A importância de reconhecer e valorizar os sintomas
Caracterizada por dor crónica generalizada e fadiga intensa, a Fibromialgia, embora reconhecida há u

A Fibromialgia é uma doença real! E tem de se desconstruir o mito de que “a doença não existe, que não passa de uma invenção de pessoas preguiçosas ou incapazes de enfrentar os desafios da vida”. “O sofrimento descrito pelos doentes com fibromialgia é inquestionavelmente real. É marcadamente acrescentado pela incompreensão e a suspeita”, reforça José António Pereira da Silva, Professor de Reumatologia na Universidade de Coimbra e Diretor Científico de www.myfibromyalgia.org, admitindo que esta é uma das ideias que deve ser combatida com mais conhecimento a respeito da doença.

Deste modo, explica que a Fibromialgia “é uma doença, reconhecida há mais de 10 anos pela Organização Mundial de Saúde, que se caracteriza essencialmente por um quadro de dores generalizadas, frequentemente migratórias e incapacitantes, que não são acompanhadas de inchaço ou vermelhidão e não causam deformação do corpo”. Estas dores, acrescenta, são quase sempre acompanhadas de cansaço extremo e de sono não retemperador, ou seja, “a pessoa acorda já cansada!”.

Além disso, estes sintomas são ainda, frequentemente, acompanhados por dores de cabeça, cólicas abdominais, dificuldades de concentração e memória “e, ainda, perturbações emocionais importantes sob a forma de depressão ou ansiedade”.

“Estas manifestações são fortemente incapacitantes, obrigando as pessoas a baixa médica ou mesmo ao abandono de trabalhos mais exigentes do ponto de vista físico ou emocional”, adianta sublinhando, no entanto, que “as manifestações podem variar em intensidade de uma pessoa para outra ou na forma como se foram desenvolvendo ao longo do tempo”. E exemplifica: “As dores podem, concretamente, tomar características muito diversas: dores profundas, a sensação de queimadura, picadas ou descarga elétrica, passando pela noção de contratura e retesamento dos músculos. Tendem a afetar várias partes do corpo, mas em algumas pessoas mais fixas e intensas numa só região, com destaque para a coluna lombar. Também as perturbações do sono são variadas, mas, de uma maneira geral, têm o aspeto comum de a pessoa sentir que o sono a não refresca, acordando já cansada”. Porém, salienta que “o médico treinado conseguirá, contudo, identificar os aspetos dominantes e diagnosticar a doença”.

Segundo o especialista, os desafios que se colocam ao diagnóstico resultam, principalmente, da falta de alterações visíveis ao médico e da falta de alterações nos exames complementares de diagnóstico. Quer isto dizer que “nem análises nem raios x nem ecografia ou qualquer outro exame mostrará alguma alteração na pessoa que tiver apenas fibromialgia”.

“Os sintomas são, tipicamente, descritos como intensos e acompanhados de grande ansiedade. O médico não vê nada de anormal. Os exames nada revelam. A situação é confusa e exige que o médico consiga identificar, pelo interrogatório os elementos cardinais desta doença: dor generalizada, cansaço excessivo, e sono não retemperador para além de alguns outros sintomas acompanhantes”, reforça.

“Os médicos precisam de ultrapassar as limitações que têm em lidar com sintomas desta natureza, em compreender que o sofrimento é real ainda que nada haja para ver, em aceitar a sua responsabilidade de contribuir para o alívio, mesmo quando as razões para as queixas são menos claras”, acrescenta. “Em www.myfibromyalgia.org temos uma equipa de profissionais que conhece, reconhece e respeita esta doença e quem dela padece”, afirma.

Florbela Batalha tinha apenas 40 anos quando surgiram os primeiros sintomas desta patologia: “um cansaço enorme, dores no corpo e problemas em dormir”.

Na altura pensou que este quadro estaria associado “a excesso de trabalho, preocupações e eventos do foro emocional pelos quais estava a passar” e decidiu consultar o médico assistente. “Fiz todos os exames relativos a doenças reumáticas e todos deram resultado negativo”, comenta.

Um mês depois, um episódio que descreve como dramático fez soar todos os alarmes: “Um dia quis levantar-me de manhã e não consegui. As dores eram dilacerantes, totalmente incapacitantes e foi aqui que procurei ajuda”.

“No momento em que não me conseguia mexer fui a todas as especialidades possíveis e imaginárias e continuava a recorrer ao hospital, todas as semanas, para me aliviarem as dores. Até que fui a uma reumatologista, que me deu o diagnóstico”, recorda descrevendo que o mais difícil, ao longo deste processo, que demorou cerca de um ano, foi “não ter uma resposta, uma solução para os problemas que o meu corpo apresentava”.

“A situação era insuportável a vários níveis. Quando me foi apresentado o diagnóstico senti um grande desamparo. Saí do hospital com uma receita de Tramadol, comprimidos para dormir, outros para S.O.S e com o recado que seria para o resto da vida. A minha doença era irremediável. A família também acusou o desgaste, de quem olha para o outro, sempre doente, e completamente impotente na resolução do problema”, conta adiantado que na altura, por conta deste diagnóstico, o mundo parou “por umas horas”. “Fiquei ali, a lamentar-me e a pensar como viver com aquela doença. Não conhecia a doença, nem ninguém com a mesma”, diz.

Além disso, sentiu na pele o que grande parte destes doentes diz sentir: “os profissionais e os portugueses em geral, olham para a doença de forma desconfiada. Aquilo que não se vê, não existe, não tem como se explicar. Não existe gesso num braço, nem um penso na testa. Ou é maluco ou está a fingir”.

Florbela recorda que aceitar e aprender a viver com a doença foi um processo longo, mas estava decidida a não cruzar os braços. O primeiro passo foi “estudar sobre a doença, depois a pensar como ultrapassá-la”. “Foi aí que me deparei com o site do Myfibromialgia. Inscrevi-me, marquei consulta com um dos médicos e tudo começou a mudar”, revela.

O sexo feminino é um importante fator de risco

Segundo o professor de Reumatologia “a doença é 4 a 10 vezes mais frequente em Mulheres do que em homens”.

Por outro lado, no que diz respeito aos fatores de risco associados, revela que “é reconhecido, há muito tempo que as pessoas que tiveram problemas significativos na primeira infância, nomeadamente sobre a forma de negligência ou maus-tratos têm maior risco de desenvolver a doença”. “Os antecedentes de problemas de índole psicológica e psiquiátrica, como os distúrbios de ansiedade, a depressão e as perturbações obsessivas são também mais frequentes em doentes com fibromialgia do que na população em geral”, adianta ainda referindo que “a nossa investigação leva-nos a acreditar que um perfil psicológico caracterizado por preocupação permanente, exigência, consigo e com os outros, perfeccionismo e intranquilidade desempenha um papel decisivo na emergência e manutenção da fibromialgia”.

Quanto aos fatores que podem agravar a doença, José António Pereira da Silva, revela que existem três que tipicamente os doentes sabem reconhecer: o stress, ou esforço físico e a exposição ao frio.

“É importante sublinhar que muitos pacientes têm dificuldade em identificar espontaneamente o stress como fator de agravamento, embora o reconhecimento da sua importância seja quase universal uma vez que se lhes peça uma reflexão sobre a matéria. Curiosamente as dores agravadas pelo esforço físico ocorrem sobretudo depois da pessoa ter concluído o esforço: enquanto este decorre, dizem os doentes, a sensação de obrigação e dever ultrapassa a dor”, adianta.

“Estes fatores de agravamento são facilmente compreensíveis se entendermos que as dores e o cansaço da fibromialgia se devem, essencialmente, à contração muscular permanente que resulta da tensão nervosa em que, por natureza, o doente fibromiálgico tende a viver. Este é um pilar do entendimento que damos a esta doença e do tratamento que propomos para ela”, explica o especialista.

No que diz respeito ao tratamento, o médico diz que este assenta em quatro pilares:

  1. oferecer ao doente uma compreensão da sua situação que lhe permita lidar com ela da melhor maneira
  2. considerar medicação, com destaque para analgésicos virgula antidepressivos e antiepiléticos.
  3. Exercício físico regular, ajustado.
  4. Psicoterapia isto é intervenção psicológica visando aumentar a capacidade de gerir a doença e diminuir o stress.

“Transformámos a nossa experiência clínica, reconhecimento e investigação em fibromialgia num plano terapêutico que oferecemos a todos os doentes no website  www.myfibromyalgia.org”, revela o reumatologista.

“Este programa radica no carácter essencial que atribuímos ao stress na origem e na manutenção da fibromialgia. Não excluímos a utilização de medicamentos, mas reconhecemos que o seu alcance é, regra geral, muito limitado. A nossa intervenção consiste essencialmente em ajudar o doente a encontrar maior serenidade virgula equilíbrio emocional e satisfação de viver, ensinando lhe técnicas para gerir e controlar o stress. Se conseguirmos sucesso a fibromialgia desaparece, porque não consegue resistir a esse estado positivo de espírito”, acrescenta admitindo que esta não é, no entanto, uma transformação fácil. “A tendência natural das pessoas com esta doença é o oposto: stress permanente que conduz a dor e cansaço permanentes. Por isso treinamos uma equipa de psicólogos especialmente focada no tratamento de pessoas com fibromialgia”, explica.

“O número, já substancial, de doentes nossos que se sentem “praticamente curados da fibromialgia”, dá-nos ânimo para continuar a desenvolver a nossa metodologia e a levá-la a cada vez mais doentes”, avança.

Florbela Batalha é, hoje, uma das doentes que passou por todo este processo. “O tratamento indicado foi desacelerar, eliminar os fatores de stress. Praticar Yoga, meditação e procurar o que me fazia sentir feliz”, diz admitindo que “neste momento a doença é apenas um pequeno grilo falante, que me vai lembrando de “não calçar sapatos que não me servem”. Estou praticamente curada”.

“Foi um longo e doloroso processo, no qual tive de me desmontar, peça a peça e construir de novo. Deixei o meu trabalho, fui viver para a montanha, ganhei mais confiança, amor próprio e, sobretudo, consciência”, revela mostrando que hoje é uma pessoa completamente transformada.

Por isso deixa um conselho: “Procurem a felicidade e não descansem até a encontrarem. A solução está dentro de cada UM. E é diferente para todos, porque somos únicos e maravilhosamente imperfeitos”.

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
NMS Nutrition Graduation
Pelo segundo ano a NOVA Medical School promove evento convidando parceiros chave do ecossistema da saúde para apresentar os...

Os licenciados da NOVA Medical School, além das competências técnicas e científicas para serem nutricionistas, trabalham, durante os 4 anos de formação, o desenvolvimento de competências humanas essenciais ao real enquadramento que é necessário numa nova visão em saúde.

Apresentaram-se Pitch de impacto no Serviço Nacional de Saúde, com problemas como a relevância da intervenção de um nutricionista no pré-cirúrgico, com uma história real em que a falta do cuidado nutricional ditou a morte do paciente. Apresentaram ainda soluções ao nível comunitário e de saúde pública assim como na indústria alimentar. Estes finalistas revelaram uma sólida formação e preparação para relação de confiança com as entidades empregadoras.

Para a abertura do evento, que decorreu no passado dia 26 de junho, na sede da NMS, tivemos o debate “NOVA era da saúde: desafios e oportunidades”. Neste debate foi analisada e discutida a importância das escolas médicas viradas para o futuro e a necessidade social de dar respostas mais humanizadas em que os cuidados nutricionais são um pilar muitas vezes esquecido, menorizado ou, por oposição, hiperbolizado em mitos e desinformação.

Contamos no debate com a participação de Laurinda Alves, Professora na Nova SBE​; Luís Pisco, Médico de Família e Presidente do Conselho Diretivo da ARSLVT; ​e Pedro Pita Barros, Professor da Universidade NOVA de Lisboa. A conversa foi moderada por Luís de Sousa, apresentador do programa de televisão “Histórias Clínicas” e formador certificado em comunicação e liderança empresarial.

O grupo vencedor do Prémio Melhor Pitch recebeu como prémio a inscrição em dois Webinar e no Simpósio da Sociedade Portuguesa de Nutrição Clínica e Metabolismo, e o Prémio de Melhor Aluno 2019-2023, foi entregue à aluna Inês Neto Moreira, o qual consiste num estágio à Ordem dos Nutricionistas no Hospital CUF.

A licenciatura em Ciências da Nutrição da NOVA Medical School conta com um conjunto de professores e investigadores com reconhecimento nacional e internacional. É um curso que está focado no desenvolvimento do ensino articulado com instituições parceiras que permitem a realização de aulas práticas em ambiente real de trabalho, como, por exemplo, hospitais públicos e privados com a prática de Nutrição Clínica. Ao longo dos quatro anos de formação, os alunos passam por estágios clínicos e de investigação, também, fora do país.

Ao ser um curso lecionado numa escola médica, em que a articulação e a interdisciplinaridade fazem parte da metodologia de ensino desenvolvida, a licenciatura em Ciências da Nutrição da NOVA Medical School prepara de uma forma muito estruturada todos os seus alunos, dando-lhes, ainda, uma forte componente de investigação que, cada vez mais, é valorizada no mercado do trabalho.

Estudo "The State of Fashion: Beauty"
A The Business of Fashion (BoF) e a McKinsey & Company lançam o estudo The State of Fashion: Beauty, que revela que a...

Por categorias, o segmento de skincare destaca-se como o de maior crescimento, devendo alcançar 260 mil milhões de dólares em vendas (em comparação com o valor atual de 190 mil milhões de dólares), impulsionado pela inovação e procura dos consumidores por produtos que privilegiem a eficácia baseada na ciência.  No segmento de perfumaria, estima-se que as vendas de fragâncias aumentem dos 70 mil milhões de dólares para quase 100 mil milhões, beneficiando de uma maior penetração esperada na China e do crescimento nos EUA.

Por outro lado, na categoria de make up, estima-se que os produtos de maquilhagem continuem a sua recuperação pós-pandemia, aumentando os lucros de 80 mil milhões de dólares para, aproximadamente, 105 mil milhões de dólares, com um crescimento distribuído, em grande medida, entre os diferentes segmentos de preços. No que diz respeito aos cuidados com o cabelo, excluindo os dispositivos, prevê-se que este segmento cresça de 90 mil milhões para 120 mil milhões de dólares, estando num processo de "skinificação" à medida que os consumidores adotam rotinas de vários passos nos cuidados capilares, tal como fazem com os cuidados da pele.

O relatório identifica cinco dinâmicas essenciais para o setor, durante os próximos cinco anos, até 2027: diversificação geográfica, necessidade de expansão das empresas, oportunidades de fusões e aquisições, influência da Geração Z, e expansão do bem-estar e dos cuidados pessoais.

Alterações nas prioridades geográficas e de categoria

A indústria da beleza construiu a sua reputação como sendo resistente, capaz de manter margens elevadas e de encontrar novas vias de expansão. De acordo com o relatório, esta tendência irá continuar, mas irá exigir que os players do setor aumentem a sua diversificação geográfica: embora se espere que os Estados Unidos e a China continuem a ser os principais mercados da indústria, outras regiões poderão desempenhar um papel mais importante na produção de receitas, em comparação com o passado.

Além de explorar as oportunidades na China e nos EUA, o estudo analisa o Médio Oriente e a Índia como exemplos de mercados que os players da indústria da beleza podem considerar para um crescimento contínuo. No Médio Oriente e em África, prevê-se que as vendas a retalho de produtos de beleza atinjam 47 mil milhões de dólares até 2027, devido, em parte, à modernização económica no âmbito de novos programas governamentais, ao aumento dos rendimentos das famílias e a uma geração crescente de jovens compradores e utilizadores digitais.

Ana Paula Guimarães, sócia da McKinsey & Company, afirma que “a diversificação geográfica terá um maior peso, uma vez que mercados-chave como os Estados Unidos e a China estão a registar uma maior concorrência de marcas locais e internacionais que pode limitar o seu crescimento. Os mercados como a Índia e o Médio Oriente, terão um crescimento de vendas que poderá atingir 21 mil milhões e 47 mil milhões de euros, respetivamente, o que poderá torná-los em novos polos de oportunidades. Neste sentido, as marcas deverão atualizar as suas estratégias geográficas para encontrar novas oportunidades de crescimento.”

O auge do bem-estar

Desde finais da década de 2000, os cuidados pessoais começaram a tornar-se uma prioridade para os consumidores que, cada vez mais, procuram produtos que cumpram com as suas expetativas estéticas, de saúde e bem-estar.

Desta forma, segundo o inquérito feito aos consumidores de produtos de beleza, a maioria dos compradores dos Estados Unidos, China e Europa afirmaram que planeiam aumentar os gastos em produtos e serviços de bem-estar no próximo ano. "O mercado da beleza está numa trajetória ascendente em todas as categorias e provou ser resiliente perante crises económicas globais e um ambiente macroeconómico turbulento", afirma Ana Paula Guimarães.

Além disso, prevê-se que a indústria mundial de bem-estar, atualmente valorizada em 1,5 biliões de dólares, cresça até 10%, até 2027, o que irá refletir-se num aumento das ofertas de produtos que combinam beleza e bem-estar. O inquérito da McKinsey concluiu que os produtos de bem-estar, cuja popularidade deverá aumentar, incluem: higiene do sono (30% dos inquiridos afirmam utilizar regularmente produtos e serviços que melhoram o sono), bem-estar sexual (cerca de 20% dos consumidores utilizam, atualmente, produtos desta categoria) e suplementos (que vão desde vitaminas e adaptógenos, a snacks e bebidas com benefícios para a saúde e a beleza).

Mudanças no comportamento do consumidor

Relativamente às preferências dos consumidores, 40% afirmam que são fiéis às marcas que conhecem e em que confiam, enquanto uma grande maioria (69%) afirma que gosta de experimentar novos produtos, pelo menos de seis em seis meses. O inquérito também aborda os hábitos de compra, com os consumidores a indicarem as lojas físicas como o seu método de aquisição preferido (45%), seguido do online (40%).

A sustentabilidade é outro tema analisado no estudo. "Tal como na categoria de moda, os consumidores de produtos de beleza estão a valorizar cada vez mais a sustentabilidade, tanto na criação como na produção, e procuram produtos com ingredientes amigos do ambiente, fórmulas 100% naturais e cruelty free", afirma Ignacio Marcos, sócio sénior da McKinsey e líder de sustentabilidade no consumo. "Há uma mudança fundamental na forma como os consumidores percecionam o mercado da beleza, com um foco mais amplo no impacto interno e externo dos produtos que compram", acrescenta.

Em resumo, os cincos temas que marcam as quatro categorias de beleza na reformulação da indústria:

Novo mapa de crescimento: A China e os Estados Unidos continuam a ser mercados importantes para a beleza, mas outros também devem, agora, passar a fazer parte das estratégias de crescimento das marcas e retalhistas.

A Índia e o Médio Oriente estão a emergir como mercados-chave de crescimento, perante a perspetiva de que as vendas a retalho aumentem para 21 mil milhões de dólares na Índia e 47 mil milhões de dólares no Médio Oriente, e em África, até 2027.

O despertar do bem-estar: Os consumidores estão a transformar a sua perceção de beleza que evolui da estética pura e abarca o bem-estar holístico, criando oportunidades em subcategorias como o sono, bem-estar sexual e suplementos de beleza e nutricosmética.

Estima-se que a indústria mundial de bem-estar, atualmente valorizada em 1,5 biliões de dólares, expanda as vendas a retalho a uma taxa de crescimento anual de 10 %, entre 2022 e 2027.

Descodificar a Geração Z: As marcas devem adaptar as carteiras de produtos, o mix de canais e as estratégias de marketing para se conectarem com a geração mais jovem de consumidores, que dão prioridade ao valor e à eficácia na seleção de produtos de beleza.

A Geração Z é mais fiel do que muitas marcas poderão pensar. Mesmo quando querem experimentar novos produtos, quase 60% estão dispostos a continuar a comprar as suas marcas favoritas.

O imperativo da escala: Para as marcas mais jovens, o crescimento está a tornar-se cada vez mais difícil, face a um mercado muito saturado, e irá exigir um foco na expansão geográfica e na diversificação de canais.

De um grupo de 46 marcas com vendas a retalho globais entre 50 e 200 milhões de dólares, em 2017, apenas quatro ultrapassaram os 400 milhões de dólares cinco anos depois.

Fusões e aquisições recalibradas: A curto prazo, a atividade de fusões e aquisições no setor da beleza poderá não originar tantos negócios de grande dimensão como no passado, mas as transações manter-se-ão em alta.

As margens médias de EBITDA das marcas de beleza são de cerca de 15-25%, o que as torna atrativas para os retalhistas.

CFO quer avançar mais na agenda da sustentabilidade
Anna Graham é a nova Chief Financial Officer da AstraZeneca Portugal, companhia que tem na Investigação e Desenvolvimento (I...

Licenciada em Economia e contabilista qualificada (CIMA), Anna Graham, cidadã Britânica nascida na Polónia, juntou-se à AstraZeneca em 2006, tendo passado por diversas funções ligadas à área financeira, nomeadamente, enquanto Diretora de Financial Controls & Compliance Group, onde trabalhou com operações internacionais no Japão, Asia Operations, Global HR e Science Units, e mais recentemente enquanto Finance Business Partner na equipa Internacional, onde liderou o planeamento financeiro e relatórios.

Para este novo desafio, a nova CFO da AstraZeneca Portugal pretende “garantir uma forte abordagem centrada no doente e avançar, ainda mais, na agenda da sustentabilidade, com um impacto positivo na comunidade portuguesa. Estou empenhada no desenvolvimento das pessoas e em garantir que a AstraZeneca Portugal oferece excelentes perspetivas de carreira a longo prazo. Vou garantir que a equipa possa alcançar estes objetivos importantes, apresentando um forte desempenho financeiro e continuando a investir nas áreas certas”. 

 

Saúde capilar
É no verão que os cabelos mais sofrem com a exposição a uma multiplicidade de agressões externas que

Carlos Portinha, Chief Clinical Officer do Grupo Insparya, aponta alguns dos efeitos do sol e do calor no nosso cabelo:

1.      Exposição a raios UVA mais elevados

Atualmente, é reconhecida a importância de aplicar proteção solar na nossa pele para prevenir o envelhecimento cutâneo e possíveis doenças. No entanto, por vezes esquecemo-nos de proteger a cabeça, a zona que é diretamente mais afetada pelos raios solares, provocando queimaduras no couro cabeludo que podem originar feridas e outras doenças de pele. Uma das recomendações de Carlos Portinha, vai no sentido de " proteger a cabeça, especialmente a meio do dia, com um chapéu, um lenço ou um protetor solar para o cabelo".

2.      Desidratação

O aumento das temperaturas provoca uma diminuição da humidade em todo o corpo, mas especialmente no cabelo. Esta falta de humidade contribui para que o cabelo se torne mais fino e mais fraco e, por conseguinte, mais quebradiço. "Por esta razão, devemos cuidar regularmente do cabelo com produtos como máscaras, óleos e champôs especiais para o nutrir, como seja o champô NutriPlus da Insparya que, sendo formulado com aveia, aloé vera e algas marinhas, é um champô muito hidratante", explica o especialista.

3.      Suor

Parte da desidratação que sofremos no verão é causada pela perda de líquidos através da transpiração. A transpiração no couro cabeludo é muito frequente devido ao calor produzido pelo próprio cabelo. Este suor acumulado obstrui os poros e, por conseguinte, dificulta a sua respiração, danificando o couro cabeludo. Por isso, é importante beber muitos líquidos, de preferência água, de modo a evitar um aumento excessivo da temperatura interna.

4.      Abuso na tração

Com temperaturas elevadas, verifica-se a tendência de, mais frequentemente, puxar o cabelo para trás apertando-o e desapertando-o constantemente. Este abuso de rabos-de-cavalo e adereços que podem provocar a queda de cabelo, especialmente nas têmporas, o que é conhecido como alopecia de tração.

Para tentar evitá-lo, é importante reduzir a utilização de penteados agressivos, dispensar as extensões, a laca e reduzir ao mínimo a utilização de alisadores e secadores de cabelo, além de eliminar tratamentos como a coloração do cabelo. É também fundamental desembaraçar o cabelo antes de o pentear para evitar puxões e tentar alternar os penteados.

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Doenças cérebro-cardiovasculares são a primeira causa de incapacidade em Portugal
A Coligação Nação Invisível pela saúde da saúde cérebro-cardiovascular dos portugueses resulta de uma colaboração entre a...

As DCCV são a principal causa de morte evitável no nosso país, bem como a primeira causa de incapacidade. O número de vidas já perdidas ganha ainda maior impacto quando as mais recentes estatísticas são perspetivadas: 68% da população tem dois ou mais fatores de risco de DCCV, e 22% quatro ou mais. A título de exemplo, 2 em cada 3 mortes por estas doenças são devidas a doença cardiovascular arteriosclerótica (DCVA) não controlada: 25 mil pessoas por ano. Um estudo recente comprova que os doentes em risco cérebro-cardiovascular elevado e muito elevado não conseguem baixar o seu colesterol ‘mau’ LDL para os valores preconizados nas recomendações clínicas. Apenas um exemplo da oportunidade perdida de uma maior aposta na prevenção e controlo dos fatores de risco associados à DCCV.

A Coligação “Nação Invisível” nasce da preocupação com a falta de medidas adequadas e de ações concretas por parte das autoridades de saúde para reduzir, de forma eficaz, o impacto negativo que estas doenças têm na sociedade portuguesa nas esferas da saúde social e económica. As organizações que atuam na área das doenças cérebro-cardiovasculares concordam em unir esforços e trabalhar em conjunto para alterar o atual cenário das DCCV em Portugal. O objetivo principal será trabalhar para desencadear uma mudança de comportamento na sociedade, junto da comunidade de doentes e dos decisores, de forma que a saúde cérebro-cardiovascular seja uma prioridade. Criar uma estratégia de abordagens integradas que fomentem a literacia dos portugueses sobre os fatores de risco para as DCCV, assim como mobilizar os stakeholders para definir metas concretas partilhadas por todos os capazes contribuir para a implementação de medidas públicas que permitam reduzir o impacto destas doenças no futuro.

“Atuar nas DCCV exige uma mobilização do cidadão a nível individual para que esteja mais consciente dos fatores de risco e possa gerir melhor a sua saúde, mas também ao nível dos nossos decisores que precisam não só de colocar mais recursos na prevenção como também estabelecer prioridades mais claras e que sejam mobilizadoras de todos os setores da sociedade que podem contribuir para que as DCCV deixem de ser um flagelo para as famílias portuguesas”, refere Luís Filipe Pereira, presidente da Associação de Apoio aos Doentes com Insuficiência Cardíaca.

“Muito além dos números das DCCV preocupam-nos o contexto e o seu impacto, numa sociedade que enfrenta hoje as consequências de que é inevitável viver e morrer de DCCV. Não podemos aceitar como inevitável o fardo que a sociedade suporta e que, no contexto do envelhecimento que caracteriza o nosso país, sofre consequências que extravasam a saúde e se tornam avassaladoras. Ao longo dos anos temos trabalhado com a sociedade civil para a consciencialização da importância de um estilo de vida saudável e do controlo dos fatores de risco e para a necessidade de uma atuação a nível individual e coletivo. É com entusiasmo que o continuaremos a fazer de uma forma integrada através da Coligação Nação Invisível”, comenta Manuel Carrageta, Presidente da Fundação Portuguesa de Cardiologia.

“Como representantes dos sobreviventes de AVC, conhecemos de perto as consequências na pessoa, na família e na sociedade da falta de prevenção, de uma atuação precoce e da reabilitação e do acompanhamento adequado das pessoas que sofrem as DCCV. Precisamos não só de valorizar mais a prevenção, como também olhar para as necessidades dos doentes, apostando num Programa de Reabilitação Multidisciplinar adequado e acessível a todos. A Coligação abre as portas a todos os atores que queiram contribuir para que o nosso país não seja aceite como normal ver desaparecer, ou passar a ter uma vida tão desintegrada, tantos dos nossos familiares e amigos por DCCV”, reforça António Conceição, Presidente da Portugal AVC.

Sindicato dos Enfermeiros diz que "enfermeiros não ficarão a aguardar por uma resposta por tempo indeterminado”
O Sindicato dos Enfermeiros – SE estabeleceu o dia 4 de julho como a data-limite para o Ministério da Saúde marcar a retoma da...

Em um ofício conjunto enviado com o Sindicato Independente Profissionais de Enfermagem ao Ministério da Saúde, Pedro Costa recorda que, ao longo dos últimos meses, “o Sindicato dos Enfermeiros – SE sempre esteve do lado da solução e do diálogo”.

“Quando muitos nos pressionavam para avançar para a greve, optámos por continuar a trabalhar e a servir os portugueses, que tanto necessitam do SNS, mantendo sempre a porta aberta ao diálogo com a tutela”, salienta. Mas, sustenta Pedro Costa, “há limites e não podemos continuar indefinidamente a aguardar que o Ministério da Saúde decida quando quer retomar as negociações com os sindicatos dos enfermeiros”.

Em maio passado, recorda Pedro Costa, o Sindicato dos Enfermeiros, o Sindicato Independente Profissionais de Enfermagem e o Sindicato Independente de Todos os Enfermeiros Unidos desafiaram o Ministério da Saúde a retomar a mesa negocial com as estruturas sindicais, com vista à valorização da carreira de enfermagem. O repto foi lançado à margem da II Convenção Internacional dos Enfermeiros, organizado pela Ordem dos Enfermeiros na Figueira da Foz.

“Nesse momento, o Ministro da Saúde comprometeu-se a retomar o diálogo com as estruturas sindicais durante o corrente mês de junho”, o que, reforça o presidente do SE, ainda não aconteceu até ao momento. O líder do Sindicato dos Enfermeiros adianta ainda que, desde esse momento e até agora, “já foram enviados vários ofícios à tutela, mas sem qualquer resposta”.

“Há, entre os enfermeiros portugueses, um crescente sentimento de revolta, uma vez que vemos cada vez mais esfumar-se a oportunidade de valorização da nossa carreira, uma reivindicação que entendemos ser mais que merecida”, assevera Pedro Costa. Sem deixar de acrescentar que os enfermeiros “esperam desde 2017 que seja concluído o primeiro Acordo Coletivo de Trabalho para a classe”.

O Sindicato dos Enfermeiros exorta ainda o Governo a trabalhar de forma antecipada para que, “aquando da elaboração do Orçamento de Estado para 2024, sejam contempladas verbas para a valorização salarial dos níveis remuneratórios dos enfermeiros”. Se tal não suceder de forma antecipada, afiança Pedro Costa, “já sabemos que nada vai ser contemplado e que, na altura de discussão do Orçamento vão sempre surgir dificuldades de última hora, que vão adiar mais um ano a tomada de decisões”.

Deste modo, as três estruturas sindicais, definiram o dia 4 de julho como a última oportunidade para Manuel Pizarro marcar a primeira reunião. “Se até essa data nada for feito, compreenda o ministro da Saúde que nos sentimos legitimados para decretar uma Greve Geral conjunta, prolongada no tempo, de modo a garantir que os direitos dos enfermeiros são cumpridos e respeitados”.

Dia 29 de junho
Para responder a esta e a outras questões, no dia 29 de junho às 15h, realiza-se o seminário “Prevenção de Úlceras de Pressão e...

A Inteligência Artificial tem influenciado a área da saúde de diversas formas, nomeadamente através da realização de diagnósticos precisos, bem como na monitorização de pacientes. “Neste projeto, procuramos demonstrar através da utilização de Inteligência Artificial num colchão, quais os locais onde o paciente já tem úlceras por pressão e onde poderá vir a desenvolver dado o tempo que passa imobilizado na mesma posição,” refere Paulo Alves, investigador e diretor da Escola de Enfermagem da Universidade Católica Portuguesa no Porto. “Esta tecnologia já é utilizada com muita precisão em pessoas que utilizam cadeiras de rodas, mas era agora preciso dar o passo para o colchão,” acrescenta.

O evento vai permitir explicar os principais resultados obtidos no decorrer do projeto, mas também falar de futuro na utilização da Inteligência Artificial enquanto instrumento estratégico nos cuidados de enfermagem e na gestão e prevenção de úlceras por pressão.

O seminário “Prevenção de Úlceras de Pressão e Tecnologia Digital”, organizado no Instituto de Ciências da Saúde (Porto) da Universidade Católica Portuguesa juntamente com a SensoMatt Lda, terá lugar no próximo dia 29 de junho, a partir das 15h00, em formato híbrido. A sessão tem entrada livre, mediante inscrição prévia.

O SensoMatt é um projeto financiado CENTRO-01-0247-FEDER-070107, desenvolvido pela empresa SesonMatt Lda., com o Instituto Politécnico de Castelo Branco e em parceria com o Instituto de Ciências da Saúde (Porto) da Universidade Católica Portuguesa.

Destinado a farmacêuticos
A União das Associações das Doenças Raras de Portugal (RD-Portugal) e a Ordem dos Farmacêuticos (OF) estabeleceram uma parceria...

O acordo estabelecido pretende aproximar os farmacêuticos das pessoas com doença rara em particular e da RD-Portugal em geral – no sentido de apoiar a sua missão e partilha de conhecimento sobre as doenças raras –, avaliar necessidades formativas dos farmacêuticos relativamente às diferentes patologias e a intervenção profissional necessária no apoio e atendimento adequado dos doentes. 

Outro objetivo da parceria visa ainda idealizar e estruturar ofertas formativas referentes às doenças raras, bem como sobre os vários tipos e a intervenção profissional nas mesmas, de modo a que os farmacêuticos adquiram saberes fundamentais na sua prática laboral. 

Nesse sentido, a RD-Portugal e a OF desenvolveram um questionário cujos resultados vão permitir idealizar e estruturar modelos formativos que contemplem conhecimentos essenciais aos profissionais ao nível da referenciação, tratamento e gestão de várias doenças raras. 

O questionário pode ser preenchido através deste link: https://forms.office.com/Pages/ResponsePage.aspx?id=Flgxz63ib0Og473y3ZL6y2Lb2Deti5JJnfToF87hFMJUQ0MyOURLUVFOUUhVVjBQTEdQRks1WFpOUCQlQCN0PWcu

Esta parceria prevê ademais a divulgação de informações destinadas a farmacêuticos sobre a RD-Portugal, bem como no que concerne à oferta formativa já disponível de âmbito internacional quanto às doenças raras. 

 

Opinião
Num mundo cada vez mais moderno e numa sociedade progressivamente mais assoberbada de tecnologia e e

O que é PHDA?

A PHDA é uma condição neuropsiquiátrica tipicamente caracterizada por inquietação e dificuldade em manter a atenção, embora possa apresentar outros sintomas de natureza mais subtil. Por razões tanto genéticas como ambientais, resulta de alterações do neurodesenvolvimento. É por esse motivo que é uma condição frequentemente associada às crianças. No entanto, a PHDA pode persistir até à idade adulta, afetando significativamente a vida pessoal, académica e profissional das pessoas que a vivenciam.

Enfrentar Estereótipos

Uma vez que a PHDA é frequentemente associada a comportamentos hiperativos e impulsivos, muitas pessoas têm uma visão estereotipada da condição. Acontece que, além destes sintomas, há outras características como a nossa personalidade e a nossa inteligência que influenciam a forma como cada pessoa com PHDA vai aprendendo a lidar com os seus sintomas ao longo da vida. Esquecimentos frequentes, perda de objetos, dificuldade em esperar, instabilidade emocional, dificuldade em relaxar, precipitar respostas nas conversas, dificuldade em gerir o tempo e precisar de listas ou rotinas para garantir a funcionalidade, podem ser sintomas que, consoante uma avaliação clínica completa, podem configurar uma PHDA. No entanto, traços de personalidade de perfecionismo e estratégias adaptativas eficazes podem ser “bengalas” que fazem alguns sintomas da PHDA passar despercebida durante anos. Uma avaliação e uma abordagem clínicas adequadas podem ser fundamentais na prevenção de uma espiral de outras condições de saúde mental associadas, dos mais variados tipos, como sintomas depressivos, de ansiedade, alterações do sono ou até adição a jogos, álcool e drogas. Infelizmente, não é raro que cheguem à consulta pessoas que apresentam perturbações de ansiedade ou perturbações depressivas e que, de base, têm também uma PHDA. Por estes motivos, pode acontecer que só em idade adulta é que a PHDA é diagnosticada.

Derrubar Mitos

Embora não haja uma cura para a PHDA, existem formas eficazes de lidar com os seus sintomas, quer psicoterapêuticas quer farmacológicas. No entanto, infelizmente, a PHDA é ainda mal compreendida, muitas vezes subdiagnosticada e rodeada de estigma. Algumas pessoas acreditam erradamente que é apenas uma desculpa para comportamentos indisciplinados, desviantes, para a desarrumação, preguiça ou que não existe na idade adulta. Já outras pessoas acreditam que é uma forma de “medicalizar” comportamentos. No entanto, sabemos que esta doença tem bases biológicas claras, em relação a neurotransmissores, áreas cerebrais e genes envolvidos, sendo inclusive uma doença com uma predisposição hereditária. É fundamental desmistificar esses preconceitos e promover a empatia e a inclusão daqueles que têm PHDA. Além disso, o apoio emocional e a compreensão por parte da família e dos amigos, assim como a promoção da literacia sobre esta condição são essenciais.

A Importância da Sensibilização

Para criar uma sociedade mais acolhedora e compreensiva, a sensibilização e a informação desempenham um papel crucial. Felizmente, cada vez mais têm sido criadas iniciativas de sensibilização para a PHDA, incluindo associações e páginas de comunidades nas redes sociais. Também algumas celebridades têm admitido condições de saúde mental. No caso da PHDA, muito recentemente a artista luso-canadiana Nelly Furtado terá admitido o seu diagnóstico já em idade adulta. Iniciativas como estas podem aumentar a literacia da população em saúde e podem ser nucleares na forma como encaramos estas doenças, como compreendemos as pessoas e a estarmos mais atentos a elas.

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
39.º Congresso da Sociedade Europeia de Reprodução Humana e Embriologia (ESHRE)
Uma equipa de investigadores liderada pela Dra. Catarina Godinho*, ginecologista e especialista em medicina da reprodução do...

O objetivo deste estudo, nomeado para prémio na categoria de Ciência Clínica, de melhor poster no Congresso em conjunto com mais quatro estudos, era saber se a gravidez e os resultados maternos e neonatais sofriam alterações, caso fosse adotado um protocolo inovador para a transferência de embriões congelados. Um novo procedimento que tem a vantagem de oferecer maior facilidade de agendamento e menos deslocações das mulheres às clínicas, em substituição do protocolo habitual, de aproveitar o melhor do ciclo natural (endométrio mais fisiológico). 

Os resultados mostraram que a taxa de gravidez não registou diferenças em relação aos ciclos tradicionais de preparação do útero para a transferência de embriões congelados, pelo que o protocolo em estudo se revelou seguro, além de trazer mais flexibilidade e eficiência. 

O melhor protocolo de preparação endometrial para a transferência de embriões ainda é controverso. Uma transferência de ciclo natural pode exigir mais visitas à clínica e oferece menos flexibilidade. Por outro lado, os ciclos artificiais, embora sejam mais flexíveis em termos de programação, têm sido associados a maiores taxas de aborto espontâneo e morbilidade materna. Na estratégia alternativa agora apresentada, e que demonstrou segurança, mesmo em relação às taxas de aborto, a progesterona é iniciada assim que a proliferação do endométrio atinge 7 mm de espessura, independentemente do tamanho do folículo dominante e sem a administração de hormonas. 

Para os resultados obtidos, os investigadores realizaram um estudo de coorte retrospetivo de centro único de ciclos de transferência de embriões congelados realizados entre janeiro de 2020 e junho de 2022 (n = 2158). Apenas transferências de estágio de blastocisto de embrião único foram incluídas. O desfecho principal foi a taxa de gravidez após 22 semanas. Os resultados secundários incluíram o número de visitas à clínica durante a monitorização, os níveis séricos de progesterona no dia da transferência, taxas de nados-vivos e aborto espontâneo e resultados maternos/perinatais. 

Mais investigações são necessárias para tentar também confirmar se a ovulação ainda ocorre apesar da administração de progesterona vaginal. 

De acordo com o neurocientista, Fabiano de Abreu Agrela, o cérebro pode viciar-se em adrenalina
O caso da implosão do submersível no Oceano Atlântico que iria realizar uma expedição até os destroços do Titanic e causou a...

O turismo radical sempre chamou a atenção, seja para escalar montanhas, nadar com tubarões ou realizar saltos de avião, mas com a crescente evolução da tecnologia os limites para a realização desse tipo de atividade expandiu. Com diversas empresas a oferecer viagens a grandes profundidades nos oceanos e a enormes altitudes no espaço uma questão tem surgido: Por quê o ser humano se submete a atividades perigosas?

A ação da adrenalina no cérebro

De acordo com o neurocientista, Fabiano de Abreu Agrela,o cérebro é o órgão mais afetado pelas descargas de adrenalina, o que gera reações em todo o corpo.

“A adrenalina, uma hormona produzida pelas glândulas adrenais e neurónios do Sistema Nervoso Central, desempenha um papel crucial em situações perigosas ou stressantes. O cérebro deteta o perigo e envia um sinal para a amígdala, que, por sua vez, aciona o hipotálamo. O hipotálamo comunica com o corpo através do sistema nervoso simpático, estimulando as glândulas adrenais a libertarem adrenalina na corrente sanguínea”.

“A adrenalina desencadeia diversas reações no corpo, ela quebra moléculas de glicogénio no fígado, fornecendo energia aos músculos, também acelera a respiração, aumenta os batimentos cardíacos, contrai os vasos sanguíneos e estimula a transpiração”, explica Fabiano de Abreu.

O cérebro viciado em adrenalina e os riscos do turismo radical

Em 1974, os psicólogos Donald Dutton e Arthur Aron conduziram uma experiência reveladora sobre como a atribuição errónea da excitação afeta os nossos sentimentos de atração. 

Homens que visitavam um parque em Vancouver foram entrevistados por uma mulher atraente, metade atravessou uma ponte suspensa, enquanto a outra metade passou por uma ponte sólida. 

Após visualizarem uma foto e imaginarem uma história por trás dela, a mulher forneceu seu número de telefone aos participantes. Surpreendentemente, a maioria dos homens que ligaram para essa mulher atravessaram a ponte suspensa, confundindo a excitação com atração. Quando a experiência foi repetida com um entrevistador masculino, poucos ligaram. 

Essa confusão ocorreu devido ao aumento dos batimentos cardíacos e da respiração acelerada na ponte suspensa, que foi interpretado erroneamente como atração, por ambos os sentimentos, medo e paixão, se relacionarem ao Sistema Nervoso Simpático, relacionado com o instinto de lutar ou fugir, gerando reações semelhantes, o que pode confundir as sensações.

“A exposição à adrenalina pode ser viciante pois quando ela ocorre em ambientes controlados, como parques de diversões ou desportos radicais, onde, teoricamente, os riscos de morte são mínimos, mas não a sensação de exposição a ela, o que faz com que o cérebro gere sensações que podem ser confundidas com prazer e paixão, o que pode gerar a necessidade de continuar a se expor a essas situações, muitas vezes ignorando os riscos incluídos nela”, explica Fabiano de Abreu Agrela.

Revela investigação da Mayo Clinic
A obesidade e os problemas cardiometabólicos que lhe estão associados são um grave problema de saúde a nível mundial. De acordo...

A obesidade está associada a um risco acrescido de doenças cardiovasculares, como o acidente vascular cerebral, a insuficiência cardíaca e o enfarte do miocárdio. Felizmente, a obesidade é uma doença multifatorial resultante da desregulação do equilíbrio energético e é frequentemente um fator de risco modificável para as doenças cardiovasculares.

"O peso corporal é regulado por várias interações complicadas entre hereditariedade e fatores ambientais", afirma Lizeth Cifuentes, investigadora de gastroenterologia na Mayo Clinic. "Estima-se que a hereditariedade da obesidade varie entre 40-70%, mas apenas 10% dos casos de obesidade mórbida de início precoce se devem a variantes genéticas.

Estas variantes devem-se principalmente a mutações recessivas nos genes da via da leptina-melanocortina, uma via essencial para regular a ingestão de alimentos e o peso corporal. Estas variantes genéticas são mais comuns em cerca de 6% das crianças e 2,5% dos adultos com obesidade mórbida de início precoce.

Cifuentes e os colegas do Programa de Medicina de Precisão da Mayo Clinic Obesity quiseram estudar as diferenças nas doenças cardiovasculares e nos fatores de doença em doentes com antecedentes de obesidade mórbida, com ou sem variantes genéticas nessa via. "Compreender o efeito destas variantes na saúde cardiovascular ajudaria os médicos a abordar fatores de risco modificáveis nos seus doentes com obesidade mórbida", explica.

Para tal, realizaram um estudo transversal com participantes do Mayo Clinic Biobank com antecedentes de obesidade mórbida, definida como um índice de massa corporal igual ou superior a 40, ou que tinham sido submetidos a cirurgia bariátrica, e efetuaram a genotipagem na via da leptina-melanocortina hipotalâmica. O Mayo Clinic Biobank consiste numa coleção de amostras médicas (incluindo sangue e derivados do sangue) e de informações sobre a saúde doadas por pacientes da Mayo Clinic e utilizadas na investigação em curso no domínio da saúde.

No total, foram identificados 168 portadores da variante do gene MC4R, e a equipa de investigação da Mayo descobriu que os portadores apresentavam um risco mais elevado de hipertensão e relatavam mais fatores de risco cardiovascular em comparação com os 2039 não portadores. "Ajustar a idade, o sexo e o índice de massa corporal, que podem influenciar o risco cardiovascular, não afetou as nossas conclusões de que os portadores apresentavam uma maior prevalência de hipertensão", refere Andres Acosta, investigador principal do laboratório Precision Obesity Medicine.

Os portadores da variante MC4R não registaram um aumento da incidência de doenças cardiovasculares ou morte, de acordo com os resultados publicados num artigo na revista médica Mayo Clinic Proceedings. "A nossa expetativa era uma maior prevalência de hipertensão, uma vez que o aumento excessivo de peso prediz o desenvolvimento da doença", explica o Dr. Acosta, autor principal do estudo.

Cifuentes, diz que os investigadores ficaram surpreendidos por não haver uma associação consistente com as doenças cardiovasculares. "Dada a complexidade das vias causais das doenças cardiovasculares, é possível que haja simplesmente uma quantidade significativa de dados de confusão não medidos nas nossas análises", afirma.

A importância do estudo para os clínicos é reconhecer que os pacientes com obesidade que são submetidos a genotipagem e têm variantes heterozigóticas na via da leptina-melanocortina podem não estar protegidos da hipertensão, como se pensava anteriormente. "Estes doentes podem necessitar de uma atenção mais rigorosa aos fatores de risco modificáveis da hipertensão, incluindo tratamentos anti obesidade individualizados e eficazes", afirma Cifuentes.

As pessoas com as variantes genéticas podem ter tido obesidade desde a infância, mas a duração não foi documentada na coorte estudada pelos investigadores da Mayo, e são necessários mais estudos para determinar o risco a longo prazo de obesidade e doenças cardiovasculares em pessoas com variantes genéticas.

Entre as limitações do estudo está o facto de a raça autodeclarada dos participantes na coorte do Mayo Clinic Biobank ser 90% branca, o que significa que a generalização dos resultados a outras populações pode ser limitada.

O trabalho de Acosta é financiado pelo National Institutes of Health, pelo Mayo Clinic Biobank e pela empresa farmacêutica Rhythm Pharmaceuticals para estudos de genotipagem. Os autores declararam não haver conflitos de interesses. O Mayo Clinic Biobank é financiado pelo Mayo Clinic Center for Individualised Medicine.

Projeto “VV4MC"
Um consórcio da Universidade de Coimbra (UC) vai apresentar já na próxima sexta-feira, 30 de junho, pelas 18h30, o projeto ...

«O projeto VV4C visa a otimização, por via numérica e com validação experimental, de novos protótipos, partindo do protótipo desenvolvido no projeto Mask4MC do mesmo consórcio. Nesta nova versão, exploram-se novos designs e materiais que permitam, entre outros aspetos, melhor vedação aerodinâmica e maior conforto durante a utilização, tendo como foco proporcionar uma proteção segura e eficaz aos profissionais de saúde», explica José Costa, docente do Departamento de Engenharia Mecânica (DEM) da Faculdade de Ciências e Tecnologia da UC e responsável pelo projeto.

Neste seminário, destinado essencialmente a divulgar os resultados do projeto, serão também abordados temos como “Transmissão por aerossóis de agentes biológicos” e “Qualidade do ar e legislação nas clínicas de Medicina Dentária”. Será ainda apresentado sucintamente o desenvolvimento do projeto e a descrição detalhada do protótipo deste equipamento de proteção individual (EPI) inovador, destacando o seu desempenho em termos de eficiência de proteção e das características acústicas. Para finalizar, haverá uma simulação e experimentação do protótipo da viseira com vedação aerodinâmica.

Do consórcio fazem parte a FMUC, a Associação para o Desenvolvimento da Aerodinâmica Industrial (ADAI) da FCTUC e SETSA - Sociedade de Engenharia e Transformação S.A.

Para participar basta inscrever-se aqui e, para mais informações, pode aceder à página do projeto.

 

Entrevista | Presidente da Sociedade Espanhola de Ortodontia
A inclusão da Inteligência Artificial e da Tecnologia 3D está a revolucionar o setor dentário.

Realizada de 7 a 10 de junho em Bilbau, que balanço faz da reunião anual da SEDO, deste ano, centrada na ortodontia e no tratamento interdisciplinar do paciente adulto? Quantos oradores e quantos especialistas participaram no evento?

O programa em Bilbao foi um dos mais completos e poderosos que tivemos até agora, conseguimos reunir os melhores ortodontistas de dentro e fora de Espanha. Nesta ocasião, recebemos mais de um milhar de profissionais de medicina dentária. Alguns dos principais oradores nacionais e internacionais com que pudemos contar são: Björn Ludwig, Dan Grauer, Ute Schneider, Lorenz Moser, Itamar Friedlander, Renato Cocconi, Arturo Vela, Eduardo Espinar, Domingo Martín, Miguel Hirschhaut, Alicia Megía, Iratxe Díaz, Elvira Antolín, Manuel Román e Ion Zabalegui, entre muitos outros.

Em que consiste este conceito de tratamento interdisciplinar associado à ortodontia?

O congresso deste ano centrou-se nos tratamentos multidisciplinares, em tudo aquilo que vai ser o dia a dia de uma clínica de ortodontia, dando o salto para a tecnologia 3D e para a inteligência artificial. Estes últimos conceitos estão intimamente relacionados com o processo de digitalização e já fazem parte do presente de uma clínica, não do seu futuro. Todos estes conceitos devem ser integrados num tratamento interdisciplinar.

Quais foram os principais temas abordados no Congresso? Quais foram as principais inovações apresentadas?

Alguns dos temas que abordámos nesta edição foram: casos interdisciplinares complexos de alinhadores, inovações digitais que vão transformar o tratamento com alinhadores, aplicação da tecnologia 3D, tratamentos cirúrgicos ou a evolução nos últimos anos das diferentes áreas da ortodontia.

Como é que a tecnologia, com a inclusão da Inteligência Artificial, pode ser uma vantagem nos tratamentos ortodônticos?

A inteligência artificial está a abrir um novo mundo de possibilidades no sector dentário e, especificamente, na ortodontia. Um exemplo disso é que, na nossa clínica MAEX em Santiago, lançámos um programa piloto baseado na inteligência artificial e na tecnologia digital que permite o acompanhamento virtual dos tratamentos ortodônticos e deteta até 130 observações ou incidentes clínicos.

O sistema, desenvolvido pela DentalMonitoring, permite ao paciente obter imagens intraorais a partir de qualquer lugar e enviá-las ao dentista através da aplicação do paciente.  Posteriormente, as imagens são processadas pelo seu sistema, graças à IA, qualquer incidente é detetado e são gerados dois relatórios: um para o paciente, com recomendações e instruções sobre o tratamento; e outro para o dentista, com indicadores que especificam a evolução do tratamento do paciente sem a necessidade de se deslocar à clínica. Isto facilita a comunicação entre o paciente e o profissional e evita visitas desnecessárias.

Neste sentido, o que podemos esperar do futuro neste domínio?

Cada vez mais profissionais do nosso sector estão a incorporar as novas tecnologias baseadas na Inteligência Artificial nas suas clínicas, porque estas se revelam ferramentas que permitem aos profissionais abordar as várias necessidades de tratamento de forma precisa e eficaz.

Como já referi, outro dos avanços mais notáveis é a utilização da tecnologia 3D. No passado, utilizava-se pasta de alginato para obter um registo para trabalhar. Hoje é possível obter a imagem com um scanner intraoral, armazená-la num formato STL na nuvem, imprimi-la numa impressora 3D e até gerar um tratamento ou um aparelho com software.

Uma das empresas pioneiras na utilização do STL é a DentalMonitoring, que apresenta o Smart STL. Esta tecnologia oferece múltiplos benefícios para os pacientes que se refletiram na sua prática, ajudando principalmente a tornar os tratamentos mais rápidos, mais simples e mais eficientes.

Em geral, quais são os principais desafios associados ao sector da ortodontia?

Um dos principais desafios que temos no nosso sector é o controlo dos alinhadores; muitas empresas tentam vendê-los diretamente ao paciente de forma indiscriminada. Na SEDO defendemos que é fundamental que qualquer tratamento seja planeado e controlado por um profissional qualificado.

Quais são os principais problemas ortodônticos que levam à consulta? Acha que a população em geral está mais consciente destes problemas e mais preocupada com o impacto do seu sorriso?

Alguns dos casos mais comuns que encontramos em crianças são problemas transversais do maxilar, ou seja, casos em que o palato é estreito e fazemos expansões do maxilar (é muito comum ver isto em crianças com 5-6-7 anos).

Nos adultos, recebemos normalmente pacientes que querem melhorar a estética do seu sorriso, que têm sobrelotação. Graças a esta melhoria no alinhamento, terão uma escovagem mais eficiente e, consequentemente, uma melhoria na sua condição periodontal.

Para os ortodontistas, um dos principais objetivos é melhorar o ajuste dos dentes. Cada vez mais pacientes chegam aos nossos consultórios dizendo que têm dores na articulação temporomandibular, que muitas vezes requerem tratamentos multidisciplinares, e estamos mesmo a detetar que cada vez mais pacientes nos chegam referenciados por pneumologistas ou otorrinolaringologistas com problemas respiratórios ou apneia do sono, que agora resolvemos através de tratamentos ortodônticos combinados com cirurgia ortognática para melhorar as vias respiratórias.

Os alinhadores invisíveis são atualmente muito procurados. Mas será que são a solução para todos os casos?

O aparecimento dos alinhadores está a fazer com que cada vez mais pacientes nos peçam este tipo de tratamento devido às vantagens que oferecem. Mas, como já referi, os alinhadores são um tratamento ortodôntico e, como tal, devem ser diagnosticados, prescritos e supervisionados por um profissional qualificado e com formação na área.

Cada caso deve ser estudado individualmente para oferecer a solução mais eficaz de acordo com os problemas apresentados pelo paciente. Nalguns casos, tratar-se-á de ortodontia invisível, de aparelhos, etc.

Que conselhos gostaria de dar a quem quer ter um sorriso mais bonito?

A prevenção e a higiene são a chave para um sorriso bonito. Deve visitar o dentista pelo menos duas vezes por ano para fazer check-ups e/ou limpezas. É importante ir ao dentista assim que for detetado desconforto, sensibilidade, sangue nas gengivas, etc.

É também essencial manter uma boa higiene dentária em casa e evitar o consumo excessivo de certos alimentos ou bebidas que podem danificar os nossos dentes, tais como café, chá, alimentos ácidos, etc.

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Centro de Biotecnologia e Química Fina e Grupo Celeste desenvolvem
A 29 de junho vão ser apresentados os resultados do projeto de investigação “NutriSafeLab: Desenvolvimento de soluções...

Segundo a atual evidência científica que demonstra uma associação entre a ingestão de gordura saturada, sal e açúcar, com a prevalência de doenças crónicas não transmissíveis, são várias as recomendações e estratégias que têm sido pedidas por autoridades de saúde internacionais, no sentido de regular a quantidade destes ingredientes nos produtos de panificação e pastelaria. Neste sentido, há uma procura crescente de formulações com redução de aditivos e substituição de aditivos sintéticos por naturais (conceito “Clean Label”), havendo assim o espaço e a necessidade para criar novas formulações de elevado valor nutricional, que possam criar produtos mais saudáveis, com enquadramento nas principais estratégias do Plano Nacional Para uma Alimentação Saudável, indo também ao encontro das expectativas dos consumidores. Para responder a estes desafios, o Grupo Celeste, bem posicionado a nível nacional no sector de panificação, integrou em consórcio o Centro de Biotecnologia e Química Fina da Escola Superior de Biotecnologia da Universidade Católica Portuguesa, com uma longa e consolidada experiência de investigação nestes desafios da alimentação, nomeadamente, segurança, sustentabilidade e saúde.

“O nosso desafio enquanto investigadores era melhorar o perfil nutricional e funcional dos produtos de pastelaria e de panificação, com redução de gordura e onde conservantes, aromas e corantes sintéticos fossem substituídos por alternativas naturais,” esclarece Manuela Pintado, investigadora principal do projeto e diretora do Centro de Biotecnologia e Química Fina da Escola Superior de Biotecnologia da Universidade Católica Portuguesa. “Estes conceitos foram aplicados e demonstrados em dois casos de estudo de elevado consumo e impacto na empresa e no consumidor, nomeadamente, na massa de brioche e na massa folhada,” acrescenta. Ana Martins, diretora industrial do Grupo Celeste, refere “em linha com os resultados deste projeto estamos a lançar produtos saudáveis ‘Healthyfat’ e ‘Nutrihealthy’ e uma linha de produtos ‘Clean Label’”.

Numa tarde onde o grande tema serão os resultados do NutriSafeLab, vão estar em debate questões associadas aos desafios de uma alimentação saudável e às tendências do consumidor na área da panificação e de pastelaria. Haverá também espaço para uma mesa redonda com a presença de Ana Machado Silva (gestora de projetos da SONAE MC), Ana Martins (diretora industrial do Grupo Celeste) e Manuela Pintado (investigadora principal do projeto e diretora do Centro de Biotecnologia e Química Fina da Escola Superior de Biotecnologia da Universidade Católica Portuguesa).

NutriSafeLab é um projeto financiado pelo COMPETE 2020, no âmbito do Sistema de Incentivos à I&DT empresarial na vertente de co-promoção, que teve a duração de 30 meses.

Inquérito internacional revela no dia Dia Mundial do Microbioma
De acordo com um inquérito que envolveu sete países, o primeiro do Observatório Internacional das Microbiotas, os portugueses...

O inquérito, que assinala hoje o Dia Mundial do Microbioma, abrangeu sete países (França, Espanha, Portugal, Estados Unidos, Brasil, México e China), com uma amostra de 6500 pessoas. O objetivo foi avaliar o conhecimento sobre o papel da microbiota na saúde, não só por parte da população, como dos profissionais de saúde. 

A microbiota é constituída por milhares de milhões de microrganismos (bactérias, vírus, fungos, etc.) que vivem em simbiose no nosso corpo. Temos não só uma microbiota (flora) intestinal, mas também uma microbiota na pele, na boca, nos pulmões, no trato urinário e vaginal, etc. No entanto, a maioria dos inquiridos não sabe que algumas doenças não digestivas, como Parkinson, Alzheimer e autismo, podem estar relacionadas com a microbiota (75%).

Um baixo nível de conhecimento sobre o papel da microbiota na saúde

Apenas 1 em cada 5 pessoas afirma saber o significado exato do termo microbiota (21%). A microbiota intestinal continua a ser a mais conhecida, com 53% dos inquiridos familiarizados com o termo, mas apenas 24% afirmam saber exatamente o que é. Outras microbiotas são muito menos conhecidas, como a microbiota vaginal (45% dos entrevistados conhecem o termo, mas apenas 18% sabem exatamente o que é), a microbiota oral (43% conhecem-na pelo nome, mas não mais de 17% sabem o que é) e a microbiota da pele (40% conhecem o termo, mas apenas 15% sabem o que é). 

Três em cada quatro entrevistados estão conscientes de que um risco de desequilíbrio da microbiota pode ter consequências importantes para a saúde (75%). 74% dos entrevistados sabem que a alimentação tem consequências importantes no equilíbrio da nossa microbiota e 72% sabem que a microbiota desempenha um papel real nos mecanismos imunitários de defesa. 

Porém, mais de uma em cada três pessoas não sabe que os antibióticos têm um impacto sobre a nossa microbiota (34%). A grande maioria dos inquiridos não sabe que certas doenças não digestivas, como Parkinson, Alzheimer e autismo, podem estar ligadas à microbiota (75%). 

Uma consciência tímida dos comportamentos "corretos" a adotar para cuidar da microbiota 

Os portugueses estão conscientes da necessidade de adotar uma alimentação equilibrada (84%), de praticar exercício físico (76%) e de evitar fumar (72%) para se manterem com boa saúde e, por dedução, de que estes comportamentos têm um impacto favorável na microbiota. 

No entanto, quando se trata de comportamentos mais específicos, o nível de conhecimentos cai: apenas 1 em cada 3 pessoas sabe que é melhor não se lavar mais de duas vezes por dia para preservar a microbiota da pele (35%). Menos de 1 em cada 2 mulheres sabe que deve evitar o duche vaginal porque é prejudicial para a microbiota da região íntima feminina (42%). 

Mais de 1 em cada 2 pessoas afirma ter adotado comportamentos na sua vida quotidiana para manter o equilíbrio da microbiota (57%). 

É preciso reconhecer esta nova consciencialização, embora deva também ser relativizada. Inicialmente porque apenas 1 pessoa em 7 diz fazer “muito” (15%), as outras dizem, na sua maioria, fazer apenas “um pouco” (42%). Em seguida, porque 43% das pessoas interrogadas dizem não ter adotado nenhum comportamento específico. Os resultados do Observatório Internacional das Microbiotas mostram que ainda existe muito a fazer neste campo. 

A microbiota explicada pelos profissionais de saúde: a chave para adotar um bom comportamento 

Menos de 1 em cada 2 pacientes afirma que o seu médico já lhe explicou como manter uma microbiota equilibrada (44%, mas apenas a 19% isso já foi explicado mais do que uma vez). Apenas uma minoria dos entrevistados declarou ter sido sensibilizado pelo seu médico sobre a importância de ter uma microbiota bem equilibrada (42%). Apenas 1 em cada 3 pessoas afirma que o seu médico já lhes ensinou o que é a microbiota e para que serve (37%).

A informação fornecida pelos médicos aquando da prescrição de antibióticos ilustra claramente até que ponto essa informação ainda é insuficiente. Menos de 1 em cada 2 pacientes afirma ter sido informado pelo seu médico sobre os riscos de possíveis problemas digestivos associados à utilização de antibióticos (41%). Apenas 1 em cada 3 doentes afirma ter recebido conselhos do profissional de saúde sobre a forma de minimizar o impacto negativo da toma de antibióticos na microbiota (34%), ou ter sido informado de que a toma de antibióticos poderia ter um impacto negativo no equilíbrio da microbiota (33%). 

Entretanto, quando um doente recebe repetidamente todas as informações sobre o assunto, a sua relação com a microbiota altera-se significativamente. Mais de 9 em cada 10 pessoas (95%) que receberam repetidamente todas as informações do seu profissional de saúde adotaram posteriormente um comportamento visando manter uma microbiota equilibrada, em comparação com 57% do conjunto das pessoas interrogadas. 

Idosos mal informados num momento em que estão mais vulneráveis

Apesar de se encontrarem numa idade em que muitos deles enfrentarão problemas de saúde crescentes relacionados com o envelhecimento, os idosos (pessoas com 60 anos ou mais) são os que menos sabem sobre a microbiota intestinal (20%, menos 4 pontos do que o valor global).

São também os que menos adotaram comportamentos para manter a microbiota equilibrada (apenas 50% contra 57% no total). 

Mais uma vez, dada esta discrepância, os médicos têm um papel essencial para encorajar os idosos a mudarem o seu comportamento. No entanto, não falam muito sobre estas questões. Apenas 1 em cada 3 idosos já pediu ao seu médico que lhes explicasse como manter o equilíbrio da microbiota (32%, em comparação com 58% dos jovens entre os 25 e 34 anos). 1 em cada 4 idosos afirma já ter recebido explicações sobre o que é a microbiota (26%, em comparação com 50% das pessoas entre os 25 e 34 anos). Há uma necessidade urgente de alterar esta situação. 

Os portugueses possuem conhecimentos relativamente bons sobre o papel das microbiotas, mas sabem pouco sobre os probióticos; a maioria ainda faz pouco para garantir o equilíbrio da flora intestinal. 

Os portugueses estão mais familiarizados com o termo “flora” do que com o termo “microbiota”. Na verdade, eles fazem parte daqueles que sabem menos sobre o significado preciso do termo “microbiota” (17% contra 21% no total) e foram aqueles que menos ouviram falar da “microbiota intestinal” juntamente com os americanos (45% contra 53% no total). Em contrapartida, eles têm um melhor conhecimento dos termos “flora intestinal” (69% sabem precisamente o que é contra 53% no total) e de “flora vaginal” (58% contra 40% no total) que são, aliás, verdadeiramente conhecidos.

Os portugueses fazem parte daqueles que têm os melhores conhecimentos sobre o papel das microbiota

A grande maioria sabe que o desequilíbrio das microbiotas pode ter, em certos casos, importantes consequências sobre a saúde (85% contra 75% no total), que a nossa alimentação tem consequências importantes sobre o equilíbrio da nossa microbiota (83% contra 74% no total), que desempenha um papel importante nos mecanismos imunitários de defesa (76% contra 72% no total) ou ainda que a toma de antibióticos tem impacto nas microbiotas (72% contra 66% no total).

Mas sabem pouco sobre os probióticos e prebióticos

Conhecem-nos mal, apenas 37% sabem exatamente o que são probióticos (em comparação com 43% no total e menos de 1 português em cada 6 (17%) declara saber o que são realmente probióticos (contra 27% no total). 

Se a maioria dos portugueses declara ter adotado comportamentos para preservar o equilíbrio das suas microbiotas (58%), a maioria faz apenas “um pouco” (45% contra apenas 13% que dizem “muito”). Assim, eles fazem parte daqueles que conhecem mais sobre a importância de ter uma alimentação equilibrada (89%) e uma atividade física (81%). Entretanto, eles estão entre os menos sensibilizados para a importância de consumir probióticos (51% contra 62% no total) e prebióticos (36 contra 51% no total). 

Ao mesmo tempo, os portugueses fazem partes daqueles que partilham menos com os seus profissionais de saúde sobre este assunto. Apenas 32% declaram já terem visto prescrição de probióticos ou prebióticos (contra 46% no total). Apenas uma minoria entre eles considera que lhes explicaram os bons comportamentos a adotar (35% contra 44% no total). Enfim, apenas 1 em cada 4 portugueses já recebeu explicação de para que servem as microbiotas (26% contra 37% no total). Apenas 22% já foram aconselhados a testar as suas microbiotas (contra 30% no total). 

Em Portugal, a educação dos pacientes é hoje um desafio essencial para lhes ensinar não apenas o papel da microbiota, mas também os comportamentos a ter para as preservar da melhor forma possível. Esta educação deve passar, em parte, pelos profissionais de saúde. 

Para Murielle Escalmel, Diretora do Biocodex Microbiota Institute, “este observatório, o primeiro do seu género, fornece-nos ricos ensinamentos sobre o conhecimento, os comportamentos e as expectativas das populações mundiais em relação às microbiotas humanas. É preciso também salientar o papel fundamental dos profissionais de saúde na sensibilização para aos bons comportamentos de forma a cuidar bem das microbiotas. O inquérito mostra que, a partir do momento em que os pacientes recebem informações dos seus profissionais de saúde, a sua microbiota muda. Melhor ainda, é desencadeado um comportamento virtuoso. Por conseguinte, é necessário dar mais apoio aos profissionais de saúde para garantir que a microbiota faz parte integrante dos cuidados prestados aos doentes”.

Menos peso, mais saúde
A maioria dos pacientes procura dietas milagrosas, que têm em conta apenas as calorias, deixando de

Uma alimentação equilibrada para uma pessoa que tenha uma atividade física alta é, em geral, constituída por cerca de 50 a 55% de hidratos de carbono, 30% de lípidos e 15 a 25% de proteínas, os minerais e as vitaminas necessários e 1,5 a 3l de água por dia.

Mas nestas proporções temos de fazer duas contabilizações, a quantidade de hidratos de carbono tem de ser adaptada à sociedade em que vivemos, sendo a sua percentagem, na maioria dos casos, menor, do que a prevista inicialmente; temos, também, de ingerir uma quantidade de proteínas que nunca deve ser inferior 1 g/kg/dia (100 g de carne ou peixe têm entre 20 a 23 g de proteínas).

Tão importante como perder peso é, sem dúvida, aprender a comer para o resto da vida, de forma a manter o peso desejado. É importante interiorizar que, fazendo uma alimentação correta, ninguém passa fome nem precisa de fazer um esforço desmesurado. Os resultados tanto ao nível do peso, como em ganhos de saúde, fazem o esforço inicial valer a pena.

Aumentar a atividade de física no nosso dia a dia (como, por exemplo, levantar-se de hora a hora, pelo menos 1 minuto), e, também, um pouco de exercício físico regular, será o complemento necessário, para melhorar a nossa saúde e manter o peso em valores adequados.

Comer deve ser um ato consciente

O desenvolvimento das civilizações está intimamente ligado à forma como os homens se foram alimentando ao longo do tempo. A nossa alimentação é influenciada pelas nossas raízes culturais. Se hoje em dia é possível aceder a qualquer alimento, em qualquer lugar e altura do ano, o mesmo não acontecia antigamente, em que as populações se restringiam ao que conseguiam produzir. Por essa razão, ainda hoje, o tipo de alimentação que era praticado em determinada região influencia a alimentação praticada atualmente nessa mesma região.

Comer pode parecer um ato biologicamente automático, mas está relacionado com influências sociais, culturais e emocionais.

Se é verdade que estas influências vêm de tempos remotos, também é verdade que a obesidade é um problema das sociedades modernas. O ritmo de vida acelerado gerou, entre outras coisas, o fenómeno do fast food, consomem-se cada vez menos produtos frescos, o que, em conjunto com o aumento do sedentarismo, constitui a combinação ideal para o surgimento da obesidade.

Os erros cometidos na alimentação devem-se muitas vezes ao desconhecimento sobre as necessidades reais do organismo. A alimentação deve tornar-se num ato consciente, voluntário e educável.

Conheça os nutrientes: cada um com a sua função

Não existem dietas milagrosas que garantam o peso ideal. Uma boa dieta tem de incluir uma grande variedade de alimentos que garanta os nutrientes necessários para as funções vitais do organismo.

Os nutrientes que garantem estas funções e dividem-se em 7 grupos: hidratos de carbono, lípidos, proteínas, vitaminas, minerais, fibras e água.

Podemos comparar as funções dos nutrientes à construção de uma casa, sendo que os hidratos de carbono são o combustível e a mão de obra, os lípidos são a energia necessária para aquecer a casa, as proteínas e a água são a estrutura da casa e os restantes nutrientes regulam e harmonizam a construção da casa.

O padrão alimentar mediterrâneo

O padrão alimentar típico dos países mediterrâneos encontra-se amplamente estudado, sendo associado a múltiplos benefícios para a saúde, nomeadamente a redução da incidência das doenças cardiovasculares, cancro, Parkinson e Alzheimer.

O padrão alimentar mediterrânico baseia-se em 10 princípios: cozinha simples; elevado consumo de produtos vegetais; consumo de produtos vegetais produzidos localmente e da época; preferência pelo azeite como principal fonte de gordura; moderado consumo de lacticínios; utilização de ervas aromáticas para temperar, em detrimento do sal; consumo frequente de peixe e baixo de carnes vermelhas; consumo baixo de vinho tinto e apenas nas refeições principais (exceção crianças e grávidas); água como principal bebida e convivialidade à volta da mesa.

Infelizmente, esta dieta, que era a base da alimentação em Portugal, tem vindo progressivamente a perder força. Este facto pode estar relacionado com o aumento progressivo da obesidade.

Mitos

Aqui temos alguns exemplos da desinformação.

Se eu optar por pão integral emagreço?

As farinhas e cereais integrais têm praticamente as mesmas calorias que os não integrais ou refinados. Contudo, estes causam maior saciedade, são mais saudáveis, pelo que devem ser mais recomendados.

Posso optar antes pelos sumos de fruta?

O sumo de fruta tem muito menos fibra e mais açúcar disponível. Beber sumos de fruta não é a mesma coisa do que comer a fruta inteira e, principalmente, para quem está num processo de emagrecimento, não é de todo aconselhável.

O azeite engorda?

Todas as gorduras aportam as mesmas 9 Kcal por grama. São, aliás, o nutriente que mais energia fornece ao organismo, estas dividem-se entre saturadas e insaturadas. As saturadas são maioritariamente de origem animal: estão presentes no leite gordo e derivados, nas margarinas, nas carnes de vaca, porco, cabra, nos enchidos e nos óleos de palma e coco. Quando consumidas em excesso, as gorduras saturadas favorecem o aparecimento de doenças cardiovasculares, pelo facto de provocarem um aumento do mau colesterol no sangue. Quanto às gorduras insaturadas elas encontram-se maioritariamente nos alimentos de origem vegetal: no azeite, nos óleos de sementes, nos frutos secos e no peixe. O consumo destas gorduras ajuda a controlar os níveis de colesterol no sangue, e tende a aumentar o colesterol HDL, também conhecido por “colesterol bom”. O azeite é mais cardio-saudável, e deve ser a gordura de eleição.

A carne de porco faz mal?

Durante muito tempo, a carne de porco foi apontada como o “patinho feio” da alimentação, o que sucedeu numa determinada fase também com a sardinha, peixe que hoje é considerado uma boa fonte de gordura saudável. Contudo, a carne de porco faz parte da dieta mediterrânica e, se optar por cortes magros, têm pouca gordura e relativamente poucas calorias. É uma carne rica em proteínas, fósforo, zinco, ferro e vitaminas B1, B3, B6 e B12 que melhoram o sistema imunitário e o desenvolvimento cognitivo.

O leite só deve ser consumido pelas crianças?

O leite é um alimento muito completo pelo que deve ser consumido em todas as idades, numa média de 2 a 4 porções por dia, à exceção das pessoas que tenham intolerância à lactose que devem optar por o tomar sem lactose. Tem proteínas de alta qualidade e é um importante fornecedor de cálcio e vitaminas A e B. Para quem esteja num processo de emagrecimento, pode optar por leite magro que, apesar de ter menos gordura, mantém todas estas boas propriedades. Mas quem for intolerante ou sensível a caseína, proteína do leite, tem mesmo que parar o seu consumo.

Conclusões

Infelizmente, com o aumento da facilidade de partilha de informação, é também partilhada muita desinformação, e, por isso, é preciso alertar consciências! A alimentação está na base da nossa saúde e, como tal, não deve ser tratada de forma leviana. É preciso aprender a comer, e só há um caminho para isso, a educação alimentar, fornecida por profissionais de saúde qualificados, os quais ajudarão a responder à pergunta: sabemos comer?

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Universidade de Coimbra
Na próxima quinta-feira, dia 29 de junho, a partir das 09h30, vai decorrer, no Colégio da Trindade da Universidade de Coimbra ...

A sessão de abertura vai contar com as intervenções do Reitor da UC, Amílcar Falcão, e do coordenador do Centro de Inovação em Biomedicina e Biotecnologia (que é formado pelo Centro de Neurociências e Biologia Celular, CNC-UC, pelo Instituto de Investigação Clínica e Biomédica de Coimbra, iCBR, e pelo Centro de Estudos e Investigação em Saúde, CEISUC, todos da UC), Luís Pereira de Almeida. Segue-se a apresentação do “PAS GRAS”, pelas 10h15, que vai ser feita pelo líder do projeto, vice-presidente e investigador do Centro de Neurociências e Biologia Celular da UC, Paulo Oliveira.

O evento de lançamento do “PAS GRAS” vai contar também com comunicações de três notáveis cientistas, que integram a comissão de aconselhamento externa do projeto, a saber Philipp Scherer, Casper Schalkwijk e John P. A. Ioannidis.

Philipp Scherer, professor do Centro Médico Southwestern da Universidade do Texas (Estados Unidos da América), reconhecido mundialmente pelo estudo do tecido adiposo e do papel da gordura na saúde e na doença, vai conduzir, pelas 11h45, a palestra “As várias vidas dos adipócitos: implicações para a saúde e doença na população pediátrica e adulta”.

Pelas 15h30, Casper Schalkwijk, professor da Universidade de Maastricht (Países Baixos) e um dos principais cientistas mundiais na área das complicações vasculares e metabólicas associadas à obesidade e à diabetes, apresenta a comunicação “Produtos finais de glicação avançada: amigos ou inimigos da saúde humana?”.

John P. A. Ioannidis, um dos cientistas mais citados no mundo, é professor de Medicina, Epidemiologia e Saúde Pública, e Metaciência, da Universidade de Stanford (Estados Unidos da América), e investigador principal da Cátedra do Espaço Europeu da Investigação (ERA Chair) “EXCELScIOR” da UC, vai proferir, pelas 17 horas, a palestra “Produção e avaliação de ciência aberta, fiável e reprodutível”.

Ao longo do dia, vão ser também apresentados os 16 parceiros que integram este projeto de investigação e inovação, que vai decorrer ao longo dos próximos 5 anos.

O “PAS GRAS” foi 1 dos 6 projetos aprovados pelo programa Horizonte Europa, no pilar II do cluster da saúde, estando integrado nos  Desafios Globais e Competitividade Industrial Europeia. «O projeto nasceu de um interesse comum entre investigadores do CNC-UC e iCBR em estudar determinantes biológicos, metabólicos e ambientais da obesidade. Tem como objetivos calcular o risco individual da obesidade e suas complicações, reforçar inovação de base biológica e o desenvolvimento de novas abordagens para promover estilos de vida saudáveis, que passam pela adoção da dieta mediterrânica, e seus componentes específicos, aumento da atividade física, aumento da literacia em ciência e saúde», explica líder do projeto. «Uma vez aprovado o projeto, temos continuado a reunir colegas de várias áreas de investigação de ponta realizada na UC, a que se junta a excelência do conhecimento e experiência dos vários parceiros», acrescenta Paulo Oliveira.

Sobre a sessão de lançamento que vai decorrer na quinta-feira, o investigador destaca que vai ser «um momento único de comunhão entre cientistas, profissionais de saúde, educação, desporto, empresários e decisores. Teremos um livro branco para signatárias e signatários com o objetivo de mobilização de pessoas individuais e coletivas, grupos e organizações, que se associam à missão “PAS GRAS”».

«A obesidade é um problema de saúde pública. O projeto “PAS GRAS” está profundamente comprometido com ações para promover e manter mudanças de comportamento nos padrões de consumo e de produção de alimentos, bem como no envolvimento de setores muito relevantes como a indústria alimentar, retalhistas, produtores primários, serviços de restauração, assim como centros de saúde, centros de ciência, clubes desportivos, entre tantos outros. No final, esperamos contribuir com evidência científica sobre a biologia da obesidade, mas também reunir os resultados da campanha internacional de sensibilização no sentido de produzir recomendações cada vez mais próximas das necessidades    de todos e de cada um», acrescenta o investigador da UC.

O evento de lançamento do “PAS GRAS” é gratuito e aberto ao público.

Atualizar e consolidar conhecimentos de Hepatologia
A segunda edição Escola Anual Virtual de Hepatologia, uma parceria do Núcleo de Estudos de Doença do Fígado (NEDF) da Sociedade...

Após o sucesso da primeira edição esta iniciativa, constituída por treze módulos, terá transmissão mensal online, em formato webinar em direto, e com disponibilização de conteúdos referentes à sessão.

“Nesta nova edição, com o intuito de permitir um melhor desenvolvimento dos temas e uma discussão mais alargada dos tópicos abordados, a duração de cada sessão foi aumentada para uma hora e trinta minutos. A estrutura do curso também foi alterada, passando para treze módulos em vez dos onze da primeira edição. Estamos certos de que este upgrade irá de encontro às expectativas criadas para esta segunda edição da EAVH, modelo educativo inovador no panorama da Hepatologia nacional”, afirma Paulo Carrola, Coordenador do NEDF.

Para José Presa, da APEF, “esta escola tem como objetivo colmatar uma lacuna há muito sentida por quem se dedica ao doente hepático, a existência de um plano formativo regular que incida nas áreas de inquestionável relevo na Hepatologia. Pretende-se que esta iniciativa se torne uma referência nacional no âmbito da Hepatologia e que congregue todos quantos se dedicam a esta área, independentemente da sua especialidade mãe”.

“Screening” e abordagem da doença hepática, doença hepática autoimune, hepatites víricas, DILI e falência hepática aguda, MAFLD, doença hepática associada ao álcool, cirrose hepática, hemocromatose, doença de Wilson e Défice de alfa-1 antitripsina, ACLF e transplante hepático, doença vascular hepática: diagnóstico e abordagem, hemorragia digestiva no cirrótico, tumores hepáticos e cuidados paliativos em hepatologia são os temas que compõe o programa formativo.

Destinada a Internos de formação específica de Medicina Interna e Gastrenterologia ou especialistas de ambas as especialidades com interesse na área, a Escola Anual Virtual de Hepatologia irá funcionar de 21 de setembro de 2023 a 4 de julho de 2024.

Mais informação: https://www.spmi.pt/escola-anual-virtual-de-hepatologia-23-24/

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