Luzio
Uma equipa de cientistas internacional, da qual faz parte Claudia Cunha, investigadora do Centro de Investigação em...

Os resultados, publicados hoje na Nature Ecology & Evolution, mostram que Luzio é um antepassado das populações nativas americanas atuais e que, portanto, a hipótese de que os primeiros brasileiros pertenceriam a uma população distinta estava equivocada.

«O estudo incluí o maior conjunto de dados genomas antigos do Brasil para demonstrar que as comunidades costeiras da Antiguidade Ameríndia (Sambaquis) não representam uma população geneticamente homogénea. Além disso, este é o primeiro estudo genético que abarca uma região tão grande e este número de indivíduos para o país. Através da sequenciação genética de ADN antigo, produzimos dados de 34 indivíduos com dez mil anos das regiões de Costa Atlântica, Lagoa Santa, Baixo Amazonas e Nordeste do Brasil», revela a Claudia Cunha, coautora do artigo.

Os sambaquis, que são construções verticais feitas em conchas, foram estabelecidos há cerca de oito mil anos, ao longo de mais de três mil quilómetros na costa leste da América do Sul. «Segundo registos arqueológicos, os construtores de sambaquis partilhavam algumas semelhanças culturais. No entanto, ao contrário do que se esperava, estes grupos de pessoas apresentaram diferenças genéticas significativas, possivelmente devido a contactos regionais com grupos do interior», afirmam os autores.

«Estas relíquias culturais, conhecidas como sambaquis, foram construídas ao longo de sete mil anos, sendo constituídas principalmente por conchas, sedimentos e outros resíduos diários. Os sambaquis foram utilizados por antigas populações indígenas como moradias, cemitérios e demarcação territorial, estando entre os fenómenos arqueológicos mais fascinantes da América do Sul pré-colonial», explica Tiago Ferraz, primeiro autor do estudo e especialista no Museu de Arqueologia e Etnologia da Universidade de São Paulo, no Brasil.

Segundo a investigadora do CIAS, os sambaquis sempre foram construídos de forma semelhante durante um longo período de tempo numa vasta área. As comunidades associadas partilhavam semelhanças culturais. As suas origens, história demográfica e encontros com caçadores-coletores vindos do interior do início do Holocénico, juntamente com seu rápido desaparecimento, levantaram várias questões, que são exploradas neste estudo.

«Extrair o ADN do esqueleto de Luzio era uma peça central que faltava para se desvendarem as origens dos primeiros americanos. Os resultados obtidos mostram de forma clara que não existiu no passado uma população humana diferente na América, como se acreditou por décadas», asseguram os cientistas internacionais.

Com este estudo os investigadores mostram que os primeiros caçadores-coletores do Holocénico são geneticamente distintos uns dos outros e de populações posteriores no leste da América do Sul. Tal sugere que não houve relações diretas com os grupos costeiros posteriores. As análises da equipa indicam ainda que os grupos contemporâneos de sambaquis da costa sudeste do Brasil, por um lado, e da costa sul do Brasil, por outro, eram geneticamente heterogéneos.

Resumindo, «os resultados publicados mostram que as comunidades de sambaquis nas costas sul e sudeste não representam populações geneticamente homogéneas. Ambas as regiões apresentaram trajetórias demográficas distintas, possivelmente devido à baixa mobilidade dos grupos litorâneos. Isto contrasta com as semelhanças culturais descritas no registro arqueológico. Precisamos de realizar mais estudos regionais e em microescala para aprender mais sobre a história genómica da América do Sul», concluem.

O estudo “Genomic history of coastal societies from eastern South America” contou com a participação da FCTUC, da Universidade de São Paulo e da Universidade de Tübingen.

Investigação
A utilização de dados, a identificação das políticas públicas necessárias e uma narrativa convincente dos novos doentes ajudam...

A investigação sobre o cancro e o desenvolvimento de terapias inovadoras estão em alta. No entanto, muitos destes avanços demoram a chegar a quem precisa deles - o doente. O relatório “A medicina personalizada para o tratamento do cancro: Tão perto e tão longe", elaborado pela equipa de Healthcare da LLYC, aborda a necessidade de chegar a um acordo entre autoridades, organizações e empresas, com modelos de colaboração público-privados que promovam um diálogo com o doente, uma nova relação e uma narrativa convincente para acelerar a adoção de medicamentos inovadores para o tratamento do cancro.

A este respeito, o relatório aponta três ações:

  • Utilizar os dados para compreender melhor os insights de doentes e dos médicos. Graças à IA (inteligência artificial) e à utilização de Big Data, podemos agora saber mais sobre as necessidades não satisfeitas e os padrões de comportamento. Compreender o contexto em que os tratamentos são diagnosticados e prescritos pode ter impacto nos assuntos médicos, no acesso, na estratégia comercial, na comunicação e no planeamento das relações. Além disso, a utilização de novas tecnologias, canais e tendências na comunicação permite um envolvimento genuíno com as audiências.  
  • Efetuar uma análise do panorama das políticas públicas e do ambiente regulamentar. Aqui é fundamental ter uma equipa especializada, com conhecimento do ecossistema de saúde e das áreas terapêuticas, para compreender a regulamentação em vigor ou avaliar as iniciativas a favor dos doentes. O objetivo deve ser trabalhar em coordenação com os decisores para eliminar as barreiras que impedem os doentes de aceder aos tratamentos mais inovadores que cuidam e salvam vidas.
  • Uma nova narrativa baseada na inovação e na colaboração através de parcerias. Exige uma abordagem de colaboração e ações que levem a inovação àqueles que mais precisam dela. Este contexto representa uma oportunidade única para construir uma narrativa que posicione as empresas como atores-chave na contribuição para a melhoria dos sistemas de saúde e dos doentes. 

“A medicina personalizada para o tratamento do cancro está, sem dúvida, a dar passos em frente, mas pode ir mais depressa. A promoção de parcerias público-privadas é fundamental para oferecer uma resposta conjunta e melhorar os esforços de controlo desta doença. É preciso vontade e um acordo urgente entre as autoridades sanitárias, as empresas farmacêuticas e biotecnológicas, de todas as organizações do setor, para que os avanços não sejam apenas uma esperança, mas uma realidade a curto prazo para o paciente”, afirma Gina Rosell, Sócia e Diretora Sénior de Saúde Europa da LLYC.

Leia o relatório completo aqui.

Paulo Portas preside ao Júri
A Secção Regional Norte da Ordem dos Médicos e o Banco Carregosa vão atribuir, pelo 6º ano consecutivo, o “Prémio Banco...

As candidaturas vão decorrer até ao dia 29 de setembro, estando o anúncio e a entrega dos prémios agendados para a Cerimónia do Juramento de Hipócrates do Porto, no dia 3 de dezembro.

Dos projetos apresentados a concurso, serão distinguidos três com prémios no valor global de 25 mil euros, distribuídos 20 mil para o projeto vencedor e cinco mil para duas menções honrosas. 

O júri desta edição vai ser presidido por Paulo Portas, integrando a presidente do Banco Carregosa, Maria Cândida Rocha e Silva, o anterior Bastonário Miguel Guimarães, o reconhecido infeciologista António Sarmento, o anestesiologista Alexandre Figueiredo e Rui Vaz, diretor do Serviço de Neurologia do Centro Hospitalar Universitário de São João.

“O Prémio Carregosa é uma excelente iniciativa da instituição, em parceria com a Secção Regional do Norte da Ordem dos Médicos”, refere Paulo Portas, salientando que “este Prémio tem uma audácia rara: incentivar a investigação em medicina. Tem também uma lógica meritória - distinguir os projetos com melhor aplicação aos cuidados de saúde. E já conta com uma tradição profissional, porque reconhece tanto o talento de jovens médicos que procuram a inovação como a experiência e conhecimento dos colegas de outras gerações”.

Em termos pessoais, “ao contribuir para os trabalhos do júri aprendo muito; o meu contributo é sobretudo o do olhar externo à profissão - mas com profunda admiração pelo progresso da medicina e forte preocupação com a qualidade das políticas de saúde”.

O presidente do Conselho Regional do Norte da Ordem dos Médicos, Eurico Castro Alves, destaca que “este prémio tem como objetivo apoiar e distinguir a investigação clínica de excelência que os nossos médicos portugueses produzem. É também um reconhecimento da Ordem dos Médicos da sua dedicação à medicina, na procura da inovação e do desenvolvimento do ato médico”.

Para Maria Cândida Rocha e Silva, Presidente do Conselho de Administração do Banco Carregosa, «O Banco Carregosa tem a maior satisfação em dar o seu contributo (como uma retribuição e agradecimento à sociedade onde está inserido) para premiar o médico, ou o cientista que produza o melhor trabalho de investigação clínica a ser avaliado pelos rigorosos critérios do Júri Prémio Banco Carregosa / Secção Regional Norte da Ordem dos Médicos. Escolhemos premiar a investigação clínica porque, sendo reconhecidamente uma atividade nobre, é menos acarinhada do que a investigação científica laboratorial que, essa toda a gente conhece e admira. Em termos pessoais e parafraseando o Presidente do Júri – Senhor Dr. Paulo Portas -aprendo muito só por estar envolvida neste processo e aprender é sempre a melhor recompensa».

Investigação
Uma equipa de investigadores liderada pela professora Adelaide Fernandes, da Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa,...

O projeto de investigação, intitulado “Manipulação do microbioma para reduzir a psicopatologia na esclerose múltipla” é o vencedor da 4.ª edição da Bolsa Nacional para Projetos de Investigação em Microbiota, atribuída pela Biocodex Microbiota Foundation, e vai ser desenvolvido ao longo de ano e meio, ao abrigo de um financiamento atribuído em prémio de 25 mil euros. 

De acordo com a professora Adelaide Fernandes*, os investigadores vão “modular o microbioma intestinal de ratinhos através de transplantação fecal para avaliar a melhoria da patogénese da doença e dos sintomas psicopatológicos”. O objetivo é alcançar um alívio dos sintomas e a redução da patogénese da doença, “o que pode ser um primeiro passo para melhorar a qualidade de vida dos doentes com esclerose múltipla, ao retardar ou parar a evolução da doença”. 

Segundo dados da Organização Mundial de Saúde esta doença atinge 2,5 milhões de pessoas em todo o mundo e cerca de oito mil em Portugal (Gisela Kobelt, 2009). A esclerose múltipla é uma doença neurodegenerativa autoimune crónica e a principal causa de incapacidade neurológica não traumática.  

A professora Adelaide Fernandes explica que “apesar de acometer principalmente adultos jovens, a idade de início da doença é um fator determinante de piores episódios de recaída com um curso progressivo mais rápido e perda de eficácia terapêutica”.  

Os doentes com esclerose múltipla, apesar da sintomatologia neurodegenerativa, também apresentam comprometimento cognitivo, ansiedade e depressão, que têm impacto na progressão e patogénese da doença. Estudos efetuados em animais confirmam que a idade é um fator preditor de pior progressão da doença acompanhada de maior acumulação de défices de saúde medidos pelo índice de fragilidade. 

Diversos estudos clínicos e pré-clínicos começam agora a desvendar a relevância da interação entre o microbioma intestinal e o sistema nervoso em doenças autoimunes, como a esclerose múltipla. No entanto, existem ainda muitas lacunas que a investigação agora premiada vai explorar, como a alteração do microbioma em função da idade e o seu impacto no surgimento e progressão dos sintomas. 

BMF – CINCO ANOS A DESVENDAR OS SEGREDOS DA MICROBIOTA 

Esta é a quarta bolsa que a Biocodex Microbiota Foundation (BMF) atribui para premiar a investigação portuguesa em particular. Internacionalmente, e nos últimos cinco anos já distinguiu projetos na área das doenças inflamatórias intestinais e o papel crucial da microbiota; microbiota nas doenças hepáticas; sobre a relação entre a microbiota alterada e a obesidade infantil; microbiota e cancro e o eixo intestino-cérebro. Entre prémios nacionais e internacionais foram atribuídas mais de 30 bolsas. 

Além das bolsas, a BMF lançou, em 2021, o Prémio Henri Boulard, que reconhece iniciativas locais que contribuem para a melhoria da saúde da população, moldando assim o futuro da medicina. Entre os projetos galardoados incluem-se uma campanha de sensibilização para a contraceção na Nigéria para redução da mortalidade materna e do abuso de antibióticos e um programa de epidemiologia com base em águas residuais na Tailândia.  

Pode consultar aqui o relatório que resume a atividade e o contributo da BMF no âmbito da investigação em microbiota e sua interação com várias patologias.

*Adelaide Fernandes é Professora Auxiliar. Licenciou-se em Ciências Farmacêuticas em 2002 e doutorou-se em Farmácia (Bioquímica) em 2006, pela Universidade de Lisboa. A sua investigação centra-se em doenças associadas à inflamação. Os principais projetos abordam a interação inflamatória entre as células residentes do Sistema Nervoso Central, as células imunitárias e inflamação periférica em doenças neurodegenerativas, como a Esclerose Múltipla e Doença de Alzheimer. É autora de mais de 75 artigos, orientou vários estudantes de Mestrado e Doutoramento e obteve financiamento nacional e internacional. Faz parte da Comissão Executiva do Instituto de Investigação de Medicamentos (iMed.ULisboa).

O potencial terapêutico
Os psicadélicos, há muito tempo envoltos em estigmas e mitos, têm emergido como uma área promissora

A evolução da investigação psicadélica

Desde a década de 1950 que os psicadélicos têm sido objeto de estudo na área da saúde mental, mas fatores específicos do contexto sociopolítico das décadas de 1960 e 70 interromperam essa linha de investigação nos anos que se seguiram. No entanto, nas últimas duas décadas, esta investigação foi retomada, desta vez com protocolos de segurança rigorosos e em populações de pacientes progressivamente mais numerosas.

O potencial terapêutico dos psicadélicos

Os psicadélicos, como a psilocibina, o LSD, a MDMA e a ketamina, têm demonstrado resultados promissores no tratamento de várias condições de saúde mental. Estudos clínicos controlados têm sugerido que essas substâncias podem ser eficazes em casos de depressão resistente ao tratamento, ansiedade associada a doenças terminais, perturbação de stress pós-traumático e até mesmo no tratamento de perturbações do uso de substâncias, como aquelas ligadas ao álcool e ao tabaco.

O livro "Psicadélicos em Saúde Mental"

Neste cenário promissor e alvo de entusiasmo generalizado - mas carecendo ainda de mais investigação -, o lançamento do livro "Psicadélicos em Saúde Mental" assume uma relevância ímpar. Escrito por profissionais de saúde mental e especialistas nesta área, o livro procura desmistificar e informar sobre o potencial terapêutico dos psicadélicos, através de uma revisão abrangente da investigação científica.

A obra oferece aos leitores uma visão imparcial, centrada em evidências científicas sólidas, dos benefícios terapêuticos proporcionados pelos psicadélicos em várias condições de saúde mental. Além disso, ressalta a importância da abordagem ética, responsável e supervisionada desta forma de tratamento, garantindo o bem-estar dos pacientes.

Conclusão

Investigar o potencial terapêutico dos psicadélicos é essencial para abrir caminho a novas possibilidades na saúde mental. O crescente corpo de evidência científica tem revelado resultados promissores em diversas condições psiquiátricas, transformando a forma como encaramos estas substâncias. Neste contexto, o livro "Psicadélicos em Saúde Mental" desempenha um papel fundamental, oferecendo informações atualizadas, e contribuindo para uma compreensão mais abrangente e consciente sobre o uso dessas substâncias como potenciais ferramentas terapêuticas eficazes.

Foto: 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Da prevenção da diabetes T1 à remissão da diabetes T2
A Associação Protectora dos Diabéticos de Portugal (APDP) realiza nos dias 23 e 24 de novembro, no Centro Ismaili de Lisboa, o...

Este evento científico junta profissionais de saúde e investigadores para discutir as várias vertentes da diabetes e a sua evolução. Os temas em debate vão incluir a diabetes tipo 1, as particularidades da diabetes na mulher, o fígado gordo, a pré-diabetes, a doença renal, as doenças oftalmológicas provocadas pela diabetes, o papel da alimentação e a responsabilidade, individual e social, do ponto de vista da promoção da saúde.

O primeiro dia do congresso contará com a sessão “Além-Fronteiras”, na qual serão convidados especialistas internacionais para abordarem assuntos como as ferramentas digitais e a organização dos cuidados de saúde, o cérebro e a diabetes, bem como a genética da obesidade. As inscrições já estão disponíveis aqui.

“O nosso quinto congresso pretende ser um momento de reflexão e de atualização científica sobre a dimensão clínica da diabetes mas também sobre a sua dimensão social e económica. A diabetes é muito mais do que uma doença, tem impactos socioeconómicos significativos não só em Portugal mas a nível mundial e é importante que enquanto sociedade encontremos os melhores caminhos para o tratamento, para a prevenção e para o necessário apoio que as pessoas com diabetes, seus familiares e cuidadores necessitam.”, refere João Filipe Raposo, presidente do congresso e diretor clínico da APDP.   

Carolina Neves e Rita Nortadas, médicas da APDP e membros da Comissão Organizadora, destacam “a diversidade dos temas que este ano serão abordados e que fazem deste congresso um momento de atualização fundamental para profissionais de saúde, de diferentes especialidades, que acompanham pessoas com diabetes. É importante lembrar que há mais de um milhão de pessoas com diabetes em Portugal e que esta é uma doença que exige uma abordagem abrangente e colaborativa. O congresso da APDP vai ao encontro deste objetivo, promovendo o debate e a partilha das melhores práticas de prevenção e de cuidados às pessoas com diabetes numa perspetiva integrada e multidisciplinar”.

José Manuel Boavida, presidente da APDP, sublinha “o sucesso dos congressos anteriores e a marca que representam para a comunidade da diabetes, a nível nacional”, acrescentando que “estes encontros refletem toda a experiência dos profissionais da APDP e a tradição pioneira da verdadeira escola da diabetes que é a associação, desde a sua criação há 96 anos”.

Além das sessões e dos debates, a APDP organiza ainda 3 workshops com os temas “Insulinoterapia” e “Pé diabético e Neuropatia e “Vacinação”, que carecem de inscrição extra, aqui.

A Comissão Organizadora do 5.º Congresso Nacional da APDP é composta pelos médicos Carolina Neves, João Filipe Raposo, José Manuel Boavida, Luis Gardete Correia e Rita Nortadas, pelas enfermeiras Dulce do Ó e Isabel Correia, e pelo investigador biomédico Rogério Ribeiro.

Para mais informações sobre o evento, os workshops e a submissão de resumos consulte o site oficial em https://congressoapdp.com/ .

Escola de Enfermagem de Coimbra
Projeto de extensão à comunidade também se dedica à investigação em urgências/emergências, em primeiros socorros e em suporte...

Tem por público-alvo alunos e pessoal da própria instituição, mas também profissionais de saúde e a população em geral. É, atualmente, constituído por 15 docentes e investigadores da Escola Superior de Enfermagem de Coimbra (ESEnfC) que, a título voluntário, ensinam a desenvolver competências em suporte básico de vida, em contextos diferenciados (técnicas de compressão torácica, ventilação, verificação de sinais de vida, utilização de desfibrilhador automático externo, técnicas de desobstrução da via aérea por corpo estranho e colocação de uma vítima em posição lateral de segurança), e que dão, igualmente, formação em reanimação neonatal, em suporte avançado de vida pediátrico e em suporte imediato de vida.

Falamos do Grupo de Projeto de Formação, Assessoria e Investigação em Reanimação (GPFAIR) da ESEnfC que, no último triénio, se dedicou a partilhar saber – conhecimentos que, bem utilizados, podem ajudar a salvar vidas – junto de mais de uma centena de pessoas por ano.

Além de dar formação, o GPFAIR, que existe desde 2006, desenvolve investigação na área das urgências/emergências, da reanimação e dos primeiros socorros, prestando assessoria a instituições de saúde e a outros organismos.

«Nos últimos três anos (2020-2022), as atividades centraram-se sobretudo na área da formação, tendo sido desenvolvidos vários cursos dirigidos a alunos de mestrado e de pós-licenciatura, docentes e não docentes da ESEnfC, profissionais de saúde e população em geral, num total de 351 formandos», refere o professor Luís Batalha, coordenador do GPFAIR.

Durante este período, foram realizados cursos para profissionais de unidades de saúde familiar de centros de saúde de Coimbra e de Cantanhede, bem como para pessoal de alguns serviços do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra. E, claro, para a comunidade educativa da ESEnfC.

Dotar o cidadão de competências que podem salvar vidas

Recentemente, o GPFAIR acolheu, no Centro de Simulação de Práticas Clínicas da ESEnfC (instalações do Polo A, na freguesia de Santo António dos Olivais), 13 profissionais de saúde e pessoal administrativo das unidades de Saúde Familiar de Norton de Matos (Centro de Saúde Norton de Matos) e de Cuidados na Comunidade de Celas (Centro de Saúde de Celas), em Coimbra, para frequentarem um curso de suporte básico de vida no adulto com desfibrilhação automática externa (foto em anexo). Participaram nesta ação médicos, enfermeiros, nutricionistas, técnicos de cardiopneumologia e pessoal administrativo.

Para Luís Batalha, o trabalho desenvolvido pelo GPFAIR «na área do suporte básico de vida tem contribuído para a formação de profissionais de saúde, mas sobretudo do cidadão, dotando-o de competências que podem salvar vidas e/ou minimizar sequelas graves futuras, com consequente prometimento da qualidade de vida dos próprios e das suas famílias».

Durante a pandemia COVID-19
Mais de 50% dos portugueses nunca instalou a app StayawayCOVID e em janeiro de 2021 60% dos utilizadores já tinham desinstalado...

O lançamento de aplicações para telemóvel (Apps) que permitiam o rastreamento de contactos e sinalização de situações de risco, tendo em conta a proximidade de pessoas, revelou-se uma das medidas menos bem-sucedidas implementadas durante a pandemia COVID-19 na União Europeia. Portugal lidera a lista de países com menor utilização, nunca tendo ultrapassado os três milhões de downloads. Mais de 50% dos portugueses nunca instalou a App StayawayCOVID e apenas seis meses depois do seu lançamento, cerca de 60% dos utilizadores portugueses já tinham desinstalado a aplicação dos seus telemóveis.

Os resultados agora divulgados na Nota Informativa #4 Análises do Setor da Saúde: A utilização de Contact Tracing Apps durante a pandemia elaborada pelos investigadores Eduardo Costa e Pedro Pita Barros, detentor da Cátedra BPI | Fundação “la Caixa” em Economia da Saúde, no âmbito da Iniciativa para a Equidade Social, uma parceria entre a Fundação “la Caixa”, o BPI e a Nova SBE revelam ainda que a fraca relevância e utilidade destas aplicações esteve diretamente relacionada com 3 fatores:

  • a capacidade tecnológica da própria aplicação (requisitos técnicos elevados e necessidade de intervenção ativa dos doentes na introdução de códigos fornecidos pelo SNS);
  • a adesão individual de cada cidadão (diretamente relacionada com preocupações de partilha de dados pessoais, literacia digital e perceção da utilidade da aplicação);
  • a capacidade de se atingir uma escala mínima para gerar um efeito rede (dependente de uma externalidade associada à utilização generalizada pela população).  Em Portugal, a baixa adesão individual traduziu-se na incapacidade de atingir a escala mínima para o eficaz funcionamento da aplicação: o número de instalações (3 milhões) e o número de códigos facultados pelo SNS (apenas 2.708) parece ter sido um fator determinante para a pouca utilidade da aplicação.

A presente Nota Informativa, baseia-se nos dados recolhidos no European COVID-19 Survey (ECOS),  iniciativa resultante de uma parceria entre várias instituições universitárias europeias e que monitoriza as perceções e comportamentos da população ao longo do tempo relativamente à pandemia de COVID-19. O inquérito realizou-se de forma periódica, em Portugal, Alemanha, Dinamarca, Reino Unido, Itália, França, Países Baixos e Espanha, abrangendo uma amostra representativa de cerca de mil pessoas da população adulta em cada país.  Os dados aferidos permitem identificar os fatores que podem potenciar uma maior ou menor utilização das aplicações nos países europeus.

Analisando a utilização da aplicação de rastreamento de contactos nos oito países nos quais o inquérito foi realizado constata-se que a maioria da população optou por não instalar, ou desconhecia a existência da aplicação verificando-se a utilização frequente mais baixa em Portugal (8%) e a mais elevada na Alemanha (32%). Para além dos fatores culturais de cada país, as variações nas funcionalidades das aplicações parecem também ter motivado diferentes níveis de adesão nos vários países: os que optaram por implementar aplicações mais avançadas (que permitiam não só o rastreamento de contactos mas também um conjunto de outras funcionalidades como, por exemplo, a evolução e monitorização de sintomas, informação epidemiológica regional relativa à evolução da pandemia, encomenda de testes COVID-19, receção de resultados de análises e acompanhamento dos dias em falta para o final do período de quarentena) revelaram vantagens e aumentaram a utilidade das aplicações do ponto de vista do cidadão. No entanto, e uma vez que os produtos mais avançados e funcionais correspondiam a aplicações desenvolvidas pela Apple e pela Google, as preocupações com os riscos associados à privacidade aumentaram e parecem ter contribuído para atenuar o efeito de uma maior adesão em países com aplicações mais sofisticadas e funcionais.

As caraterísticas pessoais dos inquiridos revelaram-se também fortes condicionantes à adesão. A idade é apontada como um fator determinante, verificando-se que a instalação da aplicação foi mais comum entre as faixas etárias mais jovens (entre os 18 e os 24 anos, 56% dos inquiridos reportaram ter a aplicação instalada em janeiro de 2022 enquanto na faixa etária acima dos 65, apenas 45% tinham a aplicação instalada). No entanto, e apesar do menor volume de instalações, as faixas etárias mais velhas reportaram níveis de utilização frequente da aplicação mais elevados: na faixa etária acima dos 65 anos, 19% dos inquiridos reportaram utilizar a aplicação frequentemente, o que corresponde a cerca de 42% daqueles que tinham a aplicação instalada. Entre os mais jovens (dos 18 aos 24 anos), apenas 12% reportaram utilizar a aplicação frequentemente, o que corresponde apenas a 22% daqueles que tinham a aplicação instalada. ‘A dualidade verificada entre “ter a aplicação instalada” e “usar a aplicação frequentemente” reflete, provavelmente, os trade-offs que as diferentes gerações enfrentam. Por um lado, o custo associado à instalação da aplicação tende a ser inferior nas faixas etárias mais novas, dada uma maior facilidade e utilização de smartphones. Por outro lado, os níveis de receio com a pandemia tendem a ser mais elevados entre os mais velhos, mais em risco de doença grave e com maior risco de mortalidade. A combinação destes fatores pode explicar a dualidade observada: após o esforço necessário para instalar a aplicação entre os mais velhos, é expectável que os mesmos façam uma maior utilização das mesmas. Um custo muito reduzido na instalação da aplicação entre os mais novos pode levar a que muitos instalem a aplicação, sem que a utilizem frequentemente’.

A escolaridade e nível de rendimento foram ainda identificadas como condicionantes na adoção das aplicações revelando uma utilização superior junto das classes socioeconómicas mais favorecidas, tipicamente com níveis de escolaridade e de rendimento superiores. Sendo a carga de doença tipicamente superior junto das classes socioeconómicas mais desfavorecidas (mais potencialmente sujeitas a riscos elevados fruto de um maior volume de contactos sociais, resultantes de menos trabalho remoto e maior exposição, por exemplo, em transportes públicos) os dados recolhidos permitem, também aqui, identificar um trade-off entre os custos e o benefício da utilização da aplicação uma vez que nas classes económicas mais favorecidas, os benefícios da utilização da aplicação são potencialmente inferiores aos benefícios de classes económicas menos favorecidas. No entanto, e apesar do benefício ser superior para os grupos mais desfavorecidos, o custo da sua utilização também tende a ser superior, uma vez que requer níveis de literacia digital elevados e equipamentos compatíveis.

Os dados recolhidos permitem ainda aferir diferenças significativas nos níveis de utilização da aplicação entre os cidadãos vacinados e não vacinados: menos de metade da população vacinada reportou não ter a aplicação instalada enquanto no grupo da população não vacinada este indicador atinge os 80%. Mais uma vez, é revelado um trade-off de custo-benefício na utilização da aplicação que sinaliza, no grupo dos não vacinados, preocupações com intrusão, falta de segurança de dados pessoais e ainda uma baixa perceção de risco de contágio.

A concordância dos cidadãos com a utilização deste tipo de mecanismos de controlo dita ainda o nível de instalação e utilização da aplicação que cresce substancialmente com o apoio dos cidadãos à utilização das mesmas, revelando a extrema importância do apoio da população a este tipo de medidas.

Por último, as dinâmicas familiares condicionam também os níveis de utilização da aplicação revelando, embora de forma pouco significativa, que os níveis de instalação e utilização da aplicação são maiores entre agregados familiares com membros de risco elevado.

A identificação dos principais fatores que contribuíram para a baixa adesão nos diversos países sugere um conjunto de intervenções que poderiam ter contribuído para uma maior adoção. Segundo os investigadores ‘a eventual necessidade de utilização deste tipo de mecanismos no futuro terá de ser acompanhada de intervenções específicas junto dos grupos da população com maior resistência.  O equilíbrio entre os custos e os benefícios é determinante para induzir a adoção individual que, por sua vez, é condição necessária para que se atinja um efeito rede, obtido através de uma escala mínima – sem a qual a aplicação não tem utilidade relevante’.

Pela primeira vez
A NTT DATA anunciou a conclusão do projeto de otimização da sequenciação genética através de tecnologia quântica. Este passo...

O projeto explorou a capacidade e viabilidade de utilização da Computação Quântica para a sequenciação do genoma, comparando abordagens quânticas e não quânticas, ao mesmo tempo que abordava um problema de construção de genomas num ambiente que simulava as condições do mundo real. Os cientistas conseguiram identificar variações genéticas associadas a certas doenças e condições clínicas através da sequenciação e da reconstrução do genoma humano. Estas informações podem ser usadas para desenvolver novos tratamentos e terapias dirigidas às causas genéticas subjacentes à doença.

A colaboração entre a NTT DATA Espanha, NTT DATA Brasil e o NTT DATA Center for Quantum Innovation consistiu em implementar e comparar algoritmos de computação clássica - não quântica - e quântica com base em duas abordagens.

A solução Gurobi – uma das mais poderosas opções para resolver problemas de otimização combinada – e o algoritmo Simulated Annealing foram usados na abordagem clássica. A tecnologia de reconhecimento quântico, com qubits supercondutores da D-Wave foi utilizada na abordagem quântica. O CIM (Coherent Ising Machine) da NTT Research simulou a tecnologia. A comparação baseou-se na medição de indicadores de eficiência computacional, exatidão e escalabilidade.

O mesmo conjunto de dados foi utilizado como referência para a prova de conceito e para a comparação. Em concreto, a sequenciação do genoma bacteriófago phiX174 foi gerada sinteticamente, o que permitiu simular diferentes cenários de teste e a comparação dos indicadores de referência.

Embora os resultados decorrentes da prova de conceito revelem que abordagens puramente quânticas ainda apresentam dificuldades em lidar com grandes problemas, à medida que a capacidade computacional aumenta, é possível observar uma melhoria substancial no tempo de processamento, dependendo do tamanho do problema, passando de exponencial em sistemas tradicionais para quase linear em sistemas quânticos. Uma abordagem híbrida, combinando técnicas clássicas e quânticas e tecnologia semelhante à da D-Wave, pode competir com técnicas tradicionais como a Gurobi, na medida em que é capaz de encontrar soluções ótimas para todos os cenários, incluindo os maiores. Estes resultados são muito promissores e sugerem que a computação quântica pode ser uma alternativa viável aos métodos clássicos para resolver grandes problemas de otimização em biologia, saúde e outras áreas.

David Montal, Head of Pharma & Life Sciences, e Jose Aznar, líder do projeto e Head of Health Innovation da NTT DATA EMEAL afirmam: “Este teste de conceito é o primeiro do género a utilizar tecnologias quânticas na indústria da Saúde. Embora a utilização de tecnologias quânticas ainda esteja numa fase muito embrionária, a sua aplicabilidade a médio e longo prazo será decisiva em áreas como a genética, processamento de imagens digitais e análise de dados de saúde em tempo real, onde a eficiência e a capacidade de processamento são fundamentais.”

Ricardo Constantino, Partner, Head of Public Sector & Health da NTT DATA Portugal, acrescenta que “A medicina personalizada terá um papel importante na prestação dos cuidados de saúde, pelo que a disponibilização de serviços que possam tornar a sua utilização mais eficiente é essencial, O teste da tecnologia quântica é importante para validar e identificar os campos de utilização desta tecnologia na área da genética.”

Dia dos Avós | 26 de Julho
A Saúde Oral é um dos indicadores importantes da nossa saúde global.

Segundo o Barómetro da Saúde Oral de 2022, desenvolvido pela Ordem dos Médicos Dentistas, 67.4% dos portugueses visitam o médico dentista, apenas uma vez por ano. Com o passar dos anos, a probabilidade de desenvolver doenças na boca aumenta, o que torna a aposta na prevenção ao longo da vida uma decisão essencial. 

A população sénior e o papel do cuidador

Com o aumento mundial da esperança média de vida, há uma necessidade acrescida de atuar com mais incisão e cuidado nesta faixa etária. Não só porque normalmente têm outras patologias sistémicas associadas, mas também, porque têm um aumento acrescido da dificuldade de destreza na realização da sua higiene oral e mobilidade/deslocação a um profissional de saúde, estando assim mais dependentes da ajuda de terceiros.

O cuidador tem um papel fundamental a ajudar o sénior a manter uma correta higienização da sua boca e na ajuda a deslocar-se com regularidade a consultas de medicina dentária. Assim, irá contribuir para o seu bem-estar e aumento da sua auto-estima, contrariando a crença popular que envelhecer é sinónimo de perda da dentição. Contudo, relativamente à faixa etária de mais de 65 anos, segundo o III Estudo Nacional de Prevalência das doenças orais (2015), apenas 53,2% escova os dentes 2 ou mais vezes por dia e 82,9% nunca utiliza o fio dentário.

Em resumo, contrariando estes dados, com uma boa higiene oral e visitas frequentes ao médico dentista, os dentes podem durar a vida toda.

Quais as consequências de uma má higienização oral nos seniores?

Segundo a FDI, estima-se que 2,3 mil milhões de pessoas de toda a população mundial apresente cáries dentárias em dentes definitivos, sendo esta uma das principais causas da destruição e perda dos dentes. Esta situação tem graves consequências a nível físico e emocional.

Com a perda de dentes, a mastigação torna-se mais difícil, verificando-se a tendência de escolher alimentos mais fáceis de mastigar e, consequentemente, um aumento do desequilíbrio nutricional e possibilidade do aparecimento ou agravamento de outras doenças sistémicas. Quanto ao nível emocional, a falta de dentes afeta tanto a auto-estima, como a dificuldade de comunicação interpessoal, o que pode criar mais isolamento social e, em alguns casos, levar à depressão.

A falta de higiene pode também provocar o aparecimento de doenças inflamatórias dos tecidos de suporte dos dentes. Inicialmente nas gengivas (gengivite), avançando, se não for tratada, para os tecidos mais profundos, nomeadamente o osso e o ligamento periodontal, conduzindo a periodontite. A doença periodontal é também uma das principais causas da perda de dentes. Cerca de 39,4% da população com mais de 65 anos (III Estudo Nacional de Prevalência das doenças orais - 2015) apresenta hemorragia gengival e pelo menos, 15,3% apresenta periodontite.

Como evitar estas consequências?

O segredo para manter uma boa saúde oral passa pela prevenção e por uma rotina de higiene adequada às necessidades. Hábitos fundamentais:

  • Escovar os dentes duas vezes por dia, de manhã e à noite.
  • Trocar de escova de dentes de 3 em 3 meses.
  • Usar pasta de dentes com flúor, que torna os dentes mais fortes e previne as cáries.
  • Limitar o consumo de alimento e bebidas açucaradas, principalmente entre refeições.
  • Consultar o seu médico dentista com regularidade.
  • Se usar prótese dentária, deve escová-la diariamente, de forma a eliminar os resíduos e bactérias acumuladas, prevenindo assim, o aparecimento de outro tipo de doenças. 

Soluções de reabilitação oral

Existem várias soluções que vieram revolucionar a medicina dentária e ajudar na reposição dos dentes perdidos.

Os implantes dentários, por exemplo, são colocados no osso por baixo da gengiva, ajudam a estabilizar próteses e coroas, permitindo mais conforto na mastigação e confiança para voltar a sorrir. Além destas vantagens, o processo de recuperação é bastante rápido.

As próteses removíveis dentárias são também uma solução para preencher o espaço deixado pela perda de dentes. Estas próteses devem ser removidas para higienização e são uma solução mais económica, mas que ajudam igualmente a melhorar a mastigação e a recuperação da estética do sorriso.

Outra opção, quando as raízes dos dentes ainda estão saudáveis, são a colocação de coroas ou pontes fixas sobre essas raízes.

Conclusão

Os séniores têm neste momento novos objetivos e metas mais desafiantes a atingir, o que antigamente não acontecia. Uma higienização correta, a consulta regular com o seu médico dentista e a reabilitação de zonas desdentadas/cariadas contribui tanto a nível funcional como emocional para ajudar a atingir esses resultados e melhorar substancialmente a qualidade de vida.

Fonte: 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
38.º Healthcare User Group
A GS1 Portugal, entidade responsável pelo desenvolvimento de standards para a saúde, promoveu, no passado dia 13 de julho, o 38...

Esta iniciativa, realizada em formato híbrido, contou com um grupo restrito de especialistas nas instalações da entidade anfitriã, a APORMED – Associação Portuguesa das Empresas de Dispositivos Médicos. APORMED, Zebra, The Leeds Teaching Hospitals (NHS Trust) e GS1 Portugal analisaram os desafios e as tendências no setor da saúde, nomeadamente no âmbito da regulamentação, inovação e sustentabilidade.

Regulamentação dos Dispositivos Médicos

Após a intervenção de João de Castro Guimarães, Diretor-Executivo da GS1 Portugal, que marcou o arranque do evento, Ana Domingos, Regulatory Affairs Specialist da APORMED, partilhou as atualizações relativas ao Regulamento dos Dispositivos Médicos.

Debruçando-se sobre o “estado da arte” em Portugal, nomeadamente no que diz respeito à inovação e à competitividade da indústria dos dispositivos médicos no processo, tendo em conta a intervenção dos organismos notificados, Ana Domingos reflete: “Se estamos a dificultar tanto estes processos e não temos organismos para certificar os produtos, alguma empresa quer investir (…) e pagar taxas sem fim para colocar aqui os produtos ou há outros mercados mais fáceis?”.

A Regulatory Affairs Specialist da APORMED relata que 24 Ministros da Saúde da União Europeia propuseram a aplicação de medidas legislativas que permitissem otimizar o Regulamento dos Dispositivos Médicos, mas, ainda assim, este processo está repleto de desafios.

A Visão do Solution Provider na Cadeia de Abastecimento da Saúde

Posteriormente, João Ramos, Territory Account Manager da Zebra, e Thomas Duparque, Healthcare Business Development EMEA da mesma organização, apresentaram o ponto de vista do Solution Provider no setor da saúde.

A Zebra oferece soluções de digitalização em toda a cadeia de abastecimento, desde o laboratório até ao paciente. Nesse sentido, João Ramos destaca que o seu papel é fundamental para garantir que os processos de comunicação e gestão de stocks acontecem de forma ágil e segura. “O número de patentes que temos registadas representa um compromisso muito grande e constante para com a profissionalização do processo”, que, por sua vez, contribui para a eficiência das cadeias de valor e para a inovação tecnológica no setor da saúde, explica.

Em Portugal, a falta de profissionais de saúde, bem como a percentagem elevada de população envelhecida que procura serviços primários de saúde, acarreta inúmeros desafios e, por isso, a digitalização e a existência de dispositivos médicos capazes de responder a esta procura são fundamentais.

Tendo isto em conta, Thomas Duparque acrescentou que um dos grandes objetivos e desafios da Zebra passa por “tentar tornar o trabalho dos profissionais de saúde mais eficiente, promovendo a segurança do paciente e reduzindo o erro médico”. Os hospitais em Portugal têm bons níveis de digitalização, notórios a nível global, no entanto, o processo de investimento em certificação digital ainda é moroso, mostrando pouca maturidade digital. “Ainda há trabalho a fazer nesse aspeto”, conclui o Healthcare Business Development EMEA da Zebra.

 

Implementação do Programa Scan4Safety

De seguida, Mark Songhurst, WYAAT Scan4Safety Project Manager do The Leeds Teaching Hospitals (NHS Trust), abordou a perspetiva internacional sobre o uso dos standards GS1 para a codificação de produtos nas cadeias de valor, através do programa Scan4Safety.

Este programa visa melhorar a segurança dos doentes, a rastreabilidade, a produtividade operacional e a eficiência da cadeia de abastecimento. Nos últimos sete anos, tem vindo a ser implementado em grande escala no seguimento de dois incidentes ocorridos em 2012, no Reino Unido, que trouxeram ao de cima as vulnerabilidades dos sistemas hospitalares.

Mark Songhurst afirma que esses incidentes foram o impulso para a adoção deste programa em busca da melhoria da eficiência e segurança dos processos hospitalares. “Utilizamos os standards GS1 para facilitar a recolha dos produtos” e graças a este projeto, atualmente, “é possível detetar todos os produtos com defeito em menos de duas horas e melhorar a segurança do paciente”, acrescenta, reforçando a importância dos standards e da codificação no setor.

Redução da Pegada de Carbono na Cadeia de Valor

Por fim, a importância da redução da pegada de carbono na cadeia de valor da saúde, foi o principal tópico da intervenção de Gonçalo Dias, Gestor de Projetos da GS1 Portugal.

Gonçalo Dias reforçou a necessidade de investir na literacia para a sustentabilidade no setor da saúde, nomeadamente no que diz respeito ao tratamento de resíduos, e na criação de dispositivos mais eficientes, que utilizem menos energia e consigam resistir a climas mais extremos. “Cada vez mais, podemos observar cenários extremos a nível climático, pelo que é importante promover infraestruturas resilientes, que tenham capacidade de dar resposta a esses mesmos eventos”, sublinha.

Ainda no âmbito da sustentabilidade, o Gestor de Projetos da GS1 Portugal relembrou a iniciativa Lean & Green, a maior plataforma europeia de colaboração com vista à redução de emissões de CO2 associadas às operações logísticas e de transportes, que visa incentivar as empresas a alcançar um nível de sustentabilidade mais elevado, pela redução da pegada carbónica. Este projeto da GS1 Portugal atua como um “catalisador para a inovação que permite preparar-nos para o futuro”, conclui.

O encerramento do evento foi da responsabilidade de Sofia Perdigão, Healthcare Manager na GS1 Portugal.

Vida saudável
É já nos dias 26 e 27 de julho que o Parque Atlântico sensibiliza os seus visitantes para a importância da adoção de hábitos de...

Na próxima quarta e quinta-feira, dias 26 e 27 de julho, o Parque Atlântico junta-se ao Centro de Saúde de Ponta Delgada para uma ação de rastreio gratuitos que sensibiliza a comunidade para a importância da adoção de hábitos de vida saudável. As avaliações decorrem no piso 0, do Parque Atlântico, entre as 16h e as 21h.

Durante o rastreio, os participantes realizam várias medições que visam avaliar a sua saúde. Os exames incluem parâmetros como o Índice de Massa Corporal e Tensão Arterial, o peso, a idade e a altura, mas também são avaliados outros parâmetros como hábitos tabágicos, alimentares e de exercício e uma avaliação da saúde mental.

Para esta ação vai estar presente no Parque Atlântico uma equipa multidisciplinar do Centro de Saúde de Ponta Delgada com profissionais de saúde composta por médicos e enfermeiros, um nutricionista, um fisioterapeuta e um profissional de coaching. Esta ação de rastreio, não substitui uma consulta média.

Entre 20 e 22 de julho, na Universidade Católica Portuguesa no Porto
Investigadores, académicos, estudantes e profissionais da área da educação vão estar na Faculdade de Educação e Psicologia da...

Ilídia Cabral, docente da Faculdade de Educação e Psicologia e presidente da comissão organizadora do Seminário Internacional, refere “a educação escolar é, atualmente, atravessada por várias tensões e desafios, como a compulsividade e o abandono, o acolhimento de todos e as aprendizagens de cada um, o projeto societário e a integração comunitária, a vivência escolar e a formação para a vida adulta, o currículo prescrito e o currículo oculto, a forma escolar e as modalidades de educação não formal.” A área da educação entronca-se, ainda, com diferentes áreas e domínios do conhecimento e da ação e articula-se com territórios geográficos, sociais e culturais com especificidades próprias.

A pandemia recentemente vivida veio acentuar algumas destas tensões e colocar novos desafios às escolas e às instituições educativas, nomeadamente ao nível das potencialidades da tecnologia e da inovação pedagógica para o desenvolvimento humano, das escolas enquanto organizações educativas e dos territórios em que elas se inserem.

Durante três dias, investigadores, académicos, estudantes e profissionais da área da educação de sete países diferentes, através de mais de 100 comunicações, vão ter a oportunidade de debater temas como: Uma Avaliação ao Serviço do Desenvolvimento Humano; Inovação Pedagógica e Avaliação: tensões e desafios; Lideranças, Culturas organizacionais e Aprendizagens; Liderança e educação de qualidade: ensinar como um esforço colaborativo.

O Seminário Internacional “Educação, Territórios e Desenvolvimento Humano" realiza-se na Universidade Católica Portuguesa, no Porto, entre os dias 20 e 22 de julho de 2023.

 

E com que resultados?
O AVC é uma das principais causas de morte e a principal causa de incapacidade adquirida na idade ad

Assim, torna-se cada vez mais importante proporcionar-lhes a melhor reabilitação possível em tempo útil. Isto é, quando as lesões que sofreram ainda estão em processo recuperação neurológica, de forma a que, através de uma intervenção multimodal e multiprofissional em Medicina Física e de Reabilitação, possamos potenciar a reabilitação da funcionalidade e prevenir a adopção de estratégias mal adaptativas ou o aparecimento de complicações secundárias que venham agravar o prognóstico funcional e mesmo vital.

Para que os sobreviventes de AVC cheguem de forma atempada aos serviços dos Centros de Reabilitação, para serem integrados em programas multimodais, multiprofissionais e intensivos, a referenciação dos mesmos deve ser célere e criteriosa. Por outro lado, às equipas destes serviços, compete-nos trabalhar de forma concertada e focada nos objetivos de cada utente e seus próximos. Procurando assim potenciar as melhorias funcionais e as adaptações sociais e ambientais necessárias à redução do grau de limitação funcional e social, para possibilitar o retorno do sobrevivente de AVC ao seu domicílio e ao seu contexto social o mais precocemente e com menor número de alterações possíveis.

Somos serviço de reabilitação que trata o maior número de doentes com sequelas de AVC para reabilitação em regime de internamento a nível nacional (Serviço de Reabilitação de Adultos 3, do Centro de Medicina de Reabilitação de Alcoitão). Na senda da melhoria contínua dos serviços prestados e dos resultados obtidos com o nosso trabalho, realizámos o trabalho científico cujo resumo aproveitamos para partilhar neste fórum, e que já partilhámos no Congresso Mediterrânico de MFR de 2023, em Roma, mas voltaremos a partilhar em mais detalhe no próximo Congresso da Sociedade Portuguesa de MFR, em setembro próximo:

O estudo intitulado “Quando chegam e quanto melhoram os doentes com sequelas de AVC num Centro de Reabilitação?”, pretendeu analisar os doentes internados por sequelas de AVC no Serviço de Reabilitação de Adultos 3 do Centro de Medicina de Reabilitação de Alcoitão (SRA3-CMRA) durante o ano de 2022. Os principais objetivos foram: investigar as características sociodemográficas dos pacientes, determinar a proporção de casos de AVC isquémico e hemorrágico, analisar os tempos de espera e de internamento, bem como os ganhos em funcionalidade e o destino dos após a alta.

Da base de dados de todos os doentes internados no CMRA ao longo de 2022, foram analisados os adultos internados no SRA3-CMRA por sequelas de AVC.

O Serviço internou 333 doentes com sequelas de AVC em 2022: 63% masculinos, em média com 60,6 anos de idade; 32% AVC hemorrágicos e 68% AVC isquémicos.

À admissão, no primeiro internamento a Medida de Independência Funcional - MIF foi, em média, 72.8/126.

O número de dias desde o AVC até à primeira Consulta no SRA3-CMRA para primeiro internamento foi de 50 dias e desde a primeira consulta até à admissão no internamento foi, em média, 34 dias, ou seja, em média os utentes chegaram ao internamento de MFR 84 dias após o evento cerebral.

O tempo médio de internamento no SRA3-CMRA foi de 64 dias e a evolução da funcionalidade desde a admissão até à alta, medida pela MIF, foi, em média, de 15 pontos. Após a alta hospitalar, 87% dos pacientes regressaram ao domicílio (22% com apoio domiciliário).

Os resultados descritos não são ideais no respeitante aos tempos de espera, mas podemos verificar que, em 2022, o SRA3-CMRA admitiu os doentes para primeiro internamento antes dos 3 meses (ainda na janela post-aguda) após o evento e a evolução da MIF foi de 1 ponto a cada 5 dias, demonstrando eficácia do Programa de Reabilitação intensivo realizado em regime de internamento. Apenas 1/5 dos casos corresponderam a re-internamentos e nesses casos verificou-se uma melhoria de 11 pontos na MIF (1 ponto a cada 7 dias), o que revela: seleção criteriosa de doentes, com necessidade/potencial para melhorar mais num segundo episódio de internamento. O facto de estes reinternamentos terem ocorrido em média 14 meses depois do AVC, veio demonstrar que em casos selecionados, podemos continuar a obter melhoria funcional com programas de reabilitação após a marca dos 12 meses.

A grande maioria dos pacientes (87%) teve alta para o domicílio após a alta, revelando que os resultados funcionais conseguidos permitiram em geral a integração no contexto prévio e que incluir nas equipas de reabilitação os técnicos de serviço social é relevante.

Continuaremos a trabalhar com todos os parceiros envolvidos na referenciação atempada e, internamente, na agilização dos processos administrativos e dos programas de reabilitação.

A nossa missão é a de otimizar os resultados logrados pelos nossos utentes e diminuir os impactos negativos do AVC nas suas vidas, nas dos seus próximos e na sociedade em geral.

Autores:

Dr. Jorge Jacinto - Médico Especialista de MFR e membro da SPAVC

Dra. Joana Saldanha- Médico Interno do IFE de MFR

Dr. António Neto - Médico Interno do IFE de MFR

Dr. Daniel Cardoso - Médico Especialista de MFR e membro da SPAVC

Serviço de Reabilitação de Adultos 3

Centro de Medicina de Reabilitação de Alcoitão

Diretor de Serviço: Dr. Jorge Jacinto

Foto: 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Já são mais de 800 os doentes incluídos em estudos clínicos
Todos os anos, milhares de pessoas são diagnosticadas com doenças que podem necessitar de tratamento com recurso a transplante...

No entanto, este tipo de transplante apresenta algumas limitações, já que cerca de 10.000 a 15.000 doentes por ano não conseguem encontrar, entre os milhões de dadores listados a nível mundial, um dador de medula óssea compatível e, além disso, há ainda pessoas para quem, devido à rápida progressão da doença, o tempo para encontrar um dador compatível seja um fator crítico.

Por sua vez, o sangue do cordão umbilical tem-se estabelecido como uma alternativa à medula óssea, tornando a transplantação hematopoiética acessível a um maior número de doentes. De acordo com os registos, já se realizaram 60 mil transplantes de sangue do cordão umbilical em crianças e adultos para o tratamento de mais de 90 doenças.

“A colheita fácil e indolor desta fonte de células estaminais, a disponibilidade imediata para transplante, a maior tolerância nos fatores de compatibilidade HLA e o menor risco de doença do enxerto contra o hospedeiro, são algumas das vantagens dos transplantes de sangue do cordão umbilical” sublinha Carla Cardoso, diretora do Departamento de I&D da Crioestaminal.

A quantidade limitada de células de algumas amostras era, até há bem pouco tempo, o grande desafio da transplantação com sangue do cordão umbilical. Contudo, esta limitação foi ultrapassada com a aprovação, por parte da agência norte americana do medicamento (FDA), a uma das metodologias de expansão, em laboratório, das células do sangue do cordão umbilical, com um produto de terapia celular (omidubicel).

Já são mais de 800 os doentes incluídos em estudos clínicos sobre novas aplicações terapêuticas do sangue do cordão umbilical, sendo a descoberta de que a administração de sangue do cordão umbilical a crianças com paralisia cerebral está associada a melhorias na função motora decorrentes do aumento da conectividade cerebral total, observada após infusão de sangue do cordão umbilical, um dos avanços mais importantes na área da medicina regenerativa com sangue do cordão umbilical.

Desta forma, o sangue do cordão umbilical não só é importante na área da transplantação hematopoiética, como a sua crescente utilização em novas aplicações clínicas vem reforçar o valor terapêutico desta fonte de células estaminais.

Resultados do inquérito “A visão dos portugueses sobre a depressão”
Nove em cada dez portugueses afirmam que se fossem aconselhados a ir a um psiquiatra, iriam. Um resultado revelado nas...

Nesta questão destacam-se os inquiridos do Alentejo que são unânimes (100%) em afirmar que iriam a este tipo de especialista sem qualquer tipo de constrangimento. Esta é também a região do país em que mais inquiridos (90,2%) assumem que tomariam um antidepressivo se este lhes fosse receitado, embora 80,5% considerem que este tipo de medicamentos causa dependência.

Considerando estes resultados, e na opinião de Susana Almeida, médica psiquiatra, «o facto de 9 em 10 pessoas afirmarem procurar a psiquiatria para a abordagem clínica da depressão, se a tal fossem aconselhadas, está em concordância com a significativa maioria dos inquiridos revelar ter adequada perceção da depressão como uma doença (86,2%), para a qual o tratamento é relevante (94,8%). A perceção da depressão como doença, implica que seja tido em conta o seu maior risco, o risco de suicídio, um grave e sério problema de saúde pública. Atenta ao facto de, em Portugal, o Alentejo ser a região paradigmática deste fenómeno, inequivocamente associado a depressão não identificada ou não tratada, é compreensível que os inquiridos desta região se tenham mostrado mais sensíveis à necessidade do correto diagnóstico e necessário tratamento desta doença e, por tal, tenham sido unânimes ao considerar procurar a psiquiatria, sem qualquer constrangimento. De igual modo se compreende que 90,2% tenham assumido tomar um antidepressivo, caso lhe fosse prescrito, independentemente de considerarem que esta medicação causa dependência (80,5%).»

Além da posição dos portugueses sobre as consultas de psiquiatria, o estudo quis ainda perceber qual a perceção dos inquiridos em relação às terapêuticas para a depressão. São vários os efeitos indesejáveis que os portugueses associam à toma de antidepressivos e que segundo o inquérito “A visão dos portugueses sobre a depressão”, mostram que a sonolência (70,5%), a dependência (64,9%), as alterações de peso (47,2%), a lentificação de raciocínio (44,9%) e as alterações na vida sexual (37,3%) continuam a ser os mais citados e identificados com este tipo de tratamento.

Para Maria Moreno, médica psiquiatra, estes resultados são reveladores de como em Portugal ainda são encarados os antidepressivos e da importância de salientarmos os seus benefícios no âmbito da saúde mental: «O medo da Psiquiatria persiste. Os antidepressivos ainda têm rótulos errados. Apenas 7 em 10 portugueses tomavam um antidepressivo se este lhes fosse prescrito e tanto quanto 7 em cada 10 portugueses associa a sonolência e a dependência como os efeitos secundários mais comuns dos antidepressivos. Os antidepressivos não dão dependência (não têm essa capacidade). A maioria dos antidepressivos que prescrevemos, hoje em dia, são ativadores pelo que a sonolência não é de todo um efeito secundário comum. Muitas pessoas entram no consultório e pedem “Não quero ficar zombie”, “Quero conseguir funcionar, preciso muito de trabalhar”. Costumo dizer que se fosse medicar alguém para ficar pior estaria a trabalhar muito mal.» Por outro lado, e conforme sublinha a psiquiatra «o objetivo é a pessoa retomar a sua funcionalidade e maximizar o seu potencial. Os efeitos secundários vão surgir às vezes, mas é para isso que servem as consultas de seguimento – para chegarmos a uma medicação que melhora os sintomas e não provoca outros menos bons. O medo dos antidepressivos faz com que muitas vezes as pessoas abandonem a medicação antes do tempo e, por causa disso, haja recorrências. Todos sabemos que quando tomamos um antibiótico, mesmo depois de melhorarmos, devemos continuar a fazer tudo certinho até terminar a caixa. Mas, por alguma razão, ainda não conseguimos aplicar a mesma regra aos antidepressivos. Há um tempo certo para iniciar a medicação e um tempo certo para a deixar.»

O mesmo inquérito revela também que a maioria dos portugueses (94,8%) defende que o tratamento para a depressão é de extrema importância, contudo quando questionados se tomariam um antidepressivo se lhes fosse receitado, dois em cada 10 dá uma resposta negativa.

Por outro lado, os dados salientam ainda que são os mais jovens e o público feminino que afirmam ter um maior conhecimento sobre depressão. Mas, são também os mais jovens (18 aos 24 anos) os mais céticos em relação à toma de antidepressivos, cerca de 30% afirmam que não iam tomar antidepressivos se lhes fossem receitados e também são os que afirmam em maior número que este tipo de medicamento causa dependência.

O inquérito “A visão dos portugueses sobre a depressão” foi promovido pela Lundbeck Portugal e envolveu um total de 1.215 inquiridos, telefonicamente, entre os dias 27 de setembro e 3 de outubro de 2022. Todos os indivíduos inquiridos são maiores de idade e residem em território nacional. A margem de erro do estudo é de 2,81% para um intervalo de confiança de 95%.

Em julho assinala-se o Mês dos Miomas Uterinos
No Mês dos Miomas Uterinos, assinalado em julho, a Gedeon Richter Portugal alerta a comunidade para a urgência de se...

É um tumor benigno com prevalência elevada em mulheres em idade fértil, podendo atingir os 70% nas mulheres à volta dos 50 anos.  30-50% das mulheres com miomas têm sintomas que afetam significativamente a qualidade de vida.

O impacto da doença ultrapassa as consequências da hemorragia menstrual abundante e da dor ou compressão pélvica, podendo levar a outros quadros com influência na saúde física e psicológica, nomeadamente infertilidade, complicações obstétricas, perturbação na vida sexual da mulher e absentismo laboral.

Para Maria Geraldina Castro, ginecologista, Diretora Médica da Gedeon Richter Portugal e membro do Núcleo de Ecografia Ginecológica da Sociedade Portuguesa de Ginecologia, “torna-se urgente esclarecer e desmitificar esta doença. É preciso que estas mulheres percebam que não estão sozinhas e que devem procurar ajuda numa fase precoce, sobretudo em idade fértil. Trata-se de uma doença comum, benigna, mas que pode influenciar muitos aspetos importantes da vida de uma mulher e do seu parceiro. Os números falam por si e uma em cada quatro mulheres em idade reprodutiva tem miomas uterinos. Na dúvida, devem sempre procurar o médico assistente e não desvalorizar os sintomas, que muitas vezes entendem como sendo normais.”

Para ver e ouvir opiniões e dicas de vários especialistas, testemunhos de mulheres em Portugal e no mundo, afetadas com esta patologia, consulte a plataforma falardemiomas.pt.

 

Solução integra tecnologia que facilita a captura de gases anestésicos
O Hospital de São Sebastião, E.P.E., em Santa Maria da Feira, que integra o Centro Hospitalar de Entre o Douro e Vouga, E.P.E,...

Dos três anestésicos inalatórios mais utilizados em procedimentos cirúrgicos, em regime de internamento ou ambulatório, apenas uma pequena fração (menos de 5%) é metabolizada pelo doente e, quando exalados, permanecem no ar e contribuem para a emissão de gases de efeito de estufa na atmosfera. Os coletores desenvolvidos que se ligam aos ventiladores permitem a captura 99%1 do gás anestésico halogenado exalado do doente no bloco operatório, prevenindo a sua libertação na atmosfera. Depois de cheios são substituídos por novos coletores e recolhidos para processamento numa unidade especializada. O gás capturado pelo coletor é extraído, separado e esterilizado para ser utilizado como nova substância ativa para gases anestésicos. Uma vez purificado e reembalado, no futuro, espera-se que seja novamente distribuído nos hospitais, em novas embalagens, criando um sistema completo de economia circular.

Com esta tecnologia de captação de gases, os hospitais podem optar por um anestésico inalatório com base nos benefícios clínicos que melhor respondem às necessidades do doente e aos objetivos de sustentabilidade aliados aos cuidados de saúde.

Dulce Brito, responsável pelo Grupo de Trabalho “CHEDV – Uma instituição Hospitalar Verde” do CHEDV refere que “A utilização desta solução inovadora trará benefícios não apenas para o doente, que se refletirão na melhoria dos resultados clínicos, ao mesmo tempo que dará resposta aos desafios de redução de resíduos e da sustentabilidade ambiental”.

Embora a utilização de agentes anestésicos inalatórios tenha um contributo relativamente reduzido para a emissão de gases com efeito de estufa quando comparada com outros procedimentos, a Baxter está a dedicada a investigar tecnologias inovadoras que permitam reduzir estas emissões. "Na Baxter trabalhamos em conjunto com os hospitais no sentido de aumentar a sua eficiência, ao mesmo tempo que desenvolvemos soluções inovadoras que permitem reduzir o impacto ambiental e contribuem para a sustentabilidade da cadeia de valor, assim como para salvar e prolongar a vida do doente”, recorda Filipe Granjo Paias, Country Lead da Baxter Portugal.

“A aposta na sustentabilidade dos recursos, dos procedimentos, das técnicas e dos equipamentos utilizados é uma preocupação crescente do CHEDV, tendo sido reconhecido com uma menção honrosa na categoria “Excellence Award for Green Hospitals”, na edição de 2022 do Congresso da Federação Internacional dos Hospitais (IHF-International Hospital Federation)”, acrescenta [Marcos Pacheco, Director do Serviço de Anestesiologia do CHEDV.

Risco de encerramento da unidade de diálise TECSAM
A Associação Nacional de Centros de Diálise (ANADIAL) manifesta a sua preocupação com o possível fecho da unidade de diálise...

“Estamos a acompanhar este caso com grande consternação. Por mais de duas décadas, a TECSAM deu resposta aos doentes insuficientes renais crónicos de Vila Real, proporcionando-lhes cuidados de saúde indispensáveis para sobreviverem, uma vez que o Serviço Nacional de Saúde (SNS) não dispunha de meios para o fazer”, explica Rui Filipe, nefrologista e vice-presidente da ANADIAL.

Em Portugal, os Centros de Diálise privados são responsáveis por cerca de 93% dos tratamentos de hemodiálise realizados às pessoas com doença renal crónica submetidas a esta terapêutica de substituição.

“Ao longo dos últimos 40 anos, têm sido os prestadores privados que verdadeiramente asseguram a hemodiálise, absolutamente vital para a sobrevivência destes cidadãos, participando assim na missão do SNS e fazendo-o de forma eficaz, com um custo controlado e com qualidade largamente reconhecida como das melhores ao nível mundial”, reforça Serafim Guimarães, nefrologista e membro da Direção da ANADIAL.

Nos últimos anos, o setor da diálise debate-se com a inexistência de diálogo por parte do Ministério da Saúde, desconhecendo-se totalmente qual seja a estratégia do Governo nesta área da saúde.

“Consideramos preocupante o Ministério da Saúde não estar disponível para dialogar com as empresas que asseguram o tratamento da maioria dos insuficientes renais crónicos no nosso país. A situação que a TECSAM de Vila Real está a viver é um exemplo vivo das dificuldades que o sector tem vindo a sofrer, para as quais temos tentado alertar o Ministério e que carecem de medidas de revisão prementes”, conclui Sofia Correia de Barros, presidente da ANADIAL.

Atualmente, o setor privado de diálise emprega cerca de 5.500 trabalhadores e é responsável pelo tratamento de 11.974 doentes, em 101 unidades de diálise espalhadas pelo país.

 

Sociedade Portuguesa de Oftalmologia (SPO) alerta
Existe um ditado que diz que ‘os olhos são o espelho da alma’ e, por vezes, podem mesmo revelar muit

A saúde neurológica e a visão andam lado a lado e, quando se trata de distúrbios neurológicos, uma alteração visual pode ser um dos primeiros sintomas da doença.[1] Tal acontece porque a informação visual captada pelos olhos é transportada pelos nervos óticos e restante via visual até à parte posterior do cérebro, responsável por interpretar essa informação e formar imagens. Para uma visão normal, é ainda importante que os dois olhos se movam de forma perfeitamente coordenada.

“Há problemas oculares que podem requerer um tratamento que vai além do uso de óculos ou lentes de contacto. É importante desmistificar que sintomas e sinais de perda de visão nem sempre significam a necessidade de mudar a graduação, ou de começar a utilizar óculos. Por vezes, podem ser um indício de outras patologias não específicas dos olhos, mas que se manifestam neles”, sublinha Rita Flores, médica oftalmologista e presidente da SPO.

Uma queixa visual como perda de visão, central ou periférica, ou visão dupla, que não tenha uma causa intrinsecamente ocular, pode traduzir uma doença neurológica, que revela sintomas nos olhos e tem origem no cérebro, mais concretamente nas regiões com funções responsáveis pela visão. Neste caso, é importante uma avaliação neuro-oftalmológica e investigação complementar.

Lígia Ribeiro, coordenadora do Grupo Português de Neuroftalmologia da SPO, explica que “a neuroftalmologia é a subespecialidade de fronteira entre a Neurologia e a Oftalmologia e está vocacionada para o diagnóstico e tratamento de distúrbios visuais relacionados com doenças do sistema nervoso.[2] O exame neuro-oftalmológico poderá confirmar se determinada queixa visual está (ou não) relacionada com um problema no sistema nervoso central ou periférico, permitindo nalguns casos saber com precisão a localização da lesão.”

Segundo a médica oftalmologista, a intervenção precoce é fundamental para que os sintomas sejam controlados com eficácia e atempadamente, evitando o agravamento do problema e, quando possível, restaurando a visão.

Para que conheça as doenças neurológicas ligadas à perda de visão, a SPO partilha uma lista com as mais comuns[3]:

  1. Esclerose Múltipla – É uma doença inflamatória do sistema nervoso central, que acontece quando o sistema imunológico ataca a substância que reveste as células nervosas (mielina), causando dano e tecido cicatricial na zona afetada, o que pode impedir que o cérebro envie sinais corretamente para todo o corpo. Em 20 a 30% dos doentes, a apresentação inicial da doença é uma nevrite ótica, ou seja, uma inflamação do nervo ótico, que gera desmielinização. Manifesta-se por perda de visão, dor ocular e perceção anormal das cores.3
  2. Acidente Vascular Cerebral (AVC) – Quando ocorre um AVC, o fluxo sanguíneo para o cérebro é reduzido ou bloqueado, impedindo que este obtenha o oxigénio e os nutrientes de que necessita. Esta quebra de ligação pode causar a morte das células cerebrais e ter consequências a longo prazo, incluindo na saúde visual.As lesões cerebrais mais posteriores podem provocar ausência de visão em metade do campo visual do lado oposto em ambos os olhos (hemianopsia). Outra das alterações de visão num AVC pode ser a visão dupla, que resulta da perturbação da coordenação dos movimentos oculares, ocorrendo principalmente, em lesões do tronco cerebral. Estas transformações podem ser permanentes.[4]
  3. Doença de Alzheimer – Sendo um distúrbio neurológico, as células nervosas morrem e levam ao comprometimento geral do funcionamento mental. Tanto a doença de alzheimer, como outras demências e ataxias causam a perda de visão por afetarem as regiões do cérebro que processam a informação visual dos olhos. Os doentes têm problemas em reconhecer objetos, perdem a perceção de profundidade e diminui a visão periférica.3
  4. Tumores cerebrais (mesmo os benignos), aneurismas ou malformações venosas - Podem comprimir áreas importantes do sistema visual e levar a perda de visão de um olho ou de parte do campo visual dos dois olhos. Podem ainda comprimir os nervos responsáveis por comandar os movimentos oculares, provocando desalinhamento dos olhos; significa que o cérebro vai receber duas imagens ligeiramente diferentes causando visão dupla.[5]
  5. Miastenia Gravis – É uma doença autoimune da junção neuromuscular, em que existe um defeito na normal transmissão dos impulsos nervosos à membrana muscular para que o músculo possa contrair. Os sintomas vão depender dos músculos que estão envolvidos. A miastenia ocular é secundária a fraqueza dos músculos oculares e palpebrais, pode surgir queda de uma ou ambas as pálpebras e/ou visão dupla.[6]

Referências:

1 Neurology Insights (2023). Neurological Disorders and Vision Loss. Disponível em: https://neurologyoffice.com/neurological-disorders-and-vision-loss/

2 North American Neuro-Ophthalmology Society (2023). Disponível em: https://www.nanosweb.org/i4a/pages/index.cfm?pageid=3279

3 Neurology Insights (2023). Neurological Disorders and Vision Loss. Disponível em: https://neurologyoffice.com/neurological-disorders-and-vision-loss/

4 NVision Eye Centers (2023). Neurological Disorders and Eyesight. Disponível em: https://www.nvisioncenters.com/neurological-disorders/

5 The Brain Tumour Charity. Change in vision. Disponível em: https://www.thebraintumourcharity.org/brain-tumour-signs-symptoms/adult-brain-tumour-symptoms/changes-vision/

6 North American Neuro-ophthalmology Society. Myasthenia Gravis. Disponível em: https://www.nanosweb.org/i4a/pages/index.cfm?pageid=4155

Foto: 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.

Páginas