Novas tecnologias
Tecnologias microscópicas introduzidas no organismo podem ajudar a tratar esta doença. Depois de várias experiências com...

É a materialização de um sonho antigo. Num passado ainda muito recente, especialistas do Instituto de Tecnologia da Califórnia e das Universidades de Columbia e do Arizona, nos Estados Unidos da América, juntaram-se para programar e construir dois robots de milionésimos de milímetros de tamanho. Estes nanorobots, com inúmeras extremidades, conseguem realizar tarefas complexas à escala microscópica, mexendo-se e girando sobre si mesmos, escreve o Sapo.

À semelhança de outros dispositivos desenvolvidos entretanto, conseguem executar trabalhos concretos, reagem ao meio ambiente, auto reparam-se, tomam decisões, manipulam os genes, constroem material orgânico e reparam tecidos vivos. No futuro, esta nova tecnologia vai permitir, por exemplo, combater um tumor desde o seu núcleo. Como? Sendo programado para identificar, perseguir e destruir todas as células cancerígenas que for encontrando ao longo do interior do organismo.

Ao contrário do que seria de esperar, os primeiros testes envolvendo ADN humano serão, no entanto, feitos ao longo deste ano na Universidade Bar-Ilan, em Israel, onde o professor Ido Bachelet desenvolveu nanorobots programáveis, capazes de combater células cancerígenas, enquanto parte integrante de uma terapia que combina vários fármacos. Em desenvolvimento desde dezembro de 2014, os dispositivos conseguem identificar e distinguir 12 tipos de células cancerígenas.

DGS
A subdiretora-geral da Saúde disse que o estudo que aponta para a transmissão humana da doença dos Legionários carece de mais...

Graça Freitas comentava os resultados de um estudo realizado por profissionais de saúde de várias instituições nacionais, que será divulgado na revista New England Journal of Medicine, indicando que a doença dos Legionários poderá ser transmitida pessoa a pessoa.

“Agora vamos ter de continuar a estudar. É um caso pontual e esporádico, que aconteceu uma única vez, aparentemente. Não há motivo para se alertar as pessoas para a infeção de pessoa a pessoa. Agora, se se verificar noutros sítios e se se tornar um padrão, e se existir risco, então alertaremos as pessoas, mas não é o caso agora”, frisou a responsável.

Graça Freitas explicou que o caso provável de transmissão pessoa a pessoa ocorreu no contexto do surto que se registou em Vila Franca de Xira entre novembro e dezembro de 2014, provocando a morte de 14 pessoas.

Além das mortes, 400 pessoas foram diagnosticadas com a doença.

“Na sequência do surto, todos os casos foram investigados. Foram feitas por diversas autoridades de saúde e ambientais inquéritos às investigações e exames laboratoriais às pessoas e á água para ver a origem da infeção”, contou.

Segundo a subdiretora-geral da saúde, os investigadores chegaram à conclusão depois de identificarem na região de saúde do norte, dois casos fatais da doença em familiares, em que um deles não tinha qualquer associação geográfica com Vila Franca de Xira.

“Foram feitas análises laboratoriais e verificou-se que o vírus da pessoa era igual ao dos doentes de Viola Franca de Xira e ao encontrado no ambiente em Vila Franca de Xira”, disse.

Na opinião de Graça Freitas, estes resultados são importantes porque é a primeira vez que se verifica uma possível transmissão da doença do legionário pessoa a pessoa.

“No entanto, este resultado carece de investigação de culturas e do aparecimento de casos noutros locais do mundo. Quero salientar que perante casos de legionella, o objetivo da investigação é encontrar o foco ambiental, aquela que é a origem da doença e que está no ambiente”, salientou.

O estudo, inédito a nível mundial, assinado por 17 coautores, envolveu profissionais de saúde de várias instituições, nomeadamente da Administração Regional de Saúde do Norte e do Instituto Nacional de Saúde doutor Ricardo Jorge.

“Apesar do risco de transmissão pessoa a pessoa da Doença dos Legionários ser certamente muito baixo, as conclusões deste trabalho poderão servir para alertar a comunidade médico-científica para a eventual necessidade de rever as medidas de prevenção e controlo da doença”, refere a Administração Regional de Saúde do Norte (ARS Norte), num comunicado enviado à agência Lusa, a divulgar o estudo e a sua publicação.

A Doença dos Legionários é uma pneumonia que afeta preferencialmente pessoas idosas, fumadoras, imunodeprimidas ou pessoas com doenças crónicas.

A pneumonia provocada pela legionella pode provocar a morte.

Afastada hipótese de surto
O Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra confirmou que três pessoas com a bactéria multirresistente “klebsiella...

Apesar das mortes, o diretor clínico José Pedro Figueiredo afastou a possibilidade de um surto e disse que associados a este caso estão internados no Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC) 21 doentes.

Entre estes 21, oito estão infetados e os restantes colonizados com a bactéria.

Dos doentes infetados, quatro estão nos cuidados intensivos, um dos quais deverá ter alta, dois têm prognóstico favorável e um outro prognóstico reservado e "nenhum deles está internado com patologia relacionada com a klebsiella", apresentando outras patologias.

O Jornal de Notícias associava esta bactéria e os internamentos em Coimbra a um surto que em Gaia, em 2015, acabou por atingir mortalmente três pessoas.

Desde que o CHUC “tomou conhecimento desta situação, foram implementadas um conjunto de medidas de prevenção, que radicam sobretudo na identificação dos doentes, no seu isolamento e numa monitorização permanente da sua evolução clínica”, disse o diretor clínico do CHUC, que falava hoje, ao final da manhã, numa conferência de imprensa.

“Em nenhuma circunstância se justifica alarmismo social”, sublinhou José Pedro Figueiredo, referindo o CHUC tem, nos seus diferentes estabelecimentos hospitalares, “internados em situação aguda, habitualmente, mais de 1.900 doentes”.

Sublinhando que “há diferença entre doentes colonizados e doentes infetados por este tipo de a klebsiella”, o responsável referiu que os infetados “têm uma cultura num produto biológico positiva”, devendo ser tratados com os antibióticos disponíveis, enquanto os doentes colonizados, embora possam registar “uma cultura positiva num dos produtos biológicos”, não têm qualquer “manifestação clínica da infeção”.

Os doentes colonizados pela bactéria não devem ser tratados com antibióticos, “mas tal como os infetados, devem ser objeto de medidas de isolamento e do controlo”, concluiu.

Nos CHUC “estamos a tomar todas as medidas adequadas, usando da capacidade de vigilância que um hospital desta envergadura indiscutivelmente dispõe para termos a capacidade de permanentemente tranquilizar os nossos cidadãos acerca desta circunstância clínica”, assegurou José Pedro Figueiredo.

Sobre as vítimas mortais ali registadas em janeiro deste ano, o diretor clínico do CHUC disse que só três óbitos são atribuíveis à infeção por klebsiella produtora de carbapenemases”.

“Temos seis óbitos [em janeiro] nos quais os doentes estavam colonizados, mas só em três desses é que podemos atribuir o desfecho fatal à infeção por klebesiella”, assegurou.

O diretor clínico do CHUC sustenta que estes casos não configuram “a situação técnica de surto”.

O CHUC está a fazer rastreio, “procedendo a análises sistemáticas de todos os contactantes [com doentes afetados pela bateria] e, naturalmente, a fazer mais análises dirigidas para esta circunstância, mas não se trata de surto na definição técnica” do termo, afirmou.

Nos EUA
Ao administrarem antipiréticos como o paracetamol ou ibuprofeno, os pais estão, na verdade, a fazer com que a doença se...

Um novo guia realizado pela Academia Norte-Americana de Pediatras aconselha os pais a não darem medicamentos aos filhos quando estes estão com febres baixas, uma vez que a febre é um mecanismo natural de defesa do corpo e não uma doença em si. Ao administrarem antipiréticos como o paracetamol ou ibuprofeno, os pais estão, na verdade, a fazer com que a doença se prolongue., escreve o Observador.

De acordo com a Academia Norte-Americana de Pediatras, citada pelo Telegraph, os pais dão medicamentos aos filhos com demasiada regularidade, quando estes têm apenas febre baixa ou não têm febre de todo. Para além disso, muitas das vezes, as doses de paracetamol ou ibuprofeno são administradas incorretamente. Segundo os autores do guia, um dos erros mais frequentes é dar às crianças doses que são recomendadas para os adultos. Em outros casos, se as crianças forem pequenas para a sua idade, estas também pode receber doses demasiado altas, mesmo que os pais sigam as instruções.

O guia refere ainda que os médicos de família aconselham demasiadas vezes os pais a administrarem antipiréticos aos filhos quando, na maioria dos casos, a situação não o justifica. Em vez disso, a Academia Norte-Americana de Pediatras defende que os médicos deviam “ajudar os pais a compreender que a febre não põe em risco a saúde das crianças”. “Devia ser enfatizado que a febre não é uma doença mas, na verdade, um mecanismo fisiológico que tem efeitos benéficos na luta contra a infeção.”

9 de Fevereiro
A RESPIRA - Associação Portuguesa de Pessoas com DPOC e outras Doenças Respiratórias Crónicas, celebra dia 9 de Fevereiro, nove...

A Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica (DPOC) é uma doença subdiagnosticada e subtratada em Portugal. Grande parte da população quando é diagnosticada desconhece por completo a doença e a forma como terá que se adaptar à nova condição. Foi com o objetivo de contribuir para o conhecimento, prevenção e tratamento das doenças crónicas e para a promoção e defesa dos direitos dos doentes que há nove anos a RESPIRA foi fundada.

Segundo dados do Programa Nacional para as Doenças Respiratórias da Direcção-Geral da Saúde a DPOC é, atualmente, considerada a 4ª causa de morte no mundo e um problema de saúde pública em Portugal. Afeta cerca de 800 mil portugueses e apesar de ser muitas vezes apontada como uma doença associada aos mais idosos, estima-se que 50% dos doentes tenham menos de 65 anos. Especialistas apontam a exposição ao tabaco como a primeira causa da DPOC.

A Associação Portuguesa de Pessoas com DPOC e outras Doenças Respiratórias Crónicas – RESPIRA, foi legalmente constituída a 9 de Fevereiro de 2007. Desde a sua fundação desenvolveu várias campanhas de sensibilização com o objetivo de promover a melhoria das condições de vida das pessoas com doenças respiratórias crónicas, incrementar hábitos saudáveis e prevenir o tabagismo, e ainda apoiar o desenvolvimento de programas de promoção da saúde respiratória e criação brochuras ou guias práticos de apoio à família, cuidadores e pessoas portadoras de DPOC.

Infarmed
Quase seis mil doentes iniciaram tratamentos para a hepatite C em Portugal, com pelo menos 1.200 utentes já considerados...

Os números, que reportam a 1 de fevereiro, constam do site da Autoridade Nacional do Medicamento (Infarmed) e contabilizam 5.992 doentes com tratamento iniciado.

Dos doentes que já finalizaram o protocolo de tratamento, 1.202 estão curados e há 49 dados como doentes não curados.

O acordo entre o Estado e o laboratório que fornece os medicamentos inovadores para a hepatite C foi formalizado há um ano, tendo sido apresentado pelo então ministro da Saúde, Paulo Macedo, no dia 6 de fevereiro de 2015.

Contudo, os dados do Infarmed de doentes em tratamento incluem não apenas os doentes tratados por medicamentos no âmbito deste acordo.

O acordo – assinado por dois anos - prevê o pagamento por doente tratado e não por tempo de tratamento ou quantidade de medicamentos. A comparticipação do Estado português nos dois medicamentos abrangidos pelo acordo é de 100%.

Tratou-se de fazer um acordo em que os custos são suportados pelo Estado quando o doente fica efetivamente curado e, caso não aconteça, o laboratório fornece outro tratamento.

O universo de doentes potencialmente abrangidos foi definido em 13 mil pessoas, um número que poderá ter oscilações, não só porque haverá um conjunto que não precisará do medicamento, como outros doentes novos a registarem-se.

Este acordo foi alcançado depois de meses de luta dos doentes para conseguirem obter o tratamento, processo que ficou marcado pela intervenção, na Assembleia da República, de um portador de hepatite C, José Carlos Saldanha, que interrompeu a audição do então ministro da Saúde pedindo-lhe que não o deixasse morrer.

Na Assembleia da República
Uma petição com 25.000 assinaturas para acabar com as desigualdades no acesso ao rastreio, diagnóstico e tratamento do cancro...

Lançada pela Liga Portuguesa Contra o Cancro (LPCC) a 19 de novembro do ano passado, a petição “Pela Equidade no Acesso ao Rastreio, Diagnóstico e Tratamento das mulheres com Cancro da Mama” vai ser entregue simbolicamente no Dia Mundial de Luta Contra o Cancro, numa sessão com o vice-presidente da Assembleia da República, José Manuel Pureza.

O objetivo é assinalar a data de “uma forma positiva, mas também reivindicativa em relação aos doentes oncológicos e, sobretudo, chamar a atenção dos nossos representantes na Assembleia da República, que são os que fazem as leis e que podem pressionar os governos para que haja uma determinação no que diz respeito à oncologia”, disse o secretário-geral da LPCC.

A oncologia tem sido “um parente pobre” dos últimos governos, na medida em que está subfinanciada, têm sido tomadas poucas medidas e “os direitos dos doentes oncológicos são constantemente atropelados”, sublinhou Vítor Veloso.

A petição reuniu 25 mil assinaturas, mas o processo vai continuar no sítio da internet www.ligacontracancro.pt: “É uma petição que toca toda a população portuguesa e pensamos que deverá atingir dentro de pouco tempo 40 a 50 mil assinaturas”, disse o oncologista.

Vítor Veloso explicou que é uma petição fundamentalmente dirigida a uma situação de desigualdade que existe no país: “Nós não queremos desigualdades, queremos equidade” no rastreio de base populacional do cancro da mama.

Na região centro todas as mulheres estão rastreadas, no norte já estão 82% e no sul ainda "falta muito para atingir metade das mulheres”, uma situação que cabe ao Governo resolver, salientou.

Por outro lado, a petição pretende que os responsáveis políticos tenham consciência de todas estas situações e da necessidade dos doentes com cancro terem “uma acessibilidade adequada” ao diagnóstico, ao tratamento e a terapêuticas inovadoras, “muitas vezes determinantes” para a cura do cancro ou para melhorar a qualidade de vida dos doentes e garantir uma "sobrevivência muito grande".

Visa também criar junto da Comissão Parlamentar de Saúde um grupo de reflexão que avalie a situação da oncologia e que a Assembleia da República coloque “o cancro na agenda”, uma vez que é “o principal problema de saúde pública a nível nacional”.

Entre os objetivos da petição estão também a “garantia de que, em casos de suspeita clinicamente demonstrada, exista acesso em tempo útil a um serviço hospitalar com capacidade de diagnosticar e tratar os doentes”.

Atualmente, surgem 6.000 novos casos de cancro da mama por ano, 16 novos casos por dia. Em 2014, foram realizadas mais de 279 mil mamografias a nível nacional, através do programa de rastreio da LPCC.

Estudo português
A Doença dos Legionários poderá ser transmitida pessoa-a-pessoa, segundo um estudo realizado por profissionais de saúde de...

“Apesar do risco de transmissão pessoa-a-pessoa da Doença dos Legionários ser certamente muito baixo, as conclusões deste trabalho poderão servir para alertar a comunidade médico-científica para a eventual necessidade de rever as medidas de prevenção e controlo da doença”, refere a Administração Regional de Saúde do Norte (ARS Norte), num comunicado, a divulgar o estudo e a sua publicação.

O estudo, inédito a nível mundial, assinado por 17 coautores, envolveu profissionais de saúde de várias instituições, nomeadamente da Administração Regional de Saúde do Norte e do Instituto Nacional de Saúde doutor Ricardo Jorge.

No comunicado, a ARS Norte explica que o caso provável de transmissão pessoa-a-pessoa ocorreu no contexto do surto que se registou em Vila Franca de Xira entre novembro e dezembro de 2014, provocando a morte de 14 pessoas.

Além das mortes, 400 pessoas foram diagnosticadas com a doença.

“Os autores do estudo chegaram à conclusão depois de identificarem, na região de saúde do Norte, dois casos fatais da doença em familiares, em que um deles não tinha qualquer associação geográfica com Vila Franca de Xira”, refere o comunicado.

Para compreender melhor a ocorrência, “foi estudada a relação genética entre as bactérias isoladas daqueles doentes, tendo-se concluído, após a sequenciação total do genoma, em ambos os casos, que, para além de se tratar da estirpe anteriormente identificada como causadora do surto de Vila Franca de Xira, as bactérias isoladas revelavam uma similaridade total do seu material genético”, explica a ARS Norte.

Segundo o comunicado, a investigação epidemiológica “revelou a existência de um contacto muito estreito entre os dois familiares, pelo que a equipa de investigadores concluiu tratar-se de um caso provável de transmissão pessoa-a-pessoa da Doença dos Legionários”.

A Doença dos Legionários é uma pneumonia que afeta preferencialmente pessoas idosas, fumadoras, imunodeprimidas ou pessoas com doenças crónicas.

A pneumonia provocada pela legionella pode provocar a morte.

João Goulão alerta
O especialista em drogas João Goulão alertou para a "enorme complacência social” que existe em relação à cannabis, uma...

João Goulão, responsável pelo Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências (SICAD), comentava hoje, na Comissão de Saúde, os resultados do relatório anual sobre “A situação do país em matéria de drogas e toxicodependências 2014”, que apontam para o aumento do consumo de cannabis.

O relatório indica que em 2014 foi mais uma vez consolidado o predomínio crescente da cannabis, o que reflete a prevalência do seu consumo no país.

A este propósito, e respondendo ao Bloco de Esquerda sobre a possibilidade do uso da cannabis para fins recreativos, João Goulão lembrou que Portugal foi “ao limite do paradigma proibicionista” e que agora tem que dar tempo para tomar decisões que sejam fundamentadas cientificamente.

“Encontrámos uma solução, admirada no mundo inteiro, de descriminalizar sem despenalizar. Temos todo o tempo para alicerçar as nossas escolhas à evidência científica. Não devemos dar um salto em frente só porque é a altura ou para sermos modernos”, afirmou, salvaguardando que não tem qualquer “resistência mental a este paradigma”.

No entanto, sublinhou o risco que acarreta o consumo de cannabis, sobretudo de forma intensiva ou em associação com outras substâncias como o álcool ou as benzodiazepinas.

Aliás, o relatório dá conta de que a droga principal mais referida pelos novos utentes em tratamento em ambulatório em 2014 foi a cannabis (49%), sendo simultaneamente a droga ilícita percecionada como sendo a de menor risco para a saúde.

“Chamo a atenção de que há uma enorme complacência social em relação à cannabis. Chegou à nossa sociedade e o seu uso era residual, não era um fenómeno de massas. Depois transformou-se numa substância usada transgeracionalmente. As gerações mais velhas desvalorizaram o seu consumo, e o dos filhos, e dos netos. Toleram esse uso e é também intergeracional: podemos ver o avô, o filho e o neto a consumir alegremente o seu charro”, disse.

Na opinião do presidente do SICAD, alterar este contexto é difícil, mas “há progressos na perceção do risco” e é preciso perceber como minimizar os malefícios, se através de políticas reguladoras, medidas preventivas, ou outras.

“Não acredito que erradiquemos, mas minoraremos o impacto negativo. Hoje há urgências, psicoses agudas e esquizofrenias desencadeadas por estes consumos”, alertou.

O relatório revela que no que respeita ao grau de pureza das drogas apreendidas, a potência média da cannabis e em particular da cannabis resina, tem vindo a aumentar nos últimos anos, atingindo em 2014 os valores médios mais elevados desde 2005.

União Humanitária dos Doentes com Cancro
A União Humanitária dos Doentes com Cancro, associação que concede serviços gratuitos a doentes oncológicos organiza, no dia 6...

Este evento solidário conta com a participação de vários artistas, nomeadamente, Ana, Natacha, Renato, Francisco Hilário, Alex Barbosa, Simara, Ivo Alan, Bruna Guerreiro, Hélder Barradas, Dianja, Custódio Gonçalves, Miguel de Paiva, Vitor Duarte, Fernando Valdrez, Banda Novo Som e Academia Dança Vanessa Silva.

Os bilhetes já se encontram à venda na Secretaria dos Bombeiros Voluntários de Santa Iria ou através dos números 925593760 / 936796501 e o valor dos bilhetes, de três Euros, vão ser revertidos, na sua totalidade, para assegurar a continuidade dos serviços de apoio, gratuitos, que a União Humanitária dos Doentes com Cancro (UHDC) disponibiliza a doentes oncológicos e familiares.

Cláudia Natacha Costa, porta-voz da UHDC revela que “Na UHDC os doentes e familiares conseguem encontrar vários profissionais de saúde voluntários de várias áreas, que prestam serviços ao nível do Apoio Domiciliário, Apoio Hospitalar, Apoio Médico, Apoio Multidisciplinar a Crianças com Cancro, Apoio Psicológico, Assistência Social e Consultas Online. Estas atividades que organizamos, como é o caso deste concerto, são essenciais para darmos continuidade às várias valências de apoio que prestamos há 17 anos e iniciativas que visam consciencializar a população para o cancro.”

Na União Europeia, a previsão realizada pela International Agency for Research on Cancer (IARC), que tem como base apenas o envelhecimento da população, determina um aumento dos novos casos de cancro em 13,7%. As previsões para Portugal são semelhantes e apontam para um acréscimo de 12,6%. O cancro é a segunda principal causa de morte em Portugal e a primeira no grupo etário entre os 35 e os 64 anos. Prevê-se que as taxas de incidência de cancro podem aumentar cerca de 20%, até 2020.

“A sobrevivência dos doentes com cancro tem também vindo a aumentar devido a múltiplos fatores, entre os quais o desenvolvimento científico e o empenhamento dos profissionais, sendo crescente uma nova população, os sobreviventes de cancro, com problemas clínicos e sociais particulares, para os quais o apoio de associações é essencial”, continua Cláudia Natacha Costa.

Estudo
Um estudo sobre as expetativas dos portugueses em relação às farmácias revelou que mais de um terço dos inquiridos teve de...

O inquérito, realizado pela Universidade Católica a pedido da Associação Nacional das Farmácias (ANF), analisou 1.114 inquéritos e será apresentado na quarta-feira, em Lisboa.

De acordo com esta análise, 47% dos inquiridos declararam-se doentes crónicos, ou sob medicação continuada, e que 38% tiveram de regressar à farmácia, ou ir a mais do que uma, para conseguirem obter todos os fármacos receitados.

Questionados sobre o motivo mais frequente para não terem comprado os medicamentos receitados, os inquiridos destacaram a rutura de stock como a justificação mais comum.

O estudo indica ainda que 14% dos inquiridos deixaram de comprar algum medicamento receitado pelo seu médico e que, destes, “o motivo mais frequente foi não o ter conseguido encontrar em nenhuma farmácia (33%), seguido de ainda ter o medicamento em casa (26%) e ter menos dinheiro (21%)”.

“Como seria de esperar, são principalmente os doentes crónicos quem mais teve de regressar à farmácia nos últimos 12 meses, para obter todos os medicamentos receitados (62%)”.

Sobre os cinco serviços que os inquiridos elegeram como os mais importantes prestados pelas farmácias, surge em primeiro lugar a renovação automática das receitas para doentes crónicos, seguindo-se o apoio no controlo de doentes crónicos, a entrega de medicamentos ao domicílio, os cuidados de saúde alargados e a dispensa de alguns fármacos atualmente disponíveis só no hospital e acompanhamento do tratamento e cuidados de saúde alargados.

Mais de um terço (36%) dos inquiridos disse que a farmácia é o primeiro local que consulta quando surge um problema menor de saúde, seguindo-se o centro de saúde.

Um em cada cinco inquiridos referiu que não procura aconselhamento.

Instituto Português do Sangue e Transplantação
Os dadores de sangue em Portugal estão a ser devidamente rastreados para que as dádivas sejam seguras, sem risco de alguma vez...

Em declarações, Gracinda Sousa, do Instituto Português do Sangue e Transplantação (IPST), garantiu que estão a ser tomadas todas as medidas de precaução necessárias para que as dádivas de sangue em Portugal sejam seguras, tendo sido realizado um alerta de prevenção em janeiro de prevenção.

As declarações desta responsável surgem um dia depois de as autoridades de saúde do Texas, no sul dos Estados Unidos, terem notificado um caso de transmissão por contacto sexual do vírus zika, potencialmente perigoso para mulheres grávidas e em crescimento na América Latina.

“Através do sistema português de hemovigilância , as informações[sobre alertas de vírus] são enviadas para todos os serviços de sangue para que estes tenham a informação atualizada de forma a acautelar e assegurar que não há transmissão destes vários agentes de doença que também podem ser transmissíveis pelo sangue”, explicou Gracinda Sousa.

Segundo a responsável, em janeiro deste ano foi feito um alerta devido à “agressividade imensa da epidemia pelo vírus zika”, garantindo que todos os profissionais de saúde que fazem a recolha de sangue em Portugal estão cientes das normas que devem seguir.

“Qualquer candidato a dador que chegue e diga que esteve nem que seja uma só noite no Brasil ou em outros países onde a doença pelo vírus zika se está a manifestar, a colheita não pode ser feita. A indicação é de uma suspensão por 28 dias depois de abandonar a área, mesmo não tendo qualquer manifestação da doença”, explicou.

O alerta, segundo Gracinda Sousa, refere ainda que caso o pretendente a dador tenha tido a doença, só depois de a ter curado, e após 120 dias, é que poderá dar sangue, “garantindo que não vai haver prejuízo de receção de contato de qualquer recetor de transfusão com qualquer coisa menos boa”.

Gracinda Sousa lembrou ainda que o primeiro alerta feito em Portugal para o vírus zika foi feito a 01 de junho de 2015, altura em que houve a primeira informação ao nível da eclosão do vírus, “embora não sendo comparável com aquilo que se passa hoje”, reconheceu.

De acordo com a responsável o IPST, está, desde sempre, “em contato permanente” com todas as informações nacionais, da Direção Geral de Saúde, por exemplo, e internacionais, como a Comissão Europeia, Organização Mundial de Saúde e ECDE – European Centre for Disease Prevention and Control, sobre as doenças e os vírus que circulam.

Escola Superior de Enfermagem de Coimbra
Um novo curso de pós-graduação para Formadores de Primeira Ajuda em Saúde Mental tem início, no próximo mês de março, na Escola...

Este curso, dirigido a profissionais de Saúde e de Educação, visa a formação de formadores no domínio da Primeira Ajuda [e primeiros socorros] em Saúde Mental (PASM), que, por sua vez, irão difundir o curso base de PASM junto do público, com enfoque no espaço escolar.

“Ao ensinar o público, por exemplo, pais e encarregados de educação, a reconhecer os sinais (e valorizar sintomas) de diferentes perturbações mentais e de diferentes situações de crise relacionadas com a saúde mental, o modo como se deve prestar a ajuda inicial e encaminhar para os profissionais de saúde adequados, estamos em consonância com aqueles que são os objetivos da primeira ajuda”, explica o professor doutor Luís Loureiro, coordenador desta formação pós-graduada.

O curso para formadores de PASM tem por público-alvo profissionais de Saúde e de Educação, justamente, pelo facto de serem quem está em contacto direto com adolescentes e jovens, seja por via dos programas de saúde escolar, como é o caso dos enfermeiros, seja pela troca de informações propiciada em sala de aula.

“Os adolescentes e jovens apresentam uma elevada prevalência de problemas de saúde mental, sabendo-se, hoje, que 50% das pessoas com doença mental diagnóstica tiveram os primeiros sintomas antes dos 18 anos de idade e que, destes, 70% não receberam cuidados de saúde atempadamente. Assim, quanto mais célere for a intervenção de modo a promover a procura de ajuda, melhores benefícios são de esperar”, conclui Luís Loureiro.

O que é a Primeira Ajuda em Saúde Mental
A PASM pode ser definida como a ajuda dada ou prestada a uma pessoa, neste caso a população adolescente e jovem, que está a desenvolver um problema de saúde mental ou uma crise relacionada com a saúde mental.

A primeira ajuda é dada até que a pessoa receba o tratamento profissional adequado, ou até a crise estar resolvida. Na maioria dos casos, a PASM é realizada por alguém que não é profissional especializado na área da Saúde Mental. Daí a importância de se estar apto (recebendo formação para isso) para prover a ajuda inicial.

Formação aos sábados
O curso de pós-graduação para Formadores de Primeira Ajuda em Saúde Mental compreende 13 semanas de trabalho letivo, aos sábados (das 9h00 às 18h00). O prazo de candidaturas termina já no dia 5 de fevereiro.

Os termos da candidatura podem ser conhecidos através da leitura do edital que consta na página Web da Escola Superior de Enfermagem de Coimbra, em www.esenfc.pt.

Para eventuais esclarecimentos, podem também os interessados contactar a Área Académica da ESEnfC (números de telefone 239 487 257 e 239 802 850, ou e-mail [email protected]).

Eurostat
Em Portugal, uma em cada quatro mortes em 2013 deveram-se a cancro, proporção que chega a mais de duas em cada três (40%) nas...

O cancro, segundo os dados divulgados, foi a causa da morte de 26% da população da União Europeia (UE) em 2013, sendo que abaixo dos 65 anos a taxa de óbitos por cancro sobe para 37%.

O cancro do pulmão foi o que mais mortes causou no ano em análise, com 21% de óbitos na média da UE e 15% em Portugal, valor que coloca o país no fundo da tabela das mortes por esta doença que é liderada pela Hungria, com 26%.

Tanto na UE como em Portugal, o cancro do pulmão mata mais homens (PT 20%, UE 26%) do que mulheres (PT 8%, UE 15%).

O cancro colorretal surge, na média europeia, em segundo lugar na lista dos mais mortais (12%), mas empatado com o do pulmão em Portugal (15%).

Seguem-se na taxa de mortes, em Portugal, o cancro da próstata (7%), da mama (6%) e do pâncreas (5%), valores que na média europeia são de, respetivamente, 6%, 6% e 7%.

Em 2013, o cancro causou a morte a 32% de pessoas na Eslovénia, 31% na Holanda e 30% na Irlanda, países que apresentam as maiores taxas, estando no extremo oposto a Bulgária (17%) e a Lituânia (19%).

Os dados foram divulgados no âmbito do Dia Mundial de Luta Contra o Cancro, que se assinala quinta-feira.

Em 2014
Doze pessoas por dia iniciaram tratamento e dez foram internadas por problemas relacionados com o uso de álcool em 2014,...

De acordo com o relatório anual “A situação do país em matéria de álcool 2014”, do SICAD (Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências), estiveram em tratamento no ambulatório da rede pública 11.881 utentes, dos quais 3.353 iniciaram tratamento pela primeira vez e 930 foram readmitidos.

Estes números revelam uma tendência de acréscimo, registando-se nos últimos três anos os valores mais elevados de novos utentes e de readmitidos.

Quanto a internamentos devido ao alcoolismo, deram entrada em Unidades de Alcoologia e Unidades de Desabituação 1.472 utentes (1.465 na rede pública e 7 na licenciada) e 2.256 em Comunidades Terapêuticas (61 em públicas e 2.195 licenciadas).

Pelo segundo ano consecutivo aumentou o número de internamentos por problemas relacionados álcool em unidades de alcoologia, enquanto nas comunidades terapêuticas a tendência de subida verifica-se já há vários anos.

Em termos gerais, o consumo de álcool mantém-se relativamente estável, com 70% da população com mais de 15 anos a afirmar ter consumido bebidas pelo menos uma vez no último ano, sobretudo com uma frequência diária ou semanal.

No entanto, ao nível do consumo arriscado/binge, os resultados do inquérito apontam valores muito superiores aos de 2012: 33% da população consumidora tomou, pelo menos uma vez, 6 ou mais bebidas alcoólicas numa única ocasião.

Apesar disto, os jovens portugueses estão mais conscientes dos riscos de consumir bebidas alcoólicas do que os europeus, tendo a maioria dos jovens (59%) de 15-24 anos considerado de “alto risco” o consumo regular de álcool, enquanto 36% o classificaram de “médio risco”.

O relatório destaca que entre 2010 e 2014 se verifica entre a população escolar uma tendência de descida das frequências de consumo dos vários tipos de bebidas alcoólicas, bem como das prevalências e frequências de embriaguez.

O relatório relaciona o consumo nocivo de álcool com a população reclusa, revelando que mais de metade afirma ter ficado embriagada antes de entrar na prisão, um em cada dez reconheceram que antes de serem presos tiveram um episódio de coma alcoólico e 28% estavam alcoolizados quando cometeram os crimes.

Quanto aos consumos em contexto de reclusão, “como expectável, verifica-se uma redução importante com a entrada na prisão”.

No entanto, dentro dos estabelecimentos prisionais também existe consumo, sendo que o mais prevalente foi o de cervejas e bebidas alcoólicas de “fabrico artesanal” na prisão.

Em 2014 continuaram a registar-se internamentos hospitalares com diagnóstico principal atribuível ao consumo de álcool, embora em tendência decrescente nos últimos três anos (menos 7% face a 2013 e menos 17% em relação a 2012).

Nesse ano, foram internados em hospitais 5.768 pessoas por causa do alcool, a maioria (67%) com doença alcoólica do fígado (dos quais, 53% cirrose) e 20% com síndrome de dependência.

Se se considerar para além do diagnóstico principal também os secundários, o número de internamentos atribuíveis ao consumo de álcool é bastante superior – 34.272 internamentos em 2014 –, e tem vindo a aumentar ao longo dos últimos anos (+1,4% entre 2013 e 2014).

Os registos de mortalidade em 2014 indicam a existência de 829 óbitos devido ao álcool: 33% em acidentes de viação, 31% morte natural, 18% suicídio e 5% intoxicação alcoólica.

A criminalidade relacionada com o consumo de álcool também tem vindo a diminuir (menos 16% face a 2013), invertendo a tendência crescente entre 2009 e 2012, mantendo-se no entanto um aumento da proporção estes crimes no total da criminalidade.

Em 2014, registaram-se 20.752 crimes por condução sob efeito de álcool e 27.317 participações de violência doméstica relacionada com consumo de álcool, 41% das quais referiam-se a casos já sinalizados.

Em matéria de fiscalização relativa ao consumo e disponibilização de bebidas alcoólicas em locais públicos, em 2014 foram fiscalizados 7.312 estabelecimentos comerciais, registadas 728 infrações e aplicadas 87 contraordenações relacionadas com a venda a menores.

Em 2014
O haxixe foi a droga com maior número de apreensões em 2014, pela primeira vez as apreensões de cannabis herbácea superaram as...

Estes dados, que refletem o mercado de oferta de drogas em 2014, constam do relatório anual “A situação do país em matéria de drogas e toxicodependências 2014”, do Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências (SICAD).

Segundo o documento, a cannabis continua a ser a droga ilícita percecionada como de maior acessibilidade, refletindo as prevalências de consumo na população portuguesa.

Em 2014, foi mais uma vez “consolidado o predomínio crescente da cannabis”, a cocaína manteve-se como segunda droga com maior visibilidade no mercado nacional e a heroína continuou a perder visibilidade.

O haxixe foi a substância com o maior número de apreensões (3.472), seguindo-se a cocaína (com 1.042 apreensões).

O relatório destaca que “pela primeira vez o número de apreensões de cannabis herbácea (771) foi superior ao de heroína (690), o que se deve mais à diminuição de apreensões desta última droga, do que ao aumento de apreensões de cannabis.

Além do haxixe, registou-se também um aumento nas apreensões de ecstasy (de 80 para 138), face a 2013.

Quanto aos mercados de tráfico e de tráfico-consumo, a principal diferença relativamente a 2013 foi a subida do preço médio da heroína, invertendo a descida verificada naquele ano, mas ainda assim mantendo um valor inferior aos registados entre 2002 e 2011.

Relativamente ao grau de pureza das drogas apreendidas, o relatório salienta que a potência média da cannabis, e em particular da cannabis resina, tem vindo a aumentar nos últimos anos, atingindo em 2014 os valores médios mais elevados desde 2005.

No contexto das populações escolares, um estudo que incidiu nos alunos do 8º e 10º anos de escolaridade revelou que a cannabis continua a ser a mais consumida (8,8% já experimentaram).

O relatório destaca indicadores de tendências emergentes, como a experimentação de produtos usados como doping (2,3%) e de smartdrugs (2,1%).

Relatório revela
Em 2014 aumentou o número de pessoas que morreram com droga no organismo, bem como o número de casos por overdose, sendo de...

De acordo com o documento do Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências (SICAD) - “A situação do país em matéria de Drogas e Toxicodependência 2014” –, nesse ano morreram 220 pessoas com a presença de pelo menos uma substancia ilícita (mais 36 do que no ano anterior), 33 das quais (15%) com overdoses, configurando um aumento de 50% neste tipo de óbito face a 2013.

Entre as substâncias detetadas nestas overdoses, o relatório destaca a presença de cocaína (64%), os opiáceos (45%) e a metadona (42%). Verifica-se um aumento significativo da presença de cocaína (36% em 2013) e da metadona (27% em 2013), mantendo-se os opiáceos nos mesmos níveis (46% em 2013).

“É de notar, enquanto tendência emergente, embora ainda com valores residuais, a ocorrência de casos de overdose com a presença de drogas sintéticas”, sublinha o relatório.

Na maioria das overdoses (85%) foram detetadas mais do que uma substância, sendo de destacar em associação com as drogas ilícitas, as overdoses com a presença de álcool (21%) e benzodiazepinas (46%).

Relativamente às outras 187 causas de mortes com a presença de pelo menos uma substância ilícita (ou seu metabolito) no organismo, estas foram sobretudo atribuídas a acidentes (40%), seguindo-se-lhes a morte natural (35%), suicídio (17%) e homicídio (4%).

Citando um estudo europeu que pela primeira vez incluiu Portugal e que estudou a prevalência de drogas e álcool na população condutora, o relatório refere que nos condutores mortos em acidentes de viação as drogas ilícitas mais prevalentes em Portugal foram a cannabis (4,2%) e a cocaína (1,4%).

No que se refere à mortalidade relacionada com o VIH/Sida, de acordo com as notificações de óbitos recebidas no Instituto Nacional de Saúde (INSA), foram notificadas 87 mortes em 2014 associadas à toxicodependência, 57 dos quais já em fase de Sida.

Relativamente aos utentes em tratamento em ambulatório, o relatório aponta para uma “ligeira subida” nas proporções de novas infeções pelo VIH, face aos três anos anteriores.

No âmbito do tratamento da toxicodependência, em 2014 estiveram em tratamento em regime de ambulatório da rede pública 27.689 utentes com problemas relacionados com o uso de drogas, sendo que, dos que iniciaram tratamento nesse ano, 1.803 foram readmitidos e 1.950 fizeram-no pela primeira vez.

O relatório destaca que metade destes novos utentes tinha como droga principal de uso a cannabis. Em termos gerais, verifica-se uma tendência para a estabilização do número de novos utentes a entrar em tratamento nos últimos três anos.

Relativamente aos internamentos, em 2014 deram entrada nas Unidades de Desabituação 793 utentes, por problemas relacionados com droga, enquanto as comunidades terapêuticas receberam 66% de utentes com a mesma problemática.

Quanto aos consumos, a heroína continua a ser a droga principal mais referida, exceto entre os novos utentes em ambulatório, em que foi a cannabis (49%), e os utentes das Comunidades Terapêuticas públicas, em que predominou a cocaína (61%).

O relatório destaca um aumento de utentes que referem a cannabis e a cocaína como drogas principais, nos últimos quatro anos.

O documento aponta também para uma redução de consumo recente de droga injetada, e para uma maior heterogeneidade nas idades dos utentes que iniciaram tratamento no ambulatório.

 

No âmbito do tratamento em sistema prisional, em 2014 estiveram integrados em Programas Orientados para a Abstinência 137 reclusos e 1.152 estavam em Programas Farmacológicos.

Na Beira Baixa
A Direção-Geral de Alimentação e Veterinária mandou destruir 29 toneladas de queijo produzidas na Cooperativa de Produtores de...

Num comunicado, a Direção-Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV) explica que, no âmbito do plano de inspeção de géneros alimentícios, "foi detetada a presença da bactéria Listeria monocytogenes" em queijos produzidos pela Cooperativa de Produtores de Queijo da Beira Baixa, em Idanha-a-Nova, distrito de Castelo Branco.

"Face à gravidade da situação encontrada, a DGAV determinou, no dia 15 de janeiro, a suspensão da atividade e a retirada do mercado de todos os produtos provenientes daquele estabelecimento [cooperativa]", lê-se no comunicado.

A DGAV adianta que todos os lotes de queijos (29 toneladas, incluindo os produtos retirados do mercado e os que estavam em armazém), foram encaminhados para destruição.

Esta situação foi detetada, inicialmente, em dois lotes de queijos devidamente identificados, na sequência de uma colheita realizada no dia 16 de dezembro de 2015.

"Os resultados foram conhecidos a 30 de dezembro, tendo as autoridades da DGAV ordenado a retirada imediata daqueles lotes de queijos do mercado e a apreensão do restante produto proveniente dos mesmos lotes, que se encontrava ainda no estabelecimento", explica o documento.

A DGAV sublinha ainda que foi efetuada uma nova amostragem, incidindo sobre todos os lotes de produtos armazenados na Cooperativa de Produtores de Queijo da Beira Baixa (52 no total), "da qual resultaram 39 amostras positivas à presença de Listeria monocytogenes".

10º Congresso Português do AVC
O Porto vai receber de 4 a 6 de fevereiro o 10º Congresso Português do AVC, o maior evento nacional sobre uma doença que afeta...

Organizado pela Sociedade Portuguesa do Acidente Vascular Cerebral (SPAVC), o encontro vai reunir mais de 700 especialistas nacionais e estrangeiros, escreve o Sapo.

Para debater os últimos avanços no setor do acidente vascular cerebral, e uma vez que se trata de uma patologia transversal a outras áreas, para além da SPAVC, estarão representadas mais sociedades científicas, nomeadamente a Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar, a Sociedade Portuguesa de Diabetologia e a Sociedade Portuguesa de Cardiologia.

O último dia do congresso (sábado) será dedicado à população geral, com uma sessão gratuita às 15h30, onde será explicado porque se trata de uma doença prevenível e tratável.

O AVC ocorre por lesão de um vaso sanguíneo da circulação do sistema nervoso central mais frequentemente no cérebro mas também noutras estruturas como o cerebelo, o tronco cerebral ou, raramente, na medula espinhal.

Estudo
Um estudo realizado com cerca de mil professores de escolas portuguesas revelou que 30% dos docentes estavam em ‘burnout’, ou...

Durante três anos – entre 2010 e 2013 - uma equipa de investigadores do ISPA - Instituto Universitário inquiriu cerca de mil docentes que davam aulas a alunos do 2º e 3º ciclos mas também do ensino secundário, escreve Sapo.

O objetivo era perceber se existiam muitos docentes em stress ou burnout e, no final, descobriram que 30% dos professores estavam em burnout, contou a investigadora do ISPA responsável pela coordenação do estudo, Ivone Patrão.

“Esta percentagem fica um pouco acima dos números habituais registados nos outros países, que rondam entre os 15 e os 25%”, sublinhou a psicóloga clínica.

A maior parte dos docentes em burnout são mais velhos, têm um vínculo à função pública e dão aulas no ensino secundário, acrescentou a responsável, explicando que a média de idades dos inquiridos é de 49 anos.

Stress, ansiedade e depressão
O estudo revela ainda que existem entre 20 a 25% de docentes que sofrem de stress, ansiedade e depressão.

“O bem-estar dos professores é considerado essencial para o sucesso de todo o projeto educativo. Tendo em conta todas as mudanças sociais e políticas, o burnout começa a ser um problema social de extrema relevância”, sublinhou a especialista, lembrando que este problema representa exaustão emocional e falta de realização profissional.

A psicóloga salienta o facto de todos estes docentes estarem no ativo quando responderam ao inquérito, o que representa um risco muito elevado com a relação que se estabelece com os alunos e com a aprendizagem.

O burnout afeta não só o professor, mas também o contexto educacional, uma vez que o mal-estar sentido pode originar problemas de saúde, perda de motivação, irritabilidade, aumento dos níveis de absentismo e abandono da profissão, o que pode interferir na realização de objetivos pedagógicos.

Para a especialista, falta formação continua e oferta formativa que permita aos docentes ter ferramentas para saber como lidar com situações de conflito em sala de aula.

Segundo a investigadora, estes professores "não se sentem satisfeitos com o seu trabalho nem com o sistema educativo tal como ele estava quando foram inquiridos”.

O estudo foi feito numa altura em que se registaram algumas mudanças tais como a avaliação de professores, o aumento de alunos por sala de aula ou o aumento da idade de reforma.

Ivone Patrão sublinha que os resultados do estudo não são representativos da realidade que se vive entre os docente, mas pela sua experiência clinica “é possível perceber que o burnout é uma prática constante”.

O estudo será apresentado hoje na Assembleia da República, durante a conferência levada a cabo pela Federação Nacional de Professores (FENPROF), que assim pretende denunciar este problema, apontando causas e consequências e apresentando propostas para a sua resolução.

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