Ordem dos Médicos cria
A Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos criou um espaço de livre opinião para que os médicos da Região possam...

Poucas semanas depois da polémica entre Ministério da Saúde e Ordem dos Médicos a propósito das limitações que estariam a ser desenhadas à exposição pública de questões da saúde, a secção regional cria um endereço electrónico para recolher toda a informação veiculada pelos profissionais.

“Através do e-mail [email protected], a Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos (SRCOM) pretende recolher e centralizar todas as informações referentes a hospitais e centros de saúde que possam reflectir um défice de qualidade dos serviços”.

Os médicos reagiram, em Maio, a uma eventual proibição de os profissionais falarem sobre questões internas das unidades. 

Centro Hospitalar de São João
A administração do Centro Hospitalar de São João, no Porto, anunciou, ontem, que todos os dirigentes intermédios daquela...

Em comunicado enviado à redação do JN, o Conselho de Administração do Centro Hospitalar de São João (CHSJ) adianta que "os responsáveis pelas oito unidades intermédias de gestão do Centro Hospitalar de São João e os 58 directores de Serviços clínicos e não clínicos decidiram presentar o seu pedido de demissão", em reunião efetuada ontem de manhã.

O Conselho de Administração manifesta-se "solidário com as lideranças intermédias" do CHSJ, tendo "reportado esta situação à tutela" e esclarece as razões aduzidas pelos dirigentes para apresentarem a demissão.

Segundo a administração, a demissão conjunta justifica-se com o facto de "a qualidade na prestação de cuidados de saúde à população estar em risco", com "a desvalorização do Centro Hospitalar de São João e da sua missão no contexto da região e do país" e com "a impossibilidade da implementação do desenvolvimento estratégico do Centro Hospitalar de São João".

É ainda apontado como motivo para a saída em bloco o "impedimento da ação gestionária do Conselho de Administração e das estruturas intermédias de gestão do Centro Hospitalar, por via da centralização administrativa, no que concerne a políticas de recursos humanos, investimentos, manutenção estrutural, infraestrutural e de equipamentos e compras, que afectará gravemente a prossecução da sua missão e a actividade assistencial, apesar de, reiteradamente, o Centro Hospitalar de São João apresentar resultados económico-financeiros positivos e resultados clínicos e assistenciais ao nível dos melhores da Península Ibérica".

Entretanto, o PS pediu já explicações ao Governo sobre as alegadas demissões.

"A notícia da demissão em bloco de todo o conselho de administração do hospital de São João no Porto e dos 31 directores de serviço é uma má notícia para o Serviço Nacional de Saúde, mais uma, e um grande constrangimento para o país em geral e para o norte em particular", declarou o vice-presidente da bancada socialista José Junqueiro, que falava aos jornalistas no parlamento.

PCP diz
O PCP/Porto afirmou que a demissão "em bloco" dos dirigentes intermédios do Hospital de São João só surpreende quem...

"A reorganização hospitalar prevista em portaria, recentemente publicada, feita contra os pareceres dos interessados, sem suporte técnico sustentável e contra os interesses das populações, é uma imagem de marca de um ministério e de um governo que só se preocupam com os números, a cortar naqueles que mais têm sofrido, e não levam em consideração os prejuízos que causam", refere o PCP, em comunicado.

Segundo os comunistas, a realidade vivida no Hospital São João e, em geral, no Serviço Nacional de Saúde (SNS), tem como traços dominantes a "degradação" da qualidade dos serviços prestados devido, essencialmente, à falta de materiais.

"Os profissionais de saúde são atingidos nos seus direitos de forma violenta, os hospitais não são contemplados com as verbas indispensáveis ao seu funcionamento e é privilegiada a discricionariedade", lê-se na nota.

O actual Governo está a destruir "progressivamente" o SNS, entende este partido. 

Conselho de Ministros aprova
Os refugiados e requerentes de asilo vão passar a estar isentos de taxas moderadoras, segundo uma alteração ontem aprovada em...

Segundo o comunicado do Conselho de Ministros, as alterações aprovadas vão ao encontro de recomendações do Provedor de Justiça.

Fonte oficial do Ministério da Saúde esclareceu que passam a estar isentos de taxas moderadoras os requerentes de asilo, refugiados e a correspondente família directa.

As alterações ao regime de taxas moderadoras vêm ainda isentar todas as crianças e jovens institucionalizadas ou em processo de promoção e proteção a correr nas comissões de protecção de crianças ou no tribunal.

Actualmente, já todas as crianças até aos 12 anos estão isentas do pagamento de taxas moderadoras no acesso ao Serviço Nacional de Saúde.

Contudo, esta alteração vem possibilitar que fiquem isentas as crianças e jovens institucionalizadas até aos 18 anos de idade, de acordo com a mesma fonte ministerial.

O Governo aprovou ainda uma explicitação ao regime de dispensa de pagamento dos doentes do foro oncológico, que já estão isentos de taxas moderadoras no âmbito do tratamento e seguimento da sua doença.

Isto porque, desde que o novo regime foi criado, houve unidades de saúde que continuaram a cobrar taxas moderadoras aos doentes oncológicos, apesar de o Ministério da saúde ter emitido vários esclarecimentos sobre o assunto.

Desta forma, é republicada a dispensa de pagamento relativa a estes doentes, de forma a clarificar a situação, segundo fonte oficial do Ministério da Saúde.

Fica também dispensado o pagamento de taxas moderadoras em consultas, sessões de dia ou atos complementares no âmbito de doentes infectados pelo VIH/sida, diabéticos, tratamentos da dor crónica, saúde mental ou doenças neurológicas degenerativas.

Nos hospitais
Mais de sete em cada 10 portugueses (75%) consideram provável sofrer algum incidente adverso nos cuidados de saúde, no que...

Portugal surge mesmo como o país onde a ideia de que é provável sofrer algum tipo de incidente adverso nos cuidados de saúde - como uma infecção hospitalar, um erro na medicação ou no tratamento - mais aumentou em relação aos resultados de 2009, estando apenas atrás do Chipre e da Grécia.

Apesar dos receios de danos causados em contexto hospitalar, os portugueses estão entre os que experienciam menos incidentes adversos.

Na resposta ao inquérito, que decorreu entre Novembro e Dezembro de 2013, 14% dos portugueses inquiridos admitiram já ter tido algum problema, pessoalmente ou na família, quando a média europeia foi de 27%.

A análise europeia estima que 8% a 12% dos doentes admitidos em hospitais da União Europeia sofram algum tipo de complicação inesperada, resultando 25% dos incidentes adversos de infecções hospitalares. Só estas afectarão 4,1 milhões de europeus, provocando 37 mil mortes por ano, dados que não estão especificados por país.

Os resultados do Eurobarómetro, que repetiu um questionário realizado em 2009, mostram que os portugueses estão mais confiantes na qualidade dos cuidados de saúde prestados no país do que há quatro anos mas apenas cinco em cada dez considera que, no geral, a qualidade é boa - a média europeia é de 71%.

Mas em paralelo com o aumento da satisfação, parece ter aumentado o pessimismo, embora Portugal surja no panorama europeu como o quarto em que os inquiridos experienciaram menos incidentes adversos. Na Suécia, na Dinamarca e na Holanda a percentagem de inquiridos que disseram ter tido problemas ronda os 50%, quase quatro vezes mais.

Embora aparentemente ocorram menos vezes, o país surge depois como um daqueles em que as situações são menos reportadas pelos lesados. Só 20% dos portugueses que passaram por uma situação destas fizeram o seu reporte a algum tipo de instituição, quando na Europa quase cinco em cada dez o faz.

Conselho de Ministros
O Governo aprovou ontem a criação da figura do enfermeiro de família nos centros de saúde, uma medida há muito reclamada pela...

O Conselho de Ministros aprovou os princípios e o enquadramento da actividade do enfermeiro de família no âmbito das unidades funcionais de prestação de cuidados de saúde primários, nomeadamente Unidades de Saúde Familiar e Unidades de Cuidados de Saúde Personalizados.

O desenvolvimento desta nova atividade vai obedecer a um plano de acção, mediante experiências piloto a desenvolver em cada Administração Regional de Saúde, a partir do segundo semestre de 2014.

Cabe à Direcção-Geral da Saúde (DGS), em colaboração com a Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS), “elaborar a metodologia de trabalho do enfermeiro de família e as áreas de competência e de partilha que permitam assegurar a integração e continuidade dos cuidados ao indivíduo e família no âmbito da equipa multiprofissional”, afirma o comunicado do Conselho de Ministros.

Estudo
Investigadores norte-americanos descobriram um mecanismo no tecido da pele que responde aos raios ultravioletas com a produção...

Os fãs da praia que trabalham afincadamente "para o bronze" podem afinal ter um motivo muito mais profundo, e até agora insuspeito, para o fazer: serão viciados em sol, como outros em heroína, em álcool ou em tabaco. A conclusão é de investigadores do Massachusetts General Hospital, nos Estados Unidos, que hoje publicam na revista Cell os resultados de um estudo em ratinhos.

A equipa, coordenada por David Fisher, põe a descoberto o mecanismo através do qual a exposição crónica à luz solar e aos seus raios ultravioletas - os que estimulam a produção da melanina que bronzeia a pele - pode tornar-se uma dependência para muitas pessoas. Isso explicaria também, segundo os autores, por que os adoradores do Sol, mesmo conhecedores e conscientes dos riscos que os seus excessos implicam - o cancro de pele - persistem em torrar na praia durante horas, incluindo as mais perigosas. 

Em todos os hospitais do país
O Governo quer reforçar os cuidados paliativos nos hospitais, mesmo antes de concretizar a regulamentação da nova lei de bases,...

O secretário de Estado Adjunto do ministro da Saúde, Fernando Leal da Costa, garante que não vão esperar até essa altura e que vão ser dadas orientações para tornar obrigatória a existência de equipas especializadas em prestar cuidados paliativos em todos os hospitais do país, já que nesta altura isso não acontece.

O Executivo quer também mais camas de internamento para este tipo de doentes e pretende reforçar as equipas de apoio domiciliário, que dão apoio em casa a doentes à beira da morte.

Mulher canadiana
Stacy Yepes, uma canadiana de 49 anos, está provavelmente viva graças a uma selfie. Em vez de uma fotografia, a mulher fez um...

Já não era a primeira vez que a mulher se queixava do rosto paralisado e que as palavras lhe saíam entarameladas, mas, nas urgências do hospital diagnosticaram-lhe um episódio de stress.

Então, dois dias depois, sentiu os mesmos sintomas enquanto conduzia, parou o carro, e fez um vídeo dela própria para mostrar aos médicos.

“Os sintomas voltaram”, disse Stacy Yepes para a câmara do telemóvel, e acrescentou que “ao sorrir, a boca se desviava para a esquerda”, tal como o simples gesto de levantar a mão era-lhe difícil.

Levou o vídeo a um hospital de Toronto e, pela visualização, chegou o diagnóstico: estava a ter pequenos acidentes vasculares cerebrais.

O vídeo pode mesmo ter-lhe salvo a vida e evitado uma crise maior.

Stacy Yepes, em entrevista à CBC News, mostrou-se relativamente bem e aliviada por finalmente estar a ser tratada para o seu problema: “Eu sabia que não se tratava de mero stress”.

 

Os médicos elogiaram-lhe a “criatividade” por se lembrar de fazer um vídeo, mas deixam um alerta à população. Se sentir alguns destes sintomas, não faça um vídeo e ligue imediatamente para o número de emergência. 

Estudo
Pesquisadores norte-americanos da Universidade do Alabama anunciaram, ontem, ter descoberto como um tipo de células espalhadas...

Num artigo ontem publicado na revista Nature Commnunication, a equipa de investigadores da Universidade do Alabama em Birmingham mostra como os gliomas, um tumor das células gliais, aquelas que protegem, nutrem e dão suporte aos neurónios, conseguem interromper as conexões neuronais normais e apoderar-se do controlo dos vasos sanguíneos.

Uma marca característica dos gliomas é que as células podem migrar de um tumor central e invadir o tecido saudável do cérebro, e mesmo se uma massa de tumor for removida cirurgicamente, as células malignas que migraram são deixadas para trás podendo causar o surgimento de um novo tumor.

Citado pela Nature, o neurocientista Harald Sontheimer explicou que à medida que avançam os gliomas deslocam os astrócitos, que são células neurológicas em forma de estrela que se encontram no cérebro e que desempenham um papel crítico na regulação do fluxo sanguíneo no cérebro.

De acordo com Harald Sontheimer, a chegada de uma célula de glioma muda tudo isso, pois “as células de glioma que viajam ao longo dos vasos sanguíneos, literalmente, cortam a ligação entre os astrócitos e os vasos e empurra-os para fora do caminho”.

E, prosseguiu Harald Sontheimer, “ao interromper esta ligação neural importante, os efeitos cognitivos adversos podem ser esperados”. “Além disso, o estudo mostrou que gliomas então assumir o controlo dos vasos sanguíneos para os seus próprios fins. E esses fins são principalmente para obter os nutrientes do sangue, para que possam continuar a crescer e se espalhar.”

A equipa de Sontheimer afirma que as células de glioma tendem a reunir-se nas junções dos vasos sanguíneos, quase como se fossem acampar ao lado de um córrego onde se junta um rio.

“Descobrimos que, quando os gliomas afastam os astrócitos, ocorrem danos à integridade das células endoteliais que formam a barreira hematoencefálica (estrutura membrânica que actua principalmente para proteger o sistema nervoso central)”, disse o pesquisador e um dos coautores do estudo, Stefanie Robel.

Segundo o investigador, este processo pode tornar “a barreira enfraquecida e aí começa um vazamento através da barreira que pode causar graves danos ao tecido cerebral”.

Aliás, “esse vazamento parece ser uma consequência de as células de glioma migrarem ao longo dos vasos sanguíneos em sua busca de nutrientes”, secundou Stacey Watkins, que também participou na pesquisa da Universidade do Alabama em Birmingham.

Investigação conclui
Os homens pensam em sexo, em média, 19 vezes por dia. Muito menos do que davam conta alguns estudos que apontavam para um...

Agora, uma investigação da Universidade Estadual de Ohio, nos Estados Unidos, utilizou um método inovador para contabilizar esses pensamentos e concluiu que tanto os homens como as mulheres pensam menos em sexo do que se considerava antes. As mulheres têm pensamentos sexuais apenas 10 vezes por dia.

Terri Fisher e a sua equipa, distribuíram uns dispositivos a 283 estudantes universitários e pediram-lhes para os activarem de cada vez que lhes ocorresse um pensamento sexual. Mas pediram também que registassem os pensamentos relativos a comida ou ao sono.

Os investigadores concluíram que os homens pensam em sexo mais vezes que as mulheres, mas também pensam mais em comida ou em dormir. A equipa de Terri Fisher considera que esta diferença se pode ficar a dever a uma tendência que os homens têm em considerar um sentimento vago como um pensamento estruturado.

De acordo com a BBC, os investigadores verificaram ainda uma grande variação do número de pensamentos: enquanto alguns dos estudantes activaram o dispositivo relativamente ao pensamento em sexo apenas uma vez por dia, outros registaram 388 cliques. 

Especialista defende
Uma especialista da Organização Muncial de Saúde defendeu ontem que a aposta na formação especializada de profissionais e o...

Cristina Lasmarías Martínez, enfermeira e consultora do Observatório QUALY do Centro Colaborador da Organização Mundial de Saúde para Programas Públicos de Cuidados Paliativos, está em Lisboa para participar 2º Encontro Interdisciplinar de Cuidados Paliativos, que se realiza hoje, e visitou ontem a Unidade de Saúde Familiar de Fernão Ferro, no Seixal, e a Unidade de Saúde Maria José Nigueira Pinto, em Cascais.

No final das duas visitas, a enfermeira espanhola mostrou-se "muito bem impressionada" com os cuidados prestados nos locais e lamentou que não houvesse mais unidades no país.

"Cumprem os requisitos que são importantes para dar qualidade e atenção aos pacientes e também às famílias, todos os detalhes relacionados com a atenção directa, controlo de sintomas, apoio e conforto. O ideal era que pudesse haver mais centros como estes no resto do país", sustentou.

No entanto, Cristina Martínez considerou que, para melhorar a rede de cuidados paliativos, é fundamental oferecer a atenção que o paciente deseja receber.

"A formação é uma das ferramentas principais para oferecer bons cuidados paliativos. As pessoas têm que estar formadas e conseguir explorar o que o paciente quer e precisa, saber se a pessoa quer estar em casa ou num outro sítio e se a família é capaz de oferecer atenção no domicílio", afirmou.

A especialista frisou que, na generalidade, as pessoas preferem morrer em casa, mas também há quem não o queira e, por isso, reforçou, "é necessário que os profissionais estejam formados para poder explorar os desejos do doente e poder dar resposta".

Cristina Martínez adiantou que em Espanha a rede de cuidados paliativos está muito bem desenvolvida, mas sublinhou que essa formação deve estar presente em qualquer especialidade, sendo a enfermagem a área que mais peso tem na área das respostas.

Ana Antunes, do Conselho Directivo da Secção Regional Sul da Ordem dos Enfermeiros, disse que há a intenção de tornar obrigatório, nas licenciaturas em enfermagem, formação básica em paliativos.

"Em 100 pessoas, 80 precisam de atenções paliativas e, por isso, há uma necessidade de aumentar as equipas intrahospitalares e de suporte comunitário", sustentou.

Sobre a falta de vagas em hospitais nas unidades de cuidados paliativos, Ana Antunes referiu que "mais do que criar camas de internamento, o mais importante seria capacitar os cuidadores e formar profissionais que trabalham junto de pessoas ao domicílio".

"Se as pessoas preferem morrer em casa não vale a pena andarmos a investir dinheiro dos contribuintes. Claro que é necessário, porque há doentes sem condições para estar em casa e famílias com exaustação, mas a aposta tem de ser sobretudo na formação dos profissionais que acompanham as pessoas em casa para que a grande maioria que prefere morrer em casa possa morrer com dignidade", concluiu.

A Secção Regional do Sul da Ordem dos Enfermeiros vai promover hoje, no Auditório Lispólis, Fórum do Polo Tecnológico de Lisboa, o 2.º Encontro Interdisciplinar de Cuidados Paliativos - "Detalhes em Cuidados Paliativos".

A iniciativa pretende "promover um momento de discussão e debate multidisciplinar entre profissionais de saúde com intervenção no âmbito dos cuidados paliativos e ainda promover a visibilidade das actividades desenvolvidas pelos colegas em contexto de cuidados paliativos". 

Especialista defende
O hepatologista Armando Carvalho, do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, defendeu ontem em Coimbra uma negociação...

A Comunidade Europeia "deveria constituir-se como uma força negocial com as farmacêuticas", disse o clínico do Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC), considerando que, ao ser criado "um parceiro mais alargado", poder-se-ia "negociar preços muito mais baixos" e garantir "que todos os cidadãos tenham o mesmo nível de acesso" aos tratamentos.

A 12 de Junho, o Infarmed anunciou estar a negociar com a indústria farmacêutica um preço adequado para o novo medicamento contra a hepatite C que permita a sustentabilidade do sistema de saúde e o acesso generalizado dos doentes.

Face aos elevados custos dos medicamentos contra a hepatite C, Armando Carvalho sublinhou que "o médico deve prescrever o medicamento que seja a melhor opção para o doente, independentemente do custo desse mesmo medicamento", referindo que "quem deve limitar o acesso a recursos não deve ser o médico".

O Governo "tem de assumir o que pode dar e o que não pode dar e não pretender que seja o médico a dizer que não dá porque é caro", sustentou o hepatologista, frisando a necessidade de "se criar um plano nacional, que faça uma estimativa de doentes, que determine o tratamento mais adequado e uma verba atribuída".

O especialista apontou para o caso do plano em torno da SIDA, "que conta com mais de 200 milhões de euros", realçando a necessidade de se criar um plano semelhante para a hepatite C que apenas precisaria "de 30 ou 50 milhões de euros".

Armando Carvalho destacou que os novos tratamentos garantem "que cerca de 90% dos doentes ficam curados".

Os doentes que receberiam esse tratamento "nunca mais precisariam de cuidados de saúde motivados pela hepatite C", disse.

"Apesar de um investimento elevado, paga-se no longo prazo", concluiu o médico, que falava à margem do Fórum "Vamos Curar a Hepatite C em 2014", que decorreu durante a tarde de ontem no Hotel Tryp, em Coimbra.

A SOS Hepatites denunciou neste mês que mais de cem doentes graves aguardam pela aprovação da utilização do novo medicamento contra a hepatite C, uma espera que lhes pode valer a vida e que já classificam como um "genocídio de colarinho branco".

A SOS Hepatites considerou tratar-se de um "legítimo direito de acesso à saúde" que está a ser negado aos doentes, com a justificação do elevado preço deste novo fármaco - Sofosbuvir -, que tem uma taxa de cura superior a 90% e é o único eficaz para todos os genótipos da infecção e que pode ser usado pré e pós transplante.

Segundo o Infarmed, o que está a acontecer em Portugal é que a análise relativa ao valor terapêutico acrescentado e ao custo-efectividade está concluída, faltando para a sua aprovação final que a indústria farmacêutica "proponha um preço adequado que não ponha em risco a sustentabilidade do SNS (Serviço Nacional de Saúde)".

O Infarmed afirma que a primeira proposta de preço do medicamento foi de 48 mil euros por tratamento, pelo que com mais de metade dos doentes a necessitarem do dobro do tempo de terapêutica, tal representaria 96 mil euros por tratamento.

Rias Formosa e de Aveiro
Investigadores portugueses detectaram, pela primeira vez, uma neurotoxina associada à doença neurodegenerativa Esclerose...

A neurotoxina (toxina que ataca o sistema nervoso) em causa, a BMAA, foi identificada "em níveis significativos" em berbigão e mexilhão, mas os cientistas desconhecem, ainda, o real impacto na saúde humana, para serem tomadas medidas cautelares.

Na prática, frisou um dos investigadores, Pedro Reis Costa, do Instituto Português do Mar e da Atmosfera, será importante continuar o estudo para "avaliar o risco de consumo de bivalves contaminados com BMAA".

Segundo Pedro Reis Costa, que se tem dedicado à investigação da transferência de biotoxinas na cadeia alimentar marinha, "não há, para já, estudos suficientes que possam indicar o nível de BMAA que afecta o desenvolvimento da Esclerose Lateral Amiotrófica, isto apesar de haver vários estudos que comprovam a neurotoxicidade de BMAA tanto em vivo como 'in vitro'".

A neurotoxina BMAA, agora detectada em Portugal, já tinha sido identificada, nomeadamente, na Suécia, em França, nos Estados Unidos e na África do Sul, precisou.

Um vez encontrada a presença da BMAA em bivalves da Ria Formosa e da Ria de Aveiro, a equipa do Instituto Português do Mar e da Atmosfera, em colaboração com o Departamento de Botânica da Universidade de Estocolmo, quer saber em que alturas do ano isso ocorre mais, quais as espécies de microalgas que as produzem, bem como "a dinâmica de acumulação e eliminação"  da neurotoxina "nos moluscos bivalves".

Neurotoxinas como a BMAA são, como explicou Pedro Reis Costa, "toxinas que têm como alvo o sistema nervoso, impedem que os neurónios comuniquem entre si de forma eficaz".

No caso da BMAA, está associada à Esclerose Lateral Amiotrófica, cuja "maioria dos pacientes morre no prazo de três anos quando deixa de poder respirar ou engolir", adiantou.

Regra geral, a BMAA é detetada em ambientes de água doce onde abundam cianobactérias, espécie de microalgas.

Em períodos de maior abundância de células de microalgas, bivalves como berbigão, mexilhão, amêijoa e ostra, "que se alimentam filtrando a água", podem acumular nos seus tecidos os compostos tóxicos por elas produzidos, tornando-se nocivos para quem os consumir.

Ao contrário de outras biotoxinas, compostos tóxicos derivados de microalgas e acumulados em bivalves, a neurotoxina BMAA não está regulamentada na legislação nacional e comunitária.

Cabe ao Instituto Português do Mar e da Atmosfera assegurar a monitorização das biotoxinas marinhas e, caso se justifique, proibir a apanha de bivalves para consumo.

As conclusões do estudo, na qual participaram Pedro Reis Costa e outros investigadores portugueses, mas também suecos, foram publicadas na revista Aquatic Toxicology.

Centro de saúde de Macedo de Cavaleiros
Um médico do centro de saúde de Macedo de Cavaleiros e do hospital de Vila Real vai ficar em prisão preventiva.

Os restantes três arguidos, detidos por suspeita de fraude, um médico, um farmacêutico e um delegado de informação médica, vão aguardar julgamento em liberdade com apresentações periódicas às autoridades.

No caso da farmacêutica e do médico do centro de saúde de Carrazeda de Ansiães, o juíz ordenou ainda que ficam suspensos de funções.

PS quer explicações
O PS exigiu hoje explicações do ministro da Saúde, Paulo Macedo, sobre a notícia de que os corpos directivos do Hospital de São...

“A notícia da demissão em bloco de todo o conselho de administração do hospital de São João no Porto e dos 31 directores de serviço é uma má notícia para o Serviço Nacional de Saúde, mais uma, e um grande constrangimento para o país em geral e para o norte em particular”, declarou o vice-presidente da bancada socialista José Junqueiro, que falava aos jornalistas no parlamento.

Para José Junqueiro, A “degradação a que o Governo e o ministro têm conduzido os cuidados de saúde é absolutamente inaceitável”.

“Aliás, temos chamado a atenção sucessivamente para esse facto”, disse o socialista, que adiantou que serão exigidas explicações a Paulo Macedo e o conselho de administração da unidade hospitalar será convidado para falar na Assembleia da República.

O Presidente da República, disse ainda o deputado socialista, “não pode fechar os olhos não só ao anormal funcionamento das instituições e dos órgãos de soberania mas agora também ao anormal funcionamento de instituições tão relevantes” como este hospital.

A decisão dos administradores do hospital em se demitirem, diz a RTP, terá sido tomada em protesto contra a política do Governo no sector da saúde, particularmente contra a desclassificação da unidade e contra as restrições que a impedem de fazer contratações.

No Porto
Conselho de administração de um dos maiores hospitais do país apresentou a demissão em bloco ao ministro da Saúde.

A administração do Centro Hospitalar de São João, no Porto, presidida por António Ferreira, e a direcção clínica demitiram-se esta quinta-feira, por considerarem que não existem condições para continuar a tratar dos doentes de forma adequada.

Além da administração e da direcção clínica, demitiram-se também 31 directores de serviços clínicos e todas as direcções dos departamentos do Centro Hospitalar de São João.

A informação foi avançada pela RTP, que associa a demissão a um protesto contra o Governo.

De acordo com a estação pública de televisão há vários motivos na origem destas demissões, a começar pela desclassificação do HSJ, na recente reclassificação dos hospitais nacionais, que teve como consequência a perda de valências, algumas em áreas consideradas como de excelência naquele hospital.

A proibição de contratar pessoal e a não renovação de material são outros dois motivos na origem da insatisfação. Acresce a questão do diferencial de valores pagos por acto médico, visto que os hospitais do Porto recebem menos por doente para os mesmos tratamentos que os hospitais de Lisboa.

O Hospital de S. João remete esclarecimentos para mais tarde.

Melhorar a gestão da diabetes por parte dos doentes e os resultados em saúde
Foco inicial na associação insulina-dispositivo e serviços de gestão de cuidados de saúde.

A Sanofi (EURONEXT: SAN e NYSE: SNY) e a Medtronic, Inc. (NYSE: MDT) anunciaram a assinatura de um acordo para uma aliança estratégica global na área da diabetes, com vista a melhorar a gestão da diabetes por parte dos doentes e os resultados em saúde, em todo o mundo. Inicialmente, a aliança irá focar-se em duas prioridades-chave: o desenvolvimento de associações medicamento-dispositivo e a prestação de serviços de gestão de cuidados para melhorar a adesão, simplificar o tratamento com insulina e ajudar as pessoas com diabetes a melhor gerir a sua doença.

A aliança será estruturada num modelo de inovação aberto, tirando partido das capacidades e dos recursos humanos e financeiros das duas companhias. Com base no sucesso das duas prioridades iniciais, as empresas podem de futuro explorar outras áreas de colaboração potencial.

“Sabemos que a insulina e outros medicamentos são apenas um dos elementos do tratamento do doente como um todo. Não há dias de folga na gestão da diabetes e a falta de adesão é um dos principais obstáculos à gestão optimizada da doença. Por esse motivo, a Sanofi está empenhada em desenvolver soluções de cuidados integrados que tornem a vida das pessoas com diabetes mais fácil e melhorem os seus resultados clínicos, contribuindo para a redução de custos de todo o sistema de saúde”, comentou Pascale Witz, Vice-Presidente Executivo Global Divisions & Strategic Development da Sanofi. “Através desta importante colaboração, a Sanofi fará uso de avanços tecnológicos que têm como objectivo criar soluções de tratamento holísticas que têm em consideração as necessidades individuais d de cada doente”.

Em Espanha
Um grupo de crianças portuguesas insuficientes renais vai participar pela primeira vez num campo de férias em Torremolinos,...

Trata-se de uma iniciativa da Associação Portuguesa de Insuficientes Renais (APIR) que decidiu fazer uma parceria com a Associação espanhola de doentes renais (Alcer). A Alcer tem uma larga experiência neste campo e realiza este ano a sua 26ª edição, tendo como objectivos a capacitação e a autonomização de crianças, entre os 8 e os 16 anos, que sofram de doença renal.

No próximo Sábado partem para Torremolinos, onde ficaram por nove dias, seis crianças em fase de pré-diálise e transplantadas, provenientes dos Serviços de Nefrologia Pediátrica do Porto, Coimbra e Lisboa. Estas crianças vão usufruir de várias actividades lúdicas num ambiente descontraído e de partilha de experiências no Campo de Férias para Crianças Insuficientes Renais, Transplantados e em Pré-Diálise (CRECE). Durante a sua estadia as crianças serão acompanhadas por uma equipa de 6 enfermeiros e 4 monitores portugueses.

Esta é uma iniciativa apoiada pela Diaverum, um dos principais prestadores de serviços renais a nível mundial, integrado no sistema nacional de saúde, focado em garantir aos insuficientes renais a melhor qualidade de vida possível. 

Qualidade aceitável para rega
As águas subterrâneas na área das antigas minas de carvão de São Pedro da Cova, em Gondomar, são impróprias para consumo mas...

“A água não se encontra própria para consumo humano”, refere o relatório sobre a “Avaliação do estado das águas subterrâneas” na zona onde se encontram depositados nas escombreiras das antigas minas 88 mil toneladas de resíduos perigosos, hoje divulgado.

No entanto, o documento destaca que “a zona dispõe de infraestruturas de abastecimento público, pelo que a saúde pública não estará em risco”.

Os resultados da monitorização da qualidade da massa de água subterrânea “devem ser encarados como um ponto de partida, carecendo de um maior aprofundamento da sua análise, bem como de informação complementar, nomeadamente com a realização de novas campanhas de monitorização”, lê-se no documento.

De acordo com a Agência Portuguesa do Ambiente (APA), as análises à qualidade da água, realizadas pela agência durante o último trimestre de 2013, não revelaram a presença de metais pesados, como mercúrio ou zinco, que o Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC) identificou existirem no local, em 2011.

No entanto, comparando os resultados obtidos nas análises com os limiares normativos referentes às águas para consumo humano, os valores relativos à presença de sulfatos, ferro dissolvido, níquel dissolvido e azoto amoniacal ultrapassam os definidos na lei.

Em sete dos oito furos e piezómetros colocados naquela zona para a realização das análises, a concentração de ferro dissolvido presente na água é muito superior às 0,200 miligramas por litro estabelecidas como valor limite.

A amostra de água recolhida no furo que “apresenta os resultados mais diferentes de um hipotético valor médio regional” mostrou a presença de 270 miligramas de ferro dissolvido por litro, por exemplo.

Nas considerações finais, os técnicos da APA referem ser “de equacionar a possibilidade de alguns dos resultados estarem a ser influenciados pela (antiga) exploração mineira (o caso dos sulfatos ou do ferro, por exemplo) e menos por outra origem qualquer”.

Adiantam ainda que “não se vislumbra uma influência clara da massa de resíduos (provenientes da antiga Siderurgia Nacional, na Maia, e ali depositados) sobre os resultados analíticos agora obtidos”.

As minas de carvão de S. Pedro da Cova, cuja exploração global terminou em 1992, foram objecto de um projecto de requalificação ambiental das escombreiras, que contemplava a utilização dos resíduos de despoeiramento armazenados nas instalações da extinta Siderurgia Nacional, na Maia, como material de enchimento.

Após os estudos de 2011 realizados pelo LNEC demonstrarem que os resíduos ali depositados apresentam perigosidade, iniciou-se um processo para a sua remoção.

Há pouco mais de dois meses, o ministro do Ambiente, Jorge Moreira da Silva, deslocou-se ao local para assinalar a assinatura do contrato para a remoção das 88 mil toneladas de resíduos perigosos.

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