Opinião
O cancro da mama metastático ocorre quando as células do cancro da mama se espalham do tumor primári

Já é sobejamente conhecido que o cancro da mama é uma doença frequente na mulher. Basta pensarmos que uma em cada 8 a 10 mulheres terá o diagnóstico de cancro da mama ao longo da sua vida. Em Portugal, em 2018, foram diagnosticados 6974 novos casos de cancro da mama (fonte Globocan 2018).

Apesar de ser uma doença com elevada probabilidade de remissão, até 30% dos casos tratados com intuito curativo irão recidivar no decurso da vida da mulher sobrevivente de cancro. Estes são a grande maioria dos casos de cancro da mama dito avançado, aqui definido como aquele que não é passível de tratamento curativo. Existe ainda uma minoria de casos, mais propriamente 10% dos casos de cancro da mama avançado, que, quando são diagnosticados, são-no em fase avançada.

O facto de o cancro da mama avançado não ter cura implica que a pessoa que tem este diagnóstico viverá com o mesmo até morrer. Quando este tempo é prolongado, falamos de uma doença crónica. Passa-se o mesmo com as doenças crónicas mais prevalentes, de que são exemplo a diabetes, a hipertensão arterial ou a osteoartrose. O tratamento por equipas dedicadas e especializadas, bem como o acesso à inovação de acordo com as guidelines nacionais e internacionais, constituem os principais fatores de sucesso da abordagem do cancro da mama avançado. Esta é uma doença muito heterogénea. Hoje em dia os tratamentos de primeira linha dos subtipos mais frequentes desta doença permitem, pelo menos a estabilização da doença, em cerca de 2 anos. Se recuarmos 10 anos, falávamos em menos de 1 ano de tempo de resposta. Por outro lado, quando a doença progride à primeira linha de tratamento, a investigação permitiu que existam várias outras linhas de tratamento com eficácia comprovada, sendo a sequenciação um grande desafio para a comunidade médica. Também em termos de tipo de tratamento se tem evoluído no sentido de acompanhar a necessidade de manutenção de uma boa qualidade de vida. É muito importante que o tratamento do cancro da mama avançado, enquanto doença crónica, permita que a sobrevivente consiga manter a qualidade e estilo de vida habituais.

À semelhança de outras doenças crónicas, no cancro da mama avançado o apoio da família é fundamental, para dar conforto e inspirar a confiança da sobrevivente. Adicionalmente, o apoio representa um fator motivador para continuação dos tratamentos. Os novos casos de doença avançada atingem, frequentemente, mulheres entre os 45 e os 55 anos de idade, altura em que a maioria tem uma vida ativa e manifesta vontade de manutenção no mercado de trabalho e participação na vida familiar durante e após os tratamentos. Para muitas doentes, o regresso ao trabalho com sucesso significa levar uma vida normal, mas nem sempre é simples. Neste contexto, as pessoas deparam-se com novos desafios como a falta de segurança no emprego ou dificuldade em cumprir com compromissos contratuais pois o portador de uma doença crónica está continuamente em tratamento e oscila na forma como se sente. Seria importante existir a oportunidade de criação de horários e condições de trabalho adaptadas, como por exemplo trabalhar alguns dias a partir de casa.

Também na doença avançada, é importante a promoção de estilos de vida saudáveis, como uma dieta equilibrada, uma vida física e cognitivamente ativa e a prática regular de exercício físico. Para além dos benefícios conhecidos, esta é uma forma de relativizar a preocupação com a doença oncológica. Novamente, o papel da família é essencial.

As tendências atuais apresentam progressos conseguidos no desenvolvimento de novas opções de tratamento, apontam para um futuro onde cada vez mais sobreviventes com cancro da mama metastático tenham uma vida mais longa e com melhor qualidade de vida. Cabe-nos a nós todos, enquanto sociedade, acompanhando estes progressos, saber acolher e integrar as sobreviventes.

Dra. Ana Joaquim - Oncologista do Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia/Espinho e coordenadora do programa MAMA_MOVE Gaia

 

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Coluna vertebral
O termo vulgarmente conhecido como “dor nas costas” pode ser referido tecnicamente como lombalgia qu

Sintomas 

A dor nas costas pode ser aguda ou crónica. A dor aguda dura, normalmente, de quatro a seis semanas, enquanto a dor crónica pode durar toda uma vida, indicando um problema bem mais grave na coluna vertebral, como hérnias dos discos cervicais ou lombares.

Estima-se que mais de ¾ da população mundial sofra de dor raquidiana/ vertebral, mais conhecida por “dor nas costas”, na maioria das vezes esta dor é intensa e limita a vida pessoal e profissional, diminuindo a qualidade de vida e a capacidade de a pessoa afetada efetuar movimentos, como a flexão da coluna.

Causas

Existem diferentes fatores desencadeantes de lombalgia e cervicalgia. Contudo, a questão postural está entre os principais fatores de risco. Hábitos incorretos de postura ao deitar, sentar ou realizar qualquer atividade do dia a dia, no trabalho e lazer podem acarretar malefícios na coluna.

Uma grande parcela da população nos dias de hoje convive com dor nas costas, resultante de má postura, sedentarismo, posições incorretas no ambiente de trabalho, nos afazeres domésticos entre outros fatores associados, incluindo a execução errada de exercícios.

Diagnóstico e Exame

O histórico clínico do paciente pode contribuir bastante para o diagnóstico de dor nas costas, tal como o exame físico detalhado que permita avaliar a postura, a amplitude de movimentos, os espasmos musculares, a dor e a força muscular da coluna e dos membros superiores e inferiores.

O médico pode ainda solicitar a realização de exames complementares como a ressonância magnética ou a tomografia computorizada.

Tratamento

O tratamento das dores nas costas depende da causa se é uma protrusão, uma hérnia, ou se o problema é apenas postural, muscular ou ergonómico.

Na maioria dos casos em que a dor causada pelas hérnias discais é refratária à medicação conservador deve recorrer-se a tratamentos minimamente invasivos: nucleoplastia por Plasmalight (mais avançada atualmente) ozonoterapia ou radiofrequência.

Dicas para evitar dor nas costas

  • Usar calçado adequado
  • Evitar movimentos repetitivos ou a mesma posição
  • Evitar desportos violentos ou excessivos
  • Evitar o manuseamento incorreto de pesos
  • Manter o peso controlado
  • Optar pelas escadas e não pelo elevador
  • Manter uma postura correta ao computador
  • Para pegar em pesos, fazer com a coluna direita e usando as pernas como alavanca
  • Dormir de barriga para cima sobrecarrega a coluna, deve-se dormir de lado com almofadas 

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Lombalgia é a principal causa de dor crónica 

Como evitar a dor lombar

Quem nunca teve uma dor na região lombar?

Avanços no tratamento da dor

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Estudo
São homens entre os 25 e os 36 anos, têm formação superior, trabalham em profissões associados à gestão ou trabalho...

No que toca a setores, é o dos Media que os portugueses visitam mais na internet (média de 117 visitas mensais por internauta), seguindo-se os classificados (80 visitas por mês), retalho (44), banca (26) e turismo (25). Já no tempo da visita, os dados mudam. É nos classificados que, em média, os internautas passam mais tempo (98 segundos por visita), seguindo-se o retalho (93), automóvel (92), turismo (88) e telecomunicações (82).

 Os portugueses fazem na sua maioria (26% do total das buscas), pesquisas comparativas sobre análise de produtos e/ou serviços e respetivos preços seguido de pesquisas sobre temas relacionados com viagens, turismo e outras atividades de lazer (25%) e pesquisas sobre IT, incluindo reviews e comparações de produtos (22%).

“Quem são os Internautas portugueses e quais as suas principais preferências de navegação? Quando é que acedem à Internet e quais são as suas principais pesquisas? Em que setores de atividade cada perfil comportamental está mais presente e em que marcas navegam?” são estas algumas das questões a que o presente estudo responde e que pensamos ser essenciais para as marcas de todos os setores saberem com quem comunicam digitalmente” afirma Nuno Santos, Chief Analytics & Strategy Officer da PSE. “Em Portugal há uma média mensal de quase 7 milhões de internautas que navegam pela internet por mais de 364 milhões de horas, o que fizemos neste estudo, foi criar perfis comportamentais para estes internautas, arrumando-os em 15 personas e analisando a sua interação com 11 dos principais setores de atividade” conclui.

 

 

Prevenção
A Sociedade Portuguesa do Acidente Vascular Cerebral (SPAVC) junta-se à World Stroke Organization (WSO) para assinalar o Dia...

A mensagem que preside à campanha internacional eleita pela WSO para assinalar o Dia Mundial do AVC, em 2019, é clara: uma em cada quatro pessoas está em risco de vir a sofrer um AVC ao longo da sua vida. No entanto, a boa notícia é que este destino não é inevitável: é possível prevenir a ocorrência de AVC, na maior parte dos casos, através da adoção de algumas medidas simples.

Chamando a atenção para o panorama nacional e justificando a importância de iniciativas como esta, o presidente da Direção da SPAVC, José Castro Lopes, frisou que “o AVC continua a ser a principal causa de mortalidade e incapacidade permanente no nosso país”. “Por hora, três portugueses são vítimas de um AVC. Destes, um deles não sobreviverá. Dos restantes, 50% ficará com incapacidade de grau variável”, adiantou.

Não obstante “estarmos perante uma doença gravíssima”, o especialista lembrou que esta se pode prevenir e tratar. Nesse sentido, continuou, “diariamente e durante todo o ano, devem ser postas em prática as medidas de prevenção amplamente divulgadas pela SPAVC através das mais variadas ações. Estas medidas dizem respeito ao combate aos fatores de risco de AVC, devendo salientar a hipertensão arterial, o tabagismo, a diabetes, o sedentarismo, e a fibrilhação auricular (arritmia cardíaca) ”.

Sob o mote “Don’t be the one” (“Não seja essa pessoa”, em português), a WSO e a SPAVC aproveitam esta data para recordar alguns dos passos que podem contribuir mais decisivamente para a prevenção do AVC:

  • Medir regularmente e controlar a pressão arterial (PA), reduzindo a quantidade de sal adicionada aos alimentos; 30% dos AVC podem ser prevenidos baixando a PA.
  • Divulgar a necessidade de deixar de fumar; parar o uso do tabaco pode reduzir o AVC em 35%.
  • Controlar a diabetes e o colesterol; os valores de colesterol e glicose devem estar dentro do normal.
  • Praticar atividade física regular, combatendo o sedentarismo; 30 minutos de exercício diário podem diminuir o risco de AVC em 20%.
  • Controlar o peso, pois a obesidade aumenta o risco vascular; é aconselhável aumentar o consumo de vegetais, mantendo uma dieta equilibrada.
  • Detetar precocemente a fibrilhação auricular (FA), verificando periodicamente se as pulsações cardíacas são rítmicas, através da palpação do seu pulso; a FA aumenta o risco de AVC e necessita de medicação corretiva.
  • Limitar o consumo de bebidas alcoólicas; o álcool eleva a pressão sanguínea e aumenta o risco de AVC.

Sublinhando, por fim, “que prevenir para evitar é melhor que tratar”, o presidente da Direção da SPAVC deixou um repto à população, a propósito das comemorações do Dia Mundial do AVC: “a prevenção está nas vossas mãos. Sejam pró-ativos!”.

Causas
O que conhecemos como "esgotamento ou burnout" é muito mais preocupante do que pode parece

O que é a síndrome de burnout

A síndrome de burnout, nada mais é do que a resposta do ser humano ao stress crónico no trabalho. Esta doença não se limita ao período de stress em si, mas à perda da capacidade de lidar com a tensão no trabalho, levando a um cansaço permanente e a uma produtividade muito reduzida, quando não eliminada na totalidade.

Vários estudos confirmam que esse fenómeno afeta mais as mulheres do que os homens. Pessoas sem parceiro ou com pouco apoio familiar também são mais suscetíveis. Além disso, geralmente aparece nos primeiros anos de desenvolvimento profissional dos trabalhadores. Portanto, as estatísticas revelam que a percentagem de jovens empregados com síndrome de burnout é muito maior do que naqueles com mais de 35 anos. A OMS, dentro da CID-11, renomeou o fenómeno como uma síndrome de desperdício emocional. Essa nova classificação entrará em vigor em 2022.

Perfil, sintomas e fatores da síndrome de burnout

Apesar da importância da síndrome de burnout, não há muita informação sobre a doença. De facto, só agora é que começou a atrair maior atenção da imprensa e de investigadores. Verificou-se que a síndrome de burnout mantém uma estreita relação com o aparecimento de doenças graves como Diabetes tipo II, problemas cardíacos e até um risco aumentado de morte antes dos 45 anos.

Alguns dos sintomas apresentados e que permitem uma melhor identificação, são o esgotamento intenso, com uma enorme sensação de falta de energia; o desapego ao trabalho e tudo relacionado; problemas comportamentais e dormência; baixa ou nenhuma autoeficácia e sensação de ausência de realização pessoal; ansiedade, hostilidade, raiva, depressão ou tristeza.

Além disso, há uma alteração de comportamento, dando lugar a hábitos tóxicos e absenteísmo.

Se a síndrome de burnout se prolongar por períodos muito longos, a ocorrência de sequelas é bastante comum. O habitual é vir a sofrer de insónia, dores de cabeça, distúrbios gastrointestinais, etc.

De acordo com empresa de recrutamento Adecco listou alguns dos fatores que podem potenciar o desenvolvimento da síndrome de burnout:

Carga excessiva de trabalho. Um dos sintomas mais significativos é a exaustão. Sem dúvida, isso afeta diretamente a carga de trabalho do funcionário. Isso pode acontecer devido ao excesso de tarefas ou à execução incorreta de funções. Seja como for, o funcionário termina com o sentimento de não possuir as capacidades necessárias para o seu desenvolvimento profissional.

Perda de controlo. O sentimento de falta de satisfação pessoal é outro aspeto essencial da síndrome de burnout. Geralmente está associado ao problema de tentar controlar todo o trabalho que precisa ser feito. Pode levar a que o trabalhador sinta que não possui as capacidades necessárias para desempenhar as suas funções. No entanto, também pode ser o resultado de uma tentativa de assumir mais responsabilidades do que se deveria ter na posição que ocupa.

Falta de reconhecimento. Estudos mostram que, dos trabalhadores que deixaram o emprego, quase 80% o fazem por falta de reconhecimento. De facto, 60% refletem que se sentem mais motivados pelo reconhecimento do que pela compensação económica. O autorreconhecimento também desempenha um papel importante. Contanto que o funcionário considere o seu trabalho importante e o faça corretamente, ele permanecerá longe da síndrome de burnout.

A importância das comunidades. Outro aspeto muito importante que favorece ou não o desenvolvimento da síndrome de burnout é o facto de a pessoa viver em família ou sozinha. Em família, os elogios, o conforto, a felicidade e o humor são partilhados. No entanto, o trabalhador independente que seja mais solitário é mais propenso a conflitos com colegas e a criar um ambiente de trabalho negativo. Sem dúvida, isso pode levar a esta situação.

Tipo de tratamento no trabalho. Se o trabalhador sente que é tratado de maneira injusta no trabalho, as hipóteses de sofrer da síndrome de burnout aumentam. Dentro do tratamento injusto encontramos ambientes favoráveis a preconceito, favoritismo e até abuso direto por um parceiro. A falta de confiança nos colegas, no diretor ou no líder executivo quem quer que este seja, causa uma dissociação psicológica no trabalhador.

Correspondência de Ações. Desde que os valores comerciais não correspondam aos valores pessoais do trabalhador, haverá um problema de coexistência. Deve optar por trabalhos que não entrem em conflito moral com as suas crenças. Caso contrário, nunca se sentirá bem na sua carreira profissional e acabará a sofrer os sintomas da síndrome de burnout.

 

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Congresso
A Sociedade Portuguesa de Patologia da Coluna Vertebral (SPPCV) vai realizar o seu 8º Congresso entre os dias 31 de outubro e 2...

De acordo com Jorge Alves, vice-presidente da SPPCV e presidente da comissão organizadora do congresso, “o principal objetivo da Sociedade ao desenvolver esta iniciativa passa pelo seu dever em apostar na melhoria da competência daqueles que lidam com a patologia de coluna em Portugal”.

Para isso, refere o ortopedista, “a escolha dos destaques do congresso deve recair sobre tópicos que visam a procura de soluções de melhoria da saúde dos portugueses, nomeadamente a Robótica e a Inteligência Artificial, que têm demonstrado o seu impacto positivo na diminuição do risco de adversidades no tratamento das diferentes doenças da coluna, e os constantes avanços no conhecimento e tratamento Doença Metastática Vertebral”.

Segundo Miguel Casimiro, presidente da SPPCV, o ponto forte deste evento é “não só a sua elevada qualidade científica, juntando os players de referências no âmbito das patologias da coluna, mas também a diversidade de atividades que são esperadas, que vão desde a realização de um curso pré-congresso sobre prevenção e gestão de complicações na cirurgia à coluna, organizado em parceria com a Sociedade Norte-americana de Coluna e com a Sociedade Ibero-americana de Coluna, até ao simpósio da AOSpine sobre fraturas da apófise odontóide no idoso”.

Uma das novidades desta edição será a realização de um programa formativo dirigido a especialistas de Medicina Geral e Familiar, por forma a melhor preparar estes profissionais para a orientação dos doentes para as especialidades que tratam a coluna vertebral.

 

 

Alimentação
Quem está a tentar perder peso, já deve ter percebido que este é um processo que não se limita à red

A motivação pode ser entendida como o impulso interno que nos direciona e leva a agir de determinada forma, permitindo-nos atingir os nossos objetivos. Tem influência em tudo o que fazemos e a forma como o fazemos.

É necessária motivação para iniciar um tratamento de perda de peso, sendo esta geralmente intrínseca, ou seja, interior ao individuo, relacionando-se com os seus motivos e necessidades – como questões de saúde e bem-estar.

Perder peso e adotar um estilo de vida saudável implica mudar por completo um conjunto de hábitos enraizados e por isso, difíceis de abandonar: há uma resistência natural do corpo à alteração destes hábitos que são, de certa forma, confortáveis ao organismo. Esta resistência é expressa, na maioria das vezes, através da falta de motivação e desânimo.

Muitas vezes, apesar de reconhecermos a necessidade de perder peso, a falta de motivação dificulta a realização do trabalho necessário para esse propósito, e o resultado é simples: deixar tudo como está.

Além dos hábitos enraizados, a motivação enfrenta também o meio envolvente, caracterizado pela vida sedentária das 8h00 de escritório e hábitos alimentares menos saudáveis, resultantes da falta de tempo – qualquer coisa serve para matar a fome. Desistir ou nem começar, torna-se assim uma decisão prática e fácil de tomar.

Por estes motivos, adotar estratégias para manter e alimentar a motivação são essenciais para continuar com a dieta e prática de exercício físico e desta forma, alcançar um peso e estilo de vida saudáveis.

É fundamental consultar um médico antes de iniciar qualquer dieta ou tratamento, para despistar possíveis contraindicações e saber qual o melhor método tendo em conta as necessidades de cada um. Após esta consulta, é possível adotar estratégias como planear de antemão as refeições e respetivas quantidades ou elaborar um plano de exercício físico. Estabelecer pequenas metas, como comer três frutas/vegetais por dia ou fazer exercício duas vezes por semana, e ir acompanhando a evolução e resultados.

Ver resultados e evolução é uma forma de aumentar a motivação, impedindo de desistir. Dados reforçam também que a realização de uma dieta à base de proteína com acompanhamento médico e o apoio de uma equipa multidisciplinar composta por nutricionistas, técnicos de atividade física e profissionais de coaching, beneficia a manutenção do peso a longo prazo. O apoio e orientação destes profissionais no tratamento ajudam a evitar excessos e desvios do plano alimentar estabelecido, contribuindo para que os resultados sejam visíveis desde o início, o que resulta numa maior motivação e compromisso com a perda de peso.

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Nutricionista explica
Atualmente, as guidelines nutricionais indicam que a quantidade de hidratos de carbono ingerida pelas pessoas com Diabetes tipo...

É neste sentido que a dieta low carb, baseada numa ingestão reduzida de hidratos de carbono, até 130g por dia, tem vindo a ganhar alguma importância na alimentação de pessoas com Diabetes. Quem o afirma é Vera Ruivo Dias, nutricionista da Associação Diab(r)etes e autora do blog Deveras Nutritivo (https://deverasnutritivo.wordpress.com/), uma plataforma em que partilha a sua experiência profissional, aliada ao seu dia-a-dia enquanto pessoa com Diabetes Mellitus Tipo 1 desde os 17 anos.

“Temos verificado que algumas pessoas têm obtido muitos benefícios no controlo da glicemia e pode ser uma alternativa, quer a nível de controlo da Diabetes, quer a nível do controlo de peso. Não digo para as pessoas com Diabetes fazerem uma alimentação exclusiva low carb, mas pelo menos algumas refeições que tenham mais dificuldade em controlar o tipo de alimentos a ingerir, como são exemplo as refeições ao final da tarde ou à hora de almoço. Este tipo de alimentação não deve ser extremo e só deve ser realizado no caso do seu médico concordar e de não existirem conta-indicações”, explica a nutricionista Vera Ruivo Dias.

A dieta low carb tem como base a ingestão de uma maior quantidade de gordura e proteína, restringindo a quantidade de hidratos de carbono, com o objetivo de moderar os picos de glicemia. Vera Ruivo Dias recorda que a glicemia aumenta com a ingestão de hidratos de carbono sendo que a sua redução tornará os níveis de glicemia mais estáveis e diminuindo a quantidade necessária de insulina diária, com consequente menor variabilidade glicémica.

Alimentação equilibrada e polifraccionada é a melhor opção

Apesar da dieta low carb ser uma alternativa para um melhor controlo da doença, os hidratos de carbono não devem ser completamente excluídos da alimentação de uma pessoa com Diabetes. Vera Ruivo Dias salienta que se deve fazer uma alimentação com o máximo de fibra possível, como optar por opções integrais (por exemplo, no caso das massas e arroz), favorecendo a ingestão de fruta e leguminosas, por terem maior quantidade de fibra e, consequentemente, ter um menor pico de glicemia no processo de digestão.

“A nossa alimentação deve ser saudável e equilibrada. Devemos fazer uma dieta com o mínimo de alimentos processados e com o máximo de fibra, fazendo sempre uma alimentação polifracionada. Não devemos, tal como qualquer pessoa saudável, comer quantidades muito exacerbadas de alimentos, sendo que devemos privilegiar o consumo de legumes, leguminosas e também frutas”, acrescenta Vera Ruivo Dias.

Com efeito, em 2016 a FAO (Food and Agriculture Organization) definiu que seria o Ano Internacional das Leguminosas, salientando a importância do seu consumo: “Ao monitorizarmos a variação da glicemia quando ingerimos a mesma quantidade de hidratos de carbono provenientes de uma batata (mesmo que seja de batata doce), comparativamente com o consumo de uma leguminosa (por exemplo, a ervilha), verificamos que o pico de glicemia é muito menor quando ingerimos leguminosas”, explica a nutricionista. 

Apps de monitorização da Diabetes podem ajudar a uma alimentação mais saudável

Para uma pessoa com Diabetes, a monitorização e o controlo da alimentação são essenciais. Existem já aplicações de monitorização da Diabetes que surgem como complemento no controlo da doença e até no apoio a uma alimentação mais saudável.

Vera Ruivo Dias refere que “Existem muitas pessoas que preferem alienar-se ao facto de terem esta doença e mantêm persistentemente valores de glicemia muito elevados, o que pode ter consequências nefastas na saúde, as complicações da diabetes. As apps de monitorização da Diabetes conseguem ajudar a controlar a Diabetes, ao permitirem conhecer a variação da glicemia a cada momento e ajudarem na minimização das causas que lhe são inerentes”.

Do ponto de vista do profissional médico, estas apps apoiam a análise da evolução do doente, pois possibilitam o registo fotográfico dos alimentos ingeridos em todas as refeições, o que permite ao nutricionista estabelecer uma correlação entre a ingestão de determinados alimentos e o seu impacto direto na variação da glicemia. “Isto permite fazer uma educação com o utente acerca da quantidade e tipo de alimentos ingeridos e, assim, promover uma melhor compreensão, controlo e aceitação da doença” afirma Vera Ruivo Dias.

Estudo
O cancro é a doença que mais preocupa os portugueses. Uma esmagadora maioria (86%) confirma esse receio num estudo, realizado...

O estudo, apresentado no âmbito da comemoração dos 10 anos da Pulmonale, realizado pela GFK com o apoio da Roche, pretendeu aferir o nível de conhecimento da população portuguesa sobre avanços na área da saúde, através de inquéritos a maiores de 18 anos residentes em Portugal Continental, que revelaram ainda um desconhecimento generalizado face à imunoterapia, considerada um dos maiores avanços na luta contra o cancro: apenas dois em cada dez portugueses já ouviram falar nesta forma de tratamento.

Estes e outros dados são apresentados hoje, na cerimónia que assinala os 10 anos da Pulmonale - Associação Portuguesa de Luta contra o Cancro do Pulmão, Pulmonale (10 anos de Esperança), no Myriad Crystal Center, em Lisboa, a partir das 09h30, e onde será feito o balanço de uma década de trabalho na prevenção e sensibilização para o cancro do pulmão, assim como os 10 anos de evolução no tratamento deste tipo de tumores.

O estudo, cuja divulgação faz parte da agenda do encontro, confirma que a saúde (78%), a justiça (45%) e a educação (40%) são, sem surpresa, os temas que merecem maior atenção por parte dos portugueses. No que diz respeito à primeira, a maior parte dos entrevistados (39%) considera que existe aqui o mesmo nível de inovação que noutras áreas, ainda que 21% defenda que é maior a inovação na área da saúde. Inovação essa que consiste precisamente no aparecimento de terapêuticas mais eficazes (21%), com especial enfoque na área oncológica (18%).

No que diz respeito à imunoterapia, existe ainda muito desconhecimento por parte dos portugueses. Dos 20% que conhecem ou já ouviram falar desta forma de tratamento, aproximadamente um terço tem dificuldade em explicar o que é e no que consiste, enquanto os restantes continuam a associá-la a patologias oncológicas (60%). Ou seja, no geral, a imunoterapia continua a ser um tratamento desconhecido para a grande maioria dos portugueses (80%). No entanto, 86% dos inquiridos considera importante obter mais informação sobre o mesmo e o médico (88%) é o interlocutor mais habilitado para aprofundar esse conhecimento, sobretudo para os entrevistados com 65 anos ou mais (95%).

Um quarto dos portugueses entrevistados considera que o cancro do pulmão é o tipo de cancro mais preocupante e a quase totalidade (91%) refere a quimioterapia como o tratamento utilizado normalmente para tratar não só o carcinoma do pulmão, como qualquer tipo de cancro. A radioterapia surge em segundo lugar com 42% das referências.

Ainda assim, dois terços consideram que as novas terapias têm tido um impacto positivo, ou muito positivo, na vida destes doentes. Acreditam, no entanto, que existe uma disparidade no que diz respeito ao nível de acesso a novas terapias, como a imunoterapia, entre doentes oncológicos portugueses e doentes de outros países da União Europeia (UE). A falta de inovação e o “atraso” tecnológico, assim como a reduzida capacidade financeira para investir em novos equipamentos, são as principais razões apontadas para a existência desta Ainda assim, dois terços consideram que as novas terapias têm tido um impacto positivo, ou muito positivo, na vida destes doentes. Acreditam, no entanto, que existe uma disparidade no que diz respeito ao nível de acesso a novas terapias, como a imunoterapia, entre doentes oncológicos portugueses e doentes de outros países da União Europeia (UE). A falta de inovação e o “atraso” tecnológico, assim como a reduzida capacidade financeira para investir em novos equipamentos, são as principais razões apontadas para a existência desta desigualdade entre Portugal e os restantes países da UE.

 

Apenas uma minoria inclui fruta
O estudo de Avaliação da Composição do Pequeno Almoço de Crianças dos 3 aos 10 anos em Portugal, desenvolvido pela Keypoint e...

O estudo agora apresentado mostra que a quase totalidade (99,6%) das crianças inquiridas toma o pequeno-almoço diariamente, 95% das quais em casa e 90,5% com companhia. Em 82% dos casos, as crianças são envolvidas na escolha daquilo que vão comer, mas 53% não participa na sua preparação. É, contudo, notório o aumento da participação na escolha do pequeno-almoço e no auxílio da sua preparação com o aumento da faixa etária.

Quando chega a hora de fazer escolhas, os alimentos mais frequentemente consumidos ao pequeno almoço pelas crianças entre os 3 e os 10 anos incluídas no estudo são leite (57,2%), pão (47,2%) e cereais (31,3%). O alimento mais frequentemente consumido pelas crianças entre os 3 e os 5 anos é leite (67,1%), seguido de pão (38,1%). Já as crianças entre os 6 e os 10 anos consomem mais frequentemente pão ao pequeno-almoço (53,4%) e em seguida leite (50,6%). Em ambos os grupos etários, cereais é o terceiro alimento consumido com mais frequência (22,4% no grupo [3-5] anos e 36,3% no grupo [6-10] anos).

Verifica-se ainda que menos de um quinto das crianças (17%) consome fruta ao pequeno-almoço e o consumo de fruta é mais frequente nas crianças cujo pequeno almoço habitual é apenas leite simples (22%).

Por outro lado, as crianças avaliadas cujo pequeno almoço habitual inclui pão (leite simples e pão, ou leite com chocolate e pão), consomem maioritariamente carcaça ou semelhante (74% e 78%, respetivamente), habitualmente com manteiga.

Constata-se ainda que os hábitos de pequeno-almoço não mudam ao longo da semana, pelo que no caso da maior parte das crianças incluídas no estudo (71%), o pequeno-almoço que comem durante a semana é igual ao que comem ao fim de semana ou nas férias.

De salientar pela positiva que, no que toca à atitude dos pais/cuidadores relativamente à alimentação e à importância atribuída ao pequeno-almoço, os inquiridos atribuem importância máxima – numa escala de 1 a 6 – à primeira refeição do dia, tanto no que diz respeito à saúde (81%), como ao crescimento (79%) e à atenção/concentração da criança (74%). A importância do pequeno-almoço para a atenção/concentração da criança parece ser mais valorizada por pais/cuidadores de crianças em idade de ensino básico (grupo etário dos 6 aos 10 anos de idade).

“Através deste estudo, percebemos que os pais e cuidadores nem sempre fazem as melhores opções relativamente à composição do pequeno almoço das suas crianças, apesar de a maioria conseguir reconhecer a importância desta refeição para a saúde, crescimento e nível de atenção dos mais pequenos”, explica Ana Leonor Perdigão, nutricionista e responsável pelo programa.

Fique a conhecer
Estima-se que cerca de 30% das mulheres experienciam alguma perturbação de ansiedade ao longo da vid
Grávida com as mãos na barriga

A ansiedade é algo que todos nós experienciamos no nosso dia a dia e ao longo das nossas vidas. Sentir medo, tensão ou preocupação – os estados que caracterizam a ansiedade – é normal, funcionando como espécie de motor que nos faz avançar perante o perigo ou o desconhecido. Na medida certa, este é um sentimento essencial para a nossa evolução. O problema é quando este estado persiste ao longo do tempo - habitualmente por mais de três meses -, em determinados contextos, e interfere negativamente com a capacidade de desenvolvermos as nossas atividades diárias, infligindo um sofrimento físico e/ou emocional significativo. Quando isto acontece, estamos perante uma perturbação de ansiedade.

Para além da dificuldade em gerir as suas emoções, a pessoa que sofre de ansiedade está em constante estado de alerta, convivendo com elevados níveis de stress. Stress esse que pode despoletar uma reação física difícil de controlar. Palpitações, dores no peito, falta de ar, suores frios, tensão muscular ou insónia são alguns dos sintomas físicos associados às perturbações de ansiedade.

As fobias, os ataques de pânico, a perturbação de ansiedade generalizada, o stress pós-traumático, ou a perturbação de social são consideradas Perturbações de Ansiedade. Apesar de diferentes, todas têm em comum um sentimento de ansiedade exacerbado.

O período perinatal pode despoletar ou intensificar uma perturbação de ansiedade

O que para muitas mulheres é considerado um período rico em experiências positivas, para outras a gravidez pode ser o gatilho para o desenvolvimento ou a exacerbação de uma perturbação de ansiedade.

Apesar de este ser um tema menos abordado e menos estudado, quando comparado com a depressão, alguns estudos dão conta de que cerca de 21% das grávidas apresentam sintomas de ansiedade e que destas, mais de metade mantêm a sintomatologia no período pós-parto. Algumas convivem ainda com depressão.

Entre os poucos estudo realizados, foi possível identificar os tipos de perturbação de ansiedade mais prevalentes durante esta fase da vida: perturbação de ansiedade generalizada, ansiedade/fobia social e perturbação obsessivo-compulsiva.

A história pessoal de depressão ou ansiedade, história familiar de perturbações de ansiedade, baixo nível económico, baixa autoestima, gravidez não planeada ou não desejada, bem como a existência de conflitos entre o casal, são apontados como os principais fatores de risco. No entanto, não podemos esquecer que durante este período a mulher está sujeita a enormes alterações fisiológicas e seus efeitos podem condicionar o desenvolvimento destas perturbações.

Perturbação de ansiedade generalizada

De acordo com os especialistas, não é fácil diagnosticar este tipo de perturbação pelo facto de ser normal, durante a gravidez, a mulher estar mais ansiosa e preocupada, não só com a sua saúde como com a do seu bebé.

No entanto, quando existe ansiedade ou preocupação excessiva, de forma persistente e durante mais de metade dos dias, é provável que sofra deste tipo de perturbação.

Habitualmente, este estado faz-se acompanhar de inquietação, fadiga, dificuldade de concentração, irritabilidade, tensão muscular, insónia e, em alguns casos, náuseas e/ou diarreia.

O seu diagnóstico deve consistir numa avaliação cuidadosa e multidisciplinar.

Ansiedade Social

Estima-se a ansiedade social afete entre 2,3% a 7% da população, no entanto, no período perinatal, este quadro clínico tem sido pouco estudado. Um estudo reportou, contudo, uma incidência de 4,1% no período pós-parto, diminuindo progressivamente ao longo do ano.

Quem sofre de ansiedade social sente nervosismo ou desconforto em situações sociais, habitualmente devido ao medo de causar má impressão, de ser julgado, criticado ou avaliado negativamente por outras pessoas. Deste modo, e embora este quadro possa variar da pessoa para pessoa, há a tendência para evitar as situações sociais ou enfrentá-las com elevados níveis de stress.

Durante a gravidez, as preocupações com a alteração da imagem corporal, com a maternidade ou com o julgamento dos outros em relação ao seu desempenho como mãe, podem levar a grávida a evitar o contacto social. Embora os traços da personalidade possam representar um fator de risco (de um modo geral, a introversão, timidez ou perfeccionismo estão mais associados a este quadro clínico), outros fatores como ser muito jovem, solteira, ter uma situação económica precária e um nível educacional baixo, parecem precipitar esta perturbação.

Perturbação Obsessivo-Compulsiva

A perturbação obsessivo-compulsiva é uma patologia psiquiátrica relativamente comum, estimando-se que atinja cerca de 2% da população. Caracterizada por obsessões recorrentes (como pensamentos e imagens intrusivos, indesejados e incontroláveis) e comportamentos ou rituais repetidos de forma compulsiva, estima-se que a sua prevalência varie entre 0,2% e 5,2% durante a gravidez.

Neste caso, as obsessões podem ser pensamentos ou imagens mentais relacionadas com o bebé e podem ir desde preocupações com o seu bem-estar até a impulsos de o prejudicar.

De acordo com os especialistas, algumas mulheres reportam ideias de que o bebé morre enquanto dorme, que o afogam ou atiram de um lugar alto. No entanto, estes pensamentos obsessivos agressivos são mais frequentes no pós-parto.

Por outro lado, as compulsões mais frequentes são a limpeza e a confirmação. Com medo de ficar contaminada com microrganismos ou químicos, a grávida realiza rituais de limpeza e desinfeção. Depois do bebé nascer, é frequente evitar o bebé para não o contaminar com germes ou confirmar repetidamente se está a respirar.

História de aborto espontâneo ou de complicações gestacionais e história familiar de Perturbação Obsessivo-Compulsiva apresentam-se como os principais fatores de risco para o aparecimento deste quadro clínico durante a gravidez.

No pós-parto parece estar associada a quadros ansiosos ou depressão.

Outras fobias

A fobia é um tipo de perturbação da ansiedade caracterizado por medo ou aversão persistente a um objeto ou uma situação. Durante o período perinatal (período entre as 22 semanas de gestação e 7 dias após o nascimento), existem dois tipos de fobia que importa discutir: a tocofobia e a fobia focada na criança.

Embora existam poucos estudos sobre fobias específicas na grávida, estima-se que a tocofobia afete 5,5% das grávidas. Caracterizada por um medo intenso do parto, esta fobia pode levar a mulher a evitar uma gravidez, a abortar ou a exigir uma cesariana. Em alguns casos pode surgir associada à depressão ou ao stress pós-traumático.

Entre os fatores que podem influenciar esta fobia estão a experiência prévia de um parto ou um exame ginecológico traumático, história de abuso físico ou sexual e mitos associados ao nascimento.

Quanto à fobia focada no bebé, esta traduz-se num medo exagerado no que toda à saúde da criança. De acordo com os especialistas, o medo mais frequente é o da síndrome de morte súbita do lactente. Nestes casos, a mãe verifica múltiplas vezes se o filho está a respirar podendo acordá-lo 20 a 30 vezes durante a noite para verificar se está vivo.

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Congresso
A Associação Protetora dos Diabéticos de Portugal (APDP) representou Portugal no 2.º Congresso Nacional de Diabetes da...

“É gratificante podermos contribuir com o nosso exemplo e com o trabalho que desenvolvemos em Portugal para ajudar outros países a combater aquela que é uma das principais causas de morte, a diabetes. Parte da missão da APDP é a partilha de conhecimento e colaboração com outros intervenientes para garantir a qualidade e eficácia dos programas de combate a esta doença a nível global”, explica o diretor clínico da APDP, João Filipe Raposo, palestrante no congresso.

A participação da APDP, a mais antiga associação de diabetes do mundo, no congresso moldavo, aconteceu na sequência do trabalho desenvolvido pelo diretor clínico da APDP, em colaboração com a Organização Mundial da Saúde, na avaliação e desenvolvimento do programa da diabetes na República da Moldávia.

Na sessão presidida por João Filipe Raposo, discutiu-se o programa da diabetes moldavo e definiram-se indicadores, incluindo de qualidade, para garantir a sustentabilidade e eficácia do programa no país.

 

MOVA
Numa altura em que a Comissão Técnica de Vacinas pondera a introdução de vacinas pediátricas no Programa Nacional de Vacinação,...

As  crianças já têm a gratuitidade da vacina antipneumocócica conjugada 13 valente desde 2015. Pela eficácia comprovada em todas as faixas etárias, e enorme potencial na redução das formas mais graves da doença, o MOVA considera que as pessoas com mais de 65 anos também devem ser vacinadas sem custos.

Segundo um estudo recente que avaliou a eficácia da vacina antipneumocócica conjugada 13 valente na população adulta, o simples ato de imunização pode reduzir o risco de hospitalização por Pneumonia em 73%. Sem dúvida, excelentes notícias num País onde em média, por semana, morrem 161 pessoas, vítimas da doença, e se gastam mais de 1.5 milhões de euros, só em tratamentos e internamentos. Ficam por contabilizar os custos indiretos e intangíveis.

«Qualquer investimento que façamos em prevenção é preferível aos custos da cura, até porque, no caso da Pneumonia, corremos riscos de mortes, morbilidades e sequelas graves», explica Isabel Saraiva, fundadora do MOVA, vice-Presidente da Respira e Presidente da Fundação Europeia do Pulmão.  «Ao vacinarmos pessoas com mais de 65 anos, estamos a investir na sua saúde, a prevenir eventuais internamentos e, no limite, a reduzir significativamente o número de mortes».

Existe, desde junho de 2015, uma Norma da Direção Geral da Saúde (DGS), que recomenda a vacinação antipneumocócica a todos os adultos (pessoas com mais de 18 anos) pertencentes aos grupos de risco, nomeadamente idosos, diabéticos, doentes oncológicos, pessoas com asma, DPOC ou doença cardíaca crónica.

«A vacinação deve ser uma preocupação de todos, e deve estar presente em todas as fases das nossas vidas, sobretudo naquelas em que estamos mais fragilizados – casos de doença ou de envelhecimento do nosso organismo. A implementação da gratuitidade da vacina antipneumocócica conjugada a partir dos 65 anos fará toda a diferença e está associada a ganhos quantitativos e qualitativos», conclui Isabel Saraiva.

Movimento de cidadania, o MOVA foi fundado há pouco mais de dois anos pela Respira, com o apoio da Fundação Portuguesa do Pulmão e do GRESP. Seguiu-se a entrada da Liga Portuguesa Contra a Sida, da Associação Portuguesa de Asmáticos, da Associação Portuguesa de Insuficientes Renais e da FPAD – Federação Portuguesa de Associações de Pessoas com Diabetes, a quem agora se junta a Liga Portuguesa Contra o Cancro, a Associação de Apoio aos Doentes com Insuficiência Cardíaca e Associação Portuguesa dos Enfermeiros de Reabilitação.

Diabetes
Dois anos foram suficientes para a Federação Portuguesa de Associações de Pessoas com Diabetes (FPAD

Emiliana Querida não esconde o orgulho que sente no percurso da federação que preside. Se há cerca de um ano, a Federação Portuguesa de Associações de Pessoas com Diabetes (FPAD) trabalhava para “fortalecer os seus pilares de ação”, hoje assume-se como uma instituição ativa e reconhecida na área da diabetes. “Em dois anos conseguimos colocar a FPAD no mapa das instituições que têm uma palavra a dizer na Diabetes”, revela a presidente acrescentando que, apesar dos desafios e dos obstáculos com que se depararam ao longo deste percurso, esta federação passou a ser um parceiro relevante no diálogo com as entidades decisoras.

O último ano foi, aliás, particularmente relevante na área da intervenção, tendo a FPAD contribuído para o acesso a terapêuticas inovadoras e participado em vários estudos sobre a Diabetes em Portugal.

Por outro lado, sendo a formação e literacia em saúde um dos pilares da FPAD, esta foi uma área que contou com bastante trabalho. “Participámos em campanhas de sensibilização e estamos a desenvolver projetos de divulgação e desmistificação da Diabetes na Comunidade, quer através de contribuições com entidades nacionais para a integração dos jovens nas escolas, quer com projetos institucionais para a comunidade em geral”, explica Emiliana Querido acrescentando que, tendo em vista este grande objetivo, desenvolveram uma parceria com a companhia de teatro Estupendo Enuendo para fazer chegar a Diabetes “às escolas, associações e instituições locais”.

Já no início deste ano, a realização do primeiro Congresso Nacional das Associações de Pessoas com Diabetes, assumiu-se como um “marco histórico” para a Federação. “Tendo em conta os parcos recursos financeiros que a FPAD dispõe, e o facto de trabalhar somente com voluntários, ter conseguido realizar um Congresso aberto a toda a comunidade e levado a Diabetes ao interior do país (a Mêda, no distrito da Guarda) foi muito importante”, afirma Emiliana Querido. A iniciativa levou a debate temas como o associativismo na Diabetes e as redes comunitárias na saúde, e abordou questões essenciais como a gestão e terapêutica da Diabetes, “as tecnologias, o desporto, a alimentação, a psicologia ou a figura dos cuidadores informais”. Segundo Emiliana Querido, este foi “o primeiro grande debate nacional sobre o papel fundamental das associações locais na vida quotidiana das pessoas com Diabetes”.

Desmistificar a ideia de que o diabético não pode, não deve ou não consegue praticar desporto

De acordo com Emiliana Querido, tem sido uma das principais missões da FPAD “combater a ideia de que a pessoa com Diabetes não pode ou não deve exercer qualquer atividade física”. “O desporto e atividade física são fundamentais na terapêutica da Diabetes”, reforça explicando que depois de ter levado uma comitiva de atletas com Diabetes a um evento desportivo europeu em 2018, este ano a FPAD decidiu criar a Diabetes Team Portugal.

“Este projeto consiste em divulgar e incentivar a prática da atividade física por pessoas com Diabetes, mas também envolver as suas famílias e a comunidade”, explica Emiliana Querido.

Para o futuro, a presidente promete continuar a “trabalhar pela capacitação e afirmação das associações de pessoas com Diabetes e assim dar cada vez mais voz a esta comunidade”.

É sua intenção ainda reforçar os projetos em curso e participar cada vez mais ativamente junto da comunidade para dar a conhecer uma patologia que atinge mais de 1 milhão de portugueses, “promovendo hábitos de vida saudáveis.

“Na área do desporto e da educação para a saúde teremos algumas novidades e já estamos a trabalhar no nosso segundo Congresso, a realizar em 2021”, avança Emiliana Querido.

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
6ª edição
Pela primeira vez em seis edições, o Prémio Healthcare Excellence foi atribuído a uma associação de solidariedade social: a...

Criada em 2017, a associação Aldeias Humanitar pretende combater o isolamento e abandono provocado pela desertificação demográfica nas regiões do interior através da integração de cuidados de saúde e da prestação de apoio social. Implementado em Sernancelhe e Penedono, distrito de Viseu, o projeto tem a ambição de estender-se a outras regiões do interior do país.

A atuação das Aldeias Humanitar começa com a identificação das necessidades das pessoas em situação de carência e com uma avaliação do seu grau de dependência e do seu estado de solidão. Numa segunda fase, a organização desenvolve um plano de intervenção individual e mobiliza as respostas já existentes na comunidade, nomeadamente as instituições, o município e o próprio Serviço Nacional de Saúde (SNS).

Nos casos necessários, são prestados cuidados ao domicílio, que envolvem por exemplo a gestão do regime terapêutica e da doença crónica, formação sobre alimentação adequada e estratégias de prevenção de quedas. O projeto, que pretende envolver profissionais de saúde e comunidade,  sugere ainda a criação da figura de auxiliar comunitário, que teria como função apoiar pessoas sozinhas, mas também cuidadores.

A primeira menção honrosa foi para o projeto “C-Free Team na Microeliminação da Hepatite C” do Centro Hospitalar e Universitário de Lisboa Norte (Hospital de Santa Maria). Trata-se de uma equipa multidisciplinar que tem levado o hospital para a comunidade, tendo em mente a eliminação da hepatite C até 2030, meta da Organização Mundial de Saúde. Além do trabalho feito com várias organizações de base comunitária, a “C-Free Team” desenvolveu também uma parceria com o Estabelecimento Prisional de Lisboa.  Ao levar os cuidados de saúde para a prisão, o projeto tem permitido poupar nas deslocações ao hospital, limitar a exposição dos reclusos, combater o estigma e aumentar a adesão ao tratamento numa população onde a incidência da hepatite C continua a ser elevada.

Houve ainda a atribuição de uma segunda menção honrosa para o Centro Hospitalar e Universitário de Lisboa Central (Hospital Dona Estefânia), que apresentou o projeto “Huddle Meeting” implementado no bloco operatório. A ideia é aparentemente simples: ao longo da semana os profissionais de saúde registam num quadro os problemas que afetam o fluxo de trabalho. Numa reunião semanal são posteriormente selecionados os três problemas com maior benefício e menor dificuldade de resolução e são definidas medidas de melhoria. Este processo já permitiu melhorar diversos aspetos, como a prescrição de anestesia antes da cirurgia, a limpeza das salas operatórias e o transporte dos doentes para o bloco operatório.

“Todos os projetos apresentados são um exemplo de resiliência e de capacidade de implementação dos profissionais de saúde no nosso país. O grande passo em frente será agora poder replicar estes projetos noutras instituições”, afirmou Alexandre Lourenço, presidente da APAH, na cerimónia final do Healthcare Excellence, que decorreu em Braga.

“Continuar a prestar cuidados de qualidade aos utentes sem comprometer a sustentabilidade da saúde é um dos maiores desafios da atualidade. Felizmente, têm emergido soluções alternativas como aquelas que conhecemos no Healthcare Excellence, com resultados comprovados no terreno e um verdadeiro impacto”, declarou Carlo Pasetto, diretor-geral da AbbVie Portugal.

A 6.ª Edição do Prémio Healthcare Excellence recebeu um total de 12 candidaturas. Entre os finalistas estiveram também projetos do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC), Centro Hospitalar e do Hospital de Vila Franca de Xira.

Impacto na Saúde Pública
Avaliar as principais preocupações das pessoas com Diabetes Mellitus tipo 2 na gestão da sua doença e os fatores mais...

O protocolo de colaboração para a implementação do estudo foi assinado recentemente e pretende evidenciar as principais preocupações de quem vive com a doença, comparando com o ponto de vista dos médicos. O impacto da diabetes no dia-a-dia da pessoa com a doença e o grau de envolvimento desta nas decisões de saúde e tratamento serão outros dos aspetos a avaliar.

Esta iniciativa irá permitir conhecer, através de abordagens qualitativa e quantitativa, a comunicação entre o médico e a pessoa com Diabetes Mellitus tipo 2, nomeadamente no que diz respeito à transferência de informação e partilha da decisão em saúde, um determinante importante para a gestão da doença, adesão à terapêutica e, em última análise, para os resultados em saúde.

Dada a importância e o impacto destas questões no panorama de Saúde Pública, a Escola Nacional de Saúde Pública tem vindo, ao longo dos anos, a dedicar com sucesso parte da sua investigação e ensino a estas temáticas.

Para João Valente Cordeiro, coordenador do estudo, "a participação das pessoas com doença, em particular com Doença Crónica, na tomada de decisão referente aos cuidados de saúde que lhe são prestados constitui um vetor essencial para uma melhoria significativa dos resultados em saúde e para que esses mesmos cuidados sejam prestados de uma forma mais justa, inclusiva e equitativa”.

Para esse fim, adianta o docente da ENSP-NOVA, “é essencial conhecer o impacto da doença na vida quotidiana das pessoas, identificar os fatores que a pessoa com DM2 mais valoriza nos cuidados de saúde, nas consultas e nos tratamentos e perceber se estas dimensões estão alinhadas com as perceções que os médicos têm sobre os mesmos temas”.

Carla Fernandes, Diretora Médica e Regulamentar da AstraZeneca, considera que “os resultados deste estudo irão permitir fornecer informação nova e relevante sobre a forma como doentes e médicos encaram esta patologia”.

De acordo com a responsável, “este projeto materializa a ambição da AstraZeneca, enquanto empresa líder científica nesta área, na procura de respostas a importantes lacunas de conhecimento e na compreensão da gestão desta doença pelos profissionais de saúde e pelos doentes”.

Os resultados deste projeto serão apresentados em congressos e reuniões científicas ao longo dos próximos dois anos.

 

Alteração no ritmo da fala
Nos últimos meses tem-se ouvido falar muito sobre gaguez, ou mais correctamente sobre a perturbação

Em Portugal, a perturbação da fluência afecta cerca de 1% da população adulta e segundo a Organização Mundial da Saúde é definida como uma alteração no ritmo da fala, na qual o indivíduo sabe exactamente o que deseja dizer contudo, é incapaz de o fazer. O discurso apresenta prolongamentos, bloqueios, palavras partidas e/ou repetições que tanto podem ser de sons ou de sílabas de uma palavra. Para além destes sinais, o discurso pode ter associado movimentos involuntários da face e do corpo. Estes movimentos podem ser piscar de olhos, levantamento dos ombros, balançar do corpo e/ou tremor à volta dos lábios, por exemplo, contudo, ressalva-se que estes movimentos não devem ser confundidos com tiques.

Esta perturbação não se manifesta da mesma maneira em todas as pessoas. Não há assim uma gaguez. É, ainda, característico da gaguez a sua variabilidade, ou seja, a mesma pode variar durante o dia, a semana ou o mês.

Actualmente, sabe-se que a etiologia pode ser hereditária, isto é, genética, neurológica e psicossocial, esta última relacionada com a pressão exercida pela família após o surgimento da “gaguez”, por exemplo, para que a pessoa fale corretamente, desencadeando emoções negativas como ansiedade, medo e stress no momento de falar. Sabe-se, ainda, que a causa genética é a causa mais frequente, uma vez que 60% das pessoas que gaguejam tem um familiar com gaguez. A causa neurológica está relacionada com o aparecimento da gaguez após um Acidente Vascular Cerebral, Traumatismo Cranioencefálico ou demência, por exemplo.

É importante ressalvar que a insegurança, timidez, baixa autoestima, frustração, ansiedade, estado depressivo e pressão exercida pela família para que a pessoa fale correctamente não são as causas, mas as consequências de gaguejar sendo que desencadeiam emoções negativas.

A perturbação da fluência pode surgir em qualquer idade, dependendo da sua etiologia. Contudo, estudos recentes indicam-nos que 5% da população infantil, entre os 2 e os 5 anos, é comum existir uma gaguez transitória. Ou seja, a criança apresenta alguns sinais já referidos e estes não devem durar mais de 6 meses, nesse período “máximo” a gaguez deverá desaparecer em dois terços na percentagem acima indicada. No caso em que os sinais não desaparecem, estamos perante uma gaguez crónica e esta deve ser avaliada e intervencionada por um Terapeuta da Fala. A intervenção precoce é essencial nestes casos.

Infelizmente não existe cura para esta perturbação contudo, um Terapeuta da Fala com experiencia na área tem conhecimentos e competências para ensinar métodos e técnicas que facilitem a fluência do discurso em qualquer situação do dia-a-dia, assim como eliminar o medo de comunicar perante determinados interlocutores e/ou situações sociais.

Há comportamentos a evitar quando lidamos com uma pessoa que gagueja, desta forma, não diga à pessoa para “falar mais devagar” ou para “ter calma”. Dizer à pessoa que gagueja para “respirar fundo” ou para “pensar antes de falar” não a ajuda. Trata-se de um mito. Estes “conselhos” fazem com que a pessoa se sinta mais consciente das disfluências e quando tenta colocar em prática os “conselhos” que ouve, fica frustrada porque não resultam.

Não termine as palavras nem fale pela pessoa; espere a sua vez para falar e ouça o outro, uma vez que para a pessoa que gagueja é mais fácil falar quando tem poucas interrupções e a atenção dos outros. Devemos sempre manter o contacto visual e esperar que a pessoa acabe de falar. Não devemos interromper a pessoa que gagueja porque muitas vezes tal pode levá-la a voltar atrás no assunto, demorando mais tempo e causando frustração. Fale com a pessoa com calma, fazendo pausas frequentes. Mostre que está atento ao conteúdo da mensagem e não à forma como é dita. Neste ponto ressalvo para a necessidade do cuidado com a expressão facial quando estamos a falar com uma pessoa que gagueja, pois esta pode subentender que estamos desinteressados no assunto levando à inibição de comunicar. Por fim, não faça da gaguez algo de que se deva ter vergonha.

Há vários mitos associados a esta perturbação, sendo o mais comum o da causa ser um susto, sendo que não há qualquer evidência científica para tal. Como já mencionado, a sua etiologia pode ser hereditária, neurológica ou psicossocial.

Quer estejamos perante uma gaguez transitória ou crónica é muito importante que todas as pessoas que convivem com as crianças e/ou adultos com gaguez entendam que uma atitude positiva origina mudanças durante o processo comunicacional. Mudança de comportamentos por parte de todos, equipa escolar e família, é essencial para o sucesso da intervenção.

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Projeto “Diabetes no Bairro”
Três bairros de Lisboa vão contar com o apoio da Associação Protetora dos Diabéticos de Portugal (APDP) para a prevenção e...

Nos bairros Horizonte, Alto da Eira e Quinta do Lavrado, na freguesia da Penha de França, serão realizados rastreios e identificados grupos em risco acrescido de desenvolver diabetes tipo 2. Além disso, o projeto “Diabetes no Bairro” conta com ações de formação destinadas a equipas escolares e cuidadores formais e informais, com o objetivo de promover a literacia em saúde e a capacitação das pessoas com diabetes e pré-diabetes, dos seus familiares e respetivos cuidadores, através de uma estratégia de intervenção comunitária. Serão ainda realizadas formações em cuidados preventivos ao pé diabético e organizados treinos da modalidade sweet-football.

“A diabetes, um dos maiores problemas de saúde pública, está associada a fatores socioeconómicos e, em Portugal, as desigualdades socioeconómicas na prevenção da diabetes estão essencialmente relacionadas com o baixo rendimento e a baixa escolaridade. Tendo em conta esta realidade, o projeto Diabetes no Bairro tem como objetivo prevenir a diabetes tipo 2 junto das populações que têm um risco mais elevado de a desenvolver e garantir a melhoria da qualidade de vida daqueles que já vivem com a doença, através de uma abordagem de proximidade”, explica o presidente da APDP, José Manuel Boavida.

O projeto “Diabetes no Bairro” é uma parceria entre a APDP e a Junta de Freguesia da Penha de França, a Associação Ares do Pinhal, o Centro Social e Paroquial da Penha de França, o Centro Social e Paroquial São João Evangelista e a Associação Médicos do Mundo, em articulação com o ACES Lisboa Central, Gebalis e Santa Casa da Misericórdia de Lisboa.

A diabetes tipo 2 é a forma mais comum desta doença, sendo que a sua incidência e prevalência verifica-se essencialmente na população urbana com mais de 45 anos. Os grupos menos favorecidos, como as minorias étnicas, os desempregados, os imigrantes, as pessoas com deficiência, dependentes de drogas e pessoas idosas, apresentam um maior risco relativamente à doença e desvantagem no acesso aos serviços de saúde.  Portugal é o país da União Europeia que tem mais pessoas com diabetes. Mais de um milhão de portugueses têm diabetes, um número que sobe para um milhão e 300 mil pessoas, quase 14% da população, quando se soma o número de pessoas por diagnosticar.

“Com a promoção de ações de rastreio que possibilitem o diagnóstico precoce da diabetes estamos a capacitar as pessoas e a educá-las para a prevenção da diabetes e, desta forma, conseguimos evitar a sua progressão ou retardar o surgimento das complicações que lhe estão associadas”, conclui José Manuel Boavida.

A diabetes tipo 2 tem como principais fatores de risco a obesidade, o sedentarismo e a predisposição genética. Neste tipo de diabetes existe um défice de insulina e resistência à insulina, o que significa que é necessária uma maior quantidade de insulina para a mesma quantidade de glicose no sangue. Por isso, as pessoas com maior resistência à insulina podem, numa fase inicial, apresentar valores mais elevados de insulina e valores de glicose normais. À medida que o tempo passa, o organismo vai tendo maior dificuldade em compensar este desequilíbrio e os níveis de glicose sobem. Embora tenha uma forte componente hereditária, este tipo de diabetes pode ser prevenido controlando fatores de risco modificáveis.

Ação de sensibilização
O tromboembolismo venoso (TEV) é considerado de difícil diagnóstico pelos especialistas, mas muito frequente, especialmente, em...

O tromboembolismo venoso (TEV) é a causa número 1 em mortes evitáveis em hospitais e 60% dos casos ocorrem durante ou após o internamento. No dia 13 de outubro, assinalou-se o Dia Mundial de Combate à Trombose. A data também reforça a importância da prevenção do Tromboembolismo Venoso (TEV), em hospitais - causa número um em mortes hospitalares que poderiam ser evitadas, de acordo com a Sociedade Internacional de Trombose e Hemostasia (ISTH – International Society on Thrombosis and Haemostasis), que em Portugal conta com o apoio do Grupo de Estudos de Cancro e Trombose (GESCAT) para promover a consciencialização para esta doença.

Estes números reforçam a necessidade de aumentar a consciencialização da população, doentes, seus familiares e cuidadores, decisores institucionais e políticos para os riscos e importância da prevenção do tromboembolismo venoso (TEV), uma vez que o primeiro passo para a prevenção é entender como este se manifesta no corpo. Para ir ao encontro das pessoas e ajudá-las a estar atentas à realidade desta condição médica perigosa e potencialmente mortal, o GESCAT organizou uma tour de “Trombos” (mascote em forma de coágulo de sangue) que, ao longo de uma semana, andaram a distribuir folhetos informativos em vários Hospitais do país.

Sérgio Barroso, médico oncologista e presidente do GESCAT, explica que “a hospitalização constitui um fator de risco significativo para o desenvolvimento de um TEV, porque os hospitais ainda não adotaram protocolos obrigatórios para ajudar a evitar problemas trombóticos que ocorrem geralmente, após uma cirurgia, corte ou falta de movimento por muito tempo, sendo mais frequente após procedimentos cirúrgicos ortopédicos, oncológicos e ginecológicos. Até 60% dos casos de TEV ocorrem durante a hospitalização ou dentro de 90 dias, na pós-alta. Daí que um doente bem informado sobre a sua condição pode permitir maior sucesso nos tratamentos e garantir/exigir melhores cuidados durante a hospitalização. E se tiver alguma dúvida com algum dos sintomas deve procurar ajuda junto do médico assistente”.

 A trombose consiste na formação de um coágulo de sangue (trombo), numa veia localizada profundamente que dificulta ou impede o fluxo normal de sangue. Nos casos em que o trombo é formado no interior da coxa ou da perna (também pode acontecer no braço ou noutras partes do corpo), caracteriza-se por trombose venosa profunda (TVP). O maior problema é quando o coágulo se desprende e se movimenta na corrente sanguínea, correndo-se o risco deste viajar até aos pulmões e originar a embolia pulmonar (EP). Tanto a TVP como a EP podem levar à morte por tromboembolismo venoso (TEV). Apesar da gravidade, a grande parte da população desconhece os problemas relacionados com esta patologia silenciosa.

O Presidente do GESCAT alerta que, atitudes simples do dia a dia como evitar ficar muito tempo sentado sem se movimentar, manter uma alimentação equilibrada, praticar exercício físico regularmente, manter o peso, evitar o consumo excessivo de bebidas alcoólicas, principalmente se associado ao cigarro e ao uso de anticoncecionais e fazer uso de meias elásticas caso tenha algum histórico pessoal ou familiar de formação de coágulos sanguíneos.

Terapia celular
O artigo científico “Prolonged intracellular accumulation of light-inducible nanoparticles in leukemia cells allows their...

Neste trabalho foi desenvolvimento de um sistema de transporte e entrega de fármacos que possibilita um maior controlo e precisão de terapias focadas na medula óssea. Utilizando a leucemia mieloide aguda como modelo de estudo foi possível produzir uma formulação quimioterapêutica mais eficiente e que permite diminuir os fortes efeitos secundários. Além disso, demonstrou-se que é possível tirar vantagem do sistema de “GPS natural” de células leucémicas, utilizando-as como “cavalo de troia” para transportar a formulação quimioterapêutica até ao local exato da medula óssea onde se encontra o reservatório das células responsáveis pela resistência e propagação da doença.

Segundo o investigador Emanuel Quartin, presentemente cientista visitante no Imperial College, London, “atualmente, esta tecnologia está a ser estudada para futuras aplicações, não só no tratamento de leucemia, mas também em medicina regenerativa, como é o caso do transplante de medula óssea”.

O Prémio de "Investigação em Medicina Regenerativa", lançado este ano pela Crioestaminal e a SPCE-TC, tem como propósito distinguir a melhor publicação de índole básica ou aplicada na área da Medicina Regenerativa. A este Prémio podem candidataram-se investigadores nacionais ou estrangeiros, com projetos total ou parcialmente realizados em instituições portuguesas e publicados no biénio anterior à sua atribuição.

Este ano, as áreas que concorreram ao prémio foram essencialmente de drug delivery, importância das condições de cultura das células para a sua diferenciação e uso das células estaminais para o screening e avaliação toxicológica de fármacos.

 

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