Prémio Arrisca C vai para o projecto COOLdent
O Prémio Arrisca C 2013 patrocinado pela a2b e pela Bluepharma para a melhor ideia de negócio na área da saúde foi atribuído ao...

A equipa de promotores do COOLdent, que venceu entre 30 outras ideias de negócio a concurso, é composta por Ângela Guimarães, Andreia Silva, Ricardo Machado e Vanessa Simões, todos enfermeiros, recém-diplomados pela Escola Superior de Enfermagem de Coimbra. O prémio consiste no capital inicial de 5 mil euros para a constituição da empresa e no aconselhamento e acompanhamento do plano de negócios.

De acordo com os promotores, o projecto COOLdent nasceu de uma necessidade identificada nos estágios que realizaram enquanto estudantes de Enfermagem em Centros de Saúde. Durante esse período, verificaram que a grande maioria da população sofria de cáries dentárias mas apenas se deslocava ao dentista numa fase já avançada da doença. Depois de introduzido no mercado, o COOLdent permitirá a qualquer pessoa detetar de forma simples, rápida e a baixo custo as cáries dentárias e evitar assim o seu desenvolvimento e impacto.

A cerimónia de entrega do Prémio Arrisca C 2013 pela Bluepharma e a2b para a melhor ideia de negócio na área da saúde ocorreu no Museu da Ciência (Laboratório Chimico), em Coimbra, com presença do Secretário de Estado da Inovação, Investimento e Competitividade, Pedro Gonçalves.

A Bluepharma co-patrocina os prémios do Concurso de Ideias, Planos de Negócio e Provas de Conceito Arrisca C 2013, seguindo a sua missão de investimento em I&D e que determinou o envolvimento por duas vias neste projecto: através do apoio da própria Bluepharma, bem como através da a2b, empresa detida por três administradores da Bluepharma, dedicada a apoiar projectos de base tecnológica em fases seed e start-up.

O prémio Arrisca C visa estimular o desenvolvimento de conceitos de negócio em torno dos quais se perspectiva a criação de novas empresas, através de um concurso onde podem ser apresentadas ideias ou planos de negócio que desejem candidatar-se a fundos e a formação.

Os candidatos podem concorrer de forma individual ou colectiva, em equipas até cinco promotores, em que pelo menos um dos promotores seja estudante ou recém-diplomado há menos cinco anos de qualquer Instituição de Ensino Superior do país.

 

Sobre a a2b – “Angels to Business”

A a2b SGPS, fundada em 2010 é uma sociedade de Business Angels focada em apoiar projectos de base tecnológicos, internacionalizáveis, em fases seed e start-up, contribuindo com meio financeiros e sobretudo com experiência e conhecimento. A missão da a2b é proporcionar o acesso ao financiamento a empresas, permitindo o seu arranque, lançamento de novos produtos, acréscimo de capacidade produtiva inovadora e transformação de conhecimento em produtos rentáveis.

A a2b tem estado envolvida em actividades de promoção da sua própria actividade, preparando-se agora para, no primeiro semestre de 2012, o arranque das suas primeiras empresas participadas.

 

Sobre a Bluepharma

A Bluepharma S.A iniciou actividade em Fevereiro de 2001, através da aquisição da unidade fabril da Bayer, localizada em Coimbra. É uma empresa do sector da Indústria Farmacêutica de capital exclusivamente nacional, cuja Administração é constituída por um grupo de profissionais ligados à área da saúde.

São três as áreas de actividade da Bluepharma: produção de medicamentos para outras companhias; produção e comercialização de medicamentos genéricos próprios; prestação de serviços na área de investigação, desenvolvimento e registo de novos medicamentos.

Relatório IMS Institute for Healthcare Informatics
Menos de metade das principais farmacêuticas marca presença activa nas redes sociais, revela o último relatório da IMS...

As empresas, sensíveis à crescente importância da tecnologia na comunicação, utilizam as redes sociais com o objectivo de criar um relacionamento mais próximo com os utentes e com o público em geral. É a falta de regulamentação que leva as companhias a não se aventurarem mais nestes canais, havendo ainda um longo caminho a percorrer no sector.

Actualmente as redes sociais assumem um papel fundamental e transversal a todos os sectores. A área da Saúde, apesar de mais limitada, não foge à regra. Verifica-se uma maior influência destes canais no envolvimento e no comportamento do doente, sobretudo através da forte adesão à tecnologia móvel por parte dos próprios doentes.

O relatório da IMS Institute revela ainda que das 23 farmacêuticas do Top 50 que utilizam as redes sociais na sua estratégia de negócio, apenas dez utilizam em simultâneo os três maiores canais, Facebook, Twitter e YouTube, para assuntos de saúde.

As pequenas farmacêuticas focadas em terapêuticas específicas e as empresas com medicamentos não sujeitos a receita médica (MNSR) são as que apresentam um maior envolvimento dos doentes através das redes sociais.

Como forma de analisar o comportamento dos consumidores nos três canais - Facebook, Twitter e YouTube, a IMS Institute criou um índice que mede o envolvimento das Social Media, através do alcance dos conteúdos, da relevância da mensagem e do nível de interacção em torno de um determinado tema - IMS Health Social Media Engagement Index.

Os dados do índice revelam que, no sector da saúde, são as entidades reguladoras que mais utilizam as redes sociais para comunicarem para um público mais amplo. A Food Drug and Administration (FDA), que tem uma presença particularmente forte no Facebook, destaca-se no social media engagement e apresenta a maior pontuação do índice a nível de relacionamento. Por sua vez a Agência Europeia de Medicamentos mantém o feed do Twitter com uma das pontuações mais altas do índice a nível de alcance, logo depois da FDA. O envolvimento directo dos reguladores em discussões de saúde online revela uma real percepção da importância de estabelecer uma presença nas redes sociais, por parte destas entidades.

Outra análise do relatório mostra que a Wikipedia é a fonte de informação mais procurada quando se tratam de temas da saúde. Em 2013, as Top 100 páginas da Wikipedia sobre assuntos de saúde foram acedidas 1,9 milhões de vezes, sendo as doenças raras o tema mais procurado.

O relatório completo encontra-se disponível em www.theimsinstitute.org. Pode, igualmente, fazer o download para Ipad e aceder a uma versão interactiva do estudo em https://itunes.apple.com/us/app/ims-institute/id625347542.

Dia 14 de Fevereiro: Dia Nacional do Doente Coronário
A fibrilhação auricular, a alteração mais comum do ritmo cardíaco responsável por 20% dos AVC’s, é mais frequente em doentes...

A fibrilhação auricular é uma arritmia, ou seja, uma perturbação do ritmo cardíaco, que se caracteriza por batimentos irregulares do coração, impedindo que o sangue seja bombeado correctamente, o que pode originar a formação de coágulos dentro do próprio coração. Estima-se que em Portugal existam cerca de 180 mil pessoas com esta arritmia, um número com tendência a aumentar com o envelhecimento da população.

“A fibrilhação auricular é mais comum em pessoas com doença coronária e é a causa de 20% dos AVC’s registados mundialmente. Esta é a doença do ritmo cardíaco mais frequente em todo o mundo”, explica José Ferreira Santos, cardiologista no Hospital de Santiago.

Ministério da Saúde assinala
Secretários de Estado assinalam o Dia Mundial do Doente, com participação em assinatura de protocolo em Coimbra e visita ao...

O Secretário de Estado Adjunto do Ministro da Saúde, Fernando Leal da Costa, desloca-se a Coimbra, para presidir à assinatura de um protocolo de colaboração, no âmbito da Saúde Mental, entre a Administração Regional de Saúde do Centro (ARSC) e o Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC).

O Secretário de Estado Adjunto do Ministro da Saúde estará presente na sede da ARSC, na celebração do protocolo de colaboração entre este instituto público e o CHUC para o funcionamento das Unidades de Saúde Mental Comunitárias Litoral Norte e Pinhal Interior I e II. Mais tarde, Fernando Leal da Costa visita o Serviço de Psiquiatria do CHUC.

Também o Secretário de Estado da Saúde, Manuel Teixeira, assinala o Dia do Doente, com uma visita ao Hospital do Espírito Santo de Évora, numa acção conjunta com a Liga de Amigos do Hospital.

Cancro
Uma investigação norte-americana traz nova esperança no combate ao cancro com elevadas doses de vitamina C administradas de...

Uma investigação norte-americana demonstrou que elevadas doses de vitamina C, administradas de forma intravenosa, em conjunto com a quimioterapia tradicional, conseguem combater as células cancerígenas, em ratinhos, e reduzem os efeitos secundários e tóxicos da quimioterapia em humanos.

A equipa do Centro Medico da Universidade do Kansas (EUA) testou a terapia em células, animais e humanos e confirmou que esta combinação, de vitamina C injectável com quimioterapia, impede o crescimento de determinados cancros, como o dos ovários. Os resultados da investigação foram publicados este mês no jornal Science Translational Medicine.

Em comunicado de imprensa, Qi Chen, a investigadora sénior da equipa, explica que desde os anos 1970 que se tenta provar a eficácia da vitamina C no tratamento desta doença. “No entanto, após o insucesso de dois testes clínicos que recorreram a vitamina C administrada de forma oral, a ideia foi abandonada”, diz a cientista.

Mas os investigadores do Kansas sentiram que havia potencial a explorar e avançaram com novos testes. "O que descobrirmos foi que, de facto, a Vitamina C, quando administrada de forma intravenosa e não na sua forma oral, consegue destruir algumas células cancerígenas, sem afectar os tecidos saudáveis”, diz Qi Chen, professora assistente do Departamento de Farmacologia, Toxicologia e Terapêutica da universidade.

Médico do hospital de Portimão desenvolve
Um tratamento não invasivo para a otite serosa com recurso a um dispositivo acoplado a um boneco de peluche está a permitir que...

O médico Armin Bidarian Moniri, que criou o dispositivo acoplado a um boneco de peluche está a permitir que dezenas de criança sejam tratadas à otite serosa sem recurso à cirurgia, disse que desde que começaram os primeiros estudos, no serviço de Otorrinolaringologia do hospital de Portimão, entre 2010 e 2011, já houve cerca de uma centena de crianças que evitaram a cirurgia. Foi neste hospital que o dispositivo foi inteiramente desenvolvido. Segundo o médico, o equipamento reduz 80% das cirurgias.

“A maior parte destas crianças ficam a ouvir melhor apenas passadas duas a quatro semanas de tratamento”, afirmou, explicando que o tratamento é baseado em manobras também usadas por pilotos e mergulhadores, como exalar forçadamente com a boca fechada e o nariz tapado.

O dispositivo consiste numa máscara com um tubo acoplados a um boneco de peluche, que tem um balão que se enche de ar quando se tenta expirar e ainda uma bomba, que pode ser accionada por um adulto se a criança ainda for demasiado pequena para conseguir soprar.

Segundo Armin Moniri, a diferença entre a otite aguda e a otite serosa é que esta é assintomática, habitualmente não causa febre e caracteriza-se pela presença de líquido no ouvido, o que pode causar dificuldades de audição, muitas vezes difíceis de detectar pelos pais. “A membrana timpânica tem que ter mobilidade normal para termos audição normal e o líquido lá dentro impede este movimento normal e a criança fica com falta de audição”, observou.

De acordo com médico do Serviço de Otorrinolaringologia no Centro Hospitalar do Algarve, apesar de a cirurgia nestes casos ser relativamente simples, implica sempre anestesia geral e ainda o risco de perfuração permanente da membrana timpânica, o que pode obrigar a nova cirurgia.

O médico Armin Moniri, sueco de origem persa, formado em Medicina pela Universidade de Bergen, na Noruega, é o criador do dispositivo para o tratamento da otite seromucosa em crianças, já patenteado por si e que até ao verão deverá começar a ser comercializado. Com 39 anos, o médico e professor convidado do curso de Medicina da Universidade do Algarve, foi galardoado em Janeiro pela Rainha da Suécia pela sua investigação, que é também um dos temas do doutoramento iniciado na Suécia: “Apneia do Sono em adultos e otite seromucosa em crianças”.

Especialistas discutem
No dia em que o referendo que despenalizou o aborto faz sete anos, Federação Portuguesa pela Vida diz que os impostos não podem...

O aborto deve deixar de ser “universalmente gratuito” e as mulheres que o praticam devem deixar de beneficiar de licenças pagas a 100%. Quem o defende é Isilda Pegado, directora da Federação Portuguesa pela Vida (FPV), que discute em colóquio os números da interrupção voluntária da gravidez, desde que esta foi despenalizada, na sequência do referendo de 11 de Fevereiro de 2007.

Sete anos depois da entrada em vigor da lei que despenalizou a interrupção voluntária da gravidez até às 10 semanas por opção da mulher, o Estado terá financiado perto de 120 mil abortos – os números oficiais davam conta de 101.456 abortos até 31 de Dezembro de 2012, sendo que os dados de 2013 não são ainda conhecidos.

“São quase 120 mil crianças que deixaram de nascer em Portugal e, em virtude disso, muitas escolas estão vazias e muitos professores ficaram sem turmas a quem dar aulas”, sustenta Isilda Pegado.

Por considerar que muitas destas interrupções não se teriam realizado caso as mulheres se sentissem apoiadas na gravidez, Isilda Pegado diz que chegou a altura de alterar a lei. Como? “Criando estruturas de apoio à gravidez, pondo fim ao afastamento dos objectores de consciência do acompanhamento de grávidas no período de reflexão e pondo fim ao subsídio de maternidade de quem interrompe a gravidez”, responde a directora da FPV.

Lançada no ano em que Portugal registou pela primeira vez um saldo natural negativo, a lei 16/2007 foi posteriormente regulamentada para garantir, entre outros aspectos, a possibilidade de licenças de 14 a 30 dias pagas a 100% e a isenção de taxas moderadoras. “O referendo que se realizou pedia a despenalização da gravidez e não a sua liberalização. Portanto, o que pedimos é que haja um pouco de responsabilidade e um pouco mais de justiça”, argumenta Isilda Pegado, para concluir: “Não é justo que o aborto continue a ser universalmente gratuito, isto é, que os impostos de um operário que ganha 600 ou 700 euros por mês sirvam para pagar o aborto de uma mulher que se calhar até é economicamente abastada”.

A cobrança de uma taxa às mulheres que “abusam” do direito de interromper a gravidez no Serviço Nacional de Saúde anda há anos a ser posta em cima da mesa. “Não há a mais pequena lógica em não cobrar taxas moderadoras a quem interrompe uma gravidez, com base na lei de protecção à gravidez. É até um bocadinho irracional”, diz Luís Graça, vice-presidente da Sociedade Portuguesa de Obstetrícia e Medicina Materno-Fetal. Para o obstetra, porém, as alterações devem limitar-se a este aspecto. “A lei está bem e tem dados belíssimos resultados em termos de saúde das mulheres”.

A título pessoal, o presidente do Conselho Nacional de Ética para as Ciências da Vida, Miguel Oliveira e Silva, concorda que chegou a altura de se alterar, não a lei em si, mas a sua regulamentação. “As consultas de planeamento familiar deviam ser obrigatórias e o aborto não devia ser sempre gratuito”, disse ao jornal Público.

Para o ginecologista, a lei portuguesa é “tolerante para com comportamentos irresponsáveis”, nomeadamente nos casos das mulheres que repetem abortos. “Serão pouco mais de um por cento em 20 mil, à volta de 300, mas, se considerarmos vários anos, concluímos que o problema aumenta, nomeadamente porque há mulheres que continuam a não fazer contracepção depois de um aborto”.

Em sentido contrário, a directora da Divisão de Saúde Reprodutiva da Direcção-Geral de Saúde (DGS), Lisa Vicente, defende a manutenção da lei tal qual está. “A licença, ou subsídio, dado às mulheres que abortam tem sido alvo de uma constante desinformação, nomeadamente porque esta licença protege as mulheres que sofreram abortos espontâneos, gravidezes ectópicas ou que foram obrigadas a interromper a gravidez por motivos como a malformação do feto ou doença materna”, sublinha.

Lisa Vicente considera ainda que a cobrança de uma taxa obrigaria o SNS a determinar se a interrupção anterior fora por vontade da mulher ou determinada pela “malformação do feto ou violação”, por exemplo. Quanto aos custos da interrupção voluntária da gravidez, a responsável da DGS é peremptória: “Esta lei traz mais benefícios do que prejuízos, nomeadamente porque fez diminuir consideravelmente o número de mulheres que recorrem às urgências com complicações decorrentes de um aborto ilegal, não só de abortos incompletos mas também infecções ou perfurações do útero”.

Entre os argumentos contra a alteração da lei, a responsável da DGS destaca o mais importante: “Entre 2001 e 2007, antes da entrada em vigor desta lei, o relatório das mortes maternas dá conta de 12 mortes em 92 atribuíveis a aborto. Depois disso, houve o caso de uma morte por aborto medicamentoso. E depois de 2009 nenhuma mulher morreu em Portugal por aborto”.

Com os números do ano passado ainda a aguardar divulgação, a Direcção-Geral de Saúde registou 101.456 abortos por opção da mulher, entre 2007 e 31 de Dezembro de 2012. Os 18.408 abortos por opção da mulher de 2012 traduzem uma diminuição de 7,6% relativamente ao ano anterior, em que se registaram 19.921 abortos por vontade da mulher.

Saiba o que são
Caracterizam-se pela presença de alterações clínicas do funcionamento da tiróide, mas quase sempre s

 

A disfunção subclínica da tiróide caracteriza um conjunto, quase sempre sem sintomas, de alterações da tiróide diagnosticadas pelo exame imagiológico (mais frequentemente a ecografia) ou pelo estudo laboratorial da função tiroideia

Podemos incluir na disfunção subclínica da tiróide os nódulos não palpáveis (incidentalomas da tiróide),o hipertiroidismo subclínico e o hipotiroidismo subclínico.

 

Incidentalomas da tiróide
São nódulos não palpáveis da tiróide, identificados de forma ocasional e fortuita, através de exames imagiológicos do pescoço (ecografia, tomografia computadorizada ou ressonância magnética) realizados, quase sempre, com outras indicações clínicas que não a doença da tiróide.

Os nódulos não palpáveis da tiróide são comuns, mais frequentes com a idade e podem ser identificados pela ecografia em 30 a 50 por cento da população em geral. Podem ter dimensões variáveis sendo habitualmente de pequenas dimensões ou seja com diâmetro inferior a 10 mm.

O estudo citológico dos nódulos não palpáveis só está recomendado se tiverem um diâmetro superior a 10 mm, se houve irradiação prévia da cabeça ou pescoço, se há familiares com carcinoma medular da tiróide ou existem gânglios cervicais clínica ou suspeitos através de ecografia.

Normalmente, a presença de nódulos da tiróide com diâmetro inferior a 10 mm, na ausência dos factores de risco mencionados, não tem grande importância clínica, podendo ser recomendada apenas uma vigilância clínica periódica.

Hipertiroidismo subclínico
O diagnóstico do hipertiroidismo subclínico caracteriza-se pela presença de TSH suprimida (abaixo do limite inferior do normal) com T3 livre e T4 livre dentro do normal. Frequentemente a T3 livre e a T4 livre situam-se na metade superior do normal.

A causa mais frequente de hipertiroidismo subclínico é a toma de uma dose diária excessiva de levotiroxina. Outras causas frequentes são: adenoma hiperfuncionante da tiróide, doença de Graves em início ou com evolução clínica ligeira, tiroidite do pós-parto, tiroidite subaguda e ingestão de produtos com iodo.

Habitualmente, a maioria dos indivíduos com hipertiroidismo subclínico não refere sintomas. Em alguns há a presença de sintomas subtis de hipertiroidismo, principalmente quando a T3 livre e T4 livre se encontram próximo do limite superior da normalidade.

Dois grupos populacionais merecem referência particular: a mulher após a menopausa e as pessoas com idade superior a 65 anos. O hipertiroidismo subclínico pode constituir um factor de risco para a osteoporose na mulher pós-menopáusica que não faz tratamento hormonal de substituição, apesar de não estar documentado um aumento do número de fracturas. Nos indivíduos com idade superior a 65 anos e hipertiroidismo subclínico a principal preocupação é o aumento do risco cardiovascular e nomeadamente de arritmias.

No tratamento do hipertiroidismo subclínico não tem sido fácil estabelecer um consenso entre os especialistas. Quando tem origem na toma de uma dose excessiva de levotiroxina é unânime a recomendação de proceder a um ajuste mais perfeito da dose a administrar. Nas outras situações será sempre conveniente fazer, antes de uma eventual decisão terapêutica, um período de seguimento com repetição dos doseamentos, uma vez que, em 50 por cento dos doentes com níveis suprimidos da TSH, há normalização espontânea da TSH sem intervenção terapêutica.

Igualmente importante é determinar a causa do hipertiroidismo pois algumas situações são transitórias e apenas requerem tratamento sintomático. A intervenção terapêutica reúne consenso quando ocorre em indivíduos de idade avançada, com sintomas frequentemente de natureza cardiovascular e na dependência de disfunções tiroideias que normalmente não têm evolução espontânea favorável (nódulo hiperfuncionante, bócio multinodular tóxico).

Hipotiroidismo subclínico
O que caracteriza o hipotiroidismo subclínico é a associação do aumento da TSH com a presença de níveis normais da T4.

O hipotiroidismo subclínico é normalmente assintomático (sem sintomas) e o diagnóstico é feito em doseamentos hormonais de rotina com ou sem associação a vagos sintomas clínicos. No exame clínico a tiróide pode não ser palpável ou ter ligeiro aumento do volume.

As causas mais frequentes do hipotiroidismo subclínico são a doença auto-imune da tiróide e o tratamento insuficiente do hipotiroidismo. As outras causas, menos frequentes, são: tratamento do hipertiroidismo (durante e após), tiroidite do pós-parto, tratamento com amiodarona, citoquinas, iodo e lítio.

A frequência da tiroidite auto-imune é elevada. A idade, o sexo feminino e a presença de anticorpos antitiroideus estão associados com a maior prevalência do hipotiroidismo subclínico e com a sua evolução para hipotiroidismo. A progressão anual para hipotiroidismo clínico é de cerca de 5 por cento na mulher com anticorpos antitiroideus positivos e TSH elevada.

A necessidade de fazer o rastreio do hipotiroidismo subclínico tem sido tema de debate e controvérsia. É hoje consensual fazer o rastreio em todas as mulheres após os 50 anos de idade. Também se deverá fazer na mulher grávida que apresenta bócio, títulos elevados de anticorpos antitiroideus, outras doenças auto-imunes e história familiar de doença da tiróide ou de outras doenças auto-imunes.

As recomendações terapêuticas têm sido avaliadas em função dos seus reais benefícios.

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico e/ou Farmacêutico.
Dicionário de A a Z
Para prevenir a doença venosa, é fundamental começar por eliminar os factores de risco, ou pelo meno

A Doença Venosa Crónica (DVC) atinge 3 milhões de portugueses, dos quais 2 milhões são mulheres e apenas metade recebe algum tipo de tratamento. Trata-se de uma prevalência bastante elevada e que merece uma reflexão mais cuidada, tendo em conta que é possível prevenir. Veja como.

A primeira etapa para a prevenção consiste em detectar a hereditariedade, isto é, saber se na família há tendência para o desenvolvimento deste problema. Se houver, os cuidados devem ser reforçados. A segunda etapa será fazer um exame de diagnóstico para saber se tem ou não doença venosa, ou se já há presença de sintomas.

Se houver dor, cansaço, peso, inchaço, então é porque já tem a doença. Neste caso deverá procurar um médico, de preferência especialista, para fazer um determinado número de exames e que aconselhe quais a medidas profiláticas.

Entre estas medidas pode estar a prática de exercício físico como marcha, bicicleta, natação ou hidroginástica. Depois, consoante os sintomas e o desenvolvimento da doença, é evidente que deve iniciar a medicação com fármacos que actuam sobre a elasticidade da veia e na micro circulação, na mesma situação recomenda-se ainda uso de meias elásticas.

A prevenção é fundamental e deverá ser feita o mais cedo possível. Os cuidados preventivos facilitam o retorno venoso, diminuem as queixas, o sofrimento, evitam a dilatação das veias e atrasam a evolução da doença, podendo evitar a necessidade de uma intervenção cirúrgica.

Conselhos úteis
Se tem doença venosa dos membros inferiores deve ter atenção aos seguintes conselhos:
- Use meias elásticas principalmente durante a gravidez, ou durante actividades em que permaneça muitas horas de pé. São o principal meio de prevenção para o aparecimento de varizes. Os seus resultados são melhores se as calçar logo de manhã, mesmo antes de se levantar da cama;
- Mantenha um peso corporal adequado evitando o excesso de peso. Faça uma alimentação equilibrada rica em fibras e fruta. Substitua as carnes vermelhas e as gorduras por peixe e carne de aves. Evite os alimentos fritos e algumas especiarias (pimenta). Use de preferência o azeite. Beba cerca de um litro e meio de água por dia e evite bebidas alcoólicas. O tabaco prejudica a fluidez do sangue no retorno venoso para o coração, agravando o problema a quem sofre de varizes;
- Use roupas e sapatos confortáveis. Quando apertados dificultam a circulação e o retorno do sangue. Os saltos altos são prejudiciais;
- Evite a exposição prolongada dos membros inferiores a elevadas temperaturas tipo sauna, sessões de bronzeamento, banhos quentes, radiadores, exposição solar, braseiras, lareiras, depilação com cera muito quente, porque provocam dilatação das veias, o aparecimento de novos vasos, o edema e dificultam o retorno venoso;
- Evite estar muito tempo sentado. Se tiver que o fazer use meias elásticas, mobilize as pernas e mexa os tornozelos e os dedos dos pés com frequência;
- Evite cruzar as pernas quando se senta Ao fazê-lo está a aumentar a pressão na perna, que fica por baixo dificultando ainda mais a circulação do sangue;
- Durante o repouso, mantenha as pernas ligeiramente levantadas, ou pelo menos esticadas em cima de um banco, após um dia de actividades mais intensas ou após o exercício físico, de forma a favorecer o retorno venoso e melhorar a circulação do sangue. Se tiver cãibras durante a noite durma com o colchão um pouco elevado na zona dos pés (10 a 15 centímetros);
- Pratique regularmente exercícios físicos moderados, evitando peso excessivo nas pernas. Ande a pé, de bicicleta, corrida, dança, caminhe na praia junto à água, banho de mar, natação. Se costuma levar o carro para o emprego ou utiliza outros meios de transporte, autocarros ou metro desça uma estação antes e aproveite para andar algumas dezenas de metros a pé. Evite transportar pesos em excesso, ou realizar actividades físicas do tipo musculação, ou de grande impacto, porque provocam uma grande tensão nos vasos e, por conseguinte, a sua dilatação, ou a formação de novas varizes. Em casa, pode realizar alguns exercícios simples que lhe poderão ser indicados pelo seu médico assistente.

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Doenças do sangue
A hematologia é a especialidade médica que estuda tudo aquilo que está relacionado ao sangue, seus c
Ao ramo, ou especialidade, da biologia que estuda o sangue e se dedica aos doentes com doenças hematológicas – as do sangue – deu-se o nome de Hematologia. Ou seja, estuda, particularmente, os elementos figurados do sangue: hemácias (glóbulos vermelhos), leucócitos (glóbulos brancos) e plaquetas, mas também os órgãos onde o sangue é produzido - medula óssea, gânglios linfáticos, baço.

Existem várias doenças relacionadas com o sangue, as mais conhecidas são as anemias, a hemofilia e as leucemias. As doenças do sangue resultam de mudanças anormais na sua composição. A redução anómala do conteúdo de hemoglobina ou do número de glóbulos vermelhos é conhecida como anemia. A formação de hemoglobina anómala é característica da anemia falciforme e da talassemia. A leucemia é acompanhada por uma proliferação desordenada de leucócitos. A deficiência de qualquer dos factores necessários à coagulação do sangue provoca hemorragias. Diversas doenças hemorrágicas, como a hemofilia, são hereditárias.

O sangue
O sangue é um tecido constituído por várias células sanguíneas, suspensas num líquido chamado plasma. Por sua vez, o plasma é constituído por água, sais minerais, moléculas hidrossolúveis como por exemplo a glucose e as proteínas.

As células sanguíneas são os glóbulos vermelhos ou eritrócitos, os glóbulos brancos ou leucócitos e as plaquetas. É a medula óssea que se encarrega da produção das células sanguíneas, as quais são constantemente renovadas.

O sangue tem funções muito importantes e complexas entre as quais o transporte de oxigénio, nutrientes, hormonas, dióxido de carbono e outros produtos do catabolismo.

Glóbulos vermelhos (eritrócitos)
Os glóbulos vermelhos, ou eritrócitos, têm a particularidade de serem elásticos e deformáveis, permitindo assim um fluxo normal dentro dos vasos sanguíneos. Têm na sua membrana exterior elementos que são específicos para cada indivíduo, são herdados de pais para filhos e permitem diferenciar as células de uma pessoa das de outra pessoa – são os grupos sanguíneos. Os mais importantes na transfusão sanguínea são o sistema AB0 e Rh.

Glóbulos brancos (leucócitos)
Habitualmente os glóbulos brancos não são utilizados em terapêutica com componentes sanguíneos. Mas, por outro lado, alguns dados científicos associam a presença de glóbulos brancos ou leucócitos a reacções desfavoráveis e apontam para a hipótese de os leucócitos poderem também constituir um modo de transmissão do agente causador da variante humana da doença das vacas loucas, chamada variante da doença de Creutzfeldt-Jakob.

Embora não esteja comprovada a transmissão das Encefalopatias Espongiformes transmissíveis, através da transfusão de sangue, nomeadamente a variante da doença de Creutzfeldt-Jakob, não existem provas suficientes que permitam excluir totalmente esta possibilidade, pelo que, e por medida de precaução, os componentes a transfundir são desleucocitados por métodos eficazes (filtros).

Plaquetas
As plaquetas são as células mais pequenas do sangue tendo cerca de 1/3 do diâmetro dos glóbulos vermelhos. São elas que actuam de imediato quando há uma hemorragia, formando o rolhão plaquetário que vai parar a hemorragia, tendo um papel muito importante na coagulação sanguínea.

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Dia Internacional da Criança com Cancro
Assinala-se no próximo dia 15 de Fevereiro o Dia Internacional da Criança com Cancro. A Acreditar pretende sensibilizar os...

“Aceite o desafio da Acreditar e use, durante a semana de 10 a 15 de Fevereiro, a Acreditar - Associação de Pais e Amigos de Crianças com Cancro, a título individual, no seu local de trabalho, na escola ou na família uma pulseira ou fita da Acreditar, um sinal público de que Acredita também!”. Este é o desafio que a Acreditar propõe aos portugueses para assinalar o Dia Internacional da Criança com Cancro que se assinala no próximo dia 15 de Fevereiro.

A(s) pulseira(s) ou a(s) fita(s) tem o valor simbólico de 0,50€. Para adquirir “… basta dirigir-se a um dos núcleos da Acreditar, em Lisboa, Porto, Coimbra ou Funchal e pedir o adereço com a mensagem “15 de Fevereiro – Dia Internacional da Criança com Cancro”. Depois, é só usá-la durante a semana de 10 a 15 de Fevereiro, e de forma simples está a contribuir para a importante missão de dar a conhecer esta realidade que tem tanto de desafiante como de conquistável!

Campanha da Pancreatic Cancer Action
A campanha da Pancreatic Cancer Action está a criar polémica por colocar doentes com cancro no pâncreas a “invejar” outras...

O objectivo é simples mas tem causado incómodo entre os doentes de cancro. A Organização Não-Governamental britânica Pancreatic Cancer Action criou uma campanha através da qual os doentes com cancro no pâncreas dizem desejar ter outra variante da doença que não aquela, uma vez que, defende a organização, qualquer uma delas apresenta uma taxa de sobrevivência mais elevada.

Todos os anos cerca de 8 mil pessoas são diagnosticadas com cancro no pâncreas, mas para muitos o diagnóstico chega tarde demais e a única forma de tratamento, a cirurgia, já não pode ser realizada.

Deste modo, a organização alerta para o facto de apenas 3% dos doentes conseguirem viver por mais de cinco anos – um objectivo muito inferior à estimativa dos tumores de mama (85%), testículo (97%) e cervical (67%).

Várias organizações responsáveis por outras variantes de cancro têm criticado esta campanha por colocar “um cancro contra o outro”, desvalorizando os perigos e efeitos da doença.

Oeiras e Fundação Portuguesa de Cardiologia assinalam
Sensibilizar para as doenças cardiovasculares é o objectivo da campanha de rastreios que a Fundação Portuguesa de Cardiologia e...

A Fundação Portuguesa de Cardiologia (FPC) e a Câmara Municipal de Oeiras (CMO) assinalam o Dia Nacional do Doente Coronário (14 de Fevereiro) com uma campanha de rastreios durante toda esta semana. Os rastreios cardiovasculares, o baile do coração e a caminhada pela saúde são algumas das iniciativas agendadas, em vários locais do concelho, para sensibilizar a população para o perigo das doenças cardiovasculares.

Em Portugal, 70% da população tem colesterol elevado, 20% é fumadora ou obesa e 40% sofre de hipertensão, sendo factores e risco do aumento das doenças cardiovasculares. Em 2012, estas doenças foram responsáveis por 23 mil mortes, muitas das quais evitáveis mediante a alteração do estilo de vida, melhoria da dieta e controlo regular de indicadores como tensão arterial, colesterol, peso, entre outros.

Carlos Catarino, da FPC e responsável pelas comemorações do Dia Nacional do Doente Coronário, “estas iniciativas inserem-se na nossa missão global de sensibilização para as doenças cardiovasculares. São doenças com um risco de mortalidade e morbilidade tremendo e que tendem a aumentar, à medida que nos afastamos do padrão alimentar da dieta mediterrânica, que vivemos com níveis crescentes de stress e continuamos a não praticar exercício físico. São factores com um grande peso na saúde cardiovascular, mas sendo controlados têm efeitos directos e mensuráveis na melhoria da qualidade de vida”.

“Avaliação de desempenho dos hospitais públicos (internamento)”
O Centro Hospitalar Universitário de Coimbra ascendeu, pela primeira vez, em 2012, ao 1.º lugar no ranking dos 10 melhores...

Um pior desempenho em termos de mortalidade global (embora continue no topo da tabela) e piores resultados em 10 dos 17 agrupamentos de doenças analisados - passando a liderar apenas nas doenças cardíacas e vasculares, pediátricas e doenças do sangue e órgãos linfáticos, em vez dos sete agrupamentos que liderava em 2011 - terão levado o distinguido Centro Hospitalar de S. João, no Porto, a ser destronado pelo Centro Hospitalar Universitário de Coimbra (CHUC) no ranking dos 10 melhores hospitais de 2012, passando a ocupar o segundo lugar da tabela.

Há quatro anos que o CHUC ocupava sempre um dos três primeiros lugares no pódio e, em 2012, ascendeu ao 1º lugar. Carlos Costa, um dos coordenadores do estudo - “Avaliação de desempenho dos hospitais públicos (internamento)”, que a Escola Nacional de Saúde Pública (ENSP) publica desde 2005 e que sempre suscita polémica -, avança uma explicação: em 2012 o CHUC foi o segundo melhor hospital em termos de evolução da mortalidade e o melhor nas complicações de cuidados. Conquistou também a 1ª posição em cinco dos 17 agrupamentos de doenças e está entre as cinco primeiras posições noutros cinco agrupamentos.

O CHUC conquistou ao S. João a liderança nas doenças digestivas e endócrinas e nas metabólicas, manteve a liderança nas ginecológicas e obstétricas, nas neoplásicas e respiratórias e perdeu as doenças de ouvidos, nariz e garganta para o IPO Coimbra. Carlos Costa explica que cerca de 60% dos óbitos nestas doenças são de cancro, “onde o IPO Coimbra é melhor que os restantes hospitais”.

O ranking parece confirmar que os grandes hospitais são os que dão mais garantias de qualidade aos doentes: nas cinco primeiras posições estão hospitais de Coimbra, Lisboa, Porto. A seguir ao CHUC e ao São João, no terceiro lugar está o Centro Hospitalar Lisboa Norte (Santa Maria), o Centro Hospitalar Lisboa Central e o Centro Hospitalar do Porto. Só em 7º lugar aparece um hospital do interior, o Centro Hospitalar Tondela Viseu, que já chegou a ocupar o 2º lugar do ranking em 2010.

Outras novidades são a entrada do CH do Porto, ausente do ranking há pelo menos três anos, para o 5º lugar da tabela, tendo sido, juntamente com o CHUC, o hospital com melhor evolução no top 10. O factor “mais decisivo” para o regresso do Centro Hospitalar do Porto ao top 5 foi a melhoria da mortalidade e das readmissões, bem como um conjunto de “melhorias relevantes” em nove agrupamentos de doenças, com destaque para as doenças infecciosas, renais, neurológicas, respiratórias e oftalmológicas.

Outra novidade foi a subida do Centro Hospitalar Lisboa Ocidental do 10º para o 6º lugar; e o “tropeção” dos hospitais de Tondela-Viseu e Leiria-Pombal que passam, respectivamente, das posições 4 e 5 em 2011 para 7º e 10º em 2012.

Alexandra Guedes, assessora da direcção clínica do hospital Tondela-Viseu, desvaloriza a queda de três posições. “Os nossos serviços não pioraram de certeza. Espero que a descida seja apenas porque os outros hospitais melhoraram bastante”, disse reconhecendo, contudo, a dificuldade na contratação de pessoal. “Os nossos recursos são finitos, mas fazemos com que não se reflictam nos cuidados aos doentes, motivando e envolvendo os profissionais que estão a fazer mais com menos”, assegura.

O ranking da Escola Nacional de Saúde Pública avalia a qualidade dos hospitais com base apenas nos resultados e tem em conta os episódios de internamento. O cálculo é feito com base na média ponderada da mortalidade (que vale 75%) e na média ponderada das complicações e readmissões (que valem 12,5% cada). É avaliado o desempenho global dos hospitais e o seu desempenho em 17 agrupamentos de doenças.

Para o ranking de 2012, foram analisados 870.631 episódios de internamento, num total de 542 doenças e 44 hospitais.

Carlos Costa explicou que esta metodologia “identifica e mede os indicadores de resultados de saúde e a qualidade dos cuidados prestados, não pretendendo identificar as causas que os originaram”, o que é considerado pouco por alguns dos críticos do ranking, que apontam como fragilidades o facto de o estudo não ter em conta as transferências de doentes entre hospitais e as diferenças entre hospitais de fim de linha e hospitais com pouca diferenciação.

No entender do professor da ENSP, compete aos hospitais, órgãos regionais e ao Ministério da Saúde investigar se o desempenho identificado se deve a problemas de qualidade de informação (que admite existir), a problemas de estrutura (designadamente à quantidade e experiência dos recursos humanos e à tecnologia) ou a questões associadas ao processo de tratamento dos doentes. No limite, defende que se os maus resultados destes serviços persistirem, e não houver planos de melhoria que resultem, a tutela e os hospitais devem equacionar fundir ou fechar esses serviços.

3ª Reunião da APIC
“Analisar o trabalho que tem sido desenvolvido ao longo dos anos em Portugal no que respeita ao tratamento da estenose aórtica...

O Grupo de Válvulas Aórticas Percutâneas da APIC - Associação Portuguesa de Intervenção Cardiovascular da Sociedade Portuguesa de Cardiologia – vai realizar a sua terceira reunião, no dia 21 de Fevereiro, no Hotel Fontana, em Lisboa, entre as 9h e as 19. A iniciativa vai contar com a presença de mais de uma centena de especialistas em medicina interna, cardiologia e cirurgia.

De acordo com Rui Campante Teles, cardiologista de intervenção e presidente da comissão organizadora, “o objectivo desta reunião é promover um fórum de discussão que permita analisar o trabalho que tem sido desenvolvido ao longo dos anos em Portugal no que respeita ao tratamento da estenose aórtica e os desafios futuros para melhorar o tratamento da doença valvular”.

O especialista acrescenta ainda, “nos últimos anos, o aumento de esperança de vida fez aumentar o número de casos de estenose aórtica em Portugal, sendo que a alternativa terapêutica que permite a reparação minimamente invasiva da válvula aórtica doentes com um risco muito elevado para a cirurgia de coração aberto – conhecida como implante da válvula aórtica por cateterismo – continua a ser muito pouco utilizada em Portugal comparativamente com todos os países da Europa”.

A estenose aórtica é uma doença valvular muito frequente nos países desenvolvidos, sendo sobretudo uma doença degenerativa associada ao envelhecimento. A estenose aórtica caracteriza-se pelo aperto da válvula aórtica, causado sobretudo pela fibrose e acumulação de cálcio que impedem a passagem do sangue, provocando cansaço, dor no peito e desmaios.

A doença afecta 32 mil Portugueses, atingindo um em cada 15 portugueses com mais de 80 anos. Trata-se de um aperto na válvula aórtica, cuja função é evitar que o sangue bombeado pelo coração volte para trás. Quando existe este estrangulamento, o sangue passa com dificuldade, provocando queixas e diminuindo drasticamente a sobrevivência, pelo que tratamento passa por implantar uma válvula nova.

Finanças mantêm ADM e SAD
O Ministério das Finanças vai ceder a tutela da ADSE à Saúde, mas mantém a gestão dos subsistemas ADM e SAD.

A Direcção Geral de Protecção Social aos Funcionários e Agentes da Administração Pública, mais conhecida como ADSE, deverá passar a ser tutelada pelo Ministério da Saúde antes do final do ano, noticia o Diário Económico. A transferência do sistema de saúde gerido pelo Ministério das Finanças não significa, de acordo com o jornal, uma fusão com o Serviço Nacional de Saúde (SNS).

O objectivo da mudança de tutela é permitir a simplificação das negociações com a rede de prestadores convencionada, de forma a baixar as despesas nivelando os pagamentos aos prestadores privados pelos exames e consultas, independentemente da pessoa ser encaminhada pela ADSE ou pelo SNS.

Esta alteração estava prevista desde o memorando de entendimento assinado com a troika, em Maio de 2011, mas só se tornou possível com as alterações no modelo de financiamento do subsistema de saúde dos funcionários públicos. Além de ceder a tutela, o Ministério das Finanças terá de apresentar um estudo com as previsões sobre a evolução das responsabilidades da ADSE no futuro.

O actual gestor da ADSE, o Ministério das Finanças, vai continuar a manter os subsistemas de saúde dos militares (ADM) e das forças de segurança (SAD).

Maternidade de Portalegre
A maternidade do Hospital de Portalegre registou um aumento do número de partos durante o ano de 2013, com 580 nascimentos.

De acordo com os dados revelados pelo gabinete de comunicação da Unidade Local de Saúde do Norte Alentejano (ULSNA), em 2013 nasceram naquela maternidade 580 crianças, mais duas dezenas do que no ano anterior.

A maioria dos nascimentos registados (185) pertence a crianças cujos pais residem no concelho de Portalegre, seguindo-se 118 bebés de parturientes oriundas de Elvas e 74 referentes a parturientes de Campo Maior.

Na mesma nota, a ULSNA refere que durante o ano de 2013 foram ainda registados naquela maternidade seis nascimentos de crianças cujas mães são oriundas do distrito de Évora e um de uma mulher residente no distrito de Santarém.

A ULSNA acrescenta ainda que, dos 580 partos realizados, 292 bebés pertencem ao sexo feminino e 288 ao sexo masculino.

A enfermeira chefe da maternidade de Portalegre, Manuela Tavares, atribuiu o “sucesso” destes números ao projecto “Maternidade Mais Próxima da Comunidade”, iniciativa desenvolvida desde finais de 2011 pela ULSNA, notícia o RCM Pharma.

De acordo com a responsável, este projecto proporciona cursos de preparação para o parto nos 16 centros de saúde distribuídos pelo distrito de Portalegre, sendo os mesmos orientados por enfermeiras especialistas em saúde materna e obstetrícia.

“Era do nosso conhecimento que nalgumas franjas geográficas do nosso distrito as parturientes optavam por ter os bebés noutras maternidades e com este projecto no terreno desenvolveu-se um laço de confiança”, disse.

Para Manuela Tavares, a “proximidade” entre os profissionais de saúde e as grávidas foi “muito importante”, uma vez que a maternidade “saiu de contexto fechado e projectou-se" junto da comunidade.

Congresso Português de Hepatologia
Realizou-se este fim-de-semana o Congresso Português de Hepatologia, que congregou a 4ª Reunião Luso-Brasileira de Hepatologia...

Durante os dois dias do Congresso Português de Hepatologia os 300 especialistas presentes discutiram a realidade e o futuro dos doentes portugueses, bem como partilharam informações sobre os mais recentes avanços da investigação das doenças hepáticas.

A Hepatite C foi a doença com mais destaque no Congresso através da realização de vários simpósios. Também se falou da crescente necessidade da elaboração e implementação de um plano nacional de Hepatite C e, como exemplo, foi apresentado o caso de sucesso da implementação do plano nacional escocês.

“Não ignorando a importância da Hepatite C, vivemos num país em que a doença hepática alcoólica é ainda a principal causa de cirrose. Assim, foi muito importante abordar também a doença hepática esteatósica, alcoólica e não alcoólica, assim como as complicações da cirrose hepática, com que temos de lidar todos os dias na nossa prática clínica”, sublinhou Helena Cortez Pinto, Presidente da Associação Portuguesa para o Estudo do Fígado. E foi por isso que neste encontro científico, que pretendia ser o mais abrangente possível e reconhecer os trabalhos científicos que se realizam em Portugal, não ficaram esquecidos o presente e o futuro de outros temas como as Doença Hepática Esteatósica Alcoólica e não-alcoólica, as Doenças Hepáticas Auto-imunes, a Hepatite B, os Tumores Hepáticos e Transplantação, as Complicações da Doença Hepática Avançada e os Micro-RNAs na Doença Hepática.

Houve ainda tempo para a apresentação de um projecto inovador, a Liver.pt, uma plataforma de registo de dados, projectada pela APEF com o objectivo de melhorar o conhecimento da realidade nacional no que respeita às doenças do fígado que afectam a nossa população e que neste momento aguarda apenas a aprovação da Comissão Nacional de Dados para poder avançar.

O Congresso Português de Hepatologia terminou com a entrega das bolsas de estágio e de investigação e dos prémios conferidos aos melhores trabalhos apresentados na reunião.

 

Um terço das pessoas infectadas desconhece a causa do vírus

Silencioso mas potencialmente destrutivo, o vírus da hepatite C não discrimina sexos, estratos sociais ou escalões etários. A doença, muitas vezes associada a comportamentos de risco, não é exclusiva daqueles que caíram nas teias da toxicodependência ou dos que tropeçaram na prostituição. Os comportamentos de risco são apenas uma parte de um problema de saúde, cujas causas nem sempre são possíveis de apurar.

“Não se trata de uma doença dos toxicodependentes. De maneira nenhuma. É muito frequente em quem consumiu ou consome drogas mas não é exclusiva. Tenho doentes freiras, médicos, enfermeiros, gestores de empresas, jogadores de futebol. Portanto, é transversal a qualquer estrato social”, garante Rui Tato Marinho, hepatologista do Hospital de Santa Maria, em Lisboa. “Em cerca de um terço das pessoas afectadas pelo vírus não é possível identificar como é que ocorreu o contágio”, acrescenta o especialista em doenças do fígado.

As estimativas apontam para 100 a 150 mil portugueses infectados com hepatite C, a maioria dos quais sem conhecimento do seu estado de saúde. Os sintomas muito tardios ou inexistentes fazem com que a descoberta desta patologia surja em estados muito avançados, com quadros de cirrose ou cancro do fígado.

De acordo com o presidente da sub-especialidade de hepatologia da Ordem dos Médicos, “o número de casos de cirrose e de cancro no fígado por hepatite C está a aumentar porque as pessoas estão infectadas há já trinta ou quarenta anos sem saber, com um vírus de evolução lenta”. No entanto, e mesmo nestes casos, os avanços da medicina nesta área vieram revolucionar o tratamento e alcançar a cura.

“Há vários medicamentos, alguns em investigação, mas outros que já foram lançados há cerca de um mês nos EUA e aprovados em Portugal, com taxas de cura próximas dos 95%. Neste momento, podemos dizer que a hepatite C é uma doença curável. Têm é de ser aplicados os medicamentos certos na pessoa certa”, explica Rui Tato Marinho.

No ano passado
A Linha Verde do AVC foi criada em 2006 e já tendeu mais de 17 mil pessoas.

O Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) anunciou que encaminhou 3036 doentes, no ano passado, para a Via Verde do AVC (Acidente Vascular Cerebral).

Desde que foi criada, em 2006, aquela linha atendeu mais de 17 mil pessoas, segundo os números divulgados.

Relativamente a 2013, os distritos com maior incidência destes casos foram Lisboa (742) e Porto (518), seguindo-se Braga (286) e Setúbal (263).

“Na maioria dos casos foi preciso decorrer entre 30 minutos a uma hora e 15 minutos desde o início dos sintomas para que fosse dado o alerta para o 112”, afirma o INEM em comunicado. O instituto lembra que quanto mais cedo forem identificados os sinais de AVC mais eficaz será o tratamento.

“Falta de força num braço, boca ao lado ou dificuldades em falar são alguns dos sinais súbitos de alarme que podem indicar a ocorrência de um AVC”, refere o documento, em que se alerta para a necessidade de a população saber identificar os sintomas e utilizar o 112. Os dados de 2013 indicam ainda que em 65,3% dos casos, os meios de socorro chegaram ao local em menos de 19 minutos.

Os hospitais de São José, em Lisboa (324), Braga (265), São João, no Porto (262) e Penafiel (214) foram os que receberam o maior número de doentes encaminhados pela Via Verde do AVC.

O AVC é um défice neurológico súbito, motivado por uma deficiente circulação arterial ou hemorragia no cérebro, que só pode ser confirmado através de uma Tomografia Axial Computorizada (TAC). Continua a ser uma das principais causas de morte em Portugal. “Manter hábitos de vida saudáveis, a prática de desporto de forma regular, evitar o tabaco e a vida sedentária são formas de prevenção eficazes e acessíveis a todo o cidadão”, sublinha o INEM.

Estudo divulgado pelo Infarmed
Os preços dos medicamentos têm baixado desde 2010, permitindo uma poupança ao Estado e aos utentes que chega a ultrapassar os...

De acordo com um estudo divulgado pelo Infarmed, os preços dos medicamentos têm baixado desde 2010, permitindo uma poupança ao Estado e aos utentes que chega a ultrapassar os 50%, e colocando Portugal abaixo da média de oito países europeus no custo dos tratamentos. Na base desta descida estão as revisões anuais de preços de medicamentos de marca, ocorridas entre 2010 e 2014, bem como as regras de comparticipação de medicamentos genéricos - que provocam uma rápida redução de preços máximos - e a entrada no mercado de genéricos comparticipados com preços mais baixos.

Para levar a cabo este estudo, o Infarmed pegou em quatro casos clínicos diferentes - uma criança com asma e rinite alérgica, uma grávida com infecção urinária, um homem de meia-idade com diabetes 2 e hipertensão arterial e uma idosa com doença pulmonar obstrutiva crónica, hipertensão arterial, fibrilhação auricular, insuficiência cardíaca, apneia do sono, obesidade e depressão - e analisou a evolução dos custos dos tratamentos de cada um deles. Depois comparou esses custos com os custos de tratamento dos mesmos casos em Espanha, França, Eslováquia, Noruega, Itália, Reino Unido, Dinamarca e Eslovénia.

A conclusão é que “o custo médio de tratamento diário em Portugal baixou bastante desde 2010 nos quatro casos clínicos apresentados” e que os seus custos de tratamento estão abaixo da média daqueles oito países.

Segundo o Infarmed, entre 2010 e 2014 houve, nos casos clínicos estudados, uma diminuição de encargos, que variou entre os 18,48% e os 51,22% para o Estado e os 27,02% e os 56,32% para o utente. Comparativamente aos três países de referência, Espanha, França e Eslovénia, os custos de tratamento analisados em Portugal estão alinhados com os custos de tratamento nestes países. O país que apresenta custos mais baixos é a Eslováquia, enquanto a Noruega e a Itália se encontram entre os mais caros.

O Infarmed salvaguarda que a falta de acesso a informação fidedigna relativamente às taxas de comparticipação noutros países não permitiu apurar qual o encargo real dos doentes na compra dos medicamentos nas farmácias.

Além disso, alguns medicamentos estavam indisponíveis nas bases de dados dos países analisados, pelo que não se incluíram os respectivos custos.

Para o estudo também não foi considerada a existência de comparticipação especial para os pensionistas, nem a comparticipação com base nos preços de referência de grupos homogéneos.

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