria; Goulart Marta, et al - Estudo de utilização de medicamentos parenterais em uma unidade de internação pediátrica de um hospital. Revista Brasileira de Ciências Farmacêuticas, vol. 44, n. 4, out./Dez., 2008. Acedido em: http://teses.icict.fiocruz.br/pdf/2183ElisadaConceicaoRodrigues.pdf

*Este artigo foi escrito ao abrigo do novo acordo ortográfico.

Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico e/ou Farmacêutico.

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