Cancro da mama:
O serviço nacional de saúde do Reino Unido está a perspectivar uma nova opção de tratamento contra o cancro da mama que pode...

Uma nova opção de tratamento contra o cancro da mama - que pode substituir semanas de radioterapia por uma única sessão - está em processo de avaliação pelo National Health Service (NHS), o serviço nacional de saúde do Reino Unido, perspectivando-se que possa estar disponível para as doentes até do final do ano.

A alternativa clínica, designada radiação intra-operatória, é administrada através de uma sonda inserida no interior do seio, depois de o tumor ser removido por meio de uma cirurgia. A sonda emite radiação do exacto local da operação por cerca de 30 minutos.

Caso seja aprovada pelo NHS, este novo procedimento de oncologia – considerado adequado para doentes no estágio inicial da doença - pode beneficiar cerca de 36 mil pessoas no Reino Unido, além de permitir poupanças ao sistema de saúde

Actualmente, os doentes de cancro submetem-se a cirurgias para remover o tumor e depois sujeitam-se a séries variáveis de sessões de radioterapia para tentar debelar a doença, o que amplia os efeitos negativos do tratamento - como náuseas, queda de cabelo e perda de peso.

Testes realizados em mais de 2 mil pessoas indicam que a nova técnica tem um efeito similar à radioterapia convencional. No entanto, como o procedimento foi desenvolvido recentemente, não há dados de longo prazo disponíveis sobre os efeitos.

Além de reduzir o número de deslocações ao hospital, a dose única teria a vantagem de evitar danos potenciais em órgãos como coração, pulmão e esófago – um risco normalmente associado às séries de quimioterapia aplicadas em diversos tipos de cancro.

Segundo opinião de Carole Longson, do NICE (sigla do instituto britânico de excelência clínica), dado que o tratamento é novo, a sua utilização «deve ser avaliada cuidadosamente».

 

Encargos crescem 400% em seis anos
O Serviço Nacional de Saúde gastou em média no ano passado 575 mil euros por dia em medicamentos para a diabetes, com os...

Segundo um estudo da Autoridade Nacional do Medicamento (Infarmed), em 2013 a despesa do Estado com estes fármacos atingiu os 210 milhões de euros, quase um quinto do total dos medicamentos em ambulatório.

O trabalho, que será publicado no próximo boletim da instituição, defende que a despesa com os remédios para a diabetes “aumentou significativamente”, concluindo ainda que deve ser promovida “uma utilização mais racional” destes medicamentos, que traria “importante ganhos para o Serviço Nacional de Saúde (SNS)”.

 

Ordem defende cheques-dentista para diabéticos

A Ordem dos Médicos Dentistas quer que o programa do cheque-dentista seja alargado aos diabéticos, lembrando que é um grupo com riscos adicionais para problemas de saúde oral. Para o bastonário, Orlando Monteiro da Silva, na actual situação económica do país “deve ser ponderado o alargamento do programa a grupos de risco adicionais, como os diabéticos”.

Para isso, Monteiro da Silva frisa ser necessário um “aumento da dotação orçamental” do programa, recordando ainda que há cerca de um milhão de diabéticos diagnosticados no país.

Apesar de a questão das verbas necessários para alargar os cheques-dentista ser uma decisão do Ministério da Saúde, o bastonário considera que se trata de “um investimento que permite uma racionalização de custos”.

“Há uma relação enorme entre diabetes e saúde oral. A diabetes precisa de estar controlada para se ter uma boa saúde oral e vice-versa. É preciso um bom controlo da saúde oral, principalmente ao nível da gengiva e do osso, para que a diabetes não seja exacerbada", explicou. Monteiro da Silva reforça que não é possível haver um controlo efectivo da diabetes sem controlar a doença da boca e das gengivas.

O Programa Nacional de Promoção da Saúde Oral - dos cheques-dentista - abrange já crianças e jovens que frequentam as escolas públicas aos 7, 10, 13 e 15 anos, bem como grávidas seguidas nos serviços públicos, idosos que recebem o complemento solidário e portadores de VIH/sida.

Recentemente, a Entidade Reguladora da Saúde questionou a universalidade e equidade no acesso aos cheques-dentista, lembrando que ficam de fora crianças que frequentam escolas privadas e grávidas não seguidas nos serviços públicos.

 

Ministro da Saúde
O ministro da Saúde classificou como “imoral” o preço pedido pela indústria para o novo medicamento para a hepatite C, fármaco...

“O Infarmed está a autorizar tudo o que são casos de life saving [para salvar vidas]. E o que queremos é ter uma estratégia concertada com outros países que também não aprovaram o medicamento e que são a maioria. Para tentar baixar [o preço], porque obviamente o preço é totalmente imoral”, afirmou o ministro Paulo Macedo, a propósito do Dia Mundial contra a Hepatite, que se assinala ontem [28 de Julho].

O ministro já tinha sugerido uma aliança de vários países para tentar reduzir o preço dos novos medicamentos para a hepatite C, um novo grupo de fármacos que permite a cura definitiva em mais de 90% dos doentes tratados.

Paulo Macedo insistiu na ideia de uma estratégia concertada de vários países europeus, afirmando que Portugal quer, “de certeza, aceder à inovação”, mas com preços que tornem possível a sua comparticipação.

O ministro, aliás, citou o exemplo de outro medicamento para a hepatite C que já desceu cerca de 60% o seu preço face à proposta inicial dos laboratórios.

“Quando estamos a falar de negociações, de aceitar uma proposta/imposição num tempo ou noutro, e isso significa centenas ou dezenas de milhões de euros para os contribuintes, isso não admitimos”, afirmou.

 

SOS Hepatites diz que “imoral” é doentes morrerem sem novo medicamento

A presidente da Associação SOS Hepatites reage às declarações do ministro e esperava que o Governo aproveitasse o Dia Mundial das Hepatites para anunciar o acesso a este novo medicamento. Contudo, o resultado foi completamente diferente. A presidente da associação admite que tem lógica tentar conseguir um preço mais barato, mas se a espera demora muito vamos ter doentes a morrer de forma desnecessária.

Emília Rodrigues defende que este medicamento é caro mas vai poupar, a prazo, muito dinheiro ao Estado pois evita outro tipo de tratamentos e cura mais de 90% dos doentes em 3 meses.

A presidente da SOS Hepatites contesta ainda as palavras do ministro que falou em “imoralidade”. Segundo Emília Rodrigues, “não existe preço para uma vida humana e imoral é os doentes morrerem por não terem acesso a este medicamento”.

 

Estudo:
Os benefícios do exercício físico curto e intenso, nos idosos, foram comprovados por investigadores da Universidade de Abertay,...

Uma pesquisa realizada por especialistas da Universidade de Abertay conclui que os exercícios físicos mais curtos e intensos, nos idosos, são mais benéficos do que os tradicionais exercícios mais longos e pausados.

De acordo com este trabalho – publicado pela Sociedade Americana de Geriatria, Journal of the American Geriatrics Society – seis segundos de exercícios físicos intensos trazem grandes benefícios no bem-estar geral e na redução da pressão arterial.

O estudo surge numa altura em que surgem cada vez mais pessoas a adoptar o estilo de treino mais intenso e em menor espaço de tempo.

Assim, os investigadores escoceses fizeram uma comparação entre práticas de exercício físico. E as novas práticas revelaram-se, na população idosa, melhores do que as ditas convencionais.

Para chegar a esta conclusão, os investigadores analisou um grupo de idosos, que foram sujeitos a uma carga exercícios intensos de bicicleta, duas vezes por semana, durante 15 dias. Depois dos exercícios, os participantes no estudo de Abertay foram submetidos a exames, que revelaram uma menor pressão arterial (menos nove por cento) e uma maior capacidade pulmonar.

Por outro lado, os idosos revelaram que conseguiram realizar as tarefas do dia-a-dia com maior facilidade, em comparação com o período que antecedeu o estudo. Tarefas como levantar objectos pesados ou caminhar na rua tornaram-se menos duras, nesses reformados.

“Muitos problemas de saúde estão associadas ao comportamento sedentário – doenças cardiovasculares e diabetes. No entanto, se as pessoas se mantiverem activas, os riscos associados àquelas doenças podem ser reduzidos”, destaca John Babraj, investigador da Universidade de Abertay e coordenador deste estudo.

Há especialistas que defendem o exercício curto e intenso, em vez do treino convencional. Nestes segundos, o ritmo cardíaco é maior e há também um risco superior de ataque cardíaco ou derrames cerebrais.

Neste estudo, foi aplicada a abordagem em teoria mais segura, com o corpo levado ao limite, mas num curto espaço de tempo. Este método reduz os riscos, nos idosos, de forma muito significativa. No entanto, os investigadores salientam que os resultados deste trabalho não devem levar os idosos a correr riscos, sem se aconselharem com os médicos.

A pesquisa surge numa altura em que a população é cada vez mais envelhecida. Só no Reino Unido, há mais de 63 milhões de pessoas com mais de 65 anos de idade.

 

“Reforma estrutural”
Infarmed apresentou o Sistema Nacional de Avaliação de Tecnologias de Saúde. Ministro fala de “reforma estrutural”.

Os medicamentos e dispositivos médicos que não mostrem mais-valias na sua utilização no Serviço Nacional de Saúde vão poder ser descomparticipados após reavaliação. O procedimento vai passar a ser obrigatório para todos os produtos. O Infarmed apresentou o Sistema Nacional de Avaliação de Tecnologias de Saúde (SINATS), a primeira grande mudança em 15 anos na forma como o Estado decide que tecnologias de saúde financia.

Além de haver mudanças na forma como são avaliadas antes de se decidir a sua comparticipação, todas as tecnologias vão passar a ser reavaliadas em comparação com alternativas tendo por base não só a informação fornecida pelas empresas mas, pela primeira vez, dados sobre os efeitos nos doentes. Até aqui, os medicamentos só eram descomparticipados quando as empresas deixavam de mostrar interesse em vendê-los e os dispositivos não tinham avaliação de custo-efectividade antes da inclusão no SNS, bastando estar licenciados para serem usados.

João Martins, responsável pelo processo no Infarmed, adiantou ao iOnline que entre a informação que vai passar a ser ponderada vão estar avaliações sobre a qualidade de vida dos doentes tratados no SNS, por exemplo o impacto de um tratamento na sua capacidade para trabalhar. O especialista adianta que, passando a basear-se em informação de contexto real, estarão menos dependentes de dados fornecidos pelas farmacêuticas e ensaios clínicos, onde os doentes são seleccionados e podem não corresponder às populações tratadas.

Na apresentação, Paulo Macedo sublinhou a necessidade de, através do novo sistema, separar inovação de novidade. O ministro considerou o SINATS uma “reforma estrutural” com vista à sustentabilidade e uso eficiente e equitativo dos recursos: “Iremos financiar resultados mais do que expectativas”.

Descartando uma mera intenção de poupança, João Martins sublinhou que se trata de criar mecanismos que permitam encontrar o desperdício e conseguir, menorizando-o, financiar inovação. Para já o Infarmed abriu um período de auscultação para que peritos, indústria e sociedade civil possam contribuir para a definição dos regulamentos nos quais vão assentar as avaliações. João Martins adianta que, em Portugal, optou-se por não seguir um modelo como o inglês, em que é definido um preço máximo por ganhos de vida associados às tecnologias. Haverá ainda assim novas ferramentas, entre elas tornar obrigatório para produtos que cheguem ao mercado com resultados que mostrem "incerteza" um mecanismo de partilha de risco em que o Estado só paga os tratamentos que funcionam. Outra novidade serão períodos de uso monitorizado para avaliar o efeito.

O sistema entra em vigor em 2015. Em matéria de reavaliações, o Infarmed prevê começar por áreas onde já existem registos nacionais com dados de doentes tratados no SNS, como oncologia e VIH. A cada ano, em função da evolução do mercado e também dos gastos do SNS, serão decididas as prioridades de reavaliação. Em causa está um universo de 16 mil medicamentos e 600 mil dispositivos.

 

Secretário de Estado da Saúde felicitou
A X Conferência da Rede Global de Centros Colaboradores para Enfermagem e Obstetrícia, decorreu pela primeira vez em Portugal,...

O secretário de Estado da Saúde, Manuel Ferreira Teixeira, “felicitou a Escola Superior de Enfermagem de Coimbra (ESEnfC) por ter integrado a Rede Global de Centros Colaboradores da OMS para Enfermagem e Obstetrícia”, sendo o primeiro centro colaborador da Península Ibérica para esta área e o quarto activo a nível europeu. Manuel Teixeira interveio na X Conferência da Rede Global de Centros Colaboradores da Organização Mundial de Saúde (OMS) para Enfermagem e Obstetrícia, que decorreu no centro de congressos do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC).

Foi a primeira vez que os Centros Colaboradores da Organização Mundial de Saúde (OMS) para Enfermagem e Obstetrícia se reuniram em Portugal. Assessores e conselheiros regionais da OMS dos cinco continentes debateram o papel que os Estados, as organizações, os profissionais de saúde (sobretudo os enfermeiros) e a sociedade civil podem ter na redução das desigualdades em saúde.

Para Aida Cruz Mendes, vice-presidente da ESEnfC para a área científica e membro da organização da Conferência, “a Enfermagem pode oferecer serviços de proximidade às populações e ajudá-las a melhorar o acesso” à saúde. Porém, “há indicadores que mostram a existência de défices na oferta de cuidados de Enfermagem às populações”, sublinha a professora coordenadora da ESEnfC, ao apontar algumas situações que vêm condicionar o igual acesso aos cuidados de saúde. A título de exemplo: a falta de informação, de recursos financeiros e de conhecimentos para que os cidadãos possam escolher e saber usar o sistema de saúde.

Fernando Amaral, outro professor da ESEnfC responsável pela organização do encontro, afirmou mesmo: “Atrevo-me a dizer que, neste momento, existem doentes a morrer por falta de cuidados de Enfermagem. Quando há úlceras de pressão, quando aumentam as infecções ligadas aos cuidados de saúde, quando a satisfação com os cuidados é menor, isso é, claramente, espelho dessa falta de profissionais qualificados”.

O evento contou com o patrocínio da Direcção-Geral da Saúde, e foi organizado pela ESEnfC, pela sua Unidade de Investigação em Ciências da Saúde: Enfermagem (UICISA: E) e pela Rede Global dos Centros Colaboradores da OMS para Enfermagem e Obstetrícia.

 

Designação da ESEnfC como Centro Colaborador da OMS

Durante o evento foi feito o anúncio público da designação da Escola Superior de Enfermagem de Coimbra como Centro Colaborador da OMS para Enfermagem e Obstetrícia, o primeiro na Península Ibérica, que será dirigido pela professora Ananda Maria Fernandes.

Realizar investigação e identificar modelos de boas práticas em Enfermagem e Obstetrícia, contribuindo para o compêndio da OMS Europeia, colaborar na organização e realização de reuniões internacionais, cursos de formação e workshops, fazer a divulgação e a tradução de documentos, são propósitos e obrigações dos centros colaboradores da OMS.

 

Presidente da Câmara de Coimbra defende integração da ESEnfC na Universidade

O presidente da Câmara Municipal de Coimbra, Manuel Machado, defendeu que a Escola Superior de Enfermagem de Coimbra (ESEnfC) deve ser integrada na Universidade de Coimbra.

A autarca falou durante a recepção a alguns dos participantes na X Conferência da Rede Global de Centros Colaboradores da Organização Mundial de Saúde (OMS) para Enfermagem e Obstetrícia.

O economista Manuel Machado foi, assim, ao encontro da posição há muito defendida pela ESEnfC e a sua Presidente, Maria da Conceição Bento, que sustenta a pertinência da integração no ensino universitário. Em Março último, a esmagadora maioria dos docentes da ESEnfC subscreveu mesmo uma moção, que dirigiu ao ministro da Educação e Ciência, aduzindo argumentos nesse sentido.

O investimento realizado na formação avançada dos docentes, com tradução em investigação em Enfermagem, num centro (Unidade de Investigação em Ciências da Saúde: Enfermagem) acreditado, desde 2004, pela FCT e em cooperação com faculdades de Enfermagem e centros de investigação de universidades de outros países, é uma das razões invocadas.

 

Em Coimbra
São cerca de 70 os especialistas, conselheiros e líderes mundiais da OMS presentes na Assembleia Geral da Rede Global dos...

Começou pelas 8h30 de hoje (dia 28 de Julho), na Escola Superior de Enfermagem de Coimbra – Polo B, e termina amanhã (pelas 17h30), a 17ª Assembleia Geral da Rede Global dos Centros Colaboradores da Organização Mundial de Saúde (OMS) para Enfermagem e Obstetrícia, importante fórum mundial com representantes das seis regiões da OMS.

São cerca de 70 os especialistas, conselheiros e líderes mundiais da OMS presentes nessa Assembleia Geral, com observadores oriundos de 20 países: Estados Unidos da América, Canadá, Jamaica, Colômbia, Brasil, México, África do Sul, Botswana, Finlândia, Escócia, Eslovénia, Portugal, Jordânia, Myanmar, Tailândia, Índia, Japão, China, Coreia, Austrália e Hong Kong.

Em causa, além da escolha da localização da próxima Conferência da Rede Global (com uma candidatura de Glasgow) e da transferência da sede da respectiva direcção – a actual secretária-geral para o período 2008-2014, Isabel Amélia Mendes, do Brasil, termina funções, sucedendo-lhe John Daly, da Austrália – estão questões como os desafios na área de Recursos Humanos para a Saúde e o papel a desempenhar pela Enfermagem e Obstetrícia para assegurar a cobertura universal dos cuidados de saúde.

Judith Shamian, presidente do Conselho Internacional de Enfermeiros, Frances Ganges, chefe-executivo da Confederação Internacional de Parteiras, e Ruediger Krech, representante da directora-geral da OMS, são algumas das personalidades presentes nesta Assembleia Geral.

Fundada em 1988, esta Rede Global dos Centros Colaboradores da OMS é uma organização independente, internacional e sem fins lucrativos, que se esforça por maximizar o contributo da Enfermagem e da Obstetrícia para a promoção da saúde para todos, em parceria com a OMS e seus Estados-membros, centros membros, ONGs e outros interessados na promoção da saúde das populações.

Na última quarta-feira, a Escola Superior de Enfermagem de Coimbra foi oficialmente designada Centro Colaborador da OMS para Enfermagem e Obstetrícia, o primeiro na Península Ibérica, que será dirigido pela professora Ananda Maria Fernandes. A cerimónia ocorreu durante a X Conferência da Rede Global de Centros Colaboradores da OMS para Enfermagem e Obstetrícia, no centro de congressos do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra.

 

Menor rentabilização dos enfermeiros significa
A Ordem dos Enfermeiros quer maior rentabilização do exercício profissional da Enfermagem, porque o não reconhecimento das suas...

“Temos constatado que, frequentemente, as organizações e unidades de saúde utilizam políticas de gestão de recursos humanos inadequadas, ignoram competências dos enfermeiros especialistas”, afirma o Bastonário da Ordem dos Enfermeiros (OE).

Para o Enf.º Germano Couto, desse modo o cidadão fica privado de cuidados de Enfermagem especializados, ao mesmo tempo que se promove um quadro de desregulação profissional com consequências negativas para os cidadãos e para os profissionais de saúde.

Recorda que é a pensar na qualidade e na segurança dos cuidados prestados à população que a Ordem dos Enfermeiros tem defendido ao longo dos anos mais autonomia para os enfermeiros, e também para os especialistas em Enfermagem de Saúde Materna e Obstétrica.

Ao intervir na X Conferência da Rede Global dos Centros Colaboradores da OMS (Organização Mundial de Saúde) para Enfermagem e Obstetrícia, sexta-feira à tarde em Coimbra, o Bastonário salientou que diversos relatórios internacionais põem em evidência esses bloqueios ao reconhecimento das especialidades e da autonomia dos enfermeiros em Portugal.

Recorrendo a um exemplo recente, disse que a Ordem dos Enfermeiros “ficou perplexa” ao tomar conhecimento da posição da Direcção-Geral da Saúde (DGS) quanto à realização dos partos na água no Centro Hospitalar de Setúbal.

Essa determinação da DGS – acrescentou – “desrespeita a autonomia da profissão, na medida em que ignora o enquadramento legal vigente que regula o exercício profissional dos Enfermeiros Especialistas em Enfermagem de Saúde Materna e Obstétrica (EEESMO)”.

Em consequência, os enfermeiros do Hospital de S. Bernardo, em Setúbal, suspenderam o parto na água. “Este era o único hospital do País que realizava partos na água em ambiente favorável, com excelentes condições de trabalho e com cuidados de qualidade”, sublinho o Enf.º Germano Couto.

O Centro Hospitalar de Setúbal, onde se realizavam os partos na água, contabiliza 6% de cesarianas e 6% de partos instrumentados, de acordo com um estudo português apresentado em Junho em Praga, no Congresso da Confederação Internacional de Parteiras.

Segundo o Bastonário da OE, a esses 12 % de partos distócicos do Centro Hospitalar de Setúbal contrapõem-se os “da média dos restantes contextos em Portugal, com taxas que rondam os números vergonhosos entre os 30 e os 40%”.

“A autonomia dos EEESMO/Parteiras no desenvolvimento das suas competências traduz-se em ganhos de saúde para as mulheres, crianças e, consequentemente, para os serviços, onde a tomada de decisão que orienta o seu exercício autónomo tem por base os resultados da evidência científica”, salienta.

Para o Enf.º Germano Couto, “é preciso que os enfermeiros integrem as políticas de saúde, no sentido de influenciar positivamente as mesmas”.

Um bom exemplo em curso é o projecto ‘Maternidade com Qualidade’, desenvolvido pela Mesa do Colégio da Especialidade em Enfermagem e Saúde Materna e Obstétrica da OE, que visa garantir a segurança e qualidade dos cuidados através da efectiva regulação do exercício profissional.

Este projecto – acrescenta – solicita aos enfermeiros que apliquem, na sua prática clínica, indicadores de evidência (qualidade) e que os registem em indicadores de medida (quantidade), com o intuito de construir/produzir um modelo de vigilância da gravidez, parte e puerpério com qualidade, onde a mulher é o centro das atenções.

Para os participantes no congresso, organizado pela Escola Superior de Enfermagem de Coimbra, o Bastonário da Ordem dos Enfermeiros deixou o apelo para que invistam cada vez mais na formação, e que esta seja reconhecida pelos serviços onde trabalham.

“O reconhecimento das competências dos enfermeiros e a aposta na investigação são os pontos-chave para o desenvolvimento do exercício da profissão, que tem como ponto primordial prestar cuidados de saúde ao cidadão, com qualidade e segurança”.

Na X Conferência da Rede Global dos Centros Colaboradores da OMS, que terminou sexta-feira, a Escola Superior de Enfermagem de Coimbra foi reconhecida como o primeiro centro colaborador da Organização Mundial de Saúde da Península Ibérica.

“É sem dúvida uma honra para o nosso país e para a enfermagem este reconhecimento. Esta conquista traduz o reconhecimento da OMS pela qualidade do ensino e da investigação desenvolvida por esta instituição de ensino em enfermagem”, sublinhou o Bastonário da OE.

 

Circular Informativa N.º 161/CD/8.1.7.
O medicamento Solvium, ibuprofeno, gel, 50 mg/g vai ser recolhido voluntariamente pela empresa Ómega Pharma.

A empresa Omega Pharma Portuguesa irá proceder à recolha voluntária do lote n.º 12A16, com a validade 01/2015, do medicamento Solvium, ibuprofeno, gel, 50 mg/g com o número de registo 3439593, por terem sido detectados resultados fora das especificações.

O titular de AIM informou que, no decorrer dos estudos de estabilidade, foram detectados resultados fora de especificações no parâmetro doseamento da substância activa no fim do prazo de validade do medicamento.

Assim, o Infarmed determina a suspensão imediata da comercialização deste lote.

Face ao exposto:

- As entidades que possuam este lote de medicamento em stock não o podem vender, dispensar ou administrar, devendo proceder à sua devolução.

- Os doentes que estejam a utilizar medicamentos pertencentes a este lote não o devem utilizar. Logo que possível, devem contactar o médico ou o farmacêutico para que lhes seja indicado um medicamento alternativo.

 

Linkedcare
Aplicação online portuguesa para a prática médica chega aos 2 mil médicos. A maioria é da área da medicina geral e familiar.

A linkedcare, aplicação gratuita que liga médicos e cidadãos com o objectivo de criar o primeiro ecossistema digital na área da saúde a nível mundial, em menos de um ano de operação, reúne já na sua aplicação mais de 2 mil profissionais de saúde, dos quais 30% são médicos de medicina geral e familiar.

Em termos de participação conclui-se que são os médicos de medicina geral familiar que estão mais presentes na aplicação seguindo-se a medicina dentária, medicina interna e cirurgia geral.

É de salientar que dos profissionais inscritos, 67% são do sexo masculino e 33% do feminino e pertencentes maioritariamente à Administração Regional de Saúde (ARS) de Lisboa e Vale do Tejo e à ARS Norte. Apesar das cidades com mais peso serem Lisboa e Porto, tem-se vindo a verificar cada vez mais inscrições de especialistas provenientes de Braga, Coimbra e Aveiro.

“Estes dados reflectem o reconhecimento actual da linkedcare junto da comunidade médica portuguesa. O nosso objectivo é o de criar um ecossistema de saúde ao nível digital, por isso acreditamos que brevemente este perfil irá alterar-se com a entrada de mais especialidade e de médicos de todo o nosso Portugal”, afirma Nuno Pacheco, co-fundador da linkedcare.

“A comunidade médica tem vindo a perceber as vantagens que a linkedcare oferece não só em termos de ver centralizada toda a informação médica sobre os seus pacientes mas também da gestão integrada de toda a sua prática clínica recorrendo às diversas funcionalidades da plataforma: prescrição electrónica, consultas online com um elevado nível de segurança; publicação do perfil do médico e da agenda de disponibilidade para consultas; ligação e partilha de informação médica com os pacientes; entre outros”, conclui o mesmo responsável.

Através da linkedcare o médico ganha uma ferramenta única para toda a prática médica e um novo canal para partilha de informação com os seus pacientes. A partilha segura de informação possibilita envolver os pacientes na prevenção e tratamento da doença, obter um melhor conhecimento do seu historial clínico e tomar decisões de forma mais segura e informada.

A linkedcare dispensa a instalação de software e pode ser acedida através de um computador com ligação à internet, sem custos para médicos e cidadãos.

Para mais informações consulte: http://mylinkedcare.com/ e http://www.linkedcare.com/

 

Congresso Internacional – 25 e 26 de Setembro
Especialistas debatem o impacto das infecções hospitalares em Portugal. Um em cada 10 doentes é infectado nas unidades de saúde...

Cerca de 400 especialistas nacionais e internacionais estarão reunidos nos dias 25 e 26 de Setembro para debater as infecções hospitalares e o impacto socioeconómico que as mesmas têm no nosso país. A taxa deste tipo de infecções em Portugal é superior à média europeia, situando-se nos 10,6%, o que demonstra que um em cada dez doentes é infectado nos hospitais nacionais*. Estas e outras temáticas, nomeadamente as formas de prevenção e as políticas de saúde no controlo destas doenças serão abordadas no Congresso Internacional “Prevenir e tratar as Infecções Associadas aos Cuidados de Saúde (IACS). Métodos de Actuação Translacional”, organizado pela Associação Portuguesa de Infecção Hospitalar, instituição que integra a EUNETPIS - European Network to Promote Infection Prevention for Patient Safety - a qual patrocina cientificamente o Congresso.

O evento, a decorrer no Centro de Congressos dos Hospitais da Universidade de Coimbra, integra as comemorações dos 35 Anos do Serviço Nacional de Saúde e contará entre outros, com a presença de Francisco George, Director Geral de Saúde e oradores internacionais que partilharão com os especialistas portugueses as práticas comuns noutros países da Europa e CPLP.

No dia 25, para além de aguardarmos a presença do Senhor Ministro da Saúde para presidir à Mesa da Sessão de Abertura destacamos, pelas 09:00 horas, a mesa-redonda “A importância das instalações e equipamentos na prevenção e controlo das IACS”, bem como a conferência “Políticas de saúde na prevenção e controlo das IACS”, proferida por Francisco George. No período da tarde salientamos a mesa-redonda “Economia da Saúde e custos associados às IACS”, agendada para as 16:30 horas.

“As vacinas na prevenção das IACS”, marcada para as 9:30 horas do dia 26, é o tema de abertura do segundo dia do congresso. Ao final da manhã destacamos a mesa-redonda “IACS- experiências internacionais”, que contará com a presença de oradores especialistas oriundos de Espanha, Itália, Angola e Reino Unido.

O programa do Congresso está disponível em www.apih.pt.

* Dados de um estudo europeu realizado entre Maio e Junho de 2012, que incluiu 43 hospitais portugueses.

 

Estas marcas tão indesejadas na pele
A nossa pele dispõe de uma camada intermediária formada por colagénio e elastina responsáveis pela s
Estrias

Apesar de as mulheres serem normalmente mais afectadas, o facto é que as estrias não escolhem sexo nem idade. Mulheres, homens, adolescentes e crianças todos podem ser afectados. As zonas mais afectadas são normalmente os seios, coxas, cintura, nádegas e barriga. Podem afectar também os braços e pernas.

A sua distribuição nestas zonas já está bem caracterizada. Na barriga surgem em redor do umbigo, nas coxas e nádegas de forma oblíqua, nos seios orientadas em direcção à auréola, no tronco e nas raízes dos braços e pernas são transversais. As estrias são habitualmente simétricas e, na maioria dos casos, perpendiculares ao sentido de maior tensão aquando da distensão. A estria é de facto uma distensão da pele. Esta pode acontecer em virtude de diversos factores. Puberdade, a gravidez, o aumento de peso e algumas doenças, crescimento ou súbita redução de peso são os mais normais. Sob o efeito das hormonas, os fibroblastos (células fundamentais da pele que fabricam elastina e colagénio) sofrem o desequilíbrio que provoca uma diminuição das fibras colagénicas e elásticas que dão consistência, suporte e flexibilidade à pele. Desta forma e à medida que a pele se vai tentando adaptar à nova forma, as estrias vão surgindo. A pele ao ser demasiado esticada rompe-se, as bordas cicatrizam e pronto, está criada a estria.

Com o tempo as marcas tendem a aclarar, passando de vermelho a branco, mas não desaparecem na totalidade. Há uma fase inicial inflamatória, em que as estrias são ligeiramente planas ou elevadas, com uma cor púrpura, começando rapidamente a alargar e a alongar, passando para uma cor violácea. Na fase seguinte, chamada cicatricial, as estrias vão evoluir para o seu aspecto definitivo: uma atrofia provoca uma depressão cutânea, a epiderme mais fina nessa zona adquire um aspecto branco nacarado mas também pode, muito raramente, pigmentar-se e ficar do tom da pele. Se não forem tratadas, as estrias vão persistir indefinidamente. Podem quanto muito diminuir ligeiramente de tamanho e a sua cor atenuar-se ligeiramente.

Existem vários tipos de tratamentos para este problema:

Laser: É um tratamento bastante actual para a redução das estrias. Os tipos de lasers utilizados para o tratamento de estrias têm afinidade pela água da pele e, ao atingir a pele, promovem a sua vaporização localizada. Isso estimula uma nova organização desse tecido, com formação de novas fibras de colagenio e elastina. Um tipo muito utilizado é o Laser Fraccionado de CO2, por promover uma grande melhoria, com poucos efeitos colaterais.

Dermoabrasão: É realizado um tipo de lixamento da pele que, ao escoriar a pele, elimina uma boa parte da camada superficial. Isso também estimula um processo cicatricial na pele, ajudando na produção de colagénio e elastina.

Ácidos: O tratamento é realizado através da aplicação de creme ou gel à base de ácido retinóico ou alfa-hidroxi-ácidos (AHA) que acelera a renovação celular e actua na formação de colagénio novo. Os resultados começam a ser percebidos após um ano e deve ser interrompido se a pessoa for para o sol.

Lipoaspiração: Para alguns casos a aspiração da gordura superficial na região onde não há estrias estimula a produção de colagénio da pele, melhorando a sua elasticidade.

Peeling: Este tratamento é realizado através do lixamento da pele feito com um aparelho que promove um tipo de peeling profundo, ou dermoabrasão, devido à acção abrasiva de um jacto de micro-cristais de óxido de alumínio. O peeling elimina de forma suave e uniforme as camadas superficiais da epiderme. O que leva a regeneração celular, resultando no surgimento de uma nova pele.

Há alguns cuidados que podemos ter para evitar o aparecimento de estrias. Devemos cuidar da nossa pele, hidratando-a e nutrindo-a ao máximo para que esta mantenha a sua elasticidade. Evitar o aumento e diminuição de peso de uma forma repentina, não vestir roupas muito apertadas, praticar exercício físico. A utilização de cremes que contenham na sua composição elementos que permitam a reorganização do colagénio e elastina presentes na nossa pele são também muito eficazes.

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico e/ou Farmacêutico.
Sensibilidade e dor
As cavidades (cárie dentária) são as áreas que perderam substância como resultado de um processo que
Homem com dor de dentes

Juntamente com a constipação comum e a doença das gengivas, a cárie figura entre as afecções humanas mais comuns. A cárie continuará a desenvolver-se se não for tratada de forma adequada por um estomatologista. Uma cárie sem tratamento pode representar a perda do dente.

Causa das cáries

Devem existir condições propícias para o desenvolvimento da cárie dentária. A bactéria produtora de ácido deve estar presente e o alimento, para que prospere, deve estar ao seu alcance. Portanto, um dente propenso à cárie é aquele que tem relativamente pouco flúor, orifícios pronunciados ou fissuras que retêm a denominada placa bacteriana (depósitos de bactérias que se acumulam nos dentes). Embora a boca contenha grande quantidade de bactérias, só algumas causam a cárie, sendo o Streptococus mutans a bactéria mais comum.

A cárie desenvolve-se de maneira diferente, segundo a sua localização no dente. A cárie da superfície lisa é a de desenvolvimento mais lento e constitui o tipo mais evitável e reversível. Neste caso, a cavidade inicia-se como um ponto branco onde as bactérias dissolvem o cálcio do esmalte. De um modo geral, é entre os 20 e os 30 anos de idade que começam as cáries da superfície lisa.

Normalmente, é por volta dos 10 anos de idade que começam as cáries de orifícios e fissuras nos dentes permanentes. Forma-se nas estrias apertadas da superfície mastigatória dos molares ao lado da bochecha e é um tipo de cárie que avança rapidamente. Muitas pessoas não conseguem limpar adequadamente estas áreas propensas à cárie porque as estrias são mais apertadas do que as cerdas da escova de dentes.

A cárie da raiz começa na camada de tecido ósseo que cobre a raiz (cimento), quando esta fica exposta pelo retrocesso das gengivas. Em geral, afecta pessoas de meia-idade ou mais velhos e, muitas vezes, a causa deste tipo de cárie reside na dificuldade em limpar as áreas da raiz e no alto conteúdo de açúcares da dieta. A cárie de raiz pode ser a mais difícil de evitar.

É lento o avanço da cárie no esmalte (a camada externa e dura do dente). Depois de penetrar na segunda camada do dente, mais suave e menos resistente, denominada dentina, a cárie estende-se rapidamente e avança para a polpa dentária, tecido com numerosos nervos e vasos sanguíneos, que se encontra no mais profundo do dente. Embora uma cárie possa levar entre 2 e 3 anos a penetrar no esmalte, num só ano pode passar da dentina à polpa e inclusive afectar uma área muito maior. Por isso, a cárie da raiz que se inicia na dentina pode destruir em pouco tempo grande parte da estrutura do dente.

Sintomas das cáries

Nem todas as dores de dentes se devem à cárie. A dor pode ser consequência de uma raiz demasiado exposta mas sem cárie, de uma mastigação excessivamente enérgica ou devido a um dente fracturado. A congestão dos seios frontais pode causar dor nos dentes superiores.

Uma cárie no esmalte, de um modo geral, não causa dor; esta começa quando a cárie atinge a dentina. Uma pessoa pode sentir dor só quando bebe algo frio ou come algo doce, o qual indica que a polpa está ainda sã. Se a cárie for tratada nesta fase, o estomatologista pode habitualmente salvar o dente e é provável que não se produzam outras dores nem dificuldades na mastigação.

São irreversíveis os danos que causa uma cárie que chega muito próximo da polpa ou inclusive que a atinja. A dor persiste, mesmo depois do estímulo (por exemplo, água fria). O dente pode doer também sem qualquer estímulo (dor de dentes espontânea).

Quando as bactérias atingem a polpa dentária e esta morre, a dor pode cessar temporariamente. Mas em breve (de horas a dias), o dente dói, tanto ao morder como ao pressioná-lo com a língua ou com um dedo, porque a inflamação e a infecção se propagaram para além da extremidade da raiz, causando um abcesso (uma acumulação de pus). O pus acumulado à volta do dente tende a retirá-lo do seu alvéolo e a mastigação volta a colocá-lo no seu sítio, o que causa uma dor intensa. O pus pode acumular-se, originando inflamação da gengiva adjacente, ou propagar-se extensamente através do maxilar (celulite) e drenar na boca, ou inclusive através da pele junto ao maxilar inferior.

Diagnóstico e prevenção das cáries

Se uma cárie for tratada antes de fazer doer, é provável que o dano causado na polpa seja ligeiro, salvando-se a maior parte da estrutura do dente. Para a sua detecção precoce o estomatologista informa-se sobre a dor, examina os dentes com instrumentos adequados para detectar o grau de sensibilidade e de dor, podendo também fazer radiografias. O controlo dentário deve efectuar-se todos os 6 meses, embora nem todas as revisões incluam radiografias. Dependendo da avaliação do estomatologista sobre a dentadura, as radiografias podem fazer-se entre os 12 e os 36 meses seguintes.

A chave para a prevenção da cárie baseia-se em cinco estratégias gerais: uma boa higiene oral, uma dieta equilibrada, o flúor, as massas de obturação e uma terapia antibacteriana.

Higiene oral

Uma boa higiene oral pode controlar eficazmente a cárie da superfície lisa. Esta consiste na escovagem antes ou depois do pequeno-almoço, antes de deitar e em passar o fio dental diariamente para eliminar a placa bacteriana. A escovagem previne a cárie que se forma nos lados dos dentes e o fio dental atinge os pontos entre os dentes que não se atingem com a escova. Pode utilizar-se um estimulador gengival com pontas de borracha para retirar os resíduos de alimentos alojados na margem das gengivas e das superfícies que estão face aos lábios, às bochechas e ao palato.

Qualquer pessoa com uma destreza manual normal demora três minutos a escovar os dentes correctamente. No início, a placa bacteriana é bastante mole e limpa-se com uma escova de cerdas suaves e fio dental, no mínimo uma vez por dia, o que também contribuirá para prevenir as cáries. No entanto, a placa bacteriana torna-se mais difícil de retirar quando se calcifica, processo que começa cerca de 24 horas mais tarde.

Dieta

Embora todos os hidratos de carbono possam causar um certo grau de cárie dentária, os maiores culpados são os açúcares. Todos os açúcares simples têm o mesmo efeito sobre os dentes, incluindo o açúcar de mesa (sacarose) e os açúcares do mel (levulose e dextrose), das frutas (frutose) e do leite (lactose). Quando o açúcar entra em contacto com a placa bacteriana, o Streptococcus mutans, a bactéria presente na placa, produz ácido durante uns vinte minutos. A quantidade de açúcar ingerida é irrelevante; o importante é o tempo em que o açúcar permanece em contacto com os dentes. Por isso, saborear uma bebida açucarada durante uma hora torna-se mais prejudicial do que comer um rebuçado em cinco minutos, embora o rebuçado contenha mais açúcar.

Portanto, uma pessoa com tendência para desenvolver cáries deve evitar os doces.

O bochecho depois de comer uma sanduíche de presunto elimina parte do açúcar, mas a escovagem é mais eficaz. Como prevenção é útil tomar bebidas não alcoólicas adoçadas artificialmente, embora as coca-colas dietéticas contenham um ácido que pode contribuir para a cárie dentária. Tomar chá ou café sem açúcar contribui para a prevenção da cárie, particularmente nas superfícies expostas das raízes.

Flúor

O flúor proporciona aos dentes, e ao esmalte em particular, uma maior resistência contra o ácido que contribui para a cárie. O flúor ingerido é particularmente eficaz até aos 11 anos de idade, aproximadamente, quando se completa o crescimento e o endurecimento dos dentes. A fluoração da água é o modo mais eficaz de administrar o flúor às crianças. Em alguns países a água já contém flúor suficiente para reduzir a cárie dentária. Contudo, se a água fornecida tiver demasiado flúor, os dentes podem apresentar manchas ou alterações de cor. Quando a água que se dá às crianças não contém flúor, tanto o médico como o dentista podem prescrever pastilhas ou gotas de fluoreto de sódio. O estomatologista pode aplicar o flúor directamente nos dentes de pessoas de qualquer idade que sejam propensas à cárie dentária. Também dão bons resultados os dentífricos que contenham flúor.

Ocludentes

Podem utilizar-se determinadas substâncias oclusivas para aumentar a resistência ao desenvolvimento de fissuras nos dentes posteriores. Depois de ter limpo cuidadosamente a área que deve ser coberta, o estomatologista acondiciona o esmalte e coloca um líquido plástico nas fissuras dos dentes. Quando o líquido endurece, forma-se uma barreira eficaz e todas as bactérias do interior da ranhura interrompem a formação de ácido sem possiblidade de contacto com o alimento de que necessitam. O ocludente dura bastante tempo; cerca de 90% permanecem ao fim de um ano e 60% ao fim de 10 anos, mas às vezes pode ser necessária uma reparação ou substituição.

Terapia antibacteriana

Algumas pessoas alojam na boca bactérias especialmente activas que causam a cárie dentária. Os pais podem transmitir essas bactérias aos seus filhos, provavelmente através do beijo. As bactérias desenvolvem-se na boca da criança, a partir da primeira dentição, e mais tarde podem causar cárie. Deste modo, a tendência para a cárie dentária de tipo familiar não reflecte necessariamente uma escassa higiene bucal nem a existência de uma alimentação inadequada.

Uma terapia antibacteriana pode ser necessária em pessoas muito propensas à cárie. Em primeiro lugar, o estomatologista elimina a cárie da zona danificada e cobre com massa todas as cavidades e fissuras dos dentes; posteriormente prescreve um bochecho com um colutório (cloro-hexidina) durante várias semanas, para eliminar as bactérias que ficam na placa bacteriana. Com isso pretende-se que bactérias menos nocivas substituam as causadoras da cárie. Para manter essas bactérias sob controlo, devem fazer-se diariamente bochechos de flúor e mastigar pastilhas que contenham xilitol.

Tratamento das cáries

Se a cárie se evitar antes de atingir a dentina, o esmalte repara-se espontaneamente e a mancha branca do dente desaparece. Uma vez que a cárie atinja a dentina, deve extrair-se a parte do dente com cárie e substituí-la por uma massa (restauração). O tratamento da cárie na sua fase prematura mantém a força do dente e limita a possibilidade de danos na polpa.

Obturações

Vários materiais utilizados para as obturações podem ser colocados na base cavitária ou à volta do dente. A amálgama de prata é a mais usada nas obturações dos molares, onde a resistência é importante e a cor da prata mal se vê. A amálgama de prata é relativamente barata e dura, em média, 14 anos. A obturação de ouro (incrustações) é mais cara e requer, no mínimo, duas visitas ao estomatologista; no entanto, é mais resistente e serve para as cáries maiores.

O uso dos compostos de resina e das obturações de porcelana está indicado para os dentes da frente, onde a prata seria demasiado visível. A aplicação destes compostos nos molares é cada vez mais frequente e a vantagem é a sua semelhança com a cor do dente. No entanto, são mais caros do que as amálgamas de prata e provavelmente duram menos, particularmente nos molares que estão submetidos à força da mastigação.

Nas pessoas com predisposição para a cárie na área adjacente às gengivas, pode recomendar-se uma obturação derivada do vidro, também de cor semelhante ao dente, cuja propriedade é a de libertar flúor uma vez colocada no dente. Outra aplicação desta substância é nas áreas que ficam danificadas devido a uma escovagem demasiado enérgica.

Tratamento da raiz e extracção de dentes

Quando a cárie aprofunda o suficiente para danificar a polpa de forma permanente, o único modo de suprimir a dor é retirar a polpa através do canal da raiz (tratamento endodôntico) ou extrair o dente. Um molar tratado por endodontia está mais bem protegido por uma capa (coroa) que abranja toda a superfície de mastigação. O método de restauração dos dentes da frente que tenham recebido tratamento da raiz está condicionado pela parte que ficar do dente. Excepcionalmente, ao fim de uma ou mais semanas a contar do tratamento endodôntico, podem aparecer febre, dor de cabeça ou então uma inflamação do maxilar, do pavimento da boca ou da garganta. Estas complicações requerem cuidados médicos.

Se se extrair um dente, deve-se substituí-lo o mais cedo possível; caso contrário, os dentes próximos podem mover-se e alterar a forma da dentada. A substituição pode ser uma ponta, uma dentadura parcial fixa, que reveste com coberturas os dentes de cada lado do extraído, ou uma dentadura postiça. Também se podem fazer implantes para substituir um dente.

Uma coroa é uma reconstrução que se adapta sobre um dente. Uma coroa bem moldada requer, de modo geral, duas visitas ao estomatologista, embora às vezes possa necessitar de mais. Na primeira visita, o estomatologista prepara o dente, afiando-o ligeiramente, depois faz um molde do dente e coloca uma coroa provisória sobre o mesmo. O molde serve para desenhar a coroa permanente num laboratório de prótese dentária. Na consulta seguinte, substitui-se a coroa provisória pela permanente que se cimenta no dente já preparado.

As coroas são feitas, habitualmente, com uma liga de ouro ou de outro metal. A porcelana serve para dissimular a cor do metal. As coroas também podem ser feitas de porcelana, mas esta é mais dura e abrasiva do que o esmalte do dente e pode desgastar o dente oposto. Além disso, as coroas de porcelana ou de outro material semelhante são mais propensas a quebrarem-se do que as metálicas.

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Um dador de sangue em cada 3000 é portador, em Inglaterra, do vírus da Hepatite E que pode provocar doença do fígado, de acordo com um estudo que levanta a questão da introdução de exames de rotina para a transfusão sanguínea na Europa.

Publicado hoje na revista médica The Lancet, a propósito do Dia Mundial contra a Hepatite, o estudo baseou-se na análise sistemática de dadores de sangue e mostrou que 79 dadores, em 225 mil, estavam infectados por uma versão do vírus VHE, o genótipo 3, predominante nos países desenvolvidos.

A hepatite E pode ser contraída através de animais, alimentos ou água infectada, nomeadamente nos países em desenvolvimento, assim como através das transfusões sanguíneas. Durante a gravidez, pode igualmente ocorrer a transmissão da infecção de mãe para filho. O vírus foi transmitido em 18 de 43 doentes (42%) que receberam produtos sanguíneos com resultados positivos aos testes, indicam os autores da investigação.

O médico Richard Tedder (da Saúde Pública, em Londres) e os seus colegas estimam que existam anualmente, em Inglaterra, entre 80 mil a 100 mil infecções pelo vírus E. Uma frequência semelhante foi identificada na Suécia e na Alemanha, sugerindo que o vírus está espalhado no continente europeu.

A maior parte das pessoas infectadas recupera sem tratamento. No entanto, o vírus pode ser perigoso, sobretudo para mulheres grávidas, imunodeprimidos (doentes oncológicos e transplantados, entre outros). Em todo o mundo, estima-se que o número de infecções pelo vírus da hepatite E ascenda aos 20 milhões por ano.

 

Sistema Nacional de Avaliação de Tecnologias da Saúde
A indústria farmacêutica terá de compensar o Estado português caso um medicamento que coloque no mercado não tenha o resultado...

Quando um medicamento não apresentar resultados na indicação terapêutica para que está aprovado a empresa farmacêutica que o comercializa terá de compensar o Estado português por isso, revela o Diário de Notícias hoje na sua manchete.

Segundo escreve o jornal, esta compensação – que poderá ser em dinheiro ou medicamentos – faz parte do Sistema Nacional de Avaliação de Tecnologias da Saúde (Sinats), que será apresentado hoje.

Faz ainda parte deste novo sistema a possibilidade de serem impostas alterações de preços ou perda total ou parcial de comparticipação do Estado, se os resultados ficarem muito aquém daquilo que era esperado. Por outro lado, as inovações que tragam melhorias nos resultados serão compensadas e alargadas a mais doentes.

Outra das diferenças incluídas no Sinats é a inclusão dos dispositivos médicos nas avaliações prévias e posteriores à colocação do medicamento no mercado, acrescenta mesmo jornal.

O Sinats entra em funcionamento em 2015 e, no início, irá concentrar-se nos hospitais, onde a inovação tem maior presença e onde ela é mais dispendiosa. Oncologia, hepatite C e VIH/sida serão as três áreas prioritárias.

 

26 de Julho - Dia dos Avós
De acordo com um estudo*, realizado a 8.564 milhões de cidadãos, conclui-se que 84% da população com mais de 55 anos deseja...

O exercício físico continua a fazer parte das suas vidas, preferencialmente da parte da manhã, entre as 8h e as 13h, e à tarde, entre as 15h e as 17h. O seu tempo é ainda ocupado com as lides domésticas e com a actualização de informação, sendo que a televisão é o meio de comunicação eleito, seguido da rádio.

Os avós têm vindo a assumir um papel muito importante nas famílias que muitas vezes vêem neles o apoio e a companhia ideal para os mais pequenos. Assim, entrar na terceira idade, nos dias de hoje não significa propriamente sedentarismo.

Quer seja por quererem conseguir acompanhar a energia dos netos ou simplesmente porque sabem que o exercício físico é importante para o seu bem-estar, a prática diária de actividades físicas tornou-se uma rotina, porque sentem a necessidade de se manterem activos. Mas com o avançar da idade, surgem algumas doenças como é o caso da osteoartrose, actualmente, a doença reumática mais comum e também uma das mais frequentes causas de dor crónica, condição que se estima que afecte 3 milhões de pessoas em Portugal[1].

* Estudo da Voltaren[2]




[1]Dados APED – Associação Portuguesa para o Estudo da Dor

[2]Dados TGI 2004 – Target Group Index

 

 

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