Conselho de Educação
O Conselho Nacional de Educação apresenta hoje no Parlamento o relatório que elaborou recentemente sobre políticas públicas de...

No texto da recomendação, os conselheiros do Conselho Nacional de Educação (CNE) defendem que "a actual legislação deixa desamparado um conjunto considerável de alunos e alunas que manifestam necessidades educativas especiais e para os quais não é possível construir respostas educativas ajustadas, pela limitação imposta pelo quadro legal".

Este relatório foi conhecido dias antes de o Governo apresentar as conclusões do grupo de trabalho que durante meses se dedicou a estudar a educação especial e a avaliar a necessidade de rever a legislação.

Nessa apresentação soube-se que o Governo quer retirar dos apoios da educação especial todos os alunos que não apresentem deficiências permanentes, mas garantindo que a escola continua a apoiar todos os alunos com dificuldades de aprendizagem.

As conclusões do grupo de trabalho apontam para a necessidade de alguma revisão da legislação, sobretudo ao nível da integração num único diploma dos diversos normativos dispersos, que deve, acima de tudo, clarificar conceitos, sobretudo no que diz respeito à separação entre necessidades educativas especiais permanentes ou temporárias ou, dito de outra forma, entre o que realmente se enquadra na educação especial e o que deve apenas ser classificado como dificuldades de aprendizagem.

"Essa distinção, à partida, da população alvo da educação especial é determinante. É necessário especificar e clarificar que públicos é que são alvos da educação especial", afirmou, na altura, João Grancho, que sublinhou que as necessidades educativas especiais se transformaram numa "grande categoria" onde cabe tudo, afirmando que é preciso rever o que considerou uma "fragilidade ao nível dos conceitos".

"Mesmo que venhamos a introduzir alguma diferenciação a este nível, as escolas deverão continuar a prestar os apoios aos alunos que precisarem", frisou o secretário de Estado.

A propósito da recomendação recente do Conselho Nacional de Educação sobre a educação especial, que apontava para falhas na prestação dos apoios a estes alunos e para desigualdades territoriais no acesso, João Grancho disse que "esse desatendimento incorre numa lógica de integrar na educação especial todo o tipo de alunos com dificuldades", o que leva a que "os recursos sejam desviados das necessidades de caráter permanente".

João Grancho declarou que "os recursos necessários" têm de ser afectados "à medida das necessidades que forem detectadas".

"Não há qualquer restrição ao investimento ou orientação no sentido de diminuir o investimento que tem vindo a ser feito", garantiu, sublinhando o crescimento que houve a este nível nos últimos dois anos letivos, e recusando a ideia de que esta seja "uma área descuidada pelo Governo.

Nas suas recomendações, o CNE pedia ainda um percurso educativo e uma certificação de conhecimentos mais adequada à realidade das crianças e jovens com necessidades educativas especiais, menos restritivas e que não os exclua do acesso ao mercado de trabalho.

Deixou ainda críticas à qualidade da formação dos docentes de educação especial, sublinhando os problemas na formação inicial, mas também nas especializações "de qualidade duvidosa".

Estudo alerta
Um estudo da Universidade do Minho aponta que desportistas com níveis superiores de raiva são mais agressivos durante os jogos...

Em comunicado, o investigador da Escola de Psicologia, Rui Sofia, a refere que ainda devem ser preparados "alguns aspectos psicológicos ligados à preparação mental" para as provas desportivas. "Apostar em estratégias de regulação emocional e formas de lidar com o stress é fundamental", aconselha.

O estudo "Raiva, agressão, coping e regulação emocional no desporto", que envolveu 269 atletas de várias modalidades, refere ainda que a "agressão moderada" durante as competições "é muitas vezes incentivada" e encarada como "benéfica", mas que os atletas reconhecem que essa atitude não beneficia a capacidade de concentração.

"A visão dualista é predominante. Acreditam que é benéfica porque aumenta a motivação e energia durante o jogo, mas, por outro lado, reconhecem que esta pode afectar negativamente a concentração", afirma o Rui Sofia.

Alias, adiantou, "alguns atletas admitiram que os treinadores os ensinavam a actuar de forma agressiva e sem serem desmascarados pelo árbitro, com o objectivo de obter benefícios durante o jogo sem sofrer penalidades".

Mas, alerta o texto, "os resultados revelam que os desportistas com níveis superiores de raiva apresentam mais comportamentos agressivos e antissociais no jogo, além de terem menor capacidade de autocontrolo e de reavaliação da importância".

Por isso, o investigador apela para a "necessidade de ajudar os atletas a controlar a raiva e, assim, encontrar maior equilíbrio emocional", destacando três estratégias para o efeito.

"A ruminação da raiva (tendência para focar sistematicamente esta emoção), a reavaliação da importância (ou "repensar" a situação) e o autocontrolo. Enquanto a ruminação tende a aumentar a raiva e levar a comportamentos agressivos, as restantes costumam apaziguar as tensões", explana o texto.

Ordem dos Médicos denuncia
A secção Regional do Norte da Ordem dos Médicos acusou ontem as administrações regionais de saúde de não cumprirem a lei por ...

Em causa está o despacho 700-A/2014, publicado em Diário da República no dia 28 de Maio, que aponta um prazo máximo de cinco dias úteis a contar daquela data para que as Administrações regionais de saúde (ARS) procedessem “à abertura do respectivo procedimento de recrutamento para a totalidade dos serviços e estabelecimentos de saúde situados na respetiva área geográfica de influência”.

“Até agora nada foi feito”, apesar do prazo ter sido ultrapassado, criticou o presidente da secção Regional do Norte da Ordem dos Médicos (OM), Miguel Guimarães, acrescentando que as ARS, “incluindo a do Norte, não cumpriram a legislação e continuam sem cumprir a legislação”, sem que tenha havido “qualquer tipo de consequência”.

O despacho fixa em 250 as vagas para medicina geral e familiar, 83 das quais na região Norte.

“No entanto, existem 83 médicos internos que terminaram o respectivo internato em Março e que podiam e podem concorrer a esse concurso”, salientou Miguel Guimarães.

O médico adiantou que “muitos destes” médicos que “estão à espera de lugar para exercer” já rescindiram contrato com o Serviço Nacional de Saúde (SNS) ou já “pediram declarações à OM no sentido de considerar a hipótese de emigrar”.

“Assim vai o nosso SNS”, afirmou, lamentando que a situação e criticando a contratação de médicos estrangeiros.

“Andamos nós a contratar médicos estrangeiros, por valores mais elevados, quando vamos empatando concursos, quando não há qualquer estímulo para as pessoas”, sublinhou.

Miguel Guimarães falava no âmbito de uma conferência de imprensa para apresentar publicamente um conjunto de denúncias relativas à prestação de cuidados de saúde no distrito de Bragança.

No interior do país
A taxa de mortalidade por mil habitantes situava-se em 10,2 a nível nacional no final de 2013, mas em 24 concelhos do interior...

O município com maior taxa de mortalidade a 31 de Dezembro de 2013 era Vila Velha de Ródão (Castelo Branco), com 28,8 óbitos por mil habitantes, um número quase três vezes superior à média nacional e cinco vezes maior do que o município de Vizela, o que menos mortes (5,7) apresentava por mil habitantes.

Alcoutim, no interior algarvio, junto à fronteira espanhola, registou 28 óbitos por mil habitantes, Crato e Gavião, ambos em Portalegre, registaram, 26,1 e 25,5, respectivamente, e o Sabugal, no distrito da Guarda, 25 mortes por cada mil habitantes.

Outros 19 concelhos, todos do interior, apresentam dados duas vezes superiores à média nacional: dez no interior Centro, nos distritos da Guarda (Almeida e Figueira de Castelo Rodrigo), Castelo Branco (Oleiros, Proença-a-Nova, Vila de Rei, Idanha-a-Nova e Penamacor), Santarém (Mação), Leiria (Pedrógão Grande) e Coimbra (Pampilhosa da Serra), sete no Alentejo (Alter do Chão, Arronches, Fronteira, Mora, Nisa, Almodôvar e Viana do Alentejo) e dois em Bragança (Freixo de Espada à Cinta e Vimioso).

Já a taxa bruta de natalidade, cuja média nacional se cifrava, no final de 2013, em 7,9 nascimentos por mil habitantes, foi largamente ultrapassada no município de Ribeira Grande (Açores), líder a nível nacional, com 12,8 nascimentos por cada mil pessoas.

Alvito (11,4), Odivelas (10,9), Campo Maior (10,5), Lisboa (10,3), Alcochete e Montijo (ambos com 10,2) seguem-se na lista que inclui ainda, acima dos dez nascimentos por cada mil habitantes os concelhos da Amadora e Loures.

No extremo oposto, Torre de Moncorvo, com 2,5 nascimentos por mil habitantes, foi o município onde a taxa bruta de natalidade foi menor em 2013, seguido de Vila Velha de Rodão (que possui a mais alta taxa de mortalidade), Miranda do Douro (3,4) e Vila Pouca de Aguiar (3,6).

Ainda de acordo com os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), o concelho do Corvo, nos Açores, registou em 31 de Dezembro 2013, face a 2012, um saldo natural (que mede a relação entre os nascimentos e os óbitos) de zero.

A população do Corvo aumentou 15 pessoas no mesmo período - de 448 para 463 - à custa da chegada à ilha de 15 novos habitantes, tendo-se registado três nascimentos e três óbitos.

Universitários criam
Dois estudantes universitários criaram uma aplicação móvel de apoio à terapia de crianças autistas e enquanto esta não está...

Em declarações, um dos responsáveis pelo projecto “Enforcing Kids” explicou que este surge no âmbito de uma cadeira da disciplina de computação móvel, no decorrer de um mestrado.

Jorge Santos e Cátia Raminhos estão em mestrados diferentes, ele pelo Instituto de Educação, ela pela Faculdade de Ciências, ambos da Universidade de Lisboa.

Têm disciplinas comuns em algumas cadeiras e foi de um trabalho de computação móvel que saiu um projecto para criar uma aplicação móvel que apoie as terapias de crianças autistas, ajudando os terapeutas no tratamento que fazem e no acompanhamento que dão.

“A aplicação está neste momento em fase de testes para pré-distribuição e enquanto essa aplicação está a ser testada para ter uma versão final estável e distribuível estamos a avançar com uma plataforma de informação para esta comunidade, a comunidade do autismo”, adiantou Jorge Santos.

Segundo o responsável, a plataforma de informação tem vários níveis de utilização, havendo um que está disponível ao público em geral através das redes sociais “facebook” e “twitter”.

“Para um público mais especializado, com acesso reservado, temos um blogue que inclui estudos académicos e temos o grupo no ‘facebook’ para a partilha de experiências, quer por familiares, quer por terapeutas ou professores”, adiantou.

Ainda em relação à aplicação móvel, Jorge Santos revelou que ela irá servir para apoiar o trabalho do terapeuta ou do adulto que acompanhe a criança.

“Não digo concretamente qual é a actividade ou conjuntos de actividades ou a forma como nós damos a volta à situação porque o público saberá quando a aplicação sair”, apontou, acrescentando que não há ainda uma data para divulgar a aplicação.

Enquanto a aplicação não sai para o mercado, o projecto “Enforcing Kids” está na plataforma de informação, ligando assim toda uma comunidade à volta de um mesmo assunto.

A plataforma é alimentada pelos dois estudantes, que vão colocando informação sobre os diversos estudos que vão saindo, as experiências que vão sendo publicadas, bem como notícias publicadas na comunicação social, desde que estejam nas quatro línguas base: português, inglês, francês e castelhano.

Foi criada em finais de Março de 2014 e entretanto chegou já a 33 países.

“Temos neste momento pessoas que acedem à página ou fazem parte do grupo que são da América Latina, entre México, Honduras, Costa Rica, temos depois Espanha, França, Malásia, Argélia, Turquia, Egipto, Brasil”, exemplificou Jorge Santos.

Esta expansão da plataforma, o responsável explica com o facto dos grupos ligados às pessoas autistas terem uma forte ligação entre eles, o que ajuda na comunicação em rede.

O projecto “Enforcing Kids” é apoiado pelo Departamento de Investigação LaSIGE da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa.

Ordem dos Médicos Dentistas
Os médicos dentistas saudaram hoje a nova técnica de regeneração dos dentes que pode acabar com o uso da broca, considerando...

“Todos nós, médicos dentistas e doentes, gostaríamos de não usar a broca e de ter outro tipo de processos mais suaves que pudessem reparar os dentes”, reconheceu o bastonário da Ordem dos Médicos Dentistas em declarações.

Orlando Monteiro da Silva comentava o desenvolvimento de uma nova técnica de tratamento dentário, apresentada hoje por investigadores do King’s College of London, que pode vir a acabar como uso da broca no dentista, fazendo com que o dente se regenere a ele mesmo.

“Parece ser um estudo que avança na direcção correcta e estou certo que daqui a algum tempo será possível ter, nos consultórios, métodos ainda mais suaves e mais fáceis, com conforto para os profissionais e para os doentes”, disse Monteiro da Silva.

O bastonário reconheceu que este avanço tecnológico pode contribuir para diminuir o receio com a visita ao dentista, embora sublinhando que, nas últimas duas décadas, a evolução científica tem permitido que a consulta dentária seja feita praticamente sem dor.

Contudo, alguns procedimentos ainda “são um desafio grande para os doentes”, assumiu Orlando Monteiro da Silva, que vê nesta nova técnica uma forma de contribuir para tratamento ainda menos invasivos em medicina dentária.

“Estou certo de que Portugal estará na linha da frente da aplicação deste tipo de técnica”, afirmou o responsável, lembrando que se prevê que este método só chegue aos consultórios dentro de três anos.

De acordo com a imprensa internacional, a técnica acelera o movimento natural de cálcio e minerais no dente danificado.

Passa por aplicar um ‘cocktail’ de minerais e, em seguida, usar uma pequena corrente eléctrica para os acionar em profundidade no dente.

Esta mineralização eléctrica, um processo que não induz dor, pode reduzir a cárie dentária e evitar injecções ou a perfuração com as brocas habitualmente usadas para tratar dentes infectados, que são muitas vezes motivo de receio no momento de consultar o dentista.

Contudo, segundo Nigel Pitts, um dos investigadores, a técnica não poderá vir a ser aplicada em grandes cáries, consideradas em “fase terminal”.

Citado pela britânica BBC, Nigel Pitts afirmou que foi já criada uma empresa para converter esta tecnologia num produto comerciável e que poderá chegar aos consultórios dentro de cerca de três anos.

Novo tratamento
Cientistas britânicos estão a desenvolver um novo tratamento de cáries sem obturação do dente e sem dor. Este método, em que o...

A técnica, que está a ser desenvolvida no King's College de Londres, consiste em acelerar o processo natural dos minerais cálcio e fósforo para regenerar o dente estragado, em vez de fazer a tradicional obturação.

A Electrically Accelerated and Enhanced Remineralisation (EAER) consiste num processo em duas fases em que, primeiro, é necessário preparar a área de esmalte danificada e a seguir utilizar uma pequena corrente eléctrica que "obriga" os minerais a actuar e a regenerar o dente.

Nigel Pitts, do King's College, explica que "o modo como hoje em dia tratamos os dentes não é o ideal. Quando reparamos um dente obturando-o, esse dente entra num ciclo de furar e tapar várias vezes".

"Este método não só é menos agressivo para o paciente e melhor para os seus dentes, como também mais barato que os actuais tratamentos dentários", explica.

"Além de tratar cáries, este método também pode ser usado para tornar os dentes mais brancos", acrescenta.

Em Braga
Entre os dias 19 e 21 de Junho, Braga recebe o XIV Congresso da Sociedade Portuguesa de Angiologia e Cirurgia Vascular, que...

O primeiro dia de Congresso inicia-se com Comunicações Livres, seguidas da uma sessão sobre Doença Carotídea, onde se irá abordar quais os doentes que se encontram realmente em risco e, por último, contam-se as “Histórias na Evolução da Cirurgia Vascular em Portugal”, focando a Investigação em Cirurgia Vascular desde há 50 anos e a vivência com os seus fundadores, o Internato nos anos 80 e a Sociedade Portuguesa de Angiologia e Cirurgia Vascular (SPACV), desde os primórdios até aos dias de hoje.

O segundo dia de Congresso centra-se na discussão sobre o Aneurisma da Aorta e a Doença Arterial Periférica e encerra com as palavras da Presidente da SPACV, a Dr.ª Isabel Cássio.

No sábado, dia 21, será premiada a melhor comunicação de todas as apresentadas ao longo dos três dias de Congresso e segue-se a controvérsia entre a Doença Venosa e Linfática. Ainda durante a tarde, será atribuído o prémio ao Melhor Poster SPACV e na cerimónia de encerramento haverá entrega de prémios e bolsas.

O Congresso da SPACV realiza-se anualmente e é uma referência para os especialistas da área da Angiologia e Cirurgia Vascular, segundo o Secretário-Geral da SPACV, o Dr. Daniel Brandão “é muito importante reunir a maioria dos cirurgiões vasculares do nosso país num único momento e fazemos todos os esforços para garantir que os temas abordados no Congresso garantem a plena actualização sobre estas temáticas.”

Pode consultar o programa aqui.

Cuidados a ter
As crianças e os bebés constituem um grupo muito vulnerável ao calor intenso.
Calor raios UV crianças

É importante que os adultos responsáveis pelas crianças conheçam:

As crianças, normalmente, precisam de ajuda para se hidratar.

Golpe de calor

Sintomas:

  • febre;
  • cor anormal da pele;
  • sonolência ou agitação atípicas;
  • sede intensa e/ou perda de peso;
  • perturbações da consciência;
  • recusa ou impossibilidade de beber.

Como actuar:

  • colocar a criança numa divisão fresca, dar-lhe imediatamente e regularmente líquidos;
  • se estiver consciente, fazer baixar a febre através de um banho com agua 1 ou 2° abaixo da temperatura corporal;
  • no caso da criança sofrer de doença crónica, aplicar as recomendações do médico assistente.

Queimadura Solar

Sintomas:

  • vermelhidão de pele;
  • sensibilidade dolorosa da pele;
  • pele inchada.

Com actuar:

  • aplicar compressas frias e húmidas;
  • retirar, se possível, objectos que possam armazenar calor (anéis, brincos, colares, metais);
  • proteger a zona queimada com gaze, lenço ou pano limpo.

Prevenção/Calor

Em situações de calor intenso deverão ser tomados os seguintes cuidados:

  • beber mais água e/ou sumos de fruta naturais do que habitual e tomar refeições leves e frescas;
  • usar vestuário largo, leve e fresco ;
  • proporcionar ambientes refrescantes (feche persianas e promova a circulação do ar);
  • evitar ir para o exterior durante os períodos de calor;
  • não manter crianças dentro de carros estacionados;
  • assegurar o aprovisionamento de água e gelo.

Assegure à criança uma boa hidratação e vista-a com roupas largas e frescas.

Prevenção/Radiações

Consulte o nível de radiação ultravioleta em www.meteo.pt. Quando o valor for elevado há cuidados a respeitar:

  • usar roupas largas, leves e frescas, evitando a exposição directa da pele;
  • usar chapéu de abas largas e óculos de sol com protecção UVA e UVB;
  • usar protector solar com um índice elevado (≥ a 30) antes de sair para a rua e renová-lo de forma constante, sobretudo, apos o banho ou transpiração;
  • procurar sombras e locais frescos;
  • evitar a exposição solar entre as 11h e as 17h;
  • atenção especial em caso de nevoeiro ou vento.

Os bebés com menos de 6 meses não devem ser sujeitos a exposição solar e deve evitar-se a exposição directa de crianças com menos de 3 anos.

Assegure que a criança veste roupas de tecido leve mas opaco (quanto mais transparente menos protege). Coloque protector solar regularmente.

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico e/ou Farmacêutico.
Medidas de prevenção
Se tem diabetes, o calor intenso pode representar um perigo para a sua saúde.
Mulher a aplicar injeção de insulina na barriga

Actividade Física

  • Pratique Actividade Física de forma moderada, ao amanhecer ou ao entardecer.
  • Avalie a glicemia antes e após a actividade física e sempre que sinta necessidade.
  • Leve sempre consigo o aparelho de medição da glicemia e açúcar. Não pratique actividade física com valores superiores a 200mg/dl.
  • Se administrar insulina evite as zonas que vão ser exercitadas.
  • Para actividades mais prolongadas e intensas é necessário ajustar as dosagens da medicação e adaptar a alimentação, nomeadamente com o reforço dos hidratos de carbono.

Cuidados com os pés

  • Observe os pés todos os dias, verificando se têm cortes, feridas, manchas vermelhas ou se estão edemaciados. Pode ser necessário o uso de um espelho ou a ajuda de outra pessoa, especialmente para observar a planta do pé.
  • Use meias de algodão sem costuras que não apertem os pés, mudando-as várias vezes ao longo do dia e calçado fechado, cómodo e adaptado ao pé. Os sapatos fechados protegem mais os pés de lesões provocadas por contusões, pedras ou areias.
  • Na praia, evite a areia quente devendo ir calçado até à areia molhada. Em caso de alterações neuropáticas e retinopatia com diminuição da acuidade visual evitar caminhar descalço, mesmo na areia molhada.

Medicação e Material

  • Mantenha a insulina a uso à temperatura ambiente (até 25ºC), colocando-a se necessário no frigorífico (retirando-a 20 a 30 minutos antes de a utilizar), ou usando uma mala/bolsa térmica. A insulina danificada torna-se turva com uma coloração acastanhada, perdendo a sua eficácia.
  • A insulina, a medicação oral e os aparelhos de medição da glicemia capilar nunca devem ser mantidos em carros ao sol, sobre luz solar directa ou em locais que possam aquecer demasiado.
  • Se utilizar uma bomba de insulina, proteja-a do contacto directo com o sol, utilize uma bolsa térmica protectora e verifique mais frequentemente o local de inserção do cateter e adesivo.

Alimentação

  • Mantenha uma alimentação equilibrada e saudável, fraccionando as refeições ao longo do dia.
  • Aumente a ingestão de água quando os valores de glicemia estiverem elevados (>200mg/dl).
  • Evite o consumo de sumos e refrigerantes açucarados, cafeína e de bebidas alcoólicas.
  • Em caso de diarreia, reforce as medidas de hidratação e meça a glicemia. Se ocorrerem vómitos deve dirigir-se a um serviço de urgência.

Variações da Glicemia Capilar

  • A avaliação da glicemia capilar deve ser efectuada com maior frequência, dada a maior possibilidade de ocorrerem oscilações nos valores.
  • Pode ser necessário realizar ajustes nas dosagens da medicação, durante estes períodos de calor. Fale com um elemento da sua equipa de saúde.
  • Se administrar insulina, evite fazê-lo em zonas corporais expostas ao sol, por períodos prolongados pois a sua absorção pode ser mais acelerada dada a vasodilatação periférica.
  • Os sintomas associados à hipoglicemia podem ser potenciados e confundidos com os primeiros sintomas de um golpe de calor. Em caso de dúvida, realize a determinação da glicemia.

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Perguntas e respostas
A OMS define farmacovigilância como o conjunto de actividades de detecção, registo e avaliação das r
Farmacovigilância

O que é o Sistema Nacional de Farmacovigilância?
O Sistema Nacional de Farmacovigilância (SNF), criado em 1992, é constituído pela Direcção de Gestão do Risco de Medicamentos do INFARMED, I.P., que o coordena, e por quatro Unidades Regionais de Farmacovigilância (URF): Norte, Centro, Lisboa e Vale do Tejo, e Sul. Cada Unidade Regional de Farmacovigilância promove acções de formação junto dos notificadores e avalia as notificações de reacções adversas a medicamentos (RAM) ocorridas nas respectivas áreas geográficas, que correspondem às actuais regiões de saúde: a região de saúde do Norte (URF Norte), a do Centro (URF Centro), a de Lisboa e Vale do Tejo (URF LVT) e as do Alentejo e Algarve (ambas pertencentes à URF do Sul). O SNF monitoriza a segurança dos medicamentos com autorização de introdução no mercado nacional, avaliando os eventuais problemas relacionados com reações adversas a medicamentos e implementando medidas de segurança sempre que necessário.

O que é a Farmacovigilância?
A Farmacovigilância visa melhorar a qualidade e segurança dos medicamentos, em defesa do utente e da Saúde Pública, através da detecção, avaliação e prevenção de reacções adversas a medicamentos

O que é uma reacção adversa a medicamento(s)?
Uma reacção adversa a medicamento(s) (RAM) é uma resposta nociva e não intencional a um ou mais medicamentos.

Quais as categorias de causalidade utilizadas na avaliação das reacções adversas a medicamentos no SNF?
São utilizadas as categorias de causalidade da Organização Mundial de Saúde:

  • Definitiva
  • Provável
  • Possível
  • Improvável
  • Condicional / Não classificada
  • Não classificável

Avaliação da Causalidade -Graus de Probabilidade, OMS 1991

Por que motivo as reacções adversas aos medicamentos devem ser monitorizadas?
Antes de qualquer medicamento ser autorizado, tem de ser alvo de estudos rigorosos que comprovam que o medicamento possui segurança e eficácia aceitáveis. Esses estudos, designados por ensaios clínicos, permitem detectar as reacções adversas (vulgarmente conhecidas por efeitos secundários) mais frequentes; no entanto, podem existir algumas reacções adversas raras ou de aparecimento tardio, que por esse motivo podem não ser detectadas durante a fase experimental do medicamento.

Quando devo notificar uma reacção adversa?
Para notificar uma reacção adversa basta que exista uma suspeita da sua existência, devendo a informação disponível ser enviada ao Infarmed logo que possível.

Quem pode notificar uma reação adversa?
As suspeitas de reacções adversas podem ser notificadas por profissionais de saúde como médicos, farmacêuticos, enfermeiros, médicos dentistas ou técnicos de farmácia, e por utentes.

Para que serve a minha notificação de reacção adversa?
A informação que é recolhida através da notificação de reacções adversas é vital para garantir a monitorização contínua eficaz da segurança dos medicamentos existentes no mercado, permitindo identificar potenciais reacções adversas novas, quantificar e/ou melhor caracterizar reacções adversas previamente identificadas e implementar medidas que permitam minimizar o risco da sua ocorrência.

Como posso notificar uma reacção adversa no Portal RAM?
Para tal basta aceder a http://extranet.infarmed.pt/page.seram.frontoffice.seramhomepage e no separador “Notificar Reacção”, preencher, pelo menos, a informação assinalada com * e no final carregar no botão “Submeter”.

Que informação devo fornecer para poder submeter uma notificação de reacção adversa?
Para poder submeter uma notificação de reacção adversa, é necessário fornecer a seguinte informação mínima:

  • descrição da reacção adversa;
  • identificação do medicamento que terá dado origem à reacção adversa;
  • informação sobre a pessoa que sofreu a reacção adversa;
  • os seus contactos, enquanto notificador da reacção adversa.

O que acontece à minha notificação de reacção adversa?
Uma vez submetida, receberá um email de confirmação de submissão. Posteriormente, quando a notificação for validada receberá um novo e-mail informando do número único que lhe foi atribuído, o qual deverá ser utilizado em todos os eventuais contactos futuros relativos à notificação submetida. Quando estiver concluída a avaliação que será efectuada à notificação que submeteu pela equipa de médicos e farmacêuticos especialistas em segurança de medicamentos do Sistema Nacional de Farmacovigilância, receberá informação relativa ao respectivo resultado.

As notificações de reacção adversa submetidas contêm dados pessoais?
Os dados pessoais fornecidos são solicitados para que possa ser possível contactar o profissional de saúde ou utente que submeteu a notificação, caso seja necessário algum esclarecimento adicional relativamente à mesma. As informações fornecidas serão mantidas seguras e confidenciais, e não serão partilhadas com entidades externas ao Sistema Nacional de Farmacovigilância.

As notificações submetidas por profissionais de saúde não incluem dados pessoais relativos aos doentes que permitam a sua identificação. Contudo, a informação relativa à idade e ao sexo do doente é importante para auxiliar a análise dos factores que podem tornar alguns doentes mais susceptíveis a desenvolver determinadas reacções adversas.

Submeti uma notificação de reação adversa através do Portal RAM e não recebi informação de retorno.
Isso significa que a minha notificação não foi recebida?

Caso tenha submetido uma notificação e não tenha recebido informação de retorno, o motivo mais provável é ter fornecido um endereço de email incorrecto ou inexistente.

Para esclarecimento, solicitamos que contacte o Infarmed através do endereço de email [email protected], ou utilizando o telefone +351 217987373.

Quais são as especificações técnicas do Portal RAM?
A aplicação está optimizada para Internet Explorer versões 7 e 8 e resolução de ecrã 1024 x 768.

Existem meios alternativos ao Portal RAM para notificar uma reação adversa?
Sim. As reacções adversas podem ser comunicadas ao Sistema Nacional de Farmacovigilância notificação online no Portal RAM, ou imprimindo e preenchendo o formulário de notificação em papel para utentes ou para Profissionais de Saúde e remetendo-a à Direcção de Gestão do Risco de Medicamentos do INFARMED, I.P. ou às Unidades Regionais de Farmacovigilância (URF):

Norte, Centro, Lisboa e Vale do Tejo, e Sul, de acordo com localização geográfica do notificador.

Quantas notificações são efectuadas anualmente?
Nos anos de 2010, 2011 e 2012, o número de notificações recebidas pelo Sistema Nacional de Farmacovigilância foi de 2143, 2696 e 3104, respectivamente.

Como posso notificar os efeitos indesejáveis aos suplementos alimentares?
Os suplementos alimentares não são da área de competência do INFARMED, I.P. pelo que a notificação de efeitos indesejáveis a este tipo de produtos deve ser enviada para a Direcção de Serviços de Nutrição e Alimentação (DSNA) da Direcção-Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV), cujos contactos são os seguintes:

DGAV - Direcção-Geral de Alimentação e Veterinária
Direcção de Serviços de Nutrição e Alimentação
Largo da Academia Nacional de Belas Artes, n.º 2
1249-105 Lisboa
Tel: +351 213 613 271
Fax: +351 213 613 277
e-mail: [email protected]

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Estudo revela
A prática de lavar frango cru aumenta o risco de intoxicação alimentar, alerta a Food Standards Agency, agência de segurança...

O processo de lavagem espalha bactérias Campylobacter nas mãos, roupas e em utensílios e superfícies de cozinha, devido ao espirro de gotas de água.

Na verdade, não há necessidade de lavar o frango, pois a bactéria morre quando este é bem cozinhado ou assado.

Conhecida como bactéria retorcida, a Campylobacter é a forma mais comum de intoxicação alimentar na Grã-Bretanha, e a maioria dos casos é proveniente de aves contaminadas.

Os sintomas incluem diarreia, dores de estômago, cólicas, febre e mal-estar geral. A maioria das pessoas só fica doente por alguns dias, mas a doença pode levar a problemas de saúde a longo prazo, como a síndrome do intestino irritável e a síndrome de Guillain-Barre, uma doença grave do sistema nervoso.

A Campylobacter também pode matar - os que correm maior risco são crianças menores de cinco anos ou idosos.

A britânica Ann Edwards disse à BBC que ficou completamente paralisada ao contrair a bactéria há 17 anos, quando tinha quase 50 anos, e desde então não trabalha mais.

“Primeiro notei que havia algo errado quando eu tive uma diarreia muito grave que durou pouco mais de uma semana. Fui levada para o hospital e a partir daí fiquei totalmente paralisada. O meu sistema imunológico teve uma reacção exagerada (à bactéria), o que afectou os meus nervos”, contou.

Edwards recuperou apenas parcialmente. Ela ainda sofre de alguma paralisia nos pés e tem baixa imunidade.

“Eu trabalhava numa empresa de seguros, era muito activa e em boa forma. Isso ocorreu duas semanas antes de eu fazer 50 anos. Não trabalho desde então. Mudou completamente a minha vida”, lamenta ela.

Uma pesquisa online com 4.500 adultos realizada na Grã-Bretanha pela Food Standards Agency (FSA) descobriu que 44% dos entrevistados lavam o frango antes de cozinhar.

A Campylobacter afecta cerca de 280 mil pessoas na Grã-Bretanha a cada ano, mas apenas 28% dos entrevistados na pesquisa da FSA tinham ouvido falar dele e, desse grupo, só um terço sabia que aves são a principal fonte das bactérias.

Os entrevistados disseram que lavam o frango para remover a sujidade ou germes ou, simplesmente, porque sempre fizeram isso.

“Embora as pessoas costumem seguir as práticas recomendadas para o manuseio de aves, como lavar as mãos depois de tocar em carne de frango crua e ter certeza de que ela está bem cozida, a nossa pesquisa descobriu que lavar frango cru também é prática comum”, disse a presidente-executiva da FSA, Catherine Brown.

Segundo Brown, infecções por Campylobacter custam à economia centenas de milhões de libras por ano por causa de pessoas que faltam ao trabalho por estar doente e dos gastos do NHS (o sistema público de saúde britânico).

Brown disse que a FSA também está a trabalhar com agricultores, matadouros e processadores para tentar reduzir a presença de Campylobacter nas aves.

Estudo comprova
Um estudo da Universidade do Estado de Montclair e do Centro de Investigação Biomédica de Pennington, desenvolvido junto de 20...

Estes dados foram debatidos durante o painel “Hidratação e Composição Corporal: saúde, função e modelagem”, uma iniciativa integrada no 10th International Symposium on Body Composition, evento organizado pela Faculdade de Motricidade Humana (FMH) da Universidade de Lisboa que terminou no sábado (14.06) em Cascais.

De acordo com Diana Thomas, da Universidade do Estado de Montclair, Nova Jersey, e uma das responsáveis por este estudo, “estes dispositivos são óptimos auxiliares numa boa reeducação alimentar, pois a maioria regista a alimentação do dia a dia, controlando a quantidade, os horários e o tipo de alimentos consumidos. Em alguns deles, é ainda possível partilhar os dados no Facebook e no Twitter, com o objectivo de receber o apoio dos amigos ao longo do processo de emagrecimento”.

Durante as 12 semanas do estudo, os participantes seguiram as indicações fornecidas pelos dispositivos, que iam monitorizando o processo mediante cálculos matemáticos, obtidos através de informações sobre o género, a idade, o peso e a altura de cada pessoa. O poder das novas tecnologias ao serviço da saúde é defendido por vários especialistas médicos, que começam a recomendar cada vez mais o uso destas aplicações em diversas situações clínicas.

Para além de Diana Thomas, o Simpósio “Hidratação e Composição Corporal: saúde, função e modelagem” contou com as intervenções de Dale Schoeller da Universidade de Wisconsin e de Henry C. Lukaski, investigador do Departamento de Cinesiologia e Educação de Saúde Pública da Universidade de Dakota do Norte. Cada um abordou, dentro das suas especialidades, as tendências actuais de pesquisa considerando a sua aplicação em saúde pública e na prática clínica.

Dale Schoeller apresentou os resultados da sua investigação sobre os vários aspectos da equação do balanço energético. Segundo o especialista, “determinar a relação entre o peso corporal e a quantidade de alimentos que consumimos é fundamental para compreender o excesso de ganho de peso à medida que envelhecemos e as perdas durante o tratamento da obesidade".

Medir a àgua no corpo para evitar doenças

Para Henry C. Lukaski, outro dos participantes do Simpósio, a monitorização dos níveis de hidratação do corpo humano através da bioempedância poderá contribuir para antecipar estados de doença e detectar problemas graves de saúde. O investigador considerou que “outros usos positivos da bioimpedância podem levar a uma identificação adequada das alterações na hidratação entre as populações mais vulneráveis. Através deste método é possível identificar indivíduos em situações de desidratação e que podem estar em risco ao nível da função mental ou ter complicações com determinadas doses de medicamento”.

De acordo com o especialista norte-americano, “a bioimpedância é capaz de monitorizar mudanças na hidratação de pacientes submetidos a diálise e antecipar futuras complicações. Também pode identificar indivíduos com retenção de líquidos e dificuldades respiratórias.

Utilizadores relatam explosões
O cigarro electrónico é uma alternativa ao produto comum. Para funcionar, possui uma bateria (que geralmente é de lítio), um...

Apesar de outros gadgets também possuírem bateria, o cigarro electrónico tem uma particularidade: a sua estrutura geralmente é frágil e pode ser danificada facilmente. Além disso, o seu uso é muito próximo ao rosto, tornando uma possível explosão mais perigosa. Por isso, manuseá-lo requer cuidados específicos.

Segundo João Carlos Lopes Fernandes, professor de equipamentos electrónicos do Instituto Mauá de Tecnologia, o cigarro electrónico é mais vulnerável a todo tipo de danos do que os telemóveis, por exemplo.

“O telemóvel é mais bem revestido do que um cigarro electrónico e isso protege a sua bateria de pancadas, por exemplo. Já no gadget para fumar há apenas uma capa de plástico, geralmente fina e frágil. Isso deixa o equipamento susceptível a danos, que podem causar fugas ou curtos-circuitos”, explicou.

Nos últimos meses, diversas explosões foram relatadas. A britânica Kim Taylor afirmou que o seu carro foi incendiado pelo gadget. Já noutro caso, uma mulher culpou o produto por um incêndio no seu apartamento. Num terceiro acidente, a utilizadora teria sofrido queimaduras na perna depois de o acessório explodir.

Quando essas situações acontecem, o motivo é geralmente o uso de um carregador diferente - e não aquele que acompanha o produto. Esse intercâmbio de acessórios é perigoso, segundo o professor Fernandes. “Não se pode carregar electrónicos em acessórios diferentes só porque eles têm a mesma entrada. Os produtos têm voltagens distintas. Um carregador muito forte pode sobrecarregar uma bateria fraca, causando a explosão”, explicou.

Outras questões precisam de ser levadas em conta para evitar um possível incêndio. Climas muito quentes e demasiado tempo na tomada (como durante toda a noite) podem colaborar para que haja problemas com o gadget, segundo o professor. 

Fabricantes como a Eversmoke, a Blu e V2 dão dicas parecidas para os utilizadores: nunca deixar o produto a carregar sozinho, não carregá-lo em ambientes quentes, como um carro fechado, manter o gadget seguro num estojo e não utilizar o acessório se ele aparentar “inchaço”.

Num ano
Os utentes do subsistema de saúde ADSE já viram, este ano, aumentar três vezes os descontos feitos neste âmbito. Em Junho,...

Com o aumento das contribuições, em Junho, de 3,5% para a ADSE, os utentes deste subsistema de saúde vão verificar o terceiro aumento dos seus descontos este ano, facto que faz com que mais dupliquem os descontos neste particular.

Na cronologia de aumentos, os funcionários públicos registaram uma subida dos descontos de 1,5% para 2,25% ainda em Agosto de 2013, sucedendo-se depois novo aumento, em Janeiro último, passando os trabalhadores do Estado a descontar 2,5%. Agora, em Junho, a parcela do vencimento mensal retirado aos beneficiários da ADSE passa para 3,5%.

Ou seja, em menos de um ano, o valor do vencimento dos funcionários públicos descontados para este efeito mais do que duplicou, subindo 2 pontos percentuais.

Com este novo aumento, o Governo português tenta assim assegurar a auto-sustentabilidade dos subsistemas de saúde do Estado, como obriga o memorando assinado pelo Executivo com a troika para 2016.

Ao implementar esta medida, o Estado português deixa de desembolsar 1,25% do valor pago pelos trabalhadores do Estado, pois os beneficiários já suportarão, a partir do próximo ano, a totalidade dos encargos com este serviço.

Ministério da Saúde promete
O Ministério da Saúde quer uma aliança europeia para conseguir comprar o medicamento para a Hepatite C. A doença afeta um...

Esta semana, na reunião do Conselho de Emprego, Politica Social e Saúde, vai ser apresentada uma proposta para a negociação e aquisição conjunta do fármaco inovador. 

A estratégia pretende obter melhores preços do medicamento cujas taxas de cura atingem os 90%. Neste momento, o fármaco custa 48 mil euros por doente, número que as autoridades dizem ser incomportável para o Serviço Nacional de Saúde.

Em Portugal, estima-se que existam 120 mil doentes com Hepatite C. 

Na semana passada, a Ordem dos Médicos denunciou mais casos que evoluíram para cirrose e cancro por espera prolongada do medicamento.

Quercus alerta
A associação ambiental Quercus denunciou hoje problemas na qualidade do ar da região Norte, nomeadamente no Porto e em Braga,...

“Face à análise dos dados disponíveis online na base de dados QualAr relativos a 2012 e 2013 (os últimos ainda provisórios), a Quercus evidencia casos de ultrapassagem do valor limite anual de dióxido de azoto e diário de partículas inaláveis em estações das aglomerações de Porto Litoral e Braga”, descreve a direção Nacional da Quercus - Associação Nacional de Conservação da Natureza, em comunicado.

De acordo com a Quercus, “em Portugal, a gestão e manutenção da rede de qualidade do ar é responsabilidade das Comissões de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR)”, que são também “responsáveis pela elaboração dos Planos e Programas de Melhoria da Qualidade do Ar para as zonas onde os níveis de poluentes são superiores aos valores limite impostos pela legislação”.

“No que diz respeito ao dióxido de azoto, as estações de qualidade do ar das Antas e Circular Sul, das aglomerações de Porto Litoral e Braga respetivamente, ultrapassaram ambas o valor limite anual de protecção da saúde humana para os dois anos considerados”, acrescenta a Quercus.

De acordo com a associação ambiental, “o incumprimento continuado ao longo dos anos nestas aglomerações evidencia, a não aplicação, ineficácia ou falta de ambição das medidas propostas pelos Planos e Programas de Melhoria da Qualidade do Ar, aprovados em Junho de 2014, e com atrasos consideráveis face aos períodos de incumprimento”.

“No caso da Região Norte, e apesar das medidas propostas em vários sectores como os transportes, indústria/comércio, doméstico e outros (ao nível da sensibilização), o Plano evidencia que, no período de 2006 a 2010, as estações das Antas e Circular Sul, nas aglomerações de Porto Litoral e Braga, respectivamente, continuassem a ser as únicas a não cumprir o valor limite anual”.

Medidas adiadas

De acordo com a associação, “algumas medidas têm sido sistematicamente adiadas ou mesmo esquecidas desde o Programa de Execução da Região Norte (aprovado em 2009)”.

A Quercus cita a “criação de uma Zona de Emissões Reduzidas (ZER) para a cidade do Porto - à semelhança do que já acontece em Lisboa, e que trouxe uma melhoria na qualidade do ar na Baixa de Lisboa” bem como “a redução das emissões de combustão residencial (e que tem esbarrado na ausência de um sistema de certificação das lareiras)”.

A Quercus alerta que “a poluição do ar é responsável por sérias consequências para a saúde e para o ambiente”, até porque “todos os anos, mais de 400 mil europeus morrem prematuramente devido à má qualidade do ar que respiram”. “Em Portugal, estimou-se, tendo por base dados de 2010, a ocorrência de 6.647 mortes prematuras directa ou indirectamente relacionadas com a poluição atmosférica”, sustenta A Associação Nacional de Conservação da Natureza.

Citando dados da União Europeia, a Quercus observa “os custos para o sistema nacional de saúde associados com a poluição do ar foram estimados entre 5.130 e 15.390 milhões de euros por ano, para o mesmo ano de referência em Portugal”.

Portugal une-se a outros países
Portugal quer dar a “penicilina” da hepatite C a doentes, mas preço tem que baixar substancialmente. Hipótese de negociação...

Já há quem diga que os novos tratamentos para a hepatite C que tanta polémica estão a causar vão representar “uma revolução como a da penicilina”. O problema é que o preço do primeiro tratamento já disponível em Portugal, um medicamento de um laboratório norte-americano, é muito elevado e, em tempos de crise, o Ministério da Saúde está empenhado em criar uma espécie de aliança europeia que permita reduzi-lo substancialmente. Para a semana está mesmo marcada uma reunião, do Conselho de Emprego, Política Social, Saúde e Consumidores, em que a França vai apresentar uma moção sobre esta matéria e da qual pode sair a hipótese de negociação colectiva na Europa.

Enquanto isso, desde Janeiro que decorre o processo de negociação entre o Ministério da Saúde e o laboratório norte-americano Gilead para a comparticipação estatal do medicamento (sofosbuvir) que se destina aos casos mais graves de hepatite C e que tem taxas de cura na ordem dos 90%, segundo a apreciação da Agência Europeia do Medicamento, emitida em 24 de Outubro passado. Transmitida sobretudo por via sanguínea, a hepatite C é uma inflamação do fígado provocada por um vírus. Quando crónica, pode conduzir à cirrose, insuficiência hepática e cancro.

A Gilead quer cobrar 48 mil euros por doente por este tratamento que terá vendido ao Egipto, o país com a maior taxa de prevalência do mundo de hepatite C, por cerca de 700 euros, segundo noticiou o jornal Le Monde e a Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde (Infarmed) fez questão de notar, numa nota divulgada quinta-feira. O acordo com o Egipto engloba cerca de um milhão de tratamentos num período de cinco anos, adiantou a agência noticiosa Reuters, em Março passado.

Alegando que os valores pedidos são incomportáveis para o seu orçamento, o Ministério da Saúde português está a tentar arranjar uma estratégia conjunta com outros países europeus. “A Europa também tem um milhão de doentes e, se nos juntarmos, será possível baixar o preço”, justifica um responsável do Infarmed. Em Maio, Portugal conseguiu que as autoridades reguladoras do medicamento de outros cinco países (Espanha, França, Itália, Grécia e Irlanda) subscrevessem já uma declaração em que se defendem estratégias concertadas para a negociação deste fármaco.

Enquanto as negociações decorrem, porém, a pressão para acelerar o processo de comparticipação do tratamento da Gilead aumenta em Portugal. A associação de doentes SOS Hepatites Portugal alerta que há pessoas que estão no limiar da sobrevivência e que não podem esperar pelo final das negociações. Esta quinta-feira promoveu uma conferência de imprensa na Ordem dos Médicos em que tornou públicos vários casos de doentes que evoluíram para cirrose ou para cancro e em que as terapêuticas disponíveis já não podem ser usadas. No encontro, o bastonário da Ordem dos Médicos revelou que há profissionais a ser pressionados pelas administrações hospitalares para não fazerem pedidos de autorização de utilização especial (AUE) para o novo medicamento. O bastonário diz que só os doentes emergentes necessitam deste fármaco e que não serão mais de uma centena, o que implica um custo imediato de entre cinco a dez milhões de euros. “Um país que desperdiçou tanto... Não pode pôr em causa 100 vidas por cinco milhões”, sustenta.

O sofosbuvir é o primeiro de um conjunto de fármacos que prometem revolucionar o tratamento da doença. No Infarmed já deram entrada mais dois pedidos de avaliação prévia para outros medicamentos para a hepatite C, segundo revelou o presidente do Infarmed há um mês. Eurico Castro Alves acredita que a entrada na corrida destes dois novos fármacos (das farmacêuticas Abbvie e Janssen) pode ajudar também nas negociações e conduzir a uma diminuição do preço, o grande entrave à aprovação da comparticipação. “Somos todos portugueses, queremos tratar todos os doentes, mas não queremos levar o Serviço Nacional de Saúde à ruína”, disse o médico ao Jornal de Notícias, em Maio.

Estes novos fármacos têm vantagens consideráveis face aos tratamentos actuais. Além de taxas de cura muito superiores (os actuais resolvem cerca de 60% dos casos), servem para vários genótipos do vírus e são usados em períodos muito curtos (de 12 a 24 semanas), além de serem tomados por via oral.

O problema é, pois, o preço. “São valores fora do alcance da maioria dos orçamentos dos países em períodos, como o actual, de grandes dificuldades”, concede Leopoldo Matos, hepatologista e presidente da Sociedade Portuguesa de Gastrenterologia. “Do ponto de vista abstracto, dos doentes e dos médicos, a existência (destes tratamentos) é uma revolução, uma grande esperança, por isso a atitude ética inquestionável é recomendá-los. Agora, entendo que tem que haver equilíbrio para chegar a um valor sensato que permita tratar o maior número de doentes possível”, defende.

Quanto ao preço que terá sido negociado com o Egipto, Leopoldo Matos reflecte que o laboratório já "deverá estar arrependido" e que aquilo que pretenderá nos países mais ricos é "recuperar rapidamente o dinheiro que investiu (na investigação)".Até porque, nota também, ainda este ano vão surgir este ano no mercado pelos menos dois fármacos concorrentes e isso poderá "provocar uma baixa de preços". O médico, que trabalha num hospital privado e já mandou avaliar o preço deste tratamento, ainda não teve doentes ou familiares de pacientes que quisessem pagar do seu bolso este fármaco. As seguradoras também não o pagam na Europa.

Por isso, quando se está perante um caso desesperado, em que haja risco de vida, o que se pode fazer neste momento em Portugal é um pedido de autorização especial nos hospitais públicos. O Infarmed garante que está assegurado aos doentes o acesso aos medicamentos pelos hospitais do SNS, através deste intrumento. Por enquanto, foram concedidas 11 AUE, segundo o jornal Público.

Mas a presidente da associação de doentes SOS Hepatites, Emília Rodrigues, disse ter chegado ao seu conhecimento que, em Março, havia já 85 pedidos de AUE para este medicamento e que “alguns estão retidos nas secretarias das administrações dos hospitais”.

Entretanto, foi criado um grupo consultivo, a pedido do Infarmed, para definir uma estratégia para a utilização destes novos fármacos. Os peritos defendem que há um grupo de doentes prioritários para usufruir deste tratamento que estão numa fase de pré-transplante de fígado e que podem ir dos 150 aos 200.

Para justificar a demora na aprovação a comparticipação, o Infarmed nota ainda que Portugal não é caso único e “acompanha a maioria dos países da União Europeia”. Recomenda mesmo a consulta do comunicado do European Aids Treatment Group sobre este medicamento, em que esta associação pede ao laboratório que baixe o preço. “A Gilead deve disponibilizar o fármaco revolucionário (…) às pessoas infectadas que mais dele precisam, através de um programa de acesso alargado e uso compassivo”.

Além de estar comparticipado na Alemanha, Áustria, Dinamarca, Escócia, Eslovénia, Finlândia, Noruega e Suécia, há diversos países que garantem neste momento o acesso dos doentes ao fármaco através “de programas de acesso precoce”, como a Espanha, França e Reino Unido, segundo referiu o laboratório Gilead em resposta ao jornal Público.

Estima-se que em Portugal haja cerca de 120 mil pessoas com hepatite C.

Laboratório deu 26 mil euros a associação de doentes
A associação de doentes (SOS Hepatites Portugal) recebeu do laboratório Gilead um apoio superior a 26 mil euros, entre Fevereiro 2013 a 11 de Junho 2014, referem dados disponíveis na Plataforma Transparência e Publicidade, que é gerida pelo Infarmed. A presidente da associação, Emília Rodrigues, diz que o Estado deixou de apoiar as associações de doentes há quatro anos e que nenhuma sobrevive sem o apoio da indústria farmacêutica e de outras entidades.

O bastonário da Ordem dos Médicos considera que o timing de divulgação destes dados por parte do Infarmed, que criou no ano passado esta plataforma onde os dados sobre os apoios dados pela indústria a médicos e outras entidades devem ser inseridos, não foi inocente, fazendo parte de uma estratégia do MS “para pôr em causa a idoneidade da associação não discutindo os problemas concretos e a evidência científica”.

Emília Rodrigues informa que o dinheiro recebido da Gilead representou cerca de um terço do orçamento nesse período e que essa verba foi toda canalizada para a organização do congresso da associação. “Eles são nossos parceiros sociais, assim como a Delta, a Companhia de Ideias [agência de comunicação] e a Ordem dos Médicos”, diz, notando que em 2010 o Estado cortou todos os apoios à associação de doentes. “Todas as associações de doentes no mundo trabalham com a indústria”, acrescenta. A responsável diz que é óbvio que os laboratórios que estão interessados em apoiá-los são aqueles que têm medicamentos para as patologias em causa, como é o caso da Gilead. “Se eu for pedir apoios a um laboratório de medicamentos para o coração, não me dão. Todas as empresas querem ter lucros. Nós temos a matéria-prima”.

O patrocínio de associações de doentes por parte de laboratórios é uma prática corrente, tanto que a Associação Portuguesa da Indústria Farmacêutica criou em 2007 um código de conduta criando regras de relacionamento entre as duas entidades, replicando um código europeu que já existia. Uma das regras obriga à divulgação no site dos laboratórios, até 31 de Março de cada ano, dos apoios concedidos às associações.

Desde o ano passado, esta divulgação é também obrigatória numa plataforma criada pelo Infarmed. É lá que surge que a SOS Hepatites recebeu também 3000 euros da Bristol-Myers Squibb Farmacêutica Portuguesa, 9000 da AbbVie e 5000 da Janssen Cilag.

As associações estão obrigadas a notificar os apoios que recebem, mas a SOS Hepatites não o fez. Emília Rodrigues desconhecia esse facto e disse ter sido dada essa instrução à contabilidade, mas refere que esses apoios constam do próprio site, algo que o jornal Público não pôde confirmar porque a plataforma se encontra suspensa por problemas técnicos.

Já a Gilead responde que “apoia diversas organizações não-governamentais, reconhecendo a importância que a actividade representa para um melhor acompanhamento dos doentes”, acrescentando que os apoios “são enquadrados no âmbito da política de responsabilidade social da Gilead”.

Sistema de Informação dos Certificados de Óbito
São os primeiros dados do Sistema de Informação dos Certificados de Óbito que reúne dados obtidos pelo Ministério Público,...

Nos primeiros quatro meses deste ano, Portugal registou 294 suicídios. Quem mais escolhe morrer são os maiores de 75 anos, amiúde acometidos de isolamento, depressões, doenças crónicas incapacitantes. Seguem-se as pessoas em idade activa, mas menos apetecidas pelos empregadores: têm 45 a 64 anos e o seu estado não será sempre alheio à crise.

Não são dados comparáveis, sublinha Álvaro de Carvalho, coordenador do Programa Nacional para a Saúde Mental. O Sistema de Informação dos Certificados de Óbito – que integra elementos obtidos pelo Ministério Público, pelas forças policiais, pelos hospitais e centros de saúde e serviços de medicina legal – só começou a funcionar em pleno no início do ano.

Para fazer comparações, explica, é preciso analisar períodos mais alargados. Para já, o que se consegue é uma espécie de radiografia. E essa radiografia mostra que o distrito de Lisboa é o que apresenta maior incidência de suicídios, seguido, de longe, por Setúbal, Leiria, Porto, Faro e Santarém. O Alentejo, a região mais conotada com esta prática, nem aparece. Talvez porque a tabela é feita números absolutos.

Portugal era até agora um dos países na União Europeia com maior número de óbitos com causa por identificar. Muitos tinham atrás um suicídio, que importaria esconder por religiões como a católica, que até há pouco recusava serviço fúnebre a suicidas, ou de seguro de vida, que não abrange tal opção.

Mesmo pecando por defeito, os números do Instituto de Medicina Legal, revelavam uma subida ligeira nos anos mais recentes: contabilizou 1206 casos em 2011, que viu diminuir em 2012 (1057) e tornar a aumentar em 2013 (1082). Não o suficiente para o país sair dos 10 suicídios por cada 100 mil habitantes. Desde 2011 registaram-se mais suicídios do que mortes na estrada.

Segundo um estudo publicado pela revista The British Journal of Psychiatry, há uma relação entre suicídio e crise económica: "Desde que a recessão começou, em 2007, houve pelo menos mais 10 mil suicídios do que seria esperado na União Europeia, no Canadá e nos Estados Unidos".

Investigadores da Universidade de Oxford e da Escola de Londres de Higiene e Medicina debruçaram-se sobre os Estados Unidos, o Canadá e 24 países da União Europeia e perceberam que a Europa registou um aumento de 7950 casos além do esperado, os EUA de 4750 e o Canadá de 240.

Elencam o desemprego, o endividamento das famílias e a perda da habitação como factores de risco. E revelam que três países escapam a esta tendência: Suécia, Finlândia e Áustria. Em declarações à BBC, um dos autores do estudo, Aaron Reeves, explicou que esses “investem em programas que ajudam as pessoas a voltar ao trabalho, tais como formação, aconselhamento e salários subsidiados”. Nalguns países, como Portugal, notaram resiliência.

Parece-lhe que é tempo dos políticos se perguntarem se estas mortes não podiam ser evitadas. "Há sempre escolhas difíceis a fazer durante uma recessão, mas estes dados revelam uma iminente crise de saúde mental na Europa e na América do Norte, comentou. “Nestes tempos difíceis é fundamental encontrar formas de proteger os mais vulneráveis e os que poderão ser mais afectados.”

Álvaro de Carvalho, que coordena o Plano de Prevenção da Depressão e do Suicídio, não podia estar mais de acordo. Sempre disse que "o sector da saúde não pode alcançar boa saúde mental sozinho”.

A taxa de desemprego era de 9,5% em 2009, antes dos três programas de estabilidade e crescimento (PEC) e do memorando de entendimento assinado com a troika – a Comissão Europeia (CE), o Banco Central Europeu (BCE) e o Fundo Monetário Internacional (FMI). Alcançou os 16,3% no final de 2013 e está agora nos 15,1%, muito por efeito da emigração, que atingiu níveis comparáveis aos anos 1960.

O desemprego, como a falência, admite Álvaro Carvalho, pode desencadear crise emocional, ansiedade, depressão. “Se a pessoa não tem trabalho, fica sem crédito, não pode pagar a casa, de pouco lhe servirá tomar depressivos ou fazer psicoterapia". Isso "pode ajudar a reduzir a ansiedade, a pensar, a encontrar alternativas”, mas não ajuda a pôr comida na mesa nem a pagar a prestação ao banco. Mais eficaz será ter acesso a apoios sociais, a formação profissional ou a emprego.

As prestações sociais têm sido alvo de sucessivos cortes desde Agosto de 2010. Já no período do resgate, Portugal foi um dos países da União Europeia que mais reduziram a despesa social.

O suicídio tende a estar associado a depressão e ansiedade. Ora, o consumo de antidepressivos tem aumentado em toda a Europa. Em Portugal, mais do que triplicou desde 2000 até 2013. Nos primeiros sete meses do ano passado, por cá as vendas de antidepressivos subiram 5% e as de ansiolíticos 2%. 

Cada vez mais crianças
Na época de exames o stress escolar intensifica-se e revela-se em sintomas físicos e psicológicos que podem tornar-se graves....

Carla Barbosa, estudante universitária, tem perturbações de ansiedade desde o secundário, que se manifestam em ataques de pânico, transtornos alimentares e do sono. Casos como o de Carla são cada vez mais frequentes e precoces, afectando crianças desde o primeiro ciclo. Os especialistas alertam para as doenças psicológicas que podem ser provocadas pela pressão pessoal, familiar e do próprio sistema educativo.

“Começa com as pontas dos dedos adormecidas, depois sinto-me com falta de ar, os músculos contraídos, sem conseguir andar e choro compulsivamente.” É assim que Carla, 21 anos, descreve os ataques de pânico provocados pela ansiedade escolar. A estudante da Faculdade de Direito da Universidade do Porto explica que as situações de stress eram mais graves na escola secundária. “Ao primeiro os meus colegas estranhavam, mas depois houve uma fase em que muita gente tinha”, continua.

Ainda hoje a ansiedade escolar tira sono e apetite à estudante: “na época de exames de Janeiro e Fevereiro perdi seis quilos.” O nervosismo é consequência da pressão social: “Sinto que tenho que me distinguir”, justifica.

Para Adelaide Telles, psicóloga dos Serviços de Acção Social da Universidade do Porto, a principal razão que leva os alunos a recorrer aos serviços de apoio é a dificuldade em lidar com a ansiedade, particularmente nos exames, acrescentando que “por vezes, a ansiedade leva a situações de depressão, isolamento e desistências.”

Mélanie Tavares é psicóloga e coordenadora da Mediação Escolar do Instituto de Apoio à Criança. Convive de perto com a ansiedade escolar, que diz ser “bastante frequente e não escolhe idades.” Cada vez mais cedo as crianças apresentam sintomas de ansiedade porque também cada vez mais cedo são expostas a situações de avaliação.

De acordo com a Ordem dos Psicólogos, não existem dados concretos sobre o stress na escola, mas numa compilação de dados de estudos portugueses e internacionais, a Ordem revela que os jovens que experienciam ansiedade na infância têm 3,5 vezes mais probabilidade de sofrer de depressão ou perturbações da ansiedade na idade adulta. Os mesmos estudos alertam para o aumento das doenças psicológicas, concluindo que numa turma de 30 alunos existem cerca de seis crianças com problemas de saúde psicológica.

Ana Catarina Jesus está no 5.º ano e lembra-se bem dos exames que fez no ano passado na sede do agrupamento. “Não estava nervosa, mas não conhecia a escola, não conhecia muita gente e ninguém reparou que eu comecei a chorar”, conta. Ana Catarina deixou o exame em branco. A mãe, Susana Jesus, recorda que a filha “ficou chateada, andava triste nos dias seguintes”, já que costumava ter boas notas nos testes.

Psicóloga de crianças e adolescentes, Catarina Policarpo explica que actualmente “há uma grande competitividade entre os jovens que começa no 1.º ciclo, há pressão para o sucesso por parte da escola, dos pais, de todo o meio envolvente e há pressão que os jovens colocam sobre si próprios. Quem não é bem-sucedido, não é bem visto pelos pares e pode até ser rejeitado, e isto é muito stressante.”

A psicóloga Joana do Carmo explica o fenómeno da ansiedade: “a criança tem uma determinada percepção da tarefa que lhe é proposta (como um exame) e compara o grau de dificuldade desta com a percepção que tem das suas capacidades, daí podendo resultar uma discrepância que quanto mais acentuada, mais ansiedade provoca.”

O meio envolvente contribui para a percepção da dificuldade da tarefa e para a auto percepção da criança ou jovem. Pais, professores e psicólogos concordam que os exames têm uma dimensão exagerada. “Os órgãos de comunicação social e os pais exacerbam a situação dos exames, que já tem muita carga dos professores. Os pais não transmitem segurança, fazem pressão e muitas vezes numa base de ameaça”, lamenta Joana do Carmo.

Os pais tendem a projectar nos filhos as suas expectativas e idealizações, muitas vezes inconscientemente, outras não. A psicóloga Mélanie Tavares recorda o caso de uma criança de um colégio, de uma família aparentemente estruturada, a quem os pais bateram com violência por ter um “bom” e não um “excelente”.

Existem também casos em que são os jovens que colocam uma grande pressão sobre si próprios. Mélanie Tavares refere, como exemplo, uma criança que desenvolveu uma úlcera no estômago porque exigia muito dela. A psicóloga explica que com elevados níveis de ansiedade “uma pessoa pode descompensar e isso leva a doenças psicológicas.”

São casos muito pontuais, mas preocupantes, de acordo com o psicólogo Nuno Sousa. Há alunos que vêem o sucesso escolar como a única característica boa e quando falham a vida deixa de fazer sentido. “Fazem de uma falha o falhanço da vida”, explica. Dá como exemplo uma aluna que sentia que o elemento de ligação com os pais era o sucesso escolar. Quando falhou, começou a descompensar e “a mistura de tristeza com a revolta foi o ponto de partida para uma tentativa de suicídio.”

No entanto, Victor Coelho, membro da direcção da Ordem dos Psicólogos, afirma que níveis de ansiedade e de stress, com conta e medida, podem funcionar como protectores e motivadores. O importante, mas também difícil, é encontrar o ponto de equilíbrio: “É preciso dotar crianças de capacidades para lidar com situações de stress.”

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