Estudo
Um estudo recente, publicado na revista científica Stem Cells Translational Medicine, sugere que a administração autóloga de...

Dos 31 bebés prematuros incluídos no estudo, 15 receberam células estaminais do seu sangue do cordão umbilical, em média 7 horas após o nascimento, enquanto os outros 16 receberam uma solução salina (placebo). Para além da infusão, todos os bebés receberam os cuidados habituais de que necessitaram na unidade de Neonatologia.

Ao analisarem os dados, os autores verificaram que, apesar de a diferença não ter sido estatisticamente significativa, registaram-se menos complicações nos bebés que receberam células estaminais. Observou-se, ainda, uma redução significativa do tempo de suporte respiratório de que estes bebés necessitaram, relativamente aos que receberam placebo. Os bebés que receberam as suas células estaminais precisaram de ventilação mecânica e de oxigénio, em média, durante 3 e 5 dias, respetivamente, enquanto que os restantes necessitaram de suporte respiratório durante aproximadamente o dobro do tempo. Esta melhoria pode trazer ainda benefícios indiretos relativamente à inflamação e stress oxidativo a que os pulmões e cérebro dos prematuros estão sujeitos em condições de suporte respiratório.

Segundo os investigadores, o facto de serem células do próprio, minimamente manipuladas e sem adição de químicos, contribuiu para a segurança do tratamento.

Segundo Bruna Moreira, Investigadora do Departamento de I&D da Crioestaminal, “como os próprios autores do estudo sublinham, é necessário realizar ensaios clínicos com maior número de participantes e maior tempo de seguimento, para se perceber se, de facto, a infusão autóloga de sangue do cordão umbilical pode vir a fazer parte do futuro tratamento de complicações associadas ao nascimento prematuro”.

Estima-se que nasçam cerca de 15 milhões de bebés prematuros por ano, em todo o mundo. Apesar da evolução dos cuidados neonatais, muitas são as complicações que podem advir de um nascimento prematuro, principalmente por ficar comprometido o desenvolvimento dos diferentes órgãos. O cérebro e os pulmões são dois dos órgãos mais afetados, podendo alguns prematuros sofrer sequelas para toda a vida.

Referências:
Ren Z, et al. Autologous cord blood cells infusion in preterm neonates safely reduces respiratory support duration and potentially preterm complications. Stem Cells Transl Med. 2019. doi: 10.1002/sctm.19-0106. [Epub ahead of print]
Yang J, et al. Safety of Autologous Cord Blood Cells for Preterms: A Descriptive Study. Stem Cells Int. 2018. 15;2018:5268057.

Tratamento domiciliário
O Serviço de Nefrologia do Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro, EPE (CHTMAD) está já a utilizar o sistema de...

Na Unidade de Vila Real do CHTMAD são acompanhados, atualmente, 44 doentes em diálise peritoneal, 4 deles nesta modalidade de tratamento domiciliário com recurso à telemonitorização, número que se estima que continue a aumentar.

Teresa Morgado, diretora do Serviço de Nefrologia do CHTMAD afirma que o objetivo principal desta modalidade de tratamento “é o de melhorar o atendimento ao doente, dando-lhe a possibilidade de poder gerir melhor o seu tempo, manter a sua qualidade de vida e conforto enquanto realiza o tratamento em segurança.”

A médica nefrologista recorda: “O Serviço de Nefrologia do CHTMAD sempre pautou pela inovação e pela implementação de técnicas pioneiras ao serviço dos doentes e a operacionalização deste protocolo de telemonitorização em diálise peritoneal é mais uma prova disso mesmo”.

A gestão da insuficiência renal crónica requer consultas regulares e deslocações frequentes do doente ao hospital, com encargos elevados a nível de tempo, comodidade, disponibilidade e custos. Com a redução da necessidade do número de visitas não planeadas ao hospital, proporcionada pelo sistema de telemonitorização, torna-se também possível diminuir os custos relacionados com essas deslocações e o tempo alocado, com impacto positivo na qualidade de vida do doente. Do ponto de vista clínico, o acesso rápido aos dados específicos do tratamento permite um acompanhamento mais proativo por parte dos profissionais de saúde, uma deteção mais rápida de problemas associados ao tratamento, uma monitorização mais próxima e frequente, bem como uma maior disponibilidade para o suporte adequado. A possibilidade de redução de todos estes encargos a nível de recursos, deslocações e tempo alocado com a implementação da telemedicina em diálise peritoneal, traduz-se numa poupança tanto para o doente como para o hospital e, por último, para o Serviço Nacional de Saúde (SNS).

 

 

O que é e para que serve
Há já várias décadas que a investigação e a prática das organizações vem mostrando evidências de que

A diversidade de definições, a profusão e pluralidade de modelos bem como a comercialização e excessiva popularização do conceito de Inteligência Emocional têm, muitas vezes, constituído um obstáculo à implementação de programas de desenvolvimento da Inteligência Emocional nas organizações. Em simultâneo, é amplamente reconhecido, na prática da gestão de Recursos Humanos, que aspetos como: a iniciativa, a empatia, a capacidade para trabalhar em equipa, ou a flexibilidade são elementos chave no Curriculum de qualquer profissional.

Genericamente e consensualmente, para vários autores, Inteligência Emocional define-se, de forma simples, como: “a capacidade para reconhecer e regular emoções, no próprio e nos outros”.

A extensa investigação na área mostra que muito do processo de mudança nas organizações passa pelo desenvolvimento da Inteligência Emocional das pessoas. Gestores e Líderes com elevados níveis de Inteligência Emocional comunicam melhor, têm níveis mais elevados de sensibilidade e empatia, são avaliados como mais eficazes pelos seus colaboradores e têm avaliações de desempenho mais elevadas. Também as equipas com elevada Inteligência Emocional são equipas mais coesas, atingem melhores performances mais rapidamente, estão mais satisfeitas com a qualidade da comunicação e recebem mais suporte social dos seus membros. Tais factos não serão surpreendentes se considerarmos que a forma como as pessoas regulam as emoções afeta as relações com os outros bem como os seus níveis de bem-estar e stress. As pessoas diferem na sua capacidade de lidar com as suas emoções sendo que algumas utilizam estratégias mais adequadas do que outras.

Poderemos compreender melhor a dimensão da Inteligência Emocional se a considerarmos como uma macro competência que engloba vários grupos de competências, inter-relacionadas e envolvidas no processamento da informação emocional: Percecionar as Emoções; Utilizar as Emoções para Facilitar o Pensamento; Compreender as Emoções e Regular as Próprias Emoções e as dos Outros. Estas competências são determinantes para as interações sociais.

A primeira dimensão da inteligência emocional - Percecionar as Emoções, define-se como a capacidade de detetar e decifrar emoções nos rostos, imagens, vozes e artefactos culturais. Inclui também a capacidade de identificar as próprias emoções. Percecionar emoções pode representar o aspeto mais básico da Inteligência Emocional, pois está na base de todo o outro processamento emocional.

A segunda dimensão da Inteligência Emocional - Utilizar as Emoções para Facilitar o Pensamento, é a capacidade de aproveitar emoções para facilitar vários aspetos cognitivos tais como pensar e resolver problemas. Por exemplo, imagine que precisa concluir uma tarefa difícil e aborrecida, que exige raciocínio dedutivo e atenção aos detalhes, num curto espaço de tempo, seria melhor, estar de bom humor ou de mau humor? Estar com um humor levemente triste ajuda as pessoas a conduzir cuidadosa e metodicamente trabalhos. Por outro lado, um clima feliz pode estimular criatividade e inovação de pensamento. A pessoa emocionalmente inteligente pode utilizar, em seu proveito, o humor para a tarefa que tem para resolver.

A terceira dimensão da Inteligência Emocional - Compreender as Emoções, é a capacidade de compreender a linguagem emocional e avaliar relacionamentos complicados entre emoções. Por exemplo, compreender emoções implica a capacidade de ser sensível a pequenas variações entre emoções, como a diferença entre feliz e eufórico. Além disso, inclui a capacidade de reconhecer e descrever como as emoções evoluem com o tempo.

A quarta dimensão da Inteligência Emocional - Regular as Próprias Emoções e as dos Outros, consiste na capacidade de regular emoções em nós mesmos e nos outros. Todos nós já experienciámos situações em que perdemos o controlo das nossas emoções, e o resultado, como sabemos, pode ser desastroso. Esta quarta dimensão da Inteligência Emocional também inclui a capacidade de gerir as emoções dos outros. A pessoa emocionalmente inteligente pode aproveitar emoções, mesmo as negativas, e controlá-las para alcançar os objetivos pretendidos.

Todo este trabalho com as emoções pode ser feito com resultados muitos positivos, ou dito de outra forma, poderemos "aprender a ser emocionalmente mais inteligentes," mas tal não é, certamente, tarefa fácil! Requer intencionalidade, persistência, tomada de consciência permanente, muito tempo (talvez toda a vida) mas, é possível!

Prof.ª Doutora Leonor Almeida
Coordenadora da Formação Avançada em Inteligência Emocional da Escola de Pós-Graduação e Formação Avançada, da Faculdade de Ciências Humanas, da Universidade Católica Portuguesa

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Métodos de rejuvenescimento facial
A preocupação com uma pele perfeita está a aumentar gradualmente e leva as pessoas a procurar diversos métodos de...

“O Botox aumentou 17,4% desde 2017 e os tratamentos de preenchimento 11,6% durante o mesmo período”, explica Luiz Toledo, cirurgião plástico, que acrescenta: “isso deve-se, em parte, ao facto de os pacientes a partir dos 20 anos poderem já começar a realizar essas injeções.”

Hoje em dia, os pacientes procuram cada vez mais procedimentos minimamente invasivos, que são menos agressivos do que um lifting facial. Segundo o especialista, “tanto o Botox como os preenchimentos podem ser aplicados num ambiente de consultório, com anestesia local ou sem anestesia e não duram mais de trinta minutos”. Pelo contrário, o lifting facial, este envolve uma operação mais complexa, com “internamento hospitalar, exames de pré-operatório, anestesia, incisões, vários dias de recuperação, pontos e inchaços locais”.

No entanto, Luiz Toledo alerta para os cuidados com a escolha de um médico profissional, fundamental para o sucesso destes procedimentos faciais. “É preciso que haja o cuidado de verificar se o médico é realmente um cirurgião plástico com credenciais e não se deixarem enganar pelos "profissionais" que cobram mais barato porque usam substâncias não regulamentadas ou porque não têm a formação adequada”.

Todos os procedimentos cirúrgicos ou não cirúrgicos são discutidos e acordados entre o cirurgião e o paciente de acordo com a idade e a expectativa do resultado final do mesmo. Quando são casos de excesso de pele e gordura facial, os procedimentos não cirúrgicos não serão os mais eficazes. A utilização de procedimentos não cirúrgicos ocorre com mais frequência em pacientes com idades entre os 30 a 40 anos. 

 

Saúde
É já amanhã que o Turismo de Portugal, I.P., o Health Cluster Portugal (HCP), a Agência para o Investimento e Comércio Externo...

Sendo reconhecido que o Turismo Médico em Portugal tem potencial para gerar um volume de negócios superior a 100 milhões de euros/ ano, que Portugal tem boas condições para se afirmar internacionalmente no âmbito deste mercado, e que a Saúde é um ativo emergente na estratégia Turismo 2027 e um polo de desenvolvimento do país, as entidades subscritoras tomaram a iniciativa de celebrar um Protocolo que permita impulsionar o reconhecimento e a notoriedade internacional da oferta portuguesa e apoiar a sua colocação nos mercados externos.

O Protocolo a assinar promove uma gestão mais eficaz e ativa sinergias entre os quatro subscritores, dado que o Turismo de Portugal é o instituto público competente na promoção internacional do destino Portugal, o HCP é a entidade que elegeu o Turismo Médico como vetor de competitividade do sector da saúde, a AICEP é a entidade que tem expertise no apoio à internacionalização das empresas e na exploração de oportunidades e missões no exterior do país e a APHP é a associação que representa a hospitalização privada portuguesa.

A cerimónia de assinatura do Protocolo realizar-se-á, às 8h45, no salão nobre do Ministério da Economia e da Transição Digital, e será presidida pelo Ministro de Estado, da Economia e da Transição Digital, Pedro Siza Vieira, acompanhado pela Secretária de Estado do Turismo, Rita Marques, pelo Secretário de Estado da Internacionalização, Eurico Brilhante Dias e pela Secretária de Estado Adjunta e da Saúde, Jamila Madeira.

 

Encontro
Promover um fórum de discussão da ciência biomédica e aproximar os investigadores da Universidade de Coimbra (UC) que trabalhem...

Este consórcio de investigação integra o Centro de Neurociências e Biologia Celular (CNC), o Instituto de Investigação Clínica e Biomédica de Coimbra (iCBR) e investigadores da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra (FEUC).

A sessão de abertura, na manhã do dia 19, é presidida pelo Reitor da Universidade de Coimbra, Amílcar Falcão, que irá dar as boas-vindas a todos os participantes. Esta sessão tem também intervenções do Coordenador do CIBB, Luís Pereira de Almeida, do Presidente do CNC, João Ramalho-Santos, e do Diretor do iCBR, Francisco Ambrósio.

O programa do encontro conta com palestras por parte dos investigadores das principais áreas de investigação do consórcio: Neurociências e Doença, Metabolismo, Envelhecimento e Doença e Terapias Inovadoras, destacando-se as sessões promovidas por investigadores externos como Rui Peixoto, da Universidade de Pittsburgh, Joana Neves, do Instituto de Medicina Molecular (IMM) da Universidade de Lisboa, e Fátima Baltazar, do Instituto de Investigação das Ciências da Vida e Saúde (ICVS) da Universidade do Minho.

Durante os dois dias, os mais de 350 participantes vão ter contacto com trabalhos de investigação básica, clínica e translacional. Vai ainda realizar-se uma sessão especial sobre ensaios clínicos, com a participação de investigadores do CIBB e médicos do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC), unindo assim clínicos e investigadores.

A ciência e o teatro voltam a juntar-se na apresentação da peça de teatro “Holy CIBB”, construída por investigadores em conjunto com a companhia de teatro Marionet. O evento inclui ainda duas sessões promovidas por grupos representantes dos investigadores do CIBB: uma é apresentada pelos representantes dos alunos de doutoramento e a outra pelos representantes dos investigadores doutorados do CIBB.

A sessão de encerramento, no final da manhã do dia 20, terá a presença da Vice-Reitora para a Investigação e 3º Ciclo e Diretora do Instituto de Investigação Interdisciplinar (III), Cláudia Cavadas.

O programa está disponível em: CIBB Meeting 2019.

 

Iniciativa
A Ordem dos Nutricionistas acaba de lançar uma petição para decretar o dia 14 de dezembro como o “Dia do Nutricionista”. A...

Com a implementação deste dia, a Ordem pretende que seja reconhecido publicamente o contributo e o papel dos nutricionistas portugueses para a sociedade, nas suas diferentes áreas de atuação, e junto de diversos grupos populacionais, com vista à promoção da saúde e à prevenção da doença, através da alimentação.

"O nutricionista é um profissional de saúde que dirige a sua prática em torno do bem-estar da população. É inestimável o seu valor e função social, pelo que para nós é imprescindível o reconhecimento público do ser valor no nosso país, através da criação deste dia”, salienta Alexandra Bento, Bastonária da Ordem dos Nutricionistas.

A data escolhida para a instituição do “Dia do Nutricionista” assinala igualmente a criação da Ordem dos Nutricionistas, após a publicação da Lei n.º 51/2010. Pretende-se que seja, já a partir de 2020, uma comemoração do contributo do nutricionista no nosso país.

A petição está disponível na página da Ordem dos Nutricionista.

Campanha
A Associação Nacional de Centros de Diálise (ANADIAL) vai realizar, no próximo dia 17 de dezembro pelas 14:15h, uma sessão de...

“A ANADIAL está empenhada em aumentar a visibilidade pública da doença renal e em consciencializar a população para a importância da sua prevenção, mobilizando-a (em particular os mais jovens) nesse sentido. Para isso, iremos promover diversas ações de consciencialização, ministradas por médicos e enfermeiros, em escolas básicas e secundárias de norte a sul do país” explica Jaime Tavares, presidente da ANADIAL, e adianta “Esperamos com esta iniciativa contribuir para a promoção de programas de prevenção, que contribuam para reduzir a incidência da doença renal crónica.

A campanha “A vitória contra a doença renal começa na prevenção” conta com o apoio da Associação de Doentes Renais de Portugal, da Associação Portuguesa de Enfermeiros de Diálise e Transplantação, da Associação Portuguesa de Insuficientes Renais, da Sociedade Portuguesa de Nefrologia e da Sociedade Portuguesa de Transplantação.

A doença renal crónica carateriza-se pela deterioração lenta e irreversível da função dos rins. Como consequência da perda desta função, existe retenção no sangue de substâncias que normalmente seriam excretadas pelo rim, resultando na acumulação de produtos metabólicos tóxicos no sangue (azotemia ou uremia). Os doentes com diabetes, hipertensão arterial, obesidade e historial familiar de doença renal podem estar em risco de desenvolver esta doença.

Para prevenir a doença renal crónica, é necessário: vigiar o peso; ter uma alimentação saudável, com redução do consumo de gorduras e de sal, bem como das porções; deixar de fumar (os fumadores têm uma probabilidade três vezes maior de apresentar uma função renal diminuída); fazer exercício físico; controlar a hipertensão e a diabetes; não beber álcool; não proceder a automedicação; e fazer rastreios regulares.

 

Saiba o que é
Mais frequente entre o sexo masculino, a Perturbação de Personalidade Paranóide caracteriza-se por u

Está em constante estado de alerta, suspeitando de tudo e de todos, e quase sempre se sente atacado. Para o doente com perturbação de personalidade paranoide é difícil confiar em alguém. Mesmo entre amigos ou familiares, tem sempre a tendência para interpretar as suas ações como maliciosas. Este não acredita em demonstrações de afeto e desconfia sempre dos motivos que levam as pessoas a quererem aproximar-se de si.

Na realidade, na perturbação de personalidade paranoide este padrão generalizado de desconfiança leva a que o doente considere que os outros pretendem prejudicá-lo ou enganá-lo, mesmo quando não existem motivos que o levem a pensar assim. Deste modo para além de hipervigilante (não vá ele ser alvo de ofensa, ameaças ou deslealdade), o indivíduo com este transtorno de personalidade, analisa até à exaustão todo os comportamentos na tentativa de justificar as suas suspeitas.

Habitualmente, como hesita em confiar nos outros, evita relacionamentos íntimos com medo de que os outros possam usar informação pessoal contra si. É ainda extremamente ciumento, pelo que pode ser difícil manter uma relação.

Por outro lado, como se sente constantemente atacado ou ofendido, é muito rancoroso e dificilmente concede desculpas.

Embora não seja fácil compreender o que pode estar na origem deste transtorno, pensa-se que “a postura associada aos traços de personalidade paranoide deverá ter sido adaptativa em algum momento do passado, numa situação verdadeiramente perigosa, em que as pessoas que o rodeavam mostravam-se claramente hostis, exploradores ou enganadoras”. Segundo alguns autores, admite-se que o doente com este transtorno possa ter crescido numa família na qual aprendeu que a vigilância era absolutamente fulcral para sobreviver, que o mundo era um lugar perigoso e as pessoas eram egoístas. Por outro lado, coloca-se ainda a hipótese de ter crescido com a ideia (passada pelos seus cuidadores) de que era diferente dos outros ou de que era preciso ser defensivo ou duro para se proteger. Tais ideias podem ter conduzido a este padrão de desconfiança.

Alguns autores sugerem ainda que existe uma clara associação entre este transtorno e o abuso emocional e/ou físico e vitimização na infância. No entanto, o certo é que existem uma maior prevalência deste transtorno em pessoas com história familiar de esquizofrenia ou perturbação delirante.

Critérios de diagnóstico:

Para o diagnóstico da Perturbação de Personalidade Paranoide, (de acordo com o DSM-5) o doente tem de apresentar:

Desconfiança e suspeição invasivas em relação aos outros, de tal modo que as suas motivações são interpretadas como malévolas. Tem início na vida adulta e está presente em vários contextos, conforme indicado por quatro (ou mais) dos seguintes:

  • Suspeita, sem bases suficientes, de que outros tiram partido deles, os prejudicam ou enganam;
  • Preocupa-se com dúvidas injustificadas acerca da lealdade ou da confiança de amigos e colegas;
  • É relutante em confiar nos outros, por medo injustificado de que a informação possa, de forma maliciosa, ser usada contra si;
  • Encontra humilhações ou ameaças ocultas em observações ou acontecimentos inocentes;
  • Guarda rancores de forma persistente (não consegue esquecer ofensas, injúrias ou indelicadezas);
  • Perceciona ataques ao seu carácter e reputação que não aparentes aos outros, aos quais reage rapidamente com raiva ou contra-atacando;
  • Tem suspeitas recorrentes e injustificadas relativamente à fidelidade do cônjuge ou parceiro sexual.

A terapia Cognitivo-Comportamental é o tratamento indicado para estes casos, sendo muitas vezes associada à terapêutica farmacológica, no entanto, uma vez que estamos perante um transtorno que leva o doente a suspeitar de tudo e de todos, inclusive do terapeuta, o seu tratamento pode constituir um verdadeiro desafio.

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Atividade gripal
Portugal está na fase epidémica da atividade gripal. A atividade gripal apresenta uma tendência crescente, baixa a moderada,...

A nível nacional, nos serviços hospitalares, foram registados cerca de 110 mil episódios de urgência na última semana (semana 49 – entre 2 e 8 de dezembro). Apenas cerca de 2% dos casos foram por síndrome gripal.

Nos cuidados de saúde primários, o número e a proporção de consultas por síndrome gripal também mostram uma tendência crescente em todo o País. A atividade tem sido mais precoce e intensa nas Regiões Norte e Centro.

O Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge detetou a circulação de vírus da gripe dos tipos A e B, com predomínio do B, na maioria da linhagem Yamagata. Ambos estão incluídos na vacina contra a gripe. Foram ainda identificados outros vírus respiratórios.

Na semana 49 foram atendidas pelo Centro de Contacto SNS 24 cerca de 29 mil chamadas (tendência crescente) para avaliação de sintomatologia, das quais cerca de 3,3% foram por síndrome gripal. Verificou-se estabilidade no número de acionamentos do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM), cerca de 26 mil.

O número de óbitos por todas as causas em Portugal está dentro do esperado, de acordo com o Sistema de Vigilância Diária da Mortalidade.

Recomendações

  • Vacine-se contra a gripe. A vacina deve ser administrada, preferencialmente, até ao final do ano e é a principal medida de prevenção contra a gripe. Tem como objetivo proteger as pessoas mais vulneráveis, prevenindo a doença e as suas complicações.
  • Siga as recomendações do seu médico assistente, garantindo a toma adequada da medicação e o controlo de doenças crónicas;
  • Não corra para as urgências. Ligue para o Centro de Contacto SNS 24 (808 24 24 24) ou para o INEM, em caso de doença grave. O SNS 24 aconselha, orienta e acompanha.
  • Em autocuidado, siga as indicações dos profissionais de saúde. Não tome antibióticos sem indicação médica.
  • Hidrate-se, ingerindo água, tisanas, sopas e bebidas quentes, evitando o consumo de álcool.
  • Evite a exposição prolongada ao frio e mudanças bruscas de temperatura.
  • Mantenha o corpo quente, utilizando várias camadas de roupa e protegendo as extremidades (luvas, gorro, cachecol, meias e calçado quente), especialmente quando estiver no exterior, seja em lazer, trabalho ou em situação de sem-abrigo.
  • Mantenha a casa e o local de trabalho aquecidos, garantindo uma adequada ventilação.
  • Verifique o estado de funcionamento dos equipamentos de aquecimento (elétricos, a gás e de combustão). O uso incorreto dos equipamentos de combustão (ex.: braseiras, salamandras e lareiras) pode causar intoxicação por acumulação de monóxido de carbono e levar à morte.
  • Mantenha regras de higiene e de etiqueta respiratória – lave as mãos, espirre e tussa para o cotovelo, assoe-se e deite fora o lenço de papel. Mantenha distância de outras pessoas em caso de doença respiratória.
  • Preste atenção às condições do piso para evitar quedas.
  • Adote uma condução defensiva, devido a condições climáticas adversas.
  • Mantenha-se informado, hidratado e quente!
Investimento
Reforço do Programa Operacional da Saúde em 800 milhões de euros já está contemplado no Orçamento do Estado para 2020. Melhorar...

O Conselho de Ministros aprovou o Plano de melhoria da resposta do Serviço Nacional de Saúde (SNS) dando «um passo significativo para por fim à suborçamentação do SNS, para reforçar e motivar os seus profissionais, para modernizar os equipamentos, para robustecer a gestão com mais autonomia e para ter um SNS que sirva melhor os portugueses», disse a Ministra de Estado e da Presidência, Mariana Vieira da Silva.

A Ministra de Estado e da Presidência e a Ministra da Saúde, Marta Temido , apresentaram o plano no final do Conselho de Ministros.

Mariana Vieira da Silva acrescentou que «este esfoço que o País faz só é possível graças a quatro anos de gestão orçamental e financeira rigorosa, que hoje torna possível fazer o maior investimento inicial de que há registo recente» no Serviço Nacional de Saúde.

A Ministra da Saúde sublinhou que o plano é «um passo decisivo para a melhoria da capacidade de resposta do SNS», «para aumentar a atividade assistencial», dando resposta às necessidades das pessoas que usam o Serviço Nacional de Saúde.

Investir para melhorar os serviços

Marta Temido afirmou que «este plano está em linha com os princípios fundamentais da nova Lei de Bases da Saúde, designadamente a centralidade das pessoas, e também com as opções do programa do atual Governo e com a preparação do Orçamento do Estado para 2020».

O plano tem três eixos:

O primeiro, de 800 milhões de euros, é para reduzir sustentadamente o desequilíbrio orçamental e os prazos de pagamento, mas, sobretudo, para aumentar a capacidade de resposta da SNS através do aumento do orçamento de exploração inicial do Serviço Nacional de Saúde para 2020.

O segundo é um compromisso de investimento plurianual de 190 milhões de euros – que se junta aos investimentos de 91 milhões aprovados em 2 de maio, pelo anterior Governo, e tem também um quadro de referencia para novos recrutamentos e medidas de incentivo à melhoria do desempenho.

Mais funcionários

O terceiro é para recrutamento de 8400 funcionários de todos os grupos profissionais, ao longo de 2020 e 2021, e medidas de incentivo à melhoria do desempenho, nomeadamente, a atribuição de incentivos institucionais aos Cuidados de Saúde Primários, incluindo Unidades de Saúde Familiar, no valor de 4 milhões de euros para o ano de 2019, e um quadro de estímulo ao desenvolvimento futuro de novos modelos de gestão virados para os resultados, no valor de 100 milhões de euros.

A Ministra sublinhou que estas medidas só terão totalmente eficazes «se este esforço orçamental dos portugueses for associado a medidas de melhoria da gestão e, por isso, a Resolução do Conselho de Ministros tem uma componente de monitorização da gestão e de autonomia do setor público empresarial da saúde para todas as contratações de substituição».

Como medida adicional, prevê-se o «reforço de 550 milhões de euros para 2019, tendo em vista a redução do stock de pagamentos em dívida» acrescentou ainda Marta Temido.

 

Cessação tabágica
Considerando todas as decisões que dependem apenas da pessoa, que estão na mão de cada um, deixar de

Mais de 70% dos portugueses que fumam quer deixar de fumar. Muitos não avançam porque estão prisioneiros num conflito interno. Querem deixar de fumar, mas pensam que não vão conseguir. Vamos voltar a este conflito no fim deste artigo.

E porque querem tantos fumadores deixar de fumar? Muitos procuram evitar os riscos para a saúde de fumar. Mas a principal fonte de motivação para a maioria são as vantagens imediatas de não fumar: Mais bem-estar, mais confiança em si próprio(a), mais facilidade em respirar e em fazer exercício físico, mais tempo e mais dinheiro disponível e mais liberdade para os usar. Também conta para muitos fumadores ser um bom exemplo para os outros, em especial para os filhos. Mais recentemente, com a importância que têm ganho as preocupações ambientais, muitos fumadores pensam em deixar de fumar para preservar o ambiente da poluição causada pelo fumo do cigarro. Melhorar a aparência e atrasar os efeitos da idade são benefícios também muito valorizados.

O ano novo é o momento do ano mais escolhido para parar de fumar. Ano novo, vida nova! E como podemos aumentar as possibilidades de alcançar este desejado objetivo? A investigação sobre os fatores que se associam ao sucesso das tentativas para deixar de fumar destaca o apoio como o mais importante. O apoio dos familiares e amigos, o apoio de outros fumadores que também querem deixar de fumar, o apoio médico e o apoio de métodos comprovadamente eficazes – por exemplo, os medicamentos indicados para deixar de fumar.

Parar de fumar não é o mesmo que deixar de fumar. Parar de fumar no dia 31 de dezembro será o primeiro passo de uma caminhada com vários desafios e obstáculos cuja meta é deixar de fumar. Pode demorar algum tempo a chegar à meta. Alguns dizem que essa caminhada não é fácil. Será melhor olhar para essa caminhada com outra perspetiva. Deixar de fumar é uma aventura com várias descobertas sobre a vida e sobre nós próprios. Quem avançar para essa aventura com coragem e determinação acabará por se divertir e chegar à meta com facilidade.

Vamos então voltar ao conflito paralisante entre querer deixar de fumar e a falta da confiança necessária para tentar. Fazer uma tentativa pode ser o primeiro passo no sentido de deixar de fumar ou pode ser o passo que nos faz cair na armadilha da dependência. Uma tentativa falhada pode resultar em culpa e desânimo ou pode ser mais um passo rumo ao sucesso. Ir por um ou por outro destes caminhos depende primeiro de cada um que tem a coragem de dar este passo. Quem sentir que não está a seguir pelo caminho que quer, deve considerar a possibilidade de pedir ajuda a um profissional de saúde formado em cessação tabágica. Existe atualmente uma rede de consultas que abrange todo o país. Se quiser saber onde pode encontrar uma consulta para si, ligue para a linha do Serviço Nacional de Saúde (SNS 24: 808 242424).

O ano novo está a chegar – aproveite para deixar de fumar!

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Opinião
A Perturbação do Espectro do Autismo (PEA) é uma perturbação do neurodesenvolvimento que se caracter

 

Os primeiros sinais, que aparecem habitualmente antes dos 3 anos, são referidos pelos pais na primeira consulta que indicam habitualmente que a criança terá tido um desenvolvimento normal até ao primeiro ou segundo ano de vida apresentando, posteriormente, uma regressão ao nível das aquisições da linguagem e comportamento:

  • Apresenta o contacto ocular alterado, comummente os pais referem que a criança deixou de olhar para eles;
  • Não aponta;
  • Não usa o gesto;
  • Não sorri em resposta à interação do outro;
  • Não responde ao nome;
  • Apresenta ecolália (discurso caracterizado por repetição de sons, palavras);
  • Tem pouco interesse pelas outras crianças, isola-se;
  • Imita pouco;
  • Não brinca ao faz de conta, ou brinca pouco;
  • Tem comportamentos/movimentos repetitivos (ex. abanar os braços);
  • Tem dificuldades em tolerar as mudanças nas rotinas;
  • Gosta de objetos estranhos;
  • Tem interesses muitos restritos, específicos;
  • Reage excessivamente às novas sensações, dor e temperatura ou demonstra pouca reatividade.

A sinalização e acompanhamento precoces são importantes para um bom prognóstico, pelo que consideramos essencial que professores/educadores e famílias sejam sensibilizados para o reconhecimento de sinais de alerta e para atuar de imediato para

responder às necessidades destas crianças. Perante estes sinais, e para uma correta avaliação, a criança deve ser avaliada por pediatra de desenvolvimento.

E perante o diagnóstico, o que fazer?

O diagnóstico de Perturbação do Espetro do Autismo não é uma notícia fácil para as famílias que têm que lidar com uma realidade desconhecida e ajustar toda uma dinâmica familiar às necessidades da criança.

Quando olhamos para a criança com Perturbação do Espetro do Autismo (ou com outro tipo de alterações no desenvolvimento), precisamos de ver mais além do diagnóstico. Devemos observar aquela criança com as suas competências e dificuldades permitindo assim definir um perfil de funcionalidade global e o encaminhamento para as respostas de intervenção mais adequadas. É essencial o trabalho em equipa multidisciplinar, a definição de prioridades a cada fase do processo de desenvolvimento e objetivos realistas. Equipa médica e equipa terapêutica (psicólogos, terapeutas da fala, terapeutas ocupacionais, …), a escola e a família, deverão ser aliados, parceiros nesta jornada que é potenciar o desenvolvimento das crianças com PEA. Assim, a intervenção com a criança não poderá ser meramente um trabalho de competências individuais, mas a capacitação da comunidade escolar e o apoio e desenvolvimento das famílias.

Margarida Sabino
Terapeuta Ocupacional pós-graduada em Neurodesenvolvimento em Pediatria. Trabalha na equipa terapêutica Fale Connosco Saúde Personalizada com psicólogas, terapeutas da fala, fisioterapeuta e musicoterapeuta, sendo a sua intervenção maioritariamente com crianças com PEA, ADPM e outras perturbações do neurodesenvolvimento.

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Estudo
Cerca de 55% da população com doença crónica tem níveis inadequados de Literacia em Saúde, segundo o estudo “Literacia em Saúde...

Desenvolvido no âmbito do projeto ‘Saúde que Conta”, uma iniciativa de investigação da ENSP-NOVA, com o apoio da Lilly Portugal, que pretende contribuir para o debate público através da análise do papel do cidadão na gestão da sua saúde e bem-estar, o estudo revela também o impacto da literacia em saúde na utilização do sistema de saúde. As pessoas com doença crónica e com um nível de literacia em saúde mais baixo utilizam mais vezes o serviço de urgência hospitalar, as consultas de medicina geral e familiar e a urgência do centro de saúde.

Cerca de metade dos inquiridos afirma não ter apoio em aspetos relacionados com a gestão da sua doença, no entanto, quem gere autonomamente a doença apresenta um nível de literacia em saúde mais elevado.

Os resultados apontam para 78% de taxa de adesão à terapêutica e revelam também que um maior nível de literacia em saúde se reflete numa melhor adesão à terapêutica, com uma maior perceção da necessidade de tomar a medicação e uma diminuição da preocupação relativa à sua toma.

O estudo destaca ainda que o nível de literacia em saúde pode estar relacionado com morbilidade múltipla, sendo que um indivíduo com menor literacia em saúde tem mais doenças crónicas em simultâneo. O estudo permite também concluir que quanto maior é o grau de escolaridade, maior é também o nível de literacia em saúde. Os doentes crónicos estudantes ou profissionais das áreas da saúde também apresentam um nível de literacia em saúde superior. De acordo com o estudo, as principais fontes de informação em saúde utilizadas pelos doentes crónicos são os profissionais de saúde (82,8%), seguindo-se os familiares e amigos (57,7%) e a televisão (55,1%). Apenas cerca de dois em cada dez indivíduos com doença crónica utiliza a Internet, e entre os utilizadores apenas 25% procura informação sobre Saúde através de plataformas governamentais.

Ana Rita Pedro, investigadora da ENSP-NOVA e responsável pelo estudo, admite que “estes resultados revelam a necessidade de uma intervenção estratégica que só poderá tornar-se efetiva se envolver os profissionais de saúde, os decisores políticos, os parceiros e o próprio cidadão”.

António Leão, Diretor Geral da Lilly Portugal, lembra que “o investimento na literacia em saúde é fundamental e estratégico, já que tem impacto direto não só na promoção e proteção da saúde e prevenção da doença, como na garantia de sustentabilidade dos recursos e equidade dos serviços de saúde”.

O estudo contou com a participação de um total de 412 indivíduos com doença crónica com idades compreendidas entre os 18 e os 94 anos. Entre as doenças crónicas mais prevalentes na população inquirida encontram-se a hipertensão arterial, a dislipidémia, a diabetes, a ansiedade e depressão.

Os resultados do estudo “Literacia em Saúde na Doença Crónica” foram apresentados ontem, dia 10 de dezembro, num jantar-debate que reuniu diferentes atores-chave da saúde e sociedade com o propósito de discutir intervenções exequíveis para a promoção da literacia em saúde em Portugal, em contexto real.

Previsão foi apresentada hoje
Este ano, o período de maior atividade da gripe em Portugal vai acontecer entre o Natal e a segunda semana de Janeiro. A...

As farmácias conseguem antecipar em duas semanas a fase mais severa de contágios, com base nos dados diários da dispensa de medicamentos e produtos de saúde para infeções respiratórias. O início da fase epidémica ocorreu há duas semanas, de acordo com os dados confirmados pela equipa de investigadores.

"Este novo instrumento tem grande valor para a Saúde Pública porque permite alertar a população para a necessidade de reforçar os comportamentos preventivos", declara Nuno Rodrigues, da Associação Nacional dos Médicos de Saúde Pública, que colaborou na construção do modelo. "Por outro lado, dá mais tempo aos serviços de saúde para planificarem a sua resposta", acrescenta o médico especialista em Saúde Pública.

Em média, as farmácias recebem 520 mil portugueses por dia. "As farmácias têm todos os dias mais de meio milhão de oportunidades de contribuição para a Saúde Pública, através da dispensa de medicamentos, administração de vacinas e aconselhamento à população", declara António Teixeira Rodrigues, diretor do CEFAR. "O que é novo é que esse contacto maciço com a população permite reunir dados estatísticos em Saúde de grande valor para a sociedade", considera este farmacêutico.

 

 

 

 

Consultas virtuais e fórum de discussão
Existem 250 mil portugueses que vivem mal devido à Fibromialgia, uma doença de diagnóstico difícil. Devido à dificuldade que os...

Desenvolvido pelo médico José António Pereira da Silva, um especialista que se dedicada há vários anos ao tratamento e investigação desta doença e conta com resultados notórios em muitos doentes, este é um projeto diferenciador, no que diz respeito às soluções de alternativas de tratamento existentes para esta doença.

“O nosso compromisso é colocar a ciência ao serviço do doente, promovendo benefícios concretos. Queremos ser parceiros, presentes e confiáveis, na construção da Felicidade como caminho na luta pessoal contra a Fibromialgia. Para isso MyFibromialgia® oferece uma variedade de instrumentos que procuram ajudar o doente a conhecer a melhor forma de diminuir o stress, aumentar o seu bem-estar e tranquilidade, promovendo a diminuição progressiva dos sintomas que potenciam a doença” afirma José António Pereira da Silva, Diretor Científico do MyFibromyalgia®.

O Instituto Virtual de Fibromialgia foi criado segundo as últimas guidelines e boas práticas europeias, baseadas em evidência científica, contando com conteúdos abrangentes e visualmente apelativos, com o propósito de melhorar a vida dos doentes. Contrariando a abordagem tradicional, MyFibromyalgia® assume que é possível vencer a doença através da felicidade. Neste sentido a orientação terapêutica proposta é baseada na observação clínica e científica de que o stress, tipicamente associado a uma personalidade tensa e perfecionista, tem um papel decisivo no aparecimento e na evolução da doença.

Em Myfibromyalgia®  [https://myfibromyalgia.org/], é possível encontrar informação atual sobre Fibromialgia, ferramentas de rastreio da doença, uma descrição dos serviços disponíveis e ainda o acesso a testemunhos reais de doentes. Através de uma subscrição, os doentes terão acesso a conteúdos exclusivos como um curso sobre o modelo de entendimento e tratamento da Fibromialgia, recomendações ajustadas ao perfil de cada pessoa, aconselhamento individualizado através de consultas virtuais, um fórum de discussão e partilha e ainda vários instrumentos de uso autónomo para controlo da Fibromialgia.

 

Alergias atingem um terço da população portuguesa
Estima-se que, em Portugal, um terço da população sofra de algum tipo de alergia. Um diagnóstico preciso e feito de forma...

Ana Reis Ferreira, imunoalergologista do Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia/Espinho, destacou dois motivos principais pelos quais considera ser “fundamental um diagnóstico preciso da alergia. Primeiro, porque quando é confirmada uma alergia conseguem ser implementadas medidas para evitar o contato do doente com esse alergénio. Em segundo lugar, ao descartar determinada alergia, conseguimos liberalizar a vida do doente, aumentar-lhe a qualidade de vida e isto é válido quer para os alergénios respiratórios, quer para as alergias alimentares”. Para a especialista, um mau diagnóstico “tem implicações muito importantes a nível de saúde e do desenvolvimento, uma vez que, no caso das alergias alimentares, podemos estar a restringir alimentos que têm um elevado nível nutricional – como o leite e o ovo - de forma desnecessária e optamos por alternativas menos saudáveis. Tem também implicações a nível social, com as crianças, muitas vezes, a sentirem-se isoladas ao não poderem juntar-se aos amigos nas festas porque têm uma alergia, por exemplo”.

O diagnóstico molecular da alergia foi o foco da apresentação de Pedro Lopes da Mata. “Este tipo de diagnóstico vai ajudar a identificar com exatidão o epítopo a que o doente é alérgico. Depois, em função do epítopo, dá-nos indicação sobre a gravidade, o prognóstico e informações sobre a escolha de uma eventual imunoterapia, ou seja, vacinas antialérgicas. Se o diagnóstico não for preciso podemos estar a prescrever medicamentos que não servem para nada”, refere o médico alergologista.

No que concerne à autoimunidade, a importância da clínica e do laboratório no diagnóstico, prognóstico e terapêutica nas doenças autoimunes foi o tema abordado por Carlos Vasconcelos, internista e fundador da Unidade de Imunologia Clínica do Centro Hospitalar do Porto. Afetando mais de 100 mil portugueses, o especialista referiu a importância de se diagnosticar as doenças autoimunes o mais precocemente possível de forma a “podermos prevenir o dano que provocam a diversos níveis. Se existir uma forma de sabermos que vai ter uma doença autoimune, fazendo testes ainda na fase assintomática, poderemos intervir”. Relativamente ao papel dos biomarcadores e dos testes de diagnóstico neste tipo de doenças, Carlos Vasconcelos acredita “que vamos evoluir nesse sentido - quando definirmos exatamente quais são os genes que podem estar implicados e depois definirmos, também com exatidão, quais são as infeções - os antígenos víricos e/ou microbianos - que podem estar associadas e os eventos de vida. No entanto, é algo muito complexo.”

Com o intuito de melhorar o diagnóstico das doenças autoimunes foi criada, em 2002, a EASI – European Autoimmunity Standardisation Initiative, um grupo de cientistas e médicos de laboratórios, clínicas ou autoridades do sistema de saúde de diversos países europeus. Carlos Dias, especialista em Medicina Interna do Hospital de S. João, apresentou este grupo, que conta com a participação de 19 países, e os seus principais objetivos à assistência. “As doenças autoimunes são, muitas vezes difíceis de diagnosticar. O que há, muitas vezes, é a falta de marcadores, se existisse um marcador, por exemplo, para a lúpus ou para a artrite reumatoide seria tudo mais simples e é por isso que surge esta discussão – será que podemos harmonizar os marcadores que habitualmente são pedidos?”, acrescentou o especialista.

Campanha de sensibilização
Estima-se que 6 em cada 10 episódios de hipoglicemia não são tratados adequadamente, por isso hoje é lançada a campanha ...

A Campanha “Hipoglicemias. Uma já pode ser demais” é uma iniciativa da Associação Protetora dos Diabéticos de Portugal, da Federação Portuguesa de Associações de Pessoas com Diabetes, da Sociedade Portuguesa de Diabetologia e da Sociedade Portuguesa de Endocrinologia Diabetes e Metabolismo, com o apoio da Novo Nordisk, que pretende sensibilizar as pessoas com diabetes para as hipoglicemias. Estas não devem ser vistas como uma consequência natural da diabetes, mas sim como algo que se pode prevenir e lidar através de uma boa gestão da diabetes e da sua terapêutica, devendo as pessoas que vivem com diabetes  estar alerta para as suas consequências a curto e longo prazo.

Até agora tem havido pouca investigação sobre o impacto das hipoglicemias nos familiares das pessoas com diabetes, mas um novo estudo, o TALK-HYPO, demonstra que até 64% dos familiares das pessoas com diabetes sentem preocupação e ansiedade relativamente aos riscos associados à baixa de açúcar no sangue, realçando o impacto que isto tem na família. O estudo demonstra também a importância de ter mais conversas sobre as hipoglicemias com a família e com o médico assistente, pois 76% acredita que estas conversas podem levar a melhorias na vida das pessoas com diabetes.

As hipoglicemias resultam de uma baixa concentração dos níveis de glicose (açúcar) no sangue que pode ser provocada por erros na alimentação, utilização de alguma medicação oral para a diabetes ou excesso de insulina, exercício físico não programado e sem suporte alimentar e/ou consumo excessivo de álcool.

Também em Portugal está demonstrada a importância de evitar e tratar adequadamente estes episódios de hipoglicemia. Num estudo recente realizado pela APDP, verificou-se que mais de 3 em cada 10 pessoas com diabetes tipo 2 a fazer insulina comunicaram a ocorrência de hipoglicemias num curto período de tempo e 6 em cada 10 episódios não foram tratados adequadamente. As hipoglicemias são a segunda maior causa de ida às urgências hospitalares das pessoas com diabetes em Portugal. Ao mesmo tempo, os custos associados ao seu tratamento são significativos. O tratamento de uma hipoglicemia grave tem um custo superior a 1.450 €/episódio. Esta é a principal preocupação das pessoas com diabetes a fazer insulina e dos seus familiares, de acordo com o estudo DAWN 2, realizado em Portugal.

Mais de metade das pessoas que vivem com diabetes (55%) raramente ou nunca informam o seu médico acerca dos episódios de hipoglicemia e muitos, com medo, acabam por reduzir a sua dose de insulina sem consultar o médico, o que compromete o controlo glicémico. A campanha “Hipoglicemia. Uma Já pode ser demais” pretende sensibilizar a população para que se informe junto dos médicos ou outros profissionais de saúde sobre como podem prevenir, detetar e gerir da forma mais adequada os episódios de hipoglicemia​.

Quando não são devidamente detetadas e geridas, as hipoglicemias podem ter um impacto negativo na qualidade de vida das pessoas com diabetes tipo 1 e tipo 2 e podem trazer complicações de saúde que aumentam o risco de morte cardiovascular. As mais graves são as hipoglicemias noturnas, que ocorrem quando as pessoas com diabetes e os seus cuidadores não se apercebem do que está a acontecer. “Se um indivíduo estiver a ter uma hipoglicemia e não for tratado, a falta de glicose no cérebro pode levar à morte. Hipoglicemias repetidas podem levar à instalação de quadros de demência, de perturbações mentais e alterações cognitivas profundas e, por isso, as hipoglicemias devem ser evitadas”, explica Davide Carvalho, médico endocrinologista e presidente da Sociedade Portuguesa de Endocrinologia Diabetes e Metabolismo (SPEDM). Assim, o especialista afirma categoricamente que “não há um número ótimo de hipoglicemias, o número ótimo de hipoglicemias é não ter”.

Na diabetes tipo 2, numa fase inicial, é possível alcançar o controlo glicémico com a alteração de estilos de vida (prática de exercício regular e uma alimentação saudável), sendo sempre necessário o apoio de um profissional de saúde para otimizar este controlo. Na maior parte das vezes com recurso a anti-diabéticos não-insulínicos e, em casos mais avançados, insulina.

Isabel Videira, diagnosticada com diabetes tipo 2 há nove anos e a fazer terapêutica com insulina há seis meses explica: “se a pessoa se conhecer muito bem, bem como a reação do seu organismo aos alimentos, consegue fazer uma boa gestão, mas há momentos em que as coisas fogem ao nosso controlo e que nós não temos noção do que se está a passar porque o organismo reage de formas diferentes.”

“Já tive alguns episódios de hipoglicemias que se traduzem em sintomas de mal-estar e tremores, inclusive hipoglicemias noturnas que só dou conta porque ficam registadas nos dispositivos ”, afirma Isabel Videira.

Para saber mais sobre esta campanha, sobre as hipoglicemias e conhecer outros testemunhos de pessoas com diabetes e profissionais de saúde visite o https://www.umajapodeserdemais.pt .

No último ano
O Hospital do Espírito Santo de Évora (HESE) registou, até novembro de 2019, um aumento de 25% na realização de intervenções...

De uma forma geral, até 31 de outubro de 2019, regista-se um aumento em todas as áreas assistenciais do HESE, designadamente cirurgias, consultas externas e internamento.

Relativamente à atividade cirúrgica total do HESE, em 2018, realizaram-se, até 31 de outubro, 12.579 intervenções cirúrgicas, e este ano, no mesmo período, totalizam-se 15.740, cirurgias, o que corresponde a um aumento 25 % (3.161 intervenções).

As cirurgias programadas são as que apresentam um maior aumento, com um valor de 28%, o que se reflete na diminuição das listas de espera dos doentes inscritos para cirurgia, em -19%. Consequentemente, o HESE registou ainda um aumento de 26% do número de doentes operados em tempo adequado, respeitando os tempos máximos de resposta garantidos.

Relativamente à atividade de consultas externas do HESE, verificou-se um aumento de 7% das primeiras consultas e 4,5,% das subsequentes. Durante este período, registou-se ainda um aumento de 14% de consultas realizadas em tempo adequado, respeitando os tempos máximos de resposta garantidos, por prioridade. A lista de espera para consulta, neste primeiro semestre, apresentou uma redução de 24%.

Em relação à atividade do internamento registou-se um aumento de 8% dos doentes saídos do internamento, relativamente ao período homólogo de 2018.

 

 

Unidades Hospitalares
Todas as pessoas em internamento hospitalar, incluindo os centros de reabilitação, devem ser sujeitas a uma avaliação do risco...

A norma «Prevenção e intervenção na queda do adulto em cuidados hospitalares» define quando e como deve ser realizada a avaliação do risco de queda a todas as pessoas em internamento hospitalar, incluindo os centros de reabilitação, integrada em registo eletrónico dos sistemas de informação, e as precauções básicas que as unidades de saúde devem adotar.

De acordo com o documento, o doente deve ser avaliado quando é admitido no hospital, devendo ser feita uma reavaliação sempre que ocorra uma alteração do estado clínico, no momento de transferência intra ou inter-hospitalar ou quando ocorre uma queda.

A pessoa ou o representante legal devem ser informados e esclarecidos acerca da avaliação do risco de queda, medidas de prevenção e intervenção e do plano de cuidados, recomenda a norma.

Nas pessoas com alto risco de queda deve ser efetuada uma avaliação clínica multifatorial complementar registada no processo clínico, incluindo a história de quedas (número, causas, circunstâncias e consequências).

A norma recomenda às unidades de internamento que tomem precauções básicas como iluminação adequada, remoção de obstáculos no percurso de marcha, piso limpo e seco, intervenção imediata em caso de derramamento de líquido no pavimento, manter equipamentos e dispositivos médicos fora da área de circulação, sistema de chamada acessível, cadeiras, camas e outros equipamentos travados e portas de entrada e saída dos serviços com sistemas de controlo.

A DGS lembra que as quedas estão na origem de uma significativa morbilidade ou mortalidade, sendo uma das principais causas de internamento hospitalar.

Em Portugal, de acordo com os dados do sistema nacional de notificação de incidentes, 21% do total de incidentes notificados relacionam-se com quedas.

Os últimos dados de 2017 e 2018, divulgados pela DGS, apontam para uma estabilização do número de quedas dos doentes nos hospitais, com uma média anual de oito mil casos notificados. Em 2016 os dados rondavam os nove mil.

 

 

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