Diabetes
Dois anos foram suficientes para a Federação Portuguesa de Associações de Pessoas com Diabetes (FPAD

Emiliana Querida não esconde o orgulho que sente no percurso da federação que preside. Se há cerca de um ano, a Federação Portuguesa de Associações de Pessoas com Diabetes (FPAD) trabalhava para “fortalecer os seus pilares de ação”, hoje assume-se como uma instituição ativa e reconhecida na área da diabetes. “Em dois anos conseguimos colocar a FPAD no mapa das instituições que têm uma palavra a dizer na Diabetes”, revela a presidente acrescentando que, apesar dos desafios e dos obstáculos com que se depararam ao longo deste percurso, esta federação passou a ser um parceiro relevante no diálogo com as entidades decisoras.

O último ano foi, aliás, particularmente relevante na área da intervenção, tendo a FPAD contribuído para o acesso a terapêuticas inovadoras e participado em vários estudos sobre a Diabetes em Portugal.

Por outro lado, sendo a formação e literacia em saúde um dos pilares da FPAD, esta foi uma área que contou com bastante trabalho. “Participámos em campanhas de sensibilização e estamos a desenvolver projetos de divulgação e desmistificação da Diabetes na Comunidade, quer através de contribuições com entidades nacionais para a integração dos jovens nas escolas, quer com projetos institucionais para a comunidade em geral”, explica Emiliana Querido acrescentando que, tendo em vista este grande objetivo, desenvolveram uma parceria com a companhia de teatro Estupendo Enuendo para fazer chegar a Diabetes “às escolas, associações e instituições locais”.

Já no início deste ano, a realização do primeiro Congresso Nacional das Associações de Pessoas com Diabetes, assumiu-se como um “marco histórico” para a Federação. “Tendo em conta os parcos recursos financeiros que a FPAD dispõe, e o facto de trabalhar somente com voluntários, ter conseguido realizar um Congresso aberto a toda a comunidade e levado a Diabetes ao interior do país (a Mêda, no distrito da Guarda) foi muito importante”, afirma Emiliana Querido. A iniciativa levou a debate temas como o associativismo na Diabetes e as redes comunitárias na saúde, e abordou questões essenciais como a gestão e terapêutica da Diabetes, “as tecnologias, o desporto, a alimentação, a psicologia ou a figura dos cuidadores informais”. Segundo Emiliana Querido, este foi “o primeiro grande debate nacional sobre o papel fundamental das associações locais na vida quotidiana das pessoas com Diabetes”.

Desmistificar a ideia de que o diabético não pode, não deve ou não consegue praticar desporto

De acordo com Emiliana Querido, tem sido uma das principais missões da FPAD “combater a ideia de que a pessoa com Diabetes não pode ou não deve exercer qualquer atividade física”. “O desporto e atividade física são fundamentais na terapêutica da Diabetes”, reforça explicando que depois de ter levado uma comitiva de atletas com Diabetes a um evento desportivo europeu em 2018, este ano a FPAD decidiu criar a Diabetes Team Portugal.

“Este projeto consiste em divulgar e incentivar a prática da atividade física por pessoas com Diabetes, mas também envolver as suas famílias e a comunidade”, explica Emiliana Querido.

Para o futuro, a presidente promete continuar a “trabalhar pela capacitação e afirmação das associações de pessoas com Diabetes e assim dar cada vez mais voz a esta comunidade”.

É sua intenção ainda reforçar os projetos em curso e participar cada vez mais ativamente junto da comunidade para dar a conhecer uma patologia que atinge mais de 1 milhão de portugueses, “promovendo hábitos de vida saudáveis.

“Na área do desporto e da educação para a saúde teremos algumas novidades e já estamos a trabalhar no nosso segundo Congresso, a realizar em 2021”, avança Emiliana Querido.

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6ª edição
Pela primeira vez em seis edições, o Prémio Healthcare Excellence foi atribuído a uma associação de solidariedade social: a...

Criada em 2017, a associação Aldeias Humanitar pretende combater o isolamento e abandono provocado pela desertificação demográfica nas regiões do interior através da integração de cuidados de saúde e da prestação de apoio social. Implementado em Sernancelhe e Penedono, distrito de Viseu, o projeto tem a ambição de estender-se a outras regiões do interior do país.

A atuação das Aldeias Humanitar começa com a identificação das necessidades das pessoas em situação de carência e com uma avaliação do seu grau de dependência e do seu estado de solidão. Numa segunda fase, a organização desenvolve um plano de intervenção individual e mobiliza as respostas já existentes na comunidade, nomeadamente as instituições, o município e o próprio Serviço Nacional de Saúde (SNS).

Nos casos necessários, são prestados cuidados ao domicílio, que envolvem por exemplo a gestão do regime terapêutica e da doença crónica, formação sobre alimentação adequada e estratégias de prevenção de quedas. O projeto, que pretende envolver profissionais de saúde e comunidade,  sugere ainda a criação da figura de auxiliar comunitário, que teria como função apoiar pessoas sozinhas, mas também cuidadores.

A primeira menção honrosa foi para o projeto “C-Free Team na Microeliminação da Hepatite C” do Centro Hospitalar e Universitário de Lisboa Norte (Hospital de Santa Maria). Trata-se de uma equipa multidisciplinar que tem levado o hospital para a comunidade, tendo em mente a eliminação da hepatite C até 2030, meta da Organização Mundial de Saúde. Além do trabalho feito com várias organizações de base comunitária, a “C-Free Team” desenvolveu também uma parceria com o Estabelecimento Prisional de Lisboa.  Ao levar os cuidados de saúde para a prisão, o projeto tem permitido poupar nas deslocações ao hospital, limitar a exposição dos reclusos, combater o estigma e aumentar a adesão ao tratamento numa população onde a incidência da hepatite C continua a ser elevada.

Houve ainda a atribuição de uma segunda menção honrosa para o Centro Hospitalar e Universitário de Lisboa Central (Hospital Dona Estefânia), que apresentou o projeto “Huddle Meeting” implementado no bloco operatório. A ideia é aparentemente simples: ao longo da semana os profissionais de saúde registam num quadro os problemas que afetam o fluxo de trabalho. Numa reunião semanal são posteriormente selecionados os três problemas com maior benefício e menor dificuldade de resolução e são definidas medidas de melhoria. Este processo já permitiu melhorar diversos aspetos, como a prescrição de anestesia antes da cirurgia, a limpeza das salas operatórias e o transporte dos doentes para o bloco operatório.

“Todos os projetos apresentados são um exemplo de resiliência e de capacidade de implementação dos profissionais de saúde no nosso país. O grande passo em frente será agora poder replicar estes projetos noutras instituições”, afirmou Alexandre Lourenço, presidente da APAH, na cerimónia final do Healthcare Excellence, que decorreu em Braga.

“Continuar a prestar cuidados de qualidade aos utentes sem comprometer a sustentabilidade da saúde é um dos maiores desafios da atualidade. Felizmente, têm emergido soluções alternativas como aquelas que conhecemos no Healthcare Excellence, com resultados comprovados no terreno e um verdadeiro impacto”, declarou Carlo Pasetto, diretor-geral da AbbVie Portugal.

A 6.ª Edição do Prémio Healthcare Excellence recebeu um total de 12 candidaturas. Entre os finalistas estiveram também projetos do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC), Centro Hospitalar e do Hospital de Vila Franca de Xira.

Impacto na Saúde Pública
Avaliar as principais preocupações das pessoas com Diabetes Mellitus tipo 2 na gestão da sua doença e os fatores mais...

O protocolo de colaboração para a implementação do estudo foi assinado recentemente e pretende evidenciar as principais preocupações de quem vive com a doença, comparando com o ponto de vista dos médicos. O impacto da diabetes no dia-a-dia da pessoa com a doença e o grau de envolvimento desta nas decisões de saúde e tratamento serão outros dos aspetos a avaliar.

Esta iniciativa irá permitir conhecer, através de abordagens qualitativa e quantitativa, a comunicação entre o médico e a pessoa com Diabetes Mellitus tipo 2, nomeadamente no que diz respeito à transferência de informação e partilha da decisão em saúde, um determinante importante para a gestão da doença, adesão à terapêutica e, em última análise, para os resultados em saúde.

Dada a importância e o impacto destas questões no panorama de Saúde Pública, a Escola Nacional de Saúde Pública tem vindo, ao longo dos anos, a dedicar com sucesso parte da sua investigação e ensino a estas temáticas.

Para João Valente Cordeiro, coordenador do estudo, "a participação das pessoas com doença, em particular com Doença Crónica, na tomada de decisão referente aos cuidados de saúde que lhe são prestados constitui um vetor essencial para uma melhoria significativa dos resultados em saúde e para que esses mesmos cuidados sejam prestados de uma forma mais justa, inclusiva e equitativa”.

Para esse fim, adianta o docente da ENSP-NOVA, “é essencial conhecer o impacto da doença na vida quotidiana das pessoas, identificar os fatores que a pessoa com DM2 mais valoriza nos cuidados de saúde, nas consultas e nos tratamentos e perceber se estas dimensões estão alinhadas com as perceções que os médicos têm sobre os mesmos temas”.

Carla Fernandes, Diretora Médica e Regulamentar da AstraZeneca, considera que “os resultados deste estudo irão permitir fornecer informação nova e relevante sobre a forma como doentes e médicos encaram esta patologia”.

De acordo com a responsável, “este projeto materializa a ambição da AstraZeneca, enquanto empresa líder científica nesta área, na procura de respostas a importantes lacunas de conhecimento e na compreensão da gestão desta doença pelos profissionais de saúde e pelos doentes”.

Os resultados deste projeto serão apresentados em congressos e reuniões científicas ao longo dos próximos dois anos.

 

Alteração no ritmo da fala
Nos últimos meses tem-se ouvido falar muito sobre gaguez, ou mais correctamente sobre a perturbação

Em Portugal, a perturbação da fluência afecta cerca de 1% da população adulta e segundo a Organização Mundial da Saúde é definida como uma alteração no ritmo da fala, na qual o indivíduo sabe exactamente o que deseja dizer contudo, é incapaz de o fazer. O discurso apresenta prolongamentos, bloqueios, palavras partidas e/ou repetições que tanto podem ser de sons ou de sílabas de uma palavra. Para além destes sinais, o discurso pode ter associado movimentos involuntários da face e do corpo. Estes movimentos podem ser piscar de olhos, levantamento dos ombros, balançar do corpo e/ou tremor à volta dos lábios, por exemplo, contudo, ressalva-se que estes movimentos não devem ser confundidos com tiques.

Esta perturbação não se manifesta da mesma maneira em todas as pessoas. Não há assim uma gaguez. É, ainda, característico da gaguez a sua variabilidade, ou seja, a mesma pode variar durante o dia, a semana ou o mês.

Actualmente, sabe-se que a etiologia pode ser hereditária, isto é, genética, neurológica e psicossocial, esta última relacionada com a pressão exercida pela família após o surgimento da “gaguez”, por exemplo, para que a pessoa fale corretamente, desencadeando emoções negativas como ansiedade, medo e stress no momento de falar. Sabe-se, ainda, que a causa genética é a causa mais frequente, uma vez que 60% das pessoas que gaguejam tem um familiar com gaguez. A causa neurológica está relacionada com o aparecimento da gaguez após um Acidente Vascular Cerebral, Traumatismo Cranioencefálico ou demência, por exemplo.

É importante ressalvar que a insegurança, timidez, baixa autoestima, frustração, ansiedade, estado depressivo e pressão exercida pela família para que a pessoa fale correctamente não são as causas, mas as consequências de gaguejar sendo que desencadeiam emoções negativas.

A perturbação da fluência pode surgir em qualquer idade, dependendo da sua etiologia. Contudo, estudos recentes indicam-nos que 5% da população infantil, entre os 2 e os 5 anos, é comum existir uma gaguez transitória. Ou seja, a criança apresenta alguns sinais já referidos e estes não devem durar mais de 6 meses, nesse período “máximo” a gaguez deverá desaparecer em dois terços na percentagem acima indicada. No caso em que os sinais não desaparecem, estamos perante uma gaguez crónica e esta deve ser avaliada e intervencionada por um Terapeuta da Fala. A intervenção precoce é essencial nestes casos.

Infelizmente não existe cura para esta perturbação contudo, um Terapeuta da Fala com experiencia na área tem conhecimentos e competências para ensinar métodos e técnicas que facilitem a fluência do discurso em qualquer situação do dia-a-dia, assim como eliminar o medo de comunicar perante determinados interlocutores e/ou situações sociais.

Há comportamentos a evitar quando lidamos com uma pessoa que gagueja, desta forma, não diga à pessoa para “falar mais devagar” ou para “ter calma”. Dizer à pessoa que gagueja para “respirar fundo” ou para “pensar antes de falar” não a ajuda. Trata-se de um mito. Estes “conselhos” fazem com que a pessoa se sinta mais consciente das disfluências e quando tenta colocar em prática os “conselhos” que ouve, fica frustrada porque não resultam.

Não termine as palavras nem fale pela pessoa; espere a sua vez para falar e ouça o outro, uma vez que para a pessoa que gagueja é mais fácil falar quando tem poucas interrupções e a atenção dos outros. Devemos sempre manter o contacto visual e esperar que a pessoa acabe de falar. Não devemos interromper a pessoa que gagueja porque muitas vezes tal pode levá-la a voltar atrás no assunto, demorando mais tempo e causando frustração. Fale com a pessoa com calma, fazendo pausas frequentes. Mostre que está atento ao conteúdo da mensagem e não à forma como é dita. Neste ponto ressalvo para a necessidade do cuidado com a expressão facial quando estamos a falar com uma pessoa que gagueja, pois esta pode subentender que estamos desinteressados no assunto levando à inibição de comunicar. Por fim, não faça da gaguez algo de que se deva ter vergonha.

Há vários mitos associados a esta perturbação, sendo o mais comum o da causa ser um susto, sendo que não há qualquer evidência científica para tal. Como já mencionado, a sua etiologia pode ser hereditária, neurológica ou psicossocial.

Quer estejamos perante uma gaguez transitória ou crónica é muito importante que todas as pessoas que convivem com as crianças e/ou adultos com gaguez entendam que uma atitude positiva origina mudanças durante o processo comunicacional. Mudança de comportamentos por parte de todos, equipa escolar e família, é essencial para o sucesso da intervenção.

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Projeto “Diabetes no Bairro”
Três bairros de Lisboa vão contar com o apoio da Associação Protetora dos Diabéticos de Portugal (APDP) para a prevenção e...

Nos bairros Horizonte, Alto da Eira e Quinta do Lavrado, na freguesia da Penha de França, serão realizados rastreios e identificados grupos em risco acrescido de desenvolver diabetes tipo 2. Além disso, o projeto “Diabetes no Bairro” conta com ações de formação destinadas a equipas escolares e cuidadores formais e informais, com o objetivo de promover a literacia em saúde e a capacitação das pessoas com diabetes e pré-diabetes, dos seus familiares e respetivos cuidadores, através de uma estratégia de intervenção comunitária. Serão ainda realizadas formações em cuidados preventivos ao pé diabético e organizados treinos da modalidade sweet-football.

“A diabetes, um dos maiores problemas de saúde pública, está associada a fatores socioeconómicos e, em Portugal, as desigualdades socioeconómicas na prevenção da diabetes estão essencialmente relacionadas com o baixo rendimento e a baixa escolaridade. Tendo em conta esta realidade, o projeto Diabetes no Bairro tem como objetivo prevenir a diabetes tipo 2 junto das populações que têm um risco mais elevado de a desenvolver e garantir a melhoria da qualidade de vida daqueles que já vivem com a doença, através de uma abordagem de proximidade”, explica o presidente da APDP, José Manuel Boavida.

O projeto “Diabetes no Bairro” é uma parceria entre a APDP e a Junta de Freguesia da Penha de França, a Associação Ares do Pinhal, o Centro Social e Paroquial da Penha de França, o Centro Social e Paroquial São João Evangelista e a Associação Médicos do Mundo, em articulação com o ACES Lisboa Central, Gebalis e Santa Casa da Misericórdia de Lisboa.

A diabetes tipo 2 é a forma mais comum desta doença, sendo que a sua incidência e prevalência verifica-se essencialmente na população urbana com mais de 45 anos. Os grupos menos favorecidos, como as minorias étnicas, os desempregados, os imigrantes, as pessoas com deficiência, dependentes de drogas e pessoas idosas, apresentam um maior risco relativamente à doença e desvantagem no acesso aos serviços de saúde.  Portugal é o país da União Europeia que tem mais pessoas com diabetes. Mais de um milhão de portugueses têm diabetes, um número que sobe para um milhão e 300 mil pessoas, quase 14% da população, quando se soma o número de pessoas por diagnosticar.

“Com a promoção de ações de rastreio que possibilitem o diagnóstico precoce da diabetes estamos a capacitar as pessoas e a educá-las para a prevenção da diabetes e, desta forma, conseguimos evitar a sua progressão ou retardar o surgimento das complicações que lhe estão associadas”, conclui José Manuel Boavida.

A diabetes tipo 2 tem como principais fatores de risco a obesidade, o sedentarismo e a predisposição genética. Neste tipo de diabetes existe um défice de insulina e resistência à insulina, o que significa que é necessária uma maior quantidade de insulina para a mesma quantidade de glicose no sangue. Por isso, as pessoas com maior resistência à insulina podem, numa fase inicial, apresentar valores mais elevados de insulina e valores de glicose normais. À medida que o tempo passa, o organismo vai tendo maior dificuldade em compensar este desequilíbrio e os níveis de glicose sobem. Embora tenha uma forte componente hereditária, este tipo de diabetes pode ser prevenido controlando fatores de risco modificáveis.

Ação de sensibilização
O tromboembolismo venoso (TEV) é considerado de difícil diagnóstico pelos especialistas, mas muito frequente, especialmente, em...

O tromboembolismo venoso (TEV) é a causa número 1 em mortes evitáveis em hospitais e 60% dos casos ocorrem durante ou após o internamento. No dia 13 de outubro, assinalou-se o Dia Mundial de Combate à Trombose. A data também reforça a importância da prevenção do Tromboembolismo Venoso (TEV), em hospitais - causa número um em mortes hospitalares que poderiam ser evitadas, de acordo com a Sociedade Internacional de Trombose e Hemostasia (ISTH – International Society on Thrombosis and Haemostasis), que em Portugal conta com o apoio do Grupo de Estudos de Cancro e Trombose (GESCAT) para promover a consciencialização para esta doença.

Estes números reforçam a necessidade de aumentar a consciencialização da população, doentes, seus familiares e cuidadores, decisores institucionais e políticos para os riscos e importância da prevenção do tromboembolismo venoso (TEV), uma vez que o primeiro passo para a prevenção é entender como este se manifesta no corpo. Para ir ao encontro das pessoas e ajudá-las a estar atentas à realidade desta condição médica perigosa e potencialmente mortal, o GESCAT organizou uma tour de “Trombos” (mascote em forma de coágulo de sangue) que, ao longo de uma semana, andaram a distribuir folhetos informativos em vários Hospitais do país.

Sérgio Barroso, médico oncologista e presidente do GESCAT, explica que “a hospitalização constitui um fator de risco significativo para o desenvolvimento de um TEV, porque os hospitais ainda não adotaram protocolos obrigatórios para ajudar a evitar problemas trombóticos que ocorrem geralmente, após uma cirurgia, corte ou falta de movimento por muito tempo, sendo mais frequente após procedimentos cirúrgicos ortopédicos, oncológicos e ginecológicos. Até 60% dos casos de TEV ocorrem durante a hospitalização ou dentro de 90 dias, na pós-alta. Daí que um doente bem informado sobre a sua condição pode permitir maior sucesso nos tratamentos e garantir/exigir melhores cuidados durante a hospitalização. E se tiver alguma dúvida com algum dos sintomas deve procurar ajuda junto do médico assistente”.

 A trombose consiste na formação de um coágulo de sangue (trombo), numa veia localizada profundamente que dificulta ou impede o fluxo normal de sangue. Nos casos em que o trombo é formado no interior da coxa ou da perna (também pode acontecer no braço ou noutras partes do corpo), caracteriza-se por trombose venosa profunda (TVP). O maior problema é quando o coágulo se desprende e se movimenta na corrente sanguínea, correndo-se o risco deste viajar até aos pulmões e originar a embolia pulmonar (EP). Tanto a TVP como a EP podem levar à morte por tromboembolismo venoso (TEV). Apesar da gravidade, a grande parte da população desconhece os problemas relacionados com esta patologia silenciosa.

O Presidente do GESCAT alerta que, atitudes simples do dia a dia como evitar ficar muito tempo sentado sem se movimentar, manter uma alimentação equilibrada, praticar exercício físico regularmente, manter o peso, evitar o consumo excessivo de bebidas alcoólicas, principalmente se associado ao cigarro e ao uso de anticoncecionais e fazer uso de meias elásticas caso tenha algum histórico pessoal ou familiar de formação de coágulos sanguíneos.

Terapia celular
O artigo científico “Prolonged intracellular accumulation of light-inducible nanoparticles in leukemia cells allows their...

Neste trabalho foi desenvolvimento de um sistema de transporte e entrega de fármacos que possibilita um maior controlo e precisão de terapias focadas na medula óssea. Utilizando a leucemia mieloide aguda como modelo de estudo foi possível produzir uma formulação quimioterapêutica mais eficiente e que permite diminuir os fortes efeitos secundários. Além disso, demonstrou-se que é possível tirar vantagem do sistema de “GPS natural” de células leucémicas, utilizando-as como “cavalo de troia” para transportar a formulação quimioterapêutica até ao local exato da medula óssea onde se encontra o reservatório das células responsáveis pela resistência e propagação da doença.

Segundo o investigador Emanuel Quartin, presentemente cientista visitante no Imperial College, London, “atualmente, esta tecnologia está a ser estudada para futuras aplicações, não só no tratamento de leucemia, mas também em medicina regenerativa, como é o caso do transplante de medula óssea”.

O Prémio de "Investigação em Medicina Regenerativa", lançado este ano pela Crioestaminal e a SPCE-TC, tem como propósito distinguir a melhor publicação de índole básica ou aplicada na área da Medicina Regenerativa. A este Prémio podem candidataram-se investigadores nacionais ou estrangeiros, com projetos total ou parcialmente realizados em instituições portuguesas e publicados no biénio anterior à sua atribuição.

Este ano, as áreas que concorreram ao prémio foram essencialmente de drug delivery, importância das condições de cultura das células para a sua diferenciação e uso das células estaminais para o screening e avaliação toxicológica de fármacos.

 

Diagnóstico precoce
A Administração Regional de Saúde (ARS) do Algarve fez saber que decorrem, até ao dia 31 de outubro, atividades no Centro de...

A iniciativa de sensibilização à população abrange atividades como uma exposição inspirada na «Onda Rosa», ideia lançada pela Liga Portuguesa Contra o Cancro da Mama, situada na entrada principal do Centro de Saúde de Olhão, com testemunhos de mulheres que tiveram cancro de mama.

A ação de sensibilização conta também com a distribuição panfletos alusivos à autopalpação da mama, nas salas de espera da Unidade de Saúde Familiar (USF) Mirante, USF Âncora e Unidade de Cuidados de Saúde Personalizados Olhão, e entregues laços rosa, simbólico da data.

A equipa da UCC Olhar+ realizará, ainda, no dia 28 de outubro, pelas 11 horas, na sala de reuniões do Centro de Saúde, em colaboração com médicos da USF Mirante, uma sessão de esclarecimento sobre o diagnóstico e a prevenção do cancro da mama.

A «Onda Rosa» da UCC Olhar+ assinala-se de 15 a 30 de outubro em virtude da existência de duas datas comemorativas, dia 15 é o «Dia Mundial da saúde da Mama» e dia 31 é o «Dia Nacional da Luta contra o Cancro da Mama».

Esta é uma atividade programada no Plano de Atividades da Unidade Funcional da UCC Olhar+, sendo que é realizada também em articulação com juntas de freguesia, a Associação Oncológica do Algarve e a Liga Nacional da luta contra o Cancro.

 

 

Restrições
A publicidade a alimentos com elevado teor de açúcar, sal e gordura como os chocolates, barras energéticas e refrigerantes,...

A tabela que define o perfil dos alimentos e bebidas com publicidade dirigida a menores de 16 anos foi publicada dia 21 de agosto de 2019, em Diário da República, num despacho que entra hoje, dia 21 de outubro, em vigor.

As novas regras para a publicidade dirigida a menores de 16 anos também abrangem os anúncios emitidos nos 30 minutos anteriores e posteriores a programas infantis ou com um mínimo de 25% de audiência de menores de 16 anos.

Aplicam-se igualmente à publicidade emitida em salas de cinema em filmes destinados a menores de 16 anos e, na internet, em sites, páginas ou redes sociais, com conteúdos destinados a esta faixa etária.

As multas para quem violar a lei variam entre os 1.750 a 3.750 euros, em caso de pessoa singular, ou de 3.500 a 45 mil euros, se as infrações forem cometidas por empresas, cabendo à Direção Geral do Consumidor fiscalizar o cumprimento das regras.

Chocolates, gomas e outras guloseimas, sobremesas doces, produtos de pastelaria, pipocas doces e salgadas, sumos, leites achocolatados e bebidas vegetais, refrigerantes, gelados, cereais de pequeno almoço, queijos, refeições pré-preparadas e molhos são alguns dos alimentos que verão a publicidade restringida.

O perfil nutricional surge no seguimento da lei aprovada em abril, destinada a restringir determinada publicidade dirigida a crianças. A lei então aprovada incumbia a Direção-Geral da Saúde (DGS) de identificar os produtos alimentares com elevado valor energético, teor de sal, açúcar, ácidos gordos saturados e ácidos gordos ‘trans’.

A lei tem como objetivo limitar o estímulo ao consumo de alimentos menos saudáveis, ou não saudáveis

O Perfil Nutricional foi feito pelo Programa Nacional para a Promoção da Alimentação Saudável (PNPAS) no seguimento da aprovação da lei 30/2019, que introduz restrições à publicidade dirigida a menores de 16 anos de géneros alimentícios e bebidas que contenham elevado valor energético, teor de sal, açúcar, e gorduras, alterando o Código da Publicidade.

Retrato estatístico
Portugal continua a ter uma das taxas de mortalidade infantil mais baixas da Europa, avançam hoje as notícias, tendo em conta o...

A taxa de mortalidade, que em 1960 se aproximava dos 90 casos por cada mil habitantes, está hoje em 2,7 por mil, abaixo da média europeia de 3,6%.

Para assinalar o Dia Europeu da Estatística, que se comemorou onte, dia 20 de outubro, a Pordata lançou um retrato de Portugal na Europa – 2019, uma comparação com os outros Estados-membros em 11 áreas da sociedade.

O relatório mostra ainda que, em média, cada mulher portuguesa tem 1,38 filhos, abaixo dos 1,59 da média europeia. Portugal o 23.º lugar entre os 28 países membros da União Europeia onde a idade média para ter filhos se situa nos 31,2 anos.

 

 

Doenças profissionais
Embora a utilização do amianto esteja, hoje, praticamente proibida na União Europeia, esta substância continua a ser detetada...

As fibras de amianto podem afetar gravemente a saúde quando inaladas, podendo provocar a amiantose (ou asbestose), o cancro do pulmão ou o mesotelioma e a verdade é que quanto mais exposto se estiver, maior é o risco de se desenvolver uma doença relacionada com o amianto, cujos primeiros sintomas podem levar até 30 anos para se manifestar. Estudos provam que na Grã-Bretanha morrem, por ano, cerca de 3 mil pessoas vítimas de doenças causadas por exposição ao amianto no passado, sendo que 25% trabalharam nos setores da construção civil ou da manutenção de edifícios.

Para assinalar a Semana Europeia da Segurança e Saúde no Trabalho, a APSEI – Associação Portuguesa de Segurança alerta para a utilização de substâncias nocivas à saúde, nomeadamente o amianto, nas áreas da construção civil, manutenção e limpeza de edifícios e deixa alguns conselhos:

"Antes de começar a trabalhar, pergunte se foi verificada a presença de amianto e se suspeitar da sua presença suspenda o trabalho, procure aconselhamento. E lembre-se: nunca remova material de amianto se não estiver autorizado e não tiver tido formação específica para esse fim", pode ler-se na nota enviada à imprensa. 
Por outro lado, se é responsável pela gestão ou controlo de um edifício, deve saber em que locais das suas instalações existe amianto. "Para este efeito, deve consultar o projeto do edifício, verificar o que foi feito em obras anteriores (através das faturas dos empreiteiros, por exemplo), efetuar a sua própria inspeção sem retirar amostras e consultar outras pessoas como, por exemplo, arquitetos, fiscais de obras, delegados para a segurança ou outros empregados que possam dar-lhe mais informação", aconselha. 

Teve um acidente de trabalho? Saiba como o deve reportar à Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT)
 
“Todos os acidentes de trabalho mortais ou graves sofridos por um trabalhador, trabalhador independente que trabalhe em instalações alheias ou pessoa terceira da relação de emprego, deverão ser comunicados à ACT por correio eletrónico para o ponto local da ACT no prazo máximo de 24 horas após a ocorrência”, diz em comunicado a APSEI.

No entanto, existem setores de atividade económica aos quais é aplicável legislação específica. Assim, devem ser comunicados:

No mais curto prazo possível, não podendo exceder vinte e quatro horas: os acidentes ocorridos nos estaleiros de construção de que resulte a morte ou lesão grave de trabalhador, bem como os que assumam particular gravidade na perspetiva da segurança, desde que provoquem lesão física no trabalhador;

No mais curto prazo possível: os acidentes ocorridos a bordo dos navios de pesca de que resulte a morte ou lesão de trabalhadores ou que, independentemente da produção de danos pessoais, evidenciem uma situação particularmente grave para a segurança ou a saúde dos trabalhadores;

No prazo de vinte e quatro horas: os acidentes ocorridos nas indústrias extrativas por perfuração a céu aberto ou subterrâneas de que resulte a morte ou lesão grave de trabalhadores, ou que, independentemente da produção de tais danos pessoais, evidenciem uma situação particularmente grave para a segurança ou a saúde dos trabalhadores.
 

A comunicação deve ser feita através de formulário próprio disponível na página da ACT ou por qualquer outro meio, preferencialmente no serviço desconcentrado do local de ocorrência do acidente de trabalho. Se o acidente tiver ocorrido em viagem ou em trajeto, esta deve ser dirigida ao serviço desconcentrado da ACT da área de jurisdição da sede da entidade empregadora.

 

 

Amiga do ambiente
A sustentabilidade alimentar consiste em práticas que permitem garantir a satisfação das necessidade

Este conceito envolve por exemplo, a compra de produtos alimentares a produtores locais ou nacionais, preferindo sempre que possível, alimentos frescos e de época. O modelo da dieta Mediterrânica constitui um dos melhores exemplos de uma alimentação sustentável, uma vez que aqueles alimentos que apresentam menor impacto ambiental constituem a base desta alimentação. Em comparação com a carne, os ovos, os produtos lácteos e os alimentos processados, uma dieta à base de vegetais, fruta, cereais integrais e leguminosas requer muito menos recursos hídricos e apresenta menor impacto na emissão de gases com efeito de estufa.

A preferência por alimentos de origem biológica contribui ainda para redução do impacto ambiental da indústria alimentar. Os alimentos biológicos são obtidos através de práticas agrícolas que não recorrem a agroquímicos com efeito nocivo para o ambiente, preservando a biodiversidade e os recursos naturais, para além, de originarem alimentos mais saborosos e nutritivos.

Para além do mencionado, existem ainda estratégias conscientes que visam a redução do desperdício alimentar e que fazem parte de uma alimentação sustentável. A confeção das refeições de ser realizada em quantidades adequadas de forma a evitar a produção em excesso, sendo que, caso aconteça, o ideal é reaproveitar as sobras para outra refeição. A conservação adequada dos alimentos é também importante para prolongar o seu tempo de vida útil, por isso, deve verificar se as temperaturas do frigorífico (até +5ºC) e do congelador (-15 a -18ºC) estão bem reguladas. Deve ser dada atenção aos prazos de validade dos produtos que adquire e armazená-los de acordo com a prioridade de consumo, isto é, os de maior validade na parte de trás, e os de menos validade na frente da prateleira. Quanto às atitudes no supermercado, opte por comprar alimentos a granel, quando possível, e leve o seu próprio saco reutilizável para embalar os produtos que adquirir.

Neste sentido, o consumo de uma alimentação sustentável assenta nas bases do modelo Mediterrânico com alimentos de origem biológica, envolvendo atitudes conscientes dos consumidores em relação à aquisição, confeção e conservação dos mesmos.

 

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Osteoporose
200 milhões é o número de mulheres que sofrem de osteoporose a nível mundial e estima-se que ocorra uma fratura por fragilidade...

Para assinalar o Dia Mundial da Osteoporose, a Associação Nacional Contra a Osteoporose (APOROS), a Sociedade Portuguesa de Osteoporose e Doenças Ósseas Metabólicas (SPODOM), e a Sociedade Portuguesa de Reumatologia (SPR), com o apoio da Amgen, uniram-se, mais uma vez, para alertar a população portuguesa para o risco associado às fraturas nas pessoas com osteoporose.

A osteoporose, apesar de ser uma doença conhecida, apresenta uma elevada taxa de subdiagnóstico e está a ser tratada tardiamente. Além disso, em Portugal, está na origem de cerca de 40 mil fraturas por ano, com um impacto na qualidade de vida dos doentes e que podem ter como consequência a redução da sua sobrevivência.

“80% dos doentes apresentam alguma limitação na realização das atividades da vida diária um ano depois de uma fratura da anca, 40% não são capazes de caminhar de forma autónoma, 30% apresentam limitação funcional significativa e permanente. E, pelo menos, uma em cada dez pessoas que sofrem uma fratura do fémur morre no ano seguinte ao acidente” afirma Luís Cunha Miranda, presidente da SPR, no âmbito desta campanha de sensibilização.

Para alertar para esta problemática, a iniciativa “Impeça a Osteoporose de Quebrar a sua Rotina” procura, mais uma vez, sensibilizar a população portuguesa e fornecer a informação necessária para aumentar a literacia sobre a osteoporose com uma constante atualização de conteúdos na plataforma: www.ossosfortes.pt

Viviana Tavares, presidente da APOROS, refere que “queremos deixar um alerta para o impacto das fraturas osteoporóticas pelo simples facto de que os doentes que já tiveram algum tipo de fratura relacionada à osteoporose têm três vezes mais risco de ter uma nova, nos dois primeiros anos após a ocorrência”.

António Tirado, presidente da SPODOM, gostaria ainda de destacar que “as fraturas por fragilidade são cada vez mais frequentes nos países civilizados, muito devido, ao envelhecimento progressivo da população, à alteração do estilo de vida com menos exercício físico, à menor exposição solar diária e à modificação para os hábitos alimentares menos saudáveis. Os profissionais de saúde das diferentes áreas devem unir esforços e colaborar para inverter esta tendência. “

Para dar vida a esta campanha de sensibilização vai ainda ser realizada uma performance artística que procura ser uma representação da fragilidade óssea, a decorrer entre as 10h e as 13h30 na estação de Metro de São Sebastião, em Lisboa, e das 14h30 às 18h, na praça Novo Mundo, no Centro Comercial Colombo.

Tiago Amieiro, Diretor-Geral da Amgen, declara que “tendo em conta a elevada mortalidade associada às fraturas nas pessoas com osteoporose e o seu impacto na qualidade de vida destes doentes, é importante aumentar a consciencialização para a importância de identificar os casos de Osteoporose pós-menopáusica nas mulheres, sobretudo nas de maior risco. ”

 

Fragilidade óssea
A doença consiste numa diminuição da massa óssea global.

A osteoporose é uma doença do nosso esqueleto caraterizada por uma baixa densidade óssea e defeitos da microarquitetura do tecido ósseo. Consiste numa diminuição da massa óssea global com perda da sua resistência e força com suscetibilidade elevada de fraturas.

Estas fraturas, quando ocorrem, são conhecidas como as fraturas por fragilidade. Podem ocorrer espontaneamente ou após traumatismos menores como pequenas quedas e/ou apenas desequilíbrios momentâneos.

Os locais mais comuns destas fraturas por fragilidade são a coluna vertebral (compressão vertebral) fémur e punho. As fraturas por fragilidade também ocorrem no úmero, costelas e bacia.

Quais as pessoas mais atingidas?

O auge ou pico de massa óssea atinge-se por volta dos 20 anos de idade. A partir de então há uma diminuição progressiva com o envelhecimento. Estima-se que na Europa afeta 1 mulher em cada 2 e 1 homem em cada 5. O risco é maior para as mulheres com mais de 50 anos e para os homens com idades superiores a 65 anos.

Que sintomas ocorrem?

Nenhum até à existência de fraturas. As complicações das fraturas são as dores, deformações ósseas, perda de estabilidade na postura ou marcha, e nas idades mais avançadas envolvem mesmo a perda da vida na sequência das múltiplas complicações em cascata (pneumonias, acidentes vasculares etc.) todos como consequência da perda da mobilidade.

Como se diagnostica?

Em consulta médica e com exames auxiliares de diagnóstico. Para além do exame clínico, o teste com a maior importância é a densitometria óssea. O resultado deste exame é o chamado T-score. O seu valor consiste no desvio que existe comparativamente a uma pessoa do mesmo sexo e idade que tem a densidade óssea normal. Nos indivíduos com valores de desvio T ≤-2,5 têm o maior risco de fratura. Não devemos esquecer, no entanto, que existem mais fraturas em doentes com valores T entre -1 e -2,5, porque estas pessoas são em maior número.

Tem tratamento?

Sim. Com diagnóstico precoce, os médicos têm à sua disposição diversas linhas de fármacos. Usam-nas em função da gravidade e tolerância individuais. São de primeira linha os conhecidos Alendronatos, 25-hydroxyvitamin D, Calcium, e Hormonas. Outros de segunda e terceira linhas, mais recentes em fase final de testes, conhecidos como terapêuticas alvo (que atuam em locais moleculares muito específicos das células)

É prevenível?

Sim. Com medicamentos e minimizando ou eliminando alguns fatores de risco associados.

Para além de consultas médicas regulares recomendam-se hábitos de vida saudáveis: dieta diversificada, exercício físico regular, abandono do tabagismo e álcool, controlo adequado das doenças crónicas, e nas idades mais avançadas minimizar o risco de quedas.

Este risco pode reduzir-se com os seguintes cuidados:

Ao ar livre:

  • Use uma bengala pois ao andar ela aumenta-lhe a estabilidade.
  • Use sapatos com sola de borracha para tração.
  • Ande nas bermas quando os pavimentos estiverem escorregadios.
  • No inverno, leve sal para os pavimentos com gelo ou nas calçadas escorregadias.

No interior das habitações:

  • Mantenha os quartos arrumados, principalmente nos pisos onde passa mais tempo.
  • Mantenha os pavimentos limpos, mas não escorregadios.
  • Use sapatos de saltos baixos, mesmo em casa.
  • Evite andar de meias, ou chinelos de meia.
  • Certifique-se de que os tapetes são antiderrapantes e se estão fixos ao pavimento Verifique se as escadas estão bem iluminadas e se têm corrimãos nos dois lados.
  • Instale barras de apoio nas paredes da casa de banho perto da banheira, chuveiro e sanita
  • Use um tapete de banho de borracha no chuveiro ou na banheira antiderrapante, de preferência, fixo. Se tiver dificuldades de equilíbrio considere usar mesmo um banco no chuveiro.
  • Mantenha uma lanterna com pilhas novas ao lado de sua cama.
  • Se usar uma escada para áreas de difícil acesso, não se esqueça de usar os corrimãos
  • Adicione luminárias de teto às salas iluminadas por lâmpadas.
  • Considere comprar um telefone sem fios ou um telemóvel para que não precise de atender apressadamente quando ele tocar, ou para que possa pedir ajuda se cair. Coloque-o, de preferência, na sua mesa de cabeceira.
  • Tenha cuidado com pavimentos altamente polidos que se tornam escorregadios e perigosos quando molhados.
  • Não use passadeiras ou carpetes que não estejam fixas ao pavimento
  • Não suba a árvores ou telhados ou escadotes sem se certificar que o pode fazer sem risco de queda.

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Dor crónica atinge 1 em casa 3 pessoas
A Plataforma SIP Portugal quer promover um conjunto de medidas urgentes para a melhoria das condições de trabalho das pessoas...

De acordo com Ana Pedro, presidente da Associação Portuguesa para o Estudo da Dor (APED) e responsável pela coordenação científica da Plataforma, é imperativo “apostar em medidas que promovam a capacitação produtiva para o trabalho da pessoa com dor crónica, nomeadamente a adaptação e flexibilidade nos horários de trabalho; a adaptação do posto de trabalho e a promoção de condições ergonómicas; a possibilidade de realizar o trabalho a partir de casa; a aposta na formação e consciencialização sobre a problemática da dor em contexto laboral; a criação de grupos de suporte para pessoas com dor crónica dentro de uma empresa”.

Estima-se que a dor crónica afete cerca de 36,7 por cento da população portuguesa, sendo a segunda doença mais prevalente no país.

As medidas propostas pela SIP Portugal serão apresentadas hoje, Dia Nacional de Luta Contra a Dor, na Fundação Calouste Gulbenkian. Esta iniciativa vai contar com a partilha de diversos testemunhos de doentes relacionados com os obstáculos e desafios da empregabilidade, assim como boas práticas das empresas portuguesas neste âmbito.

A SIP Portugal é uma plataforma nacional com a coordenação científica da APED e o apoio da empresa Grünenthal, constituída por representantes de organizações, sociedades científicas e associações de doentes que, em conjunto, partilham a mesma missão: reduzir o impacto social da dor crónica nos portugueses.

 

 

Saiba o que é
Estima-se que cerca de 10% da população sofra de dor neuropática, um tipo de dor crónica causada por

O que é?

A dor neuropática é um tipo de sensação dolorosa que ocorre em uma ou mais partes do corpo e é associada a doenças que afetam o Sistema Nervoso Central, ou seja, os nervos periféricos, a medula espinal ou o cérebro.

Esta dor também pode ser consequência de algumas doenças degenerativas que levam à compressão ou a lesões das raízes dos nervos ao nível da coluna.

Características

A dor neuropática manifesta-se de várias formas, como uma sensação em queimadura, aguda, penetrante, como um choque elétrico, dolorida, pulsátil, esmagadora, como uma dor de dentes ou como uma queimadura solar.

Pode ser acompanhada ou não de “formigueiro” ou “dormência” (sensações conhecidas como parestesias) de uma determinada parte do corpo.

Como no sistema nervoso existem fibras “finas” e fibras “grossas”, as características das dores podem identificar qual o tipo de fibra que está comprometida.

Nas lesões das fibras finas predominam geralmente as dores em queimadura, aperto e peso. Nas lesões de fibras grossas são mais comuns as dores penetrantes, agudas ou como um choque elétrico.

Existem ainda situações em que existem ambos os tipos de dor, isto é, dores de fibras finas e grossas em simultâneo, as chamadas dores mistas.

Quando só uma estrutura nervosa está comprometida pela doença, a mononeuropatia, a dor é bem localizada, podendo afetar um lado do corpo ou da região (por exemplo, um lado da perna, do tórax, da face, etc.).

Por vezes, pode estar envolvido mais de um nervo no processo, causando dores em mais de um segmento do corpo (mononeuropatia múltipla).

Causas

  • Vírus e Bactérias
  • Traumatismos
  • Diabetes Mellitus
  • Acidentes
  • Alcoolismo e deficiências nutricionais

Tratamento

O tratamento da dor neuropática varia de acordo com a doença e com o estadio em que ela se encontra.

O objetivo é tratar especificamente o nervo ou a doença que o está a lesar indiretamente e/ou a dor resultante dessas lesões ou visar somente o alívio da dor. Os medicamentos mais frequentemente usados são:

Anticonvulsivantes – substâncias usadas para tratar a epilepsia (gabapentina, carbamazepina, lamotrigina) que atuam diminuindo a atividade elétrica dos nervos ou inibindo a passagem das dores por determinadas vias nervosas.

Anestésicos – como a cetamina e a ropivacaína, que também diminuem a atividade elétrica dos nervos.

Antidepressivos – como a amitriptilina e a imipramina, que estimulam certas partes do sistema nervoso que vão inibir a passagem da dor, além de atuar na depressão que geralmente acompanha a neuropatia ou qualquer dor na fase crónica.

Outras Técnicas

Para alguns tipos específicos de dor neuropática o médico poderá indicar tratamento cirúrgico do nervo, da medula espinal ou até a nível cerebral (exemplos: implantes de elétrodos, estimuladores que funcionam como pacemakers cardíacos).

O tratamento visa curar a doença e, quando isso não for possível, aliviar o sofrimento do doente.

Vale a pena lembrar que o controlo adequado da dor favorece o doente em vários aspetos: melhora as atividades diárias, proporciona um sono tranquilo e reparador, aumenta a capacidade de trabalho, estimula o apetite sexual e melhora a autoestima.

Em suma, melhora a qualidade de vida.

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Estudo
A poluição atmosférica na costa portuguesa provocada pelo tráfego marítimo representa cerca de 20 por cento da poluição causada...

“As emissões marítimas, que compreendem sobretudo os poluentes NOx e o dióxido de enxofre (SO2), têm impacto máximo junto às rotas internacionais, mas este impacto chega à zona costeira, com contribuições que vão de 10 a 20 por cento no caso dos NOx e acima de 20 por cento para o SO2”, aponta Alexandra Monteiro, investigadora do Departamento de Ambiente e Ordenamento e do Centro de Estudos do Ambiente e do Mar, uma das unidades de investigação da UA.

A coordenadora do estudo garante tratar-se de um “cenário preocupante” que é urgente combater: “É muito importante colocar no terreno as medidas propostas pela investigação, algumas promovidas pela própria regulação europeia, sobretudo face ao contínuo e esperado aumento do tráfego marítimo”.

Os investigadores estimam que atualmente cerca de 90 por cento (75 por cento na Europa, e com tendência a crescer) de toda a troca de mercadorias e bens em todo mundo é realizada por via marítima, o que torna este meio de transporte preocupante em termos de impacto ambiental, sobretudo devido à sua grande dependência no que diz respeito ao uso de combustíveis fósseis, com emissões atmosféricas associadas e potencial impacto na qualidade do ar.

Coordenado por Alexandra Monteiro, o projeto AIRSHIP, financiado pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT) e que terminou recentemente, visou avaliar o impacto na qualidade do ar das emissões do transporte marítimo em Portugal e, com maior detalhe, ao nível local/portuário, tendo como caso de estudo o Porto Leixões e a área urbana envolvente.


A coordenadora do estudo, Alexandra Monteiro, é investigadora do Departamento de Ambiente e Ordenamento e do Centro de Estudos do Ambiente e do Mar da Universidade de Aveiro

Forte impacto na qualidade do ar

No âmbito desse projeto, os investigadores da UA e em colaboração com o Instituto Meteorológico Finlandês, estimaram as emissões atmosféricas associadas ao transporte marítimo em Portugal e avaliaram a contribuição destas emissões na qualidade do ar, recorrendo a um sistema de modelação numérica.

Os resultados revelaram que estas emissões têm um impacto na qualidade do ar máximo junto às rotas marítimas, chegando até às zonas costeiras onde se verificam contribuições de 10 a 20 por cento para as concentrações de NOx e inferior a 10 por cento no caso das partículas, dois dos poluentes mais críticos em Portugal, com excedências aos valores limite legislados.

Relativamente aos cruzeiros, as estimativas revelam que as emissões associadas correspondem apenas a cerca de 5 por cento do total do transporte marítimo. Os estudos que os apontam como grandes poluentes, referem-se principalmente às emissões de SO2 (um poluente que apresenta valores residuais em termos de qualidade do ar em Portugal), já que é verdade que os cruzeiros emitem 28 vezes mais SO2 que o transporte rodoviário (mas 17 vezes menos NOx).

Medidas mitigadoras

Os estudos feitos no projeto AIRSHIP, quer ao nível regional, quer local (caso de estudo Porto de Leixões), envolveram ainda a investigação de medidas estratégicas mitigadoras para as emissões associadas ao transporte marítimo (focadas sobretudo no uso de combustíveis alternativos e práticas sustentáveis) e à atividade portuária, e elaboração de linhas de orientação para a sua implementação.

Entre as dezenas de medidas apontadas, os investigadores sublinham a importância da redução da velocidade dos navios enquanto estão em operação através da redução das rotações por minuto do motor e a utilização de combustíveis alternativos, de modo a diminuir o uso dos combustíveis mais tradicionais no transporte marítimo. Alterações nos motores do navio, de forma a torná-los mais limpos, e a implementação nos navios de um sistema de limpeza de gases de exaustão são outras das muitas medidas propostas.

“Esperamos que estes resultados possam ser particularmente importantes e úteis na gestão e ação política na área do transporte marítimo e dos seus impactes ambientais, colocando assim a ciência e a investigação ao verdadeiro serviço da sociedade”, diz Alexandra Monteiro.

Para além de Alexandra Monteiro, também Sandra Sorte, Michael Russo, Carla Gama, Myriam Lopes e Carlos Borrego, todos investigadores do CESAM, e André Neves, aluno do Mestrado Integrado de Engenharia do Ambiente, assinam o estudo.

Tratamentos
O Anestesiologista é responsável pela escolha da medicação anestésica, para indução e proteção das f
Papel da anestesiologia no controlo da dor

A anestesiologia nasceu com o intuito de abolir a dor, de forma a permitir certos procedimentos cirúrgicos.

O inicio da Anestesiologia dizem respeito a utilização do éter por inalação para cirurgias e extrações dentárias, com o dentista William Thomas Green Morton, que no ano de 1846.

Com o desenvolvimento da especialidade, rapidamente se chegou a conclusão que abolir a consciente e a dor não era suficiente, sendo necessário controlar as consequências da agressão que o doente sofre durante estes procedimentos.

O Anestesiologista é responsável pela escolha da medicação anestésica, para indução e proteção das funções vitais do doente. O anestesiologista tem competência na indução da consciência, na ventilação de suporte na emergência médica intra e extra-hospitalar e ainda no tratamento da dor crónica.

O foco da anestesiologia sempre foi o controlo da dor, aguda e crónica.

Dor cirúrgica vs dor crónica

A dor cirúrgica é a dor tipicamente definida como aguda ou seja uma resposta a uma agressão, é o tipo de dor que podemos prever e tomar as devidas precauções para a controlar.

A dor que persiste, por mais de 3 meses é definida como dor crónica. Esta dor manifesta-se de várias formas e é classicamente tratada pelos anestesiologistas, embora mais recentemente haja outras especialidades envolvidas.

A dor aguda pode resultar de uma cirurgia, de um trauma, de uma queimadura, ou de outro estímulo externo. Tem uma causa bem esclarecida e tende a desaparecer depois de tratada a causa.

Ao contrário da dor aguda que traduz sempre um sintoma ou sinal de alarme, a dor crónica é considerada uma doença que se prolonga por mais de 3 meses e que pode provocar alterações a nível do sistema nervoso central e periférico, contribuindo para a cronificação da dor. Fazendo com que esta persista por vezes para além da cura da causa.

Os doentes com dor crónica podem ter outros sintomas como depressão alterações do sono, fadiga e ansiedade.

No caso da dor crónica é muito importante identificar quando possível, a cauda da dor e tentar tratá-la, uma vez que isso pode significar a cura dor doente.

Quando isso não é possível deve-se adotar uma estratégia multimodal com medicamentos destinados a tratar os vários tipos de dor, fisioterapia etc.

O papel do anestesista

O anestesista é perito no controlo da dor aguda. Já na dor crónica, não existe um especialista de referência. São várias as especialidades que tratam a dor crónica.

De qualquer modo o anestesiologista quer historicamente quer atualmente ainda é o médico de referência pela preparação da sua especialidade no combate a todas as formas de dor, inclusive no treino que adquire na utilização de estratégias multimodais que combinam diferentes medicamentos para poder aliviar o sofrimento dos doentes, como sejam os opióides.

Os anestesiologistas aprendem técnicas que são úteis na abordagem da dor e que facilitam a aprendizagem de outras mais utilizadas em dor crónica com métodos minimamente invasivos Nos últimos anos, a anestesia regional tem evoluído bastante. Relativamente à anestesia geral, a loco-regional implica menos complicações, maior facilidade de controlo da dor aguda no pós-operatório, além do custo económico ser muito inferior.

Como intervir na dor crónica?

As modalidades de intervenção na dor são fundamentais pois permitem reduzir de forma substancial a dor melhorando a qualidade de vida em doentes com dor crónica.

As técnicas terapêuticas surgem na sequência do diagnóstico e tem como objetivo tratar a dor de uma forma mais efetiva. As mais usadas são as seguintes:

  • A Radiofrequência que consiste em inativar o nervo que enerva a zona que está a provocar a dor. Usada na dor lombar, dorsal ou cervical.
  • A Ozonoterapia que consiste em injetar ozono através de uma agulha na zona afectada e que tem propriedades analgésicas e anti-inflamatórias. Recentemente redescoberta no mundo ocidental como técnica para tratar alguns tipos de hérnias discais e artroses das articulações do joelho, anca e ombros.
  • A Neuroestimulação é usada para o alívio da dor neuropática, uma dor tipo queimadura e ardor. Consiste na colocação de uns eléctrodos por via epidural, via que se utiliza para a grávida, que depois se ligam a um estimulador que fica implantado no doente, tal como um pacemaker.
  • Laser intradiscal permite tratar hérnias discais de forma minimamente invasiva e com uma elevada taxa de sucesso

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Programa Menos Sal Portugal
O Estudo hoje apresentado conclui que a diminuição da ingestão de sal e o aumento da ingestão de potássio, a par da mudança dos...

Os investigadores constataram que com redução da ingestão de sal no plano alimentar diário, os participantes reduziram, em média, a pressão arterial (índice SBP) em 2,1 mm hg. No grupo de indivíduos com maior consumo de sal ou com pressão arterial mais elevada obteve-se, respetivamente, uma redução do consumo diário de sal de 0,6gr e uma importante redução da pressão arterial de 9 mm Hg.

Esta conclusão é muito relevante já que os cinco maiores estudos observacionais, realizados mundialmente, nos indicam que pequenas diferenças no índice SBP resultam numa significativa redução do risco de desenvolvimento de doenças cardiovasculares, nomeadamente, 10% na mortalidade por enfarte, 9% na mortalidade por doenças coronárias e 7% noutras causas de mortalidade.

Com redução da ingestão de sal, muitos doentes poderão evitar o início da medicação anti hipertensora ou, se não for o caso, reforçar o efeito de medicação já em curso.

O estudo “ReEducar - Reeducação para uma alimentação saudável”, foi coordenado pelos investigadores Conceição Calhau, Professora da NOVA Medical School, Coordenadora da Unidade Universitária de Lifestyle Medicine da CUF e da NOVA Medical School e Investigadora do CINTESIS, e Jorge Polónia, Professor na Faculdade de Medicina da Universidade do Porto, Professor Catedrático Convidado da Universidade de Aveiro, Investigador do CINTESIS, Médico Especialista em Medicina Interna e Hipertensão Arterial do Hospital CUF Porto, este estudo, designado por ReEducar – Reeducação para uma alimentação saudável, contou com a participação de 311 voluntários que, durante 12 semanas consecutivas, integraram um programa de reeducação alimentar com o objetivo de reduzirem o consumo de sal.

Os voluntários que participaram no estudo beneficiaram de acompanhamento próximo da  CUF e do Pingo Doce, quer através de consultas nas unidades hospitalares, quer por via de aconselhamento nutricional durante as compras no supermercado. Esta investigação suscitou bastante interesse na sociedade, tendo sido rececionadas 1500 candidaturas de pessoas interessadas em participar neste estudo.

As doenças cardiovasculares mantêm-se como a principal causa de morte na Europa, sendo responsáveis por 45% de todas as mortes no continente Europeu e 37% nos países da União Europeia*. Estas doenças integram não só as do sistema circulatório – nomeadamente as cardiopatias isquémicas (referido usualmente como ataque cardíaco) – como as doenças cerebrovasculares (AVC).

Através do Programa Menos Sal Portugal, a CUF e o Pingo Doce pretendem incentivar os portugueses a seguirem as recomendações da Organização Mundial de Saúde (OMS) e reduzirem o seu consumo diário para apenas 5 gramas de sal,  - metade do que ingerem atualmente.

O consumo excessivo de sal é um problema de saúde pública em Portugal e está associado a várias doenças, nomeadamente à hipertensão que afeta mais de 40%  da população nacional e que quando não controlada, pode levar a situações fatais como o AVC ou o enfarte do miocárdio.

Face à dimensão do problema, a CUF e o Pingo Doce, enquanto marcas nacionais de referência nos seus setores e agentes económicos responsáveis que promovem uma cidadania empresarial ativa, estabeleceram uma parceria de intervenção nesta área, unindo esforços com vista à criação de um programa para a sensibilização da importância da redução do sal, em nome da saúde dos portugueses. 

Campanha ‘A vida sabe melhor com metade do sal’

Como condimento, o sal tempera a vida, mas a longevidade depende do seu consumo regrado. Por isso, dizer que a vida tem mais sabor com menos sal não é de todo uma contradição. Antes pelo contrário.

Por outro lado, se se pretende que os portugueses alterem os seus comportamentos e reduzam a quantidade diária de sal para metade é necessário que estes entendam o que são 5 gramas de sal.

Por esse motivo, o Menos Sal Portugal criou saquetas de 5 gramas de sal e colheres pitada (com a capacidade máxima de 5 gramas de sal) para assinalar o Dia Mundial da Alimentação, desafiando os portugueses a experimentar a diferença que 5 gramas de sal fazem na sua saúde.  É que fazem toda a diferença!

Patologia do pé
Dor na sola dos pés, inflamação e inchaço do antepé estão entre os principais sintomas da metarsalgi
Mulher descalça com dor no pé

O que são metarsalgias?

Tal como o nome indica, metatarsalgia é a dor na zona dos ossos metatársicos, que ocorre normalmente com maior intensidade ao caminhar.

Os ossos metatársicos estão localizados na zona anterior média do pé e são responsáveis pelo apoio aos dedos.

Esta doença é comum e ocorre devido à sobrecarga na cabeça dos ossos metatársicos, que pode levar a calosidades dolorosas na sola do pé, causando inflamação, dor e inchaço. Em casos extremos podem ocorrer fraturas por stress. O uso de saltos altos também coloca muita pressão na cabeça dos ossos metatársicos, aumentando a intensidade das dores.

O principal sintoma da doença é a dor que se agrava ao caminhar ou a correr. No entanto, os detalhes da dor podem variar e tanto podem afetar uma pequena área do pé como podem afetar o pé inteiro.

Para confirmar esta doença, é realizado um exame clínico, complementado por um RX dos pés, feito em carga.

Quais são as causas?

As causas das metatarsalgias são diversas, e incluem:

  • Deformidades nos pés, como pés planos ou pés cavos, ou deformações ósseas como joanetes;
  • Index-metatársico negativo, que é quando o 2.º e/ou 3.º e/ou 4.º ossos metatársicos são mais compridos do que o 1.º. Trata-se de uma condição genética que nem sempre os pés conseguem compensar;
  • Excesso de peso, que provoca maior sobrecarga sobre os ossos dos pés;
  • Realização de atividades físicas de grande impacto ou durante muito tempo, como por exemplo corridas de longas distâncias, que levam a uma sobrecarga dos ossos metatársicos;
  • Desenvolvimento de uma artrite ou artrose nos ossos metatársicos, devido ao desgaste ósseo relacionado com a idade ou inflamações por alterações do sistema imunitário;
  • Uso de sapatos de salto alto ou em bico, pois tendem a aumentar a pressão nos ossos metatársicos.

Como tratar?

Antes de qualquer cirurgia, o paciente pode experimentar uma terapia conservadora através do uso de palmilhas ortopédicas individualizadas, para aliviar a dor ao andar, mas não garante sucesso.

É importante consultar um médico especialista em Cirurgia do Pé, principalmente em casos de dor persistente para avaliar a causa das dores, e dar as orientações necessárias sobre os tratamentos a considerar.

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