Luísa Figueiredo
A European Molecular Biology Organization (EMBO) anunciou hoje que irá atribuir o título de membro vitalício da EMBO a Luísa...

Luísa Figueiredo é natural do Porto, em Portugal. Fez o seu doutoramento em parasitologia da malária no Institut Pasteur (Paris, França), mas foi durante o seu trabalho de pós-doutoramento na Rockefeller University (Nova Iorque, EUA) que se cruzou pela primeira vez com o parasita que continua a ser o foco da sua investigação até hoje: o Trypanosoma brucei. O tripanosoma é um parasita unicelular que causa doença do sono em humanos e nagana em bovinos, na África Subsariana. A Luísa regressou a Portugal e estabeleceu o seu laboratório de investigação independente no iMM, em 2010, onde estuda as interações entre o parasita e o hospedeiro. A sua equipa foca-se nos mecanismos celulares e moleculares usados pelos tripanossomas para se adaptarem ao hospedeiro e para escaparem às defesas do seu sistema imunitário. Ao longo dos anos, a Luísa fez contribuições inovadoras na área da parasitologia, como a colonização preferencial de diferentes tecidos por tripanossomas, mas também no campo da biologia molecular, com descobertas sobre a importância das modificações nas moléculas de RNA na regulação da expressão genética. As suas descobertas podem contribuir para o desenvolvimento de novas estratégias terapêuticas para a doença do sono e a nagana, que continuam a ser um problema de saúde pública e um grande desafio económico na África Subsariana.

Esta não é a primeira vez que a EMBO reconhece as contribuições científicas da Luísa Figueiredo. Em 2010, a Luísa recebeu uma Installation Grant da EMBO para estabelecer o seu laboratório de investigação no iMM. "Sinto-me profundamente honrada por ter sido eleita como membro da EMBO. A EMBO foi determinante na minha carreira, através do programa EMBO Young Investigators, ao financiar o estabelecimento do meu laboratório de investigação incitando a criatividade e facilitando a gestão. É um privilégio fazer parte desta organização e juntar-me a este grupo de cientistas excecionais que têm sido uma inspiração ao longo da minha carreira. Estou ansiosa por continuar a participar nas iniciativas da EMBO, servir de mentora a jovens cientistas e contribuir para fortalecer a comunidade científica na Europa", afirma Luísa, sobre o significado deste reconhecimento. A sua excelência científica foi também reconhecida no passado por outras instituições de renome, como o Conselho Europeu de Investigação e a Fundação "la Caixa".

A tradição da EMBO de reconhecer investigadores excecionais remonta a 1963, quando a EMBO selecionou um grupo inicial de 150 membros que, desde então, tem vindo a crescer através de eleições anuais. Luísa Figueiredo junta-se agora a outros investigadores do iMM que fazem parte desta rede, como Maria do Carmo Fonseca, Maria Mota e Bruno Silva Santos. Na qualidade de novo membro da EMBO, Luísa terá um papel ativo nas iniciativas da organização, como a participação no Conselho e nos comités da EMBO, a avaliação de novas candidaturas, a orientação de jovens cientistas ou a participação nos conselhos editoriais das revistas da EMBO Press. Através destas atividades, os membros da EMBO ajudam a reforçar as comunidades de investigação na Europa e no resto do mundo e a definir a direção da investigação no domínio das ciências da vida.

Maior bolsa nacional para jovens médicos doutorados abre candidaturas
A CUF, através da CUF Academic Center, e a Fundação Amélia de Mello lançaram ontem o processo de candidaturas para a Bolsa CUF...

O investimento no ensino e na cooperação com as instituições universitárias permite não só aumentar o conhecimento médico, como incentivar a investigação clínica que procura diariamente encontrar avanços em diferentes campos da saúde, sempre com o intuito de desenvolver e aplicar melhores práticas clínicas ao serviço dos doentes. Iniciativas como a Bolsa CUF D. Manuel de Mello tornam-se, por isso, fundamentais para garantir à comunidade científica as condições necessárias ao bom desenvolvimento da sua atividade e, em simultâneo, para valorizar e distinguir o mérito dos investigadores portugueses, e dos seus trabalhos, onde todos têm o mesmo propósito: contribuir para a melhoria contínua dos cuidados de saúde. 

As candidaturas da Bolsa CUF D. Manuel de Mello decorrem até 29 de setembro e a decisão do júri será anunciada até 22 de dezembro de 2023.

A Bolsa CUF D. Manuel de Mello conta já com 16 anos de história, tendo distinguido projetos de investigação de doenças como Lúpus, Alzheimer, esquizofrenia, tuberculose, entre outras áreas médicas.

Consulte o regulamento em: www.cuf.pt e www.fundacaoameliademello.org.pt

 

 

 

 

Iniciativa da Boehringer Ingelheim e Ordem dos Médicos
O BI Award for Innovation in Healthcare está de volta, com uma 2ª edição que pretende distinguir projetos inovadores capazes de...

O objetivo desta iniciativa é dar visibilidade a ideias e projetos que contribuam para uma otimização das diferentes áreas orgânicas e funcionais do Serviço Nacional de Saúde (SNS). Quem se sentir inspirado pela vontade de mudar, pode enviar a sua candidatura a partir de hoje e até 12 de agosto.

Na 1º edição do BI Award for Innovation in Healthcare, em 2021, reuniram-se mais de 100 candidaturas, cujo foco dos projetos foi a retoma dos níveis assistenciais na prestação de cuidados de saúde, na sequência das quebras associadas à pandemia.

Em 2023, o tema recai sobre os muitos desafios que se colocam a todo o sistema de saúde, por forma a cumprir as expectativas e necessidades sociais, melhorar os resultados em saúde e a qualidade de vida dos Portugueses, num quadro operacional que deve procurar garantir a sua sustentabilidade, atual e futura.

“O BI Award 2023 é uma forma positiva e concreta encontrada pela Boehringer Ingelheim para apoiar o sistema de saúde, sempre em linha com a nossa missão de ‘criar valor através da inovação’.” Vanessa Jacinto, Head of Market Access & Public Affairs da Boehringer Ingelheim Portugal acrescenta ainda que a aposta nesta iniciativa pretende inspirar ”projetos que se alinham com a missão de dar a todos os portugueses o direito à saúde e contribuir para a sua qualidade de vida. O SNS é o pilar central da saúde dos portugueses e, dessa forma, faz-nos todo o sentido promover uma iniciativa que apoia a implementação de projetos que possam colmatar as necessidades do SNS, de forma sustentável.”

"A missão da Ordem dos Médicos é promover a excelência da Medicina e garantir os melhores cuidados de saúde à população. A inovação desempenha um papel fundamental nesse propósito, impulsionando melhorias que têm verdadeiramente impacto na vida das pessoas. Associamos-nos, pois, com muito entusiasmo à Boehringer Ingelheim e ao BI Award 2023, com o objetivo de encontrar projetos que façam a diferença no tratamento dos utentes e que construam um futuro mais promissor para cuidados de saúde de excelência.", refere Carlos Cortes, Bastonário da Ordem dos Médicos.

Os projetos candidatos devem ter como temas ou áreas os pilares-chave definidos para este prémio: 

  • Sustentabilidade do Sistema de Inovação - Novas soluções que garantam uma vida mais longa e saudável, o que pode passar por encontrar métodos para prevenir doenças, melhores soluções de diagnóstico, terapias mais eficazes, abordagens de medicina personalizada e tecnologias de saúde inovadoras. O envelhecimento da população, o aumento da prevalência das doenças crónicas e as alterações aos fatores ambientais externos, são problemáticas atuais que devem ser resolvidas para que se garanta a sustentabilidade.
  • Sustentabilidade dos Modelos de Prestação de Cuidados de Saúde - O nível crescente de procura por cuidados de saúde tem tornado mais premente a necessidade de inovação no modelo assistencial. Aqui, podem explorar-se soluções para desburocratização dos modelos de organização, soluções virtuais ou realidade aumentada para prestação de cuidados e sugestões para hospitalização domiciliária entre outras.
  • Sustentabilidade na adoção de Inovação Tecnológica e Digital - A saúde digital é uma das grandes áreas de inovação na saúde, um processo que se espera poder culminar na transformação digital de todo o ecossistema, mas que depende também da sua eficaz implementação e sustentabilidade. No que diz respeito às áreas de atuação, podem ser de soluções de Computação na Nuvem a soluções na área de Big Data e Inteligência Artificial (IA), entre outras.
  • Sustentabilidade centrada no utente - A adoção de inovação tecnológica acelerou a determinação dos doentes para se tornarem mais ativos e comprometidos com a gestão da sua saúde e qualidade de vida, pelo que neste pilar o que se procura são soluções que reforcem comportamentos que favoreçam estilos de vida saudáveis e qualidade de vida, que ajudem os utentes na gestão da doença e adesão à terapêutica, ou soluções de partilha de informação sobre a situação clínica do doente/utilizador, entre outras.
  • Sustentabilidade Ambiental - As atividades do sistema de saúde impactam significativamente o meio ambiente. Encontrar alternativas que reduzam este impacto sem comprometer a qualidade da prestação de cuidados de saúde representa um desafio considerável, para o qual se procuram soluções ao nível da educação de profissionais de saúde sobre alternativas com baixa pegada de carbono, da poupança energética e da promoção da segurança química, entre outras.

As 12 equipas selecionadas na fase de candidatura terão a oportunidade de, durante 48h, num formato de hackathon, que vai decorrer em outubro, serem acompanhadas por mentores especializados, num modelo colaborativo que lhes irá permitir abordar problemas sobre um dos temas acima, desenvolvendo soluções e apresentar o projeto (pitch) a um júri de renome, que será responsável pela sua avaliação e escolha das três equipas vencedoras.

Estas irão receber um prémio de valor monetário: o 1ª prémio será no valor de 20.000,00€, o 2º prémio o valor de 10.000,00€ e, por último, a equipa que ganhar o 3º prémio terá uma recompensa de 5.000,00€. A 2ª edição traz ainda uma inovação:  cada equipa que chegar até à fase do hackathon receberá o valor de 1.000,00€. A iniciativa pretende integrar os projetos vencedores num ecossistema adequado à sua aplicação, que permitirá a contribuição direta para a sociedade e a saúde dos portugueses. Os projetos vencedores serão conhecidos no evento final, que se realizará no dia 24 de novembro.

Para mais informações e candidaturas consultar o https://biaward.pt/.

O que precisa saber
A escoliose é uma deformidade do plano frontal da coluna ou, por outras palavras, a coluna apresenta

Esta condição afeta entre 2 a 3% da população e apenas a 1% destas pessoas se irá aplicar um tratamento. Embora a escoliose possa ser detetada logo na infância, a maioria dos diagnósticos ocorre no período da adolescência, sendo que em cerca de 70 a 80% dos casos a causa é desconhecida, designando-se, assim, por escoliose idiopática.

As raparigas representam cerca de 80% dos diagnósticos de escoliose e, como dito anteriormente, é muitas vezes na adolescência que o diagnóstico chega. Nesta altura, podem detetar-se assimetrias francas da altura dos ombros, assimetrias das pregas, uma bossa torácica, do lado direito ou do lado esquerdo e, em alguns casos, a nível lombar.

Naturalmente, esta condição tem consequências ao nível da saúde mental, já que o corpo se começa a distanciar dos padrões ideais de beleza que são amplamente veiculados nos media e a perceção negativa da autoimagem automaticamente se reflete na quebra da autoestima.

O medo e a vergonha caracterizam estes jovens que, muitas vezes, tendem a encobrir alguns sinais que já possam ter detetado. Esta situação não só gera um atraso no diagnóstico que pode ditar a evolução para uma situação mais complicada como, por outro lado, pode provocar o isolamento social destes jovens, que não querem ser notados pelos seus pares.

Por isto, é tão importante falarmos de escoliose e sensibilizarmos pais, encarregados de educação e educares para estarem atentos às suas crianças e adolescentes. Para quem é afetado pela escoliose, a deteção precoce e um acompanhamento cuidadoso são cruciais.

Quanto ao tratamento, podemos assumir que existem três níveis de intervenção. Num primeiro nível, a escoliose apenas exige um seguimento para que se perceba como progride durante a adolescência. Num segundo nível, no caso dos adolescentes, se já existem curvas com indicação terapêutica, muitas vezes vão precisar de tratamento com um colete. E no terceiro e último nível, quando se trata de curvas muito importantes ou que apresentem uma perspetiva de evolução inexorável, é necessário recorrer a cirurgia. No que toca à cirurgia, hoje em dia temos vários tipos de técnicas, vários tipos de materiais, que nos permitem obter os melhores resultados possíveis.

A campanha “Josephine explica a Escoliose” visa, ano após ano, aumentar o grau de sensibilização e conhecimento sobre esta doença. É necessário desfazer mitos. É necessário que pais e encarregados de educação estejam mais atentos e pratiquem a observação, de forma mais ou menos discreta, para detetar possíveis assimetrias que devem ser, posteriormente, avaliadas pelo médico de família, que deve, por sua vez, referenciar para um ortopedista, caso tenha dúvidas relativamente à existência de escoliose.

É importante também sublinhar que o verão é uma altura propícia para detetar sinais de escoliose e que, mesmo na praia ou piscina, é fácil fazer um pequeno teste, que servirá de base para o diagnóstico desta condição. O teste de Adams consiste em pedir à criança ou adolescente que incline o tronco para a frente com os pés juntos, sem dobrar os joelhos e que una as mãos. A curva da escoliose será mais evidente quando o corpo se curva para a frente.

Assim, qualquer assimetria na caixa torácica ou outras deformidades ao longo das costas pode indiciar que se trata de escoliose.

 

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Novas Diretrizes da Sociedade Europeia de Hipertensão
As diretrizes atualizadas da Sociedade Europeia de Hipertensão (ESH) destacaram o papel da denervação renal (RDN) como o...

Estas novas orientações, que foram partilhadas no dia 24 de junho, durante a 32ª Reunião Anual da Sociedade Europeia de Hipertensão, e simultaneamente publicadas no Journal of Hypertension, reforçam a posição favorável adotada em documentos recentes de outras sociedades importantes, incluindo a recente declaração de consenso da Sociedade Europeia de Cardiologia (ESC) e da Associação Europeia de Intervenções Cardiovasculares Percutâneas (EAPCI).

A RDN é uma nova técnica que reduz a atividade do sistema nervoso simpático renal por radiofrequência e ultrassons. Para além de melhorar o controlo da pressão arterial, poderá também contribuir para a monitorização ambulatória da hipertensão, reduzindo significativamente o tratamento farmacológico.

Estas novas diretrizes clínicas reforçam a segurança e a eficácia da RDN como um terceiro pilar para a hipertensão não-controlada, acompanhada de alterações no estilo de vida e na medicação. Trata-se de um avanço positivo para os doentes e reforça o desejo da comunidade clínica de incluir novas opções de tratamento para melhorar as taxas de controlo da hipertensão.

Para além da utilização da RDN como tratamento para o controlo da pressão arterial e da atualização no diagnóstico e tratamento da hipertensão não-controlada, as novas orientações da ESH introduzem outras novidades, como o diagnóstico e tratamento de doentes com hipertensão e fibrilhação auricular, ou no que diz respeito ao tratamento da patologia em condições demográficas e clínicas não abordadas ou, apenas, marginalmente abordadas nas orientações anteriores.

As novas diretrizes da ESH, bem como os documentos de posição publicados recentemente sobre a RDN, foram apoiados por dados clínicos do programa de pressão arterial Symplicity da Medtronic, que conta com mais de 25.000 doentes tratados com RDN em todo o mundo. Também foi estudada como uma opção de tratamento em mais de 4.000 doentes, com e sem medicação, e em doentes com alto risco cardiovascular de base ou comorbidades. No futuro, e através dos avanços previstos nesta tecnologia, a Medtronic espera continuar a fazer avançar o campo da RDN através dos programas clínicos em curso, tais como os estudos SPYRAL AFFIRM e GSR-DEFINE.

Instituto Europeu de Patentes
O Instituto Europeu de Patentes (IEP) anunciou hoje que Filipa Rocha ficou em segundo lugar no Prémio Jovens Inventores 2023. A...

"É uma honra e um privilégio estar entre os finalistas do Prémio Jovens Inventores. Foi um verdadeiro incentivo para continuar a minha investigação e procurar novas oportunidades e colaborações", afirmou Filipa Rocha.

Cerca de 90 milhões de crianças e adolescentes em todo o mundo vivem com alguma forma de perda de visão, de acordo com a Agência Internacional para a Prevenção da Cegueira (IAPB). Os professores e os pais de crianças com deficiências visuais têm dificuldade em encontrar ferramentas e brinquedos educativos que não tenham de ser adaptados - uma questão que a invenção procura resolver.

Filipa Rocha ficou em segundo lugar entre três finalistas na segunda edição do Prémio Jovens Inventores que o Instituto Europeu de Patentes (IEP) criou para inspirar a próxima geração de inventores. O prémio reconhece jovens inovadores com idade igual ou inferior a 30 anos que tenham desenvolvido soluções tecnológicas para resolver problemas globais e ajudar a alcançar os Objectivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) das Nações Unidas. O trabalho da jovem inventora na melhoria do acesso à educação contribui para o ODS 4: Educação de qualidade e para o ODS 10: Redução das desigualdades.

Como um jogo de computador de arrastar e largar

A codificação baseada em blocos é uma linguagem de programação em que o programador constrói sequências de instruções arrastando e largando blocos num monitor. Os blocos são decorados com ícones de espuma 3D. Estes ícones representam movimentos direcionais ou funções de fala utilizadas para comandar o comportamento de um robô. Utilizando estes blocos, as crianças com deficiência visual podem controlar o robô como se estivessem a jogar um jogo de computador. Filipa Rocha chama a esta invenção 'Block-based Accessible Tangible Programming Systems' ou BATS.

O protótipo da ferramenta de aprendizagem demorou menos de um ano a ser criado. Foi testado remotamente com cinco famílias de crianças com deficiência visual entre os 6 e os 12 anos de idade durante a pandemia de Covid-19. O trabalho da investigadora tem dado passos significativos no sentido de tornar o pensamento computacional acessível a todos, em particular às crianças com deficiência visual ou cegas.

"Mesmo que as crianças não queiram seguir uma carreira tecnológica, mesmo que queiram ir para finanças, negócios, gestão ou outra coisa qualquer, o seu futuro vai passar pela utilização da tecnologia e é importante compreendê-la", explica Sousa Rocha.

O vencedor do Prémio Jovens Inventores foi anunciado na cerimónia híbrida do Prémio Inventor Europeu 2023, a 4 de julho de 2023, em Valência. Esta cerimónia foi transmitida online aqui.

Para mais informações sobre o impacto da invenção, a tecnologia e a história da inventora portuguesa, clique aqui.

Opinião
É um artigo que exige alguma reflexão e nomeadamente algum estudo, sendo que não existem provas evid

Quando uma pessoa com deficiência auditiva depende de tecnologias para que a perceção seja feita, essa dependência também acontece em consequência do resultado, de procedimentos que são por exemplo, leitura labial atendendo e proporcional à dificuldade auditiva do sujeito. Maior ou menor dificuldade definido pelo espaço envolvente, tais fatores como o ruído e até mesmo da iluminação, o auxílio de recursos como a legendagem (escrita) e os sinais gráficos ou luminosos poderão ajudar na descompressão cerebral de procedimentos na compreensão oral. No entanto, o uso de aparelhos auditivos mais robustos, como implantes cocleares e próteses auditivas tecnologicamente mais avançadas, poderão ajudar no sentido em que o processamento e a supressão de ruído é realizada de forma mais eficiente.

Partindo do pressuposto que a audição humana é bastante complexa, gostaríamos de passar a seguinte definição:

O processo auditivo começa com a captação do som pelo ouvido externo, que direciona o som para o canal auditivo. O som atinge o tímpano, que vibra e transmite essas vibrações para os ossículos no ouvido médio. Esses ossículos amplificam as vibrações e as enviam para a cóclea, no ouvido interno. A cóclea contém células ciliadas que convertem as vibrações em sinais elétricos, que são enviados pelo nervo auditivo para o cérebro. O cérebro então processa esses sinais e os transforma em sons que podemos entender.

Quando se depende de tecnologias auditivas como os implantes auditivos, parte deste processo torna-se mais reduzido, mas mais complexo porque está dependente da qualidade de calibração do aparelho auditivo. No caso das próteses auditivas, o processamento auditivo acaba por ser um pouco mais próximo do natural não obstante a apropriada calibração.

A parte comum é que o nosso cérebro processa os sons e dá-se a compreensão oral dos mesmos, como resultado da reavivação de memória auditiva, no reconhecimento e na aquisição, e posteriormente, os estímulos que correspondem aos determinados sentimentos e reações da pessoa a ouvir por processos neurológicos.

Assim, o córtex auditivo é a parte do cérebro que processa os sinais elétricos enviados pelo nervo auditivo. Ele é responsável por interpretar esses sinais e transformá-los em sons que podemos entender. O córtex auditivo é dividido em várias áreas, cada uma responsável por diferentes aspetos do som, como tom, volume e localização. Quando ouvimos um som, o córtex auditivo recebe esses sinais elétricos e começa a processá-los. O processo cognitivo envolvido na audição humana é muito complexo e ainda não é completamente compreendido pela ciência.

Não há evidências científicas que sugiram uma relação direta entre burnout e deficiência auditiva. No entanto, é possível que pessoas com deficiência auditiva possam estar em maior risco de burnout devido a fatores como o "stress" adicional de ter que lidar com a comunicação e a interação social em ambientes de trabalho que não são adaptados às suas necessidades. Além disso, a deficiência auditiva pode levar a uma sobrecarga cognitiva, que pode ser um fator de risco para o burnout. No entanto, é importante lembrar que o burnout é um fenómeno complexo e multifacetado, e que pode ser influenciado por muitos fatores diferentes. A ajuda preciosa de recursos como auxílio à escrita ou legendagem, a tecnologias assistivas, ou que permitam a melhor acessibilidade dificultarão a uma aproximação à situação de burnout. Bem como na melhor leitura labial, ou nas melhores condições de iluminação e de sinalização, ou acústicas com menos ruído.

Lembramos o caso da época da pandemia de covid, em que o uso de máscaras dificultava a comunicação oral, e não apenas nas pessoas com deficiência auditiva, por abafar o som e não permitir a leitura labial...

O burnout pode ser causado por uma combinação de fatores, incluindo o ambiente de trabalho, as condições de trabalho e as características pessoais do indivíduo. Algumas causas comuns de burnout incluem: excesso de trabalho, falta de controlo sobre as tarefas, falta de apoio social e emocional no trabalho, conflitos interpessoais, falta de reconhecimento pelo trabalho realizado, e desequilíbrio entre trabalho e vida pessoal. Além disso, fatores como personalidade, história de vida e experiências de vida também podem desempenhar um papel no desenvolvimento do burnout.

O burnout pode ter várias consequências negativas para a saúde física e mental do indivíduo. Alguns exemplos incluem: fadiga crónica, insónia, dores de cabeça, problemas gastrointestinais, depressão, ansiedade, irritabilidade, dificuldades de concentração e problemas de memória. O burnout também pode afetar negativamente o desempenho no trabalho e a qualidade de vida em geral. Se não for tratado, o burnout pode levar a problemas de saúde mais graves, como doenças cardiovasculares e problemas imunológicos. Portanto, é importante reconhecer os sinais e sintomas precoces do burnout e procurar ajuda profissional se necessário.

A ligação entre a deficiência auditiva e a síndrome de burnout continua a ser alvo de estudo e por parte de sondagens dentro da comunidade de pessoas com deficiência auditiva, dos surdos oralistas em particular. A OMS considera que este problema é derivado de uma quantidade de fatores e de "sobrecarga" cognitiva. Na verdade, o esforço para compreender uma determinada conversação, oralmente, por uma pessoa com deficiência auditiva, é muito maior do que o que uma pessoa sem perda auditiva faz. E para finalizar, relançamos aqui novamente a questão: Será que existe ligação entre a deficiência auditiva e o burnout? Ou será que há um misto de situações que poderão levar ou acarretar a esta situação, partindo também do pressuposto que existem problemas pessoais, em que alguns até podem derivar da deficiência auditiva?

Urge assim, sensibilizar a sociedade, os órgãos governativos, as empresas que possuem nos seus quadros pessoas com este problema e as unidades prestadoras de cuidados de saúde para a premência de suscetibilidade acentuada ao padecimento do fenómeno de burnout por parte das pessoas com deficiência auditiva. Devendo assim, sempre que possível, mitigar os constrangimentos à boa comunicação verbal e apelando a uma maior compreensão dos intervenientes quando são confrontados com as necessidades especiais e específicas destas pessoas.

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Saúde Mental das crianças e famílias
O projeto Let´s Talk About Children (LTC), dirigido à promoção da saúde mental das crianças e famílias, encontra-se em...

No dia 13 de outubro de 2023 será o lançamento oficial do projeto em Portugal com o seminário “Vamos falar sobre crianças”, a realizar no Auditório do Hospital Pediátrico do Centro hospitalar e Universitário de Coimbra com a participação de diversos especialistas.

O programa preliminar do Simpósio encontra-se disponível aqui.

O Simpósio é de participação gratuita, mas de inscrição obrigatória através do link: https://forms.office.com/e/R02xpJKpRN

Este projeto baseia-se na metodologia que lhe dá nome, “Let’s Talk About Children”, uma intervenção psicossocial criada na Finlândia, pela psiquiatra Tytti Solantus, baseada na evidência, centrada na criança e na família, cujo objetivo principal é a promoção da saúde mental das crianças, bem como a prevenção da transmissão intergeracional de problemas de saúde mental. Esta metodologia contempla o treino de profissionais que lidam com famílias para que possam adquirir competências específicas, que serão fundamentais para que reconheçam precocemente as necessidades psicossociais das crianças e das suas famílias.

Para Joaquim Cerejeira, Coordenador do projeto LTC em Portugal “o objetivo principal deste projeto inovador é a promoção da saúde mental de crianças oriundas de contextos familiares vulneráveis, como, por exemplo, famílias em que há casos de doença mental, carências económicas ou dificuldades na integração social. Vamos envolver profissionais das áreas da saúde, educação e ação social para que possam adquirir novas competências para trabalhar com as famílias em prol do bem-estar das crianças”.

A primeira etapa de implementação centra-se na auscultação das entidades que prestam apoio a famílias em situações de vulnerabilidade, como escolas, autarquias, serviços de saúde e associações, de forma a identificar e a avaliar as respostas existentes, bem como as suas limitações e dificuldades. “Após a fase de auscultação, vai ter início a capacitação dos profissionais que lidam com as famílias e com as crianças nos contextos educativo e da saúde. Este treino vai potenciar a aquisição de metodologias para que os profissionais possam reconhecer precocemente famílias em situação de vulnerabilidade e, através de intervenções multidisciplinares, promover as competências parentais, o desenvolvimento psicossocial das crianças e a saúde mental de toda a família” afirma Joaquim Cerejeira.

Os treinos de capacitação para a metodologia LTC são dirigidos a profissionais de saúde - psiquiatras, pedopsiquiatras, médicos de medicina geral e familiar, enfermeiros, psicólogos -, da área da educação, psicólogos e professores, e intervenção social, assistentes sociais, que contactem com crianças e famílias.

Os treinos de capacitação irão decorrer em duas edições (2023 e 2025) envolvendo um total de 120 profissionais. O programa de capacitação consiste em sessões presenciais, sessões online de acompanhamento e discussão, equivalendo a oito dias de trabalho distribuídos por um período de seis meses. Nas sessões serão abordados conteúdos teóricos sobre a metodologia LTC, que deverão ser implementados pelos profissionais, sendo os casos discutidos nas sessões de acompanhamento online. Os profissionais interessados podem inscrever-se nos treinos de capacitação no link: https://forms.office.com/e/FLWvXDP0Mt

 

Startups de 17 países responderam ao desafio
A AbbVie Portugal anunciou recentemente as cinco startups selecionadas pelo programa de inovação aberta “LeapUp”. Tonic App (PT...

O desafio foi lançado em fevereiro e responderam 59 startups provenientes de 17 países diferentes entre os quais Portugal, Espanha, Alemanha, Inglaterra, Suíça, Bélgica, países nórdicos e do leste da Europa.

A TonicApp, de origem portuguesa, apresenta um conjunto de recursos médicos numa única aplicação móvel, com um assistente virtual baseado em ChatGPT. A Knok, também portuguesa, propõe uma plataforma de saúde digital personalizável e escalável, uma solução de marca branca com mais de 50 aplicações internas personalizáveis e uma API aberta que se integra totalmente com quaisquer sistemas existentes.

A Byteflies, proveniente da Bélgica, está a desenvolver uma solução que traz a qualidade dos dados de ambiente hospitalar para a casa dos doentes, ajudando na monitorização de indicadores oncológicos.  A Vitala, de origem sueca, está a criar uma plataforma integrada para os profissionais de saúde prescreverem, monitorizarem e gerirem exercícios físicos específicos para doentes com doenças crónicas, através de uma app de terapêutica digital. A Popit, da Finlândia, apresenta um dispositivo que pretende alertar os doentes para a toma dos comprimidos, reduzindo assim as hipóteses de esquecimento.

O programa de inovação aberta “LeapUp”, desenvolvido pela AbbVie, em parceria com a Nova SBE Co.Innovation Lab, que é parte integrante do Nova SBE Innovation Ecosystem, tem como objetivo criar as condições necessárias para o desenvolvimento e sucesso destes novos projetos. Após esta fase de seleção, as startups selecionadas têm agora a oportunidade de desenvolver o seu projeto, explorando sinergias, co-criando e co-desenvolvendo novos caminhos e futuras oportunidades de negócio diretamente com a AbbVie Portugal, numa parceria de colaboração.

De acordo com o diretor-geral da AbbVie Portugal, Antonio Della Croce, “estamos muito entusiasmados com a recetividade que o projeto teve nesta sua primeira edição. Recebemos 59 candidaturas de 17 países diferentes, propostas e projetos muito válidos. Estamos conscientes que a inovação tecnológica tem alterado profundamente a prática clínica e a relação entre profissionais de saúde e doentes. Queremos continuar a contribuir e a fomentar essa inovação, dando a oportunidade, com a nossa experiência e o nosso know-how, a estas startups com projetos disruptivos que tanto têm para oferecer ao ecossistema da saúde”.

Nas palavras de Catarina Silva, Innovation Program Manager na Nova SBE, “o LeapUp é basicamente um bom exemplo daquilo que fazemos. É um programa de inovação aberta, em que um dos membros do nosso ecossistema de inovação, a AbbVie Portugal, nos desafiou a procurar startups que respondessem a desafios específicos. E foi isso que fizemos. Um programa de inovação aberta com startups para melhorar a vida das pessoas”.

2.º Encontro Nacional dos Nutricionistas do Serviço Nacional de Saúde
Na passada sexta-feira, dia 30 de junho, realizou-se, na Fundação Engenheiro António de Almeida, no Porto, o “2.º Encontro...

Este Encontro, que teve como tema central os Serviços de Nutrição nas novas Unidades Locais de Saúde (ULS) do Serviço Nacional de Saúde (SNS), contou com a presença de Francisco Goiana da Silva, Membro do Conselho de Gestão da Direção Executiva do SNS. De referir, ainda, a Conferência intitulada “Instrumentos de Gestão: orientações que preditam as boas práticas”, a cargo de Joana Seringa da Escola Nacional de Saúde Pública.

Neste evento destinado a todos os nutricionistas, mas em particular aos que exercem no SNS, foram apresentados, discutidos e partilhados os desafios e as oportunidades no que respeita aos instrumentos de gestão necessários num Serviço de Nutrição nas novas ULS, suportados pela evidência científica, almejando-se a integração dos cuidados nutricionais em todos os níveis de cuidados.

No debate, conduzido por Graça Raimundo e Francisco Goiana da Silva, foram realçadas as vantagens da implementação de um Sistema de Gestão da Qualidade nestes Serviços, de haver uma necessária cooperação e articulação entre o Serviço de Nutrição e os restantes serviços das ULS, bem como a sua valorização, para a qual é necessária uma definição de indicadores de contratualização, levado a cabo por Clara Matos, Graça Ferro, Hugo de Sousa Lopes, Raquel Arteiro, Rosária Rodrigues e Verónica Túbal.

Para Alexandra Bento, Bastonária da Ordem dos Nutricionistas “este é um tema que consideramos de grande pertinência. A criação das novas ULS e a organização dos respetivos Serviços de Nutrição implica a existência de um conjunto de instrumentos de gestão para a implementação de cuidados de saúde integrados, de modo a assegurar, os cuidados nutricionais necessários aos utentes, mas em simultâneo contribuir para a sustentabilidade do SNS.”

Com as novas ULS prevê-se um maior reforço dos cuidados de saúde primários, pelo que este poderá ser o momento de viragem na construção de um país mais saudável e resiliente através de uma maior aposta na promoção da saúde e prevenção da doença. O facto de apenas 2% do total de despesas em saúde ser gasto a prevenir que as pessoas fiquem doentes, valor abaixo da média da OCDE, demonstra que o SNS necessita de uma mudança profunda para dar resposta aos desafios epidemiológicos da atualidade.

“Sabendo que os portugueses perdem qualidade de vida devido aos hábitos alimentares inadequados, as novas ULS são uma oportunidade única para robustecer a nutrição e a profissão de nutricionista no SNS, com Serviços de Nutrição de excelência, bem preparados para funcionar de forma eficaz, com integração de cuidados, para termos verdadeiros ganhos em saúde para os utentes. Os nutricionistas serão cada vez mais a energia nova que o SNS necessita.”

Recorde-se que, no passado mês de março, decorreu na Direção-Executiva do SNS a apresentação pública do Manual para a implementação de Serviços de Nutrição nas ULS.

Ainda no âmbito de um protocolo estabelecido com a Direção-Executiva do SNS, foi nomeada na Ordem dos Nutricionistas uma Equipa Coordenadora Nacional com vista a auxiliar e disponibilizar linhas de orientação para a criação dos Serviços de Nutrição nas novas ULS.

Micose da praia
A chegada do verão é marcada com o início da época balnear e com maior exposição da pele ao sol, o q

A pitiríase versicolor caracteriza-se por zonas de despigmentação na pele, que se tornam mais evidentes no verão, e ocorre devido ao crescimento anormal de um fungo que se encontra na flora natural da pele, o Malassezia furfur. Quando encontra as condições ideais de temperatura e humidade, combinadas com outros fatores – como ambientais, genéticos ou imunológicos –, este fungo cresce descontroladamente provocando a pitiríase versicolor. A boa notícia é que existem cinco cuidados que pode ter para prevenir o aparecimento desta infeção e promover a sua recuperação.

  1. Tomar banho com maior frequência – Desta forma, é possível diminuir a quantidade de sebo na pele. O sebo contribui para um ambiente propício ao desenvolvimento da infeção, pois o fungo da pitiríase versicolor tende a desenvolver-se mais facilmente em ambientes ricos em lípidos.
  2. Secar bem a pele e usar roupa larga e de algodão – Ambientes húmidos e quentes criam condições favoráveis ao desenvolvimento da pitiríase versicolor. Assim, é recomendável, por um lado, secar sempre bem a pele após tomar banho e, por outro, usar roupas largas que permitam a pele respirar e reduzir a transpiração.
  3. Proteger a pele do sol – A ação do fungo que causa a pitiríase versicolor é potenciada pela exposição solar, pelo que expor a pele ao sol favorece o contraste da pele infetada e da pele saudável. Como tal, é recomendado evitar a exposição solar ou utilizar sempre protetor solar.
  4. Evitar aplicar produtos oleosos na pele – O excesso de oleosidade (sebo) na pele contribui para o desenvolvimento do fungo Malassezia furfur, que provoca a pitiríase versicolor, pelo que deve ser evitado o uso de produtos oleosos.
  5. Tratar de forma preventiva – Nos casos de pitiríase versicolor recorrente poderá ser necessário realizar um tratamento preventivo para evitar as recidivas. Nestas situações, deve ser consultado um médico.

A pitiríase versicolor provoca zonas de despigmentação na pele, tornando-se mais evidente no verão, com a exposição solar. Normalmente, identifica-se facilmente a infeção por serem visíveis múltiplas manchas na pele que podem brancas, acinzentadas, avermelhadas ou acastanhadas. Estas manchas podem apresentar uma ligeira descamação, ser pequenas, isoladas ou conjuntas, formando uma ou mais manchas maiores. Geralmente, localizam-se na parte superior do tronco, como costas, abdómen, braços e pescoço.

Ao contrário do que se pensa, a pitiríase versicolor não é uma doença contagiosa. Não existe risco de transmissão de pessoa para pessoa, nem em locais públicos, como praias ou balneários. O tratamento passa por usar um antifúngico tópico eficaz.

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Nova sessão de Conversas com Barriguinhas
Os últimos meses da gravidez podem trazer algum desconforto para a mulher, devido ao tamanho da barriga, do bebé e dos seus...

O peso da barriga na mulher pode ter impacto na sua coluna, pelo que é essencial que a grávida encontre posições que melhorem a sua postura, sejam seguras e proporcionem maior conforto e bem-estar. Para ajudar as mulheres a desenvolver hábitos posturais saudáveis na gravidez, a fisioterapeuta pélvica Rita Avelino vai estar presente na sessão. A especialista em Saúde Materna vai partilhar algumas dicas sobre correção e consciencialização postural, ergonomia e técnicas de respiração.

Também a personal trainer Sandra Sousa vai marcar presença para dar a conhecer exercícios físicos seguros e eficazes adequados para as grávidas no terceiro trimestre, que além de contribuírem para aliviar possíveis desconfortos, podem ajudar a induzir o parto de forma natural.

Para as grávidas que estão mesmo na reta final da gestação e já só pensam na chegada do seu bebé, a terapeuta familiar Carolina Vale Quaresma vai também explicar como se processa o ciclo de sono do bebé, apresentar os possíveis sinais que indicam que o recém-nascido está a precisar de dormir e partilhar dicas para uma transição equilibrada para a nova rotina de sono da família.

Por fim, a Crioestaminal, representada pela técnica de laboratório Marta Batista, vai abrir as portas do laboratório para mostrar às famílias onde são guardadas as células estaminais do cordão umbilical do bebé.

Uma das grávidas participantes nas sessões de julho vai ter ainda a oportunidade de receber um kit de produtos da Chicco, composto por um detergente para roupa Sensitive, um biberon perfect 5 150mL, um creme para mamilos, uma chupeta dupla e uma lista de nascimento para bebé. As inscrições estão disponíveis na plataforma.

Dia 4 de julho
A Sociedade Portuguesa de Ortopedia e Traumatologia (SPOT) vai organizar o seu 3.º webinar, subordinado ao tema “Imprescindível...

O webinar, que se irá realizar no dia 4 de julho, entre as 19h00 e as 20h30, através da plataforma ZOOM, contará com a moderação de Marta Gomes, do Hospital da Luz Arrábida, e de Manuel Resende Sousa, do Hospital da Luz Lisboa.

“As fraturas do tornozelo são lesões comuns no dia a dia das urgências hospitalares. Contudo, a sua frequência não significa que sejam fraturas cujo mecanismo de lesão seja claro para todos. O seu melhor entendimento vai ditar um olhar mais crítico sobre o seu diagnóstico e lesões que devemos suspeitar para melhor tratar os nossos doentes”, começou por explicar o moderador, acrescentando que o grande objetivo deste webinar é alertar para os pontos chave na avaliação clínica e imagiológica e, perante determinados padrões de fratura, ser estabelecido o melhor plano de tratamento. 

Manuel Resende Sousa revelou que os critérios utilizados para a elaboração do programa tiveram em conta os erros frequentes no tratamento destas lesões, pretendendo-se alertar a comunidade ortopédica para esta problemática, reduzindo assim complicações pós-operatórias e processos judiciais.

“É esperado que no fim deste curso os participantes identifiquem as ‘red flags’ nas fraturas do tornozelo e que saibam agir de acordo”, concluiu.

Para mais informações e inscrições: https://zoom.us/webinar/register/WN_q2n-UdcVTaSdIxSl7pYAig

 

 

Candidaturas de 5 de julho a 30 de novembro
Acaba de ser lançada a primeira edição dos TOP Health Awards, para premiar as pessoas e instituições que mais se têm destacado...

Os objetivos destes prémios passam por impulsionar o talento em saúde e reconhecer projetos que contribuam para criar mais valor e resultados em saúde de forma inovadora e colaborativa, com foco na excelência e nos resultados e centrados nas pessoas com doença e nas populações.

São quatro as categorias dos TOP Health Awards: Literacia em saúde; Integração de cuidados de saúde; Tecnologia e dados ao serviço dos resultados em saúde; Sustentabilidade social.

“Os últimos tempos vieram mostrar a importância de um ecossistema da saúde forte, sobretudo devido ao dinamismo em torno da gestão da pandemia, reforçando também a notoriedade do setor da saúde. Por outro lado, a iliteracia e a desinformação em saúde, bem como a incerteza e complexidade dos tempos que vivemos, são bloqueios a um desenvolvimento sustentável do setor. Este é o momento ideal para reconhecer a importância das boas práticas do setor para a promoção de mais inovação com impacto, alicerçados na colaboração entre diferentes áreas e stakeholders com o propósito de criação de mais valor em saúde fazendo face aos desafios que o setor e o país encaram em termos sociais e económicos”, afirma Cristina Campos.

“Vivemos tempos de enorme incerteza e complexidade, onde notícias positivas e bons exemplos podem e devem ser partilhados e estimulados de forma mais visível e articulada com a perspetiva de amplificar caminhos de mais otimismo e exponenciar o impacto positivo na saúde de todos”, sublinha Paula Costa.

Poderão participar investigadores e profissionais na área das ciências da vida e que contribuem em toda a cadeia de valor do setor da saúde, nomeadamente, pessoas e equipas da indústria farmacêutica, consultoras, distribuição, tecnologia, hospitais, unidades de saúde, farmácias, associações de doentes e associações de cuidadores.

Os Top Health Awards são uma iniciativa da Associação TOP HEALTH, uma associação sem fins lucrativos, e contam com os seguintes parceiros: Convenção Nacional da Saúde; Universidade do Porto; Ordem dos Médicos; Ordem dos Farmacêuticos; Apifarma; Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares (APAH); Agência De Investigação Clínica e Inovação Biomédica (AICIB); Instituto de Medicina Molecular (iMM); Associação Portuguesa de Hospitalização Privada (APHP); Sociedade Portuguesa de Esclerose Múltipla (SPEM); RD-Portugal, Doenças Raras de Portugal; IQVIA; Amrop; Instituto de Biologia Experimental e Tecnológica (iBET); Nova School of Business and Economics; Universidade Católica Portuguesa; VdA - Vieira de Almeida, Sociedade de Advogados; Microsoft.

As candidaturas arrancam a 5 de julho e encerram a 30 de novembro de 2023. Os vencedores serão conhecidos na cerimónia de entrega dos prémios a ter lugar em março do próximo ano.

Mais informações aqui.

Sugere estudo
Um estudo da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC) sugere que os microplásticos acumulam mais...

Este estudo, da autoria de Isabel Silva, aluna de doutoramento em Biociências do Departamento de Ciências da Vida (DCV) da FCTUC, revela ainda que o tipo de plástico influencia o número e as características das bactérias que aderem a estas partículas.

«Recentemente, verificou-se que as características destas partículas facilitam o estabelecimento de um conjunto de microrganismos com características distintas dos que se estabelecem noutros substratos. Uma das preocupações que se levanta é a possibilidade destes microrganismos incluírem bactérias resistentes a antibióticos, capazes de causar infeções graves (bactérias patogénicas)», enquadra Isabel Silva.

Durante a investigação, foi possível detetar «bactérias potencialmente patogénicas incluídas na lista prioritária da Organização Mundial de Saúde (OMS), multirresistentes, isto é, resistentes a três ou mais classes de antibióticos diferentes, e com características de virulência preocupantes. A maioria destas bactérias foi detetada em microplásticos expostos à influência das descargas de águas residuais, demonstrando uma vez mais o contributo destas descargas para a evolução do problema da resistência aos antibióticos», observa a autora.

No entanto, esclarece, «as estações de tratamento de águas residuais contribuem significativamente não só para a redução do número de bactérias resistentes aos antibióticos nos efluentes finais, mas também para a redução do número de microplásticos que atingem os sistemas recetores. Mas, infelizmente, os processos de tratamento disponíveis não são suficientemente eficazes para eliminar o impacto que observámos neste estudo», lamenta a aluna.

Os resultados deste estudo, agora publicado na revista Environmental Pollution, mostram a grande pertinência no apoio a medidas que possam mitigar a dispersão da resistência a antibióticos. «Foram apresentados novos dados que identificam as descargas de águas residuais como determinantes na modulação, quer da composição microbiológica dos microplásticos, quer nas características de resistência destes microrganismos», aponta Isabel Silva.

Além disso, prossegue, «o facto de o tipo de microplásticos alterar a capacidade destas partículas de transportarem bactérias patogénicas e multirresistentes, poderá influenciar as escolhas futuras no que diz respeito à utilização de diferentes tipos de plásticos. Em última análise, este estudo apresenta mais evidências que apontam para a necessidade premente de diminuir a utilização de plástico, nomeadamente microplásticos, e de melhorar os tratamentos de águas residuais de forma a reter e eliminar estes contaminantes», conclui.

O estudo foi coordenado por Isabel Henriques, professora do DCV e investigadora do Centre for Functional Ecology (CFE), e Marta Tacão, investigadora auxilia do Centro de Estudos do Ambiente e do Mar da Universidade de Aveiro, e contou também com a participação de Elsa Rodrigues investigadora do CFE.

O artigo científico pode ser consultado aqui.

Entrevista Dra. Alina Ionita|Hematologista IPO Lisboa
As causas do aparecimento dos linfomas cutâneos não são conhecidas.

Trata-se de um tipo de cancro raro e do qual a grande maioria da população nunca ouviu falar. Talvez por isso, este seja um tipo de patologia facilmente desvalorizado ou subdiagnosticado. De que falamos quando estamos a falar de Linfomas Cutâneos?

Muito frequentemente os linfomas cutâneos são patologias indolentes, com lesões que vão flutuando e que não são patognomónicas – facilmente são confundidas com outras patologias dermatológicas; também podem ter apresentações atípicas. O diagnóstico é complexo e requer experiência em todos os seus aspetos, desde saber suspeitar, saber onde biopsar até analisar e interpretar as diversas amostras necessárias para diagnóstico. É geralmente aceite na comunidade científica a dificuldade no diagnóstico, particularmente pelo comportamento destas doenças, mas também pela complexidade da interpretação. O atraso no diagnóstico prende-se mais com estes aspetos, geralmente, na minha experiência, os médicos Dermatologistas estão alertas para esta hipótese. É preciso, no entanto, dirigir-se a e ser acompanhado por um Dermatologista quando há lesões persistentes.

É possível determinar as causas associadas aos Linfomas Cutâneos?

As causas do aparecimento dos linfomas cutâneos não são conhecidas. Não há evidência de hereditariedade. Há, no entanto, situações que sabemos que favorecem o aparecimento destas doenças, como o estado de imunossupressão ou certas infeções crónicas.

Em matéria de idade e género, quem está em risco de desenvolver este tipo de tumores? Existem fatores de risco?

A grande maioria dos doentes com linfoma cutâneo se encontram na 6ª e 7ª década de vida, mas estas doenças podem aparecer em qualquer idade, inclusivamente em crianças. De forma geral, são ligeiramente mais frequentes nos homens e parecem ser mais frequentes em indivíduos de raça negra do que em caucasianos. Para além da imunossupressão e algumas infeções crónicas, o consumo tabágico e etanolico, tal como a exposição a tóxicos e poluição parecem estar associados a uma maior incidência de linfomas cutâneos.

Sabendo que existem dois grandes grupos de Linfomas Cutâneos e que os mais frequentes são os Linfomas Cutâneos de células T, a que sinais devemos estar atentos? Quais as principais manifestações clínicas dos LCCT?

As manifestações são diversas. A maioria destas doenças se manifestam num estádio precoce, envolvendo apenas a pele, frequentemente com manchas avermelhadas e placas localizadas, com descamação e muitas vezes com prurido associado. Podem ainda aparecer nódulos ou tumores da pele e pode haver envolvimento sistémico - de sangue, gânglios ou outros órgãos – com sintomas que dependem do órgão ou local envolvido. Nestas situações mais avançadas pode ainda haver uma degradação do estado geral, perda de peso, febrícula.

Quais os tipos mais frequentes de LCCT? Qual o prognóstico de cada um destes tipos de linfoma cutâneo?

Dentro dos Linfomas Cutâneos de células T, a Micose Fungoide é a entidade mais frequente, correspondendo a 2 terços destas doenças. A sua forma mais avançada, a síndrome de Sezary, é uma entidade mais rara, que se pode apresentar desde o início ou evoluir de um estadio mais precoce.

Trata-se de uma doença crónica, geralmente sem cura, mas os estadios precoces desta doença apresentam na sua maioria um excelente prognóstico, com relativamente pouco impacto na sobrevivência. No entanto, um quarto pode vir a progredir para estádios mais avançados, com prognóstico menos favorável, que vária de acordo com o estadiamento, características e comportamento da doença ao longo do seguimento.

No que diz respeito ao seu diagnóstico, podem passar anos entre o aparecimento dos primeiros sintomas e a sua confirmação, porquê?  Quais são os principais desafios associados a esta área?

Como já referido, as manifestações são flutuantes, muitas vezes mimetizando outras patologias nos estádios mais precoces. Nestas alturas da evolução da doença há aspetos muito frequentemente inespecíficos ou muito frustres nas biópsias de pele, que trazem um grau significativo de dificuldade à interpretação. Ademais, as técnicas necessárias para diagnóstico são complexas e não estão amplamente disponíveis nos laboratórios. Para além de experiência, o diagnóstico requer uma interpretação conjunta da clínica e dos resultados de laboratório e uma boa comunicação entre as especialidades envolvidas.

Que implicações tem o tempo que decorre entre o início das manifestações clínicas da patologia e o seu diagnóstico no prognóstico? Existem complicações associadas aos LCCT?

Nos estádios precoces o atraso no diagnóstico não tem implicações prognósticas. De forma geral, nestes estádios não há qualquer evidência que o tratamento atrase a eventual evolução para um estadio mais avançado. A principal implicação prende-se com o controlo sintomático. Nos estadios mais avançados o atraso diagnóstico pode, de facto, permitir o aparecimento de lesões de vários órgãos e a degradação do estado geral, que dificulta ocasionalmente o tratamento, para além do próprio sofrimento. Geralmente, nas situações de doença mais avançada, por ter manifestações mais pronunciadas, o atraso diagnóstico é menor.

Quais as especialidades médicas essenciais para o diagnóstico e tratamento desta doença?

Ao longo do seguimento destas doenças é essencial o seguimento por um dermatologista e, particularmente em estádios mais avançados, por um hematologista. São estas as duas especialidades clínicas que gerem o seguimento, mas a equipa implicada é muito mais vasta e passa pelos especialistas de anatomia patológica, técnicas de laboratório, enfermagem, radioterapia, psicologia clínica. Tratando-se de uma doença crónica, todas estas vertentes são importantes ao longo do seguimento e não apenas em situações pontuais e apoiam nas decisões e terapêutica de forma repetida.

Após o diagnóstico, há cuidados especiais a ter?

Os cuidados com a pele são essenciais, mas é importante também cuidar da saúde do modo geral, ter um estilo de vida saudável e evitar as situações de stress – é conhecido o impacto negativo do stress no comportamento destas doenças. A comunicação com a equipa que segue estes doentes é essencial, tal como a adesão às terapêuticas.

No âmbito deste tema, que mensagem gostaria de deixar?

Apesar de se tratar de doenças crónicas e com grande impacto na qualidade de vida, pelas manifestações, pela sua vertente estética e pela necessidade de acompanhamento prolongado, há cada vez mais terapêuticas e desenvolvimentos na área dos cuidados destas doenças. Pela complexidade, é importante o seguimento por equipas de profissionais especializados e, sempre que possível, particularmente nos estádios mais avançados, é preferível o seguimento em centros de referência para estas patologias.

Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Tratamento à incontinência urinária
O Centro Hospitalar Universitário Lisboa Norte (CHULN) é o primeiro a aderir ao mais recente sistema de neuromodulação sagrada ...

“Já utilizávamos há muitos anos o sistema de Neuromodulação Sagrada com InterStim que é considerado o padrão de terapêutica de recurso em disfunções miccionais complexas. Este novo sistema vem aumentar significativamente o período de tratamento, de 5 para 10 anos, e tornar mais fácil a gestão diária do mesmo, uma vez que pode ser facilmente controlado através de uma app instalada no telemóvel do doente”, destaca o diretor do Serviço de Urologia do CHULN. Com este novo modelo, José Palma dos Reis espera conseguir “tratar ainda mais doentes e de forma mais sustentável e cómoda para os mesmos”.

Os sistemas InterStim já são considerados o padrão de tratamento em opções de terapia avançada, por se tratarem dos sistemas mais personalizado para fornecer NMS. Contudo, o novo dispositivo vem aumentar significativamente o período de tratamento, de 5 para 10 anos, e tornar mais fácil a gestão diária do tratamento, que pode ser facilmente controlado através de uma app instalada no telemóvel do doente.

A NMS permite o tratamento de incontinência urinária, retenção urinária e incontinência fecal, nos casos clínicos em que as terapias comportamentais ou a medicação não apresentaram resultados clínicos. Através de um procedimento minimamente invasivo, é feita a introdução subcutânea de um dispositivo que irá fazer a electroestimulação dos nervos sagrados, responsáveis por controlar os músculos da bexiga.

Através desta aposta, o CHULN torna-se pioneiro no tratamento com neuromodulação sagrada de última geração em Portugal e reitera, assim, o seu compromisso de promover continuamente a melhoria dos cuidados prestados aos doentes, contribuindo para a aumentar a sua qualidade de vida.

Em Portugal, estima-se que cerca de 600 mil portugueses sejam afetados por incontinência urinária, contudo, apenas 10% destes procura ajuda junto de um profissional de saúde. A vergonha é um dos principais fatores que impede a ação e leva, muitas vezes, a problemas de ansiedade, depressão e isolamento social.

‘Re-Humanize Our World’ de 1 a 2 de setembro de 2023
Já estão abertas as inscrições para a 8ª edição das Conferências do Estoril, que este ano se realizam nos dias 1 e 2 de...

Já disponível para registo em Estoril Conferences - A Future of Hope, a participação no evento é gratuita contudo sujeita a inscrição prévia obrigatória com limitação de lugares presenciais.

A Conferência será também transmitida em direto através de uma plataforma digital, aberta e gratuita a participantes de todo o mundo, igualmente sujeita a registo e inscrição prévia em Estoril Conferences - A Future of Hope.

Este ano sob o tema ‘Re-Humanize Our World’ as Conferências do Estoril propõem a reflexão em torno de 4 pilares - Planeta, Paz, Políticas e Pessoas/Saúde - promovendo o diálogo em direção a um futuro mais justo, equitativo, sustentável e inclusivo. A 8ª edição das Conferências do Estoril, contará com a presença de inúmeros líderes mundiais de diversas áreas de especialidade para partilhar a sua ciência e a sua experiência com todas as gerações, desafiando-as a pensar e a agir, no presente e no futuro, com consciências mais formadas.

Gerard Ryle (Pulitzer 2017), Richard Roberts (Nobel da Medicina 1993) e Aaron Ciechanover (Nobel da Química 2004) são alguns dos oradores já confirmados na edição 2023 das Conferências do Estoril, aos quais se juntam os internacionalmente reconhecidos Sameera Chukkapalli (Fundação Obama), Erden Eruç (primeira pessoa a completar a circunavegação da Terra totalmente a solo e exclusivamente movida por força motriz humana), Alexandra Palt (L'Oreal Foundation) e João de Macedo (surfista de ondas gigantes e co-fundador da Save The Waves Coalition).

A Edição 2023 das Conferências do Estoril

A Nova SBE e a NOVA Medical School promovem a 8ª Edição das Conferências do Estoril contando com o apoio estratégico da Câmara Municipal de Cascais e do Turismo de Portugal, os dois coanfitriões.  

Sob o tema “Re-Humanize Our World”: o Mundo: Planeta, Paz, Políticas e Pessoas/Saúde, as Conferências do Estoril apresentam uma agenda de dois dias que desafia a um diálogo aberto e inclusivo sobre um futuro mais sustentável e baseado em mais igualdade, equidade, justiça e paz.

Dezenas de oradores, divididos entre o palco principal e sessões paralelas, irão participar das Conferências do Estoril, numa missão de inspirar a ação imediata e de compromisso. Alterações climáticas, o caminho para a sustentabilidade, a tecnologia para o impacto social, temas da saúde emergentes, a saúde mental, os sistemas de educação, a confiança nas instituições políticas e o poder dos media; bem como questões críticas acerca do futuro da democracia e resistência ao populismo, conflitos de guerra e crise de refugiados, para um futuro de paz na Europa e no mundo, são alguns dos temas que serão abordados. As principais escolas de gestão e saúde do mundo estarão lado-a-lado com os grandes líderes e agentes de mudança numa missão comum de formar e inspirar os jovens e futuros líderes para a construção de um futuro comum onde a paz, a justiça, a saúde, a sustentabilidade e a inclusão prosperam. 

As Conferências do Estoril visam responder à necessidade urgente de agir e envolver os jovens na discussão dos desafios globais que hoje (e num futuro próximo) estão a surgir, abordando algumas das questões mais prementes através de investigação concertada e iniciativas inovadoras. Este esforço para capacitar os jovens a se tornarem cidadãos ativos na democracia e na sociedade, aumentando o seu sentimento de pertença, alinha-se com as estratégias do “Next UE Research & Innovation Investment Programme 2021-2027: Horizon Europe”, com a Estratégia para a Juventude da UE e com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU, reforçando o papel ativo das Conferências do Estoril no encontro de soluções para os principais desafios que o mundo enfrenta. 

Semana da Consciencialização para o Álcool decorre de 3 a 9 de julho
“É só um copo, não faz mal a ninguém” é uma expressão frequentemente usada em ocasiões sociais.

A verdade é que não é só o fígado que é afetado pelo consumo de álcool, sendo também notória a ligação com o desenvolvimento de doenças graves como o cancro na região da boca, garganta e estômago, pressão arterial elevada, miocardiopatia, obesidade e até depressão.

Independentemente desses cenários, o impacto do consumo alcoólico no fígado continua a ser bastante expressivo, sendo responsável por um conjunto de doenças hepáticas, como é o caso da esteatose hepática (fígado gordo), hepatite alcoólica (inflamação), cirrose hepática e cancro do fígado. Em Portugal, o álcool é na atualidade a causa mais frequente de cirrose hepática!

As doenças hepáticas provocadas pelo álcool evoluem muitas vezes silenciosamente até aos estados mais avançados, como é o caso da cirrose hepática e do cancro do fígado. Havendo já cirrose, mesmo quando se está perante uma situação compensada, sem sintomas, a esperança média de vida continua a ser reduzida, rondando cerca de uma década.

Outro dos problemas que agrava a situação é o facto de o consumo de álcool começar relativamente cedo em Portugal, sendo o alcoolismo a toxicodependência mais frequente no país, e de o binge drinking (consumo de grandes quantidades de álcool numa janela temporal pequena) ser cada vez mais popular entre os jovens.

Ainda que para os mais novos, embora a perspetiva de que o seu fígado e saúde no geral sejam afetadas pelo álcool pareça distante, a verdade é que várias consequências podem ser imediatas, nomeadamente no desenvolvimento cognitivo, saúde mental, relações entre pares, rendimento escolar, acidentes resultantes da condução sob o efeito do álcool, e morte por intoxicação alcoólica.

Se suspeita que sofre de uma adição ao álcool ou tem sintomas como icterícia (cor amarelada dos olhos e pele), fadiga anormal, dor e inchaço na zona abdominal, urina escura e fezes amareladas, cinzentas ou esbranquiçadas, deve procurar ajuda médica de imediato, pois estes sinais podem ser indício de uma lesão avançada no fígado.

Por outro lado, se é saudável e pretende adotar um consumo moderado com intuito preventivo, saiba que existem várias opções que podem tornar este hábito mais seguro. Comece por controlar as vezes que bebe, ingira cada bebida lentamente e em pequenas quantidades, garantindo que come antes de beber, para reduzir a absorção de álcool no sangue. Idealmente, procure também priorizar as versões sem álcool ou então de baixo teor alcoólico. O consumo de álcool geralmente considerado seguro é de, no máximo, 2-3 bebidas por dia no homem e 1-2 bebidas por dia na mulher, mas mesmo estas quantidades dependem das características pessoais e do estado de saúde de cada um e podem, nalguns casos, ser perigosas.

Por fim, deve resistir à tentação de ceder à pressão social e, caso necessite, não deve sentir vergonha de pedir ajuda especializada, sobretudo porque esse gesto já demonstra a sua força de vontade em reverter o problema. Nesta Semana da Consciencialização para o Álcool, que decorre entre os dias 3 e 9 de julho, sob o mote “Álcool e Custo”, avalie o prejuízo que esta substância poderá ter na sua saúde, relações pessoais e financeiras, a curto e longo prazo.

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
A deteção preventiva evita o sofrimento de mulheres e casais
Um grupo de investigadores criou um método capaz de identificar, com uma precisão de 95%, as assinaturas genéticas de um...

Uma das mais-valias do estudo – intitulado A gene expression risk signature of endometrial failure for prognosis in In Vitro Fertilization (FIV) patients – é o seu contributo para uma redução da perda de embriões, como sublinha Patricia Díaz-Gimeno, investigadora da Fundação IVI e coordenadora do estudo. 

Além de identificar de forma pioneira esses dois tipos de perfis endometriais – bom e mau prognóstico –, esta investigação permite estabelecer uma diferença de risco relativo três vezes maior em mulheres com mau prognóstico de apresentar falência endometrial, seja falha de implantação, aborto bioquímico ou aborto clínico. 

Até agora, as ferramentas que existiam para avaliar o endométrio baseavam-se na identificação do endométrio deslocado da janela de implantação sem ter demonstrado melhorias substanciais nas taxas de gravidez das mulheres.  

"Embora novas linhas de estudo sejam necessárias para pacientes que apresentam endométrio com mau prognóstico, poder distingui-las preventivamente é o ponto de partida na investigação de novos procedimentos que melhorem seu diagnóstico e tratamento, evitando o sofrimento de mulheres e casais devido a uma possível perda de embriões. Estes resultados promissores são outro exemplo do nosso firme compromisso com a medicina personalizada ou de precisão", acrescenta Patricia Díaz-Gimeno. 

Nas últimas quatro décadas, tem sido aprofundado o estudo dos embriões, para selecionar os que apresentam melhor qualidade, para que as mulheres consigam engravidar na terceira tentativa, em 95% dos casos. Com este novo método, focado no fator endometrial, o objetivo é atingir a mesma taxa de sucesso, mas na primeira tentativa. Atualmente, sem controlo deste fator, a probabilidade de gravidez numa primeira tentativa é de cerca de 65% a 68%, no caso específico do IVI, revela a investigadora. 

De acordo com Samuel Ribeiro, ginecologista e coordenador científico do IVI Lisboa, a origem das falhas reprodutivas pode estar no embrião, no endométrio ou mesmo na combinação de ambos. O médico explica que é preciso ter em conta a compatibilidade entre embrião e endométrio, e o diálogo que se estabelece entre ambos, essencial para o sucesso da implantação embrionária.  

Sobre os benefícios desta descoberta para as mulheres e casais, considera que vem dar mais ânimo as todas as pessoas que lutam pelo sonho da maternidade. “O percurso dos tratamentos de infertilidade é, por vezes, longo e com percalços pelo caminho, nomeadamente com a transferência de embriões que acabam por não gerar gravidez. Ainda que muitas vezes saibamos que o sucesso destes tratamentos vai aumentando cumulativamente à medida em que fazemos mais tentativas, ter um teste preciso que nos ajude a perceber quais são os pacientes sem problemas endometriais poderá contribuir para a resiliência dos pacientes, para persistirem nos tratamentos que poderão ajudá-los a cumprirem os seus sonhos”, remata Samuel Ribeiro. 

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