Estudo
Um estudo recentemente publicado na revista científica Aging and Disease mostra que as células estaminais mesenquimais (MSCs,...

As MSCs têm sido amplamente testadas em terapia celular para o tratamento de várias doenças e a segurança e eficácia da sua administração foram já documentadas em muitos ensaios clínicos, especialmente em doenças inflamatórias com envolvimento do sistema imunitário. As MSCs podem desempenhar o seu papel principalmente de duas maneiras: através da capacidade de diferenciação e de efeitos imunomoduladores. A capacidade de diferenciação poderá permitir reparar tecidos lesados, enquanto o seu efeito imunomodulador pode levar à regulação da atividade do sistema imunitário.

O tecido do cordão umbilical constitui uma das melhores fontes de MSCs e a sua capacidade imunomoduladora tem sido demonstrada em vários estudos baseados na aplicação destas células em humanos.

No estudo agora publicado, investigou-se a capacidade da administração de MSCs do tecido do cordão umbilical melhorar o estado de saúde de sete doentes com pneumonia por COVID-19. Os resultados clínicos destes doentes, assim como as alterações nos níveis das funções inflamatórias e imunológicas e os efeitos adversos, foram avaliados durante 14 dias após a administração das células.

A função pulmonar e os sintomas destes doentes melhoraram significativamente em dois dias após a administração de MSCs. Entre eles, dois doentes com síndrome COVID-19 comum e um com doença grave recuperaram e receberam alta 10 dias após o tratamento. Após a administração de MSCs, registou-se uma alteração nas populações de células do sistema imunitário destes doentes que sugere a sua recuperação. Para além disso, o perfil de moléculas pró e anti-inflamatórias melhorou nos doentes que receberam MSCs.

De acordo com os autores deste estudo, a administração intravenosa de MSCs do tecido do cordão umbilical revelou-se segura e eficaz para o tratamento de doentes com pneumonia por COVID-19, principalmente nos doentes em estado crítico. Ainda segundo este artigo, a terapia com MSCs inibe a hiperativação do sistema imunitário e promove a reparação celular endógena, melhorando o microambiente pulmonar após a infeção por COVID-19.

O artigo revela que as MSCs do tecido do cordão umbilical conseguiram curar ou melhorar significativamente os resultados funcionais dos doentes. A realização de estudos adicionais que incluam um maior número de doentes é necessária para validar a eficácia desta intervenção terapêutica.

O novo coronavírus, que inicialmente causou um surto da doença em Wuhan, na China, já se espalhou pelo mundo inteiro, constituindo neste momento uma ameaça global. De acordo com o conhecimento atual, em alguns doentes, a gravidade da COVID-19 pode mesmo levar à morte e um dos mecanismos mais importantes subjacentes à deterioração dos doentes é a tempestade de citocinas. Esta reação imunológica exacerbada ocorre após um acentuado aumento de moléculas pró-inflamatórias e pode comprometer seriamente a vida dos doentes. Desta forma, prevenir e reverter esta reação imunológica descontrolada que ocorre nos doentes com pneumonia grave por COVID-19 pode ser a chave para os salvar. Vários estudos têm demonstrado que as MSCs têm uma função imunomoduladora poderosa e abrangente. Por essa razão, estas células podem ter efeitos benéficos na prevenção ou atenuação da tempestade de citocinas.

Covid-19
A European Respiratory Society (ERS) junta-se ao apelo dos que têm feito soar o alarme a propósito do controlo das fronteiras e...

Cada atraso no transporte de suprimentos, devido ao bloqueio das fronteiras, põe os profissionais de saúde em perigo e os doentes em risco acrescido. Um mercado europeu unificado deve facilitar a luta europeia conjunta contra a pandemia da COVID-19. As fronteiras não devem ser barreiras nesta luta.

O presidente da ERS, Thierry Troosters, afirmou: “as restrições nas fronteiras representam um fardo desnecessário e perigoso para os sistemas de cuidados intensivos que já estão a enfrentar desafios sem precedentes. Os esforços incansáveis ​​dos nossos médicos e intensivistas da área respiratória deixarão de ser eficazes se não puderem confiar nos princípios do mercado interno, na solidariedade entre os Estados-membros e na cadeia transfronteiriça de suprimentos médicos essenciais”.

Este apelo surge na sequência de alguns relatórios que constatam o facto de que as exportações de dispositivos médicos - incluindo máscaras e outros equipamentos de proteção individual, respiradores, ventiladores, kits de teste e consumíveis -, para os Estados-membros, estarem a ser interrompidas devido às proibições de exportação dentro da UE e que foram aplicadas por vários Estados-membros. Apesar da introdução do regime de autorização de exportação em toda a Europa, alguns Estados-membros mantiveram as suas proibições de exportação.

Além disso, alguns Estados-membros introduziram controlos ou começaram a impedir a passagem de camiões nas suas fronteiras, o que coloca em risco o fluxo livre de suprimentos e medicamentos essenciais. Tais ações violam, não apenas os princípios do mercado interno, mas também colocam em risco a população europeia, atrasam a batalha efetiva contra o vírus SARS Cov2 e, principalmente, impõem uma pressão desnecessária aos profissionais de saúde.

“O impacto da proibição das exportações vai ser sentido pelos sistemas de saúde de todo o mundo, uma vez que as cadeias de suprimentos globais estão interligadas. Isto vai colocar desnecessariamente inúmeras vidas em risco. As instituições da UE e os governos devem agir rapidamente, apoiando o comércio livre e transporte de mercadorias, para permitir a livre circulação de suprimentos médicos em todas as regiões”, alertou o presidente da sociedade.

A ERS apela a todos os Estados-membros a agirem no melhor interesse da saúde pública europeia, respeitando sempre os princípios do mercado interno, em particular para os suprimentos que salvam vidas em outros Estados-membros em todas as linhas de assistência à saúde.

Thierry Troosters acrescentou: “apelamos à Comissão Europeia para promover plenamente as diretrizes recentemente adotadas sobre as fronteiras, de forma a garantir o mais possível o fluxo livre e facilitado dos dispositivos médicos essenciais e aplaudimos o sucesso muito recente no estabelecimento de corredores para o transporte de suprimentos médicos através das chamadas Green Lanes. Esperamos que os países respeitem as diretrizes da Green Lane e que garantam que esses corredores permaneçam intatos durante a pandemia.”

Inovação
A Lusíadas Saúde e a Outsystems acabam de criar uma aplicação móvel que permite avaliar sintomas suspeitos de Covid-19 e...

A app #TodosPorUm está programada para fazer uma primeira avaliação dos sintomas introduzidos pelo utilizador reunindo informação e unindo critérios, podendo-lhe ser recomendado que faça uma avaliação médica adicional. A partir deste momento, o doente é automaticamente reencaminhado para um chat com um profissional de saúde que é responsável por acompanhar o seu processo e dar as orientações clínicas necessárias naquele momento.

Quando um doente é encaminhado para o chat, todos os médicos e enfermeiros do país que estiverem ligados à aplicação recebem uma notificação. Ao clicar “aceitar” no seu dispositivo móvel, o profissional de saúde fica automaticamente responsável por acompanhar o processo desse doente. A aplicação móvel é totalmente gratuita para profissionais e para pacientes. Todos os profissionais de saúde de norte a sul do país podem colaborar em regime de voluntariado, bastando apenas que descarreguem a aplicação e submetam o seu registo para validação.

A Lusíadas enfatiza que a aplicação móvel não substitui cuidados de saúde regulares ou de emergência médica. Se estiverem muito doentes, obviamente devem tomar as medidas necessárias já preconizadas previamente. É uma forma de dar a oportunidade aos profissionais de ampliar acesso aos cuidados de saúde e prevenir a corrida aos hospitais, centros de saúde e clínicas quando não é benéfico clinicamente.

“Na Lusíadas Saúde acreditamos no potencial da tecnologia para aumentar a segurança nos sistemas de saúde, assim como para ampliar capacidade de resposta, mantendo bem claro a importância da relação profissional-doente. Estamos cientes do trabalho dos profissionais no terreno, por isso, quisemos contribuir com uma ferramenta, aberta a todos os Médicos e Enfermeiros portugueses, que pudesse apoiar a população, no momento atípico que vivemos. Com a Outsystems remamos em conjunto para em 4 dias de desenvolvimento e 3 de testes ter a #TodosPorUm live”, diz Vasco Antunes Pereira, CEO da Lusíadas Saúde.

Paulo Rosado, CEO da OutSystems acrescenta que, "desde que a OutSystems lançou, na semana passada, o programa de ativação da sua comunidade global dedicado a ajudar na criação de 20 aplicações úteis e relevantes no combate ao COVID-19, temos estado todos ansiosamente à espera de ver os resultados finais e o impacto que vão ter  na sociedade. Esta aplicação, que estamos a desenvolver em forte colaboração com o Grupo Lusíadas Saúde, vai ser muito significativa para todas as pessoas que estão neste momento isoladas e a questionar o seu estado de saúde. De forma a evitar que estas se dirijam imediatamente ao hospital, sem antes terem um primeiro aconselhamento de profissionais de saúde, criámos em apenas 4 dias uma aplicação que permitirá ter um canal de comunicação direto com médicos e enfermeiros. Juntamente com especialistas do grupo, garantimos que estas pessoas recebem as diretrizes corretas, consoante os seus diagnósticos, sem ter que sair de casa. Agora é tempo de lançar, ouvir o feedback, e responder rapidamente."

O desenvolvimento desta App contou com a articulação direta do Engenheiro da Outsystems - Bruno Pereira e da Médica da Lusíadas Saúde - Sofia Couto da Rocha que ao envolverem as duas instituições conseguiram em 7 dias ter a App pronta e testada.

"Conforme o número de infetados vai subindo, o medo irá aumentar entre todos e isso poderá levar muitas pessoas que não estão infetadas, ou que não necessitam de cuidados diferenciados, para os Hospitais. Tínhamos que conseguir ter um outro meio onde médicos e enfermeiros pudessem aconselhar quem necessitasse. É aí que surge este projeto, alavancado na tecnologia OutSystems e no knowhow da Lusíadas, permitindo encurtar um processo de meses a uma semana. Todos os médicos e enfermeiros têm apenas que efetuar o download da aplicação e poderão começar a ajudar. O sonho que guia este projeto desde o primeiro instante é que consigamos todos voltar às vidas que tínhamos antes desta pandemia. Conseguiremos fazer a diferença, mas só juntos, só #todosporum!", refere Bruno Pereira, engenheiro da Outsystems.

“Num momento de pandemia, onde as necessidades se tornam inúmeras, a inovação tem que ser capaz de quebrar barreiras e potenciar a capacidade de resposta dos serviços de saúde. Somente unindo-nos em prol da literacia em saúde, ao potenciar as mensagens das entidades competentes, e, dando um canal de contacto estruturado entre os cidadãos e os profissionais de saúde, podemos combater este flagelo. O nosso objetivo é criar um mecanismo útil de resposta a quem precisa, diferenciando-se de outras soluções pelo facto de promover uma aproximação rápida e direta aos profissionais de saúde. Com a equipa da Outsystems, já estamos a trabalhar numa versão 2, também com apoio técnico para os profissionais.” explica Sofia Couto da Rocha, Médica e Gestora de 2 unidades do Grupo Lusíadas Saúde - Clínica Lusíadas Parque das Nações e Clínica Lusíadas Almada.

Com o objetivo de aumentar a literacia em saúde, esta app vai ainda disponibilizar uma área dedicada ao esclarecimento de dúvidas frequentes, com base em fontes de informação credíveis na área da saúde, potenciada por um robot que ajuda a responder a perguntas.

Recomendações
"O uso de lentes de contacto de silicone hidrogel continua a ser seguro e, até à data, não há qualquer referência ou...

O material utilizado nas lentes de contacto é um composto com base em silicone, mas com composição substancialmente diferente da borracha de silicone. Borracha de silicone é um vedante/isolante de superfícies e foi o composto analisado num recente estudo do Journal of Hospital Infection onde se pretendia determinar o tempo de vida do vírus em diferentes superfícies. Este material não é utilizado em quaisquer lentes de silicone hidrogel, pelo que a sua associação às lentes de contato é errada.

Apesar disto, aconselha a APLO, "na pandemia atual e como sempre, devem ser sempre observadas todas a regras essenciais para uma utilização segura de lentes de contacto:

  • Lavagem das mãos correta antes e depois da manipulação das lentes de contacto; Respeito pelo período de uso e descarte das lentes de contacto, assim como as rotinas de limpeza;
  • Ao menor sinal de inflamação ou desconforto, interromper o uso;
  • Substituição frequentemente do estojo e restantes utensílios utilizados no manuseamento das lentes de contacto".
  • O seu Optometrista está sempre disponível para prestar todas as informações necessárias. Em caso de dúvida, contacte-o por telefone ou meios eletrónicos. Ele dará instruções sobre como proceder em função do seu caso.

Para sua segurança e segurança de todos, evite sair der casa. Respeite o isolamento e distanciamento social tal como indicado pela Direção-Geral de Saúde.

 

 

 

 

 

DGS
A Direção-Geral da Saúde (DGS) recomenda um reforço da higiene após a saída do isolamento por causa do risco de o vírus sair...

“Devido à crescente evidência de excreção do vírus através das fezes de doentes em fase de convalescença, particularmente nas crianças, recomenda-se um reforço da higiene pessoal após libertação do isolamento”, aconselha a DGS.

Na orientação divulgada, dirigida aos profissionais do sistema de saúde, a DGS diz ainda que as pessoas sujeitas a isolamento por causa do novo coronavírus só podem ser libertadas dessa condição depois de não apresentarem quaisquer sintomas e de as amostras do trato respiratório serem negativas.

Na nota, a autoridade de saúde explica ainda que os critérios para a declaração completa da eliminação do vírus e resolução da doença Covid-19 implicam pelo menos duas amostras negativas do trato respiratório superior, colhidas com um intervalo de 24 horas.

Nesta orientação, a DGS informa que todas as amostras duvidosas ou que necessitem de análise complementar devem ser enviadas ao Laboratório Nacional de Referência para o Vírus da Gripe e outros Vírus Respiratórios do Departamento de Doenças Infeciosas, do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge.

 

Programa Nacional de Vacinação
A Direção-Geral da Saúde (DGS) reforça que a vacinação no âmbito do Programa Nacional de Vacinação (PNV) é uma medida de saúde...

De acordo com o comunicado divulgado pela DGS, perante a necessidade de adotar medidas de carater excecional e temporário para prevenção da transmissão da infeção por COVID-19, a DGS estabelece as seguintes prioridades de vacinação:

  • Vacinação recomendada até aos 12 meses de idade, inclusive. As crianças devem cumprir atempadamente a vacinação recomendada no primeiro ano de vida, que confere proteção precoce contra onze doenças potencialmente graves.
  • Aos 12 meses, as vacinas contra o meningococo C e contra o sarampo, papeira e rubéola são muito importantes. A situação epidemiológica do sarampo a nível mundial não permite adiar esta vacina.
  • Às crianças que têm estas vacinas em atraso, recomenda-se a vacinação o mais brevemente possível.
  • Deve contactar a sua Unidade de Saúde.
  • Vacinação BCG das crianças com risco identificado de tuberculose grave, de acordo com Norma da DGS
  • Vacinação de doentes crónicos e outros grupos de risco no âmbito do PNV
  • Grávidas – Devem procurar ativamente a vacinação contra a tosse convulsa, que tem como objetivo a proteção do bebé nos primeiros meses de vida. A vacinação poderá ser adiada, mas nunca para além das 28 a 32 semanas de gestação. Deve contactar a sua Unidade de Saúde.

Poderá consultar o esquema vacinal recomendado do PNV no site da DGS e deverá verificar o registo vacinal no Boletim Individual de Saúde ou no Portal do SNS.

 

Ajudar sem sair da casa
A Associação Dignitude, promotora do Programa abem: Rede Solidária do Medicamento, lançou a Emergência abem: COVID-19, para...

A embaixadora da Associação Dignitude esclarece que a iniciativa pode ser alargada a novos beneficiários, referenciados por entidades parceiras locais como Câmaras Municipais, Juntas de Freguesia, IPSS, Cáritas e Misericórdias. Pessoas que, no momento atual, apresentam necessidades específicas, decorrentes da pandemia do novo coronavírus e do Estado de Emergência declarado no dia 18 de março.

Para responder a este desafio foi criado o Fundo Emergência abem: COVID-19, para o qual todos os portugueses são convidados a contribuir, na certeza de que todos os donativos efetuados são exclusivamente utilizados na aquisição de medicamentos, produtos e serviços de saúde para quem mais precisa. É possível ajudar com um donativo no Website www.abem.pt ou por transferência bancária, para o IBAN: PT50.0036.0000.99105930085.59

O Fundo arranca com um primeiro donativo da Associação Dignitude e da Fundação AGEAS, que contribuem com 25.515,58 €.

“Apelamos à solidariedade dos portugueses”, diz Maria de Belém Roseira. “Estamos a travar uma batalha à escala global a que ninguém pode ficar indiferente. Todos somos afetados pela pandemia COVID-19 e todos somos poucos para dar resposta a esta situação”, sublinha.

Iniciativa apoiada pela Portugal Inovação Social, através de Fundos da União Europeia.

 

Causas, sintomas e tratamento
Bastante frequente, e quase sempre de resolução espontânea, o terçolho ou hordéolo corresponde a uma
Olho com terçolho

Vulgarmente conhecido como "terçolho", um hordéolo não é mais do que um abcesso palpável, avermelhado e doloroso que se forma na pálpebra em resultado da obstrução de uma ou mais glândulas sebáceas, localizadas no bordo ou espessura das pálpebras. À medida que ocorre a acumulação de líquido sebáceo, o abcesso aumenta de tamanho e torna-se cada vez mais sensível.

Entre as causas, o médico oftalmologista Eugénio Leite, destaca a “falta de higiene das mãos ou pálpebras, o uso inadequado e incorreto de cosméticos ou de limpeza dos mesmos”, como sendo as mais frequentes. “Situações de inflamação da raiz das pestanas, blefarite, na sua forma crónica são potenciadoras de provocarem uma disfunção das glândulas e como tal também potenciarem o aparecimento de hordéolos”, acrescenta o especialista.

De acordo com o médico, entre aqueles que estão mais predispostos ao desenvolvimento de hordéolos estão as pessoas com pele mais oleosa, seborreia ou olho seco. Estes são também os que desenvolvem quadros de blefarite crónica. Uma doença frequentemente negligenciada pelos doentes, “sobretudo nas suas fases iniciais”, mas que resulta em processo inflamatórios crónicos que, por ser recorrentes e dolorosos, são difíceis de gerir. O seu tratamento “é simples, contudo muito trabalhoso e moroso, e o doente deve ser disciplinado para obter resultados e boa qualidade de vida”.

Quais os sintomas do terçolho?

Segundo Eugénio Leite, nas suas fases iniciais, o primeiro sintoma é o aparecimento de vermelhidão numa zona na pálpebra. Só depois surge um “nódulo com hipersensibilidade, dor e com pus, de cor amarelada, no centro da zona inchada”. Embora apenas uma parte da pálpebra possa ser afetada, há casos em que “as pálpebras podem inflamar-se de forma totalmente difusa”. Para além disso, “pode haver lacrimejo, sensibilidade à luz (fotofobia) e prurido e sensação de corpo estranho no olho”.

A qualidade da visão só é afetada, excecionalmente, se o hordéolo possuir grandes dimensões, revela o especialista acrescentando que apesar de ser uma doença simples pode, como em tantas outras, apresentar complicações. “Mas a regra diz-nos que um hordéolo, “terçolho”, desaparece com tratamento simples na maioria das vezes. E pode drenar ao fim de 5 a 7 dias, contudo, pode necessitar de mais tempo, até cerca de um mês. Em alguns casos a sua evolução complica-se e tem que se proceder à sua remoção cirúrgica”, esclarece.

Como se trata?

O tratamento médico consiste na aplicação de pomada oftalmológica (antibiótico) na zona afetada durante cerca de 8 a 10 dias, e ao qual se pode juntar “a aplicação de compressas quentes ou máscara de gel sobre as pálpebras por períodos de 15 minutos, duas a quatro vezes por dia, de modo a abrir os poros da pele, liquefazer as secreções e facilitar a drenagem das glândulas”.

No "terçolho" ou hordéolo interno, como a infeção é mais profunda, a aplicação do antibiótico local deve ser coadjuvada com antibióticos orais.

O terçolho não deve ser espremido sob pena de se agravar o quadro e deve manter-se uma higiene cuidada das pálpebras. Por outro lado, durante o tratamento “não se deve utilizar maquilhagem ou lentes de contacto”.

“Nas situações em que o tratamento médico não resulta, é necessário realizar uma pequena cirurgia de modo a facilitar a drenagem do hordéolo ou terçolho, e retirando a cápsula do “terçolho” evitando assim o seu reaparecimento. Mas, tal como foi referido anteriormente este tipo de doença está muitas vezes associado a blefarites e a doenças do filme lacrimal”, explica Eugénio Leite.

Não obstante, como solução e terapêutica mais duradoura, o especialista sugere uma tecnologia inovadora e não invasiva: o E-EYE. “Um dispositivo médico criado especificamente para o tratamento da síndrome do olho seco devido à disfunção das glândulas de meibómios, ou seja, a forma evaporativa e a mais comum”, começa por explicar. Este “utiliza luz intensa pulsada (IPL), a energia, o espectro e o período de tempo são definidos com precisão para estimular as glândulas de meibómios para que elas retomem a sua função normal, promovendo uma melhoria na qualidade da lágrima”.

A eficácia do tratamento aumenta com o número de sessões concluídas, sendo recomendadas, no mínimo, 3 sessões. No entanto, sugere-se que sejam realizadas algumas sessões adicionais de manutenção, de modo a favorecer o quadro clínico do doente.


Este tratamento a laser está indicado para o síndrome do olho seco, cujos principais sintomas são: sensação de corpo estranho (“areias”), ardor, picadas, comichão, fotofobia, visão desfocada, secura e vermelhidão

Segundo o especialista esta tecnologia é um método muito eficaz. “Confirma-se 84% de eficácia logo após o primeiro tratamento, com uma taxa de satisfação superior aos 86%. A eficiência está comprovada em olho seco leve, médio e severo, promovendo um alívio dos sintomas até 18 meses e com duração máxima que pode ir dos 3 aos 5 anos”, justifica.

“A maioria dos doentes submetidos a este tratamento referem um alívio dos sintomas bem como uma diminuição ou até a anulação completa da necessidade de aplicar lágrimas artificiais, o que promove, sem dúvida, uma melhoria significativa na sua qualidade de vida”, reforça acrescentado que esta tecnologia não apresenta contraindicações.  Este “é considerado um tratamento indolor e rápido. A única sensação desconfortável é a de «quente» na zona que está a ser tratada”.

O único cuidado a ter após cada sessão é o “uso de protetor solar nas 48 horas seguintes ao tratamento”.

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
E apela às empresas de Telecomunicações para apoiarem esta iniciativa
A Associação Protectora dos Diabéticos de Portugal (APDP) criou uma linha de atendimento telefónico gratuito para prestar...

“Face à situação de previsível calamidade provocada pela pandemia mundial do COVID-19 e para reduzir a possibilidade de contágio, esta medida é uma atitude preventiva, pois evitará deslocações desnecessárias, inclusive às urgências, e dará resposta às necessidades de uma população de elevado risco, que necessita de manter um bom controlo e não pode ser abandonada nas suas casas”, explica José Manuel Boavida, presidente da APDP.

“Falamos especialmente das  pessoas com mais de 60 anos e com diabetes que devem manter uma quarentena rigorosa, não se deixando infetar e evitando todas as hipóteses de contágio. No entanto, estas pessoas continuam a necessitar que todas as suas dúvidas sejam esclarecidas, nomeadamente sobre os ajustes da própria terapêutica e de um encaminhamento eventual para uma consulta de urgência ou outro tipo de apoio por parte de equipas de saúde”, conclui José Manuel Boavida.

Serão quatro os enfermeiros especializados que darão a voz, o conforto e os cuidados à distância às pessoas com diabetes que recorram a este serviço, prevendo-se a mobilização de mais profissionais ao longo das próximas semanas.

Para que esta iniciativa possa chegar a todos aqueles que dela necessitam, a APDP apela à solidariedade das empresas de telecomunicações para que estas possam apoiar esta linha, bem como as pessoas com diabetes e seus cuidadores que dela necessitam.

O número de telefone é o 21 381 61 61 e, numa primeira fase, estará disponível das 8.00h às 20.00h, incluindo fins de semana.

 

Hospital de campanha
Além de uma sala de Cuidados Intensivos equipada para o efeito, esta Unidade Hospitalar está a preparar todas as condições para...

À entrada, o paciente passará por um processo de triagem smart, numa unidade modular hospitalar de campanha montada para o efeito, onde será submetido a testes cujo resultado fica pronto em menos de 10 minutos. Este resultado permite avaliar o estado clínico e selecionar os doentes por escala de três níveis (de cores branco, laranja e vermelho) segundo a gravidade que apresentam. 

Este processo de triagem smart permite a estratificação de risco inicial e apoio à gestão clínica da necessidade de cuidados. Assim, apoiado no algoritmo de decisão, um doente com risco médio poderá ser alocado a uma cama de cuidados intermédios para vigilância apertada de parâmetros clínicos.

Com capacidade para 240 pacientes por dia, este equipamento inovador vai ser gerido pela empresa portuguesa Biosurfit e totalmente financiado pela cadeia Pingo Doce, num montante de 30 mil euros.

 

 

 

Movimento #ProjectOpenAir
A plataforma vent2life, desenvolvida duas dezenas de voluntários no âmbito do movimento #ProjectOpenAir, estima conseguir...

O movimento #ProjectOpenAir acaba de lançar a plataforma vent2life.eu, que permite a todas as entidades interessadas, públicas ou privadas, coletivas ou individuais, identificar os ventiladores e equipamentos que têm em sua posse, sem utilização ou com necessidades de reparação, para que possam ser reabilitados.

As estimativas dos fundadores do movimento apontam para a possibilidade de se conseguirem recuperar 200 ventiladores, atualmente inoperacionais, que se encontram em diferentes locais do país. Alguns já foram inclusivamente identificados e já se encontram a ser analisados por especialistas, para voltarem ao serviço.

Os especialistas foram convidados a participar pela Ordem dos Engenheiros Portugueses, pelo Instituto Superior de Engenharia do Porto e pela Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa, que desde cedo se prontificaram a ajudar na concretização do projeto. Também a Nova Medical School se juntou à iniciativa, mobilizando as escolas médicas portuguesas para apoiarem no contacto mais eficaz com as administrações hospitalares.

Trata-se, portanto, de um ecossistema que liga doadores de equipamentos, com especialistas capazes de assegurar a sua recuperação e as unidades de saúde beneficiárias.

Para introduzirem os equipamentos na plataforma, os interessados têm apenas de se dirigir ao site e preencher o formulário indicado. Já os especialistas que avaliam a condição dos equipamentos têm de dar provas das suas competências, após submeterem a informação. Essa avaliação é feita pela equipa de gestão da vent2life.

Plataforma desenvolvida por voluntários

A plataforma foi desenvolvida em cerca de uma semana, por um grupo de 24 voluntários, muitos a trabalhar em regime pós-laboral, aos quais se juntou uma equipa da OutSystems, também em regime de voluntariado, que assegurou o apoio técnico e toda a programação do sistema. De acordo com os fundadores do movimento, o trabalho conjunto desta equipa equivaleria a um investimento na ordem dos 200.000 Euros se o projeto tivesse um caráter comercial.

Organizações indicam os equipamentos que têm em sua posse

Espera-se agora que muitos mais equipamentos possam ser introduzidos na plataforma, para que as unidades de saúde portuguesas possam ser reforçadas com um equipamento fundamental no tratamento de doentes graves infetados com o COVID-19.

Recorde-se que o #ProjectOpenAir surgiu pela vontade de um conjunto de voluntários contribuírem para a luta contra o COVID-19, reunindo esforços que permitam dotar os profissionais de saúde dos meios técnicos necessários para prestar os melhores cuidados.

 

Acesso livre
A Sociedade Portuguesa de Cardiologia organiza amanhã dia 25 de março, pelas 21h, um webinar dedicado à pandemia de COVID-19 e...

A moderação do webinar estará a cargo do Presidente da SPC e será de acesso livre, não sendo necessário qualquer registo. O evento pretende esclarecer e elucidar os participantes sobre o impacto do COVID-19 na saúde e no dia-a-dia dos doentes cardiovasculares.

O webinar terá o seguinte programa:

A infeção COVID-19 e o sistema cardiovascular – Jorge Ferreira;

Diagnosticar atingimento cardiovascular na infeção por COVID-19. Há medicamentos a evitar? Há medicamentos promissores? – Regina Ribeiras;

Que organização hospitalar para acompanhamento de doentes com infeção COVID-19? Como proteger os profissionais? – Cristina Gavina;

Como proceder nas Síndromes Coronárias Agudas em doentes com infeção por COVID-19 – João Brum Silveira;

Para participar no evento bastará, amanhã às 21h, aceder ao seguinte link.

 

Ferramenta digital
Chama-se “Vamos ser Pais! - Curso Online” e destina-se a mães (e pais) que estão em quarentena ou em isolamento profilático por...

Através do site www.vamosserpais.pt os futuros pais podem aceder a 15 aulas que abordam os aspetos essenciais da gravidez, parto, amamentação, cuidados no pós-parto e com o recém-nascido, e disponibiliza, também, material de apoio detalhado, assim como perguntas e respostas mais frequentes. Neste curso são abordadas questões práticas, teóricas e técnicas relacionadas com a gravidez e o bebé, mas também, com a dinâmica do casal e da família.

José Almeida Bastos, Administrador e Diretor Geral de Operações Comerciais da BIAL revela que “a gravidez é uma altura de intensa alegria, sonhos e expectativas e, dado o momento de preocupação e incerteza causados pela evolução da COVID-19 em Portugal, concretamente junto das grávidas, grupo que requer maior distanciamento social, consideramos que a nossa área da saúde materno-infantil tem uma responsabilidade social acrescida e que a disponibilização deste curso seria relevante”.

José Almeida Bastos, acrescenta que “na BIAL, “acreditamos que todos temos um papel ativo no controlo desta pandemia e com este curso online esperamos estar a contribuir para dar alguma “normalização” à vida social das grávidas, que momentaneamente se encontram impedidas de vivenciar determinadas experiências, como a frequência dos cursos de preparação para o parto”.

Sendo uma ferramenta digital, todas as grávidas e acompanhantes podem aceder ao site do curso, desenvolvido por uma equipa de enfermeiros especialistas em saúde materna e obstetrícia com o objetivo de transmitir informações relevantes e esclarecer dúvidas, para que os pais possam tirar o maior proveito desta nova fase.

 

 

Em 2018 morreram 1,5 milhões de pessoas
Assinala-se hoje o Dia Mundial da Tuberculose, uma doença que, “atualmente, tem ainda uma elevada morbimortalidade, pelo que,...

Transmitida por via área, e tendo como principais sintomas febre vespertina, emagrecimento, suores noturnos e tosse persistente (superior a mais de duas semanas consecutivas), de acordo com a Organização Mundial de Saúde, em 2018, esta doença foi responsável pela morte de 1,5 milhões de pessoas. “Os grupos mais afetados são os das populações com menores rendimentos e aqueles em situações mais vulneráveis, incluindo as pessoas infetadas pelo VIH, para as quais a tuberculose é a principal causa de morte”, esclarece o médico pneumologista.

Quanto à incidência em Portugal, no ano de 2018, foi de 15,4 por 100 mil habitantes. Segundo António Domingos, “temos assistido a uma diminuição da notificação de tuberculose nos últimos anos, embora haja uma grande assimetria no nosso país. Os distritos de Porto e Lisboa, centros de elevada concentração populacional, têm uma taxa mais elevada - em 2018 estavam acima dos 20 casos por 100 mil habitantes e, por exemplo, só o concelho da Amadora atingia uma cifra superior a 40 casos por 100 mil habitantes.”

O diagnóstico precoce e o tratamento adequado são, para o especialista, dois dos principais pilares para que se possa diminuir o número de casos no nosso país. “O diagnóstico é fácil, tem tratamento eficaz, embora prolongado e com alguns efeitos secundários, e é importante apostar-se nisto para se conseguir diminuir os números e caminhar para uma erradicação da doença a médio-longo prazo”, conclui António Domingos.

 

 

Covid-19: Portugal AVC alerta para as alterações na vida dos sobreviventes
Face à situação excecional que se vive e ao aumento de casos registados de contágio de COVID-19, bem
Idoso com a mão na cara

Os sobreviventes de AVC demonstram uma forte preocupação com a interrupção prolongada das terapias (fisioterapia, terapia ocupacional, terapia da fala, entre outras) para a generalidade deles, que em muitos dos casos terá consequências não reversíveis, o que quer dizer condenar a uma maior degradação da funcionalidade e da qualidade de vida.

Por outro lado, a grande dificuldade em manter uma atividade física regular, e o ainda maior isolamento a que estão expostos os sobreviventes de AVC, podem criar ou agravar complicações, antes de mais do foro psicológico.

“Sabemos que os aspetos focados podem ser, para os sobreviventes de AVC, o equivalente a falta de medicamentos noutras patologias. Desta forma, a sua privação é particularmente significativa”, explica António Conceição, presidente da associação. “É urgente que estratégias alternativas sejam ponderadas para o sobrevivente de AVC. Apelamos às autoridades de saúde para que as limitações sejam apenas as essenciais no atual quadro”, acrescenta.

A Portugal AVC chama também a atenção para a importância da Via Verde, quando ocorre o AVC. “É essencial que se mantenha plenamente funcionante, pelo seu enorme impacto na recuperação da funcionalidade e na diminuição da mortalidade. E que a população saiba que, mesmo no período de exceção que vivemos, deve de imediato ligar para o 112, quando acontece”, diz ainda o presidente da associação.

O Acidente Vascular Cerebral, com cerca de 25 mil episódios de internamento por ano, é a maior causa de incapacidade no nosso país, atingindo todas as idades e géneros. Entre as múltiplas sequelas possíveis estão as físicas e motoras (mais visíveis), mas também as consequências na capacidade de comunicação, no campo cognitivo, psicológico, de visão, entre outros.

A Portugal AVC tem divulgado na sua página do Facebook (@PT.AVC) e no site (www.portugalavc.pt) várias formas de os sobreviventes de AVC aproveitarem todas as oportunidades para fazerem exercício, e adotarem hábitos de uma vida o mais possível ativa, sem sair de casa.

Assinalando o Dia Nacional do Doente com AVC, a associação pretende também demonstrar que há vida após o AVC. Sendo essencial que, cada vez mais, se olhe para o sobrevivente, e se favoreça uma maior e melhor integração familiar, social e profissional.

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Saúde mental
Um estudo sobre sintomas de depressão, ansiedade e stress em crianças portuguesas, publicado na revista científica BMC...

Realizado por uma equipa multidisciplinar da Universidade de Coimbra (UC), Universidade de Lisboa (UL) e Universidade Fernando Pessoa, Porto, e do Instituto Politécnico de Viseu (IPV), este estudo teve como objetivo explorar os fatores associados a sintomas de ansiedade, depressão e stress nas crianças portuguesas em idade escolar, dos 7,5 aos 11,5 anos, uma vez que existem poucos dados sobre a magnitude e causas dos problemas de saúde mental mais comuns em idades tão jovens.

Participaram no estudo 1022 crianças - 481 meninos e 541 meninas – de escolas públicas e privadas das cidades de Coimbra, Lisboa e Porto e os respetivos pais. Ao analisarem os autorrelatos das crianças, os investigadores concluíram que os rapazes reportam mais frequentemente sintomas de stress e sintomas depressivos do que as raparigas.

As diferenças entre meninos e meninas na expressão destes sintomas podem ser influenciadas pelo contexto cultural. «Poderão residir numa maior tendência das meninas para responder de forma socialmente mais desejável ou expectável», afirma Diogo Costa, primeiro autor do artigo.

Os investigadores concluíram também que as crianças de Lisboa reportam mais frequentemente sintomas do que as de Coimbra e Porto. «As crianças de Lisboa, por comparação com as de Coimbra e Porto, poderão estar expostas a características do ambiente urbano mais prejudiciais que se refletem na frequência destes sintomas. Por exemplo, poderão ter de percorrer maiores distâncias no percurso entre casa e escola, e passar mais tempo no trânsito», justifica o investigador do

Centro de Investigação em Antropologia e Saúde (CIAS) da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC), centro que liderou o estudo.

Esta investigação sugere ainda que os fatores parentais, em particular os sintomas depressivos, de ansiedade e de stress da mãe, interferem de forma negativa na saúde mental das crianças. Segundo Diogo Costa, «a influência (negativa) do estado emocional das mães nas emoções das crianças é bastante conhecida, sobretudo para os sintomas depressivos, e pode fazer sentir-se desde cedo. São necessários, contudo, estudos longitudinais (que acompanhem as crianças e mães ao longo do tempo) para melhor avaliar outros fatores intervenientes nesta relação, como por exemplo a vinculação entre pais e crianças».

Considerando que os sintomas de depressão, ansiedade e stress experienciados durante a infância podem ter um impacto negativo no desenvolvimento, a coordenadora do estudo, Cristina Padez, defende que «são imprescindíveis estudos longitudinais para conhecermos o impacto destes sintomas no aparecimento da obesidade infantil, um problema com uma grande expressão na generalidade dos países desenvolvidos e em que Portugal também tem taxas muito elevadas».

Este estudo, que faz parte de um projeto de investigação mais alargado, intitulado “Desigualdades na obesidade infantil: o impacto da crise socioeconómica em Portugal de 2009 a 2015”, foi cofinanciado pelo COMPETE 2020, Portugal 2020 - Programa Operacional Competitividade e Internacionalização (POCI), União Europeia através do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER) e Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT). 

Síndrome da hipoplasia do coração esquerdo
Foi realizado um ensaio clínico pioneiro nos EUA, que concluiu que a aplicação de células estaminais do sangue do cordão...

Neste estudo, dez bebés receberam um tratamento experimental com células estaminais do seu próprio sangue do cordão umbilical, armazenadas à nascença. Durante a segunda cirurgia corretiva, por volta dos quatro meses de idade, as células de cada bebé foram injetadas no lado direito do coração, com o intuito de torná-lo mais forte e, assim, conseguir suportar a sobrecarga a que está sujeito.

O resultado esperado é o fortalecimento do ventrículo direito, o que, de acordo com estudos prévios em modelo animal, poderá resultar da libertação de moléculas, por parte das células administradas, capazes de promover a proliferação de células do coração e a formação de novos vasos sanguíneos. A hipótese que se coloca é a de que as células do sangue do cordão umbilical consigam estimular o processo de reparação “natural” do coração e, simultaneamente, prevenir a inflamação e a fibrose.

Os resultados dos ecocardiogramas mantiveram-se estáveis durante seis meses após o tratamento experimental, o que sugere que este não comprometeu a função cardíaca e não foram registados eventos adversos significativos relacionados com o tratamento.

Segundo Bruna Moreira, Investigadora do Departamento de I&D da Crioestaminal, “os resultados do estudo, embora preliminares, indicam que este método de tratamento é seguro, o que significa que poderemos vir a assistir à implementação de estratégias de medicina regenerativa, como complemento às abordagens atuais, no sentido de prolongar o bem-estar e qualidade de vida dos doentes com síndrome da hipoplasia do coração esquerdo”.

A síndrome de hipoplasia do coração esquerdo é uma doença cardíaca congénita rara, em que o lado esquerdo do coração se encontra gravemente subdesenvolvido. É possível detetar esta malformação por ecografia durante a gravidez, estando previstas três cirurgias corretivas nos primeiros anos de vida. Apesar destas intervenções permitirem restaurar a capacidade do coração para receber sangue dos pulmões e bombeá-lo para o resto do organismo, o ventrículo direito fica extremamente sobrecarregado, levando a insuficiência cardíaca. Por este motivo, tem-se procurado desenvolver estratégias para fortalecer o lado direito do coração utilizando células estaminais, de forma a prolongar o seu bom funcionamento.

Campanha
A pensar em quem não pode ficar em casa, o movimento #Eu Ajudo Quem Ajuda destina-se ao financiamento de meios necessários ao...

O Presidente da Confederação dos Agricultores de Portugal, Eduardo Oliveira e Sousa, foi o primeiro a associar-se a esta Campanha, tendo, assim, iniciado a movimentação da conta bancária com o montante de 10.000€. Também, entidades de referência como a cadeia Pingo Doce, que anunciou apoio financeiro para permitir instalação de um sistema inovador “Triagem Smart” no Hospital da Cruz Vermelha a ser desenvolvida pela empresa portuguesa Biosurfit; a cadeia de Hotéis Selina que disponibilizou gratuitamente quartos para técnicos de Saúde, por protecção dos seus familiares e a BP que disponibilizou um plafond de 18 mil € em combustível para as ambulâncias de Socorro dedicadas ao COVID-19.

Todos, a nível individual, institucional ou empresarial, poderão contribuir.

A Cruz Vermelha Portuguesa conta, até ao momento, com 11 ambulâncias dedicadas exclusivamente ao COVID, tendo realizado já 326 transportes de doentes e suspeitos.

Foi, ainda, cedido 1 milhão de máscaras ao Exército Português; 50 camas de campanha para a montagem de uma zona de repouso na Escola Secundária de Oliveira de Azeméis, a pedido do Serviço Municipal de Proteção Civil;  100 lençóis e 50 cobertores para guarnecer a Base de Apoio Logístico dos Bombeiros de Espinho e a Escola Secundária da Seara, a pedido do Serviço Municipal de Proteção Civil; 150 camas de campanha para uso dos diferentes municípios do Distrito de Évora, a pedido do Comando Distrital de Operações de Socorro; montagem de Unidades Modulares nos hospitais de Santa Maria, Torres Vedras, S. Bernardo e Cruz Vermelha. 

Os movimentos da Campanha serão reflectidos diariamente na página da transparência da CVP, em #Eu Ajudo Quem Ajuda, e terá a supervisão do Revisor Oficial de Contas, Vitor Almeida.

Toda a informação respectiva a este fundo do Movimento deverá ser enviada para o endereço [email protected]  

 

 

Comunicado
A Associação Nacional de Laboratórios de Análises Clínicas diz que laboratórios privados estão disponíveis para apoiar na...

Em comunicado, a ANL afirma que “tendo em conta o desenvolvimento da crise COVID 19 e ainda antes de a mesma ser decretada pelas autoridades de saúde mundiais como pandemia, disponibilizou, proactivamente, às entidades públicas responsáveis os recursos que os seus representados possuem, em prol dos portugueses”.

Desde então, diz que tem “mantido contactos regulares com o Ministério da Saúde, a Direção Geral da Saúde, a ACSS, a ARS´s e o INSA”.

“A ANL coloca à disposição das entidades públicas toda a capacidade existente por parte dos Laboratórios de Análises Clínicas Privados de Portugal (previamente informada) aos preços acordados com as referidas entidades públicas, e com uma clara compressão dos mesmos tendo em conta o momento que o País atravessa”, pode ler-se em comunicado.

Segundo a Associação, “na situação de Emergência que vivemos, não se devem categorizar os recursos existentes seja no público ou no privado, mas tão só, em recursos da Nação, sob gestão coordenada e centralizada nas entidades públicas competentes e para tanto se tem disponibilizado”.

Entende igualmente que, nestas circunstâncias que todos os dados e informações deverão ser preferencialmente e por coerência ser centralizada nas entidades públicas competentes.

 

Covid-19
O Serviço Nacional de Saúde (SNS) tem um stock de 9 mil testes para a covid-19 e o setor privado cerca de 17 mil, informa a...

«Estamos a trabalhar através do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge, temos um stock que permite 9 mil testes no Serviço Nacional de Saúde e temos uma informação do que o setor privado terá cerca 17 mil testes disponíveis para o serviço de todos», afirmou Marta Temido, no sábado, dia 21 de março, na conferência de imprensa diária sobre a situação da pandemia do novo coronavírus, que causa a doença da covid-19.

A Ministra disse ainda que estão a realizar um «conjunto de contactos» com várias entidades e a procurar fazer «uma aquisição de testes significativa» que permita «um maior folgo» aos serviços de saúde.

«É importante que se perceba que os equipamentos de proteção individual são de facto um bem escasso»

Relativamente às máscaras, Marta Temido adiantou que às 22 horas de sexta-feira, dia 20 de março, a reserva estratégica nacional tinha mais de dois milhões de máscaras tipos 2 (cirúrgicas) e um conjunto de entregas para distribuição.

A Ministra defendeu que é necessário assegurar que «a capacidade de aquisição é garantida» e que a reserva estratégica nacional não fique baixa e a distribuição seja feita conforme a necessidade dos serviços de saúde.

«É importante que se perceba que os equipamentos de proteção individual são de facto um bem escasso» e que é preciso gerir «o mais racionalmente possível», afirmou Marta Temido, que disse compreender «a ansiedade de quem continua a trabalhar nos mais diversos setores», como supermercados, farmácias ou indústrias que se mantêm a trabalhar».

 

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