Programa SIMPLEX
Até dia 20 de março, todos os funcionários públicos podem participar. Na saúde, o convite já foi feito. José Carlos Nascimento...

Uma criança vai à urgência de um hospital e os pais saem com um pedido de consulta de dermatologia desse médico. Mas a consulta não é marcada. São os pais que têm de ir marcá-la pessoalmente a outro hospital, apesar de essa unidade pertencer ao mesmo grupo.

Casos como este - ou em que se falta a uma consulta porque foi marcada para daí a um ano, os múltiplos cartões emitidos pela ADSE, ou as cédulas profissionais que têm de ser assinadas à mão - dificultam a vida de quem trabalha e dos cidadãos. É por isso que o Ministério da Saúde decidiu desafiar os funcionários a fazer propostas para o novo SIMPLEX, porque são eles que "trabalham todos os dias na administração pública". Todos podem dar propostas até dia 20 de março, escreve o Diário de Notícias.

A construção do programa para acabar com a burocracia está aberto a todos: está a decorrer a volta SIMPLEX em várias autarquias, os cidadãos podem escrever as suas sugestões e reclamações e agora o Governo lançou um desafio a todos os funcionários públicos. Na área da saúde, a Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS) enviou uma circular aos serviços de saúde para "recolher contribuições úteis" que possam ajudar a prestar um melhor serviço ao cidadão. Para o efeito, podem usar o mail [email protected].

José Carlos Nascimento, adjunto do gabinete do ministro da Saúde para a área das tecnologias da informação, explica ao DN que o modelo e a participação são abertos a todos, mas sabemos que a inclusão dos funcionários públicos é fundamental, porque são eles que lidam com os problemas no terreno, estão em contacto direto com os cidadãos". Acredito que quem trabalha nos serviços possa dar contributos muito importantes".

Atualmente já chegaram inúmeros contributos em diversas áreas, embora, admite, "a saúde justifique uma intervenção própria, um programa simplex só para a saúde". E dá exemplos: "As cédulas profissionais não são trabalhadas por via eletrónica, têm de ser assinadas uma a uma", conta. Outros casos, por exemplo, são as burocracias para os pagamentos à ADSE ou o reenvio frequente de cartões aos beneficiários.

Os responsáveis do programa vão continuar a recolher ideias. "Vamos reunir com todos os organismos da Saúde, desde o INEM, ao Infarmed, Instituto Português do Sangue e da Transplantação ou as próprias regiões de saúde", frisa José Carlos Nascimento.

Centro do SNS e outras medidas
Neste momento já há medidas em curso para simplificar o Serviço Nacional de Saúde. José Carlos Nascimento dá o exemplo do Centro de Contacto do SNS, que irá substituir também a linha Saúde 24, mas que possivelmente só irá abrir concurso já no próximo ano.

"Este centro será uma espécie de front office que vai permitir ao cidadão navegar no sistema, marcando consultas, exames, sabendo para onde se deve dirigir e quais as unidades com menores tempos de espera", exemplifica, tendo por base a já falada liberdade de escolha dos serviços, com apoio do médico de família. Para isso, "haverá o Sistema Integrado de Gestão de Doentes (SIGA), que vai gerir a circulação nos cuidados primários, hospitalares ou continuados."

Em curso está o registo de saúde eletrónico e a Plataforma de Dados da Saúde, trabalhados pela Serviços Partilhados do Ministério da Saúde. Até agora, já reunia informação relevante sobre o cidadão, nomeadamente dados clínicos, e estava progressivamente a integrar todos os atos médicos realizados, como dados de consultas, análises e ainda exames complementares de diagnóstico e terapêutica.

"Terá de ser generalizado. Um cidadão que esteja noutro ponto do país tem de ter acesso à sua informação clínica, quer vá a uma unidade pública ou privada. Há ainda muitos passos a dar, porque os hospitais para já ainda só são obrigados a disponibilizar as notas de alta". O portal do SNS, com dados e informação como os tempos de espera, "além de visar a transparência vai promover a competição e a melhoria dos resultados".

Estudo revela
Os homens que falam ao telemóvel mais do que uma hora por dia correm um risco mais elevado de ter problemas de fertilidade,...

O trabalho publicado no jornal "Reprodutive BioMedicine Online" clarifica uma suspeita com vários anos sobre o potencial devastador do telemóvel na qualidade dos espermatozoides.

De acordo com o estudo liderado por Ariel Zilberlicht, do Centro Médico de Carmel, a contagem de espermatozoides baixa para níveis que podem causar infertilidade nos homens que mantêm os telemóveis a menos de meio metro dos testículos, escreve o Jornal de Notícias.

47% dos homens dos homens que mantêm o telemóvel no bolso durante o dia têm níveis anormalmente baixos de concentração de espermatozoides, quando comparado com o resto da população masculina, onde apenas 11% dos homens sofrem deste problema.

Falar ao telemóvel durante uma hora ou usar o aparelho enquanto este carrega duplica o risco, revela ainda o trabalho científico.

"À luz dos resultados do estudo, é recomendado que os homens encurtem a duração das chamadas e que evitem ter o telemóvel perto das virilhas, que não durmam ao lado do aparelho, que não o usem quando está a carregar e que utilizem o mais possível um sistema mãos livres", afirmou o líder do estudo a uma televisão israelita.

A qualidade do esperma entre os homens do Ocidente está em constante decréscimo e é considerado crucial em 40% dos casos de problemas de fertilidade, revela o "Times of Israel".

Ordem dos Médicos
O bastonário da Ordem dos Médicos considerou que a intenção do Governo em penalizar os hospitais por falhas na redução dos...

José Manuel Silva falava na sequência da notícia, publicada hoje no Diário de Notícias (DN), de que a Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS) quer reduzir em 25% os tempos de espera nas consultas e cirurgias nos hospitais.

A ACSS, de acordo com o DN, pretende também que os hospitais que não cumprirem os tempos de espera sejam penalizados no financiamento havendo também prémios para aqueles que tiverem melhores resultados

Em declarações, o bastonário da Ordem dos Médicos disse não conhecer o plano da ACSS em concreto, mas considerou que o objetivo é “nobre e importante”.

“Contudo, a ACSS deve concretizar melhor quais são os caminhos para atingir os objetivos importantes a que se propõe”, disse.

No entender de José Manuel Silva, há vários fatores a ter em consideração para que um plano destes “corra bem”.

“É importante que os conselhos de administração e direções de serviço sejam nomeados por critérios de competência. Na verdade, mais importante do que premiar e penalizar é serem identificados os conselhos de administração que eventualmente estejam a gerir de forma menos proficiente”, considerou o responsável.

Por outro lado, considerou o bastonário, o “orçamento do Serviço Nacional de Saúde (SNS) destinado aos hospitais para este ano vai ser reduzido, o que vai criar ainda mais constrangimentos”.

“O que é importante é que a ACSS dê indicações de como estes objetivos podem ser atingidos pelos hospitais sem reforço orçamental e até com uma redução do orçamento para os hospitais. Caso contrário, caímos no risco daquilo que aconteceu no passado, que é uma manipulação das listas de espera”, disse.

Segundo o plano estratégico da ACSS, citado hoje no DN, os tempos de espera vão ter de diminuir 25% até 2017.

A ACSS adiantou ao jornal que “vai haver ajustamento da forma como se efetua o pagamento da atividade hospitalar – incentivando o cumprimento e penalizando o incumprimento”.

“Pode haver penalizações até 1% do orçamento atribuído em cada ano, mas também prémios até 5% quando as metas são cumpridas”, é referido.

A ACSS explicou ainda ao DN que “estas balizas já existiam, mas é a primeira vez que são incluídos os tempos de espera para efeitos de penalizações”.

Ordem dos Médicos/Norte
O presidente da Ordem dos Médicos/Norte disse que os médicos “não podem nem devem ficar indiferentes” ao debate que está a...

Miguel Guimarães falava a propósito do debate “Dignidade no fim da vida” que realiza na terça-feira no Porto, organizado pela Ordem dos Médicos, para discutir ideias em torno de “uma matéria tão delicada e complexa, como a dignidade perante a morte”.

Desde que o movimento cívico “Direito a morrer com dignidade” apresentou há cerca de duas semanas o manifesto subscrito por mais de uma centena de figuras públicas, o tema suscitou uma ampla discussão e várias reações, nomeadamente no campo político, com o PS a afirmar-se aberto para o debate, mas defendendo que ainda é cedo para uma intervenção do parlamento, ou o PSD, para o qual o tema é importante, mas não prioritário.

O movimento lançou, há cerca de uma semana, uma petição pela despenalização da morte assistida dirigida à Assembleia da República que já foi assinada por mais de 700 pessoas.

De acordo com o movimento cívico, esta petição, disponível no 'site' Petição Pública, “reproduz, na íntegra, o Manifesto subscrito por mais de uma centena de figuras públicas e que o movimento divulgou na semana passada”, e foi já assinada por 714 pessoas.

“Defendemos a despenalização e regulamentação da Morte Assistida como uma expressão concreta dos direitos individuais à autonomia, à liberdade religiosa e à liberdade de convicção e consciência, direitos inscritos na Constituição”, lê-se no texto da petição.

Os proponentes da petição são António Pedro Vasconcelos, Isabel Ruivo, João Ribeiro Santos, João Semedo, Laura Ferreira dos Santos, Lucília Galha e Tatiana Marques.

Com mil assinaturas a petição é analisada pela uma comissão parlamentar respetiva, mas com quatro mil assinaturas, o assunto sobe automaticamente a plenário.

Para o presidente do CRNOM "os médicos, tal como os restantes profissionais de Saúde, não se podem excluir deste debate” por considerar que "a discussão de temas complexos e fraturantes como a morte assistida reforçam a necessidade imperiosa de equidade no acesso a cuidados paliativos de qualidade”.

“É essencial centrar o debate da Saúde nas suas ineficiências e necessidades para que em vida possamos ter acesso a cuidados de saúde de qualidade”, sublinhou.

Em declarações recentes, Miguel Guimarães, considerou que “mais importante" do que debater a eutanásia, o grupo que recentemente assinou o manifesto em defesa da morte assistida, deveria "preocupar-se também com o facto de não existir em Portugal uma boa rede de cuidados paliativos, que permita o acesso a todos os doentes”.

“Desde sempre, o ser humano conviveu regularmente com a morte, vivendo a seu lado momentos intensos. Como médicos, e como cidadãos, é nosso dever participar neste debate e discutir ideias em torno de uma matéria tão delicada e complexa, que se relaciona com a dignidade das pessoas perante a morte”, frisou.

Para o presidente da Ordem dos Médicos do Norte, "qualquer debate sobre a dignidade no fim de vida deve incluir o combate à distanásia e a exigência de uma rede de cuidados paliativos altamente diferenciados, que permitam uma morte digna e serena”.

Para isso, reforça a ideia da necessidade de apostar na qualidade da formação dos profissionais de saúde e nas condições de trabalho em rede ao nível dos recursos humanos e materiais.

O debate conta com a participação do Bastonário da Ordem dos Médicos, José Manuel Silva, e do presidente da Associação Portuguesa de Bioética, Rui Nunes, entre outros.

“Direito a morrer com dignidade”
Mais de 700 pessoas já assinaram a petição pública pela despenalização da morte assistida, criada, há cinco dias, pelo...

De acordo com o movimento cívico, esta petição, disponível no 'site' Petição Pública, “reproduz, na íntegra, o Manifesto subscrito por mais de uma centena de figuras públicas e que o movimento divulgou na semana passada”, e foi já assinada por 714 pessoas.

No texto, o movimento assume-se como um conjunto de cidadãos, “unidos na valorização privilegiada do direito à Liberdade”.

“Defendemos, por isso, a despenalização e regulamentação da Morte Assistida como uma expressão concreta dos direitos individuais à autonomia, à liberdade religiosa e à liberdade de convicção e consciência, direitos inscritos na Constituição”, lê-se no texto da petição.

Apontam que a morte assistida consiste em antecipar ou abreviar a morte de doentes em grande sofrimento e sem esperança de cura, desde que seja em resposta a um pedido do próprio, feito de forma informada, consciente e reiterada.

Argumentam que “é imperioso acabar com o sofrimento inútil e sem sentido, imposto em nome de convenções alheias”.

“Os signatários dirigem-se à Assembleia da República, órgão legislativo por excelência, ao abrigo da Constituição e da legislação aplicável, exortando os deputados e os grupos parlamentares a discutir e a promover as iniciativas legislativas necessárias à despenalização da morte assistida”, lê-se no texto.

Os proponentes da petição são António Pedro Vasconcelos, Isabel Ruivo, João Ribeiro Santos, João Semedo, Laura Ferreira dos Santos, Lucília Galha e Tatiana Marques.

Com mil assinaturas a petição é analisada pela uma comissão parlamentar respetiva, mas com quatro mil assinaturas, o assunto sobe automaticamente a plenário.

Desde que o movimento apresentou o manifesto o tema suscitou já uma ampla discussão e várias reações, desde o campo político, com o PS a afirmar-se aberto para o debate, mas defendendo que ainda é cedo para uma intervenção do parlamento, ou o PSD, para o qual o tema é importante, mas não prioritário.

Já a Associação Portuguesa de Bioética entende que a legalização da eutanásia tem de ser submetida a referendo por ser uma questão que não está devidamente esclarecida na sociedade portuguesa, enquanto o médico e ex-coordenador do Bloco de Esquerda João Semedo entende que referendar esta matéria “é virar a democracia de pernas para o ar”.

O presidente da Comissão de Ética da Ordem dos Psicólogos, Miguel Ricou considera que a sociedade não pediu a discussão sobre a despenalização da eutanásia e que este não é um tema prioritário, ao mesmo tempo que associações de médicos e juristas católicos vieram já manifestar-se contra a legalização da eutanásia.

Caso a morte assistida venha a ser despenalizada, a Ordem dos Médicos defende a realização de um referendo à classe médica para uma eventual alteração ao Código Deontológico, opinião partilhada pela Ordem dos Enfermeiros que anunciou que vai promover um debate interno e um referendo sobre o tema.

A Igreja Católica também já se pronunciou e o conselho permanente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) disse estar preocupado com a reflexão em torno da legalização da eutanásia, vincando a defesa da vida "na sua integridade e integralidade".

Já a Associação Portuguesa de Cuidados Paliativos (APCP) defendeu que antes da discussão sobre a eutanásia “é fundamental” garantir o acesso em tempo útil aos cuidados paliativos e assegurar que são prestados por profissionais com formação.

Chegar à meta da OMS em 2025
Reduzir a quantidade de sal nas sopas e pratos confecionados nos restaurantes, até ao final de 2016, é uma das 14 propostas que...

A Organização Mundial de Saúde (OMS) e a União Europeia já recomendaram que Portugal reduza o consumo de sal, entre 3% a 4% ao ano, durante os próximos quatro anos, para que em 2025 o país consiga ter um consumo de sal de apenas cinco gramas por dia, por pessoa, ao contrário dos 11 gramas de sal/dia se agora consome em média, individualmente.

A Lusa teve acesso à lista das 14 propostas de uma estratégia que o Ministério da Saúde quer começar a desenvolver este ano, para reduzir o consumo de sal na população portuguesa, até 2025, e um dos objetivos é conseguir que, até ao final deste ano, o setor da restauração inicie, de forma gradual e faseada, a redução do “nível do sal adicionado ao produto final, através dos seus métodos, de preparação e confeção”.

Segundo a Direção-Geral da Saúde (DGS), o setor da restauração deve desenvolver todos os esforços para uma redução gradual e faseada no teor de sal na sopa e acompanhamentos, até ao valor de referência de 0,2 gramas de sal, por cada 100 gramas de alimento.

O valor indicativo na redução média anual de sal situa-se nos 4% ao ano, nas diferentes categorias de produtos alimentares, designadamente no grupo dos cereais (pão, etc.), carnes e derivados de carne, refeições pronto consumo, batatas fritas e outros ‘snacks’ e molhos.

A estratégia do Governo para diminuir a ingestão de sal pelos portugueses passa também por vigiar a oferta de sal nos produtos alimentares à venda já utilizados, lê-se no documento facultado à Lusa pelo Ministério da Saúde e que foi elaborado por um grupo interministerial dinamizado pela DGS, através do Programa Nacional para a Promoção da Alimentação Saudável.

“O consumo excessivo de sal pela população é um dos maiores riscos de saúde pública em Portugal, tornando-se urgente propor medidas para a sua redução”, e estima-se que a quantidade de sal presente na alimentação dos portugueses seja “o dobro daquela que é recomendada pela Organização Mundial da Saúde (OMS)", lê-se no documento.

O Governo admite que a prioridade na restauração vai ser dada à sopa e ao prato e quer ver atualizado e publicado este ano o Referencial de Boas Práticas Nutricionais, para o setor da restauração.

No final de 2016, o setor da restauração deverá apresentar, com base nos resultados obtidos e derivados de trabalho interno, uma proposta de ações, ajustada e exequível, que vise reduzir o teor de sal na componente proteica do prato e nos pratos compostos, informa ainda a DGS.

Para conseguir concretizar as propostas, o grupo de trabalho interministerial recomendou à DGS/Ministério da Saúde, que devem “criar condições técnicas para fazer o acompanhamento em permanência da presente estratégia e das suas propostas”, assim como devem “estimular a comunidade científica a investigar na área”.

Preparar uma reunião intercalar a cada seis meses, para apresentação e discussão dos resultados obtidos, é outra das sugestões para que a estratégia de redução do sal seja eficaz.

O grupo de trabalho interministerial, para propor este conjunto de medidas para a redução do consumo do sal pela população foi autorizado pelo despacho de 29 de julho passado.

Universidade do Porto
Investigadores da Universidade do Porto patentearam este mês uma máquina que mede o sal na comida em três minutos e que promete...

A primeira versão do protótipo integra um ecrã semelhante ao dos ‘smartphones’, pesa 250 gramas, tem 10 centímetros de comprimento e quatro de profundidade, e pode ser levado para qualquer cozinha portuguesa para medir a quantidade de sal das refeições em cantinas de escolas, infantários, hospitais, lares de idosos ou restaurantes.

Nesta fase, o protótipo ainda não pode ser chamado de robô, mas no futuro está previsto que seja desenvolvido um procedimento automatizado (agitação da amostra, juntar os vários componentes), como numa ‘bimby’, um robô de cozinha usado pelo mundo fora.

“Está previsto fazermos uma espécie de um robozinho para este tipo de análise de uma forma mais automática e requerer menos tempo do utilizador. O objetivo final é ter um equipamento que automaticamente faça a análise dos alimentos e dê orientações para quem está na cozinha saber qual a percentagem de sal e contribuir para o bem-estar das pessoas”, dizem os responsáveis pelo protótipo.

A ingestão de sal não deve ultrapassar cinco gramas por dia, mas há crianças em Portugal a consumir 17 gramas de sal por dia e adolescentes a consumir 22 gramas de sal por dia através de ‘pizzas’, chourição e pastelaria, indicam estudos recentes.

Para combater o excesso de consumo de sal, que está relacionado com o desenvolvimento de hipertensão arterial e com alguns tipos de cancro, como o do estômago, investigadores da Faculdade de Ciências da Nutrição Alimentação e da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP) inventaram esta máquina que promete “revolucionar” a forma de comer dos portugueses.

O aparelho vai permitir, por exemplo, avisar a cozinheira com “um sinal vermelho” que aparece no ecrã, que a sopa tem sal a mais e que pode corrigir o excesso acrescentando água de forma a não ficar com a sopa salgada e prejudicial para a saúde.

Joaquim Mendes, engenheiro mecânico da FEUP e um dos autores do protótipo, explica que se pensou numa máquina que pudesse facilitar o interface com o equipamento, com menu simples, apelativo e de fácil utilização, de baixo custo, compacto e reprodutível para entrar no mercado.

Carla Gonçalves, nutricionista, especialista em Ciências do Consumo e autora teórica desta máquina, explica que a ideia começou a desenvolver-se, porque o consumo de sal em Portugal continua a ser excessivo e porque não existia uma máquina portátil e rápida para resolver o problema nas cozinhas portuguesas.

Antes da existência deste protótipo, o processo de medição de sal na comida era realizado em laboratório, moroso e com custos elevados.

José Luís Moreira, engenheiro químico da FEUP e que também colaborou na criação do protótipo, explicou que o método de medição do sal na comida é muito rápido, simples, acessível ao maior número de pessoas e vai dar resultados com exatidão suficiente para quem estiver a controlar no terreno.

O aparelho está desenhado para responder à alimentação dos portugueses e, portanto, tem em conta as principais categorias da alimentação da população, permitindo analisar desde salsichas, pão, ou outros produtos de cafetaria e restauração que fazem parte dos cardápios nacionais.

Neste momento, população portuguesa consome uma média de 11 gramas de sal por dia, os adolescentes têm um consumo de sete gramas/dia e as crianças também apresentam um consumo excessivo por volta 6,5% a 7,5 gramas/dia.

Segundo especialista
António Pereira Coelho, o médico que há 30 anos fez nascer o primeiro “bebé-proveta” português, recorda que nos primeiros...

“Foi muito polémico o número de embriões a transferir. Naquela altura, talvez não tivéssemos bem a ideia da contrariedade que significava transferir todos os embriões viáveis”, disse o médico, numa entrevista a propósito do 30º aniversário do nascimento da primeira criança concebida através de uma Fertilização In Vitro (FIV), em Portugal.

A 25 de fevereiro de 1086 nasceu Carlos Saleiro, conhecido como o primeiro “bebé-proveta” português. António Pereira Coelho foi o médico responsável pela introdução da técnica em Portugal, depois de trabalhar no seu desenvolvimento, em Paris.

Desses tempos, recorda que chegavam a ser transferidos para o útero seis e até sete embriões, “com a possibilidade, como aconteceu (sobretudo com as equipas inglesas, os franceses foram mais prudentes) de gravidezes de seis e sete embriões, que não podiam chegar a termo”.

“Houve ali uma fase muito desagradável em que era necessário fazer a chamada redução de embriões”, contou.

Esta fase foi, de alguma maneira, ultrapassada e compensada quando, em paralelo, se começou a fazer a criopreservação de embriões, a qual evitava que a mulher se submetesse a todos aqueles tratamentos e o desperdício de embriões que poderiam dar, se lhes fossem dadas condições, origem a seres humanos”.

António Pereira Coelho reconhece para quem trabalhava nesta área, e “independentemente de convicções filosóficas ou religiosas”, era “um bocadinho chocante: estar a desejar a todo o custo obter filhos para casais inférteis e ao mesmo tempo a desprezar uma quantidade significativa desses mesmos embriões que podiam ser transferidos em outra fase”.

Regressado a Portugal, António Pereira Coelho fez no Hospital Santa Maria o que aprendera em França e que consistia em “captar os ovócitos, metê-los em tubo a temperatura de 37 graus, com um meio especial para não destruir os ovócitos, e levá-los do hospital para o laboratório, onde eram tratados”, neste caso nas instalações do Instituto da Ciência da Calouste Gulbenkian.

O médico estava na altura consciente dos riscos: “Se a coisa corresse bem de início, toda a gente se iria associar ao êxito, participar, estimular. Se nas dez primeiras tentativas não conseguíssemos uma gravidez, toda a gente começaria a pôr entraves, a não querer colaborar, a dizer que se estava a gastar dinheiro aqui quando havia outras prioridades”.

“Felizmente que as coisas correram bem e nas dez primeiras tentativas conseguimos três grávidas”, contou.

Alda Saleiro foi a primeira mulher a dar à luz uma criança concebida por FIV. Carlos Saleiro veio ao mundo a 25 de fevereiro. Passados 30 anos, António Pereira Coelho confessa: “Enquanto não vi a criança cá fora estive sempre um bocadinho angustiado, mas reparei facilmente que estava tudo normal”.

“A minha satisfação é, por um lado, Portugal não ter ficado muito atrasado em relação a outros países, o que nem sempre acontece. E por outro lado, termos tido a fortuna de conseguir resultados que, na minha ótica, contribuíram muito para a aceitação” desta técnica.

Ao fim de 23 anos
O primeiro “bebé-proveta” português e o médico que há 30 anos o fez nascer por Fertilização In Vitro reencontraram-se após mais...

“Estás tão grande”, afirmou o médico António Pereira Coelho, abraçando Carlos Saleiro, nas instalações do Hospital Santa Maria, em Lisboa, onde a 25 de fevereiro de 1986 a medicina portuguesa inscrevia na sua história o nascimento do primeiro bebé através de uma Fertilização In Vitro (FIV).

Prestes a completar 30 anos e a meses de ser pai, Carlos Saleiro deixou de ver o médico quando tinha apenas seis anos. No início deste mês, reencontraram-se.

“Voltei a reencontrar uma pessoa muito importante na minha vida”, disse o futebolista, que cresceu consciente da espetacularidade do seu nascimento através de um procedimento que hoje em dia considera “normal”.

“A minha mãe e o meu pai foram uns guerreiros, lutaram para ter um filho e conseguiram”, contou, orgulhoso.

Neste reencontro com António Pereira Coelho, Carlos Saleiro fez-se acompanhar da mãe, Alda, que confessou que há muito queria abraçar o médico que há 30 anos conseguiu dar-lhe um filho, pelo qual esperou durante anos.

O médico aproveitou para recordar algumas das características de Alda, como a sua determinação e exuberância, que a terão ajudado a conseguir ser a primeira mulher a ter um bebé FIV em Portugal.

“Eu sabia que ia ser a primeira”, afirmou, orgulhosa de ter passado por este processo. Por seu lado, Pereira Coelho recordou uma outra vertente desta mãe, a teimosia e persistência.

“A Alda disse-me que tinha tido uma rutura de bolsa, mas que antes [do parto] tinha de ir ao cabeleireiro. É mesmo à Alda, determinada e segura de si”, disse.

Milhares de crianças já nasceram em Portugal através da FIV, mas há 30 anos tudo era novidade. A fotografia de Carlos Saleiro ocupou as primeiras páginas dos jornais, abrindo um capítulo de esperança para os casais inférteis e promovendo também um debate ético que ainda hoje persiste.

Depois do seu nascimento, Carlos Saleiro manteve-se longe dos holofotes, exceto por motivos profissionais, uma vez que é jogador profissional de futebol, agora no Clube Oriental de Lisboa.

Mas aos 18 anos isso mudou: “A partir daí achei que tinha chegado a altura de falar”, disse.

Carlos contou como cresceu habituado a ver a sua cara em bebé nos recortes de jornais e o seu nascimento numa reportagem da RTP.

“Normalmente por onde passo é tema de conversa, mas é um, dois dias, depois passa. Às vezes há umas brincadeiras, que eu aceito, pois não são de mau tom”.

António Pereira Coelho congratula-se com o facto de a espetacularidade do nascimento de Carlos não ter tido consequências negativas no seu crescimento.

“O Carlos corresponde àquilo que eu desejava que ele fosse e o que ele prometeu ser em determinada altura. Tenho muito orgulho pela maneira como ele tem estado na vida”, afirmou o médico.

E acrescenta: “Ele é fantástico, mas tem uma mãe fantástica. Gostava que ele tivesse bem a noção do comportamento, da determinação, da coragem da mãe. Não encontrei muita gente com a personalidade da Alda”.

A primeira mulher em Portugal a dar à luz uma criança concebida através da FIV diz ter hoje a família que sempre desejou e reconhece que deve à ciência a concretização do sonho de ser mãe.

Neste reencontro marcado pela emoção, António Pereira Coelho, Alda e Carlos Saleiro só não concordaram num tema: o primeiro torce pelo Benfica e os outros preferem o Sporting.

Município de Lisboa quer
A Câmara de Lisboa discute na quarta-feira a abertura de um concurso dirigido a instituições de solidariedade que visa a...

De forma a “interferir diretamente na qualidade de vida das pessoas sem-abrigo”, a autarquia pretende lançar este concurso, que dará “atenção específica às pessoas naquela situação e estreitar as relações com os Agrupamentos dos Centros de Saúde e Centros Hospitalares para a definição de novas respostas que se lhe adequem”, refere a proposta assinada pelo vereador dos Direitos Sociais, João Afonso.

Em causa está um financiamento de 50 mil euros, ao abrigo do Regulamento de Atribuição de Apoios pelo Município de Lisboa, por uma intervenção de 12 meses.

Segundo as regras do concurso, anexas à proposta, podem candidatar-se “as instituições particulares de solidariedade social […] bem como as associações, fundações e outras pessoas coletivas” que trabalhem nesta área.

Prevê-se que a equipa vencedora, que deve ser composta por médicos e enfermeiros, avalie a “situação de risco/perigo que pode comprometer a vida” do sem-abrigo, promova “rastreios e testes rápidos conducentes ao despiste de doenças”, informe e sensibilize esta população “para a importância do auto cuidado em saúde” e ainda articule com outras equipas técnicas e com a Câmara.

Entre os critérios de seleção está a qualidade da candidatura, a experiência, a consistência do projeto e ainda a capacidade de angariação de outras fontes de financiamento.

Este concurso insere-se no Programa Municipal para a Pessoa Sem-Abrigo (PMPSA), aprovado pela autarquia no final de outubro passado, que visa, entre outros objetivos, tirar 200 das ruas em três anos e facilitar a sua integração social e laboral.

Também no âmbito do PMPSA, o executivo camarário aprovou por unanimidade, no final de janeiro, o lançamento de um outro para concurso para a criação de quatro equipas técnicas de rua que prestem apoio aos sem-abrigo, num financiamento de 180 mil euros.

Nesse programa está expresso o objetivo de implementar um programa de saúde de proximidade focado na questão mental.

O documento, em vigor até 2018, prevê também a renovação dos balneários e sanitários (públicos ou de instituições) e a abertura de mais quatro Núcleos de Apoio Local, ajudando os sem-abrigo a alimentarem-se no Cais do Sodré/Santos, Avenida da Liberdade/Restauradores, Olivais/Parque das Nações e Campo das Cebolas/Santa Apolónia.

O plano visa ainda a redução das vagas temporárias de emergência e, ao invés, a criação de 150 vagas de alojamento e ainda 168 novas respostas de dia ao nível de ocupação profissional e social.

Anteriormente, em novembro passado, a autarquia assinou um protocolo com o Centro Hospitalar Psiquiátrico de Lisboa para realizar um diagnóstico da saúde mental dos sem-abrigo da cidade, de forma a definir as melhores respostas para cada caso.

Em Lisboa, segundo a autarquia, existem cerca de 500 sem-abrigo.

No Porto
Investigadoras do Porto que venceram o prémio da Santa Casa da Misericórdia vão utilizar o valor recebido na investigação sobre...

Em depoimentos, a investigadora Ana Paula Pêgo, do Instituto Nacional de Engenharia Biomédica da Universidade do Porto (INEB), indica que o que o grupo de investigação propõe é "uma nova estratégia terapêutica que combina duas terapias regenerativas axonais complementares com um programa de reabilitação".

O projeto, desenvolvido por profissionais do Instituto de Investigação e Inovação da Universidade do Porto (i3S) e do Centro de Reabilitação do Norte (CRN), engloba três áreas de estudo distintas - a biologia básica da recuperação das células nervosas, os biomateriais que servirão de suporte à regeneração (com agentes terapêuticos) e técnicas terapêuticas de reabilitação (fisioterapia).

Segundo Ana Pêgo, responsável pela equipa que vai desenvolver os biomaterias utilizados na investigação e que também faz parte do i3S, "apesar dos enormes avanços que se têm feito isoladamente nas três áreas que estão na base do projeto, não existem muitas abordagens que integrem as três frentes em simultâneo, sendo este o ponto forte" desta proposta.

Como explica Mónica Sousa, outra das coordenadoras e investigadora do i3S e do Instituto de Biologia Molecular e Celular da Universidade do Porto (IBMC), "quando há uma lesão na medula, os axónios (parte do neurónio responsável pela condução dos impulsos elétricos - informação - que partem do corpo celular até outro local mais distante, como um músculo ou outro neurónio) são interrompidos e o caminho de transmissão da informação também".

Para reverter esse processo, os investigadores do INEB vão desenvolver materiais que podem restabelecer esse caminho e guiar novamente o axónio de volta ao seu alvo, para além de manipularem a entrega local do medicamento selecionado para tratamento, aplicado através de um hidrogel, outro dos objetivos da investigação.

O que se pretende é encontrar "uma droga ou drogas que já passaram uma série de critérios de validação para utilização em outros fins e verificar a sua capacidade de favorecer o crescimento e a regeneração axonal 'in vivo', acrescenta Mónica Sousa.

A equipa da fisiatra Maria Cunha, do Centro de Reabilitação do Norte (CRN), vai ajudar a desenhar protocolos de fisioterapia adaptados que possam ser aplicados em ratos, semelhantes àqueles que se aplicam a doentes com lesões medulares, de forma a compreender se, para além drogas, esses protocolos podem ter um impacto positivo na regeneração dos axónios.

Segundo as investigadoras, estima-se que há uma incidência de 30 casos de lesão na espinal medula por ano em cada um milhão de habitantes e as sequelas tendem a prevalecer em cerca de 500 dos afetados, devido à inexistência de tratamentos efetivos que permitam recuperar de forma eficaz.

Na investigação, cuja estimativa de duração é de três anos, participam ainda os investigadores Isabel Amaral, Pedro Moreno e Paulo Aguiar, do INEB e do i3S, Fernando Mar e Joana Nogueira, do IBMC e do i3S, e Ana Rita Pinto e Ana Gomes, do CRN.

Com montante de 50.000 euros recebido pela distinção o grupo de investigação pretende comprar os reagentes necessários para os trabalhos 'in vitro' e 'in vivo'.

O prémio atribuído às investigadoras foi criado em 2014 em homenagem ao advogado e médico Albino Aroso, conhecido como o "pai" do planeamento familiar em Portugal, que morreu em 2013.

Estudo
Um grupo de cientistas propõe infetar o mosquito que transmite o Zika com uma bactéria que os torna resistentes ao vírus, ao...

A bactéria Wolbachia infeta de maneira natural muitas espécies de insetos, mas não os da família Aedes aegypti, que transmite o vírus zika, o dengue e o chikungunya.

Ao introduzir a bactéria no mosquito, o inseto passa a ser resistente aos três vírus, podendo este método reduzir o número de contágios humanos e provocar a eliminação local do vírus.

Os investigadores Cameron Simmons, da Universidade de Melbourne (Austrália), e Scott O’Neill, da Universidade Monsh (Austrália), estão a provar a proposta com trabalho de campo.

Um dos seus maiores medos é uma mutação do vírus, que desenvolva resistência à bactéria.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou emergência de alcance nacional por causa do vírus Zika.

A América Latina é a região mais afetada pela atual epidemia.

Dentro de dois ou três anos
O ministro da Saúde anunciou que dentro de dois ou três anos os portugueses poderão escolher os serviços de saúde e que a arma...

Adalberto Campos Fernandes falava aos jornalistas no final da cerimónia de comemoração do primeiro transplante cardíaco, realizado há 30 anos no Hospital de Santa Cruz, em Carnaxide

“A arma [para os serviços de saúde cativarem os utentes] é a qualidade, é o desempenho e a transparência. Temos de ter um Serviço Nacional de Saúde (SNS) exigente consigo próprio e que gosta de ser avaliado”, disse.

De acordo com o ministro, estão ainda a ser feitos “os estudos necessários”, mas as primeiras medidas serão ensaiadas a partir de abril, quando forem assinados os primeiros contratos-programa com os hospitais.

Esta livre escolha deverá estar a funcionar em pleno daqui a dois, três anos.

O ministro disse ainda que “a transplantação é uma prioridade política” desta equipa ministerial e sublinhou a importância desta efeméride que recorda o primeiro transplante cardíaco em Portugal.

Nesta unidade hospitalar, onde há 30 anos a equipa liderada pelo cirurgião João Queiroz e Melo realizou o primeiro transplante cardíaco, a uma mulher que viveria ainda mais dez anos, o médico recordou o pioneirismo do feito.

O médico disse que alguns procedimentos estão mais rápidos e a medicação melhorou, embora existam ainda aspetos que podem ser melhorados, como ao nível do desperdício que existe com alguns materiais que não são reutilizáveis.

Por outro lado, o cirurgião, atualmente aposentado, defendeu a possibilidade de um acompanhamento à distância, que não obrigue os doentes a deslocarem-se tantas vezes ao hospital.

Presentes na cerimónia estiveram dois doentes transplantados, os quais reconheceram que se não tivessem recebido este órgão já não estariam vivos.

Manuel Camões, com 77 anos, tem um coração transplantado há 27 anos e sete meses e disse que ele próprio é “uma prova de que há milagres” no SNS.

Elogiando o SNS, ao qual ainda faltam coisas, mas “não tem falhado”, este doente agradece, emocionado, a aposta da equipa clínica que o operou e que nunca lhe faltou quando foi necessário.

Outro doente, Luís Guedes, que recebeu um coração em outubro de 2007, é hoje um tenista medalhado e orgulhoso da odisseia que viveu naquele hospital.

Secretário de Estado da Saúde
O secretário de Estado da Saúde, Manuel Delgado, revelou, em Coimbra, que as unidades hospitalares com menores níveis de...

"Os hospitais que tiverem menores níveis de infeção e as tiverem confinadas a uma percentagem que nós considerarmos adequada serão premiados e terão mais financiamento", disse o governante à margem de uma visita ao Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC).

Segundo Manuel Delgado, o Governo está a "prever nas regras dos próximos contratos-programa com os hospitais introduzir critérios em que a questão da infeção vai ser objeto de mais valorização".

Salientando que a tutela está preocupada com a questão das infeções hospitalares, o secretário de Estado referiu ainda que a resolução do problema passa por "menos acumulação de doentes em espaços de menor dimensão e distância correta entre camas", além de pequenos pormenores, "mas muito importantes", como a lavagem das mãos por parte dos profissionais de saúde.

O governante considerou hoje o projeto de eficiência energética do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC), que vai permitir uma poupança de 700 mil euros por ano, um exemplo a seguir no país.

O projeto "Hospital Amigo do Ambiente", iniciado em 2009 e concluído no final de 2015, abrangeu o polo do Hospital da Universidade de Coimbra (blocos central e de Celas), implicando um investimento de 5,5 milhões de euros, cofinanciado a 85% por fundos comunitários.

"O investimento realizado assume características virtuosas ambientais e económico-financeiras, com uma poupança gerada de cerca de 700 mil euros por ano, assegurando a recuperação de todo o investimento até ao final de 2018", salientou o presidente do conselho de administração do CHUC, Martins Nunes.

Contabilizando as poupanças efetuadas desde 2009, o administrador hospitalar sublinha que, no final deste ano, "estarão já recuperados em poupanças cerca de 3,8 milhões de euros do investimento total de 5,5 milhões de euros".

“Ofensa a pessoa coletiva”
A empresa que comercializa o suplemento alimentar Calcitrin anunciou ter apresentado uma queixa-crime contra o antigo...

A queixa, contra o ex-bastonário Carlos Barbosa, e contra a Ordem fundamenta-se, diz a empresa em comunicado, numa “inédita campanha mediática” com “declarações ofensivas” que causaram prejuízos.

A empresa, Viva Melhor, apresentou também uma denúncia por concorrência desleal na Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE), igualmente contra a Ordem dos Farmacêuticos e o anterior bastonário (a Ordem tem desde quarta-feira Ana Paula Martins como bastonária), considerando que foram feitas afirmações para desacreditar um concorrente.

E diz que a “operação mediática” contra o suplemento resultou numa perda de reputação e desconsideração “que terá de ser reparada com enormes custos de recursos e de tempo”.

Há dois meses, a 18 de dezembro, a Ordem dos Farmacêuticos (OF) entregou uma providência cautelar para travar os anúncios publicitários do suplemento Calcitrin MD Rapid, alegando que lesavam o direito dos cidadãos à saúde e que as afirmações na publicidade não tinham “qualquer base científica”.

Na mesma altura, a autoridade que regula o setor do medicamento, Infarmed, recomendou que não fossem utilizados produtos contendo cálcio para a prevenção ou tratamento de doenças, acrescentando que estavam a decorrer ações de fiscalização dos produtos no mercado. A empresa Viva Melhor disponibilizou-se para corrigir o que se provasse ser inadequado.

A 20 de dezembro as Ordens dos Médicos e dos Farmacêuticos apelaram ao Ministério da Saúde para que interviesse para regular a publicidade de suplementos alimentares e produtos considerados dietéticos, afirmando que uma quantidade elevada de cálcio ou vitamina D poderá ser prejudicial à saúde em muitos indivíduos.

Já este ano a OF apelou à “intervenção direta” do ministro da Saúde para travar a publicidade do Calcitrin, com a empresa a lançar suspeitas de que a “guerra” da Ordem teria a intenção de prejudicar a marca para beneficiar outras, o que levou a OF a anunciar uma queixa-crime por difamação.

No comunicado divulgado a empresa acusa o antigo bastonário de não dizer a verdade sobre o suplemento, que “tem um efeito benéfico avaliado pela Autoridade Europeia de Segurança dos Alimentos” e que se apresenta “em conformidade com a lei”, é “absolutamente seguro e não tem registo de qualquer reclamação”.

Profissionais de enfermagem
A Ordem dos Enfermeiros vai promover um debate interno e um referendo sobre a eutanásia, mas avisa que as decisões sobre este...

A bastonária Ana Rita Cavaco manifestou a intenção de realizar um referendo sobre a morte assistida para perceber qual a posição dos enfermeiros em relação ao tema, que deverá ser alvo de debate interno entre os profissionais de enfermagem.

Para a representante dos enfermeiros, uma eventual legalização da eutanásia em Portugal tem sempre de ser discutida também entre os vários profissionais de saúde, não alijando nem empurrando responsabilidades.

“O doente é seguido e assistido em complementaridade por toda a gente. Enfermeiros e médicos têm que, em conjunto, discutir as questões, é em conjunto que a questão tem de ser encontrada, não podemos empurrar responsabilidades de uns para os outros”, afirmou Ana Rita Cavaco.

Hoje, o presidente da Associação de Bioética defendeu que a eutanásia não deve ser praticada por médicos mesmo que venha a ser legalizada, considerando que há outros profissionais que podem ser envolvidos na questão.

“Da mesma maneira que não acho que outro grupo profissional possa empurrar a prática desse ato para os enfermeiros, os enfermeiros também não vão empurrar para outro grupo profissional. É em conjunto que tratamos do doente”, argumentou a bastonária dos enfermeiros.

Ana Rita Cavaco quer que os enfermeiros se pronunciem sobre a morte ou suicídio assistido, tendo uma posição definida caso se avance para uma legalização, depois de a sociedade discutir o assunto: “Caso esta questão venha a ser legalizada, mais vale tomarmos uma posição e dizermos de forma clara internamento com o que discordamos ou concordamos”.

Também o bastonário da Ordem dos Médicos já assumiu a necessidade de fazer um referendo interno à classe, como forma de uma eventual alteração ao Código Deontológico, caso a morte assistida se legalize.

A título pessoal, a bastonária dos enfermeiros admite a eutanásia aplicada de forma consciente e em situações terminais e de sofrimento intolerável, mas avisa que seria sempre necessário “balizar bem os casos”, mostrando-se totalmente contrária à morte assistida em casos de perturbações psicológica ou depressões, por exemplo.

Ana Rita Cavaco lembrou ainda a necessidade de investir na área dos cuidados paliativos, nos quais são essenciais os enfermeiros e que é uma das áreas onde a carência destes profissionais é evidente.

A questão da eutanásia tem sido debatida nas últimas duas semanas desde que foi divulgado um manifesto pela despenalização da morte assistida, assinado por mais de 100 personalidades.

No Algarve
A formação de profissionais para enquadrar e responder a comportamentos atípicos, que podem indicar problemas de...

Júlia Vinhas, psicóloga clínica e coordenadora da unidade de Setúbal do Centro de Apoio ao Desenvolvimento Infantil (CADIn), explicou que, além do apoio prestado com consultas médicas e processos de avaliação, o Centro tem também, como objetivo, a formação e a ação que se vai realizar na Universidade do Algarve, que inclui ‘workshops’ sobre temas como a aprendizagem específica ou conferências, que abordam perturbações do neurodesenvolvimento.

“Sentimos necessidade, tendo o CAdin como uma das áreas de missão e de foco a formação, de ir ao Algarve passar um bocadinho dos nossos conhecimentos e da nossa experiência clínica ao nível das áreas do neurodesenvolvimento”, afirmou a coordenadora da unidade de Setúbal, sublinhando que costuma também atender pessoas do Algarve, que procuram o Centro.

A mesma fonte precisou que, na sexta-feira, vão ser realizados “dois ‘workshops’ sobre legislação especial e sobre necessidade de aprendizagem específica, relacionadas com intervenção em contexto escolar”, enquanto o sábado é destinado “às conferências”, com assistência composta por “profissionais de saúde, técnicos, psicólogos, educadores ou professores”.

“Nelas iremos falar das várias temáticas relacionadas com as perturbações de neurodesenvolvimento, e teremos oportunidade de falar de questões do sono, da linguagem, do insucesso escolar, [sobre] a atenção, a dificuldade no cumprimento de regras, novas tecnologias, ‘cyberbullying’, até chegarmos à idade adulta e à integração destes jovens, com perturbações, ao nível do neurodesenvolvimento”, precisou Júlia Vinhas.

A psicóloga clínica disse que, nos cerca de 13 anos de atividade do CADIn, que pretende ser “uma referência” na abordagem e tratamento das perturbações do neurodesenvolvimento, foram já atendidos “22 mil utentes, desde a infância à idade adulta”.

Quando as “crianças chegam a CADIn”, como afirma Júlia Vinhas, “é porque os pais observaram algum comportamento que consideram não ser normativo ou lhes causa algum tipo de preocupação, ou porque vêm indicados por professores”, e é necessário “ser observado pelo médico e, posteriormente, por um técnico mais focado em determinada idade ou competência comportamental, para se fazer uma avaliação”.

Entre esses comportamentos estão, segundo a especialista, “problemas do sono, insucesso escolar em que já foram tentadas várias estratégias e nada resulta, incumprimento de regras ou estar sempre agarrado à tecnologia”.

“Estes são os sintomas que podem ser sinónimo de um leque muito diverso de perturbações, ou não”, alertou, insistindo na necessidade de a comunidade estar preparada para avaliar e responder a estes problemas.

“Existem cada vez mais diagnósticos, porque cada vez há mais conhecimento e instrumentos de avaliação e, por isso, conseguimos maior número de diagnósticos. Quando as pessoas nos procuram existem queixas e sintomas, muitos deles são sempre relacionados com questões comportamentais, mas não é regra geral, porque nós também recebemos crianças com perturbações de espetros do autismo, com perturbações específicas da comunicação, défice de atenção ou hiperatividade”, matizou ainda a coordenadora do CADIn.

É preciso encontrar doentes
Representantes dos Estados-membro da União Europeia comprometeram-se a eliminar a hepatite C, um objetivo que, em Portugal,...

Luís Mendão, presidente do Grupo Português de Ativistas sobre Tratamentos de VIH/SIDA (GAT), presente na primeira cimeira política sobre hepatite C, que decorre em Bruxelas, sublinhou a importância deste encontro e as portas que o mesmo pode abrir.

No encontro, os participantes assinaram um manifesto, através do qual se comprometem com a eliminação da doença na Europa até 2030.

Os signatários “apelam a que todas as pessoas com a doença tenham acesso ao tratamento”.

Luís Mendão acrescenta, contudo, que o fim da doença não acaba no tratamento, pois “é preciso traçar planos de prevenção e diagnóstico”.

Isto porque “a maior parte das pessoas infetadas não sabe que é portadora do vírus e é preciso trazê-la aos centros de tratamento e dar-lhes a medicação”.

Segundo o presidente do GAT, Portugal comprometeu-se a tratar 13 mil doentes até fevereiro, embora se estime a existência de 50 mil doentes.

“Para tratar mais doentes, os preços dos medicamentos precisam de descer”, defendeu, congratulando-se com o facto de existirem três companhias com medicamentos muito bons para a hepatite C.

Luís Mendão apontou ainda as dificuldades no tratamento dos infetados nas prisões, onde existe “um problema sério”. “Temos mais de 2.000 infetados nas prisões e apenas 40 pessoas tiveram acesso ao tratamento”.

Segundo dados oficiais, quase 6.000 doentes iniciaram tratamentos para a hepatite C em Portugal, com pelo menos 1.200 utentes já considerados curados.

Os números, que reportam a 01 de fevereiro, constam do site da Autoridade Nacional do Medicamento (Infarmed) e contabilizam 5.992 doentes com tratamento iniciado.

Dos doentes que já finalizaram o protocolo de tratamento, 1.202 estão curados e há 49 dados como doentes não curados.

O acordo entre o Estado e o laboratório que fornece os medicamentos inovadores para a hepatite C foi formalizado há um ano, tendo sido apresentado pelo então ministro da Saúde, Paulo Macedo, no dia 6 de fevereiro de 2015.

Estudo
Cientistas britânicos identificaram um gene que pode ser utilizado para prever o quanto um jovem utilizador de cannabis é...

A pesquisa, publicada na revista científica Translational Psychiatry, também mostra que as mulheres que fumam “charros” são potencialmente mais suscetíveis que os homens à perda de memória de curto prazo provocada pela droga.

De acordo com os autores do estudo, escreve o Diário Digital, pesquisas anteriores já haviam sido feitas com foco em pessoas que já sofrem com psicose. Mas o novo trabalho observou pessoas saudáveis e examinou as suas respostas agudas, isto é, como a droga afeta as suas mentes.

Um estudo anterior havia determinado uma ligação entre o gene AKT1 e pessoas que já haviam desenvolvido psicose. No novo estudo, Celia Morgan, professora de psicofarmacologia da Universidade de Exeter e Val Curran, do University College London (UCL), descobriu que jovens com uma variação no gene AKT1 experimentam distorções visuais, paranoia e outros sintomas psicóticos de forma mais acentuada quando estão sob influência da cannabis.

Embora apenas 1% dos utilizadores desenvolvam psicose, o impacto pode ser devastador e de longa duração, segundo os cientistas. De acordo com eles, sabe-se que o uso diário da droga dobra o risco de desenvolver desordens psicóticas, mas tem sido difícil estabelecer quem são os indivíduos mais vulneráveis.

Os cientistas haviam descoberto previamente uma alta prevalência de uma variante do gene AKT1 em consumidores de cannabis que desenvolveram psicose. Agora, pela primeira vez, uma pesquisa demonstra a ligação entre o mesmo gene e os efeitos da droga em jovens saudáveis.

“Esta descoberta é a primeira a demonstrar que pessoas com o genótipo AKT1 têm muito mais probabilidade de experimentar efeitos fortes ao fumar cannabis, mesmo que sejam saudáveis”, disse Célia.

Segundo Celia, embora a psicose induzida pela droga seja muito rara, quando esta ocorre, pode ter “impactos terríveis nas vidas dos jovens”. “Esta pesquisa pode ajudar a encontrar o caminho para a prevenção e para o tratamento da psicose da cannabis”, afirmou a investigadora.

Curran afirma que o estudo é o maior já conduzido sobre a resposta aguda à cannabis. “A nossa descoberta de que sintomas psicóticos quando um jovem está sob efeito da droga são previstos por variantes do gene AKT1 é um avanço emocionante. Acredita-se que essa reação aguda seja um marcador do risco de desenvolvimento de psicose a partir do uso da droga”, declarou.

O estudo envolveu 442 jovens que foram testados tanto sóbrios como sob a influência da droga. Os cientistas mediram a extensão dos sintomas de intoxicação e o efeito na perda de memória. Os dados foram comparados com os resultados obtidos sete dias depois, quando os jovens estavam livres do efeito da droga. Eles constataram então que os que tinham a variação no genótipo AKT1 tinham mais probabilidade de experimentar a resposta psicótica.

A pesquisa também apontou que mulheres são mais vulneráveis que os homens a prejuízos na memória de curto prazo depois de fumar cannabis.

“Estudos em animais mostraram que os machos possuem maior número dos recetores onde a cannabis funciona em partes do cérebro importantes para a memória de curto prazo, como o córtex pré-frontal. Precisamos de mais pesquisas nessa área, mas os nossos resultados indicam que os homens podem ser menos sensíveis que as mulheres aos efeitos prejudiciais da droga sobre a memória”, disse Celia.

Especialista revela
Os cigarros eletrónicos têm a reputação de serem menos prejudiciais que os cigarros normais. Mas novos dados científicos...

O mercado para produtos alternativos de tabaco, como o cigarro e narguilé eletrónicos, está a expandir-se rapidamente. Mas a ciência e os regulamentos em torno da segurança dessas opções ainda são incipientes. Quanto mais os cientistas observam os efeitos da vaporização, mais eles se preocupam, escreve o Diário Digital.

“Os nossos dados apontam para a direção de que os cigarros eletrónicos não são nada inofensivos”, afirmou Judy Zelikoff, toxicologista do Centro Médico Langone, da Universidade de Nova Iorque, durante o congresso anual da Associação Americana para o Avanço da Ciência.

A conferência realizada em Washington reuniu membros de algumas das maiores organizações científicas do mundo.

Zelikoff disse estar preocupada que mulheres grávidas possam fumar cigarros eletrónicos “porque pensam que tais produtos são seguros”. No entanto, testes com animais mostram uma história diferente e sugerem que o uso do e-cigarro pode prejudicar o feto.

Durante a sua pesquisa, ratas grávidas foram expostas ao vapor do chamado e-cig. A cientista da Universidade de Nova Iorque comparou então a ninhada dessas ratas com animais que não entraram em contacto com produtos de tabaco alternativos no útero.

Segundo Zelikoff, os animais jovens apresentaram mudanças no córtex do lobo frontal, a parte do cérebro responsável pela cognição, planeamento e motivação. “Os genes que foram afetados nesses animais estão associados com doenças mentais, como a esquizofrenia”, disse a cientista.

A prole exposta ao vapor do cigarro eletrónico também era hiperativa em comparação com o outro grupo. Além disso, os ratos do sexo masculino produziam uma quantidade menor ou menos ativa de esperma, reduzindo assim a sua capacidade de reprodução.

“É claro que ratos não são seres humanos”, observou Zelikoff. “Trata-se somente de cobaias. Mas se eu estivesse grávida, olharia definitivamente atentamente para esses dados dos testes com animais.”

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