Patologias atingem mais de metade dos portugueses
As doenças reumáticas (DRM) incluem mais de 150 doenças ou síndromes e cada vez mais portugueses são afetados por uma delas. Os...

A Organização Mundial da Saúde estima que as doenças reumáticas e músculo-esqueléticas representam cerca de metade da prevalência de doenças crónicas em pessoas com idade acima dos 50 anos e são a categoria mais destacada no grupo das doenças não transmissíveis. Portugal não escapa a esta tendência já que os números associados a algumas das mais de 150 doenças ou síndromes de natureza reumática são significativos, quer ao nível do número de pessoas afetadas, quer no impacto provocado na economia da saúde pública, representando custos para o Estado acima dos mil milhões de euros.

De acordo com os dados da Rede Referenciação Hospitalar de Reumatologia relativos a 2015, em Portugal, mais de metade (51,8%) da população não tem acesso à especialidade de reumatologia, pelo que os especialistas apelam à necessidade de “reforçar o número de unidades hospitalares com serviço de Reumatologia e de quadros técnicos e recursos humanos especializados. Sem esquecer a importância que atribui ao diagnóstico precoce das DRM, como é o caso da Artrite Reumatoide cujo diagnóstico precoce pode representar uma poupança média anual por cada novo caso de, aproximadamente, 30%”.

Segundo Luís Cunha Miranda, Presidente da Sociedade Portuguesa de Reumatologia “a falta de planeamento e vontade política tem sacrificado a vida plena de milhares de doentes reumáticos que não têm acesso à especialidade”.

Apenas cinco hospitais no país têm o quadro completo de especialistas: são eles o Hospital de Santa Maria, o Centro Hospitalar Lisboa Oeste, o Hospital Garcia da Orta, o Ponte de Lima e o Hospital S. João. 16 hospitais não têm sequer a especialidade.

Os custos para o Estado com doentes que sofrem de DRM ultrapassam os mil milhões de euros, só na vertente laboral e de segurança social. Mas os números são mais abrangentes uma vez que também envolvem, aproximadamente, 204 milhões de euros, anuais devido ao absentismo e 910 milhões de euros devido a reformas antecipadas. Estima-se que os doentes afetados com DRM tenham uma despesa individual com a doença na ordem dos 500 euros, por oposição aos 250 euros gastos com saúde pelos indivíduos que não sofrem de DRM.

A SPR defende que “a solução para o problema será a criação de um novo plano nacional de saúde para estas doenças, que decorreu de 2004 a 2016 e que deixou inexplicavelmente de existir e a implementação da Rede de Referenciação Hospitalar de reumatologia, atualizada em 2015, que carece de execução e que o deveria ser conforme propostas concretas que a Sociedade Científica fez ao Ministério da Saúde, ACSS e ARSs”.

 

Conselho de Enfermeiro
As pessoas mais velhas, principalmente depois dos 75 anos, têm maior risco de cair e de ter fraturas

Para sua proteção siga os seguintes conselhos:

  • Use calçado seguro, isto é, bem preso ao pé e com sola antiderrapante.
  • Cuidado com os chinelos
  • Utilize uma luz de presença à noite em sua casa
  • Conheça os efeitos dos medicamentos que toma, por exemplo se está a tomar algum medicamento à noite que o faça urinar; veja com a sua equipa de saúde se é possível alterar a hora
  • Mantenha os tapetes e fios fixos em sua casa e o chão seco e livre de obstáculos
  • Faça um rastreio à sua visão e audição
  • Muito importante é também a prática de ATIVIDADE FÍSICA REGULAR de intensidade moderada, durante pelo menos 30 minutos, vários dias por semana, como por exemplo uma caminhada.

Seja saudável! Proteja-se, e evite quedas.


*Um Conselho de Enfermeiro é um espaço da responsabilidade da Secção Regional Centro da Ordem dos Enfermeiros.

Saiba mais na página: https://www.facebook.com/OrdemEnfermeirosSRCentro/

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Opinão
A obesidade é um problema que atinge todos os países no mundo.

A obesidade calcula-se através da medida do Índice de Massa Corporal que se encontra através da divisão do peso em quilos pela altura ao quadrado, dando-nos assim um score, cujo valor médio varia entre 18,5 e 24,9 e 30 kg´s/m2. São considerados obesos grau I entre 30,1 e 34,9 e entre 35 e 39,9 obesidade grau II. Acima dos 40 é obesidade de grau III ou mórbida.

O número da população obesa total no Mundo é de aproximadamente 2 biliões de pessoas e, cerca de 3 milhões morrem anualmente com esta doença. Em relação à diminuição da esperança de vida neste grupo de pessoas, existe também a diminuição da qualidade de vida pois esta encontra-se bastante afectada pela existência de várias doenças associadas. Algumas que podem afetar estas pessoas como a doença cardiaca, a diabetes, apneia de sono, osteoartrite, doença renal, hipertensão arterial e mesmo determinados cancros onde impera a discriminação e onde a auto-estima se encontra num patamar muito baixo, levando à falta de realização social.

O tratamento da obesidade, depois de descartadas todas as suas causas, passa sempre por alterações comportamentais. É por isso um tratamento multidisciplinar que engloba uma alteração dietética, psicológica, e por vezes cirúrgica, com intervenções de Gastrenterologia a intervenções de Cirurgia Geral quando as duas primeiras falham em fazer perder peso, que é essencial para melhorar a qualidade e aumento da esperança de vida das pessoas.

 

Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Saúde Mental
Apesar da sua gravidade, raramente um doente com uma perturbação de personalidade procura ajuda tera
Homem depressivo com as mãos na cara

Personalidade é a forma como cada um de nós pensa, sente e age, trata-se de um conjunto de caraterísticas que nos distingue dos outros e nos torna únicos. Assim sendo, podemos dizer que a nossa Personalidade é o resultado de várias influências sejam elas do meio em que nascemos, da genética que carregamos ou das experiências que vamos acumulando ao longo dos anos.

Porém, quando  determinados traços de Personalidade se tornam inflexíveis podemos falar em perturbações da Personalidade. O efeito principal destas perturbações faz-se sentir na forma de pensar, no estado de humor, nos relacionamentos interpessoais e ainda no controlo de impulsos.

A perturbação da Personalidade é estabelecida quando se cumprem determinados critérios, sendo eles, o desvio marcado de traços personalísticos causando sofrimento no próprio e naqueles com quem interage, a transversalidade a várias situações e dimensões da vida da pessoa e ainda o facto das características serem globais, estáveis e reconhecíveis desde o final da adolescência.

Estas Perturbações são comumente dividas em três grupos: ao grupo A pertencem as perturbações cujos pacientes têm comportamentos estranhos ou excêntricos; do grupo B fazem parte os pacientes com comportamentos dramáticos, emocionais ou erráticos; já  o grupo C é caracterizado por pacientes com comportamentos ansiosos ou apreensivos.

Não obstante a gravidade deste tipo de perturbações, é raro estas serem o principal motivo e queixa clínica para a procura de ajuda terapêutica e consequente marcação de uma consulta de avaliação e diagnóstico. Na sua grande maioria são os sintomas ansiosos ou depressivos que levam uma pessoa a procurar tratamento psicoterapêutico. E neste sentido é preciso abordar a importância de uma avaliação profunda que pode mesmo chegar à conclusão que o problema reside, não de uma perturbação de personalidade cujo diagnóstico assenta numa rigidez de pensamento e num padrão inadequado de comportamentos, mas sim em comportamentos e pensamentos negativos do domínio ansioso e/ou depressivo.

Nestes casos em particular, é muito importante que se estabeleça um plano psicoterapêutico que permita ao paciente obter alterações duradouras e significativas não só dos seus comportamentos e emoções como também dos  pensamentos que lhe estão a provocar sofrimento.

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A Depressão não é seletiva

Perturbação de pânico: metade dos doentes sofre de depressão

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Doentes crónicos e terminias
Em vésperas do Dia Mundial dos Cuidados Paliativos, que se assinala este sábado, dia 12 de outubro, o presidente da Associação...

Estima-se que em Portugal existam cerca de 800 mil cuidadores informais, isto é, indivíduos que cuidam em sua casa de pessoas dependentes sem qualquer tipo de apoio ou sequer proteção social. “A regulamentação deste Estatuto é fundamental para que estas pessoas possam começar a usufruir dos apoios e da proteção definidas pela Lei n.º 100/2019”, refere o também médico e docente da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto.

“O cuidador informal assume-se como uma peça-chave na prestação de cuidados, sendo o elo de ligação ao pessoal clínico para que todo o processo de cuidado funcione da melhor forma”, sublinha Rui Nunes. Para o presidente da APB, “estas pessoas acabam por, também elas, carecer de apoio e cuidados, pois, não raras vezes, têm uma ligação afetiva e emocional muito forte ao doente”.

Recorde-se que no passado mês de julho o Parlamento aprovou a criação do Estatuto do Cuidador Informal, o qual institui várias medidas de apoio ao cuidador, desde subsídios por assistência à 3.ª pessoa até apoios sociais para a compra de equipamentos ou apoio domiciliário. O diploma foi publicado no início de setembro em Diário da República e o Governo dispõe, a partir dessa data, de quatro meses para regulamentar o estatuto.

“Julgo ser importante alertar para esta regulamentação para que possamos prestar melhores cuidados aos doentes crónicos e terminais”, alerta Rui Nunes. Para o professor da FMUP, “é sobretudo uma questão de dignidade humana e de justiça social que está em jogo”. “Estamos a falar de pessoas que na maioria dos casos abdica da sua vida pessoal e profissional para cuidar do bem-estar de doentes de cuidados paliativos”, acrescenta.

Recorde-se que a atividade das pessoas que cuidam em casa de idosos, de indivíduos com demência ou com doenças crónicas e de crianças com patologias graves valerá em Portugal quase 333 milhões de euros por mês, cerca de 4 mil milhões de euros por ano. Este é o valor económico das horas de trabalho dos cuidadores informais estimado num estudo recente pedido pelo anterior Governo.

 

Visão
A presbiopia é uma consequência natural do envelhecimento.
Homem com dificuldade visual para ler livro

"Quando leio, os braços ficam cada vez mais esticados".

É assim que, frequentemente, as pessoas afetadas descrevem o fenómeno da presbiopia, também designada de presbitismo. Para, por exemplo, conseguir ler claramente as letras num livro, é necessário mantê-lo bem afastado dos olhos e, muitas vezes, os braços não são suficientemente compridos.
A presbiopia é uma mudança fisiológica que ocorre com a idade em que a flexibilidade do cristalino diminui, e é um fenómeno inevitável. Com o avançar da idade, o cristalino perde elasticidade, e o poder de acomodação dos olhos reduz-se. Para além disso, o músculo ciliar perde a capacidade de se contrair para movimentar as cartilagens do cristalino.

O valor de refracção dos olhos é medido em dioptrias. Aos 40 anos de idade, este valor é, em média, de 6 dioptrias. Até aos 48 anos, este valor diminui para cerca de 3 dioptrias e, aos 64 anos, é de apenas 1 dioptria. Os sintomas da presbiopia podem, portanto, começar a fazer-se sentir a partir dos 40 anos. Contudo, o momento exato do seu aparecimento depende de diversos outros factores, tais como os erros de refracção. Assim, uma pessoa míope, por exemplo, só necessita de correção mais tarde, uma vez que no seu caso o cristalino não precisa de se arquear tanto para se adaptar à proximidade como no caso de uma pessoa com hipermetropia.

Quais as causas da presbiopia?

Um olho saudável acomoda-se perfeitamente à refracção da luz, tanto ao perto como ao longe. À medida que envelhece, o cristalino torna-se menos elástico e, ao mesmo tempo, os músculos oculares perdem flexibilidade. O olho perde a capacidade de focar nitidamente as imagens dos objetos próximos, porque estas se formam atrás da retina e não sobre ela.

Embora o resultado desta anomalia seja semelhante ao da hipermetropia, as causas são diferentes.

Quais os sinais de alerta?

  • Dores nos olhos durante a leitura;
  • Impossibilidade de focar os objetos que se encontram mais próximos durante períodos prolongados;
  • As letras impressas só são claramente reconhecidas quando mantidas suficientemente afastadas dos olhos;
  • Dores de cabeça;
  • Os olhos ficam rapidamente cansados;
  • Vista desfocada

Como pode ser corrigida?

Lentes bifocais

Para a correção da presbiopia utilizavam-se, até há pouco, as lentes bifocais. Estas lentes dispõem, na parte inferior, de uma porção de potência apropriada para leitura e visão de perto, separada por uma linha. Aliás, foi Benjamin Franklin que descobriu as lentes bifocais, quando tentava encontrar uma solução prática para o seu problema de visão. Entretanto, existem já as lentes progressivas, que não corrigem apenas a visão de perto e a de longe, mas também todas as áreas intermédias. Nestas lentes já não se vê a linha de separação.

Óculos de leitura

Aqueles que não são míopes nem presbitas, podem corrigir a presbiopia com óculos de leitura. Estes são compostos de lentes de foco único e possibilitam uma boa visão de perto. As pessoas com miopia podem também usá-los em conjunto com lentes de contacto. Os óculos de leitura não devem ser comprados em qualquer lado, mas antes indicados pelo seu oftalmologista à sua situação individual, de forma a evitar a ocorrência de "efeitos secundários" indesejáveis (como dores de cabeça) decorrentes de uma correção inadequada.

Lentes de contacto

A presbiopia também pode ser corrigida através de lentes de contacto bifocais especiais, que possibilitam uma visão clara em todas as direções.

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Catarata no adulto

Glaucoma

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Visão
No Dia Mundial da Visão, Fernando Falcão Reis, Presidente da Sociedade Portuguesa de Oftalmologia (SPO), relembra que a...

“A assistência oftalmológica em Portugal tem sido desde sempre assegurada por oftalmologistas e as longas listas de espera para uma consulta da especialidade hospitalar resultam de uma opção política e não na falta de oftalmologistas. Em Portugal existem mais de 1.000 oftalmologistas, o que dá um ratio aproximado de 1 médico por 10.000 habitantes o que coloca Portugal entre os países da Europa com mais oftalmologistas, bem acima do ratio recomendado pela Organização Mundial de Saúde de 1 por 15.000 habitantes. Ao contrário do divulgado, formar mais oftalmologistas não resolverá o problema das listas de espera se os novos médicos optarem, como tem acontecido até à data, por abandonar SNS. Parece evidente que a solução passa por envolver os médicos que estão fora do SNS na prestação de cuidados de saúde primários,” começa por explicar o presidente da SPO.

“Nos últimos anos tem havido uma indisfarçável pressão em várias frentes, também na frente política, para incluir a classe dos técnicos optometristas na área da prestação dos cuidados da saúde. Os auto designados ‘especialistas da visão’, apesar da usurpação do termo especialista, habitualmente percebido em contexto de saúde como sinônimo de médico, e da ambiguidade da palavra visão, na confusão que gera com ‘aparelho visual’ não conseguiram conquistar a confiança da população. Falta de confiança que se explica na base das várias insuficiências que os técnicos exibem pela ausência de formação médica adequada. Falta de confiança que radica, também e sobretudo, na ligação entre os técnicos optometristas e a atividade comercial nas lojas de óculos,” acrescenta.

A SPO considera que a presença constante de entrevistas e de artigos sobre patologias oculares assinados por estes ‘especialistas da visão’ nos meios de comunicação social constitui uma ameaça à saúde pública. E, segundo explica o representante da SPO: “não só pelas imprecisões, quando não erros científicos, que propalam. Mas sobretudo porque tem sido preocupante verificar que a presença mediática tem tido como objetivo, não o esclarecimento das pessoas, mas tão somente promover a atividade dos inúmeros consultórios de ‘especialistas’ espalhados por todo o país”

“Zelar para que não seja posta em risco a saúde das pessoas é um dever a que SPO está obrigada por estatuto. Assim, é neste contexto, de defesa da saúde ocular dos portugueses, que a SPO decidiu avançar com a associação COESO – Consultórios de Especialistas de Oftalmologia.”

Fernando Falcão Reis explica que a COESO persegue 3 objetivos principais:

  • Incentivar a abertura e instalação de consultórios privados autónomos e independentes através da facilitação do início da actividade de jovens especialistas fornecendo apoio para a abertura de consultórios em todo o território nacional.
  • Criar uma rede de consultórios, agregando o maior número de oftalmologistas de modo a garantir uma efetiva cobertura nacional. Está já desenvolvida, e pronta a funcionar a partir de janeiro de 2020, uma aplicação de marcação de consultas para os médicos aderentes. Qualquer pessoa em qualquer parte do país pode encontrar um especialista por geo-localização ou por nome do médico especialista.  Deste modo as pessoas terão a certeza de ser atendidas por um médico especialista e não por um ‘especialista da visão’.
  • Estabelecer um protocolo com o SNS de modo a garantir uma consulta de proximidade a toda a população portuguesa. Argumentos a favor do estabelecimento de um tal protocolo não faltam. Regiões com menos de 15.000 pessoas, afastadas dos principais centros urbanos, sem oferta de serviços de oftalmologia no SNS ou nos hospitais privados estão condenadas a ver perpetuada esta situação por incapacidade do Estado e desinteresse dos privados. Os custos com deslocações constituem um fardo para os doentes e um encargo assinalável para o Estado. Custos que ultrapassam em muito o custo previsível de uma consulta. A triagem pré-hospitalar passaria a ser feita efetiva e eficazmente. O seguimento após intervenções hospitalares passaria a ser feito em proximidade. Os optometristas que dão “consultas” que podem colocar em perigo a visão, ou mesmo a saúde dos doentes, seriam menos procurados.

A SPO está certa que “O ministério da Saúde não deixará de se pronunciar sobre o potencial de um projeto como este que a Sociedade Portuguesa de Oftalmologia, por intermediação da COESO, consubstancia. A COESO aspira a ser o interlocutor que o Ministério da Saúde deseja para a implementação da, sempre adiada, rede nacional de cuidados primários em oftalmologia a que todos portugueses tenham acesso.”

 

Tratamento pós-transplante
No âmbito do Dia Europeu da Doação de Órgãos e Transplante, que se assinala no próximo dia 12 de outubro, a Associação de...

Existe ainda uma resposta insuficiente da parte dos organismos públicos, com listas de espera longas que acarretam custos avultados a quem opta por realizar o tratamento no privado

Em 2017 foram feitos 34 transplantes pulmonares, mais do dobro de 2015. Este aumento do número de transplantes, apesar de positivo, torna difícil a resposta após a alta hospitalar. O Centro Hospitalar Lisboa Central (CHLC) é o único onde são efetuados os transplantes pulmonares em Portugal. “Apesar do número de transplantados pulmonares em 2018 não superou o número do ano anterior, 2019 está a superar as expectativas”, afirma Manuel Francisco presidente da ATPP.

“A Reabilitação Respiratória é um tratamento recomendado no pré e no pós-transplante, mas nem todos os transplantados pulmonares têm acesso a esta terapia, principalmente após a alta hospitalar. As listas de espera são demasiado elevadas para quem precisa de cuidados diários a este nível e o SNS não consegue dar uma resposta eficaz”, acrescenta o presidente da ATPP.

“Um maior envolvimento e sensibilização da comunidade médica e dos prestadores de saúde na comunidade para esta problemática torna-se imprescindível, de forma a aumentar a qualidade de vida dos transplantados pulmonares, através de uma referenciação mais eficaz para centros de Reabilitação Respiratória”, conclui o presidente da associação. 

O transplante pulmonar está indicado em doentes com doença pulmonar crónica terminal sob terapêutica médica otimizada e que não apresentem contraindicações. Devem ser considerados os doentes que tenham uma elevada morbilidade por doença pulmonar mas também com grande probabilidade de sobrevida após o transplante.

De acordo com dados apresentados pelo último relatório do Observatório Nacional das Doenças Respiratórias, o Programa de Transplante Pulmonar tem crescido de forma consistente nos últimos dez anos. Num total de 208 transplantes pulmonares, 192 foram realizados desde 2008. Tem-se verificado um aumento gradual de transplantes e em 2017 foram efetuados 34 (3,4/milhão de habitantes) colocando o CHLC ao nível daqueles que mais transplantam a nível internacional.

O último Relatório de análise da capacidade instalada de reabilitação respiratória nos hospitais do Serviço Nacional de Saúde, elaborado pela Direção Geral de Saúde, conclui que os programas de Reabilitação Respiratória atualmente existentes são insuficientes para dar resposta à população de doentes elegíveis para beneficiar deste tratamento. Entre as causas apontadas para esta insuficiência destacam-se o número reduzido de centros, a sua centralização nas instituições hospitalares e, em muitos casos na sua fraca capacidade instalada, no que se refere à captação de doentes. No mesmo relatório considera-se necessária uma maior capacidade de resposta ao nível da oferta de Reabilitação Respiratória em Portugal, embora o reforço dos serviços existentes e/ou sua ampliação possa representar uma dificuldade de natureza orçamental, face aos recursos necessários (humanos, financeiros e de infraestruturas).

Para fazer face às necessidades previsíveis seria necessário uma mudança de paradigma neste tipo de reabilitação em Portugal, com evolução para a prestação de Reabilitação Respiratória na comunidade, com outros parceiros, possibilitando a prestação deste serviço em contextos alternativos mais próximos do doente, tais como os Cuidados de Saúde Primários, a comunidade ou mesmo o próprio domicílio, com uma interação continuada entre o doente, o seu médico e as equipas de reabilitação.

Opinião
As doenças oftalmológicas são frequentes em pessoas de qualquer idade, desde as crianças até aos ido

Na criança, a detecção precoce de condições que possam dificultar o normal desenvolvimento da visão pode levar a ambliopia, em que há uma perda de visão que poderia ser prevenida caso tivesse havido uma detecção e tratamento precoces. A ambliopia pode ser uma consequência do estrabismo, de opacidades do olho (como a catarata congénita) ou de erros refractivos não corrigidos (habitualmente com óculos). Todas estas condições podem ser identificadas precocemente e o seu impacto na visão radicalmente diminuído. Nos primeiros meses e até ao primeiro ano de vida, esta avaliação é muitas vezes realizada pelos pediatras e médicos de família. No entanto, aos 3 anos e antes da entrada no 1º ano da escolaridade obrigatória deve haver uma avaliação por Oftalmologia para poder identificar (e tratar) alterações que prejudiquem o desenvolvimento da visão da criança. 

Também no adulto, há várias doenças oculares que é importante serem identificadas precocemente. As três principais doenças no nosso país que podem levar a perda de visão são a diabetes ocular, o glaucoma e a degenerescência macular da idade. A catarata é também frequente, mas, na grande maioria dos casos, a perda de visão é reversível com cirurgia.

Infelizmente, nem todas estas doenças levam a sintomas numa fase precoce da doença. O glaucoma, por exemplo, que leva a perda irreversível da visão, normalmente não dá sintomas até fases avançadas da doença. Por isso mesmo, é de extrema importância uma detecção precoce para que se possa prevenir essa perda visual.

A melhor forma de cuidar da sua Saúde Visual é através de avaliações regulares por Oftalmologia. Estas devem ser regulares nas crianças jovens, e no adulto deve haver uma avaliação oftalmológica completa aos 40 anos de idade, quando sinais precoces das doenças podem já existir. Caso haja história familiar de doenças oculares ou doenças como diabetes esta avaliação deve ser realizada mais cedo. Após essa idade, se tudo estiver bem, convém ter avaliações anuais ou bianuais após os 60-65 anos de idade, quando aumenta o risco de desenvolver doenças oculares. 

No próximo dia 10 de Outubro, Dia Mundial da Visão, vão decorrer por todo o país várias ações de rastreio oftalmológico onde pode conhecer melhor o estado da sua Saúde Visual.

 

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Obesidade
A dias de se assinalar o Dia Mundial da Obesidade e num momento em que a percentagem de obesidade, em conjunto com excesso de...

Para assinalar este momento, nos próximos dias 10 e 11, o HCV promove, nas suas instalações em Benfica, uma ação de sensibilização com rastreios gratuitos ao controlo de peso em que todos são convidados a saber seu risco de doença metabólica.

Segundo Rodrigo Oliveira, coordenador do departamento de Cirurgia Bariátrica e Metabólica do HCV, “obtivemos este reconhecimento de centro multidisciplinar de tratamento da obesidade porque dispomos de infraestruturas físicas, recursos técnicos e humanos capazes de proporcionar uma resposta eficaz ao nível de avaliação, tratamento e acompanhamento completo de casos graves de obesidade. A nível de recursos humanos, o centro é composto por cirurgião geral e do aparelho digestivo, anestesistas, enfermeiros, endocrinologistas, nutricionistas, psicólogos, e outras tantas especialidades como pneumologia, cardiologia, psiquiatria ou cirurgia plástica quando o caso se justifica.”

O coordenador acrescenta ainda que “decidimos também promover estes rastreios pois uma das primeiras formas de inverter os elevados números de obesidade em Portugal é dar importância do correto diagnóstico e tratamento da doença. Não tenho dúvidas que esse é o primeiro passo para o tratamento adequado e que esse passo pode ser dado aqui no HCV.”

 

Diagnóstico e tratamento
É considerado um tumor raro antes dos 40, estimando-se que atinja duas vezes mais os homens, sobretu
Médico a realizar ecografia renal

O cancro dos rins é uma neoplasia maligna que afeta as células dos túbulos renais, com compromisso da função renal e que, em casos avançados, pode atingir órgãos distantes.

Embora a sua incidência seja variável, têm-se assistido, nos últimos anos, a um aumento do número de casos, estimando-se que o tumor renal represente cerca de “2 a 3% de todos os tumores sólidos possíveis no corpo humano”.

De acordo com Tiago Bilhim, Radiologista de Intervenção, “a incidência tem aumentado à custa do maior uso de técnicas de imagem radiológicas como a ecografia e a tomografia computorizada”. É que, embora as causas ainda sejam desconhecidas, existem alguns fatores de risco que parecem contribuir para o desenvolvimento da doença, como a exposição a agentes de contraste radiográfico.

Tabagismo, obesidade, diabetes ou a hipertensão arterial, assim como o uso crónico de analgésicos e história familiar da doença são outros dos fatores a ter em consideração.

Existem ainda algumas condições genéticas que predispõem a estes tumores. “Como a doença de Von Hippel-Lindau (VHL) e quando o gene da proteína plybromo-1 (PBRM-1) está afetado”, revela o especialista. Estes casos representam “uma minoria de todos os tumores renais” e são mais frequentes entre os 35 e os 40 anos de idade.

Entre os subtipos mais frequentes de cancro renal, estão os carcinomas com origem em células epiteliais - carcinoma de células renais ou células claras, papilares e cromofóbo – e que representam cerca de 85% de todos os tumores.

“Os restantes 15% dos tumores renais são: de células de transição (8%), nefroblastoma (5 a 6%), tumores dos ductos coletores (<1%), sarcomas (<1%) e carcinomas medulares renais (<1%)”, acrescenta o radiologista.

Maioria dos tumores do rim é diagnosticada de forma “acidental”

Atualmente, com a maior facilidade de realização de exames de imagem como a ecografia e a tomografia computorizada (TC), a maioria dos tumores do rim é diagnosticada de forma acidental, quando, por meio destes métodos de diagnóstico, se investigam queixas não relacionadas com o tumor do rim. Isto acontece porque, habitualmente, estes tumores não apresentam sintomas nas suas fases mais iniciais. Em estádios mais avançados podem cursar com dor lombar, presença de sangue na urina e massa abdominal palpável ou visível.

Febre, anemia e perda acentuada de peso podem estar presentes em alguns casos, pelo que devem servir de alerta de modo a permitir o diagnóstico atempado da doença.

“Apesar da maioria dos tumores renais levar anos a crescer, quanto mais cedo for identificado, maior a probabilidade de cura completa e menor o risco de o tumor voltar a aparecer ou e de se desenvolver doença à distância, com metástases noutros órgãos como o pulmão, cérebro ou ossos”, alerta Tiago Bilhim.

O seu diagnóstico é feito com recurso a técnicas de imagiologia como a ecografia, a tomografia computorizada (TC) ou ressonância magnética (RM). “Para avaliar a extensão do tumor e excluir metástases deve ser realizada um TC e/ou RM para melhor avaliação antes do tratamento”, acrescenta o especialista em radiologia de intervenção.

Quanto ao seu tratamento, existem várias técnicas que podem ser utilizadas. É o caso da cirurgia com remoção total do rim ou do tumor indicada sobretudo para tumores com mais de 3 centímetros.

“Para tumores renais até 3 centímetros, a ablação percutânea pode ser a melhor opção de tratamento”, admite Tiago Bilhim referindo que “as técnicas minimamente invasivas guiadas por imagem, como a ablação por tomografia computorizada, são uma alternativa emergente que demonstrou ser segura e eficaz”, em tumores de pequenas dimensões. A vantagem é que esta técnica apresenta menos complicações e possibilita uma recuperação mais rápida, com menos dor e com menor risco de hemorragia do que a cirurgia. Pode ainda ser realizada em regime de ambulatório.

“Quando realizada por médicos radiologistas de intervenção com experiência em ablação de tumores é bastante segura e eficaz”, afiança o especialista.

Já a embolização arterial, feita para impedir a continuidade da irrigação sanguínea do tumor, “poderá estar indicada antes da cirurgia para reduzir a perda de sangue e facilitar o ato cirúrgico”. Pode ser utilizada ainda em situações em que o tumor cresceu demasiado e não é possível ser removido cirurgicamente para controlar a perda de sangue na urina.

No entanto, casos há em que basta manter o tumor sob vigilância. “Os tumores renais crescem muito lentamente na vasta maioria dos doentes, pelo que, em situações específicas, poderá optar-se por vigiar antes de tratar”, explica acrescentando que cabe aos especialistas em urologia e radiologia de intervenção “avaliar qual será a melhor opção de tratamento em cada caso”.

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Bolsa Jovens Investigadores em Dor
O projeto de investigação clínica intitulado "O Efeito da Infiltração Intra-articular de Leucocyte-Poor Platelet Rich...

O projeto consistiu na procura de estratégias terapêuticas conservadoras que permitam evitar ou protelar a cirurgia ortopédica em doentes com osteoartrose ligeira a moderada da anca e do joelho, através da infiltração intra-articular de derivados biológicos autólogos, obtidos e trabalhados no laboratório de Imunohemoterapia.

Este projeto de investigação encontra-se incluído no plano de atividades anual de investigação do Grupo Interdisciplinar de Medicina Regenerativa do CHULC, que foi fundado pelo Prof. Doutor Pedro Soares Branco no final de 2018 e que conta, atualmente, com mais de trinta doentes tratados com sucesso desde a sua conceção.

Com a atribuição desta bolsa, no valor de 10 mil euros, o grupo irá adquirir os reagentes laboratoriais necessários para iniciar o trabalho de campo deste projeto, que se prevê ter a duração de um ano.

A entrega do prémio realizar-se-á no âmbito do Colóquio da Fundação Grünenthal, a decorrer na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa, no próximo dia 10 de outubro.

 

Opinião
Em qualquer serviço de saúde, cada pessoa ou cada utente é observado por uma equipa multidisciplinar

Assim, os cuidados centrados na pessoa (CCP) refletem acima de tudo uma atitude e não um procedimento. Estes CCP implicam entender o utente, não apenas como uma pessoa doente, mas como alguém que desempenha um papel na sociedade, com uma experiência de vida, crenças, expectativas e necessidades próprias (psicológicas, culturais, religiosas, sociais, etc.), que influenciam a sua resposta perante a doença, a incapacidade e, eventualmente, perda de autonomia.

Desta forma os CCP, requerem que os responsáveis pelos serviços de saúde e os prestadores de cuidados de saúde:

  • Respeitem os valores e preferências dos seus utentes;
  • Promovam a autonomia na tomada de decisão dos seus utentes:
  1. Forneçam informação clara e em termos adaptados aos seus utentes, possibilitando que estes efetuem escolhas informadas, nas quais deverão ser envolvidos, dando-lhes o direito de decisão sobre a aceitação ou recusa;
  2. Ex: As opções terapêuticas não deverão ser impostas, mas utilizando uma comunicação adaptada ao utente, deverão ser explicadas as vantagens, riscos e inconvenientes da medicação ou tratamento a ser realizado, bem como as possíveis consequências da sua recusa.
  3. Atendam às necessidades de conforto e suporte emocional;
  4. Escutem os utentes;
  5. Respeitem a dignidade e a privacidade dos utentes;
  6. Reconheçam as necessidades específicas de cada utente, incluindo as necessidades culturais, espirituais e religiosas.

De facto, os Cuidados Centrados na Pessoa baseiam-se na comunicação efetiva entre os utentes e todos os membros da equipa prestadora de cuidados de saúde, formando e informando continuamente acerca do seu processo saúde-doença e incorporando a família sempre que necessário, na definição do plano individual de cuidados.

Por último, convidamos a visualizar um vídeo da Organização Mundial de Saúde sobre o tema em https://www.youtube.com/watch?v=pj-AvTOdk2Q


Autores:
Helena Junqueira, Centro Hospitalar de Leiria, EPE, Enfermeira Especialista em Enfermagem Médico-Cirúrgica
Pedro Quintas, Unidade de Cuidados na Comunidade Pombal, Enfermeiro Especialista em Enfermagem Comunitária

Foto: 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Distinção
A Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares (APAH), com o apoio da biofarmacêutica AbbVie, promove no próximo dia...

“Os projetos candidatos ao Prémio Healthcare Excellence são a prova da qualidade das nossas instituições de saúde, que com grande criatividade conseguem desenvolver e implementar ideias por vezes simples, mas com grande impacto. São ideias e projetos inovadores que permitem simultaneamente contribuir para a sustentabilidade da Saúde em Portugal e melhorar os cuidados prestados aos utentes”, explica Alexandre Lourenço, presidente da APAH.

Na cerimónia de entrega do Prémio serão apresentados os projetos finalistas e será distinguido o vencedor no que diz respeito ao aperfeiçoamento do serviço prestado aos doentes. Além da qualidade da apresentação final, a inovação e a replicabilidade em outras instituições de saúde são também critérios de avaliação. A decisão ficará a cargo do júri constituído por Margarida França, presidente do júri e presidente do conselho de administração do Centro Hospitalar Baixo Vouga (CHBV), Dulce Salzedas, jornalista da SIC, Maria José Costeira, médica neonatologista do Hospital da Senhora da Oliveira Guimarães e Ricardo Mestre, vogal do conselho diretivo da Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS).

No total, foram recebidas 12 candidaturas à 6ª edição do Prémio Healthcare Excellence, das quais seis serão apresentadas na cerimónia final. Entre os finalistas estão projetos do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC), Centro Hospitalar e Universitário de Lisboa Norte (Hospital Santa Maria), Hospital de Vila Franca de Xira, Centro Hospitalar e Universitário  de Lisboa Central (Hospital Dona Estefânia) e da associação de solidariedade social Aldeias Humanitar.

 

 

Iniciativa LPCC
Adelaide Sousa e Sofia Ribeiro são as madrinhas da primeira caminhada de prevenção e sensibilização para o Cancro de Mama, na...

Sob o mote “A Prevenção Toca a Todos” pretende-se, sobretudo, sensibilizar para a importância da deteção precoce da doença que, todos os anos, atinge 6000 pessoas, em Portugal.

A par da corrida em Lisboa, o Núcleo Regional do Sul da Liga Portuguesa Contra o Cancro organiza uma série de outras caminhadas em 19 localidades do sul do país: Peniche, Abrantes, Golegã, Moura, Vila Nova da Barquinha, Alcácer do Sal, Beja, Castro Verde, Évora, Ferreira do Alentejo, Mértola, Portalegre, Santarém, Seixal, Setúbal, Monforte, Nisa, Alvor/Portimão, Borba.

OUTUBRO é o mês internacional do Cancro de Mama e conta, ainda, com a evocação do DIA NACIONAL DA PREVENÇÃO DO CANCRO DE MAMA, no dia 30.

A Caminhada solidária do próximo dia 13 é uma iniciativa da Liga Portuguesa Contra o Cancro – NRS, através do Movimento Vencer e Viver, que conta com os apoios da Câmara Municipal de Lisboa, da Blueticket e das Águas do Vimeiro.

O valor do donativo para a realização da inscrição inclui oferta de água e t-shirt para usar no dia da caminhada. A Liga Portuguesa Contra o Cancro – NRS apela a uma forte adesão a esta iniciativa, de forma a transformar a caminhada numa gigante mancha rosa.

 

Enfermagem Oncológica
Os cuidados de enfermagem do Instituto Português de Oncologia de Lisboa Francisco Gentil (IPO Lisboa) foram reconhecidos pela...

A formação de enfermeiros no IPO Lisboa foi acreditada pela Ordem dos Enfermeiros. Desta vez foram reconhecidas as formações «Curso de Estomaterapia», «Integração de Enfermeiros na Instituição» e «Qualidade e Segurança na Administração de Medicação Antineoplásica» para efeitos de qualificação profissional.

Em Portugal, a valorização da enfermagem oncológica está intimamente associada ao IPO Lisboa, que desde a fundação teve a preocupação de ter enfermeiros com conhecimentos científicos e competências técnicas e humanas capazes de assegurar cuidados especializados aos doentes oncológicos.

A Escola Técnica de Enfermeiras do IPO, criada em 1940, foi pioneira no ensino da enfermagem e determinante para a qualidade dos cuidados aos doentes e para o prestígio da profissão no país.

Mais tarde, passou a chamar-se Escola Superior de Enfermagem Francisco Gentil e, em 2007, foi integrada na Escola Superior de Enfermagem de Lisboa. Grande parte dos enfermeiros do IPO Lisboa fizeram aí a sua formação e continuam a passar a cultura IPO às novas gerações, conclui o IPO Lisboa.

 

Recolha de produto
O Infarmed – Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde alerta que as Lojas Primark Portugal – Exploração, Gestão e...

De acordo com a Autoridade da Saúde,  a medida foi adotada pela Primark Limited – Ireland, por ter sido detetada a presença de microrganismos mesófilos aeróbios, num teor superior ao permitido.

A aplicação destes produtos pele lesada ou em contacto com as mucosas pode causar infeção ou irritação.

Pelo exposto, o Infarmed determina a suspensão da comercialização e retirada do mercado de todas as unidades dos referidos produtos e alerta os consumidores que possuam algum destes produtos para que não os utilizem.

 

 

Congresso
O uso de análises genómicas e biopsias líquidas no tratamento do cancro foi um dos temas em foco no congresso da Sociedade...

O congresso anual da Sociedade Europeia de Oncologia Médica, ESMO, acaba de fechar portas em Barcelona. Cinco dias em que foi possível apresentar e debater sobre os últimos desenvolvimentos na área do diagnóstico e tratamento do cancro. E em que a medicina personalizada esteve muito presente.

Uma das empresas que tem estado na vanguarda desta inovação e que a apresentou nestas jornadas é a OncoDNA, especializada em oncologia de precisão para o tratamento do cancro. A empresa esteve encarregada de realizar o debate ‘Medicina de precisão em oncologia na Europa: sonho ou realidade?’, que abordou o uso das plataformas de sequenciamento de última geração (NGS), biópsias líquidas, financiamento de perfis moleculares de diferentes sistemas nacionais de saúde europeus e a eficácia da oncologia de precisão contra o acesso limitado a medicamentos e sistemas de diagnóstico

Entre as conclusões que surgiram deste debate entre especialistas, falou-se sobre o impacto positivo da utilização de ferramentas que fornecem mais informações sobre o tumor de um doente usando a menor quantidade possível de amostra (tecido ou sangue). “Neste momento, a maioria dos oncologistas têm de limitar os seus testes devido à baixa disponibilidade de tecido tumoral que têm de cada doente. Em vez de se fazer o teste individual, devemos oferecer fórmulas que permitam multiplexar ou analisar o maior número de marcadores numa única análise”, diz Jean-François Laes, diretor científico e de operações da OncoDNA, além de participante do debate.

Do ponto de vista dos palestrantes, a chegada da biópsia líquida - um campo no qual a OncoDNA foi pioneira - foi de vital importância na oncologia de precisão, embora ainda esteja atrás da biópsia de tecido em termos de utilização na prática clínica.

Apoio ao financiamento

Juntamente com o Laes, os palestrantes da mesa foram: Philip Beer, especialista em oncologia de precisão em vários centros públicos e privados no Reino Unido; O professor Özlem Er, chefe do Departamento de Oncologia Médica do Hospital Universitário Maslak-Acibadem, em Istambul (Turquia); Professor Jesús García-Foncillas, diretor do OncoHealth Oncology Institute (Espanha); o  professor Marc Peeters, chefe do departamento de oncologia do Hospital Universitário de Antuérpia (Bélgica); e o professor Pascal Pujol, presidente da Sociedade Francesa de Medicina Personalizada e chefe de serviço do Hospital Universitário de Montpellier.

Todos concordaram que é necessário incentivar, de alguma forma, o uso de testes genómicos e biópsias líquidas com faixas de análises cada vez mais amplas na prática clínica diária. Principalmente para conhecer o perfil molecular completo de cada tumor e, assim, poder dar ao doente desde o início da sua doença um tratamento personalizado, com maior probabilidade de sucesso.

Alguns dos presentes garantiram que há uma solicitação urgente da comunidade médica para que surjam iniciativas de apoio financeiro para testes desse tipo. De facto, vários exemplos bem-sucedidos foram expostos, como a Mutualidade Liberal Belga, o projeto MDLUX no Luxemburgo e as companhias de seguros no Reino Unido. "Eles são essenciais para universalizar o acesso e garantir que a medicina personalizada em oncologia não seja um luxo, mas uma realidade para todos", diz Jean-François Laes.

Novidades no cancro do ovário

Ao longo da ESMO, foram apresentados vários estudos e relatórios nos quais a utilidade dos perfis moleculares no diagnóstico e tratamento oncológico, desde os estágios iniciais, tem sido corroborada. Um exemplo é o de três ensaios clínicos randomizados de fase III, cujos resultados estabeleceram o benefício dos inibidores da PARP como terapia inicial em casos de cancro do ovário. “Nos três ensaios, a sobrevida livre de progressão melhorou, o que foi maior para doentes com mutações nos genes BRCA1/2”, diz Adriana Terrádez, diretora geral do OncoDNA para Espanha e Portugal.

Em primeiro, a manutenção com niraparibe melhorou a sobrevida livre de progressão (SLP) para doentes com doença sensível à platina. No segundo, foi a manutenção com olaparibe combinada com bevacizumabe que fez o SLP melhorar. E no terceiro, essa melhoria foi alcançada adicionando um tratamento baseado em veliparibe à quimioterapia inicial. “Através da nova versão do perfil OncoSTRAT & GO da OncoDNA, que combina o estudo de tecido tumoral (painel de 313 genes) com o de sangue (análise de alterações na linha germinativa), podemos detetar com mais precisão as mutações no BRCA1 / 2 (bem como ATM, MSH2, RAD50, etc.). Informações que são muito valiosas para que o doente possa se beneficiar de tratamentos como os mencionados”, explica Terrádez.

Relatórios semelhantes foram apresentados para o cancro da próstata, como o estudo PRO Found III em que os doentes receberam o inibidor da PARP do Lynparza. Essas mutações também foram detetadas nos BRCA 1 e 2, e também no gene ATM, e, graças a esse tratamento, foram capazes de duplicar o SLP. "Isso demonstra que, mais uma vez, a OncoDNA está novamente na vanguarda, apresentando novidades que rapidamente mudam para a prática clínica com comprovada evidência", diz a porta-voz da empresa na Espanha e em Portugal.

Como se tratam
As queimaduras são definidas como lesões traumáticas que, para além da pele, podem atingir outros te

Habitualmente, quando ouvimos falar em queimaduras remetemos, quase sempre, para as lesões provocadas por fontes de temperaturas elevadas, como o fogo, o vapor ou líquidos quentes. No entanto, saiba que outros agentes, como as substâncias químicas, ou a inalação de fumo, o choque elétrico, o frio extremo e a exposição solar podem estar na origem de lesões mais ou menos graves.

Quer isto dizer que as queimaduras não são todas iguais e o seu tratamento dependerá da profundidade e gravidade da lesão.

Como se classificam as queimaduras?

As queimaduras classificam-se quanto à profundidade em 1º, 2º e 3º grau. Além disso, a sua gravidade é avaliada quanto à extensão da lesão. Ou seja, quanto maior a superfície do corpo afetada, mais grave a queimadura.

Profundidade da queimadura

Queimadura de 1º grau: limita-se à camada superficial da pele (epiderme). Este tipo de queimadura é avermelhada, apresenta inchaço e dor. A superfície queimada fica pálida ao toque ou quando pressionada.

Queimadura de 2º grau: trata-se de uma queimadura de espessura parcial, atingindo as duas primeiras camadas da pele (epiderme e derme).

Neste tipo de lesão, para além de inchaço e dor intensa, há formação de bolhas e podendo haver a presença de pus.

Queimadura de 3º grau: este tipo de queimadura penetra por toda a espessura da pele (daí que também seja designada como queimadura de espessura total), destruindo os tecidos.

As queimaduras de 3º grau não costumam doer uma vez que os nervos também podem ser destruídos. A pele torna-se ressequida ou pode apresentar-se chamuscada, com manchas brancas, castanhas ou pretas. 

Gravidade da queimadura

As queimaduras são classificadas como leves, moderadas e graves, tendo em conta não só a profundidade da lesão como a percentagem do corpo afetada. Este cálculo é feito com base em tabelas especiais, diferentes para adultos e crianças.

Queimaduras leves: todas as queimaduras de 1º grau e as queimaduras de 2º grau que envolvem menos de 10% da superfície corporal são, habitualmente, classificadas como leves.

Queimaduras moderadas e graves: as queimaduras que envolvem mãos, pés, face ou os genitais, assim como as queimaduras de 2º grau que envolvem mais de 10% da superfície corporal e todas as queimaduras de 3º grau são classificadas como moderadas ou graves.

Quais as complicações?

As queimaduras leves são geralmente superficiais e não causam complicações. No entanto, as queimaduras de 2º grau podem demorar mais tempo a curar e levar à formação de cicatrizes que, em alguns casos, podem restringir o movimento.

Quanto às queimaduras graves, estas podem apresentar complicações sérias devido à perda de líquidos e aos danos provocados nos tecidos. É o caso da desidratação ou das infeções.

Por outro lado, as lesões mais profundas podem levar à interrupção do fornecimento de sangue, inviabilizando os tecidos.

O que fazer em caso de queimadura? 

No caso de sofrer uma queimadura de 1º grau deve:

  • Arrefecer imediatamente, e por alguns minutos, a zona afetada com água fria da torneira
  • Aplicar compressas frias e húmidas ou submergir a zona afetada em água fria
  • Retirar quaisquer objetos que possam armazenar calor – como anéis, colares, brincos, objetos de metal ou couro
  • Proteger a zona queimada com gaze, lenço ou um pano limpo. Lembre-se: a queimadura deve estar limpa para evitar uma infeção
  • Podem aplicar-se pomadas para ajudar a aliviar a dor e a reduzir a inflamação.

No caso de queimadura de 2º grau:

  • Deve limpar a parte afetada ou aplicar compressas frias durante alguns minutos
  • Seque com um pano limpo e cubra a lesão com uma compressa estéril
  • Eleve os braços ou as pernas quando queimados
  • Procure ajuda médica. Não tente tratar queimaduras graves se não souber o que está a fazer
  • Além disso, a Direção Geral da Saúde adverte: no caso de se formarem bolhas, não as tente rebentar ou furar. Não tire roupa ou substâncias que estejam aderentes.

Em caso de queimadura de 3º grau:

  • Cubra ligeiramente a queimadura com uma gaze estéril ou um pano limpo que não largue pelo
  • Detete possíveis problemas de respiração
  • Eleve a zona queimada acima da cabeça da vítima, se possível
  • Procure ajuda médica imediata.

Como se tratam as queimaduras?

A maioria das queimaduras leves e superficiais cura-se sem nenhum tratamento específico, bastando que mantenha a zona limpa e protegida para evitar infeções.

Quanto às queimaduras profundas menores (leves), estas podem ser tratadas com recurso a pomadas antibióticas ou a pensos especiais que impedem a proliferação de bactérias.

Em alguns casos, este tipo de queimadura pode necessitar de hospitalização e precisar de um enxerto de pele para substituir a pele queimada que não sara. Habitualmente, é necessário recorrer à fisioterapia para impedir a imobilidade causada pelas cicatrizes em redor das articulações, caso o movimento tenha ficado limitado.

Já as queimaduras graves, com risco de morte, requerem atenção imediata. Em caso de desidratação, choque ou caso as queimaduras que cobram uma grande área do corpo, devem ser administradas, de imediato, grandes quantidades de líquidos intravenosos.

Neste tipo de queimadura pode ser necessário ainda a realização de um procedimento cirúrgico para devolver o suprimento de sangue para um membro. A limpeza das feridas deve ser feita diariamente e os enxertos de pele são necessários.

Habitualmente, estas queimaduras demoram várias semanas a curar e normalmente causam cicatrizes, pelo que a fisioterapia está incluída neste processo. 

Estima-se que as queimaduras que afetam mais de 90% da superfície corporal, ou mais de 60% numa pessoa idosa, sejam mortais.

Fonte: 
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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Estudo
As queimadas de resíduos agrícolas prejudicam a qualidade do ar, contribuindo para o aquecimento global, e são um perigo para a...

 “As queimas possuem um efeito significativo na qualidade do ar a nível local e regional, contribuindo para algumas das excedências aos valores limites impostos na legislação”, aponta Célia Alves, investigadora do Centro de Estudos do Ambiente e do Mar, uma das unidades de investigação da UA. 

O estudo refere ainda que “a influência no clima representa também um dos impactos das queimas de resíduos agrícolas, devido à emissão de gases com efeito de estufa e a sua consequente contribuição para o aquecimento global”.

Em relação à saúde humana, a “inalação de fumo constitui um perigo”. Este é um alerta que está a ser confirmado em laboratório com a exposição de células do pulmão humano aos compostos químicos contidos nas partículas de fumo emitidas: “A viabilidade celular, determinada através de um ensaio colorimétrico que permite avaliar a atividade metabólica das células, diminuiu com a exposição”. Em colaboração com o Departamento de Biologia da UA, Estela Vicente, estudante de doutoramento orientada por Célia Alves, está ainda a avaliar os processos inflamatórios, o stress oxidativo e os danos genéticos em células de pulmão humano quando expostas aos constituintes químicos extraídos das partículas emitidas durante as queimas.

Centenas de compostos perigosos

A equipa centrou-se na análise química detalhada das partículas e dos gases emitidos durante a queima de ramos de videira, de oliveira, de salgueiro e de acácia. No laboratório, a equipa da UA encontrou centenas de compostos distintos, tais como hidrocarbonetos, álcoois, ácidos, açúcares, esteróis, fenóis, metano, etano, etileno e formaldeído.

Apesar de não haver estatísticas oficiais do número de queimas realizadas anualmente em Portugal, Célia Alves estimou que a queima de vides representava uma emissão total anual de 380 mil toneladas de Dióxido de Carbono, de 12 mil toneladas de Monóxido de Carbono e de 3,3 mil toneladas de partículas inaláveis.

Em relação aos valores para as queimas os restos das podas das oliveiras, a investigadora estima uma libertação anual para a atmosfera de 316 mil toneladas de Dióxido de Carbono, de 18 mil toneladas de Monóxido de Carbono e de 3,4 mil toneladas de partículas.

“Estas estimativas devem ser tomadas como valores máximos, uma vez que uma parte dos resíduos produzidos, apesar de minoritária, não é queimada”, explica a cientista.

Resíduos podiam ajudar à economia circular

Apesar dos resíduos de poda terem potencial para serem convertidos em energia, “os altos custos de transporte e processamento, a produção intermitente e os problemas operatórios gerados durante a combustão em unidades de grande escala, tornam a sua utilização economicamente inviável”. Também a “presença de teores elevados de metais alcalinos nestes resíduos origina normalmente emissões elevadas de partículas e gases ácidos e a formação de incrustações e depósitos nas superfícies onde ocorre transferência de calor”.

Assim, aponta Célia Alves, “devem procurar-se soluções alternativas de pequena escala que representem um nicho de oportunidade para as comunidades rurais”. A transformação dos resíduos de poda numa “opção viável para aquecimento residencial permitiria reduzir os custos energéticos, tornando estas comunidades mais autossuficientes”, há semelhança do que já acontece em autarquias rurais de alguns países onde têm sido testadas e implementadas soluções direcionadas para a produção de pellets para aquecimento doméstico. Antes da pelletização, os resíduos são primeiro lixiviados com água para remover o excesso de metais alcalinos e depois secos. O lixiviado pode ser usado para rega, uma vez que é rico em nutrientes.

“Uma outra solução implementada nalguns países consiste na recolha pelos serviços municipais deste tipo de resíduos, na trituração em equipamentos adequados e no encaminhamento para centrais de compostagem, obtendo-se um material estável, rico em substâncias húmicas e nutrientes minerais para adubar e melhorar as propriedades do solo”, refere.

Ultimamente, diz, alguns grupos de investigação têm-se dedicado também ao estudo da transformação da biomassa residual de atividades agrícolas em biocarvão, através do processo de pirólise lenta, e à introdução deste produto nos solos. “Há indicações de que o biocarvão, para além de ser sequestrador de Dióxido de Carbono, aumenta a matéria orgânica e melhora a biologia do solo, a retenção de nutrientes e de água”, explica Célia Alves.

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