Radiologia
O médico do Serviço de Imagiologia do Centro Hospitalar de Setúbal, Carlos Francisco Silva, foi convidado a participar num...

O médico e investigador publicou, em 2017, na revista Acta Médica Portuguesa, um estudo pioneiro nacional em radiologia “Volume ou Valor? O Papel do Radiologista na Gestão dos Exames Radiológicos”. Este trabalho pretendeu, como explica o clinico em questão, “perceber os motivos e quantificar o número de ecografias e tomografias computorizadas que potencialmente são desperdiçadas a nível da urgência hospitalar no CHS “ e a “importância que o radiologista pode ter na gestão e triagem desses exames”.

Em 2019, editou o livro "Value-based Radiology - A Practical Approach", publicado pela prestigiada editora Alemã “Springer publisher”, a primeira publicação a nível mundial que incide sobre esta temática, que surge na sequência de um trabalho de investigação, em Heidelberg, na Alemanha, com o prestigiado professor Hans-Ulrich Kauczor.

Para assistir ao Webinar: Value-based Radiology - A Modern Practical Approach in the era of Value-based Healthcare, por favor utilize o seguinte link: https://ahha.asn.au/events/webinar-value-based-radiology-modern-practical-approach-era-value-based-healthcare

 

Relatório
As mudanças climáticas já prejudicam a saúde das crianças em todo o mundo, de acordo com o relatório internacional Lancet...

Se o mundo continuar no atual padrão económico de altas emissões de carbono e mudanças climáticas, o documento aponta que uma criança nascida hoje enfrentará um planeta em média 4° C mais quente até os seus 71 anos, o que ameaçaria sua saúde em todas as fases da vida.

“A mensagem chave deste relatório global é que precisamos de estar atentos às mudanças climáticas já, para que as crianças, no futuro, não sejam tão afectadas. As crianças vão ser afetadas, mas para que não sejam tão afetadas”, disse a médica Mayara Floss, uma das autoras do relatório no Brasil.

O impacto da poluição do ar deve piorar nos próximos anos, mostra o relatório. O fornecimento de energia derivada do carvão, por exemplo, triplicou no Brasil nos últimos 40 anos; ao mesmo tempo que os níveis perigosos de poluição atmosférica ao ar livre contribuíram para 24 mil mortes prematuras em 2016. O projeto é uma colaboração de 120 especialistas de 35 instituições, incluindo a Organização Mundial de Saúde (OMS), o Banco Mundial e a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), ligada ao Ministério da Saúde brasileiro.

“Longas secas, chuvas excessivas e incêndios não controlados estão a agravar os efeitos sobre a saúde. Impulsionado em parte pelas mudanças climáticas, o crescimento contínuo do dengue pode tornar-se incontrolável em breve – a incidência triplicou desde 2014. Lamentavelmente, o desmatamento de florestas maduras está a aumentar novamente, assim como o uso de carvão. Não podemos desperdiçar o histórico de sucesso conquistado com tanto esforço”, disse Mayara.

Segundo o relatório, as crianças são as que mais sofrerão com o aumento de doenças infecciosas, como o dengue. “Sabemos que a capacidade do mosquito do dengue de transmitir doenças tem aumentado muito. Este é um dado muito alarmante. E isto está relacionado às mudanças climáticas e ao aumento da temperatura”, disse Mayara.

Ainda de acordo com o documento, eventos climáticos extremos vão intensificar-se na idade adulta das pessoas nascidas no presente. Em todo o mundo houve um aumento de 220 milhões de pessoas acima de 65 anos expostas a ondas de calor em 2018, em comparação com 2000. Em relação a 2017, a alta foi de 63 milhões.

Especialistas enumeram ações para reverter situação

Os autores do relatório alertam que para que o mundo atinja as metas climáticas da Organização das Nações Unidas e proteja a saúde da próxima geração, o cenário energético terá que mudar de forma drástica e rápida: apenas um corte anual de no mínimo 7,4% nas emissões fósseis de CO2 entre 2019 e 2050 limitará o aquecimento global à meta de 1,5 °C, considerada a mais ambiciosa.

Além da eliminação da energia a carvão, o relatório traz outras ações prioritárias para mudar os rumos do impacto das mudanças climáticas na saúde, como aumentar os sistemas ativo e público de transporte acessível, económico e eficiente, especialmente a pé e de bicicleta, com a criação de ciclovias e incentivo ao aluguer ou compra de bicicletas.

Outra ação é assegurar que as maiores economias do mundo cumpram os compromissos internacionais de financiamento climático de 100 mil milhões de dólares por ano até 2020 para ajudar os países menos desenvolvidos.

Doença respiratória
A doença pulmonar obstrutiva crónica, conhecida pelo seu acrónimo DPOC, é uma patologia frequente, p

A associação do tabaco a esta doença é muito clara, cerca de 80% dos doentes com DPOC são ou foram fumadores. Contudo é preciso considerar este diagnóstico em outros indivíduos que na realidade nunca fumaram ativamente, mas que foram expostos ao fumo do tabaco, a outros gases inalados ou poeiras (incluindo a poluição). Também não se pode excluir o papel da genética individual, sabe-se que alguns indivíduos têm uma susceptibilidade para desenvolver a doença. Esta susceptibilidade é na generalidade das vezes impossível de determinar, excepto no caso da proteína alfa1-antitripsina, que quando se encontra em concentrações baixas no sangue pode conduzir ao desenvolvimento de enfisema pulmonar (estima-se que a deficiência desta proteína seja responsável por 2 a 3% dos casos de enfisema pulmonar).

As estatísticas nacionais mostram que a DPOC afecta 14,2% dos portugueses com mais de 40 anos e foi responsável por 7,3% das mortes em Portugal em 2015. A Organização Mundial de Saúde prevê que em 2030 a DPOC irá ser a terceira causa de morte mundial.

Os seus principais sintomas são crónicos e persistentes e incluem a tosse, a expectoração, o cansaço para esforços, a falta de ar e a pieira. O espectro da doença é grande mas nos casos graves ocorre redução do oxigénio e subida de dióxido de carbono no sangue, com consequências nefastas no restante organismo.

O termo atual de DPOC inclui outras doenças mais conhecidas como a Bronquite Crónica e o Enfisema Pulmonar. Em comum, os três têm a inflamação, destruição e estreitamento das vias aéreas no interior do pulmão.

O diagnóstico de Bronquite Crónica é um diagnóstico clínico num contexto de tosse crónica com exposição a fumos ou poeiras, sem outra causa identificada. O Enfisema Pulmonar é diagnosticado com recurso à imagiologia (tomografia computorizada), que permite visualizar a destruição da arquitectura normal do pulmão.

Num número reduzido de doentes com Asma Brônquica, mal controlada ao longo de vários anos e/ou exposição ao fumo do tabaco (ou outros gases), pode surgir uma entidade clínica de sobreposição entre a DPOC e a Asma Brônquica, que é conhecida pelo nome de Síndrome de Sobreposição Asma DPOC – ACOS.

Perante a suspeita de DPOC a sua confirmação final implica sempre a realização de uma espirometria (prova de função respiratória), para confirmar a obstrução brônquica fixa à passagem do ar. Para determinar a gravidade da doença deve ser ainda avaliada a presença/gravidade da falta de ar e o número de agudizações que ocorrem durante um ano. Numa avaliação mais profunda pode ser necessário verificar a tolerância ao esforço, quantificar o compromisso das trocas gasosas e a repercussão da doença no coração.

A DPOC é uma doença progressiva, embora a velocidade de progressão seja bastante variável. Para o agravamento da doença contribuem as agudizações da doença, designadas clinicamente por exacerbações de DPOC. As exacerbações caracterizam-se por um agravamento agudo da doença, que leva à mudança da terapêutica e/ou o recurso aos cuidados de saúde. A principal causa desta mudança são as infecções (virais e bacterianas), mas também podem ocorrer por suspensão da medicação, má técnica na administração da medicação (que é essencialmente inalada) ou exposição a fumos e poeiras.

Como o número e gravidade das exacerbações são determinantes no declínio da capacidade respiratória, a prevenção é fundamental. Assim, a vacina contra a gripe e a vacina antipneumocócica são fundamentais, bem como o cumprimento da medicação inalada com o esclarecimento da sua técnica para garantir a sua correcta administração. Um outro ponto fundamental do tratamento é a promoção da actividade física diária, que nos doentes mais graves pode ser um desafio, mas os seus benefícios estão bem comprovados.

Por fim, nunca é demais reforçar que a medida mais importante na prevenção e tratamento da DPOC é a cessação tabágica!

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Tiroidectomia Robótica
A Tiroidectomia Robótica permite retirar, sem cicatriz visível no pescoço, um nódulo da tiroide de forma segura e eficaz, com...

A primeira cirurgia decorreu esta terça feira, no Hospital CUF Infante Santo, para a remoção de um nódulo da tiroide através de um sistema cirúrgico robótico manipulado por Carlos Leichsenring e Nuno Pinheiro, cirurgiões do Hospital CUF Descobertas, em parceria com Menno Vriens, professor do Centro Médico e Universitário de Utrecht, da Holanda.

Nesta cirurgia, foi operada uma mulher de 47 anos a quem foi detectado um nódulo benigno de 4 cm no lobo esquerdo da glândula.

De salientar que se trata de uma cirurgia inovadora, apenas disponível em Portugal na CUF, resultado de um programa desenvolvido pela equipa de Cirurgia Endócrina do Hospital CUF Descobertas.

A Tiroidectomia Robótica permite retirar, sem cicatriz visível no pescoço, um nódulo da tiroide de forma segura e eficaz, com melhor visualização das estruturas do pescoço e precisão de movimentos do cirurgião.

Em comparação com a cirurgia convencional, existe ainda uma grande vantagem estética - uma vez que a cirurgia é feita por via da axila, não ficando a cicatriz visível.

Com equipas cirúrgicas experientes e com o crescente interesse de mais cirurgiões em fazer formação neste tipo de abordagem cirúrgica, várias são as patologias onde a CUF tem vindo a aplicar, sob a coordenação do cirurgião Carlos Vaz, desde 2016, o sistema cirúrgico robótico Da Vinci - nomeadamente, na cirurgia de tratamento da obesidade e da diabetes tipo 2, cirurgia das hérnias da parede abdominal, cirurgia ginecológica no tratamento da endometriose, cirurgia torácica e cirurgia oncológica, nomeadamente, cancro da próstata, rim e bexiga, cancro do reto e do cólon, cancro do pâncreas e cancro do fígado.

“A CUF está a dar passos claros para num futuro próximo alargar a robótica a outras áreas - destacando-se a da oncologia, com ganhos evidentes para o doente. É o caso de cancros da Cabeça e Pescoço, com indicação específica para os tumores da base da língua”, revela Carlos Vaz, Coordenador de Cirurgia Robótica na CUF.

 

Ensaio Clínico
Resultados de um ensaio clínico realizado nos EUA revelam melhorias significativas em vítimas de AVC em fase crónica, após a...

Durante o ensaio clínico, o grupo de investigadores recrutou 36 doentes, em média com 61 anos de idade, com história de AVC de intensidade moderada há mais de 6 meses e com um grau de incapacidade funcional significativo, como por exemplo deslocar-se apenas em cadeira de rodas ou necessitar de assistência domiciliária para as suas atividades quotidianas. Foram feitas análises laboratoriais, eletrocardiograma e Tomografia Axial Computorizada (TAC) para monitorizar o estado de saúde dos doentes. Foram também aplicados vários testes para avaliar a sua progressão em termos de capacidade cognitiva, saúde mental e capacidade para realizar as tarefas do dia-a-dia.

Após a infusão, estes doentes apresentaram melhorias significativas ao nível da saúde mental, com menos casos sugestivos de depressão, bem como de recuperação funcional, passando os doentes a estar mais autónomos no seu dia-a-dia. Inicialmente, apenas 11% dos doentes eram independentes, sendo que, um ano após o tratamento, o número de doentes totalmente autónomos tinha aumentado para 35%. Foram registados apenas dois efeitos adversos potencialmente relacionados com o tratamento, de intensidade moderada (uma infeção urinária e uma irritação no local de administração), que ficaram completamente resolvidos.

Segundo Bruna Moreira, Investigadora do Departamento de I&D da Crioestaminal, “embora estes resultados não sejam conclusivos, são promissores e sublinham a importância de prosseguir para um ensaio clínico com maior número de doentes e controlado com placebo, para que se possa chegar a resultados mais sólidos acerca da eficácia deste tratamento inovador”.

O Acidente Vascular Cerebral (AVC) está entre as principais causas de degradação da qualidade de vida, pois muitos dos sobreviventes permanecem durante muitos anos em situação de incapacidade grave. Por esta razão, tem havido um grande investimento no desenvolvimento de novas terapias que possam minimizar as sequelas de AVC e melhorar a qualidade de vida destes doentes. Embora as estratégias existentes de momento sejam limitadas em termos de eficácia, estão a ser testados novos tratamentos, com base em células estaminais, que podem vir a ajudar na recuperação destes doentes. Segundo os estudos pré-clínicos publicados, as células estaminais mesenquimais, que se podem obter a partir de medula óssea, cordão umbilical ou tecido adiposo, estão entre as mais promissoras para utilização em medicina regenerativa em contexto de AVC.

 

Alimentação
O consumo de frutas e legumes contribui para o equilíbrio da alimentação com consequências muito pos

Num estudo recente da Universidade de Swansea (2019), os autores identificaram diversos fatores que têm vindo a contribuir para o deficit no consumo de frutas e legumes, sugerindo a psicologia como o grande catalisador desta situação. A inconveniência, o tempo de preparação e a acessibilidade parecem levar a um menor consumo destes alimentos.

O sumo de fruta, como opção à fruta inteira, pode ser uma boa solução e, segundo os autores do estudo, é mais suscetível de gerar sentimentos de autoeficácia. Ou seja, é mais provável estar associado a mudanças de longo prazo na alimentação. Neste caso, o consumo de sumos de fruta não pretende substituir o consumo de frutas inteiras, mas sim potenciar o objetivo mínimo das cinco porções diárias.

Atualmente o tempo para se planearem as refeições é escasso, sendo fundamental uma boa dose de criatividade para recorrer a alimentos saudáveis. De seguida são apresentadas algumas dicas de como ultrapassar as barreiras impostas pela mente e alcançar o consumo mínimo de cinco peças diárias:

  • Fruta fresca, laminada ou papas de fruta 100% - há várias formas de comermos fruta e todas elas se podem adequar a diferentes momentos do nosso dia-a-dia;
  • Fruta desidratada sem adição de açúcar enquanto snack – fora das refeições principais;
  • Sopa de legumes antes das principais refeições e introdução de salada na dieta alimentar;
  • Sumos de fruta 100% - incluir um copo pequeno (150ml) de sumo de fruta 100% ao pequeno-almoço poderá ser uma excelente forma de começar o dia tendo em mente o objetivo das cinco porções diárias.

 

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Iniciativa
O Núcleo de Estudos de Formação em Medicina Interna (NEForMI) da Sociedade Portuguesa de Medicina Interna (SPMI) vai realizar,...

Segundo Nuno Bernardino Vieira, coordenador do NEForMI, “a realização deste encontro reflete a necessidade de melhor capacitar os especialistas de Medicina Interna para a orientação da formação dos internos desta especialidade, promovendo a sua correta preparação para uma prática clínica exigente e em constante atualização”.

Durante esta iniciativa, acrescenta, “vão discutir-se temas como o perfil e competências de um orientador de formação em Medicina Interna, a importância de formar um internista como orientador de formação, a gestão de tempo e de equipas, e a acreditação na orientação de formação”.

O 1º Encontro Anual do NEForMI vai ainda receber dois cursos pré-encontro certificados pela Direção-Geral do Emprego e das Relações de Trabalho, no dia 29 de novembro, sobre orientação de formação em Medicina Interna e sobre comunicação no setor da saúde.

As inscrições poderão ser efetuadas em: https://www.spmi.pt/1o-encontro-anual-do-neformi/

 

Seminário Internacional
“Violência nas relações de intimidade nos adolescentes” é o título do seminário internacional que a Escola Superior de...

Evidenciar a importância de conhecer o fenómeno da violência nas relações de intimidade, partilhar os resultados da investigação dos diferentes países e identificar possibilidades de intervenção promotoras de relações de intimidade saudáveis em adolescentes, aos diferentes níveis de prevenção, constituem os principais objetivos deste seminário, que tem início às 9h00, com as intervenções dos professores da ESEnfC, Conceição Alegre de Sá e Armando Silva.

Segue-se, de imediato (9h30), a conferência “Violência nas relações de intimidade nos adolescentes: reflexos de um mundo em mudança?”, a proferir pelo especialista em medicina legal César Santos, atualmente a exercer funções no Gabinete Médico-Legal e Forense Médio Tejo (Tomar).

Ainda no período da manhã, será possível assistir à mesa-redonda “Violência nas relações de intimidade em adolescentes - A dimensão do problema” (a partir das 11h00), para a qual foram convidados os especialistas Cristina Vieira (professora na Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade de Coimbra), Maria Del Mar Pastor Bravo, Universidade de Múrcia (professora na Faculdade de Enfermagem da Universidade de Múrcia) e Fernando Prata Andrade, (juiz no Tribunal de Execução de Penas de Coimbra).

“Violência nas relações de intimidade em adolescentes em diferentes países - um fenómeno transversal?” (14h00) e “Namoro - Da violência ao respeito: estratégias de intervenção” (15h30) são os títulos dos painéis da tarde, que contarão com as intervenções de professores e investigadores de instituições de ensino superior portuguesas (ESEnfC e Instituto Politécnico de Leiria), de Espanha (Universidade de Múrcia) e do Brasil (Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo).

O evento, que assinala também o Dia Internacional para a Eliminação da Violência contra as Mulheres (25 de novembro), termina com o lançamento da monografia “Violência nas relações de intimidade envolvendo adolescentes à luz de género e geração - Estudo multicêntrico luso-hispano-brasileiro-cabo-verdiano”, editado pela Unidade de Investigação em Ciências da Saúde: Enfermagem, que é acolhida pela ESEnfC.

A obra, coordenada pelas professoras Maria Neto da Cruz Leitão, Maria Isabel Domingues Fernandes (ambas da ESEnfC, Rosa Maria Godoy Serpa da Fonseca (Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo) e Florentina Pina-Roche (Faculdade de Enfermagem da Universidade de Múrcia), será apresentada pela Presidente da ESEnfC, Aida Cruz Mendes.

O seminário internacional “Violência nas relações de intimidade nos adolescentes” é organizado pelo projeto da ESEnfC, (O)Usar & Ser Laço Branco, que procura contribuir para informar, sensibilizar e educar jovens através dos seus pares, para prevenirem e combaterem a violência exercida diretamente sobre as mulheres, especialmente no contexto das relações de intimidade, sejam elas conjugais ou equiparadas.

Baixas taxas de sobrevivência
O tempo prolongado de espera para realizar um exame complementar poderá retirar meses de vida aos doentes com cancro do...

“Quando os doentes são diagnosticados precocemente, e a tempo de uma cirurgia, há uma maior propensão a que sobrevivam 5 ou mais anos após o diagnóstico. Devemos olhar para outros países, onde o diagnóstico do cancro do pâncreas demora cerca de 3 semanas, o que diminui a evolução do cancro, aumentando o tempo de vida do doente”, explica Vítor Neves.

O presidente da Europacolon sublinha ainda que “em 2019 o cancro do pâncreas continua a ter taxas de sobrevivência muito baixas e a taxa de mortalidade continua a aumentar. É urgente mudar este cenário, especialmente numa altura em que o financiamento para a investigação nesta área se mantém inalterado face aos últimos 40 anos”.

A campanha  #ExigirMais pelo cancro do pâncreas tem como principal objetivo alertar para a necessidade de se estar mais atento aos sintomas desta doença, que continua a ser o cancro com maior índice de mortalidade, e dotar os profissionais de saúde, em particular a Medicina Geral e Familiar, de sensibilidade para a identificação e valorização dos sintomas, permitindo um diagnóstico precoce.

“Os sintomas do cancro do pâncreas são muitas vezes confundidos com sintomas de outras patologias, menos graves, o que na maior parte das vezes dificulta um diagnóstico atempado  da doença. É muito importante que os profissionais de saúde de Medicina Geral e Familiar, em contacto direto como doente, valorizem os sintomas e identifiquem doentes de risco. Só desta forma conseguiremos aumentar o diagnóstico e dar mais tempo de vida a estes doentes”, conclui o responsável.

A campanha de sensibilização tem como elemento central um vídeo partilhado nas redes sociais e que alerta para os sintomas desta doença oncológica, que não devem ser ignorados:

  • Dor abdominal;
  • Dor nas costas ou lombar;
  • Perda de peso inexplicável;
  • Pele e olhos amarelados;
  • Aparecimento de diabetes de início recente sem aumento de peso;
  • Náuseas;
  • Alteração de hábitos intestinais;

Todos os dias, mais de 1.257 pessoas em todo o mundo são diagnosticadas com cancro do pâncreas e cerca de 1.184 morrerão desta doença. O cancro do pâncreas tem a menor taxa de sobrevivência entre todos os principais tipos de cancro e é o único com uma  taxa de sobrevivência de apenas 2 a 9% aos 5 anos.

Para além desta campanha de sensibilização, a Europacolon está a tentar desenvolver um estudo pioneiro junto dos médicos de Medicina Geral e Familiar com o objetivo de melhorar a prevenção e diagnóstico do cancro do pâncreas.

Conselhos
As mudanças corporais associadas a uma ostomia têm um enorme impacto na intimidade do doente ostomiz
Mulher ruiva nua com os braços a tapar o peito

A ostomia é uma intervenção cirúrgica que permite criar uma abertura artificial no corpo (estoma), com várias finalidades, que vão desde a alimentação e a respiração, à eliminação de fezes, gases ou urina.  

Após a criação da ostomia, a pessoa convive com a presença e com o funcionamento do seu estoma, sendo necessário desenvolver competências físicas e emocionais para se adaptar às alterações do corpo, da própria imagem e dos hábitos de vida.

A sexualidade é uma das áreas mais afetadas, tanto pelas alterações orgânicas decorrentes da própria cirurgia e dos tratamentos, como pela dificuldade em lidar com um corpo diferente, com a presença de um estoma e de um dispositivo.

As questões relacionadas com a intimidade e com o prazer sexual são frequentemente relegadas para segundo plano, dado que as inseguranças individuais relativas à capacidade de suscitar desejo sexual são transferidas para os parceiros, resultando frequentemente em períodos de afastamento entre os casais e em abstinência sexual.

A incapacidade de realizar tarefas/atividades habituais pode levar à perda dos diferentes papéis que a pessoa tinha no enquadramento familiar, profissional e social, gerando, sentimentos de desalento, baixa de autoestima, insegurança e disfuncionalidade.

Existem potenciais constrangimentos associados ao funcionamento da ostomia, como fugas e cheiros, ou à presença do dispositivo, criando nas pessoas com ostomia a necessidade de mudar hábitos de higiene, de vestuário e/ou de alimentação.

A sexualidade é uma componente muito importante para a qualidade de vida. Porém, no caso da pessoa com ostomia, passa a existir a presença de um “intruso” entre parceiros.

É necessário que a pessoa tenha uma atitude determinada e proativa, face à doença e à ostomia, e que seja acompanhada por um enfermeiro de Estomaterapia, que a ajude na gestão da imagem corporal, na promoção do autocuidado, da capacitação e da atividade, quer seja motora, social, cultural ou sexual, bem como ao parceiro, diminuindo constrangimentos, dificuldades de comunicação e afastamento entre os casais. 

Os enfermeiros de Estomaterapia ajudam a trabalhar a confiança e as emoções, incentivam a pessoa a falar do que mudou e a explorar o corpo, facilitam a adaptação e, com isso, a capacidade de ser e estar consigo e com o outro.

Conselhos práticos: 

  1. Manter os hábitos de intimidade, carinho e cumplicidade existentes antes da cirurgia.
  2. É essencial continuar a dormir na mesma cama do parceiro. Depois da cirurgia, muitas pessoas não querem dormir na mesma cama, porque têm medo de a sujar ou de incomodar o parceiro. No entanto, existem inúmeros dispositivos no mercado, com diferentes características, indicações e resistências, que permitem dormir tranquilamente sem necessidade de alterar os hábitos. As pessoas com ostomia devem experimentá-los e decidir qual o melhor para si.
  3. Antes de se deitar, ou de possível intimidade, deve substituir sempre o dispositivo para se sentir mais confortável e confiante.
  4. Quando se quer expor ao outro, é importante saber disfarçar ou esconder o que o deixa constrangido. Hoje em dia, existe uma oferta variada de ligas, cintas e roupa interior, tanto para mulheres, como para homens, que ajudam a disfarçar a existência do estoma. A confiança é essencial.
  5. Em situações específicas, é possível controlar o funcionamento do intestino. Quem tem ostomia intestinal do cólon descendente (colostomia), pode fazer uma irrigação intestinal que promove a limpeza do intestino, permitindo-lhe não emitir qualquer tipo de conteúdo (fezes ou gases), durante 24 a 48 horas. Ou utilizar uma cápsula (espécie de tampão), que sela a passagem de conteúdo para o exterior e que permite que a pessoa o possa abrir para esvaziar o intestino e voltar a tapar, sempre que necessário. Nem todas as pessoas com colostomias podem utilizar estas estratégias, pelo que é importante que solicitem orientação a uma enfermeira de Estomaterapia.

Desta forma, é possível fazer as atividades diárias, assim como estar na intimidade, sem que o intestino funcione e sem medo de fugas ou outros constrangimentos.

Além das situações aqui apresentadas, associadas à ostomia, existem também alterações na vivência da sexualidade, decorrentes de disfunções sexuais ou da capacidade penetrativa por parte do homem ou da mulher. É fundamental que a pessoa com ostomia fale abertamente com o enfermeiro de Estomaterapia acerca do que mudou depois da cirurgia e de que forma essas alterações o afetam no seu dia a dia e nas suas relações. Existe terapêutica para o efeito e programas de reabilitação sexual disponíveis, para os quais o enfermeiro de Estomaterapia o pode encaminhar.

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Guia para doentes colostomizados

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Discriminação contra profissão
A Associação de Profissionais Licenciados em Optometria (APLO) vai endereçar uma petição ao Presidente da Assembleia da...

“A total ausência de regulamentação da profissão de optometrista permite que a mesma seja realizada por profissionais sem competências técnicas efetivas para o exercício da função, situação que entendemos ser manifestamente grave, bem como perigosa para a saúde pública” afirma Raúl de Sousa, presidente da APLO.

E acrescenta: “Um Estado que se demite da sua função não é um Estado em quem os cidadãos possam confiar, um Estado que reconhece um vazio flagrante na regulamentação de uma determinada matéria, e que nada faz, é um Estado que coloca os cidadãos, que devia defender, à mercê de falhas e erros evitáveis. Não é mais possível que a nossa profissão não seja regulamentada.”

Para o constitucionalista Jorge Miranda, a inconstitucionalidade por omissão é patente pela falta de lei de regulamentação da profissão de optometrista, que se traduz no incumprimento das obrigações do Estado de efetivação do direito à prestação de saúde contemplado no artigo 64º da Lei Fundamental. Daqui resulta uma inconstitucionalidade por ação, pois a falta desta regulamentação provoca uma manifesta desigualdade perante outras profissões com idêntico grau de licenciatura académica. Esta desigualdade configura uma discriminação contra a profissão de optometrista, violando o princípio fundamental da igualdade dos cidadãos perante a Lei.

A APLO esclarece que a Direção-Geral do Ensino Superior classifica os planos de estudos universitários de Optometria exatamente na área da saúde e que os mesmos estão acreditados pela Agência de Avaliação e Acreditação do Ensino Superior. A APLO é constituída exclusivamente por licenciados de Optometria com mais de 1.220 membros, sendo que mais de 80% possuem mestrado (5 anos) ou licenciatura (4 anos e meio) com estágio profissional incluído, como mínimo, à semelhança de esmagadora maioria dos países europeus e mais avançados no mundo

A função do optometrista é reconhecida por várias instituições oficiais, incluindo várias que fazem parte do Ministério da Saúde; a Autoridade Tributária reconhece que os cidadãos podem deduzir 15% dos encargos com meios de correção visual (óculos e lentes de contacto) desde que prescritos por um oftalmologista ou optometrista credenciado; a ADSE e todos os subsistemas de saúde do Estado Português aceitam para efeitos de comparticipação os meios de correção e compensação prescritos por optometrista legalmente habilitado; a Entidade Reguladora da Saúde (ERS) tem um parecer onde afirma expressamente que os consultórios de optometria estão sujeitos à regulamentação e licenciamento por parte desta entidade.  A declaração emitida por um optometrista também é solicitada por inúmeros médicos de família, para a obtenção ou revalidação da carta de condução.  Mais de 70% das prescrições de óculos e lentes de contacto em Portugal são emitidas por Optometristas, realizando mais de 2 milhões de consultas.

Também a Organização Mundial da Saúde e a Agência Internacional para a Prevenção da Cegueira recomendam explicitamente o reconhecimento da profissão de optometrista e a sua integração nos centros de saúde, como o profissional responsável pelos cuidados primários para a saúde da visão. Estas recomendações fazem parte do Plano de Ação Global: Acesso Universal aos Cuidados para Saúde da Visão da Organização Mundial de Saúde subscrito pelo Ministério da Saúde do Estado Português. Com esta medida e suportado por estudos realizados em Portugal pelos mais reputados especialistas na matéria, a APLO acredita que poderia ser resolvido o problema crónico da lista de espera de consulta hospitalar de especialidade em Oftalmologia, potenciando e rentabilizando os recursos e financiamento público investido na formação dos Optometristas e demais profissionais prestadores de cuidados para a saúde da visão.

Campanha alerta para sintomas
Afeta cerca de 800 mil portugueses e estima-se que será a terceira causa de morte no mundo em 2020. A Doença Pulmonar...

“Os dados de que dispomos apontam para uma prevalência de DPOC nos indivíduos com idade superior a 40 anos, em Portugal, de cerca de 14%, sendo que, para a DPOC moderada, grave e muito grave a prevalência é de aproximadamente 7%. Isto quer dizer que um em cada sete portugueses com mais de 40 anos sofre de DPOC e que um em cada 14 portugueses tem uma DPOC que, no mínimo, é moderada, podendo ser grave ou muito grave”, afirmam João Munhá e Catarina Pissara, da Sociedade Portuguesa de Pneumologia. 

Apesar de ser uma das principais causas de morte em Portugal – de acordo com o Observatório Nacional das Doenças Respiratórias a DPOC foi responsável, em 2016, por 2791 óbitos, 20,7% das mortes registadas por doença respiratória – os portugueses desconhecem o que é esta doença, os seus sintomas e principais causas. “A DPOC é ainda uma doença pouco conhecida porque os sintomas que a caracterizam, como a tosse e a expetoração são, muitas vezes, atribuídas ao ato de fumar, sendo vistos como normais. O cansaço para esforços e a dificuldade respiratória, outros sintomas frequentes desta doença, são relacionados, pelos doentes, com a idade, peso excessivo ou patologia cardíaca, atrasando o diagnóstico”, reforçam os médicos pneumologistas.

João Munhá e Catarina Pissara esclarecem que “DPOC é um termo utilizado para designar uma condição crónica que engloba doença dos brônquios e do tecido pulmonar, caracterizada por dificuldade respiratória e cansaço de agravamento progressivo ao longo de anos, acompanhados de tosse e expetoração frequentes. Estas queixas podem ter episódios de agudização, designados como exacerbações, durante os quais há um agravamento anormal das queixas habituais, os quais podem ser desencadeados por infeções respiratórias ou outros fatores tais como fumos, poeiras e poluição. Estas exacerbações podem acarretar um risco de vida semelhante ao do enfarte do miocárdio, pelo que o seu reconhecimento é fundamental. Têm um impacto negativo na doença, não só pelo risco associado ao episódio, mas também por que a recuperação muitas vezes não é total e após cada episódio a condição crónica vai ficando pior”.

O fumo de tabaco é a principal causa de DPOC, sendo a cessação tabágica a medida mais eficaz para evitar o aparecimento desta doença. “Os fumadores inalam mais de 4000 compostos, muitos deles cancerígenos, que ao entrar em contacto com os pulmões desencadeiam uma inflamação que está na base do desenvolvimento da doença”, afirmam os especialistas. No entanto, a inalação de fumos e partículas também é um importante fator de risco para o aparecimento da doença. O seu diagnóstico é feito através de um exame – espirometria – que avalia a função respiratória, medindo a quantidade e fluxo de ar que entra e sai dos pulmões. 

Lutando, precisamente, contra a falta de conhecimento da população em geral sobre a DPOC, os seus fatores risco e principais sintomas, a Sociedade Portuguesa de Pneumologia, lança a campanha “DPO… quê?”.

A SPP foi à rua questionar o conhecimento dos portugueses sobre a doença. Assista ao vídeo: 

 

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No dia Europeu dos antibióticos é nosso dever sensibilizar para o atual uso excessivo dos antibiótic
Médico a segurar em diferentes tipos de comprimidos

A 28 de Setembro de 1928, há 91 anos, Alexander Fleming fez uma descoberta notável na História da Medicina - a descoberta da Penicilina.

Este primeiro antibiótico, foi eficaz no impedimento do crescimento das bactérias e/ou na sua morte. Assim algumas infeções passaram a ter cura.

Podemos afirmar que a descoberta da penicilina veio revolucionar a história da humanidade.

Mas o que são os antibióticos?

São moléculas, que ao longo destes anos, têm tido um enorme desenvolvimento na investigação médica, com características e princípios ativos diversos para combater infeções bacterianas. Podemos afirmar que os antibióticos contribuíram para o aumento da esperança de vida.

Os antibióticos tratam infeções bacterianas, no entanto nem todas as infeções bacterianas necessitam de ser tratadas por antibióticos, visto que o nosso sistema imunitário tem capacidade de combater infeções ligeiras.

Os antibióticos não tratam gripes, nem infeções virais.

No entanto embora tenhamos assistido a um enorme investimento no desenvolvimento de novos antibióticos, as bactérias também de tornaram mais resistentes, e concomitantemente os antibióticos passaram a menos eficazes.

Atualmente, assistimos a uma guerra onde as bactérias estão a ganhar contra os antibióticos, pela resistência que adquirem aos mesmos.

Cada vez mais assistimos a um crescente de bactérias resistentes aos antibióticos, quer na comunidade, quer a nível hospitalar, tornando-se uma verdadeira ameaça para a saúde pública.

Porquê este aumento de resistência?

  • O mau uso dos antibióticos,
  • sua utilização excessiva,
  • mutações bacterianas
  • propagação de bactérias resistentes.

Assim é urgente tomar medidas de boas práticas médicas na utilização dos antibióticos, onde todos somos responsáveis!

Caso contrário podemos estar a promover a geração de bactérias resistentes a todos os antibióticos atualmente existentes. Estaremos a regressar à época pré-antibiótica.

Os antibióticos devem ser prescritos pelos médicos, após a observação do doente e apenas quando é necessária a sua administração é que deverão ser aconselhados.

É obrigação do médico ser explícito em todas as informações.

Os antibióticos devem ser prescritos nas doses, frequência e duração adequadas, sob o risco de que se forem tomados inadvertidamente aumentam as bactérias resistentes aos mesmos. O cumprimento das instruções fornecidas, pelo médico é uma responsabilidade coletiva.

Os antibióticos não devem ser adquiridos por automedicação, sem receita médica nem partilhados.

Não esquecer que, não menos importante, os antibióticos além de serem usados em humanos também são usados em animais. O cumprimento de regras de utilização de antibióticos também se estende à medicina veterinária, visto que de forma indireta, pelos alimentos também estamos a ingerir antibióticos e bactérias já resistentes aos antibióticos usados nos animais.

No dia Europeu dos antibióticos é nosso deve sensibilizar para o atual uso excessivo dos antibióticos, e que a sua utilização seja realizada de forma responsável.

Quanto mais antibióticos utilizarmos maior será a resistência aos antibióticos nas bactérias responsáveis por essas infeções.

Relembro ainda outras formas simples de evitar propagação de infeções:

  • higienização das mãos eficaz e nos momentos corretos
  • plano nacional de vacinação atualizado.

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Cerimónia realiza-se a 20 de novembro
Programa de Reabilitação Respiratória de Proximidade (PRRP) desenvolvido pelo Agrupamento de Centros de Saúde (ACES) Algarve...

Com objetivo melhorar o controlo e gestão da Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica (DPOC) e das respetivas comorbilidades, promover a adesão à terapêutica, a autogestão da doença, diminuir as exacerbações, reduzir o número e/ou a duração dos internamentos e a utilização de recursos de saúde,  o Projeto desenvolvido pelo Agrupamento de Centros de Saúde (ACES) Algarve III – Sotavento mostrou-se eficaz e eficiente, registando uma melhoria na saúde e qualidade de vida dos doentes com DPOC que usufruíram do programa.

No âmbito do Prémio Luísa Soares Branco, a Respira e a Linde vão ainda atribuir uma Menção Honrosa ao Laboratório de Investigação e Reabilitação Respiratória (RR) – Lab3R – da Universidade de Aveiro, que se dedicou a realizar programas de Reabilitação Respiratória comunitários, partilhar com a comunidade o conhecimento adquirido no Lab3R, aumentar a literacia em saúde no âmbito  das Doenças Respiratórias Crónicas e a disseminação da Reabilitação Respiratória, bem como publicações e apresentações científicas nesta área.

Este prémio, cujo evento de atribuição contará com a presença de associados e profissionais de saúde, distingue as instituições que se destacaram na prestação de serviços e cuidados de saúde a doentes respiratórios crónicos, em especial a pessoas com Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica (DPOC).

"Além da satisfação em poder homenagear Maria Luísa Soares Branco, que teve um papel primordial no trabalho ainda hoje desenvolvido pela Respira, orgulhamo-nos de poder destacar as melhores práticas na área dos cuidados respiratórios. Nesta primeira edição do prémio ficamos felizes por destacar trabalhos que têm como objetivo levar a Reabilitação Respiratória a mais doentes, tentando colmatar uma falha já identificada. A Reabilitação Respiratória é uma intervenção multidisciplinar recomendada para grande parte dos casos de DPOC e de Cancro do Pulmão, no entanto, segundo os últimos dados do Observatório Nacional das Doenças Respiratórias menos de 2% têm acesso a ele”, salienta Isabel Saraiva, vice-presidente da Respira.

“Para a Linde Saúde, a atribuição deste prémio tem especial importância por reconhecer e premiar as boas práticas na prestação de cuidados de saúde, promover a inovação e aumentar a proximidade ao individuo com patologia respiratória crónica. Realçar o que de melhor se faz e partilhar com a comunidade científica e a sociedade civil deve ser um estímulo para os profissionais, confiança e esperança para doentes e cuidadores. Reiteramos a mensagem de urgência de execução, a todos os que, tal como nós, trabalham diariamente para prestar um serviço de qualidade e dar as respostas adequadas a esta população”, sublinha Maria João Vitorino, Homecare Business Manager da Linde Saúde. 

O Prémio Luísa Soares Branco resulta de uma parceria entre a Respira - Associação Portuguesa de Pessoas com DPOC e outras Doenças Respiratórias Crónicas e a Linde Saúde, empresa líder

de mercado mundial nos cuidados respiratórios no domicílio, é de âmbito nacional (incluindo as Regiões Autónomas) e terá uma periodicidade bienal.

 

 

Viver com DPOC
No âmbito do Dia Mundial da Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica (DPOC), que se assinala a 20 de novembro, a iniciativa “Viver...

“Viver com DPOC” é uma iniciativa promovida pela Sociedade Portuguesa de Pneumologia, Fundação Portuguesa do Pulmão e Respira – Associação Portuguesa de Pessoas com DPOC e outras Doenças Respiratórias Crónicas, com o apoio da GSK – GlaxoSmithKline. A ação visa dar a conhecer ao público em geral o que é a DPOC, atualmente considerada a terceira causa de morte no mundo1, alertar para os sintomas e fatores de risco, bem como para o peso que a patologia tem no dia a dia dos doentes.

A ação vai estar a decorrer entre as 13h e as 18h, no Piso 1 junto à Praça Central. Manuel Marques, Ana Martins, Joana Câncio, Isabel Medina, Mariana Alvim, entre outras figuras públicas que vão passar pelo Centro Comercial Amoreiras, vão ter a oportunidade para saber mais sobre esta doença e avaliar a saúde dos seus pulmões.

“É muito importante alertar a sociedade para a DPOC e sublinhar a importância do rápido diagnóstico, pois é comum os doentes desvalorizarem os sintomas - dispneia (falta de ar), tosse, pieira e expetoração - considerando-os consequência normal do avanço da idade ou do tabagismo”, destaca António Morais, presidente da Sociedade Portuguesa de Pneumologia (SPP).

José Alves, presidente da Fundação Portuguesa do Pulmão (FPP), reforça: “A DPOC é uma patologia respiratória crónica que afeta cerca de 800 mil portugueses, mas uma grande parte deles não sabe que tem a doença, uma vez que há um grande número de casos por diagnosticar. Assim, todos os fumadores devem fazer uma espirometria o mais cedo possível, não devendo esperar pelos 40 anos. Fazer uma espirometria ajuda a detetar precocemente esta e outras doenças respiratórias”.

“A DPOC é uma doença progressiva, que diminui o fluxo de oxigénio aos pulmões, sendo muito comum nos fumadores e ex-fumadores. Tem um grande impacto no dia a dia dos doentes, seja do ponto de vista pessoal, social e profissional”, sublinha Isabel Saraiva, vice-presidente da Respira.

Quase 30% dos doentes com DPOC têm exacerbações frequentes, sendo que cerca de um em cada cinco doentes que têm uma exacerbação, ou agravamento do seu estado de saúde, necessita de hospitalização.2 Na Europa, a DPOC representa 50% da despesa na área respiratória, com custos anuais em saúde e perda de produtividade que rondam os 141,4 mil milhões de euros.

Em Portugal, a DPOC, no ano de 2016, foi responsável por 2791 óbitos, segundo o relatório de 2018 do Observatório Nacional das Doenças Respiratórias (ONDR). Apesar de as estatísticas indicarem que cerca de 800 mil portugueses com mais de 40 anos tenham esta doença, em 2016 apenas 131.632 pessoas estavam referenciadas nos Centros de Saúde como tendo DPOC e, dessas, apenas 32,3% tinham o diagnóstico confirmado por espirometria, de acordo com o ONDR.

Apesar de geralmente ser progressiva, esta doença crónica tem tratamento e o seu diagnóstico precoce é essencial para que o doente consiga ter a melhor qualidade de vida possível. 

Saúde ocular
A retinopatia da prematuridade (ROP) é uma doença vasoproliferativa secundária à inadequada vascular

A retinopatia ocorre porque a vascularização da retina só se completa próximo dos 9 meses de gestação. Quando o bebé nasce antes do tempo, prematuro, em geral a retina ainda apresenta uma parte sem vasos desenvolvidos. A vascularização da retina necessita de cerca de 36-38 semanas de vida uterina para se formar completamente.

Essa parte avascular da retina produz uma substância chamada VEGF, que irá estimular a formação de vasos novos, chamados neovasos. Por serem frágeis, os neovasos podem sangrar e formar membranas/cicatrizes que repuxam a retina, fazendo com que ela se solte provocando um descolamento da membrana, principal causa de deficiência visual e cegueira na ROP. 

A retinopatia de prematuridade é uma doença que afeta principalmente bebés prematuros com menos de 32 semanas de gestação e peso abaixo de 1500 gramas

É uma das principais causas de cegueira evitáveis na infância, estimando-se haver 50.000 crianças cegas em todo o mundo devido a esta patologia. A incidência de cegueira causada pela ROP é muito influenciada pelo nível de cuidados neonatais (disponibilidade de recursos humanos, equipamentos, acesso e qualidade de atendimento), assim como pela existência de programas de triagem e tratamento.

Por conseguinte, existe grande variabilidade de ocorrência da doença em países desenvolvidos e em desenvolvimento.

A doença, ROP, é classificada em cinco estádios de acordo com a gravidade. São os seguintes:

  • Estadio I — crescimento discreto dos vasos sanguíneos. Muitas crianças melhoram sem tratamento, com possibilidade de desenvolver visão normal;
  • Estadio II — vasos com anormalidade moderada. Como no caso anterior, a doença pode resolver-se naturalmente, sem complicações;
  • Estadio III os vasos sanguíneos crescem em direção ao centro do olho, indicando um agravamento da doença e a necessidade de tratamento para prevenir o descolamento da retina;
  • Estadio IV — a retina apresenta-se parcialmente descolada;
  • Estadio V total descolamento da retina, capaz de causar deficiência visual severa e até cegueira.

Na maioria dos casos, a ROP apresenta-se nos Estádios I ou II. Contudo, nalguns casos, a doença pode desenvolver-se rapidamente para estádios mais graves. Por isso, é essencial que a equipa de neonatalogia encaminhe os prematuros de risco para um exame oftalmológico detalhado. A retinopatia da prematuridade não apresenta sintomas, logo, o diagnóstico depende de um exame cuidadoso de fundo de olho por um oftalmologista bem treinado.

Os principais métodos adotados para impedir a progressão da doença são:

  • Laser, aplicação na área avascular da retina periférica para inibir a produção de VEGF, logo tentando inibir o aparecimento de neovasos e diminuir o risco de descolamento da retina;
  • Medicamentos antiangiogénicos, fármacos usados para inibir a produção de VEGF;
  • Vitrectomia, cirurgia necessária nos casos mais graves, que desenvolvem descolamento da retina.

A prevenção é a melhor maneira de evitar o aparecimento de complicações visuais. Desta forma, os bebés que apresentam riscos no desenvolvimento da retinopatia de prematuridade devem ser observados e ter um acompanhamento obrigatório e urgente.

Os bebés que demonstram regressão espontânea devem ser, mesmo assim, acompanhados por um médico oftalmologista, pois os bebés com esta patologia, ROP, têm maior probabilidade para desenvolver patologias oculares como descolamento de retina, miopia, estrabismo (olhos tortos), erros refrativos assimétricos, ambliopia (olho preguiçoso) e glaucoma.

O principal modo de prevenção desta patologia é uma gravidez de termo, bem acompanhada em termos clínicos.

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Iniciativa gratuita
No dia 30 de novembro, a Associação de Apoio aos Doentes com Insuficiência Cardíaca, em parceria com o Centro Hospitalar de...

“A AADIC tem como objetivo fomentar a divulgação da insuficiência cardíaca e melhorar o diagnóstico e tratamento desta patologia e, acima de tudo, melhorar a qualidade de vida dos doentes e seus familiares. Nesse sentido, pretende realizar um ciclo de cinco workshops em vários hospitais, a nível nacional.

A cidade de Setúbal recebe o II workshop, deste ciclo, que conta com a intervenção de vários especialistas, que pretendem esclarecer sobre os sinais e sintomas de descompensação, como fazer autovigilância, a importância da actividade física adaptada e de uma alimentação equilibrada e saudável nos doentes com insuficiência cardíaca ”, explica o Dr. Luís Filipe Pereira, presidente da AADIC.

O II Workshop “Insuficiência Cardíaca: Conhecer para melhor viver”, decorre em parceria com o Centro Hospitalar de Setúbal, no dia 30 de novembro, sábado, entre as 9h00 e as 13h00, e apresenta um programa científico, com a participação dos profissionais de saúde do Centro Hospitalar, relatos na 1ª pessoa de doentes com insuficiência cardíaca, seguidos no Centro Hospitalar de Setúbal, e seus cuidadores, e ainda uma sessão de culinária com o Chef Carlos Madeira.

 

Doença rara
Trata-se de uma doença genética do metabolismo das proteínas, habitualmente diagnosticada à nascença

A fenilcetonúria é uma doença rara que afeta o metabolismo das proteínas e que se caracteriza pela acumulação de fenilalanina – um aminoácido importante para a formação de proteínas essenciais ao funcionamento das células – no sangue. Sem cura, é essencial que o tratamento seja iniciado logo nos primeiros dias de vida, após confirmação de diagnóstico, obtido através do teste do pezinho.

De acordo com o médico internista, Arlindo Guimas, esta é uma doença genética autossómica recessiva, ou seja, “o bebé tem de ter os dois genes afetados com mutação para que a doença se manifeste”. Na maioria dos casos, adianta, “os pais são portadores do gene e não têm nenhum sintoma da doença”, apresentando níveis normais de fenilalanina.

Mas porque é que o excesso de fenilalanina causa a doença?

Segundo o especialista do Centro Hospitalar Universitário do Porto, o excesso deste aminoácido é extremamente tóxico para o cérebro do bebé que se encontra em desenvolvimento, uma vez que “vai bloquear a função dos neurónios e provocar atrofia cerebral”. Atraso cognitivo grave, dificuldades motoras e alterações de comportamento integram os quadros graves da doença não tratada. E tudo isto acontece “de forma silenciosa e sem manifestações agudas”, explica o médico. Nestes casos, o diagnóstico chega sempre tarde demais, em fases em que é impossível reverter as complicações.

“O cérebro vai ficar mais pequeno e à medida que a criança cresce a falta de desenvolvimento motor e intelectual vai sendo mais evidente”, explica reforçando que, sem tratamento, para além do atraso cognitivo grave, nos casos mais severos estas crianças são incapazes de andar, falar “e de interagir com o meio ambiente, estando muitas vezes institucionalizadas e com elevada necessidade de cuidados”.

O diagnóstico precoce é, por isso, essencial para evitar as consequências devastadoras da doença. Obtido através da realização do teste do pezinho, ele é gratuito e está disponível em todos os centros de saúde.

Tratamento convencional baseia-se numa dieta restritiva

De acordo com Arlindo Guimas, o tratamento da fenilcetonúria passa pela redução da ingestão de fenilalanina através de um ajuste importante da dieta. Uma vez que este aminoácido não é sintetizado pelo corpo humano, sendo obtido pela ingestão de proteínas animais ou vegetais, quer isto dizer que estes doentes têm de fazer uma dieta semelhante à vegetariana, mas ainda mais restritiva! “Pois mesmo nesta categoria há alguns alimentos muito ricos em proteínas”, diz o médico.

Tratando-se então de uma dieta altamente restritiva, esta “deve ser instituída e vigiada por profissionais familiarizados com a doença”, explica o especialista chamando a atenção que, uma vez que o risco de desenvolver carências nutricionais graves é elevado, estes doentes têm de receber suplementos nutricionais ao longo da vida.

Segundo o internista, esta dieta é “socialmente constrangedora e limitante, obrigando os doentes a fazer as refeições no domicílio ou a levar consigo parte ou a totalidade das refeições para o trabalho ou para festividades”.

A par do regime dietético, já estão disponíveis, em Portugal, alguns medicamentos que permitem um melhor controlo da doença e permitem melhorar a qualidade de vida dos doentes. “Estão disponíveis nos centros de tratamento da doença, mas nem todos os doentes respondem da mesma forma e por isso cada situação tem de ser analisada de forma individual”, explica.

Segundo o especialista, apesar de tudo, o prognóstico desta doença é tanto melhor “quanto mais controlada estiver a doença, principalmente na primeira década de vida”.

Embora “a história natural dos doentes não tratados ser aterradora” é, felizmente, algo do passado. “O tratamento, quando é estabelecido precocemente, é extremamente recompensador pois permite um desenvolvimento intelectual igual a todas as outras crianças”, conclui Arlindo Guimas. 

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Programa de financiamento
A start-up portuguesa Delox conquistou o terceiro lugar no programa de inovação em saúde Headstart, promovido pelo Instituto...

“O programa Headstart é uma rampa de lançamento para start-ups e PMEs em fases embrionárias. Graças ao financiamento e à rede de contactos a que têm acesso através do EIT Health, estas empresas conseguem acelerar o desenvolvimento e comercialização de produtos e soluções que podem melhorar a saúde dos cidadãos europeus”, explica Nuno Viegas, Business Creation Manager do EIT Health InnoStars para Portugal, acrescentando que “o programa contribui ainda para aumentar a probabilidade de atrair investimento privado no futuro”.

Para o CEO e cofundador da Delox, Fadhil Musa, reconhece a importância deste tipo de programas para as empresas: “Tínhamos noção da qualidade dos programas de saúde do EIT e foi por isso que nos candidatámos ao Headstart, que foi para nós uma porta de entrada para a rede de saúde do EIT”.

A portuguesa Delox é um spin-off nascido na Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa (FCUL) em junho de 2018. A empresa concebe e desenvolve uma nova geração de dispositivos de bio-descontaminação para combater todos os tipos de microorganismos. Completamente baseada em tecnologia proprietária, a solução oferece bio-descontaminação automática para todos, em qualquer lugar. “O EIT Health é o lugar certo para nós, aqui encontramos os parceiros certos, ajudam-nos a testar e validar o nosso projeto. Depois da fase de testes em que estamos, os próximos passos incluem uma segunda ronda de financiamento para apoiar a certificação dos nossos produtos e a preparação para entrada no mercado”, conclui Fadhil Musa.

As vencedoras do primeiro e segundo lugar do Headstart foram a italiana Restorative Neurotechnologies e a polaca SensoriumLab, que conquistaram também um stand na StartUP Village da EIT Health Summit 2019, que acontece a 2 e 3 de dezembro, em Paris. O  Headstart destina-se a start-ups e PMEs que tenham já um protótipo desenvolvido e estejam preparadas para lançar um produto. Podendo arrecadar até 50.000€ em financiamento, as empresas podem utilizar os fundos em qualquer atividade necessária e relevante para os objetivos do projeto.

“As últimas semanas têm sido marcadas por diferentes eventos ligados à inovação em Portugal. Ao mesmo tempo que Lisboa recebia mais uma edição da WebSummit, o EIT Health Innovation Fellowship Network Alumni Showcase juntou os ex-alunos que se destacaram nos vários programas de inovação do EIT Health, tendo sido apresentados os sucessos alcançados num encontro com mais de 300 pessoas no Pavilhão do Conhecimento”, acrescenta Nuno Viegas. “Estes eventos, onde empreendedores, representantes da indústria, investidores, gestores de programas e representantes do EIT Health se juntam são o espaço ideal para as start-ups validarem as suas inovações”, conclui o responsável.

Nas três start-ups que receberam prémios até 3.000€ incluem-se a NUA SURGICAL, distinguida como Best Senior Entrepreneur, a MOEBIO, que arrecadou o prémio de Best Junior Entrepreneur, e a FREDMILL – Fall Reduction and Evaluation Device from StarShip, da Universidade de Coimbra, que recebeu o título de Best Pitch Award form Audience.

Esta colaboração entre programas foi gerida pelo Instituto Pedro Nunes, sob coordenação da Universidade de Oxford em parceria com a Universidade de Coimbra, IESE Business School, RISE - Institutos de Pesquisa da Suécia, NUI Galway, BIOCAT e colaboração de todos os parceiros da Fellowship Network, do EIT Health Alumni Network e do EIT Health Innostars.

 

Doença alérgica
A doença alérgica nas suas diferentes manifestações afeta até 1/3 da população portuguesa, sendo tra

A asma é uma das doenças que mais frequentemente se complica durante a gravidez. Nas grávidas com asma têm sido descritas inúmeras complicações, sendo as crises de asma com diminuição do oxigénio materno e comprometimento da oxigenação fetal um problema clínico major.

Aproximadamente 50% das mulheres descontinua a medicação crónica para a asma durante a gravidez, a maioria porque considera que esta pode provocar malformações no feto. Os fármacos usados mais frequentemente no tratamento de manutenção e de alívio na asma são os corticoides e os broncodilatadores inalados. O risco de efeitos adversos na utilização destes fármacos é nulo ou mínimo, sendo a experiência maior para os fármacos utilizados há mais tempo.

Todos os estudos sugerem que as grávidas com um controlo ótimo da asma, sobretudo se prévio à gravidez, não apresentam riscos superiores de complicações comparativamente às grávidas saudáveis. Contudo, a asma mal controlada parece contribuir fortemente para o aparecimento de complicações materno-fetais, nomeadamente: pré-eclampsia, diabetes gestacional, abortamento, parto pré-termo, baixo peso ao nascer, malformações congénitas e morte perinatal e neonatal, entre outras.

A asma deve ser abordada durante a gravidez como em qualquer adulto comum, mas com uma vigilância médica mais apertada. Assim, as grávidas com asma devem ter consultas com uma periodicidade mínima mensal para monitorização rigorosa da doença (p. ex.: avaliação do controlo, adesão à terapêutica, técnica inalatórios, possíveis efeitos adversos dos fármacos). Para além disso, deve ser ressaltado que existem mais riscos quando a asma está mal controlada do que quando é realizada terapêutica farmacológica.

Deve, ainda, ser feito ajuste terapêutico sempre que necessário e fornecido um plano escrito detalhado com todas as medidas e atitudes a ter em caso de agudização. As grávidas com asma devem ser seguidas por um especialista quando o fenótipo clínico é grave ou quando o controlo da doença não está a ser atingido.

20 a 30% das grávidas têm queixas de rinite alérgica (espirros, rinorreia, prurido e obstrução nasal) e/ou conjuntivite alérgica (prurido ocular, lacrimejo, eritema conjuntival) queixas estas que podem surgir em qualquer semana da gestação e se associam frequentemente à asma, podendo agravá-la. O próprio ambiente hormonal de estrogénios leva à inflamação da mucosa nasal, hiperatividade glandular e à rinite gravídica que afeta quase todas as grávidas.  Os fármacos indicados são os anti-histamínicos de segunda geração, sobretudo os mais recentes, e os corticoides intranasais; nenhum deles, nas doses indicadas, é teratogénico para o feto. Se a mulher estiver a fazer um tratamento de dessensibilização (i.e “vacinas da alergia”) este deve ser continuado durante a gravidez.

A urticária, doença cujo diagnóstico é essencialmente clínico, caracterizando-se pelo aparecimento de lesões maculopapulares pruriginosas típicas, é rara durante a gravidez e o mais frequente é o agravamento de uma urticária crónica já existente. Os anti-histamínicos não sedativos de segunda geração são os fármacos indicados.

A grávida com alergia necessita de cuidados especializados com planos terapêuticos e educacionais individualizados, cabendo frequentemente ao imunoalergologista o papel fundamental no adequado controlo da doença alérgica contribuindo para o bem-estar da mãe e do feto.

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