Estudo
A falta de sono aumenta no sangue um sinal químico que amplifica o gosto por comida e, em particular, por lanches doces e...

O estudo, divulgado na revista Sleep, sobre a relação entre a privação de sono e o aumento de peso, foi realizado entre 14 jovens saudáveis voluntários, que quando privados de sono tinham preferência por comer biscoitos, caramelos ou batatas fritas, alimentos que os cientistas consideraram como "gratificantes".

Os jovens comeram aquele tipo de alimentos apesar de apenas duas horas antes terem ingerido comida que satisfazia 90% das suas necessidades calóricas diárias, escreve o Jornal de Notícias.

"Descobrimos que a falta de sono estimula um sinal que aumenta o aspeto hedonista à ingestão de alimentos ou seja prazer e satisfação através dos alimentos", disse o endocrinologista da Universidade de Chicago, Erin Hanlon, um dos autores do estudo.

A falta de sono, segundo o endocrinologista, "parece aumentar" a vontade de ingerir alimentos, à semelhança daquilo que o ingrediente ativo da marijuana faz ao cérebro.

Os investigadores salientam no estudo que por cada hora extra acordado são necessários 17 calorias extra.

Por cada quatro horas de sono perdido, os voluntários precisariam de cerca de 70 calorias. No entanto, consumiram mais de 300 calorias, o que "pode causar um aumento significativo do peso".

Direção-Geral da Saúde
O consumo de tabaco matou mais de 32 pessoas por dia em 2013, tendo sido a primeira causa de morte em Portugal, mas no geral o...

De acordo com o relatório “Portugal – Prevenção e Controlo do Tabagismo em Números 2015”, da Direção-Geral da Saúde (DGS), os últimos dados disponíveis sobre a mortalidade associada ao tabaco revelam que fumar foi a primeira causa de morte em Portugal em ambos os sexos, correspondendo a quase 11% do total de óbitos.

As estimativas do Institute for Health Metrics and Evaluation, citadas no relatório da DGS, apontam para mais de 12 mil óbitos em Portugal devido ao tabaco, incluindo a exposição passiva ao fumo.

Entre as mortes ocorridas devido ao consumo de tabaco, mais de metade foram em consequência de cancro e doenças respiratórias.

No total, o consumo de tabaco foi responsável por 21% do total de mortes por cancro, 31% das mortes por doenças respiratórias, 9% de óbitos por doenças do aparelho circulatório, 2,5% das mortes por diabetes e 10% do total de óbitos por tuberculose.

O relatório sublinha ainda que uma em cada cinco mortes ocorridas em pessoas com idades entre os 45 e os 64 anos são atribuíveis ao tabaco.

No que respeita à perda de anos de vida saudável devido ao tabaco, nos homens esta situação é provocada principalmente pelas neoplasias, seguidas das doenças do aparelho circulatório e as respiratórias crónicas.

Entre as mulheres, verifica-se que em primeiro lugar, na perda de anos de vida saudável, estão as doenças do aparelho circulatório, seguidas das respiratórias crónicas e só então as neoplasias.

No entanto, é em particular no sexo masculino que ocorre maior perda de anos vividos com saúde.

O relatório aponta ainda para a estimativa de 400 mortes por exposição ao fumo ambiental, em 2013, embora refira que este tipo de mortalidade “registou uma descida assinalável nos últimos anos”.

Ainda assim, em 2014, 8,6% da população com mais de 15 encontrava-se exposta diariamente ao fumo ambiental do tabaco, principalmente nos espaços de lazer (38,3%), em casa (31%) e no local de trabalho (20,5%).

Em descida está também o consumo global do tabaco, que registou uma ligeira diminuição (de 20,9% para 20%) nos consumidores com mais de 15 anos, entre 2005/2006 e 2014.

A prevalência de consumidores diários baixou quase 2 pontos percentuais (de 18,7% para 16,8%) e a percentagem de ex-fumadores aumentou quase 6 pontos percentuais (de 16,1% para 21,7%).

Discriminando por sexo os consumidores diários, o relatório revela que enquanto os homens estão a diminuir (de 27,5% para 23,5%), as mulheres estão a aumentar, ainda que ligeiramente (de 10,6% para 10,9%).

“Como nota menos positiva, a percentagem de pessoas que nunca fumaram diminuiu quase 5 pontos percentuais, de 62,9%, em 2005/2006, para 58,2% em 2014, o que traduz um aumento da experimentação do consumo”, sublinha o documento.

Este facto permite concluir que a redução na prevalência do consumo de tabaco foi conseguida sobretudo à custa do aumento do número de pessoas que deixaram de fumar.

A este propósito, o relatório revela que 92,1% dos residentes em Portugal que deixaram de fumar fizeram-no sem qualquer apoio, enquanto 3,6% afirmaram ter recorrido a apoio médico ou a medicamentos.

O número de locais de consulta para apoio à cessação tabágica aumentou 10% entre 2013 e 2014, invertendo a tendência que se registava nos últimos anos.

Relativamente ao número de consultas realizadas para deixar de fumar, tem aumentado desde 2010, “com um crescimento assinalável em 2014”.

De acordo com o documento, o número de consultas subiu de 19.620 em 2010 para 22.358 em 2013, tendo depois dado um salto em 2014, para 26.008.

Programa Nacional de Promoção de Saúde Oral
Os cheques-dentista são alargados aos jovens de 18 anos que já tinham sido beneficiários e concluído o plano de tratamentos aos...

Neste alargamento do Programa Nacional de Promoção de Saúde Oral (PNSO) serão também abrangidos os infetados com VIH/sida que já não façam tratamentos há mais de dois anos, sendo-lhes atribuídos dois cheques-dentista para um ciclo de tratamentos.

Devem receber também cheque-dentista as crianças e jovens de 7, 10 e 13 anos com necessidades especiais de saúde, nomeadamente portadores de doença mental, paralisia cerebral ou trissomia 21 que não tenham ainda sido abrangidos pelo PNPSO.

Assim, crianças e jovens portadores de deficiência que precisam de sedação para tratar dos dentes vão ter acesso a cheques-dentista e poderão ser tratados nos serviços de estomatologia dos hospitais.

Atualmente, o cheque-dentista abrange crianças de 7, 10, 13 e 15 anos que frequentem as escolas públicas, idosos com complemento solidário, grávidas e portadores de VIH.

O programa dos cheques-dentista existe desde 2008 e foram já distribuídos um total de mais de 3,6 milhões de cheques, abrangendo 2,2 milhões de pessoas. A taxa de utilização destes cheques tem tido uma média de 74%.

Europacolon
A Associação de Apoio ao Doente com Cancro Digestivo apelou ao Governo que promova um rastreio ao cancro do intestino, como...

Há vários anos que a Europacolon Portugal tem vindo a alertar para a necessidade da realização de um rastreio organizado de base populacional no Serviço Nacional de Saúde, à semelhança do que tem vindo a ser feito para os cancros da mama e do colo do útero, disse o presidente da associação, que falava a propósito do Mês Europeu de Luta Contra o Cancro do Intestino, que começa hoje.

Todos os anos surgem mais de 7.000 novos doentes e morrem 11 pessoas por dia em Portugal, mortes que podiam ser evitadas se a doença fosse detetada e tratada precocemente, disse Vítor Neves.

“Se tivéssemos um rastreio de base populacional - somos dos poucos países da Europa onde esse rastreio não existe - e se estivéssemos interessados em desenvolver atitudes preventivas e diagnósticos precoces, mais de dois terços destes doentes” poderiam ser tratados e curados, frisou.

Perante esta realidade, Vítor Neves apelou ao ministro da Saúde que dê atenção a esta matéria, esperando que 2016 "seja finalmente o ano” em que Portugal vai ter este rastreio, que, afirma, terá ganhos para o Serviço Nacional de Saúde.

Segundo o responsável, o dinheiro a aplicar na prevenção, através do rastreio, “é muito baixo” relativamente ao que se investe no tratamento e na estabilização dos doentes avançados.

São gastos com “cirurgias, radioterapia, quimioterapia, tratamentos inovadores, custos sociais, já para não falar” na morte de 11 pessoas por dia, “um drama social que urge acabar no nosso país”, defendeu.

Enquanto o rastreio não avança, o presidente da Europacolon Portugal aconselha as pessoas com mais de 50 anos, as pessoas cujos pais tenham tido esta doença ou apresentem sintomas, como perda de sangue nas fezes, cansaço, emagrecimento, alteração dos hábitos intestinais ou dores abdominais, a irem ao médico de família e fazerem o despiste do cancro do intestino.

Dados recentes do Registo Oncológico Nacional referem que o cancro do intestino é o que tem vindo a aumentar mais na população portuguesa devido, sobretudo, ao estilo de vida.

Inserido nas atividades do Mês Europeu de Luta Contra o Cancro do Intestino, a Europacolon realiza durante este mês um rastreio gratuito ao cancro do intestino em 141 farmácias Holon espalhadas pelo país.

A associação participará na quarta-feira, em conjunto com as associações congéneres europeias, numa sessão de esclarecimento no Parlamento Europeu, com o mote “Fazer barulho – Salvar Vidas!”, que alerta para a importância dos rastreios organizados como forma de salvar vidas.

Cientistas identificam
Os cientistas confirmaram que o vírus Zika, que está a espalhar-se na América Latina e que se pensa estar associado a...

Uma equipa de investigadores apresentou a "primeira demonstração de uma ligação entre o vírus Zika e a síndrome de Guillain-Barré", referiu o professor Arnaud Fontanet, responsável da unidade de epidemiologia das doenças emergentes no Instituto Pasteur, em Paris, que coordenou o estudo publicado na revista médica britânica 'The Lancet'.

O estudo foi realizado a partir dos dados recolhidos na Polinésia Francesa, onde houve um surto de Zika entre outubro de 2013 e abril de 2014, afetando dois terços da população.

A doença provocou em 20% a 30% dos casos uma falha respiratória e, nos países mais ricos, cerca de 5% dos infetados acabaram por morrer. Esta síndrome neurológica rara manifesta-se depois da ocorrência de outras infeções virais (como gripe e dengue) mas também, e de forma não negligenciável, seguidamente a uma infeção bacteriana (campylobacter).

Com mais de 1,5 milhões de casos no Brasil e milhares noutros países, incluindo mais de 40.00 casos na Colômbia, os investigadores alertam para a necessidade de reforçar os tratamentos intensivos, em particular fora das cidades.

"Nas zonas que vão ser afetadas pela epidemia do vírus ZiKa, é preciso pensar, nos casos em que for possível, em reforçar as capacidades de tratamento intensivo porque sabemos que há um certo número de pacientes que vão desenvolver a síndrome de Guillain-Barré e, desses, 30% vão precisar de assistência respiratória", disse à AFP o cientista principal da investigação.

OE2016
A Associação Portuguesa dos Profissionais de Acupunctura é ouvida pela comissão parlamentar de Finanças, na expectativa de que...

Segundo disse a porta-voz da Associação Portuguesa dos Profissionais de Acupunctura (APPA), Daniela Antão, a associação é ouvida na Comissão parlamentar de Orçamento, Finanças e Modernização Administrativa, no âmbito do debate na especialidade da proposta de Orçamento de Estado para 2016 (OE2016).

A associação opõe-se a um ofício da Autoridade Tributária e Aduaneira (AT), que desde agosto do ano passado determinou que as atividades terapêuticas não convencionais, como acupunctura, osteopatia e homeopatia, devem pagar 23% de IVA, considerando que não estão isentas do pagamento deste imposto, como era entendido até aqui.

“É uma oportunidade que os deputados não devem perder, a meu ver, para esclarecer esta questão no OE2016”, disse Daniela Antão, apelando a uma “posição pública dos grupos parlamentares” e acreditando que venha a ser apresentada uma proposta de alteração ao OE2016 que reponha a isenção de IVA nas atividades de terapêutica não convencional.

A proposta de OE2016 não contempla nenhuma medida sobre o IVA das atividades terapêuticas não convencionais.

“Uma vez que não se encontra expressamente reconhecida, no Código do IVA, qualquer isenção que contemple as atividades de terapêutica não convencional, o seu exercício constitui a prática de operações sujeitas a imposto e dele não isentas", lê-se no ofício assinado em agosto pelo subdiretor-geral da AT Miguel Silva Pinto.

Ora, a APPA opõe-se a este entendimento do Fisco, “que não teve nos 20 anos anteriores, porque tipicamente tratava os contribuintes das terapias não convencionais isentos” de IVA.

Além disso, a AT “está a notificar terapeutas obrigando-os a pagar IVA com retroativos de quatro anos”, segundo Daniela Antão, o que força os trabalhadores “a sair da atividade, muitos veem-se em situação técnica de falência”.

Isto porque, contabilizou, pagar 23% de IVA de quatro anos corresponde “à quase totalidade (92%) do rendimento de um ano apenas”.

A APPA fez uma simulação do impacto da tributação do IVA nestas terapias convencionais e concluiu que, por ano, o fim da isenção significa uma perda de receita de cerca de 7,4 milhões de euros, “pois o impacto orçamental global na perda de receita de IRS e IRC e de contribuições para a Segurança Social serão superiores ao potencial encaixe de IVA”.

“Sendo que às falências é preciso juntar a perda de postos de trabalho e contabilizar os custos do subsídio de desemprego e outros apoios da Segurança Social”, afirma a associação.

A APPA destaca que a acupunctura é “reconhecida pela lei portuguesa desde 2003, com autonomia científica e deontológica”, considerando que a AT “deve assegurar a isenção de IVA aos tratamentos médicos”.

A associação lembra também que o Tribunal de Justiça da União Europeia “considera serviços médicos as prestações que consistam em prestar assistência a pessoas, diagnosticando e tratando uma doença ou qualquer anomalia de saúde”, sublinhando que “é o que fazem as terapias não convencionais”.

“A Saúde não paga IVA” é o lema da campanha da APPA, que acredita, assim, que os grupos parlamentares possam apresentar propostas de alteração ao OE2016 que mantenham o setor isento do pagamento deste imposto.

Processo Especial de Revitalização
A Galilei Saúde encontra-se sob administração judicial no âmbito do Processo Especial de Revitalização, tendo sido nomeado João...

A Galilei Saúde controla, entre outros ativos, o British Hospital, e como o seu administrador de insolvência foi nomeado a 25 de fevereiro, os credores dispõem de 20 dias a partir dessa data para reclamarem dívidas à empresa do universo Galilei (ex-Sociedade Lusa de Negócios), que detinha o Banco Português de Negócios (BPN) até à sua nacionalização em 2008.

A partir do momento em que foi nomeado um administrador de insolvência, "o devedor fica impedido de praticar atos de especial relevo, (...) sem que previamente obtenha autorização para a realização pretendida por parte do nomeado administrador provisório", lê-se no anúncio do Processo Especial de Revitalização (PER) da Galilei Saúde.

O administrador judicial tem ainda "direito de acesso à sede e às instalações empresariais do devedor e de proceder a quaisquer inspeções e a exames, designadamente dos elementos da sua contabilidade", ficando o devedor "obrigado a fornecer-lhe todas as informações necessárias ao desempenho das suas funções".

Há precisamente um mês (29 de janeiro), o veículo estatal Parvalorem, o maior credor da Galilei (ex-SLN), chumbou o Processo Especial de Revitalização (PER) da ‘holding', empurrando-a para a insolvência.

Protocolo assinado
A Raríssimas - Associação Nacional de Deficiências Mentais e Raras assinou um protocolo com várias entidades para a criação do...

"A Raríssimas agregou vontades ao longo de 14 anos de existência. Hoje assinamos este protocolo para a criação de um consórcio, o Rare Diseases Research Consortium, em parceria com o INSA, o CEDOC e o ICS/UCO", disse Paula Brito e Costa, presidente da Raríssimas, durante uma cerimónia que decorreu na Moita.

Na data em que se celebrou o Dia das Doenças Raras, estiveram presentes na Moita o ministro do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Vieira da Silva, e da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, que assistiram à cerimónia de assinatura do protocolo e efetuaram uma visita à Casa dos Marcos, o primeiro Centro de Recursos em Doenças Raras em território nacional.

"As doenças raras não podem ser ignoradas, existem mais de meio milhão de portugueses que são portadores. Algumas são mais raras que outras mas podem contar sempre com o apoio do Ministério da Saúde", disse o ministro Adalberto Campos Fernandes.

O ministro acrescentou que os resultados dos centros de referência para doenças hereditárias metabólicas serão anunciados dia 11 de março.

Já o ministro Viera da Silva, que foi homenageado pela Raríssimas, dando o seu nome ao hall de entrada da Casa dos Marcos, salientou que o espaço se trata de uma "referência a nível nacional e internacional".

"Fico satisfeito por ver o meu nome associado. Estamos a falar de doenças raras, que se caracterizam por ser diversas. Não será necessário que exista uma rede de casas desta natureza, mas existe espaço para uma maior cobertura do país", afirmou.

Vieira da Silva disse ainda que o Estado vai continuar a apoiar o dinamismo de associações como a Raríssimas, dentro das suas "possibilidades e recursos".

Ministro da Saúde
O ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, disse que os resultados dos centros de referência para doenças hereditárias...

"Os Centros de Referência serão apresentados dia 11 de março. Está marcada a data e serão apresentados publicamente", disse, à margem de uma visita à Associação Raríssimas, na Moita.

Os médicos internistas questionam o atraso na definição dos centros de referência para doenças hereditárias metabólicas, quando as candidaturas ao concurso para a sua criação foram apresentadas em setembro de 2015, estando até hoje por publicar os resultados.

O alerta foi deixado pelo Núcleo de Estudos de Doenças Raras (NEDR) da Sociedade Portuguesa de Medicina Interna (SPMI), assinalando-se hoje o Dia Mundial das Doenças Raras.

"É do nosso conhecimento estarem aprovados os centros para as áreas de oncologia de adultos e pediátrica, para a epilepsia, doenças cardiovasculares, transplantes de órgãos, e paramiloidose familiar", afirmou Luís Brito Avô, coordenador do NERD.

No entanto, o concurso para doenças hereditárias metabólicas, que afetam centenas de pessoas em Portugal, "de extrema importância para as doenças raras, parece estar bloqueado", acrescenta.

"As candidaturas foram apresentadas em setembro de 2015 e ainda não foram publicados os seus resultados. A definição destes centros é fundamental para o melhor tratamento dos portadores de doenças hereditárias metabólicas", defende o especialista.

Eutanásia
O ministro da Saúde disse não acreditar que os profissionais de saúde não cumpram a lei no caso da eutanásia e sublinhou que a...

"Solicitei à Inspetora-Geral das Atividades em Saúde que tomasse uma primeira iniciativa para esclarecer eventuais dúvidas que possam existir. Não acreditamos que os profissionais do Serviço Nacional de Saúde (SNS) não façam aquilo que a lei determina, que a sua consciência exige e que os princípios da ética e rigor profissional exigem, por isso vamos ter serenidade", disse.

Adalberto Campos Fernandes falava depois de questionado sobre as declarações da bastonária da Ordem dos Enfermeiros, Ana Rita Cavaco, que num programa da Rádio Renascença afirmou sábado que a eutanásia "já é de alguma forma praticada nos hospitais do SNS com médicos que sugerem essa solução para alguns doentes".

O ministro, que falou à margem de uma visita à Associação Raríssimas, na Moita, referiu ainda que a Bastonária dos Enfermeiros é uma pessoa "muito inteligente" e que acredita que em breve "terá ocasião de explicar melhor as suas palavras".

"Não tenho a certeza que as palavras da senhora Bastonária não tenham sido mal interpretadas e creio que ela terá oportunidade de explicitar o que queria dizer e eu não me quero antecipar a um juízo de intenção ou de valor sobre as declarações", afirmou.

Adalberto Campos Fernandes referiu que a inspeção deverá agora chamar Ana Rita Cavaco.

"A Inspeção poderá conversar com a bastonária e procurar saber o que ela viu, conhece ou tem conhecimento, é só isso. A única preocupação que tenho é garantir que os portugueses têm confiança no SNS, nos médicos e enfermeiros", concluiu.

Queimar até à exaustão
Mais jovens são os mais afetados. Más condições de trabalho são o principal fator invocado para justificar o estado de exaustão...

Quase metade dos médicos e dos enfermeiros apresentam sinais de burnout elevado e mais de 20% exibem sintomas de exaustão física e emocional moderada. São resultados preocupantes daquele que é um dos maiores estudos feitos em Portugal sobre um problema que tem sido cada vez mediatizado nos últimos anos, o burnout, síndrome que se traduz do inglês como o processo de “queimar até à exaustão”.

Publicado na última edição da Ata Médica, o estudo sobre “Burnout nos profissionais de saúde em Portugal” indica que, a nível nacional, 47,8% dos médicos e enfermeiros inquiridos apresentavam níveis de burnout elevados e que 21,6% exibiam sintomas moderados desta síndrome que combina a exaustão física e emocional, a perda de realização profissional e a despersonalização (incapacidade de empatia, cinismo). É um estado de desgaste extremo, de quase colapso, que, além de atingir o próprio, afeta de forma significativa a relação médico-doente (empatia) e a qualidade dos cuidados de saúde prestados, escreve o jornal Público.

“A metáfora que se utiliza é a de que a pessoa fica arrasada, quase carbonizada, em cinzas, já não se consegue levantar”, descreve João Marôco, do Instituto Superior de Psicologia Aplicada (IAVE), o coordenador do trabalho que foi realizado em conjunto com outros especialistas, nomeadamente da Escola Nacional de Saúde Pública e do Hospital de Santa Maria.

Com uma amostra de conveniência mas muito alargada – foram inquiridos 1262 enfermeiros e 466 médicos, entre 2011 e 2013 –, a investigação pode ter conduzido a uma "sobrestimação" dos níveis de exaustão (porque a amostra não é aleatória e só respondeu quem estava motivado para isso), admite João Marôco, que explica ainda que o trabalho só agora foi publicado porque teve que ser validado cientificamente.

Dois quartos dos profissionais de saúde com sintomas de burnout não é exagerado? Não, responde este especialista em estatística de base, que diz não se ter surpreendido com os resultados porque são idênticos aos obtidos noutras investigações realizadas nos Estados Unidos, onde este fenómeno tem sido muito estudado. Refere mesmo o exemplo de um estudo de 2011 publicitado pela Academia Americana de Cirurgiões Ortopédicos, no qual 87% de mais de dois mil médicos admitiram sentir-se “severamente stressados e em burnout num dia regular de trabalho”. Quanto à realidade portuguesa, acredita, não terá melhorado desde 2013.

Uma "realidade extenuante"
Tal como nos EUA e na maior parte dos estudos sobre esta matéria, foram os profissionais mais jovens os que apresentaram maiores níveis de burnout, quando comparados com colegas com mais anos de profissão. “As pessoas idealizam a profissão e, de repente, confrontam-se com uma realidade que é extenuante e todas as dificuldades acabam por ser exacerbadas", sintetiza João Marôco. “Os mais velhos já desenvolveram estratégias de coping [relativização] e conseguem adaptar-se às más condições de trabalho ou saem da profissão”, acrescenta.

Os níveis de burnout em médicos e enfermeiros não diferem muito, o que se compreende, uma vez que ambos lidam com doentes, trabalham nos mesmos locais e em condições semelhantes, observa o especialista. Mas nos enfermeiros a percentagem de burnout elevado é superior (49,4% do total) - nos médicos atinge 43,6% da amostra. Nos níveis moderados, na classe médica a percentagem é de 24%, enquanto na de enfermagem é de 20,8%.

O trabalho por turnos, alguns dos quais se prolongam por 24 horas, também poderá potenciar este problema, ainda que neste estudo não tenha sido encontrada uma associação entre os níveis de exaustão e a duração média da jornada de trabalho. Outras diferenças que merecem destaque são as disparidades geográficas: os níveis mais elevados de burnout foram encontrados nos distritos do Norte e do interior do país, em conjunto com a região autónoma dos Açores.

Nas grandes cidades também se observaram algumas diferenças, mas não muito significativas: em Lisboa, os níveis de burnout eram moderados tantos nos médicos como nos enfermeiros, enquanto no Porto, apesar de moderados nos médicos, eram elevados nos enfermeiros. De resto, há distritos com níveis elevados, como Castelo Branco e Guarda, entre outros.

Agora, advoga João Marôco, era necessário fazer um "levantamento representativo da incidência nacional de burnout", para sustentar intervenções que promovam a saúde ocupacional e de forma a poder perceber-se os motivos que justificam este tipo de resultados, por exemplo, compreender porque é que os distritos do interior são mais afetados, se é por falta de recursos e de condições de trabalho.

Os profissionais de saúde que participaram no estudo foram recrutados por convite em serviços de medicina ocupacional e por divulgação do estudo em associações socioprofissionais (Ordem dos Enfermeiros, Associação dos Médicos de Família e Clínica Geral, Sindicato dos Médicos do Norte). A Ordem dos Médicos não respondeu ao pedido de divulgação do inquérito.

Ordem dos Médicos avança com estudo alargado
Os responsáveis da Ordem dos Médicos criaram em 2010 um grupo de trabalho por estarem preocupados com a multiplicação de casos de burnout e decidiram lançar um estudo de âmbito nacional para compreender a real dimensão do problema. Mas o estudo só agora vai avançar. No início deste mês, foi assinado um contrato para a realização de um estudo sociodemográfico e de incidência de síndrome de burnout nos médicos, encomendado ao Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa.

“Esperamos que participem milhares de médicos. Esta é uma profissão profundamente desgastante, em que não se pode errar e há falta de recursos humanos, o que leva a um esforço sobre-humano que não é reconhecido”, afirma o bastonário José Manuel Silva. "São poucas as instituições de saúde de medicina do trabalho”, lamenta o bastonário, que não se mostra surpreendido com os resultados do trabalho da equipa de João Marôco, que diz desconhecer apesar de ter sido publicado na Ata Médica.

“Como cidadão, ficou muito satisfeito por ver que este estudo [da OM] vai avançar. Nós fizemos um primeiro diagnóstico e levantamento, mas este não responde a muitas perguntas”, sublinha João Marôco.

Em Portugal já há vários trabalhos sobre burnout em profissionais de saúde, mas os que existem são parcelares, com amostras reduzidas, e incidem sobre grupos muito específicos, como um inquérito feito a 263 anestesistas que permitiu perceber que mais de metade sofriam de exaustão emocional e 45% diziam não se sentir realizados. Divulgado no ano passado, outro estudo exploratório, que serviu de base a uma tese de mestrado da Faculdade de Medicina de Lisboa, indicava que 15% de 104 médicos avaliados sofriam desta síndrome.

Eutanásia
Sete mil pessoas assinaram já a petição pública pela despenalização da morte assistida apresentada há cerca de uma semana pelo...

A petição, dirigida à Assembleia da República, está disponível online e o texto que a acompanha é o mesmo do manifesto assinado por mais de 100 personalidades da sociedade portuguesa que defendem a despenalização da eutanásia.

No texto, o movimento assume-se como um conjunto de cidadãos, “unidos na valorização privilegiada do direito à liberdade”.

“Defendemos, por isso, a despenalização e regulamentação da morte assistida como uma expressão concreta dos direitos individuais à autonomia, à liberdade religiosa e à liberdade de convicção e consciência, direitos inscritos na Constituição”, lê-se no texto da petição.

Apontam que a morte assistida consiste em antecipar ou abreviar a morte de doentes em grande sofrimento e sem esperança de cura, desde que seja em resposta a um pedido do próprio, feito de forma informada, consciente e reiterada.

Menos de 48 horas depois de ser lançada, a petição online já tinha ultrapassado as 4.000 assinaturas, fazendo com que se torne inevitável a sua discussão em plenário no parlamento.

Uma semana depois de ter sido lançada online (no dia 21 de fevereiro), a petição atingiu as sete mil assinaturas.

A desenvolver em Coimbra
Uma fundação europeia atribuiu um financiamento de 100 mil euros a investigadores de Coimbra para estudarem feridas crónicas da...

A Fundação Europeia para o Estudo da Diabetes (FEED) atribuiu um financiamento a um grupo de investigadores do Centro de Neurociências e Biologia Celular (CNC) da Universidade de Coimbra (UC) para “estudar feridas crónicas da diabetes, que podem causar infeções graves e amputação”, anunciou a UC.

A equipa de especialistas, coordenada por Eugénia Carvalho, vai investigar “o contributo conjunto de pequenas moléculas e ‘peptídeos’ nestas feridas, recorrendo a estudos ‘in vitro’ e pré-clínicos”, que “possam conduzir a ensaios clínicos com humanos num futuro próximo”.

O financiamento da FEED significa que a investigação que está a ser desenvolvida no CNC tem “grande importância para a saúde pública mundial, segundo os especialistas neste tema, caracterizada por ideias novas que recorrem a técnicas inovadoras”, afirma Eugénia Carvalho, citada pela UC, numa nota hoje divulgada.

“A distinção sai reforçada no atual quadro de financiamento para a investigação científica, quer a nível nacional, quer a nível europeu, em que existe uma enorme competição nas verbas para as áreas da investigação biomédica”, sustenta a investigadora.

A úlcera crónica do pé diabético ocorre em cerca de 20% dos doentes diabéticos, calculando-se que a diabetes poderá afetar, de acordo com a Federação Internacional da Diabetes, cerca de 552 milhões de adultos em 2030.

“A infeção está relacionada com 85% das amputações e não existe, até ao momento, terapia adequada que elimine a necessidade de amputação”, sublinha a UC.

O estudo do CNC vai ser realizado em colaboração com a Universidade de Roskilde, na Dinamarca.

A FEED comprometeu-se em financiar investigação dos países europeus num valor que ascenderá a 100 milhões de euros, procurando alertar para “a severidade e magnitude desta doença”, conclui a UC.

Inspeção-geral das Atividades em Saúde
O ministro da Saúde pediu à Inspeção-Geral das Atividades em Saúde uma intervenção com caráter de urgência, na sequência de...

“Considerando as declarações proferidas pela senhora bastonária da Ordem dos Enfermeiros sobre alegadas práticas de eutanásia no Serviço Nacional de Saúde (SNS), o ministro da Saúde solicitou, com caráter de urgência e tendo em vista o cabal esclarecimento dos cidadãos, uma intervenção da Inspeção-Geral das Atividades em Saúde (IGAS) com vista ao apuramento dos factos”, refere o Ministério em comunicado, reafirmando a “total confiança nas instituições e nos profissionais do SNS.

No sábado, a bastonária da Ordem dos Enfermeiros, Ana Rita Cavaco, disse no programa “Em nome da lei”, da Rádio Renascença, que a eutanásia "já é de alguma forma praticada nos hospitais do SNS com médicos que sugerem essa solução para alguns doentes”.

“Vivi situações pessoalmente, não preciso de ir buscar outros exemplos. Vi casos em que médicos sugeriram administrar insulina àqueles doentes para lhes provocar um coma insulínico. Não estou a chocar ninguém, porque quem trabalha no SNS sabe que estas coisas acontecem por debaixo do pano, por isso, vamos falar abertamente. Não estou a dizer que as pessoas o fazem, estou a dizer que temos de falar sobre essas situações", concluiu.

A Ordem dos Médicos anunciou que vai apresentar uma participação ao Ministério Público e à Inspeção-Geral das Atividades em Saúde contra a bastonária dos Enfermeiros.

Eutanásia
A Ordem dos Médicos vai apresentar uma participação ao Ministério Público e à Inspeção-Geral das Atividades em Saúde contra a...

No sábado passado, a bastonária da Ordem dos Enfermeiros, Ana Rita Cavaco, disse no programa “Em nome da lei”, da Rádio Renascença, que a eutanásia "já é de alguma forma praticada nos hospitais do Serviço Nacional de Saúde (SNS), com médicos que sugerem essa solução para alguns doentes”.

Em comunicado, a Ordem dos Médicos considerou a afirmação “gravíssima”, adiantando que vai enviar as declarações de Ana Rita Cavaco para a Inspeção-Geral das Atividades em Saúde (IGAS), para o Ministério Público e para os próprios órgãos disciplinares da Ordem dos Enfermeiros, para os “procedimentos tidos por convenientes”.

A Ordem adiantou desconhecer concretamente qualquer caso de “eutanásia explícita ou encapotada nos hospitais do SNS ou noutras instituições de saúde”, considerando que os portugueses devem manter a total confiança nos profissionais de saúde”.

No comunicado, a Ordem salientou que, “independentemente das posições individuais relativamente à legalização da eutanásia, o teor destas declarações é extraordinariamente grave, pois envolve médicos e enfermeiros na alegada prática encapotada de crimes de homicídio em hospitais do SNS”.

No entender da Ordem dos Médicos, “não denunciar crime, se presenciado ou de conhecimento concreto, é cometer um crime”.

“Estas declarações não podem passar em claro com a ligeireza com que foram proferidas, pois são difamatórias e atentam contra a dignidade de médicos e enfermeiros, pelo que devem ser provadas ou inequívoca e formalmente desmentidas”, pode ler-se no comunicado.

De acordo com a Ordem dos Médicos, “não é tolerável que alguns comecem a dizer que já se pratica eutanásia nos hospitais porque ‘outros’ o afirmaram. Ou viram ou não viram, ou praticaram ou não praticaram, ou conhecem casos concretos ou não conhecem”.

“As palavras assumidamente proferidas pela senhora Bastonária da Ordem dos Enfermeiros podem enquadrar-se numa violação muito grave do Estatuto e Código Deontológico da Ordem dos Enfermeiros”, é realçado.

A Ordem dos Médicos sublinhou ainda, no comunicado, que o debate "deve continuar para um correto esclarecimento das pessoas, até porque continua a verificar-se uma grande confusão de conceitos, nomeadamente entre eutanásia e distanásia”.

Ana Rita Cavaco garantiu no sábado à Rádio Renascença que viu situações no SNS em que médicos sugeriram dar insulina aos doentes em situação terminal para lhes causar o coma e provocar a morte.

“Vivi situações pessoalmente, não preciso de ir buscar outros exemplos. Vi casos em que médicos sugeriram administrar insulina àqueles doentes para lhes provocar um coma insulínico. Não estou a chocar ninguém, porque quem trabalha no SNS sabe que estas coisas acontecem por debaixo do pano, por isso, vamos falar abertamente. Não estou a dizer que as pessoas o fazem, estou a dizer que temos de falar sobre essas situações", concluiu.

A agência Lusa tentou, sem sucesso, obter um comentário da Bastonária da Ordem dos Enfermeiros.

A Lusa enviou também um pedido de esclarecimento à Procuradoria-Geral da República a questionar sobre se vai ser aberto um inquérito com base nas declarações públicas da bastonária da Ordem dos Enfermeiros.

Núcleo de Estudos de Doenças Raras
Os médicos internistas questionam o atraso na definição dos centros de referência para doenças hereditárias metabólicas, quando...

O alerta foi deixado pelo Núcleo de Estudos de Doenças Raras (NEDR) da Sociedade Portuguesa de Medicina Interna (SPMI), na véspera de se assinalar o Dia Mundial das Doenças Raras, o dia 29 de fevereiro, uma data também “rara”.

“É do nosso conhecimento estarem aprovados os centros para as áreas de oncologia de adultos e pediátrica, para a epilepsia, doenças cardiovasculares, transplantes de órgãos, e paramiloidose familiar”, afirma Luís Brito Avô, coordenador do NERD.

No entanto, o concurso para doenças hereditárias metabólicas, que afetam centenas de pessoas em Portugal, “de extrema importância para as doenças raras, parece estar bloqueado”, acrescenta.

“As candidaturas foram apresentadas em setembro de 2015 e ainda não foram publicados os seus resultados. A definição destes centros é fundamental para o melhor tratamento dos portadores de doenças hereditárias metabólicas”, defende o especialista.

Mas o problema da definição destes centros de referência já se arrasta há mais tempo e tem sido alvo de um processo longo.

Segundo o coordenador do NERD, em março de 2013, foi criado pelo Ministério da Saúde um grupo de trabalho que produziu um extenso relatório que propõe regras para a implementação dos Centros de Referência.

Deste trabalho resultou, em setembro de 2014, uma portaria que regulamentava os Centros de Referência, caracterizava os processos de concurso para a sua certificação e criava uma Comissão para por tudo em prática.

Em janeiro de 2015, foram publicadas as áreas prioritárias para lançar os respetivos concursos, que tiveram lugar em julho/agosto desse ano.

Desde setembro, altura em que foram apresentadas as candidaturas, estão por conhecer os resultados e não houve mais desenvolvimentos.

“Do ponto de vista da Organização dos Cuidados de Saúde prestados pelo SNS [Serviço Nacional de Saúde] para esta área, deve dizer-se que a sua maturação tem sido um longo processo”, refere Luís Brito Avô.

No ano de 2008 foi aprovado um Plano Nacional para as Doenças Raras (PNDR) pela tutela cuja rede de referenciação dos doentes e a creditação de Centros de Referência diferenciados para estas patologias eram os principais vetores.

“Pouco aconteceu e esse PNDR foi inclusivamente revogado pelo anterior Governo e substituído por uma estratégia tripartida entre o Ministério da Saúde, Segurança Social e Ministério da Educação – o que nos parece adequado. No entanto, até ao momento, não tivemos conhecimento de grandes ações conjuntas decorrentes dessa estratégia”, lamentou.

Associação Zero
A associação ambientalista Zero apresentou à Comissão Europeia queixas relacionadas com o incumprimento na entrega de mapas de...

A Zero enviou ao comissário do Ambiente, Assuntos Marítimos e Pescas, Karmenu Vella, uma explicação sobre este assunto e pediu "uma atuação urgente da Comissão em relação às obrigações no quadro da legislação europeia" das seis aglomerações abrangidas, ou seja, Amadora, Lisboa, Matosinhos, Odivelas, Oeiras e Porto, das quais "apenas duas - Lisboa e Oeiras - entregaram" os seus mapas estratégicos, disse o presidente da associação.

As regras europeias obrigam as aglomerações com maiores dimensões, assim como as infraestruturas rodoviárias, ferroviárias e aéreas, a apresentar mapas estratégicos de ruído, com o diagnóstico da situação, e planos de ação para os casos em que os níveis registados ultrapassam os limites.

A Zero - Associação Sistema Terrestre Sustentável apresentou igualmente uma queixa "relativa à ausência de planos de ação no caso de Oeiras e provavelmente também no caso dos outros municípios que ainda não têm mapas que permitam fazer essa análise", avançou Francisco Ferreira.

A queixa abrange, acrescentou, "as grandes infraestruturas de transporte rodoviário e ferroviário que não têm, quer mapa estratégico, quer plano de ação".

"Infelizmente o ruído, quer na Europa, quer à escala nacional, tem sido o parente pobre da política ambiental, apesar dos efeitos na saúde serem os segundos maiores, após a poluição do ar, de acordo com a Organização Mundial da Saúde", defendeu o especialista nesta matéria.

O presidente da Zero esclareceu que "grandes causadores de ruído são as grandes infraestruturas de transporte e aqui o incumprimento também é grande [pois] praticamente só metade, quer das rodoviárias, quer das ferroviárias, têm mapas estratégicos, isto é, têm o diagnóstico feito".

"Desde 2003, com base nos mapas efetuados, deveríamos ter medidas a ser aplicadas para redução do ruído de acordo com um plano de ação e ai estamos bem pior. Da situação que conhecemos, só Lisboa tem plano de ação", apontou ainda.

Para a associação ambientalista, "há que colocar esta questão do ruído como uma prioridade que tem, aliás, interligação com outras políticas ambientais e desenvolvimento sustentável", nomeadamente a forma como as cidades são geridas.

"Há aqui uma responsabilidade política enorme, quer de quem gere as infraestruturas rodoviárias e ferroviárias, quer acima de tudo dos municípios", acrescenta.

Além das regras europeias, também à escala nacional existe legislação sobre este assunto, e "temos de ter, pelo menos, o diagnóstico feito e ai estamos quase com uma década de atraso em relação à apresentação de mapas de ruído", apontou responsável.

"Dos 278 municípios do continente, só temos 134 com mapas de ruído e pouquíssimos com planos de redução que permitam ultrapassar as situações mais complicadas e que estão a ter efeitos na saúde", resumiu Francisco Ferreira.

Agência Portuguesa do Ambiente
Doze em cada 100 portugueses estão expostos a níveis de ruído que provocam perturbações no sono e, das seis cidades nacionais...

Com base em dados da Agência Portuguesa do Ambiente (APA), além das cidades, também as grandes infraestruturas de transportes, tanto aéreas, como ferroviárias e rodoviárias, são obrigadas a elaborar mapas estratégicos de ruído (MER), com o diagnóstico da situação, mas enquanto no primeiro caso a regra é cumprida, nos outros somente cerca de metade entregou o documento exigido.

De acordo com a informação dos MER, "12% da população residente em Portugal Continental está exposta a níveis sonoros que induzem perturbações no sono", diz a APA, embora refira que se trata de estimativas incompletas já que ainda não foram entregues todos os mapas previstos.

Por outro lado, "17% da população residente em Portugal continental está exposta a níveis associados a incomodidade moderada".

As regras e os níveis aceitáveis de ruído estão estipulados por normas europeias e pela lei nacional, no Regulamento Geral do Ruído, que se baseia em valores recomendados pela Organização Mundial de Saúde, já que esta forma de poluição pode causar vários problemas.

Dados da Agência Europeia do Ambiente referem cerca de 20 milhões de europeus afetados pelo ruído ambiental, nomeadamente dos transportes, e serão 125 milhões, ou um em cada quatro, aqueles expostos ao barulho do tráfego automóvel, que atinge níveis superiores ao limite máximo estipulado.

O ruído elevado tem vários efeitos na saúde, como hipertensão e doenças cardiovasculares, levando a cerca de 10 mil mortes prematuras e a 43 mil hospitalizações por ano, na Europa, segundo a entidade europeia.

Lisboa, Amadora, Odivelas, Oeiras, Porto e Matosinhos são as cidades portuguesas que devem apresentar MER, mas, como aponta a APA, somente Lisboa e Oeiras o fizeram, enquanto "Odivelas e Matosinhos estarão na fase final de realização".

Quando os mapas de ruído indicam zonas habitadas com níveis superiores ao permitido, devem ser apresentados planos com medidas e calendarização de ações, mas, entre aqueles municípios, somente Lisboa tem "finalizado e aprovado pela Assembleia Municipal o plano de ação", segundo a APA.

As duas Grandes Infraestruturas de Transporte (GIT) aéreo que têm de entregar o MER - aeroportos de Lisboa e Porto - já o fizeram, mas nas GIT ferroviário, das 13 que são obrigadas, foram seis a reportar, enquanto nas GIT rodoviário, das 130 que têm essa obrigação, somente 70 cumpriram, acrescenta a APA.

Quanto aos planos de ação, nos transportes foram aprovados dois dos aeroportos e quatro das rodovias - A22, IP3 Mortágua-Raiva, IP3 Raiva-Coimbra e EN223.

A APA refere já ter comunicado os casos de incumprimentos dos valores limite de ruído à Inspeção Geral da Agricultura, Mar, Ambiente e Ordenamento do Território (IGAMAOT).

Ministério da Saúde
A despesa do sistema de proteção social dos funcionários públicos (ADSE) atingiu os 488,81 milhões de euros em 2015, um valor...

Desde 2014 que os funcionários públicos descontam 3,5% do seu vencimento para poderem usufruir deste sistema de proteção social e, no ano passado, uma auditoria do Tribunal de Contas (TdC) considerou que existiu um aumento “excessivo”.

Entre 2013 e 2014, a taxa de desconto suportada pelos quotizados aumentou cerca de 133%, passando de 1,5% para 2,25%, em agosto de 2013. Em janeiro de 2014, a taxa subiu para 2,5% e, em maio de 2014, para 3,5%.

No relatório, a instituição liderada por Guilherme d’Oliveira Martins indicou que “uma taxa de 2,95% já garantiria um excedente de 10%, que constituiria uma reserva de segurança”.

“A execução de tesouraria de 2014 confirma que o aumento da taxa de desconto para 3,5% foi excessivo” na medida em que, nesse ano, “o desconto do quotizado superou em 138,9 milhões de euros o montante da despesa suportada com os regimes convencionado e livre e com encargos de administração”.

O Ministério da Saúde revelou que para as receitas com os descontos dos beneficiários poderem cobrir as despesas da ADSE em 2015 (488,81 milhões de euros) seria necessário um desconto de 3,1%.

No ano passado (o primeiro completo com a taxa de descontos a 3,5%), as receitas da ADSE com origem no desconto dos seus beneficiários titulares foram de 552,6 milhões de euros.

As despesas da ADSE neste período foram de 488,81 milhões de euros (480,624 milhões de euros em despesas de saúde e 8,186 milhões de euros em outras despesas).

Perder peso
Perder peso é o objetivo de grande parte da população.

Hipertensão, diabetes, colesterol ou doenças cardiovasculares podem ser resultado de uma vida sedentária e de excesso de peso.

Embora uma pequena percentagem possa dever-se à genética, como alterações endócrinas, a verdade é que, o peso a mais está, grande parte das vezes, associado a uma alimentação desequilibrada.

Comer de forma saudável é, sem dúvida, a melhor arma no combate ao excesso de peso. Por isso, em vez de se atirar de cabeça para uma dieta “maluca”, saiba que uma alimentação equilibrada e variada é tudo o que precisa para se sentir melhor e perder de vez os quilos que tem a mais.

Desta forma, não se esqueça que deve comer alimentos de todos os grupos alimentares, sem exceção, uma vez que todos eles fornecem nutrientes importantes para o bom funcionamento do organismo.

Opte sempre por alimentos cozidos, assados ou grelhados em vez dos fritos.

Aumente o consumo de cereais integrais, como o farelo de aveia, fibra de trigo, linhaça ou gergelim, combinando-os com fruta, iogurte ou sumos. Estes cereais integrais possuem uma grande quantidade de fibras, essenciais para a perda de peso. E uma vez que são saciantes, conseguirá controlar o apetite por mais tempo, dizendo adeus aos ataques de fome repentinos.

Por outro lado, opte sempre por lacticínios magros, dando preferência ao leite e iogurte desnatado ou light. Quanto aos queijos, prefira o ricota ou quark, uma vez que estes possuem uma menor quantidade da matéria gorda.

Com estas escolhas tão simples continua a dar ao seu organismo a proteína de que necessita sem consumir uma grande quantidade de gordura.

Ao contrário do que muitos pensam, deve realizar entre cinco a seis refeições por dia, se quiser perder peso, nunca estando mais de três horas sem comer.

Faça sempre um pequeno lanche a meio da manhã e outro a meio da tarde, dando preferência a frutas como a maçã, pêra, laranja ou ameixa fresca.

Nas refeições principais, aumente o consumo de saladas (de preferência cruas) e opte sempre por carnes magras ou peixe para acompanhar. À noite evite os hidratos de carbono (batata, massa, pão) e escolha proteínas.

Para aumentar a sensação de saciedade, evitando que abuse do que está a comer, mastigue devagar. Corte os alimentos em pedaços pequenos e mastigue-os sem pressa.

Beba ainda, no mínimo, dois litros de água por dia, entre as refeições. Para além de o manter hidratado, a ingestão de líquidos vão ajudá-lo a livrar-se das toxinas.

O chá verde pode ser uma boa opção, para quem não consegue beber água. Uma vez que acelera o metabolismo, este chá vai ajudar a queimar mais calorias durante o dia.

Por fim, não se esqueça de aliar a prática de exercício físico. Para perder peso é necessário que o organismo aumente o gasto de energia.

Mexa-se, e lembre-se que só uma mudança nos seus hábitos e estilo de vida o podem ajudar a alcançar o seu objetivo de forma saudável e duradoura.

Experimente, vai ver que não se arrepende!

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.

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