Sangue em falta
O Instituto Português do Sangue e da Transplantação (IPST) está a apelar à dádiva benévola de sangue e alerta para o facto de...

Segundo os dados do IPST, as reservas de sangue do grupo sanguíneo «A positivo», o mais prevalente na população portuguesa, chegam para quatro dias, e as do «O negativo» (dador universal) e «B negativo» para cinco dias.

No entanto, a reserva estratégica nacional, que considera também as reservas existentes nos hospitais, é de 12 a 35 dias, consoante os grupos sanguíneos. Apesar da suspensão da atividade programada não urgente em alguns hospitais, a necessidade diária de componentes sanguíneos mantém-se, frisa o IPST.

Deslocação para efeitos de dádiva permitida pelas autoridades

O IPST pede que se dê sangue, relembrando que “mesmo em tempos de pandemia é possível continuar a ajudar a salvar vidas, já que nos locais de colheita foram reforçadas todas as medidas para que o ato se efetue com segurança”. O IPST faz saber ainda que as deslocações para efeitos de dádiva são permitidas pelas autoridades.

Podem doar sangue todas as pessoas com bom estado de saúde, com hábitos de vida saudáveis, peso igual ou superior a 50 kg e idade compreendida entre os 18 e os 65 anos. Para uma primeira dádiva, o limite de idade é 60 anos.

 

 

O Secretário de Estado Adjunto e da Saúde, António Lacerda Sales, e a Secretária de Estado da Educação, Inês Ramires, estiveram...

“Neste momento a decisão é ter escolas abertas. E temos a obrigação de manter a segurança da comunidade escolar. Esta campanha de testagem, através de testes antigénio, é a melhor forma de identificar surtos e quebrar possíveis cadeias de transmissão, mantendo a normalidade possível nas turmas não afetadas”, sublinhou António Lacerda Sales, citado pela página oficial do Serviço Nacional de Saúde. 

A campanha de testagem rápida, com recurso a testes de antigénio (Trag), que arrancou esta quarta-feira, dia 20 de janeiro, tem como objetivo aumentar a rapidez da deteção e rastreamento de eventuais casos de SARS-CoV-2, em alunos, pessoal docente e não docente.

De modo a levar a cabo esta estratégia, a Direção-Geral da Saúde (DGS) e a Direção-Geral dos Estabelecimentos Escolares (DGEstE), em colaboração com as respetivas estruturas regionais e com as Administrações Regionais de Saúde, elaboraram um modelo de consentimento informado a obter junto dos encarregados de educação, bem como informação sobre a importância do processo de testagem para fornecer à comunidade educativa.

 

A Secção Regional do Centro (SRCentro) da Ordem dos Enfermeiros (OE) visitou esta segunda-feira o Serviço de Urgência do...

Ricardo Correia de Matos, Presidente do Conselho Diretivo Regional da SRCentro, e Pedro Lopes, Presidente do Conselho de Enfermagem Regional, depararam-se com um cenário catastrófico, em que os enfermeiros não conseguem garantir a segurança, vigilância e a qualidade mínima que é exigida aos cuidados prestados à população.

“Já foram abertos todos os espaços disponíveis, incluindo a sala de acompanhamento. Atingiu-se o limite ao nível da estrutura física: vêem-se doentes admitidos sem estarem garantidas as distâncias de segurança, enquanto outros esperam por uma vaga dentro das ambulâncias”, garantiu Ricardo Correia de Matos.

Durante a visita ficou claro que é “completamente impossível separar doentes positivos para a Covid-19 dos doentes suspeitos que aguardam o resultado do teste. Esta situação é absolutamente inadmissível porque promove a criação de cadeias de transmissão”, explicou o Presidente da SRCentro.

Para agravar este caos, não existem assistentes operacionais que garantam uma eficaz higienização dos espaços comuns, nem motoristas suficientes para procederam ao transporte inter-hospitalar, à remoção de cadáveres ou ao transporte de medicamentos. Além disso, segundo os testemunhos relatados pela equipa de enfermagem das urgências do Hospital dos Covões à SRCentro, a partilha de informação com familiares não está assegurada, motivo pelo qual alguns profissionais de saúde terão já recebido ameaças de agressão.

“Sabemos que há enfermeiros com apenas duas folgas no mês de janeiro. À data, a equipa de enfermagem totaliza cerca de 3500 horas extraordinárias, o que corresponde a um défice de mais de 28 enfermeiros. A situação é insustentável!”, sublinhou o responsável da SRCentro.

No Hospital dos Covões a necessidade mais urgente é o investimento em “recursos humanos (enfermeiros, técnicos de limpeza e motoristas), equipamentos e material, especificamente, oxigénio!", explica o responsável. 

O reforço das equipas de enfermagem, que sempre estiveram deficitárias, não só neste serviço, mas em todas as unidades hospitalares do país, não foi acautelado pelas instituições políticas, mantendo o país no segundo lugar com o pior rácio enfermeiro/utente da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), escreve a SRCentro em comunicado. Daí que Ricardo Correia de Matos não compreenda como, “em plena pandemia, entre os meses de julho e dezembro 2020, o governo deixou emigrar mais de 1000 enfermeiros, negando aplicar medidas similares aos parceiros europeus, quando alteraram os padrões remuneratórios e procederam à contratação de todos os profissionais disponíveis, inclusive, enfermeiros portugueses”.

Saúde
Fátima Ferreira defende que a agricultura biológica contribui para a manutenção de um ótimo estado de saúde e para a diminuição...

Fátima Ferreira, Enfermeira e Mestre em Agricultura Biológica pela Escola Superior Agrária do Instituto Politécnico de Coimbra (ESAC-IPC), viu recentemente publicado na revista internacional “Open Agriculture” o seu artigo científico intitulado “Is organic agriculture a potential public health indicator? Evidence from literature”. Este artigo científico resulta do seu trabalho de Dissertação de Mestrado, que contou com a orientação de Goreti Botelho, docente na ESAC e investigadora no Centro de Estudos de Recursos Naturais, Ambiente e Sociedade (CERNAS) e coautoria de Pedro Mendes-Moreira, Coordenador do Mestrado em Agricultura Biológica e também investigador no CERNAS, nesta mesma instituição de ensino superior.

No artigo é apresentado e, devidamente fundamentado, um modelo conceptual pictórico original que estabelece a interligação entre as áreas da agricultura biológica e a saúde pública.


Proposta da agricultura biológica como indicador de saúde pública. (Fonte: Ferreira et al., 2020; doi: 10.1515/opag-2020-0088)

A agricultura biológica assenta na prevenção, disponibilizando ao consumidor alimentos saudáveis e produzidos com respeito pela natureza, sem esquecer a saúde e o bem-estar dos agricultores.

Desenvolvendo a saúde pública a sua ação na promoção da saúde e na prevenção da doença, a autora vê a agricultura biológica como promotora de saúde, propondo que seja considerada um indicador de saúde pública e que passe a pertencer ao grupo dos determinantes de saúde. O objetivo é que, ao incluir a agricultura biológica, sejam planeadas, desenvolvidas e implementadas políticas de saúde mais ajustadas às necessidades da população.

Para Fátima Ferreira, “a forma como cuidamos da Terra e como nela produzimos os alimentos tem grande influência na nossa saúde. O contexto de pandemia que estamos a viver, ajuda-nos a reconectar e a valorizar a importância de como são e onde são produzidos os alimentos”.

Doença genética rara
O raquitismo hipofosfatémico ligado ao cromossoma X (também conhecido por XLH - sigla em inglês) é a

O XLH é uma doença rara de crianças e adolescentes, em que os rins perdem fosfato originando falta de mineralização do osso em crescimento.

Os níveis elevados de FGF 23 (fator de crescimento do fibroblasto 23) são os responsáveis diretos pela perda tubular de fósforo e ainda por redução da produção de vitamina D ativa (calcitriol) que no seu conjunto são responsáveis pela não mineralização óssea.

Apesar de se tratar quase sempre de um distúrbio de origem genética, há relatos de casos que são provocados por tumores.

A maioria das doenças hipofosfatémicas são hereditárias, frequentemente com transmissão ligada ao X. Muito raramente surgem na infância tardia ou adolescência, casos de tumores benignos produtores de FGF 23, responsáveis pela doença, que resolve completamente com a extirpação do tumor.

Raramente o diagnóstico de XLH ocorre nos primeiros meses de vida.

Mesmo quando há história familiar de raquitismo hipofosfatémico é muito raro o diagnóstico nos primeiros meses de vida. Assim, embora o diagnóstico precoce seja crucial para se obter melhor crescimento e menores deformações ósseas, na prática ele ocorre acima dos 6 meses, sendo necessário um elevado nível de suspeição.

Para além das deformações ósseas e atraso no desenvolvimento psicomotor, há outras complicações associadas à doença.

Secundariamente, pode ocorrer nefrocalcinose (depósitos intrarenais de cálcio) por vezes responsável por insuficiência renal crónica a terapêutica não controlada e/ou hiperparatiroidismo secundário e até terciário – responsável por hipercalcemia e complicações cardiovasculares e hipertensão arterial.

O Raquitismo Hipofosfatémico não tem cura, mas tem tratamento.

Quando a doença é detetada e tratada precocemente poderá ocorrer um crescimento e desenvolvimento praticamente normais e sem deformações.

O tratamento consiste, essencialmente, na administração oral de doses adequadas de fósforo e calcitriol. Atualmente já existe um anticorpo monoclonal anti FGF 23 que constitui uma arma terapêutica especifica.

Foto: 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Ação de responsabilidade social
Para assinalar o seu 16º aniversário, a BebéVida entregou um donativo no valor de 1.520€ à instituição Vida Norte, uma IPSS que...

“É com muito orgulho que assinalamos mais um ano de BebéVida, PME Líder há 11 anos consecutivos e o único laboratório nacional com acreditação FACT, a garantia de que as amostras aqui guardadas são aceites nos centros de transplante em qualquer parte do mundo. A confiança depositada em nós, é o que nos tem permitido continuar e temos a felicidade de ver o valor que nos dão não só em Portugal como também no estrangeiro”, afirma Luís Melo, administrador do laboratório. Desde 2016, a empresa tem vindo a internacionalizar-se, recebendo amostras vindas de Espanha.

“Estas conquistas contribuem também para o empenho da BebéVida em continuar comprometida no apoio de instituições de solidariedade social, como é o caso da Vida Norte que está intrinsecamente ligada à nossa missão e desempenha um papel fundamental nos locais onde atua”, acrescenta.

O primeiro transplante com células de sangue do cordão umbilical foi feito em 1988, numa terapia aplicada a uma criança americana com Anemia de Fanconi. Desde então, foram já realizados mais de 40 mil transplantes deste género em todo o Mundo, sendo que existem atualmente mais de 80 doenças que podem beneficiar deste tipo de tratamento. Além disto, estão em curso mais de 370 ensaios clínicos relativamente ao uso destas células nas mais variadas patologias, incluindo a Covid-19.

Luís Melo explica que existem várias vantagens ao guardar o sangue do cordão umbilical: “a amostra é recolhida sem dor para a mãe e o bebé, é 100% compatível com o próprio bebé e relativamente aos irmãos a probabilidade de compatibilidade é de 25%”. Mas os benefícios não ficam por aqui, os pais que não tenham interesse em guardar as células podem doá-las à BebéVida para investigação, sem qualquer custo”, acrescenta o administrador do laboratório

O laboratório português procura contribuir para a sustentabilidade ambiental do planeta e está a avaliar a implementação da ISO 14001/2015, uma norma procurada por organizações que desejam estabelecer ou aprimorar o seu Sistema de Gestão Ambiental.

A BebéVida tem apostado ao longo dos anos na vertente de responsabilidade social, procurando devolver à comunidade parte daquilo que dela recebe. Para tal, sempre que possível, o laboratório apoia instituições de mérito e que de alguma forma se relacionam com a sua atividade, para além da Vida Norte, a BebéVida já colaborou com o IPO, a Apoio à Vida, a Stand4Good e a Make-a-Wish Portugal. Além disto, realiza anualmente a Maratona da Maternidade que tem como objetivo principal o incentivo à natalidade.

Relatório Fórum Económico Mundial
Disparidade social, instabilidade política, riscos ambientais estão entre as principais consequências de uma pandemia como...

Nos últimos 15 anos, o Global Risks Report do Fórum Económico Mundial tem vindo a alertar para o risco de pandemias. Em 2020, fomos testemunhas dos efeitos de ignorar a preparação e os riscos a longo prazo. A pandemia de COVID-19 não só retirou a vida a milhões de pessoas, como ampliou também as disparidades já existentes ao nível da saúde, da economia e do digital. Milhões de cuidadores, trabalhadores e estudantes – em especial minorias que já se encontravam em desvantagem mesmo antes da pandemia – estão agora em risco de perder o rumo para sociedades novas e mais justas que a recuperação poderia ter desbloqueado. De acordo com o Global Risks Report 2021, divulgado hoje, estes desenvolvimentos podem impedir ainda mais a cooperação global necessária na resposta aos desafios de longo prazo, como a degradação ambiental.

No que respeita ao acesso à tecnologia e às competências digitais, o risco do fosso entre “ricos” e “pobres” aumenta, desafiando a coesão social. Isto irá afetar particularmente os jovens do mundo inteiro, uma vez que que este grupo enfrenta, em apenas uma geração, a sua segunda crise global, podendo perder por completo as oportunidades da próxima década.

Pressões financeiras, digitais e reputacionais resultantes do COVID-19 ameaçam também deixar para trás muitas empresas e os seus colaboradores no futuro. Ainda que estas potenciais disparidades possam causar fragmentação social para os Estados, um cenário geopolítico cada vez mais tenso e fragilizado irá também prejudicar a recuperação global, caso as médias potências percam assento na mesa global.

Uma vez mais, os riscos ambientais lideram por impacto e probabilidade, perspetivando já a próxima década. As fraturas sociais, a incerteza e a ansiedade irão dificultar ainda mais o alcance da tão necessária coordenação para abordar a degradação contínua do planeta.

Pela primeira vez, o relatório classifica também os riscos de acordo com o prazo em que os respondentes estimam que estes representam uma ameaça global. Riscos claros e iminentes (0 a 2 anos) revelam preocupação com as vidas humanas e os seus meios de subsistência – entre eles as doenças infeciosas, crises de emprego, desigualdade digital e desilusão juvenil. A médio-prazo (3 a 5 anos), os respondentes acreditam que o mundo será ameaçado por riscos de repercussão económica e tecnológica que poderão levar vários anos a materializar – como explosões da bolha de ativos, o colapso das infraestruturas de tecnologias de informação (TI), instabilidade de preços e crises da dívida. Ameaças existenciais (5 a 10 anos) – armas de destruição em massa, colapso de Estados, perda da biodiversidade e avanços tecnológicos adversos – dominam as preocupações a longo-prazo.

De acordo com Saadia Zahidi, Managing Director do Fórum Económico Mundial, “Em 2020, o risco de uma pandemia global tornou-se uma realidade, algo que este relatório tem vindo a destacar desde 2006. Sabemos o quão difícil é para governos, empresas e outros stakeholders abordar estes riscos a longo-prazo, mas a lição para todos nós passa por reconhecer que ignorar estes riscos não faz com que a probabilidade de acontecerem seja menor. À medida que governos, empresas e sociedades começam a emergir da pandemia têm de agora, e de forma célere, moldar a nova economia e os sistemas sociais para que melhorem a nossa resiliência coletiva e a capacidade de responder a choques, enquanto reduzem a desigualdade, melhorando a saúde e protegendo o planeta. Para ajudar a responder a este desafio, o evento que se realiza na próxima semana, The Davos Agenda, irá mobilizar líderes globais para definir os princípios, políticas e parcerias necessárias neste novo contexto.”

O relatório reflete, ainda, sobre as respostas a dar ao COVID-19, identificando lições para aumentar a resiliência global. Estas lições incluem a elaboração de abordagens analíticas, incentivando os melhores gestores de risco a construir confiança através de uma comunicação clara e consistente e a criar novas formas de parceria. Os riscos-chave destacados neste relatório são complementados com recomendações para apoiar países, empresas e a comunidade internacional a agir perante os riscos transversais, ao invés de reagir. O relatório termina com uma visão geral dos “riscos fronteiriços” – com nove eventos de elevado impacto e baixa probabilidade elaborados por especialistas em exercícios de previsão – que incluem a reversão geomagnética, guerras acidentais e exploração de interfaces cérebro-máquina.

“A aceleração da transformação digital promete trazer grandes benefícios, como por exemplo, a criação de cerca de 100 milhões de novos postos de trabalho em 2025. Ao mesmo tempo, a digitalização pode deslocar cerca de 85 milhões de postos de trabalho e, uma vez que 60% dos adultos ainda carece de competências digitais, o risco está no agravamento das desigualdades existentes,” refere Peter Giger, Group Chief Risk Officer do Zurich Insurance Group. “O maior risco a longo-prazo continua a ser a incapacidade de agir sobre as alterações climáticas. Não havendo vacina contra os riscos climáticos, os planos para a recuperação pós-pandémica devem focar-se no alinhamento entre crescimento e as agendas de sustentabilidade para reconstruir um mundo melhor.”

 “As consequências económicas e sociais do COVID-19 irão impactar profundamente a forma como as organizações interagem com os seus clientes e colaboradores, mesmo muito depois da implementação de qualquer vacina. À medida que as empresas transformam os seus locais de trabalho, surgem novas vulnerabilidades. A rápida digitalização está a fazer crescer exponencialmente as exposições cibernéticas; a disrupção das cadeias de fornecimento está a alterar radicalmente os modelos de negócio; e o aumento de questões de saúde mais críticas acompanha os colaboradores na mudança para o trabalho remoto,” afirma Carolina Klint, Risk Management Leader, Continental Europe, da Marsh. “Se estiverem dispostas a melhorar a sua resiliência a choques futuros, todas as organizações vão precisar de se fortalecer e rever constantemente as suas estratégias de mitigação de risco.”

“A pandemia em 2020 foi um teste à resistência de todos, que abalou as bases económicas e sociais a nível mundial. Reconstruir resiliência para choques sistémicos irá requerer financiamentos significativos, cooperação internacional e uma maior coesão social. A resiliência irá também depender do crescimento contínuo da conetividade mundial, uma vez que sabemos que as economias que digitalizaram mais cedo, tiveram uma melhor performance em 2020,” refere Lee Hyung-hee, President, Social Value Committee, do SK Group. “Se a implementação do 5G e da Inteligência Artificial continuar a emergir como um motor de crescimento, precisamos urgentemente de colmatar o fosso digital e tratar dos riscos éticos.”

O Global Risks Report 2021 foi desenvolvido com o apoio inestimável do Global Risks Advisory Board do Fórum Económico Mundial. Beneficia também de uma colaboração contínua com os seus Parceiros Estratégicos, Marsh McLennan, SK Group e Zurich Insurance Group e dos seus consultores académicos da Oxford Martin School (University of Oxford), a National University of Singapore e o Wharton Risk Management and Decision Processes Center (University of Pennsylvania).

Estudo
Um estudo liderado pelo neurocientista Miguel Castelo-Branco, da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra (FMUC),...

Publicado na prestigiada PNAS (Proceedings of the National Academy of Sciences), revista da Academia Americana de Ciências, o estudo, realizado com a colaboração do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC), teve como objetivo avaliar a capacidade de reorganização do cérebro na fase inicial de uma doença neurodegenerativa, a doença de Parkinson, e insere-se numa estratégia de estudar a capacidade que o cérebro tem de se readaptar ao longo da vida na saúde e na doença.

Para tal, a equipa, que também integra investigadores do Coimbra Institute for Biomedical Imaging and Translational Research (CIBIT) e do Instituto de Ciências Nucleares Aplicadas à Saúde (ICNAS), combinou de forma única um conjunto de métodos funcionais e moleculares de imagem que permitissem avaliar os movimentos oculares, uma função que na doença de Parkinson está alterada muito precocemente, dos participantes no projeto durante a realização de tarefas muito simples.

O resultado deste estudo, afirma Miguel Castelo-Branco, é surpreendente «porque a plasticidade foi demonstrada a nível funcional e molecular no cérebro adulto, que se pensa ter menor plasticidade que o cérebro jovem. Para além do mais, este efeito foi observado numa fase inicial de uma doença neurodegenerativa, a doença de Parkinson. Isto mostra as reservas de compensação que o nosso cérebro tem, mesmo na adversidade».

Sabendo-se que os sistemas visual e motor se modificam na doença de Parkinson, o artigo agora publicado, que tem como primeira autora a investigadora do CIBIT Diliana Rebelo, demonstrou duas coisas: «que a falência do sistema de execução de movimentos oculares é compensada nas fases iniciais da doença pelo recrutamento aumentado da parte do sistema visual que os programa».


Miguel Castelo-Branco, o neurocientista que lidera o estudo

Os autores do estudo descobriram ainda, usando a técnica de PET (tomografia por emissão de positrões), um mecanismo molecular «que explica esta compensação funcional ao nível das estruturas que estão na base da comunicação entre os neurónios: as sinapses. Verificou-se que os níveis de um tipo de recetores (D2) de dopamina, que é a molécula chave na doença de Parkinson, ajustavam-se em várias partes do cérebro, relacionadas com a programação de movimentos oculares. Esse ajustamento tinha uma relação íntima com o padrão de compensação funcional encontrado».

De forma mais simples, podemos dizer que «há uma espécie de reorientação dos circuitos oculares, de reformação de conexões, mesmo a nível molecular. É quase como se houvesse um shift para a parte mais posterior do cérebro», ilustra Miguel Castelo-Branco.

A descoberta de um elo entre plasticidade sináptica e reorganização da atividade cerebral na doença de Parkinson «abre caminho para, em trabalhos futuros, se entender os limites da reorganização do cérebro adulto e na aplicação à reabilitação neurológica», informa.

Ou seja, esclarece o docente da FMUC, este estudo demonstra que «a reabilitação em doentes de Parkinson é possível. Estes resultados podem ter impacto para atrasar o declínio». Por outro lado, conclui, «este trabalho também nos dá informação sobre o efeito dos fármacos, isto é, fornece informação que pode ser relevante para a terapêutica, porque a dopamina é a molécula central na doença de Parkinson. Ao olharmos para os mecanismos de compensação molecular, ficamos com muito mais informação sobre os efeitos terapêuticos dos fármacos, nomeadamente dá pistas para ajudar a prevenir efeitos secundários associados à terapêutica».

O artigo científico está disponível em: https://www.pnas.org/content/118/3/e2013962118/tab-article-info.

Sondagem
Um confinamento mais duro e restritivo, com o encerramento das escolas, tal como aconteceu entre março e abril de 2020, é o que...

No que diz respeito a um novo confinamento mais restritivo, 77% dos inquiridos concordam com um novo confinamento mais restritivo, 47% dizem «concordar» e 30% «concordar totalmente». Contra estão apenas 19%, sendo que 14% «discordam» e 5% «discordam totalmente».

No que diz respeito ao encerramento das escolas, à semelhança do que se passou no ano passado quando Portugal entrou em confinamento, e que conduziu ao ensino à distância, mais de 54% são a favor da medida, sendo que 31% dizem «concordar» e 23% «concordar totalmente».

Por sua vez entre os 38% que estão contra esta regra, 25% «discordam» e 13% «discordam totalmente» da medida.

António Costa considera que “não se justifica, do ponto de vista sanitário, o custo social e no processo de aprendizagem da atual geração impor por um segundo ano letivo limitações ao ensino presencial”. No entanto, admite, a possibilidade de fecho caso a estirpe britânica do coronavírus se torne dominante.

Esta decisão será reavaliada na próxima terça-feira na reunião do Infarmed, como anunciado por Marcelo Rebelo de Sousa esta semana.

O inquérito foi realizado no período compreendido entre os dias 11 e 14 de janeiro, numa altura em que a situação pandémica em, Portugal era muito parecida com a atual. A sondagem revelou uma tendência para os mais velhos concordarem mais com as medidas, ainda que se mantenham muito semelhantes nas várias faixas etárias.

 

Webinar
A leucemia linfoblástica aguda (LLA) é o tema em destaque no próximo webinar, organizado pela Associação Portuguesa Contra a...

“A LLA constitui apenas cerca de 0,3% de todas as neoplasias, sendo que cerca de 60% destas ocorrem antes dos 20 anos. Como tal, torna-se crucial desmitificar esta doença rara, tanto relativamente a adultos como a crianças. Além disso, mesmo em contexto de pandemia da COVID-19, os doentes não devem descurar a importância das terapêuticas e do prognóstico em tempo útil. Por isso, queremos também abordar quais os cuidados que estes doentes devem ter devido a esta nova realidade e a forma como os sistemas de saúde se têm adaptado”, explica Manuel Abecasis, presidente da APCL.

O webinar, que será moderado pelo jornalista Paulo Farinha, irá dividir-se nos seguintes momentos:

17h00 Esclarecimento de dúvidas associadas à LLA em adultos: O que é, terapêutica e prognóstico;

17h30 Q&A com a Dra. Albertina Nunes, hematologista no IPO de Lisboa

17h45 Esclarecimento de dúvidas associadas à LLA e pediatria: O que é, terapêutica e prognóstico;

18h15 Q&A com o Dr. Ximo Duarte, médico pediatra no IPO Lisboa;

18h30 Gestão de doentes em tempo de pandemia: O que muda, que pode ser otimizado, o papel do cuidador:

- Medidas de precaução a tomar pelos doentes?

- Como o sistema de saúde está a adaptar-se?

19h00 Q&A com a Dra. Filomena Pereira, Diretora do serviço de Pediatria do IPO de Lisboa.

A participação no webinar é gratuita e as inscrições poderão ser feitas aqui: https://forumdideias.eventsair.com/apcl2020/registos/Site/Register

Testes de antigénio
Arranca amanhã, dia 20 de janeiro, a campanha de testagem rápida, através de testes de antigénio (Trag), nos estabelecimentos...

Resultado de um trabalho conjunto das áreas governativas da Saúde e da Educação, a realização de testes de antigénio visa aumentar a rapidez da deteção e rastreamento de eventuais casos de SARS-CoV-2, em alunos, pessoal docente e não docente.

Para operacionalizar esta estratégia, a Direção-Geral da Saúde (DGS) e a Direção-Geral dos Estabelecimentos Escolares (DGEstE), em colaboração com as respetivas estruturas regionais e com as administrações regionais de saúde, elaboraram um modelo de consentimento informado a obter junto dos encarregados de educação, bem como informação sobre a importância do processo de testagem para fornecer à comunidade educativa.

Em caso sejam identificados surtos ativos, a capacidade de testagem será reforçada, sendo a prioridade testar  toda a comunidade escolar dos estabelecimentos de ensino afetados, independentemente do grau de ensino a que pertença.

 

EIT Health
No último ano, o EIT Health acelerou mais de 120 start-ups em regiões europeias emergentes, onde se inclui Portugal. Espera-se...

O EIT Health apoia mais de 120 start-ups em toda a Europa. Verifica-se que estão a ser desenvolvidos cada vez mais projetos disruptivos em regiões com um crescente reconhecimento ao nível da sua inovação (de acordo com o European Innovation Scoreboard), como Portugal, mas também Itália ou Polónia, entre outros países. Entre eles encontram-se cinco inovações que podem transformar a saúde e a biotecnologia na Europa nos próximos anos, nomeadamente o projeto da star-up português iLof que pretende contribuir para uma descoberta mais rápida da cura da doença de Alzheimer.

A equipa foi formada através do programa EIT Health Wild Card 2019, e conquistou o 1º lugar do EIT Jumpstarter na categoria de Saúde, também em 2019. Com uma solução mais acessível financeiramente e não invasiva na estratificação de pacientes com Alzheimer para ensaios clínicos, espera-se com isso acelerar o tratamento dos doentes. Recentemente, a iLof foi também nomeada pela CBInsights, na sua classificação anual, como uma das 150 start-ups de saúde digital mais promissoras do mundo. Esta é uma empresa que nasce da tecnologia da Universidade do Porto, que dinamiza a atividade do EIT Health na região Norte do país.

Assistente virtual que aumenta o envolvimento do paciente

PatchAI: A empresa italiana tem como objetivo transformar a pesquisa clínica através de um assistente virtual empático baseado em Inteligência Artificial (IA), o qual concentra os seus esforços naqueles que se encontram em ensaios clínicos, mantendo-os informados e apoiados, e focando-se nos mesmos e nas suas necessidades imediatas. A equipa angariou 25.000€ em smart money e mentoria no decorrer da edição de 2019 do InnoStars Awards, para além de receber um apoio adicional de 17.000€, ao obter o 3º prémio na competição EIT Health Catapult de 2020.

A proteção UV segura que é 100% ecológica

A start-up polaca UVera é um grande exemplo de aceleração de start-ups do EIT Health InnoStars: depois de receber o 1º prémio no InnoStars Awards em 2019, venceu na categoria de Biotech, bem como o Alex Casta Audience Award, ambos no programa EIT Health Catapult do ano transato. Graças a este reconhecimento, o logotipo da UVera foi exibido na Nasdaq Tower, em Nova Iorque. Esta equipa oferece uma solução para a poluição por filtro solar, um problema global mais grave do que à partida se pode considerar. A UVera desenvolveu um protetor UV extraído a partir de microrganismos naturais, com capacidade para bloquear todo o espectro de raios UV sem quaisquer produtos químicos.

Triagem cardíaca em 5 minutos

A startup lituana Ligence participou no EIT Jumpstarter de 2019 e, com isso, recebeu smart-funding, obteve maior conhecimento do mercado, potenciou oportunidades de networking e um planeamento e desenvolvimento de negócios. A sua solução inovadora permitiu-lhes, ainda, conquistar o primeiro prémio do InnoStars Awards 2020. A equipa utiliza uma aprendizagem tecnológica profunda e desenvolveu um software capaz de efetuar a segmentação automática das características anatómicas do coração, uma avaliação funcional e o desenvolvimento de um relatório estruturado direcionado ao médico. Este é um método económico e preciso de diagnóstico e tratamento de doenças, particularmente relevante nesta era COVID que atravessamos.

Apoio para sobreviventes de AVC que torna as suas vidas mais fáceis

A PhoenixOrthosis, start-up húngara e terceira colocada nos EIT Health InnoStars Awards 2020, espera tornar mais eficaz o processo de reabilitação de sobreviventes de AVC. A solução da empresa é uma ortótese para a mão que utiliza tecnologias inovadoras para recuperar parcialmente a função de abertura perdida. A equipa tem como missão encurtar o tempo necessário para recuperar uma maior na execução das atividades do dia a dia. É um dispositivo de ajuste fino e 100% personalizado, projetado para apoiar o paciente em qualquer momento.

“Em 2020 a pandemia de coronavírus afetou a vida das pessoas e dos países da Europa, em todos os sentidos, mas com especial ênfase nos sistemas económicos e de saúde. Um ano que provou mais do que nunca que a Europa precisa de sistemas de saúde estáveis, capazes de se adaptar a um ambiente em rápida mutação e preparados para situações inesperadas. No ano passado acelerámos mais de 120 projetos e equipas oriundas do Centro, Leste e Sul da Europa, e concedemos a essas soluções 2,3 milhões de euros. Isso porque o objetivo do EIT Health é desenvolver as melhores ideias, que possam contribuir para o fortalecimento dos sistemas de saúde e a construção de uma economia de saúde sustentável na Europa”, explica Tamas Bekasi, RIS Business Creation Manager da EIT Health InnoStars.

Para participar nas próximas edições do EIT Health Catapult, inscreva-se aqui até 16 de março.

Brevemente, mais informações sobre o EIT Jumpstarter e os EIT Health InnoStars Awards estarão disponíveis em innostarter.eithealth.eu.

Dados da pandemia
Portugal registou um novo recorde de mortes associadas à Covid-19 nas últimas 24 horas: 218 A região de Lisboa e Vale do Tejo...

Segundo o boletim divulgado, a região de Lisboa e Vale do Tejo continua a ser aquela onde morreram mais pessoas com Covid-19: 88 das 218 mortes registadas em todo o País. Seguem-se as regiões centro com 55 e o norte com 51. No Alentejo há 17 mortes a lamentar e no Algarve cinco.

Nos arquipélagos, apenas a Madeira registou duas mortes.

Quanto ao número de novos casos, o boletim epidemiológico divulgado hoje, pela Direção Geral da Saúde, mostra que foram diagnosticadas 5.012 novas infeções na região de Lisboa e Vale do Tejo. Segue-se a região norte com 2.970 novos casos de infeção pelo novo coronavírus e a região Centro, 1.605. No Alentejo há mais 531 casos e no Algarve mais 198. No arquipélago da Madeira foram identificadas mais 100 infeções e no dos Açores 39 novos casos.

Quanto ao número de doentes internados, há atualmente 5.291 internamentos, mais 126 que ontem, sendo que as unidades de cuidados intensivos receberam, desde o último balanço mais 6 doentes. Ao todo estão 670 pessoas na UCI.

O boletim desta terça-feira mostra ainda que, desde ontem, 10.282 pessoas recuperaram da Covid-19, elevando para 421.871 o total daqueles que conseguiram vencer a doença desde o início da pandemia.

No que diz respeito aos casos ativos, o boletim epidemiológico divulgado hoje pela DGS, revela que existem 135.841 casos, menos 45 que ontem.  As autoridades de saúde mantêm 174.355 contactos sob vigilância, mais 8.120 desde o último balanço.

Durante a pandemia
Numa fase de grande desgaste para todo o País, a APCP considera que devem ser reunidos esforços no sentido de descentralizar os...

De acordo com a APCP, o “exponencial aumento do número de pessoas doentes com COVID-19 assim como o crescente número de pessoas que falecem (em contexto COVID e noutros), configuram um conjunto de grandes preocupações que fazem reconhecer a iminente rutura do SNS”.

“É preciso reconhecer a impossibilidade de dar resposta hospitalar a todos os doentes, mas também perceber que muitos doentes em situação de doença avançada e em fim de vida podem e devem ser cuidados fora dos hospitais.

Num momento particularmente difícil para o SNS, é urgente que se priorizem equipas que facilitem os processos de tomada de decisão antecipada e se invista nos cuidados de proximidade. Só assim se conseguirão planear e promover cuidados centrados nas necessidades da pessoa doente e sua família, com especial destaque para o alívio sintomático”, explica a Enfermeira Catarina Pazes, Presidente da APCP.

A nível hospitalar, a APCP considera crucial o papel das equipas de cuidados paliativos, “nomeadamente no planeamento e assessoria nas tomadas de decisão, definições estratégicas e questões éticas”.

Além deste, estas equipas assumem também um papel fundamental na articulação com recursos da comunidade e facilitação de altas clínicas de doentes que possam regressar ao domicílio.

Para que a resposta a cada doente seja a mais adequada possível, é urgente, segundo a APCP, definir níveis de cuidados e garantir ao máximo, e dentro do possível, os cuidados no contexto comunitário e nos Lares de idosos. “É urgente um apoio na tomada de decisão antecipada, para que não falhem cuidados de alívio sintomático e apoio adequado a quem não necessita de cuidados que são exclusivos do meio hospitalar”, escreve em comunicado.

“Assumir os Cuidados Paliativos como uma resposta da linha da frente, entende-se como uma mais-valia não só para cada doente e família, como também para o SNS como um todo. Perante a maior Crise dos últimos tempos, assume-se como imperioso assegurar cuidados de saúde sustentáveis. Reconhecer os limites da vida, promover a qualidade de cuidados e garantir   a adequação de respostas do SNS”, conclui a Enfermeira Catarina Pazes.

Programa Nacional de Promoção da Alimentação Saudável (PNPAS)
O artigo “The national food and nutrition strategy for the Portuguese COVID-19 response”, onde se descreve de forma breve a...

Desde o início da pandemia da Covid-19, o PNPAS tem vindo a produzir um conjunto de orientações pertinentes e pragmáticas, juntamente com materiais informativos disponibilizados ao longo da resposta concertada de Portugal à pandemia. 

A alimentação é cada vez mais reconhecida como um aspeto central no contexto da Covid-19, sendo que a obesidade é hoje um dos principais fatores de risco para a gravidade na infeção por SARS-CoV-2. E a par da obesidade, a Covid-19 também afeta com maior gravidade pessoas com outras doenças crónicas, como a diabetes e a hipertensão arterial. Em todas estas patologias, a alimentação saudável será determinante para um melhor controlo metabólico destes doentes.

Por outro lado, sabemos também que a otimização do estado nutricional nos doentes com Covid-19 pode ser de extrema importância para a sua recuperação e para a diminuição do risco de complicações associadas. Assim, os cuidados de nutrição, devem ser uma prioridade, tantos nos cuidados de saúde primários como nos cuidados hospitalares, em particular nas unidades que tratam de doentes com Covid-19, desde os doentes internados em enfermaria às unidades de cuidados intensivos. 

O confinamento que se iniciou novamente em Portugal volta a colocar grandes desafios para a adoção de uma alimentação saudável na população portuguesa, em particular das famílias mais vulneráveis do ponto de vista socioeconómico.

São estes desafios e as suas respetivas respostas que se encontram descritas no artigo que foi publicado.

 

15.º Congresso Português do AVC volta a organizar curso para médicos
O 15.º Congresso Nacional do AVC está à porta – decorre de 4 a 6 de fevereiro – e, mais uma vez, a organização do evento...

Esta formação já é um clássico do congresso, sempre com elevada procura por parte de especialistas e internos, como reconhecem os dois coordenadores do curso – Miguel Rodrigues e Liliana Pereira, ambos neurologistas do Hospital Garcia de Orta. “Existe um grande número de clínicos com envolvimento direto nos cuidados agudos aos doentes com suspeita de AVC que sentimos a necessidade de formar de acordo com as mais recentes recomendações nesta área”, explica o médico, acrescentando que “este tipo de formação é também benéfico para todos os internos, cativando-os para a área da doença vascular cerebral”.

Os objetivos da organização passam pela formação contínua de excelência na área do AVC, capacitando os formandos com ferramentas para a colheita da história clínica de um doente com suspeita de AVC e para a realização da entrevista com o doente, familiares ou cuidadores.

O curso vai também abordar que exames complementares de diagnóstico são imprescindíveis no atendimento a doente com suspeita de AVC agudo, bem como as alterações mais frequentemente identificadas nesses mesmos exames.

As indicações e contraindicações para a realização de trombólise e tratamento endovascular, assim como a seleção de doentes para cada uma destas terapêuticas segundo as mais recentes recomendações científicas são, igualmente, matérias desta tarde formativa, durante a qual haverá ainda espaço para descrever os principais mimetizadores do AVC agudo e as formas como se pode identificar e orientar esse quadro clínico.

A inovar esta primeira edição virtual, os temas supramencionados estão divididos no programa do curso em quatro estações [Estação 1. Abordagem inicial do doente com suspeita de AVC agudo; Estação 2. Interpretação dos exames imagiológicos; Estação 3. Decisão terapêutica: trombólise e tratamento endovascular; Estação 4. Identificação e orientação de mimetizadores], com formadores diferentes e com a duração aproximada de 45 minutos. Os participantes serão divididos por dois grupos, cada um com um máximo de 30 elementos, que rodarão pelas estações alternadamente.

Nas palavras de Liliana Pereira, esta organização por “estações” pretende “garantir uma interação mais direta com os formadores em temas específicos, em que o formando possa chegar ao final do curso sem dúvidas”, embora reconheça: “Estamos cientes que o modelo virtual é menos cativante para a audiência, pelo que esperamos que o equilíbrio entre sessões teóricas e sessões interativas permita manter o foco no conteúdo do curso e ser proveitoso”.

Ainda assim, mesmo com as contingências ditadas pela pandemia pelo novo coronavírus no terreno, “aceitámos o desafio de adaptar o curso ao modelo virtual para manter ativa esta vertente formativa do Congresso do AVC, que esperamos seja uma mais-valia na formação pós-graduada dos nossos colegas”, remata a neurologista. O Curso conta com o apoio da Medtronic.

Isolamento recomendado
Durante o novo período de confinamento a Associação Protectora dos Diabéticos de Portugal (APDP) reforça a importância da...

 “Vivemos uma situação de emergência em Portugal e as pessoas com diabetes são um dos grupos de risco de complicações graves em caso de infeção pelo novo coronavírus. Falamos especialmente das pessoas com mais de 50 anos e com diabetes que devem manter um isolamento rigoroso, não se deixando infetar e evitando todas as hipóteses de contágio. Só deverão sair de casa em situações de absoluta necessidade e, sempre, evitando contactos pessoais. É ainda fundamental que todas as suas dúvidas sejam esclarecidas para evitar cenários de descompensação da doença” afirma José Manuel Boavida, presidente da APDP.

 A APDP reforça que a sua Linha de Apoio à Diabetes (21 381 61 61) continua a prestar aconselhamento especializado e pode ajudar a libertar a linha SNS 24 em questões relacionadas com o receio de infeção e apoio psicológico para todas as pessoas com diabetes A associação alerta ainda para a importância de uma ação imediata em situações de descompensação da doença e que é preciso garantir segurança a todas as pessoas com diabetes, destacando o papel desta rede de apoio para apoiar nos ajustes da própria terapêutica. “É importante reforçar que uma intervenção precoce evita complicações e internamentos, durante o período de confinamento” refere ainda José Manuel Boavida.

“Em caso de contágio, as pessoas com diabetes estão mais suscetíveis a consequências graves ou até à morte. Agora, mais do que nunca, é fundamental reforçar a importância da educação terapêutica e criar ferramentas que a suportem, permitindo assim que as pessoas com diabetes desenvolvam competências na autogestão dos cuidados, capazes de manter o melhor controlo possível. A Linha de Apoio à Diabetes serve assim como uma base de apoio para as pessoas com diabetes, seja na gestão da doença ou apoio psicológico, e para que os cuidadores também se sintam apoiados”, adianta João Filipe Raposo, diretor clínico da APDP

 O número de telefone da Linha de Apoio à Diabetes é o 21 381 61 61 e está disponível das 9.00h às 17h, incluindo fins de semana e feriados.

APIC realiza 10.ª Reunião do Grupo de Válvulas Percutâneas em formato online
A Associação Portuguesa de Intervenção Cardiovascular (APIC) vai realizar a 10.ª Reunião do seu Grupo de Estudo de Válvulas...

“Começamos um novo ano, com novos desafios. A reunião cresceu e terá, pela primeira vez, dois dias inteiramente dedicados à discussão e atualização de conhecimentos dos profissionais de saúde sobre o tratamento percutâneo da doença valvular cardíaca. Nestes dois dias, contaremos com a participação de especialistas de renome nacionais e internacionais, o que muitos nos honra e contribui para a afirmação desta reunião enquanto evento major desta área de atuação da cardiologia”, afirma João Brito, membro da Comissão Científica e Organizadora.

E acrescenta: “Esta será uma reunião digital, mas terá seguramente espaço para a troca de ideias e a discussão de temas extremamente pertinentes na atualidade, como seja a intervenção estrutural percutânea em tempo COVID, ou a criação de programas de TAVI em centros sem cirurgia cardíaca. Teremos também uma interessante sessão de complicações, que gera sempre grande entusiasmo e participação. Acreditamos que vai continuar a ser um momento com oportunidades de aprendizagem únicas.”

As inscrições são gratuitas e estão abertas a todos os profissionais de saúde, bem como estudantes da área da saúde, que tenham interesse nas temáticas da intervenção estrutural valvular.

Para mais informações e inscrições consulte: https://www.vap-apic.pt/

 

 

Doença rara e genética
Trata-se de um tipo de diabetes rara, de causa genética, que pelas suas características nem sempre é

O termo MODY (Maturity Onset Diabetes of the Young) surgiu nos anos 60 do século XX para descrever um tipo de diabetes diferente dos que eram conhecidos até à data. Com origem em mutações em 14 genes, este tipo de diabetes conta com apresentações clínicas bastante heterogéneas, pelo que não é raro encontrar-se subdiagnosticada ou mal diagnosticada.

Segundo um artigo de revisão dos especialistas Marta Ilharco e José Silva Nunes, estima-se que este tipo de diabetes apresenta uma taxa de subdiagnóstico que ronda os 80%. Isto porque, descrevem os especialistas, “os doentes podem apresentar ou não sintomatologia clássica da diabetes”: hiperglicemia, como poliúria, polidipsia, polifagia e perda de peso.

O grande desafio é, deste modo, conseguir distinguir os doentes com esta patologia dos doentes com diabetes tipo 1 ou tipo 2, “uma vez que as características clínicas podem ser semelhantes e existe frequentemente uma sobreposição fenotípica”.

Segundo os especialistas, tanto a diabetes tipo 2 como o MODY “têm um forte componente hereditário, com história de diabetes afetando múltiplas gerações sucessivas, o que pode dificultar o diagnóstico diferencial”. Contudo, ao contrário dos doentes com diabetes tipo 2, tipicamente, o doentes MODY “não apresentam excesso ponderal, hipertensão arterial ou dislipidemia e não têm outras características típicas dos estados de insulinorresistência”. Por outro lado, embora a obesidade raramente seja descrita neste tipo de diabetes, o facto de esta atingir cada vez mais adolescentes e adultos jovens “implica que possa ser reportada em doentes com MODY”, adiantam.

No que diz respeito à associação com a diabetes tipo 1, dizem os especialistas que “apesar do carácter hereditário da diabetes ser mais comum no MODY do que na diabetes tipo 1, alguns jovens com MODY acabam por ser rotulados como tendo diabetes tipo 1.” Contudo, os doentes com MODY não apresentam “níveis elevados de anticorpos contra antigénios pancreáticos e têm evidência de produção endógena de insulina (péptido C mensurável, necessidade de baixas doses de insulina para obtenção de normoglicemia e ausência de cetoacidose se a insulinoterapia for omitida)”. Por outro lado, ao contrário da diabetes tipo 1, que requer sempre tratamento com insulina,” os doentes com MODY podem ser tratados apenas com antidiabéticos orais”.

Assim, é importante a realização de análise genética para que seja possível determinar o seu diagnóstico e consequentemente o seu tratamento.

Embora existam 14 subtipos de diabetes MODY – um para cada gene envolvido na secreção de insulina que sofreu mutação -, os mais frequentes são o MODY 3, MODY 2 e o MODY 1.

Tipo MODY 3 (mutação no gene HNF1α)

É o tipo de diabetes monogénica mais frequentemente diagnosticada no adulto, sendo a causa mais comum de MODY na Europa, América do Norte e Ásia. De acordo com Marta Ilharco e José Silva Nunes, “na maioria dos casos, a diabetes tipo MODY 3 manifesta-se na adolescência ou em adultos jovens. A idade média de diagnóstico nas pessoas afetadas é de 14 anos, sendo raramente identificado em crianças com menos de 10 anos. Estes doentes nascem euglicémicos, tendem a ser magros e a ter uma normal sensibilidade à ação da insulina. A diabetes desenvolve-se como resultado da disfunção progressiva da célula β pancreática e consequente falha de produção de insulina”.

Estes doentes podem apresentar ainda características extra-pancreáticas.  

Tipo MODY 2 (mutação no gene da glucocinase, GCK)

Esta é a segunda forma mais comum de MODY. Geralmente, os doentes são assintomáticos, apresentando uma hiperglicemia ligeira e estável desde o nascimento, necessitando raramente de intervenção terapêutica e apresentam um baixo risco de complicações.

Tipo MODY 1 (mutação no gene HNF4α)

Não é tão comum como as outras formas do tipo MODY. Geralmente, afeta pessoas que nasceram com um peso aproximado de 4 kg e que, geralmente, tiveram níveis baixos de glicemia na altura do nascimento, ou níveis que necessitaram de tratamento. Podem começar a fazer terapêutica oral (comprimidos), mas evoluir para a necessidade de insulinoterapia.

Tratamento

O tratamento tem como objetivo normalizar os níveis de glicémia de modo a evitar as complicações associadas à diabetes. Neste caso, o tratamento depende do subtipo de MODY em questão.

Segundo a Associação Protectora dos Diabéticos de Portugal, a diabetes MODY 3 e MODY 1 podem ser tratadas com recurso a terapêutica oral em fases iniciais, podendo, no entanto, necessitar de insulinoterapia consoante a sua evolução.

Já a diabetes MODY 2, uma vez que apresenta uma hiperglicemia ligeira, apenas está sujeita a vigilância clínica.

Referências:
https://apdp.pt/material-educacional/diabetes-mody/
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0004-27302002000200012
http://repositorio.chlc.min-saude.pt/bitstream/10400.17/3153/1/Rev%20Port%20Diabetes%202018_13_49.pdf

Foto: 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Campanha de consciencialização para a saúde da visão
A Associação de Profissionais Licenciados de Optometria (APLO) e a Escola Superior de Comunicação Social (ESCS), do Instituto...

Para Raúl de Sousa, presidente da APLO, “esta parceria com a ESCS é mais um contributo dos Optometristas para a prevenção em saúde da visão. Os Optometristas realizam dois milhões de consultas todos os anos e estão na linha da frente para a principal causa de deficiência visual e cegueira evitável”.

Para André Sendin, presidente da ESCS, “este projeto dá a possibilidade aos alunos de desenvolverem suportes de comunicação para uma campanha nacional de consciencialização para as doenças da visão e será realizado no âmbito da unidade curricular Comunicação no Interesse Público, do curso de Relações Públicas e Comunicação Empresarial”.

Segundo a Organização Mundial da Saúde, a deficiência visual e cegueira evitável são uma realidade para grande parte da população. Em todo o mundo, estima-se que mais de 250 milhões de pessoas vivam com algum tipo de deficiência visual ou cegueira evitável. Desta forma, torna-se necessário o desenvolvimento de uma campanha a nível nacional, para melhorar a saúde visual, promovendo a consciencialização para a importância de uma visão saudável e dos rastreios, de modo a evitar a deficiência visual e cegueira.

 

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