A médio e a longo prazo
O equilíbrio entre a ingestão e a perda de líquidos é determinante para a saúde e desempenho desport

O equilíbrio entre a ingestão e a perda de líquidos é determinante para a saúde e para o desempenho desportivo. A desidratação continuada tem efeitos no organismo, a médio e a longo prazo, nomeadamente nos sistemas renal, digestivo, respiratório, circulatório e na própria cognição. A desidratação leve e transitória é comum e, provavelmente, de pouca importância. No entanto a desidratação grave aguda ou crónica tem efeitos adversos na saúde e no desempenho.

Para os especialistas em desporto da Faculdade de Motricidade Humana, este facto tem de ser tido em consideração principalmente com a chegada do verão e de temperaturas particularmente elevadas. Um desportista tem necessidades hídricas especiais, fruto do aumento da transpiração durante a prática desportiva. Como tal é de grande importância prevenir a desidratação, a fim de evitar a redução do rendimento físico, subidas acentuadas da temperatura corporal, dores de cabeça e, por vezes, mal-estar generalizado.

Durante a prática, 75% da energia consumida pelo músculo é transformada em calor e sem o consumo de líquidos, a transpiração diminui e a temperatura corporal aumenta, conduzindo a um aumento do ritmo cardíaco. Como tal a desidratação pode influenciar negativamente as respostas fisiológicas ao exercício e o desempenho em actividades aeróbias. O consumo apropriado de líquidos, electrólitos e, em alguns casos, hidratos de carbono pode reduzir estes efeitos.

Tendo por base o impacto que a hidratação tem para a saúde e para o desempenho desportivo, os especialistas defendem a necessidade de se proceder à sua atenta monitorização, nomeadamente ao nível da hidratação intracelular no que se refere ao desempenho da força. Neste contexto, assume particular importância a possibilidade de utilização da impedância bioeléctrica (BIA) de frequência múltipla, um método rápido utilizado para avaliar a água corporal e os seus compartimentos de forma menos dispendiosa e invasiva do que os métodos de referência, utilizando a diluição de isótopos.

A BIA de frequência múltipla permite monitorizar com considerável precisão a hidratação celular e extra celular. Independentemente desta necessidade mais específica de preservação da hidratação intracelular, os praticantes desportivos devem ter práticas de rotina que evitem alterações hídricas prolongadas para que não sejam comprometidas muitas das funções fisiológicas necessárias ao desempenho desportivo de excelência, assim como algumas funções cognitivas também necessárias para a prontidão e a adequação das decisões que a competição desportiva exige.

 

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico e/ou Farmacêutico.
No Alentejo
Uma empresa de venda agressiva está a actuar no distrito de Évora e visa vender aparelhos que podem chegar aos três mil euros....

Uma empresa de venda agressiva para a aquisição de “aparelhos milagrosos” de cura está a actuar no distrito de Évora, junto da população mais idosa. A situação tem contornos de burla e é denunciada pela delegação regional da Associação Portuguesa para a Defesa do Consumidor, que tem sido confrontada com dezenas de pedidos de informação sobre uma alegada Associação de Médicos Voluntários, escreve o portal da RR. Após analisar as reclamações, a Deco apurou que essa entidade não é uma associação mas uma empresa que, via telefone, convoca os consumidores com o único objectivo de proceder à venda “de aparelhos milagrosos de cura sem qualquer referência médica”.

As pessoas são convidadas a apresentarem-se num determinado local, habitualmente uma unidade hoteleira, com o pretexto de ser efectuado um rastreio de doenças que causam dependência e afectam a população mais envelhecida.

“São consumidores com mais de 50 anos que nos relatam que receberam um telefonema desta associação para efectuar um rastreio das doenças de Alzheimer e de Parkinson”, relata à Renascença Isabel Curvo, da Deco.

De um rastreio gratuito com profissionais de saúde, o encontro passa a um inquérito “rigoroso” com simples comerciais. “Não são médicos como estariam à espera”, refere a jurista, “mas apenas pretendem vender, de forma desleal, os seus produtos”. Os aparelhos podem chegar aos três mil euros.

 

O que fazer?

“São consolas iónicas, equipamento utilizado para os pés, que muda a cor da água, consoante o tipo de doença que o consumidor tem, o que é verdadeiramente muito estranho”, descreve.

A Deco alerta para este tipo de práticas que, atendendo à fragilidade e idade dos clientes alvo, podem levá-los a tomar decisões precipitadas e lembra o que deve ser feito para anular esta ou outra compra do género.

“O consumidor tem um prazo de 14 dias para desistir deste tipo de compras e para tal, basta enviar uma carta registada com aviso de recepção para a entidade. Se foi feito um contrato de crédito, este terá, também, de ser cancelado, por escrito, e dentro deste prazo”, explica a jurista.

Os lesados devem, igualmente, denunciar a situação às entidades competentes. Neste caso, a Deco de Évora já alertou a Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) enquanto entidade fiscalizadora do sector porque trata-se, segundo a associação, de “uma prática comercial que é desleal, agressiva e enganadora”.

RR

 

Quarto tipo de cancro mais comum do mundo
Já se sabia que as propriedades do botox podem ir além da estética, tendo também fins terapêuticos. A novidade é que cientistas...

A descoberta, publicada na revista Science Translational Medicine, baseia-se em estudos feitos em ratinhos de laboratório com cancro do estômago. O estudo revelou que o botox pode bloquear os sinais do nervo vago, que vai do cérebro ao abdómen, restringindo o crescimento de tumores.

“Descobrimos que eliminando o efeito do nervo, as células do tumor são suprimidas” inibindo o seu crescimento, explicou o co-autor do estudo, Duan Chen, professor da Universidade de Ciência e Tecnologia da Noruega.

O botox funcionou através de uma injecção directa no nervo vago, bloqueando a libertação de um neurotransmissor, a acetilcolina, que estimula o crescimento do tumor.

Os cientistas estão agora a realizar mais testes clínicos, também em pacientes com cancro do estômago na Noruega, para provar a eficácia do tratamento em humanos.

Os clínicos e investigadores dizem que a técnica, embora não seja uma cura, poderá prolongar a qualidade de vida das pessoas com cancro do estômago que não têm indicação cirúrgica ou estão submetidos a tratamentos de quimioterapia.

O tumor do estômago é o quarto tipo de cancro mais comum do mundo e apenas um quarto dos pacientes sobrevive para além de cinco anos após o diagnóstico.

Agência Portuguesa do Ambiente
Segundo a Agência Portuguesa do Ambiente existem pelos menos 75 praias no Algarve que apresentam arribas com sinalização, mas a...

Pelo menos 75 praias do Algarve apresentam arribas com sinalização que alerta para o risco de derrocada, de acordo com a Agência Portuguesa do Ambiente, mas a maior parte continua a servir de encosto para veraneantes.

Cinco anos depois da derrocada na praia Maria Luísa, em Albufeira, na qual morreram cinco pessoas e três ficaram feridas, os perigos continuam à espreita, uma vez que as zonas de risco - que correspondem à área passível de ser ocupada pelos resíduos de desmoronamentos, com largura igual a 1,5 vezes a altura da arriba – continuam a ser ocupadas.

A Agência Portuguesa do Ambiente enumera, na sua página na internet, uma lista das praias algarvias cujas arribas estão em risco – costas rochosas que são permanentemente ou periodicamente expostas à acção do mar – sendo o concelho de Albufeira aquele que mais apresenta este problema, num total de 24 praias.

O concelho de Lagoa surge na segunda posição com 17 praias sinalizadas, seguido de Vila do Bispo (11), Portimão (9), Aljezur (7), Lagos (5) e Silves (2).

A Marinha Portuguesa avançou à agência Lusa que a zona do barlavento algarvio é aquela onde a sua actuação é maior, nomeadamente entre a praia da Falésia (Albufeira) e a praia de Odeceixe, na Costa Vicentina, onde, pela “natureza do terreno existem falésias.

De acordo com a autoridade, as pessoas passaram a revelar dois tipos de comportamento depois do acidente ocorrido em 2009 na praia Maria Luísa: há aquelas que têm “maior sensibilidade para o problema e que se acautelam, outras que são totalmente indiferentes”. Ainda assim, a “grande maioria” dos banhistas aceita os conselhos da autoridade quando a Polícia Marítima vai autuar e sensibilizar para os perigos que estão sujeitos por se encontrarem em zonas de perigo.

Este ano, e até 31 de Julho, ainda não foi registada qualquer contra-ordenação neste âmbito, explicando a Marinha que, desde 2009, foram passados nove autos no continente e ilhas, por transposição de barreiras de protecção e acesso a zonas de arribas interditas e por permanência em zonas de perigo e assinalada devido a risco de derrocada.

Foram ainda, de acordo com os dados da Marinha Portuguesa, detectadas 251 infracções relativas à proibição de circulação e estacionamento nas praias, dunas e arribas, fora dos locais estabelecidos para esse efeito.

Segundo dados do Ministério do Ambiente, Ordenamento do Território e Energia, o valor estimado para a percentagem de território nacional afectado por erosão costeira ronda os 30%, numa extensão de costa de cerca de 845 quilómetros, composta por troços de costa arenosa (praias e dunas) e rochosa (arribas).

 

Coimas agravadas para famílias

Três anos depois do acidente mortal em Albufeira, o Governo decidiu que as praias de falésia e areal reduzido passavam a ter uso limitado e agravou as coimas para banhistas acompanhados de crianças que estejam em zonas interditas.

As multas podem ir dos 30 aos 100 euros no caso de permanência em zonas interditas ou, se forem usadas para qualquer outro fim ou actividade, incluindo o acesso, atravessamento ou a circulação a pé.

Este ano, segundo a lista publicada em Diário da República, após avaliação técnica no terreno, são 30 as praias portuguesas de uso limitado (29 no continente e uma na Madeira), nas quais não é possível guardar uma determinada distância de segurança relativamente à arriba, por exemplo em maré cheia.

O concelho algarvio de Lagoa é aquele que apresenta o maior número de praias de uso limitado, com sete, seguido de Vila do Bispo (três), Lagos e Albufeira (duas), Portimão e Aljezur (uma) e duas na Zambujeira do Mar, concelho de Odemira.

Na costa lisboeta, surge uma praia de uso limitado em Cascais, três em Sintra enquanto na zona oeste encontra-se uma em Peniche, Mafra e Torres Vedras e duas em Óbidos e Lourinhã.

 

Suíça
Investigadores da Universidade de Zurique estão a estudar fenómeno que leva cada vez mais estrangeiros a recorrer ao apoio das...

Cada vez há mais europeus a recorrer a organizações suíças que promovem o suicídio assistido, em que os doentes ingerem medicação letal fornecida após ser avaliado o seu desejo de pôr fim à vida por causa da situação em que se encontram. Uma análise de investigadores da Universidade de Zurique divulgada ontem revela que só neste cantão suíço o número de estrangeiros que morreram desta forma duplicou entre 2008 e 2012, de 86 para 172. Entre os 611 casos encontram-se três portugueses que neste período solicitaram o apoio da Dignitas, escreve a edição digital do jornal i.

Na Suíça o suicídio assistido é legal desde 1942, mas os investigadores avisam que o enquadramento jurídico tem algumas "zonas cinzentas", nomeadamente relativo às circunstâncias e critérios em que é aceitável fornecer a medicação aos doentes. Por outro lado, alertam que o facto de países como a Alemanha ou Inglaterra terem reforçado as restrições a esta prática, que na maioria dos países europeus não tem legislação própria, poderá estar a contribuir para o crescimento de um fenómeno que classificam como um caso único de "turismo do suicídio" que carece de estudos e debate.

A análise teve por base dados do Instituto de Medicina Legal de Zurique, que investiga todos os casos de forma supervisionar em que circunstâncias ocorrem e regular um sector que conta com seis organizações que todos os anos ajudam 600 pessoas a pôr fim à vida, 150 a 200 de nacionalidade estrangeira. Isto porque embora a prática seja permitida, deontologicamente os médicos estão proibidos de participar em casos em que os doentes não têm um prognóstico terminal. Por outro lado, incitar o suicídio é punível com pena de prisão até cinco anos. Os autores deste estudo concluíram no artigo que actualmente cada organização tem os seus critérios de admissão, nem sempre claros. Com base nos dados recolhidos no Instituto de Medicina Legal, os investigadores constam que parecem estar a aumentar as situações em que não estavam em causa patologias fatais mas doenças crónicas, sobretudo do foro neurológico e reumatóide como é o caso de Alzheimer, osteoporose ou fibromialgia.

Entre os 611 casos analisados encontraram ainda 40 ficheiros clínicos onde se incluía nas razões para o suicídio assistido problemas de visão e/ou audição e 14 de doença mental. As doenças oncológicas surgem como razão dominante, com 217 casos, sensivelmente um terço. Julian Mausbach, autor do estudo publicado na revista médica Journal of Medical Ethics, adiantou ao i contudo que esta é uma análise preliminar e ainda não é possível perceber exactamente o que motivou os pedidos, já que um terço dos ficheiros apresentavam várias razões para o suicídio assistido.

De acordo com o estudo, mais de um terço das pessoas que morreram desta forma eram alemães (268), seguindo-se britânicos (126), franceses (66) e italianos (44). Os investigadores assinalam que ao todo foram detectadas 31 nacionalidades e que a abrangência do fenómeno deve motivar uma reflexão nos países de origem. Segundo o último balanço da Dignitas, a principal organização a que recorrem os estrangeiros, em 2013 realizaram-se um recorde de suicídios assistidos (205). Em Dezembro estavam inscritas na organização 6924 pessoas, entre as quais 23 portugueses.

 

Direcção-Geral da Saúde promove
A Direção Geral da Saúde vai promover sessões de esclarecimento aos funcionários do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras sobre...

Os funcionários do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) vão ter várias sessões de esclarecimento sobre o vírus Ébola, promovidas pela Direção Geral da Saúde (DGS).

Em declarações à Lusa, o director-geral da Saúde disse que estas sessões terão início na sexta-feira, dia 22, à tarde, no aeroporto do Faro. Posteriormente, serão estendidas aos aeroportos de Lisboa e do Porto.

Para já, apenas o pessoal do SEF será abrangido por esta iniciativa, de forma a estar habilitado a discutir todos os assuntos relacionado com a infecção, com as viagens e a aconselhar os cidadãos. Com estas sessões, pretende-se “afinar todos os procedimentos, que depois serão debatidos em sessões de perguntas e respostas”, adiantou Francisco George.

Na sexta-feira passada, os trabalhadores dos aeroportos portugueses denunciaram falta de informação e formação sobre o Ébola, dando sinais de alarmismo e preocupação face à possibilidade de serem confrontados com um passageiro infectado e não saberem como agir nem como se precaver.

O Sindicato dos Trabalhadores da Aviação (SITAVA) deu conta desta preocupação, extensível à generalidade dos milhares de trabalhadores que exercem funções nos aeroportos, em especial nos que acolhem voos e passageiros provenientes de países de maior risco no que respeita ao vírus Ébola.

Ainda hoje, a DGS publicou um comunicado na sua página na internet, segundo o qual as autoridades portuguesas, incluindo o Ministério dos Negócios Estrangeiros, recomendam aos cidadãos portugueses que evitem viajar para os países afectados pelo Ébola (Guiné Conacri, Libéria e Serra Leoa), a menos que o façam por “absoluta necessidade”.

 

Cidadãos portugueses
As autoridades portuguesas recomendam aos cidadãos portugueses que evitem viajar para os países afectados pelo Ébola, a menos...

A Direção Geral da Saúde (DGS) sublinha que a situação na Costa Ocidental de África “impõe acções de prevenção e controlo” tanto na fonte (epicentro da epidemia), como nas medidas que visam impedir a exportação de casos de doença para outros países.

Segundo a nota, é necessário distinguir entre o problema que surgiu inicialmente na Guiné-Conacri e que se propagou aos países africanos vizinhos (Serra Leoa e Libéria), devido à quase inexistência de fronteiras, e a eventual importação de casos em Estados de outros Continentes.

“Na Guiné-Conacri, Serra Leoa e Libéria a propagação da epidemia de Ébola deve-se, sobretudo, ao facto de serem países contíguos, com delimitação porosa de fronteiras, isto é, permeáveis e como tal atravessadas por populações rurais, onde os respectivos sistemas de saúde são muito frágeis e as condições socioeconómicas são, igualmente, débeis”, explica a DGS.

Já na Nigéria, a actividade epidémica é explicada a partir da importação de um caso, que viajou de avião, “dando origem a cadeias de transmissão, que tudo indica estarão controladas até ao momento”.

Por isso, as autoridades portuguesas, incluindo o Ministério dos Negócios Estrangeiros, aconselham “os cidadãos a viajar para aqueles três países apenas em caso de absoluta necessidade”, como princípio de precaução, sublinhando contudo que os recursos existentes em Portugal “permitem evitar ou reduzir o risco de transmissão de casos de infecção”.

A DGS sublinha que tanto na sua página (www.dgs.pt) como na da Direcção-Geral dos Assuntos Consulares e Comunidades Portuguesas (www.secomunidades.pt) estão disponíveis informações permanentemente actualizadas, incluindo conselhos a viajantes.

Também a Linha Saúde 24 (808 24 24 24) presta esclarecimentos complementares, bem como a linha telefónica do Gabinete de Emergência Consular (961706472 ou 217929714), que funciona em permanência para situações de urgência ocorridas no estrangeiro.

 

15 dias após abertura
A Unidade de Cuidados Continuados Integrados da Santa Casa da Misericórdia de Castelo Branco, que entrou em funcionamento a 01...

“As 40 camas (10 de média duração e 30 de longa duração) ficaram totalmente ocupadas entre o dia 01 e 15 de Agosto”, disse hoje à agência Lusa o provedor da Misericórdia local.

Cardoso Martins disse que esta taxa de ocupação foi uma surpresa e que "não esperava que a Unidade de Cuidados Continuados Integrados (UCCI) enchesse tão depressa".

Neste momento, a UCCI tem apenas disponíveis 11 camas particulares (está apenas uma ocupada), que não foram contempladas no contrato-programa celebrado em 29 de Julho, entre a Santa Casa da Misericórdia de Castelo Branco (SCMCB), a Segurança Social de Castelo Branco e a Administração Regional de Saúde do Centro (ARSC).

Com menos de um mês de funcionamento, o provedor da Misericórdia de Castelo Branco adiantou que é necessário efectuar "alguns acertos" no funcionamento dos cuidados continuados.

“A unidade [UCCI] tem estado a receber alguns utentes toxicodependentes, doentes com Alzheimer em estado avançado, com hepatite B. Isto constituiu uma surpresa para nós e obriga-nos a fazer alguns acertos”, explicou Cardoso Martins.

Apesar destes imponderáveis, o provedor diz-se “animado” e espera que no próximo mês “esteja tudo a funcionar da forma mais adequada”.

 

Bastonário alerta
O bastonário da Ordem dos Enfermeiros alertou hoje para a ruptura iminente do Hospital de Santa Maria por falta de...

No final de uma reunião com o conselho de administração, Germano Couto mostrou-se “preocupado com ruptura iminente que o hospital está a ter por falta de enfermeiros em alguns serviços”.

O bastonário visitou os serviços de gastrenterologia e de medicina, na companhia do presidente do conselho de administração, e constatou “que os enfermeiros que existem nas equipas são insuficientes para os cuidados que são precisos prestar aos doentes”.

Esta carência de profissionais causa uma exaustão nos profissionais que pode mesmo pôr em risco a saúde dos doentes, afirmou o responsável.

“Os riscos são imensos. Num panorama em que existem macas nos corredores, existe o risco de infecções cruzadas por não haver profissionais de saúde suficientes, o que faz com que os cuidados sejam prestados de forma acelerada e não nas melhores condições. Há um risco de morbilidade imenso em situações destas”, alertou.

Germano Couto lembrou que a Organização Mundial de Saúde e o International Council of Nurses defendem que existe um número mínimo de enfermeiros para prestar cuidados e que a Ordem publicou recentemente uma norma para cálculo de dotações seguras no Serviço Nacional de Saúde (SNS), exigindo que esse número seja cumprido.

“O próprio Ministério da Saúde tem instrumentos [de cálculo] que chegaram a esses números e a verdade é que esses 140 enfermeiros que faltam aqui no Hospital de Santa Maria tem por base um instrumento do próprio Ministério da Saúde para o cálculo”, pelo que “não se compreende como é que isto é possível”, sublinhou.

Mais incompreensível para o bastonário é que esta carência de enfermeiros nos serviços se prenda com uma questão burocrática que torna o processo de contratação lento.

“Não compreendo como o SNS - que se pretende de linha de ponta e um serviço eficiente capaz de responder às necessidades da população - tem situações destas apenas porque o processo de contratação de pessoal de enfermagem é lento”, lamentou, recordando que a Ordem já pediu a contratação de 75 profissionais de enfermagem em Março/Abril deste ano e “ainda está do lado da tutela a autorização”.

O presidente do Conselho de Administração do Hospital de Santa Maria, Carlos Martins, corrobora as afirmações do bastonário, confirmando a falta de enfermeiros e a lentidão do processo de contratação.

“No nosso planeamento consideramos 150 enfermeiros, temos uma margem para situações inopinadas, para situações de risco não previstas. Dessas, temos em procedimento 75 vagas por preencher, ate ao fim do ano contamos abrir novo procedimento e no início do próximo ano também para funcionarmos de acordo com aquilo que entendemos que nos permite maior tranquilidade”, afirmou.

Deixando uma nota de “reconhecimento pelo enorme trabalho que tem sido feito pela carreira de enfermagem neste centro hospitalar”, Carlos Martins considerou que, fruto dessa actuação, a qualidade e a segurança dos cuidados de saúde nunca estiveram em causa.

Quanto a prazos concretos para a contratação dos primeiros 75 enfermeiros, o responsável espera ter o processo em curso durante o mês de Setembro, para que a 1 de Outubro possam ser feitas as escalas de serviço do último trimestre já com esse reforço.

“Acreditamos que em 1 de Janeiro teremos um planeamento diferente e que os 150 enfermeiros serão mais do que suficientes para encarar 2015”, acrescentou.

O Hospital de Santa Maria tem presentemente 1.771 enfermeiros em serviço.

Segundo o bastonário, faltam cerca de 25 mil enfermeiros nos hospitais e centros de saúde de todo o país.

 

Pneumologistas saúdam
A Sociedade Portuguesa de Pneumologia saudou hoje a recomendação norte-americana de proteger os idosos com a vacina...

O Comité Consultivo em Práticas de Imunização do Centro de Controlo e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos da América votou a recomendação da vacina pneumocócica polissacárida conjugada (VPC13) para a protecção de pessoas com 65 ou mais anos contra a doença pneumocócica.

Para a Sociedade Portuguesa de Pneumologia (SPP), a recomendação norte-americana significa “um importante avanço no combate à pneumonia, não só nos Estados Unidos, mas em todo o mundo”.

“Mais do que uma recomendação, esta decisão significa um importante reconhecimento por parte do Comité Consultivo para as Práticas de Vacinação de que a vacinação é a melhor forma de prevenção para a doença pneumocócica”, afirma o presidente da SPP, Carlos Robalo Cordeiro, em comunicado.

O presidente lembra que a pneumonia pneumocócica é uma das principais causas de morbilidade e mortalidade de adultos em todo o mundo. Perante este quadro, o especialista considera que “o potencial de redução do impacto desta doença pela vacinação de adultos representa, sem dúvida, um benefício significativo para a saúde pública”. A SPP refere que a pneumonia, uma doença com consequências graves para o doente e elevados custos para a sociedade, pode afectar pessoas de todas as idades, especialmente os mais jovens e os mais idosos e é responsável por óbitos em todos os grupos etários, mesmo em pessoas previamente saudáveis.

Um estudo internacional publicado recentemente, que incluiu cerca de 85.000 adultos com 65 ou mais anos de idade, demonstrou a eficácia clínica da Vacina Pneumocócica Conjugada 13 – valente (VPC13) na prevenção da Pneumonia Adquirida na Comunidade (PAC) em adultos.

A Sociedade Portuguesa de Pneumologia refere que o estudo CAPiTA tinha como principal objectivo a demonstração da eficácia desta vacina na prevenção do primeiro episódio de Pneumonia Adquirida na Comunidade (PAC) causada por serotipos incluídos na vacina.

Para a SPP, são “dados relevantes para um país como Portugal”, onde um outro estudo recente, da responsabilidade da Sociedade Portuguesa de Pneumologia, documenta que, entre 2000 e 2009, a PAC foi responsável pelo internamento de, em média, 81 adultos por dia, dos quais 16 acabaram por morrer.

“Os resultados deste estudo [CAPiTA] e a consequente consciência do potencial da vacinação (…) representam um enorme contributo para a melhoria da qualidade da saúde pública, não só em Portugal, como em todo o mundo", sublinha Carlos Robalo Cordeiro.

O pneumococo é o responsável por, aproximadamente, 3 milhões de mortes por ano em todo o mundo.

 

Nos últimos meses
A taxa de operacionalidade das Viaturas Médicas de Emergência e Reanimação do Centro Hospitalar do Oeste rondou os 100% nos...

Segundo dados hoje divulgados pelo Centro Hospitalar do Oeste (CHO) a viatura da unidade das Caldas da Rainha atingiu os 100% de operacionalidade nos meses de Maio, Junho e Julho.

Quanto à Viaturas Médicas de Emergência e Reanimação (VMER) localizada no hospital de Torres Vedras, registou, nos mesmos meses, taxas de inoperacionalidade de 0,16%, 0,88 % e 0,10%, respectivamente, justificadas com “avarias na viatura”, que a obrigaram a pequenas paragens para reparação.

O desempenho dos últimos três meses contribuiu para colocar o CHO entre as sete unidades do país (a par com os centros hospitalares Lisboa Central, Médio-Tejo e dos hospitais de Viseu, Leiria, Castelo Branco e Aveiro) que, segundo o Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM), não tiveram, no mês de Julho, qualquer minuto de paragem.

No comunicado enviado à agência Lusa, o CHO atribui a “melhoria significativa” da taxa de operacionalidade ao “esforço” das equipas que garantem o funcionamento das viaturas 24 horas por dia e aos procedimentos adoptados para “diminuir a dependência de entidades externas”.

Entre estes procedimentos, consta a referenciação de “médicos e enfermeiros da própria Instituição para formação no INEM, o que permitiu tornar as VMER mais operacionais e obter uma maior autonomia na área de recursos humanos”, explicou a instituição.

Em 2013, a VMER de Torres Vedras teve a segunda pior taxa de operacionalidade do país, por ter registado elevados tempos de inoperacionalidade nos meses de Agosto (75,88%), Setembro (70,12%) e Outubro (14,08%), justificados na ocasião pelo conselho de administração (CA) do CHO com a falta de tripulação, contratada através de uma empresa externa.

Já a VMER das Caldas da Rainha teve em 2013 uma operacionalidade de 97,5%.

As VMER sediadas nas Caldas da Rainha e Torres Vedras servem uma área de influência de cerca de 290 mil habitantes.

Além dos hospitais das Caldas da Rainha e Torres Vedras, faz também parte do CHO o Hospital de Peniche, que não tem agregada nenhuma VMER.

 

Sindicado revela:
O Sindicato dos Enfermeiros Portugueses disse hoje que a adesão à greve dos enfermeiros do Hospital de Santarém foi de 65%, no...

Helena Jorge, do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP), afirmou à Lusa que a adesão à greve “é hoje de 65%” dos enfermeiros, tendo destacado uma “adesão a 100%” nos serviços de medicina, cardiologia, urologia, psiquiatria, obstetrícia, ortopedia, urgência geral e especialidades cirúrgicas.

“O bloco operatório, o bloco de partos e as consultas externas estão a funcionar normalmente”, acrescentou a dirigente sindical.

Helena Jorge fez notar que os enfermeiros têm recebido o “apoio e solidariedade” da Comissão de Utentes dos Serviços Públicos (MUSP), estrutura que se juntou ao SEP e aos profissionais de enfermagem numa recolha de assinaturas em defesa do Serviço Nacional de Saúde, uma acção que hoje principiou.

Segundo disse ainda aquela responsável, as comissões de utentes, enfermeiros e profissionais de saúde vão realizar na quinta-feira um “cordão humano” à entrada do Hospital de Santarém, para “alertar para os problemas vividos pelos profissionais e pelos utentes”.

“É uma denúncia pública das condições de trabalho dos enfermeiros e, consequentemente, das dificuldades que enfrentam para prestar os cuidados de saúde e de enfermagem que as populações têm direito”, vincou.

Os motivos para a realização da greve são o “incumprimento dos horários legais de trabalho, a exigência de uma rápida admissão de mais profissionais naquela unidade de saúde e o pagamento do trabalho extraordinário”, justificou a responsável.

Helena Jorge destacou ainda “a escassez e a redução do número de elementos por turno”, uma situação que, sublinhou, “dá origem a uma carga excessiva de trabalho” aos enfermeiros.

 

Presidente da Câmara de Santarém alerta Governo sobre falta de condições do hospital

O presidente da Câmara de Santarém enviou hoje uma carta ao Governo em que expõe a ausência de condições técnicas do bloco operatório do Hospital de Santarém.

No documento, a que a agência Lusa teve acesso, Ricardo Gonçalves (PSD) afirma que “o sistema de ventilação está completamente obsoleto” e refere a “existência recorrente de humidade na cobertura ou paredes do bloco operatório”, situações que “já levaram ao cancelamento de inúmeras cirurgias”.

Afirmando-se preocupado com a actual situação do bloco operatório e do bloco de partos, o autarca solicitou ao ministro da Saúde que “tome as medidas necessárias para resolver a situação”, ao mesmo tempo que recorda a existência de um projecto de requalificação e melhoramento das condições do edifício.

“Existe um projecto elaborado para obras de melhoramento no bloco operatório e bloco de partos, sendo que as mesmas não se iniciaram por inexistência da competente componente financeira”, destacou.

O presidente da Câmara de Santarém realçou ainda o facto do Hospital de Santarém “servir todo o distrito” e alertou para as consequências para a população de se encontrar encerrado o bloco operatório por falta de condições técnicas e de segurança.

Contactado pela agência Lusa, o Conselho de Administração do Hospital de Santarém recusou prestar esclarecimentos sobre o assunto.

 

Dar resposta a eventuais casos
A Organização Mundial da Saúde ofereceu esta terça-feira a São Tomé e Príncipe materiais e equipamentos para prevenção e...

“A oferta desses materiais que a Organização Mundial da Saúde (OMS) faz ao nosso país reveste-se de muita importância, numa altura em que estamos a preparar-nos para dar resposta a um eventual caso de Ébola, que infelizmente já existe em alguns países vizinhos nossos”, disse Maria Tomé.

Óculos de protecção, máscaras, uniformes de protecção individual, luvas, aventais, desinfectantes, sacos plásticos, sacos mortuários, caixa para colheita e transporte de amostras, seringas, agulhas e vários outros equipamentos compõem a oferta da OMS.

Os equipamentos serão distribuídos aos técnicos que vão estar no terreno para evitar a disseminação da doença ou mesmo um eventual tratamento de doentes infectados pelo Ébola.

A oferta da Organização Mundial da Saúde foi entregue no dia em que o consultor da OMS Fernando Silveira, ex-ministro da saúde de São Tomé e Príncipe, chegou a São Tomé.

Fernando Silveira deslocou-se ao hospital Ayres de Menezes, o principal do país, juntamente com a ministra da saúde para visitar o espaço que foi reservado pelo governo são-tomense para acolher casos de doentes infectados com Ébola.

 

Doenças de Declaração Obrigatória 2009-2012
Perto de 5.500 casos de doenças de declaração obrigatória foram notificadas em Portugal entre 2009 e 2012, a maior parte na...

“Uma doença de declaração obrigatória é aquela para a qual informação frequente, regular e temporalmente adequada relativamente aos casos de doença individuais é considerada necessária para a sua prevenção e controlo”, explica a Direcção-Geral da Saúde (DGS) no relatório “Doenças de Declaração Obrigatória 2009-2012”.

Segundo o relatório, publicado no site da DGS, foram notificados neste período 5.493 casos, dos quais 2.040 foram assinalados na região norte e 1.922 na região de Lisboa e Vale do Tejo.

Os dados indicam que 849 casos foram registados na região centro, 205 no Alentejo, 187 no Algarve, 100 nos Açores, 50 na Madeira e 22 no estrangeiro. Houve ainda 117 situações cuja localização é desconhecida.

A maior parte dos casos notificados (793) foi de salmoneloses (intoxicação alimentar pela bactéria salmonela), seguindo-se os casos de sífilis precoce (755).

Foram também notificados 601 casos de febre escaro-nodular (febre da carraça), 588 casos de parotidite epidémica (papeira), 459 de doença dos legionários (pneumonia provocada por bactérias do género Legionella), 442 infecções gonocócicas e 388 casos de tosse convulsa.

Houve ainda 329 notificações de infecção e meningite meningocócica, 296 de brucelose, 217 de malária, 120 de leptospirose, 96 de infecção e meningite por haemophilus influenza, 80 de febre tifóide e paratifoide, 67 de hepatite A, 62 de febre Q (doença transmitida por animais), 46 de sífilis congénita e 42 de leishmaniase visceral.

Neste período, foram notificados 33 casos de doença de Creutzfeldt Jakob (encefalopatia espongiforme) e 31 de doença de Hansen (lepra), segundo o relatório, que faz uma análise descritiva dos casos notificados de acordo com as variáveis demográficas sexo, idade e localização geográfica.

Dos 33 casos de Creutzfeldt Jakob, 17 foram registados no norte do país, 13 na região de Lisboa e Vale do Tejo, um na região centro e um nos Açores.

Já a maioria dos casos de lepra foi registada na região de Lisboa e Vale do Tejo (19), mas houve também quatro situações registadas na região centro, três no norte, três no Algarve e uma no Alentejo.

Os casos notificados destinam-se a “fornecer às autoridades de saúde locais, regionais e nacionais a capacidade de monitorizar a ocorrência e disseminação de doenças transmissíveis, fornecendo a base para o planeamento e intervenção na sua prevenção e controlo”.

A nível local, a notificação da doença protege a saúde da população assegurando a identificação e seguimento dos casos, identificação de contactos, investigação e contenção de surtos de doença e limitar o risco ambiental.

A nível nacional, permite responder a vários requerimentos internacionais, como a comunicação para a Organização Mundial de Saúde e para o Centro Europeu para a Prevenção e Controlo de Doenças, fornecendo a base para o trabalho com a comunidade internacional para a prevenção e controlo de surtos.

 

Balanço
Balanço revela realização de mais de 600 mil consultas nos centros de saúde do Algarve no primeiro semestre de 2014.

De acordo com informação da Administração Regional de Saúde (ARS) do Algarve, no primeiro semestre de 2014 realizaram-se 654.719 consultas de medicina geral e familiar e 444.004 consultas de enfermagem, nas unidades de cuidados de saúde primários dos três Agrupamentos de Centros de Saúde (ACES) do Algarve.

Do total das consultas médicas, mais de 90% foram consultas programadas, sendo que 243.891 dizem respeito a primeiras consultas, enquanto 55.758 correspondem a consultas de recurso e de atendimento complementar (não programadas). No que diz respeito à prestação de cuidados de enfermagem, no primeiro semestre de 2014 foram registadas 194.102 consultas de enfermagem no ACES Central, 169.501 no ACES Barlavento e 80.401 no ACES Sotavento, valores semelhantes aos registados no mesmo período do ano transacto.

No ACES Central, o mais populoso, que integra os concelhos de Faro, Albufeira, Loulé, Olhão e São Brás de Alportel, foi realizado um total de 299.815 consultas, seguindo-se o ACES Barlavento que integra os concelhos de Portimão, Silves, Lagoa, Vila do Bispo, Aljezur, Monchique e Lagos, com 246.846 e, por último, o ACES Sotavento, que integra os concelhos de Tavira, Vila Real de Santo António, Castro Marim e Alcoutim, com 108.058 consultas.

A ARS Algarve destaca ainda a taxa de utilização no total da região (primeiras consultas/número de população inscrita no SNS na Região do Algarve), constatando que cerca de 53,1% dos utentes inscritos no Serviço Nacional de Saúde utilizaram pelo menos uma vez as unidades de cuidados de saúde primários da região, o que comparativamente com o mesmo período de 2013 corresponde a um acréscimo de 3%.

 

Projecto abrirá portas em 2017
Vai abrir portas na Suíça uma nova clínica cinco estrelas, destinada a uma clientela abastada que pretende curar-se de qualquer...

Uma nova clínica cinco estrelas, destinada a uma clientela abastada que pretende curar-se de qualquer forma de dependência (álcool, drogas, dinheiro, sexo, internet ou compras compulsivas) vai abrir portas na Suíça, país que já conta com vários estabelecimentos de prestígio.

“Esperamos abrir na primavera de 2017”, disse à AFP o advogado François Chaudet, administrador da empresa Hôtel de Sonloup, o grupo responsável pelo projecto.

A clínica vai ser, segundo o advogado, um exemplo único na Europa, inspirado no modelo do centro de desintoxicação Betty Ford nos Estados Unidos. As obras vão durar entre 18 e 24 meses.

O estabelecimento de saúde ficará num antigo hotel da região de Montreux, o hotel de Sonloup, que será totalmente restaurado.

A clínica, segundo Chaudet, receberá apenas pacientes que optarem pela “abstinência total” e visará uma clientela internacional. De acordo com o advogado, existe grande procura deste tipo de tratamentos por parte de clientes do Médio e Extremo Oriente.

O projecto custará 25 milhões de francos suíços, cerca de 27,7 milhões de dólares.

 

Comissão Nacional de Saúde Materna
Presidente da Comissão Nacional de Saúde Materna, da Criança e do Adolescente diz que “todos os cidadãos têm de constituir-se...

Estar atento aos sinais e denunciar. É este o pedido do presidente da Comissão Nacional de Saúde Materna, da Criança e do Adolescente, que falou à Lusa na sequência do caso do bebé que morreu vítima das queimaduras provocadas por água a ferver e de uma menina de três anos que teve de ser internada devido a agressões físicas muito graves. Ambas as histórias foram conhecidas nos últimos dias.

Reconhecendo que, “às vezes, não é fácil detectar este tipo de casos”, o pediatra Júlio Bilhota Xavier sublinhou que nunca é demais alertar os profissionais de saúde e as famílias para “pequenos sinais” que podem indiciar situações de maus tratos. “Estes pequenos sinais podem pô-los de sobreaviso de que estas crianças têm de ser protegidas”, adiantou, defendendo que, para prevenir estas situações, “todos os cidadãos têm de constituir-se como provedores das crianças”.

Segundo o relatório anual das Comissões de Crianças e Jovens, foram registadas, em 2013, 4237 situações de maus tratos físicos em crianças. Além dos maus tratos físicos, foram comunicadas às comissões de protecção outras “situações de perigo”: 18.910 situações de negligência (que representam 25,3% do total das situações de perigo identificadas), 2898 de abuso sexual e 2627 de maus tratos psicológico.

Bilhota Xavier lembrou que os casos de maus tratos sempre existiram, mas hoje são mais falados porque “as pessoas estão mais despertas”. O médico nota que estas situações acontecem em todas as classes sociais, “ao contrário do que se pensava antigamente — que só as famílias mais carenciadas é que maltratavam os seus filhos”.

No caso dos maus tratos psicológicos, Bilhota Xavier admitiu que podem estar a aumentar “como consequência da crise”.

Os pais estão desempregados, têm “dificuldade em manter a alimentação dos filhos ou adquirir os livros escolares” e esta situação acaba “também por ter alguma repercussão em termos psicológicos nos filhos, que não são insensíveis” às dificuldades pelas quais os pais estão a passar.

O especialista salientou que os profissionais de saúde, os professores e os educadores estão hoje “muito mais despertos para este tipo de problemas e mais alertados para pequenos sinais que podem levar à suspeita de que aquela criança está a ser vítima de maus tratos físicos, já que os psicológicos são mais difíceis de detectar”.

Dores de barriga, dificuldade de adormecer ou sonos muito agitados podem ser “pequenos sinais que podem levar a pensar que a criança está a ser vítima de maus tratos”.

Há ainda outros sinais como equimoses, hematomas, escoriações, queimaduras, cortes e mordeduras em locais pouco comuns aos traumatismos de tipo acidental (face, orelhas, boca, pescoço genitais e nádegas).

“Quando pensamos com algum suporte, com uma pequena garantia de que aquela criança está a ser vítima de maus tratos, devemos sempre desencadear todos os mecanismos necessários para proteger essa criança, mas não é fácil”, admitiu.

 

Após declarações do Bastonário:
O Ministério da Saúde negou que os médicos cubanos a trabalharem em Portugal recebam remunerações que excedam o triplo do que é...

A reacção da Administração Central do Sistema de Saúde sucede-se às declarações do bastonário da Ordem dos Médicos, José Manuel Silva, que exortou os sindicatos a exigir que o Governo pague aos profissionais portugueses o mesmo valor que paga aos cubanos, na sequência da notícia publicada hoje pelo jornal i, que refere que “os médicos cubanos já custaram 12 milhões de euros ao Serviço Nacional de Saúde [SNS]”.

A Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS) sublinha, numa “nota de esclarecimento” agora divulgada, que o valor pago a cada clínico cubano, inicialmente de 5.900 euros, segundo o matutino, “sofreu uma redução substancial, face ao favor inicial”.

“Porque se trata de um acordo bilateral entre dois Estados, o Estado português assumiu o compromisso de pagar mensalmente, ao Estado cubano, por cada profissional que exerça funções ao abrigo do mencionado acordo, um valor correspondente a 4.230 euros mensais”, acentuou a ACSS. O organismo salientou que a remuneração dos médicos portugueses, de acordo com a actual tabela de 40 horas, em vigor, “varia entre 2.746,24 euros e 5.063,38 euros, referentes ao ingresso na categoria de assistente e na última posição remuneratória da categoria mais elevada – assistente graduado sénior, respectivamente”. “A estes valores acrescem os encargos sociais correspondentes, em regra, 23,75%, o que totaliza, para cada um dos casos, 3.398,47 euros e 6.265,93 euros mensais. Um montante que pode ser superior quando se tratam de profissionais a exercer numa Unidade de Saúde Familiar”, acrescentou a ACSS.

O Ministério da Saúde lamentou “as afirmações de desconsideração” com os médicos cubanos e lembrou que mais clínicos de outras nacionalidades trabalham em Portugal, para benefício do SNS. Esclarece ainda que o contrato a que se reporta o jornal i é a “IV Renovação do Acordo de Cooperação para a Prestação de Serviços Médicos entre os Serviços Médicos da República de Cuba e a Administração Central do Sistema de Saúde, I.P., da República Portuguesa, assinado a 30 de Abril de 2014, acordo que foi assinado pela primeira vez em 2009”. “Esta renovação veio dar resposta a situações que não estavam suficientemente acauteladas como a substituição dos profissionais de saúde cubanos antes do prazo. E estipulou-se ainda que os médicos cubanos colocados em Portugal terão que cumprir, quando aplicável, o mesmo horário de urgências que os médicos portugueses, ou seja, até 18 horas semanais, e não 12 horas”, pode ler-se na nota da ACSS.

A ACSS lembrou que a contratação de médicos cubanos foi iniciada em 2009 e que “a renovação deste acordo não deve ser analisada como uma medida isolada, mas no âmbito de um conjunto de medidas que o Ministério da Saúde tem vindo a implementar para reforçar o acesso da população ao SNS e a oferta de serviços de saúde nos cuidados de saúde primários, respondendo de forma efectiva à insuficiência de médicos”.

Neste momento, Portugal tem 18 médicos cubanos de Medicina Geral e Familiar no SNS, num universo de 7.651 médicos portugueses naquela área. Mais 51 chegam ao país em Setembro.

 

Embaixadora de Cuba: são "desrespeitosas e irracionais" as declarações de Bastonário

A embaixadora de Cuba em Portugal, Johana Tablada, rejeita “de forma categórica” as “declarações desrespeitosas e irracionais” do bastonário da Ordem dos Médicos (OM), José Manuel Silva, considerando que constituem uma “escandalosa falta à verdade”.

“Muito poucos questionam o contributo positivo deste acordo para o sistema de saúde em Portugal”, lê-se numa nota da embaixadora Johana Tablada, enviada à agência Lusa, a propósito de declarações do bastonário da OM nas quais este exortava os sindicatos a exigirem ao Governo que pague a médicos portugueses o mesmo valor que paga aos cubanos.

 “Não sei a quem respondem as suas declarações nem quem deseja enganar. Mas estou convencida de que nada têm a ver com o impacto desta experiência nos locais onde estão colocados os nossos médicos, porque não há outros disponíveis para ocuparem esses lugares, que são, sobretudo, foras das principais cidades”, refere a nota da embaixadora.

“As suas palavras [José Manuel Silva] não reflectem o verdadeiro estado das relações existentes entre as instituições, os profissionais de saúde e o povo de Cuba e de Portugal. Por alguma obscura e turva razão que não alcanço, o senhor Silva parece responder a interesses que nada têm a ver com o bem-estar dos portugueses e dos cubanos e ignora deliberadamente a história dos acordos médicos entre Cuba e Portugal, uma história muito positiva que permitiu a Portugal oferecer, desde 2009, 1.316.225 consultas”, sublinha Johana Tablada.

Em 2014, os médicos cubanos viram e prestaram assistência qualificada e reconhecida em Portugal e no mundo a mais de 131.000 casos, observa. Para a embaixadora, “não há nada a ocultar nem nada que envergonhe, porque parte dos fundos do salário dos médicos dirige-se de maneira transparente a contribuir para o Sistema de Saúde de Cuba que os formou e ainda os emprega”.

“Esse sistema oferece cobertura universal e gratuita a todos os médicos que hoje trabalham em Portugal e a seus familiares (…). Dizer sem pudor que estes fundos vão para o regime de Cuba constitui uma declaração sem fundamento, ignorante, anticubana e um acto de demagogia política, irresponsável para uma pessoa que detém um cargo importante”, conclui a nota da representante de Cuba em Portugal.

 

Enfermeiros no Hospital de Santarém
O Conselho de Administração do Hospital de Santarém admitiu hoje que a adesão à greve dos enfermeiros que hoje começou na...

Convocada pelo Sindicato dos Enfermeiros Portugueses, a greve dos enfermeiros no Hospital de Santarém teve início hoje, às 08:00, e prolonga-se até às 24:00 de dia 22 de Agosto, sexta-feira.

Em comunicado, o Conselho de Administração assegura que a adesão à greve dos enfermeiros que hoje começou na unidade é de 52,5%, refutando os números avançados pelo Sindicato, que apontou para entre 60 e os 70%. Assegura, por outro lado, que estão “reunidas todas as condições para a prestação de cuidados” médicos aos seus utentes.

“Impõe-se neste momento uma palavra de tranquilização a todos os utentes do hospital, já que se encontram asseguradas todas as condições que permitem a esta unidade de saúde manter os cuidados adequados à população que serve”, afirma a administração na nota divulgada esta tarde.

Segundo o Conselho de Administração, o bloco operatório central está “em funcionamento pleno e de acordo com a programação pré existente, assim como o bloco de cirurgia de ambulatório”.

“O serviço de Consulta Externa está em funcionamento pleno e os Serviços de Urgência e de Internamento com os cuidados mínimos assegurados", acrescenta a administração.

Os enfermeiros do hospital de Santarém iniciaram hoje uma greve de quatro dias em protesto contra o que consideram "incumprimento dos horários de trabalho” e pela rápida admissão de mais profissionais para a unidade de saúde.

Na segunda-feira, a administração do Hospital anunciou que obteve autorização para contratar 17 enfermeiros, número que o SEP considera insuficiente.

 

Adesão de “60 a 70%” na greve, diz Sindicato

A adesão à greve de enfermeiros no Hospital de Santarém rondou “os 60 a 70%” no turno da manhã de hoje, admitiu o Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP).

Em declarações à agência Lusa, Helena Jorge, do SEP, disse que a adesão à greve, que se prolonga até sexta-feira, "ronda hoje os 60 a 70%" dos enfermeiros, tendo destacado uma "adesão a 100%" nos serviços de urgência geral, cardiologia e serviços de medicina. “No bloco operatório e cirurgia de ambulatório os enfermeiros não aderiram à greve no dia de hoje”, observou a dirigente sindical.

Segundo Helena Jorge, os serviços de urgências estão a funcionar, em termos de pessoal de enfermagem, em regime de serviços mínimos, pelo que os utentes “podem ter de esperar mais do que as quatro horas habituais. Podem ser horas infinitas, mas vão ser todos atendidos”, assegurou.

“Já somos poucos enfermeiros e temos muitos utentes internados, pelo que apelamos a que as situações que não sejam realmente urgentes se desloquem para os centros.

 

Distribuída a 2 de Setembro
A revista internacional MIT Technology Review divulgou hoje a nomeação, pela primeira vez, de uma cientista portuguesa para a...

“É o reconhecimento pelo trabalho. Claro que estou muito satisfeita por receber o prémio. Acho que o mais importante não é o prémio, mas a tecnologia em si, o valor e o potencial que tem para melhorar qualidade de vida de muitos pacientes pelo mundo. É para isso que, realmente, eu trabalho”, disse à Lusa, a partir de Paris, a investigadora Maria José Pereira, de 28 anos.

Há mais de 10 anos que a revista MIT Technology Review, do Massachusetts Institute of Technology, reconhece as pessoas inovadoras que desenvolvem tecnologias com capacidade de transformar o mundo e, pela primeira vez, nomeia uma cientista portuguesa. Alguns dos nomes já nomeados nesta lista foram Larry Page e Sergey Brin, co-fundadores do motor de busca Google, e Mark Zuckerberg, co-fundador da rede social Facebook.

Licenciada em Ciências Farmacêuticas pela Universidade de Coimbra, Maria José Pereira contribuiu, nos Estados Unidos, para o desenvolvimento de um novo adesivo que funciona como uma cola e que permite reparar mais facilmente defeitos cardiovasculares que afectam seis bebés em cada mil nascimentos.

Este adesivo formado por um novo biomaterial irá simplificar consideravelmente o processo de reparação e reduzir a necessidade duma intervenção cirúrgica invasiva nos primeiros tempos de vida. Ao contrário dos outros materiais, a tecnologia deste material permite-lhe aderir fortemente ao tecido e resistir à constante pressão exercida num órgão, como o coração, em presença de sangue.

“O meu doutoramento foi pelo MIT Portugal e o programa dá-nos a oportunidade de trabalhar com investigadores no estrangeiro. Daí, na altura, ter ido para os Estados Unidos, onde conheci outros investigadores e surgiu a ideia deste projecto”, sublinhou a cientista portuguesa.

O Programa MIT Portugal é uma colaboração, desde 2006, entre universidades, centros de investigação portugueses, empresas e o MIT, que procura promover o investimento em ciência, tecnologia e educação superior como dinamizador do desenvolvimento económico e social em Portugal.

“Estava integrada numa equipa no Brigham & Women's Hospital, que faz parte da divisão de ciências para a saúde e tecnologia da Harvard-MIT, e colaborei também com investigadores do Children´s Hospital em Boston”, referiu Maria José Pereira. “Foi basicamente neste ecossistema em que havia pessoas muito boas tanto a nível da engenharia, como na parte clínica, que surgiu toda a ideia deste projecto. Foi uma equipa muito multidisciplinar e o ambiente muito rico de Boston que proporcionou este projecto”, acrescentou.

Actualmente, Maria José Pereira coordena a área de tecnologias de adesão na 'start up' Gecko Biomedical, localizada em Paris.

“Durante o meu doutoramento, foi submetida uma patente (para esta tecnologia por pesquisadores do MIT) e há várias tecnologias que estão relacionadas com este trabalho que foram licenciadas à Gecko Biomedical, que é uma 'start up' que está a trabalhar nesta tecnologia e outras plataformas para a adesão, sempre na área médica”, referiu.

A empresa, fundada em 2013, conseguiu o financiamento de oito milhões de euros e espera que esta tecnologia esteja disponível no mercado entre dois a três anos, segundo a MIT Portugal.

“Claro que (a nomeação) demonstra que somos (portugueses) capazes de fazer muito. A minha educação toda foi em Portugal, tive esta experiência nos Estados Unidos e ter conseguido obter este prémio é bastante importante”, sublinhou Maria José Pereira.

Os nomeados deste ano serão incluídos na edição impressa da revista de Setembro/Outubro, que será distribuída a 02 de Setembro.

 

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