Ministro da Saúde quer
O ministro da Saúde pretende pagar a inovação terapêutica com as verbas que poupar através do aumento da quota de genéricos e...

Adalberto Campos Fernandes recordou aos jornalistas que o Governo pretende alcançar uma quota de genéricos de 60% até final da legislatura.

Com o aumento da quota de medicamentos genéricos e similares, o governo pretende “libertar verbas para acomodar a inovação terapêutica”, disse.

Adalberto Campos Fernandes garantiu que o seu ministério vai ter “um controlo da despesa na área do medicamento equivalente à do ano passado”, contando para isso com a compreensão dos parceiros sociais.

Muitos desses parceiros assinaram um compromisso que “garante previsibilidade na despesa e estabilidade aos agentes do setor, reunindo um leque alargado de consensos com vista à sustentabilidade e ao desenvolvimento do Serviço Nacional da Saúde (SNS), respondendo às necessidades dos profissionais de saúde e cidadãos”.

O acordo foi assinado pelo ministro, a Associação Portuguesa da Indústria farmacêutica (Apifarma), a Associação Portuguesa dos Medicamentos Genéricos e Biossimilares (Apogen), a Associação de Grossistas de Produtos Químicos e Farmacêuticos Groquifar, a Associação Nacional de Importadores/Armazenistas e Retalhistas de Produtos Químicos e Farmacêuticos (Norquifar), a Associação Nacional das Farmácias (ANF).

Assinaram ainda a Associação das Farmácias de Portugal (AFP) e a Associação Portuguesa das Empresas dos Dispositivos Médicos (Apormed).

O compromisso para o triénio 2016-18 assenta em princípios estratégicos nas áreas do acesso, inovação e sustentabilidade, da utilização racional, da supervisão do mercado e da investigação, desenvolvimento e competitividade.

Na sua intervenção, o presidente da ANF recordou o número de farmácias em situação de dificuldade que subiu mais de 10% em 2014.

Segundo Paulo Duarte, uma farmácia recebe atualmente 7,3 euros por cada mil euros que vende e isto depois do despedimento de 700 pessoas no setor.

“A viabilidade económica e a recuperação do setor estão hoje longe de ser resolvidos”, disse.

Também o presidente da Apifarma, João Almeida Lopes, recordou os últimos anos que “ficaram marcados por cortes excessivos na área da saúde, naquilo que a sociedade mais preza, a saúde dos seus cidadãos”.

“Importa virar a página e olhar a saúde como algo muito relevante e que nos traz também benefícios na área económica”, afirmou.

João Almeida Lopes acredita que, “pela primeira vez nos últimos anos”, está a ser virada “a página dos cortes cegos na saúde”.

Escola Superior de Enfermagem de Coimbra
Há “necessidade de formação especializada para a prática avançada de Enfermagem de Família” nos cuidados de saúde primários,...

Na sequência de um estudo de doutoramento que envolveu 871 enfermeiros de14 agrupamentos de centros de saúde e duas unidades locais de saúde da região Centro, a docente da Escola Superior de Enfermagem de Coimbra (ESEnfC) constatou que aqueles profissionais atribuem bastante importância a uma Enfermagem centrada no trabalho com as famílias.

A importância do enfermeiro de família está amplamente reconhecida. Desde a Declaração de Munique (Conferência Ministerial da Organização Mundial de Saúde, em 2000) que a figura do enfermeiro de família surge como a de um profissional que, integrado numa equipa multidisciplinar, é responsável pelo contínuo de cuidados a um grupo limitado de famílias, desde a conceção até à morte e nos acontecimentos de vida críticos.

Porém, a maioria dos enfermeiros que trabalha nos cuidados de saúde primários é licenciada em Enfermagem (habilitada para cuidados gerais), havendo, também, neste domínio de atuação, enfermeiros especialistas com formação avançada em diferentes áreas, tais como Saúde Pública, Saúde Comunitária, Saúde Infantil e Saúde Materna.

Assim, “há um desfasamento entre as orientações políticas, ou a própria teoria de Enfermagem, e o que acontece na prática clínica”, salienta a investigadora, ao notar que as competências para o enfermeiro especialista em saúde familiar já estão definidas desde há cinco anos (Regulamento n.º 126/2011).

Cuidados que não estão a ser prestados
De acordo com o Regulamento das Competências Específicas do Enfermeiro Especialista em Enfermagem de Saúde Familiar (Regulamento n.º 126/2011), cabe ao enfermeiro de família a responsabilidade clínica da prestação de cuidados, combinando a promoção da saúde e a prevenção da doença, gerindo e organizando recursos com vista ao máximo de autonomia dos membros da família.

Este profissional assume-se como elo de ligação entre a família, os outros profissionais e os recursos da comunidade, garantindo a equidade e proximidade aos cuidados de saúde, nomeadamente aos cuidados de Enfermagem. Dentro das suas competências emergem a promoção da capacitação da família face às exigências e especificidades do seu desenvolvimento e a prestação de cuidados específicos nas diferentes fases do ciclo de vida, focalizando-se tanto na família como um todo, quanto nos seus membros individualmente.

Estes são “cuidados especializados que não estão a ser assegurados por não existirem enfermeiros especialistas em saúde familiar, os únicos a quem estão atribuídas estas competências”, insiste a investigadora da ESEnfC, Margarida Alexandra Moreira da Silva.

Por último, a investigadora alerta para que, de acordo com os resultados da sua investigação, “há assimetrias nas diferentes unidades de saúde, sejam unidades de saúde familiar ou unidades de cuidados de saúde personalizados”, no que toca à “atribuição de recursos físicos e humanos” para este novo modelo de cuidados.

Campanha "24 horas 24 dias"
Projeto Amélia vai estar na Birmânia para transportar crianças com cancro ao hospital. Diogo Infante dá voz a esta campanha.

Há quase um ano, Fernando Pinho, programador cultural e encenador, natural de São João da Madeira, radicado em Londres desde 2007, apresentava ao mundo o Projeto Amélia, Organização Não Governamental (ONG) que batizou com o nome da filha, para oferecer voos a crianças com cancro, transportar equipas médicas a zonas atingidas por desastres, disponibilizar um avião capaz de aterrar em terra batida. Para divulgar o projeto, propôs-se, nessa altura, a viver 60 dias em 60 aeroportos – uma iniciativa radical que não cumpriu até ao fim, por determinação do médico e do corpo, que cedeu face ao esforço. Nesse ano, segundo o jornal Público, angariou cerca de 17 mil euros e ergueu uma estrutura capaz de organizar voos humanitários. Cerca de 75% dos apoiantes do projeto são portugueses.

A missão está em marcha e Fernando Pinho volta ao aeroporto de Lisboa com a campanha "24 horas 24 dias" em que 24 figuras públicas, uma por dia, se dispõem a chamar a atenção do próximo objetivo do Projeto Amélia e da World Child Cancer (WCC): ajudar 2700 crianças com cancro da Birmânia a chegar até ao único hospital que as pode tratar. A campanha começa a 30 de Março e termina a 23 de Abril e o objetivo é angariar 45 mil euros. Sofia Escobar, Fernando Alvim, Sofia Nicholson, José Fidalgo e Bibá Pitta são as figuras públicas que já aceitaram o desafio e que estarão no aeroporto de Lisboa. O ator Diogo Infante dá voz à campanha num vídeo com imagens que mostram a dura realidade de crianças e pais que não têm meios para aceder a cuidados médicos.

“Por razões económicas, estas crianças nunca são tratadas quando tudo o que precisam é quem lhes ofereça o transporte. Apenas 10% das crianças diagnosticadas conseguem chegar ao hospital. As restantes morrem sem nunca terem recebido tratamento”, revela Fernando Pinho. A ideia é oferecer transporte aéreo a crianças doentes que vivem a mais de quatro horas do hospital e transporte terrestre às que moram mais perto. “Temos crianças que precisam de viajar durante quatro dias. Com este projeto, a viagem demora 90 minutos e será gratuita”. Uma viagem de avião para uma criança e acompanhante até ao Hospital Pediátrico de Yangon custa cerca de 90 euros. “Quanto mais conseguirmos angariar, mais crianças serão beneficiadas”.

Fernando Pinho está no terreno, fala com famílias e médicos, percebe o que se passa. “Em 2015, ajudámos a WCC a transportar equipas médicas para a Birmânia, mas quando lá chegámos percebemos que não chega desenvolver a qualidade dos serviços do hospital, é preciso transportar crianças até ao hospital”, conta. E porquê a Birmânia? O Projeto Amélia depende exclusivamente de voluntários, a maioria é do sexo feminino com idades entre os 24 e os 45 anos, e os recursos são limitados. “Por isso, queremos estar onde a nossa ajuda tem um maior impacto”, responde. “A Birmânia é um país onde poucos dólares realmente salvam uma vida. Apercebi-me dessa realidade pessoalmente. Cheguei a pôr na mão de uma mãe 50 dólares para que ela pudesse trazer o filho mais novo para o hospital. Ambos os filhos têm cancro mas apenas um estava a ser tratado. O Projeto Amélia estará onde puder salvar vidas”, acrescenta. O WCC já lançou o apelo de ajudar em outros países, como Gana, Filipinas, Bangladesh, mas, por enquanto, os recursos disponíveis não lhe permitem aceitar.

O projeto começou com duas certezas na cabeça do encenador português: a vontade de ajudar e haver muitas pessoas a precisar de apoio. “Cada conquista tem sido saboreada como uma grande vitória – que é. Mas há duas que me merecem destaque: a notoriedade e a reputação do Projeto Amélia, traduzidas na cobertura mediática e na cooperação com uma instituição de referência como a WCC; e o facto de, ao fim de um ano, já termos montado uma estrutura capaz de operar voos humanitários”.

Inspeção-Geral das Atividades em Saúde
Maior parte das sanções ficam a dever-se à acumulação indevida de funções, mas há um caso de assédio sexual.

Vinte e um profissionais de saúde foram sancionados pela Inspeção-Geral das Atividades em Saúde (IGAS) no ano passado, no âmbito de processos disciplinares. Dois deles acabaram por ser despedidos e sete foram suspensos, revela o balanço provisório de atividade que a instituição divulgou no seu site, sem adiantar mais detalhes sobre estes casos. Estes funcionários do Serviço Nacional de Saúde (SNS) tiveram ainda que repor, segundo o jornal Público, mais de 154 mil euros de que se apropriaram indevidamente.

Os restantes foram multados (dez) e três mereceram uma repreensão escrita. A maior parte das sanções (15) ficaram a dever-se à acumulação indevida de funções, mas há também o caso de um funcionário que mereceu uma sanção por ter sido acusado de assédio sexual, e outro por apropriação indevida de dinheiro.

A maioria dos profissionais a quem a IGAS aplicou sanções eram médicos (14), seguindo-se os técnicos de diagnóstico e terapêutica (cinco). Num outro documento em que se faz o balanço das ações disciplinares de natureza repressiva, no período entre 2012 e 2015, foram instaurados 68 processos disciplinares que levaram à aplicação de sanções em mais de metade dos casos. Neste total, 10% foram despedidos e 28% suspensos.

Voltando ao balanço provisório de atividade de 2015, a IGAS, que desde o ano passado é dirigida por uma procuradora, faz também referência a “mais de uma dezena de processos de natureza disciplinar relacionados com o acesso ou assistência médica/erro médico”. Destaque merecem igualmente os processos por não cumprimento do "tempo alvo" para atendimento de doentes com pulseira amarela nas urgências (estes doentes devem ser atendidos no máximo ao fim de uma hora, por serem considerados casos urgentes).

Fazendo o balanço das várias ações previstas para 2015, a IGAS revela que foram concluídas inspeções sobre fraudes com implantes cocleares e ações de combate ao desperdício. Mas há ações que estavam previstas e foram canceladas, como uma sobre horas extraordinárias e outra sobre terapêuticas não convencionais.

A IGAS fez igualmente uma auditoria sobre o circuito do medicamento no ano passado.

Estudo
Um novo estudo norte-americano garante que o sedentarismo a partir dos 40 anos está relacionado com a aceleração do declínio...

Investigadores da Universidade de Boston, nos Estados Unidos, acompanharam 1.583 pessoas sem registo de demência ou de doenças cardíacas com uma média de idades de 40 anos. As mesmas foram sujeitas a testes de esforço e tomografias cerebrais. Vinte anos depois, repetiram os procedimentos, escreve o Sapo.

As pessoas que tinham registado piores resultados no primeiro exame tinham cérebros menores duas décadas depois.

As pessoas que não desenvolveram problemas cardíacos e que também não estavam medicadas para a hipertensão apresentaram o equivalente a um ano de envelhecimento cerebral acelerado. Aqueles que apresentavam problemas ou tomavam medicação - na primeira fase do estudo - apresentaram o equivalente a dois anos de envelhecimento acelerado do encéfalo. O estudo foi publicado na revista da Sociedade Americana de Neurologia.

"Encontramos uma relação direta entre a má forma física e o volume do cérebro nas décadas seguintes", comenta a autora do estudo Nicole Spartano, da Escola de Medicina da Universidade de Boston.

"Esses resultados sugerem que a condição física na meia-idade pode ser particularmente importante para milhões de pessoas que já tenham alguma evidência de doença cardiovascular", salienta ainda, citada pela BBC.

A diminuição do cérebro é um processo natural do envelhecimento humano. No entanto, os cientistas argumentam que o exercício previne a sua deterioração precoce.

Estudo
Um estudo da Universidade Vanderbilt nos Estados Unidos (Department of Hearing and Speech Science, Vanderbilt Bill Wilkerson...

Muitas vezes, quem procura ajuda de um especialista em audição reporta estes sinais como sendo dos primeiros fatores de alerta. No grupo de estudo (149 pessoas, idade média 66 anos), a queixa de fadiga severa foi duas vezes maior, comparativamente à população em geral, escreve o Sapo.

Os investigadores efetuaram a revisão de registos médicos e a medição do cansaço subjetivo e vigor usando o método POMS (Profile of Mood States) e o método multidimensional de estudo de sintomas da fadiga MFSI-SF, revelando que os adultos que procuraram ajuda para problemas auditivos tinham mais propensão a relatar sintomas de fadiga, cansaço e falta e vigor, comparativamente à população geral.

"É especialmente benéfico, neste tipo de contexto, o uso de aparelho auditivo", explica Pedro Paiva, audiologista.

"Vários estudos europeus comprovaram que a maioria dos utilizadores de aparelhos auditivos experiencia maior qualidade de vida, menos sintomas de depressão e exaustão e dormem melhor", acrescenta.

Ministro da Saúde
O ministro da Saúde admite que, todos os anos, cerca de um décimo do Orçamento para a Saúde não chega a ser utilizado na...

Adalberto Campos Fernandes lamenta que "só naquilo que é a má utilização decorrente de desperdício ou de fraude, nós não temos dúvidas nenhumas em afirmar que, provavelmente, 10% do Orçamento total da Saúde estará perdido nesses domínios".

O ministro da Saúde, durante uma conferência organizada pelo Instituto de Direito Económico, Financeiro e Fiscal, admite que tendo em conta uma média anual de cerca de 8 mil milhões de euros de Orçamento do Estado destinados à saúde, se trata de "muito dinheiro perdido nos interstícios".

"Se nós o conseguíssemos recuperar ao longo dos anos, permitiria fazer muita coisa em termos alternativos", acrescentou o ministro

Adalberto Campos Fernandes deixou ainda a garantia de que o governo vai mesmo avançar com a criação de, pelo menos, uma dúzia de Centros de Responsabilidade Integrados, para replicar o exemplo do centro já instalado em Coimbra, escreve a TSF.

"Vamos querer instalar entre seis a oito Centros de Responsabilidade Integrados, a que chamamos de nova geração. No fundo, são células que metastizam beneficamente o Serviço Nacional de Saúde, criam blocos de produtividade, de criatividade 3 de competência", adiantou o ministro.

Esclarecendo sobre as competências destes centros, Adalberto Campos Fernandes afirmou tratar-se de um projeto com o objetivo de permitir aos profissionais, num só espaço, as atividades de "investigação, ensino e formação".

Estudo
Investigadoras da Faculdade de Desporto da Universidade do Porto que estão a verificar os efeitos do exercício físico em...

Em depoimentos, a investigadora Arnaldina Sampaio disse que "o objetivo do projeto é permitir aos doentes preservar e manter as capacidades do dia-a-dia, como vestirem-se sozinhos e ter força e equilíbrio suficiente para levantar e andar sem auxílio e de forma autónoma", por exemplo.

Outro dos propósitos é trabalhar os sintomas neuro-psiquiátricos (apatia e alucinações, por exemplo) que levam os doentes a serem encaminhados para instituições pelas pessoas que os tratam, os "cuidadores", que, na maior parte dos casos, não têm uma formação adequada para o fazer.

Para desenvolver o projeto "Exercício Físico, capacidade cognitiva, capacidade funcional e qualidade de vida de idosos com Alzheimer" Arnaldina Sampaio teve contacto com doentes de 15 instituições, em duas intervenções distintas.

Na primeira fase, que ocorreu em 2012 e teve a duração de seis meses, foram incluídos cerca de 30 doentes com Alzheimer, provenientes de instituições de Viseu, que realizaram atividades onde treinaram força, equilíbrio e flexibilidade.

Na segunda intervenção, em 2014, "já com a experiência da primeira", o estudo foi alargado para pessoas com diferentes tipos de demências e foram analisadas outras vertentes - como a capacidade funcional -, em cerca de 60 doentes de instituições de Ovar, de Viana do Castelo e da Lavra, também durante um semestre.

"As instituições são muito fechadas e encaram este tipo de tratamento aos doentes de Alzheimer como um tabu", afirma a investigadora, indicando que no Porto não conseguiu trabalhar com nenhuma instituição, tendo que se deslocar para as outras cidades do país onde as intervenções foram realizadas.

Todo o treino foi ajustado às características dos doentes, esclarece Arnaldina Sampaio, acrescentando que durante os exercícios foi utilizada uma linguagem adequada e que apelasse à memória, de forma a estimular a parte cognitiva.

O estudo conta também com a participação da investigadora Joana Carvalho, responsável pelo programa "Comunitário mais ativo, mais vivido", que fornece a idosos com mais de 65 anos aulas de exercício físico, duas a cinco vezes por semana, para trabalhar diferentes aspetos físicos e sociais, nas instalações da Faculdade de Desporto da Universidade do Porto (FADEUP).

Segundo Joana Carvalho, o projeto com os doentes com Alzheimer serve três propósitos: a investigação, a formação dos alunos (que trabalham com os idosos durante um ano) bem como servir a comunidade.

"Nós vemos que as pessoas estão a aumentar a esperança média de vida mas isso não vale de nada se não tiveram qualidade para o fazerem", finaliza Arnaldina Sampaio.

As investigadoras consideram que este tipo de procedimentos não-farmacológicos auxiliam na estabilização, mesmo que transitória, do declínio clínico e funcional do paciente e preveem iniciar, em setembro, um programa de exercício físico para doentes com Alzheimer que ainda residam em suas casas e para os seus cuidadores, nas instalações da FADEUP.

Diário da República
A partir de 01 de abril torna-se obrigatória a prescrição exclusiva pela via eletrónica (receita sem papel), em todo o Serviço...

Contudo, a medida entra em vigor a 15 de março para todas as instituições do Serviço Nacional de Saúde da região do Alentejo e para todas as entidades que tenham participado na primeira fase do processo de receitas sem papel.

Os Serviços Partilhados do Ministério da Saúde (SPMS) divulgarão, diariamente, dados sobre a evolução do processo de adoção da receita desmaterializada/Receita Sem Papel aos Conselhos de Administração ou Diretivos, e no sítio da internet do Serviço Nacional de Saúde (SNS).

Com o despacho assinado pelo secretário de Estado da Saúde, Manuel Martins, pretende-se impulsionar o uso da receita eletrónica.

“Pese embora a utilização da prescrição eletrónica desmaterializada já seja uma realidade no Serviço Nacional de Saúde, em que um número crescente de prescritores, de utentes e de farmácias têm vindo a utilizar diariamente o sistema, ainda coexistem as duas formas de prescrição — prescrição eletrónica materializada e prescrição eletrónica desmaterializada”, lê-se no documento.

O governo considera que importa agora impulsionar a generalização desta forma de prescrição para garantir uma maior racionalização no acesso ao medicamento, diminuição de custos na prescrição e a adequada monitorização de todo o sistema de prescrição e dispensa.

“É obrigatória a prescrição exclusiva através de receita eletrónica desmaterializada” a partir das datas indicadas no despacho.

As exceções a este regime, são autorizadas pelo membro do Governo responsável para área da saúde “mediante pedido devidamente fundamentado”.

Em Portugal
O projeto "10 mil vidas", da Associação Nacional de Cuidado e Saúde, pretende apoiar 10 mil idosos em Portugal, numa...

Segundo José Serra, vice-presidente da Associação Nacional de Cuidado e Saúde (ANCS), sediada na Lousã, distrito de Coimbra, "o projeto desenhado assenta numa mudança de paradigma, rompendo com soluções anteriores que são insuficientes, permitindo dar mais apoio aos idosos e agir preventivamente sobre eles".

"Construir lares e lares não resolve o problema do apoio a idosos. Nós devemos, se possível, manter as pessoas em casa, dentro do meio que conhecem, com as suas coisas e os seus vizinhos, e retardar o mais possível a sua institucionalização", defendeu o dirigente, na apresentação da iniciativa.

Salientando que o projeto permite "dar mais apoio e agir preventivamente", José Serra explicou que o novo modelo de apoio aos idosos envolve a tecnologia mais avançada em teleassistência e telessaúde, num serviço de acompanhamento 24 horas e personalizado.

O plano visa “ser a maior iniciativa de telessaúde a nível mundial, apesar de, atualmente, Portugal ser o país europeu mais atrasado nesta área”, referiu.

Através de equipamento tecnológico já existente ligado a uma plataforma informática, o projeto permite que os idosos abrangidos possam ter acesso a serviços de emergência, de localização, controlo de indicadores de saúde, lembretes e gestão de medicamentos, contribuindo para que possam "viver mais tempo, mais saudáveis e felizes".

O serviço permite, por exemplo, para cada idoso, programar alarmes, controlar indicadores de saúde como a tensão arterial e a glicémia e agir em caso de anomalia, ou saber a sua exata localização.

A ANCS já assinou protocolos para o desenvolvimento de projetos-piloto nos municípios de Lousã e Fundão, que deverão ter início em março, abrangendo 50 idosos durante um ano.

"Esta é uma solução mais completa, nomeadamente na monitorização de parâmetros de saúde, que é uma inovação relativamente a soluções anteriores. O projeto é uma mais-valia considerável e complementa a atuação muito valiosa dos agentes sociais", disse o presidente da autarquia da Lousã.

Para Luís Antunes, trata-se de uma ferramenta que "permite às pessoas permanecerem mais tempo na sua habitação e com mais acompanhamento".

A intenção da ANCS é selecionar brevemente mais 20 municípios do país para outros tantos projetos-piloto para comprovar como funciona o serviço.

"Vamos conseguir atingir os 10 mil idosos e demonstrar ao Governo, com resultados e experiência, que há um modelo que funciona e que tem de ser aprovado e financiado", sublinhou José Serra.

O projeto "10 mil vidas" é para ser gerido pelos municípios em cada concelho, através de um modelo partilhado que envolve também as instituições que já integram as redes sociais municipais.

Instituto Nacional Ricardo Jorge
A atividade gripal manteve-se baixa, com tendência estável, pela segunda semana consecutiva, revela o boletim semanal de...

De acordo com o relatório, referente à semana de 15 a 21 de fevereiro, a taxa de incidência da síndrome gripal foi de 40,1 casos por cem mil habitantes.

Na semana anterior, de 08 a 14 de fevereiro, a atividade gripal registada foi igualmente baixa, com tendência estável, com 54,3 casos por cem mil habitantes.

Na semana passada, foram admitidos oito novos casos de gripe nas unidades de cuidados intensivos hospitalares que reportaram informação.

A taxa de admissão por gripe nas unidades de cuidados intensivos ronda os 3,4%, abaixo da estimada na semana de 08 a 14 de fevereiro, sendo que em todos os doentes foi identificado o vírus da gripe A.

Seis dos pacientes tinham doença crónica "considerada de risco para a evolução do quadro de gripe".

A mortalidade "por todas as causas" apresentou, na semana passada, "valores de acordo com o esperado".

O boletim adianta que "os vírus da gripe circulantes são, na sua maioria, semelhantes aos vírus contemplados na vacina antigripal da época 2015/2016".

A época gripal começou em outubro e termina em maio.

Sociedade Portuguesa de Angiologia e Cirurgia Vascular
Um inquérito realizado pela Sociedade Portuguesa de Angiologia e Cirurgia Vascular em todo o país concluiu que quase todos os...

Os resultados deste inquérito, realizado em 2015 em todo o país, vão ser apresentados na sexta-feira, nas XX Jornadas Nacionais Patient Care, que decorem em Lisboa.

Para alertar a população para os riscos da doença venosa crónica (DVC), a sociedade portuguesa de cirurgia vascular levou a cabo uma campanha de sensibilização, durante a qual realizou um inquérito, que revelou que 97% dos inquiridos sofre de DVC há vários anos.

Cerca de metade dos doentes identificados na ação tinham patologia grave não tratada, sendo que 53% dos doentes nunca tinha realizado um tratamento dirigido para a doença venosa.

O mesmo estudo concluiu que mais de um terço (37%) destes doentes nunca tinha consultado um médico por causa da doença venosa, indicando como justificação afirmações como: “achei que ia passar”, “pensei que não era importante” ou “achei que o meu médico não ia dar importância”.

O inquérito indica ainda que mais de metade das pessoas (53%) ignora sinais de alerta, como dor nas pernas ou sensação de pernas pesadas, considerando que a doença venosa só se manifesta quando existem sinais visíveis, como varizes e edemas.

A maioria dos inquiridos sofria de elevada sintomatologia, como tornozelos inchados (53%) e pernas pesadas com muita frequência ou constante (65%).

Perante estes resultados, a Sociedade Portuguesa de Angiologia e Cirurgia Vascular (SPACV) considera urgente melhorar a informação sobre esta patologia, prestar maior atenção aos sintomas e também ao tratamento adequado destes doentes.

A doença venosa crónica afeta principalmente mulheres com mais de 40 anos, sendo outros fatores de risco elevados o estilo de vida sedentário há mais de 3 anos, a falta de exercício físico, o excesso de peso e os antecedentes familiares, alerta a SPACV.

Este ano
As unidades de Acidente Vascular Cerebral vão ser este ano reforçadas, nomeadamente no número de camas, e ainda durante o...

Estas medidas foram anunciadas pelo secretário de Estado Adjunto e da Saúde, Fernando Araújo, durante a apresentação do relatório da Direção-Geral da Saúde (DGS) “Portugal – Doenças Cérebro-Cardiovasculares em Números 2015”, que demonstra o cumprimento das metas definidas pelo Programa Nacional.

Fernando Araújo destacou que a mortalidade por estas doenças diminuiu de “forma significativa”, embora continuem a ser as que mais matam.

Por isso, o secretário de Estado defende uma “aposta na prevenção da doença e promoção da saúde, em maior articulação com os cuidados de saúde primários e familiares”.

Nesse âmbito, anunciou um projeto-piloto que terá início no primeiro semestre deste ano, no Hospital de Santa Marta e num ACES (Agrupamento de Centros de Saúde), que deverá ser “o que melhor esteja adequado e seja de referência desse hospital”, e que fará eletrocardiogramas e Monitorização Ambulatória da Pressão Arterial (MAPA), para a hipertensão.

“Estes exames têm que ter apoio de cardiologia, para orientar o doente para essa consulta”, afirmou o governante, sublinhando que esta medida “vai reduzir a despesa em exame de saúde e tratamento hospitalar”.

Desta forma, será possível fazer um eletrocardiograma de forma agendada no centro de saúde e a leitura e a consulta no hospital, no âmbito da cardiologia, explicou.

A situação portuguesa no que se refere às doenças cerebrovasculares é pior, com Portugal a apresentar uma mortalidade superior à média europeia (inversamente ao que se passa com a mortalidade por doença cardíaca).

“Temos que intervir na prevenção e, quando acontece, precisamos de meios para colocar rapidamente os doentes nos hospitais”, afirmou Fernando Araújo.

O responsável sublinha que o problema se encontra mais do lado do doente do que do sistema de saúde.

O secretário de Estado garante que o número de unidades de Acidente Vascular Cerebral (AVC) “é suficiente”, mas reconhece que nos últimos anos houve uma “redução de camas”, que é necessário reverter.

“Vamos reforçar as unidades de AVC, para que a resposta seja efetiva”, afirmou.

Por outro lado, ao nível da atuação dos doentes perante sintomas de AVC, de uma maneira geral, não tem sido o adequado e isso teve reflexos no ano passado ao nível da resposta.

“O INEM reduziu o seu impacto [na resposta a episódios de AVC] no ano passado. Temos que voltar a apostar no transporte pelo INEM”, afirmou, esclarecendo que esta “diminuição” se deveu à falta de informação e formação da população.

O responsável considerou que é preciso informação de que em caso de sintomas se deve ligar para o 112 e lembrou que o país tem “excelentes hospitais, dos mais diferenciados, mas que as pessoas têm que chegar lá a tempo”.

“Da parte do INEM não há indicadores de falta de resposta. São transportados adequadamente. Quando verificamos no Hospital, percebemos que muitas pessoas vão pelos meios próprios”, disse.

A mesma ideia foi partilhada pelo coordenador do programa nacional das doenças cérebro-cardiovasculares, Rui Cruz Ferreira, para quem “a única maneira de garantir que os tempos vão ser cumpridos é através do INEM”.

“O intervalo de tempo para a terapêutica ser mais eficaz é muito reduzido (entre 3 e 6 horas). Muitas vezes as pessoas têm uma atuação passiva face aos sintomas: esperam a ver se passa, ficam ao telefone com alguém, tentam ter recursos que não são os mais adequados”, contou.

Todos os anos
O coordenador da Clínica de Cabeça e Pescoço do IPO-Porto, Jorge Guimarães, disse que anualmente surgem em Portugal cerca de 2...

Jorge Guimarães falava a propósito de um encontro sobre esta temática que se realiza sexta-feira e sábado e que leva ao IPO-Porto um dos “maiores especialistas do mundo” na área do tratamento e investigação do cancro da cabeça e pescoço.

Jatin Shah é o diretor do Serviço de Cabeça e Pescoço do Memorial Sloan Kettering Cancer Center (considerado o maior centro de investigação desta patologia) e coordenador da equipa multidisciplinar de médicos e especialistas que tratou o caso mediático do Michael Douglas.

O coordenador da Clínica de Cabeça e Pescoço do IPO-Porto disse que no encontro será discutida a importância de referenciação destes doentes para uma equipa médica especializada e multidisciplinar, como fazem os melhores do mundo.

Em destaque estará também, segundo Jorge Guimarães, “o reforço de procedimentos de deteção precoce da doença e de promoção da prevenção e os tratamentos, com abordagem de casos clínicos concretos”.

“Receber no IPO-Porto estes especialistas vai permitir uma partilha de conhecimento excecional que será com certeza um passo importante para inovarmos cada vez mais no tratamento e investigação do cancro da cabeça e pescoço”, sublinhou o responsável.

A médica Nancy Lee (radio-oncologista), e o cirurgião plástico Peter Cordeiro são outros especialistas do MSKCC que se juntam aos profissionais do IPO-Porto na iniciativa “Current Concepts in Head and Neck Cancer – It takes a team: treating Head na Neck Cancer”.

Em Portugal, de acordo com os últimos dados disponíveis (2012), a incidência de carcinoma da cabeça e pescoço foi de 50 novos casos por ano na população masculina, por 100 mil habitantes, e de 16 novos casos por ano na população feminina, com taxas de mortalidade de 19 e 3, respetivamente.

Ordem dos Médicos
Ordem clarifica Código Deontológico para que fique claro que profissionais não podem passar atestados a si próprios. Já há...

A Ordem dos Médicos vai alterar o seu Código Deontológico de forma a que fique absolutamente claro que os clínicos não podem passar atestados a si próprios. “Isto não está explícito [no código], apesar de no documento se falar em conflito de interesses. Não é ético que um médico passe um atestado a si próprio”, explicou ao jornal Público o bastonário da Ordem dos Médicos, José Manuel Silva, adiantando que há profissionais que até já foram condenados por este motivo, sem especificar quantos.

Esta é uma das alterações previstas ao Código Deontológico da Ordem dos Médicos, no âmbito da revisão que deverá estar concluída em breve. O código está a ser alterado por causa da mudança de estatutos da OM, mas as alterações são “menores e não polémicas”, acentua o bastonário.

Quanto à clarificação relativa aos atestados, a versão atual do Código Deontológico da Ordem dos Médicos refere, no seu artigo 98º, que o profissional, “não estando impedido de realizar atos médicos sobre si próprio ou familiares diretos, igualmente não está impedido de atestar as suas observações e respetivas consequências”.

Estipula em simultâneo o mesmo código que, “dado o carácter pericial que a sociedade indevidamente atribui ao atestado médico, é recomendável evitar a sua emissão em situações em que possa ser alegado conflito de interesses”.

Já no artigo relativo às incompatibilidades (120.º), sublinha-se que “é vedado ao médico exercer funções periciais em casos em que estejam envolvidas pessoas a quem esteja ligado por casamento ou união de facto, parentesco ou afinidade”. Mas acrescenta-se depois que “não são consideradas perícias para efeitos do presente artigo a emissão de declarações ou atestados de doença ou saúde, bem como quaisquer declarações que resultem do normal exercício médico”.

Empresa francesa
A companhia francesa Pixium Vision, que desenvolve sistemas para a recuperação da visão, anunciou esta quarta-feira que...

A Iris II oferece a possibilidade de voltar a ver aos pacientes que perderam a visão por retinite pigmentária, uma patologia da retina hereditária e degenerativa.

Com 150 elétrodos, três vezes mais que o protótipo Iris 1, este novo sistema estimula artificialmente a retina defeituosa e restaura parcialmente a visão para capturar formas e movimentos, escreve o Sapo.

"Esta novidade mundial, realizada num paciente de 58 anos, decorreu com êxito", declara, em comunicado, o professor Michel Weber, chefe do serviço de oftalmologia do Centro Hospitalar Universitário (CHU) de Nantes, França, onde foi realizado o implante em janeiro.

Depois de vários anos de escuridão, o paciente consegue agora ver luzes e sombras.

Dez pessoas devem receber este novo modelo em vários centros especializados da Europa como parte do teste clínico, anunciou ainda a Pixium Vision.

Estudo
O aparelho socorre-se de uma nova técnica que usa laser para iluminar amostras biológicas, permitindo observar em tempo real o...

Uma equipa de investigadores norte-americanos melhorou uma técnica de microscopia com laser, produzindo imagens tridimensionais de células cancerosas humanas vivas.

As células foram colocadas no aparelho, permitindo uma observação mais próxima do ambiente natural, lê-se no estudo publicado esta semana na revista Developmental Cell.

A observação do comportamento das células poderá ajudar a descobrir como e porque é que as células cancerosas resistem aos tratamentos contra o cancro, continuando a espalhar-se pelo corpo e podendo originar metástases (tumores secundários), escreve o Sapo.

A investigação, conduzida por Reto Fiolka, da Universidade do Sudoeste do Texas, tenta comparar as diferentes morfologias observadas pelo novo microscópio em diferentes contextos. "As células de melanoma que estão longe de qualquer superfície rija exibem morfologias arredondadas dominadas por pequenas bolhas. Estas observações sugerem que as limitações técnicas da microscopia podem ter distorcido muito do conhecimento atual sobre a organização espacial" das células, escrevem os cientistas na publicação.

Estes e outros conhecimentos, obtidos a partir da nova técnica, poderão abrir caminho para novas descobertas e tratamentos na área da oncologia, comentam ainda os cientistas.

Estudo
Usar doses mais baixas de quimioterapia parece ser mais eficaz para controlar o cancro, além de reduzir os efeitos secundários...

Segundo o relatório da Science Translational Medicine, o estudo foi feito com ratos com cancro de mama e faz parte de um movimento incipiente que, segundo o Sapo, explora alternativas à quimioterapia em doses altas.

"A nova abordagem pode prolongar a sobrevivência sem progressão do cancro de mama", estima Pedro Enríquez-Navas do Centro e Instituto de Investigação H. Lee Moffitt, em Tampa, Flórida, principal autor do trabalho.

Os investigadores questionam o uso da quimioterapia padrão, uma vez que este tipo de tratamento elimina o cancro por completo apenas em situações raras, deixando quase sempre células cancerosas resistentes no corpo.

A abordagem alternativa agora proposta consiste em dar pequenas doses contínuas de quimioterapia, que estabilizariam o tumor, "mantendo uma pequena população de células cancerígenas sensíveis às drogas e bloqueando o crescimento das células restantes", lê-se no estudo.

A investigação indica que 60 a 80% dos ratos tratados com esta terapia permanecem mais tempo sem o ressurgimento do cancro.

Os cientistas indicam que são necessários mais estudos.

Este ano
O Ministério da Saúde prevê que, durante este ano, grande parte dos doentes crónicos já consiga levantar a sua medicação na...

"Uma das vantagens e objetivos da desmaterialização da receita é os médicos poderem, no sistema informático, prescrever a receita, e o utente com patologia crónica dirigir-se à farmácia e poder aviar as receitas, sem ser necessária consulta no centro de saúde", afirmou o secretário de Estado Adjunto e da Saúde.

Fernando Araújo, que falava durante a sessão de apresentação do Plano Estratégico da Reforma dos Cuidados de Saúde Primários, adiantou que há já algumas farmácias em que a experiência está a decorrer, com sucesso, escreve o Jornal de Notícias.

O objetivo do Ministério é alargar este projeto, que é direcionado, sobretudo, a quem faz medicação para doenças crónicas, mas o governante não descartou a possibilidade de abranger outras patologias: "O objetivo é facilitar o acesso à medicação, sem pôr em causa a segurança de todo o processo".

Para o Ministério, esta renovação do receituário sem necessidade de deslocação ao centro de saúde pode ser útil sobretudo para a população mais idosa e com dificuldades de acesso ou mobilidade.

"Durante o ano de 2016, se calhar até já no final do primeiro semestre, grande parte dos locais estejam a utilizar esta metodologia", estimou o secretário de Estado Adjunto e da Saúde, em declarações aos jornalistas.

Entre as reformas apresentadas hoje para a área dos cuidados de saúde primários, pretende-se nomeadamente dar mais médicos de família aos utentes, avançar com consultas de saúde oral e de oftalmologia nos centros de saúde.

Após autorização
O fim do embargo de 55 anos a Cuba vai permitir aos Estados Unidos testar medicamentos inovadores desenvolvidos na ilha. Um...

Há 25 anos Cuba começou a desenvolver uma vacina — a Cimavax — que funciona como tratamento para o cancro do pulmão. Agora, depois do fim do embargo dos EUA à ilha, vai poder ser testada por laboratórios norte-americanos, noticia o The Huffington Post.

O início dos testes em solo americano, escreve o Observador, aguarda apenas a autorização da agência norte-americana do medicamento (Food and Drugs Administration), que vão ser realizados no Roswell Park Cancer Institute, em Nova Iorque.

A fórmula da vacina está disponível para uso público desde 2011 e já começou a ser testada na Europa, onde tem revelado resultados prometedores. A Cimavax é uma vacina terapêutica e não uma vacina preventiva. Ou seja, não impede que o cancro se desenvolva mas leva o organismo a produzir anticorpos que impedem as células cancerígenas de crescer.

A vacina já foi administrada a 5.000 pacientes e os resultados são prometedores. Em média, os pacientes com cancro do pulmão avançado que receberam o tratamento viveram dois a quatro meses mais do que aqueles que não foram tratados. E, em casos raros, esses pacientes tiveram mais dez meses de esperança de vida.

Apesar de a Cimavax já ser utilizada de forma corrente em Cuba, a organização não-governamental britânica Cancer Research alerta, no entanto, que os testes realizados até ao momento fora da ilha são limitados e são precisos mais testes até que a vacina venha a ser aprovada por outros países.

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