Saúde mental
A depressão é uma epidemia silenciosa que afeta milhões de pessoas em todo o mundo.

Compreender a depressão resistente a tratamento

A depressão resistente a tratamento (DRT) é uma forma particularmente desafiante de transtorno depressivo major. Como explica Albino Oliveira-Maia, Diretor da Unidade de Neuropsiquiatria da Fundação Champalimaud e coordenador nacional do estudo em Portugal, “a DRT é definida como a persistência de sintomas depressivos apesar da prescrição adequada (dose/duração) de pelo menos dois medicamentos antidepressivos diferentes”. Apesar das repetidas tentativas terapêuticas, os sintomas depressivos destes doentes permanecem.

Historicamente, a DRT sempre representou um desafio significativo. Um estudo do Instituto Nacional de Saúde Mental (NIMH) revelou que, embora um terço dos doentes com depressão tenha encontrado remissão com o tratamento inicial, os tratamentos subsequentes tiveram retornos decrescentes, com apenas 10-15% a atingir a remissão na terceira tentativa de tratamento. Esta dura realidade amplifica a necessidade de estratégias de intervenção mais eficazes.

Escetamina: a procura de tratamento para a DRT

A farmacêutica Janssen desenvolveu um spray nasal (SN) de escetamina, uma formulação que demonstrou eficácia superior em vários ensaios clínicos, comparativamente com placebos. Também obteve aprovações da FDA, nos EUA, e da EMA, na Europa. Mas haveria mesmo a necessidade de outro medicamento, no já sobrelotado mercado de antidepressivos, e de um novo estudo sobre a escetamina-SN?

Como afirma Oliveira-Maia: “Embora existam muitos tratamentos disponíveis para a depressão, há uma escassez de opções de medicamentos adaptados para a DRT. Além disso, para orientar os médicos e os doentes na sua tomada de decisões, e para serem adotadas pelas companhias de seguros de saúde e pelos governos, os fabricantes de medicamentos precisam de demonstrar uma vantagem inequívoca sobre as modalidades de tratamento existentes, sublinhando assim a relevância deste estudo”.

Frente a frente: Escetamina versus Quetiapina

O estudo comparou a escetamina-SN com a quetiapina-LP oral, um antipsicótico atípico originalmente autorizado para o tratamento de doenças como a esquizofrenia, mas cada vez mais utilizado, e com a aprovação de agências reguladoras, como tratamento adjuvante para episódios de depressão de difícil tratamento. Oliveira-Maia avança: “A quetiapina é atualmente um dos poucos medicamentos alternativos complementares, aprovados para doentes com quadro clínico depressivo major e resposta inadequada ao tratamento antidepressivo contínuo”.

Desenhado para replicar as condições do mundo real, o estudo foi aberto, o que significa que tanto os profissionais de saúde quanto os doentes estavam cientes dos medicamentos em uso. Além disso, dados os potenciais efeitos dissociativos agudos associados à utilização da escetamina-SN, uma abordagem cega era impraticável. É importante realçar, no entanto, que as avaliações de eficácia foram realizadas, no local, por avaliadores independentes que desconheciam as distribuições dos grupos de ensaio. O estudo internacional multicêntrico examinou mais de 800 doentes, tendo um número superior a 600 preenchido os rigorosos critérios de elegibilidade para DRT que foram posteriormente incluídos no estudo.

Os participantes do estudo foram divididos em dois grupos: um grupo auto administrou a quetiapinaLP em casa, enquanto o outro recebeu a escetamina-SN em ambiente hospitalar supervisionado. Simultaneamente, ambos os grupos continuaram com o seu mais recente plano de tratamento antidepressivo, com medicamentos antidepressivos convencionais: ou um inibidor seletivo da recaptação de serotonina (ISRS, por exemplo fluoxetina) ou um inibidor seletivo da recaptação de serotonina e norepinefrina (SNRI, por exemplo venlafaxina). “O estudo durou 32 semanas, um período superior ao dos ensaios típicos”, afirma Oliveira-Maia. “Isso permitiu-nos avaliar os resultados do tratamento a curto e longo prazo. Durante todo esse tempo, monitorizámos de perto as respostas dos participantes, os efeitos colaterais e a eficácia geral dos medicamentos”.

Oliveira-Maia desenvolve: “O nosso objetivo era verificar se os doentes que tomavam a escetaminaSN tinham maior probabilidade de alcançar a remissão – correspondendo essencialmente à eliminação dos sintomas – às oito semanas, em comparação com aqueles que tomavam a quetiapina-LP. Entre aqueles que alcançaram esta remissão aos dois meses, procurámos determinar os efeitos da continuação do tratamento na prevenção de uma recaída, em ambos os grupos, até à conclusão do ensaio às 32 semanas.

O que as descobertas revelam os resultados?

Após as oito semanas, ambos os grupos ultrapassaram a taxa de remissão de 10- 15% observada no estudo do NIMH, conforme publicado no New England Journal of Medicine. Notavelmente, 27,1% dos doentes que tomaram a escetamina-SN alcançaram a remissão, em comparação com 17,6% do grupo que tomou a quetiapina XR, com ambos a continuar a sua medicação com antidepressivos convencionais (SSRI ou SNRI). Os dados de longo prazo foram ainda mais reveladores. A proporção de doentes que alcançaram a remissão na semana oito e a mantiveram sem recaída até a semana 32 foi de 21,7% para o grupo da escetamina-SN e de 14,1% para o grupo da quetiapina-LP.

Mais notável para os autores foi o aumento acentuado nas taxas de remissão após o período inicial das oito semanas. Como observou Oliveira-Maia: “Se este ensaio tivesse sido concluído às oito semanas, os resultados seriam bastante interessantes, mas não incríveis. No entanto, os dados às 32 semanas contam uma história diferente”. Nesse momento, quase metade dos doentes que seguiram com o tratamento com a escetamina-SN – incluindo aqueles que não estavam em remissão na semana oito – alcançaram a remissão. Em contraste, apenas um terço daqueles que continuaram com a quetiapina-LP atingiram este estado.

Além da eficácia terapêutica, os parâmetros de segurança foram avaliados criteriosamente. Ambas as opções de tratamento registaram taxas muito baixas de eventos adversos graves, como mortalidade ou ideação suicida. Porém, ao examinar os efeitos colaterais menos graves, o grupo de doentes que administrou a escetamina-SN apresentou uma maior frequência de manifestações quando comparada com o grupo da quetiapina-LP. “Isso era algo já antecipado, dadas as propriedades dissociativas da escetamina”, diz Oliveira-Maia. “Curiosamente, a taxa de doentes que pararam o tratamento devido aos efeitos colaterais foi na verdade menor para a escetamina-SN do que para a quetiapina-LP, o que sugere que, embora, no papel, a escetamina-SN possa ter mais efeitos adversos, aqueles causados pela quetiapina foram menos toleráveis”.

Para onde vamos: implicações clínicas e políticas

As descobertas são promissoras, especialmente para aqueles que lutam contra a DRT. “O verdadeiro desafio agora passa da investigação para a política. O impacto da escetamina-SN só pode ser concretizado se os doentes tiverem acesso imediato à mesma”. Atualmente, em Portugal e muitos outros países, há acesso limitado a tratamentos para a DRT aprovados e baseados em evidências, incluindo a escetamina, a terapia eletroconvulsiva ou a estimulação magnética transcraniana (EMT). “São necessárias pesquisas contínuas e um persistente trabalho de defesa das mesmas para assegurar que os tratamentos chegam aos doentes que deles precisam”.

Olhando para o que se segue, Oliveira-Maia mostra-se otimista. “Os nossos esforços de investigação futuros visam identificar marcadores preditivos para a capacidade de resposta ao tratamento. Além disso, queremos investigar formas de melhorar e manter as taxas de remissão, incluindo o papel potencial da psicoterapia. A EMT também está no topo da nossa lista para exploração futura. Contudo, o progresso científico deve ser acompanhado de medidas políticas pró-ativas e de ações governamentais concretas. Em última análise, o nosso objetivo é construir um cenário de cuidados de saúde onde os doentes não sejam relegados a tratamentos de qualidade inferior, e não baseados em evidências, devido à falta de acesso a opções mais eficazes”.

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Objetivo é vacinar um total de 2,5 milhões de pessoas
Arrancou no passado dia 29 de setembro a Campanha de Vacinação Sazonal Outono-Inverno 2023-2024 contra a gripe e COVID-19. São...

Nas palavras de António Morais, presidente da Sociedade Portuguesa de Pneumologia (SPP), “o arranque desta campanha é um momento muito importante, uma vez que é uma das maiores formas de prevenção em termos de Saúde Pública no que concerne às infeções respiratórias”.

“Felizmente, em Portugal, temos a oportunidade de vacinar para dois dos mais importantes vírus, os que são responsáveis pela maior mortalidade durante os meses de Inverno. O ideal seria vacinar toda a gente, como não temos essa capacidade, o que fazemos é orientar as vacinas para quem está comprovado que tem maiores complicações quando têm estas infeções”, prossegue o médico pneumologista.

De acordo com a norma 005/2023 da Direção Geral de Saúde, os grupos elegíveis para a vacinação contra a gripe e COVID-19 são: a) os profissionais e residentes/utentes em Estruturas Residenciais para Pessoas Idosas, instituições similares e Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados e estabelecimentos prisionais; b) pessoas com ≥60 anos de idade; c) pessoas com 5-59 anos de idade com patologias de risco; d) grávidas e e) profissionais dos serviços de saúde (públicos e privados) e de outros serviços prestadores de cuidados de saúde, estudantes em estágio clínico, bombeiros envolvidos no transporte de doentes, prestadores de cuidados a pessoas dependentes.

No que diz respeito à administração das vacinas nas farmácias, de acordo com as indicações da DGS, são elegíveis as pessoas com idade igual ou superior a 60 anos, sem registo de reação adversa grave ou hipersensibilidade a nenhuma das vacinas e que, no que se refere à vacinação COVID-19, tenham recebido antes uma vacina de tecnologia de mRNA (ou seja, as comercializadas pelos laboratórios Pfizer ou Moderna).

Considerando, na época de vacinação anterior, a menor adesão dos grupos elegíveis à vacina contra a COVID-19, António Morais relembra “a importância desta vacinação, pelo seu papel crucial e por ser uma medida essencial na proteção da Saúde Pública”.

2 a 8 de outubro
A Semana Mundial do Aleitamento Materno, promovida pela Organização Mundial de saúde (OMS) e pela World Alliance for...

As Maternidades do Centro Hospitalar e Universitário (CHUC) associam-se a estas comemorações, unindo esforços para aumentar a consciencialização sobre a importância do Aleitamento Materno. Entre as diversas iniciativas realizadas, vai ser oferecido aos pais um Marcador de Livro com a explicação do significado do Laço Dourado | Símbolo do Aleitamento Materno e um postal com legislação de apoio ao aleitamento materno no regresso ao trabalho.

O sucesso do aleitamento materno, não está apenas sob a responsabilidade da mãe e do recém-nascido. Nas Maternidades do CHUC existe uma envolvência privilegiada e constante dos profissionais de saúde no processo de aleitamento materno, promovendo, apoiando e ensinando as mães na amamentação e lactação, contribuindo para a diminuição dos naturais receios.

Segundo a OMS e a Unicef, nos últimos 10 anos, muitos países têm adotado políticas mais adequadas no sentido de contribuir para o aumento das taxas de aleitamento materno exclusivo. Esta semana europeia do aleitamento materno visa colocar o foco nestas questões e lembrar que este tem de ser um esforço continuado para garantir que o aleitamento materno seja protegido e apoiado.

 

Evento conta com a atribuição de prémios
É já no próximo dia 7 de outubro (sábado) que a Secção Regional Centro (SRCentro) da Ordem dos Enfermeiros (OE) vai realizar a...

Pelo terceiro ano, a Gala dos Enfermeiros volta à cidade de Viseu para uma noite de encanto e de elevação da Enfermagem e dos seus profissionais.

O Expocenter vai acolher esta cerimónia que se tornou numa tradição entre os enfermeiros da SRCentro. Assim, no dia 7 de outubro, a partir das 18h, iremos assistir, num primeiro momento, à premiação de vários membros que o Conselho Diretivo da SRCentro distingue, em diversas categorias, pelo seu trabalho, empenho e dedicação à Enfermagem.

Para encerrar este jantar de gala, decorrerá a habitual Cerimónia de Vinculação à Profissão, momento em que são entregues as Cédulas Profissionais e lido em uníssimo o Juramento Profissional com os recém-licenciados em Enfermagem e a Digníssima Bastonária, Ana Rita Cavaco.

“Nesta quarta edição queremos continuar a dignificar os nossos membros e a nossa profissão. Tenho a certeza que será mais uma noite inolvidável e da qual todos iremos guardar boas recordações”, assinala Ricardo Correia de Matos, Presidente do Conselho Diretivo da SRCentro.

 

 

Entrevista | Dra. Inês Homem de Melo, Psiquiatra
Os dados da OCDE mostram que o consumo de antidepressivos mais que triplicou nas últimas duas década

De acordo com a Organização Mundial da Saúde, a depressão é um dos principais problemas de saúde no mundo desenvolvido, sendo que se estima que esta afete cerca de 8% da população portuguesa. Assim sendo, sabendo que esta é uma perturbação com uma prevalência significativa no nosso país, por que motivo, ainda nos é tão difícil falar sobre ela? Quais os principais mitos ou estigmas associados?

Para mim enquanto psiquiatra, é um silêncio ensurdecedor. Embora a pandemia tenha trazido a depressão para a ordem do dia, a verdade é que ainda é uma doença profundamente estigmatizada e escondida. A depressão não é um sinal de fraqueza. Não resulta de uma falha de carácter ou de falta de força de vontade. Trata-se de um quadro médico que cursa com alterações do sistema nervoso central, endócrino e imunitário. Enquanto não for encarada como tal, será escondida pela vergonha de parecer frágil, pelo medo de parecer fraco ou inferior.

Para ajudar a entender, em que consiste a Depressão, a que sinais devemos estar atentos, e o que a distingue da tristeza? Como se pode distinguir as normais mudanças de humor de um episódio depressivo, por exemplo?

A tristeza faz parte da vivência humana, surgindo como reação normativa (e até útil) face a acontecimentos do quotidiano e às perdas inevitáveis ao longo do ciclo de vida. Tristeza não é sinónimo de depressão! Na depressão, a tristeza assume um carácter persistente, invasivo, dominando toda a experiência interna e afetando o nível de funcionalidade do doente. Além disso, na depressão a tristeza surge acompanhada de um conjunto de outras manifestações clínicas: perda do interesse em atividades outrora prazerosas, diminuição da energia, sentimentos de culpa, dificuldades de concentração e sintomas do próprio corpo: alterações do apetite, do sono, do desejo sexual, do trânsito intestinal e até dores.

Que tipos de depressão existem?

Não há duas depressões iguais. Cada doente pode apresentar uma constelação única de sintomas, carecendo de uma avaliação cuidadosa em consulta.

A que outras perturbações ou problemas de saúde mental pode estar a Depressão associada?

A depressão surge frequentemente associada a outros problemas de saúde mental. Em psiquiatria, quando duas doenças se apresentam juntas, dizemos que coexistem em comorbilidade. É habitual vermos depressão em comorbilidade com perturbações de ansiedade, abuso de álcool e drogas, perturbação de hiperatividade e défice de atenção, perturbações do comportamento alimentar e até demência.

Quais as causas ou fatores de risco associados à depressão? Que tipo de pessoa está mais predisposta a poder sofrer de depressão?

A depressão pode afetar qualquer pessoa, seja qual for a sua idade, estatuto socioeconómico, etnia ou profissão. No entanto, há fatores de risco que aumentam a vulnerabilidade para desenvolver depressão. Por um lado, fatores de risco genéticos, como acontece em pessoas com vários familiares próximos com depressão ou outros quadros psiquiátricos. Por outro lado, fatores de risco psicossociais: desemprego, pobreza, violência, migração, sofrer graves perdas, entre outros.

Embora possa atingir qualquer pessoa em qualquer idade, existe uma faixa etária ou género mais afetado?

A prevalência é maior entre os 18 e os 44 anos e nas mulheres, embora possa afetar também crianças e idosos.

No que diz respeito à sintomatologia, há alguma diferença na forma como a depressão se manifesta numa criança ou adolescente e no adulto? A que sinais devem os pais estar atentos?

Por serem mais impulsivos, os adolescentes são especialmente propensos a expressar o seu mal-estar através de ações. Assim, são comuns as queixas de inquietação motora, explosões de raiva e episódios de agressividade. Mais do que tristes, os adolescentes podem parecer sobretudo irritados ou zangados. Os pais devem estar atentos a um maior isolamento dos jovens, desinvestimento nas atividades de que gostavam antigamente, alterações do sono e do apetite, dificuldades escolares e comportamentos auto-lesivos (magoarem-se a si mesmos).

Em que momento devemos pensar em procurar ajuda?

A procura de ajuda deve ser o mais precoce possível. Quando o sofrimento mental impacta a qualidade de vida ou afeta de forma sustentada o nível de funcionalidade da pessoa (no trabalho, nas atividades de lazer ou na vida familiar), é hora de procurar ajuda!

Qual o tratamento da depressão?

O tratamento deve passar por uma combinação de intervenções farmacológicas (ou seja, medicamentos, quando necessários) com intervenções não-farmacológicas. Nesta última categoria incluem-se as alterações do estilo de vida (como é que a pessoa dorme, dieta, exercício físico, atividades de lazer) e a psicoterapia (também conhecida por talk therapy, habitualmente realizada por psicólogos).

Em casos mais graves, que não respondem ao tratamento farmacológico e/ou psicoterapia, que outras opções terapêuticas existem?

Para casos mais graves, de difícil tratamento, a medicina dispões de outras intervenções valiosas. É o caso da eletroconvulsivoterapia (ECT), da estimulação magnética transcraniana e do promissor uso médico de substâncias psicadélicas, atualmente sob intensa investigação.

Quais as consequências de um diagnóstico tardio ou de uma depressão não tratada?

A depressão não tratada provoca alterações cerebrais que tornam mais difícil o tratamento desse episódio depressivo e que aumentam a probabilidade de vir a ter um novo episódio no futuro. Fala-se até de uma cicatriz depressiva. É por isso que devemos atuar o mais cedo possível!

É possível prevenir a depressão?

Sim! Os indicadores de depressão podem melhorar mediante intervenções preventivas. A promoção da saúde mental deve começar desde o início da vida da criança: cursos de parentalidade positiva (para os pais) e cursos de inteligência emocional para as próprias crianças, nas escolas. Além disso, devemos investir no diagnóstico e tratamento precoce, reforçando os cuidados de saúde primários e o acesso à psicoterapia no SNS.

Os números da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), mostram que nos últimos 20 anos o consumo de antidepressivos aumentos exponencialmente (cerca de 304%). O que estes dados nos estão efetivamente a mostrar: que temos vindo a falhar em matéria de promoção de saúde mental?

Enquanto psiquiatra (inquieta com estes números) já me debrucei várias vezes sobre esta percentagem e creio que para ela concorrem vários fatores. Por um lado, o facto de sermos o segundo país europeu com a prevalência mais alta de doença mental (a seguir à Irlanda do Norte). Temos mais depressão, mas temos sobretudo mais ansiedade, e ambas as doenças são tratadas com antidepressivos. A situação social adversa que vivemos neste momento em Portugal não tem contribuído para a melhoria destes indicadores, pelo contrário. Por outro lado, é importante referir as dificuldades no acesso aos cuidados de saúde, bem como a gritante falta de profissionais de saúde mental não-médicos no SNS, sobretudo de psicólogos. Numa fase inicial da depressão, a doença pode ainda ser tratada sem recurso a medicação, investindo-se na psicoterapia (habitualmente feita por psicólogos). Numa fase mais avançada, de maior gravidade, já será necessário medicar com antidepressivo. O atraso na chegada aos cuidados pode explicar que tenhamos de medicar pessoas que, tratadas precocemente, não teriam tido essa necessidade, ao mesmo tempo que a falta de psicólogos nos deixa sem respostas não-farmacológicas para quem efetivamente acede aos cuidados atempadamente.

Na sua opinião, o que deveria ser feito para tentar mudar este cenário?

Para mudar este cenário faltam iniciativas de prevenção e campanhas de promoção de literacia em saúde mental. Por saberem pouco sobre saúde e doença mental (e por terem tantos mitos e preconceitos), os portugueses atrasam muito a procura de ajuda. Tempo é saúde: quanto maior o período sem tratamento, pior o prognóstico. Quanto menos literacia, mais estigma.

A campanha ‘Viva! Para lá da depressão’ é particularmente poderosa por ter o foco na recuperação! É luminosa, solar e transmite esperança. Dá voz a profissionais de saúde de múltiplas disciplinas - psicologia, nutrição, desporto, medicina geral e familiar e psiquiatria – promovendo um olhar completo sobre a doença em toda a sua complexidade. O tratamento da depressão quer-se multidisciplinar, numa intervenção concertada entre a medicação, a psicoterapia e alterações do estilo de vida, e esta campanha não deixou nenhuma ferramenta terapêutica de fora! Por fim, é uma campanha onde podemos ouvir falar algumas figuras públicas acerca da sua experiência com a depressão, algo que ajuda muito a diminuir o estigma.

No âmbito do Dia Europeu da Depressão, que se assinalou no passado dia 1 de outubro, que mensagem ou conselhos gostaria de deixar?

Consulte um profissional em quem confie. A depressão tem tratamento e quando mais cedo, melhor! Há sempre esperança, mesmo que a doença o convença do contrário.

Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Dia Mundial do Animal
Os medicamentos de uso humano, como comprimidos, xaropes, aerossóis, pomadas à base de cortisol ou a

“É importante alertar os cuidadores sobre o impacto que os medicamentos de uso humano têm na saúde dos seus animais de companhia. Tratar bem os animais também significa ser consciente dos efeitos que estes produtos provocam na sua saúde”, explica José Gómez, Head of Medical da AniCura Ibéria.

Em alguns casos, cães e gatos podem ingerir medicamentos acidentalmente. Para evitar que tal aconteça, o recomendado é guardar os medicamentos em locais onde eles não os consigam alcançar, como em gavetas ou armários fechados, mantendo-os sempre nas embalagens originais para prevenir lapsos, e não deitar medicamentos fora do prazo de validade no lixo comum.

Riscos da ingestão de medicamentos de uso humano

O metabolismo dos animais de companhia é diferente do metabolismo humano, pelo que os tempos de tolerância ou de eliminação de substâncias, neste caso, de medicamentos, são muito diferentes, e a “automedicação” pode ter consequências potencialmente fatais. Ainda que o princípio ativo de determinado medicamento possa ser o mesmo, geralmente, os medicamentos de uso humano tem uma concentração muito superior à necessária para cães e gatos.

Uma das principais causas de internamento de animais de companhia está relacionada com a ingestão de anti-inflamatórios e paracetamol não adequados aos animais, seja por toxicidade ou por sobredosagem, gerando lesões digestivas, renais, hepáticas e/ ou sanguíneas, em alguns casos irreversíveis.

O contacto prolongado com determinados medicamentos pode também resultar em problemas para a saúde, como é o caso de pomadas e outros fármacos usados pelos cuidadores e aos quais o animal está exposto. “É fundamental estar alerta para que os animais de companhia não estejam em contacto permanente com medicamentos de uso humano. Na maioria dos casos, falamos de situações que podem ser evitadas se os cuidadores se mantiverem vigilantes. Por isso, é importante que estejam conscientes destes riscos”, remata José Gómez.

Em caso de dúvida ou de contacto acidental do animal de companhia com um medicamento de uso humano, os cuidadores devem procurar uma urgência veterinária. O médico veterinário realizará os exames necessários para conhecer o nível de contaminação com a substância tóxica, e orientará o cuidador para o tratamento e medidas necessárias para reverter a situação, nos casos em que é possível.

Margarida Cid, médica veterinária do AniCura Restelo Hospital Veterinário, lembra que, “apesar da cada vez maior consciencialização, continuam a surgir casos de ingestão ou contacto com medicamentos de uso humano, tanto em cães como em gatos”.

É o caso de Jerry, um gato DSH macho, com três anos, que, ao magoar-se no membro anterior esquerdo depois de saltar de um móvel, começou a coxear. O cuidador decidiu dar-lhe paracetamol em xarope, indicado para crianças. O animal deu entrada no Serviço de Urgência pouco tempo após ingestão do xarope com dificuldade respiratória severa, mucosas cianóticas e prostrado. Foi colocado a oxigénio e administrado sedativo para se manter tranquilo. As análises acabaram por revelar alterações das enzimas hepáticas e administrou-se acetilcisteína e tratamento de suporte com fluidos. “Felizmente a dose de paracetamol ingerida tinha sido baixa e em 48 horas o Jerry recuperou”, lembra Margarida Cid.

O mesmo aconteceu a Bob, um labrador retriever de seis meses. Bob ficou sozinho em casa e conseguiu abrir a porta do armário que guardava os medicamentos e roer um frasco de suplementos vitamínicos, ingerindo praticamente todo o seu conteúdo de cápsulas. Foi levado à urgência pela cuidadora e, após um RX, decidiu induzir-se o vómito medicamente. Foi-lhe administrado carvão ativado para prevenir a restante absorção e o caso resultou num internamento de 72 horas para tratamento de suporte.

 

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Instituição particular de solidariedade social, vocacionada para a cirurgia programada
O Hospital da Ordem Terceira Chiado (HOTC) celebra, hoje 3, dia de S. Francisco de Assis, patrono do Hospital, 350 anos. Para...

As comemorações contam com uma missa na Capela do Hospital e uma Sessão Solene realizada pelas 12.15 no piso 0 da instituição, na rua Serpa Pinto, número 7, no Chiado em lisboa. Durante a sessão vão haver vários momentos, entre os quais dois discursos orientados pelo Presidente do Conselho Diretivo do Hospital, Luís Alvito e pelo Ministro da Fraternidade de São Francisco da Cidade, António Belmar da Costa, como entidade dona do Hospital. Será apresentada em vídeo uma comunicação do Senhor Presidente da República. O coro da Ordem dos Médicos, Região Sul, apresentará duas obras.

Os principais convidados são Bispo D. Nuno Brás, padre provincial dos Franciscanos, pároco dos Mártires, Presidente da Associação dos Hospitais Privados, Diretores de várias Seguradoras da área da Saúde, o Vice-Presidente da ARS de Lisboa e Vale do Tejo, Presidente da região sul da Ordem dos Médicos, bem como várias entidades ligadas ao setor da Saúde.

O Hospital da Ordem Terceira é hoje uma instituição particular de solidariedade social, vocacionada para a cirurgia programada, com diversas valências. Tem 54 camas, cinco salas de operações e duas unidades de recobro. Dispõe, além disso, dum sector onde acolhe pessoas idosas, a Casa de S. Francisco, aberta em 1991. Tem consultas de várias especialidades e aqui se realizam vários exames médicos.

O Hospital tem nas suas Instalações um Instituto Oftalmológico e o Centro de Miopia de Lisboa, ambos muito completos em equipamentos, com uma sala para intervenções Lasik e outra sala para Catalys. Tanto o Instituto Oftalmológico como o Centro de Miopia de Lisboa, são apoiados por uma vasta equipa de oftalmologistas e técnicos de excelência.

 

 

 

 

Bolsa de 50 mil dólares
O Instituto de Patologia Molecular e Imunologia da Universidade do Porto (Ipatimup) foi o vencedor do prémio mundial &quot...

O Ipatimup tem como objetivo estudar as causas e evolução das doenças oncológicas e, desta forma, contribuir na eficiência do tratamento nos cuidados oncológicos da população portuguesa e mundial. Este valor irá apoiar o projeto, POPCARE, que visa responder a necessidades não satisfeitas em oncologia de precisão através da criação de uma plataforma que facilite a utilização de terapias direcionadas e tratamentos inovadores em oncologia pediátrica.

"Esta bolsa POPIA vai apoiar o lançamento do POPCARE, uma iniciativa que aproveita o poder da medicina de precisão, da definição de perfis genómicos e da colaboração entre setores para assegurar que as terapias direcionadas e os tratamentos inovadores contra o cancro chegam às crianças que mais precisam deles", afirmou o Dr. Jorge Lima, Vice-Diretor e Chefe de I&D da Ipatimup. Investigador Assistente do Grupo de Sinalização e Metabolismo do Cancro, i3S e Professor afiliado da FMUP.

A oncologia de precisão é um campo em crescimento no qual os cancros são testados e tratados de acordo com a sua impressão digital única de ADN, ajudando a personalizar

os cuidados oncológicos. Estas recentes inovações médicas têm o potencial de melhorar os resultados dos tratamentos e de reduzir drasticamente o peso do cancro em todo o mundo. Apesar disso, existem disparidades significativas no acesso dos doentes aos testes com biomarcadores que podem ajudar a identificar os doentes que mais poderiam beneficiar de uma abordagem de tratamento oncológico de precisão.

"A Bayer orgulha-se de apoiar a terceira edição dos Prémios POPIA, que têm como objetivo acelerar as iniciativas de organizações a nível mundial, como o Ipatimup, que estão focadas em melhorar o acesso aos cuidados oncológicos de precisão e em combater as desigualdades para as crianças com cancro em todo o mundo", refere Marco Dietrich, diretor-geral da Bayer em Portugal. "Gostaríamos de agradecer a todas as organizações que se candidataram aos Prémios deste ano e felicitar o Ipatimup por ter apresentado um programa que visa garantir que os benefícios dos cuidados oncológicos de precisão pediátricos chegam a quem mais precisa em Portugal."

As bolsas POPIA foram criadas para apoiar programas inovadores centrados na melhoria do acesso a testes de biomarcadores, também designados como testes genómicos, no cancro do pulmão, no cancro da tiroide e em tipos de cancro raros, como os cancros pediátricos e os sarcomas, conhecidos por albergarem alterações genómicas raras e passíveis de serem corrigidas, em que os doentes enfrentam necessidades médicas consideráveis não satisfeitas.

Para mais informações sobre os prémios, consulte https://www.precisiononcologyawards.com/

Projeto de sensibilização para doenças graves
“Proteger é deixar a vida acontecer” é o mote da iniciativa levada a cabo pela Pfizer Portugal que pretende sensibilizar e...

A meningite é uma doença causada pela inflamação das meninges, uma das membranas que envolvem e protegem o cérebro e a espinal medula. Pode ser provocada por diferentes microrganismos, como vírus, fungos ou bactérias. Uma das bactérias que mais frequentemente causa meningite é a Neisseria meningitidis, vulgarmente conhecida como meningococo. A doença meningocócica pode ter uma progressão rápida, consequências graves e potencialmente fatais.

Em países industrializados, a incidência da doença meningocócica é maior na infância, com um pico secundário na adolescência. Os sintomas iniciais da doença meningocócica podem assemelhar-se aos de outras doenças, dificultando o seu diagnóstico. Os sintomas mais comuns da meningite meningocócica são rigidez da nuca (rigidez do pescoço), febre alta, sensibilidade à luz, confusão, dor de cabeça e vómitos.

Esta iniciativa procura, acima de tudo, consciencializar a população portuguesa acerca da existência de doenças graves que podem ser prevenidas e facilitar o acesso à informação bem como motivar as pessoas a tomar decisões mais conscientes.

“Acreditamos que iniciativas de literacia em saúde como esta são o caminho para atingirmos, como sociedade, uma melhor qualidade de vida. Na Pfizer, lutamos para que nenhuma criança tenha o seu futuro comprometido por uma ameaça para a qual se pode proteger, sendo essa uma das nossas principais missões, como parte integrante deste setor”, afirma Susana Castro Marques, Diretora Médica da Pfizer Portugal.

Este projeto de literacia em saúde, vai ser apresentado maioritariamente em formato digital, através de filmes desenvolvidos pela Pfizer Portugal, onde imagens intercaladas representam o presente e o futuro de crianças e jovens. Desta forma, a Pfizer pretende realçar que o futuro e os sonhos de uma criança ou jovem não devem, em momento algum, ficar comprometidos.

A evolução da Ciência e da Medicina deve ser considerada e utilizada a favor de todos e a desinformação não pode ser obstáculo. “Proteja a sua vida e a de quem mais ama” é o principal conselho da Pfizer. Saiba mais em: www.conhecerameningite.com

 

 

Unidade Móvel na Amadora, de 16 a 27 de outubro
Dados da American Cancer Society revelam que os afro-americanos têm mais 20% de probabilidade de desenvolver cancro colorretal...

Em Portugal, morrem 12 pessoas por dia e todos os anos são diagnosticados mais de 11 mil novos casos, existem cerca de 80.000 doentes ativos e 50% da população ainda desconhece os sintomas.

Este é o panorama atual de uma doença que continua a matar, principalmente pessoas de etnia africana, que de acordo com a American Cancer Society têm uma probabilidade de morte aumentada em 40% face a outras etnias 1,2.

Na Europa ainda não existem dados relevantes, pelo que este projeto será um ponto de partida. Consciente da realidade e da importância do diagnóstico atempado, a Europacolon Portugal leva a cabo uma iniciativa de saúde pública, que visa combater a desigualdade no acesso ao rastreio do cancro do intestino, direcionando os seus esforços para a comunidade afrodescendente em Portugal.

“Um dos objetivos passa por sensibilizar para a doença e sua prevenção, uma vez que em 90% dos casos, se detetado precocemente, o cancro do intestino pode ser estabilizado. Um diagnóstico feito a tempo, salva vidas!” afirma Vitor Neves, Presidente da Europacolon Portugal.

O rastreio far-se-á através de uma Unidade Móvel, que circulará em várias freguesias e bairros do Município da Amadora.

A iniciativa realiza-se de 16 a 27 de outubro e tem como principal alvo as pessoas entre os 50 e os 74 anos de idade, pois a probabilidade de desenvolver esta patologia aumenta com a idade (90% dos diagnósticos acontecem acima dos 50 anos).

Por outro lado, é muito importante divulgar que existem barreiras que contribuem para o desconhecimento sobre o cancro colorretal.

Entre eles estão:

O medo de fazer uma colonoscopia e de sair do consultório com uma notícia negativa. Mas a verdade é que quanto mais cedo se fizer o diagnóstico, maior a hipótese de existir um tratamento que estabiliza a doença!

  • A falta de confiança no médico ou no sistema de saúde, é outro fator que impede as pessoas de ter um diagnóstico atempado e, logo, mais hipóteses de tratamento;
  • A exclusão, a Europacolon Portugal considera que o acesso aos cuidados de saúde deve ser para todos, não deixando de parte as populações mais vulneráveis;
  • A vergonha, pelo facto de a doença envolver uma parte do corpo pouco falada

“Uma das principais barreiras à prevenção do cancro do intestino é o acesso limitado aos programas de rastreio. Muitas vezes, as comunidades minoritárias enfrentam desafios específicos, como falta de informação, barreiras linguísticas, falta de acesso ao seu médico de família e dificuldades de transporte”, alerta Vítor Neves.

“Através da Unidade Móvel de Saúde queremos garantir o acesso à prevenção e ao diagnóstico, que cremos deficitário junto destas populações. Vamos aplicar um método que se chama Pesquisa de Sangue Oculto nas Fezes. É um teste fácil e não dói! Esta análise permite identificar a presença de pequenas quantidades de sangue nas fezes. Um resultado positivo tem, obrigatoriamente, de ser confirmado através da realização de uma colonoscopia”, explica o Presidente da Associação de Apoio ao Doente com Cancro Digestivo.

Porque todos temos direito ao acesso aos cuidados de saúde, a Europacolon Portugal vai realizar os testes de forma gratuita.

Cada start-up receberá até 50.000€ e Mentoring para inovações no cuidado aos idosos
Numa tentativa de reimaginar o futuro do envelhecimento, EIT Health, parte integrante do European Institute of Innovation and...

Em resposta ao desafio global do envelhecimento da população e de uma mudança demográfica que deverá aumentar com uma previsão de 2,1 mil milhões de pessoas com mais de 60 anos até 2050, o EIT Health está a alavancar o seu programa Bridgehead e InnoStars Awards para liderar o Catalyst Awards. Esta iniciativa constitui a primeira fase da Competição Global que visa abordar de forma holística as questões multidimensionais relacionadas com o envelhecimento.

A inovação neste espaço apresenta obstáculos significativos para start-ups e empreendedores, desde a navegação em regulamentações complexas na àrea da saúde até àobtenção de financiamento e acesso ao mercado. Os Prémios Catalyst são, portanto, não apenas uma oportunidade, mas uma necessidade, proporcionando aos envolvidos o apoio vital necessário para se concentrarem no bem-estar físico, mental e social dos idosos. Ao oferecer esta plataforma robusta, o EIT Health está a capacitar os inovadores em superarem obstáculos comuns, acelerando assim o desenvolvimento de soluções significativas no cuidado aos idosos.

"À medida que abordamos os desafios prementes associados ao envelhecimento da população, o EIT Health anuncia orgulhosamente o apoio a 12 start-ups inovadoras, em que cada uma recebe até 50.000 euros, juntamente com Mentoring. Este apoio é particularmente crucial para start-ups que enfrentam os desafios regulatórios, de financiamento e de entrada no mercado comumente enfrentados no setor de cuidados a idosos. Através da colaboração com os nossos parceiros globais, estamos um passo mais perto de transformar os cuidados aos idosos, alinhando-nos diretamente com a missão do EIT Health de melhorar a qualidade de vida," afirma Jean-Marc Bourez, CEO of EIT Health.

Este concurso global, iniciado pela Academia Nacional de Medicina dos EUA, reuniu talentos de diversos setores, incluindo ciência, medicina, tecnologia, finanças e ciências sociais, para apresentar ideias transformadoras. O desafio desenvolve-se em três etapas: o Prémio Catalyst inicial, o Prémio Acelerador intermediário e o Grande Prémio final.

PRÉMIOS CATALISADOR DO PROGRAMA BRIDGEHEAD 2023:

Antegenes (Estónia) desenvolveu testes genéticos inovadores para detetar riscos individuais para os cancros mais comuns e mortais em todo o mundo, incluindo melanoma de mama, próstata, colorretal e pele.

HMG Systems Engineering GmbH (Alemanha) desenvolveu o Sistema PGXperts, um Sistema de Apoio à Decisão projetado para permitir medicação personalizada, melhorando a segurança da terapia medicamentosa e proporcionando melhor bem-estar ao paciente.

Micro-Cosmos (Países Baixos) ajuda os pacientes hospitalizados a se recuperarem mais rapidamente, reduzindo os estímulos externos, o que melhora o sono e o descanso. A cúpula Micro-Cosmos reduz o som e a luz, proporcionando aos pacientes um ambiente próprio, seguro e privado.

OaCP IE LTD (Irlanda) torna os testes de DNA cruciais para o cancro e infeções mais rápidos e acessíveis.

Osteobionix (Espanha) desenvolveu oBreathe, um implante de reconstrução da parede torácica específico do paciente, protegido por patente, clinicamente validado, desenvolvido com o ITC e cirurgiões torácicos qualificados, que permite a respiração fisiológica e restaura a forma e a função.

Stroke2Prevent B.V. (Países Baixos) desenvolveu o A-View, um dispositivo que permite aos médicos obter informações em tempo real, resolvendo o ponto cego durante a ultrassonografia do arco aórtico e dos vasos, permitindo-lhes adaptar a estratégia cirúrgica para melhor benefício do paciente.

PREMIADOS CATALISADORES DO INNOSTARS AWARDS 2023:

NIB biotec srl (Itália) desenvolveu o ScreeNIB, um rastreio inteligente do cancro da próstata baseado num biossensor inteligente que utiliza moléculas urinárias como biomarcadores para o cancro da próstata, oferecendo uma solução de diagnóstico rápida e descentralizada fora dos hospitais.

Orgavalue (Portugal) com Terapias I-R3 tem como objetivo a bioengenharia de fígados humanos personalizados para lidar com a escassez global de transplantes de órgãos.

IPLEXMED, LDA (Portugal) A solução permite a deteção rápida e confiável de vários agentes infeciosos e seu perfil de resistência aos medicamentos no local de atendimento e em casa, possibilitando tratamento personalizado e monitorização de doenças em tempo real.

Breathing Solutions, Lda (Portugal) desenvolveu o eBreathie, um inalador inteligente que transforma inaladores tradicionais em dispositivos “inteligentes”, permitindo que pacientes e médicos monitorizem o uso de medicamentos, sintomas e forneçam atendimento personalizado remotamente.

Nanodecal (Espanha) está a desenvolver um teste de diagnóstico rápido para detetar superbactérias responsáveis pela pneumonia em menos de 10 minutos, auxiliando os médicos na prescrição de antibióticos específicos e na prevenção de infeções permanentes.

Reon sp. z o.o (Polónia) desenvolveu o PreryView, uma aplicação SaaS fácil de utilizar que permite testes de campo visual em casa, servindo como uma ferramenta de triagem para detetar sintomas precoces de doenças como glaucoma e neuropatias.

Com esta operação, a Biogen reforça o seu compromisso com as doenças raras
A Biogen Inc. concluiu a aquisição da Reata Pharmaceutichals, Inc. (Nasdaq:RETA), empresa especializada no desenvolvimento de...

O SKYCLARYS®, o principal ativo da Reata Pharmaceuticals, foi aprovado no início deste ano, nos Estados Unidos, para o tratamento da Ataxia de Friedreich (AF). Trata-se de uma doença neuromuscular rara, genética, progressiva, degenerativa e debilitante, que nos Estados Unidos afeta cerca de cinco mil doentes, atualmente diagnosticados1. O seu lançamento comercial no mercado norte-americano está em curso, tendo sido submetidos até ao momento mais de mil pedidos de doentes para iniciarem o tratamento. Na União Europeia, o pedido de introdução de omaveloxolona está atualmente a ser avaliado pela Agência Europeia de Medicamentos (EMA).

“Ao complementarmos o nosso portefólio com uma opção terapêutica numa área onde existem significativas necessidades médicas não preenchidas, acreditamos que a aquisição da Reata está alinhada com a nossa estratégia de ir ao encontro dos doentes, impulsionar o crescimento sustentável e gerar valor significativo para os acionistas”, afirma Christopher A. Viehbacher, Presidente e CEO da Biogen. O responsável sublinha ainda: “Com a operação agora concluída, esperamos alavancar a experiência e as competências da Biogen no domínio das doenças raras para trabalhar em conjunto com os nossos colegas da Reata como uma única equipa e levarmos o SKYCLARYS®, aos doentes que vivem com esta doença devastadora”.

Com esta aquisição, a Biogen espera obter sinergias significativas com o seu portefólio de doenças raras e prevê atualizar o seu “Full Year 2023 Financial Guidance”, em conjunto com a divulgação dos resultados do terceiro trimestre de 2023. A empresa estima que a aquisição da Reata Pharmaceuticals tenha um efeito ligeiramente diluidor do lucro por ação (Earnings Per Share non-GAAP) em 2023, aproximadamente neutro em 2024 e seja significativamente incremental no início de 2025, incluindo todos os custos associados à transação. Na sequência da conclusão desta operação de aquisição, as ações de classe A da Reata deixarão de ser negociadas no Nasdaq.

 

 

Opinião
Não há dúvida que a internet veio tornar quase infinito o acesso à informação.

Poderemos afirma, com algum grau de certeza, que os temas saúde e medicina serão dos mais consultados. A preocupação com doenças, sintomas e sinais leva muitas vezes utilizar este meio de informação, muitas vezes de forma indiscriminada.

A imensidão de informação rapidamente encontrada e a natural incapacidade para filtrar os dados fornecidos, levam com frequência a que se cometam erros de interpretação que, por sua vez, poderão levar a atitudes incorretas. A medicina é uma área muito complexa em que a integração de conhecimentos adquiridos através da formação académica e experiência dada pela prática clínica, tornam os profissionais de saúde as únicas fontes para esclarecer todas as dúvidas, efetuar diagnósticos e decidir sobre o melhor tratamento.

A Internet pode ser útil para nos elucidar e aumentar os nossos conhecimentos no âmbito da cultura geral, e para nos esclarecer de forma genérica. Mas não nos pode levar a tirar conclusões definitivas e implicar modos de atuação, que poderão pôr em causa a saúde de vós próprios ou de quem vos é próximo.

 

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
ABC7 realiza-se de 9 a 11 de novembro
Com cerca de 1.500 participantes de aproximadamente 90 países de todo o mundo, esta conferência debate o cancro da mama...

Nesta sessão vão ser debatidos temas como “Novos tratamentos e alvos terapêuticos”, “Novas tecnologias e técnicas” ou “Dilemas Clínicos”.

Os custos de ter cancro da mama avançado, não apenas para doentes individuais (na maioria das vezes mulheres), mas também para os países, que são afetados pela diminuição de produtividade ou como a inteligência artificial pode ajudar a fornecer os melhores tratamentos para pessoas que vivem com essa doença são outros dos temas em discussão.

Apesar dos avanços significativos no tratamento do cancro da mama inicial nas últimas décadas, os pacientes com cancro de mama avançado enfrentam um prognóstico pior, são mal atendidos e amplamente esquecidos. Não há números confiáveis para o número de mulheres e homens que vivem com cancro da mama avançado. No entanto, há mais de dois milhões de novos casos de cancro da mama a cada ano no mundo e 0,6 milhão de mortes. Cerca de 5-10% dos casos estão localmente avançados ou espalharam- se para outras partes do corpo no momento do diagnóstico, e esses números podem chegar a 80% em países em desenvolvimento. Cerca de um terço dos casos de cancro da mama inicial tornar-se-ão metastáticos, mesmo com os melhores cuidados, e a sobrevida média desses pacientes é de três a cinco anos.

No final da conferência ABC7, um grupo de especialistas em cancro da mama avançado, reconhecidos internacionalmente, desenvolverão um novo conjunto de diretrizes para o melhor tratamento de pessoas com esta doença. Essas diretrizes serão posteriormente publicadas numa revista científica. As diretrizes são baseadas nas evidências mais atuais e podem ser usadas para orientar a tomada de decisões sobre o tratamento do cancro da mama avançado, em diferentes sistemas de saúde mundiais, com as adaptações necessárias devido ao acesso diferente aos cuidados. Essas diretrizes constituem as diretrizes internacionais para lidar com essa doença e serão amplamente utilizadas em todo o mundo.

 

 

Dia 19 de outubro
A CAPITI – Associação Portuguesa para o Desenvolvimento Infantil – vai organizar, em Lisboa, no próximo dia 19 de outubro – e...

A iniciativa que coloca a arte ao serviço da Saúde Mental conta com a participação de 30 artistas contemporâneos, consagrados e emergentes, que doaram as suas obras para integrar a exposição e o leilão solidário CAPITI “Art Mind”. Entre os principais artistas que aderiram à causa solidária, contam-se nomes bem conhecidos no mundo artístico como Alexandre Farto (Vhils), Ana Perez Quiroga, Diogo Pimentão, Duarte Amaral Neto, Fátima Mendonça, Fernão Cruz, Jorge Molder, Martim Brion, Noé Sendas, Pedro Valdez Cardoso, Sandra Rocha e Teresa Segurado Pavão.

Este ano, e no âmbito da iniciativa, a CAPITI desafiou artistas a doarem uma obra, via Instagram, que foi avaliada posteriormente por júri – João Pinharanda, Diretor Artístico do MAAT, João Pinto Ribeiro, CEO do Palácio do Correio Velho, e Mariana Saraiva, Presidente da CAPITI – que selecionou 10 obras que irão integrar a 7ª Edição da exposição e do leilão solidário CAPITI “Art Mind”.

O evento solidário, que já faz parte da agenda cultural da cidade de Lisboa, vai ter lugar no Museu da Eletricidade (Sala dos Geradores), entre as 12h00 e as 20h00, no dia 19 de outubro, no qual será possível ver todas as obras expostas e participar no leilão live online. A partir de 10 de outubro, será possível licitar as obras no site do Palácio do Correio Velho em www.pcv.pt. O encerramento do leilão será dia 19 de outubro, pelas 21h30, e a licitação deve ser feita, também, em www.pcv.pt. Em 2022, a iniciativa permitiu a angariação de 51.250 euros e 27 peças de arte vendidas.

379 crianças e jovens apoiados e quase 14 mil atos clínicos realizados

Fundada em 2017, a CAPITI vive de doações, tendo apoiado até ao momento um total de 379 crianças e jovens, através das 8 clínicas parceiras, a nível nacional, tornando possível a realização de 13.990 atos clínicos, que englobam consultas com médicos, psicólogos e outros técnicos, e avaliações para diagnóstico.

 Graças às parcerias estabelecidas com 8 clínicas, em 10 cidades do país, a CAPITI conseguiu, no final de 2022, que 165 crianças e jovens fossem acompanhados de forma regular, sendo que mais de metade destas crianças e jovens residem fora do distrito de Lisboa. Outro dado importante é que quase 70% dos casos em acompanhamento de crianças e jovens pertencem aos escalões 0 e 1, ou seja, são provenientes de famílias com maiores dificuldades financeiras, onde a CAPITI apoia 90% ou 70% das suas consultas.

Face ao contexto da pandemia e da guerra na Europa, a CAPITI teve de se adaptar e reinventar para assegurar, por um lado, a continuidade do acompanhamento das crianças e jovens, por outro a possibilidade de acolher as novas famílias que precisam do seu apoio. A propósito desta realidade, Mariana Saraiva, presidente da CAPITI, faz um alerta para a insegurança e para a ansiedade que se vive nos dias de hoje: “são realidades muito preocupantes, não só em relação às crianças e jovens, como aos seus pais, que vivem uma condição muito frágil e desgastante há alguns anos. Esta realidade traz, naturalmente, sérias oscilações ao nível da saúde mental”.

Ainda que com a pandemia e a guerra na Europa, a saúde mental tenha passado a estar na ordem do dia, a angariação de fundos para o apadrinhamento das crianças da CAPITI continuou a ser um desafio enorme, conforme explica a presente da Associação: “Continuamos a dar a conhecer a causa da CAPITI e a nossa realidade, no entanto, tantas outras associações estão no terreno com necessidades tão prementes como a nossa que é natural que os mecenas tenham de fazer escolhas. Ainda assim, apelamos a todos os portugueses para que, este ano, apoiem esta causa solidária e que se juntem a nós nesta importante missão”.

Aquisição da Atlanticare
A CUF, presente no mercado da Saúde Ocupacional através da SAGIES, acaba de adquirir uma posição maioritária na Atlanticare,...

A aquisição, por parte da CUF, de 51% da Atlanticare é o primeiro passo para uma integração futura das duas empresas, ficando a  CUF com uma participação de 80% e os acionistas da Atlanticare com uma participação de 20% na futura entidade combinada.

Esta operação, que representa um passo significativo na estratégia de crescimento da CUF na área da saúde ocupacional, permite, por um lado, reforçar a aposta da CUF na prestação de serviços de Medicina Preventiva, e por outro, responder a uma preocupação crescente das empresas com a saúde e bem-estar dos seus colaboradores. A Medicina Preventiva, em contexto empresarial, tem vindo a ganhar cada vez mais relevância, dada a maior consciencialização para os atuais desafios na área da saúde e consequente crescimento da importância da promoção da saúde pelas empresas junto dos seus colaboradores.

A união da Atlanticare e da SAGIES permitirá uma maior e melhor capacidade de resposta a nível nacional, beneficiando da articulação com a rede CUF e de um total de seis clínicas próprias, dedicadas fundamentalmente à Medicina do Trabalho e Check-Ups, para além de várias parcerias com dezenas de clínicas localizadas em diversos pontos do país. 

A concretização desta aquisição representa, igualmente, para a SAGIES e para a Atlanticare, a oportunidade de aliar o conhecimento, experiência e diferenciação das equipas de ambas as empresas, com as quais a CUF continua a contar, de modo a contribuírem para a qualidade dos serviços prestados aos clientes empresariais. A SAGIES e Atlanticare irão, nesta fase, continuar a operar sob as respetivas marcas. 

 

 

Bem-Estar Mental e Físico na Gravidez e no Pós-parto
O Algarve recebe, no próximo dia 21 de outubro entre as 08H30 e as 13H00 no Hotel Real Marina de Olhão, o 5ª Simpósio Nacional...

“O Simpósio Nacional da Grávida, de inscrição gratuita, é um evento dedicado a todas as grávidas do Algarve e Baixo Alentejo e tem como objetivo a partilha de experiências e informação relacionada com a gravidez, parto e puerpério entre os participantes e alguns dos melhores profissionais de saúde da região” afirma Teresa Lopes da BebéVida.

“Pretendemos com este evento, desmistificar a questão do bem-estar mental na gravidez e pós-parto que, apesar de ser muito debatido, continua a ser um tema tabu para muitas mulheres e casais. Ao longo desta manhã, serão apresentadas várias formas de ultrapassar algumas dificuldades não esquecendo também o cuidado com a imagem e bem-estar físico no geral. Pretendemos acima de tudo, que seja uma manhã bem passada e que todos os participantes possam terminar com mais informação e mais seguros em relação a esta nova fase das suas vidas.”

Este simpósio conta com palestras da equipa de especialistas do HPA que vão abordar temas relevantes para os futuros pais e esclarecer muitas das dúvidas naturais que surgem nesta fase. Durante a manhã haverá ainda atividades práticas como aulas de ginásio, workshops e ecografias 4D para as futuras mamãs.

Os participantes vão ainda receber diversas ofertas de marcas parceiras da iniciativa e ficam habilitados a receber um mega cabaz no valor de 500 euros com produtos para o seu bebé.

Faça a sua inscrição gratuita em www.bebevida.pt

 

Causas, sintomas e fatores de risco
A Clínica Espregueira – FIFA Medical Centre of Excellence, ao mesmo tempo que tem vindo a agilizar a

Caro leitor, queremos alertá-lo para uma necessidade crescente de mudar e melhorar hábitos para prevenir a síndrome do Pescoço de Texto, também conhecida como Text Neck Syndrome, na sua expressão anglo-saxónica. Esta condição, cada vez mais frequente, já afeta também crianças e poderá dever-se, sobretudo, ao uso prolongado de dispositivos móveis. Estima-se que cerca de 6 biliões dos, aproximadamente 8 biliões de pessoas que existem no mundo, passam várias horas por dia com a cabeça inclinada para frente, devido ao uso de dispositivos eletrónicos, como telemóveis e tablets, o que pode levar a consequências para a saúde física, mental e social.

Neste texto, apresentaremos informações claras e informativas para prevenir e lidar com essa ameaça, sem recorrer a pretensiosismos técnicos, mas mantendo o rigor e a ponderação.

O que é o Pescoço de Texto?

A Síndrome do Pescoço de Texto, tecnicamente designada por Forward Head Posture, é um termo utilizado para descrever uma condição cada vez mais prevalente e associada ao uso prolongado de dispositivos móveis. Ao olharmos para os nossos telemóveis, tablets ou outros dispositivos eletrónicos, inclinamos a cabeça para a frente e para baixo. Praticamente, todos o fazemos desta forma, se não, faça-se a “radiografia” da posição do pescoço e da cabeça, na sociedade, i.e., em casa, no metro, no autocarro, nas mesas dos restaurantes e até em ginásios. Isto coloca uma pressão adicional sobre a coluna cervical., sendo muitos quilos e durante demasiadas horas:

  • A cabeça de um adulto, em média, pesa 5kg na posição neutra; quer dizer alinhada com a vertical;
  • Com a inclinação da cabeça para a frente e para baixo, pode alcançar um efeito mais de 5 vezes maior na cervical, isto é, 27kg com uma inclinação de 60°;
  • As crianças e adolescentes podem passar 5 a 7 horas por dia nos telemóveis e outros dispositivos;
  • Com o tempo, os efeitos cumulativos, podem ser dramáticos, aproximadamente 2500h num ano; é como quem diz; 25% do tempo disponível de vida por ano!

Esta postura, repetida e acumulada, pode resultar em dores e desconforto no pescoço, ombros, membros superiores e outros segmentos da coluna. Pode mesmo, a longo prazo, promover alterações das normais e necessárias curvas fisiológicas e alterações patológicas em diferentes estruturas, como o osso, cartilagem, discos intervertebrais, ligamentos e músculos. Também necessitamos acomodar outras implicações diretas como a da luz na qualidade do sono, da radiação eletromagnética e da sua assimilação, particularmente nas crianças, por ser, factualmente, maior e imprevisível, neste caso, por desconhecimento dos seus efeitos. No que diz respeito, a implicações indiretas, não será exagero sublinhar o efeito do tempo de ecrã para os hábitos sedentários, assim como, por outro lado, a perda de oportunidades para a prática de exercício físico, sobretudo moderado e vigoroso que, sabemos, ter um efeito preventivo em determinados problemas de natureza musculosquelética e muitos outros benefícios para a saúde física, mental e social. Em 2035, estima-se que 51% da população mundial terá excesso de peso ou obesidade. A obesidade tende a subir, crescendo mais rapidamente e especialmente entre as meninas. O impacto económico da nova pandemia, i.e., do excesso de peso e obesidade poderá alcançar os 3% do PIB mundial.

Causas, sintomas e fatores de risco:

O Pescoço de Texto está diretamente relacionado aos hábitos digitais, que hoje são estendidos e frequentes por várias razões e propósitos. Seja por questões ocupacionais, troca de mensagens, navegação em redes sociais, jogos, consultas de serviços ou compras online. Estas atividades exercem uma carga excessiva, principalmente nos músculos e ligamentos do pescoço e, de forma geral, na região superior das costas. Os sintomas mais comuns incluem:

  • Dor no pescoço e rigidez;
  • Dor nos ombros e costas;
  • Dores de cabeça frequentes;
  • Sensação de dormência/formigueiro nos braços;
  • Postura curvada.

Sabia que existem escalas para medir o uso que faz do telemóvel? Convidamos o leitor a pesquisar, isso sim, sem fletir a cabeça para a frente e para baixo, a escala designada por Smartphone Addiction Scale-Short Version (SAS-SV). Recomendamos que faça um print, imprima e responda a 10 perguntas simples e obterá uma pontuação entre 10 e 60. Se conseguir entre 30 ou mais pontos, fica o nosso conselho para reduzir o uso e/ou procurar alternativas para consultar o que pretende, que não impliquem a postura acima referida. Arredondando, mais de 30 pontos, significa que fará um uso excessivo do telemóvel e isso é um fator de risco. Porquê? Porque se aplicou a escala validada a mais de 1000 trabalhadores de escritório e, verificou-se que os que têm a pontuação acima dos referidos e arredondados 30 pontos, têm uma probabilidade 6 vezes maior de ter dor no pescoço. Além das queixas/consequências físicas, também se verificou a associação com stress, ansiedade e depressão. Também existem trabalhos que avaliam o impacto no comportamento social, mas os resultados não parecem ser positivos. Todavia e felizmente, o Pescoço de Texto é uma condição evitável e tratável., pelo que sugerimos algumas dicas para prevenir e lidar com a síndrome:

  1. Consciência postural: Mantenha a consciência sobre a sua postura enquanto utiliza dispositivos eletrónicos (e também se aplica quando lê um livro). Mantenha o telefone ao nível dos olhos para evitar inclinar constantemente a cabeça para baixo; quando num sofá, poderá colocar uma ou duas almofadas no colo, apoiar os cotovelos e, como resultado, reduzirá significativamente a inclinação da cabeça para a frente e para baixo.
  2. Pausas regulares: Faça pausas frequentes durante o uso de dispositivos. Influencie o departamento de saúde ocupacional a introduzir medidas preventivas e sessões de exercício físico, já que as pausas ativas podem fazer toda a diferença no seu bem-estar e saúde.
  3. Pratique exercício físico: salvaguardados os imponderáveis, o exercício físico pode mudar-lhe a vida e/ou contribuir para manter a vida que tem, desejando que seja o caso, livre de problemas musculoesqueléticos e outras condições clínicas que podem impactar negativa e significativamente a saúde e bem-estar.
  4. Ergonomia: Na utilização de computadores, seja o clássico PC ou o portátil, certifique-se de que a tela esteja ao nível dos olhos e que o teclado esteja numa posição confortável para evitar tensões desnecessárias.
  5. Consulte o médico ou o fisioterapeuta: Caso os sintomas persistam ou se intensifiquem, procure um profissional de saúde para avaliação, referenciação e /ou tratamento adequado.

Conclusão:

O Pescoço de Texto é uma condição real que pode afetar qualquer pessoa que faça uso intensivo de dispositivos eletrónicos. Ao adotar uma postura mais consciente, praticar exercício físico e fazer pausas regulares, podemos prevenir e tratar a síndrome, garantindo uma experiência digital mais saudável e agradável. Lembre-se sempre de cuidar do seu bem-estar físico, mental e social, enquanto desfruta do mundo digital moderno. Aqui e, através deste texto, queremos oferecer-lhe modernidade e saúde. Da próxima vez que estiver a fazer tapping e swiping, no seu telemóvel, lembre-se da sua saúde e dos conselhos da Clínica Espregueira – FIFA Medical Centre of Excellence.

 
Prof. Dr. João Espregueira-Mendes - vice-presidente da ISAKOS - Sociedade Internacional de Artroscopia, Cirurgia do Joelho e Medicina Ortopédica Desportiva

Dr. Rogério Pereira - fisioterapeuta da Clínica Espregueira no Porto

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
De 9 a 14 de outubro
O Centro Hospitalar Universitário Cova da Beira anuncia com entusiasmo a organização da 17ª Edição da Semana do Bebé, um evento...

Sob o tópico principal “+Saúde Mental: um compromisso de todos”, pretende-se um especial enfoque no conceito de Saúde Mental Positiva, um termo que nos remete para uma abordagem na saúde que vai para além da ausência de doença, reconhecendo a importância das características psicossociais positivas, como: satisfação social, autonomia, resolução de problemas, competências de relação interpessoal. Esses pilares fundamentais enriquecem a vida dos indivíduos, tanto o seu mundo interior como as conexões com a sociedade, pelo que é imperioso implementar estratégias desde cedo, na jornada da vida, para evitar ou minimizar o risco de adversidades mentais.

Nesse sentido, e porque é primordial que a saúde mental seja promovida e garantida, desde a conceção até à adolescência, que a Semana do Bebé visa abraçar atividades, que promovam o desenvolvimento saudável e pleno, nos diversos contextos em que a criança está inserida, bem como também está determinada a consciencializar pais e cuidadores, para a importância de uma parentalidade afetiva e responsável, que é essencial para formar cidadãos felizes, proativos e confiantes.

Das inúmeras atividades, em destaque ao longo de toda a semana, referenciar as que necessitam de inscrição, que apesar de gratuita é obrigatória em: https://chcbeira.up.events

 

 

 

 

Atividade formativa
Equipas de Trauma da Região Centro treinam no Centro de Simulação do CHUC ...

Destinada a membros das equipas de trauma dos hospitais da Região Centro, esta atividade formativa decorreu por iniciativa da Comissão Regional de Trauma do Centro, com o apoio da Administração Regional de Saúde do Centro e da Comissão de Trauma do CHUC, e contou com o patrocínio científico da Associação Lusitana de Trauma e Emergência Cirúrgica (ALTEC).

Refira-se que o Curso de Equipas de Trauma é baseado quase exclusivamente em cenários simulados e os objetivos são melhorar as competências não técnicas de trabalho em equipa de médicos e enfermeiros dos serviços de urgência hospitalares, e deste modo aumentar a qualidade dos cuidados prestados ao doente vítima de trauma grave.

Esta edição do Curso de Equipas de Trauma foi a primeira de âmbito regional e contou com uma de equipa de formadores e coordenadores constituída por elementos das duas unidades hospitalares, CHUC e CHTV, e com elementos observadores do Hospital da Figueira da Foz. Procurou-se, deste modo, promover uma forma comum de trabalhar e a colaboração interinstitucional.

O programa formativo de treino de equipas teve início em 2021 e as 13 edições decorridas até ao momento permitiram preparar mais de 140 profissionais do CHUC.

O programa de formação da Comissão Regional de Trauma terá continuidade no próximo dia 16 de novembro, com mais um Curso de Equipas de Trauma, desta vez destinado a elementos do Hospital Santo André, Leiria.

 

 

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