Portugal pode transplantar mais
A Sociedade Portuguesa de Transplantação acredita que apesar de os dados recentemente publicados pelo Instituto Português do...

Em 2015 houve 381 dadores e foram realizados 830 transplantes. Estes números representam uma melhoria significativa que já se antevia em 2014 mas Portugal está ainda aquém do potencial de colheita e transplantação. “Se se tivesse mantido a tendência crescente de 2009 e 2010 seguramente estaríamos melhor mas uma discutível reformulação das responsabilidades da tutela na transplantação e algum desinvestimento em 2011 e 2012 fizeram parar e perder muito do trabalho que já estava feito pela antiga Autoridade para os Serviços de Sangue e da Transplantação (ASST). Ainda hoje não são completamente claras as fronteiras entre as responsabilidades da Direção Geral de Saúde (DGS) e do Instituto Português do Sangue e Transplantação (IPST). O IPST reconhece que não tem os meios adequados para coordenar efetivamente este campo de atividade”, defende Fernando Macário, presidente da Sociedade Portuguesa de Transplantação.

O especialista realça que “a melhoria dos números refletem um esforço grande de reorganização da equipa da coordenação de transplantação do IPST, mas ainda assim muito mais há por fazer. As medidas tomadas na área da transplantação nos últimos anos são importantes mas representam um investimento insuficiente e os números poderiam ser melhores. Se o transplante em paragem cardiocirculatória não tivesse demorado tantos anos a arrancar, teríamos seguramente mais dadores e mais transplantes”.

Fernando Macário refere também que as discrepâncias regionais se mantêm. “As discrepâncias no transplante de cadáver são ainda marcadas. Temos unidades hospitalares que não detetam todos os potenciais dadores e colhem órgãos muito aquém do que deveriam, uma situação relativamente à qual temos lançado repetidos alertas. É também necessário repensar a rede de coordenação da colheita. As estruturas oficiais não têm capacidade para auditar e vigiar esta atividade. Os registos da atividade ainda são arcaicos e a informação não circula entre os profissionais da área.

O Presidente da SPT repara ainda que continua a haver uma média de 130 órgãos, principalmente rins, que são colhidos mas não são aproveitados. A explicação passa pela elevada idade média e morbilidade dos dadores. Mas não só. “Na zona Centro e na zona Norte os hospitais de transplantação têm a capacidade para fazer exames de anatomia patológica aos rins colhidos sempre que é necessário e assim avaliar se podem ser utilizados. Isto é fundamental nos dadores de critérios expandidos (com mais idade ou patologia prévia), que são a maioria nos dias de hoje. Mais grave, é o facto da zona de Lisboa onde estão a maioria das unidades de transplantação não ter capacidade de resposta para a realização de biópsias do enxerto renal sempre que necessário. Assim, alguns dos rins de dadores mais idosos ou com patologias que poderiam ser aproveitados são rejeitados”, explica Fernando Macário.

“Além do esforço que está a ser feito na área da colheita de órgãos também é necessário apostar na formação de recursos humanos na área da transplantação e na melhoria das condições de algumas unidades de transplantação”, conclui o presidente da SPT.

13 de fevereiro - Dia Internacional do Preservativo
Pelo quarto ano consecutivo, o GAT – Grupo de Ativistas em Tratamentos, irá assinalar o Dia Internacional do Preservativo com a...

Pelo quarto ano consecutivo, o GAT – Grupo de Ativistas em Tratamentos, irá assinalar o Dia Internacional do Preservativo com a inauguração da pintura da fachada de um edifício devoluto no bairro da Mouraria e com a distribuição de preservativos na cidade de Lisboa.

A iniciativa, a ter lugar na véspera do Dia dos Namorados, tem como objetivo promover o uso do preservativo como meio de prevenção da infeção pelo VIH e outras infeções sexualmente transmissíveis (IST) e resulta de uma parceria entre o GAT e a AHF – AIDS Healthcare Foundation.

O uso consistente do preservativo contínua abaixo do necessário, quer entre a população geral, quer entre as populações chave na resposta à epidemia VIH, pelo que a promoção do uso do mesmo continua a ser uma prioridade. Por esse motivo, este ano decidimos marcar a data com a pintura de um mural pelo street artist Hibashira em conjunto com utentes do centro IN-Mouraria, um centro do GAT dirigido a pessoas que usam drogas.

A inauguração terá lugar às 11 horas nos números 81 e 83 da Calçada de Santo André, bairro da Mouraria. Posteriormente, haverá uma distribuição de preservativos pelo centro da cidade.

Este evento, focado na prevenção do VIH e IST, em práticas sexuais mais seguras e no uso do preservativo, será assinalado em 130 eventos em 31 países.

O GAT – Grupo de Ativistas em Tratamentos é uma ONG de pessoas que vivem com VIH. Trabalha com pessoas que vivem com esta infeção e promove também a prevenção e o rastreio do VIH junto dos grupos em situação de maior vulnerabilidade: pessoas que usam drogas, pessoas migrantes, mulheres trans, homens que têm sexo com homens, e pessoas que fazem trabalho sexual.

O IN-Mouraria é um centro de redução de danos implementado pela associação GAT. Existe desde 2012 e apoia anualmente cerca de 500 pessoas que usam ou usaram drogas. É apoiado pela CML e Junta de Freguesia de Santa Maria Maior e foi recentemente considerado pela Organização Mundial de Saúde um exemplo de boas práticas no rastreio da infeção pelo VIH.

Infarmed
O Comité de Medicamentos de Uso Humano da EMA concluiu que o defeito detetado no dispositivo de medição do INR utilizado no...

O medicamento Xarelto é um anticoagulante, indicado para a prevenção de acontecimentos aterotrombóticos.

No principal ensaio clínico utilizado para suportar a aprovação deste medicamento anticoagulante em doentes com fibrilhação auricular não-valvular - estudo ROCKET – o efeito do medicamento Xarelto foi comparado com o da varfarina. Para fazer a medição da coagulação do sangue nos doentes a tomar varfarina foi utilizado um dispositivo de medição dos valores do INR que se verificou apresentar um defeito. Devido a este defeito, o dispositivo podia fornecer valores de INR mais baixos do que o real em alguns doentes do grupo a tomar varfarina. Consequentemente, os investigadores teriam de administrar uma dose mais elevada de varfarina, aumentando o risco de hemorragia, o que por sua vez poderia falsear a segurança comparativa do Xarelto face à varfarina.

O Comité de Medicamentos de Uso Humano da EMA (CHMP) concluiu que quaisquer medições incorretas obtidas com este dispositivo de medição INR teriam um efeito marginal sobre os resultados do estudo, pelo que a segurança do medicamento Xarelto permanece inalterada. Adicionalmente, os dados de outros grandes estudos confirmaram a segurança comparativa do medicamento.

Por esta razão, a relação benefício-risco do medicamento Xarelto em doentes com fibrilhação auricular não-valvular permanece inalterada e o medicamento Xarelto pode continuar a ser utilizado de acordo com as indicações aprovadas.

Exercício Físico e Alimentação
Para a Medicina Tradicional Chinesa, o exercício físico e a alimentação são dois aspetos fundamentai

De acordo com Hélder Flor “a medicina tradicional chinesa valoriza um reequilíbrio do organismo de forma gradual”. O exercício físico e a alimentação têm um papel importante neste processo e, como adianta o especialista, é preciso ter atenção aos excessos.

A verdade é que, tal como Hélder Flor explica, quer o exercício físico quer a alimentação estão associados às necessidades mais básicas de um organismo.

“Devemos considerar os alimentos como se fossem medicamentos que tomamos de três em três ou de quatro em quatro horas”, começa por dizer. “Podemos tomar bons medicamentos que vão fazer com que vivamos mais e melhor, ou podemos tomas medicamentos que têm efeitos secundários no nosso organismo, tanto a curto como a longo prazo”, justifica o terapeuta.

Apesar de não se referir a alimentos proibidos, uma vez que acredita que “existe lugar para tudo com conta, peso e medida”, este especialista em Medicina Tradicional Chinesa recomenda que se evitem certos alimentos. “Alimentos com excesso de sal, excesso de açúcar, excesso de lacticínios, excesso de gordura, carnes gordas, fritos e excesso de álcool”, enumera.

“Em casos particulares, e sempre que descobrimos que a alimentação está a contribuir para o desequilíbrio energético que causa a doença, adaptamos a alimentação à pessoa, aconselhando certos alimentos e desaconselhando outros”, adianta Hélder Flor.

Um bom exemplo do que refere é o consumo de fruta, altamente aconselhado por todos os profissionais. “Sabemos, de uma maneira geral, que a fruta tem imensas propriedades imprescindíveis à manutenção da saúde do ser humano. No entanto, se diagnosticarmos uma síndrome de Deficiência de Qi Baço-Pâncreas – considerado pela Medicina Tradicional Chinesa como um único órgão – que, entre outros sintomas, pode manifestar diarreia, falta de apetite, cansaço, distensão abdominal ou apresentar língua marcada pelos dentes, devemos desaconselhar o consumo de frutas com muita água, como é o caso do melão ou melancia”, explica.

Ainda assim, Hélder Flor aconselha a apostar numa dieta rica em vegetais, alimentos não processados – “o mais perto do seu estado natural” – frutas, sobretudo da época, peixe e alguma carne e cereais. “Mas não cereais de pequeno-almoço”, refere.

Na consulta de dietética, complementar aos tratamentos de Medicina Tradicional Chinesa, esta dieta base é adaptada caso a caso, consoante as necessidades do paciente. E há sempre truques que podem ajudar ao consumo de alguns alimentos essenciais mesmo quando não se gosta.

“No caso de termos uma pessoa que não gosta de aveia e esse ser um dos cereais que deve privilegiar, podemos sempre tentar disfarçar o seu sabor através da maneira de o cozinhar”, explica o terapeuta.

“Podemos aconselhar, por exemplo, a sua adição em pequenas quantidades às sopas, ou adicionar às tradicionais papas de aveia um pouco de mel, canela e nozes ou outros frutos secos”, exemplifica.

Relativamente ao exercício físico, Hélder Flor recomenda que nos centremos na frase popular «parar é morrer».

“Não é exagero. Podemos pensar que quando uma pessoa está acamada os músculos começam a atrofiar e definhar. No nosso dia-a-dia, obviamente, isto não acontece mas sabemos que quando os nossos músculos não são utilizados acabam por perder a sua vitalidade e elasticidade”, afirma.

“Isto acontece porque o nosso corpo é uma máquina que tenta, a todo o momento, poupar energia, logo, gasta mais com os sistemas que não são utilizados”, explica.

Tal como a alimentação, tão importante para o reequilíbrio do nosso organismo, também o exercício físico deve ser adaptado à condição de cada um.

“Para uma pessoa com muito peso não devemos aconselhar corrida mas sim caminhadas, em passo rápido, em terreno plano ou com inclinação ligeira”refere.

“Outro exemplo, são os problemas osteoarticulares. Normalmente, os médicos convencionais aconselham natação a pessoas com problemas de coluna. Devemos ter em atenção que nem todas as pessoas beneficiam de natação ou, pelo menos, de todos os estilos de natação”, adianta Hélder Flor.

“Genericamente falando, para uma pessoa com problemas cervicais não devemos aconselhar estilos como bruços, crawl ou mariposa, mas costas já é bem tolerado pela maioria das pessoas com este problema”, conclui.

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Privação do sono
Passamos cerca de um terço da nossa vida a dormir.

1. Previne o cancro
De acordo com especialistas, a qualidade do sono está diretamente ligada à qualidade de vida, sendo um importante aliado na prevenção de doenças. Poucas horas de sono prejudicam o sistema imunitário, favorecendo quadros inflamatórios deixando o corpo mais vulnerável ao desenvolvimento de cancro.

Enquanto dormimos, na ausência de luz, o corpo produz hormonas e substancias que têm um papel fundamental para o bom funcionamento do organismo, como é o caso da melatonina.

Várias pesquisas mostram que, para além de regular o nosso ciclo biológico, a melatonina consegue inibir o crescimento tumoral e a produção de células cancerígenas e, também, bloquear a formação de novos vasos sanguíneos dos tumores.

Recentemente, um estudo publicado na revista Cancer Research, demonstrou que não ter uma boa noite de sono pode acelerar o processo de desenvolvimento e crescimento de cancro e torná-lo mais agressivo.

2. Controla o metabolismo
Vários estudos apontam para a existência de uma forte ligação entre o metabolismo e sono, concluindo que uma noite mal dormida pode comprometer a atividade metabólica.

De acordo com os endocrinologistas, dormir menos de seis horas por noite afeta a produção de cortisol – hormona que favorece a acumulação de gordura abdominal.

A privação do sono faz com que os níveis de colesterol sérico (uma hormona envolvida na resposta ao stress) aumentem, comprometendo a resposta imune e fazendo com que diminua a capacidade do corpo processar a glicose. Como consequência dá-se o aumento do apetite e a diminuição do gasto energético.

Um estudo realizado numa população masculina saudável mostrou que uma média de quatro horas de sono está associada ao aumento de consumo de alimentos calóricos, ricos em hidratos de carbono.

3. Promove a regeneração dos tecidos
De acordo com uma pesquisa da Universidade de Surrey, o hábito de dormir menos do que seis horas por dia pode fazer com que o organismo desligue genes essenciais para a regeneração dos tecidos.

O nosso corpo está programado para produzir proteínas para reverter o processo de desgaste dos tecidos que acontece durante o dia. No caso de pessoas que dormem pouco a função de 711 genes é afetada de alguma forma, sobretudo, os genes envolvidos no metabolismo, imunidade, stress e combate a inflamações.

4. Promove o bom funcionamento cardíaco
Um estudo da Universidade de Ciência e Tecnologia da Noruega demonstrou que dormir pouco traz impactos negativos à saúde do coração.

Durante 11 anos, esta pesquisa acompanhou 50 mil voluntários, com idades compreendidas entre os 20 e os 89 anos, que, no inicio do estudo, não apresentavam distúrbios cardiovasculares.

Após uma década de observação, exaustão e falta de ar foram os sintomas comuns apresentados por aqueles que tinham dormido pouco ou mal.

De acordo com os autores deste estudo, a privação do sono produz alterações metabólicas e endócrinas que afetam o coração. Entre os efeitos negativos de dormir pouco está o aumento do fluxo sanguíneo e da frequência cardíaca.

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Perguntas e respostas
Perguntas e respostas sobre o vírus Zika, que se tem propagado na América Latina e que tem uma possí

O que é?
O vírus Zika é transmitido por mosquitos e os principais vetores são do género ‘Aedes’. Inicialmente identificado no Uganda, em 1947, foi posteriormente identificado em seres humanos, em 1952, no Uganda e na Tanzânia. Atualmente têm-se registado surtos da doença por vírus Zika nas Américas, África, Ásia e Pacífico. Está ainda a ser investigada a possível associação entre a infeção por vírus Zika e a microcefalia diagnosticada em fetos e recém-nascidos, bem como com a associação entre esta infeção e o síndrome de Guillain-Barré.

Como a pessoa é infetada e formas de transmissão
O vírus é transmitido aos seres humanos pela picada de mosquitos infetados. Segundo a Direção-Geral da Saúde (DGS), em regra, a doença não se transmite de pessoa a pessoa e, por isso não haverá risco de formação de cadeias de transmissão.

Contudo, há transmissão perinatal – por via da placenta ou durante o parto - quando a mãe está infetada.

Há ainda um reduzido número de casos, ainda em investigação, de transmissão do Zika por via sexual.

Existe também um risco potencial de transmissão por transfusão de sangue.

Risco e conselhos das autoridades de saúde
Perante a possibilidade de esta doença causar malformações em fetos, a DGS recomenda que as grávidas não se desloquem, neste momento, para zonas afetadas. Caso tal não seja possível, devem procurar aconselhamento em Consulta do Viajante e seguir rigorosamente as recomendações dadas.

Características clínicas da infeção
O período de incubação varia entre três a 12 dias após a picada do mosquito. A maioria das vezes (entre 60 a 80%) a infeção não revela sintomas.

Quando existem sintomas, são geralmente ligeiros: síndrome febril, de curta duração e que se resolve em quatro a sete dias sem complicações graves. Pode ocorrer ainda exantema com manchas, conjuntivite ou dor de cabeça.

Atualização epidemiológica
Casos de infeção por vírus Zika têm ocorrido em países do continente americano, do Pacífico e também em Cabo Verde.

Não há notificação de casos autóctones no continente europeu. No entanto, há casos importados, que são identificados esporadicamente.

Portugal registou, desde junho de 2015, seis casos de Zika confirmados laboratorialmente, todos em viajantes regressados da América Latina, segundo a DGS.

Segundo dados do Centro Europeu de Controlo de Doenças, até 28 de janeiro, vários países reportaram casos confirmados de infeção por vírus Zika, como: Barbados, Bolívia, Brasil, Cabo Verde, Colômbia, Curaçau, Equador, El Salvador, Guiana, Guiana Francesa, Guadalupe, Guatemala, Haiti, Honduras, Ilhas Fiji, Ilhas Virgens, Ilhas Samoa, Ilhas Salomão, Maldivas, Martinica, México, Nova Caledónia, Nicarágua, Panamá, Paraguai, Porto Rico, República Dominicana, Saint Martin, Suriname, Tailândia, Vanuatu e Venezuela.

Tratamento
É baseado principalmente no alívio da dor (caso exista) ou na administração de medicamentos para a febre ou para as erupções de pele (se ocorrerem). Não existe nenhuma vacina nem qualquer tratamento específico para a doença por vírus Zika.

Não se aconselha a toma de ácido acetilsalicílico nem de anti-inflamatórios não-esteroides.

Medidas preventivas
A principal prevenção é proteção contra a picada do mosquito. Para isso é aconselhado pela DGS o seguinte:

  • Utilizar vestuário adequado para diminuir a exposição corporal à picada (camisas de manga comprida, calças);
  • Optar preferencialmente por alojamento com ar condicionado;
  • Utilizar redes mosquiteiras; aplicar repelentes observando as instruções do fabricante (fazendo notar que: crianças e mulheres grávidas podem utilizar repelentes de insetos apenas mediante aconselhamento de profissional de saúde. Não são recomendados para recém-nascidos com idade inferior a 3 meses;
  • Se tiver de utilizar protetor solar e repelente, deverá aplicar primeiro o protetor solar e depois o repelente).

As grávidas que tenham permanecido em áreas afetadas devem consultar o médico de família ou o obstetra após o regresso, mencionando a viagem.

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"Filhos da Ciência"
Cerca de 3% das crianças nascidas em Portugal são fruto de tratamentos contra a infertilidade. É sobre a dor desta doença, as...

“É um livro sobre a dor da infertilidade, para que os casais que passam por isto saibam que não estão sós”, refere a autora Sandra Moutinho, que lança na quinta-feira este livro, quase nove anos depois de ter sido mãe de “um filho da ciência”.

Em 2004 escreveu o primeiro livro sobre este tema, “Tudo por um filho”, numa altura em que ainda lutava pelo sonho de conseguir ser mãe e em que se debatia com uma série de dúvidas para as quais não encontrava facilmente resposta.

Esse trabalho foi então, como a própria autora diz, o livro que gostaria de ter lido e serviu para ajudar e dar respostas aos problemas e dúvidas de dezenas de casais inférteis.

Com este “Filhos da Ciência”, Sandra Moutinho fecha um capítulo da sua vida, assumindo que o escreveu porque o deve aos leitores da primeira obra e às dezenas de mães ou candidatas a tal.

“É o meu epílogo. É a página seguinte após uma luta de 15 anos contra a infertilidade. E porque me apercebi que algumas das dúvidas que eu tinha eram dúvidas de outros pais”, afirmou a jornalista de profissão.

No entanto, este não é um livro centrado apenas na história da autora, conta naturalmente com relatos na primeira pessoa, mas foca depoimentos de seis crianças nascidas em Portugal graças à Procriação Medicamente Assistida (PMA).

Entre eles, o testemunho de Carlos Miguel Saleiro, o primeiro bebé proveta português, que completa 30 anos, e o de Louise Brown, que nasceu há 37 anos e foi a primeira no mundo.

Mas não é só de relatos de filhos da ciência que é feito o livro, “como 30 anos é muito tempo”, Sandra Moutinho decidiu “ir ouvir alguns especialistas portugueses na área para ter a sua visão sobre estas crianças, desde que são feitas no laboratório, até que os pediatras as seguem”.

É o caso do médico António Pereira Coelho, que “fez” Carlos Saleiro, de Alberto Barros ou de Gervásio Silva.

Conta ainda as histórias que rodearam o nascimento da primeira bebé proveta no mundo e do seu “pai científico”, Robert G. Edwards, que juntamente com o ginecologista Patrick Steptoe, foi responsável pelo primeiro nascimento de uma criança concebida fora do útero.

A Fertilização in Vitro (FIV) é até hoje um dos grandes feitos da medicina, mas Robert G. Edwards demorou mais de 30 anos a ser galardoado com o Prémio Nobel.

Sandra Moutinho procurou reunir estudos de outros países que acompanham a saúde destes bebés proveta desde o seu nascimento para tentar perceber se existe fundamento para as suspeitas de que as técnicas de PMA possam provocar problemas físicos e psicológicos nas crianças.

A principal conclusão é a de que a sua saúde é hoje melhor do que quando os procedimentos começaram a ser aplicados, uma vez que são agora mais seguros e com menor criação de embriões excedentários.

“São crianças normais. Os investigadores portugueses também chegaram a essa conclusão”, afirma a autora e jornalista da Lusa, explicando que alguns dos problemas de que padeciam estes bebés – como paralisias cerebrais ou patologias cardíacas – se deviam essencialmente à idade avançada dos pais ou a embriões implantados em excesso que levavam a partos prematuros, e não à técnica em si.

Ao nível da investigação, a autora sublinha que Portugal está na vanguarda em matéria de PMA, fazendo tudo o que se faz lá fora, ainda que os procedimentos estejam devidamente balizados pela lei.

“Aos legisladores cabe legislar, aos médicos curar. Aos casais cabe sonhar. E ninguém lhes deve travar esse sonho”.

DGS aconselha
A Direção-Geral da Saúde acrescentou às medidas de prevenção contra o vírus Zika a utilização de preservativo em relações...

“Os cidadãos que se deslocam para áreas afetadas devem adotar medidas de proteção sexual, nomeadamente o uso do preservativo”, lê-se numa atualização do boletim de orientação da Direção-Geral da Saúde (DGS) para o vírus Zika, originalmente divulgado a 15 de janeiro e atualizado na segunda-feira, que está disponível na página da internet daquela entidade.

No caso de um homem que regresse “de área afetada”, caso este apresente sintomas deve, além de “realizar tratamento sintomático”, “utilizar preservativo nas relações sexuais durante seis meses, à luz do princípio da precaução e segundo os conhecimentos atualizados”. Caso não apresente sintomas, deve “utilizar preservativo nas relações sexuais durante 28 dias”.

Segundo a DGS, a principal medida de prevenção é “a proteção contra a picada de mosquito”. Nomeadamente, “utilizar vestuário adequado para diminuir a exposição corporal à picada”, “optar preferencialmente por alojamento com ar condicionado”, “utilizar redes mosquiteiras”, “ter especial atenção aos períodos do dia em que os mosquitos do género ‘Aedes’ picam mais frequentemente (a meio da manhã e desde o entardecer ao por do sol)”, e “aplicar repelentes observando as instruções do fabricante”.

Aos cidadãos que se desloquem aos países afetados com o vírus, como o Brasil e a Colômbia, a DGS aconselha: “antes do início da viagem devem procurar aconselhamento em Consulta do Viajante”; “as grávidas não devem deslocar-se, neste momento, para zonas afetadas”; “as pessoas imunocomprometidas ou com doenças crónicas graves devem obter aconselhamento junto do seu médico antes de planear uma viagem a uma área afetada”; “no país de destino seguir as recomendações das autoridades locais”.

A DGS aconselha aos cidadãos “provenientes de uma área afetada” e que apresentem, “até 28 dias após a data de regresso, sintomatologia sugestiva de infeção por vírus Zika” que contactem a linha Saúde 24 (808 24 24 24).

Programa operacional regional Norte 2020
Melhorar unidades de saúde primários e requalificar serviços de urgência hospitalar é o objetivo do novo concurso aberto no...

“Continuam a verificar-se necessidades de intervenção na rede de equipamentos de saúde, quer nos cuidados de saúde primários, quer no que se refere à rede de serviços de urgência”, revela o aviso do concurso cuja abertura foi divulgada pela Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N), responsável pela gestão do Norte 2020.

No documento, disponível online na página dedicada ao Norte 2020 da CCDR-N, é assumido que “em vários casos, existem ainda unidades de saúde a funcionar em instalações de recurso que não oferecem as condições mínimas exigidas para a prestação de cuidados de saúde”.

Assim, e ao nível dos cuidados de saúde primários, é defendida a necessidade de “garantir as condições físicas adequadas ao desenvolvimento do trabalho de equipas multiprofissionais próximas das populações”.

“Grande parte dos ACES [Agrupamentos dos Centros de Saúde] da Região do Norte tem assinaladas necessidades de intervenção nas condições físicas de edifícios tendo em vista a funcionalidade atualmente exigida para a prestação de cuidados”, assinala o documento.

Já quanto aos cuidados hospitalares, destaca-se ser necessário não só “garantir as condições físicas para a prestação de cuidados de qualidade”, mas também “investimentos que permitam a concentração de serviços, a otimização das estruturas existentes e a requalificação de espaços que apresentam atualmente elevados custos de manutenção”.

A comissão diretiva diz mesmo que “não podem deixar de ser realizados investimentos nas infraestruturas da rede de urgências, sob pena de se comprometer a qualidade dos cuidados”.

As necessidades de intervenção foram já identificadas no mapeamento (uma listagem indicativa de prioridades) dos investimentos em infraestruturas de saúde, proposta pela Administração Regional de Saúde do Norte (ARS-Norte).

Num documento de maio, a proposta da ARS-Norte contemplava 19 milhões para a Área Metropolitana do Porto, dos quais 9,2 milhões deveriam ser atribuídos ao concelho de Gaia para a remodelação das urgências do hospital e construção de duas unidades de saúde (Madalena e Vilar do Andorinho).

Já para a cidade do Porto estavam então inscritos 3,4 milhões repartidos pela remodelação da unidade de saúde da Batalha (com 1,8 milhões de euros), pela remodelação do centro de saúde de Campanhã (com 1,3 milhões de euros) e pela beneficiação e alargamento do serviço de urgência do hospital de Santo António.

A mesma proposta da ARS-Norte atribuía, então, 1.9 milhões de euros para dois projetos na CIM (Comunidade Intermunicipal) do Ave, 1,7 milhões de euros para a CIM do Cávado, 1,4 milhões para o Alto Minho, 977 mil euros para o Alto Tâmega, 977 mil euros para o Douro e 617 mil euros para o Tâmega Sousa.

Agora, no concurso que termina a 31 de outubro, é realçado que as necessidades de intervenção identificadas no Mapeamento dos Investimentos em Infraestruturas de Saúde “terão de ser atendidas num contexto de envelhecimento crescente da população, com o consequente aumento de doenças crónicas, e de alteração da distribuição da população no território”.

A dotação do cofinanciamento FEDER (Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional) a atribuir à totalidade das operações a selecionar no âmbito deste concurso é de 25,4 milhões de euros.

Estudo
Um estudo elaborado pelo Hospital de Sant Pau, o Idibell e a Universidade Autónoma de Barcelona demonstrou, pela primeira vez,...

De acordo com o estudo, liderado por um grupo de investigação em neuropsicofarmacologia humana do Instituto de Investigação Biomédica (IIB) de Sant Pau, os consumidores de cocaína têm uma alteração funcional do cérebro, que não deteta corretamente as consequências adversas do próprio comportamento.

O estudo, no qual colaborou a Unidade de Condutas Aditivas do Serviço de Psiquiatria de Sant Pau, o grupo de Plasticidade Cerebral do Instituto de Investigação Biomédica de Bellvitge (Idibell) e o Departamento de Farmacologia e Terapêutica da Universidade Autónoma de Barcelona (UAB), demonstra também que os consumidores de cocaína têm dificuldade na atribuição de prioridades, na tomada de decisões e na inibição de condutas inadequadas.

No estudo, publicado na revista “Addiction Biology”, os investigadores utilizaram três técnicas diferentes de neuro-imagem por ressonância magnética para estudar os padrões da atividade cerebral e a integridade da matéria cinzenta e branca dos consumidores de cocaína.

Os investigadores expuseram os consumidores de cocaína a um sorteio enquanto mediam a sua atividade cerebral e descobriram que mostrava um estado de ativação no estriado ventral, uma região profunda do cérebro que forma parte do denominado “circuito de recompensa”.

Este circuito é formado por uma série de regiões interconectadas que favorecem comportamentos básicos, como comer ou fazer sexo.

Durante o estudo, os consumidores de cocaína mostraram maiores ativações que os indivíduos saudáveis, tanto quando os resultados obtidos no jogo de fortuna ou azar eram favoráveis (ganhar dinheiro) como quando eram adversos (perder dinheiro).

“Esta hipersensibilidade generalizada do estriado ventral estava acompanhada de um perfil de ativação anómalo no córtex pré-frontal, uma região do cérebro que é uma área muito mais evoluída e que se encarrega da regulação da própria conduta, sendo capaz de inibir os comportamentos automáticos e impulsivos que favorece o estriado ventral”, segundo o estudo.

Os resultados mostram que enquanto nos indivíduos saudáveis um resultado desfavorável no jogo de fortuna ou azar produz uma atividade robusta desta área, nos consumidores de cocaína permanece desativada, sem responder às consequências adversas do próprio comportamento.

O estudo encontrou também diferenças estruturais entre os cérebros dos consumidores e o dos não consumidores.

A análise de volume da matéria cinzenta cerebral encontrou uma hipertrofia do núcleo caudado e o córtex orbito frontal, duas áreas cerebrais que pertencem ao circuito de recompensa e que se relacionam com os comportamentos compulsivos.

Entre os consumidores de cocaína, os pesquisadores descobriram que as vias de conexão cerebrais estão degradadas entre as áreas que controlam processos cognitivos importantes como são a regulação da própria conduta e a atenção.

Estes défices, segundo os investigadores, podem explicar diversas manifestações da adição como a procura compulsiva de drogas e os problemas de autocontrolo.

Em Matosinhos
A Associação de Apoio a Pessoas com Cancro presta auxílio, sob várias formas, a cerca de 400 utentes que, na sua maioria, lhes...

Criada na Senhora da Hora, em Matosinhos, em 2005, a Associação de Apoio a Pessoas com Cancro (AAPC) é uma organização sem fins lucrativos que, de forma gratuita, auxilia os doentes oncológicos que tanto os hospitais como as Juntas de Freguesia, e até particulares, lhes fazem chegar nas mais diversas fases dos respetivos tratamentos.

Em declarações, a coordenadora Susana Pires Duarte explicou de que forma os doentes recebem o apoio: "prestamos ajuda alimentar e nas necessidades emocionais numa fase muito complicada da doença, quando estão acamados, mas também nas suas casas, pelo tempo que for necessário, de forma gratuita".

Mas não se fica por aqui o apoio, já que, segundo a responsável, os utentes podem também usufruir de "camas articuladas, colchões antiescaras e de cadeiras de rodas", tudo isto numa conjuntura de crise "em que os apoios à associação escasseiam" e onde o "voluntariado que resulta de parcerias é necessário para manter o espaço".

A diminuição na receita obtida tem tido impacto, segundo Susana Pires Duarte no "apoio alimentar prestado e que está restrito a 100 famílias".

E numa casa onde o ioga, reiki e a meditação assumem um papel central no processo de apoio aos doentes oncológicos, a coordenadora destaca que o objetivo "é centrar o doente na associação, mas dando-lhe autonomia, potenciando as suas qualidades para que possa prosseguir e regressar ao mundo do trabalho".

"As terapias ocupacionais como forma de melhoria da autoestima e a partilha da fase que estão a viver, sentindo a entreajuda, dando azo à sua criatividade e a focar-se em aspetos positivos", foram aspetos sublinhados por Francisco Vieira, psicólogo voluntário na AAPC.

Para o especialista, "o apoio psicológico visa minimizar o sofrimento dos utentes, dotando-os de estratégias que lhes permitam fazer face à doença para que consigam lidar com esse processo e ajustar-se aos tratamentos", explicando ser comum "nesta fase do tratamento, os doentes sentirem medo, baixa autoestima e perdas físicas que são difíceis de gerir". "O problema não é sofrimento, o que destrói é não existir significado para o sofrimento", frisou.

Destacando a importância da meditação como forma de gestão emocional pelo "controlar dos seus pensamentos e produção de melatonina" que trará um "sono mais regenerador", Francisco Vieira sublinha também as mais-valias do ioga "que confere maior flexibilidade muscular e utiliza a respiração como forma de manter as pessoas em alta".

Já o reiki, "complementa a medicina tradicional, permite baixar os níveis de stress e de ansiedade, promovendo o relaxamento e dando uma sensação de conforto aos doentes", explicou o psicólogo que alertou para as dificuldades que a AAPC ao nível de apoios para o exercício da sua atividade.

"Desde que se fala em crise que há problemas na área dos donativos, numa conjuntura e num papel do Estado que não está a ser feito e, pelo que sei, a associação está com imensas dificuldades", lamentou Francisco Vieira.

A AAPC funciona de segunda a sexta-feira, entre as 9 e as 18:30, e conta com o apoio de duas assistentes sociais.

Doenças oncológicas
Três mulheres, que além de doentes oncológicas têm de enfrentar as dificuldades geradas pela perda do emprego e até processos...

Maria Elisabete Cunha, Fátima Pinheiro e Maria do Céu Silva têm muito mais em comum do que serem utentes da Associação de Apoio às Pessoas com Cancro (AAPC), organização onde se conheceram quando foram confrontadas com problemas oncológicos.

Situada na Senhora da Hora, em Matosinhos, a AAPC tem sido a força motriz que as fez revitalizar, como refere Fátima Pinheiro, vítima de cancro na mama: "É um complemento fundamental para [enfrentar] a nossa doença, até porque mudamos completamente a nossa maneira de estar e de ver a doença".

Desempregada e a enfrentar um processo de divórcio, para além do combate ao cancro, a utente assumiu que associação "é a sua retaguarda” imprescindível. “Sem ela já não estaria aqui", acrescentou.

"Consigo hoje ver a doença e os contratempos com outra postura e maneira de ser, com leveza", sublinhou Fátima Pinheiro, uma das cerca de 400 pessoas a quem a associação criada em 2005 presta o mais variado auxílio, desde o alimentar ao apoio psicológico e de material.

Há 19 anos vítima de um cancro da mama, Maria Elisabete Cunha beneficiou "da transmissão de conhecimentos" por parte da associação que a ajudou a "ultrapassar a doença", destacando as "terapias ocupacionais, as sessões de reiki, ioga, como forma de obter bem-estar e equilíbrio".

Frisando que "o pior que um doente pode fazer é isolar-se", a utente da AAPC explica que o “importante” é saber lidar com a doença.

"Temos de ser otimistas, nunca desanimar. A raiva não pode existir, temos que aceitar o que Deus nos deu e esta fé permite-nos superar até o impensável".

A combater um mieloma múltiplo, doença na medula óssea, rara e da qual diz saber que "não tem cura", Maria do Céu Silva nem por isso deixa de ser das mais animadas do grupo nas terapias ocupacionais.

"Eu vivi depois de ter tido o cancro. Consegui, depois disso, a minha paz interior", disse à Lusa, explicando que "por vezes, é preciso levar um safanão da vida para dar importância às pequenas coisas".

Obrigada a "vender o apartamento devido aos problemas financeiros e a recorrer ao Banco Alimentar", Maria do Céu Silva, que já fez o segundo autotransplante, diz "estar aí para as curvas" e destaca a "importância da espiritualidade" em todo este processo.

"Tudo aqui nos faz bem”, afirma.

”A partilha que é muito boa", concluiu.

Segundo nutricionista
A vice-presidente da Ordem dos Nutricionistas Graça Raimundo explicou que a quebra no consumo de leite gordo se pode dever a...

“Se nós persistirmos numa ingestão sistemática de um valor calórico mais elevado e de uma quantidade de gorduras saturadas maior ao fim de algum tempo vamos ter os resultados. O leite magro tem aproximadamente 30 quilocalorias por 100 mililitros enquanto o leite gordo tem cerca de 60 por 100 mililitros. O meio gordo tem aproximadamente 45. Em termos nutricionais, a quantidade de proteínas e a quantidade de hidratos de carbono é igual”, ressalvou Graça Raimundo, questionada sobre os benefícios ou malefícios do leite gordo no contexto de uma eventual quebra do consumo.

A página da Direção-Geral da Saúde sobre alimentação saudável recorda que o leite é um “alimento de elevado valor nutricional [e] apresenta quantidades interessantes de vitaminas e minerais”, com destaque para a vitamina B12, a vitamina D, o cálcio e o fósforo.

"A população adulta e mesmo a população jovem não necessita de beber leite gordo, pode ser substituído por leite meio-gordo, que, em termos nutricionais, se torna mais adequado, porque a gordura do leite, embora seja uma gordura de fácil digestão, é uma gordura de origem animal e tem implicação nas doenças cardiovasculares", afirmou a dirigente da Ordem dos Nutricionistas.

Num texto escrito, o professor catedrático da Faculdade de Ciências da Nutrição e Alimentação da Universidade do Porto (FCNAUP) Pedro Moreira afirmou que, "contrariamente ao que muitas vezes se pensa, nem tudo é mau na gordura do leite e na sua fração gorda existem componentes de grande interesse em nutrição humana, desde as vitaminas solúveis na gordura (pelos seus teores, especialmente as vitaminas A e E), até aos próprios componentes que constituem naturalmente essa gordura".

"Ainda que possamos ter uma ideia contrária, o consumo de leite pode não ser, necessariamente, um fator que aumente o risco de doença coronária podendo até, no caso da ingestão de leite com menor teor de gordura, o consumo aparecer associado a menor risco de AVC", explicou Pedro Moreira, lembrando as diferenças entre leite e derivados como manteiga ou queijo.

A vice-presidente da Ordem dos Nutricionistas realçou que no que pode haver diferenças entre os diferentes teores de gordura é ao nível das vitaminas lipossolúveis, o que significa que quando se retira a gordura ao leite, as vitaminas lipossolúveis “acabam por não estar presentes” ou estão em menor quantidade, sendo importantes para o ser humano em termos de crescimento e de formação da massa óssea.

Graça Raimundo alerta que também os “ecos de estudos” que ligam o leite a doenças variadas podem ter um impacto no consumo de leite em geral, encaminhando as pessoas para as bebidas de soja, de amêndoa ou de arroz, a que, "de forma incorreta, a população chama leite".

“O que é importante que as pessoas percebam é que dentro destas opções há opções que são mais caras do que o próprio leite”, afirmou Graça Raimundo, por um lado, enquanto, por outro, o leite é “muito rico em termos proteicos e as proteínas são de alto valor biológico porque têm todos os aminoácidos essenciais”.

A nutricionista alertou para outra questão: “O que é importante que as pessoas percebam também é que o facto de estas bebidas vegetais não terem gorduras saturadas não significa que sejam isentas de gordura e às vezes há uma confusão entre a qualidade da gordura e a quantidade da gordura”.

Ana Paula Martins
A professora universitária Ana Paula Martins foi eleita bastonária da Ordem dos Farmacêuticos nas eleições do sábado passado,...

Cerca de 15 mil farmacêuticos estavam chamados no sábado a eleger o novo bastonário e Ana Paula Martins liderava a única lista que se apresentou para os órgãos nacionais da Ordem dos Farmacêuticos.

Para a Mesa da Assembleia Geral, a candidatura apresentou os nomes de Jorge Nunes de Oliveira, João Silveira e Catarina Coelho. Ao Conselho Jurisdicional concorreram Margarida Caramona, João Paulo Vaz e Carlos Afonso.

A nova bastonária toma posse a 17 de fevereiro.

Segundo o comunicado, Ana Cristina Rama e Ema Paulino foram, por outro lado, reeleitas presidente da Secção Regional do Centro e presidente da Secção Regional do Sul e Regiões Autónomas, respetivamente, e Franklim Marques passa a presidir à Secção Regional do Norte.

Nas regiões autónomas, Bruno Olim Ferreira continua à frente da delegação da Madeira e Ana Margarida Martins é a nova presidente da Delegação dos Açores.

Por outro lado, Rui Pinto foi eleito para presidir ao Conselho do Colégio de Especialidade de Análises Clínicas e Genética Humana.

"Nos restantes Colégios de Especialidade foram eleitas as listas únicas, lideradas por Nuno Moreira, para o Conselho do Colégio de Especialidade de Indústria Farmacêutica, António Melo Gouveia, para o Conselho do Colégio de Especialidade de Farmácia Hospitalar, e Pedro Freitas, para o Conselho do Colégio de Especialidade de Assuntos Regulamentares", segundo o mesmo texto.

Segundo dados da própria Ordem, cerca de 15 mil farmacêuticos exercem a profissão em Portugal em vários ramos da atividade, desde o setor do medicamento ao setor das análises clínicas ou genéticas.

Até final de 2015
Portugal registava, até ao final do ano passado, 99 casos de mulheres com mutilação genital feminina, cerca de metade dos quais...

Mais de 50% dos registos, feitos na Plataforma de Dados da Saúde, dizem respeito a mutilações do tipo II [remoção parcial ou total do clítoris e dos pequenos lábios, com ou sem excisão dos grandes lábios], acrescentou a chefe da Divisão de Saúde Sexual, Reprodutiva, Infantil e Juvenil.

As mutilações de tipo I [remoção parcial ou total do clítoris] são as segundas mais observadas, registando-se "alguns poucos casos" de tipo III [estreitamento do orifício vaginal com uma membrana selante, pelo corte e suturação dos pequenos e/ou grandes lábios, com ou sem excisão do clítoris], disse.

"Nenhum dos casos registados foi realizado em Portugal ou durante a estada em Portugal. Cerca de metade foi realizado na Guiné-Bissau, seguindo-se a Guiné Conacri e outros países, todos eles africanos", sublinhou Lisa Vicente.

As idades das mulheres submetidas a mutilação genital feminina (MGF) e registadas na Plataforma "variam bastante (...) há registos entre um ano e mais de 20", de acordo com a responsável da DGS.

A Plataforma de Dados da Saúde (PDS) foi criada em 2014 e trata-se de um registo anónimo e sigiloso, centrado no processo clínico, através do número de utente.

"Uma vez que são centrados no processo clínico, não é possível uma duplicação do número de registos, que correspondem sempre a um caso, uma mulher", explicou Lisa Vicente, sublinhando que, por ser anónimo, "os dados extraídos não permitem localizar as mulheres".

A responsável afirmou que "o empenho no registo dos profissionais de saúde permite conhecer melhor a realidade portuguesa", nomeadamente o tipo de práticas, idades e origens.

De acordo com a DGS, numa mensagem por ocasião do Dia internacional de Tolerância Zero à Mutilação Genital Feminina, "o facto de Portugal receber cada vez mais migrantes oriundos de países onde a MGF é uma prática comum, torna fundamental que os profissionais de saúde se sintam sensibilizados para reconhecer e agir nestas situações".

O primeiro estudo em Portugal sobre "Mutilação Genital Feminina (MGF): prevalências, dinâmicas socioculturais e recomendações para a sua eliminação" refere que mais de seis mil mulheres, com mais de 15 anos, residentes em Portugal, foram ou poderão vir a ser submetidas a alguma forma de MGF.

Destas 6.576 mulheres, a maioria - 5.974 - pertence à comunidade imigrante da Guiné-Bissau, a que tem maior representação em território nacional, indica o trabalho desenvolvido pelo CESNOVA/CICS.NOVA da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa.

O último relatório do Fundo da ONU para a Infância (UNICEF), apresentado na quinta-feira, indica que pelo menos 200 milhões de raparigas e mulheres foram vítimas de MGF em 30 países.

Orçamento de Estado 2016
Os médicos aposentados que trabalhem para o Estado vão manter a sua reforma e receber 75% da remuneração correspondendo à sua...

O documento, entregue na Assembleia da República, indica que, em 2016, “os médicos aposentados sem recurso a mecanismos legais de antecipação que (…) exerçam funções em quaisquer serviços da administração central, regional e autárquica, pessoas coletivas públicas ou empresas públicas, mantêm a respetiva pensão de aposentação, acrescida de 75% da remuneração correspondente à categoria e, consoante o caso, escalão ou posição remuneratória, bem como regime de trabalho, detidos à data da aposentação”.

“Nos casos em que a atividade contratada pressuponha uma carga horária inferior à que (...) corresponda ao regime de trabalho detido à data da aposentação, o médico aposentado é remunerado na proporção do respetivo período normal de trabalho semanal”, lê-se no documento.

Nestes casos, “se o período normal de trabalho não for igual em cada semana, é considerada a respetiva média no período de referência de um mês”.

“A lista de utentes a atribuir aos médicos aposentados de medicina geral e familiar (…) é proporcional ao período de trabalho semanal contratado (…)”, prossegue o documento.

Neste orçamento são definidas disposições aplicáveis aos trabalhadores do SNS, estabelecendo-se que “os níveis retributivos, incluindo suplementos remuneratórios, dos trabalhadores com contrato de trabalho no âmbito dos estabelecimentos ou serviços do SNS com a natureza de entidade pública empresarial, celebrados após a entrada em vigor da presente lei, não podem ser superiores aos dos correspondentes trabalhadores com contrato de trabalho em funções públicas inseridos em carreiras gerais ou especiais”.

Tal é igualmente aplicável aos “acréscimos remuneratórios devidos pela realização de trabalho noturno, trabalho em descanso semanal obrigatório e complementar e feriados”.

Contudo, o documento contempla uma exceção, uma vez que os responsáveis pelas áreas das Finanças e da Saúde podem autorizar “a celebração de contratos de trabalho que não respeitem” os referidos níveis retributivos.

De acordo com o OE2016, “os contratos de trabalho a termo resolutivo incerto celebrados com os médicos internos que iniciaram o respetivo internato médico em 01 de janeiro de 2015 e que, por falta de capacidades formativas, não tiveram a possibilidade de prosseguir para a formação especializada, podem, a título excecional, manter-se em exercício de funções”.

O documento indica ainda que o Governo vai desenvolver sistemas informáticos para melhorar o desempenho do SNS na prestação de cuidados e na luta contra a fraude, nomeadamente, o Centro de Controlo e Monitorização do SNS; a desmaterialização da receita médica no Sistema de Saúde e no Registo de Saúde Eletrónico (SRE); o novo Portal do SNS e sistemas de informação para os serviços; e o aprofundamento do programa de deteção e de luta contra a fraude”.

O Governo mantém a intenção de prosseguir com o projeto do Hospital de Lisboa Oriental e vai lançar “estudos para a construção do hospital de Évora e do hospital do Seixal” e prevê abrir novas Unidades de Saúde Familiar, ambicionando principalmente atribuir médico de família a todos os cidadãos, e introduzir meios complementares de diagnóstico, e valências de saúde oral e visual nos centros de saúde.

Este orçamento pressupõe ainda a “reabilitação de diversas unidades de cuidados de saúde primários em todo o país, bem como de alguns serviços hospitalares”.

No que respeita à rede nacional de veículos de emergência, serão reorganizados os meios aéreos e criado o sistema de telemedicina para as ambulâncias.

Orçamento de Estado 2016
O Ministério da Saúde terá para gastar em 2016 mais 258,5 milhões de euros face à execução provisória da despesa para 2015,...

A despesa total consolidada do Programa da Saúde é de 9.479,7 milhões de euros, o que corresponde a um aumento de 2,8% (258,5 milhões de euros) face à execução provisória do ano anterior.

No âmbito das despesas financiadas por receitas consignadas, há um aumento de 55,1 milhões de euros (mais 10,7%) face a 2015, devido principalmente ao aumento previsto de gastos com a ADSE.

Este subsistema de saúde dos funcionários públicos vai contar com um acréscimo de 40,6 milhões de euros (8%) sobretudo em função do alargamento da base de beneficiários.

O universo de Entidades Públicas Reclassificadas – onde se incluem 39 entidades públicas empresariais como hospitais, centros hospitalares ou unidades locais de saúde – vai receber menos 89,7 milhões de euros, o que representa um decréscimo de 1,8%.

Mais dinheiro vai receber a Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS) e a Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde (Infarmed), respetivamente com um reforço de 104,1 milhões de euros (mais 2,2%) e 40 milhões de euros.

O reforço da ACSS deve-se ao financiamento dos contratos programa, das prestações de saúde de financiamento vertical e programas de financiamento centralizado.

Já o “crescimento significativo” do orçamento do Infarmed ocorre principalmente nas transferências de verbas para outras entidades que deverão dar início este ano a projetos como o Programa Integrado de Promoção da Excelência em Investigação Médica e ao financiamento da atividade de controlo da prescrição de medicamentos e de desenvolvimento do sistema de informação e monitorização.

Do orçamento da saúde destaca-se que a maior parte da despesa é consumida na compra de bens e serviços (como medicamentos, meios complementares de diagnóstico ou parcerias público-privadas), com um peso de 54,9% face à despesa consolidada.

No subsetor Estado, os encargos com pessoal atingem os 22,9 milhões de euros e a aquisição de bens e serviços 537,3 milhões de euros, sendo a ADSE a que tem o peso mais significativo.

Secção Regional do Norte da Ordem dos Médicos
Investigadores nacionais e estrangeiros a produzir investigação em Portugal podem a partir de hoje e até 15 de junho candidatar...

Criado pela Secção Regional do Norte da Ordem dos Médicos e patrocinado pelo Banco Carregosa, o galardão pretende, segundo Miguel Guimarães, presidente da SRNOM, “estimular e premiar a investigação clínica em Portugal, uma realidade emergente no país, mas uma das áreas com maior potencial de crescimento, ao nível científico, assistencial e económico, fruto do continuado investimento e consolidação dos recursos técnicos e humanos”.

Com coordenação científica de Sobrinho Simões, recentemente considerado o patologista mais influente do mundo, o prémio irá atribuir ao vencedor 20 mil euros, sendo os restantes cinco mil divididos por duas menções honrosas.

Na cerimónia de assinatura do protocolo entre as duas instituições, Miguel Guimarães acrescentou que o prémio destina-se a projetos que se encontrem em curso e os concluídos, desde que há menos de um ano relativamente à data da sua proposta.

Será condição de elegibilidade a publicação e divulgação dos trabalhos ou dos resultados, em uma ou mais revistas das especialidades em causa, indexadas e com índice de impacto.

As propostas de candidatura ao Prémio Banco Carregosa/SRNOM deverão ser entregues em impresso próprio na Secção Regional do Norte da Ordem dos Médicos, devidamente instruídas com toda a documentação necessária à demonstração e comprovação do trabalho desenvolvido e dos resultados alcançados.

Os vencedores serão conhecidos a 15 de setembro, nas comemorações do Dia do Serviço Nacional de Saúde.

O Prémio Banco Carregosa/SRNOM terá uma periodicidade anual, devendo o Banco Carregosa e a SRNOM decidir, até 15 de janeiro de cada ano civil, da sua atribuição, da sua finalidade e do montante pecuniário.

Estudo
Uma investigação pioneira em Portugal, realizada na Universidade da Beira Interior, Covilhã, permitiu identificar algumas das...

"Estamos a falar do hipogonadismo hipogonadotrófico idiopático e este estudo baseou-se na análise de 50 casos congénitos, tendo permitido concluir que em 60% dessas situações - ou seja, de pessoas que já nasceram com a doença - a patologia teve origem em alterações genéticas", explicou.

Catarina Gonçalves referiu que foi possível identificar mutações genéticas em causa, 18 das quais são novas e não descritas a nível mundial.

Segundo destacou, estas conclusões são "extremamente importantes", não só porque "não existia em Portugal uma investigação desta dimensão" relativamente à doença, mas essencialmente porque poderão dar origem a "aplicações médicas importantes".

"A partir do momento em que identificamos a mutação genética, podemos passar para o desenvolvimento da técnica de tratamento adequada e, naturalmente, fazer um aconselhamento genético", fundamentou, garantindo que esse trabalho será agora feito "caso a caso".

Noutra vertente, o estudo permitiu ainda verificar que algumas das mutações genéticas identificada podem interferir com o desenvolvimento dos neurónios que compõem o sistema olfativo, motivo pelo qual há doentes que possuem anósmia/hipósmia, isto é, ausência ou diminuição da capacidade para cheirar determinadas substâncias.

A investigação decorreu no Centro de Investigação de Ciências da Saúde da Universidade da Beira Interior (CICS-UBI) e foi realizada ao longo dos últimos quatro anos, contando com a colaboração de várias unidades hospitalares de endocrinologia de Lisboa, Porto, Coimbra e Braga.

Do trabalho resultou ainda a tese de doutoramento em Biomedicina, intitulada "Genética molecular do hipogonadismo hipogonadotrófico idiopático", cuja defesa foi realizada por Catarina Gonçalves no dia 1 de fevereiro, tendo obtido a classificação de 19 valores.

De acordo com os dados internacionais, o hipogonadismo hipogonadotrófico idiopático é uma doença rara que nas situações congénitas se verifica em cerca de um a dez casos por cada dez mil nascimentos e que afeta homens e mulheres, tendo, todavia, maior incidência no sexo masculino.

Vendidos no Japão
Uma cadeia de óticas japonesa começou a comercializar óculos para paliar os efeitos negativos que o uso dos ‘smartphones’ e de...

O fabricante de lentes Jin garantiu que os óculos em causa, que custam 4.900 ienes (cerca de 37 euros), eliminam em 60% a luz de onda curta que emana dos ecrãs dos ‘smartphones’.

A exposição a esta luz “azul” antes de dormir reduz a segregação de hormonas (como a melatonina) que ajudam a dormir, assinalou hoje a empresa em comunicado.

O recurso a estes óculos aquando da utilização do telemóvel antes da ida para a cama reduz em 10% o tempo necessário para conciliar o sono, segundo um estudo apresentado pela Jin.

Ver televisão e utilizar o telemóvel à noite antes de ir dormir pode perturbar o sono, de acordo com um estudo da Fundação Nacional do Sono nos Estados Unidos.

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