Evento científico
Sob o mote “Abertura à Transversalidade” vai decorrer, entre os dias 7 e 9 de novembro, no Centro de Congressos Epic Sana, em...

Com o ano de 2019 a ser marcado por um intenso debate sobre as novas formas de tabaco - sobre as quais a Sociedade Portuguesa de Pneumologia (SPP) afirmou sempre não recomendar a sua utilização em qualquer situação – este tema tem um lugar de destaque neste evento. No dia 9 de novembro as novas formas de tabaco e os seus potenciais efeitos na saúde serão debatidos numa sessão moderada pelo jornalista Fernando Esteves, do jornal Polígrafo, e na qual participarão Pedro Vaz, engenheiro químico da Fundação Champalimaud que vai apresentar detalhadamente cada um dos componentes que constituem o tabaco aquecido e o cigarro eletrónico e o psiquiatra Pedro Varandas, em representação da Sociedade Portuguesa de Psiquiatria e Saúde Mental, que vai apresentar a perspetiva da Psiquiatria em relação ao fenómeno da dependência e da adição e explicar por que motivo alguns fumadores têm mais dificuldade em deixar de fumar do que outros.

António Morais, presidente da SPP, espera, neste 35.º congresso, “continuar o excelente trabalho que tem sido feito nas últimas edições.” “O congresso tem tido um crescimento contínuo, quer a nível da participação, quer da submissão de trabalhos. É nossa obrigação continuar esse caminho, tentado reforçar essa mesma evolução. Por outro lado, este ano temos como lema a abertura. As doenças respiratórias são diversas e muitas delas têm uma elevada prevalência e implicam um envolvimento multidisciplinar. É por isso que pretendemos que este seja um congresso aberto a todos os que, tal como nós, tratam doentes respiratórios”, afirma o médico pneumologista.

Este evento será também o 1.º Congresso Luso-PALOP de Pneumologia sendo marcado pela participação de vários especialistas provenientes de diversos países africanos de língua portuguesa, entre os quais Arlindo Chilumbo, presidente da Sociedade Angolana de Pneumologia.

No primeiro dia do congresso vai decorrer o lançamento do livro “Em memória de Thomé Villar”. Com prefácio de Raúl Amaral Marques e da autoria da jornalista Cláudia Pinto, este livro reúne um conjunto de episódios e memórias do primeiro presidente da SPP e um dos pioneiros da Pneumologia moderna.

 

Inflamação crónica
Há cada vez mais evidências de que os doentes com psoríase têm maior propensão para desenvolver fato

A psoríase é uma doença de pele comum, estimando-se que afete cerca de 2% da população. “Tem uma evolução crónica errática e resulta de uma combinação entre predisposição genética poligénica e fatores desencadeantes/agravantes ambientais ou externos”, começa por explicar Joana Antunes. No entanto, apesar de estabelecida esta relação, as suas causas ainda não são totalmente conhecidas. “O padrão de transmissão é autossómico dominante de baixa penetrância, estando já identificados vários genes associados à psoríase. No entanto, apenas cerca de 30% dos doentes consegue identificar um familiar de 1º grau também afetado pela doença”, acrescenta a especialista em dermatologia.

No que diz respeito aos “fatores de risco”, sabe-se contudo que as infeções agudas, as vacinas, certos medicamentos como os antimaláricos, anti-inflamatórios ou betabloqueantes, e ainda o stress psicológico ou traumatismos físicos podem desencadear ou agravar a doença.

Embora possa surgir em qualquer fase da vida, a psoríase costuma atingir maioritariamente o jovem adulto. “Classicamente são reconhecidos dois picos de incidência: entre o final da adolescência e os 30 anos; e entre os 45 e os 60 anos idade”, revela a dermatologista acrescentando que “o início na infância, contudo, não é raro” prevendo-se, no entanto, que represente menos de 20% dos casos diagnosticados.

Atingindo sobretudo os cotovelos, joelhos ou couro cabeludo, “a lesão cutânea elementar de psoríase é a mancha vermelha e descamativa, arredondada, bem delimitada”. “A cor varia entre o rosa e o vermelho vivo e as escamas são habitualmente esbranquiçadas, espessas e pouco aderentes, comparáveis a fragmentos de cera”, explica. Embora, possa atingir apenas algumas áreas específicas, estas lesões podem atingir toda e qualquer superfície do corpo “de forma mais ou menos simétrica”. “Para além da pele, as unhas estão frequentemente afetadas, sendo a alteração mais típica a presença de múltiplas depressões minúsculas, semelhantes a picada de alfinete”, acrescenta.   

A maioria dos doentes é atingida pela forma mais comum de psoríase: a chamada psoríase vulgar ou em placas. Nestes casos, as lesões “predominam nas superfícies de extensão dos membros, região lombo-sagrada, couro cabeludo e nádegas”. No entanto, existem outras formas clínicas da doença. São elas:

  • a Psoríase Eritrodérmica, uma forma grave que atinge mais de 90% da superfície cutânea;
  • a Psoríase Inversa, “quando se observa compromisso eletivo das pregas cutâneas” – axilas, virilhas, região inframamária e prega abdominal;  
  • a Psoríase pustulosa, “em que o componente pustuloso (bolhas com pus) domina nas lesões”;
  • a Psoríase Artropática, quando se acompanha de “importante e característico compromisso articular”.

Sem cura, o tratamento tem como objetivo induzir a remissão ou obter o controlo da doença, devendo, para isso, a terapêutica ser individualizada.

Inflamação sistémica crónica associada a diversas comorbilidades

“Embora a psoríase seja primariamente uma doença de pele, encontra-se associada a significativas comorbilidades físicas”, como é o caso da artrite psoriática, as doenças cardiovasculares, a síndrome metabólica, o fígado gordo ou a obesidade.

De acordo com Joana Antunes, há cada vez mais evidências de que “os doentes com psoríase têm maior propensão para desenvolver vários fatores de risco cardiovasculares, como é o caso de hipertensão arterial, diabetes, obesidade e hipercolesterolemia”, quando comparados com a população em geral. Um exemplo disso é que estudos recentes conseguiram identificar nos doentes com psoríase algumas características comuns, como o excesso de peso ou obesidade, hipertrigliceridemia e níveis baixos de colesterol HLD, reconhecidos como importantes fatores de risco cardiovascular.

“São vários os estudos que demonstraram sobreposição entre alguns fenómenos fisiológicos que estão na origem tanto da psoríase como da ateroesclerose, pelo que (…) será, portanto, fundamental promover hábitos de vida saudável nestes doentes, vigilância e correção dos fatores de risco cardiovascular, bem como tratar a psoríase adequadamente”, refere a especialista.

A ligação direta entre a psoríase e muitas das doenças associadas é, segundo se especula, a inflamação sistémica crónica.

Foto: 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Novas terapias
O novo Centro de Reabilitação e Regeneração Animal de Lisboa (CRRAL) acaba de abrir portas nas Colinas do Cruzeiro, Odivelas,...

Sob a direção técnica e clínica de Ângela Martins, médica veterinária, responsável por este novo projeto e diretora do Hospital Veterinário da Arrábida, surge agora a CRRAL, onde cada doente veterinário poderá ter uma consulta de especialidade, de acordo com o tipo de lesão que cada um apresente. A cada paciente será realizado um protocolo específico com base na medicina regenerativa, moduladora e reparadora de funcionalidade, para que este se adapte às funções diárias do âmbito familiar.

No centro estarão disponíveis meios de diagnóstico tais como meios analíticos (hemograma, análises bioquímicas, tempos de coagulação), radiologia convencional, assim como Ecografia torácica, Abdominal e Musculoesquelética; entre todo o todo o tipo de modalidades de reabilitação. Entre eles incluem-se a Electromioestimulação, functional electrical stimulation (FES), TENS e EMES, Diatermia/radiofrequência, Magnetoterapia, Ultrassons, Laserterapia classe IV e IIIb. 

Ao nível de terapias disponibilizadas incluem-se a Terapia com Ondas choque Extra-corporais, Hidroterapia, Passadeira Terrestre, Treino Locomotor em Piso Terrestre com suporte de peso. 

No que a serviços de Medicina Regenerativa diz respeito, destacam-se o serviço de câmara Hiperbárica e a criação de um banco de células estaminais e plasma rico em plaquetas, com associação de Ana Colette, doutorada em Ciências Veterinárias pela Faculdade de Medicina Veterinária, da Universidade Técnica de Lisboa.

 

Procedimento médico
A Associação Portuguesa de Intervenção Cardiovascular (APIC) revela que, em 2018, foram realizadas 14.790 angioplastias...

“Uma angioplastia coronária é um procedimento médico invasivo, realizado por um cardiologista de intervenção, que tem como objetivo melhorar o fluxo sanguíneo nas artérias coronárias. Este procedimento consiste na desobstrução desses vasos através da implantação de uma rede metálica tubular, o stent. A angioplastia pode estar indicada quando placas de colesterol ou coágulos de sangue obstruem, parcial ou totalmente, as artérias coronárias, comprometendo o seu fluxo.”, explica João Brum Silveira, presidente da APIC.

E acrescenta: “Antes de efetuarmos uma angioplastia é frequente a realização de um cateterismo cardíaco, um procedimento médico invasivo, no qual é inserido um pequeno tubo (cateter) através de uma artéria do pulso ou da virilha até ao coração. Através do cateter é possível injetar contraste diretamente nas artérias coronárias, os vasos sanguíneos que irrigam o músculo cardíaco, permitindo identificar a presença de obstruções, bem como avaliar a sua gravidade. Além de auxiliar no diagnóstico de doenças, como por exemplo a angina de peito, este procedimento pode também ser utilizado em situações de emergência, como no enfarte agudo do miocárdio, permitindo o diagnóstico e a desobstrução imediata da artéria que ficou ocluída”.

Os dados, agora divulgados, pertencem ao Registo Nacional de Cardiologia de Intervenção (RNCI) que tem como objetivo coletar, de forma contínua, toda a atividade no âmbito da Cardiologia de Intervenção, que ocorre em todos os laboratórios de Cardiologia de Intervenção no território nacional. É da responsabilidade da Associação Portuguesa de Intervenção Cardiovascular (APIC) o seu desenho, implementação, desenvolvimento, acompanhamento e suporte.

Os dados podem ser consultados em: https://www.apic.pt/rnci-registo-nacional-de-cardiologia-de-intervencao/

 

Alternativa à biopsia
A doença hepática crónica integra várias patologias comuns em Portugal, resultando na fibrose progre

A doença hepática crónica é atualmente a sétima causa de morte na Europa e é responsável por cerca de 2500 mortes por ano em Portugal. Integra diferentes patologias, como a doença hepática alcoólica, as hepatites B e C, e o fígado gordo não alcoólico. Destaca-se o aumento significativo da prevalência do fígado gordo não alcoólico nos últimos anos, muitas vezes associado ao excesso de peso e à obesidade, afectando atualmente cerca de 25% da população. A fibrose progressiva do fígado é o denominador comum em diferentes tipos de lesão hepática crónica. Os doentes com fibrose avançada e cirrose apresentam um risco significativo de desenvolver complicações, como o carcinoma hepatocelular e descompensação da doença. Assim, a determinação da fase da doença (estadio de fibrose) é fundamental para a decisão terapêutica e seguimento destes doentes.

Na última década, temos assistido à expansão de diferentes métodos de determinar o estádio de fibrose hepática de forma não invasiva, em alternativa à biopsia hepática percutânea, tradicionalmente considerada o método de referência no estadiamento da doença hepática crónica. A biopsia hepática é um procedimento invasivo, não isento de complicações graves e sujeito a erros de amostragem. Uma vez que a fibrose do fígado resulta na redução da sua elasticidade (aumento de rigidez), foram desenvolvidos nos últimos 15 anos diferentes métodos de quantificar a elasticidade hepática (elastografia), tendo sido demonstrada a sua correlação com o grau de fibrose em diferentes etiologias de doença hepática crónica.

A elastografia integra várias modalidades baseadas nas propriedades dos ultrassons, sendo a mais estudada e difundida na prática clínica a elastografia transitória (também conhecida por Fibroscan). Outras modalidades de elastografia, como a elastografia em tempo real (RTE) e a elastografia point shear-wave (SWE) estão integradas num processador de ecografia convencional e podem ser realizadas facilmente durante a ecografia abdominal, complementando a avaliação imagiológica do fígado. A segurança, o conforto e a elevada acuidade diagnóstica das diferentes modalidades de elastografia baseada em ultrassons têm conduzido à sua rápida expansão na prática clínica, assumindo atualmente um papel central na avaliação da doença hepática crónica. A versatilidade e disponibilidade imediata das técnicas acopladas à ecografia convencional (RTE e SWE) constituem uma mais-valia e um estímulo para a sua aprendizagem.

O Grupo Português de Ultrassons em Gastrenterologia (GRUPUGE), secção especializada da Sociedade Portuguesa de Gastrenterologia, organizou este mês, em colaboração com o Centro Clínico da Fundação Champalimaud em Lisboa, um curso de elastografia baseada em ultrassons, com um carácter essencialmente prático, centrado no treino hands-on. O GRUPUGE sublinha o relevante papel da ultrassonografia na Gastrenterologia atual e valoriza a importante evolução tecnológica na área da elastografia, considerando relevante desenvolver cursos de formação teórico-prática, com componente hands-on, a integrar os vários equipamentos e modalidades de elastografia disponíveis.

Autores:
Dra. Susana Marques
Secretária-Geral do Grupo Português de Ultrassons em Gastrenterologia

Dr. Miguel Bispo
Presidente do Grupo Português de Ultrassons em Gastrenterologia
Gastrenterologistas da Fundação Champalimaud, Lisboa

Foto: 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Como tratar
Cotovelos, joelhos e couro cabeludo são, habitualmente, as regiões do corpo mais atingidas pela psor
Mulher com ar preocupado vê-se ao espelho

A psoríase é uma doença imuno-inflamatória crónica que atinge milhões de pessoas em todo o mundo. Em Portugal estima-se que existam cerca de 250 mil doentes. No entanto, admite-se que, por desconhecimento ou desvalorização dos sintomas, muitos casos estejam ainda por diagnosticar.

De acordo com o dermatologista Paulo Ferreira, a patologia, para além de ter uma componente genética, pode ser influenciada por fatores ambientais e endógenos. Quer isto dizer que, “infeções bacterianas e viroses, fármacos, tabaco, álcool, stress e os traumatismos locais ou agressões repetidas na pele”, podem desencadear a doença. E, embora esta possa surgir em qualquer idade, a maioria dos casos surge entre os 20 e os 40 anos, “não sendo significativa a diferença entre os sexos”.

Entre os principais sintomas, o especialista destaca a presença de “lesões avermelhadas, com espessura e descamação prateada aderente”. “É mais frequente no couro cabeludo, cotovelos, joelhos e região lombo-sagrada (fundo das costas), mas pode atingir as mãos e pés, palmas e plantas”, revela Paulo Ferreira. Unhas e genitais também podem ser atingidos.

Embora a inflamação da pele seja a principal característica da doença, a verdade é que a psoríase atinge cada doente de forma diferente, pelo que tratamento deve ser personalizado e envolver uma abordagem multidisciplinar “tendo em conta a idade, extensão e locais envolvidos, comorbilidades e fatores comportamentais, entre outros”.

Enquanto as formas ligeiras da doença podem atingir menos de 5% da superfície do corpo, as formas moderadas a graves afetam uma maior extensão de pele, “o que torna a doença mais visível”.

“O facto de ser uma patologia visível afeta fortemente a autoestima e autoimagem dos doentes, levando-os a uma desvalorização pessoal e isolamento, o que propicia comorbilidades a nível psicológico”, revela o dermatologista quanto ao impacto pessoal da doença.

Hoje tenho a pele limpa!

Maria Gomes Janeiro foi diagnosticada com psoríase há 30 anos e nunca antes tinha ouvido falar na patologia.

“Comecei por ter placas no couro cabeludo que também surgiram nos cotovelos e um pouco por todo o corpo. A seguir as unhas começaram a ficar grossas e a levantar, apresentando na superfície uns pontinhos”, recorda revelando que também a avó paterna tinha a doença, embora, por ser uma entidade clínica desconhecida, sempre se pensou tratar de eczema.

O diagnóstico “foi um alívio”, diz, até porque foram precisos três anos para diagnosticar corretamente a doença. “Desde que a doença apareceu até ao diagnóstico passaram três anos de enorme angústia sem saber se tinha uma doença contagiosa, se podia ir ao cabeleireiro, se podia ir à piscina…”, conta.

E apesar de hoje ter uma pele limpa de lesões, nem sempre foi assim. “Durante mais de 20 anos usei diariamente produtos tópicos mal cheirosos e gordurosos fortemente perturbadores da minha vida familiar e social”, recorda admitindo que ainda assim nunca sentiu preconceito. “Pessoalmente, nunca senti que fosse tratada de forma diferente. Como professora do Ministério da Educação estive colocada em muitas escolas e fazia parte da minha apresentação dizer que tinha psoríase e que não era contagioso. Apesar disso, eu é que sentia essa diferença”, afirma revelando que, ao contrário do que se aconteceu consigo, conhece “muitos doentes que sofreram muito com esse estigma social”.

Quanto ao tratamento, revela que já passou por várias etapas. De acordo como o dermatologista Paulo Ferreira, existem várias opções terapêuticas para tratar a psoríase: as terapêuticas tópicas, indicadas para as formas ligeiras a moderadas e localizadas da doença; a fototerapia “alternada com terapêuticas sistémicas convencionais”, habitualmente utilizada em “algumas formas moderadas a graves”; e os “biotecnológicos, com altos níveis de eficácia e efetividade”, dirigidos aos doentes cujas terapias anteriores já não são alternativa. Maria Gomes Janeiro passou por todas estas opções. “Comecei por usar tópicos, depois diferentes comprimidos que iam sendo alterados, ou porque não eram eficazes ou porque as análises regulares de controlo revelavam alterações nos valores do fígado ou do rim, até que cheguei ao medicamento biológico”, revela.

Hoje tem a pele limpa e gostava de reforçar a mensagem de que existem tratamentos eficazes que permitem manter a pele livre de lesões. “Hoje existe conhecimento e medicamentos eficazes para todos os casos. Apesar de ainda não existir cura, um doente tratado pode ser mais produtivo e feliz no seu dia a dia”, afiança.

Para tal, o especialista é peremptório: “o acompanhamento médico contínuo é essencial e obrigatório de forma a manter uma vigilância da doença, assim como, a terapêutica deve ser seguida de forma rigorosa”.

Paulo Ferreira aconselha ainda a adoção de um estilo de vida saudável, “tendo em especial atenção a alimentação e a prática de exercício físico”. E pede aos doentes se mantenham informados: “quanto melhor conhecer a patologia, mais facilmente encontrará equilíbrio na sua vida”.

Artigos relacionados

Artrite Psoriática: o que é e qual a sua relação com a Psoríase?

Psoríase: uma doença com história e muitos preconceitos

Tipos de psoríase

Foto: 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Estudo
Estudo Public Attitudes Towards Colonoscopy alerta para a falta de informação sobre a realização de colonoscopias. Mitos podem...

Segundo o estudo europeu Public attitudes towards colonoscopy realizado recentemente, com o apoio da Norgine, os vários mitos e o desconhecimento dos benefícios da colonoscopia podem reduzir a probabilidade deste exame ser realizado por milhares de pessoas.

Este estudo, que resultou de um inquérito realizado a dois grupos distintos (quem nunca fez o exame e quem fez nos últimos 5 anos), pretendeu avaliar a atitude das pessoas em relação à realização da colonoscopia, o conhecimento sobre o procedimento e a informação sobre o exame. As conclusões permitiram desmistificar as expectativas que as pessoas têm em relação a este exame, face ao que é a realidade. 

A maior parte dos inquiridos (94%) considerou o procedimento melhor ou igual ao expectável e apenas 6% considerou pior;

Verificou-se  ainda que o exame em si é a pior parte do processo para aqueles que nunca fizeram o exame (38%), enquanto que os que foram submetidos a uma colonoscopia salientaram a preparação intestinal como a pior fase (47%);

Por outro lado, foi possível observar que a colonoscopia está fortemente associada ao diagnóstico de uma doença intestinal ou cancro e, por isso, acaba por ser menos vista como um procedimento preventivo ou terapêutico, causando maior resistência por parte da população;

Apesar da experiência da realização da colonoscopia ter sido considerada melhor do que o expectável, 2 em cada 5 adultos ainda ficariam envergonhados de a fazer novamente. No grupo dos que nunca realizaram o exame, 59% refere que seria uma situação desconfortável e 43% das pessoas que já realizaram, continuam a sentir o mesmo constrangimento como se fosse a primeira vez.

“Na maior parte dos casos a falta de vigilância leva a um diagnóstico tardio, precisamente por não haver sintomas na fase inicial da doença e por isso não são realizados os rastreios preventivos. As fases iniciais do cancro do intestino, por norma, não causam dor. Mesmo sem qualquer sintoma, a partir dos 50 anos é necessário fazer o despiste, pois a progressão da doença é silenciosa. Se a doença for detetada a tempo, poderá ter cura em 90% dos casos.

“Para acabar com os mitos associados à colonoscopia é necessário alertar, informar e motivar a população, não só sobre o exame, mas também para as consultas de rotina, uma vez que os médicos têm um papel fundamental neste processo. É também fundamental haver igualdade de acessos, combater as assimetrias regionais e investir no desenvolvimento de profissionais de saúde e novas tecnologias”, sublinha Vitor Neves, presidente da Europacolon Portugal.

A maioria dos cancros do colon e reto desenvolvem-se a partir de lesões no intestino grosso – os pólipos, mais especificamente os pólipos adenomatosos (ou adenomas), que são formações que surgem na camada que reveste a mucosa do intestino grosso. Muitas das mortes provocadas pelo cancro seriam evitáveis através de medidas de prevenção como a diminuição da exposição a fatores de risco e o diagnóstico precoce através da realização do rastreio.

A Colonoscopia Total (endoscopia do colon e reto) é o único meio eficaz de rastreio do cancro colorretal porque, para além de diagnosticar lesões avançadas, pode tratar lesões benignas (pólipos) com potencial maligno. O exame permite reduzir até 40% o número de casos de cancro colorretal, doença que mata 1,2 milhões de pessoas a cada ano em todo o mundo.

Sintomas que a população deve estar atento:

  • Alteração persistente dos hábitos intestinais, com o aparecimento de prisão de ventre ou diarreia, sem razão aparente;
  • Perda de sangue pelo recto/ânus ou misturado nas fezes sem irritação, dor ou prurido;
  • Sensação de que o intestino não esvazia completamente;
  • Dor forte ou desconforto abdominal, sem explicação aparente;
  • Cansaço e emagrecimento sem razão aparente.
Estudo
Pontuação média de felicidade dos portugueses com psoríase é de 5,68 numa escala de 0 a 10. Os dados deste estudo indicam ainda...

O Laboratório de Inovação da Leo Pharma e o Instituto de Pesquisa de Felicidade acabam de divulgar os dados de 2018 do Relatório Mundial sobre Psoríase e Felicidade, no âmbito do Dia Mundial da Psoríase, que se assinala a 29 de outubro, com o objetivo de destacar as áreas prioritárias para o desenvolvimento de políticas de saúde efetivas e a alocação de recursos para melhorar a qualidade de vida dos doentes.

Em 2017, o Relatório Mundial sobre Psoríase e Felicidade registou uma diminuição de até 30% na felicidade dos indivíduos com psoríase grave autodeclarada, uma maior prevalência da doença nas mulheres do que nos homens e que o stress e a solidão afetam a felicidade. Além disso, a forma como os inquiridos percecionam a sua relação com os profissionais de saúde está associada não apenas à doença, mas também à sua felicidade. O Relatório de 2018 pretendeu explorar em detalhe estas questões, com o objetivo de aprofundar os principais fatores que “proporcionam felicidade” em indivíduos com psoríase autodeclarada.

De acordo com os dados, a psoríase provoca, de forma frequente, um efeito negativo na vida e felicidade dos indivíduos. Em Portugal, a pontuação média de felicidade dos indivíduos que vivem com psoríase é de 5,68, numa escala de 0 a 10. Portugal ocupa, assim, o 6º lugar entre os 21 países analisados. Além disso, os dados apresentados indicam que estes doentes estão sujeitos à diminuição de produtividade no trabalho e a uma maior taxa de desemprego, diretamente relacionados com elevados custos para a sociedade.

Em Portugal, a psoríase é responsável por 35,4% dos casos de absentismo e por 75,6% de menor assiduidade entre a população ativa.

O Relatório Mundial sobre Psoríase e Felicidade é um estudo anual que tem como propósito contribuir para uma maior consciencialização no que se refere ao impacto que esta doença causa no dia-a-dia dos doentes, nas suas rotinas, na qualidade de vida e, consequentemente, na sua felicidade. Neste estudo foram analisados, detalhadamente, os resultados de 21 países, nomeadamente, México, Colômbia, Espanha, Brasil, Rússia, Portugal, Dinamarca, Canadá, Irlanda, Bélgica, Grécia, Noruega, EUA, Alemanha, França, Itália, Japão, Austrália, República Checa, Reino Unido e China.

A psoríase é uma doença inflamatória crónica que se estima que afete cerca de 250.000 a 300.000 portugueses (2 a 3% da população portuguesa). Pode manifestar-se em qualquer parte do corpo e em qualquer idade, apesar da maioria dos casos ocorrer entre os 20 e os 40 anos, sendo também comum entre os 50 e os 60 anos de idade. As manifestações da psoríase podem ser ligeiras, moderadas ou graves, dependendo da extensão de pele afetada e do grau de infiltração e descamação das lesões de psoríase. Atualmente, estão disponíveis tratamentos tópicos (em pomada, gel ou espuma) que, quando utilizados corretamente, permitem o controlo da doença. Nos casos mais extensos e graves, habitualmente, é necessário recorrer a terapêuticas orais ou injetáveis, que permitem o controlo da doença na grande maioria dos doentes e que parecem ter um impacto positivo no risco cardiovascular. Nos últimos anos, decorrente do avanço que se observou no conhecimento da doença, foram desenvolvidas inúmeras terapêuticas, chamadas de terapêuticas biológicas, que revolucionaram o tratamento da psoríase, capazes de promover a resolução completa ou quase completa das lesões da psoríase e devolver a qualidade de vida perdida com a doença.

Vitamina do sol
Nos últimos anos tem havido um interesse crescente da população e da comunidade médica pela vitamina
Mulher com óculos de sol a olhar para o céu

Funções

A vitamina D é essencial para melhorar a absorção gastrointestinal de cálcio e a mineralização do tecido ósseo;

Esta vitamina tem muitas outras funções fisiológicas, incluindo coordenação neuromuscular, libertação de hormonas, modulação da imunidade e redução de certos tipos de cancro (cólon, da mama, da próstata e o da pele)

Estatísticas

  • A incidência e a prevalência do défice de vitamina D estão a aumentar a nível mundial;
  • Estima-se que mais de 50% da população no mundo tenha baixo teor de vitamina D;
  • Em Portugal, um estudo descobriu que 78% da população tem défice desta vitamina;
  • Estes valores sofrem ainda flutuações ao longo do ano, sendo mais prevalente no Inverno (95%) do que no Verão (62%)

Níveis séricos e défice

Na comunidade médica e científica considera-se que os níveis normais de vitamina D sérica são de 30 a 60 ng/mL (75 a 150 nmol/L);

A deficiência de vitamina D (<25-30 nmol/L) causa raquitismo, osteomalácia

Fontes de exposição e suplementação

Mais de 80% da vitamina D é obtida a partir dos raios ultravioleta da luz solar; o resto: dieta e suplementos;

É difícil obter vitamina D em quantidades suficientes apenas com a dieta: fontes alimentares típicas são os ovos, peixe, óleos de peixe, produtos lácteos, alimentos fortificados;

Ingestão recomendada

  • 1.000 UI/dia: pessoas de pele clara
  • 2.000 UI/dia: pessoas de pele escura e idosos
  • 4.000 UI/dia: grupos vulneráveis, incluindo pessoas com défice de vitamina D, obesos, pessoas com distúrbios gastrointestinais e/ou síndromes de má absorção, pessoas institucionalizadas (por exemplo, casas de repouso e prisões), grávidas e mulheres a amamentar

O limite superior seguro da suplementação diária oral é considerado como 5.000 UI/dia.

A alta ingestão de cálcio pode compensar parcialmente as concentrações séricas reduzidas de vitamina D, contudo, a mesma deve ser sempre monitorizada.

A exposição solar responsável deve ser igualmente incentivada, assim como, a fortificação dos cereais e produtos lácteos em vitamina D3.

Artigos relacionados

O que a Vitamina D pode fazer pela sua saúde

Vitamina D: os principais benefícios

Insuficiência de vitamina D agrava doenças crónicas

Foto: 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Saúde infantil
A paralisia cerebral não atinge todos os doentes da mesma forma.
Olho azul de criança

O conceito de paralisia cerebral evoluiu para definir uma disfunção motora resultante de uma lesão cerebral ocorrida na vida fetal ou numa fase precoce do desenvolvimento (até aos 5 anos).

Em Paralisia cerebral podem manifestar-se, além da doença motora, disfunção cognitiva e comportamental, dificuldades de aprendizagem, epilepsia, défice visual ou auditivo e podem também ocorrer complicações respiratórias, nutricionais e ortopédicas.

Esta disfunção ou dificuldade motora será não progressiva, no sentido que é o resultado (ou a «sequela») de uma lesão cerebral que não é continuada no tempo.

Contudo a expressão final de paralisia cerebral não está presente imediatamente após se constituir uma lesão: a constituição/«cicatrização» da lesão e o desenvolvimento do bébé  nos primeiros anos de vida são dois processos de sinal oposto. O resultado final, as dificuldades ou disfunções que irão ocorrer mais tarde, requer uma observação cuidada, experiente e prolongada no tempo.

Paralisia cerebral ocorre um cerca de 1 a 5/1000 crianças.

A disfunção motora mais comum é a paralisia associada a uma «rigidez» muscular associada chamada hipertonia espástica.

Paralisia cerebral espástica é assim a variante mais comum. Pode ter um padrão unilateral de paralisia (variante «hemiplégica» ou de 2 membros unilateral) em que sómente os membros superior e inferior direitos ou esquerdos são afectados pela paralisia e hipertonia. Também ocorre a variante com envolvimento mais grave nos membros inferiores que nos membros superiores (chamada «diplégica» ou de 2 membros bilateral), habitualmente resultante de complicações neurológicas da prematuridade. Na forma mais grave, os 4 membros são afectados por uma paralisia com hipertonia espástica («tetraplégica» ou de 4 membros bilateral).

Existem casos mais raros de paralisia cerebral em que o defeito é sobretudo do controlo de movimento (forma «extrapiramidal» ou discinética). Manifestam-se por movimentos involuntários que se assemelham a movimentos de «torsão» nos membros e no tronco.

Finalmente na variante menos comum (atáxica) não há «rigidez» mas sim flacidez muscular (hipotonia) e há um defeito na coordenação motora (na precisão dos movimentos) e dificuldades de equilíbrio.

Os problemas associados a paralisia cerebral que antes descrevemos (cognitivos, epilepsia, problemas respiratórios, nutricionais, ortopédicos) ocorrem em combinações variáveis sendo a gravidade também variável nos vários subtipos de Paralisia cerebral.

Na Paralisia cerebral tetraplégica em geral os défices cognitivo e motor são graves, epilepsia muito frequente e as complicações de outros órgãos frequentes também e problemáticas

Na Paralisia cerebral hemiplégica o défice cognitivo nem sempre está presente, epilepsia tem uma frequência intermédia.

Na Paralisia cerebral diplégica a deficiência motora pode ser problemática assim como dificuldades de aprendizagem.

Na Paralisia cerebral disquinética o défice motor pode ser bastante grave sendo o défice cognitivo inconstante e incluindo casos com inteligência normal ou mesmo superior. Epilepsia é pouco frequente.

Em Paralisia cerebral atáxica coexistem sobretudo défice cognitivo e disfunção motora.

Artigos relacionados

“A paralisia cerebral não é uma doença mental”

Paralisia cerebral afeta 2 em cada mil crianças

Paralisia cerebral

Foto: 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Medicamentos
A Autoridade Nacional do Medicamento aprovou a utilização de Teduglutido, pó e solvente para solução injetável, no Serviço...

A Síndrome do Intestino Curto (SIC) é uma doença rara e que afeta significativamente a qualidade de vida dos doentes, resultante de uma incapacidade do intestino para absorver os nutrientes e os líquidos necessários provenientes da alimentação, devido a uma resseção considerável do intestino. O controlo da SIC implica terapêutica nutricional, nomeadamente através do aporte artificial de nutrientes e fluidos por via endovenosa (suporte parentérico).

Apesar do suporte parentérico ser fundamental para a sobrevivência dos doentes com SIC, contribuindo para o processo de absorção dos nutrientes e fluidos necessários para o organismo, a longo prazo pode levar ao desenvolvimento de complicações, incluindo infeções associadas a cateteres venosos, perda de acesso venoso central, doença hepática e doença óssea metabólica

Teduglutido é um análogo do peptídeo 2 semelhante ao glucagon (GLP-2), produzido em células de Escherichia coli através da tecnologia de ADN recombinante e surge como uma opção terapêutica para reduzir ou mesmo eliminar o suporte parentérico na população adulta e pediátrica com SIC, trazendo assim ganhos significativos na qualidade de vida dos doentes e na prevenção de complicações associadas ao suporte parentérico.

Esta nova terapia melhora a capacidade de absorção intestinal de nutrientes e líquidos, através de uma ação benéfica sobre a hipertrofia da mucosa intestinal, promovendo o aumento do comprimento das vilosidades e profundidade das criptas, reduzindo a motilidade e secreções gástricas, estimulando o fluxo sanguíneo mesentérico e aumentando a função da barreira intestinal.

Com esta molécula inovadora, doentes que até aqui dependiam da administração de nutrientes e fluidos por via endovenosa, podem agora ganhar alguma autonomia relativamente ao aporte endovenoso de nutrientes, melhorando, assim, significativamente a sua qualidade de vida.

 

 

Prescrição eletrónica
A partir de 31 de março de 2020 a prescrição eletrónica será uma realidade para todos os médicos. Para o efeito, a SPMS –...

A medida, introduzida pelo Ministério da Saúde, através da Portaria n.º 390/2019, publicada ontem vem restringir as situações excecionais em que ainda se podia efetuar a prescrição manual.

As únicas exceções serão a falência do sistema e a impossibilidade de o utente receber a receita desmaterializada.

A eliminação progressiva da prescrição por via manual permite obter ganhos de eficiência para o Serviço Nacional de Saúde (SNS), não só pela minimização da ocorrência de fraude, mas também através da redução de custos ambientais e económicos associados ao consumo e armazenamento de papel.

 

Hospitais
O serviço de oftalmologia do Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Norte (CHULN) foi o primeiro a realizar em Portugal uma...

Cirurgias menos invasivas e mais rápidas, pós operatórios mais curtos e menos dolorosos e melhor gestão de tempos de espera são pontos destacados por  Luís Abegão Pinto, oftalmologista do CHULN responsável pela introdução da técnica no nosso país. Ao contrário das cirurgias anteriores, que demoravam cerca de uma hora, esta intervenção está concluída em cerca de 15 minutos, o que contribui não apenas para melhorar a lista de espera mas também para abordar outros casos menos graves que de outra forma poderiam passar despercebidos.

“A cirurgia do glaucoma ‘clássica’ demora uma hora no bloco e tipicamente implica cinco consultas de seguimento nas primeiras 6 semanas, portanto se operássemos vinte doentes num mês isso implicava logo a realização de cem consultas adicionais”, detalha o especialista do serviço de oftalmologia do CHULN. “Esta técnica traz grandes vantagens nesta área, passamos para um modelo de cirurgias minimamente invasivas, que como têm muito menos riscos podem ser oferecidas a doentes muito mais abaixo na pirâmide da gravidade, com o olho em estádios menos graves da doença”.

O dispositivo conhecido por InnFocus fica implantado dentro do olho. A imagem é a de uma espécie de aspirador com 8mm de tamanho que fica implantado dentro olho, debaixo da pálpebra, funcionando como um tubo por onde o líquido sai e que diminui a pressão intraocular. “Vemos o doente no dia seguinte e três semanas depois, não há pontos para tirar. Estamos a fazer a passagem para cirurgias mais rápidas, mais seguras, com a vantagem para o doente de ser visto duas vezes e não cinco. Se pensarmos que o Hospital de Santa Maria acompanha doentes do Minho ao Algarve, são muito menos deslocações, muito menos ambulâncias, num procedimento que é protocolado, que tem regras pré-determinadas”, explica o especialista.

Procedimento já com impacto na lista de espera para consulta nesta área

“Neste momento temos meia dúzia de doentes em lista de espera para este tipo de cirurgia, quando começámos tínhamos mais vinte doentes em espera, vai permitir-nos gerir melhor a lista”, sublinha Luís Abegão Pinto, acrescentando que “se anteriormente o serviço tinha 80 consultas reservadas para o seguimento dos doentes operados e se agora consegue reduzir as consultas de acompanhamento pós-operatório para metade, pode deixar entrar mais doentes novos”.

De acordo com o especialista, a principal mensagem a passar é que esta unidade está a ficar dotada “de uma capacidade de resposta maior e com mais capacidade tecnológica”. Quer isto dizer que, os casos moderados, que antigamente dificilmente conseguiriam chegar à fase cirúrgica, “têm agora uma resolução perfeitamente atempada. A nossa lista de espera de doentes candidatos a esta cirurgia anda na ordem das semanas, e não anos”, reforça o especialista do CHULN. “Há potencial para captação de doentes e para sensibilizar os médicos para que não deixem o doente chegar a um estado mais avançado de glaucoma para o enviarem, porque temos técnicas para o evitarem”.

Santa Maria é hospital de referência

Luís Abegão Pinto alerta para a atenção a ter na escolha dos doentes elegíveis para esta operação, que traz ganhos na qualidade de vida dos doentes e no acesso às consultas em casos mais simples mas pode não resultar em casos mais complexos. “Isto é tentar enganar o organismo e tentar fazer com que o organismo não o detete, mas não é uma cirurgia para a vida toda”, realça.

“Mas a ideia é também não traumatizar o doente com uma cirurgia agressiva que não quererá repetir. Este pós-operatório dura um mês, mês e meio, se daqui a 5 anos disser ao doente que precisa de fazer outra cirurgia a maior parte dos doentes estará disponível”, acrescenta.

O serviço de Oftalmologia do CHULN foi também o primeiro a utilizar o dispositivo específico de drenagem de humor aquoso, para os casos de glaucomas graves. A técnica foi introduzida em Março e já foram apresentados “resultados muito bons em conferências internacionais”. Santa Maria tornou-se ainda no hospital que mais cirurgias faz a glaucomas congénitos, com cerca de 40 cirurgias realizados nos últimos dois anos, tornando-se numa referência nesta área.

Em Portugal, há cerca de 220 a 250 mil pessoas que sabem que têm glaucoma. Mas as estatísticas internacionais mostram que metade das pessoas não sabe que tem glaucoma, portanto podemos estar a falar de 450 mil a 500 mil pessoas que podem ter a doença no nosso país.

Opinião
A propósito do Dia Nacional de Prevenção do Cancro da Mama é importante lembrar que este é um proble

O cancro da mama não escolhe idade e existem um conjunto de fatores que podem ser considerados fatores de risco, como a alimentação e o sedentarismo. No entanto, as características genéticas e hereditárias têm um papel crucial neste tipo de tumor.

O cancro da mama não é igual em todas as mulheres. Pelo contrário, o cancro da mama divide-se em diferentes tipos, dependendo das características das células da mama onde o tumor se desenvolve, do grau de extensão e da sua evolução.

Felizmente, os tratamentos ao longo dos anos também evoluíram e hoje estamos na era da medicina personalizada, onde todas as características de um tumor são tidas em conta na prescrição do tratamento a seguir. Efetivamente, as grandes novidades que surgiram nos últimos anos, tanto para o diagnóstico como para o tratamento do cancro da mama, estão relacionadas com a medicina personalizada e a oncologia de precisão.

De qualquer forma, para encontrar o tratamento mais adequado desde o início e fazer um acompanhamento mais completo, o oncologista pode recomendar a realização de análises genómicas, que dão ao especialista mais informações sobre o tumor, principalmente onde está a raiz e o tipo de terapia que vai ser mais eficaz para o tratar.

Já existem ferramentas de diagnóstico que permitem, em primeiro lugar, identificar soluções terapêuticas para doentes com cancro da mama com rapidez e facilidade, sem a necessidade de reutilizar a biópsia do tumor, em segundo lugar, monitorizar a evolução desses tumores e, em terceiro, detetar a resistência ao tratamento assim que esta surge.

O OncoSelect é uma dessas ferramentas e foi desenhada especificamente para o cancro da mama, caracterizando-se pela sua agilidade na redução do campo de análise, sendo mais seletivo no estudo e monitorização de genes. É também uma ferramenta de fácil utilização, sendo necessário apenas uma amostra simples de sangue, que permite a adaptação do tratamento ao tipo de tumor. Este é um teste único, pois concentra-se apenas nos tratamentos-alvo que são importantes em cada tipo de cancro.

Além destes novos testes da chamada oncologia de precisão, existem também plataformas baseadas em tecnologias de big data capazes de interpretar rapidamente os dados dos doentes, que são obtidos em bruto, e convertê-los em relatórios úteis para o oncologista.

Este tipo de plataformas, como a OncoKDM, integra e interpreta dados genómicos de diferentes áreas de estudo (patologia molecular, estudos de expressão, etc.). O sistema processa e organiza os dados para dar aos oncologistas relatórios úteis para o desenvolvimento do seu trabalho para que possam determinar um tratamento-alvo eficaz para cada um de seus doentes. Estas plataformas permitem também contactar com outros oncologistas, analisar casos concretos (com dados anónimos), partilhar experiências e novos pontos com o objetivo de entre todos encontrarem a melhor terapia para cada doente.

A oncologia de precisão é de facto um campo maravilhoso, pois abriu-nos a porta a uma infinidade de possibilidades e terapias com base nos dados obtidos de cada doente. Porque não somos todos iguais, a medicina teve e tem de se adaptar às características específicas de cada um de nós de forma a alcançar os melhores resultados em saúde e uma melhor qualidade de vida, com o mínimo de efeitos secundários que estes tratamentos comportam.

Adriana Terradez - diretora da OncoDNA para Portugal e Espanha

Foto: 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Conselhos
A gravidez é uma etapa muito importante na vida de uma mulher, não só pela expectativa da chegada de

Relativamente aos pés da grávida, o crescimento do útero (anteriorizado dentro da cavidade abdominal) e o aumento do peso levam à desestabilização do centro gravitacional do corpo para cima e para a frentes, podendo acentuar a lordose lombar, que se traduz numa pressão mais elevada sobre os membros inferiores, nomeadamente joelhos e pés, para além de também favorecer o aparecimento de um pé plano (com o abatimento do arco) e alterações significativas no caminhar.

A acrescentar, durante o período gestacional é frequente algumas mulheres sofrerem de edema (inchaço causado por retenção de líquidos) nos tornozelos, podendo causar dor nesta zona do pé.

Apesar de algumas destas alterações serem inevitáveis, é possível ter alguns cuidados preventivos, nomeadamente:

  • usar calçado apropriado, que permita a correta acomodação da zona plantar do pé;
  • beber muita água;
  • ter uma alimentação cuidada;
  • dar descanso aos pés, elevando-os sempre que está sentada ou deitada.

E quanto ao bebé? Que cuidados devemos ter?

Para além do cuidado com a saúde e bem-estar dos pés da mãe, é importante estar atento desde cedo aos membros inferiores dos nossos filhos.

Os pés do bebé começam a desenvolver-se aos oito meses de gestação, e os primeiros três anos de vida são os mais importantes para estabelecer a forma básica dos pés. Relativamente a alterações nos pés, estas podem ser herdadas, desenvolver-se no berço devido à posição que o bebé dorme, e podem surgir durante a gravidez devido à posição fetal em que se encontram as pernas.

Mesmo que não identifique nenhum sinal indicativo de alguma anomalia na formação dos pés do seu filho, é fundamental, durante a segunda infância (idade pré-escolar) e a terceira infância (idade escolar), a realização de diagnóstico e tratamento adequado ao crescimento e maturação física da criança, visando prevenir a evolução de problemas estruturais e biomecânicos, assim como as sequelas na idade adulta.

No entanto, importa referir que a maioria dos “aparentes” defeitos dos pés durante o primeiro ano é naturais e deve normalizar com o passar do tempo.

  • Para reduzir o risco de um destes cenários, importa, para além de se manter alerta, adotar algumas recomendações:
  • Não obrigue a criança a caminhar sem que ela esteja realmente preparada para o fazer;
  • Quando ela estiver preparada, é importante incentivar essa prática;
  • O corte das unhas deve ser feito quando a criança estiver a dormir e deve ser reto;
  • Tenha especial atenção ao tipo de calçado e meias para a criança, já que o calçado inadequado pode resultar em diversos problemas, desde as reações cutâneas até às alterações estruturais, comprometendo a forma e funcionalidade do pé;
  • Estabelecer uma dieta variada e pobre em gorduras, sal e açúcar, por forma a evitar a pressão do excesso de peso sobre os pés da criança.

Foto: 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Diabetes
O projeto Geração Saudável vai estar presente, durante o primeiro período do ano letivo 2019/2020, em várias escolas do país e...

Esta iniciativa, desenvolvida pela Secção Regional do Sul e Regiões Autónomas da Ordem dos Farmacêuticos, com o apoio da farmacêutica Novo Nordisk, através do seu programa Changing Diabetes, tem como objetivo sensibilizar crianças e adolescentes para a importância da prevenção em saúde e alertar para os riscos e doenças associadas aos estilos de vida sedentários.

O grupo de formadores deste projeto é composto por jovens farmacêuticos e estudantes de Ciências Farmacêuticas, num total de 160 formadores espalhados de norte a sul do país, sendo também objetivo destas ações a valorização do papel destes profissionais de saúde no seio da sociedade.

“O projeto Geração Saudável inicia mais um ano letivo com visitas a escolas de todo o país e presença em eventos que sensibilizam os mais jovens, a comunidade escolar e as famílias para a importância que a adoção de estilos de vida saudáveis tem na prevenção de doenças. É importante que as gerações mais novas sejam informadas sobre a utilização responsável dos medicamentos ou sobre doenças como a diabetes, formas de prevenção e fatores de risco associados ao seu aparecimento. Através destas ações de formação, podemos educar, esclarecer dúvidas e assim ajudar os jovens a tomar decisões cada vez mais informadas e conscientes, em prol de um futuro mais saudável”, refere Luís Lourenço, Presidente da Secção Regional do Sul e Regiões Autónomas da Ordem dos Farmacêuticos. 

No passado ano letivo, o projeto percorreu 90 escolas do país, realizou 600 sessões de consciencialização e incentivou mais de 15.000 jovens a adotar hábitos de vida mais saudáveis. Até ao início de 2020, o projeto contar chegar a cerca de 100 mil alunos.

Nos meses de setembro e outubro o projeto já visitou 11 escolas dos distritos de Lisboa, Porto, Santarém, Setúbal e Viana do Castelo.

A diabetes é uma das doenças com maior impacto a nível nacional. Os dados mais recentes mostram que a sua incidência nas populações mais jovens está a aumentar. Estima-se que 44% da população portuguesa com diabetes não tenha a doença diagnosticada. Os estudos indicam ainda que a percentagem de portugueses com mais de 15 anos que raramente ou nunca praticam exercício físico aumentou nos últimos anos, estando agora nos 74%, o que reforça a importância de atuar junto dos mais novos, de modo a contrariar esta tendência.

A prática regular de exercício físico e uma alimentação saudável são fatores decisivos para redução do risco de complicações associadas à diabetes, uma das patologias com maior peso no aumento da morbilidade e mortalidade por doenças evitáveis nas sociedades europeias. 

Iniciativa
A Portugal AVC – União de Sobreviventes, Familiares e Amigos inaugura hoje a 1ª Exposição Coletiva de Pintura, com obras de...

De acordo com o presidente da Portugal AVC, António Conceição, “a pintura exerce um papel importante no processo de reabilitação de alguns sobreviventes de AVC, e com esta exposição pretendemos valorizar o trabalho e as obras destas pessoas, de forma a mostrar que, mesmo eventuais sequelas, podem não impedir a realização pessoal, também através da arte”.

As obras vão estar expostas de forma gratuita no Península Boutique Center do Porto até ao dia 17 de novembro, mas António Conceição demonstra o interesse em “passar por outros pontos do país, como mais um exemplo de superação possível aos sobreviventes de AVC”.

Para além desta iniciativa, a Portugal AVC já tem dinamizado diversas ações por todo o país, com o intuito de sensibilizar a população para a prevenção do AVC e, sobretudo, de contribuir para encontrar resposta às necessidades sentidas pelos sobreviventes e cuidadores, dando-lhes visibilidade, e querendo favorecer a integração plena na sociedade.

O AVC ocorre como resultado de uma oclusão ou de uma rotura de um vaso sanguíneo cerebral, levando a que uma parte do cérebro deixe de funcionar por não lhe chegar sangue com oxigénio e glicose necessários à sua sobrevivência. De acordo com a zona afetada, a pessoa poderá ficar subitamente com limitações, como movimentar uma parte do corpo, ter dificuldade na comunicação e compreensão por palavras, e diversas outras, incluindo a nível cognitivo ou emocional.

 

Doença articular inflamatória
A artrite psoriática é uma doença articular inflamatória crónica de causa desconhecida que acomete s
Mulher idosa com dores na mão

O que é?

A Artrite Psoriática (AP) é uma doença inflamatória crónica das articulações que surge nos doentes com Psoríase ou com história familiar de Psoríase. A denominação “artrite” refere-se à inflamação articular, associada a dor e dificuldade em mobilizar as articulações, assim como tumefação e rigidez articular após períodos de repouso.

É uma doença de causa desconhecida. Ocorre entre 0,05% e 0,025% da população, sendo mais frequente em indivíduos caucasianos. Pode atingir pessoas de qualquer idade, embora com maior frequência entre os 35 e os 55 anos. Há formas de aparecimento em idade juvenil. Não tem prevalência de género.

As articulações mais envolvidas são as mãos e os pés, seguidas de joelhos, tornozelos e ancas. Ao contrário da Artrite Reumatóide, pode ter envolvimento da coluna vertebral e da bacia, assim como numa parte específica dos tendões que se denomina de entese. Pode causar inflamação ocular sob a forma de uveíte.

De uma forma geral, o envolvimento axial ou da coluna vertebral é mais frequente no género masculino e o envolvimento de várias articulações (poliarticular) e simétrico (semelhante por exemplo na mão direita e esquerda) é mais frequente no género feminino.

Qual a causa?

A causa é desconhecida. Ocorre uma desregulação do sistema imunitário, havendo uma reação deste sistema contra estruturas do próprio indivíduo.

Quais as manifestações?

A AP tem manifestações muito distintas de doente para doente e, por vezes, as manifestações alteram-se ao longo da vida no mesmo doente. Existem vários subtipos, de acordo com o tipo e número de manifestações envolvidas.

De uma forma geral, os doentes podem sentir:

  • desconforto, dor, tumefação ou rigidez em uma ou mais articulações (denominado de artrite)
  • dor e tumefação de dedos das mãos ou dos pés (“dedos em salsicha” – denominado de dactilite)
  • desconforto, dor ou tumefação sobre os tendões (denominado de entesite)
  • sensação de desconforto e rigidez na coluna cervical, dorsal, lombar e bacia, após períodos de repouso e que aliviam com os movimentos
  • cansaço generalizado
  • alterações na pele típicas de Psoríase
  • alterações das unhas típicas de Psoríase (Psoríase ungueal)

        

                 Psoríase ungueal                              Dactilite ou “dedo em salcisha

Os sintomas variam de ligeiros a extremamente incapacitantes e podem ter um início súbito com envolvimento de várias articulações e várias entesis inflamadas no mesmo doente.

Qual a relação entre Artrite Psoriásica e Psoríase?

Estima-se que 5 a 8% das pessoas com Psoríase Cutânea tenham manifestações de AP. Nos casos com Psoríase grave o desenvolvimento de artrite chega aos 40%.

Na maioria dos doentes (67%), a Psoríase antecede a artrite numa média de de 8 a 20 anos. Em 15 a 20% dos casos, a artrite surge antes do aparecimento da Psoríase. Pode surgir AP apenas com história familiar de Psoríase. O início simultâneo de Psoríase e artrite é raro.

Os fatores que aumentam o risco de um doente com Psoríase desenvolver artrite incluem a presença de lesões nas unhas, o envolvimento cutâneo mais extenso (quanto à área de pele afetada), a história familiar de AP e a presença de Psoríase no cabeludo e a região interglútea ou perianal.

É importante salientar que as pessoas com Psoríase também podem ser afetadas por outras doenças articulares, como a Artrite Reumatóide ou a Osteoartrose.

Como se faz o diagnóstico?

O diagnóstico deve ser o mais precoce possível, tendo em vista o início atempado do tratamento. Este fator é essencial uma vez que permite evitar o dano nas articulações que artrite pode provocar se levar muito tempo sem ser tratada.

O diagnóstico é essencialmente clínico, ou seja, com base na observação médica. No entanto, é habitual realizar um estudo laboratorial que inclui parâmetros de inflamação no sangue (velocidade de sedimentação e proteína C reativa), radiografias das articulações envolvidas e, ocasionalmente, ecografia articular.

Como se trata?

A abordagem da AP engloba a ação de vários profissionais de saúde podem intervir em várias fases do tratamento, incluindo o Reumatologista, Dermatologista, Médico de Família, o Fisiatra, o Ortopedista, o Fisioterapeuta, o Terapeuta Ocupacional, o Nutricionista, o Podologista ou o Enfermeiro. O objectivo é controlar a dor e a inflamação, reduzir a progressão da doença, melhorar a incapacidade funcional e restaurar a função das articulações afectadas. 

As infiltrações intra-articulares de corticosteroides directamente na articulação é um método muito eficaz de controlar a inflamação numa fase precoce e quando existem poucas articulações envolvidas. A melhoria da dor e a recuperação da mobilidade são habitualmente rápidos, e os efeitos secundários são mínimos.

Os anti-inflamatórios, os analgésicos e os corticosteróides orais em doses baixas também são utilizados.

O tratamento específico da AP inclui medicamentos modificadores de doença que podem ser utilizados isoladamente ou em combinação. Os fármacos mais usados são metotrexato, leflunomida, sulfassalazina e ciclosporina. O início precoce do tratamento é recomendado para controlar os sintomas bem como diminuir o risco de deformidades e erosões. Actualmente o estado português fornece uma comparticipação a 100% de metotrexato e leflunomida, algo muito importante na aderência a estes fármacos. Existe a formulação oral e sub-cutânea no caso do metotrexato

Doentes que não têm resposta eficaz aos tratamentos prévios e que se mantêm doença com actividade inflamatória activa, pode ser elegíveis para iniciar agentes biotecnológicos. Estão aprovados para o tratamento da AP os seguintes fármacos: fármacos inibidores do fator de necrose tumoral ou anti-TNF (infliximab, adalimumab, etanercept, golimumab, certolizumab), anticorpo monoclonal IL12/IL23 (ustecinumab), anti-receptor da interleucina 17 (secucinumab) e inibidores da JAK cinase (tofacitinib). Estes tratamentos são sub-cutâneos, endovenosos ou orais.

O programa de reabilitação dirigido (fisioterapia) tem um papel complementar importante. É eficaz no alívio da dor e da rigidez articular, permitindo o ensino de exercícios e a correção de gestos e posturas que podem prevenir outros problemas futuros.

Artigos relacionados

Psoríase: uma pele livre de lesões? Sim, é possível!

Psoríase: uma doença com história e muitos preconceitos

Tipos de psoríase

Foto: 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Tratamento
A Doença Vascular Cerebral continua a ser a principal causa de morte e incapacidade permanente em Po
Pés descalços e andarilho

Ainda que o tratamento na fase aguda seja de extrema importância, o tratamento dos doentes com acidente vascular cerebral vai para além da fase aguda. É também importante a prevenção e tratamento de complicações, a prevenção de recorrência e, fundamentalmente, o investimento na reabilitação.

A prevenção de complicações começa na fase aguda com aplicação de medidas para evitar o tromboembolismo venoso, a identificação precoce de existência de disfagia (dificuldade em engolir) e o controle dos valores de pressão arterial e glicemia.

A prevenção de recorrência começa com o tratamento antitrombótico, sempre que indicado, iniciado na fase aguda, mas prolonga-se para além deste período, para o resto da vida. Adicionalmente a adoção de estilo de vida saudável: praticar exercício físico regular; não fumar; não consumir bebidas alcoólicas em excesso; adotar uma dieta pobre em gorduras e sal; e ainda o controlo de fatores de risco vascular, vigiando e mantendo dentro dos valores-alvo a glicemia e a pressão arterial, a correção de dislipidemia (desregulação dos níveis de lípidos no sangue) e a manutenção de terapêutica antitrombótica adequada.

A reabilitação tem um papel essencial no tratamento do doente com AVC, sendo por vezes relegada para segundo plano. A reabilitação é indispensável no processo de recuperação precoce dos défices e na preparação para a reintegração social do doente. Tem início nos primeiros dias, ainda durante a permanência na Unidade de AVC/enfermaria. Nesta fase é importante a identificação dos défices, de modo a evitar complicações graves, no caso de serem ignorados. Por exemplo, é de extrema importância identificar as alterações da deglutição, pelo que a todos os doentes com AVC deve ser feito o teste de disfagia nas primeiras 24 horas, ou assim que é iniciada a alimentação. A não identificação com prevenção deste défice pode levar a episódios de aspiração silenciosa com posterior evolução para pneumonite/pneumonia de aspiração, que no caso do doente com AVC, já debilitado, poderá ter consequências catastróficas. Além das limitações motoras, mais fáceis de reconhecer, é importante não descurar as alterações de linguagem, com efeitos devastadores na capacidade de comunicação do doente e integração social. Neste caso podem surgir diversas limitações quer a nível da compreensão, quer da expressão, ou mesma da leitura ou da escrita, e até no cálculo, que sempre que identificadas devem, o mais precocemente possível, orientar os doentes para a terapia dirigida.

Faz também parte dos cuidados pós AVC a avaliação das condições ao nível da habitação, para identificar quais as correções e adaptações necessárias para tornar o domicílio seguro e funcional, aquando do regresso a casa. Após o regresso a casa é importante o papel do cuidador, garantindo a terapêutica e a manutenção de um estilo de vida saudável, assim como na adesão e colaboração com o programa de reabilitação, previamente definido.

Numa fase mais tardia, surgem outros sintomas menos valorizados, mas muito importantes e com efeito na qualidade de vida do doente. A fadiga (reportada por cerca de 50 por cento dos doentes), a apatia (queixa frequente em mais de 50 por cento dos doentes), a depressão (diagnosticada em mais de um terço dos doentes) e os quadros álgicos são sintomas frequentemente relatados, mas na maioria das vezes difíceis de tratar.

Assim é importante lembrar que após a fase aguda e a alta hospitalar, existe ainda um longo caminho para os doentes que sofreram um AVC. Além da necessidade de reabilitação, que assume um papel preponderante a vários níveis (recuperação funcional, cognitiva e psicossocial, integração social, melhoria de qualidade de vida, manutenção de atividade e grau de independência), é ainda fundamental um acompanhamento médico regular e atento, no sentido de identificar e corrigir complicações mais tardias, assim como tratar e controlar os fatores de risco vascular. É também essencial um cuidador dedicado que ajude na adesão à terapêutica farmacológica e na modificação do estilo de vida, fundamental para controlar os fatores de risco vascular.

Artigos relacionados

O tratamento do AVC: onde estamos e para onde vamos?

Sequelas do Acidente Vascular Cerebral (AVC)

Depois do AVC, o que fica?

Foto: 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Heart Center
Coração e cérebro: separados pela anatomia, unidos quando se trata do acidente vascular cerebral (AVC), explica Vítor Oliveira,...

No mesmo espaço, faz-se uma abordagem conjunta dos problemas comuns aos dois órgãos. “Dispondo dos mais modernos meios de diagnóstico onde se incluem TAC, Ressonância Magnética, entre outros, permite uma grande eficácia nas atitudes quer diagnósticas quer terapêuticas e, portanto, actuando na melhoria da qualidade de vida das pessoas”, afirma o médico neurologista.

Quer sejam pessoas já com situações definidas, quer ainda numa perspectiva de rastreio e identificação atempada de situações de risco, “o centro está aberto para todos: os que já tenham sofrido um AVC de qualquer tipo ou apenas um evento suspeito de doença vascular cerebral, isto na perspetiva de identificação e tratamento adequado evitando o pior.

Ou seja, refere Vítor Oliveira, “beneficiarão as pessoas com situações associadas a maior probabilidade de ter um AVC, com os chamados ‘fatores de risco’, entre os quais a hipertensão arterial, diabetes, obesidade, fumadores ou ex-fumadores e pessoas mais idosas e com doenças cardíacas”. O grande objetivo é, reforça, “prevenir a ocorrência de AVC, sobretudo nas pessoas em maior risco, mas também avaliar e acompanhar os doentes que já tiveram um AVC prevenindo a ocorrência de um novo evento. Devemos ter sempre presente que a atitude mais eficaz é a prevenir.”

O especialista termina ao alertar que “no caso de: boca ao lado, falta de força num braço e dificuldade em falar não hesite em contactar o 112.”

 

 

Páginas