Centro de Biotecnologia e Química Fina e Grupo Celeste desenvolvem
A 29 de junho vão ser apresentados os resultados do projeto de investigação “NutriSafeLab: Desenvolvimento de soluções...

Segundo a atual evidência científica que demonstra uma associação entre a ingestão de gordura saturada, sal e açúcar, com a prevalência de doenças crónicas não transmissíveis, são várias as recomendações e estratégias que têm sido pedidas por autoridades de saúde internacionais, no sentido de regular a quantidade destes ingredientes nos produtos de panificação e pastelaria. Neste sentido, há uma procura crescente de formulações com redução de aditivos e substituição de aditivos sintéticos por naturais (conceito “Clean Label”), havendo assim o espaço e a necessidade para criar novas formulações de elevado valor nutricional, que possam criar produtos mais saudáveis, com enquadramento nas principais estratégias do Plano Nacional Para uma Alimentação Saudável, indo também ao encontro das expectativas dos consumidores. Para responder a estes desafios, o Grupo Celeste, bem posicionado a nível nacional no sector de panificação, integrou em consórcio o Centro de Biotecnologia e Química Fina da Escola Superior de Biotecnologia da Universidade Católica Portuguesa, com uma longa e consolidada experiência de investigação nestes desafios da alimentação, nomeadamente, segurança, sustentabilidade e saúde.

“O nosso desafio enquanto investigadores era melhorar o perfil nutricional e funcional dos produtos de pastelaria e de panificação, com redução de gordura e onde conservantes, aromas e corantes sintéticos fossem substituídos por alternativas naturais,” esclarece Manuela Pintado, investigadora principal do projeto e diretora do Centro de Biotecnologia e Química Fina da Escola Superior de Biotecnologia da Universidade Católica Portuguesa. “Estes conceitos foram aplicados e demonstrados em dois casos de estudo de elevado consumo e impacto na empresa e no consumidor, nomeadamente, na massa de brioche e na massa folhada,” acrescenta. Ana Martins, diretora industrial do Grupo Celeste, refere “em linha com os resultados deste projeto estamos a lançar produtos saudáveis ‘Healthyfat’ e ‘Nutrihealthy’ e uma linha de produtos ‘Clean Label’”.

Numa tarde onde o grande tema serão os resultados do NutriSafeLab, vão estar em debate questões associadas aos desafios de uma alimentação saudável e às tendências do consumidor na área da panificação e de pastelaria. Haverá também espaço para uma mesa redonda com a presença de Ana Machado Silva (gestora de projetos da SONAE MC), Ana Martins (diretora industrial do Grupo Celeste) e Manuela Pintado (investigadora principal do projeto e diretora do Centro de Biotecnologia e Química Fina da Escola Superior de Biotecnologia da Universidade Católica Portuguesa).

NutriSafeLab é um projeto financiado pelo COMPETE 2020, no âmbito do Sistema de Incentivos à I&DT empresarial na vertente de co-promoção, que teve a duração de 30 meses.

Inquérito internacional revela no dia Dia Mundial do Microbioma
De acordo com um inquérito que envolveu sete países, o primeiro do Observatório Internacional das Microbiotas, os portugueses...

O inquérito, que assinala hoje o Dia Mundial do Microbioma, abrangeu sete países (França, Espanha, Portugal, Estados Unidos, Brasil, México e China), com uma amostra de 6500 pessoas. O objetivo foi avaliar o conhecimento sobre o papel da microbiota na saúde, não só por parte da população, como dos profissionais de saúde. 

A microbiota é constituída por milhares de milhões de microrganismos (bactérias, vírus, fungos, etc.) que vivem em simbiose no nosso corpo. Temos não só uma microbiota (flora) intestinal, mas também uma microbiota na pele, na boca, nos pulmões, no trato urinário e vaginal, etc. No entanto, a maioria dos inquiridos não sabe que algumas doenças não digestivas, como Parkinson, Alzheimer e autismo, podem estar relacionadas com a microbiota (75%).

Um baixo nível de conhecimento sobre o papel da microbiota na saúde

Apenas 1 em cada 5 pessoas afirma saber o significado exato do termo microbiota (21%). A microbiota intestinal continua a ser a mais conhecida, com 53% dos inquiridos familiarizados com o termo, mas apenas 24% afirmam saber exatamente o que é. Outras microbiotas são muito menos conhecidas, como a microbiota vaginal (45% dos entrevistados conhecem o termo, mas apenas 18% sabem exatamente o que é), a microbiota oral (43% conhecem-na pelo nome, mas não mais de 17% sabem o que é) e a microbiota da pele (40% conhecem o termo, mas apenas 15% sabem o que é). 

Três em cada quatro entrevistados estão conscientes de que um risco de desequilíbrio da microbiota pode ter consequências importantes para a saúde (75%). 74% dos entrevistados sabem que a alimentação tem consequências importantes no equilíbrio da nossa microbiota e 72% sabem que a microbiota desempenha um papel real nos mecanismos imunitários de defesa. 

Porém, mais de uma em cada três pessoas não sabe que os antibióticos têm um impacto sobre a nossa microbiota (34%). A grande maioria dos inquiridos não sabe que certas doenças não digestivas, como Parkinson, Alzheimer e autismo, podem estar ligadas à microbiota (75%). 

Uma consciência tímida dos comportamentos "corretos" a adotar para cuidar da microbiota 

Os portugueses estão conscientes da necessidade de adotar uma alimentação equilibrada (84%), de praticar exercício físico (76%) e de evitar fumar (72%) para se manterem com boa saúde e, por dedução, de que estes comportamentos têm um impacto favorável na microbiota. 

No entanto, quando se trata de comportamentos mais específicos, o nível de conhecimentos cai: apenas 1 em cada 3 pessoas sabe que é melhor não se lavar mais de duas vezes por dia para preservar a microbiota da pele (35%). Menos de 1 em cada 2 mulheres sabe que deve evitar o duche vaginal porque é prejudicial para a microbiota da região íntima feminina (42%). 

Mais de 1 em cada 2 pessoas afirma ter adotado comportamentos na sua vida quotidiana para manter o equilíbrio da microbiota (57%). 

É preciso reconhecer esta nova consciencialização, embora deva também ser relativizada. Inicialmente porque apenas 1 pessoa em 7 diz fazer “muito” (15%), as outras dizem, na sua maioria, fazer apenas “um pouco” (42%). Em seguida, porque 43% das pessoas interrogadas dizem não ter adotado nenhum comportamento específico. Os resultados do Observatório Internacional das Microbiotas mostram que ainda existe muito a fazer neste campo. 

A microbiota explicada pelos profissionais de saúde: a chave para adotar um bom comportamento 

Menos de 1 em cada 2 pacientes afirma que o seu médico já lhe explicou como manter uma microbiota equilibrada (44%, mas apenas a 19% isso já foi explicado mais do que uma vez). Apenas uma minoria dos entrevistados declarou ter sido sensibilizado pelo seu médico sobre a importância de ter uma microbiota bem equilibrada (42%). Apenas 1 em cada 3 pessoas afirma que o seu médico já lhes ensinou o que é a microbiota e para que serve (37%).

A informação fornecida pelos médicos aquando da prescrição de antibióticos ilustra claramente até que ponto essa informação ainda é insuficiente. Menos de 1 em cada 2 pacientes afirma ter sido informado pelo seu médico sobre os riscos de possíveis problemas digestivos associados à utilização de antibióticos (41%). Apenas 1 em cada 3 doentes afirma ter recebido conselhos do profissional de saúde sobre a forma de minimizar o impacto negativo da toma de antibióticos na microbiota (34%), ou ter sido informado de que a toma de antibióticos poderia ter um impacto negativo no equilíbrio da microbiota (33%). 

Entretanto, quando um doente recebe repetidamente todas as informações sobre o assunto, a sua relação com a microbiota altera-se significativamente. Mais de 9 em cada 10 pessoas (95%) que receberam repetidamente todas as informações do seu profissional de saúde adotaram posteriormente um comportamento visando manter uma microbiota equilibrada, em comparação com 57% do conjunto das pessoas interrogadas. 

Idosos mal informados num momento em que estão mais vulneráveis

Apesar de se encontrarem numa idade em que muitos deles enfrentarão problemas de saúde crescentes relacionados com o envelhecimento, os idosos (pessoas com 60 anos ou mais) são os que menos sabem sobre a microbiota intestinal (20%, menos 4 pontos do que o valor global).

São também os que menos adotaram comportamentos para manter a microbiota equilibrada (apenas 50% contra 57% no total). 

Mais uma vez, dada esta discrepância, os médicos têm um papel essencial para encorajar os idosos a mudarem o seu comportamento. No entanto, não falam muito sobre estas questões. Apenas 1 em cada 3 idosos já pediu ao seu médico que lhes explicasse como manter o equilíbrio da microbiota (32%, em comparação com 58% dos jovens entre os 25 e 34 anos). 1 em cada 4 idosos afirma já ter recebido explicações sobre o que é a microbiota (26%, em comparação com 50% das pessoas entre os 25 e 34 anos). Há uma necessidade urgente de alterar esta situação. 

Os portugueses possuem conhecimentos relativamente bons sobre o papel das microbiotas, mas sabem pouco sobre os probióticos; a maioria ainda faz pouco para garantir o equilíbrio da flora intestinal. 

Os portugueses estão mais familiarizados com o termo “flora” do que com o termo “microbiota”. Na verdade, eles fazem parte daqueles que sabem menos sobre o significado preciso do termo “microbiota” (17% contra 21% no total) e foram aqueles que menos ouviram falar da “microbiota intestinal” juntamente com os americanos (45% contra 53% no total). Em contrapartida, eles têm um melhor conhecimento dos termos “flora intestinal” (69% sabem precisamente o que é contra 53% no total) e de “flora vaginal” (58% contra 40% no total) que são, aliás, verdadeiramente conhecidos.

Os portugueses fazem parte daqueles que têm os melhores conhecimentos sobre o papel das microbiota

A grande maioria sabe que o desequilíbrio das microbiotas pode ter, em certos casos, importantes consequências sobre a saúde (85% contra 75% no total), que a nossa alimentação tem consequências importantes sobre o equilíbrio da nossa microbiota (83% contra 74% no total), que desempenha um papel importante nos mecanismos imunitários de defesa (76% contra 72% no total) ou ainda que a toma de antibióticos tem impacto nas microbiotas (72% contra 66% no total).

Mas sabem pouco sobre os probióticos e prebióticos

Conhecem-nos mal, apenas 37% sabem exatamente o que são probióticos (em comparação com 43% no total e menos de 1 português em cada 6 (17%) declara saber o que são realmente probióticos (contra 27% no total). 

Se a maioria dos portugueses declara ter adotado comportamentos para preservar o equilíbrio das suas microbiotas (58%), a maioria faz apenas “um pouco” (45% contra apenas 13% que dizem “muito”). Assim, eles fazem parte daqueles que conhecem mais sobre a importância de ter uma alimentação equilibrada (89%) e uma atividade física (81%). Entretanto, eles estão entre os menos sensibilizados para a importância de consumir probióticos (51% contra 62% no total) e prebióticos (36 contra 51% no total). 

Ao mesmo tempo, os portugueses fazem partes daqueles que partilham menos com os seus profissionais de saúde sobre este assunto. Apenas 32% declaram já terem visto prescrição de probióticos ou prebióticos (contra 46% no total). Apenas uma minoria entre eles considera que lhes explicaram os bons comportamentos a adotar (35% contra 44% no total). Enfim, apenas 1 em cada 4 portugueses já recebeu explicação de para que servem as microbiotas (26% contra 37% no total). Apenas 22% já foram aconselhados a testar as suas microbiotas (contra 30% no total). 

Em Portugal, a educação dos pacientes é hoje um desafio essencial para lhes ensinar não apenas o papel da microbiota, mas também os comportamentos a ter para as preservar da melhor forma possível. Esta educação deve passar, em parte, pelos profissionais de saúde. 

Para Murielle Escalmel, Diretora do Biocodex Microbiota Institute, “este observatório, o primeiro do seu género, fornece-nos ricos ensinamentos sobre o conhecimento, os comportamentos e as expectativas das populações mundiais em relação às microbiotas humanas. É preciso também salientar o papel fundamental dos profissionais de saúde na sensibilização para aos bons comportamentos de forma a cuidar bem das microbiotas. O inquérito mostra que, a partir do momento em que os pacientes recebem informações dos seus profissionais de saúde, a sua microbiota muda. Melhor ainda, é desencadeado um comportamento virtuoso. Por conseguinte, é necessário dar mais apoio aos profissionais de saúde para garantir que a microbiota faz parte integrante dos cuidados prestados aos doentes”.

Menos peso, mais saúde
A maioria dos pacientes procura dietas milagrosas, que têm em conta apenas as calorias, deixando de

Uma alimentação equilibrada para uma pessoa que tenha uma atividade física alta é, em geral, constituída por cerca de 50 a 55% de hidratos de carbono, 30% de lípidos e 15 a 25% de proteínas, os minerais e as vitaminas necessários e 1,5 a 3l de água por dia.

Mas nestas proporções temos de fazer duas contabilizações, a quantidade de hidratos de carbono tem de ser adaptada à sociedade em que vivemos, sendo a sua percentagem, na maioria dos casos, menor, do que a prevista inicialmente; temos, também, de ingerir uma quantidade de proteínas que nunca deve ser inferior 1 g/kg/dia (100 g de carne ou peixe têm entre 20 a 23 g de proteínas).

Tão importante como perder peso é, sem dúvida, aprender a comer para o resto da vida, de forma a manter o peso desejado. É importante interiorizar que, fazendo uma alimentação correta, ninguém passa fome nem precisa de fazer um esforço desmesurado. Os resultados tanto ao nível do peso, como em ganhos de saúde, fazem o esforço inicial valer a pena.

Aumentar a atividade de física no nosso dia a dia (como, por exemplo, levantar-se de hora a hora, pelo menos 1 minuto), e, também, um pouco de exercício físico regular, será o complemento necessário, para melhorar a nossa saúde e manter o peso em valores adequados.

Comer deve ser um ato consciente

O desenvolvimento das civilizações está intimamente ligado à forma como os homens se foram alimentando ao longo do tempo. A nossa alimentação é influenciada pelas nossas raízes culturais. Se hoje em dia é possível aceder a qualquer alimento, em qualquer lugar e altura do ano, o mesmo não acontecia antigamente, em que as populações se restringiam ao que conseguiam produzir. Por essa razão, ainda hoje, o tipo de alimentação que era praticado em determinada região influencia a alimentação praticada atualmente nessa mesma região.

Comer pode parecer um ato biologicamente automático, mas está relacionado com influências sociais, culturais e emocionais.

Se é verdade que estas influências vêm de tempos remotos, também é verdade que a obesidade é um problema das sociedades modernas. O ritmo de vida acelerado gerou, entre outras coisas, o fenómeno do fast food, consomem-se cada vez menos produtos frescos, o que, em conjunto com o aumento do sedentarismo, constitui a combinação ideal para o surgimento da obesidade.

Os erros cometidos na alimentação devem-se muitas vezes ao desconhecimento sobre as necessidades reais do organismo. A alimentação deve tornar-se num ato consciente, voluntário e educável.

Conheça os nutrientes: cada um com a sua função

Não existem dietas milagrosas que garantam o peso ideal. Uma boa dieta tem de incluir uma grande variedade de alimentos que garanta os nutrientes necessários para as funções vitais do organismo.

Os nutrientes que garantem estas funções e dividem-se em 7 grupos: hidratos de carbono, lípidos, proteínas, vitaminas, minerais, fibras e água.

Podemos comparar as funções dos nutrientes à construção de uma casa, sendo que os hidratos de carbono são o combustível e a mão de obra, os lípidos são a energia necessária para aquecer a casa, as proteínas e a água são a estrutura da casa e os restantes nutrientes regulam e harmonizam a construção da casa.

O padrão alimentar mediterrâneo

O padrão alimentar típico dos países mediterrâneos encontra-se amplamente estudado, sendo associado a múltiplos benefícios para a saúde, nomeadamente a redução da incidência das doenças cardiovasculares, cancro, Parkinson e Alzheimer.

O padrão alimentar mediterrânico baseia-se em 10 princípios: cozinha simples; elevado consumo de produtos vegetais; consumo de produtos vegetais produzidos localmente e da época; preferência pelo azeite como principal fonte de gordura; moderado consumo de lacticínios; utilização de ervas aromáticas para temperar, em detrimento do sal; consumo frequente de peixe e baixo de carnes vermelhas; consumo baixo de vinho tinto e apenas nas refeições principais (exceção crianças e grávidas); água como principal bebida e convivialidade à volta da mesa.

Infelizmente, esta dieta, que era a base da alimentação em Portugal, tem vindo progressivamente a perder força. Este facto pode estar relacionado com o aumento progressivo da obesidade.

Mitos

Aqui temos alguns exemplos da desinformação.

Se eu optar por pão integral emagreço?

As farinhas e cereais integrais têm praticamente as mesmas calorias que os não integrais ou refinados. Contudo, estes causam maior saciedade, são mais saudáveis, pelo que devem ser mais recomendados.

Posso optar antes pelos sumos de fruta?

O sumo de fruta tem muito menos fibra e mais açúcar disponível. Beber sumos de fruta não é a mesma coisa do que comer a fruta inteira e, principalmente, para quem está num processo de emagrecimento, não é de todo aconselhável.

O azeite engorda?

Todas as gorduras aportam as mesmas 9 Kcal por grama. São, aliás, o nutriente que mais energia fornece ao organismo, estas dividem-se entre saturadas e insaturadas. As saturadas são maioritariamente de origem animal: estão presentes no leite gordo e derivados, nas margarinas, nas carnes de vaca, porco, cabra, nos enchidos e nos óleos de palma e coco. Quando consumidas em excesso, as gorduras saturadas favorecem o aparecimento de doenças cardiovasculares, pelo facto de provocarem um aumento do mau colesterol no sangue. Quanto às gorduras insaturadas elas encontram-se maioritariamente nos alimentos de origem vegetal: no azeite, nos óleos de sementes, nos frutos secos e no peixe. O consumo destas gorduras ajuda a controlar os níveis de colesterol no sangue, e tende a aumentar o colesterol HDL, também conhecido por “colesterol bom”. O azeite é mais cardio-saudável, e deve ser a gordura de eleição.

A carne de porco faz mal?

Durante muito tempo, a carne de porco foi apontada como o “patinho feio” da alimentação, o que sucedeu numa determinada fase também com a sardinha, peixe que hoje é considerado uma boa fonte de gordura saudável. Contudo, a carne de porco faz parte da dieta mediterrânica e, se optar por cortes magros, têm pouca gordura e relativamente poucas calorias. É uma carne rica em proteínas, fósforo, zinco, ferro e vitaminas B1, B3, B6 e B12 que melhoram o sistema imunitário e o desenvolvimento cognitivo.

O leite só deve ser consumido pelas crianças?

O leite é um alimento muito completo pelo que deve ser consumido em todas as idades, numa média de 2 a 4 porções por dia, à exceção das pessoas que tenham intolerância à lactose que devem optar por o tomar sem lactose. Tem proteínas de alta qualidade e é um importante fornecedor de cálcio e vitaminas A e B. Para quem esteja num processo de emagrecimento, pode optar por leite magro que, apesar de ter menos gordura, mantém todas estas boas propriedades. Mas quem for intolerante ou sensível a caseína, proteína do leite, tem mesmo que parar o seu consumo.

Conclusões

Infelizmente, com o aumento da facilidade de partilha de informação, é também partilhada muita desinformação, e, por isso, é preciso alertar consciências! A alimentação está na base da nossa saúde e, como tal, não deve ser tratada de forma leviana. É preciso aprender a comer, e só há um caminho para isso, a educação alimentar, fornecida por profissionais de saúde qualificados, os quais ajudarão a responder à pergunta: sabemos comer?

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Universidade de Coimbra
Na próxima quinta-feira, dia 29 de junho, a partir das 09h30, vai decorrer, no Colégio da Trindade da Universidade de Coimbra ...

A sessão de abertura vai contar com as intervenções do Reitor da UC, Amílcar Falcão, e do coordenador do Centro de Inovação em Biomedicina e Biotecnologia (que é formado pelo Centro de Neurociências e Biologia Celular, CNC-UC, pelo Instituto de Investigação Clínica e Biomédica de Coimbra, iCBR, e pelo Centro de Estudos e Investigação em Saúde, CEISUC, todos da UC), Luís Pereira de Almeida. Segue-se a apresentação do “PAS GRAS”, pelas 10h15, que vai ser feita pelo líder do projeto, vice-presidente e investigador do Centro de Neurociências e Biologia Celular da UC, Paulo Oliveira.

O evento de lançamento do “PAS GRAS” vai contar também com comunicações de três notáveis cientistas, que integram a comissão de aconselhamento externa do projeto, a saber Philipp Scherer, Casper Schalkwijk e John P. A. Ioannidis.

Philipp Scherer, professor do Centro Médico Southwestern da Universidade do Texas (Estados Unidos da América), reconhecido mundialmente pelo estudo do tecido adiposo e do papel da gordura na saúde e na doença, vai conduzir, pelas 11h45, a palestra “As várias vidas dos adipócitos: implicações para a saúde e doença na população pediátrica e adulta”.

Pelas 15h30, Casper Schalkwijk, professor da Universidade de Maastricht (Países Baixos) e um dos principais cientistas mundiais na área das complicações vasculares e metabólicas associadas à obesidade e à diabetes, apresenta a comunicação “Produtos finais de glicação avançada: amigos ou inimigos da saúde humana?”.

John P. A. Ioannidis, um dos cientistas mais citados no mundo, é professor de Medicina, Epidemiologia e Saúde Pública, e Metaciência, da Universidade de Stanford (Estados Unidos da América), e investigador principal da Cátedra do Espaço Europeu da Investigação (ERA Chair) “EXCELScIOR” da UC, vai proferir, pelas 17 horas, a palestra “Produção e avaliação de ciência aberta, fiável e reprodutível”.

Ao longo do dia, vão ser também apresentados os 16 parceiros que integram este projeto de investigação e inovação, que vai decorrer ao longo dos próximos 5 anos.

O “PAS GRAS” foi 1 dos 6 projetos aprovados pelo programa Horizonte Europa, no pilar II do cluster da saúde, estando integrado nos  Desafios Globais e Competitividade Industrial Europeia. «O projeto nasceu de um interesse comum entre investigadores do CNC-UC e iCBR em estudar determinantes biológicos, metabólicos e ambientais da obesidade. Tem como objetivos calcular o risco individual da obesidade e suas complicações, reforçar inovação de base biológica e o desenvolvimento de novas abordagens para promover estilos de vida saudáveis, que passam pela adoção da dieta mediterrânica, e seus componentes específicos, aumento da atividade física, aumento da literacia em ciência e saúde», explica líder do projeto. «Uma vez aprovado o projeto, temos continuado a reunir colegas de várias áreas de investigação de ponta realizada na UC, a que se junta a excelência do conhecimento e experiência dos vários parceiros», acrescenta Paulo Oliveira.

Sobre a sessão de lançamento que vai decorrer na quinta-feira, o investigador destaca que vai ser «um momento único de comunhão entre cientistas, profissionais de saúde, educação, desporto, empresários e decisores. Teremos um livro branco para signatárias e signatários com o objetivo de mobilização de pessoas individuais e coletivas, grupos e organizações, que se associam à missão “PAS GRAS”».

«A obesidade é um problema de saúde pública. O projeto “PAS GRAS” está profundamente comprometido com ações para promover e manter mudanças de comportamento nos padrões de consumo e de produção de alimentos, bem como no envolvimento de setores muito relevantes como a indústria alimentar, retalhistas, produtores primários, serviços de restauração, assim como centros de saúde, centros de ciência, clubes desportivos, entre tantos outros. No final, esperamos contribuir com evidência científica sobre a biologia da obesidade, mas também reunir os resultados da campanha internacional de sensibilização no sentido de produzir recomendações cada vez mais próximas das necessidades    de todos e de cada um», acrescenta o investigador da UC.

O evento de lançamento do “PAS GRAS” é gratuito e aberto ao público.

Atualizar e consolidar conhecimentos de Hepatologia
A segunda edição Escola Anual Virtual de Hepatologia, uma parceria do Núcleo de Estudos de Doença do Fígado (NEDF) da Sociedade...

Após o sucesso da primeira edição esta iniciativa, constituída por treze módulos, terá transmissão mensal online, em formato webinar em direto, e com disponibilização de conteúdos referentes à sessão.

“Nesta nova edição, com o intuito de permitir um melhor desenvolvimento dos temas e uma discussão mais alargada dos tópicos abordados, a duração de cada sessão foi aumentada para uma hora e trinta minutos. A estrutura do curso também foi alterada, passando para treze módulos em vez dos onze da primeira edição. Estamos certos de que este upgrade irá de encontro às expectativas criadas para esta segunda edição da EAVH, modelo educativo inovador no panorama da Hepatologia nacional”, afirma Paulo Carrola, Coordenador do NEDF.

Para José Presa, da APEF, “esta escola tem como objetivo colmatar uma lacuna há muito sentida por quem se dedica ao doente hepático, a existência de um plano formativo regular que incida nas áreas de inquestionável relevo na Hepatologia. Pretende-se que esta iniciativa se torne uma referência nacional no âmbito da Hepatologia e que congregue todos quantos se dedicam a esta área, independentemente da sua especialidade mãe”.

“Screening” e abordagem da doença hepática, doença hepática autoimune, hepatites víricas, DILI e falência hepática aguda, MAFLD, doença hepática associada ao álcool, cirrose hepática, hemocromatose, doença de Wilson e Défice de alfa-1 antitripsina, ACLF e transplante hepático, doença vascular hepática: diagnóstico e abordagem, hemorragia digestiva no cirrótico, tumores hepáticos e cuidados paliativos em hepatologia são os temas que compõe o programa formativo.

Destinada a Internos de formação específica de Medicina Interna e Gastrenterologia ou especialistas de ambas as especialidades com interesse na área, a Escola Anual Virtual de Hepatologia irá funcionar de 21 de setembro de 2023 a 4 de julho de 2024.

Mais informação: https://www.spmi.pt/escola-anual-virtual-de-hepatologia-23-24/

Formações gratuitas e dirigidas a profissionais de saúde
A Aliança formada pela Escola Superior de Enfermagem do Porto (ESEP), a Escola Superior de Saúde do Politécnico do Porto e a...

Desenvolvidos no âmbito do projeto IPAlliance - Plataforma Integrada para Aprendizagem ao Longo da Vida e Formação para Profissionais de Saúde, encontram-se disponíveis cinco novos programas formativos centrados na prevenção e gestão da Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica; da Insuficiência Cardíaca; do Enfarte agudo do miocárdio; do Acidente Vascular Cerebral Isquémico e Hemorrágico.

Estas formações gratuitas e dirigidas a profissionais de saúde, financiadas pelo fundo NextGenerationEU no âmbito da iniciativa Recuperar Portugal, são dinamizadas em formato Massive Open Online Courses (MOOC) e disponibilizadas na plataforma de gestão de cursos online para grandes audiências NAU.

De acordo com o diretor do projeto, Miguel Padilha, esta é uma “oportunidade única de requalificação e atualização multiprofissional para profissionais de saúde em Portugal, numa plataforma online, gratuita e certificada”.

apresentação destes cursos decorre no próximo dia 4 de julho, pelas 12:00 horas, no Auditório Paulo Parente da Escola Superior de Enfermagem do Porto. O evento é aberto ao público e de entrada gratuita, proporcionando uma oportunidade ímpar para conhecer os programas formativos e interagir com os especialistas envolvidos na sua criação.

Esta iniciativa, apoiada pelo Plano de Recuperação e Resiliência, é uma de muitas outras de promoção de inovadores cursos dirigidos a médicos, enfermeiros, técnicos superiores de saúde e técnicos de diagnóstico e terapêutica, entre outros profissionais de saúde, com o intuito de promover a requalificação e atualização destes profissionais, centrando-se nos principais desafios globais em saúde e para otimizar a qualidade e segurança dos cuidados de saúde.

 

 

Investigação da F3M com a Associação Fraunhofer Portugal AICOS e a Universidade Católica Portuguesa
É uma solução tecnológica inovadora que resultou da parceria F3M, Associação Fraunhofer Portugal AICOS e a Universidade...

Baseada em Inteligência Artificial, esta solução é composta por uma aplicação móvel capaz de captar de forma automática imagens de feridas, integrando, também, informação clínica diferenciada sobre as mesmas. Desta forma, além de aumentar a eficácia do acompanhamento do processo de cicatrização da ferida, será, ainda, um excelente instrumento de apoio à decisão clínica diferenciada e seleção da intervenção terapêutica. Mas não só.

Foi, ainda, desenvolvida uma plataforma web direcionada para os gestores de unidades de saúde, onde serão integrados os dados adquiridos em termos de evolução das feridas, de acordo com as intervenções terapêuticas implementadas. Assim, será possível aos profissionais identificarem as opções terapêuticas mais promissoras em termos de eficácia e custos de gestão.

Desenvolvida no âmbito do projeto ClinicalWoundSupport, esta solução tecnológica inovadora para a área da saúde será, agora, apresentada num evento que irá juntar vários profissionais, especialistas e investigadores. Além de Pedro Fraga, Pedro Salgado, Patrícia Reis e Carla Rocha, da F3M, marcarão presença no evento Maria Vasconcelos, da Fraunhofer Portugal AICOS, Paulo Alves e Raquel Silva, da Universidade Católica Portuguesa, Paulo Ramos, da USF Corino de Andrade (Póvoa de Varzim), e Jorge Oliveira, da Santa Casa da Misericórdia de Vizela.

Além da demonstração da tecnologia inovadora, serão ainda partilhados alguns testemunhos e divulgados os resultados técnicos e científicos do projeto. O encontro, sob o título “Smart Technology for Clinical Wound Support” acontece, esta quarta-feira, na Porto Business School, no Porto. A participação está aberta ao público, sendo de carater gratuito, mas requer inscrição (www.lkme.pt/XOtMe).

 

 

Startup portuguesa aposta no crescimento da operação em Portugal e no Brasil
A MyCareforce, plataforma digital portuguesa que quer centralizar a contratação do sector da saúde, encerra com êxito uma ronda...

O novo financiamento irá contribuir para a aceleração da expansão na América do Sul, mais concretamente no Brasil, assim como para o desenvolvimento da operação em Portugal. O objetivo passa por investir no crescimento da utilização da solução, com foco em novos desenvolvimentos tecnológicos e no reforço da equipa com o recrutamento de novos talentos.

A MyCareforce conta hoje com 17 colaboradores em ambos os mercados e espera chegar ao final do ano com um total de 25, em Portugal e no Brasil, sobretudo nas áreas de Tecnologia, Operações e Suporte.

"Esta ronda é um importante sinal de confiança no modelo de negócio e na solução que a MyCareforce apresenta ao mercado, tanto junto das instituições como dos profissionais de Saúde.” explica Pedro Cruz Morais, Co-CEO e Co-Founder da MyCareforce, acrescentando que “temos vindo a crescer desde a nossa fundação em 2021 e, agora, temos novos meios para continuar a nossa estratégia de expansão e crescimento nos mercados onde já operamos.”

Já João Hugo Silva, Co-CEO e Co-Founder da MyCareforce, afirma que “o futuro do setor da saúde passa por duas grandes palavras-chave: flexibilidade e qualidade. Na MyCareforce estamos a contribuir para que as empresas nossas clientes reduzam o tempo gasto em processos burocráticos, podendo concentrar-se naquilo que é mais importante, que são os cuidados aos utentes/pacientes.”

Adicionalmente, a MyCareforce está a planear novos desenvolvimentos tecnológicos da plataforma por forma a melhorar a experiência dos utilizadores com a inclusão de novas funcionalidades como algoritmos de match e pesquisa de turnos, a construção de um sistema de rewards para profissionais e ainda uma aposta numa solução de integração dos profissionais nas unidades.

Recorde-se que a start-up portuguesa conta já com mais de 12.500 enfermeiros da Ordem, 1.000 técnicos auxiliares de saúde, e mais de 150 empresas de Saúde, incluindo o grupo José de Mello Saúde, Grupo Trofa Saúde, SAMS, Grupo Orpea e ainda com diferentes unidades do SNS, entre outras, através das quais já preencheu mais de 16.000 turnos, equivalente a mais de 130.000 horas trabalhadas. No mercado brasileiro, o objetivo passa por chegar ao final do primeiro ano de atividade com 30 mil inscrições de enfermeiros na plataforma e às 70 mil horas trabalhadas.

Livro apresentado na Feira do Livro
A editora LIDEL apresenta o novo livro “Sabemos Comer? Estratégias para o mundo atual”, da autoria de José Maria Tallon,...

Atualmente, passamos muito tempo sentados, quer seja a trabalhar, estudar, comer ou até mesmo a conversar. Aliado a esse fator, fazemos muito pouco exercício físico e estamos muito dependentes da vida online nas mais diversas situações. Todos estes aspetos, que aumentaram exponencialmente desde o início da pandemia, contribuem para que façamos muitas vezes escolhas que não são as mais ajustadas às nossas necessidades e que podem trazer algumas preocupações no futuro.

Em Portugal, segundo dados divulgados pela Organização Mundial da Saúde, quase 60% dos adultos vive com excesso de peso ou obesidade e as previsões indicam que esse número continuará a crescer. O livro “Sabemos Comer? Estratégias para o mundo atual” surge como um aliado no combate a este flagelo, demonstrando que é possível mudar esta realidade sem que este seja um processo negativo.

Quando abrir este livro, o público poderá encontrar várias dicas e soluções para melhorar a sua saúde e controlar o seu peso, tais como: comer sopa, organizar a despensa e o frigorífico, fazer os telefonemas enquanto caminha, utilizar o tempo que gastava nos transportes para si, entre outras. Além disso, poderão também desvendar alguns mitos associados à alimentação.

Através desta obra, dirigida a todas as pessoas interessadas em melhorar o seu estilo de vida e aprofundar os seus conhecimentos sobre alimentação saudável, o autor pretende ajudar a descobrir como comer com prazer, mantendo um plano alimentar saudável, e mostrar alternativas para que o leitor possa diversificar e equilibrar as suas escolhas.

Este livro, lançado na Feira do Livro de Lisboa, conta não só com a vasta experiência do Dr. Tallon, que já atendeu mais de 213 mil pacientes e ajudou a perder no total mais de 2.000.000 de quilos, mas também com a colaboração de especialistas em áreas como: bioquímica, biotecnologia, desporto, educação física e saúde, medicina interna, nutrição e psicologia.

 

Uma das complicações médicas mais frequentes na gravidez
Quase todas as doenças conhecidas podem atingir a mulher durante a gravidez, umas podem complicar ac

A Diabetes Mellitus Gestacional (DMG), é uma patologia de alto risco cuja prevalência tem vindo a aumentar nos últimos anos, sendo considerada segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS,2022), um dos 3 tipos de diabetes Mellitus, sendo os outros dois a diabetes tipo 1 ou insulino dependente e o tipo 2 não insulino dependente.

Sendo considerada uma das complicações médicas mais frequentes na gravidez, é definida como uma anomalia da tolerância aos hidratos de carbono, de gravidade variável, que surge ou é diagnosticada pela primeira vez no decurso de uma gravidez (Paiva et al., 2022). Surgindo graus variáveis de hiperglicemia materna na gestação aumenta a morbidade e a mortalidade materna e fetal. Que segundo Friel (2023), podem ser quando há um descontrolo da diabetes preexistente (pré-gestacional) ou gestacional durante a organogénese (até aproximadamente às 10 semanas da gestação) o aumento do risco de: malformações congênitas e o risco de morte fetal in útero. O controlo deficiente da diabetes mais tarde na gestação, aumenta o risco de: macrossomia (peso fetal > 4.000 gramas ou > 4.500 gramas ao nascimento), pré-eclampsia, hipoglicémia neonatal, traumatismo de parto (distocia do ombro), o parto por cesariana e o natimorto (Friel, 2023).

Podemos referir então, que perturbando de maneira mais ou menos evidente a gravidez a diabetes mellitus, prejudica comumente o feto e pode provocar a sua morte. Não decorrendo a gravidez até ao fim, surge um impacto traumático que o diagnóstico de aborto ou morte fetal pode causar, associando-o à impossibilidade de o casal vir a ter um filho.

A perda gestacional é, assim, para o casal, um evento traumático que altera o percurso de vida do mesmo. Sendo o impacto dessa perda nos pais devastador e implica o início de um longo pesadelo. No período após a perda gestacional, os pais experimentam um processo de luto que os

afeta a nível biopsicossocial e espiritual. Estes podem experienciar depressão, ansiedade, transtorno de stress pós-traumático, transtornos alimentares e de sono, isolamento e perda de fé, entre outras manifestações.

Há a ideia que nas situações de perda perinatal o sofrimento dos pais é subestimado esperando-se que estes recuperem imediatamente da perda, porque é sentida como sendo uma perda menor do que seria no caso de morte de um filho, após o nascimento (Martínez-Serrano et al., 2019). Um dos fatores que faz com que essa perda seja acompanhada de um tipo de luto diferente de outras perdas é o fato de fazer parte de um processo socialmente oculto e pouco compreendido, mesmo pelos profissionais de saúde. Embora a literatura específica demonstre que o processo do luto inclui vários momentos e perspetivas, a perda gestacional é um acontecimento inesperado e altamente angustiante para os pais, que requer intervenções dos profissionais de saúde que ajudem cada casal, tendo em conta as suas características e individualidade, a ultrapassar esta fase da sua vida.

Quando um casal sofre uma perda gestacional é importante e necessário que o profissional de saúde saiba responder aos seus sentimentos e receios. Assim, ao incentivar o casal a expressar os seus sentimentos e ficar com eles nesse processo, o profissional de saúde ajuda o casal a manter a crença e a dar-lhe a sensação de que têm pelo menos uma quantidade mínima de controlo da sua situação. Deve também incentivar o casal a ter o parceiro presente para que juntos possam resolver essa situação difícil, apoiando-se. Como resultado, o casal e o profissional de saúde são capazes de alcançar um significado positivo de uma experiência de vida difícil. O apoio dos profissionais de saúde aos pais enlutados, a sua participação na perda, a expressão de sentimentos e de emoções, a utilização de métodos de distração, sessões de grupo, apoio social, prática de atividade física e educação familiar foram as intervenções mais eficazes (Lizcano Pabón et. al, 2019).

Neste sentido, o papel da equipa multidisciplinar deve passar por promover o acompanhamento da grávida realizando um rastreio e diagnóstico da diabetes gestacional, controlando as glicémias, com dieta e eventualmente insulinoterapia e incentivar a prática de exercício para melhorar o prognóstico. Possuírem um maior conhecimento sobre os fatores de risco da DMG que podem ser a história familiar, idade materna avançada, doenças como a hipertensão arterial e obesidade, por forma a prevenir esta patologia (OMS, 2022). E ainda promoverem o acompanhamento da mulher/casal perante um processo de luto, numa situação de perda gestacional, uma vez que os profissionais de saúde são uma das principais fontes de apoio ao casal,

implementando intervenções que possam ajudar os pais e os membros da família no processo de luto (Paraíso-Pueyo et al., 2021).

Assim, as evidências revelam a importância de uma comunicação terapêutica por parte do profissional de saúde, muito apoio, centrando as intervenções em ambos os membros do casal, recorrer à escuta ativa, estar presente (quando apropriado). Cada casal é diferente quando se trata da forma como lidam com a sua situação clínica. Assim, é imperativo para o profissional de saúde avaliar como cada membro do casal quer ser acompanhado durante este processo.

Conclui-se que o assunto abordado, é de suma relevância para os profissionais de saúde, que cuidam da mulher/casal que é diagnóstica com a diabetes mellitus gestacional, e pode passar pelo infortuno de perder o seu filho.

Referências Bibliográficas:

- Friel, Lara A. (2023). Diabetes mellitus na gestação – Manual MSD – Versão para profissionais de saúde. Disponível em: rhttps://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/ginecologia-e-obstetr%C3%A...

- Lizcano Pabón, L. D. M., Moreno Fergusson, M. E., & Palacios, A.M. (2019). Experience of Perinatal Death from the Father's Perspective. Nurs Res.; 68(5), E1-E9. doi: 10.1097/NNR.0000000000000369.

- Martínez-Serrano, P., Pedraz-Marcos, A., Solís-Muñoz, M., & Palmar-Santos, A.M. (2019). The experience of mothers and fathers in cases of stillbirth in Spain. A qualitative study. Midwifery.; 77, 37-44. doi: 10.1016/j.midw.2019.06.013.

- Organização Mundial da Saúde (OMS). (2022) Relatório Mundial sobre a Diabetes. https://apps.who.int/iris/bitstream/handle/10665/254649/9789243565255-spa. Pdfsequence=1&ua=1

- Paiva, I., Araújo, B., Paiva, S. (2022). Diabetes Gestacional: evolução dos critérios de diagnóstico e terapêutica. Revista Portuguesa de Diabetes. 17 (2):47-53p. Disponível em http://www.revportdiabetes.com/wp-content/uploads/2022/06/RPD_Junho_2022...

- Paraíso-Pueyo, E., González-Alonso, A.V., Botigué T., Masot, O., Escobar-Bravo, M.Á., Lavedán-Santamaría, A. (2021). Nursing interventions for perinatal bereavement care in neonatal intensive care units: A scoping review. Int. Nurs. Rev.; 68:122–127. doi: 10.1111/inr.12659.


Ana Cristina Almeida Santos Oliveira - Enfermeira Especialista em Saúde Materna e Obstetrícia, no Aces Dão Lafões - UCSP de Sátão, Viseu

Mestre em Toxicodependências e Doenças Psicossociais; Pós-Graduação em Gestão e Administração de Serviços de Saúde

Doutoranda do Doutoramento em Enfermagem da Universidade de Lisboa/Escola Superior de Enfermagem de Lisboa (ESEL) Sócia da www.girohc.pt

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Organização sem fins lucrativos
A European Association of Value-Based Health Care (EAVBHC) acaba de ser lançada publicamente no Parlamento Europeu em Bruxelas....

A associação é presidida pelo português João Marques Gomes, economista da saúde e professor na Nova SBE, e conta com um conjunto de personalidades europeias da área da saúde para apoiar na transição para um modelo de Saúde baseado em Valor.

A EAVBHC é uma organização sem fins lucrativos. Foi fundada por 21 especialistas em Value-Based Health Care (VBHC) de 10 países europeus que se juntaram para ajudar a acelerar a transformação dos cuidados de saúde em toda a Europa.

De acordo com João Marques Gomes, Presidente da EAVBHC, “Em todo o mundo, apesar do trabalho e do empenho dos profissionais de saúde, bem-intencionados e altamente qualificados, os sistemas de saúde enfrentam custos crescentes e desigualdade na qualidade dos serviços prestados. Se nada for feito, os custos ficarão incomportáveis e as sociedades terão de fazer escolhas. É urgente consciencializar os cidadãos europeus para os desafios que os sistemas de saúde enfrentam e fazê-los perceber que a Saúde Baseada em Valor é a solução para sistemas de saúde sustentáveis e centrados no doente”.

Perante sistemas de saúde financeiramente insustentáveis, a EAVBHC propõe substituir os atuais modelos de prestação dos cuidados de saúde baseados em volume por um sistema de cuidados de saúde baseado no real valor que os cuidados têm para os doentes e para os sistemas de saúde. Um sistema de saúde baseado em valor foca-se na promoção da saúde, na medicina preventiva e nos melhores tratamentos disponíveis para reduzir o número de doentes. Só assim será possível reduzir custos, promover um sistema de saúde sustentável e, acima de tudo, melhorar a qualidade de vida das pessoas.

O 'valor' na saúde é medido pelos resultados de saúde alcançados e pelos custos suportados, e não pelo número de consultas ou cirurgias. O valor inclui também, cada vez mais, a qualidade da experiência doente-família e as interações interpessoais entre o prestador e o utente.

 

 

22 e 23 de setembro no Centro Cultural de Belém
A Gilead Sciences já tem data e local para o Oncology Meeting Point 2023 – 22 e 23 de setembro, no Centro Cultural de Belém -,...

O Oncology Meeting Point 2023, cujo Comité Científico é formado pelo Prof. Doutor Luís Costa (Centro Hospitalar Universitário Lisboa Norte), pela Dr.ª Gabriela Sousa (IPO Coimbra) e pela Prof.ª Doutora Deolinda Pereira (IPO Porto), contará com a presença de peritos nacionais e internacionais para discutir os seguintes temas:

  • Gilead em Oncologia: Compromisso & Visão
  • Cancro da mama triplo-negativo metastático
  • Epidemiologia, Patologia & Necessidade Médica
  • Consensos & Controvérsias no Algoritmo de Tratamento
  • O que nos trouxe a inovação
  • Conjugado anticorpo-fármaco direcionado para o Trop-2
  • Do ASCENT à prática clínica
  • A experiência em Portugal
  • A experiência internacional

Com um programa que conta com painel de reconhecidos peritos, está já confirmada a presença do Dr. Aditya Bardia, investigador principal do estudo ASCENT e Diretor do Programa de Investigação do Massachusetts General Hospital; da Dr. ª Eva Ciruelos, do Hospital Universitário 12 de Outubro, de Madrid, Espanha; da Dr.ª Fátima Cardoso, Diretora da Unidade da Mama da Fundação Champalimaud; entre outros.

“O Oncology Meeting Point 2023 traz à discussão o CMTN, um tipo de cancro de mama que tendo menor prevalência, apenas 15% dos doentes, é o que tem pior prognóstico”, refere Cláudia Delgado, Diretora Médica da Gilead Sciences. “É por isso importante revisitarmos as novas terapêuticas, o legado dessas terapêuticas, e também explorar e perseguir alvos tumorais como o TROP-2, e compreender de que forma os novos alvos tumorais nos podem ajudar a desenvolver medicamentos para esta doença que continua a ter uma necessidade médica muito significativa”.

SRCentro defende a necessidade de empoderar os enfermeiros para fazer mais e melhor investigação
A Secção Regional Centro (SRCentro) da Ordem dos Enfermeiros (OE) realiza Ciclo de Webinares de Investigação EQuIPS, a partir...

De acordo com International Council of Nurses (ICN), a procura de cuidados de saúde de qualidade, eficazes e eficientes colocou a investigação em Enfermagem num lugar de destaque.

No entanto, (ainda) existem muitas barreiras inerentes a todo o processo de conceção, desenvolvimento e implementação da investigação em Enfermagem nos diferentes contextos do exercício profissional.

Atenta a esta realidade, a SRCentro defende a necessidade de empoderar os enfermeiros para fazer mais e melhor investigação, de forma que a sua Estrutura para a Qualidade, Investigação, Inovação e Promoção da Saúde (EQuIPS) pretende desempenhar um papel de destaque nesse processo.

Segundo Pedro Sardo, Coordenador da EQuiPS, “os últimos anos foram pautados por desafios sem precedentes e (como tal) foi necessário estabelecer prioridades de atuação, sendo que alguns projetos (nomeadamente os que estiveram na génese da EQuIPS) foram colocados em segundo plano. No entanto, acredito que o ano de 2023 irá marcar o (re)nascimento desta Estrutura (...) De facto, o trabalho desenvolvido, em articulação com o projeto “LadoaLado.com a Investigação” (da Mesa da Assembleia Regional), permitiu identificar as motivações e as necessidades dos enfermeiros numa área tão específica como é da investigação em enfermagem. Foi com base na avaliação diagnóstica realizada, que decidimos convidar vários enfermeiros, com reconhecida experiência em diferentes áreas, para participarem ativamente neste novo ciclo de webinares de investigação que irão abordar temas tão importantes como a as revisões sistemáticas da literatura, a elaboração e apresentação de estudos de caso, a escrita de artigos científicos, assim como nos vão permitir desmistificar a pesquisa clínica e compreender o papel do enfermeiro no campo da inovação e tecnologia”.

Este ciclo de webinares de investigação, promovidos pela EQuIPS, começa já na próxima quarta-feira (dia 28 de junho), tendo como público-alvo estudantes de Enfermagem, Enfermeiros, Enfermeiros Especialistas e Enfermeiros Gestores.

As inscrições são gratuitas, mas obrigatórias através do Balcão Único da OE.

 

Bebé nasce em agosto
A atriz, bailarina e coreógrafa Noua Wong, grávida de sete meses, decidiu fazer a criopreservação das células estaminais da...

“Quando falaram comigo não fazia ideia do que se tratava. Foi-nos explicado todos os contornos e ficamos muito impressionados com a evolução da ciência nesta área. Nós somos pais de primeira viagem e não dominamos os assuntos que envolvem ter um bebé. A única certeza que temos é que queremos fazer tudo ao nosso alcance para que ela esteja sempre bem e a preservação das células estaminais é mais uma possibilidade para uma futura eventualidade” afirma.

Noua Wong diz que fez o teste com o Cifrão, “ficámos a assimilar o resultado em alguns segundos de silêncio antes de festejar. É uma bebé muito desejada”.

Os primeiros três meses foram complicados para Noua Wong, com muitos enjoos, mas esteve sempre a trabalhar. No segundo mês de gravidez começou a gravação do “Dança Comigo”. Atualmente Noua diz que se sente ótima e sem enjoos.

Noua Wong diz que quer ser uma mãe “descontraída, quero tentar passar-lhe as coisas em que acredito com respeito pelas vontades e decisões que há de ter”.

 

Royal Society of Biology
O Pós PhD em neurociências e Biólogo português Fabiano de Abreu Agrela tornou-se membro de uma das mais importantes sociedades...

“Ser membro dessa sociedade é um reconhecimento significativo do meu percurso e estudos! Estou muito animado por ter a oportunidade de colaborar com outros membros e aprender (sempre) com os principais especialistas do campo. Acredito que essa afiliação fortalecerá ainda mais meu crescimento profissional e minha paixão pelo estudo da vida em todas as suas formas”, disse Fabiano de Abreu sobre sua entrada na sociedade.

Para ingressar na sociedade é necessário ser submetido a uma rigorosa análise da sua trajetória profissional e académica, todo o histórico do candidato, não apenas na área da biologia, mas como um pesquisador cientista é analisado para ser aprovado pelo comité de votação da sociedade.

 

 

 

Opinião
A escoliose é um desvio da coluna vertebral no plano de frente, que se traduz numa curvatura anómala

O tratamento estandardizado para os mais novos é seguramente o uso de uma ortótese (um colete de vários tipos), cuja evidência científica foi demonstrada por um estudo da autoria do Professor Stuart Weinstein, de Iowa City, nos EUA, e publicado em 2013 no New England Journal of Medicine (uma das “bíblias” das revistas médicas internacionais). Este estudo multicêntrico demonstrou que o uso de colete era benéfico para o tratamento das escolioses idiopáticas do adolescente, facto que veio reforçar a nossa confiança ao prescrever um tratamento conservador deste tipo.

No entanto, sabemos o quão difícil é usar um colete diurno na adolescência, facto que é responsável pela atitude negativa de muitos jovens em utilizar o colete nesta fase da vida.

Embora a alternativa seja cirúrgica, por técnicas já utilizadas há cerca de 50 anos, atualmente começam a surgir técnicas alternativas de cirurgia que já não implicam a fusão e bloqueio de vários segmentos da coluna.

Tratam-se de procedimentos cirúrgicos que “prendem” as vértebras da curva anómala com uma corda e parafusos em jovens numa fase inicial do crescimento, corrigindo a deformidade em escolioses menos graves entre os 40 e os 60 graus e em adolescentes entre os 10 e os 14 anos. São de facto cirurgias verdadeiramente inovadoras pois permitem a prática desportiva sem as restrições anteriores da técnica clássica.

Mas estas são apenas algumas novidades recentes para este grupo etário. Outras técnicas inovadoras têm surgido no mundo da cirurgia, que se traduzem em cirurgias mais seguras e com menores riscos para todos os grupos etários. Deste modo, utilizando a Inteligência Artificial é possível, no planeamento cirúrgico antes da operação, calcular como vai ficar corrigida a curva anómala/escoliose e mandar moldar antes da cirurgia a prótese que vai ser usada naquele caso específico. Esta forma permite ter um melhor resultado e encurtar o tempo de cirurgia, evitando o tempo que o cirurgião leva a moldar a barra que vai colocar de acordo com o seu planeamento cirúrgico. Cirurgia mais curta significa menos perda de sangue, menor risco de infeção e internamentos mais curtos com menores custos.

Outras das áreas que teve um enorme avanço nestes últimos anos foi a radiografia da cabeça aos pés EOS, a utilização dos moldes 3D nos casos mais complicados e pré-operatório, a neuro-navegação e a cirurgia robótica. O planeamento pré-operatório correto é um passo essencial para o êxito do procedimento cirúrgico - a radiografia EOS dá-nos uma visão global do alinhamento integral da coluna vertebral, podendo dar-nos indicações específicas de onde e como temos de corrigir a deformidade da coluna para terminar com uma coluna bem equilibrada, requisito essencial para o sucesso da cirurgia nas deformidades dos adultos.

Numa deformidade de escoliose complexa e em vários planos, ter um modelo de “plástico” antes da cirurgia, em que possamos cortar e planear o que vamos fazer na cirurgia real é de uma utilidade extrema, uma vez que para além de aumentar a segurança no procedimento cirúrgico, ajuda também a encurtar o tempo cirúrgico com todos os benefícios acima mencionados.

A utilização da neuro-navegação é outra mais-valia para a cirurgia das escolioses e cifoses onde temos que colocar parafusos bem ao lado da medula espinhal sem lhe tocar ou causar dano. Esta técnica aumenta substancialmente a segurança deste procedimento, podendo também encurtar a cirurgia, em particular nos casos mais complexos.

Por fim, a utilização da cirurgia robótica na cirurgia da coluna vertebral é uma realidade distinta, ainda não existente em Portugal, e que está agora a dar os seus primeiros passos. É utilizada essencialmente para a colocação dos parafusos nas vértebras rodadas e com anomalias anatómicas, evitando o erro humano pela sua precisão milimétrica, aumentando assim também a segurança neste tipo de procedimentos para a correção das deformidades da coluna em qualquer idade, sejam elas escolioses ou cifoses.

Portugal é um país seguro para a cirurgia da coluna vertebral em que se praticam todas estas técnicas inovadoras, à exceção da robótica que de momento é substituída pela neuro-navegação praticamente com a mesma margem de segurança, com um investimento consideravelmente menor e com os mesmos benefícios.

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Ciências ULisboa
Ciências ULisboa integrou recentemente o projeto “Autonomia 21”, um projeto da Associação Pais 21 - Down Portugal cujo objetivo...

A Pais 21 é uma associação formada em 2008 por pessoas com T21, famílias e sociedade civil, que promove a informação e sensibilização da opinião pública para as questões relacionadas com esta condição genética, fornece apoio individualizado às famílias, e procura capacitar as pessoas com T21 com vista à sua autonomização e integração plena na sociedade.

De forma a responder a estes objetivos, e perante as dificuldades partilhadas pelas famílias no que diz respeito ao apoio disponibilizado pelas instituições sociais, a associação dinamiza várias atividades e grupos de apoio, nos quais crianças e jovens com T21 podem desenvolver as suas capacidades sociais e cognitivas.

Rita Avelino, tesoureira da associação e mãe de um jovem com T21, explica como surgiu a ideia para o projeto “Autonomia 21”. “No ano passado tínhamos jovens a acabar o 12.º ano, que não tinham solução”, conta, referindo-se à dificuldade em arranjar um emprego depois de concluída a escolaridade obrigatória. Foi desta vontade que nasceu o projeto, em 2022, ao qual se foram associando várias instituições e empresas, entre elas a Ciências ULisboa.

A associação inicia o processo de profissionalização dos jovens de forma individualizada, analisando os gostos, aptidões e expectativas de cada um. Rita Avelino diz que, ao contrário do que acontece na maioria das instituições, em que os cursos de formação são generalistas e pouco adaptados às necessidades de cada um, para a associação o foco está na pessoa.

O passo seguinte é confrontar esta análise com as possibilidades existentes no mercado de trabalho e as entidades parceiras disponíveis para receber estes jovens. Numa primeira fase, os participantes começam por fazer um estágio, com o objetivo de posteriormente vir a ser celebrado um contrato de trabalho com a entidade.

A Pais 21 é uma associação formada em 2008 por pessoas com T21, famílias e sociedade civil, que promove a informação e sensibilização da opinião pública para as questões relacionadas com esta condição genética, fornece apoio individualizado às famílias, e procura capacitar as pessoas com T21 com vista à sua autonomização e integração plena na sociedade.

De forma a responder a estes objetivos, e perante as dificuldades partilhadas pelas famílias no que diz respeito ao apoio disponibilizado pelas instituições sociais, a associação dinamiza várias atividades e grupos de apoio, nos quais crianças e jovens com T21 podem desenvolver as suas capacidades sociais e cognitivas.

Rita Avelino, tesoureira da associação e mãe de um jovem com T21, explica como surgiu a ideia para o projeto “Autonomia 21”. “No ano passado tínhamos jovens a acabar o 12.º ano, que não tinham solução”, conta, referindo-se à dificuldade em arranjar um emprego depois de concluída a escolaridade obrigatória. Foi desta vontade que nasceu o projeto, em 2022, ao qual se foram associando várias instituições e empresas, entre elas a Ciências ULisboa.

A associação inicia o processo de profissionalização dos jovens de forma individualizada, analisando os gostos, aptidões e expectativas de cada um. Rita Avelino diz que, ao contrário do que acontece na maioria das instituições, em que os cursos de formação são generalistas e pouco adaptados às necessidades de cada um, para a associação o foco está na pessoa.

O passo seguinte é confrontar esta análise com as possibilidades existentes no mercado de trabalho e as entidades parceiras disponíveis para receber estes jovens. Numa primeira fase, os participantes começam por fazer um estágio, com o objetivo de posteriormente vir a ser celebrado um contrato de trabalho com a entidade.

Margarida Cunha, psicóloga que acompanha João Pedro, explica que o seu papel é de mediadora, entre a entidade, a associação e os pais. Atualmente acompanha o João Pedro nas vindas à Faculdade, para o ajudar na concretização das tarefas e na integração com os colegas do laboratório. “O objetivo é que ele seja o mais autónomo possível nas tarefas que faz - a cada semana estou com ele progressivamente menos tempo, vou desaparecendo até que deixarei de vir, porque ele tem capacidade para começar a vir sozinho”, afirma.

Para Rita Avelino, este é um projeto com inúmeras mais valias, tanto para as pessoas com T21 como para a sociedade em geral. A experiência de trabalho confere aos jovens mais autonomia e confiança, assim como desenvolve as suas capacidades sociais. Para a sociedade, a vivência com estas pessoas é muito gratificante pois lhes dá uma outra perspetiva sobre a deficiência intelectual.

Ao todo, participam neste projeto oito jovens, a trabalhar em cafés, restaurantes e jardins de infância, entre outros locais. Rita Avelino conta que o feedback dos pais destes jovens é muito positivo, pois denotam muita evolução na confiança e autonomia dos filhos na execução das tarefas diárias.

Federico Herrera afirma que “o projeto está a funcionar muito bem, e tem muitas possibilidades de futuro”. Para o investigador, esta experiência pode perfeitamente ser alargada a outros laboratórios da Faculdade, já que as tarefas que o João Pedro e a Vera desempenham são tarefas transversais a vários departamentos e centros de investigação.

Enquanto investigador e formador, o professor diz que o seu trabalho é formar cientistas – “neste caso continuamos a fazer exatamente a mesma coisa, mas agora também com pessoas com trissomia 21, alargando um pouco o espectro de pessoas que estamos a formar”, afirma. Como elemento nuclear da vida em sociedade, o trabalho é sinónimo de integração, explica. Neste sentido, “a ideia é usar o trabalho como local de integração, para pessoas com e sem deficiências. O laboratório não é só um local para fazer ciência, o laboratório é um local de formação e integração com muito potencial”.

Manuela Pereira, professora do DQB e investigadora principal do Laboratório de Bioenergética do BioISI também envolvida no projeto, enfatiza a importância do trabalho da Vera – “Uma pessoa com o perfil da Vera conseguiria ser perfeitamente uma excelente técnica de laboratório de vários laboratórios de Bioquímica – é uma simbiose!”

O projeto “Autonomia 21”, abraçado inicialmente por Federico Herrera e posteriormente também por Manuela Pereira, permite à Ciências ULisboa atuar num dos pilares da sustentabilidade, o da sustentabilidade social, constituindo uma marca na relação entre a academia e a sociedade. Foi neste sentido que, no passado dia 19 de abril, durante o Dia de Ciências, foi atribuído ao professor Federico Herrera um reconhecimento pelo seu impacto na comunidade de Ciências ULisboa.

Linha de Apoio à Renovação Energética dos Edifícios da Administração Pública Central
No âmbito do Programa de Recuperação e Resiliência (PRR), linha de Apoio à Renovação Energética dos Edifícios da Administração...

Num valor total de investimento que ronda os 600 000,00€, dos quais 492 850,00€ são financiados pelo PRR, a intervenção a realizar tem como principais objetivos: a melhoria dos níveis de conforto para trabalhadores e utentes, nomeadamente no que respeita ao conforto térmico; a melhoria da qualidade do ar no interior; a extensão da vida útil e condições estruturais do edifício; a redução da fatura e da dependência energética; bem como a redução de emissões de gases com efeito de estufa (GEE).

Nesse sentido, o projeto contempla a execução de diversas medidas, das quais se destacam: a aplicação de isolamento térmico na cobertura; a implementação de um chiller mais eficiente; utilização de luminárias LED; implementação de sistema de Gestão Técnica Centralizada (GTC) e instalação de sistema solar fotovoltaico de produção de energia elétrica para autoconsumo. Estas medidas vão potenciar uma redução anual do consumo de energia primária no edifício em causa de 911.228,00 kWh/ano, que equivale a uma diminuição anual estimada das emissões de gases com efeito de estufa de 92,32 t CO2eq/ano. A classe energética do edifício passará de C para B.

 

 

APDP pede ação urgente
Estima-se que os casos de diabetes em todo o mundo ultrapassem os 1,310 milhões até 2050, mais do dobro face a 2021, caso não...

“O tempo de agir é agora! Estes valores corroboram todos os avisos que enquanto associação temos feito ao longo dos anos. É necessário diagnosticar de forma mais precoce, tratar melhor e, principalmente, adotar estratégias de prevenção eficazes.”, defende José Manuel Boavida, presidente da APDP.

Para o conseguir, a associação defende a urgência da implementação de um programa de prevenção da diabetes. “A APDP reuniu-se com deputados de todos os grupos parlamentares, tendo proposto à Comissão de Saúde da Assembleia da República um grande encontro para assinalar o Dia Mundial da Diabetes, no próximo dia 14 de novembro, no qual estejam presentes todos os stakeholders cuja área tenha impacto direto na diabetes, como é o caso das Comissões do Ambiente e do Trabalho. Mais do que discutir o problema que a diabetes representa para o futuro da nossa população, é necessário agir, pelo que aguardamos a colaboração dos deputados para dar início à reunião que poderá mudar o panorama da diabetes em Portugal.”, alerta o endocrinologista.

Além disto, a APDP reforça ainda a necessidade da atualização do Inquérito Nacional de Saúde com Exame Físico, “divulgado pela primeira e única vez em 2016. O investimento neste estudo é urgente, uma vez que a incapacidade de gestão desta situação no presente irá, sem dúvida, representar uma carga económica muito maior no futuro”, continua José Manuel Boavida.

Em 2021, estimava-se a existência de 529 milhões de casos de diabetes, 90% dos quais tipo 2, que se prevê que seja também a principal responsável pelo provável aumento de casos, uma vez que se relaciona fortemente com o aumento da obesidade. Atualmente, a taxa de prevalência global da diabetes, uma das principais causas de morte e incapacidade, é de 6,1%, sendo especialmente evidente em pessoas com 65 ou mais anos.

“Se considerarmos o impacto que a diabetes tem no aumento do risco de doença cardíaca isquémica e de acidente vascular cerebral, por exemplo, percebemos as consequências da inatividade no que diz respeito a ações de prevenção.”, remata.

“A diabetes será uma doença definidora deste século. A forma como a comunidade de saúde lidar com a diabetes nas próximas duas décadas irá moldar a saúde da população e a expectativa de vida durante os próximos 80 anos. O mundo falhou no que diz respeito à perceção da natureza social da diabetes e subestimou a verdadeira escala e ameaça que esta doença representa.”, lamenta o The Lancet.

Planeado para coincidir com a 83ª Sessão Científica da Associação Americana da Diabetes (ADA), o The Lancet e o The Lancet Diabetes and Endocrinology publicam agora uma série sobre Desigualdade Global na Diabetes. Composta por dois estudos (um a nível global e outro focado nos EUA), conta a “história infeliz e desigual da diabetes”.

4 mil mortes prematuras por ano em Portugal são causadas pela má qualidade do ar
Com a chegada das temperaturas altas, as concentrações de formaldeído no interior aumentam até 20 ve

No verão, é comum deixar as janelas abertas, permitindo que o pó e outros poluentes se acumulem mais rapidamente dentro de casa. Além disso, a poluição interior também pode ser causada pela presença de partículas geradas dentro de casa. Atividades como cozinhar podem emitir poluentes como PM2,5 e NO₂, enquanto os produtos de limpeza e de higiene pessoal podem libertar gases COV.

O calor aumenta as partículas nocivas para o organismo

Existem investigações que mostram como as ondas de calor aumentam diretamente os níveis de partículas (PM), dióxido de azoto (NO2) e ozono troposférico presentes no ar. Além disso, quando combinadas com a humidade, as temperaturas elevadas levam à libertação de COV (Compostos Orgânicos Voláteis), como o formaldeído, um gás nocivo presente em mobiliário, colchões e paredes dentro de casa. As concentrações de formaldeído em interiores são, em média, 20 vezes mais elevadas no verão do que no inverno, dependendo das condições de temperatura e humidade interiores.

O calor também facilita a reação destes compostos entre si. Quando a luz solar reage com os óxidos de azoto (NOx) e os compostos orgânicos voláteis (COV) no ar, é gerada uma neblina fotoquímica potencialmente nociva chamada ozono troposférico.

As pequenas dimensões dos COV, do ozono troposférico e das partículas em suspensão com um diâmetro inferior a 10 microns são capazes de penetrar profundamente no trato respiratório e depositar-se nos alvéolos pulmonares, podendo mesmo atingir a corrente sanguínea, causando um aumento do stress oxidativo, pró-inflamatório e pró-trombótico.

Ser capaz de controlar a qualidade do ar interior pode ser um primeiro passo para reduzir a exposição a poluentes provenientes tanto do exterior como de dentro de casa.

8 dicas para um ambiente doméstico saudável:

  1. Ventilar com conhecimento

É aconselhável verificar regularmente a poluição do ar exterior e as concentrações de pólen para evitar abrir as janelas quando os níveis de pólen são elevados. Por exemplo, é útil fechar as janelas de manhã cedo e à noite, tendo especial cuidado durante a época de verão.

  1. Espaço sem fumos

A coisa mais importante para melhorar a qualidade do ar interior é manter a casa livre de fumo. Isto reduz a exposição a concentrações elevadas de partículas e gases nocivos. Nas casas com fumadores, as concentrações de partículas finas são duas a três vezes mais elevadas do que nas casas de não fumadores.

  1. Escolher a mobília certa

Muitos produtos como tapetes e mobiliário emitem pequenas quantidades de formaldeído, um químico incolor, inflamável e com um cheiro forte, utilizado no fabrico de materiais e na produção de muitos produtos domésticos. Para além de manter as divisões bem ventiladas quando se introduzem novos móveis ou tapetes em casa pela primeira vez, seria sensato escolher pavimentos de superfície dura em vez de alcatifas, comprar móveis em segunda mão (após alguns anos, os produtos deixam de libertar formaldeído) ou procurar colchões feitos de materiais naturais, como o algodão, a lã e o látex natural.

  1. Eliminar o pó

O pó da casa é uma mistura de sujidade, ácaros, pelos de animais, pólen e outras partículas como produtos químicos emitidos por móveis, aparelhos eletrónicos, plásticos e tecidos. Para o combater, podemos adotar hábitos como limpar regularmente os tapetes; colocar os sapatos num espaço perto da porta; aspirar frequentemente todo o tipo de superfícies, pavimentos e colchões com um aspirador de pó totalmente selado e com um sistema de filtragem adequado para reter eficazmente o pó.

  1. Evitar produtos de limpeza potencialmente tóxicos

Recomenda-se a utilização de produtos de limpeza sólidos ou líquidos em vez de aerossóis. Também é aconselhável utilizar a menor quantidade possível de produtos e abrir as janelas durante a limpeza. Em todo o caso, a melhor forma de evitar o contacto com os produtos químicos presentes nos produtos de limpeza é não os utilizar.

  1. Cuidado na cozinha!

Assegurar que os aparelhos (por exemplo, lareiras, fogões e fornos) têm uma saída completamente vedada para o exterior e que são corretamente instalados, utilizados e mantidos. É também aconselhável instalar um detetor de monóxido de carbono ou outro dispositivo capaz de medir em tempo real a qualidade do ar em casa e cozinhar com eletricidade em vez de gás para eliminar emissões.

  1. Evitar os espaços húmidos e a condensação

O bolor e os ácaros desenvolvem-se em ambientes quentes e escuros, como os quartos. O bolor também se desenvolve em locais frios e húmidos, como a casa de banho. Uma das medidas que podemos tomar para os evitar é ter as cozinhas, as casas de banho e os corredores sem alcatifas, uma vez que estes são frequentemente locais húmidos, o que favorece o crescimento de bolor. Também é útil fechar as portas interiores da cozinha e da casa de banho quando se cozinha e se toma banho, para evitar que o vapor entre noutras divisões, bem como abrir as janelas, utilizar um purificador de ar ou um exaustor quando se utilizam estas divisões. Por último, evite secar a roupa molhada dentro de casa ou em cima de radiadores; é preferível secá-la ao ar livre.

  1. Ter em conta os animais de estimação e os seus alergénios

A caspa e o pelo dos animais de estimação são alergénios para muitas pessoas e acumulam-se juntamente com outros tipos de pó doméstico. Medidas como manter os animais de estimação fora do quarto ou de outras divisões onde passam muito tempo, ou não permitir que se sentem ou durmam em móveis macios pode ajudar a reduzir a sua propagação. Por outro lado, não esquecer a importância de aspirar frequentemente.

Em suma, há muitas coisas que podemos fazer para garantir que, dentro de casa, respiramos o ar mais saudável possível, criando um espaço seguro contra os compostos nocivos que estão constantemente a aumentar no exterior. Como vimos, não basta arejar de vez em quando: podemos adquirir hábitos de limpeza e até de comportamento para manter afastados os poluentes que são gerados.

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.

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