Bolsa Jovens Investigadores em Dor
O projeto de investigação clínica intitulado "O Efeito da Infiltração Intra-articular de Leucocyte-Poor Platelet Rich...

O projeto consistiu na procura de estratégias terapêuticas conservadoras que permitam evitar ou protelar a cirurgia ortopédica em doentes com osteoartrose ligeira a moderada da anca e do joelho, através da infiltração intra-articular de derivados biológicos autólogos, obtidos e trabalhados no laboratório de Imunohemoterapia.

Este projeto de investigação encontra-se incluído no plano de atividades anual de investigação do Grupo Interdisciplinar de Medicina Regenerativa do CHULC, que foi fundado pelo Prof. Doutor Pedro Soares Branco no final de 2018 e que conta, atualmente, com mais de trinta doentes tratados com sucesso desde a sua conceção.

Com a atribuição desta bolsa, no valor de 10 mil euros, o grupo irá adquirir os reagentes laboratoriais necessários para iniciar o trabalho de campo deste projeto, que se prevê ter a duração de um ano.

A entrega do prémio realizar-se-á no âmbito do Colóquio da Fundação Grünenthal, a decorrer na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa, no próximo dia 10 de outubro.

 

Opinião
Em qualquer serviço de saúde, cada pessoa ou cada utente é observado por uma equipa multidisciplinar

Assim, os cuidados centrados na pessoa (CCP) refletem acima de tudo uma atitude e não um procedimento. Estes CCP implicam entender o utente, não apenas como uma pessoa doente, mas como alguém que desempenha um papel na sociedade, com uma experiência de vida, crenças, expectativas e necessidades próprias (psicológicas, culturais, religiosas, sociais, etc.), que influenciam a sua resposta perante a doença, a incapacidade e, eventualmente, perda de autonomia.

Desta forma os CCP, requerem que os responsáveis pelos serviços de saúde e os prestadores de cuidados de saúde:

  • Respeitem os valores e preferências dos seus utentes;
  • Promovam a autonomia na tomada de decisão dos seus utentes:
  1. Forneçam informação clara e em termos adaptados aos seus utentes, possibilitando que estes efetuem escolhas informadas, nas quais deverão ser envolvidos, dando-lhes o direito de decisão sobre a aceitação ou recusa;
  2. Ex: As opções terapêuticas não deverão ser impostas, mas utilizando uma comunicação adaptada ao utente, deverão ser explicadas as vantagens, riscos e inconvenientes da medicação ou tratamento a ser realizado, bem como as possíveis consequências da sua recusa.
  3. Atendam às necessidades de conforto e suporte emocional;
  4. Escutem os utentes;
  5. Respeitem a dignidade e a privacidade dos utentes;
  6. Reconheçam as necessidades específicas de cada utente, incluindo as necessidades culturais, espirituais e religiosas.

De facto, os Cuidados Centrados na Pessoa baseiam-se na comunicação efetiva entre os utentes e todos os membros da equipa prestadora de cuidados de saúde, formando e informando continuamente acerca do seu processo saúde-doença e incorporando a família sempre que necessário, na definição do plano individual de cuidados.

Por último, convidamos a visualizar um vídeo da Organização Mundial de Saúde sobre o tema em https://www.youtube.com/watch?v=pj-AvTOdk2Q


Autores:
Helena Junqueira, Centro Hospitalar de Leiria, EPE, Enfermeira Especialista em Enfermagem Médico-Cirúrgica
Pedro Quintas, Unidade de Cuidados na Comunidade Pombal, Enfermeiro Especialista em Enfermagem Comunitária

Foto: 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Distinção
A Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares (APAH), com o apoio da biofarmacêutica AbbVie, promove no próximo dia...

“Os projetos candidatos ao Prémio Healthcare Excellence são a prova da qualidade das nossas instituições de saúde, que com grande criatividade conseguem desenvolver e implementar ideias por vezes simples, mas com grande impacto. São ideias e projetos inovadores que permitem simultaneamente contribuir para a sustentabilidade da Saúde em Portugal e melhorar os cuidados prestados aos utentes”, explica Alexandre Lourenço, presidente da APAH.

Na cerimónia de entrega do Prémio serão apresentados os projetos finalistas e será distinguido o vencedor no que diz respeito ao aperfeiçoamento do serviço prestado aos doentes. Além da qualidade da apresentação final, a inovação e a replicabilidade em outras instituições de saúde são também critérios de avaliação. A decisão ficará a cargo do júri constituído por Margarida França, presidente do júri e presidente do conselho de administração do Centro Hospitalar Baixo Vouga (CHBV), Dulce Salzedas, jornalista da SIC, Maria José Costeira, médica neonatologista do Hospital da Senhora da Oliveira Guimarães e Ricardo Mestre, vogal do conselho diretivo da Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS).

No total, foram recebidas 12 candidaturas à 6ª edição do Prémio Healthcare Excellence, das quais seis serão apresentadas na cerimónia final. Entre os finalistas estão projetos do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC), Centro Hospitalar e Universitário de Lisboa Norte (Hospital Santa Maria), Hospital de Vila Franca de Xira, Centro Hospitalar e Universitário  de Lisboa Central (Hospital Dona Estefânia) e da associação de solidariedade social Aldeias Humanitar.

 

 

Iniciativa LPCC
Adelaide Sousa e Sofia Ribeiro são as madrinhas da primeira caminhada de prevenção e sensibilização para o Cancro de Mama, na...

Sob o mote “A Prevenção Toca a Todos” pretende-se, sobretudo, sensibilizar para a importância da deteção precoce da doença que, todos os anos, atinge 6000 pessoas, em Portugal.

A par da corrida em Lisboa, o Núcleo Regional do Sul da Liga Portuguesa Contra o Cancro organiza uma série de outras caminhadas em 19 localidades do sul do país: Peniche, Abrantes, Golegã, Moura, Vila Nova da Barquinha, Alcácer do Sal, Beja, Castro Verde, Évora, Ferreira do Alentejo, Mértola, Portalegre, Santarém, Seixal, Setúbal, Monforte, Nisa, Alvor/Portimão, Borba.

OUTUBRO é o mês internacional do Cancro de Mama e conta, ainda, com a evocação do DIA NACIONAL DA PREVENÇÃO DO CANCRO DE MAMA, no dia 30.

A Caminhada solidária do próximo dia 13 é uma iniciativa da Liga Portuguesa Contra o Cancro – NRS, através do Movimento Vencer e Viver, que conta com os apoios da Câmara Municipal de Lisboa, da Blueticket e das Águas do Vimeiro.

O valor do donativo para a realização da inscrição inclui oferta de água e t-shirt para usar no dia da caminhada. A Liga Portuguesa Contra o Cancro – NRS apela a uma forte adesão a esta iniciativa, de forma a transformar a caminhada numa gigante mancha rosa.

 

Enfermagem Oncológica
Os cuidados de enfermagem do Instituto Português de Oncologia de Lisboa Francisco Gentil (IPO Lisboa) foram reconhecidos pela...

A formação de enfermeiros no IPO Lisboa foi acreditada pela Ordem dos Enfermeiros. Desta vez foram reconhecidas as formações «Curso de Estomaterapia», «Integração de Enfermeiros na Instituição» e «Qualidade e Segurança na Administração de Medicação Antineoplásica» para efeitos de qualificação profissional.

Em Portugal, a valorização da enfermagem oncológica está intimamente associada ao IPO Lisboa, que desde a fundação teve a preocupação de ter enfermeiros com conhecimentos científicos e competências técnicas e humanas capazes de assegurar cuidados especializados aos doentes oncológicos.

A Escola Técnica de Enfermeiras do IPO, criada em 1940, foi pioneira no ensino da enfermagem e determinante para a qualidade dos cuidados aos doentes e para o prestígio da profissão no país.

Mais tarde, passou a chamar-se Escola Superior de Enfermagem Francisco Gentil e, em 2007, foi integrada na Escola Superior de Enfermagem de Lisboa. Grande parte dos enfermeiros do IPO Lisboa fizeram aí a sua formação e continuam a passar a cultura IPO às novas gerações, conclui o IPO Lisboa.

 

Recolha de produto
O Infarmed – Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde alerta que as Lojas Primark Portugal – Exploração, Gestão e...

De acordo com a Autoridade da Saúde,  a medida foi adotada pela Primark Limited – Ireland, por ter sido detetada a presença de microrganismos mesófilos aeróbios, num teor superior ao permitido.

A aplicação destes produtos pele lesada ou em contacto com as mucosas pode causar infeção ou irritação.

Pelo exposto, o Infarmed determina a suspensão da comercialização e retirada do mercado de todas as unidades dos referidos produtos e alerta os consumidores que possuam algum destes produtos para que não os utilizem.

 

 

Congresso
O uso de análises genómicas e biopsias líquidas no tratamento do cancro foi um dos temas em foco no congresso da Sociedade...

O congresso anual da Sociedade Europeia de Oncologia Médica, ESMO, acaba de fechar portas em Barcelona. Cinco dias em que foi possível apresentar e debater sobre os últimos desenvolvimentos na área do diagnóstico e tratamento do cancro. E em que a medicina personalizada esteve muito presente.

Uma das empresas que tem estado na vanguarda desta inovação e que a apresentou nestas jornadas é a OncoDNA, especializada em oncologia de precisão para o tratamento do cancro. A empresa esteve encarregada de realizar o debate ‘Medicina de precisão em oncologia na Europa: sonho ou realidade?’, que abordou o uso das plataformas de sequenciamento de última geração (NGS), biópsias líquidas, financiamento de perfis moleculares de diferentes sistemas nacionais de saúde europeus e a eficácia da oncologia de precisão contra o acesso limitado a medicamentos e sistemas de diagnóstico

Entre as conclusões que surgiram deste debate entre especialistas, falou-se sobre o impacto positivo da utilização de ferramentas que fornecem mais informações sobre o tumor de um doente usando a menor quantidade possível de amostra (tecido ou sangue). “Neste momento, a maioria dos oncologistas têm de limitar os seus testes devido à baixa disponibilidade de tecido tumoral que têm de cada doente. Em vez de se fazer o teste individual, devemos oferecer fórmulas que permitam multiplexar ou analisar o maior número de marcadores numa única análise”, diz Jean-François Laes, diretor científico e de operações da OncoDNA, além de participante do debate.

Do ponto de vista dos palestrantes, a chegada da biópsia líquida - um campo no qual a OncoDNA foi pioneira - foi de vital importância na oncologia de precisão, embora ainda esteja atrás da biópsia de tecido em termos de utilização na prática clínica.

Apoio ao financiamento

Juntamente com o Laes, os palestrantes da mesa foram: Philip Beer, especialista em oncologia de precisão em vários centros públicos e privados no Reino Unido; O professor Özlem Er, chefe do Departamento de Oncologia Médica do Hospital Universitário Maslak-Acibadem, em Istambul (Turquia); Professor Jesús García-Foncillas, diretor do OncoHealth Oncology Institute (Espanha); o  professor Marc Peeters, chefe do departamento de oncologia do Hospital Universitário de Antuérpia (Bélgica); e o professor Pascal Pujol, presidente da Sociedade Francesa de Medicina Personalizada e chefe de serviço do Hospital Universitário de Montpellier.

Todos concordaram que é necessário incentivar, de alguma forma, o uso de testes genómicos e biópsias líquidas com faixas de análises cada vez mais amplas na prática clínica diária. Principalmente para conhecer o perfil molecular completo de cada tumor e, assim, poder dar ao doente desde o início da sua doença um tratamento personalizado, com maior probabilidade de sucesso.

Alguns dos presentes garantiram que há uma solicitação urgente da comunidade médica para que surjam iniciativas de apoio financeiro para testes desse tipo. De facto, vários exemplos bem-sucedidos foram expostos, como a Mutualidade Liberal Belga, o projeto MDLUX no Luxemburgo e as companhias de seguros no Reino Unido. "Eles são essenciais para universalizar o acesso e garantir que a medicina personalizada em oncologia não seja um luxo, mas uma realidade para todos", diz Jean-François Laes.

Novidades no cancro do ovário

Ao longo da ESMO, foram apresentados vários estudos e relatórios nos quais a utilidade dos perfis moleculares no diagnóstico e tratamento oncológico, desde os estágios iniciais, tem sido corroborada. Um exemplo é o de três ensaios clínicos randomizados de fase III, cujos resultados estabeleceram o benefício dos inibidores da PARP como terapia inicial em casos de cancro do ovário. “Nos três ensaios, a sobrevida livre de progressão melhorou, o que foi maior para doentes com mutações nos genes BRCA1/2”, diz Adriana Terrádez, diretora geral do OncoDNA para Espanha e Portugal.

Em primeiro, a manutenção com niraparibe melhorou a sobrevida livre de progressão (SLP) para doentes com doença sensível à platina. No segundo, foi a manutenção com olaparibe combinada com bevacizumabe que fez o SLP melhorar. E no terceiro, essa melhoria foi alcançada adicionando um tratamento baseado em veliparibe à quimioterapia inicial. “Através da nova versão do perfil OncoSTRAT & GO da OncoDNA, que combina o estudo de tecido tumoral (painel de 313 genes) com o de sangue (análise de alterações na linha germinativa), podemos detetar com mais precisão as mutações no BRCA1 / 2 (bem como ATM, MSH2, RAD50, etc.). Informações que são muito valiosas para que o doente possa se beneficiar de tratamentos como os mencionados”, explica Terrádez.

Relatórios semelhantes foram apresentados para o cancro da próstata, como o estudo PRO Found III em que os doentes receberam o inibidor da PARP do Lynparza. Essas mutações também foram detetadas nos BRCA 1 e 2, e também no gene ATM, e, graças a esse tratamento, foram capazes de duplicar o SLP. "Isso demonstra que, mais uma vez, a OncoDNA está novamente na vanguarda, apresentando novidades que rapidamente mudam para a prática clínica com comprovada evidência", diz a porta-voz da empresa na Espanha e em Portugal.

Como se tratam
As queimaduras são definidas como lesões traumáticas que, para além da pele, podem atingir outros te

Habitualmente, quando ouvimos falar em queimaduras remetemos, quase sempre, para as lesões provocadas por fontes de temperaturas elevadas, como o fogo, o vapor ou líquidos quentes. No entanto, saiba que outros agentes, como as substâncias químicas, ou a inalação de fumo, o choque elétrico, o frio extremo e a exposição solar podem estar na origem de lesões mais ou menos graves.

Quer isto dizer que as queimaduras não são todas iguais e o seu tratamento dependerá da profundidade e gravidade da lesão.

Como se classificam as queimaduras?

As queimaduras classificam-se quanto à profundidade em 1º, 2º e 3º grau. Além disso, a sua gravidade é avaliada quanto à extensão da lesão. Ou seja, quanto maior a superfície do corpo afetada, mais grave a queimadura.

Profundidade da queimadura

Queimadura de 1º grau: limita-se à camada superficial da pele (epiderme). Este tipo de queimadura é avermelhada, apresenta inchaço e dor. A superfície queimada fica pálida ao toque ou quando pressionada.

Queimadura de 2º grau: trata-se de uma queimadura de espessura parcial, atingindo as duas primeiras camadas da pele (epiderme e derme).

Neste tipo de lesão, para além de inchaço e dor intensa, há formação de bolhas e podendo haver a presença de pus.

Queimadura de 3º grau: este tipo de queimadura penetra por toda a espessura da pele (daí que também seja designada como queimadura de espessura total), destruindo os tecidos.

As queimaduras de 3º grau não costumam doer uma vez que os nervos também podem ser destruídos. A pele torna-se ressequida ou pode apresentar-se chamuscada, com manchas brancas, castanhas ou pretas. 

Gravidade da queimadura

As queimaduras são classificadas como leves, moderadas e graves, tendo em conta não só a profundidade da lesão como a percentagem do corpo afetada. Este cálculo é feito com base em tabelas especiais, diferentes para adultos e crianças.

Queimaduras leves: todas as queimaduras de 1º grau e as queimaduras de 2º grau que envolvem menos de 10% da superfície corporal são, habitualmente, classificadas como leves.

Queimaduras moderadas e graves: as queimaduras que envolvem mãos, pés, face ou os genitais, assim como as queimaduras de 2º grau que envolvem mais de 10% da superfície corporal e todas as queimaduras de 3º grau são classificadas como moderadas ou graves.

Quais as complicações?

As queimaduras leves são geralmente superficiais e não causam complicações. No entanto, as queimaduras de 2º grau podem demorar mais tempo a curar e levar à formação de cicatrizes que, em alguns casos, podem restringir o movimento.

Quanto às queimaduras graves, estas podem apresentar complicações sérias devido à perda de líquidos e aos danos provocados nos tecidos. É o caso da desidratação ou das infeções.

Por outro lado, as lesões mais profundas podem levar à interrupção do fornecimento de sangue, inviabilizando os tecidos.

O que fazer em caso de queimadura? 

No caso de sofrer uma queimadura de 1º grau deve:

  • Arrefecer imediatamente, e por alguns minutos, a zona afetada com água fria da torneira
  • Aplicar compressas frias e húmidas ou submergir a zona afetada em água fria
  • Retirar quaisquer objetos que possam armazenar calor – como anéis, colares, brincos, objetos de metal ou couro
  • Proteger a zona queimada com gaze, lenço ou um pano limpo. Lembre-se: a queimadura deve estar limpa para evitar uma infeção
  • Podem aplicar-se pomadas para ajudar a aliviar a dor e a reduzir a inflamação.

No caso de queimadura de 2º grau:

  • Deve limpar a parte afetada ou aplicar compressas frias durante alguns minutos
  • Seque com um pano limpo e cubra a lesão com uma compressa estéril
  • Eleve os braços ou as pernas quando queimados
  • Procure ajuda médica. Não tente tratar queimaduras graves se não souber o que está a fazer
  • Além disso, a Direção Geral da Saúde adverte: no caso de se formarem bolhas, não as tente rebentar ou furar. Não tire roupa ou substâncias que estejam aderentes.

Em caso de queimadura de 3º grau:

  • Cubra ligeiramente a queimadura com uma gaze estéril ou um pano limpo que não largue pelo
  • Detete possíveis problemas de respiração
  • Eleve a zona queimada acima da cabeça da vítima, se possível
  • Procure ajuda médica imediata.

Como se tratam as queimaduras?

A maioria das queimaduras leves e superficiais cura-se sem nenhum tratamento específico, bastando que mantenha a zona limpa e protegida para evitar infeções.

Quanto às queimaduras profundas menores (leves), estas podem ser tratadas com recurso a pomadas antibióticas ou a pensos especiais que impedem a proliferação de bactérias.

Em alguns casos, este tipo de queimadura pode necessitar de hospitalização e precisar de um enxerto de pele para substituir a pele queimada que não sara. Habitualmente, é necessário recorrer à fisioterapia para impedir a imobilidade causada pelas cicatrizes em redor das articulações, caso o movimento tenha ficado limitado.

Já as queimaduras graves, com risco de morte, requerem atenção imediata. Em caso de desidratação, choque ou caso as queimaduras que cobram uma grande área do corpo, devem ser administradas, de imediato, grandes quantidades de líquidos intravenosos.

Neste tipo de queimadura pode ser necessário ainda a realização de um procedimento cirúrgico para devolver o suprimento de sangue para um membro. A limpeza das feridas deve ser feita diariamente e os enxertos de pele são necessários.

Habitualmente, estas queimaduras demoram várias semanas a curar e normalmente causam cicatrizes, pelo que a fisioterapia está incluída neste processo. 

Estima-se que as queimaduras que afetam mais de 90% da superfície corporal, ou mais de 60% numa pessoa idosa, sejam mortais.

Fonte: 
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Estudo
As queimadas de resíduos agrícolas prejudicam a qualidade do ar, contribuindo para o aquecimento global, e são um perigo para a...

 “As queimas possuem um efeito significativo na qualidade do ar a nível local e regional, contribuindo para algumas das excedências aos valores limites impostos na legislação”, aponta Célia Alves, investigadora do Centro de Estudos do Ambiente e do Mar, uma das unidades de investigação da UA. 

O estudo refere ainda que “a influência no clima representa também um dos impactos das queimas de resíduos agrícolas, devido à emissão de gases com efeito de estufa e a sua consequente contribuição para o aquecimento global”.

Em relação à saúde humana, a “inalação de fumo constitui um perigo”. Este é um alerta que está a ser confirmado em laboratório com a exposição de células do pulmão humano aos compostos químicos contidos nas partículas de fumo emitidas: “A viabilidade celular, determinada através de um ensaio colorimétrico que permite avaliar a atividade metabólica das células, diminuiu com a exposição”. Em colaboração com o Departamento de Biologia da UA, Estela Vicente, estudante de doutoramento orientada por Célia Alves, está ainda a avaliar os processos inflamatórios, o stress oxidativo e os danos genéticos em células de pulmão humano quando expostas aos constituintes químicos extraídos das partículas emitidas durante as queimas.

Centenas de compostos perigosos

A equipa centrou-se na análise química detalhada das partículas e dos gases emitidos durante a queima de ramos de videira, de oliveira, de salgueiro e de acácia. No laboratório, a equipa da UA encontrou centenas de compostos distintos, tais como hidrocarbonetos, álcoois, ácidos, açúcares, esteróis, fenóis, metano, etano, etileno e formaldeído.

Apesar de não haver estatísticas oficiais do número de queimas realizadas anualmente em Portugal, Célia Alves estimou que a queima de vides representava uma emissão total anual de 380 mil toneladas de Dióxido de Carbono, de 12 mil toneladas de Monóxido de Carbono e de 3,3 mil toneladas de partículas inaláveis.

Em relação aos valores para as queimas os restos das podas das oliveiras, a investigadora estima uma libertação anual para a atmosfera de 316 mil toneladas de Dióxido de Carbono, de 18 mil toneladas de Monóxido de Carbono e de 3,4 mil toneladas de partículas.

“Estas estimativas devem ser tomadas como valores máximos, uma vez que uma parte dos resíduos produzidos, apesar de minoritária, não é queimada”, explica a cientista.

Resíduos podiam ajudar à economia circular

Apesar dos resíduos de poda terem potencial para serem convertidos em energia, “os altos custos de transporte e processamento, a produção intermitente e os problemas operatórios gerados durante a combustão em unidades de grande escala, tornam a sua utilização economicamente inviável”. Também a “presença de teores elevados de metais alcalinos nestes resíduos origina normalmente emissões elevadas de partículas e gases ácidos e a formação de incrustações e depósitos nas superfícies onde ocorre transferência de calor”.

Assim, aponta Célia Alves, “devem procurar-se soluções alternativas de pequena escala que representem um nicho de oportunidade para as comunidades rurais”. A transformação dos resíduos de poda numa “opção viável para aquecimento residencial permitiria reduzir os custos energéticos, tornando estas comunidades mais autossuficientes”, há semelhança do que já acontece em autarquias rurais de alguns países onde têm sido testadas e implementadas soluções direcionadas para a produção de pellets para aquecimento doméstico. Antes da pelletização, os resíduos são primeiro lixiviados com água para remover o excesso de metais alcalinos e depois secos. O lixiviado pode ser usado para rega, uma vez que é rico em nutrientes.

“Uma outra solução implementada nalguns países consiste na recolha pelos serviços municipais deste tipo de resíduos, na trituração em equipamentos adequados e no encaminhamento para centrais de compostagem, obtendo-se um material estável, rico em substâncias húmicas e nutrientes minerais para adubar e melhorar as propriedades do solo”, refere.

Ultimamente, diz, alguns grupos de investigação têm-se dedicado também ao estudo da transformação da biomassa residual de atividades agrícolas em biocarvão, através do processo de pirólise lenta, e à introdução deste produto nos solos. “Há indicações de que o biocarvão, para além de ser sequestrador de Dióxido de Carbono, aumenta a matéria orgânica e melhora a biologia do solo, a retenção de nutrientes e de água”, explica Célia Alves.

Melhorar taxas de sobrevivência
A completar 10 anos de existência e com uma nova imagem, a FROC reforça necessidade de mais investigação em oncologia...

Foi há uma década que a Fundação Rui Osório de Castro (FROC) se apresentou à sociedade portuguesa com uma missão: apoiar e proteger as crianças com cancro e os seus familiares, concentrando a sua atividade em duas grandes áreas - informar e promover a investigação. Dez anos depois, a FROC mantém a aposta, apresentando agora uma nova imagem. Cristina Potier, diretora-geral da fundação, acredita que “chegar a uma taxa de sobrevivência de 100% não é uma utopia. A evolução da medicina e da ciência, já nos trouxeram em poucas décadas os 80% de sobrevivência”.

Ainda assim, mesmo com este registo de 80% de sobrevivência, o cancro continua a ser a primeira causa de morte por doença em crianças e adolescentes. E o facto de representar apenas 1% de todos os cancros faz com que, segundo Cristina Potier, não seja “uma prioridade, o que justifica que não se veja uma estratégia e por sua vez investigação nesta área”. Para melhorar estes resultados é preciso apostar na investigação e dar oportunidade a que mais crianças participem em ensaios clínicos. E a Fundação quer contribuir para estes resultados.

Outra inquietação da FROC é que a realidade não é verdadeiramente conhecida, já que a última informação estatística nacional se refere a 2005. “Desta forma, como podemos ter a pretensão de melhorar uma realidade que de facto não conhecemos? É urgente que o registo nacional em oncologia pediátrica seja feito”, apela Cristina Potier.

No que diz respeito à área da informação, a Fundação promete continuar a trabalhar: a criar conteúdos para o Portal PIPOP, um meio online de referência com notícias e informações na área da oncologia pediátrica, a editar publicações, a organizar o Seminário de Oncologia Pediátrica, um evento de referência para familiares, sobreviventes e profissionais de saúde, que continuará a percorrer o País anualmente, e que já vai para a sua 5ª edição, e a realizar workshops com uma duração máxima de meio dia direcionados para as famílias, doentes e sobreviventes, promovendo assim uma maior proximidade e adequação da informação.

 

 

 

Tecnologia e Saúde
VR4Neuropain, Circuito Fechado do Medicamento, Peekmed Digital e Patient são os 4 vencedores do concurso, das 10 soluções...

Sob o tema – What does the Future Hold?, a iniciativa tem como intuito promover a maturidade digital das instituições de saúde a concurso, assim como startups, destacando o seu contributo na adoção de estratégias eficientes para a garantia de sustentabilidade financeira e foco na visão 360º do doente. As soluções tecnológicas a concurso, focadas na resolução de problemas relevantes, pretendem não só melhorar a segurança do doente através da transformação digital, como também criar estratégias que o coloquem no centro do sistema.

Desta forma, na categoria de Clinical Outcomes, o vencedor do HINTT 2019 foi a solução desenvolvida pela NOVA.ID.FCT, em parceria com o Centro de Medicina Física de Reabilitação do Alcoitão com o Projeto “VR4Neuropain”. Este consiste num sistema inovador de tecnologia interativa, que combina a realidade virtual com uma luva com biossensores, com o objetivo de diminuir a dor neuropática num processo de reabilitação neurológica em meio hospitalar e/ou domicílio.

Por sua vez, o Projeto “Circuito Fechado do Medicamento”, do Hospital Lusíadas Lisboa, venceu na categoria de Patiet Safety, um sistema que permite ao enfermeiro, no momento da administração, confirmar a prescrição validada pela farmácia, a medicação a administrar e a identificação do cliente, mediante o cruzamento da informação constante na pulseira de identificação do cliente. Para tal, é necessário recorrer à implementação de processo com recurso a computadores moveis e identificação de fármacos com código GS1 data matrix, que contém a informação do código, lote e prazo de validade do medicamento. Assim, a prescrição fica acessível no computador móvel, bem como o código GS1 do fármaco, aumentando então a segurança do circuito do medicamento no hospital, ao detetar quase erros, aumentando a segurança, a satisfação dos clientes e a eficiência.

Das startups a concurso – na categoria Startup Innovation - o Projeto “Peekmed” foi o vencedor. Uma solução stand-alone que possui um conjunto abrangente de ferramentas de planeamento pré-operatório e que permite aos cirurgiões visualizar em diferentes perspetivas os ossos dos pacientes (em 3D), fazer medições e planear as cirurgias.

Já na categoria Value Proposition venceu o Centro Hospitalar de São João, com o projeto Digital Patient, um sistema de Processamento de Linguagem Médica Não Estruturada (textos clínicos) que possibilita, ao clínico, obter automaticamente um conjunto de informações clínicas pertinentes sobre o histórico de cada paciente a partir de palavras-chave associadas a “sintomas”, “história familiar”, “efeitos adversos”, “medicação”, “resultados de exames”, entre outros - dados que se encontram em texto livre e espalhados por centenas de notas clínicas”.

Fazendo um balanço da 3ª edição do HINTT, Filipa Fixe, Administradora da Glintt, menciona que “esta edição foi bastante positiva. E veio, uma vez mais, comprovar o que temos vindo a defender, constantemente: a junção da tecnologia ao setor da saúde é o mote para haver mais equidade a custos controlados e melhores resultados em saúde”, refere. Prossegue ainda explicando que “Portugal reúne todas as condições para que a evolução ocorra dentro das unidades de saúde, mas, para tal, é necessário que se incentive e se aposte em ideias disruptivas e em novos projetos. Todas estas candidaturas afirmam o potencial que existe no nosso país”, conclui. 

Saúde Oral
O sorriso permite criar empatia nas relações interpessoais.

O sorriso é um dos traços mais marcantes da expressão humana e da personalidade. “Alguns sorrisos transmitem confiança e determinação, outros receio e indecisão. Há sorrisos que transmitem uma cuidada higiene oral, outros não. Assim, sentir-se bem com o seu próprio sorriso não é apenas uma questão de estética é um fator determinante no bem-estar psíquico e social de qualquer ser humano e na perceção que os outros têm da sua higiene oral. É importante que nunca se iniba um sorriso nem se tenha vergonha do mesmo,” começa por explicar o médico dentista.

Um sorriso saudável não é um mito e está ao alcance de todos.  Para Pedro Nicolau, “ter um sorriso bonito e sem doenças não implica investimentos avultados em tratamentos dentários ou de estética, mas sim hábitos de vida saudáveis, algumas medidas de prevenção de saúde oral e visitas, pelo menos anuais, ao médico dentista.”

Relativamente às medidas de prevenção, o especialista alerta que: “é importante prevenirmos toda a patologia oral que possa levar a alterações na integridade, forma, estrutura, posição e cor dos dentes. A prevenção das doenças periodontais, também assume um papel crucial na manutenção da saúde e estética oral a médio e longo prazo. Quando olhamos para a nossa boca e vemos placa bacteriana ou tártaro nas superfícies dentárias, para além do aspeto desagradável, é sinal de maus hábitos de higiene oral. E embora a higiene oral seja uma prática que se deve aprender corretamente desde a infância, nunca é tarde para ser implementada adequadamente, de preferência com a ajuda de profissionais habilitados.”

Já sobre hábitos de vida, o médico esclarece que: “deve-se procurar reduzir ou eliminar maus hábitos como o tabaco ou o excesso de bebidas que pigmentam e alteram a cor e superfície dos dentes, como o café, o chá ou o vinho tinto. Devemos procurar ter hábitos alimentares adequados sem excessos de hidratos de carbono, sobretudo aqueles ricos em açúcares refinados como são o caso da maioria cereais e sumos que são consumidos diariamente e que levam a alterações na estrutura do esmalte (camada externa do dente), tornando-o mais rugoso, suscetível à pigmentação, às cáries e ao desgaste ficando os dentes mais opacos e com menos brilho.”

Por último, o médico afirma que “nunca descurar a ida às consultas de medicina dentária de uma forma regular, com consultas programadas e adaptadas às necessidades de cada paciente, apostando primeiro na prevenção e conservação antes da necessidade de tratamentos complexos. Em Portugal o problema é que ainda não existe o hábito de ir regularmente ao médico dentista, e assim cai-se na tentação de procrastinar, recorrendo já em instâncias muito avançadas do prejuízo estético e funcional da cavidade oral. Infelizmente muita patologia oral não é reversível e ficam sequelas para toda a vida que podiam ser perfeitamente evitadas.”

Fonte: 
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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Especialistas alertam para a necessidade
A Associação Portuguesa de Podologia (APP) alerta para a necessidade de integrar os Podologistas na rede dos cuidados de saúde...

“Atualmente existem 12 hospitais públicos com consultas de Podologia na resposta aos doentes com pé diabético. Para continuar a reduzir as taxas de amputação dos pés diabéticos são necessárias consultas de podologia nos cuidados de saúde primários”, afirmou Manuel Portela, presidente da APP.

O pé diabético, resultado da diabetes, é uma das principais preocupações dos podologistas. Sendo “a principal causa de amputação da extremidade inferior, mais do que uma complicação da diabetes, deve ser considerado como uma condição clínica complexa, que pode acometer os pés e/ou tornozelos de indivíduos diabéticos”. Manuel Portela refere ainda que o pé diabético “pode reunir perda da sensibilidade dos pés, a presença de feridas complexas, deformidades, limitação de movimento articular, entre outras”. Quando estas feridas não são devidamente tratadas poderão originar amputações. De forma a evitar estas complicações, é aconselhável ter-se um acompanhamento podológico periódico e correto.

Segundo dados epidemiológicos o pé diabético é a principal causa de internamento da pessoa com diabetes. Estima-se que mundialmente, ocorram “duas amputações por minuto à custa do pé diabético sendo que 85 por cento destas são precedidas por úlceras”.

 

Especialistas a favor da transferência de um único embrião
Nos últimos anos, Espanha tem vindo a assistir a um aumento constante no número de gravidezes múltiplas, um facto que...

“Cientes desta situação e em sintonia com o conhecimento científico, a política atual do IVI é optar sempre que possível por transferências de um único embrião, o que se reflete nos nossos dados. O SET passou de 22%, em 2009, para 88% em 2018, nas clínicas do IVI espalhadas por todo o território espanhol, o que representa uma redução de 75% nesta última década. A razão pela qual foi possível implementar esta estratégia em quase 100% dos nossos tratamentos deve-se ao facto de conhecermos melhor os mecanismos que regulam a recetividade endometrial, técnicas como o Timelapse, que nos permite ver a evolução do embrião ou melhorias na seleção embrionária, graças ao diagnóstico genético pré-implantacional, para descartar os embriões com anomalias cromossómicas. Tudo isto complementado pelo trabalho educacional tanto dos profissionais médicos como da população para que se compreenda que a gravidez múltipla não é um objetivo a alcançar, mas antes uma complicação a evitar”, refere Agustín Ballesteros, diretor do IVI Barcelona, Lleida e Girona.

Atualmente, o rácio de gravidez gemelar é de 1:80 nas gravidezes espontâneas e de 1: 4 nos tratamentos de fertilidade, números que provam a necessidade de tomar consciência desta situação e delinear medidas globais para a sua solução.

“Segundo dados da Sociedade Espanhola de Fertilidade (SEF), a transferência de dois embriões diminuiu de 72%, em 2012, para 56%, em 2016, ao passo que a transferência de um único embrião aumentou de 20 para 42%. Estamos no caminho certo, no entanto, há ainda que tomar em consideração a perspetiva do doente, que por norma tem tendência a associar taxa de sucesso a taxa de gravidez e nem sempre é o caso, por isso é responsabilidade dos médicos explicar que, na reprodução assistida, a variável de sucesso é definida por recém-nascido vivo e saudável em casa, e que esta circunstância, no caso das gravidezes múltiplas, diminui consideravelmente em comparação com gravidezes únicas devido ao aumento de complicações maternas e fetais ”, explica Ballesteros.

“A eficácia reprodutiva em seres humanos é muito baixa, podendo piorar com o aumento da idade materna aquando da primeira gravidez. Este atraso na maternidade implica um aumento na busca de tratamentos de reprodução assistida. Mulheres e casais com problemas reprodutivos geralmente optam por pedir ao seu especialista para transferir mais de um embrião, dado acreditarem que desta forma aumentam as hipóteses de levar uma gravidez a termo. No entanto, os resultados publicados em diferentes estudos indicam que não há diferenças na taxa de gravidez acumulada com um único embrião em comparação com a taxa de gravidez clínica quando se transferem dois, tanto em ciclos com gâmetas próprios quanto em doações ”, acrescenta o especialista.

O objetivo principal dos tratamentos de reprodução assistida é ter recém-nascidos vivos saudáveis e que esses tratamentos não representem um risco para a mãe. “Partindo dessa base, e embora a transferência seletiva de um único embrião não seja atualmente uma prática padrão em todos os centros de reprodução assistida, a verdade é que, em Espanha, em 3,5% dos casos está-se a transferir três embriões e em 65%, dois embriões. Estes dados são menos acentuados nos casos de doação de gâmetas, embora a transferência de dois embriões ainda seja a prática mais comum. É portanto necessário, tal como já referimos, definir políticas para reverter essa situação ”, conclui.

SET, uma decisão social, médica e economicamente responsável

Outro aspeto que não devemos ignorar em relação às gravidezes múltiplas está relacionado com os custos de saúde que as mesmas implicam, que são o dobro dos das gravidezes únicas, tal como os custos associados ao parto, 1,7 vezes mais caros que os de uma gravidez única.

“Chegámos inclusive a ponderar se não seria necessário legislar o número de embriões a transferir, como fizeram no modelo belga de saúde pública, no qual todos os tratamentos onde se transfere um embrião são reembolsados. O impacto desta política traduz-se em 50% dos ciclos com SET, uma diminuição da taxa de gravidezes múltiplas de 27% para 11%, uma manutenção das taxas de sucesso e uma menor proporção de internamentos na unidade de cuidados intensivos pediátricos e de tratamentos por sequelas em recém-nascidos. A poupança a curto prazo situa-se nos 7 milhões de euros e, a longo prazo, nos 50-70 milhões de euros. No entanto, cremos que não é necessário recorrer a legislação, sendo provavelmente suficiente promover estas práticas através de um embriologista ou ginecologista que partilhe desta opinião, aliado a bom aporte de informação para as mulheres e os casais”, assinala Ballesteros.

Prevenção e tratamento
Aproximadamente 2,5 milhões de pessoas no mundo sofrem de Esclerose Múltipla, sendo mais comum em mu

A esclerose múltipla é uma doença do sistema nervoso central. Nesta doença o sistema imunitário “ataca” o tecido nervoso, especificamente a bainha de mielina que recobre e protege a fibra nervosa.

É portanto uma doença incurável e autoimune do sistema nervoso central que afeta o cérebro e a medula espinal. A mielina, substância que cobre as fibras nervosas, deteriora-se e interrompe a capacidade dos nervos para conduzir ordens do cérebro.

A EM (Esclerose múltipla) é diferente da ELA (Esclerose Lateral Amiotrófica)

EM é diferente da Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA). Ainda que ambas sejam doenças neurodegenerativas que afetem o sistema nervoso, o certo é que se está perante patologias que têm sintomas, consequências e prognósticos diferentes.

A EM é uma doença autoimune provocada pela deterioração da mielina, uma substância que cobre as fibras nervosas, provocando a interrupção dos sinais elétricos que permitem a comunicação entre os neurónios. A esclerose lateral amiotrófica (doença de Lou Gehrig) é a forma mais comum de doenças dos neurônios motores, encarregados dos movimentos voluntários.

O que estas doenças têm em comum é que a sua origem é desconhecida e que podem ter um importante componente genético, pelo que muitos grupos de investigadores de todo o mundo estão a tentar encontrar a causa de cada uma delas.

De facto, existe uma grande diferença quanto ao número de afetados e ao sexo. Ao contrário da Esclerose Múltipla, que se considera a segunda causa de deficiência não traumática em pessoas jovens, cuja idade média de diagnóstico são os 29 anos (20 aos 40 anos), a ELA não distingue idades, sendo mais comum em pessoas entre os 40 e os 70. 

Incidência em Portugal

Há pelo menos oito mil diagnósticos de esclerose múltipla (EM) em Portugal e mais de 2,3 milhões em todo o Mundo. Os dados foram revelados pela Sociedade Portuguesa de Esclerose Múltipla (SPEM), no entanto pensa-se que existem muito mais casos, uma vez que nesta cifra apenas estão contabilizadas as pessoas que estão a ser seguidas nos hospitais.

Classificação dos pacientes com Esclerose Múltipla

Os pacientes com esclerose múltipla (EM) classificam-se em 4 grupos:

A doença recorrente-remitente (RR) aparece no início em 80% dos casos e caracteriza-se por um ataque agudo seguido de remissões com uma linha de base estável entre os ataques. 

Em 50% a 80% dos pacientes com doença RR, a deterioração progressiva sem ataques marcados ocorre dentro dos primeiros 10 anos. A estes pacientes chamam-se EM de fase progressiva secundária (FS-EM).

A fase progressiva primária EM (FP-EM) ocorre em 10% a 15% dos pacientes e caracteriza-se por uma deterioração progressiva desde o início sem recaídas sobrepostas. 

Aproximadamente 6% dos pacientes com FP-EM também experimenta recaídas em paralelo com a progressão da doença e diz-se que têm EM progressiva-recidivante (FR-MS)

Quais são os sintomas da Esclerose Múltipla? 

No início de ambas as doenças, alguns dos sinais e sintomas podem ser semelhantes e aparecer debilidade e rigidez muscular, descoordenação de movimentos, dificuldade para mover as extremidades.

À medida que a doença vai progredindo os sintomas começam a diferenciar-se. 

Como consequência, há alterações nas funções cognitivas, com perda de volume e memória cerebral, diminuição no tempo de atenção, depressão e dificuldade no raciocínio, perda progressiva da visão e/ou visão dupla com movimentos oculares involuntários. Existem também outros sintomas, tais como: linguagem mal articulada e problemas de mastigação, espasmos musculares, formigueiro, ardor nas extremidades, obstipação e vazamento de fezes, dificuldade em urinar.

No caso dos pacientes com Esclerose Múltipla os sintomas são motores, sensitivos, medulares enquanto os pacientes com ELA têm apenas problemas motores.

Como evolui cada doença?

Embora existam distintas formas de Esclerose Múltipla, estima-se que cerca de 85% dos afetados apresentam a forma remitente-recorrente em que a doença evolui com picos agudos pontuais que regridem e podem permitir una recuperação parcial ou total. Os doentes que apresentam a forma primária-progressiva sofrem uma progressão continuada no tempo.

Diferenças entre EM e ELA relativamente à evolução da doença

Na Esclerose Lateral Amiotrófica a progressão é sempre constante, se bem que o ritmo dessa progressão possa variar de um paciente para outro. Daí que a esperança de vida oscile entre os 3 e 5 anos desde o momento do diagnóstico.

Pelo contrário, os pacientes com Esclerose Múltipla podem ter uma esperança de vida similar à da população geral se receberem um tratamento adequado que permita controlar o avanço da doença.

Como se trata a esclerose múltipla?

O tratamento é precisamente outro dos pontos que as distingue. Enquanto a Esclerose Múltipla tem cada vez mais opções terapêuticas para desacelerar a sua progressão e portanto travar a sua atividade, no caso da Esclerose Lateral Amiotrófica não existe um fármaco que permita atrasar claramente a sua progressão, centrando-se a maioria dos tratamentos em aliviar os diferentes sintomas causados pela doença.

Riluzole que funciona como inibidor do glutamato, a Gabapentina, que não sendo muito eficaz, diminui a quantidade do glutamato disponível, e factores neurotroficos - IGF 1 que podem atrasar a progressão da doença.

A terapia convencional visa a redução da quantidade de recaídas, poderá retardar o progresso da doença e aliviar alguns dos sintomas da doença.

Muitas correntes e estudos mostram que a abordagem integrativa permite de forma eficaz controlar o curso da doença e mesmo levar a remissão dos sintomas. 

A Esclerose Múltipla sob a perspetiva da Medicina Integrativa

A Medicina Integrativa alia a medicina convencional com a medicina biológica e é a base dos tratamentos nas Clínicas Viver. Vai-se, assim, mais além da medicina convencional, uma vez que é utilizada a combinação de todas as técnicas que permitem tratar de forma eficaz os pacientes, melhorando o terreno e atuando na causa da doença.

Um estudo publicado na Nutrients, em Fevereiro de 2019, conclui que a “etiologia precisa da esclerose múltipla (EM) é desconhecida, mas evidências epidemiológicas sugerem que essa condição neurodegenerativa imunomediada é o resultado de uma complexa interação entre genes e exposições ambientais ao longo da vida. Escolhas alimentares são fatores ambientais modificáveis que podem influenciar a atividade da doença” 

Dados epidemiológicos mostram uma interação entre susceptibilidade genética e o ambiente, modulando o epigenoma do sistema imunológico. Estes mecanismos epigenéticos respondem prontamente a fatores ambientais. 

As causas da Esclerose Múltipla

Para além de causas genéticas, outras etiologias e fatores têm sido associados à EM ou identificados como trigger points (Ponto Gatilho) para o surgimento da doença. Estes fatores podem modular o sistema imunitário de forma direta ou indireta, originando falhas na resposta, quer por sistema imunitário em hipo ou hiperatividade.

Fatores genéticos - HLA-DRB1* alelo 15 é o gene associado com à Esclerose Múltipla

Agentes infeciosos - Existe também uma relação estreita entre EM e alguns agentes infeciosos. Estima-se que pode haver relação com um ou mais agentes infeciosos diferentes já identificados. 

O mais comum são reativações de vírus como o Epstein-Barr, o herpes humano 6 (HHV-6), o retrovírus humano endógeno (HERVs), o Coxsackie, o Citomegalovírus. 

Algumas bactérias como a Chlamydia, Borrelia, Clostridium Perfringens ou Botulinium As toxinas bacterianas podem distorcer a realidade imunológica e causar danos tóxicos no sistema nervoso. Algumas toxinas podem estimular os linfócitos T levando à ativação de auto antigénios da mielina. Linfócitos T reativos contribuem para a doença desmielinizante em humanos.

Um estudo levado a cabo por Wagley et al.2018, demonstrou que existe uma associação entre a presença de Clostridium perfringens e da sua toxina com a EM em populações dos EUA.

Muitos estudos mostram que fungos como a Candida Albicans ou Aspergilus e as suas toxinas (aflotoxinas e micotoxinas produzidas por fungos) estão presentes em pessoas com EM. Resultados de outro estudo, Shahla Amri Saroukolaei et al, 2016, sugerem que a expressão genética de APR1 em cepas de C.albicans isoladas de pacientes com EM pode ser um fator importante para cepas invasivas de C.albicans na progressão da doença de EM.

Mais um estudo, Gruchot J et al, 2019, que relaciona vírus endógenos humanos (HERVs) com doenças neurológicas. Um excelente trabalho que seguramente contribuirá para a identificação da causa de doenças degenerativas neurológicas e abrirá caminho para as novas abordagens ainda pouco fundamentadas. Este estudo mostra que a expressão destes elementos retrovirais, incluídos dentro das células, correlaciona-se com o início e progressão de doenças neurológicas como a Esclerose múltipla (EA), Esclerose Lateral amiotrófica (ELA), esquizofrenia e outras doenças degenerativas do sistema nervoso.

Estes vírus penetram na célula e sobrepõem-se ao DNA, sendo que cerca de 8% do genoma humano pode ser composto por sequências de retrovírus endógenos humanos (HERVs). Segundo o autor, Prof Patrick Kury, estes elementos genéticos, normalmente inactivos, podem ser reactivados por factores ambientais, como inflamação, drogas, infeção por outros vírus e correlacionam-se com o início e a progressão de doenças neurologias. 

Fatores ambientais -Tóxicos vários, aditivos alimentares, metais pesados, radiações, geopatias, campos eletromagnéticos, podem constituir verdadeiros agressores para o sistema nervoso e despoletar reações imunológicas.

Existem alguns estudos que relacionam o aspartame, adoçante artificial com esclerose múltipla. O aspartame liberta glutamato monossódico. Os oligodendrocitos, células produtoras de mielina, ficam super ativadas e perdem a sua função. O glutamato destrói as células oligodentriticas, produtoras de mielina. 

Tem sido demonstrado que o mercúrio (Hg), um toxico bem identificado, está relacionado com a autoimunidade, podendo induzir stresse oxidativo e danos no DNA, mitocôndrias e membranas lipídicas. Além disso, verificou-se que em animais, a exposição repetida ao mercúrio acelerou a progressão da EM através do dano mitocondrial. Pessoas que ainda têm amálgamas dentárias (que contêm mercúrio entre outros metais) aumentam o risco de EM.

Para além do mercúrio, certos metais pesados, como níquel, cadmio ou mesmo o timerosal (incluído em formulações de algumas vacinas), penetram no organismo e porque se tornam instáveis, ligam-se facilmente a proteínas. Felizmente, em muitos casos, este facto não pressupõe risco para a saúde, no entanto, em doentes com sensibilidade a metais o sistema imune reconhecerá como estranho o complexo de metal formado e inicia um processo imunológico. Os linfócitos T estimulados proliferam para fazer face ao agente invasor, ativando a resposta de alerta do organismo conhecida como eixo hipotálamo-pituitário-suprarrenal (HPA).

No caso da esclerose múltipla o metal liga-se à mielina, substância que reveste as fibras nervosas, e podem ser produzidos anticorpos contra este complexo metal-proteína.

Abordagem Integrativa

Intestino - Numa grande percentagem da totalidade das pessoas com doenças autoimunes existe alteração da permeabilidade intestinal. Muitas vezes esta alteração da permeabilidade está acompanhada por candidíase intestinal e doença inflamatória do intestino.

Desintoxicação - A toxicidade constitui um trigger pointpara a Esclerose múltipla e é determinante na evolução da doença. Melhores prognósticos e estabilização da doença estão associados a eliminação dos vários factores que induzem a desmineralização do sistema nervoso. Desintoxicação de metais pesados, toxinas fúngicas e bacterianas, eliminação de bactérias, vírus e haptenos é fundamental.

Alimentação -  Algumas proteínas, como o gliadina (do glúten) e a caseína desempenham um papel determinante na saúde da parede intestinal. A Gliadina sinaliza a zonulina, implicada na manutenção das junções dos enterocito. Doentes com EM devem eliminar Glúten e Lácteos da sua alimentação, bem como outros alimentos que provoquem alergias ou intolerâncias alimentares.

Suplementação com interesse na Esclerose Múltipla  

  • Aporte suficiente em Ácidos Gordos e polifenois;
  • Controlar o stresse oxidativo é essencial em qualquer doença degenerativa do sistema nervoso, pois a formação de espécies reativas de oxigénio está intimamente ligada com os processos degenerativos. Vitamina E, C, Zinco, Selénio, Germano, Manganês, Cobre e Magnésio como co-factor da SOD (Superoxidodismutase)
  • Curcuma - inibe a oxido nítrico sintetase, enzima implicada na inflamação por inibição da síntese de prostaglandinas inflamatórias. Bloqueia diretamente a COX2 – ciclo oxigenase. Diminui a expressão das interleucinas e TNF-alfa em 50 %.
  • Aporte de substâncias neurotróficas como fosfatidilcolina, serina
  • Fungo Yamabushita reduz a atividade do NGF1 (Nerve Grrowth factor)
  • Gincobiloba - extrato eficaz pelo menos como anticolinérgicos
  • Vincapervinca aumenta 20 a 28 % a irrigação cerebral – também é interessante na demência degenerativa
  • Ácido Alfa lipóico e Glutatião – na proteção da mielina, ação neuroprotetora
  • Canabidiol – tem mostrado resultados em doenças neurodegenerativas

Vitamina D3

O papel da Vitamina D na Esclerose Múltipla (EM)

A vitamina D influi na expressão do HLA-DRB1 alelo 15A cujos doentes com EM são portadores. 

Esta vitamina pode também estar relacionada com a remineralização de lesões recentes da EM, por esta razão, os doentes com doença desmineralizante e que tenham sofrido uma recaída recente devem iniciar um tratamento mais agressivo com vitamina D. 

Na bibliografia inúmeros estudos associam a suplementação de doses altas de vitamina D à estabilização de lesões e evolução da doença.

Outros tratamentos com evidência científica no controlo da Esclerose Múltipla

  • Microimunoterapia 
  • Ozonoterapia 
  • Acupuntura 
  • Terapia Neural
  • Hidroterapia de Cólon
  • Reabilitação Oral Biológica
  • Tratamentos por frequências ressonantes
  • Biomagnetismo
  • Hipnose e regressão

Bibliografia

  1. https://www.sbs.com.au/news/vitamin-d-deficiency-linked-toms?fbclid=IwAR3SCUk0hwmtsudfU1FWVjGYjYz1bD6QJ5u6cbLeGZRy1oUfWD2YlwkdRik
  2. https://www.frontiersin.org/articles/10.3389/fimmu.2019.00600/full
  3. Babenko O., Kovalchuk I., Metz G.A. Epigenetic programming of neurodegenerative diseases by an adverse environment. Brain Res. 2012;1444:96–111.
  4. Burns J., Littlefield K., Gill J., Trotter J.L. Bacterial toxin superantigens activate human t lymphocytes reactive with myelin autoantigens. Ann. Neurol. 1992;32:352–357.
  5. Crowe W., Allsopp P.J., Watson G.E., Magee P.J., Strain J.J., Armstrong D.J., Ball E., McSorley E.M. Mercury as an environmental stimulus in the development of autoimmunity—A systematic review. Autoimmun. Rev. 2017;16:72–80.
  6. Gruchot J, Kremer D, Küry P. Neural Cell Responses Upon Exposure to Human Endogenous Retroviruses. Front Genet. 2019 Jul 11;10:655
  7. Huynh J.L., Casaccia P. Epigenetic mechanisms in multiple sclerosis: Implications for pathogenesis and treatment. Lancet Neurol. 2013;12:195–206
  8. Peedicayil J. Epigenetic drugs for multiple sclerosis. Curr. Neuropharmacol. 2016;14:3–9.
  9. Review of Two Popular Eating Plans within the Multiple Sclerosis Community: Low Saturated Fat and Modified Paleolithic. Nutrients. 2019 Feb 7;11(2). pii: E352.
  10. Shahla Amri Saroukolaei, Mojdeh Ghabaee,Hojjatollah Shokri, Alireza Khosravi,and Alireza Badiei Evaluation of APR1 Gene Expression in Candida albicans Strains Isolated From Patients With Multiple Sclerosis, Jundishapur J Microbiol. 2016 May; 9(5): e33292.Published online 2016 Apr 9.
  11. Soni R., Bhatnagar A., Vivek R., Chaturvedi T., Singh A. A systematic review on mercury toxicity from dental amalgam fillings and its management strategies. J. Sci. Res. 2012;56:81–92
  12. Wagley S., Bokori-Brown M., Morcrette H., Malaspina A., D’Arcy C., Gnanapavan S., Lewis N., Popoff M.R., Raciborska D., Nicholas R., et al. Evidence of clostridium perfringens epsilon toxin associated with multiple sclerosis. Mult. Scler. J. 2018:1352458518767327
  13. Wahls TL, Chenard CA, Snetselaar LG, Review of Two Popular Eating Plans within the Multiple Sclerosis Community: Low Saturated Fat and Modified Paleolithic. Nutrients. 2019 Feb 7;11(2). pii: E352.


Dra. Alexandra Vasconcelos
Farmacêutica, Naturopata e Fitoterapeuta
Especialista em Medicina Natural Integrativa, Biorressonância e Medicina Bioreguladora.
Pós graduada em Nutrição Oncológica, Nutrição Ortomolecular e Medicina Integrativa e Humanista 

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Projeto de Investigação
Projeto de investigação da Escola Superior de Enfermagem de Coimbra surge como um complemento do programa de prevenção de...

A intervenção que visa promover o bem-estar e prevenir comportamentos suicidários em alunos do ensino artístico, realizou-se, no último ano letivo, em três escolas portuguesas (Coimbra, Lisboa e Faro), abrangendo cerca de 120 adolescentes (7º ao 10º ano de escolaridade), mostrou-se eficaz ao reduzir em mais de 10 pontos percentuais a sintomatologia depressiva moderada e grave identificada em cerca de 30% da amostra estudada, revela a instituição

Sendo também um projeto de investigação longitudinal, o denominado Tela de Emoções surge como um complemento do já muito disseminado programa de prevenção de comportamentos suicidários em meio escolar (3º ciclo do ensino básico e ensino secundário), + Contigo, mas enquanto abordagem específica inerente aos alunos de cursos artísticos, que, segundo os promotores deste trabalho, constituem um «grupo com maior vulnerabilidade em termos de saúde mental».

«Aqui, além das questões específicas da adolescência, emergiram questões ligadas ao corpo, identidade de género e capacidade para lidar com a frustração», explica José Carlos Santos, coordenador deste projeto que, como entidades promotoras, envolve a ESEnfC, a Administração Regional de Saúde do Centro e a Associação Honorífica da ESEnfC (Capítulo Phi Xi da Sigma Theta Tau International), juntando-se-lhes, na qualidade de entidades parceiras, o Departamento de Psicologia e Ciências da Educação da Faculdade de Ciências Humanas e Sociais da Universidade do Algarve e os serviços de Pedopsiquiatria do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra e do Hospital Dona Estefânia (Centro Hospitalar Lisboa Central).

«Apesar do cuidado necessário na interpretação destes resultados», e de «não poderem ser generalizados para todas as escolas de ensino artístico», ressalva José Carlos Santos, coordenador deste projeto de investigação-ação financiado pela Direção-Geral de Saúde, o também professor de Enfermagem de Saúde Mental da ESEnfC considera que eles «não podem ser ignorados e devem de ser tidos em conta com planos específicos de intervenção».

Quanto ao + Contigo, no ano letivo 2018-2019 foram 7301 os adolescentes que nele participaram, dos quais «29,5% apresentam sintomatologia depressiva e cerca de 10% estão em risco elevado de ter comportamentos suicidários», refere o coordenador do projeto, segundo o qual «várias centenas de pais, professores e assistentes operacionais foram sensibilizados para a saúde mental», com os alunos participantes a verem «aumentar o seu bem-estar e autoconceito e a diminuir a sua sintomatologia depressiva».

“Nenhuma estratégia será efetiva se a acessibilidade não for assegurada”

O coordenador destes dois projetos, que interveio, ontem, na sessão de abertura do I Encontro Tela de Emoções e do VIII Encontro +Contigo, na ESEnfC, entende que «o trabalho desenvolvido apela a uma maior necessidade de presença de profissionais de saúde mental nas escolas, sejam psicólogos ou enfermeiros de saúde mental, mas também de maior interligação entre a escola e as instituições de saúde».

Para José Carlos Santos, «o estigma, os processos de negação, de vergonha, de medo, de incompreensão e de falsos conceitos estão ainda presentes e dificultam intervenções atempadas no início do período crítico pós comportamento».

Sucede que, para o investigador da ESEnfC, «a rede de apoio especializado continua a ser escassa» e, «apesar de algumas melhorias registadas na cobertura de serviços especializados, continua a ser difícil compreender a defesa de um olhar sistémico quando o profissional especializado e o internamento está a centenas de quilómetros de distância, dificultando a acessibilidade, o acompanhamento e a participação dos pais».

José Carlos Santos diz mesmo que «nenhuma estratégia será efetiva se a acessibilidade não for assegurada na fase de identificação de risco, assim como de pósvenção», além de que «intervenções terapêuticas centradas na narrativa do adolescente e pouco espaçadas no tempo são mais eficazes que intervenções pouco frequentes e centradas nas normas institucionais».

Mais de 35000 adolescentes já usufruíram do programa + Contigo

Ao cabo de uma década de intervenções, usufruíram do programa + Contigo mais de 35000 adolescentes e perto de 400 agrupamentos escolares. Paralelamente, receberam formação mais de 600 dinamizadores de norte a sul do país, tendo sido encaminhados para cuidados especializados cerca de 400 adolescentes.

«O número de comportamentos suicidários entre os adolescentes tem aumentado na maioria dos países. Fenómeno a que não serão alheias questões como a forma de utilização das redes virtuais, problemas como o sono, a vivência da puberdade, o acompanhamento após a crise, o pouco envolvimento dos pais no processo terapêutico ou o fenótipo digital», adverte, ainda, José Carlos Santos.

Para este responsável, «o aumento de casos de comportamentos autolesivos constatado no dia-a-dia, os casos de suicídio que infelizmente se tornam famosos, nem sempre bem tratados pela comunicação social, apelam à necessidade da continuidade e afirmação de projetos similares».

No terreno desde 2009 – então iniciado pela ESEnfC e pela Administração Regional de Saúde (ARS) do Centro –, o + Contigo, que dispõe de uma considerável rede de parceiros de norte a sul de Portugal, é reconhecido como uma boa prática por parte do Programa Nacional de Saúde Mental, continuando a contar com o seu financiamento no presente ano letivo. O programa trabalha aspetos como o estigma em saúde mental, o autoconceito e a capacidade de resolução de problemas, devidamente enquadrados na fase da adolescência.

 

 

Reunião Científica
Numa era de avanços tecnológicos em vários campos, também o da radiologia promete novidades, nomeadamente para o diagnóstico...

A radiologia é uma das especialidades presentes, destacando-se com “um papel central no diagnóstico” destas doenças, explica Diana Penha, consultora de Radiologia Cardiotorácica no Liverpool Heart and Chest Hospital e Membro da Comissão Científica do congresso.

“Estamos sem dúvida já na era da inteligência artificial e, nesse campo, a radiologia, através de novos softwares e algoritmos ‘machine learning’, será certamente pioneira nos próximos anos a poder oferecer novas técnicas de imagem para a deteção e a quantificação destas doenças”, refere a especialista.

Os avanços técnicos permitem hoje “uma interpretação e leitura do exame com muito maior precisão para a patologia pulmonar fibrosante”, confirma, explicando que “a radiografia de tórax é frequentemente o exame inicial, onde muitas vezes são já evidentes sinais da doença. A tomografia computorizada (TC) torácica é um método mais sensível para o diagnóstico destas doenças e é considerado central no diagnóstico. Em até 50% dos casos pode dar o diagnóstico da doença através da leitura das alterações pulmonares detetáveis no exame de TC”.

A especialista confirma que o radiologista trabalha diariamente em parceria com várias especialidades médicas e cirúrgicas “e recebe a referenciação dos doentes por parte dos colegas das diferentes especialidades, que partem já de um contexto clínico sintomático, que poderá fazer suspeitar de patologia pulmonar subjacente”. Assim, “o papel do radiologista é sem dúvida muito importante, não só enquanto elemento parceiro das equipas multidisciplinares, mas como elemento crucial na leitura dos exames pulmonares radiológicos, sendo muitas vezes o elemento que avança com a hipótese diagnóstica de doença pulmonar intersticial e os seus padrões de apresentação radiológica”.

Edson Marchiori, professor titular de radiologia na Universidade Federal do Rio de Janeiro e orador do evento, concorda. Salienta, por isso, a importância por parte do radiologista, de se consciencializar “que o diagnóstico dessas doenças deve ser feito não isoladamente, mas por uma equipa multidisciplinar, formada basicamente por clínicos (pneumologistas), radiologistas e patologista. A reunião dos conhecimentos destes especialistas, em uma discussão multidisciplinar, aumenta muito a chance de um diagnóstico correto”.

Para o especialista, o papel do radiologista, “não só nas doenças intersticiais, como na sua atividade profissional rotineira, precisa de ser discutido. Estamos a viver numa era de vertiginosos avanços tecnológicos, com telemedicina, inteligência artificial aplicada à medicina, entre outros. Contudo, acredito que o principal requisito para o bom médico, o médico de excelência, continua a ser o estudo e aprendizagem contínuos. O radiologista competente precisa conhecer basicamente as múltiplas facetas da doença, estudando não só a imagem como também a clínica, o laboratório, a anatomia patológica e as ciências correlatas”.

E ainda que o futuro traga muitos avanços e novidades, Edson Marchiori realça que “o que nunca mudará são as características clínicas e morfológicas das doenças. Só o amplo conhecimento dessas características poderá tornar o radiologista preparado para os avanços da especialidade, e para exercer a sua função primordial: fazer diagnósticos”.

Encontros como este, que se vai realizar em Cascais, permitem, por isso, “a troca de experiências e a aproximação de novos médicos com profissionais experientes e consagrados, possibilitando a transmissão tanto de conhecimentos teóricos como de sua vivência prática”.

Dar a conhecer a doença
A exposição “A Minha Esclerose Múltipla Invisível” é uma exposição itinerante que apresenta 12 painéis sobre os sintomas...

No dia 30 de setembro a exposição inaugurou na Loja do Cidadão de Santarém e onde permanecerá até ao dia 4 de outubro. A sua viagem vai continuar para a região do Alentejo, no distrito de Beja, que inaugura de 14 a 16 de outubro no Hospital José Joaquim Fernandes, seguindo para a Escola Superior de Saúde de Beja, entre 17 e 18 de outubro e termina entre 23 a 25 de outubro no Fórum Municipal de Castro Verde.

Os 12 painéis da exposição representam os sintomas desta patologia que por um lado são possíveis de atenuar e controlar e por outro podem provocar grandes constrangimentos na vida do doente e que têm impacto na sua qualidade de vida. Com o objetivo de sensibilizar e dar a conhecer esta doença à sociedade e os desafios que os doentes enfrentam, as associações de doentes – Associação Nacional de Esclerose Múltipla (ANEM), Sociedade Portuguesa de Esclerose Múltipla (SPEM), e Todos com Esclerose Múltipla (TEM) – uniram-se nesta iniciativa.

A exposição desde que inaugurou já passou por Lisboa, Algarve e Viseu, contando com centenas de visitantes. “Os visitantes dos vários locais por onde a exposição já passou têm apreciado as várias experiências que permitem ao cidadão comum perceber as principais dificuldades de um doente com Esclerose Múltipla” afirma o Presidente da SPEM, Alexandre Guedes da Silva.

 

Especialista explica
Será que o consumo de determinados alimentos favorece a fecundação?
Casal a segurar e par de sapatos de bebé

O exercício intenso pode prejudicar a fertilidade.

O tema do exercício físico e da fertilidade tem sido amplamente debatido, sem resultados unânimes entre os diversos autores. É, no entanto, globalmente reconhecido que o exercício físico moderado é benéfico na melhoria da fertilidade em todas as mulheres. O exercício vigoroso pode melhorar a fertilidade nas mulheres obesas, mas pode ser prejudicial nas mulheres com peso normal.

Obesidade e stress interferem com a fertilidade.

Existe uma clara e robusta evidência científica do efeito nefasto da obesidade na fertilidade, quer feminina quer masculina. Este efeito manifesta-se também no prognóstico da gravidez e neonatal.

O impacto do stress na fertilidade não é tão claro. Investigadores não entendem o papel que este desempenha na fertilidade uma vez que as mulheres podem engravidar sob situações de stress intenso. Mais demonstrados estão os efeitos positivos dos fatores que reduzem o stress, como o exercício físico e as práticas de relaxamento na ajuda a superar a infertilidade.

Doenças sexualmente transmissíveis causam infertilidade.

Sim. A Doença Inflamatória Pélvica (DIP) é uma doença sexualmente transmissível que afeta a fertilidade. Resulta de uma infeção por Chlamydia ou Gonorrhea, maioritariamente assintomática, que em 10-15% dos casos origina lesão permanente do trato genital superior: útero, trompas e cavidade pélvica, com correspondente infertilidade.

Alguns alimentos ajudam a fecundação.

Não existe o alimento “mágico” da fecundação/implantação. De uma forma geral, na fase de pré-conceção, como na gravidez, uma mulher deve fazer uma dieta equilibrada. Deve comer muitos frutos e legumes, ricos em antioxidantes que melhoram a qualidade ovocitária, fazer um bom aporte de fibras e de complexos de carbohidratos e proteínas.

É também importante a suplementação de cálcio e outras vitaminas e minerais, com particular foco em ómega -3.

Não esquecer ainda uma boa hidratação.

A pílula e o DIU não interferem com a fertilidade.

Verdade. Os métodos de contraceção reversíveis atualmente disponíveis são seguros na prevenção da gravidez durante o seu uso, e não têm nenhum efeito, a longo prazo, na capacidade reprodutiva, quando abandonados. Por isso, facilmente se compreende que algumas situações de esquecimento pontual de contracetivos orais (pílula) resultem em gravidez indesejada.

Vários estudos científicos, com elevado número de participantes, demonstraram que a probabilidade de engravidar ao fim de um mês e ao fim de um ano era idêntica em mulheres que usavam pílula e DIU em comparação com as que usavam métodos naturais de contraceção (método do calendário).

É possível evitar o envelhecimento dos óvulos, se tiver uma vida saudável.

Falso. O envelhecimento ovárico é um processo irreversível e inevitável, que resulta de um declínio progressivo do número de folículos ováricos e da qualidade dos ovócitos. Muitas mulheres de idade mais avançada mantêm uma aparência física jovial, não espelhada nos seus ovários e óvulos, que envelhecem com o passar dos anos, refletindo a real idade cronológica.

Este natural envelhecimento pode, no entanto, ser acelerado pela presença de hábitos pouco saudáveis de vida, como o abuso de substâncias tóxicas (cigarro, álcool, drogas), stress, exercício físico exagerado e hábitos alimentares inadequados.

A mulher pode engravidar com os seus próprios óvulos facilmente até à idade que quiser.

Falso. Como descrito acima o envelhecimento ovárico é um processo contínuo que se inicia no nascimento e se estende até à menopausa, traduzido no esgotamento progressivo do pool folicular. A idade da mulher é, assim, o fator primordial na determinação da fertilidade, com o pico aos 25 anos e um declínio gradual posterior, muito marcado a partir dos 35 anos. Este declínio da fertilidade com a idade é também acompanhado de um aumento das taxas de anomalias cromossómicas do produto de conceção, com correspondente aumento do número de abortamentos.

Traduzido em números, isto significa que a probabilidade de uma mulher de 30 anos engravidar por mês é de cerca de 20-25%, probabilidade esta que se reduz para menos de 5% aos 40 anos, sendo praticamente nula depois dos 45 anos.

Sémen congelado tem prazo de validade.

Não. Especialistas referem que os espermatozoides podem estar criopreservados por muitos, muitos anos (a -196ºC) sem perderem a sua capacidade de fertilização, após descongelação. Esta capacidade é uma mais-valia inegável e importantíssima nos casos de criopreservação por causas oncológicas, particularmente em idades jovens.

Em alguns países o tempo de criopreservação de espermatozoides é determinado exclusivamente por diretivas legais.

A melhor opção para casais inférteis é a fertilização in vitro.

Falso. Não existe o melhor nem o pior tratamento de fertilidade.

O tratamento da infertilidade depende de múltiplos fatores: da causa e da duração da infertilidade, da idade da mulher, da existência de tratamentos prévios e também da preferência do casal. Não podemos esquecer que o tratamento da infertilidade envolve um enorme compromisso físico, psicológico, financeiro e de tempo por parte do casal, pelo que estes devem ser envolvidos na sua decisão.

A opção de tratamento deve sempre ser personalizada. Embora em algumas situações seja possível obter uma gravidez com terapêuticas médicas simples, outras há em que se torna necessário recorrer a tratamentos cirúrgicos ou de procriação medicamente assistida. Nestes, a fertilização in vitro é a que oferece as melhores taxas de gravidez.

A fertilização in vitro pode ser usada para prevenir doenças hereditárias.

Sim. É possível com o recurso à fertilização in vitro e ao diagnóstico genético pré-implantatório (DGPI) avaliar o estado do embrião no que se refere a uma anomalia genética específica (da qual um dos progenitores é portador), sendo que apenas os embriões não afetados por essa anomalia são transferidos para o útero materno, impedindo assim a transmissão da doença genética ao recém-nascido.

Inseminação artificial e fertilização in vitro são o mesmo tratamento.

Não. A inseminação artificial é um tratamento mais simples, de primeira linha, que consiste na introdução de espermatozoides, previamente preparados, no útero da mulher, após estimulação da ovulação, com uma taxa média de sucesso de 10 a 12%.

A fertilização in vitro, é um tratamento de segunda linha, mais complexo, que compreende quatro etapas: estimulação controlada dos ovários, punção folicular, técnica de laboratório (manuseamento dos ovócitos e espermatozoides) e transferência embrionária, com uma taxa de sucesso média de 30 a 35%.

De notar que as taxas de sucesso associadas a estes tratamentos estão muito claramente relacionadas com a idade da mulher, com reduções marcadas com o avançar da idade, podendo atingir os 5 a 10% em mulheres por volta dos 40 anos.

O tratamento de fertilidade garante a gravidez.

Falso. Tendo em conta a natural taxa de fecundabilidade – probabilidade de engravidar por ciclo menstrual – e a sua franca redução com a idade, em muitas situações o tratamento de fertilidade não resulta em gravidez.

A taxa máxima de gravidez é conseguida nos tratamentos de fertilização in vitro com recurso a ovócitos de dadora, nos quais é cerca de 60%.

O casal não pode ter relações sexuais durante o tratamento de fertilidade.

Falso. A atividade sexual é segura durante a estimulação ovárica nos tratamentos de inseminação ou de fertilização in vitro. No entanto, esta pode tornar-se ligeiramente desconfortável à medida que os ovários vão ficando maiores com o desenvolvimento multi-folicular.

A abstinência sexual é apenas recomendada nos dois a três dias que antecedem a colheita de esperma para a realização da técnica propriamente dita (inseminação ou fertilização in vitro) e após a transferência embrionária, até à realização do teste de gravidez.

Todos os tratamentos resultam em gravidez múltipla.

Falso. A incidência de gravidez múltipla, considerada uma das complicações iatrogénicas dos tratamentos de fertilidade, tem vindo a diminuir nos últimos anos graças à tendência crescente da transferência eletiva de um só embrião.

A maioria das gravidezes múltiplas resulta dos tratamentos de indução de ovulação, para coito programado, não controlados e das inseminações intrauterinas.

Infertilidade é sempre tratável.

Falso. Há situações em que não é possível reverter ou tratar a causa da infertilidade, por exemplo: malformações congénitas do sistema reprodutor (ausência de útero ou ovários), menopausa precoce, incapacidade de produção de espermatozoides, entre outras.

Em algumas destas situações a gravidez é possível com recurso a técnicas de procriação medicamente assistida, como a gestação de substituição e o uso de gâmetas de dadores.

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Estudo
Um estudo recentemente publicado na revista científica Stem Cells and Development demonstrou que é possível melhorar a...

Os investigadores trataram um conjunto de animais com isquémia crítica do membro inferior injetando células estaminais diretamente no músculo da perna afetada, tendo estes apresentado uma recuperação significativa da irrigação sanguínea comparativamente aos do grupo controlo, que apenas receberam solução salina.

Ambos os tipos de células estaminais testadas neste estudo - da medula óssea e do tecido do cordão umbilical - induziram melhorias significativas nos animais tratados, tendo as células do cordão umbilical apresentado eficácia superior, potencialmente devido à sua maior capacidade proliferativa, migratória e de indução da formação de vasos sanguíneos, tal como demonstrado em estudos in vitro.

Bruna Moreira, Investigadora do Departamento de I&D da Crioestaminal, afirma que “esta terapia celular pode vir a representar uma esperança no tratamento de doença arterial periférica, sobretudo para doentes em estado grave.”

“É fundamental dar continuidade a este trabalho, nomeadamente através da realização de ensaios clínicos, com o objetivo de avaliar a segurança e eficácia da terapia com células estaminais do tecido do cordão umbilical nestes doentes, acrescenta a investigadora.

A doença arterial periférica é causada pelo estreitamento das artérias que irrigam o corpo, na maioria das vezes pela acumulação de placas de gordura nas paredes dos vasos (aterosclerose), caracterizando-se pelo aporte insuficiente de oxigénio aos membros afetados. Tem como principal sintoma dor nas pernas ao caminhar, que alivia com o repouso. Estima-se uma prevalência de 3-10%, com um aumento significativo para 15-20% na população com mais de 70 anos. A progressão desta doença pode levar à isquémia crítica dos membros, uma condição muito grave, em que a irrigação sanguínea está seriamente comprometida. Os doentes apresentam dor mesmo em repouso e feridas que não cicatrizam, podendo levar a consequências devastadoras, como a amputação dos membros afetados.

A abordagem terapêutica inicial inclui o controlo dos fatores de risco, como o tabagismo, hipertensão, diabetes e colesterol, e a realização de exercício físico. Outras medidas, farmacológicas e cirúrgicas, poderão ser tomadas em quadros mais graves da doença. Nos doentes acamados ou em cadeira de rodas, que não tenham a possibilidade de se levantar, está contraindicada a revascularização por via cirúrgica, deixando estes doentes sem alternativas terapêuticas e em risco de amputação.

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