Infeção Respiratória
Atualmente, as técnicas convencionais para detetar a pneumonia exigem um tempo de espera médio entre 24 e 48 horas. O novo...

Esta nova tecnologia representa um importante avanço face aos métodos convencionais usados para o diagnóstico microbiológico, dado que, atualmente, a deteção da pneumonia requer um tempo de espera entre 24 a 48 horas. Graças a esta nova solução, os profissionais de saúde podem obter um diagnóstico preciso do patógeno, que provoca a doença, por forma a otimizar o tratamento do doente.

O Painel Sindrómico BioFire FilmArray® permite identificar até 27 microrganismos (vírus e bactérias) diferentes que causam a doença e deteta sete marcadores genéticos de resistência antimicrobiana. Disponível desde o dia 1 de abril de 2019, este painel está já a ser utilizado pelos hospitais Portugueses.

“O diagnóstico da causa exata da pneumonia só é identificado em cerca de 30% dos casos na prática clínica atual. Este painel aumenta essa possibilidade em aproximadamente dois terços, o que permite o melhor ajuste do tratamento, a escolha do antibiótico correto e a possibilidade de reduzi-lo evitando a toma excessiva e inadequada”, afirma Catarina Chaves, patologista clínica do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, CHUC.

“A introdução do painel no nosso hospital permite-nos diagnósticos mais rápidos, conhecer rapidamente a causa da doença e reconhecer que alguns tipos de pneumonia são mais importantes do que pensávamos, assim como a causa viral da pneumonia adquirida em ambiente hospitalar”, reforça a especialista.

A rapidez do diagnóstico microbiológico permite prevenir a transmissão da infeção bacteriana e/ou viral, aspeto-chave para tratar a doença com mais eficiência e para a redução dos encargos hospitalares, já que o tempo de internamento hospitalar e o número de exames complementares seriam mais reduzidos. “As vantagens deste painel vão além de realizar um diagnóstico rápido. Diria que o mais importante está relacionado com a gestão da doença. Obter o tratamento adequado para um doente com uma infeção grave, como a pneumonia, aumenta a eficácia do tratamento e diminui a taxa de mortalidade e os internamentos hospitalares”, acrescenta.

A pneumonia é uma doença inflamatória que afeta o sistema respiratório causada por diferentes vírus e bactérias, sendo estas últimas as mais difíceis de tratar. Streptococcus pneumoniae é a causa mais comum de pneumonia bacteriana, seguida de Haemophilus influenzae tipo b (Hib). Algumas bactérias são resistentes a certos antibióticos, fazendo com que o tratamento seja inútil, pelo que a deteção de genes de resistência pode contribuir para melhorar ainda mais o diagnóstico e o tratamento da doença.

Detetar a causa microbiológica da pneumonia é difícil com as técnicas microbiológicas usadas atualmente, isto porque existe uma alta probabilidade de não se detetar o agente responsável. Os sintomas comuns (falta de ar, fraqueza, febre alta, tosse e fadiga) são semelhantes aos de outras doenças, por isso é comum um diagnóstico impreciso e, consequentemente, a aplicação de antibióticos inadequados, que pode levar a sérias complicações na saúde. Um diagnóstico microbiológico correto é essencial para ajudar o profissional de saúde a tratar o doente da melhor forma possível.

As infeções respiratórias do trato respiratório inferior, na qual a pneumonia está incluída, são a terceira causa de mortalidade em todo o mundo. Só em 2016 provocou mais de 3 milhões de mortes em todo o mundo. Entre a população mais vulnerável encontram-se indivíduos com idades superiores a 65 anos, crianças e pessoas com doenças respiratórias como asma ou doença pulmonar obstrutiva crónica (DPOC), além dos imunodeprimidos.

Distúrbios do sono
A falta de sono e a sensação de não ter descansado bem afeta muitas vezes os adultos, mas como é que

Sofrer as consequências dos distúrbios do sono pode prejudicar o dia-a-dia da criança, tanto no relacionamento com a família e os amigos, como na escola, com uma evidente falta de concentração. De acordo com um estudo realizado pela Unidade de Neuropediatria da Clínica Universitária de Navarra, estima-se que 30% da população infantil tenha distúrbios crónicos do sono. Isso afeta a atividade cerebral, influenciando processos de memória, linguagem e resolução de problemas.

Este estudo, assim como muitos outros, alertou as principais marcas do setor do sono que, nos últimos anos, têm dedicado os seus esforços, principalmente nos departamentos de inovação e tecnologia, para oferecer colchões que permitem melhorar o sono dos mais novos. Como pais, o que sabemos sobre os benefícios desses colchões? Como podemos detetar quais são as novas tecnologias ou materiais de última geração que nos ajudarão a melhorar a insónia infantil que os nossos filhos sofrem?

Verena Senn, Neurocientista e especialista do setor do descanso, considera que “uma das chaves para ajudar a dormir e melhorar o descanso dos mais pequenos é saber escolher um bom colchão, que seja resistente, lavável e, preferencialmente, sem componentes tóxicos.”

De entre todos os benefícios que os colchões nos oferecem hoje, Verena Senn destaca as três principais vantagens que devem ser levadas em conta no momento de escolher o colchão para o seu filho:

Tecnologia Airgocell: esta tecnologia, a mais recente em viscoelástico, proporciona uma vantagem de conforto graças à sua elasticidade localizada que permite que uma zona seja comprimida sem afetar o resto do colchão. Mas esta não é a única vantagem. Sabia que o corpo consegue eliminar através dos poros na forma de transpiração até 100 litros de água por ano? A tecnologia Airgocell fornece a ventilação correta do colchão entre a espuma graças aos seus poros. Uma espuma termorreguladora que promove um sono duradouro, evitando a transpiração noturna.

Materiais isentos de toxinas: as espumas livres de produtos nocivos ajudam a evitar alergias e favorecem o descanso de qualquer criança. Além disso, graças à sua elasticidade, ajudam as crianças a virarem-se durante o sono e a evitar que acordem.

Colchão 100% adaptável: os materiais de última geração incorporam um suporte ideal que garante o alinhamento da coluna em qualquer posição, permitindo que a coluna da criança se possa desenvolver adequadamente.

Além da escolha de um bom colchão, a Neurocientista recomenda uma série de dicas úteis que favorecem um descanso de qualidade para a criança. Não devemos esquecer que os distúrbios do sono na infância podem levar a problemas de comportamento e insucesso escolar, por isso estes truques e dicas devem ser levados em conta para evitar a falta de sono nos mais novos:

  1. As crianças adoram rotinas, por isso é importante tentar seguir um cronograma mais ou menos fixo e fazer as mesmas coisas e pela mesma ordem antes de ir dormir. Marcar um horário para ir para a cama pode ser a chave para uma boa noite de sono.
  2. Sabia que a luz do dia desperta-nos e o escuro acalma-nos? Por esta razão, outro fator que pode reduzir a falta de sono nas crianças é manter a luz fraca em casa quando é hora de ir dormir.
  3. A música também ajuda a dormir bem. É aconselhável colocar música suave e de ritmo lento ou cantar músicas que ajudem a mente a relaxar e acompanhar o seu sonho. Desta forma, ouvir este tipo de música permite que seja feita uma desconexão, criando a sensação de calma, concentração e redução dos níveis de ansiedade.
  4. O contato físico também pode ajudar a adormecer. Não há nada como o calor da mãe ou do pai para relaxar e acompanhá-los até que eles adormeçam. O sono, como muitas outras coisas, é um processo de amadurecimento e as crianças estarão mais preparadas para dormir sozinhas à medida que crescem e consolidam a sua autonomia. É preciso respeitar o ritmo de cada criança e não apressar.
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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Alerta SPD e APDP
Milhões de lancetas, tiras reativas e agulhas, usadas para monitorizar e tratar a diabetes mellitus, acabam todos os dias no...

Considerando que esta é uma questão de saúde pública, Rui Duarte, presidente da Sociedade Portuguesa de Diabetologia (SPD), e José Manuel Boavida, presidente da Associação Protectora dos Diabéticos de Portugal (APDP), fazem um apelo aos ministérios da Saúde e do Ambiente para que se crie uma rede de recolha e gestão das agulhas e lancetas que são usadas diariamente pelas pessoas com diabetes mellitus, uma patologia que afeta 13,3% da população portuguesa, segundo dados de 2015.

A diabetes mellitus é uma patologia crónica que muito frequentemente exige procedimentos de monitorização e tratamento que envolvem o uso de dispositivos e respetivos consumíveis descartáveis – lancetas e tiras reativas ou sensores de glicose que permitem medir a glicemia. Uma fração muito significativa da população com diabetes tem ainda de recorrer diariamente às injeções insulina, o que resulta na produção de uma quantidade enorme de resíduos perigosos – agulhas, lancetas e tiras com material biológico.

“Estima-se que em Portugal cerca de 40 a 45 mil pessoas sofram de diabetes tipo 1, uma doença que frequentemente lhes exige a utilização seis a oito agulhas por dia, que depois não têm como ou onde descartar em segurança, acabando no lixo doméstico e depois nos aterros, podendo colocar a saúde pública em risco. Um despacho de 1996 relativamente à incineração de resíduos hospitalares responsabiliza cada instituição pela destruição dos resíduos biológicos e perfurantes, bem como os custos a ela associados, mas existe um vazio legal relativamente ao processamento de resíduos perfurantes e com resíduos biológicos, produzidos em ambulatório", destaca César Esteves, endocrinologista e associado da SPD.

Segundo o diretor clínico da APDP, João Raposo, “a APDP apoiou o desafio da Quercus para a criação de uma petição endereçada à ministra da Saúde, Marta Temido, para a recolha de agulhas em ambulatório, que se estima que rondem as cerca de 650 mil unidades por dia e que não têm destino correto para onde ser encaminhadas, pois não podem ser entregues nas farmácias, nem em Centros de Saúde ou Hospitais, acabando no lixo doméstico, onde põem em risco os profissionais que tratam o lixo, bem como a saúde pública”.

Os resíduos de medicamentos podem ser entregues nas farmácias, que depois são recolhidos por uma empresa contratada pelo Estado, que também recolhe as canetas de insulina, mas não está incluída a recolha das respetivas agulhas nem dos restantes materiais perigosos associados à monitorização e gestão da diabetes. Em 2015 foram disponibilizadas 1,4 milhões de embalagens de insulina e 2,8 milhões de embalagens de tiras.

Apesar de a concessão da gestão dos resíduos medicamentosos estar devidamente entregue (despacho nº 9592/2015), assim como definidos os procedimentos para gestão dos resíduos hospitalares (despacho nº 242/96), “não parece haver um plano estabelecido para a gestão de resíduos perfurantes ou contendo material biológico com origem em utilização domiciliária. Em consequência, toneladas de resíduos são indevidamente depositadas no lixo doméstico, destaca César Esteves. O profissional de saúde e associado da SPD revela ainda que algumas farmácias e instituições de saúde recolhem os resíduos, a título não oficial e assumindo encargos que não são devidamente reconhecidos pela tutela.

“Numa época em que urge melhorar os procedimentos de gestão de resíduos, a área da saúde não pode ficar de lado e devem ser criadas estratégias para otimizar a sua recolha e processamento em pleno respeito pela saúde pública e pelo ambiente”, reforçam os responsáveis.

Estudo
Rejeitar doces pode ser mais difícil do que dizer que não a alimentos saudáveis, mesmo quando não temos fome. Uma equipa de...

Se é daquelas pessoas que não resiste a um doce e se sente culpado por isso, fique a saber que há um bom motivo por detrás. Não é só gulodice! Um estudo levado a cabo na Universidade da Carolina do Norte avaliou o motivo de não conseguirmos resistir a doces e descobriu que isso acontece porque a regulação da satisfação alimentar normal é diferente da que nos faz comer mais um pedacinho de doce.

Numa experiência conduzida com ratos, os investigadores monitorizaram as células dos circuitos de nociceptina, que estão associados ao processamento das emoções, e observaram o seu comportamento à hora da refeição. Sempre que estes animais ingeriam alimentos gordurosos ou altamente calóricos, um circuito particular do cérebro contava com mais sinais de nociceptina.

Ao desligar a produção de nociceptina, o apetite normal dos ratinhos permanecia inalterado, no entanto eles deixavam de comer comida calórica em excesso.

Após esta análise, os investigadores consideram que esta é uma característica evolucionária de algumas espécies. Tendo em conta que, no passado, os mamíferos enfrentavam longos períodos sem comida disponível, era necessário comer mesmo sem fome, sempre que possível, para que contassem com reservas de energia que os ajudassem a sobreviver. “Apesar de este facto ter mudado, os nossos organismos ainda são feitos para isso”, diz um dos autores do estudo

“Hoje em dia há tantos alimentos disponíveis, cheios de calorias, mas ainda não perdemos essa conexão que nos influencia a comer o mais possível”, explica Thomas Kash num comunicado após a publicação do estudo na revista científica Neuron.

A pesquisa, financiada por vários organismos nacionais bem como pelo Centro de Biomedicina da Carolina do Norte, conduziu a um novo estudo que tem agora como objetivo encontrar formas de alterar a nociceptina e entender melhor como esta atua na regulação do apetite por alimentos altamente calóricos. Os cientistas esperam com isso descobrir uma forma de combater a obesidade.

Opinião
Estima-se que em todo o mundo a asma afete cerca de 300 milhões de pessoas.

A asma é uma doença inflamatória crónica dos brônquios que leva à dificuldade da passagem do ar. Manifesta-se por crises de tosse, pieira, falta de ar (dispneia) e ou pressão no peito (bloqueio torácico), desencadeadas por estímulos específicos como alergénios ou inespecíficos (agentes químicos como exposição a lixivia e outros poluentes e ou agentes físicos como diferenças de temperatura, poeiras e outros), infeções respiratórias e ou exercício físico. É uma doença que não tem cura, mas que se pode controlar com tratamento e medidas de prevenção ambiental.

A asma é uma doença heterogénea com diferentes graus de gravidade e tem uma elevada prevalência, afetando mais de 300 milhões de pessoas em todo o mundo. Frequentemente manifesta-se logo na infância, mas também pode surgir nos outros grupos etários.

De acordo com os dados do Inquérito Nacional de Prevalência da Asma em 2010, a asma afeta cerca de 7% da população portuguesa (700 mil portugueses com asma em que 175 000 são crianças e adolescentes). Estima-se que apenas 57% dos asmáticos tem a sua doença controlada e calcula-se que cerca de 300 000 portugueses necessitam de melhor intervenção para o controlo da doença. Aproximadamente 60% dos asmáticos tem limitação da sua atividade física por causa da sua asma.

Na infância, a asma é a doença crónica que mais frequentemente motiva idas ao Serviço de Urgência. Em Portugal um terço das crianças com asma é internada pelo menos uma vez na vida por agudização da asma e em média cada criança com asma recorre ao Serviço de Urgência uma a duas vezes por ano e falta à escola seis dias por ano.

O Dia Mundial da Asma é promovido desde 1998 pelo Global Initiative for Asthma (GINA) com a chancela da Organização Mundial de Saúde. Este dia é assinalado anualmente na primeira terça-feira de maio e por isso, este ano 2019, ocorre no dia 7 de maio. Tem o objetivo de sensibilizar a população para a necessidade de conhecer a asma e as suas complicações, procurando melhorar a adesão ao tratamento e impedir a evolução da doença.

O Dia Mundial da Asma está anualmente cunhado com um lema com impacto comunicacional. Este ano, o GINA apresenta-o como “STOP for Ashma”, em que o símbolo internacional de STOP para indicar “parar a asma”. As siglas da palavra STOP estão associadas as seguintes palavras-chave:

Sintomas (avaliar sintomas e adequar ao plano terapêutico);

Testar a resposta obtida com o tratamento de controlo e medidas ambientais;

Observação e avaliação continuada;

Proceder ao ajuste terapêutico em função do uso da terapêutica de alívio e das medidas a ambientais.

O mote “STOP para a Asma”, pretende apelar para a educação do asmático através da melhor interação na comunicação entre o doente e o seu médico com o objetivo de melhorar as principais dificuldades no controlo da asma como a baixa adesão ao tratamento regular e continuado e a incorreta utilização dos dispositivos inalatórios permitindo que cada asmático tenha uma vida mais saudável, nomeadamente sem limitações físicas, sem agudizações, urgências ou internamentos nem absentismo laboral ou escolar.

Para o Dia Mundial da Asma em 2019, a Sociedade Portuguesa de Alergologia e Imunologia Clínica (SPAIC) e Associação Portuguesa de Asmáticos (APA) apoiam as atividades de duas campanhas: #paraqueaasmanaotepare# com produção de um videoclip com o “Hino da Primavera” inspirado no lema “STOP for Asthma, apoiada pela Mundipharma e “Vencer a asma! Antes que asma o vença a si”, apoiada pela GlaxoSmithKline.

Estas duas campanhas pretendem sensibilizar os doentes asmáticos, profissionais de saúde e a população em geral, alertando para importância do controlo da asma no sentido de melhorar a qualidade de vida do doente asmático.

 

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Especialistas alertam
O estudo EMPIRE comprovou que a prevalência da anemia na população portuguesa adulta é muito maior do que a OMS previa. A...

A ferropenia com ou sem anemia também é uma comorbilidade frequente nos doentes com insuficiência cardíaca crónica. Cerca de 50% dos doentes com IC grave têm anemia e muitos têm ferropenia mesmo na ausência de anemia. Este é um alerta do Anemia Working Group Portugal (AWGP) no âmbito do mês de maio, mês do coração. É importante que a população em geral, profissionais de saúde bem como decisores políticos, estejam sensibilizados para esta questão.

A anemia quando presente – a prevalência em maior nos casos mais graves de IC- agrava o prognóstico da insuficiência cardíaca, mas mais importante que a anemia é a ferropénia, quer se acompanhe de anemia quer não. Cândida Fonseca, cardiologista e membro do AWGP, refere “esquecemo-nos muitas vezes de corrigir a anemia e a mais forte razão a ferropenia, nestes doentes”. No entanto, a investigação demonstrou que, quando se corrige a ferropenia e a anemia em doentes com insuficiência cardíaca, há ganhos no prognóstico; a qualidade de vida melhora significativamente e a taxa de internamentos diminui. Para o doente, “o diagnóstico atempado e a correção da anemia e da ferropénia representam uma mais-valia pelo que é imprescindível fazer o rastreio sistemático destas situações aquando do primeiro diagnóstico de IC”.

 

Investigação
A Síndrome da Apneia Obstrutiva do Sono (SAOS) constitui uma das perturbações do sono mais comuns, tendo como consequências uma...

O projeto que se encontra em desenvolvimento através duma parceria entre o Centro de Neurociências e Biologia Celular (CNC) da Universidade de Coimbra e o Centro de Medicina do Sono do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC), procura encontrar um biomarcador para a apneia do sono, ao mesmo tempo que é estudada a relação entre esta doença e o envelhecimento.

Segundo Cláudia Cavadas, do Centro de Neurociências e Biologia Celular (CNC), da Universidade de Coimbra "o Síndrome da Apneia Obstrutiva do Sono (SAOS) constitui uma das perturbações do sono mais comuns, tendo como consequências uma sonolência diurna elevada, que diminui o bem-estar, e o aparecimento de doenças crónicas como diabetes, doenças cardiovasculares e demência. Estima-se que 80-90% dos casos de SAOS não tenham sido ainda diagnosticados, e, como tal, não estejam a ser devidamente acompanhados e tratados".

Neste momento, o diagnóstico da doença é feito com recurso a um estudo cardiorrespiratório domiciliário (utilizado em mais de 95% dos casos) ou através da polissonografia, um estudo mais completo realizado em contexto hospitalar. No entanto, encontram-se “muitos doentes de fronteira, em que nem o diagnóstico clínico nem a polissonografia dão uma resposta clara, pelo que o biomarcador será “importante” para confirmar e antecipar o diagnóstico", esclarece Ana Rita Álvaro.

INOV C 2020 investe cerca de 100 mil euros em provas de conceito na área da saúde

O projeto INOV C 2020 atribuiu em 2018 duas Bolsas de Prova de Conceito a inovadores projetos nacionais de investigação científica.  As Bolsas de Prova de Conceito pretendem incentivar os promotores dos projetos de Investigação & Desenvolvimento a explorar o potencial comercial dos mesmos, valorizando os resultados científicos que possam ser alvo de licenciamento ou de constituição de uma spin-off de base tecnológica num prazo de 1 ou 2 anos. Na seleção dos projetos, o INOV C 2020 teve em consideração o grau de inovação tecnológica e o potencial comercial das propostas, com vista à validação de conceitos teóricos, através de testes e protótipos, que possam elevar as tecnologias para os níveis 4 e 5 na escala “Technology Readiness Levels”.

Para Amílcar Falcão, Reitor da Universidade de Coimbra «é fundamental facilitar a transferência da tecnologia mais inovadora para o tecido empresarial, de forma a garantir sua a aplicabilidade e utilidade para a população. Tanto o projeto InEye como o Sleep Apnea ID resultam de atividades de I&D com potencial de mercado, correspondendo a soluções efetivas na área da saúde, nomeadamente nos campos da oftalmologia e dos distúrbios do sono. A seleção destes dois projetos da Universidade de Coimbra reforça o posicionamento da instituição neste campo».

Infarmed
O uso de medicamentos anti-histamínicos em Portugal continental aumentou entre 2010 e 2018, ano em que se registou um consumo...

O documento, divulgado no âmbito do Dia Mundial da Asma, revela que em 2010 registou-se um consumo de 5,8 milhões de embalagens de anti-histamínicos. Um número que viria a descer para 5,6 milhões em 2011, subindo nos anos seguintes. Em 2018, depois de uma pequena quebra, o consumo destes medicamentos subiu para 6,3 milhões de embalagens, correspondendo estes valores a 31 Doses Diárias Definidas (DDD) por cada 1.000 habitantes por dia (DHD).

Quanto à avaliação da utilização e despesa com anti-histamínicos, os dados do Infarmed indicam que no período de 2010 a 2013 houve uma diminuição da despesa total, mas a partir de 2014 registou-se uma tendência de aumento, atingindo os 33,5 milhões de euros em 2018.

“O acréscimo nos últimos anos, de 2014 a 2018, pode ser explicado pela comparticipação de novos medicamentos (ex. Bilastina), pela maior utilização de DCI (Denominação Comum Internacional) já comparticipadas (Cetirizina e Ebastina), mas também, embora com menor expressão, pela utilização de anti-histamínicos não sujeitos a receita médica”, refere o documento.

Os 10 anti-histamínicos mais consumidos representam 96% do total das embalagens consumidas em 2018. A Desloratadina foi o anti-histamínico mais utilizado durante todo o período de análise, seguido da Bilastina e da Cetirizina.

A Bilastina foi comparticipada em 2013, tendo a sua entrada no mercado do Serviço Nacional de Saúde (SNS) resultado num rápido aumento do consumo deste medicamento.

“A utilização mensal de anti-histamínicos é uma análise relevante porque estes medicamentos são utilizados em patologias com alguma sazonalidade”, adianta o Infarmed, que registou maior consumo no outono e na primavera, resultado das grandes variações de temperatura e concentrações de pólenes e ácaros.

O distrito de Lisboa destaca-se por ser o que apresenta consumos mais elevados e o de Bragança com o menor consumo por cada 1.000 habitantes por dia.

SPC alerta para a importância de reconhecer os sintomas
As doenças circulatórias continuam a figurar no primeiro lugar das causas de morte no mundo e em Portugal, e estão associadas à...

As Doenças Cardiovasculares ainda são o assassino número um no mundo, de acordo com a Presidente da Sociedade Europeia de Cardiologia, Barbara Casadei, "não devemos achar que ganhámos a causa da Doenças Cardiovasculares. As doenças cardiovasculares são uma realidade e uma emergência. São a primeira causa de morte no mundo, nos países mais e menos desenvolvidos. Ainda existem enormes problemas e causas por travar, como o tabagismo, que deveria ser a nossa prioridade número um, bem como a hipertensão, o colesterol, a diabetes e a obesidade."

A nível planetário, o futuro não é muito animador, e há fatores de risco que permanecem na base desta taxa de morbilidade e mortalidade. Prevê-se que 7,5 milhões de pessoas irão morrer devido ao aumento da hipertensão, 6 milhões por consumo passivo e não passivo de tabaco, 2,8 milhões por obesidade ou excesso de peso e 2,6 milhões devido ao aumento do colesterol. Apesar destes dados, sabe-se que 75% dos fatores de risco associados às Doenças Cardiovasculares podem ser prevenidos e que o diagnóstico precoce da doença é o passo para combater estes números.

Como consequência de um esforço conjunto a diversos níveis, as taxas de mortalidade por doença cardiovascular em Portugal sofreram uma redução apreciável nas últimas décadas, desconhecendo-se se essa tendência se manterá, ou pelo contrário retrocederá, pelo que se deve manter e reforçar uma atitude muito atenta, pois muito está ainda por fazer.

Estar atento aos sinais e sintomas associados à Doença Cardiovascular é a grande mensagem que os cardiologistas querem, neste mês, partilhar com os portugueses. Em caso de sintoma de doença cardiovascular, não espere para ver se passa. Escute o seu coração e procure ajuda médica.

No mês de maio, mês do coração, a Sociedade Portuguesa de Cardiologia (SPC) alerta para a importância de sabermos os sinais e sintomas que podem estar associados a doença cardiovascular. Para a Sociedade Portuguesa de Cardiologia, o segredo é “Escutar o Coração”. Doenças tão frequentes como a angina de peito, a insuficiência cardíaca e a maior parte das doenças cardiovasculares podem ter uma evolução mais benigna se identificadas e tratadas cedo, por isso, neste mês do coração, a Sociedade Portuguesa de Cardiologia propõe aos Portugueses que tenham especial atenção aos sintomas cardiovasculares. Cansaço, falta de ar, palpitações, dores no peito, inchaço e desmaios são sintomas que podem corresponder a doença cardíaca. Nesse contexto a SPC recomenda que se procure imediatamente ajuda médica. O lema da Sociedade Portuguesa de Cardiologia para este Maio é: “Escute o seu coração”.

Tratamento
Trata-se de um problema de saúde incapacitante e com forte impacto social.

Em Portugal, estima-se que cerca de 400 mil pessoas sofram de Insuficiência Cardíaca, uma condição caracterizada pela incapacidade de o coração bombear sangue para o organismo na quantidade necessária e que, quando não controlada nem diagnosticada, pode pôr em risco a vida do doente.

Frequentemente subvalorizada, a Insuficiência Cardíaca surge na sequência de doenças cardiovasculares que “provocaram lesões ou sobrecarregaram o coração”, como é o caso dos enfartes do miocárdio, doença das artérias coronárias, doenças das válvulas cardíacas, doenças pulmonares ou os defeitos cardíacos congénitos. E apesar de a sua prevalência aumentar com a idade, sobretudo acima dos 70 anos, a verdade é que esta condição não é exclusiva dos mais velhos. “Nos jovens, as causas mais frequentes de insuficiência cardíaca são as Cardiopatias congénitas, infeções que atingem o músculo cardíaco (ou seja, miocardites) e as doenças das válvulas cardíacas”, começa por explicar Luís Filipe Pereira, presidente da Associação de Apoio aos Doentes Com Insuficiência Cardíaca (AADIC). Outro importante fator de risco é a pressão arterial elevada.

Os sintomas desta patologia são, muitas vezes, desvalorizados e confundidos com outras doenças. Por isso é importante estar atento aos sinais: cansaço excessivo, falta de ar, tosse e/ou pieira e pernas inchadas. “É importante termos consciência de que qualquer alteração ao funcionamento normal do nosso organismo merece a nossa maior atenção e cuidado. Não devemos menosprezar os sintomas nem os associar sempre ao fator idade ou ao ritmo de vida que levamos”, alerta o responsável pela associação.

Assim, sempre que houver suspeita de doença deve procurar apoio especializado. “Primeiro contacto deve ser sempre feito pelo médico do Centro de Saúde que, após a história clínica e observação, irá pedir exames de diagnóstico: análises, electrocardiograma, radiografia de tórax e ecocardiograma”, explica Luís Filipe Pereira.

Após confirmação do diagnóstico, o doente é encaminhado para Consulta de Cardiologia especializada em Insuficiência Cardíaca.

“O tratamento médico otimizado consiste na toma de medicação oral, por vezes vários medicamentos, que poderá também depender de doenças associadas, como por exemplo a diabetes”, explica quanto à terapêutica. Em alguns casos, pode ser aconselhada a implantação de dispositivos médicos – pacemakers ou cardioversores desfibrilhadores implantáveis (CDI) – “que para além de aumentarem a sobrevivência, melhoram o grau de insuficiência cardíaca”.

No que diz respeito ao acompanhamento da doença, o paciente contará com uma equipa multidisciplinar, apoiado pelo seu médico de família bem como de médicos cardiologistas e enfermeiros dedicados a insuficiência cardíaca.

Embora o prognóstico dependa da gravidade da doença, é possível com algumas «regras» viver com qualidade de vida.

Deste modo, além de seguir com rigor as indicações médicas, o doente deverá apostar num estilo de vida mais saudável, seguindo alimentação cuidada, rica e variada (pobre em sal, açúcar e gorduras), permitindo um melhor controlo da hipertensão, obesidade, diabetes ou colesterol, e na prática de exercício físico.

“Qualquer atividade física é benéfica para a maior parte das pessoas com Insuficiência Cardíaca”, revela o presidente da AADIC. “A prática de exercício pode melhorar o seu coração, permitindo que os batimentos cardíacos sejam mais eficientes”, afirma chamando a atenção, no entanto, para consultar sempre o médico ou enfermeiro antes de iniciar um programa de exercícios de modo a garantir que “não está a fazer demasiado esforço”.

Sabendo ainda que o consumo de tabaco contribui para o agravamento da doença, a evicção tabágica é essencial.

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Nova opção de tratamento
A Comissão Europeia emitiu a Autorização de Introdução no Mercado de risancizumab no tratamento da psoríase em placas, moderada...

Risancizumab (150 mg) foi aprovado para ser administrado através de duas injeções subcutâneas (75 mg) a cada 12 semanas após duas doses iniciais às semanas zero e quatro. Nos ensaios clínicos, risancizumab alcançou uma elevada taxa de limpeza da pele à semana 16 e esta resposta manteve-se ao final de um ano (52 semanas). Esta aprovação autoriza a comercialização de risancizumab em todos os estados-membro da União Europeia, bem com na Islândia, Liechtenstein e Noruega.

"A aprovação de risancizumab é um importante marco no tratamento da psoríase em placas moderada a grave”, afirma Carlo Pasetto, diretor geral da AbbVie Portugal. “Risancizumab permite a possibilidade de se alcançarem elevadas respostas na limpeza da pele com doses terapêuticas administradas a cada 12 semanas. Estamos muito entusiasmados por poder disponibilizar aos doentes portugueses com psoríase uma opção terapêutica inovadora e efetiva, com o potencial de aliviar a longo prazo os sinais e sintomas da psoríase.”

“Nos ensaios clínicos, os doentes alcançaram respostas superiores de limpeza de pele com risancizumab em comparação com outros tratamentos padrão,” afirma Hervé Bachelez, professor na Universidade Paris Diderot e no departamento de Dermatologia do Hospital Público Saint-Louis Hospital-Assistance de Paris, em França, e investigador principal do estudo ultIMMa-2. “Cerca de 80 por cento dos doentes que alcançaram limpeza da pele às 16 semanas mantiveram o resultado ao final de um ano. Estamos ansiosos para poder observar os dados de dois anos do estudo IMMhance no Congresso Mundial de Dermatologia em junho.”

Risancizumab recebeu a aprovação da Comissão Europeia com base em dados do programa global de Fase 3 – ultIMMa-1, ultIMMa-2, IMMvent e IMMhance – que avaliou mais de 2.000 doentes com psoríase em placas, moderada a grave.1-4 Nos quatro estudos, os objetivos co-primários foram a melhoria de pelo menos 90 por cento no Psoriasis Area and Severity Index (PASI 90) e a resposta de “pele limpa” ou “quase limpa” na Avaliação Global pelo Médico estática (sPGA 0/1) à semana 16.1-4 Risancizumab está a ser desenvolvido em colaboração com a Boehringer Ingelheim, ficando a AbbVie responsável pelo desenvolvimento futuro e pela comercialização de risancizumab a nível global.

“Sabemos que a psoríase pode ter um enorme impacto na vida do doente. Além dos sintomas físicos, a natureza altamente visível da doença pode ser psicologicamente devastadora e pode afetar negativamente o trabalho, os relacionamentos e o bem-estar geral de uma pessoa”, afirma Diogo Bento, diretor médico da AbbVie Portugal. “As novas opções de tratamento representam novas oportunidades para ajudar a aliviar o impacto da psoríase nestes doentes.”

As reações adversas mais frequentemente notificadas foram infeções do trato respiratório superior, que ocorreram em 13 por cento dos doentes. Reações adversas comuns (com uma frequência definida como igual ou superior a 1/100 acontecimentos até menos de 1/10) incluíram infeções por tinha, cefaleias, prurido, fadiga e reações no local da injeção.

Teste genético para prevenção e tratamento
Em 2018, surgiram, em Portugal, 574 novos casos de cancro do ovário, e no mesmo ano verificaram-se 412 mortes devidas a esta...

De facto, cerca de 44% das portadoras de mutações patogénicas no gene BRCA1 e cerca de 17% das portadoras de mutações patogénicas no gene BRCA2 vão desenvolver cancro do ovário até aos 80 anos. Segundo Gabriela Sousa, médica oncologista, “cerca de 85% do cancro do ovário é esporádico e cerca de 15% é hereditário, pelo que é importante que as mulheres estejam atentas à sua história familiar porque este é evitável”.

As alterações dos genes BRCA não estão apenas associadas a cancro da mama ou do ovário. Também poderão associar-se a cancro do pâncreas, próstata, entre outros. Gabriela Sousa explica que “estes são genes reparadores celulares, ou seja, ao funcionarem corretamente produzem proteínas que reparam pequenos erros no ADN e evitam o desenvolvimento dos tumores. Contudo, quando ocorre uma alteração, uma mutação nestes genes, este ‘trabalho’ fica comprometido, o que pode levar ao aparecimento do tumor”.

Segundo a especialista, as mutações genéticas germinativas são transmitidas às gerações seguintes num padrão de hereditariedade autossómica dominante. “Estas alterações não saltam gerações. Se o pai ou a mãe tem a mutação, o(a) filho(a) tem uma probabilidade de 50% de a ter herdado.” É por isso que é importante a realização do teste genético. “O teste genético é recomendado a alguns doentes oncológicos. No caso do cancro epitelial do ovário, todas as mulheres devem ser testadas segundo as recomendações nacionais e internacionais, porque esta informação poderá ter implicações no seu tratamento. As pessoas com um histórico familiar de cancro, mediante aconselhamento genético, poderão também ser referenciadas para estudo genético.”

A confirmação da presença de uma mutação patogénica germinativa (no gene BRCA1 ou BRCA2) é importante para o doente, porque poderá fazer alterar as opções terapêuticas, mas é sobretudo importante para os familiares saudáveis. “Se identificarmos portadores saudáveis com estas alteração podemos atuar antes da doença surgir, através de cirurgias redutoras de risco, como a mastectomia, que previne o cancro da mama, ou a cirurgia de remoção dos ovários, que previne o cancro do ovário, mas também reduz o risco de cancro da mama. Também se pode optar por uma vigilância mais adequada, com a realização de exames regulares, caso as cirurgias preventivas não sejam opção para a mulher.”

Quanto às idades para a realização destas intervenções cirúrgicas, Gabriela Sousa explica que “a vigilância deve ser iniciada cerca de dez anos antes da idade de diagnóstico do familiar mais jovem atingido pela doença, e as cirurgias redutoras de risco, são decididas de acordo com cada situação clínica. A cirurgia de remoção dos ovários é aconselhada a partir dos 35 anos ou entre os 40 e os 45 anos, se em causa estiver o gene BRCA2, após as mulheres terem completado o seu projeto reprodutivo”. A preocupação de várias mulheres quanto à maternidade, nomeadamente, o receio de passar a mutação aos filhos é, segundo a especialista, válido, “mas  existem, atualmente, técnicas de reprodução medicamente assistida que permitem selecionar os embriões que não têm a mutação e, dessa forma, interromper a transmissão da mutação à descendência”.

É para esclarecer estas e outras questões que a Evita, a Liga Portuguesa Contra o Cancro, a Sociedade Portuguesa de Genética Humana, a Sociedade Portuguesa de Ginecologia, a Sociedade Portuguesa de Senologia e a Sociedade Portuguesa de Oncologia e a AstraZeneca irão lançar a campanha “saBeR mais ContA”, no dia 8 de maio, Dia Mundial do Cancro do Ovário, e que irá decorrer até outubro, mês de sensibilização para o cancro da mama.

Segundo Tamara Milagre, presidente da Evita, “estamos a contribuir para acelerar a identificação de portadores e aumentar a resposta às suas necessidades específica”. A responsável refere ainda que “é necessário que os centros especializados aumentem a sua capacidade de resposta para quem decide avançar com cirurgias preventivas, para as quais o tempo de espera neste momento é bastante longo em algumas instituições.”

Neste sentido, a campanha contará com a realização de três sessões de esclarecimentos com médicos especialistas e testemunhos sobre “As mutações genéticas BRCA e o cancro”, com a primeira a acontecer no dia 17 de maio, pelas 15h00, no IPO de Coimbra, e a segunda, a 30 de maio, à mesma hora, no IPO do Porto, esta última transmitida por livestreaming nos sites e páginas de facebook da Evita e LPCC.  Estas sessões, dirigidas sobretudo a doentes e familiares, são uma forma de passar conhecimento, que segundo Vítor Rodrigues, Presidente da Direção da LPCC, “é um aspeto-chave para que as pessoas possam tomar decisões informadas sobre a sua saúde e equacionem as vantagens e as desvantagens das várias estratégias disponíveis e o diálogo com os profissionais de saúde, numa interacção esclarecida sobre as opções a tomar.”

Para além destas sessões, a campanha “saBeR mais ContA” terá ainda uma exposição fotográfica, com testemunhos de famílias onde houve diagnóstico de cancro da mama e/ou ovário, associados à mutação BRCA, e outros que realizaram o teste genético. Esta exposição estará no Alma Shopping, entre 9 a 20 de maio, seguindo para o Porto, para a estação da Casa da Música do Metro do Porto, de 20 a 31 de maio. A campanha chega a Lisboa no mês de outubro.

Estudo
Um estudo divulgado pelo Colégio Americano de Cardiologia vem mostrar que não tomar o pequeno-almoço pode aumentar o risco de...

Para chegar a esta conclusão, uma equipa de médicos e investigadores de várias universidades americanas avaliou os dados de 6550 pessoas, com idades entre os 40 e os 75, que participaram de uma pesquisa nacional de saúde e nutrição entre 1988 e 1994. Entre outras informações, os participantes revelaram com que frequência tomavam a primeira refeição do dia.

Desta análise apurou-se que 5% terá afirmado que nunca tomava o pequeno-almoço e cerca de 11% admitia que raramente o fazia. A maioria (cerca de 25% dos inquiridos) afirmava que fazia esta refeição de forma intermitente.

Os investigadores analisaram então os registos de morte dessas pessoas até 2011 e constataram que 2318 participantes do estudo tinham morrido. Depois de avaliar outros fatores de risco como o tabagismo ou obesidade, a equipa de investigação descobriu que 87% dos que saltavam a primeira refeição do dia tinham maior probabilidade de morrer de doença cardiovascular.

Estudo não é conclusivo, alertam especialistas

Apesar de alguns estudos demonstrarem que prolongar o jejum tem um impacto negativo para a saúde, os cientistas continuam a tentar entender esta relação, pelo que, alegam, os resultados desta recente análise não são conclusivos.

Ao comentar a pesquisa da associação americana de cardiologia, o serviço Público de Saúde do Reino Unido (NHS), é categórico em dizer que o estudo não é capaz de provar que saltar o pequeno-almoço é causa direta de morte por doença cardiovascular.

“De acordo com o estudo em questão, as pessoas que não tomam a primeira refeição do dia têm maiores probabilidades de serem ex-fumadoras, sedentárias e com uma alimentação pobre quando comparadas com aquelas que nunca saltam o pequeno-almoço”, diz uma resenha publicada na página do NHS, que destaca os fatores de risco para as doenças cardiovasculares.

“O estudo só teve uma avaliação única do pequeno-almoço o que pode não refletir hábitos ao longo da vida. Também não explica o que significa a primeira refeição do dia para as diferentes pessoas”, pode ler-se na nota. “Por exemplo, muitas pessoas tomam o pequeno-almoço todos os dias, mas isso não significa que façam uma refeição saudável. Este estudo não permite distinguir quem come algo saudável às 8 da manhã e quem come uma sanduiche com bacon ou uma barra de cereais carregada de açúcar ao fim da manhã”, alerta.

De qualquer forma, Wei Bao, professor assistente de epidemiologia da Universidade do Iowa e um dos autores da pesquisa, sai em defesa das descobertas deste estudo.

“Muitos estudos têm mostrado que saltar esta refeição está relacionado com um elevado risco de diabetes, hipertensão ou hipercolesterolemia”, afirma o investigador. “O nosso estudo indica que tomar o pequeno-almoço pode ser uma forma simples de promover a saúde cardiovascular”, adianta.

De acordo com a equipa de investigadores, da qual Bao faz parte, as associações entre a primeira refeição do dia e o risco de doença cardíaca “eram significativas e independentes do nível socioeconómico, do índice de massa corporal e dos fatores de risco cardiovascular”. “Até onde sabemos, esta é a primeira análise que avalia a relação entre o pequeno-almoço e risco de morte por doença cardiovascular”, referem os autores do estudo.

As doenças cardiovasculares, sobretudo o enfarte e o acidente vascular cerebral, são a principal causa de morte em todo o mundo, tendo sido responsáveis por 15,2 milhões de mortes em 2016, de acordo com a Organização Mundial de Saúde.

Distinção
O Serviço de Imunoalergologia do Centro Hospitalar Universitário de São João (CHUSJ), no Porto, foi qualificado como Centro de...

“O centro hospitalar torna-se, assim, na única unidade de saúde do Serviço Nacional de Saúde (SNS) a fazer parte deste grupo restrito e a integrar os 28 centros em todo o mundo”, de acordo com o Centro Hospitalar e Universitário.

O Serviço de Imunoalergologia passa a ser reconhecido como “um centro de excelência no diagnóstico e tratamento das doenças imunoalérgicas, na investigação e formação médica”, explica o Diretor do Serviço de Imunoalergologia, José Plácido.

Esta distinção vem permitir que o serviço possa estabelecer parcerias com a WAO no âmbito da investigação e inovação clínica, programas de formação de profissionais de saúde e promoção de cuidados médicos de excelência junto dos doentes e suas associações, comunidade e tutela, acrescenta.

Mais responsabilidades

De acordo com o Diretor do Serviço, esta distinção acarreta exigências e responsabilidades. “Teremos de prosseguir na política de elevada exigência na prestação de cuidados médicos e na capacidade formativa dos internos e profissionais de saúde em geral”, refere.

Em função desta parceria, haverá mais oportunidades de participar a nível internacional em projetos de investigação, em programas de formação e educacionais patrocinados por esta organização, sublinha.

“A Organização Mundial de Alergologia congratula-se de acolher no seu seio o Serviço de Imunoalergologia do Centro Hospitalar Universitário São João. O principal propósito dos centros de excelência da WAO é a intensificação da multidisciplinaridade da inovação e da educação científica e clínica nas áreas da alergologia, asma e imunologia clínica”, vinca Lanny Rosenwasser, Diretor Executivo dos centros de excelência da WAO.

Para a atribuição desta distinção são avaliados alguns critérios como a atividade clínica (número e tipo de consultas); o grau de inovação dos meios complementares de diagnóstico e procedimentos terapêuticos realizados; a capacidade formativa; a produção científica e a participação em programas de formação e de divulgação da especialidade.

Corrida Terry Fox
A Liga Portuguesa Contra o Cancro (LPCC) conseguiu angariar 25 mil euros no âmbito da 24ª edição da Corrida Terry Fox que se...

Em 2018, no total, a LPCC atribuiu 579.220 euros para 24 bolsas de investigação, a 6 centros de investigação e a 134 ações de apoio à formação em oncologia.

“Estamos gratos pela elevada participação das pessoas na corrida e pelo seu contributo para a investigação oncológica. É um apoio importante para uma causa nobre que esperemos que venha a dar frutos no futuro”, afirma o presidente da Liga Portuguesa Contra o Cancro, Vítor Rodrigues.

Nesta edição da Corrida Terry Fox, destaque para o apoio especial que o ator Jorge Corrula deu à iniciativa. Não só apadrinhou publicamente a iniciativa, como fez questão de correr os 10 km da prova.

A história de Terry Fox

A Corrida Terry Fox nasceu da história de um jovem canadiano que aos 18 anos recebeu o diagnóstico de cancro nos ossos. Depois de perder uma das suas pernas com um osteossarcoma, decidiu cruzar o Canadá de costa a costa, para recolher fundos para pesquisa do tratamento de cancro. Tinha como objetivo angariar 1 milhão de dólares e acabou por conseguir 360 milhões, com aquilo que chamou a «Maratona da Esperança». Terry Fox correu cerca de 42 Km por dia durante 143 dias consecutivos. Depois de percorrido aproximadamente 5.300 quilómetros, acabou por ter de abandonar a sua Maratona da Esperança porque o cancro chegara, entretanto aos pulmões. Morreu pouco depois, aos 22 anos de idade, mas deixou para sempre um legado ímpar na luta contra o cancro. Fique a conhecer melhor esta história em: http://www.terryfox.org/

 

 

 

 

APDP representou Portugal em Sevilha
A Associação Protectora dos Diabéticos de Portugal (APDP) esteve em Sevilha de 24 a 26 de abril a representar Portugal no XXX...

Com mais de 5 milhões de pessoas com diabetes, o sistema de saúde espanhol debate-se com problemas muito similares aos de Portugal. Entre eles a capacitação e a educação terapêutica.

Perante os melhores profissionais de saúde de Espanha e convidados de outros países, a palestra do presidente da APDP, Dr. José Manuel Boavida, contou com 600 participantes e debruçou-se sobre o “Empoderamiento del paciente con Diabetes”.

“A importância da educação terapêutica para fazer frente ao recrudescimento das complicações e à mortalidade por diabetes foi o principal foco da apresentação”, explica José Manuel Boavida.

A diabetes é uma doença crónica, que vai acompanhar os doentes ao longo da sua vida, por isso, “o apoio individual e coletivo, a gestão da doença e o apoio social perante as dificuldades quotidianas são determinantes e foram abordados no congresso numa perspetiva de autonomia e autocontrolo da doença”, conclui.

O programa da reunião abordou grande parte dos aspetos relevantes na diabetes, desde a epidemiologia à telemedicina, sem esquecer a educação terapêutica e os avanços no tratamento e atenção dada à diabetes. As bombas de insulina inteligentes e o acesso às novas tecnologia, assim como o uso da inteligência artificial foram alvo de acesos debates.

 

Educação do doente
Estima-se que, a nível mundial, existam 334 milhões de asmáticos e, no nosso país, cerca de um milhão. Apesar da elevada...

Para além de não procurarem ajuda para melhorar a situação, este facto origina, frequentemente idas às urgências e internamentos hospitalares, além de uma deterioração da função pulmonar, que pode chegar à insuficiência respiratória com incapacidade para a realização de tarefas diárias rotineiras, como subir um lance de escadas ou tomar um simples duche. Segundo o GRESP, um doente asmático cuja patologia não esteja controlada pode custar cerca de 1.400€, por ano, ao Estado.

“Estima-se que metade dos doentes com asma sob terapêutica crónica não toma a medicação de acordo com o guia de tratamento. Os riscos associados ao não cumprimento incluem aumento do número de hospitalizações associadas à asma, idas ao serviço de urgência, consultas médicas não programadas, absentismo profissional e escolar e diminuição da qualidade de vida do doente e família”, defende Rita Gerardo, médica pneumologista da Sociedade Portuguesa de Pneumologia.

Sobre a importância do correto tratamento da asma, Rui Costa, especialista em Medicina Geral e Familiar e coordenador do GRESP, refere: “a maior dificuldade reside na utilização correta dos dispositivos inalatórios e na sua utilização diária e prolongada. É essencial ensinar corretamente os doentes a utilizar o inalador e verificar, regularmente, a utilização pela equipa de saúde, pelo médico e/ou enfermeiro”.

“O doente deve falar com o seu médico sobre as limitações que sente, sobre tudo o que gostaria de fazer e não consegue ou tem medo de tentar. Deve assumir que precisa de ajuda e confirmar se está a utilizar o inalador corretamente e, também, procurar sempre o tratamento mais adequado para o seu caso”, considera Elisa Pedro, presidente da Sociedade Portuguesa de Alergologia e Imunologia Clínica.

“A educação do doente, bem como a implementação de programas de intervenção multidisciplinares, permitem um melhor conhecimento da utilização dos fármacos, nomeadamente dos inaladores e dos motivos geradores do não controlo da doença. Adicionalmente, a relação médico-doente, baseada numa comunicação aberta e transparente, é um dos principais fatores críticos de sucesso. A educação é essencial, importa que a doença seja gerida em conjunto pelos profissionais de saúde e pelo asmático e seus familiares”, afirma Mário Morais de Almeida, presidente da Associação Portuguesa de Asmáticos.

Para assinalar o dia Mundial da Asma (7 de maio) a campanha “Vencer a Asma” – uma iniciativa da Sociedade Portuguesa de Pneumologia (SPP), Grupo de Estudos em Doenças Respiratórias da Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar (GRESP), Sociedade Portuguesa de Alergologia e Imunologia Clínica (SPAIC), Associação Portuguesa de Asmáticos (APA) e GlaxoSmithKline (GSK) – vai lançar um vídeo com testemunhos de diferentes especialistas e representantes de associações de doentes,  sensibilizando para a importância do controlo da doença e a necessidade de uma comunicação mais aberta entre o doente asmático e o seu médico. Esta é já a terceira edição da Campanha “Vencer a Asma”.

Infraestruturas e Equipamentos
Dez hospitais, ao longo de todo o país, vão beneficiar de um investimento de 91 milhões de euros (M€) nos próximos três anos,...

De acordo com o Programa de Investimentos na Área da Saúde (PIAS), aprovado em Conselho de Ministros e publicado no passado dia 2 de Maio, pretende-se «alavancar o investimento, a recuperação e a melhoria de infraestruturas e equipamentos do setor da saúde». Em simultâneo, espera-se uma melhoria da rede e a expansão da atual capacidade instalada do Serviço Nacional de Saúde (SNS).

O PIAS é financiado por verbas do Orçamento de Estado (69,3 milhões de euros) e, sempre que aplicável, por fundos europeus (21,3 milhões de euros), repartidos por três anos (2019, 2020 e 2021).

Entre os investimentos previstos encontram-se a aquisição de aceleradores lineares para radioterapia, a requalificação de instalações e equipamentos e projetos com vista à eficiência energética. Caberá aos hospitais realizar as ações necessárias à concretização célere destes investimentos.

O PIAS é um programa que permitirá cumprir o objetivo de reforçar o investimento e a inovação tecnológica no SNS, prosseguindo a missão de prestação de cuidados de saúde de qualidade. Mantém-se em análise um conjunto de outros projetos de investimento.

Entre os hospitais beneficiários encontra-se o Centro Hospitalar Tondela/Viseu onde se ira proceder ao alargamento e remodelação da urgência polivalente; o Centro Hospitalar Barreiro/Montijo que irá receber um Acelerador Linear para Radioterapia e obras de adaptação; o Centro Hospitalar Póvoa Varzim/ Vila do Conde que contará com obras de requalificação e melhoria de instalações ou o IPO de Coimbra com requalificação do Edifício de Cirurgia.

Obras terminam no final do ano
O Serviço de Urgência Geral do Hospital São José, em Lisboa, vai entrar em obras de requalificação para modernizar e aumentar...

De acordo com o Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Central (CHULC), no qual se integra o Hospital São José, a intervenção vai durar até ao final deste ano e «corresponde à necessidade inadiável de aumentar e modernizar as instalações onde funciona a urgência».

As obras vão permitir aumentar as instalações da urgência em cerca de 30 por cento e no início de 2020 haverá «mais gabinetes médicos e todas as especialidades oferecidas nas urgências ficarão concentradas na mesma zona», incluindo as de otorrino e oftalmologia, que até agora estão noutro piso, revela o CHULC.

Na psiquiatria, as obras vão permitir «significativos melhoramentos, ganhando uma sala de contenção e outra de observação».

Depois das obras, a urgência passará a ter duas entradas separadas, uma destinada aos doentes que se deslocam pelo seu pé e outra para os que são transportados por maca.

A intervenção vai ainda ser dirigida à área da triagem e às salas de espera.

No comunicado, a administração do Centro Hospitalar Lisboa Central indica que “fará tudo para minimizar eventuais inconvenientes causados pelas obras” e para garantir que a intervenção será o mais breve possível.

A requalificação da urgência geral polivalente do Hospital São José é considerada uma obra «inadiável», enquanto se aguarda a construção do novo Hospital de Lisboa Oriental, cuja abertura está por agora projetada para daqui a cinco anos.

 

Assembleia da República vota hoje
Mais tempo de licença parental para os pais com filhos prematuros ou recém-nascidos que tenham de ficar internados é uma das...

De acordo com a notícia do Diário de Notícias (acesso pago), que dá conta do tema, as medidas em análise fazem parte de um conjunto de alterações ao Código do Trabalho e preconiza a extensão da licença parental em casos especiais.

O documento, em análise, prevê que caso o nascimento aconteça até às 33 semanas, é acrescido à licença o período de internamento, sem exista um teto máximo. Se o bebé não ficar internado, mas nascer até às 33 semanas, a licença é aumentada em 30 dias, e quando um recém-nascido tiver de ficar internado, mesmo num parto após as 33 semanas ou num parto de termo (entre as 37 e as 42 semanas), a licença é também acrescida de 30 dias.

O nascimento de crianças antes do termo tem sido mais comum nos últimos tempos, conferindo uma maior importância a estas medidas. Nasceram mais 210 crianças prematuras em 2017 do que no ano anterior, numa altura em que 8,1% dos bebés nascidos no país são prematuros. A idade mais avançada das mães é uma das razões apontada para este aumento.

De acordo com a publicação, também os pais cujos filhos são portadores de deficiência, doença crónica ou oncológica, podem vir a ter até seis meses de licença, prorrogável até quatro anos, se esta medida for aprovada. Quando confirmada por um médico, a assistência prolongada nestes casos, pode estender-se até seis anos.

 

 

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