Campanha “O seu fígado não está de férias”
A Associação Portuguesa para o Estudo do Fígado (APEF) está a promover uma campanha de consciencialização para a prevenção das...

“No verão temos tendência a desculpar os nossos comportamentos poucos saudáveis, mas é primordial lembrarmo-nos de que todas as nossas ações têm impacto no nosso corpo, nomeadamente, no nosso fígado. As pessoas podem divertir-se, mas devem estar conscientes de que a saúde nunca entra em modo de férias”, aconselha Arsénio Santos, presidente da APEF.

O hepatologista explica que o fígado é um importante órgão do corpo humano e que, no caso de inflamação ou lesão, podem ser comprometidas as suas funções, originando diversas complicações a curto e a longo prazo. “As causas mais comuns da doença hepática são as hepatites virais B e C, o fígado gordo e as lesões causadas pelo álcool. Mesmo no período de férias, as pessoas devem adotar comportamentos saudáveis e não adiar o rastreio anual. O primeiro passo para o combate a estas doenças começa na prevenção: pratique exercício físico regularmente; faça uma alimentação equilibrada e saudável; evite beber álcool e consumir drogas; use preservativo; não partilhe seringas nem objetos de higiene pessoal; lave as mãos com frequência, sobretudo antes das refeições e depois de ir à casa de banho”, afirma Arsénio Santos.

E conclui: “Se vai viajar e tem alguma doença do fígado já diagnosticada e em tratamento, não se esqueça de levar consigo os medicamentos e de os tomar tal como foi recomendado pelo seu médico. Aproveite as férias para cuidar de si e pôr em prática hábitos saudáveis. Desfrute do seu descanso e mantenha o seu fígado saudável!”

 

 

 

Cuidados alimentares
O bom tempo convida a desfrutar da natureza, na companhia da família e dos amigos, e os piqueniques

Na praia, no parque, no jardim, ou no campo, todos os locais são favoráveis para um convívio entre si e as pessoas que mais gosta. Se vai fazer um piquenique, indicamos-lhe dez cuidados que podem ajudar a torná-lo mais seguro e equilibrado, prevenindo o aparecimento da azia e da indigestão, dois dos principais inimigos do nosso estômago.

  1. Optar por refeições ligeiras – As frutas e hortícolas devem integrar os alimentos da sua refeição. Tomate cherry, morangos, melancia, cenoura, pêssego, ananás, alface, pepino, brócolos, maçã verde, mirtilo, couve roxa, uva e ameixa são um must have a colocar na cesta de piquenique.1
  2. Evitar alimentos fritos e ricos em açúcar, gorduras e sal – Este tipo de alimentos são uma causa muito comum de azia e de refluxo, uma vez que desaceleram o esvaziamento do estômago. A alternativa é deliciar-se com refeições à base de cozidos, grelhados, escaldados ou assados.2 Seja amigo do seu estômago!
  3. Substituir os citrinos e os refrigerantes – Os limões e as laranjas são muito ácidos. Também os refrigerantes contêm ácido cítrico para ajudar a dar um sabor mais equilibrado. Para manter-se hidratado, há outras opções de bebidas que podem deixar o seu estômago feliz, tais como a água sem gás, ou aromatizada feita com uma fruta espremida muito diluída em água, infusões de hortelã, menta ou canela, ou sumos e batidos de fruta naturais (sem citrinos). Frutos vermelhos, maçãs, peras e bananas são menos ácidas e devem ser incluídos no seu piquenique.3, 2
  4. Dizer adeus ao picante – A comida picante é uma escolha popular para muitos de nós, mas pode ser uma fonte de problemas para quem tem azia. Para aqueles que são adeptos de picante, é importante removê-lo da lista de ingredientes. Experimente utilizar ervas aromáticas para dar mais sabor à comida.4
  5. Cozinhar os alimentos a temperaturas adequadas – Caso o piquenique inclua alimentos confecionados, é fundamental garantir que estes são cozinhados acima dos 70ºC e, preferencialmente, no próprio dia. Carne, ovos e peixe devem ser particularmente bem confecionados.5,6
  6. Armazenar os alimentos a temperaturas seguras – Os microrganismos multiplicam-se muito depressa à temperatura ambiente ou quando os alimentos estão expostos ao calor. Assim, é essencial conservá-los no frio, idealmente abaixo dos 5ºC, num local abrigado da exposição solar. Este é um cuidado que deve ter tanto na viagem até ao local do piquenique, como durante o mesmo, e até ao momento de consumo dos alimentos.7
  7. Garantir a frescura e qualidade dos alimentos – O primeiro passo para garantir a segurança das refeições é a escolha de alimentos frescos, dentro do prazo de validade e processados de forma segura (por exemplo, enlatados que são esterilizados).8
  8. Excluir alimentos mais perecíveis e suscetíveis a alterações pelo calor – Para reduzir riscos, se puder, evite alimentos como queijo, fiambre, leite, marisco, molhos (maionese, natas e bechamel) ou ovos.9[3]
  9. Separar alimentos crus de alimentos cozinhados – Guarde os alimentos do piquenique em embalagens ou recipientes fechados, preferencialmente de vidro, para que não haja uma contaminação cruzada de microrganismos. Isto porque será mais difícil eliminar microrganismos patogénicos presentes.10
  10. Manter a limpeza – Lavar as mãos frequentemente, ou desinfetá-las com uma solução de álcool gel, caso não tenha por perto um local onde lavá-las. Esteja atento aos alimentos para protegê-los dos insetos, pragas ou outros animais. Mantenha os sacos do lixo fechados e deite-os fora no final do piquenique.11

 

Referências:

1, 2,4,11 Hospital da Luz (2020). Faça um piquenique saudável. Disponível em: https://www.hospitaldaluz.pt/pt/saude-e-bem-estar/faca-piquenique-saudavel. [Consultado em julho de 2023].

3 Rennie (2021). Saiba evitar os alimentos que causam refluxo. Disponível em: https://www.rennie.pt/dicas/alimentos-que-causam-refluxo. [Consultado em julho de 2023].

5,6,7,8 Unilabs (2020). Dez regras para fazer um piquenique saudável e seguro. Disponível em: https://www.unilabs.pt/pt/unilabs/novidades-unilabs/blog/piquenique-saudavel. [Consultado em julho de 2023].

9,10 Unilabs (2020). Dez regras para fazer um piquenique saudável e seguro. Disponível em: https://www.unilabs.pt/pt/unilabs/novidades-unilabs/blog/piquenique-saudavel. . [Consultado em julho de 2023].

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
A importância do rastreio
O cancro colorretal (ou cancro do cólon e reto ou cancro do intestino) é uma doença frequente, muita

Este cancro tem o seu início com o aparecimento de pólipos, que são alterações causadas pelo crescimento anómalo de tecido no intestino grosso que com o tempo crescem e se transformam em cancro. Assim, inicialmente, os pólipos não são malignos e poderão ser removidos por colonoscopia antes de se degenerarem, prevenindo o aparecimento de cancro. Desta forma, a colonoscopia permite a prevenção do cancro colorretal, ao remover os pólipos que lhe dão origem, e permite um diagnóstico precoce que pode salvar a sua vida.

A colonoscopia é o procedimento utilizado para visualizar o intestino grosso (cólon) e o reto. Para tal introduz-se através do ânus um tubo longo e flexível (colonoscópio), equipado com uma câmara na extremidade, que transmite a imagem para um monitor, permitindo a observação da mucosa cólica à medida que o tubo progride no intestino.

Este exame permite o diagnóstico do cancro colorretal, nomeadamente através da realização de biópsias, imprescindíveis para a caracterização e diagnóstico definitivo destes tumores. A colonoscopia está indicada na presença de sintomas tais como perda de sangue nas fezes, alteração dos hábitos intestinais, dor de barriga, fadiga e perda inexplicável de peso.

Contudo, o cancro colorretal é uma doença silenciosa e pode evoluir sem sintomas, por isso, recomenda-se a realização do rastreio, na ausência de sintomas, às pessoas com idades compreendidas entre os 50 e os 74 anos. Em alguns casos particulares, como pessoas com familiares de primeiro grau que tenham tido cancro colorretal; com síndromes genéticas que aumentem o risco de cancro do intestino e que tenham o diagnóstico de doença inflamatória do intestino (Doença de Crohn/Colite Ulcerosa), a idade do início do rastreio, pode ser mais precoce. O rastreio consiste na colonoscopia ou em alternativa na pesquisa de sangue oculto nas fezes por método imunoquímico, e nos casos positivos, seguido pela colonoscopia.

Para consciencializar a população para o rastreio do cancro colorretal, a Sociedade Portuguesa de Endoscopia Digestiva (SPED) está a promover a campanha “FériasCom✅Colonoscopia” que visa alertar as pessoas para a importância de agendar e realizar os exames endoscópicos de forma a prevenir ou diagnosticar o cancro colorretal numa fase precoce. Saiba mais sobre o cancro colorretal em www.sped.pt

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Projeto Safety Desk
Com o objetivo de apoiar a criação de perfis toxicológicos na área da cosmética, uma equipa de investigadores da Faculdade de...

Esta solução, desenvolvida no âmbito do projeto Safety Desk, resultou de uma necessidade da empresa Cosmedesk, que trabalha na indústria da cosmética, concretamente no apoio à criação de perfis toxicológicos que, na maioria dos casos, ainda são construídos manualmente, através de pesquisa em várias fontes e da redação de um relatório para atestar a conformidade dos ingredientes.

«O resultado principal, que pode ser integrado na plataforma Cosmedesk, implementa uma série de técnicas responsáveis pela obtenção da informação em várias fontes oficiais, como bases de dados e relatórios anteriores, processa essa informação para obter os dados específicos a colocar no relatório e cria o texto para o mesmo, que tem sempre a validação humana no final. Além desse resultado operacional, o projeto deu origem também a duas teses de mestrado e vários artigos em conferências científicas», revela Catarina Silva, professora do Departamento de Engenharia Informática (DEI) da FCTUC e investigadora no Centro de Informática e Sistemas da Universidade de Coimbra (CISUC).

De acordo com a investigadora, «através destas técnicas de natural language processing, o projeto Safety Desk consulta e interpreta diversas fontes de informação, das quais extrai apenas o conhecimento de relevo para a construção das análises toxicológicas de substâncias químicas, que garantem a segurança de muitos dos produtos usados no dia-a-dia, tais como cosméticos, biocidas ou detergentes».

Catarina Silva considera que «a implementação de um projeto de apoio à construção de relatórios toxicológicos pode ter um impacto extremamente positivo na indústria. Ao semi-automatizar o processo, a eficiência aumenta, reduzindo o tempo necessário para produzir relatórios e, ao mesmo tempo, diminuindo os custos operacionais», assegura a docente.

Além disso, continua, «pode contribuir para a melhoria da qualidade e precisão dos relatórios, pela inclusão automática de novas fontes de informação e pela redução do erro humano, garantindo que os padrões e protocolos sejam seguidos consistentemente, o que é crucial em setores que requerem rigorosa avaliação de segurança toxicológica», realça, concluindo que é fundamental manter o ser humano no ciclo de decisão para rever e interpretar os resultados do relatório final, assegurando uma abordagem abrangente e de confiança para a tomada de decisões críticas relacionadas com a segurança toxicológica dos produtos.

O projeto Safety Desk, liderado pela empresa Cosmedesk, contou com a colaboração do CISUC e do Instituto Pedro Nunes (IPN).

Conselhos Mayo Clinic
O mito de que as pessoas com pele escura são imunes ao melanoma (um tipo de cancro da pele) persiste

Dawn Davis, dermatologista da Mayo Clinic, afirma que as pessoas com tons de pele mais escuros têm de estar atentas à proteção solar.

"A melanina é o componente proteico da pele que lhe dá cor", afirma a especialista.

Os tons de pele mais escuros contêm mais melanina. O pigmento protege contra os danos causados pelo sol e reduz o risco de cancro da pele. Algumas pessoas com pele escura pensam que a melanina as protege do cancro, mas isso é um mito, afiança a dermatologista

"Todos as pessoas, incluindo as que apresentam um tom de pele mais escuro, correm o risco de desenvolver melanoma. As crianças também podem desenvolver melanoma", afirma a médica.

Quando o melanoma se desenvolve em pessoas com pele escura, é normalmente mais agressivo e o diagnóstico ocorre numa fase mais avançada. Mas isso pode acontecer porque o cancro da pele em pessoas com pele mais escura pode aparecer em áreas não expostas.

"Isto inclui debaixo das axilas, na zona genital, debaixo das unhas das mãos e dos pés e nas palmas das mãos e plantas dos pés", esclarece a especialista.

Deste modo, a dermatologista reforça a necessidade de todas as pessoas, independentemente do seu tom de pele, incluindo crianças, usarem protetor solar e examinarem a sua pele regularmente.

Quanto maior for a exposição ao sol, maior é o risco de desenvolver cancro da pele.  Segundo Dawn Davis há várias medidas que devem ser tomadas por todos para proteger a pele:

  • Usar protetor solar com, pelo menos, SPF (fator de proteção solar) 30;
  • Examinar regularmente a pele;
  • Consultar um profissional de saúde se aparecerem verrugas ou inchaços anormais;
  • Usar vestuário de proteção.
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Prémios têm um valor global de 225 mil euros
Estão abertas, até ao próximo dia 15 de dezembro, as candidaturas à Bolsa Nacional para Projetos de Investigação em Microbiota,...

Os projetos vão ser avaliados por um júri independente constituído pelos quatro membros do Comité Científico da Biocodex Microbiota Foundation em Portugal e devem ter uma duração máxima de 18 meses. O vencedor será informado pelo Presidente do júri até um mês antes da concessão da bolsa de estudos.  

A microbiota – conjunto de microrganismos que habitam no nosso organismo – tem uma relação direta com a saúde. Uma microbiota saudável tem impacto no funcionamento bom do sistema digestivo, na imunidade, na síntese de vitaminas, armazenamento de gorduras e até no nosso estado emocional. A microbiota vaginal, em particular, é importante para a saúde da mulher e para a fertilidade. Os desequilíbrios na microbiota da zona íntima da mulher podem levar a problemas de secura vaginal, irritações, infeções e problemas na gravidez. 

Para obter mais informação sobre a Bolsa Nacional para Projetos de Investigação em Microbiota, consulte o regulamento e o formulário. As candidaturas devem ser enviadas, até ao dia 15 de dezembro, para o endereço de e-mail: [email protected].  

Estão também abertas, até ao próximo dia 30 de novembro, as candidaturas à Bolsa Internacional para Projetos de Investigação em Microbiota, que tem como tema “o papel da microbiota nos mecanismos da dor”. A esta Bolsa, no valor de 200 mil euros, podem candidatar-se, segundo o regulamento, médicos e investigadores de todos os países, incluindo de Portugal, independentemente da especialidade médica.

Opinião
Portugal tem apresentado dados preocupantes relativamente à prevalência de Diabetes mellitus, confor

Simultaneamente, à medida que aumenta a preocupação com o impacto da inflação, surge, entre outras questões, uma relevante: poderá a implementação da medida IVA zero no cabaz alimentar ser uma ferramenta capaz de auxiliar a gestão da diabetes?

Para melhor compreendermos o alcance da iniciativa IVA zero, é importante explorar os critérios estabelecidos pelo Ministério da Saúde que fundamentaram a seleção dos 46 produtos alimentares que compõem o cabaz.

Cada um dos sete grupos da Roda dos Alimentos apresenta funções e características nutricionais específicas, o que justifica a presença de todos eles no cabaz com IVA zero. Essa inclusão é de suma importância para garantir uma alimentação diária completa e equilibrada.

Os cereais e derivados, incluindo os tubérculos, compõem a maior fração da Roda dos Alimentos. Alimentos como pão, batata, arroz e massas alimentícias estão contemplados no cabaz com IVA zero por serem os principais fornecedores de energia, fibra e outros nutrientes. Quanto menos refinados, melhor, uma vez que assim preservam os seus nutrientes em maior quantidade.

O consumo de hortícolas crus e/ou cozinhados é a base de uma alimentação saudável, devido à sua interessante densidade nutricional com compostos antioxidantes, vitaminas, fibra e minerais. A variedade do consumo é importante, uma vez que diferentes cores indicam também diferentes benefícios. A sopa, essencial e tão presente na tradição alimentar portuguesa, não deve ser esquecida já que permite conservar grande parte das propriedades nutricionais dos alimentos. O consumo de sopa nas duas refeições principais pode ser uma estratégia para alcançar as recomendações diárias de consumo de hortícolas. Os hortícolas que fazem parte do cabaz IVA zero são a cebola, o tomate, a couve-flor, a alface, os brócolos, a cenoura, a courgette, o alho-francês, a abóbora, os grelos, a couve-portuguesa, os espinafres, o nabo.

A fruta, tal como os hortícolas, é um fornecedor insubstituível de minerais, vitaminas e fibra e por isso o seu consumo deve ser diário, aplicando-se também neste caso a lógica da variedade das cores. A maçã, banana, laranja, pera e melão estão contemplados na medida IVA zero.

O grupo da carne, pescado e ovos é fornecedor de proteína de elevada qualidade e, simultaneamente, fonte de ferro, zinco e vitaminas do complexo B.

Variar o consumo de alimentos deste grupo, em quantidades adequadas, integra os princípios de uma alimentação saudável. É aconselhável consumir mais pescado e menos carne (principalmente vermelha), sendo os ovos uma boa alternativa para ambos. Carne fresca ou congelada de frango, peru, porco ou vaca fazem parte deste cabaz.

As leguminosas em sopa ou no prato devem ser consumidas diariamente, uma vez que possuem uma elevada qualidade nutricional e são uma ótima fonte de proteína vegetal. Estão presentes no cabaz, na versão seca, o feijão vermelho, o feijão-frade, as ervilhas e o grão-de-bico.

Os laticínios, nomeadamente, queijo, leite e iogurte, são por excelência os fornecedores de cálcio, proteína e vitaminas do complexo B. É importante saber fazer escolhas saudáveis e preferir produtos com menor teor de açúcar, gordura e sal adicionados, o que exige uma atenção específica à informação que consta nos rótulos e ao semáforo nutricional. O cabaz contempla leite de vaca, iogurtes ou leites fermentados e queijos.

As gorduras e óleos, nomeadamente o azeite, óleos vegetais e manteiga também fazem parte desta medida. É um grupo que se mostra essencial para o bom funcionamento do organismo, preferencialmente as gorduras de boa qualidade e, obviamente, desde que sejam consumidas com moderação.

Com isto, torna-se claro que a escolha dos alimentos não foi aleatória, demonstrando o alinhamento desta medida tributária com os princípios de uma alimentação saudável. No entanto, ainda podem surgir dúvidas quanto à adequação do cabaz de alimentos com IVA zero na alimentação de pessoas com diabetes.

Em primeiro lugar, é essencial salientar que ter diabetes não é sinónimo de um plano alimentar completamente distinto, mas sim focar em escolhas alimentares saudáveis e equilibradas, adaptadas às necessidades individuais, assim como qualquer outra pessoa que não tem diabetes.

Posto isto, ao analisarmos minuciosamente a lista de alimentos presentes no cabaz, é possível perceber que alguns deles ainda podem suscitar algum receio em pessoas com diabetes, devido a mitos enraizados, tais como a batata, arroz, massa, pão, banana, melão, cenoura e outros. No entanto, estes alimentos podem e devem ser incorporados de forma consciente e equilibrada na alimentação, quando não existem outras contraindicações. Neste caso, a chave para o equilíbrio está na quantidade consumida, tornando importante a orientação de um profissional na área de nutrição.

Assim, será possível não só desfrutar de uma alimentação mais diversificada e prazerosa, mas também assegurar uma maior variedade de nutrientes essenciais para a saúde, inclusive para o auxílio do controlo da Diabetes e redução do risco de complicações associadas à doença (fibra, magnésio, selénio, crómio, vitamina D, entre outros).

Atualmente, três meses após a implementação do IVA zero, o preço total estimado do cabaz alimentar ronda os 129€, representando uma redução de

quase 10€ em relação ao período inicial da medida, conforme indicam dados recentes da DECO.

Ao retrocedermos até 2017, percebemos que foi igualmente implementada uma medida tributária, desta vez com foco na alimentação, a qual consistia na aplicação de um imposto especial sobre bebidas adicionadas de açúcar ou edulcorantes. Através de relatórios governamentais, foi possível verificar que essa medida acarretou certas mudanças, como a redução de cerca de 15% nas vendas das bebidas abrangidas pelo imposto no período de 2017 a 2020, e a própria indústria alimentar sofreu alterações, reduzindo o teor de açúcar nas bebidas em 17% entre 2016 e 2020.

Apesar de não ser o ser o seu objetivo principal, será que a medida IVA zero no cabaz de alimentos, se implementada por tempo suficiente que permita observação de resultados, pode exercer uma influência positiva na qualidade dos hábitos alimentares dos portugueses? Assim esperamos.

Referências Bibliográficas:

Ministério da Saúde. (2023). Eu escolho comer bem com os alimentos do cabaz IVA 0% Guia sobre os grupos de alimentos e combinações saudáveis. Lisboa. Disponível em: https://nutrimento.pt/activeapp/wp-content/uploads/2023/04/AF_GUIA-Alimentacao-Saudavel-CABAZ-0.pdf

Ministério da Saúde (2020). PROGRAMA NACIONAL PARA A PROMOÇÃO DA ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL. Lisboa: Direção-Geral da Saúde. Disponível em: https://alimentacaosaudavel.dgs.pt/activeapp2020/wp-content/uploads/2020/11/Relato%CC%81rio-PNPAS-2020.pdf

DECO PROTESTE (2023). Cabaz com IVA zero desceu 10 euros em três meses, mas oito alimentos ficaram mais caros. Disponível em: https://www.deco.proteste.pt/familia-consumo/orcamento-familiar/noticias/cabaz-alimentar-poupanca-sem-iva

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Proteção Oncológica Reforçada (POR)
O cancro é uma doença que altera a perspetiva de vida das Pessoas e das Famílias. A Médis, marca do Grupo Ageas Portugal,...

Em Portugal, segundo dados da Direção-Geral de Saúde (DGS), registam-se cerca de 60 mil novos casos por ano. A Médis estabeleceu como uma das suas prioridades, a proteção dos seus Clientes com doença oncológica, reforçando a sua oferta e criando um serviço dedicado e personalizado, para um acompanhamento especializado.

A oferta da Proteção Oncológica Reforçada (POR), permite reforçar as coberturas através do aumento de capitais e dar acesso a novos serviços assistenciais. A Médis posiciona-se no mercado também, com a oferta de um serviço de apoio clínico e administrativo diferenciado, feito por enfermeiros e acessível através da Linha Médis.

“A Médis, como seguradora de saúde, tem um papel fundamental na promoção da prevenção do cancro, seja pelo apoio que proporcionam ao nível de coberturas, seja através de campanhas que promovam a informação e um maior conhecimento sobre a doença”, diz Paula Galvão, Responsável da Rede Clínica da Médis. A aposta da Médis no reforço da sua cobertura oncológica “é uma resposta direta à dimensão que o cancro atinge na população portuguesa e é mais um passo rumo à humanização dos cuidados de saúde no País”, reforça a responsável.

O tratamento do doente oncológico é longo e muitas vezes difícil tanto para o próprio como para a família e cuidadores. Ter à disposição um acompanhamento dedicado e especializado feito por profissionais de saúde é apreciado e valorizado pelos clientes.

Este acompanhamento é realizado por uma equipa de enfermeiros, que está disponível todos os dias úteis das 8h às 20h, fazendo a gestão de todos os contactos telefónicos destes Clientes, identificando necessidades, estabelecendo planos de acompanhamento e prestando orientações adequadas a cada Cliente. Muitas vezes este acompanhamento é feito proactivamente dando a conhecer a oferta da Médis.

 

 

Foi criada uma estrutura celular sem recurso à fertilização de ovócitos por espermatozoides
O anúncio recente de produção do incorretamente designado “embrião sintético” suscitou dúvidas e controvérsias a que o Conselho...

Um grupo de cientistas da Universidade de Cambridge, no Reino Unido, e do Instituto de Tecnologia da Califórnia, nos EUA, anunciou a criação de uma estrutura celular semelhante à do embrião humano, unicamente a partir de células estaminais, sem recurso à fertilização de ovócitos por espermatozoides.

O estudo, qualificado como “inovador” e “pioneiro” pela imprensa internacional, levou a um aceso debate ético sobre a realidade em causa, mas também sobre a forma como a notícia foi disseminada.

Como salienta a Presidente do CNECV, Maria do Céu Neves, “não há aqui, efetivamente, uma novidade científica ou tecnológica que represente um avanço qualitativamente distinto da investigação que vem sendo feita nesta matéria desde há décadas e por várias equipas científicas”.

Esta realidade, prossegue a responsável do Conselho, “conduz-nos a alertar para a necessidade do cumprimento escrupuloso dos princípios da integridade científica, não só no processo de investigação, como é do conhecimento comum, mas também no da sua comunicação, o que exige objetividade e rigor. Deve, por isso, rejeitar-se a hiperbolização da informação e o sensacionalismo do discurso. Sobretudo, deve ser evitada a utilização desse anúncio, ainda não substanciado por uma publicação em jornal científico, para a obtenção de vantagens indevidas”.

A produção de uma estrutura celular coloca de imediato a questão terminológica e revisita a definição de embrião, para evitar que uma diferente designação seja um meio para contornar a regra que desde 1984, restringe todo o tipo de experimentação em embriões para além do 14ª dia.

Por outro lado, a atribuição de potencial terapêutico à investigação em causa tende, não só a legitimá-la, mas também a isentá-la do debate social que se impõe, podendo facilmente resvalar do seu intuito originário para aplicações não antecipadas e eticamente problemáticas, alerta o CNECV na sua posição.

Assim, à importância de retomar questões como a da legitimidade ética da manipulação da vida humana, com a destruição intencional de embriões, soma-se a necessidade de refletir sobre estes “modelos de embriões humanos”, qual o seu estatuto e características e o consequente nível de proteção jurídica que lhe deve ser conferido, o que poderá implicar a revisão da legislação em vigor.

O CNECV realça também que o recurso a uma potencial criação de embriões in vitro poderá, no futuro, ter em vista encurtar ou mesmo suprimir a gestação uterina ou, no limite, gerar uma criança unicamente a partir de células de um indivíduo adulto, numa abordagem potencial à clonagem reprodutiva humana que, ao criar uma criança sem progenitores, levaria a um novo sentido de “orfandade”, uma orfandade radical e absoluta.

Aula online para grávidas
A Mamãs Sem Dúvidas vai colocar as grávidas a mexer com mais uma iniciativa de exercício físico mensal. A sessão “Pilates para...

A aula online e gratuita objetiva contribuir para a saúde das mães e bebés, recorrendo aos benefícios associados ao Pilates, como a redução de dores nas costas, fortalecimento do pavimento pélvico e dos restantes músculos necessários para o trabalho de parto, controlo do peso corporal e maior oxigenação do feto.

Além disso, é notório o impacto positivo desta prática na redução dos níveis de stress, postura corporal, flexibilidade e respiração, promovendo o bem-estar geral tanto para a grávida, como para o filho.

Faça a sua inscrição aqui: https://mamassemduvidas.pt/ciclo/

 

Guia de cuidados
Verão é sinónimo de sol e calor, a altura ideal para relaxarmos e sairmos com roupas que nos permite

Praia, piscina e sol são os três vilões de verão no que toca às tatuagens. Estes potenciam possíveis infeções, manchas permanentes na pele, desbotamento ou até mudança da cor dos desenhos, infeções derivadas de alguma contaminação da areia ou da água.

O segredo para uma pele tatuada cuidada é dar especial atenção à sua pele e seguir alguns cuidados. Para que consiga aproveitar o verão sem prejudicar as suas tatuagens, deixamos-lhe cinco passos essenciais que deve seguir:

  1. Cuidado com a exposição direta ao sol - O sol é um dos principais inimigos das tatuagens. A exposição prolongada acelera a descoloração, o que pode desbotar e mudar as cores das mesmas. Neste sentido, evite as horas de maior incidência dos raios solares e tente não expor a área de pele tatuada diretamente ao sol.
  2. Protetor solar é o seu melhor amigo - Nas idas à praia ou à piscina, ou até mesmo em atividades ao ar livre, leve sempre consigo um protetor solar.  A pele é o maior órgão do nosso corpo e devemos cuidar dela com especial atenção. Nas áreas com tatuagens basta aplicar o necessário para cobri-las e mantê-las devidamente protegidas. Deve aplicar 30 minutos antes de começar a exposição solar e ir reaplicando ao longo do dia. Opte por um bom protetor solar de preferência com elevado fator de proteção contra os raios UVA e UVB.
  3. Mergulhos no mar, lagos ou piscinas - É importante ter em mente que uma tatuagem é como uma ferida aberta, sobretudo, se esta for recente. É preciso ter alguns cuidados quando imergimos as nossas tatuagens em água dado que é fácil apanhar infeções bacterianas com a poluição. O cloro pode ser igualmente uma desvantagem para a sua tatuagem na medida em que pode contribuir para a remoção da sua pigmentação e do seu brilho.
  4. Hidratação por dentro e por fora - A desidratação da pele pode prejudicar a preservação da tatuagem. Aposte em cremes hidratantes e loções pós-solares não só para hidratar a pele, como para a acalmar nesta época de sol e de praia. Para manter a pele hidratada também temos de hidratar o corpo. Assim, quando falamos em cuidados com as tatuagens no verão, importa relembrar a importância de beber água, uma vez que ajudará a promover a hidratação.
  5. Limpar a pele regularmente: é sempre importante ter o cuidado que lavar a área tatuada com um produto adequado, principalmente depois de um dia de praia ou piscina para ter a certeza que não se criam infeções com poluentes da água.
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Investigação da Mayo Clinic
Os erros cromossómicos são uma caraterística das células cancerígenas. Os defeitos no genoma resultantes da separação incorreta...

No entanto, o inverso também é verdadeiro, uma vez que níveis muito elevados desta confusão genómica caótica e persistente (denominada instabilidade cromossómica) são prejudiciais para os tumores. Consequentemente, as células cancerosas têm de conter estes erros para sobreviver.

Numa investigação recentemente publicada na revista médica Cell Reports Medicine, a bióloga molecular e de células cancerígenas da Mayo Clinic, Veronica Rodriguez-Bravo, e a sua equipa identificaram um "travão" utilizado pelas células tumorais que lhes permite sobreviver a uma elevada instabilidade cromossómica e tornarem-se mais agressivas. Os investigadores descobriram também que os tumores de cancro da próstata resistentes à terapia apresentam a maior instabilidade cromossómica em comparação com outros tipos de tumores. Se, no futuro, forem desenvolvidas terapias para manter a instabilidade (ou seja, impedir o efeito de "travão"), isso poderá potencialmente impedir o crescimento e a sobrevivência das células cancerígenas.

"O estudo desafia ainda mais o dogma de que os erros cromossómicos são principalmente promotores de tumores e propõe que os erros podem, na realidade, ser o calcanhar de Aquiles dos tumores agressivos, como os do cancro da próstata metastático", explica Rodriguez-Bravo. Normalmente, estes tumores são considerados "invencíveis", pelo que foi muito importante descobrir que são seletivamente sensíveis a medicamentos que provocam aberrações cromossómicas ainda maiores nas células tumorais. Durante muitos anos, os erros cromossómicos foram considerados os principais promotores de tumores porque estão associados à progressão agressiva dos tumores".

Os investigadores estudaram modelos experimentais como células de cancro da próstata e modelos pré-clínicos derivados de doentes, combinados com a análise de dados de doentes. A equipa descobriu que as células de cancro da próstata com um elevado nível de instabilidade cromossómica ativam genes específicos que impedem as células de adquirir mais erros cromossómicos, garantindo que as células cancerígenas sobrevivem e continuam a promover o crescimento do tumor. Desta forma, os tumores agressivos que são resistentes às terapias podem evitar atingir níveis catastróficos de erros no genoma que os matariam.

O estudo mostra que a redução terapêutica do "travão" como estratégia para forçar as células cancerosas a acumularem níveis fatais de erros cromossómicos conduz à morte de células tumorais resistentes à terapia e melhora a sobrevivência de modelos pré-clínicos derivados de doentes", acrescenta a investigadora. "O estudo fornece uma prova de conceito para uma nova estratégia terapêutica contra tumores agressivos com elevada instabilidade cromossómica".

O estudo foi um esforço científico da equipa da Mayo Clinic que envolveu investigadores do Departamento de Urologia e do Departamento de Bioquímica e Biologia Molecular.

"O principal objetivo da nossa investigação era revelar as vulnerabilidades cromossómicas de tumores agressivos, como o cancro da próstata metastático, para ajudar a desenvolver uma nova combinação de terapias para os doentes", afirmou Rodriguez-Bravo. "Estudar os processos fundamentais utilizando a investigação básica e translacional sobre o cancro é da maior importância para atingir este objetivo e encontrar oportunidades escondidas."

A investigação foi apoiada pela Mayo Clinic Foundation, pelo Mayo Clinic Cancer Centre e pelo US National Cancer Institute.

Investigação
Uma equipa de investigadores liderada pela professora Adelaide Fernandes, da Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa,...

O projeto de investigação, intitulado “Manipulação do microbioma para reduzir a psicopatologia na esclerose múltipla” é o vencedor da 4.ª edição da Bolsa Nacional para Projetos de Investigação em Microbiota, atribuída pela Biocodex Microbiota Foundation, e vai ser desenvolvido ao longo de ano e meio, ao abrigo de um financiamento atribuído em prémio de 25 mil euros. 

De acordo com a professora Adelaide Fernandes*, os investigadores vão “modular o microbioma intestinal de ratinhos através de transplantação fecal para avaliar a melhoria da patogénese da doença e dos sintomas psicopatológicos”. O objetivo é alcançar um alívio dos sintomas e a redução da patogénese da doença, “o que pode ser um primeiro passo para melhorar a qualidade de vida dos doentes com esclerose múltipla, ao retardar ou parar a evolução da doença”. 

Segundo dados da Organização Mundial de Saúde esta doença atinge 2,5 milhões de pessoas em todo o mundo e cerca de oito mil em Portugal (Gisela Kobelt, 2009). A esclerose múltipla é uma doença neurodegenerativa autoimune crónica e a principal causa de incapacidade neurológica não traumática.  

A professora Adelaide Fernandes explica que “apesar de acometer principalmente adultos jovens, a idade de início da doença é um fator determinante de piores episódios de recaída com um curso progressivo mais rápido e perda de eficácia terapêutica”.  

Os doentes com esclerose múltipla, apesar da sintomatologia neurodegenerativa, também apresentam comprometimento cognitivo, ansiedade e depressão, que têm impacto na progressão e patogénese da doença. Estudos efetuados em animais confirmam que a idade é um fator preditor de pior progressão da doença acompanhada de maior acumulação de défices de saúde medidos pelo índice de fragilidade. 

Diversos estudos clínicos e pré-clínicos começam agora a desvendar a relevância da interação entre o microbioma intestinal e o sistema nervoso em doenças autoimunes, como a esclerose múltipla. No entanto, existem ainda muitas lacunas que a investigação agora premiada vai explorar, como a alteração do microbioma em função da idade e o seu impacto no surgimento e progressão dos sintomas. 

Espaço pioneiro em Portugal
A Universidade de Coimbra (UC) vai criar o primeiro laboratório de ADN antigo do país. Esta nova estrutura, que será inaugurada...

Este espaço pioneiro em Portugal pretende, assim, promover a excelência científica, colaborativa e interdisciplinar, uma vez que vai ser uma estrutura de apoio para vários domínios de investigação, nomeadamente, o estudo da adaptação e mobilidade de populações e espécies como resposta a alterações ambientais; a utilização de ADN antigo, ambiental e forense para monitorização da biodiversidade, espécies invasoras, qualidade alimentar e preservação de recursos naturais; o estudo da valorização das populações e do seu território, incluindo aldeias históricas e locais arqueológicos; o estudo da incidência e evolução de doenças ao longo do tempo; ou a implementação e análise computacional de dados genómicos de larga-escala (big data).

«A aposta da Universidade de Coimbra neste novo laboratório pretende potenciar a investigação e a inovação em vários domínios do saber. Com a criação desta nova estrutura estaremos não só a promover a inovação dentro de portas, mas também fora da UC, uma vez que pretendemos que este laboratório contribua para a investigação que é feita dentro e fora de Portugal, nas áreas em que o ADN antigo pode ter um contributo fundamental», destaca o Reitor da Universidade de Coimbra, Amílcar Falcão.

«O laboratório de ADN antigo contribuirá para superar algumas das principais limitações infraestruturais do país nesta área, e irá promover a excelência científica interdisciplinar e contribuir para consolidar a liderança da Universidade de Coimbra na investigação e inovação. O laboratório estará integrado numa rede global de instituições científicas especializadas em ADN antigo, genética forense, biologia evolutiva, arqueologia, linguística e museologia», explica o vice-coordenador do Centro de Estudos Interdisciplinares da UC (CEIS20), atualmente na Universidade Nacional da Austrália e investigador afiliado da UC, João Carlos Teixeira, que será o investigador principal desta nova estrutura.

João Carlos Teixeira tem dedicado a sua carreira de investigação à genética e à evolução das espécies, em particular à espécie humana, sobretudo através da análise de amostras de ADN antigo, tendo publicado em prestigiadas revistas científicas internacionais sobre, por exemplo, a importância da diversidade genética para a conservação das espécies, a história evolutiva das populações humanas, ou a identificação do mais antigo caso documentado de uma síndrome genética

O investigador explica que o ADN antigo «oferece uma janela direta para o passado, permitindo o estudo da arquitetura genética de populações naturais ao longo do tempo, incluindo episódios de seleção ou migração, mas também os fatores genéticos associados à domesticação, especiação ou extinção de espécies». 

«Com este novo laboratório, vem, igualmente, a ambição de estabelecer fortes parcerias também em território nacional com outras unidades de Investigação e Desenvolvimento (I&D) dos setores público e privado», avança João C. Teixeira, que realça «a oportunidade única de se estabelecerem programas de ensino e treino especializado».

O novo laboratório vai envolver diversas unidades de ensino e investigação da Universidade de Coimbra, nomeadamente o CEIS20, o Centro de Investigação em Antropologia e Saúde (CIAS) da Faculdade de Ciências e Tecnologia (FCTUC), o Departamento de Ciências da Vida da FCTUC, o Jardim Botânico, o Museu da Ciência e a Faculdade de Letras (FLUC). 

Balanço
A Cruz Vermelha Portuguesa deu resposta a quase 1.500 ocorrências durante a Jornada Mundial da Juventude, que decorreu entre 1...

Nos dez Postos Médicos Avançados (PMA), colocados junto aos locais onde decorreram as maiores concentrações, nomeadamente Parque Eduardo VII, Parque Tejo ou Terreiro do Paço, as equipas da Cruz Vermelha Portuguesa atenderam quase 900 pessoas. As situações mais prevalentes foram desidratações, intoxicações alimentares, pequenos traumatismos.

As equipas apeadas, que circularam entre os peregrinos para resposta imediata, registaram perto de 600 ocorrências.

A Cruz Vermelha Portuguesa integrou a resposta médico-sanitária do evento, em coordenação com o Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM), contando com um dispositivo de mais de mil operacionais e voluntários, entre os quais médicos, enfermeiros, psicólogos, socorristas.

 

Opinião
O processo natural de envelhecimento exige que se adotem cuidados redobrados na saúde e o coração nã

A doença valvular cardíaca incide nas quatro válvulas do coração (tricúspide, pulmonar, mitral e aórtica), elementos responsáveis pela passagem ou não do sangue para o interior do coração. Com a presença de fatores de risco como a idade, fatores genéticos, tabagismo, doenças cardiovasculares, hipertensão arterial, diabetes e alguns tipos de infeções, a funcionalidade das válvulas vai deteriorando-se, afetando o fluxo sanguíneo do coração.

No caso da estenose aórtica, a doença mais comum das válvulas do coração, a válvula aórtica fica mais estreita, deixando de fazer a abertura completa, o que se traduz num impedimento do fluxo normal do sangue da região do ventrículo esquerdo para a artéria aorta. Como consequência, a função da saída do sangue do coração fica condicionada, colocando a vida do doente sob ameaça.

A insuficiência mitral, merece igual destaque por ser a segunda principal causa de intervenção valvular nos países europeus. Neste caso, a válvula mitral, responsável pela passagem de sangue da aurícula esquerda para o ventrículo direto, sem que o sangue volte para trás quando está a ser bombardeado para o resto do corpo, deixa de funcionar na plenitude. Como consequência, existe uma fuga de sangue (regurgitação) do ventrículo para a aurícula, no sentido contrário ao do fluxo normal, o que resulta numa menor quantidade de sangue em circulação e que a pressão do sangue nas veias pulmonares aumente.

Para avaliar a possibilidade de desenvolver um problema deste cariz, comece por estar atento a sintomas como fadiga, dor no peito, palpitações, desmaios e inchaço, em regiões como as pernas. Na presença de algum destes indícios, deve proceder a uma avaliação médica, cujo diagnóstico é efetuado recorrendo a meios de auscultação e ecografia com doppler, e, numa fase de confirmação, através de cateterismo cardíaco.

Ao ser detetada uma doença valvular cardíaca, deve ser prescrita a toma de medicação, podendo ainda ser necessário optar por métodos de reparação ou através do implante de uma nova válvula cardíaca, a prótese, que atualmente é possível através de procedimentos minimamente invasivos, via cateter, uma alternativa cada vez mais frequente em relação às cirurgias cardíacas.

Nas situações devidamente acompanhadas e controladas, é possível viver normalmente, desde que se privilegiem rotinas saudáveis, que não agravem a patologia, através de uma alimentação regrada, pobre em sal, e da prática regular de exercício físico. Salienta-se ainda a importância de realizar avaliações de rotina, em particular nos seniores.

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
“A Hepatite não pode esperar”
A Associação Portuguesa para o Estudo do Fígado (APEF) acaba de lançar o e-book “A Hepatite não pode esperar”. Esta iniciativa...

“Com este documento pretendemos divulgar informação e consciencializar os portugueses para as Hepatites, uma doença que representa um problema de saúde pública e afeta milhões de pessoas em todo o mundo. As Hepatites de causa viral são provocadas por diferentes vírus, que podem ser categorizadas nas tipologias A, B, C, D ou E. Por este motivo, é crucial que as pessoas estejam informadas e conscientes de que as diferentes tipologias apresentam vários modos de transmissão, sintomas, tratamento e prevenção”, explica Arsénio Santos, presidente da Associação Portuguesa para o Estudo do Fígado (APEF).

E acrescenta: “Estas condições apresentam diferentes gravidades e exigem confirmação através de exames de sangue e de Imagiologia. Neste sentido, com esta iniciativa, queremos que as pessoas compreendam a importância do diagnóstico e do tratamento, uma vez que limitam que o vírus se propague e as lesões se agravem, especialmente nos casos graves e crónicos. Pessoas mais informadas sobre os fatores de risco para as doenças do fígado, formas de as diagnosticar, de tratar, e de as prevenir, constroem uma sociedade mais forte e saudável”.

O e-book está disponível gratuitamente no site da Associação e pode ser consultado aqui: https://apef.com.pt/ebook-a-hepatite-nao-pode-esperar/

A Hepatite caracteriza-se por uma inflamação das células do fígado, que pode ter várias causas, nomeadamente os vírus da Hepatite A, B, C, D e E, sendo a B e a C as que têm maior impacto na saúde pública. O fígado é um importante órgão do sistema digestivo e, no caso de inflamação ou lesão, pode haver comprometimento da sua função, podendo originar diversas complicações a curto ou a longo prazo.

A Hepatite é uma doença evitável, tratável e, no caso da hepatite C, curável. As Hepatites virais B e C afetam 350 milhões de pessoas em todo o Mundo, causando 1,4 milhões de mortes por ano. Em Portugal poderão ainda existir milhares de doentes com Hepatites B e C não diagnosticados.

Destinado a farmacêuticos ou estudantes do curso de Ciências Farmacêuticas
A Tecnigen, empresa de genéricos de capital 100% português do Grupo Tecnimede, acaba de lançar a 2ª Edição do Prémio Tecnigen...

O objetivo é premiar quatro projetos inovadores dirigidos à prática da farmácia comunitária, que promovam a saúde e o bem-estar das suas comunidades. As candidaturas podem ser submetidas no website do Prémio até dia 31 de dezembro de 2023, sendo que a short-list com os 10 projetos finalistas será anunciada em fevereiro de 2024 e os vencedores revelados em novembro desse mesmo ano.

Nesta 2ª edição serão novamente distinguidos dois projetos que estejam ainda na fase de conceito e dois projetos que se encontrem já desenvolvidos (incluindo projetos piloto). Está prevista a atribuição de quatro prémios monetários, num total de 20 mil euros, em que o melhor projeto por categoria recebe 7.5 mil euros e o segundo melhor 2.5 mil euros. Os quatro projetos vencedores recebem ainda uma formação customizada dada pela Católica Lisbon School of Business & Economics, com uma duração de oito horas.

Além da Ordem dos Farmacêuticos e da CATÓLICA-LISBON, esta segunda edição conta com um novo parceiro institucional, o Instituto de Saúde Baseada na Evidência (ISBE), que estará responsável por ministrar um webinar aberto a todos os participantes interessados em concorrer ao Prémio, com o mote “Como Desenhar um estudo na Farmácia Comunitária?” O ISBE estará ainda responsável por sessões de coaching científico que serão oferecidas aos 10 projetos finalistas.

O júri desta 2ª edição é constituído por personalidades relevantes a nível nacional, como Hélder Mota Filipe, Bastonário da Ordem dos Farmacêuticos, que será também Presidente de Júri; Carolina Mosca, Presidente do Conselho do Colégio de Especialidade de Farmácia Comunitária; Ema Paulino, Presidente da Associação Nacional de Farmácias; Isabel Cortez, Presidente da Associação de Farmácias de Portugal e Ana Cabral, Farmacêutica Comunitária e Professora Auxiliar Convidada na Faculdade de Farmácia da Universidade de Coimbra.

Para mais informações sobre o Prémio, consulte: http://www.premiofarmaciascomunitarias.tecnigen.pt/

 

Itens de saúde
Para muitos a chegada do verão representa a altura ideal para abrandar o ritmo e fugir da rotina e d

Quando vamos de férias, continua a ser importante manter alguns cuidados especiais para zelar pela nossa saúde. E, por isso, além dos documentos de identificação, dos acessórios eletrónicos, dos produtos de higiene e de roupa leve e fresca, deve levar um kit de primeiros socorros com os objetos e medicamentos que poderão salvar o seu dia-a-dia, caso aconteçam pequenos acidentes ou questões de saúde repentinas.

Antes da viagem, é essencial preparar a sua mala com cuidado, o que pode ser uma tarefa desafiante. Para garantir que não se esquece de nada, siga esta lista com dezoito itens de saúde que são um must-have para as suas férias em família:

1.      Luvas descartáveis;

2.      Adesivo e ligaduras elásticas;

3.      Tesoura pequena;

4.      Desinfetante;

5.      Gazes esterilizadas;

6.      Pensos rápidos de vários tamanhos;

7.      Termómetro;

8.      Gelo instantâneo;

9.      Creme para irritações e queimaduras para cicatrizar a pele;

10.  Creme desinfetante e cicatrizante para utilizar em feridas, bolhas e arranhões com risco de infeção;

11.  Anti-histamínico para aliviar os sintomas de alergia;

12.  Gotas oftálmicas (em doses individuais) para aliviar o olho seco, irritado ou a sensação presença de “grãos de areia”;

13.   Anti-inflamatório, analgésico e antipirético para o alívio das dores e da febre;

14.  Antiácido para a azia, indigestão ou enfartamento.

15.  Antifúngico para o tratamento de fungos;

16.  Repelente de insetos para prevenir as picadas;

17.  Comprimidos para o enjoo, náuseas e vómitos;

18.  Outros medicamentos de acordo com a medicação diária e habitual dos membros da família.

Lembre-se de levar todos estes medicamentos e produtos na sua checklist de viagem.

Fonte: 
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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Candidaturas até 29 de setembro
Estão abertas as candidaturas ao Net Zero Health Systems – Accelerating the descarbonization of Patient Care, um programa de...

As candidaturas podem ser submetidas por startups, empresas que estejam a desenvolver um projeto, com menos de cinco anos de existência formal, ou pessoas singulares maiores de 18 anos de qualquer nacionalidade, concorrendo individualmente ou em equipa.

O Programa conta um total de 20.000€ em prémios, divididos em duas fases. Um Júri de mérito reconhecido irá avaliar e eleger o primeiro e segundo projetos mais promissores, atribuindo prémios no valor de 10.000€ e 5.000€, respetivamente. Estas duas Startups, às quais se poderão juntar até mais seis, terão acesso a um programa de aceleração de oito semanas, que contará com sessões de capacitação em temas críticos para o desenvolvimento dos projetos, mentoria com entidades e representantes de instituições de saúde nacionais de relevo, empreendedores e potenciais investidores e apoio à validação do seu projeto no mercado. Findo o programa de aceleração, os projetos serão novamente apresentados ao júri, num Demo Day, que determinará o vencedor da fase de aceleração, que irá receber prémio adicional de 5.000€, e acesso direto e gratuito à incubação na Startup Lisboa, durante seis meses.

“Sabe-se que o setor da saúde tem uma pegada ambiental considerável (representando cerca de 5% da pegada de Co2). Por isso, sendo a AstraZeneca uma entidade ligada a este setor e com preocupações ligadas à sustentabilidade, considerámos que trabalhar e apoiar projetos que possam permitir a redução da pegada do sistema de saúde português, faria todo o sentido”, refere Sérgio Alves, Presidente da AstraZeneca Portugal. A sustentabilidade é, aliás, um dos pilares orientadores dentro da companhia, mas também fora das suas portas, através do desenvolvimento de parcerias com entidades do setor da saúde e outras. Nesse âmbito, “têm sido vários os projetos que temos vindo a desenvolver com o objetivo de contribuir para um sistema de saúde mais sustentável, como a PHSSR (Parceria para a Sustentabilidade e Resiliência dos Sistemas de Saúde), a participação numa comunidade energética envolvendo o Hospital Professor Dr. Fernando da Fonseca, ou o projeto Care Pathway da Unidade de Saúde Local de Matosinhos e Hospital de Braga”.

Gil Azevedo, diretor executivo da Unicorn Factory Lisboa e Startup Lisboa, refere que “é com enorme orgulho que vemos nascer esta parceria com a AstraZeneca. O Programa NetZero Health Systems vem impulsionar o desenvolvimento de soluções inovadoras na área da saúde com foco na sustentabilidade do setor, áreas essenciais para o futuro. Este Programa é mais uma peça fundamental para expandir o ecossistema empreendedor em Portugal, promovendo e apoiando projetos de elevado potencial.”

As candidaturas ao programa estão abertas até dia 29 de Setembro de 2023.

Para mais informações sobre o programa Net Zero Health Systems – Accelerating the descarbonization of Patient Care e consulta do regulamento, aceda aqui: www.netzero-health.com

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