Dentro de um ano
Todas as especialidades hospitalares deverão estar dentro de um ano incluídas numa Rede de Referenciação, o que não acontece...

Jorge Penedo, coordenador do grupo técnico criado pelo Governo para a reforma hospitalar, disse que as Redes Nacionais de Especialidades Hospitalares e de Referenciação (RNEHR) foram nascendo sem que algum diploma as tivesse criado.

As Redes “começaram a aparecer, há 13 anos, de uma forma anárquica, sem uma estrutura comum nem uma forma uniforme”.

Só existem redes para menos de metade das 41 especialidades definidas pela Ordem dos Médicos e nenhuma delas tem um período de vigência.

Jorge Penedo sublinha que, nos últimos 13 anos, deixaram de existir algumas situações hospitalares, o que deverá ser levado em conta nas novas redes.

Cada rede, adiantou, deverá constituir um sistema integrado que, de forma concertada, satisfaça as necessidades de assistência hospitalar no diagnóstico e terapêutica e de garantia de qualidade.

O cirurgião reconhece que este é “um trabalho imenso” – que tem de estar concluído até 30 de Junho do próximo ano – que deve começar com as redes que já existem, as quais deverão ser redimensionadas.

Jorge Penedo acredita que a criação destas redes deverá redesenhar a assistência hospitalar, mas sublinha: “Uma coisa são serviços e outra são competências”.

“Os serviços podem perder uma ou outra competência, não quer dizer que vão fechar”.

Nas futuras redes deve constar a distribuição das localizações, no mapa das instituições hospitalares do Serviço Nacional de Saúde (SNS), das especialidades predominantemente ou exclusivamente hospitalares.

As Redes – para a definição das quais deverão ser consultados peritos indicados pela Ordem dos Médicos – serão revistas a cada cinco anos.

Em 2015
Técnicos do Norte de Portugal e da Galiza deverão apontar, em 2015, as soluções para melhorar o acesso das populações dos dois...

Os grupos de trabalho que vão identificar a capacidade instalada no Norte de Portugal e da Galiza na área da saúde foram hoje formalmente constituídos através do protocolo assinado, hoje em Vigo, entre a Administração Regional de Saúde (ARS) do Norte e a Junta da Galiza.

O acordo foi assinado na sede do Agrupamento Europeu de Cooperação Transfronteiriça Norte de Portugal Galiza, na presença do presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N), Emídio Gomes, e do vice-presidente da Junta da Galiza, Alfonso Rueda.

Para o presidente da ARS-N, Castanheira Nunes, a criação destes grupos de trabalho mistos vai permitir definir "um regime sustentável para ambas as regiões em matéria de mobilidade de doentes com acesso a cuidados de saúde seguros e de qualidade".

"A saúde é complexa, a organização é diferente em ambos os lados da fronteira, importa agora articulá-los. Temos dois grandes objectivos para já, a eurocidade Verín-Chaves e a articulação entre os serviços de informação do Norte de Portugal e Espanha. O Minho será também uma prioridade", explicou Castanheira Nunes.

Já a conselheira de Saúde da Junta da Galiza, Rocío Alvarez, sublinhou que este acordo vai permitir regulamentar, aprofundar e alargar a cooperação já existente em várias zonas, apontando como exemplo a partilha em prática na eurocidade Chaves e Verin e Ayamonte e Vila Real de Santo António, ao nível de serviços de enfermagem e obstetrícia.

"É preciso tornar o acesso ainda mais fácil sobretudo a pensar nos doentes" explicou a conselheira da Junta da Galiza.

5 dicas para as distinguir
Espirramos, passamos a vida a assoar-nos e sentimos o nariz todo entupido. Mas será uma constipação passageira ou uma alergia...

A verdade é que existem algumas diferenças entre estes dois estados de saúde. Normalmente, as constipações envolvem também problemas de garganta e, em casos extremos, alguma febre. Já os olhos lacrimejantes são um sintoma comum de uma alergia.

“A constipação e a alergia são muito semelhantes. É a sua duração e a frequência com que surgem os sintomas que pode ajudar a descobri se se trata de uma ou outra”, explica a Dra. Rima Rachid, directora do departamento de alergologia do Boston Children’s Hospital, ao Huffington Post.

Para além disso, existe também o factor hereditário: Se um dos seus progenitores sofre de alergias, tem um terço de probabilidades de desenvolver o mesmo problema. Quando ambos têm alergias, os filhos têm 70% de hipótese de também as ter.

O mesmo site fez uma lista de cinco dicas que o podem ajudar se está realmente constipado… ou não.

1 - A altura do ano: As constipações têm tendência a ocorrer no Inverno e, após a pessoa estar exposta ao vírus, demora algum tempo até se manifestar. Já no caso das alergias sazonais, os seus sintomas surgem logo após a exposição aos pólenes, que costumam andar mais no ar durante a Primavera, o Verão e o Outono. Se os sintomas costumam aparecer todos os anos mais ou menos na mesma altura, o mais provável é que seja alérgica a algo que está mais exposto durante essa estação.

2 – Duração dos sintomas: Os sinais de uma constipação duram, normalmente, entre 3 e 14 dias. Os de uma alergia duram o tempo que a pessoa estiver exposta ao factor que lhe causa este problema, que pode durar semanas ou meses, explica Rima Rachid.

3 – Cor: A especialista explicou ao Huffington Post que quando lhe aparece um paciente com um muco nasal verde ou amarelo, o mais provável é que se trate de uma constipação ou uma infecção. As alergias produzem, normalmente, uma secreção nasal mais incolor.

4 – Febre e dores musculares: As alergias não costumam provocar febre ou dores de corpo e as pessoas que ficam constipadas têm tendência a desenvolver estes problemas.

5 – A “saudação alérgica”: A grande maioria dos alérgicos fica com comichões no nariz e não consegue aguentar muito tempo sem o coçar. Estas pode ser o sinal mais notório de que o “pingo no nariz” não é uma constipação. A pele neste local em particular também acaba por ficar um pouco seca, avermelhada e “gretada”.

Estudo
Cientistas britânicos acreditam poder "desarmar" a bactéria E.coli.

Os alertas têm sido constantes por parte dos responsáveis de saúde: a resistência aos antibióticos poderá levar a que dentro de 20 anos, até mesmo as intervenções cirúrgicas mais rotineiras sejam potencialmente fatais devido ao risco de infecção.

No entanto, a ameaça global poderá estar agora mais perto de ser dominada, com um grupo de cientistas da Universidade de East Anglia a anunciar, num estudo publicado na revista Nature, ter descoberto como a bactéria E.coli constrói a sua barreira impenetrável contra os antibióticos.

A equipa de investigadores acredita que dentro de poucos anos será possível ter um medicamento que "desligue" essa armadura, tornando a bactéria vulnerável.

"É um avanço muito significativo", congratula-se o professor Changjiang Dong, da Universidade de East Anglia. "Muitas bactérias constroem uma defesa exterior que é importante para a sua sobrevivência e resistência aos medicamentos. Descobrimos uma forma de impedir isso".

Universidade Católica Portuguesa
A Coordenação Científica de Saúde Pública do Instituto de Ciências da Saúde, inserida na Universidade Católica Portuguesa, está...

“As conferências concebidas são o ponto de encontro para reunir estudantes, académicos, profissionais de saúde, gestores e decisores com os objectivos de promover o desenvolvimento e a partilha de conhecimento, bem como o debate em torno das políticas públicas de saúde” afirma Ricardo Baptista Leite, responsável pela Coordenação Científica de Saúde Pública do Instituto de Ciências da Saúde (ICS) da Universidade Católica Portuguesa (UCP) e deputado.

Segundo Ricardo Baptista Leite: “Ter a oportunidade de trazer a Portugal uma pessoa que durante 2 anos foi responsável pela saúde a nível Europeu para discutir a área, é uma oportunidade única para aprofundar o debate sobre o papel da União Europeia em matérias de saúde.”

A CCSP tem por missão preservar, promover e melhorar a saúde e bem-estar das populações, comunidades e cidadãos individuais, numa abordagem humanista da saúde pública baseada no valor. Para isso, aborda de forma inovadora e prática as temáticas da saúde pública através dos seguintes eixos de intervenção: formação académica; investigação científica; intervenção operacional; e outros serviços de consultadoria.

Para mais informações em relação às inscrições poderá contactar o Instituto de Ciências da Saúde da Universidade Católica através de correio electrónico [email protected] ou telefone 217 214 147.

Forte da Baralha em Sesimbra
No próximo dia 22 de Junho a Associação de Jovens Diabéticos de Portugal organiza, pelas 10h00, uma caminhada ao Forte da...

Em cooperação com a WeGoAdventures e a CliVip, a caminhada de 12 km realiza-se no Distrito de Setúbal, entre o cabo Espichel e a ponta do Cavalo, e pretende juntar jovens, familiares e amigos que vivem o dia-a-dia com a diabetes, proporcionando um momento de convívio. O ponto de partida é no Largo descampado a seguir à Estalagem do Zimbro Azoia, às 10h00. Esta caminhada representa um nível de dificuldade de grau III, numa escala de I a V.

O presidente da Associação de Jovens Diabéticos de Portugal (AJDP), Carlos Neves, refere que “Caminhar é uma forma eficaz de prevenir complicações da Diabetes e de controlar os níveis de glicemia. Permite activar a produção de insulina na diabetes tipo 2 e melhorar a condição cardiovascular geral. Para além disso, uma caminhada, quando feita em grupo, permite também impulsionar a partilha e aprendizagem de novas experiências que podem ajudar os jovens com diabetes a enfrentar o estigma associado à sua condição. ”

A AJDP sugere o uso de equipamento adequado à actividade desportiva, nomeadamente, roupa confortável, botas de montanha ou ténis, água e também material de prevenção para hipoglicémias (sumo, açúcar, bolachas).

As inscrições e pedido para mais informações sobre a caminhada, podem ser submetidos para [email protected], indicando o nome, um contacto e o número de participantes.

Veja quais são
Novo ciclo de avaliação da Entidade Reguladora da Saúde obteve dados para classificar cuidados em 98 unidades públicas e...

Só quatro hospitais em 31 avaliados nesta área tem nota máxima no tratamento de enfartes do miocárdio e só seis em 32 consegue a classificação mais elevada na actuação em casos de acidente vascular cerebral. Entre as áreas clínicas analisadas na última edição do Sistema Nacional de Avaliação em Saúde (SINAS) da Entidade Reguladora da Saúde, estas são aquelas em que o patamar máximo de excelência é menos vezes atingido. A maioria dos hospitais que consegue os melhores resultados são do Serviço Nacional de Saúde, com destaque para o Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, com nota máxima em ambas as áreas. Do sector privado, só o Hospital da Luz tem a nota que equivale a "qualidade superior" nos AVC.

Os dados de mais um ciclo de avaliação do SINAS na vertente de excelência clínica - a única em que os indicadores são revistos duas vezes por ano - foram divulgados esta semana. Os resultados podem ser consultados no site do regulador mas um panorama geral, além dos números, não é imediato. Após análise, percebem-se algumas tendências e surpresas. São as unidades do Norte e do Centro que têm melhores notas. Por outro lado, os melhores cuidados neonatais do país não surgem em grandes maternidades mas nos hospitais da Póvoa de Varzim e de Beja, os únicos que recebem três estrelas nesta área - a nota mais elevada no sistema de avaliação da ERS. Em matéria de partos e cuidados pré- -natais, não há nenhuma nota máxima abaixo de Vila Franca de Xira. Obtêm três estrelas a Maternidade Júlio Dinis, no Porto, e em Coimbra apenas uma das maternidades hoje integradas no Centro Hospitalar e Universitário - a Maternidade Dr. Daniel de Matos.

Grandes hospitais de fora

O SINAS foi criado em 2009 e é voluntário - só são avaliadas as unidades que querem. Questionada pelo jornal i, a ERS adiantou que esta metodologia é para manter. A avaliação é feita com base na resposta dos prestadores de saúde a questões apresentadas pelo regulador para aferir o desempenho num conjunto de indicadores - dos medicamentos administrados aos cuidados na alta e por vezes à mortalidade dentro do hospital. Havendo informação, as unidades são classificadas em três patamares de excelência clínica e a ERS faz auditorias de verificação.

Se a metodologia é complexa, a análise final não o é menos. Os dados globais apresentados pelo regulador não batem certo com os que se obtêm quando se analisa cada prestador. Segundo uma análise feita pelo jornal i - que diz respeito a episódios com alta entre 1 de Julho de 2012 e 30 de Junho de 2013 -, 98 hospitais apresentaram dados e um número suficiente de casos para serem classificados em pelo menos uma área clínica. Destes, 73 são unidades do sector público e as restantes do sector privado ou social. Estando todo o território nacional coberto, a ausência que mais se nota é a de grandes hospitais como o S. João no Porto ou Santa Maria em Lisboa, que junto com outras 22 unidades "declinam a avaliação". Isto é, não fornecem informação. O jornal i questionou as unidades e só administração do S. João respondeu, adiantando que tem mantido reuniões com o regulador para "ultrapassar constrangimentos técnicos relacionados com a recolha dos dados solicitados."

Consulte aqui as notas dadas.

A partir de Julho
Os serviços de urgências dos centros de saúde da Ribeira Grande, Vila Franca do Campo e Nordeste, em São Miguel, vão encerrar à...

"Pretendemos, dentro do plano da reestruturação do Serviço Regional de Saúde, impor um horário de funcionamento dos SAU (Serviços de Atendimento Urgente) da Ribeira Grande, de Vila Franca e do Nordeste idêntico ao horário de funcionamento do serviço de atendimento da Praia da Vitória, na ilha Terceira", frisou.

O secretário regional da Saúde dos Açores, Luís Cabral, falava, em declarações aos jornalistas, no final de uma reunião com o conselho de administração da Unidade de Saúde de Ilha da Terceira, em Angra do Heroísmo.

À excepção do Centro de Saúde de Ponta Delgada, que fica situado no concelho em que existe um hospital, os centros de saúde da ilha de São Miguel têm serviços de urgência abertos 24 horas por dia, mas a partir de Julho, apenas o da Povoação permanecerá com este horário, porque tem menores condições de acesso ao hospital.

Segundo Luís Cabral, o executivo regional criou, no entanto, várias medidas para "garantir uma resposta alternativa aos atendimentos nocturnos", como "a contratualização directa das camas de cuidados continuados com médicos das instituições", que permitem "alargar a rede de cuidados continuados integrados da região às unidades de saúde públicas".

O secretário da Saúde salientou que foi assegurado, desta forma, que "os doentes continuem internados em regimento de cuidados continuados".

Também o funcionamento da viatura de Suporte Imediato de Vida (SIV), em Ponta Delgada e na Ribeira Grande, durante 24 horas, e a linha de atendimento de emergência asseguram uma alternativa aos atendimentos nocturnos, segundo Luís Cabral.

Votação na próxima semana
O grupo que esteve a trabalhar na legislação que vai legalizar a maternidade de substituição aprovou ontem o texto final, que...

"Fechámos o texto. O passo seguinte é a votação na especialidade, que deve acontecer na próxima semana numa reunião extraordinária da comissão parlamentar de saúde", disse a deputada e presidente daquela comissão.

Na semana passada, o PS tinha proposto que ficassem "arrumados" nesta lei da maternidade de substituição alguns temas que estavam a ser deixados para posterior regulamentação, assunto que ontem ficou fechado.

"Deste modo, temos normas específicas sobre regulamentação, que abrange todos os pontos (da lei) e não vai ser necessária regulamentação do Governo", afirmou Antónia Almeida Santos.

A votação final deste documento pelo grupo de trabalho tinha sido adiada pela primeira vez em maio, porque os deputados não estavam de acordo relativamente a algumas das questões do diploma, como o "arrependimento" da mulher que aceite ser "mãe" de substituição e as consequências do incumprimento contratual.

Na altura solicitaram à Assembleia da República um estudo de direito comparado sobre as soluções que os outros países adotaram nesta matéria.

As dúvidas dos deputados surgiram já depois de estes terem conhecimento de um outro parecer do Conselho Nacional de Procriação Medicamente Assistida (CNPMA).

Na altura, a Associação Portuguesa de Fertilidade (APF) considerou este adiamento "incompreensível".

"Não conseguimos compreender que dois anos depois e depois de terem sido criadas tantas expectativas junto dos casais se venha adiar mais uma vez a votação. (...) Certo é que tiveram dois anos para comparar a moldura legal dos países em que a prática da maternidade de substituição já é uma realidade", disse a presidente da APF. 

União Europeia
A exposição diária a produtos químicos presentes em alimentos e produtos quotidianos pode estar a custar anualmente até 31 mil...

De acordo com uma nota da Health and Environment Alliance (HEAL), problemas de cancro, diabetes, obesidade e infertilidade poderiam ser evitados se as pessoas reduzissem a exposição aos produtos químicos que desestabilizam as hormonas, evitando-se, deste modo, perda de milhões de euros relacionados com estas doenças.

Baseando-se num novo estudo, a HEAL refere que o cálculo baseia-se numa lista de doenças e condições que os cientistas envolvidos na pesquisa identificaram como estando "relacionadas com o sistema endócrino".

Segundo o documento, os investigadores destacaram nesta lista os problemas reprodutivos e de fertilidade, incluindo baixa contagem de espermatozoides, as anormalidades do pénis e testículos nos mais novos, o cancro da mama e próstata, os distúrbios de comportamento das crianças, como o autismo e défice de atenção e hiperactividade, bem como a obesidade e as diabetes.

"À excepção de países como a Holanda e Áustria, todos os países da UE estão a enfrentar fortes aumentos de casos de cancro da próstata e os Estados-Membros da UE da região do Leste e do Sul da Europa estão a assistir a um aumento dramático no cancro da mama", indica a nota.

Por outro lado, "a prevalência do autismo é agora alarmante", assinala a organização Europeia que analisa a forma como o ambiente afecta a saúde.

Falta de dados concretos

No entanto, a Organização Mundial da Saúde observou que o "fardo ambiental das doenças ligadas aos produtos químicos deverá a estar a ser subestimada devido à falta de dados, posição que é corroborada pelos economistas ambientais Alistai Hunt, da Universidade de Bath, e Julia Ferguson, da Cranfield School of Management, que calcularam que os custos totais associados com estas condições podem ascender aos 630 mil milhões de euros por ano.

O director executivo da HEAL, Genon K Jensen, considerou que "a UE deve colocar a saúde em primeiro lugar e eliminar gradualmente estas substâncias, adoptando medidas céleres que poderiam evitar grande sofrimento humano e perda de produtividade a cada ano" na União Europeia.

Citado na nota, o responsável referiu que a HEAL pretende ver reformuladas as leis europeias "visando à redução da exposição das pessoas aos desreguladores endócrinos. A UE deve também estabelecer um calendário específico pelo qual desreguladores endócrinos devem ser identificados e substituídos por alternativas mais seguras".

Burla e falsificação de receitas
Dois médicos, um delegado de informação médica e uma proprietária de farmácia, nas zonas de Lisboa e de Trás-os-Montes, foram...

De acordo com um comunicado da Polícia Judiciária (PJ), as detenções decorreram no âmbito da investigação de fraudes ao Serviço Nacional de Saúde (SNS), desenvolvida pela Judiciária através da Unidade Nacional de Combate à Corrupção (UNCC) e no âmbito de um inquérito dirigido pelo Ministério Público (DCIAP).

A mesma nota adianta que, no decurso da operação, foram realizadas “nove buscas domiciliárias e apreendido diverso material relacionado com a prática da actividade criminosa em investigação”.

Os detidos serão presentes a tribunal, para determinação das medidas de coacção.

De acordo com a PJ, “a investigação prossegue com vista à continuação de recolha de prova e ao apuramento do prejuízo causado ao Estado Português através de comparticipações indevidas”.

Dicionário de A a Z
O alho-francês é um vegetal que pertence à mesma família das cebolas e dos alhos.
Alho Francês

Muito consumido principalmente na culinária do Egito e Médio Oriente, em vez de formar um bolbo arredondado, como a cebola, o alho-francês produz uma sucessão cilíndrica de folhas encaixadas umas nas outras, esbranquiçadas na zona subterrânea.

Esta parte esbranquiçada é a mais utilizada no culinária, embora a parte verde possa também ser aproveitada por exemplo nas sopas.

É rico em vitaminas A e C, potássio, cálcio, fósforo e carotenóides e deve ser consumido o mais cru possível para que conserve as suas características naturais. Isto porque o alho francês é daqueles alimentos que quando cozinhado perde muitas das suas propriedades nutricionais.

Por ter uma quantidade de calorias muito baixa, o alho francês pode ser utilizado em dietas.

Como tem um sabor muito agradável, pode acompanhar vários alimentos e pode estar presente em saladas e sopas, acompanhar carnes e peixe, sendo apenas contra-indicado a pessoas que estão a seguir uma dieta baixa em potássio ou que estejam a tomar anticoagulantes.

São vários os benefícios que este alimento nos traz. Inibe o crescimento de bactérias, é anti-inflamatório, melhora o sistema imunitário, ajuda à prevenção e controle da diabetes, ajuda a prevenir as doenças cardiovasculares permite um maior controlo do peso, melhora os sintomas de artrite reumatóide, ajuda a eliminar o Ácido Úrico, é diurético, atenua os sintomas da bronquite, alivia os sintomas de sinusite e ajuda também a acabar com a prisão de ventre.

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico e/ou Farmacêutico.
Perguntas e respostas
Os medicamentos genéricos são medicamentos com a mesma substância activa, forma farmacêutica e dosag
Genéricos

Os medicamentos genéricos têm a mesma qualidade, segurança e eficácia dos medicamentos de marca?

Sim. Para os medicamentos genéricos obterem do Infarmed uma autorização para a sua comercialização, têm de provar, através de estudos científicos, que são equivalentes aos medicamentos de marca, ou seja, que possuem a mesma qualidade, segurança e eficácia.

 

Como é garantida essa qualidade, segurança e eficácia?
Aos medicamentos genéricos aplicam-se os mesmos procedimentos ao nível da inspecção, comprovação da qualidade e monitorização de segurança que aos medicamentos de marca.

No processo de avaliação para entrada no mercado os medicamentos genéricos têm que demonstrar a sua equivalência com o medicamento de marca. O Infarmed e as autoridades europeias competentes garantem de igual forma a qualidade, segurança e eficácia de todos os medicamentos.

Porque são mais baratos?
A Investigação e Desenvolvimento (I&D) de medicamentos é um processo moroso e muito dispendioso. Para que seja possível às empresas rentabilizar o investimento realizado, usufruem de um período de tempo (cerca de 10 anos) em que comercializam o medicamento em exclusividade (patente). Após esse período, passa a ser possível a outras empresas produzir e vender esse medicamento, é nesta altura que entram no mercado os medicamentos genéricos.

Como não precisam de incorporar no preço os custos de I&D os medicamentos genéricos têm preços significativamente mais baixos.

Como identifico um medicamento genérico?
Os medicamentos genéricos são identificados pela sigla MG, inserida na embalagem exterior do medicamento.

Existem medicamentos genéricos para todos os medicamentos?
Não, mas já existem medicamentos para mais de 200 substâncias activas, pelo que, quer o médico, quer o farmacêutico devem informar o doente sobre a existência de medicamentos genéricos comparticipados pelo Serviço Nacional de Saúde e sobre aquele que tem o preço mais baixo.

Onde posso obter mais informação sobre medicamentos genéricos?
O Infarmed tem uma Linha do Medicamento, gratuita, 800 222 444, que funciona todos os dias úteis, das 9 às 13 e das 14 às 17 horas, através da qual poderá colocar as suas questões.

Fonte: 
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O opiáceo mais potente
Apesar de ter começado a ser utilizada como um analgésico, em alternativa à morfina, a heroína veio
Mulher a injectar heroína no braço

A maioria dos opiáceos foi e é utilizada como medicamento: o láudano costuma ser indicado contra a diarreia; a codeína é utilizada contra a tosse; a morfina, a meperidina e a metadona são utilizadas para aliviar a dor; a metadona costuma ser utilizada para prevenir e tratar a síndrome de abstinência da heroína. Apesar de poderem ser utilizadas como medicamentos muitas pessoas utilizam-nas como drogas, tendo em conta que estas substâncias têm efeitos sobre o sistema nervoso central.

Normalmente, a heroína é adquirida sob a forma de um pó castanho, que os consumidores diluem e injectam por via intravenosa, pois desta forma os efeitos da droga, para além de se manifestarem de forma mais rápida, são mais intensos. De qualquer modo, como esta via de administração costuma ser bastante perigosa, muitos consumidores preferem inalá-la ou absorver pela boca o fumo resultante da sua combustão. Dado que a heroína é uma substância tóxica, a sua administração provoca uma intoxicação aguda.

Por outro lado, como a heroína é uma substância que se costuma adquirir ilegalmente, na grande maioria dos casos, não é vendida no seu estado puro, podendo estar misturada com outras substâncias tóxicas, como a estricnina. De facto, os consumidores não costumam conhecer com precisão a composição do produto que adquirem, o que pode ser extremamente perigoso para os toxicodependentes que a administram por via intravenosa, já que dão origem a graves intoxicações e à morte por overdose de heroína e de outras substâncias tóxicas.

É importante destacar o facto de os efeitos da heroína não serem iguais no início do consumo ou depois de gerada a dependência.O motivo que leva inicialmente uma pessoa a injectar-se, deve-se a uma intensa sensação de prazer e euforia. Posteriormente, o indivíduo vê-se obrigado a consumi-la para evitar o estado de carência que provoca a ausência da substância.

Efeitos imediatos

Sobre o Sistema Nervoso Central:

  • Analgesia;
  • Sonolência;
  • Euforia;
  • Sensação de tranquilidade e diminuição do sentimento de desconfiança;
  • Embotamento mental;
  • Contração da pupila;
  • Náuseas e vómitos;
  • Depressão da respiração (causa de morte por overdose);
  • Desaparecimento do reflexo da tosse.

Outros efeitos:

Produz a libertação de histamina (vasodilatação e comichão na pele).

A nível endocrinológico: inibição da hormona que liberta a gonadotropina; diminuição dos níveis do factor de libertação da corticotropina (diminuem os níveis de plasma do cortisol testosterona).

Na mulher produzem-se ciclos menstruais irregulares.

No aparelho digestivo: os movimentos peristálticos tornam-se lentos, favorecendo a prisão de ventre.

Na bexiga: o tónus do esfíncter aumenta e diminuem os reflexos da micção, provocando

Efeitos a longo prazo e potencial de dependência

Desenvolvimento de tolerância com grande rapidez. Tendência para aumentar a quantidade de heroína autoadministrada, com o fim de conseguir os mesmos efeitos que antes eram conseguidos com doses menores, o que conduz a uma manifesta dependência. Passadas várias horas da última dose, o viciado necessita de uma nova dose para evitar a síndrome de abstinência provocada pela falta dela.

Desenvolve tolerância em relação aos efeitos de euforia, de depressão respiratória, analgesia, sedação, vómitos e alterações hormonais. Estes efeitos, junto com a diminuição da libido, a insónia e a transpiração, são os sintomas dos consumidores crónicos.

Os opiáceos, devido aos seus potentes efeitos eufóricos e à intensidade da sintomatologia de abstinência, geram um alto grau de dependência. Há milhares de pessoas no mundo inteiro que tentam tratar a dependência destas substâncias.

Síndrome de abstinência

Sintomas: desejo de consumo, inquietação e irritabilidade, hipersensibilidade à dor, náuseas, dores musculares, estado de ânimo disfórico, insónia, ansiedade.

Marcas físicas: dilatação da pupila, transpiração, "pele de galinha", taquicardia, aumento da tensão arterial, bocejos, febre.

Os sintomas demoram aproximadamente uma semana a desaparecer, apesar de permanecer uma lembrança constante. A síndrome descrita, embora acarretando muito sofrimento e sensação de perigo para muitos heroinómanos, não é grave e pode ser superada sem riscos para a saúde. Além destes sintomas variarem segundo a quantidade ingerida, frequência, via de administração, etc., a sua intensidade depende em grande parte da motivação e expectativas do indivíduo, do apoio familiar, profissional, etc.

Muitas das complicações típicas dos heroinómanos estão intimamente relacionadas com as infeções causadas pelo uso da seringa, falta de hábitos higiénicos adequados e também pela adulteração do opiáceo mediante produtos tóxicos ou prejudiciais (é frequente encontrar adulterantes como açúcar em pó, talco, lactose, cacau,...). Isto explica o aparecimento no paciente de feridas, abcessos, processos infeciosos como hepatites, pneumonias, SIDA.

Na grande maioria dos casos, os toxicodependentes vêem-se obrigados a tornarem-se vendedores de droga, a prostituírem-se ou a cometerem qualquer tipo de crime para poderem pagar o elevado custo da heroína, o que, independentemente das razões, provoca conflitos cada vez mais graves nos seus ambientes familiares, sociais e profissionais.

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O segundo dia de Congresso centra-se na discussão sobre o Aneurisma da Aorta e a Doença Arterial Periférica e encerra com as palavras da Presidente da SPACV, a Dr.ª Isabel Cássio.

No sábado, dia 21, será premiada a melhor comunicação de todas as apresentadas ao longo dos três dias de Congresso e segue-se a controvérsia entre a Doença Venosa e Linfática. Ainda durante a tarde, será atribuído o prémio ao Melhor Poster SPACV e na cerimónia de encerramento haverá entrega de prémios e bolsas.

O Congresso da SPACV realiza-se anualmente e é uma referência para os especialistas da área da Angiologia e Cirurgia Vascular, segundo o Secretário-Geral da SPACV, o Dr. Daniel Brandão “é muito importante reunir a maioria dos cirurgiões vasculares do nosso país num único momento e fazemos todos os esforços para garantir que os temas abordados no Congresso garantem a plena atualização sobre estas temáticas.” 

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Desde o início do mês está acessível a qualquer pessoa a consulta de um conjunto de dados que permitem conhecer em detalhe os indicadores de referência na actividade da Unidades de Saúde Familiar. Para cada unidade, para cada região do país, desde 2009 até final de 2013, os dados disponíveis caracterizam a população que recorre a estes serviços, a forma como estes funcionam, os serviços que aí são prestados e como são prestados.

A iniciativa é da responsabilidade da Associação Nacional das Unidades de Saúde Familiar. Materializa-se num portal de Internet que tem como principal missão dar a conhecer o trabalho destas unidades, expor a sua abordagem multidimensional, e partilhar os números que atestam os resultados do modelo que nos últimos anos tem vindo a substituir os Centros de Saúde.

"Apesar da sua diversidade e dos resultados positivos que apresentam, as pessoas continuam a desconhecer um pouco o que são as USF. Continua a ser difícil passar a imagem do que são, qual o seu contributo e qual foi o seu impacto nos cuidados de saúde", defende José Luís Biscaia (na foto), coordenador da Unidade de Saúde Familiar de São Julião, na Figueira da Foz e coordenador do projecto de BI das USF.

A plataforma pretende dar um contributo para alterar esta situação e fazer chegar números e indicadores de actividade ao público em geral, mas também aos decisores políticos e aos próprios profissionais de saúde, a quem faltava a visão global de um conjunto de informação importante para dar suporte a processos de melhoria continua, sustentabilidade e desenvolvimento organizacional.

Descobrir informação nos dados que já existem

Todos os dados da operação diária nas USF são registados electronicamente e de forma parametrizada. Esse acervo é propriedade da Administração Central dos Sistemas de Saúde com quem agora foi firmado um protocolo que viabiliza a sua utilização e o tratamento dos dados na nova plataforma, que tira partido de tecnologias de Business Intelligence da Microsoft para trabalhar toda a informação.

"Portugal deve ser o país do mundo ocidental que tem maior informatização na informação clínica que gera, mas tem um defeito a seguir a isto. Temos este volume de dados mas não temos instrumentos e capacidade para fazer a sua gestão", defende José Luis Biscaia.

O projecto da USF – NA é um esforço para alterar a situação e também um ponto de partida para a partilha de boas práticas e para o trabalho de investigação a partir dos dados compilados junto do universo da população que é acompanhada nestas unidades. Mais do que aumentar a informação disponível, os promotores querem melhorar a qualidade da informação a que podem já hoje ter acesso.

"Mais interessante do que saber quantas citologias foram feitas, será perceber quantas mulheres fizeram o rastreio ao cancro do colo do útero em tempo adequado", exemplifica José Luis Biscaia.

Com a evolução da plataforma, o objectivo é que este tipo de análise possa continuar a evoluir, dando consistência à informação disponível e permitindo ir mais a fundo na análise, explorando a base de dados de forma mais adaptada às necessidades. Avançar neste sentido implica um modelo distinto, mais complexo e com exigências diferentes ao nível da protecção de dados. A USF – AN já está a trabalhar na evolução e conta tê-la concluída até final do ano.

Parcerias operacionalizam ideia

Além do protocolo com a ACSS, o BI das USF nasce tirando partido de parcerias com a indústria, mas também com as ordens dos médicos, enfermeiros e farmacêuticos. A associação a estes parceiros tem em vista a colaboração na identificação ou aferição de novos indicadores que permitam medir ou qualificar a actividade. Já a parceria com três escolas do país (escolas de negócios da UP e da UNL e Centro de Estudos e Investigação em Saúde da UC) têm como principal objectivo criar condições para fomentar a investigação, potenciando o valor da informação existente. A Microsoft é a parceira tecnológica do projecto. Fornece a tecnologia de base ao portal (Sharepoint) e a tecnologia de Business Intelligence, para além de suportar toda a infra-estrutura na "cloud" da empresa, através da plataforma Windows Azure.

USF: o quê e para quê?

386 unidades

Com quase 5 milhões de cidadãos inscritos, as 386 Unidades de Saúde Familiar espalhadas pelo país envolvem 7 mil profissionais. São a face mais visível de uma profunda reforma no sistema de prestação de cuidados de saúde primários, que acelerou o passo em 2006 e que se mantém.

Mais eficiência

O BI das USF quer ajudar a afirmar a identidade do modelo, demonstrar os seus ganhos em termos de saúde, eficiência, criar mecanismos de melhoria continua e promover a transparência.

Colin Campbell
O bioquímico Colin Campbell, que esteve nesta ontem pela primeira vez em Portugal, admite que devia haver mais estudos para...

Cresceu numa quinta que produzia leite, mas não o bebe. Tem 80 anos e há cerca de 30 começou a abandonar os lacticínios, a carne, os ovos, os fritos e os doces. Peixe, no máximo uma vez por mês e cozido. Prefere vegetais, frutas, cereais integrais. Faz exercício e corre “facilmente” sete ou oito quilómetros. Não fuma e só de vez quando bebe vinho ou cerveja. O norte-americano Colin Campbell, professor de Bioquímica Nutricional na Universidade de Cornell, onde se doutorou em nutrição, bioquímica e microbiologia, coordenou o Estudo da China sobre a relação entre alimentação, estilo de vida e doenças degenerativas modernas, realizado pelas Universidades de Cornell, Oxford, com o apoio da Academia Chinesa de Medicina Preventiva. Esteve em Lisboa para participar num seminário promovido pela Direcção-Geral de Saúde, Administração Central do Sistema de Saúde, Instituto Macrobiótico de Portugal e Ministério da Saúde.

Quais foram as principais conclusões do Estudo da China?
O Estudo da China é o nome do livro, publicado em 2005, que é um resumo do meu trabalho nos últimos 45 anos. E um projecto que fizemos na China, em 130 aldeias. Estávamos interessados em ver por que é que o cancro era muito mais comum nuns sítios do que noutros. O Estudo da China em si não foi responsável pelas minhas conclusões. Houve todo um trabalho feito antes, em laboratório, durante cerca 30 anos. O Estudo da China foi uma oportunidade de confirmar se o que estávamos a ver no laboratório era o mesmo que nos humanos.

Depois dessas décadas de pesquisas o que defende é que se comermos mais alimentos de origem animal, como lacticínios e carne, temos mais probabilidade de ter doenças cardiovasculares, cancro, diabetes?
Há evidências científicas que nos dizem que, se comermos alimentos de origem animal, aumentamos o risco de ter essas doenças. As pessoas são mais saudáveis e vivem mais tempo se optarem por dietas com menos proteínas de origem animal e mais antioxidantes. Comer produtos de origem animal, como leite e carne, está relacionado com cancro, osteoporose, doenças cardiovasculares, diabetes. A maior parte das pessoas no Ocidente sabe que comer vegetais é bom e que comer carne não é tão bom. Mas o que não se apercebem é que este tipo de dieta é importante não só para prevenir essas doenças, como para tratá-las. O mesmo tipo de dieta que previne as doenças também as reverte.

Não estamos a falar de cancro?
De acordo com as minhas pesquisas, com mais proteínas de origem animal podemos activar o cancro e, com proteínas de origem vegetal, desactivá-lo. Mas temos de fazer mais investigação para o demonstrar mais claramente.

Está a dizer que comer mais alimentos de origem animal como a carne, o leite e os ovos contribuem para o cancro e, pelo contrário, vegetais, por exemplo, o revertem?
Sim. Refiro-me não só a comida de origem animal, mas também processada. Bolos de pastelaria com muito açúcar são um problema. Numa dieta baseada em plantas, os alimentos de origem vegetal têm propriedades notáveis para tratar alguns problemas. Pode haver grandes mudanças em semanas na recuperação da saúde. Mas muitos médicos não têm formação suficiente em nutrição e, por outro lado, estamos num sistema em que há muito dinheiro a ser feito à custa da venda de alimentos de origem animal, de comida processada, e de suplementos vitamínicos. E há muito dinheiro em jogo para tratar estas doenças. Estas indústrias não gostam desta mensagem.

Por que é que acha que não há investigação suficiente, mais estudos a comprovar essa tese? Por causa desses interesses?
Sim. As pesquisas que fiz foram com financiamento público, o que é importante porque não somos influenciados pelas indústrias. Mas o dinheiro público é muito limitado, comparado, por exemplo, com o que existe para fazer medicamentos. Em 70% do dinheiro disponibilizado pelo Instituto Nacional de Saúde nos Estados Unidos para pesquisas, só 3 a 4% é para nutrição. A combinação de não haver suficiente formação nem pesquisas em nutrição é fatal.

Vegetais coloridos

Se o Estudo da China fosse feito hoje, as conclusões seriam as mesmas?
Hoje não seria possível fazer o mesmo tipo de estudo na China, porque, entre outros aspectos, quando o fizemos, em 1983 e 1984, as pessoas consumiam os produtos produzidos localmente. Isso está a mudar. Está a aumentar o consumo de produtos de origem animal, de comida processada, há mais cancro, mais doenças do coração.

Como vai ser a nossa alimentação no futuro?
Não sei o que vai acontecer, mas é muito importante informar o público, criar programas, em que as pessoas possam participar, aprender a cozinhar certos alimentos, a produzir, falar nas escolas, nas faculdades de medicina. O problema é que, pelo menos nos Estados Unidos, os esforços são no sentido de suprimir a informação. Porque os interesses económicos são fortes.

Três exemplos de alimentos que devemos definitivamente comer e três a evitar.
Não comer carne, ovos nem beber leite. Comer cereais integrais, legumes, ervilhas, feijão e comer muitos vegetais coloridos, como cenouras, por exemplo. Têm propriedades antioxidantes que tendem a prevenir o envelhecimento, o cancro, as doenças do coração. São muito importantes.

Por que razão diz que o leite não é bom? Não há quem defenda que sim, até para prevenir osteoporose? Entende que não é bom por ser um produto de origem animal?
Em parte por isso. E não tem antioxidantes nem outros nutrientes que vamos buscar, por exemplo, aos vegetais. Os lacticínios não têm as coisas boas, só as más. O que fazemos é realmente estranho, é continuar a beber leite muito para além da fase da amamentação e ir buscá-lo a outras espécies. Por que não vamos buscá-lo a cães ou ratos?

Na Europa, e em Portugal em particular, a obesidade infantil é preocupante. A crise pode levar as pessoas a optar por comida barata e calórica?
Temos o mesmo problema nos Estados Unidos. As pessoas compram as piores comidas porque, de certa forma, são mais baratas e têm muitas calorias, fornecem energia rápida. Nos Estados Unidos, estas comidas, que incluem alimentos de origem animal, são subsidiadas pelo governo, que está a ajudar os produtores a produzirem o que não deviam. Lá, os hambúrgueres são comprados por um preço muito inferior ao custo real. Uma percentagem está a ser paga pelos impostos. Os governos deviam apoiar a comida que é saudável.

Segundo "chefs" e especialistas
O regresso à comida dos antepassados, ingerindo alimentos mais naturais e apostando em recursos portugueses, deverá ser a...

A "chef" de cozinha Mafalda Pinto Leite, que apresentou o programa culinário "Dias com Mafalda", defendeu que "a próxima tendência será voltar às raízes, comendo alimentos considerados 'naturais', da forma como os nossos antepassados comiam".

O nosso ADN "é 99% igual ao dos paleolíticos" e o nosso corpo "ainda não está preparado para fazer a digestão de muitos alimentos que consumimos", resultando em doenças cardíacas, alergias e casos de obesidade cada vez mais frequentes, explicou Mafalda Pinto Leite.

Segundo a especialista, mais de metade das pessoas (cerca de 56%) "não come a quantidade de fruta e legumes que devia comer", muitas vezes por considerarem que uma alimentação saudável é mais cara.

"Mas é muito mais caro ir ao médico e ter doenças", sublinhou Mafalda Pinto Leite.

Hoje procuram-se novos ingredientes e produtos biológicos com mais frequência, sinal de que a saúde está em primeiro lugar.

Ana Morais, "bloguer" no "Tapas na Língua", é da mesma opinião e explicou que se deve prestar atenção aos acompanhamentos, defendendo que, "quanto mais integral e menos refinado for (um alimento), melhor".

Novos ingredientes, como "quinoa, aveia e diversas sementes", em substituição dos alimentos menos saudáveis é uma das propostas que partilha no "Tapas na Língua".

A "bloguer" defende o consumo de produtos orgânicos, que "acabam por ser mais caros, mas que tem muito mais sabor", apesar de alguns deles não serem fáceis de encontrar.

O "chef" José Avillez, considerado como uma das referências da cozinha em Portugal e dono de vários restaurantes, aposta numa "moda" relacionada com um maior consumo de peixe, influência dos costumes asiáticos, que "nos dias de hoje estão por toda a parte".

Avillez admitiu que Portugal "poderá lucrar com isso", devido à extensa costa do país, e acrescentou que serão "os cozinheiros, os produtores de marisco e a modernização de algumas marisqueiras e cervejarias que irão impulsionar esta nova tendência".

Independentemente da forma como a comida seja cozinhada, a tendência parece ter um elemento em comum: "a consciência de que os produtos processados não têm sido propriamente benéficos para a nossa saúde", defendeu a autora do "blogue" "Dias de uma Princesa".

Para Catarina Beato, os alimentos têm de ser "redescobertos" e as pessoas "devem estar dispostas a experimentar novos alimentos" em prol de uma vida com mais saúde.

Estudo indica
Os pais com um filho autista têm 33% menos probabilidade de virem a ter mais filhos em comparação com as famílias que não são...

"Apesar de sabermos que os pais que têm um filho com problemas do espectro do autismo estão mais reticentes em ter outros, este estudo é o primeiro a debruçar-se sobre esta questão apoiando-se nas estatísticas", refere Neil Risch, principal autor do estudo e director do Instituto de Genética Humana da Universidade da Califórnia, citado pela agência France Presse.

A maior parte das investigações realizadas até agora sobre o risco hereditário do autismo não têm em conta uma possível decisão dos pais de não ter mais filhos.

Segundo os autores da investigação, publicada ontem na revista científica "Journal of the American Medical Association, ter em consideração a decisão dos pais de uma criança autista de não voltar a procriar faz rever em alta o risco estatístico de ter um segundo filho com autismo.

Actualmente, as estatísticas apontam para uma probabilidade de ter outro filho autista de 8,7%, quando deveria ser reavaliada para 10,1%.

"Este estudo é o primeiro a mostrar estatisticamente que a decisão de não voltar a reproduzir é uma realidade entre os pais com uma criança autista", frisa o principal autor.

Os investigadores basearam-se nas fichas clínicas de 19.710 famílias da Califórnia com crianças com autismo nascidas entre 1990 e 2003, comparando-as com 36.215 outros agregados sem filhos afectados pela síndrome.

Assim, concluíram que as famílias cujo primeiro filho era autista tinham 33% menos probabilidade de ter um segundo, em comparação com os pais do grupo de controlo.

Unidade de Mirandela
A rede de cuidados continuados vai ser reforçada no Nordeste Transmontano com a abertura prevista para Agosto da unidade de...

A Santa Casa da Misericórdia de Mirandela, a gestora do equipamento, divulgou ontem a confirmação por parte da Administração Regional de Saúde (ARS) do Norte do acordo por três anos para dez camas destinadas a doentes que necessitem de cuidados de média duração e reabilitação, 20 camas para longa duração e manutenção.

A Misericórdia faz saber, em comunicado que decidiu dar início à actividade a 1 de Agosto, argumentando que esta unidade "não pode permanecer por mais tempo fechada", tendo em conta que está concluída há mais de um ano e representa um investimento de mais de três milhões de euros.

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