Em crianças sul-africanas
A introdução de uma vacina pneumocócica conjugada, que protege as crianças de bactérias tipo pneumococo, origem de doenças...

Um estudo divulgado ontem pela revista científica Nature refere que a imunização contra o pneumococo na África do Sul também diminuiu os níveis de resistência aos antibióticos, algo inédito num país em desenvolvimento.

A vacinação é aconselhada a crianças maiores de dois anos que sejam portadoras de doenças crónicas, nomeadamente diabetes, doenças pulmonares, doenças cardíacas, doenças hepáticas, e em adultos, a partir de 65 anos, que tenham certas doenças do pulmão, coração, rim, fígado e sistema nervoso.

Segundo a Nature, a África do Sul introduziu a vacina em 2009 e desde então conseguiu baixar as infecções resistentes à penicilina em crianças e adultos, tornando-se no primeiro país africano a registar tal feito.

A GAVI Alliance, uma parceria entre instituições públicas e privadas com objectivo de salvar vidas de crianças e proteger a saúde da população, melhorando o acesso à imunização em países pobres, conseguiu evitar 500 mil mortes por pneumonia desde a introdução da vacina.

Neste Verão, a vacina será administrada na Eritreia, Costa do Marfim e no Níger, países africanos onde as crianças receberão vacina para prevenir a pneumonia, meningite e outras doenças mortais causadas pela bactéria pneumococo (“Streptococcus pneumoniae”, nome científico).

“Os dados devem estimular funcionários de saúde pública em países de baixo rendimento que ainda não adoptaram a vacina para começar a usá-lo”, considerou Anne von Gottberg, microbiologista do Instituto Nacional de Doenças Transmissíveis de Joanesburgo, que liderou um estudo divulgado ontem antecipadamente num congresso, intitulado "Proteger as crianças".

A Organização Mundial da Saúde considera a resistência aos antibióticos nos países pobres é um problema gritante, nomeadamente devido ao excesso de prescrição.

A introdução de vacinas pneumocócicas no início de 2000 reduziu os casos de doença pneumocócica invasiva por mais de um terço em crianças vacinadas e não vacinadas em adultos em países desenvolvidos da Europa e da América do Norte.

Entre 2011 e 2013
O Centro Hospitalar do Algarve recebeu um montante total de 74 milhões de euros entre 2011 e 2013 no âmbito de fundos...

Num comunicado de resposta a novos alertas por parte dos sindicatos do sector sobre a falta de recursos humanos e materiais na região, a Administração Regional de Saúde (ARS) do Algarve realçou que, além das vagas que estão - e vão ser - abertas para médicos, “o fornecimento dos materiais de consumo clínico encontra-se neste momento normalizado”.

Num ponto de situação sobre o Centro Hospitalar do Algarve (CHA), a ARS refere que, desde Janeiro, foram contratados oito médicos assistentes, quatro especialistas e quatro de medicina geral e familiar, bem como 43 enfermeiros, um técnico superior e dois de diagnóstico e terapêutica.

“De 2011 a 2013 foram canalizadas verbas adicionais de convergência para reequilíbrio financeiro e regularização de dívidas a fornecedores das unidades hospitalares na região do Algarve no montante de 74 milhões de euros”, salientou aquela entidade, que destacou que 69 milhões destinaram-se ao pagamento de dívidas a fornecedores "para evitar o corte de fornecimentos".

A ARS do Algarve acrescentou que “estão a ser desenvolvidas as medidas necessárias que permitam reduzir os custos de exploração e assegurar a sustentabilidade financeira dos hospitais, de forma a minimizar a situação que se verificava de falta de capacidade de resposta às necessidades em saúde das populações e com custos de exploração demasiado elevados, objectivos impossíveis de alcançar com a manutenção do funcionamento de duas unidades hospitalares de forma autónoma”.

Na segunda-feira, o coordenador regional do Algarve do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses, Nuno Manjua, disse que vai ser proposta uma greve, em plenários nos hospitais de Faro, Lagos e Portimão, contra a falta de recursos humanos e materiais.

Em conferência de imprensa conjunta com o Sindicato da Função Pública do Sul e Açores, o Sindicato dos Médicos da Zona Sul e a União dos Sindicatos do Algarve, Nuno Manjua afirmou não compreender “o cinismo” de um anúncio por parte do Governo para o recrutamento de 100 médicos para a região, uma vez que são vagas que se sabe “à partida que não vão ficar preenchidas”.

Os sindicatos recordaram que há perto de 150 mil algarvios sem médico de família, que se têm verificado atrasos nas ecografias obrigatórias para grávidas por falta de médicos, além de uma resposta “praticamente inexistente” ao nível da psiquiatria para adolescentes, entre muitas outras problemáticas ligadas à falta de meios humanos e materiais.

Urgência do Hospital da Feira
Representantes da Ordem e de sindicatos de médicos defenderam ontem que o recurso a médicos internos como principal solução...

É essa a posição defendida pelo Conselho Regional do Norte da Ordem dos Médicos (CRNOM) e pela delegação Norte do Sindicato Independente dos Médicos (SIM) a propósito da recente norma interna em que a administração da unidade mais conhecida como Hospital S. Sebastião, na Feira, terá dado a entender que o problema era "emergente".

"A Ordem e o Sindicato tomaram conhecimento do conteúdo da comunicação normativa (...) relativa à situação insustentável e inaceitável de carência crónica de médicos no Serviço de Urgência desse Centro Hospitalar", lê-se no comunicado assinado por CRNOM e SIM.

"O recurso sistemático ao trabalho dos médicos internos para assegurar o Serviço de Urgência (SU) geral de forma indiscriminada - e sem a devida garantia de tutela e de qualidade de formação - contraria fortemente toda a legislação existente relativa ao Internato", acrescenta o documento.

Ordem dos Médicos e Sindicato afirmam depois que "não é sério rotular a situação de emergente " porque essa "já era previsível há vários meses, já tinha acontecido no ano anterior e nada foi feito entretanto para a resolver".

"Esta grave e reiterada situação de insuficiência é absolutamente lamentável (...) e as medidas propostas pelo Conselho de Administração do CHEDV não a resolvem", realçam as duas entidades. "Os tempos de espera mais prolongados no SU já estão a ter consequências negativas na relação médico-doente, pondo em risco a segurança dos profissionais e aumentando o risco de erro médico", continuam.

Os subscritores da crítica ao Hospital da Feira reconhecem que os médicos internos podem ser chamados a prestar trabalho suplementar na Urgência quando em condições excepcionais, mas argumentam que esses "não podem ser utilizados como mão-de-obra indiferenciada, permanentemente disponível, que colmate as carências de recursos humanos e organizacionais que são da exclusiva responsabilidade das administrações e direcções hospitalares".

"O médico interno deve dedicar a sua actividade clínica à sua formação médica especializada", realça as duas autoridades. "Não é aceitável que um médico interno de determinada especialidade seja responsável pelo exercício técnico da Medicina que nada tenha a ver com a respectiva especialidade", explicam.

O comunicado do CRNOM e do SIM observa ainda que atribuir a médicos especialistas funções díspares no mesmo horário de trabalho, "numa espécie de 2 em 1, é contrário às regras mínimas de segurança".

Quando ao facto de a própria administração do CHEDV reconhecer "a falta de uma resposta capaz" no recrutamento de profissionais através de empresas de prestação de serviços clínicos, os signatários do comunicado notam que esse esforço não tem sido acompanhado pela correspondente pressão sobre a tutela "pela abertura de concursos de recrutamento de médicos qualificados".

"A perpetuação das medidas impostas pelo Conselho de Administração do CHEDV poderá levar, em última análise, a ter que denunciar-se amplamente junto das populações utilizadoras a existência de risco no recurso àqueles serviços", concluem as duas entidades.

Contactada pela Lusa, a administração do CHEDV ainda não fez qualquer comentário às questões levantadas pelo CRNOM e pelo SIM.

Ébola
O surto de Ébola na África Ocidental já infectou 1.711 pessoas, das quais 932 morreram, de acordo com o mais recente balanço...

Entre 2 e 4 de Agosto, nos quatro países afetados pela epidemia – Guiné-Conacri, Libéria, Serra Leoa e Nigéria – registou-se um total de 108 novos casos e 45 mortos.

No total, desde o início do surto, foram detectados 1.711 casos em quatros países: 495 na Guiné-Conacri (351 confirmados, 133 prováveis e 11 suspeitos) e 363 mortos; 516 na Libéria (143 confirmados, 252 prováveis e 121 suspeitos), registando 282 mortos; 691 na Serra Leoa (576 confirmados, 49 prováveis e 66 suspeitos) e 286 mortos e nove na Nigéria (dois prováveis e sete suspeitos) e dois mortos.

A nova contagem foi conhecida ontem, dia em que a Organização Mundial de Saúde (OMS) iniciou uma reunião de emergência de dois dias sobre a epidemia, para decidir se deverá declarar o surto como “emergência sanitária de alcance mundial”.

As conclusões do encontro serão anunciadas na sexta-feira, numa conferência de imprensa.

A emergência sanitária de alcance mundial é definida como “um acontecimento extraordinário que é suscetível de constituir um risco de saúde pública para outros Estados com a doença que se propaga a nível internacional e que potencialmente exige uma resposta coordenada”, de acordo com um comunicado desta agência das Nações Unidas.

A OMS tem exprimido preocupação porque persistem crenças erradas em relação à doença e a população não renuncia a costumes ancestrais como lavar ou abraçar os cadáveres antes do enterro, ficando expostos ao contágio com o vírus.

A organização activou a Rede Global de Alerta e Resposta, formada por organizações internacionais, governos, universidades e outras entidades, e solicitou a especialistas em diversas áreas que viajem para os países afectados pelo Ébola para tentar conter o surto.

O plano de resposta, que envolve a OMS e os países atingidos na África Ocidental, está orçado em 100 milhões de dólares e identifica a necessidade de activar “centenas” de pessoas para ajudar nos trabalhos de prevenção e controlo, além de centenas de trabalhadores humanitários e dos 120 funcionários da organização que se encontram no terreno.

O objectivo final do plano é parar a transmissão e preveni-la em novos países.

A doença, que se transmite por contacto directo com sangue e fluidos corporais de pessoas ou animais infectados, causa hemorragias graves e pode ter uma taxa de mortalidade de 90 por cento.

Esta é a primeira vez que se identifica e se confirma uma epidemia de ébola na África Ocidental, uma vez que até agora os surtos ocorriam na África Central, e já se tornou na mais letal da história da doença.

A epidemia eclodiu no início do ano na Guiné-Conacri, antes de alcançar a Libéria e Serra Leoa, e agora a Nigéria. A taxa de morte tem sido de cerca de 55 por cento.

Governo defende
O ministro da Administração Interna, Miguel Macedo, congratulou-se ontem com a manutenção em 2013 da “tendência positiva” dos...

“A tendência em relação a 2013, e na linha daquilo que acontece na última década em Portugal, é positiva, ou seja, temos globalmente uma tendência de decréscimo das consequências mais graves dos acidentes rodoviários. Mas merece reflexão a circunstância de uma parte muito importante desses acidentes ocorrer dentro das localidades e, sobretudo, o facto de, desses acidentes, resultar a maioria de vítimas mortais e de feridos graves”, afirmou o ministro, à margem da cerimónia comemorativa do 147º aniversário da PSP/Porto.

Afirmando que estes aspectos tinham já sido verificados no passado, Miguel Macedo considera que tal implica uma necessidade de “estreitar mais a cooperação técnica com as autarquias locais, com a Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR) e com as forças de segurança”.

O objectivo, sublinhou, é “que, nos locais onde sejam identificadas maiores dificuldades, possa também haver uma actuação concertada”.

Comentando os números do “Relatório de Sinistralidade Rodoviária 2013 - Vítimas a 30 dias” – vítimas mortais, resultantes de acidentes rodoviários, nos 30 dias após o acidente -, divulgado na terça-feira pela ANSR, o ministro destacou como “positivo” o facto de, ao longo da última década, o país ter começado “a inverter, e de forma sustentada”, uma situação de verdadeiro “flagelo”.

“Estamos ainda longe da meta que está apontada em termos europeus para 2020, mas o caminho é este e faz-se com mais formação, com mais sensibilização, mas também com mais fiscalização”, sustentou Miguel Macedo.

De acordo com as conclusões do Relatório de Sinistralidade Rodoviária 2013, o registo de mortos a 30 dias em consequência de acidentes rodoviários ocorridos durante o ano passado fixou-se em 637, menos 81 comparativamente com o ano anterior, enquanto o índice de vítimas mortais no ano passado decresceu 11,3 por cento relativamente a 2012.

Segundo os dados definitivos da ANSR, no ano passado ocorreram 30.339 acidentes com vítimas, mais do que no ano anterior, com 29.867, tendo a sinistralidade rodoviária provocado 36.807 feridos.

26 de Agosto
O Sindicato dos Enfermeiros Portugueses decidiu hoje avançar para uma greve dos profissionais do Centro Hospitalar de Lisboa...

Guadalupe Simões indicou que esta foi a decisão tomada no plenário de trabalhadores que se realizou hoje, no Hospital de São José, em Lisboa, embora ainda falte emitir o pré-aviso de greve.

De acordo com a sindicalista, na base da decisão para avançar para a greve está a saída de muitos enfermeiros do Centro Hospitalar de Lisboa Central, sem que tenha havido reposição de profissionais.

O Centro Hospitalar de Lisboa Central (CHLC) engloba os hospitais de São José, Capuchos, Santa Marta, Curry Cabral, Maternidade Alfredo da Costa e D. Estefânia.

“Há uma desregulamentação total dos horários dos enfermeiros, que se encontram exaustos e a fazer turnos seguidos sem folgas”, explicou.

Esta semana o Sindicato já realizou plenários de trabalhadores em três unidades hospitalares do CHLC, tendo hoje ficado decidido avançar para a greve no dia 26 de Agosto.

Alerta do Infarmed
O medidor de glicemia Accu-Chek Mobile, do fabricante Roche Diagnostics GmbH, pode apresentar valores de glicemia falsamente...

O sistema de monitorização deste medidor utiliza uma tecnologia que não requer a utilização de tiras, sendo a amostra depositada directamente no aparelho, pelo que os doentes têm de seguir um procedimento diferente do dos medidores convencionais, para evitar interferências que podem conduzir a resultados falsamente elevados, administração de doses de insulina superiores ao necessário e, consequentemente aumentar o risco de hipoglicemia.

O manuseamento incorrecto pode incluir, por exemplo, mãos sujas e contaminadas com substâncias contendo glucose, a pressão do dedo com demasiada força e durante demasiado tempo contra o campo de teste ou a dispersão da gota de sangue durante a execução do teste.

O fabricante divulgou um folheto de treino para informar os profissionais sobre esta situação e alertar os doentes para a importância de cumprirem rigorosamente as instruções de manuseamento:

- Lave as mãos com água morna e sabão. Seque cuidadosamente as mãos antes de recolher a amostra de sangue;

- Forme uma gota de sangue adequada e aplique-a no centro do campo de teste;

- Aplique imediatamente e com cuidado o sangue no campo de teste, depois de se ter formado a gota de sangue;

- Não pressione o dedo contra o campo de teste da cassete;

- Toque o seu dedo suavemente no campo de teste e retire-o imediatamente após ter aplicado o sangue;

- O seu dedo deve ser retirado do campo de teste quando ouvir o sinal sonoro e/ou quando a mensagem “Teste em curso” aparecer no ecrã.

Em caso de dúvida relativamente aos resultados da leitura, devem ser consultadas as possíveis fontes de erro listadas no manual do utilizador e deve ser efectuado um teste com uma solução de controlo. Se ainda assim a dúvida persistir, deverá contactar um profissional de saúde.

O fabricante alerta ainda que o medidor de glicemia Accu-Chek Mobile não é recomendado a doentes que não estejam aptos a seguir as instruções especificadas, uma vez que a capacidade de realizar o teste com cuidado e com uma mão firme é um requisito importante para a sua utilização.

Quaisquer incidentes ou outros problemas relacionados com este dispositivo deverão ser notificados à Unidade de Vigilância de Produtos de Saúde do Infarmed através dos contactos: tel.: +351 21 798 71 45; fax: +351 21 798 7367; e-mail: [email protected].

Ébola
A subdirectora-geral da Saúde, Graça Freitas, garantiu hoje que, apesar de não haver restrições às viagens de e para países da...

Graça Freitas comentava assim à agência Lusa as declarações de um português ao jornal Público referindo ter viajado da Libéria para Lisboa sem que lhe tivesse sido feito qualquer controlo à possibilidade de estar infectado com o vírus do ébola e apesar de a Libéria ser um dos países mais afectados pelo surto.

A responsável da DGS explicou que as tripulações das companhias aéreas estão treinadas para detectar quaisquer sinais de doença ou de alarme e lembrou que a Organização Mundial de Saúde (OMS) não proibiu as viagens para estes países.

“As companhias aéreas, independentemente dos protocolos que existem nos próprios países, têm regras a cumprirem. (…). As tripulações fazem um controlo na altura do check-in, no embarque e desembarque e se encontrarem sinais de doença é que é accionado o protocolo”, disse.

A subdirectora-geral de Saúde considerou normal que um passageiro português ou de outra nacionalidade não seja abordado nos aeroportos, mesmo que venha de um país afectado.

“Isto não quer dizer que não esteja a ser feito um controlo, as pessoas podem é não se aperceber que estão a ser observadas”, contou.

Para Graça Freitas, o importante é que as pessoas percebam que o risco de exportação do vírus do ébola não é nulo, mas é pequeno.

“Quero lembrar também que o período de incubação é de 21 dias. Eu posso desembarcar e estar tudo bem e só depois manifestar sintomas”, disse, acrescentando que, nestes casos, as pessoas têm de entrar em contacto com os serviços de saúde.

A responsável salientou que, até à data, não se confirmou nenhuma suspeita relativa a sintomas da doença.

“Houve casos de pessoas que tinham sintomas e que vinham daqueles países africanos, foram investigadas em todo o mundo e deram todos negativos. Até agora, deste surto da África Ocidental não foram exportados casos para outros países e, por isso, os voos e as viagens não estão impedidos”, concluiu.

Dois hospitais no continente, um em Lisboa e outro no Porto, estão preparados para receber infetados com o vírus de ébola, segundo fonte da Direcção-Geral de Saúde.

O vírus está muito activo em países da África Ocidental, onde já provocou 887 mortes em mais de mil casos registados, a maior parte na Guiné-Conacri, Libéria e Serra Leoa.

Prof. Paulo Paixão ao Jornal Médico
80% da população portuguesa já teve contacto com o vírus citomegálico humano (CMV).
Citomegalovirus

O que é o CMV?

Paulo Paixão (PP)– O vírus citomegálico humano, é um vírus muito comum em todas as populações, sobretudo, em Portugal. Somos dos países da Europa com maior sero prevalência.

Cerca de 80% da população portuguesa adulta já teve contacto com este vírus, que normalmente não tem qualquer consequência clínica, porém, em determinadas populações, nomeadamente nas grávidas e nos imunodeprimidos, pode trazer problemas.

Qual a incidência do CMV em Portugal?

PP – A incidência serológica é cerca de 80%. Em termos problemáticos, por exemplo a infeção congénita, é de cerca de 1%, um valor bastante elevado. Se estamos a falar de uma taxa de natalidade de cerca de 80%, 1% ronda as mil crianças.

Porém, nem todos os bebés irão desenvolver patologias por via da presença do CMV. Estima-se que dessas mil crianças, 100 a 200 venham a ter problemas graves, que podem incluir a morte à nascença, atraso mental ou surdez.

Devia haver um rastreio?

PP - Na minha opinião sim. É um assunto complicado, que tem sido discutido por todo o mundo, pois não há país nenhum que faça um rastreio pré-natal sistemático.

A principal razão prende-se com o facto de não termos um tratamento eficaz para tratar a grávida, logo muitos obstetras, não todos, defendem que assim sendo é preferível não actuar.

Esta atitude é compreensível por um lado, mas incorreta por outro.

Na minha opinião, deveria ser feito um rastreio pré-natal do CMV da seguinte forma: quando uma mulher tem a intenção de engravidar e vai à sua consulta pré-concecional, deve solicitar ao médico a adição da análise ao CMV às análises de rotina. No final da gravidez deverá de a repetir.

Se constatarmos que a grávida teve um resultado negativo no início da gravidez e aparece um resultado positivo no final, então podemos concluir que esteve em contacto com o vírus e que foi infetada durante o período de gestação. Logo, existe cerca de 30% de probabilidade de o vírus ter sido transmitido ao bebé.

Esta informação não é importante para o obstetra, mas sim para o pediatra. O pediatra deve ser informado que existe risco do bebé ter sido infetado, pois mesmo que o bebé não demonstre ter patologias clínicas à nascença, poderá ter sequelas tardias.

O bebé pode nascer sem problemas aparentes, mas a surdez e o atraso mental podem-se desenvolver de forma progressiva ao longo dos anos. Se a presença do vírus for detetada ao nascimento, mesmo que o bebé esteja clinicamente bem, ele terá de ser seguido até à idade escolar. Se for detectado algum problema por exemplo, auditivo na criança, é possível actuar-se precocemente, retardando a evolução de uma surdez.

É um erro não se rastrear por falta de um tratamento durante a gravidez.

O rastreio seria feito em consulta de obstetrícia?

PP- Essa é uma hipótese, mas também pode ser feito um rastreio neonatal, isto é, a todos os recém-nascidos.

Contudo, este é também discutível, porque ao que se diz é caro e complicado do ponto de vista técnico.

Uma equipa de que faço parte publicou vários artigos que demonstraram haver uma metodologia extremamente económica e fácil de executar e que permite fazer convenientemente esse rastreio.

O que está a atrapalhar esta decisão?

PP - Estão a ser feitos estudos a medicamentos que irão permitir tratar a grávida e estamos há uma série de anos a aguardar novidades nesta área.

No dia em que houver um medicamento eficaz serão feitas serologias a todas as grávidas. Porém, ainda não chegaram a conclusões definitivas e a situação arrasta-se.

 Enquanto isso não acontece, as alternativas indicadas anteriormente são viáveis, qualquer laboratório pode fazê-las e não são análises com um custo demasiado elevado.

 

Entrevista efectuada pelo Jornal Médico, Just News.

Para mais informação consulte o site www.labco.pt ou a página de facebook www.facebook.com/labco

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico e/ou Farmacêutico.
Estudo PROTEC
A Biogen Idec acaba de lançar o estudo PROTEC, um estudo internacional multicêntrico, aberto, de fase 4 para avaliação do...

O PROTEC terá a duração de 12 meses e pretende avaliar a eficácia do fumarato de dimetilo no tratamento da EM e nos resultados de qualidade de vida reportados pelos doentes.

Adicionalmente, pretende-se avaliar resultados relacionados com a economia da saúde e caracterizar a adesão dos doentes. O estudo vai envolver doentes com EMSR com indicação terapêutica aprovada para fumarato de dimetilo, em centros do Canadá e União Europeia, incluindo Portugal.

Uma vez que ainda não existe experiência com o TECFIDERA em Portugal por aguardar ainda a avaliação económica por parte do INFARMED, foi organizada uma reunião de investigadores que contou com a presença de vários palestrantes internacionais, incluindo o neurologista do St. Michael's Hospital, de Toronto, Canadá, Daniel Selchen, especialista em Esclerose Múltipla.

Nesta reunião, Daniel Selchen salientou que “o estudo PROTEC irá oferecer aos clínicos e doentes portugueses a oportunidade de utilizar este novo medicamento e reunir dados de segurança, tolerabilidade e eficácia num cenário de clínica real”.

Vasco Salgado, Director do Serviço de neurologia do Hospital Fernando Fonseca (Amadora-Sintra) defende que “o estudo PROTEC irá possibilitar o início mais precoce da terapêutica, com um novo fármaco com perfil de segurança favorável e de administração oral em doentes com EMSR. Portugal tem todo o interesse em manter a sua participação em estudos multicêntricos, que permitem a sua visibilidade na comunidade científica internacional, bem como o acesso a medicamentos inovadores.

Ébola
O Estado cubano estabeleceu um plano de vigilância como parte das medidas preventivas e de controlo de possíveis casos de Ébola...

As autoridades sanitárias cubanas mantêm actualmente um controlo diário dos seus colaboradores que se encontram em missões médicas em países africanos, segundo explicou a directora do Departamento de Controlo Internacional do Ministério de Saúde Pública, Niurka Molina Ávila.

Por outro lado, acrescentou, foram aplicadas várias medidas de vigilância epidemiológica nas fronteiras que visam detectar visitantes suspeitos de padecer de Ébola.

“Aumentamos a vigilância em portos, aeroportos e marinas como parte do reforço das medidas preventivas”, disse.

Desde que foi detectado em Março, o surto de Ébola já terá provocado mais de 887 mortes entre os 1.603 casos confirmados na Libéria, Guiné Conacri, Serra Leoa e Nigéria, referem os últimos números da Organização Mundial de Saúde.

Ébola
Um grupo de 66 passageiros norte-americanos de um voo proveniente da Serra Leoa, onde existe um surto de ébola, fizeram ontem...

Num comunicado enviado à agência Lusa, a Aeroportos de Portugal (ANA) refere que o voo JF 5003, da Jet Asia Airways, aterrou pelas 20:00 na pista lisboeta, com 66 passageiros norte-americanos a bordo, vindos da Serra Leoa, país em estado de emergência desde há uma semana devido a um surto de febre hemorrágica causado pelo vírus Ébola.

Fonte da ANA explicou à Lusa que os passageiros foram rastreados na origem e em Lisboa, por técnicos da Direcção-Geral de Saúde, e não revelaram sintomas da doença, pelo que pernoitam na capital portuguesa e seguem hoje de manhã para os Estados Unidos da América em vários voos de companhias regulares.

“A direcção do aeroporto de Lisboa informa que o Instituto Nacional de Aviação Civil, após consulta à Direcção-Geral de Saúde (DGS), autorizou o voo humanitário”, lê-se no texto do comunicado enviado à Lusa, que esclarece que não se tratou de uma “evacuação de doentes, mas apenas de transporte de pessoas assintomáticas (sem sinais de infecção)”.

Os responsáveis portugueses adiantaram ainda que todos os passageiros “foram rastreados à partida e antes do desembarque da aeronave”, numa operação “controlada por uma equipa médica e de enfermagem” e “um técnico de segurança, sob orientação e coordenação da DGS”.

O mais recente surto de febre hemorrágica provocado pelo vírus Ébola provocou, desde o início deste ano, 887 mortes, anunciou a Organização Mundial de Saúde (OMS).

Em 2013
O distrito de Lisboa foi o que apresentou mais vítimas mortais, resultantes de acidentes rodoviários, nos 30 dias após o...

No ano passado, a Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR), que apresentou ontem o Relatório de Sinistralidade Rodoviária 2013 - Vítimas a 30 dias, indicou que o maior número de mortos nos 18 distritos de Portugal se registou em Lisboa.

Os acidentes rodoviários no distrito de Lisboa provocaram 89 mortos, mais quatro do que em 2012.

O segundo distrito com mais vítimas mortais em 2013 foi o do Porto, com 80 mortes, registo inferior ao registado em 2012, que se fixou em 96.

Os distritos de Braga e Aveiro apresentaram um registo idêntico no ano passado - 52 vítimas mortais -, enquanto 46 mortos ocorreram nas áreas distritais de Setúbal e 44 em Santarém.

De entre todos dos distritos, o de Bragança foi o que registou o menor número de mortos resultantes de acidentes rodoviários, com oito mortos, menos três do que em 2012.

Nos distritos de Beja (33 mortos em 2013, 30 em 2012), Castelo Branco (24, em 2013/20, em 2012) e Portalegre (21/11), aumentou o número de vítimas mortais a 30 dias, em consequência de acidentes nas estradas portuguesas.

Janeiro (71 vítimas mortais), Outubro (69) e Dezembro (62) foram os meses com mais acidentes com mortos em 2013.

Dezembro foi o mês com mais vítimas resultantes de acidentes rodoviários, com um registo de 3.808, superior ao número de 2012 - 3.420.

Na sinistralidade, segundo a localização, a maioria de vítimas mortais a 30 dias, acidentes com vítimas e feridos graves no ano passado resultaram de acidentes rodoviários dentro das localidades.

Os dados definitivos da ANSR referem que 76 por cento dos acidentes aconteceram com vítimas, 55% com vítimas mortais e 64% com feridos graves.

No ano passado, o registo de mortos a 30 dias em consequência de acidentes rodoviários ocorridos fixou-se em 637, menos 81 comparativamente com o ano anterior, a que corresponde um decréscimo de 11,3 por cento.

Os dados definitivos revelam a ocorrência de 30.339 acidentes com vítimas, mais do que no ano anterior, com 29.867.

No ano passado, a sinistralidade rodoviária provocou 36.807 feridos.

Estudo
Cientistas britânicos e australianos apresentaram evidências estatísticas que, a seu ver, sustentam que a infecção pelo vírus...

A equipa concluiu que doentes infectados com o VIH eram matematicamente menos propensos para desenvolver a esclerose múltipla do que a população em geral.

O estudo, baseado em dados hospitalares do Reino Unido, contabilizou os casos de esclerose múltipla entre 21.207 seropositivos, durante sete anos, de 1999 a 2011, e os de 5,3 milhões de pessoas hospitalizadas por outros motivos.

De acordo com a investigação, publicada na revista The Journal of Neurology, Neurosurgery and Psychiatry, os seropositivos tiveram entre 62% e 85% menos riscos de sofrer esclerose múltipla, face à população em geral.

Apesar das conclusões, a equipa liderada pelo investigador e médico Julian Gold, especialista no diagnóstico e tratamento da SIDA, reconhece fragilidades no estudo, uma vez que desconhece, por exemplo, se os seropositivos tomaram antirretrovirais para atacar o VIH.

Os cientistas especulam que os casos de esclerose múltipla possam ter diminuído nos seropositivos, porque o sistema imunitário voltou a estar sob controlo, muito embora novos estudos sejam necessários para se perceber se os benefícios inesperados se devem ao vírus ou à medicação para o combater.

No estudo, no grupo das pessoas infectadas com o VIH, apenas sete pessoas desenvolveram esclerose múltipla, longe das 18 que seriam esperadas.

Em 2011, médicos reportaram o caso de um australiano, de 26 anos, que foi diagnosticado com esclerose múltipla, vários meses depois de lhe ter sido confirmado que era seropositivo.

Os sintomas da esclerose múltipla desapareceram depois de o doente ter começado a tomar medicamentos contra o VIH, e o quadro manteve-se inalterado nos 12 anos seguintes, em que o seu estado de saúde foi monitorizado.

Uma investigação conduzida na Dinamarca tentou perceber se os antirretrovirais podiam tratar ou atrasar a progressão da esclerose múltipla, mas a amostra foi demasiado pequena para retirar uma conclusão sólida.

A esclerose múltipla é uma doença crónica, inflamatória e degenerativa que afecta o sistema nervoso central, apresentando como sintomas entorpecimento, fraqueza muscular, espasmos, cãibras, náuseas, depressão e perda de memória.

Segundo o portal da Sociedade Portuguesa de Esclerose Múltipla, estima-se que a patologia afecte cerca de 2,5 milhões de pessoas em todo o mundo e mais de 5.000 em Portugal.

Julian Gold, professor honorário na universidade Queen Mary, em Londres, lidera um projecto-piloto em que 25 doentes com esclerose múltipla, no Reino Unido, estão a tomar o antirretroviral raltegravir para ver se o medicamento afecta lesões cerebrais.

Montijo ganha
A Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (ARSLVT) assina hoje um contrato que visa instalar mais 30 camas nos...

Segundo um comunicado divulgado ontem pela entidade regional, o contrato eleva para 1.662 o número total de camas de prestação do nível intermédio de cuidados de saúde da região.

A Unidade de Cuidados Continuados Integrados foi financiada ao abrigo do Programa Modelar num investimento público que ascende a 750.000 euros.

A cerimónia de assinatura do contrato-programa vai decorrer pelas 15:00 na sede da ARSLVT, em Lisboa.

Na assinatura do contrato vão estar presentes o vice-presidente da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo, Luís Pisco, e a directora do Centro Distrital da Segurança Social de Setúbal, Ana Clara Silva.

Actualmente, a região de Lisboa e Vale do Tejo conta com 77 camas nos cuidados paliativos, 157 camas de convalescença, 518 camas para cuidados de média duração e reabilitação e 910 camas para recuperações de longa duração e manutenção, divulgou a ARSLVT.

Em Julho foram assinados contratos-programa que visam a abertura de 108 camas de média duração e reabilitação e longa duração e manutenção.

Até ao final do ano, a ARSLVT pretende abrir mais 270 camas na região.

Hospital de Gaia/Espinho
O Tribunal de Contas concedeu ontem o visto à empreitada das obras de construção do novo edifício do Centro Hospitalar de Gaia...

“O Tribunal de Contas concedeu, ontem, visto ao contrato de empreitada, celebrado entre o Conselho de Administração do Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia/Espinho, E.P.E e o Consórcio Edinorte – Anorte”, revelou ontem a administração do hospital que a 23 de Julho viu aprovada a candidatura a fundos comunitários para a construção de um novo edifício.

Perante o visto do tribunal, o hospital garante que as obras, comparticipadas pelo Programa Operacional da Região Norte (ON2), no valor de sete milhões de euros, atribuídos pela CCDR-N, começam “já durante o mês de Agosto”

Em comunicado, a administração do centro hospitalar explica que o projecto de reabilitação daquela unidade “está dividido em três fases, perfeitamente autonomizáveis, e concebidas de modo a não condicionarem o (seu) normal funcionamento”.

A primeira fase “permitirá a construção de um novo edifício que através do seu sistema de circulação (acessos verticais, horizontais e passadiços/túneis) ligará os edifícios circundantes, já existentes, correspondendo às legítimas expectativas dos doentes e profissionais do Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia/Espinho, E.P.E”, explica o documento.

Para a administração “esta obra permitirá um maior conforto e segurança dos doentes, com ganhos de eficiência do ponto de vista organizacional”.

O valor global do projecto de reabilitação está orçado em cerca de 37 milhões de euros, sendo a fase inicial de 12,8 milhões de euros.

No final de Julho, o presidente da Câmara de Gaia explicou à Lusa que “em Março de 2014 o conselho de administração do Centro Hospitalar de Gaia/Espinho apresentou uma candidatura ao ‘overbooking’ do Quadro Comunitário de Apoio (ON2) para obras de manutenção e construção de um novo edifício de ligação entre o pavilhão central e o ambulatório”.

Eduardo Vítor Rodrigues lembrou então ser a favor da construção de um novo hospital pelo que espera que esta seja a “primeira fase de um processo modular”.

No mesmo dia, o presidente do Conselho de Administração do Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia/Espinho declarou ser "essencial e determinante” a obra daquela unidade.

Sobre notícias de um anterior chumbo do TdC ao projeto Silvério Cordeiro assinalou: “Verdadeiramente não há um chumbo do Tribunal de Contas relativamente à decisão proferida em janeiro, respeitante ao contrato do projecto de execução, na medida em que essa decisão foi objeto de recurso”.

British Airways
A British Airways anunciou ontem a suspensão até 31 de Agosto dos voos de e para a Libéria e Serra Leoa, dois dos quatro países...

A companhia aérea britânica assegurava, até ao momento, quatro voos semanais para Monrovia, na Libéria, após uma escala em Freetown, na Serra Leoa.

“Suspendemos temporariamente os nossos voos de e para a Libéria e Serra Leoa até 31 de Agosto, devido à deterioração da situação sanitária naqueles dois países. A segurança dos nossos passageiros, das nossas tripulações e do nosso pessoal de solo é a nossa principal prioridade”, indicou um porta-voz da British Airways, citado pela agência francesa AFP.

A Libéria e a Serra Leoa são dois dos quatro países da África Ocidental, a par da Guiné-Conacri e da Nigéria, que enfrentam uma grave epidemia do vírus Ébola, responsável por 887 mortes em 1.603 casos de infeção identificados desde Março, segundo o último balanço divulgado na segunda-feira pela Organização Mundial de Saúde (OMS).

Face ao agravamento da situação, as medidas de prevenção têm vindo a multiplicar-se em África e no resto do mundo, nomeadamente para tentar evitar a propagação do vírus em viagens aéreas.

As companhias pan-africanas Arik e ASKY suspenderam os respectivos voos de e para a Libéria e Serra Leoa, depois da morte de um passageiro liberiano em finais de Julho em Lagos, na Nigéria.

Na sexta-feira passada, a companhia aérea Emirates, com sede no Dubai, anunciou a suspensão “até nova ordem” de todos os voos para a Guiné-Conacri.

Diferentes soluções
Os problemas de pele podem, por vezes, afectar a autoestima das mulheres.
Maquilhagem e problemas de pele

Manchas de pigmentação
A exposição solar é um dos principais factores de envelhecimento precoce e cutâneo. É frequente, em muitas mulheres, a partir dos 30 anos surgirem na pele algumas irregularidades de pigmentação.

Para prevenir o aparecimento de manchas ou o agravamento destas, é necessário certos cuidados diários com a pele. A exposição solar é o principal factor do aparecimento de manchas, por isso é fundamental a utilização de protector solar UVA e UVB com um índice elevado, em casos de exposição prolongada. A aplicação diária de um cuidado anti manchas também se torna fundamental, ajudando a despigmentar a zona manchada assim como prevenindo o aparecimento de novas manchas.

Existem no mercado alguns produtos de maquilhagem que conseguem excelentes resultados na camuflagem das manchas. Na escolha dos produtos há que ter em consideração a dimensão da mancha e se é muito ou pouco escura. Em manchas ligeiras, uma boa base na tonalidade certa da pele e com boa cobertura irá fazer o trabalho por si só. Em manchas mais escurecidas já vai sentir a necessidade de recorrer a um corrector com um bom poder de cobertura.

Acne tardio
A acne não é exclusivo da adolescência e afecta muitas mulheres em fase adulta, mesmo que durante o período da adolescência não tenham sofrido deste mal. Enquanto que na adolescência a acne está intimamente ligada com um descontrole hormonal, em fase adulta pode surgir por inúmeras causas.

Alguns cuidados diários com a pele e a escolha correcta nos produtos a aplicar, fazem toda a diferença na resolução do problema e no melhoramento da pele a todos os níveis. Há que limpar a pele, de manhã e à noite, com um produto de limpeza suave e sem sabão, hidratar a pele, durante o dia, com um hidratante reparador e à noite utilizar um creme de cuidado de tratamento e contra imperfeições. Desmaquilhar a pele devidamente e limpá-la à noite é um processo importante, não só para haver uma melhor performance por parte do hidratante como para não acumular sujidade. É igualmente importante a utilização de maquilhagem sem óleo, apropriada para peles com acne, tal como o uso de produtos de rosto com esse princípio.

É importante que quem sofre de acne tardio use maquilhagem sem óleo, pois vai ajudar no controle da oleosidade sem prejudicar a pele nem provocar o aparecimento de mais borbulhas. Também nestes casos uma base com boa cobertura irá ajudar a esconder imperfeições. Pode optar-se por aplicar antes da base um primer que tenha como princípio deixar a pele mate, ajudando a conter o excesso de brilho. De seguida deve aplicar-se sempre a base e um pó compacto em todo o rosto para ajudar na durabilidade, sendo usado também para retocar ao longo do dia, de modo a matificar a pele e tirar excessos de brilho.

Pele reactiva
A pele reactiva é naturalmente vulnerável às agressões exteriores, apresentando secura cutânea, rosácea e vermelhidão. Este cenário é mais frequente nas mulheres com pele fina, clara e seca e que apresentem sinais de ansiedade e de stress. São vários os factores que podem despoletar a hipersensibilidade da pele desidratando-a rapidamente. As variações de temperatura e a poluição são alguns factores ambientais que provocam a sensação de picada e vermelhidão. A intolerância a alguns ingredientes e componentes dos produtos, são outros factores que também despoletam certo este tipo de reacções cutâneas. É importante um teste prévio aos produtos para não se correr risco na hora da aplicação total. A escolha de produtos adequados para peles sensíveis também é muito importante. Muitas das pessoas com este tipo de pele optam por produtos farmacêuticos, ou então por produtos naturais, pelo facto de estes últimos não conterem componentes químicos.

Poros dilatados
Por norma as pessoas que sofrem deste mal têm pele mista a oleosa. Isto acontece devido ao aumento das glândulas sebáceas e da secreção de sebo, que atinge o seu pico mais elevado nas alturas de maior calor. A única forma de combater este problema passa por uma higiene diária adequada para este tipo de pele. Poderá não fazer desaparecer o problema, mas vai minimizá-lo bastante. Este processo de limpeza adequada, passa pela utilização de um gel de limpeza diária, aplicação do tónico e por fim um hidratante adequado. Desta forma torna-se possível o controle da oleosidade da pele e consequentemente a prevenção do aparecimento de borbulhas.

A utilização de um primer antes da base vai alisar a pele, ajudando a disfarçar as irregularidades provocadas pelos poros dilatados.

Rosácea
A rosácea é uma doença crónica e frequente da pele, que afecta sobretudo a face e que se caracteriza inicialmente por vermelhidão e posteriormente por vermelhidão persistente. Em geral, a rosácea tem um longo período de evolução. Inicialmente, pode manifestar-se como uma tendência a corar com facilidade. Na rosácea ligeira ou moderada existem tratamentos de aplicação directa sobre a pele (tratamento por via tópica), enquanto que nas formas intensas, por vezes, é indispensável um tratamento sistémico que consiste em formas orais/comprimidos.

A rosácea pode ser disfarçada com a aplicação de uma simples base. Para melhores resultados, misturar ou aplicar um corrector verde directamente, antes da base. O verde vai anular os tons vermelhos, sendo um produto bastante eficaz para cobrir as zonas afectadas.

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico e/ou Farmacêutico.
Inflamação das gengivas
As gengivas inflamadas doem, incham e sangram facilmente.
Gengivite

Uma higiene dentária adequada permite conservar as gengivas sãs. A falta de higiene leva à acumulação de bactérias (placa bacteriana) e finalmente à formação de tártaro.

Causas e sintomas
Quase sempre a gengivite é consequência da escovagem incorrecta, que permite que a placa bacteriana permaneça sobre a linha gengival dos dentes. A placa bacteriana é uma película mole e viscosa formada principalmente por bactérias. Acumula-se, de preferência, nas obturações defeituosas e à volta dos dentes próximos das dentaduras postiças pouco limpas, das pontes e dos aparelhos ortodônticos. A placa bacteriana solidifica em tártaro quando permanece mais de 72 horas nos dentes e não se consegue retirá-la integralmente com a escova nem com o fio dentário. Embora a causa principal da gengivite seja a placa bacteriana, outros factores podem agravar a inflamação, especialmente a gravidez, a puberdade e os medicamentos contraceptivos.

Alguns fármacos podem causar um crescimento das gengivas, o que torna difícil retirar a placa bacteriana e, muitas vezes, produz gengivite. Por exemplo, a fenitoína (utilizada para controlar as convulsões), a ciclosporina (que é tomada pelas pessoas submetidas ao transplante de órgãos) e os bloqueadores dos canais de cálcio, como a nifedipina (que se administram para controlar a pressão arterial e as alterações da frequência cardíaca). Os medicamentos ou as injecções anticoncepcionais também podem agravar a gengivite.

Na gengivite simples, o aspecto das gengivas é mais vermelho que rosado. Incham e movem-se em vez de estarem firmemente adaptadas aos dentes. As gengivas, muitas vezes, sangram quando se escovam os dentes ou ao comer. Se a gengivite for grave, a almofada pode aparecer manchada de sangue pela manhã, particularmente quando a pessoa respira pela boca.

Em algumas ocasiões, a deficiência de vitaminas pode causar gengivite. A carência de vitamina C (escorbuto) pode produzir inflamação e sangramento das gengivas. A carência de niacina (pelagra) também causa hemorragia nas gengivas e predisposição para certas infecções orais.

A estomatite herpética aguda é uma infecção viral dolorosa das gengivas e de outras partes da boca. As gengivas infectadas apresentam uma cor avermelhada brilhante e a infecção provoca o aparecimento de numerosas feridas pequenas, brancas ou amarelas, dentro da boca.

A gengivite da gravidez, devida principalmente a alterações hormonais que se produzem durante a gravidez, é um agravamento de uma gengivite ligeira. Pode contribuir para o problema o descuido com a higiene oral da grávida, que é frequente por causa das náuseas que a afectam de manhã. Durante a gravidez, uma irritação menor, frequentemente uma concentração de tártaro, pode produzir uma tumefacção como consequência do crescimento de tecido gengival, o chamado tumor de gravidez. O tecido inchado sangra facilmente se existir uma ferida e pode interferir na ingestão de alimentos.

A gengivite descamativa é um processo pouco conhecido e doloroso que afecta, com frequência, as mulheres na pós-menopausa. Nesta doença, as camadas externas das gengivas separam-se do tecido subjacente, deixando a descoberto as terminações nervosas. As gengivas tornam-se tão frágeis que essas camadas se podem desprender ao esfregá-las com um algodão ou com o estímulo de ar de uma seringa odontológica.

A gengivite da leucemia é a primeira manifestação da doença em quase 25 % das crianças afectadas de leucemia. Uma infiltração de células de leucemia dentro das gengivas causa a gengivite, que piora por causa da incapacidade do sistema imunológico para combater a infecção. As gengivas tornam-se vermelhas e sangram com facilidade. Muitas vezes, a hemorragia persiste durante vários minutos, dado que o sangue não coagula com normalidade nos afectados por leucemia.

Prevenção e tratamento
A gengivite simples pode ser evitada com uma boa higiene oral, com a escovagem diária e com o fio dentário. Pode utilizar-se um dentífrico que contenha pirofosfato para os casos em que se forme muito tártaro. Depois de se formar o tártaro, só um profissional o pode retirar (profilaxia). Uma limpeza profissional mais frequente pode ser necessária nos casos de pessoas com higiene oral escassa ou com estados de saúde propensos à gengivite ou que tenham tendência para formar placa bacteriana. Dependendo da rapidez com que se forma o tártaro, assim a limpeza profissional pode ser necessária todos os três meses ou todos os anos. Depois de eliminar o tártaro e a placa bacteriana, as gengivas sararão rapidamente devido à sua excelente irrigação, desde que a escovagem dos dentes seja cuidadosa.

Devem tratar-se ou controlar-se os processos de algumas doenças que possam causar ou piorar a gengivite. Se uma pessoa necessitar de tomar um medicamento que provoque um sobre crescimento do tecido gengival, este excesso de tecido pode ter de ser retirado cirurgicamente. No entanto, com uma higiene oral meticulosa efectuada em casa e uma profilaxia frequente pode diminuir-se o desenvolvimento da excrescência e evitar a cirurgia.

A carência de vitamina C e de niacina pode ser tratada através de complexos vitamínicos e de uma dieta adequada.

A estomatite herpética aguda costuma melhorar em duas semanas, sem qualquer tratamento. A limpeza intensiva não ajuda, pelo que os dentes se devem escovar suavemente enquanto a infecção for dolorosa. O estomatologista pode recomendar um bochecho com um colutório anestésico para aliviar as queixas experimentadas ao comer ou ao beber.

O descuido com a higiene oral na grávida é frequente devido às náuseas que a afectam. Por isso, o estomatologista pode sugerir outras formas de limpar dentes e gengivas. Uma mulher pode sofrer do chamado tumor da gravidez e submeter-se a uma intervenção para o extrair; contudo, estes tumores tendem a reproduzir-se até que termine a gravidez.

Se a gengivite descamativa se desenvolve durante a menopausa, pode ser útil uma terapia de substituição hormonal. Se não for este o caso, o estomatologista pode prescrever comprimidos ou pomadas de corticosteroides para aplicar directamente nas gengivas.

Para prevenir hemorragias no caso de gengivite produzida pela leucemia, em vez de se escovarem, os dentes e as gengivas devem ser limpas suavemente com gaze ou esponja. O estomatologista pode prescrever um bochecho com cloro-hexidina para controlar a placa bacteriana e prevenir as infecções da boca. Quando a leucemia está sob controlo, um bom cuidado dentário contribui para tratar as gengivas.

Alimentos para evitar a gengivite
Os alimentos ricos em vitaminas e minerais: Para combater a gengivite, é bom consumir alimentos ricos em vitaminas e minerais, porque ajudam a combater a proliferação de bactérias. É igualmente importante manter uma dieta rica em alimentos que contenham vitamina C e B e minerais como zinco, ferro, magnésio, selénio, cálcio e potássio. Exemplo disso, temos as frutas, vegetais e grãos integrais, entre outros.

Alimentos ricos em fibras: Consumir alimentos ricos em fibras, como frutas, verduras, legumes e cereais integrais, ajudam a nutrir e a fortalecer o seu sistema imunológico. Se estiver com as “defesas em alta” estará em melhor posição para lutar contra as bactérias que causam a gengivite.

Evitar açúcares: Evite os açúcares, porque as bactérias gostam de açúcar e quanto mais existirem na sua boca e entre os dentes, mais fértil é o terreno para a gengivite. Uma dieta rica em doces, farinha branca e sumos de frutas é uma receita para o desenvolvimento da gengivite.

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico e/ou Farmacêutico.
Recomendações para evitar
Se vai viajar para fora da Europa, saiba como evitar a infecção pelo vírus da Hepatite A.
Hepatite A

A hepatite A é uma infecção provocada pelo vírus da Hepatite A (VHA) que entra no organismo através do aparelho digestivo e multiplica-se no fígado, causando neste órgão a inflamação denominada hepatite A. Uma vez curada a infecção, o fígado regenera totalmente, o vírus desaparece do organismo e surgem anticorpos protectores que impedem uma nova infecção, por isso, não existem portadores crónicos.

A Hepatite A existe de uma forma hiperendémica na maior parte do mundo, e é causada por um vírus que pertence à família Picornaviridae, sendo o ser humano o único reservatório do mesmo. O chamado período de incubação, maior nas crianças do que nos adultos, dura entre 20 a 40 dias, espaço de tempo em que não se revelam quaisquer sintomas. A infecção pode durar seis meses, mas a maioria dos doentes recupera ao fim de três semanas.

O vírus da hepatite A só provoca hepatite aguda, e quase todos os doentes se curam, por isso raramente esta doença é fatal, embora em adultos afectados por uma doença hepática crónica - originada por outros vírus ou pelo consumo excessivo de álcool - a infecção pelo VHA possa provocar a falência hepática, conhecida por hepatite fulminante.

Transmite-se de pessoa para pessoa quando os alimentos ou a água estão contaminados por dejectos, daí que seja mais frequente em países menos desenvolvidos devido à precariedade do saneamento básico, e incida principalmente em crianças e adolescentes (50 por cento dos casos acontecem antes dos 30 anos).

As viagens aos países menos desenvolvidos aumentam o risco de contrair a doença, tornando fundamentais as medidas de prevenção. O maior risco para viajantes não imunes existe nas viagens para África, América do Sul, Sudeste Asiático e para o sub-continente Indiano. Nestas zonas cerca de 70 a 90 por cento da população será seropositiva para esta infecção desde os 5 anos de idade. O risco para os viajantes não imunes e sem profilaxia nestas zonas é calculado em 2 por cento para "turistas de mochilas" e 0.07-0.3 por cento para turistas alojados em bons hotéis e por cada mês de estadia.

Sintomas
De início, a doença pode ser confundida com uma gripe, uma vez que esta também provoca febre alta, dores musculares e articulares, dores de cabeça e inflamação dos olhos mas, normalmente, as dúvidas desfazem-se quando a pele e os olhos ficam amarelados (icterícia)

A falta de apetite, vómitos, mal-estar geral, o aparecimento de pigmentos biliares na urina, a falta de secreção biliar, dor na barriga, aumento do volume do fígado e, nalguns casos, o baço são outros sintomas possíveis. Isto porque, os sintomas são variáveis consoante a reacção do organismo e a idade em do viajante: apenas 5 a 10 por cento das crianças infectadas apresentam sintomas, nas pessoas idosas a doença pode tomar formas mais graves. Mas 90 por cento dos casos de hepatite A aguda são assintomáticos.

O indivíduo com hepatite A fica fraco e debilitado e, por vezes, a icterícia pode demorar mais tempo a desaparecer, prolongando-se durante dois ou mais meses. Podem também ocorrer de recaídas: um a três meses após o desaparecimento dos sintomas, estes reaparecem e, concomitantemente, os resultados das análises agravam-se podendo este quadro clínico e laboratorial persistir até seis meses.

Diagnóstico
O diagnóstico baseia-se na detecção, através de análises sanguíneas, de anticorpos anti-VHA do tipo IgM que são gerados pelo sistema imunitário, para combater o vírus, logo após o aparecimento dos primeiros sintomas da doença. Estes anticorpos mantêm-se no organismo durante três a seis meses e desaparecem quando o doente se cura, dando lugar aos anticorpos anti-VHA do tipo IgG cujo aparecimento significa que o organismo foi infectado e reagiu, protegendo-se contra uma nova infecção com o vírus da hepatite A.

Transmissão
Em quase metade dos casos de hepatite provocados pelo VHA, não se consegue identificar a origem do contágio, mas esta doença transmite-se, geralmente, através da ingestão de alimentos ou de água contaminados por matérias fecais contendo o vírus. São raros os casos de contágio por transfusão de sangue ou por via sexual.

O risco é elevado numa viagem a um país onde as condições sanitárias são deficientes ou a doença é endémica. Já nos países desenvolvidos as epidemias de hepatite A são raras, e as pessoas contaminadas recuperam por completo, de uma maneira geral, ao fim de cerca de 3 semanas.

O marisco, por exemplo, pode representar um perigo se a sua proveniência for um viveiro contaminado por água de esgotos. As frutas, os vegetais e as saladas, ou outros alimentos que estejam crus, se manipulados por uma pessoa infectada ou lavados com água imprópria para consumo podem ser contaminados e, consequentemente, contagiar aqueles que os ingerem.

As pessoas infectadas podem contagiar outras durante o tempo em que o vírus está a ser expelido do organismo juntamente com as fezes; com efeito, o risco de contágio é maior no período de incubação e na primeira semana em que se revelam os sintomas.

Prevenção
Quando o risco é grande, a prevenção ganha ainda maior importância, portanto, numa viagem por países da Ásia, África ou da América Central e do Sul os cuidados devem ser redobrados. Em Portugal, contrair hepatite A já não é muito comum, contudo, como diz o ditado, "mais vale prevenir do que remediar”. Por isso deve manter hábitos de higiene elementares.

O contacto com pessoas infectadas é também um factor de risco, obviamente, por isso, nestes casos, é necessário redobrar os cuidados durante o período infeccioso: lavar a louça a altas temperaturas (na máquina, de preferência), não utilizar a mesma sanita, não partilhar a mesma cama e ponderar os contactos sexuais, evitando o sexo oro-anal e usando preservativo.

Medidas gerais:
- Lavar muito bem as mãos depois de usar a casa de banho e/ou de mudar fraldas, e antes de cozinhar ou comer
- Beber água engarrafada e/ou fervida
- Preferir os alimentos cozinhados, os crus podem estar contaminados
- Evitar o marisco, uma vez que a sua origem pode ser difícil de determinar e a cozedura em vapor não neutraliza o vírus
- Vacina contra o vírus da hepatite A

Vacinação
Aconselha-se a vacinação contra a Hepatite A, a todos os viajantes, independentemente da duração da viagem, para todos os destinos fora da Europa, América do Norte, Austrália, Nova Zelândia e Japão.

Na Europa recomenda-se a vacinação de todos os viajantes para a Albânia, Roménia, Bulgária e países da ex-Jugoslávia, bem como, em caso de permanência prolongada, nos países Bálticos, Polónia, Hungria, República Checa e Eslováquia.

A vacina é constituída pelo vírus inactivado, sendo segura e com uma eficácia superior a 95 por cento. A revacinação deve ser feita no período compreendido entre 6-12 meses após a primeira dose.

A vacina contra a hepatite A foi obtida a partir do vírus inactivo, é considerada bastante eficaz e não tem quaisquer contra-indicações. Os efeitos secundários são raros e, caso se façam sentir, são ligeiros, prendem-se com a própria toma, ou seja: dor, vermelhidão e inchaço no local da picada. Em alguns casos, verificam-se sintomas semelhantes aos da gripe (febre, dor de cabeça, arrepios, dores nos músculos e articulações) mas, normalmente, duram um dia.

Tratamento
Não existem medicamentos específicos para tratar esta doença. A Hepatite A cura-se com repouso e uma dieta alimentar específica, até que os valores das análises hepáticas voltem ao normal, e a maioria das pessoas restabelece-se completamente em 5 semanas.

Não se recomenda qualquer dieta especial; a alimentação deve ser equilibrada como, aliás, o bom senso indica em todas as ocasiões: rica em proteínas e com baixo teor de gorduras. Nos casos em que surjam diarreia e vómitos, para evitar a desidratação, devem beber-se muitos líquidos, entre os quais não se inclui o álcool, já que este, mesmo em pequena quantidade, agrava a lesão do fígado. As náuseas e a falta de apetite fazem-se sentir com maior intensidade no final do dia e, por essa razão, a refeição mais completa deve ser tomada durante a manhã.

Por fim, de referir que como o fígado inflamado perde a capacidade de transformar os medicamentos o viajante não deve auto-medicar-se.

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde de A-Z não substituem o parecer/opinião do seu Médico e/ou Farmacêutico.

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