Empresa Biofarmacêutica sediada no Quebec anuncia potencial vacina para o coronavírus
Este trabalho de investigação tem por base a planta do tabaco, um aspeto, mas não o único, que torna este estudo inovador. “A produção tradicional de vacinas requer, geralmente, ovos. Os fabricantes de vacinas injetam o vírus nos ovos, onde o mesmo se propaga. Mas usar ovos é caro, leva muito tempo, está longe de ser perfeito e eventuais mutações podem produzir vacinas que não correspondem ao vírus que se pretende combater”, afirma Bruce Clark, CEO da Medicago.
Por outro lado, a investigação da Medicago não funciona com um vírus vivo. Em vez disso, utiliza plantas, uma abordagem relativamente nova que teve muitos avanços na última década. A sequência genética é inserida na agrobactéria, uma bactéria do solo, absorvida pelas plantas - neste caso, uma planta próxima do tabaco. A planta começa a produzir a proteína que pode ser usada como vacina. Se o vírus começar a sofrer mutações, como é esperado para o COVID-19, a produção poderá ser atualizada usando novas plantas.
"Essa é a diferença entre nós e os métodos baseados em ovos, vamos diretamente à produção da vacina ou do anticorpo sem ter de propagar o vírus", diz o CEO da Medicago.
Trabalho inovador da Medicago na área das vacinas não é novo
O primeiro produto da Medicago, uma vacina contra a gripe sazonal [Partícula Semelhante a Vírus Quadrivalente Recombinante (QVLP)], está atualmente em avaliação pela ‘Health Canada’. Vacinas contra a gripe pandémica, rotavírus e norovírus estão também atualmente a ser testadas em ensaios pré-clínicos e clínicos de Fase II. A Medicago também está a desenvolver anticorpos contra o hMPV, RSV e opioides.
A Medicago, empresa participada pela Philip Morris International, faz parte do novo caminho traçado pela empresa de tabacos, assente em grandes investimentos em ciência, tecnologia e inovação.