Site faz parte da estratégia omnicanal da companhia farmacêutica
A Janssen Portugal acaba de lançar um novo site institucional, com vista a agregar as informações mais relevantes que compõem o...

A plataforma, agora melhorada ao nível da experiência do utilizador, procura dar a conhecer todas as suas áreas de atuação da Janssen, desde a Oncologia, Hematologia, à Imunologia, passando pelas Neurociências, Hipertensão Arterial Pulmonar, as Doenças Infecciosas e Vacinas.

Ao navegar no novo site da Janssen Portugal poderá conhecer o compromisso da companhia farmacêutica nas diferentes áreas terapêuticas, bem como ter acesso às diferentes campanhas de sensibilização de doença desenvolvidas em Portugal.

“A modernização digital é algo que perseguimos, pelo que transformação do nosso site institucional foi um passo natural para a Janssen. O bom uso da tecnologia tem-nos permitido estar mais próximo de quem precisa dos nossos cuidados, bem como dos profissionais de saúde”, afirmou Filipa Mota e Costa, diretora-geral da Janssen Portugal.

A captação de talento é também uma preocupação para a Janssen Portugal e o novo site tem uma seção destinada a todos os que quiserem desafiar-se profissionalmente no universo do Grupo Johnson & Johnson.

A remodelação do site institucional da Janssen Portugal faz parte da estratégia omnicanal da companhia farmacêutica para o mercado nacional, onde se inclui o lançamento recente do Janssen Comigo (www.janssencomigo.pt), plataforma dedicada a doentes, cuidadores e familiares, do Janssen Medical Cloud (https://www.janssenmedicalcloud.pt/pt-pt/), site dedicado a profissionais de saúde, bem como a presença nas redes sociais, designadamente Linkedin e Youtube.

Estudo
Com o objetivo de identificar as razões que levam as pessoas a acreditar na desinformação sobre as vacinas, uma equipa de...

Com base na identificação e testagem destas 11 atitudes, os cientistas lançaram uma ferramenta online gratuita que permite a identificação rápida de argumentos anti-vacina e, em simultâneo, a refutação desses argumentos de forma construtiva. Na plataforma onde está disponível a ferramenta,  são listados mais de 60 tópicos de desinformação que podem surgir em conversas presenciais sobre vacinação, tanto em contexto profissional, nomeadamente em diálogos com pacientes, como na esfera pessoal, em conversas com amigos. O trabalho de investigação pretende, assim, abrir caminho para que se desenvolvam mais estratégias de refutação e outras intervenções que respondam de forma mais direcionada à argumentação anti-vacinação.

 No artigo científico “A taxonomy of anti-vaccination arguments from a systematic literature review and text modelling”, publicado hoje na revista Nature Human Behaviour, a equipa de investigação procurou identificar «os atributos psicológicos que impulsionam a crença de uma pessoa que se opõe à vacinação», contextualiza o investigador da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra (FMUC) e primeiro autor do estudo, Angelo Fasce.

 «O problema da motivação anti-vacinação requer uma abordagem que vai além de apontar as falhas nos argumentos: deve considerar também as raízes desta atitude, isto é, os atributos psicológicos subjacentes à crença da oposição às vacinas», destaca o investigador. No contexto deste trabalho científico, as atitudes dizem respeito às crenças e ideias que as pessoas vão formando através da interação social e das experiências que vivem. É de acordo com essas atitudes que o ser humano reage de forma positiva ou negativa a pessoas, situações ou objetos.

A hesitação vacinal «é um conceito que abrange um espectro de atitudes, que vão desde a recusa de todas as vacinas até à aceitação da vacinação, ainda que com incertezas em fazê-lo, sendo uma barreira para alcançar uma percentagem de vacinação suficientemente alta que permita proteger as comunidades», explica Angelo Fasce.

Considerando que «uma das abordagens mais promissoras para superar a hesitação vacinal é o diálogo entre pacientes e profissionais de saúde», os investigadores procuraram identificar alguns padrões de oposição vacinal com o objetivo de apoiar os profissionais de saúde «a aplicar estratégias de comunicação que sejam eficazes para lidar com indivíduos hesitantes, que podem ser influenciados por desinformação sobre a vacinação», refere o primeiro autor. O investigador destaca ainda que «algumas das formações de atitude de oposição são cada vez mais comuns nas consultas e requerem treino específico para serem devidamente abordadas».

Os 11 tipos de formação de atitudes identificadas pelos autores são: pensamento conspiracionista; desconfiança; crenças infundadas; perceção do mundo e política; questões religiosas; questões morais; medo e fobias; perceção distorcida do risco; crença no interesse próprio; relativismo epistemológico; e reatividade.

«Esta taxonomia de argumentos é um recurso útil para os profissionais de saúde, na medida em que, para cada um, são apresentadas refutações que podem ser utilizadas quando os pacientes apresentam determinados argumentos, uma vez que esta ferramenta apresenta já como proceder à resposta a determinados argumentos anti-vacina», explica Angelo Fasce. A ferramenta foi feita «em parceria com médicos do Reino Unido e permite que os profissionais identifiquem a raiz do argumento do paciente que recusa a vacinação e, em seguida, definam como podem refutar esse mesmo argumento, sem desafiar o paciente, fazendo a refutação de forma construtiva», clarifica.

 Para validar as 11 tipologias identificadas, os autores recorreram a algoritmos de processamento de linguagem natural, através da combinação de codificação humana e de aprendizagem automática.  Realizaram uma revisão sistemática de trabalhos científicos já desenvolvidos sobre argumentação anti-vacinas, tendo recorrido também a fact checks relacionados com a vacinação contra a covid-19. «Os resultados obtidos com esta classificação hierárquica de textos sugerem que podemos recorrer ao conhecimento académico, sob a forma de literatura científica, para aperfeiçoar modelos de inteligência artificial, capacitando-os para identificar mais facilmente as formações de atitudes presentes no tipo de texto que encontramos habitualmente em contextos mais informais», salienta o investigador.

Este artigo científico foi desenvolvido no âmbito do “JITSUVAX. Jiu-jitsu with misinformation in the age of COVID: Using refutation-based learning to enhance vaccine uptake and knowledge among healthcare professionals and the public”, projeto europeu financiado com mais 3 de milhões de euros pela Comissão Europeia. É coordenado por Stephan Lewandowsky, professor da Universidade de Bristol (Reino Unido), sendo coordenado em Portugal por Fernanda Rodrigues, docente da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra.

O “JITSUVAX” pretende analisar a desinformação e o ceticismo em relação à eficácia e à segurança das vacinas, de forma a que esta análise possa vir a apoiar profissionais de saúde, e também os cidadãos, capacitando-os para comunicar de forma mais construtiva, contribuindo, assim, para o aumento da confiança das pessoas na vacinação em prol da saúde pública.

O coordenador geral do projeto, Stephan Lewandowsky, explica que «a desinformação sobre vacinas tem consequências graves para a sociedade. Foi recentemente publicado no Canadá, por exemplo, um relatório que estima que o custo da desinformação no país ronde os 300 milhões de dólares, com quase 3000 óbitos associados à relutância das pessoas em serem vacinadas por estarem mal informadas. É por isso essencial, para a garantia da saúde pública, encontrar soluções que protejam o público desta desinformação. O projeto JITSUVAX, financiado no âmbito do Programa da UE Horizon Europe, desenvolveu ferramentas para que possamos compreender e combater a desinformação anti-vacina».

Conclusão do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT)
O Sindicato dos Enfermeiros – SE e o Ministério da Saúde retomam na próxima quarta-feira, dia 19 de julho, pelas 11h30m, as...

Em cima da mesa, para o SE, deve estar, desde logo, a conclusão do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT). “Somos a única profissão da área da Saúde que não tem em vigor qualquer ACT e desde 2017 que aguardamos que sejam retomadas e concluídas as negociações”, frisa Pedro Costa. Outro dos temas que o Sindicato dos Enfermeiros pretende ver abordado na reunião prende-se com a atribuição de um dia de férias adicional por cada 10 anos de vínculo com o Serviço Nacional de Saúde (SNS) por parte dos contratos individuais de trabalho, tal como acontece com os colegas com contrato de trabalho em funções públicas. É inadmissível este tipo de barreiras entre enfermeiros que trabalham lado a lado.

“Pretendemos também que seja revista a aplicação do Decreto-lei n.º 80-B/2022, que define os termos das avaliações do desempenho dos enfermeiros, e que seja encontrada uma norma que uniformize a aplicação desta legislação, para que todos os enfermeiros progridam na carreira de forma igual, sejam mais novos, mais velhos ou mais diferenciados”, justifica Pedro Costa.

O presidente do SE adianta, ainda, que também a progressão na carreira tem de ser revista, uma vez que “temos cada vez mais enfermeiros acabados de entrar na profissão a ganhar exatamente o mesmo que aqueles colegas que estão na Enfermagem há 20 ou 30 anos”. No entender do dirigente, “questões como a carreira, a especialização, o reconhecimento do risco e penosidade, desgaste rápido e a dedicação ao SNS tem de ser valorizada e recompensada, também, monetariamente”. “O próprio ministro da Saúde já reconheceu, na comunicação social, que não é admissível ter enfermeiros mais novos a ganhar o mesmo, ou mais, do que aqueles que têm já uma carreira longa ou que investiram numa especialização para colmatar as necessidades em saúde dos portugueses”, frisa Pedro Costa.

Numa altura em que se trabalha numa reforma dos Cuidados de Saúde Primários, com o intuito de atribuir profissionais de saúde a mais de um milhão de portugueses, Pedro Costa adverte que “não podemos ter apenas mais médicos de família, é também necessário que haja mais cuidados de saúde e se aposte uma vez por todas, no maior objetivo dos Cuidados de Saúde Primários a prevenção da doença e a promoção da saúde”. E isso, garante, “só é possível com a contratação e valorização de mais enfermeiros de modo a garantir que continuam a trabalhar no SNS, e não abandonam o país, onde podem ganhar pelo menos o triplo do que hoje ganham no setor público português e onde também a sua especialização e diferenciação incrementa exponencialmente os valores remuneratórios”.

 

Doença de Crohn, diabetes tipo 1, esclerose múltipla e lúpus
Por já terem demonstrado o seu potencial terapêutico em diversos estudos pré clínicos, as células estaminais mesenquimais do...

Os resultados da utilização destas células em terapias experimentais foram já publicados em alguns artigos científicos, com perspetivas promissoras da sua aplicação na prática clínica, tendo uma das primeiras aplicações sido no contexto da doença do enxerto contra o hospedeiro, após transplante hematopoiético.

As células estaminais mesenquimais do tecido do cordão umbilical têm sido associadas a melhorias na qualidade de vida de pessoas com doença de Crohn e à diminuição da necessidade de insulina em doentes com diabetes tipo 1. Outras doenças nas quais a administração destas células tem alcançado resultados favoráveis, com melhoria dos sintomas, incluem esclerose múltipla, lúpus eritematoso sistémico, lesões da espinal medula, artrite reumatoide, autismo, paralisia cerebral e casos graves de COVID‑19, entre outras. Em particular no que se refere à COVID‑19, o tratamento com células estaminais mesenquimais do tecido do cordão umbilical mostrou ser capaz de suprimir a inflamação e melhorar a sintomatologia ao nível pulmonar.

“Com a evidência científica a demonstrar que a aplicação clínica destas células é segura, bem como resultados preliminares promissores ao nível da eficácia terapêutica, é fundamental que a investigação nesta área continue com vista a obter dados mais robustos e conclusivos”, sublinha Carla Cardoso, diretora do Departamento de I&D da Crioestaminal.

“O avanço na investigação poderá permitir que, num futuro próximo, estas células sejam usadas no tratamento de várias doenças graves, atualmente sem opções de tratamento eficazes”, acrescenta.

O tecido do cordão umbilical constitui uma das principais fontes de células estaminais mesenquimais, embora estas células possam também ser obtidas a partir da medula óssea, da placenta, do tecido adiposo e do sangue do cordão umbilical.

As células estaminais mesenquimais são capazes de regular a atividade do sistema imunitário, controlando reações imunológicas exacerbadas características das doenças autoimunes, da doença do enxerto contra o hospedeiro e da síndrome de dificuldade respiratória aguda (ARDS, de Acute Respiratory Distress Syndrome), comum em casos graves de COVID‑19, podendo, por isso, ser úteis no tratamento destas doenças.

O seu potencial terapêutico resulta da possibilidade de serem facilmente multiplicadas em laboratório, da capacidade de migrarem para o local da lesão, de promoverem a libertação de moléculas que estimulam a regeneração de vários órgãos e, ainda, da capacidade de se de diferenciarem em vários tipos de células (da cartilagem, do osso e da gordura, entre outras) - o que se encontra a ser explorado na área de engenharia de tecidos, com o objetivo de permitir a substituição de tecidos lesados.

Especialista em medicina tradicional Chinesa explica benefícios
Sabia que o nosso sistema linfático é duas vezes maior que o sistema circulatório?

Para entender melhor os benefícios da massagem Guasha, a especialista em medicina tradicional chinesa, Patricia Liu, explica as principais dúvidas. Segundo ela, a massagem Guasha é uma técnica chinesa que movimenta o líquido na nossa face, proporcionando uma série de benefícios impressionantes. Ela ajuda a diminuir as expressões faciais, aumenta a circulação sanguínea, ameniza bolsas de cansaço abaixo dos olhos, tonifica os músculos do rosto e desincha instantaneamente. É uma verdadeira revolução para a saúde e beleza da pele!

A Guasha tem as suas raízes na antiga medicina chinesa, que valoriza a importância do equilíbrio energético e do fluxo livre de energia no corpo. Ao aplicar pressão suave em certos pontos do rosto, utilizando uma pedra de jade ou até mesmo as mãos, é possível promover uma melhor circulação linfática. Isso resulta em uma pele mais firme, luminosa e revitalizada.

Além dos benefícios estéticos, a massagem Guasha também promove uma sensação profunda de relaxamento e bem-estar. “Ela pode aliviar a tensão muscular facial, reduzir o stress e promover uma sensação de calma e equilíbrio. É como um momento de autocuidado e amor próprio, em que você se dedica a cuidar da sua pele e da sua saúde de forma completa”, ressalta Patrícia.

A aplicação da massagem pode ser combinada com o uso de produtos de skincare, como um mist ou hidratante, juntamente com um óleo vegetal de alta qualidade, para potencializar os resultados. Os óleos de semente de uva e girassol são especialmente recomendados devido às suas propriedades hidratantes e nutritivas.

E não se preocupe se acha que não possui habilidades especiais para realizar a massagem Guasha. A especialista enfatiza que é uma prática simples e acessível, que pode ser facilmente incorporada à sua rotina de cuidados com a pele. Ela recomenda realizar a massagem com movimentos lentos, na horizontal, sem aplicar muita pressão. Os movimentos sempre trazendo a pedra ou as mãos para fora, em direção ao couro cabeludo. Siga o formato da face, sempre respeitando os contornos.

Não perca a oportunidade de experimentar os benefícios transformadores da massagem Guasha. Renove sua pele, revitalize seu rosto e descubra uma nova versão de você mesma. “A medicina tradicional chinesa nos presenteia com técnicas ancestrais e poderosas, capazes de proporcionar resultados surpreendentes para a nossa saúde e beleza. Aproveite esse momento para se conectar consigo mesmo, relaxar e desfrutar dos benefícios revitalizantes da técnica”, finaliza Liu.

Fonte: 
Foto: 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Ispa – Instituto Universitário realiza primeiro estudo em Portugal sobre práticas de conversão
O estudo “Saúde Mental, Experiências de Terapia e Aspirações de Vida de Pessoas LGBT+”, liderado pelo investigador Pedro...

Das 424 pessoas LGBT+ que participarem neste estudo, 91 pessoas (22 %) foram sujeitas a práticas de conversão em contexto religioso, médico ou psicoterapêutico.

De acordo com o estudo, 52 % das pessoas sentiram-se obrigadas a iniciar a prática de conversão e 35 % foram pressionadas a manter-se no processo. A idade mínima de início foi de 12 anos; a maioria entre os 14 e os 19 anos. A duração média do processo foi de dois anos, com um mínimo de algumas sessões a um máximo de seis anos.

Cerca de 62 % das pessoas afirmaram ter sido conduzidas a estas práticas de conversão por outra pessoa e apenas 38 % por autoiniciativa. Cerca de metade dos participantes tinham como expetativa própria, e do profissional, mudar a sua orientação sexual para heterossexual.

O “Saúde Mental, Experiências de Terapia e Aspirações de Vida de Pessoas LGBT+” desvenda ainda quais as principais estratégias utilizadas por parte dos agentes promotores das práticas de conversão:

  • 27 % Expressar que a orientação sexual/identidade de género é uma doença;
  • 23 % Amplificar comportamentos heteronormativos;
  • 12 % Romper amizades/relações com pessoas LGBT+;
  • 8 % Sugerir leituras que condenam pessoas LGBT+ e/ou defendem as práticas de conversão;
  • 7 % Criar relações com pessoas heterossexuais cisgénero;
  • 5 % Isolar do contexto habitual;
  • 2 % Forçar a rezar e a cumprir penitências.

Ainda de acordo com o estudo, as pessoas sujeitas a práticas de conversão apresentam piores indicadores de sofrimento global, de bem-estar psicológico, queixas físicas e somáticas, funcionamento social e relações interpessoais e risco próprio. Alguns destes indicadores assinalam a existência de sofrimento psicológico clinicamente relevante passível de intervenção psicológica.

Este estudo liderado pelo investigador Pedro Alexandre Costa está também a decorrer em Espanha, Colômbia, Equador, Chile e Israel.

Portugal encontra-se atualmente na 11.ª posição do ranking anual da ILGA Europa - que avalia um conjunto de 49 países no que diz respeito ao panorama legislativo, político e social - de reconhecimento da igualdade de direitos de pessoas LGBT+ e de proteção especial de minorias sexuais e de género.

De acordo com um relatório elaborado por um especialista independente das Nações Unidas, Victor Madrigal-Borloz, em maio de 2020, as práticas de conversão são definidas como um “termo utilizado como guarda-chuva para descrever intervenções de natureza abrangente, que se baseiam na ideia de que a orientação sexual ou a identidade de género (SOGI) de uma pessoa pode e deve ser alterada. Tais práticas visam transformar pessoas gays, lésbicas ou bissexuais em heterossexuais e pessoas trans ou de género diversas em cisgénero”.

O relatório da ONU identificava diferentes agentes responsáveis por estas práticas como profissionais de saúde e de saúde mental, organizações e líderes religiosos ou curandeiros tradicionais, e assinala igualmente diferentes agentes promotores ou motivadores como a família, a comunidade, autoridades políticas e religiosas, ou outros agentes públicos.

Evidência acumulada em diversos países (Canadá, China, Colômbia, Coreia, EUA) estima que a prevalência de pessoas LGBT+ sujeitas a estas práticas varia entre 5 % a 20 %, dependendo do país, da faixa etária e da definição destas práticas.

Recorde-se de que o Parlamentou português aprovou, em abril, a proposta que criminaliza práticas de conversão sexual, com a maioria dos deputados a votar a favor, com exceção da abstenção do PCP e do Chega.

No ICBAS
A Sociedade Portuguesa de Literacia em Saúde (SPLS) vai organizar um conjunto de palestras ligadas à saúde na próxima quarta...

O encontro vai contar com a reflexão e o contributo de vários especialistas da área. Henrique Martins, médico internista e professor no ISCTE, e Rita Veloso, vogal do Conselho de Administração do Centro Hospitalar Universitário de Santo António, vão abordar a implementação do registo eletrónico único — um instrumento que visa reunir informação essencial de cada cidadão para a melhoria da prestação de cuidados de saúde. 

Já na segunda parte será a vez de dar a palavra a Luís Barreto Campos, Presidente do Conselho Português para a Saúde e Ambiente, e ao médico José Mendes Nunes. Estes profissionais vão debater a estratégias para a integração de cuidados em Portugal. 

“Este debate representa o compromisso em fomentar a troca de conhecimentos e experiências entre profissionais, decisores políticos e público geral na área da saúde. Estamos confiantes de que, através do contributo destes especialistas, possamos aprofundar ainda mais os assuntos em debate: identificar desafios, partilhar melhores práticas e apontar soluções. Tudo isto faz parte do caminho para aumentar a literacia em saúde da população e até mesmo dos profissionais de saúde”, explica a presidente da sociedade científica, Cristina Vaz de Almeida. 

O evento vai contar ainda com a apresentação do primeiro Manual de Literacia em Saúde, lançado pela SPLS. “Esta é uma iniciativa pioneira destinada a capacitar indivíduos e comunidades a adquirir conhecimentos essenciais sobre saúde e bem-estar", revelam as coordenadoras do projeto, Cristina Vaz de Almeida e Isabel Fragoeiro. “Este Manual de Literacia em Saúde foi elaborado com o objetivo de superar barreiras através dos contributos de dezenas de especialistas que acreditam que é possível melhorar a saúde de todos através do aumento da literacia”, acrescentam. 

 

Opinião
Ter uma doença rara é, na grande maioria dos casos, ter um longo caminho de penosas interrogações, s

A falta de enquadramento objetivo da sintomatologia num diagnóstico leva a que, muitas vezes, o doente tenha tratamentos inapropriados à sua doença, tenha que passar por vários especialistas, tenha que aguentar longas esperas entre consultas, a falta de informação de qualidade sobre a doença, falta de referências de profissionais habilitados e cuidados adequados. Vão-se acumulando frustrações, incompreensões, insucessos, medos, dores e muitas dúvidas quanto ao futuro. Correrei risco de vida? Ficará a minha autonomia comprometida? Terei ao menos tratamentos para os sintomas? A minha esperança de vida será a mesma? Voltarei a integrar-me nos meus grupos escolar/profissional e social?

Se o medo é comum ao ser humano, num processo físico em que adivinham perigos à integridade e à própria vida, a ansiedade surge inevitável. Sem respostas, a sintomatologia ansiosa vai-se agravando, os cenários projetados são o que aparece como mais real. Sem acolhimento clínico sensível a este sofrimento, com uma maior vulnerabilidade a nível psicológico e social a dor vai tirando ânimo aos dias, que se tentam suportar. Que objetivos projetar para o futuro se não se sabe o que significa o sofrimento, na limitação e no tempo? A dor depressiva - tristeza, perda de interesse, redução de energia - pode instalar-se se a espera de respostas for muito longa e a desesperança se instalar.

Ansiedade da espera e futuro

Ainda que seja contracorrente, devemos colocar-nos num modo sem ser de espera e sem apego aos resultados passados e às ideias negativas do futuro. É necessário colocarmo-nos num modo de vida, ainda que seja inevitável pensar-se sobre o que se tem e como será, os dias têm que ser vividos e com um sentido, mesmo que o sentido seja viver hoje o melhor possível. Cuidar do corpo e das emoções, adequar uma atividade física à sua limitação e sofrimento, meditação, relaxamento ajudam a estimular a produção de substâncias que controlam as emoções e pensamentos negativos. Assim como, fazer parte de um grupo com quem possa desenvolver algumas atividades recreativas e manter alguns interesses culturais, como leitura, música, cinema. Somos seres sociais, pensamos e refletimos a vida em conjunto, daí ser necessário mantermos a comunicação, a partilha de conhecimentos diversificados, colaborarmos em algum projeto coloca-nos na roda da vida, num modo de energia. Além de podermos partilhar emoções e afetos, fator fundamental a uma melhor regulação emocional, sendo que aqui a família e amigos são o maior garante de um suporte que, mais do que nunca, se torna necessário.

A dor terrível do olhar dos outros

Consoante a evidência física da doença rara, sabendo que há tantas e de tantas formas que incapacitam e deformam o corpo, o olhar do outro poderá ser mais uma ferida que se abre. Serem fisicamente diferentes, não poderem fazer o que os outros fazem, remete muitas vezes o doente para a condição de solitário, de excluído. Ainda que a doença não seja uma fronteira, é, naturalmente, um lugar de medo, de ignorância e que se não vencida dentro de cada um pode aparecer como descriminação rejeitante. Todos temos medo do sofrimento, da limitação, vermos isso nos outros leva-nos a pensar em nós, o desconforto aparece, a estratégia primária de alívio surge, a fuga. É um desconforto para pensarmos, empatizarmos, mantermo-nos socialmente ligados. Fecharmos os olhos não faz desaparecer o problema, nem nos tira da equação, faz-nos apenas insensíveis, portadores de uma consciência moral e social negativa que tira força a quem dela precisa. É fácil ser como os outros, fazer o que os outros fazem, nem sempre sinónimo de um encontro com uma identidade única que todos temos.

Mas não há como negar que lutar sozinho é mais difícil e, nestes doentes, a força física e emocional já está comprometida. No entanto, aceitar o desafio é poder também fortalecer-se. A opinião dos outros, estigmatizada e preconceituosa, é um problema sim, mas de quem a tem. Num caminho de luta tão árdua como o é o da doença rara, é inevitável e positivo o afastamento de algumas pessoas. Não caminhamos sozinhos, nem somos felizes sem relação ou afeto, pois é assim que nos encontramos, mas podemos avançar com menos gente. Não termos a preocupação de agradar. Quem sou eu além do meu corpo e do meu passado? Há um luto inevitável, já não tenho o mesmo corpo, o futuro que projetei já não é possível e os sonhos que tive já não fazem tanto sentido. Uma parte da história chega ao fim, dói o que se perdeu. Chora-se a ilusão, mas não se poderá perder a esperança, pois é ela que nos permite novos desenhos do futuro. É tempo de redefinir-se, o que é ainda possível sonhar, que desejos quero cumprir? Seremos sempre seres únicos, com um futuro que não sabemos como será, sem ilusões resta-nos a verdade, e ela é sempre o ponto de partida para sermos livres.

Foto: 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Sintomas e tratamento
A progesterona é um membro de um grupo de hormonas esteroides designadas progestágenos.

Como funciona a progesterona?

A progesterona é produzida principalmente nos ovários, e os níveis começam a subir durante a ovulação e permanecem elevados durante a fase lútea do ciclo menstrual. Se o óvulo libertado durante a ovulação for fertilizado, os ovários continuam a libertar progesterona do corpo lúteo, preparando o útero para a gravidez. Estimula as glândulas no endométrio (revestimento do útero) a segregar nutrientes para nutrir o embrião inicial. Impede que as contrações da parede do útero potenciem a possibilidade de implantação do óvulo fertilizado. Se a fertilização não ocorrer (ou seja, a gravidez não acontece), os níveis de progesterona caem. Isto resulta na deterioração do endométrio e na contração da parede do útero, consequentemente, em menstruação.

O que é a hipersensibilidade à progesterona?

A hipersensibilidade à progesterona é uma condição autoimune rara; o sistema imunológico produz uma reação incomum aos níveis crescentes de progesterona observados durante a fase lútea do ciclo menstrual. Isso resulta em vários sinais e sintomas dermatológicos e alérgicos. Geralmente é caracterizada

por erupções cutâneas que pioram durante a fase lútea do ciclo menstrual como uma reação aos níveis mais altos de progesterona.

Causas e sintomas

As causas da hipersensibilidade à progesterona não são muito conhecidas sendo necessário mais investigação sobre essa condição. Alguns investigadores sugerem que possa estar relacionado com a exposição exógena à progesterona, como os contracetivos hormonais ou tratamentos de fertilidade. Também pode ser consequência da gravidez, em algumas mulheres. Essas exposições podem causar sensibilização hormonal e criar uma reação alérgica.

Susanna Unsworth partilha conselhos sobre como reconhecer os primeiros sinais: “A principal característica que me faria suspeitar de alguém com hipersensibilidade à progesterona seria uma erupção cutânea transitória que tem uma natureza muito cíclica - muitas vezes aumenta significativamente na fase do crescimento - até à menstruação, e acalma novamente quando chega a menstruação, seguindo o padrão de produção de progesterona num ciclo menstrual normal. No entanto, pode ser mais difícil diagnosticar alguém com períodos irregulares ou pouco frequentes”.

O sintoma mais comum é uma erupção cutânea que aparece alguns dias antes do início da menstruação e desaparece um ou dois dias depois. No entanto, os sintomas podem variar de pessoa para pessoa. Enquanto alguns podem apresentar sintomas leves, outros podem responder de forma mais severa. Possíveis sinais de hipersensibilidade à progesterona são:

  • Dermatite: podem ocorrer erupções vermelhas, urticária, comichão ou vermelhidão na pele;
  • Angioedema, inchaço semelhante a uma colmeia que ocorre sob a pele;
  • Eritema multiforme, uma reação que geralmente aparece nas mãos e braços;
  • Erupção medicamentosa fixa, uma reação que ocorre na mesma parte do corpo;
  • Períodos irregulares ou intensos, ou mesmo ausência de menstruação (amenorreia);
  • Sintomas respiratórios: sintomas semelhantes aos da asma, como pieira, falta de ar ou tosse.

Alguns casos graves podem incluir anafilaxia, uma reação alérgica súbita e com risco de vida.

Existe tratamento?

Como já referido, a hipersensibilidade à progesterona é frequentemente intermitente com sintomas semelhantes a outras reações alérgicas. Portanto, o diagnóstico e o tratamento podem ser difíceis. Se apresentar algum dos sintomas deve-se consultar um médico, para que possa analisar os sintomas e encaminhar para um médico especializado para um acompanhamento adequado.

O tratamento dependerá da gravidade da condição e pode incluir anti-histamínicos, esteroides ou medicamentos imunológicos mais especializados. Outros tratamentos também podem incluir medidas que reduzem a produção de progesterona, incluindo outros tratamentos hormonais ou injeções e talvez até mesmo cirurgia para remover os ovários. Também é comum sugerir evitar métodos contracetivos que contenham progestágenos.

Susanna Unsworh acrescenta: “O tratamento dependerá da gravidade da condição. Pode ser que o uso simples de anti-histamínicos, juntamente com o tratamento tópico da erupção, seja suficiente. No entanto, pode ser preciso um tratamento mais significativo com o objetivo de diminuir a produção de progesterona no organismo, retirando o estímulo para a reação. Isso pode incluir medicação ou uma potencial cirurgia para remover os ovários”.

“Embora a hipersensibilidade à progesterona seja rara, a intolerância à progesterona é muito mais comum. Esta não é uma resposta de reação alérgica, mas mais uma descrição dos efeitos colaterais que podem estar relacionados com a progesterona. A intolerância à progesterona pode ser comum em mulheres que usam várias formas de tratamentos hormonais, como contraceção hormonal ou THS, onde a progesterona ou progestágeno no âmbito do tratamento pode causar efeitos colaterais, como distúrbios gastrointestinais, inchaço e até alterações de humor. Também é provável que as mulheres que lutam contra sintomas pré-menstruais, particularmente as mudanças de humor, estejam a responder ao aumento da progesterona observado durante a fase lútea do ciclo. Embora esta não seja uma resposta alérgica, ainda pode causar sintomas significativos e angustiantes. Encorajaria qualquer pessoa que sinta que está a enfrentar esses problemas a discuti-los com o seu médico”, comenta Susanna Unsworth.

Embora rara, a hipersensibilidade à progesterona pode afetar significativamente a qualidade de vida. Conhecer os sintomas e perceber o mecanismo subjacente desta condição facilita a deteção e o diagnóstico precoces. Se suspeitar que pode ter hipersensibilidade à progesterona, é importante discutir os sintomas com o seu médico. Com o tratamento adequado, as pessoas com esta doença podem sentir alívio dos sintomas e melhoria da qualidade de vida.

Fonte: 
Foto: 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Betancur conta com mais de 15 anos de experiência no setor de saúde
Juan Rodrigo Betancur é o novo Diretor Geral da Galderma na Península Ibérica. Depois de quase dois anos na Galderma, Betancur...

Betancur, conta com mais de 15 anos de experiência na área da saúde em diferentes empresas multinacionais e em várias funções de gestão e liderança de equipas, bem como uma vasta experiência em diferentes países com funções regionais e locais, é licenciado em Engenharia Industrial pela Pontificia Universidad Javeriana e possui MBA pela Tulane University, além de formação em negócios e marketing.

Nas palavras de Juan Rodrigo Betancur, “Tenho muito orgulho de fazer parte da equipa da Galderma em Portugal, um mercado líder no mundo da dermatologia com um crescimento significativo e altamente relevante. Na Galderma dedicamos os nossos esforços à dermatologia avançada para cada história de pele em Portugal vemos uma crescente consciência do cuidado da pele entre os nossos doentes e profissionais de saúde. Por isso, acho que é um grande momento para a empresa e tenho certeza que podemos continuar a crescer graças ao nosso trabalho e compromisso com os consumidores”.

A Galderma tem o claro propósito de avançar no cuidado da pele, com um património único no mundo da dermatologia e um negócio moldado por marcas líderes, centrado na ciência, e que procura consolidar-se como a empresa líder mundial em dermatologia em Portugal. "Acreditamos nas relações profundas e de alto valor com os nossos grupos de interesse, transformando positivamente o mundo da dermatologia e o cuidado da pele", explica Betancur.

Por sua vez, o novo Diretor Geral da Galderma declarou a importância do talento humano para o futuro da empresa: "temos uma equipa de alto desempenho que tem uma estratégia clara e está ligada de forma integral com um propósito e visão, o que nos ajuda a alcançar resultados extraordinários. O nosso grande diferencial competitivo é sermos a única empresa 100% dedicada à dermatologia com 3 pilares interligados sinergicamente: soluções médicas, medicina estética e soluções para o consumidor. Graças a isso, temos um futuro muito promissor com inovações baseadas em soluções e produtos para cuidados com a pele”.

E conclui, "durante esta nova etapa, os principais objetivos consolidarão a Galderma como um exemplo mundial de crescimento sustentado em dermatologia, posicionando a companhia como um dos melhores lugares para trabalhar e converter-nos num aliado estratégico para os nossos doentes, consumidores, comunidade médica e clientes, que partilham o nosso propósito de avançar no mundo da dermatologia”.

 

Recomendações
Julho rima com praia, sol, piscina e, claro… festivais de verão!

A ressaca acontece quando o consumo de álcool excede a capacidade que o fígado tem de o metabolizar e, como tal, pode ser leve ou agressiva mediante a quantidade ingerida. Além da dor de cabeça, os sintomas físicos e mentais que surgem devido ao consumo excessivo de bebidas alcoólicas podem passar por uma leve desidratação, alteração no sistema nervoso devido à hipoglicemia induzida pelos altos níveis de álcool circulantes, enjoo, mal-estar geral e sede excessiva.

Para aproveitar os festivais de verão sem culpas e ao som de uma das suas bandas favoritas, conheça os cinco conselhos que o vão ajudar a prevenir e curar a ressaca:

  1. Descanse antes de ir para o festival e no dia seguinte – O descanso vai ajudá-lo a repor as energias necessárias antes de seguir para a festa e a recuperá-las após o regresso.
  2. Evite a ingestão de bebidas alcoólicas com o estômago vazio – É aconselhado que coma refeições ligeiras, por exemplo, massa com molho magro ou ovos mexidos, impedindo que o álcool entre todo na circulação sanguínea e facilitando a sua digestão.
  3. Beba muita água – O álcool é diurético e contribui para a desidratação do nosso organismo. É fundamental compensar a perda de líquidos bebendo muita água, idealmente um copo de água por cada copo de bebida alcoólica. Para compensar o equilíbrio de substâncias minerais pode ainda comer nozes ou palitos salgados para acompanhar.
  4. Tome um pequeno-almoço leve na manhã seguinte – Fazer uma refeição leve após o excesso de ingestão de álcool é um bom remédio. São recomendados alimentos ricos em hidratos de carbono, tais como pão e alimentos salgados, por exemplo, azeitonas ou queijo feta. Evite alimentos com gordura.
  5. Dê um passeio a pé ao ar livre – Passear a pé fará desaparecer a sensação de nevoeiro na cabeça.

O álcool provoca dores de cabeça latejantes, muitas das vezes parecidas com as da enxaqueca, e acompanhadas de outros sintomas como enjoos, tonturas e fadiga. Se as dores de cabeça forem muito fortes, é importante consultar o seu médico ou farmacêutico ou contactar a linha SNS24.

Fonte: 
Foto: 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Afirma Associação Nacional de Farmácias (ANF)
A Associação Nacional das Farmácias (ANF) saúda o decreto-lei aprovado em Conselho de Ministros que vem permitir a dispensa em...

«Esta medida é uma conquista para as pessoas, já que terá grande impacto na sua vida e saúde, com ganhos evidentes no controlo das doenças e na diminuição dos encargos das famílias. Mas é também o reconhecimento, por parte do Ministério da Saúde, dos benefícios que a intervenção das farmácias tem para a adesão às terapêuticas e para os resultados em saúde, bem como das mais-valias que representam para cidadãos e SNS», considera a presidente da ANF, Ema Paulino.

Em estreita colaboração com o SNS, nomeadamente com os serviços farmacêuticos hospitalares, as farmácias passam, assim, a contribuir de forma efetiva para a melhoria da acessibilidade e equidade de acesso a medicamentos que eram de dispensa exclusiva hospitalar. Isto porque as farmácias comunitárias, graças à capilaridade e qualificação da sua rede, estando presentes em todo o território, permitem grande proximidade às pessoas, e um serviço eficiente e seguro.

O valor económico e para a saúde desta solução foi amplamente demonstrado através de projetos anteriores, nomeadamente durante a pandemia, em que as farmácias comunitárias contribuíram ativamente para a dispensa de medicamentos hospitalares. Nestes projetos, as pessoas reportaram melhorias na adesão à terapêutica e uma diminuição, em média, de 112 quilómetros na distância percorrida, reduzindo também o tempo de espera e o absentismo ao trabalho.

As farmácias comunitárias assumem agora a responsabilidade, em conjunto com todos os agentes envolvidos, de proporcionar, a nível nacional, o acesso e acompanhamento das pessoas que necessitam de medicamentos hospitalares e que optem pela dispensa em proximidade.

 

Combate ao isolamento social
O Atrium Saldanha juntou-se à Instituição “Pedalar Sem Idade” para promover uma experiência inesquecível e que combate o...

Com o intuito de combater a solidão e o isolamento, o projeto “Pedalar Sem Idade” uniu-se ao Atrium Saldanha para ciar momentos de alegria. Os passeios por Lisboa arrancam na próxima segunda-feira, dia 17 de julho e as inscrições já estão disponíveis.

O ponto de partida desta aventura sobre rodas é no Atrium Saldanha e os passeios têm disponíveis várias rotas que podem ser escolhidas previamente pelos passageiros. As opções variam entre a Avenida da Liberdade, as Avenidas Novas, ou nos jardins de Lisboa como o Campo Grande, o Jardim do Príncipe Real ou até o Jardim das Amoreiras. Em aproximadamente uma hora, a rota passa sempre por vários pontos de referência da cidade, fazendo com que a experiência se torne ainda mais especial.

Os passeios, que têm como objetivo o combate à solidão e ao isolamento social, destinam-se essencialmente a idosos e a pessoas com mobilidade reduzida e são conduzidos por voluntários. Acontecem 6 vezes por mês, entre as 9h e as 12h e as 14h e as 18h. O agendamento destes passeios deve ser feito através deste link e toda a informação necessária pode ser encontrada no site oficial da “Pedalar Sem Idade”.

 

 

Estudo
A Escolha do Consumidor realizou um estudo online, a propósito da prática desportiva no verão, de forma a compreender melhor...

A maioria das pessoas inquiridas (76%) refere que o início do verão não é visto como um impedimento para continuarem a praticar desporto. No entanto, o principal motivo que leva à sua interrupção é o encerramento dos espaços ou aulas devido às férias. Numa época em que a forma física está ainda mais exposta que o habitual, 42% dos indivíduos questionados admitem preocuparem-se um pouco mais com a aparência durante este período.

Já 55% dos portugueses afirma que a chegada do verão não motiva a um aumento da prática de desporto e não sentem uma pressão superior. Relativamente aos cuidados com o corpo, a tendência (56%) é haver um cuidado com o mesmo durante todo o ano.

O bom tempo característico desta estação é também sinónimo de passar mais tempo ao ar livre e, nesse sentido, 44% dos consumidores menciona que prefere praticar desporto no exterior. Cerca de um terço dos portugueses admite ainda que o calor lhes tira a vontade de ir a um ginásio fechado, mas 30% não se importa tanto de ir, se este tiver uma zona ao ar livre onde seja possível exercitar-se.

A constante busca e idealização do corpo perfeito mencionada principalmente nesta altura do ano pode também ter impacto na saúde mental da população. Mais de metade dos inquiridos (65%) admite que a publicidade alusiva aos corpos perfeitos pode diminuir a autoestima de uma pessoa e que as marcas e empresas ligadas ao desporto deveriam promover também a saúde mental (91%).

A maioria dos portugueses refere também que está satisfeito com a publicidade feita pelas marcas de desporto, 44% sugere ainda que seria importante para estas marcas e empresas mostrar diferentes tamanhos de corpos nos seus anúncios. Contudo, os anúncios a clínicas de estética são indicados como um fator que pode ser melhorado. 

No que diz respeito à compra de artigos relacionados com desporto, 74% dos inquiridos prefere adquirir produtos em lojas especializadas do setor, sobretudo em espaços físicos (41%). Por outro lado, a compra através dos sites online destas lojas é relativamente baixa (22%).

De acordo com a Decathlon, “a prática da atividade física, de forma individual ou coletiva, ajuda à boa disposição e liberta a mente. E, nos dias de hoje, está ao alcance de todos, independentemente da idade, da compleição física ou destreza. O nosso sentido, “Move people through the wonders of sport”, traduz isso mesmo e reforça que a prática de exercício físico nos dá confiança e ajuda a controlar a nossa energia”.

A Adidas, Decathlon, Nike, Prozis e Sport Zone são as principais marcas que os inquiridos referem seguir nas redes sociais. Embora apenas 30% o faça, os que o fazem, têm como intuito obter descontos exclusivos, estar atualizados quanto a novos produtos e lançamentos e receber dicas e ideias relacionadas à prática desportiva.

Segundo Jorge Simões, Diretor de Marketing e Ecommerce da Sport Zone: “A marca posiciona-se há vários anos como “Friendly Coach”, promovendo o bem-estar físico e mental dos portugueses, com dicas de saúde mental, nutrição, treino e produtos, todas estas adequadas às diversas práticas desportivas. Estas dicas podem ser encontradas nas redes sociais da Sport Zone, assim como no site e, ainda, através das newsletters para os membros do Sport Zone Club. O conteúdo é realizado por especialistas de cada área, em diversos formatos, como vídeos, ebooks, lives, entre outros. Estes formatos podem ser guardados para serem vistos e aplicados mais tarde, sempre que os utilizadores desejarem. Por outro lado, promovemos também eventos e workshops presenciais, onde de uma forma simples e gratuita, apoiamos quem quer melhorar o seu bem-estar físico e mental”.

Acordo visa cooperação nos ciclos de estudos da área das Ciências da Saúde
A Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade Europeia e o Hospital de Cascais, Dr. José de Almeida, estabeleceram hoje um...

O desenvolvimento de atividades de ensino, formação e investigação, no âmbito das ciências e das tecnologias da saúde, deve incorporar uma componente prática de elevada qualidade em centros, serviços e unidades reconhecidamente qualificados. O Hospital de Cascais, Dr. José de Almeida, gerido em em regime de parceria público-privada, pelo Grupo de Saúde Ribera, constitui uma organização de elevada qualidade e excelência clínica adequada ao desenvolvimento de ensino, formação e prática clínica.

“A melhoria contínua dos sistemas de ensino e de formação, no âmbito das ciências da saúde, nas suas diferentes áreas científicas e dimensões pedagógicas, requer alinhamento com as melhores práticas, a nível nacional e internacional, beneficiando do estabelecimento de parcerias estratégicas entre diferentes agentes, entidades, instituições e stakeholders. Esta parceria é mais um passo no fortalecimento da nossa capacidade de diferenciação no ensino das Ciências da Saúde”, afirma a reitora da Universidade Europeia, Hélia Gonçalves Pereira.

“Este protocolo promove uma estreita ligação das equipas do Hospital de Cascais com a Universidade, permitindo a integração destas em atividades científicas com forte incremento no desenvolvimento do conhecimento para ambas as partes. Pretendemos que esta parceria seja uma referência nacional e internacional, de um projeto orientado para a interligação entre o exercício profissional especializado, a prática clínica e as atividades de ensino, formação, investigação clínica e translação”, menciona o Presidente do Conselho de Administração do Hospital de Cascais, José Bento e Silva.

O presente Protocolo tem como objetivo promover a interligação entre o exercício profissional especializado e a prática clínica e as atividades de ensino, formação, investigação clínica e translação. Entre estes objetivos incluem-se: a melhoria progressiva da qualidade da prestação dos cuidados de saúde, promoção da formação e do treino científico de forma a responder à estratégia definida para as áreas clínicas e científicas das ciências e tecnologias da saúde, alargamento do número de profissionais qualificados que acedem a uma carreira universitária, aumento das atividades de investigação através da promoção de um crescente número de projetos de qualidade/dimensão nacional.

A Universidade Europeia informa o Hospital de Cascais sobre os ciclos de estudo disponíveis no ano letivo seguinte, na área de ciências da saúde, bem como o plano de estudos e as unidades curriculares de cada ciclo, indicando o número de docentes e horas letivas necessárias. Por seu turno, o Hospital de Cascais indica a lista de pessoal docente disponível para integrar a equipa docente dos ciclos de estudo disponíveis para o respetivo ano letivo.

O Protocolo entra em vigor na data da sua assinatura e pelo período de 8 anos académicos.  Este prazo poderá ser renovado automaticamente por períodos sucessivos de 5 anos académicos, desde que não exceda o prazo de vigência do Contrato de Gestão e Prestação de Cuidados de Saúde no Hospital de Cascais em regime de parceria público-privada celebrado entre o Grupo de Saúde Ribera e o Estado Português.

Estudo promovido pelo William James Center for Research do Ispa – Instituto Universitário
O investigador do William James Center for Research do Ispa – Instituto Universitário, Rui Miguel Costa desenvolveu um estudo...

Os resultados da experiência, que avaliou 102 voluntários, permitiram concluir que o consumo de vinho levou a que os participantes se sentissem mais estimulados e com mais prazer, tornando as emoções mais positivas.

De um modo geral, o vinho aumentou o foco de atenção no momento presente, ora diminuindo a consciência do tempo, ora fazendo parecer que o tempo passava mais devagar. A imaginação tornou-se mais vívida e o ambiente ao redor mais fascinante, estimulante; os pensamentos tornaram-se mais originais e criativos. Verificou-se ainda uma sensação de maior proximidade emocional e integração com o ambiente. Algumas pessoas também relataram que a experiência teve aspetos espirituais e que se sentiram ligadas a um poder maior e face a algo de grandioso.

“Sabe-se que o consumo moderado regular de vinho tinto se associa a melhor Saúde Mental, sendo que uma possível razão para tal poderá ser o particular estado de transcendência que o vinho tem o potencial de provocar, quando bebido em ambientes enriquecedores e estimulantes”, refere o investigador do William James Center for Research, Rui Miguel Costa.

O estudo, também desenvolvido pelo investigador da Escola de Turismo e Hospitalidade da Universidade Europeia, Arlindo Madeira, avaliou a alteração da consciência causada por uma dose moderada (mas generosa) de vinho tinto (37 cl. com 14o, correspondentes sensivelmente a 41 gramas de etanol) e realizou-se num wine bar, o exemplo de um local concebido para melhorar a experiência de apreciação do vinho, sendo, portanto, expectável que aqui os efeitos agradáveis sejam também maiores. 

“Há poucos estudos sobre os efeitos positivos do álcool na consciência. Esta lacuna é intrigante na medida em que a maior parte das pessoas bebe álcool, não só para tirar prazer do sabor, mas também para tirar prazer dos seus efeitos na consciência, mesmo quando bebe moderadamente”, adverte o investigador.

Os efeitos positivos descritos neste estudo são congruentes com o que desde há muitos séculos se diz a respeito das velhas tradições ligadas ao vinho: que o vinho tem um poder espiritual, retratado em poesia e aplicado em práticas místicas e religiosas ancestrais.

As conclusões do estudo sobre o consumo de vinho tinto poderá levar a outras linhas de investigação: “É interessente fazer aqui um paralelismo com a terapia psicadélica de que recentemente tanto se fala, pois a investigação científica mostra que a eficácia da terapia psicadélica no tratamento de problemas mentais aumenta, na medida em que aumentam certos efeitos psicoativos que se caracterizem por uma certa transcendência e que são descritos de forma semelhante aos efeitos do vinho bebido no wine bar em que se fez o estudo”, refere o investigador.

Investigação
Uma equipa de neurocientistas da Fundação Champalimaud descobriu um "relógio interno" do c

Desde as reflexões de Aristóteles sobre a natureza do tempo até à teoria da relatividade de Einstein, a humanidade há muito que se questiona: como é que percebemos e compreendemos o tempo? A teoria da relatividade postula que o tempo pode esticar e contrair, um fenómeno conhecido como dilatação do tempo. Tal como o cosmos deforma o tempo, os nossos circuitos neuronais podem esticar e comprimir a nossa experiência subjetiva do tempo. Como Einstein disse na sua famosa piada: "Põe a tua mão num fogão quente durante um minuto e parece uma hora. Senta-te com uma rapariga bonita durante uma hora, e parece um minuto".

Neste novo estudo do Laboratório de Aprendizagem da Champalimaud Research, publicado na revista Nature Neuroscience, os cientistas abrandaram ou aceleraram artificialmente os padrões de atividade neural em ratazanas, distorcendo a sua avaliação da duração do tempo e fornecendo as provas causais mais convincentes até agora sobre a forma como o relógio interno do cérebro orienta o comportamento.

Em contraste com os, mais familiares, relógios circadianos que regem os nossos ritmos biológicos de 24 horas e moldam a nossa vida quotidiana, dos ciclos de sono-vigília ao metabolismo, sabe-se muito menos sobre a forma como o corpo mede o tempo na escala de segundos a minutos. O estudo centrou-se precisamente nesta escala temporal em que se desenrola grande parte do nosso comportamento, quer estejamos à espera num semáforo ou a servir uma bola de ténis.

A Hipótese do Relógio Populacional

Ao contrário do tique-taque exato do relógio centralizado de um computador, o nosso cérebro mantém uma noção de tempo descentralizada e flexível, que se pensa ser moldada pela dinâmica das redes neuronais dispersas pelo cérebro. De acordo com esta hipótese do "relógio populacional", o nosso cérebro mantém a noção do tempo baseando-se em padrões consistentes de atividade que evoluem em grupos de neurónios durante o comportamento.

Joe Paton, o autor sénior do estudo, compara este processo ao de deixar cair uma pedra num lago. "Cada vez que uma pedra é largada, cria ondulações que se irradiam para fora da superfície num padrão repetitivo. Ao examinar os padrões e as posições destas ondulações, é possível deduzir quando e onde a pedra foi largada na água".

"Tal como a velocidade a que as ondulações se movem pode variar, também o ritmo a que estes padrões de atividade progridem nas populações neurais pode mudar. O nosso laboratório foi um dos primeiros a demonstrar uma correlação estreita entre a rapidez ou a lentidão com que estas 'ondulações' neurais evoluem e as decisões dependentes do tempo".

Os investigadores treinaram ratazanas para distinguir entre diferentes intervalos de tempo. Descobriram que a atividade no estriado, uma região profunda do cérebro, segue padrões previsíveis que se alteram a diferentes velocidades: quando os animais reportam um determinado intervalo de tempo como sendo mais longo, atividade evolui mais rapidamente, e quando o reportam como sendo mais curto, a atividade evolui mais lentamente.

No entanto, correlação não implica causalidade. "Queríamos testar se a variabilidade na velocidade da dinâmica de uma população de neurónios do estriado se correlacionava ou regulava diretamente com o comportamento temporal. Para o fazer, precisávamos de uma forma de manipular experimentalmente estas dinâmicas à medida que os animais relatavam julgamentos de tempo".

Desvendar o tempo com a temperatura

"Nunca deitar fora ferramentas antigas", sorri Tiago Monteiro, um dos autores principais do estudo. Para estabelecer a causalidade, a equipa recorreu a uma técnica antiga na caixa de ferramentas dos neurocientistas: a temperatura. "A temperatura foi utilizada em estudos anteriores para manipular a dinâmica temporal de comportamentos, como o canto das aves. O arrefecimento de uma região específica do cérebro abranda o canto, enquanto o aquecimento o acelera, sem alterar a sua estrutura. É como mudar o ritmo de uma peça musical sem afetar as notas em si. Pensámos que a temperatura poderia ser ideal, uma vez que nos permitiria potencialmente alterar a velocidade da dinâmica neural sem perturbar o seu padrão".

Para testar esta ferramenta em ratazanas, desenvolveram um dispositivo termoelétrico personalizado para aquecer ou arrefecer o estriado de forma focal, registando simultaneamente a atividade neural. Nestas experiências, os animais foram anestesiados, pelo que os investigadores utilizaram a optogenética - uma técnica que estimula células específicas através de luz - para criar ondas de atividade no estriado que, de outro modo, estaria adormecido, tal como acontece quando deixamos cair uma pedra num lago. Margarida Pexirra, co-autora principal, refere: "Tivemos o cuidado de não arrefecer demasiado a área, pois isso iria interromper a atividade, nem de a aquecer demasiado, correndo o risco de provocar danos irreversíveis". Descobriram que, de facto, o arrefecimento dilatava o padrão de atividade, enquanto o aquecimento o contraía, sem perturbar o padrão em si.

"A temperatura deu-nos um botão para esticar ou contrair a atividade neural no tempo, pelo que aplicámos esta manipulação no contexto do comportamento", diz Filipe Rodrigues, outro autor principal do estudo. "Treinámos os animais para dizerem se o intervalo entre dois tons/sons era mais curto ou mais longo do que 1,5 segundos. Quando arrefecíamos o estriado, era mais provável que reportassem um determinado intervalo como sendo curto. Quando o aquecíamos, era mais provável que reportassem que o intervalo era longo". Por exemplo, o aquecimento do estriado acelerou a dinâmica da população dos neurónios nesta área, semelhante à aceleração do movimento dos ponteiros de um relógio, fazendo com que os ratinhos julgassem um determinado intervalo de tempo como sendo mais longo do que realmente era.

Dois sistemas cerebrais para o controlo motor

"Surpreendentemente", acrescenta Paton, "apesar de o estriado coordenar o controlo motor, o abrandamento ou aceleração dos seus padrões de atividade neuronal não implica o abrandamento ou a aceleração dos movimentos dos animais na tarefa de forma correspondente. Isto levou-nos a pensar mais profundamente sobre a natureza do controlo do comportamento em geral. Mesmo os organismos mais simples enfrentam dois desafios fundamentais no que respeita o controlo de movimentos. Em primeiro lugar, têm de escolher entre diferentes ações potenciais - por exemplo, se querem andar para a frente ou para trás. Em segundo lugar, depois de escolherem uma ação, têm de ser capazes de a ajustar e controlar continuamente para garantir que é executada de forma eficaz. Estes problemas básicos aplicam-se a todos os tipos de organismos, desde os vermes aos seres humanos".

Os resultados da equipa indicam que o estriado é fundamental para resolver o primeiro desafio - determinar "o que" fazer e "quando" - enquanto o segundo desafio - "como" controlar o movimento em curso - é deixado para outras estruturas cerebrais. Num outro estudo, a equipa está agora a explorar o cerebelo, uma área que alberga mais de metade dos neurónios do cérebro e que está associado à execução contínua, momento a momento, das nossas ações. "Curiosamente", revela Paton, "os nossos dados preliminares mostram que a aplicação de manipulações de temperatura ao cerebelo, ao contrário do que acontece no estriado, afeta o controlo contínuo dos movimentos".

Implicações e direções futuras

Ao fornecer novos conhecimentos sobre a relação causal entre a atividade neural e a função de temporização, os resultados da equipa podem fazer avançar o desenvolvimento de novos alvos terapêuticos para doenças debilitantes como as doenças de Parkinson e Huntington, que envolvem sintomas relacionados com o tempo e um estriado comprometido. Além disso, ao destacar um papel mais específico para o estriado no controlo motor discreto, por oposição ao contínuo, os resultados poderão também influenciar as estruturas algorítmicas utilizadas na robótica e na aprendizagem.

"Ironicamente, para um artigo sobre o tempo, este estudo demorou anos a ser elaborado", comenta Monteiro. "Mas há muito mais mistérios por desvendar. Em primeiro lugar, que circuitos cerebrais criam estas ondas de atividade que marcam o tempo? Que cálculos, para além de manter o tempo, podem essas ondulações efetuar? Como é que nos ajudam a adaptar e a responder de forma inteligente ao nosso ambiente? Para responder a estas perguntas, vamos precisar de muito mais de algo que temos estado a estudar... o tempo".

Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Nova oferta formativa
A empresa Residências Montepio – Serviços de Saúde e a Universidade Nova de Lisboa – NOVA IMS celebraram um protocolo com vista...

Ao firmarem esta parceria, a Residências Montepio – Serviços de Saúde e a Universidade Nova de Lisboa - Nova IMS associam as vertentes educacional e empresarial com o objetivo de colmatar uma lacuna educativa existente, promover novas competências na gestão de unidades de saúde e dar resposta às necessidades do mercado de trabalho e das empresas.

Idália Serrão, Presidente da Residências Montepio, expressa a sua satisfação pela formalização desta parceria, reconhecendo a NOVA IMS como “uma instituição académica de elevado prestígio nacional e internacional, que desempenha um papel fundamental no fortalecimento da relação entre o setor empresarial e a academia”. Idália Serrão acrescenta: "Esperamos uma colaboração intensa entre as duas entidades, com envolvimento de alunos e professores em todos os níveis. Este será um projeto verdadeiramente colaborativo e empolgante, visando melhorar a saúde e o bem-estar das nossas populações.”

De acordo com Guilherme Victorino, Associate Dean for Value Creation da NOVA IMS, "é essencial que a academia esteja alinhada com as necessidades do mercado de trabalho, e esta parceria fortalece ainda mais essa conexão”. “Precisamos de desenvolver mecanismos de colaboração que permitam a participação conjunta em atividades técnicas e académicas na área da saúde. Esta troca de conhecimentos entre a universidade e as organizações é fundamental para responder aos desafios da saúde”, reforça o Sub-Diretor da Nova IMS.

Aberto ao público em geral, este curso avançado de "Gestão, Inovação e Liderança em Unidades de Saúde" constitui uma oportunidade de adquirir ferramentas e técnicas para melhorar a efi­ciência e e­ficácia das unidades de saúde, promovendo a partilha, entre profissionais do setor, de novos modelos que permitem promover a inovação e a transformação, a partir de um modelo pedagógico inovador e assente nas competências das duas entidades.

O curso terá a duração de um semestre e coordenação de Guilherme Victorino, Subdiretor da Nova IMS; José Carlos Caiado, Professor Auxiliar da Nova IMS; e Carlos Lucas, Diretor de Planeamento, Controlo e Auditoria Clínica da Residências Montepio e Professor Convidado da Nova IMS.

Como requisitos para aceder a este novo curso serão considerados os candidatos com grau de Licenciatura ou experiência profissional relevante no setor da Saúde.

Estudo
De acordo com um estudo, realizado pela MSD, sobre o impacto socioeconómico do cancro da mama triplo negativo (CMTN), o subtipo...

Apesar de representar apenas 15% do total de casos de cancro da mama, os s dados do estudo revelam que existem 7052 pessoas diagnosticadas com CMTN em Portugal e alertam para a taxa de sobrevivência mais reduzida destes doentes, comparativamente com outros tipos de cancro da mama. O CMTN representa 36% do total de mortes por cancro da mama – em 2019, o CMTN foi responsável pela morte de 676 mulheres.

Desenvolvido pela IQVIA, o estudo contabiliza 21 266 anos de vida perdidos em 2019, o que, assumindo uma esperança média de vida de 83 anos, equivale à morte de 256 mulheres à nascença.

De notar que este tipo de cancro afeta frequentemente mulheres em idade ativa: no período em análise, foram diagnosticados 1 272 novos casos, com maior incidência na faixa etária dos 45 aos 49 anos.

Os dados apresentados demostram o impacto da doença na vida profissional: das 7 052 doentes diagnosticadas com CMTN, apenas cerca de 30% mantêm a sua atividade laboral. O estudo revela que 71% das mulheres com doença não metastática suspende a atividade profissional ou abandona o mercado de trabalho em definitivo. Em caso de doença metastática, 95% das doentes suspende a atividade ou abandona definitivamente o mercado de trabalho. No relatório, estão contabilizados 1 300 anos perdidos por incapacidade, o que representa um impacto anual negativo na economia de 23 milhões de euros.

 

 

 

 

Relatório da ONU
Mais de 122 milhões de pessoas em todo o mundo enfrentam fome desde 2019, devido à pandemia, alterações climáticas e conflitos...

Se as tendências se mantiverem, o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) de erradicar a fome até 2030 não será alcançado, alertam a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO), o Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (FIDA), o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), a Organização Mundial de Saúde (OMS) e o Programa Alimentar Mundial (PAM).

Um alerta para a luta contra a fome

A edição de 2023 do relatório revela que entre 691 e 783 milhões de pessoas passaram fome em 2022, com um intervalo médio de 735 milhões, o que representa um aumento de 122 milhões de pessoas em comparação com 2019, antes da pandemia da COVID-19.

Embora os números globais da fome tenham estagnado entre 2021 e 2022, muitas regiões no mundo enfrentam crises alimentares cada vez mais profundas. Houve progressos na redução da fome na Ásia e na América Latina, mas a situação piorou na Ásia Ocidental, nas Caraíbas e em todas as sub-regiões de África em 2022. África continua a ser a região mais afetada, com uma em cada cinco pessoas a sofrer de fome no continente, mais do dobro da média mundial.

"Há sinais de esperança, algumas regiões estão no bom caminho para alcançar algumas metas de nutrição até 2030. Mas, de um modo geral, precisamos de um esforço global intenso e imediato para alcançar os ODS. Temos de criar resiliência contra as crises e choques que conduzem à insegurança alimentar – dos conflitos às alterações climáticas", afirmou o Secretário-Geral da Organização das Nações Unidas, António Guterres, através de uma mensagem de vídeo emitida no lançamento do relatório na sede da ONU, em Nova Iorque.

Os diretores das cinco agências da ONU, o Diretor-Geral da FAO, QU Dongyu; o Presidente do FIDA, Alvaro Lario; a Diretora Executiva da UNICEF, Catherine Russell; a Diretora Executiva do PAM, Cindy McCain e o Diretor-Geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, escrevem no prefácio do relatório: "Não há dúvida de que alcançar a meta do ODS de Erradicar a Fome até 2030 representa um desafio assustador. De facto, prevê-se que quase 600 milhões de pessoas continuem a passar fome em 2030. Os principais impulsionadores da insegurança alimentar e da subnutrição são o nosso "novo normal" e não temos outra opção senão redobrar os nossos esforços para transformar os sistemas agroalimentares e alavancá-los para atingir as metas do ODS 2".

Além da fome

A situação da segurança alimentar e da nutrição permaneceu sombria em 2022. O relatório conclui que cerca de 29,6% da população mundial, o equivalente a 2,4 mil milhões de pessoas, não tinham acesso contínuo a alimentação, de acordo com a prevalência de insegurança alimentar moderada ou grave. Entre estas, cerca de 900 milhões de pessoas enfrentaram insegurança alimentar grave.

Entretanto, a capacidade das pessoas de aceder a dietas saudáveis deteriorou-se em todo o mundo: mais de 3,1 mil milhões de pessoas – ou 42% - não reuniram condições para ter uma dieta saudável em 2021. Tal representa um aumento global de 134 milhões de pessoas em comparação com 2019.

Milhões de crianças com menos de cinco anos continuam a sofrer de subnutrição: em 2022, 148 milhões de crianças com menos de cinco anos (22,3%) sofreram de subnutrição crónica, 45 milhões (6,8%) estavam com subnutrição aguda e 37 milhões (5,6%) apresentaram excesso de peso.

Verificaram-se progressos no aleitamento materno exclusivo, com 48% dos bebés com menos de 6 meses a beneficiarem desta prática, próximo do objetivo para 2025. No entanto, serão necessários esforços mais concertados para atingir os objetivos de subnutrição para 2030.

Novas evidências: a urbanização está a impactar os sistemas agroalimentares

O relatório também analisa o aumento da urbanização como uma "megatendência" que afeta o que as pessoas comem e como o fazem. Prevendo-se que, até 2050, quase sete em cada dez pessoas viverão em cidades, os governos e outras entidades que trabalham para combater a fome, a insegurança alimentar e a subnutrição devem procurar compreender estas tendências de urbanização e tê-las em conta na elaboração das suas políticas.

Em particular, o simples conceito de divisão entre áreas rurais e urbanas já não é suficiente para entender as formas como a urbanização está a moldar os sistemas agroalimentares. É necessária uma perspetiva mais complexa do continuum rural-urbano, considerando tanto o grau de conectividade que as pessoas têm, como os tipos de ligações que existem entre áreas.

Pela primeira vez, esta evolução é documentada de forma sistemática em onze países. O relatório ilustra que as compras de alimentos são significativas não só entre os agregados familiares urbanos, como também em todo o continuum rural-urbano, incluindo as que residem longe dos centros urbanos. As novas conclusões também mostram como o consumo de alimentos altamente processados está a aumentar nas áreas periurbanas e rurais de alguns países.

Infelizmente, as desigualdades espaciais persistem. A insegurança alimentar afeta mais pessoas que vivem em áreas rurais. A insegurança alimentar moderada ou grave afeta 33% dos adultos que vivem em áreas rurais e 26% em áreas urbanas.

A subnutrição infantil também apresenta especificidades nas áreas urbanas e rurais: a prevalência de crianças com subnutrição crónica é maior nas áreas rurais (35,8%) do que nas áreas urbanas (22,4%). A subnutrição aguda é maior nas áreas rurais (10,5%) do que nas áreas urbanas (7,7%), enquanto o excesso de peso é ligeiramente mais prevalente nas áreas urbanas (5,4%) em comparação com as áreas rurais (3,5%).

O relatório recomenda que, para promover efetivamente a segurança alimentar e nutrição, as intervenções políticas, ações e investimentos devem ser orientados por uma compreensão abrangente da relação complexa e em constante mudança entre o continuum rural-urbano e os sistemas agroalimentares.

Páginas