Estudo
Uma equipa de investigadores do Instituto de Investigação e Inovação em Saúde da Universidade do Porto (i3S), que se dedica ao...

O trabalho acaba de ser publicado na revista Amyloid e pode ser fundamental para ajudar os clínicos no diagnóstico precoce da doença e na decisão sobre as terapias a seguir.

A polineuropatia amiloidótica familiar é uma doença neurodegenerativa, hereditária e progressivamente debilitante, causada por uma mutação pontual no gene da TTR. Manifesta-se ao atingir o sistema nervoso periférico com sintomas sensorio-motores, levando à morte numa década após o início dos sintomas, se nenhuma intervenção terapêutica for efetuada.

“Para além da conhecida mutação no gene da TTR, que causa a doença, identificámos neste trabalho outras variantes que estão associadas à idade de início do aparecimento dos sintomas”, adianta Miguel Alves-Ferreira, primeiro autor do artigo. Ou seja, “as variantes dentro da região promotora da paramiloidose podem alterar a expressividade da doença, fazendo com que esta se manifeste de uma forma mais tardia ou precoce”, esclarece o investigador no grupo «UnIGENe» do i3S.

Em Portugal, a doença foi caracterizada pelo seu início precoce (<40 anos), mas “cada vez mais são diagnosticados casos tardios (≥50 anos), muitas vezes isolados ou descendentes de portadores assintomáticos em idades avançadas, ocorrendo por vezes uma grande antecipação (diminuição da idade de início ao longo das gerações)”.

“Identificar possíveis causas da variabilidade da idade de início dos sintomas pode revelar mecanismos que ajudem os clínicos a lidar com doentes tardios sem história familiar, mais difíceis de identificar e diagnosticar”, sublinha Miguel Alves-Ferreira.

 

 

Secção Regional do Centro da Ordem dos Enfermeiros
Depois da Ministra da Saúde, Marta Temido, ter anunciado que os políticos vão começar a ser vacinados no decorre da próxima...

“Há milhares de enfermeiros, quer do SNS, quer do setor privado, social e que prestam serviços como trabalhadores independentes, que, até ao momento, ainda não foram inoculados com a vacina contra a Covid-19”, escreve a SRCentro num comunicado que fez chegar, esta tarde, aos órgãos de comunicação social.

Segundo Secção Regional do Centro (SRCentro) da Ordem dos Enfermeiros, “é inadmissível que, aqueles que cuidam e estão em contacto direto com os doentes (Covid ou não-Covid), sejam preteridos em prol dos que exercem cargos políticos e que podem desempenhar as suas funções em regime de teletrabalho”.

“Não podemos permitir que estes profissionais de saúde tenham que esperar até ao final de abril para receberem a(s) primeira(s) dose(s) da vacina contra o novo Coronavírus”, sublinhou o Presidente do Conselho Diretivo da SRCentro, Ricardo Correia de Matos.

E acrescenta, “num momento em que a escassez de enfermeiros é assustadora, o Governo escolhe vacinar os seus próprios membros. Isto é inaceitável!"

A SRCentro, deste modo, que a Task Force que coordena o Plano de Vacinação contra a Covid-19 tenha em consideração “esta situação e passe a abranger, no imediato, a vacinação destes profissionais de saúde”.

 

Covid-19 em Portugal
Portugal registou, nas últimas 24 horas, 252 mortes por Covid e viu confirmados mais 6.923 caso de infeção.

Segundo o boletim divulgado, a região de Lisboa e Vale do Tejo continua a ser aquela onde morreram mais pessoas com Covid-19: 113 das 252 mortes registadas em todo o País. Seguem-se as regiões centro com 56 e norte com 54. No Alentejo há 21 mortes a lamentar e no Algarve sete.

Nos arquipélagos, só a Madeira registou uma morte nas últimas 24 horas.

Quanto ao número de novos casos, o boletim epidemiológico divulgado hoje, pela Direção Geral da Saúde, mostra que foram diagnosticados 6.923 novos casos, quase metade dos registados antes do confinamento. A região de Lisboa e Vale do Tejo contabilizou 3.111 novos casos e a região norte 1.975. Desde ontem foram diagnosticados mais 1.043 na região Centro, no Alentejo 390 casos e no Algarve mais 261. No arquipélago da Madeira foram identificadas mais 112 infeções e no dos Açores 31 novos casos.

Quanto ao número de internamentos, há atualmente 6.420 doentes internados, mais 303 que ontem, sendo que as unidades de cuidados intensivos receberam, desde o último balanço mais 25 doentes. Ao todo estão 767 pessoas na UCI.

O boletim desta segunda-feira mostra ainda que, desde ontem, 5.266 pessoas recuperaram da Covid-19, elevando para 461.757 o total daqueles que conseguiram vencer a doença desde o início da pandemia.

No que diz respeito aos casos ativos, o boletim epidemiológico divulgado hoje pela DGS, revela que existem 170.635 casos, mais 1.405 que ontem.  As autoridades de saúde mantêm 212.711 contactos sob vigilância, mais 2.047 desde o último balanço.

Efeito prolongado
Embora o stress seja uma resposta natural do nosso organismo perante o que considera uma “ameaça” re

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), o stress é definido como um estado de desequilíbrio físico e/ou mental, resultante de uma resposta natural do nosso organismo. Os seus sintomas podem dividir-se em grupos: sintomas cognitivos, sintomas físicos, sintomas emocionais e alterações comportamentais.

Entre os sintomas físicos mais frequentes destacam-se:

Lesões cutâneas e acne

A pele é um dos órgãos mais afetados pelo stresse ou não fosse esta o reflexo do sistema nervoso. Segundo a dermatologista Vera Monteiro Torres, isto ocorre uma vez que “aquando da gestação embrionária, o sistema nervoso e a estrutura da pele são formados em simultâneo, criando uma ligação que se mantém ao longo da vida.”

De acordo com a especialista, é frequente, durante ou após situações de stresse surgir aquilo a que se chama neurodermatite, que não é mais do que resultado de coçar compulsivamente uma determinada região do corpo. Esta pode ser caracterizada por lesões do tipo eczema, ou seja, placas vermelhas e ásperas, algumas vezes, com pequenas bolhas.

O stresse pode ainda desencadear urticária e ser associado ao agravamento de crises de dermatite atópica ou seborreica, psoríase ou vitiligo.

Por outro lado, para além de vários estudos já terem associado o desenvolvimento da acne a níveis mais elevados de stresse, outros vêm mostrar que a acne piora com o stresse (1e 2).

Cefaleias

Vários estudos já vieram demonstrar que o stresse é um dos principais gatilhos para o desenvolvimento de dores de cabeça. Não só tem o poder de agravar esta condição como pode contribuir para o desenvolvimento de cefaleias crónicas. (3)

Segundo a MiGRA Portugal – Associação Portuguesa de Doentes com Enxaqueca e Cefaleias, a maioria dos doentes sente um agravamento das suas crises após episódios de stressantes.  

Dor Crónica

A dor crónica é uma queixa comum que pode resultar do aumento dos níveis de e

stresse. Segundo alguns estudos, o aumento dos níveis de cortisol (a hormona associada ao stress) parece esta associado ao desenvolvimento ou agravamento da dor crónica.

Nos pacientes com fibromialgia, observa-se, por exemplo, um excesso constante de adrenalina, que faz com que o corpo esteja num estado constante de alerta, mesmo durante o sono (4)

Um estudo português (5), por exemplo, conseguiu demonstrar que 71.7% dos pacientes com dor crónica sofrem de perturbações de ansiedade e 39.6% de perturbações do humor, e que quando comparados com a população normal, apresentam níveis de ansiedade e de depressão bastante superiores, não tendo sido encontradas diferenças estatisticamente significativas entre géneros para ambas as dimensões. Verificou-se também que 77.4% da amostra é vulnerável ao stress.

Fadiga crónica e insónia

Fadiga crónica e diminuição dos níveis de energia também podem ser causados por stresse prolongado. O stresse é uma das principais causas de alteração do padrão do sono levando tanto à insónia aguda como a crónica.

Um estudo com 2.483 pessoas (6) descobriu que a fadiga estava fortemente associada ao aumento dos níveis de stresse. Outro pequeno estudo descobriu que níveis mais elevados de estresse relacionado ao trabalho estavam associados a aumento da sonolência e inquietação na hora de dormir. A insónia é uma condição potencialmente grave e que rouba do seu corpo o descanso que ele necessita para se refazer física, mental e emocionalmente.

Bruxismo

As tensões diárias também afetam a saúde oral, sabia? Quando submetidas a um excesso de stresse as pessoas podem começar a ranger ou apertar involuntariamente os dentes. Esta condição é conhecida por bruxismo. Embora as suas causas não estejam completamente esclarecidas, sabe-se que a ansiedade e ou stress estão associadas a este distúrbio involuntário, estimando-se que estes estejam na origem de 70% dos casos de bruxismo.

Problemas digestivos e alterações do apetite

O stresse pode afetar especialmente aqueles que já sofrem distúrbios digestivos, como síndrome do intestino irritável ou doença inflamatória intestinal. No entanto, mesmo que seja saudável saiba que o stresse pode estar na origem de problemas como úlceras ou gastrite. Tudo por conta do cortisol, que produz alterações fisiológicas que atingem o sistema digestivo. São frequentes náuseas, vómitos, diarreia ou obstipação.

Relativamente ao apetite, não é novidade para ninguém que quando estamos stressados temos tendência para comermos demais ou não comermos de todo. Vários estudos associam o stress prolongando a um aumento de peso, por exemplo (7).

Referências:

  1. https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/17340019/
  2. https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/12873885/
  3. https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3611807/pdf/10194_2000_Article_1S049.10194.pdf
  4. http://cienciasecognicao.org/neuroemdebate/arquivos/3180
  5. https://ria.ua.pt/handle/10773/13270
  6. https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/16161710/
  7. https://www.sciencedirect.com/science/article/abs/pii/S0271531705002836
  8. https://www.nutergia.pt/pt/nutergia-conselheiro/dossiers-bem-estar/efeitos-stress-alimentacao.php
Foto: 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Plano de Vacinação
Até ao momento, já foram vacinadas mais de 160 mil pessoas, entre profissionais de saúde e residentes de lares e estruturas na...

Na ocasião, e segundo informação avançada na página oficial do Serviço Nacional de Saúde, a ministra da saúde acrescentou que chegaram, hoje, ao país mais 99.450 doses da vacina da BioNTech/Pfizer. Com este novo lote, Portugal já recebeu cerca de 411.600 mil doses de vacinas contra a Covid-19 da BioNTech/Pfizer e Moderna, que foram distribuídas pelo continente e arquipélagos.

Segundo a ministra, na próxima semana arranca a vacinação dos profissionais de outros serviços essenciais além de lares e saúde como bombeiros e forças de segurança, a par dos titulares de órgãos de soberania.

Ao mesmo tempo, começa a vacinação de pessoas com mais de 50 anos e comorbilidades identificadas como de risco para internamento ou desfecho fatal. As doenças são insuficiência cardíaca, insuficiência renal, Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica, doença coronária ou doença respiratória crónica sob suporte ventilatório e/ou oxigenoterapia de longa duração.

Relativamente aos profissionais de saúde, Marta Temido afirmou que até ao final deste mês estarão vacinados ainda cerca de 100 mil profissionais considerados prioritários do INEM, Instituto Nacional Doutor Ricardo Jorge, Instituto Português do Sangue e da Transplantação, mas também do Hospital das Forças Armadas, do Instituto Nacional de Medicina Legal e serviços de saúde dos sistemas prisionais e dos hospitais do setor privado e social que estejam a receber doentes Covid-19 ao abrigo do acordo com o SNS.

De acordo com a governante, citada pela página do SNS, ficam para já excluídos as instituições onde há surtos e que “entrarão mais tarde na vacinação após terminados esses surtos”.

 

Curso Pós-congresso ainda tem vagas
Este ano, a formação na área do acidente vascular cerebral (AVC) estende-se para além do programa do 15.º Congresso Português...

As inscrições ainda estão abertas para esta formação onde o principal mote será abordar as intervenções não farmacológicas para prevenção do declínio cognitivo associado à doença vascular cerebral.

O coordenador do curso, Vítor Tedim Cruz, explica que “o declínio cognitivo que resulta da doença vascular cerebral é um dos principais problemas de saúde da população portuguesa adulta”, embora seja uma situação que “pode ser alvo de prevenção através da correção precoce dos fatores de risco vascular nas populações em risco”. “O que acontece no terreno é que as estratégias de prevenção atuando em múltiplos fatores de risco são de difícil implementação em grandes grupos e no âmbito da comunidade”, acrescenta o investigador do Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto.

É neste cenário que faz todo o sentido dar a conhecer iniciativas como o projeto MIND - Multiple Interventions to Prevent Cognitive Decline - a funcionar ainda numa fase piloto no ACES Porto Ocidental e no Município de Matosinhos - “que procura capacitar equipas locais para a disseminação de boas práticas no âmbito da prevenção vascular”, capacitando os profissionais no terreno com “ferramentas de intervenção que possam ser utilizadas ao nível dos cuidados primários e da comunidade, desde as fases precoces de perceção de risco acrescido”.

Pretende-se, nesta iniciativa, “que os profissionais aprendam a reconhecer indivíduos em risco de declínio cognitivo por doença vascular cerebral e, simultaneamente, organizar equipas locais que facilitem intervenções em múltiplos fatores de risco em simultâneo, nomeadamente a cognição, a nutrição, a atividade física e a perda auditiva”, esclarece o investigador.

Com este curso, os formandos – profissionais de instituições envolvidos nos cuidados à pessoa em risco de desenvolver alterações cognitivas – aprenderão a desenvolver planos multidisciplinares que visem a prevenção de declínio cognitivo, envolvendo diferentes dimensões (treino cognitivo, o exercício físico e a educação alimentar) para que sejam capazes de de implementar planos de monitorização a longo prazo e de replicar a metodologia do projeto MIND através de projetos de iniciativa local.

O programa do curso está dividido em três módulos, com o primeiro a fazer a apresentação da pertinência do projeto MIND, reforçando os principais fatores de risco de demência vascular, a importância da implementação de estratégias não farmacológicas e a apresentação dos resultados já disponíveis da implementação do projeto piloto.

O segundo módulo aborda a intervenção multidisciplinar para a prevenção do declínio cognitivo, desde as estratégias de treino cognitivo, passando pelo exercício físico e pela educação alimentar.

No terceiro e último módulo falar-se-á da monitorização dos défices cognitivos, com especial enfoque na monitorização cognitiva online Brain on Track.

Tal como todo o congresso, também o Curso MIND tem o formato totalmente digital o que, na opinião do coordenador da formação, garante uma “enorme acessibilidade a formação de qualidade desde qualquer local do continente, ilhas e comunidades lusófonas”. Permite também que, a partir desses diversos locais, os formandos possam “tirar dúvidas sobre as dificuldades de implementação, as estratégias de adesão, a construção de materiais, entre outros, com profissionais especializados em cada uma das áreas de intervenção, dos vários parceiros do projeto” e igualmente tirar “dúvidas sobre a adaptação de projetos deste tipo ao atual contexto de pandemia”.

O Curso conta com o apoio da Boehringer Ingelheim.

O projeto MIND

“Ao contrário do que por vezes é veiculado, não é fácil ser bem-sucedido na implementação de estratégias de prevenção em larga escala. A atual incidência de AVC e de demência vascular na população portuguesa são a constatação dessa dificuldade”, reconhece o Prof. Doutor Vítor Tedim Cruz. Um cenário ao qual se soma a evidência de que “os médicos e a população têm conhecimento dos comportamentos de vida saudável, mas têm dificuldade muitas vezes em se apropriar deles e os implementar de forma continuada ao longo das suas vidas”.

O projeto MIND é uma ferramenta nesse processo, procurando implementar ao nível da comunidade os principais comportamentos que podem ajudar a prevenir o defeito cognitivo futuro.

O ACES Porto Ocidental já tem alguns resultados preliminares da implementação desta estratégia. Foram seguidos pelo agrupamento 46 utentes, 83% deles eram idosos e 91% reformados. A grande maioria eram mulheres (72%), sendo que 9% dos utentes seguidos apresentou-se com sintomatologia ansiosa, 7% com sintomatologia depressiva e um em cada dois participantes apresentava alterações auditivas.

Foram organizadas 210 sessões que passaram por aulas de ginástica em grupo com um professor, por treinos de memória através da resolução de exercícios para estimulação cerebral e por sessões de avaliação nutricional e sessões de culinária para dar noções de alimentação saudável. Afinal, 94 % dos participantes reportou não seguir a dieta mediterrânea e cerca de metade tinha excesso de peso e hipertensão.

Houve uma adesão de 86% dos participantes nas diferentes sessões, sendo que três em cada quatro consideraram que estas eram divertidas ou muito divertidas.

15.º Congresso Português do AVC

O 15.º Congresso Português do AVC irá decorrer entre os dias 4 e 6 de fevereiro e, pela primeira vez, decorrerá em formato totalmente virtual. Contudo, as circunstâncias ditadas pela pandemia causada pelo novo coronavírus não vão alterar o formato que tem feito deste evento dedicado ao AVC um sucesso entre médicos, enfermeiros e outros profissionais de Saúde. Assim, “também nesta edição digital todo o programa científico decorrerá numa única sala de transmissão através de plataforma própria para o Congresso, com a virtualização de cenários e transmissão em tempo real de todo o congresso”, lê-se na mensagem de boas vindas do Prof. Doutor Castro Lopes, presidente do congresso.

Este formato permitirá ainda a visualização de conteúdos on demand, após o evento.

Podem ser consultadas todas as informações sobre o congresso na página www.spavc.org/pt/actividades/15-congresso-portugues-do-avc.

Estudo liderado por cientista português
Um estudo internacional publicado na Scientific Reports, revista do grupo Nature, demonstrou que um novo formato de análise dos...

Liderado por Paulo Rocha, da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC), e Lode Vandamme, da Universidade de Eindhoven (Holanda), o estudo fornece à comunidade científica que trabalha com este tipo de modelos matemáticos um novo formato de leitura dos dados, mais precisamente, numa escala logarítmica e linear, designada “log-lin”.

“Nós explorámos o modelo matemático mais frequentemente utilizado pela comunidade científica, um modelo proposto por Verhulst, e verificámos que, se interpretarmos os dados desta forma (“log-lin”) e não nos formatos convencionais, consegue-se obter informação que permite a deteção precoce não só dos picos de pandemias, mas também do desenvolvimento de vários tipos de cancro, embora em escalas temporais muito diferentes”, explica Paulo Rocha.

O cientista da FCTUC afirma que “este artigo científico sugere à comunidade científica que trabalha com este tipo de modelos que passe a usar este formato de análise”. Atendendo à situação pandémica que vivemos, este estudo pode permitir “detetar mais atempadamente quando os picos da pandemia vão surgir”, salienta.

“O cancro e as pandemias são duas das principais causas de morte em todo o mundo e representam, atualmente, uma severa preocupação global. Para ambos os cenários, a deteção precoce e respetiva previsão são críticas. O nosso trabalho mostra que, em pandemias e cancros, problemas semelhantes podem ser resolvidos e sinalizados em tempo útil, usando modelos matemáticos e físicos análogos”, nota o investigador, acrescentando que estes modelos “podem sinalizar, oportunamente, o aparecimento de picos epidemiológicos – atualmente importantes para a previsão do segundo e terceiro picos de COVID-19 -, além de resumir dados vitais para entidades governamentais e cidadãos”.

Outro dado importante do estudo é o facto de o modelo de análise proposto por este grupo de cientistas revelar que o “movimento browniano explica as regras de comportamento numa pandemia e enfatiza a importância do confinamento, distanciamento social, máscaras, protetores faciais e ar condicionado”.

Os resultados apresentados no artigo publicado, segundo os autores, definem um novo marco científico, “uma vez que a nossa investigação matemática entre cancros e pandemias revela uma correlação multifatorial entre ambas as fragilidades e ajuda a compreender, prever em tempo oportuno e, em última análise, diminuir o obstáculo socioeconómico de doenças oncológicas e pandemias”.

Esta investigação matemática possui um amplo e importante impacto científico com relevância técnica e constitui uma relevante contribuição, tanto para a comunidade científica como também para a população em geral.

O artigo, intitulado “Similarities between pandemics and cancer in growth and risk model”, está disponível em https://www.nature.com/articles/s41598-020-79458-w.

Com especial impacto nos doentes com olho seco
Numa altura em que regressamos ao confinamento e, consequentemente, à elevada utilização de aparelhos eletrónicos, acabamos por...

A elevada exposição atual aos ecrãs, seja por razões de natureza social, de lazer ou profissional, provoca uma sobrecarga no nosso sistema visual. Assim, é importante estar atento a alguns sintomas frequentes, como a visão turva, dores de cabeça, sensação de ardor ocular, olho vermelho, lacrimejo e sensibilidade à luz. No caso de doentes com problemas oculares já diagnosticados, como é o caso do olho seco, estes sintomas podem ser manifestados com maior frequência e gravidade.

Segundo Nuno Alves, médico especialista em oftalmologia, “há diferentes tipos de olho seco, com causa e tratamentos completamente distintos, pelo que é fundamental diagnosticar e definir um plano terapêutico adequado para cada caso clínico”. Desta forma, é essencial uma observação médica, para um diagnóstico e tratamento adequados. No entanto, o especialista acrescenta ainda que “na impossibilidade de ter uma observação médica especializada atempada, tem também a possibilidade de utilizar um lubrificante artificial”.

Por outro lado, há algumas ações simples que, diariamente, nos podem ajudar a tentar prevenir ou diminuir o impacto da exposição aos ecrãs. Pestanejar conscientemente e, se necessário, suplementar a lubrificação da superfície ocular com lágrimas artificiais, nomeadamente sem conservantes, são alguns dos exemplos. No caso de a atividade ser prolongada no tempo, é também importante evitar o uso de lentes de contacto, uma vez que estas podem provocar stress adicional na superfície ocular. É ainda fundamental introduzir pausas a cada hora de atividade, para retomar a frequência normal de pestanejo e, simultaneamente, permitir que o olho consiga focar-se em outras distâncias, nomeadamente para longe.

Em suma, tendo em conta que o uso de ecrãs digitais está presente de forma incontornável na nossa vida, é fundamental não só hidratar a nossa superfície ocular, mas também estar atento a possíveis sintomas que poderão colocar em causa a saúde dos nossos olhos, procurando ajuda médica, sempre que necessário. É também essencial tentar reduzir o número de horas diárias de exposição aos ecrãs e de fazer pausas regulares, que permitam a recuperação do esforço visual e ocular.

Biénio 2021-2022
Maria do Carmo Neves acaba de ser eleita como presidente da APOGEN – Associação Portuguesa de Medicamentos Genéricos e...

A Direção completa-se com Luís Abrantes, em representação da Generis Farmacêutica, S.A. e João Paulo Nascimento, em representação da ToLife Produtos Farmacêuticos, S.A, como vice-presidentes.

“No ano em que a APOGEN completa 18 anos de atividade, os objetivos continuam a ser um desafio: contribuir para a sustentabilidade do SNS e para que os doentes possam ter tratamentos mais acessíveis e com qualidade indiscutível, através da defesa dos medicamentos genéricos e biossimilares”, afirma Maria do Carmo Neves. “Em ano de presidência portuguesa da União Europeia, trabalharemos em conjunto com a nossa congénere europeia – Medicines for Europe – para colocar os medicamentos genéricos e biossimilares no centro da discussão em saúde”, conclui.

Maria do Carmo Neves é presidente do Conselho de Administração do Grupo Tecnimede desde 2013 e conta com uma carreira de mais de 30 anos na Indústria Farmacêutica. Licenciada em Medicina pela Faculdade de Medicina de Lisboa, especialista em Pneumologia desde 1986, tendo exercido a sua atividade como Pneumologista no Hospital Pulido Valente em Lisboa. Em 1998, foi-lhe atribuído o título de “Competência em Medicina Farmacêutica” pela Ordem dos Médicos.

 

Escolas
De acordo com o ´Correio da Manhã´, o Ministério da Educação enviou orientações a todos os estabelecimentos de ensino para...

Segundo a publicação, a tutela terá feito saber que “tendo as escolas, na preparação do ano letivo, previsto o funcionamento em regime não presencial, este deve estar preparado para poder ser ativado”.  

O email, que contou com a assinatura de João Miguel Gonçalves, diretor-geral dos Estabelecimentos Escolares, explica ainda que, no sentido de apoiar o ensino online, “serão disponibilizadas plataformas de editoras, bem como outros recursos necessários, que já no primeiro confinamento as escolas tinham tido acesso”.

Isto significa que o ensino à distância poderá estar de regresso, uma medida que já está a preocupar pais e diretores escolares uma vez que dizem que o Governo não cumpriu todas as promessas para fazer com que as escolas tivessem todas as ferramentas necessárias para enfrentar esta nova fase.

Segundo o ‘CM’, as aulas online devem regressar no próximo dia 8 de fevereiro, para cerca de 200 mil alunos da Ação Social Escolar, sem a entrega dos recursos com os quais o Executivo se comprometeu.

“O regime não presencial está ativado há muito tempo, faltando, no entanto, a entrega dos recursos tecnológicos prometidos pelo Governo”, lamenta Arlindo Ferreira, diretor do Agrupamento de Escolas Cego do Maio, na Póvoa de Varzim, citado pelo jornal.

Recorde-se que o Governo decidiu na passada quinta-feira encerrar todos os estabelecimentos de ensino, a partir de amanhã e nos próximos 15 dias. O anúncio foi feito pelo primeiro-ministro, António Costa, depois da reunião com o Conselho de Ministros.

Em causa está a nova variante britânica da Covid-19, que segundo explicou Costa cresce de forma muito acentuada, atingindo agora 20% de prevalência, podendo chegar aos 60% “nas próximas duas semanas”.

Combate à pandemia
Os hospitais da região Centro voltaram a aumentar a vagas em enfermaria para doentes da Covid-19, totalizando agora 1.267 camas...

Segundo a ARS, na passada quinta-feira, foram disponibilizadas mais 41 camas na região, embora “tenham sido internadas em enfermarias mais 47 pessoas”.

Administração Regional de Saúde (ARS) do Centro fez ainda saber que, no mesmo período, tiveram alta hospitalar 82 pessoas em enfermaria e duas em unidades de cuidados intensivos, baixando número total de internados de 1.396 para 1.322.

Quanto ao número de óbitos em ambiente hospitalar, registou-se uma descida significativa na região, passando de 49 para 28 em 4 horas.

Segundo a ARS do Centro, no final do dia de quinta-feira os hospitais da região dispunham de 1.267 camas ativas em enfermaria e 136 em unidades de cuidados intensivos, com uma taxa de ocupação de 95% e 89%, respetivamente.

Covid-19 em Portugal
Portugal ultrapassou a barreira dos 600 mil casos confirmados desde o início da pandemia. Nas últimas 24 horas, para além de 13...

Segundo o boletim divulgado, a região de Lisboa e Vale do Tejo continua a ser aquela onde morreram mais pessoas com Covid-19: 111 das 234 mortes registadas em todo o País. Seguem-se as regiões centro com 48 e norte com 46. No Alentejo há 19 mortes a lamentar e no Algarve oito.

Nos arquipélagos, só a Madeira registou uma nas últimas 24 horas.

Quanto ao número de novos casos, o boletim epidemiológico divulgado hoje, pela Direção Geral da Saúde, mostra que foram diagnosticados 13.987 novos casos. A região de Lisboa e Vale do Tejo contabilizou 5.983 novos casos e a região norte 4.270. Desde ontem foram diagnosticados mais 2.670 na região Centro, no Alentejo 491 casos e no Algarve mais 459. No arquipélago da Madeira foram identificadas mais 84 infeções e no dos Açores 30 novos casos.

Quanto ao número de internamentos, há atualmente 5.779 doentes internados, mais 149 que ontem, sendo que as unidades de cuidados intensivos receberam, desde o último balanço mais 13 doentes. Ao todo estão 715 pessoas na UCI.

O boletim desta sexta-feira mostra ainda que, desde ontem, 7.319 pessoas recuperaram da Covid-19, elevando para 441.556 o total daqueles que conseguiram vencer a doença desde o início da pandemia.

No que diz respeito aos casos ativos, o boletim epidemiológico divulgado hoje pela DGS, revela que existem 157.660 casos, mais 6.434 que ontem.  As autoridades de saúde mantêm 200.730 contactos sob vigilância, mais 7.830 desde o último balanço.

 

Estudo ISUP
Um estudo liderado por investigadores do Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto (ISPUP) constatou que os pais...

“Estudar o nível de satisfação dos pais para com a silhueta dos filhos merece a nossa atenção, dadas as consequências que um possível descontentamento pode provocar na saúde mental e física da criança, nomeadamente, baixa autoestima, distúrbios alimentares, descontentamento relativamente ao próprio peso, sintomas depressivos, entre vários outros problemas”, explica Sarah Warkentin, primeira autora desta investigação.

“Tendo em conta que este impacto negativo não se faz sentir apenas na infância, mas também se prolonga ao longo da adolescência e na idade adulta, importa abordar esta questão como um problema de saúde pública”, refere a investigadora.

Considerando este enquadramento, os investigadores do ISPUP avaliaram o nível de insatisfação dos pais para com a silhueta dos filhos, explorando os determinantes para tal descontentamento.

A investigação, publicada na revista Eating and Weight Disorders – Studies on Anorexia, Bulimia and Obesity contou com a participação de pais, mães e filhos que integram o estudo longitudinal Geração XXI.

O estudo incluiu 4930 mães e 1840 pais que avaliaram a silhueta dos seus filhos aos 7 anos de idade. Aos pais das crianças foi pedido que olhassem para um conjunto de silhuetas com tamanhos corporais diferentes e assinalassem a atual silhueta do filho (de acordo com a sua perceção) e que indicassem também a silhueta que desejavam para a criança. Paralelamente, foi avaliada a perceção que os pais têm da sua própria imagem corporal.

Foram analisados o peso e a estatura das crianças e explorados vários fatores que poderiam estar associados à insatisfação dos pais para com a silhueta dos filhos.

36% das mães e 31% dos pais cujos filhos apresentavam um peso normal para a idade e o sexo, desejavam uma silhueta maior para as suas crianças. Por sua vez, 74% dos pais cujos filhos apresentavam excesso de peso estavam satisfeitas com a silhueta das crianças.

“Estes resultados são surpreendentes. Percebemos que os pais não conseguem percecionar o excesso de peso dos seus filhos ou perceber que a sua curva de crescimento se afasta da normalidade”, aponta Sarah Warkentin.

De acordo com a investigadora, “progenitores com crianças com um peso normal preferiam que os seus filhos tivessem uma silhueta maior, ao passo que pais com filhos que apresentam já na infância problemas de excesso de peso mostram-se satisfeitos com a imagem corporal das crianças”.

Por outro lado, foi possível verificar que as mães são quase três vezes mais insatisfeitas com a imagem corporal das suas filhas do que os pais. Foi observada uma clara preferência por raparigas com uma silhueta mais delgada, tanto da parte das mães como dos pais. No que toca aos rapazes, tanto mães como pais preferiam rapazes com uma silhueta mais encorpada.

Para Sarah Warkentin, estas escolhas podem estar relacionadas com “o ideal de corpo magro idealizado na nossa sociedade para as raparigas e com a desejabilidade de os rapazes terem um corpo mais forte e entroncado”.

E será que pais insatisfeitos com a própria silhueta também revelam maior descontentamento para com a imagem corporal dos filhos? A resposta é: sim! Tanto pais como mães que preferiam uma silhueta diferente da que tinham (seja mais delgada ou encorpada) mostraram maior insatisfação para com a imagem corporal dos seus filhos.

Para a investigadora do ISPUP, os vários resultados encontrados neste estudo revelam a importância de se planearem intervenções junto de grupos específicos de pais, de forma a criar-se um ambiente favorável para que a criança construa uma imagem corporal adequada e saudável de si própria.

Estudo
Uma maior perceção dos riscos de saúde, a valorização da contribuição da ciência, a colaboração e partilha de dados, assim como...

A pandemia terá como legado uma nova forma de relacionamento baseada em parcerias e maior nível de colaboração e confiança, bem como uma mudança de paradigma como foco na prevenção da doença, necessidade de redução das desigualdades no acesso à saúde e promoção do envelhecimento saudável.

Estas mudanças potenciam novos comportamentos em saúde, novos modelos de operação e de financiamento, colaboração mais efetiva entre os diversos agentes e novos serviços por parte de incumbentes e de novos operadores do setor, tornando todo o ecossistema de saúde mais resiliente.

O avanço científico e tecnológico, no qual se inclui o conhecimento crescente ao nível da genómica, a adoção de inteligência artificial e digital health, o acesso e interoperabilidade dos dados, novas abordagens regulatórias e novos modelos de financiamento baseadas no valor constituem-se como facilitadores destas mudanças.

A confluência dos fatores conduzirá a que os cuidados de saúde no futuro sejam mais preditivos, preventivos, personalizados e participativos.

No início de 2020 a generalidade das empresas e organizações de saúde e life sciences encontravam-se num ritmo de transformação digital estável, mas apesar de tudo lento. Desde março, com a declaração do estado de emergência devido à Covid-19, assistiu-se a uma aceleração de todas as tendências de forma simultânea.

O estudo da Deloitte, que contém previsões para 2025, concentra-se nas principais mudanças ocorridas nos últimos anos e, em particular, na aceleração da transformação observada durante 2020. As dez previsões do relatório identificam que, em cinco anos, estaremos num mundo em que os países beneficiarão de informação proveniente de várias fontes de dados e usarão sistemas avançados de processamento de imagens e outras tecnologias de diagnóstico e telesaúde para fornecer tratamentos direcionados e mais precisos.

A Deloitte antevê que, em 2025, as pessoas terão um melhor autoconhecimento de como o seu sistema imunológico e comportamentos afetam a saúde e a possibilidade de ter um melhor envelhecimento. É importante ressaltar que o estudo identifica exemplos inovadores, já hoje existentes, que permitem vislumbrar o quão próximo estamos dessa realidade e a perspetiva de um sistema de saúde mais preditivo, preventivo, personalizado e participativo. Cada previsão do Life Sciences & Health Care Predictions da Deloitte é concretizada por previsões de como pacientes, empresas de saúde e life sciences e as suas equipas podem agir e operar neste novo mundo pós-Covid-19.

O relatório destaca as seguintes tendências:

  • Dos cuidados de saúde ao envelhecimento saudável – As pessoas são incentivadas a assumir a responsabilidade pelas suas próprias escolhas de saúde e de estilo de vida;
  • Melhor saúde pública aumenta a produtividade pública – Um sistema de saúde público resiliente protege as pessoas, previne doenças e prolonga a esperança média de vida saudável;
  • Médicos mais capacitados por paradigmas de diagnóstico e tratamento – Genómica e Inteligência Artificial estão a criar uma medicina mais preditiva, preventiva, personalizada e participativa (4 P’s);
  • Quem, o quê e onde? O trabalho re-arquitetado – Os profissionais de saúde, auxiliados pela tecnologia e pela aprendizagem ao longo da sua vida, transformaram as suas formas de trabalhar;
  • Os cuidados são centrados nas pessoas, não em lugares – Modelos de cuidados integrados estão a prestar cuidados centrados no paciente e mais acessíveis, eficientes e económicos;
  • MedTech e IoMT (Internet of Medical Things) são impulsionadores cruciais de cuidados baseados em valor – Os dados conectados de dispositivos médicos permitem a gestão da saúde da população;
  • A indústria reverteu o declínio no retorno associado à I&D – Tecnologias avançadas de Inteligência Artificial aceleraram a descoberta de medicamentos e testes clínicos, melhorando a eficiência e eficácia e reduzindo custos;
  • Supply Chains de última geração são integradas na prestação de cuidados de saúde e na experiência do paciente – Convergência de processos clínicos, comerciais e de produção em rede através de cadeias de valor baseadas em dados;
  • Organizações de saúde e life sciences priorizam a descarbonização – Organizações estão focadas em serem negócios sustentáveis e responsáveis;
  • Clusters de entidades em parceria aceleram a inovação – A confiança e a colaboração estão a remover os limites tradicionais e a redefinir os modelos operacionais para um ecossistema de saúde mais eficaz.

De acordo com Carlos Cruz, Partner e Líder do setor de Life Sciences & Health Care da Deloitte, “a rutura provocada pela pandemia transformou o mundo como o conhecemos, e nem as organizações de saúde nem de life sciences desejam ou serão capazes de voltar às suas formas anteriores de trabalho. Vimos o futuro da saúde digital acelerar, com avanços em poucos meses que levariam muitos anos a acontecer em circunstâncias normais”.

Sessões online
A MatosinhosHabit vai realizar, em parceria com a CMM, uma nova rubrica dedicada a abordagem de temas estruturantes na...

Numa altura em que a pandemia originada pelo Covid-19 obriga ao confinamento, causando forte constrangimento à vida individual e comunitária, impõe-se uma atenção redobrada e especial com os mais frágeis. Nesse sentido, e tendo em conta as atuais circunstâncias, a MatosinhosHabit lançou esta iniciativa «com o principal objectivo de informar e clarificar os temas que afetam o quotidiano da nossa população e que merecem uma discussão mais qualificada. Vivemos um período que representa um enorme desafio à nossa capacidade de pensar o futuro e de encontrar novas respostas aos problemas que enfrentamos actualmente - foi isso que nos motivou a criar este Ciclo de Conversas “Fique em Casa”», como explica Tiago Maia, administrador da MatosinhosHabit.

Este espaço de informação iniciar-se-á pelas 14h30, tendo uma duração aproximada de 30 minutos.

 A transmissão poderá ser acompanhada através das plataformas MatosinhosHabit em https://www.facebook.com/matosinhoshabitempresamunicipal ou https://www.youtube.com/channel/UC-1G-dq2REKfKkRVJIgGOHg/featured

 

 

 

Por que é tão importante vacinar os rapazes contra o HPV
Conferindo uma proteção estimada em 90% para o Cancro do Colo do Útero, a introdução, e recente alar

Em 2020, o Cancro do Colo do Útero foi o 3.º mais frequente entre as mulheres portuguesas com menos de 50 anos, tendo sido detetados cerca de 865 novos casos da doença. Diria que estes números estão em rota decrescente desde a introdução da vacina contra o HPV no PNV?

A vacina tem um papel preponderante na diminuição do número de novos casos de cancro do colo do útero. A vacina foi lançada em Portugal, em 2008, no PNV (Plano Nacional de Vacinação), abrangendo as meninas nascidas após 1992. Os efeitos preventivos da vacina são mais significativos antes do início das relações sexuais, uma vez que a vacina é profilática e não terapêutica. Isto significa que as primeiras mulheres vacinadas terão atualmente entre 29/30 anos.

A resposta à sua pergunta, é que os números estão em rota decrescente, mas dentro de 10-20 anos, o decréscimo será muito mais significativo.

Na sua opinião, o alargamento da vacina aos rapazes pode significar o início do fim do Cancro do Colo do Útero? O que se espera, ao número de novos casos, durante a próxima década?

Houve uma atualização do PNV, em outubro de 2020, que passou a incluir os rapazes na vacinação universal e gratuita contra o HPV, aos 10 anos.

O objetivo é duplo:

  • Diminuir a transmissão do vírus nas mulheres, ou seja, atuar na imunidade de grupo;
  • Prevenção individual de cada rapaz vacinado nas patologias dos homens associadas ao HPV, nomeadamente cancro do ânus, cancro do pénis, cancro da cabeça e pescoço, bem como outras lesões benignas, mas bastante frequentes, como os condilomas genitais (também conhecidos por verrugas genitais).

 Com a imunidade de grupo é expectável que a incidência do cancro do colo do útero diminua.

Em todo o caso, e embora a vacina seja uma ferramenta importantíssima em matéria de prevenção, ela não é a única. Em que consiste a chamada prevenção secundária?

A prevenção secundária é feita através do rastreio nacional organizado do cancro do colo do útero com teste HPV, entre os 25 e os 60 anos, através dos centros de saúde.

Podemos também falar no rastreio oportunístico, que é aquele que é feito nos consultórios privados e que deverá também ser feito através do teste HPV, que veio substituir a citologia (teste de Papanicolau).

Qual a importância dos rastreios? Quem deve fazê-los e em que periodicidade?

À semelhança do rastreio do cancro da mama e do cancro do intestino, o rastreio do cancro do colo do útero é fundamental para a diminuição da incidência do cancro do colo do útero. O rastreio tem como objetivo detetar precocemente lesões pré-malignas do trato genital inferior e tratá-las antes de progredirem para cancro.

O programa de rastreio do cancro do colo do útero destina-se à população do sexo feminino com idade igual ou superior a 25 anos e igual ou inferior a 60 anos.

 O teste primário consiste na pesquisa de ácidos nucleicos, dos serotipos oncogénicos e do vírus do papiloma humano (HPV), em citologia vaginal, a realizar de 5 em 5 anos.

Nos casos em que a pesquisa for positiva para os serotipos 16 e 18, as utentes devem ser encaminhadas para consulta de patologia cervical.

Nos casos positivos para os restantes serotipos oncogénicos, deve ser realizada citologia, sendo que as utentes com presença de células atípicas escamosas de significado indeterminado ou de alto grau, que apresentem células atípicas glandulares, bem como as que apresentem lesão intra-epitelial de baixo ou alto grau, devem ser referenciadas para consulta de patologia cervical.

As utentes que tiverem citologia negativa, com teste prévio positivo para o HPV, devem repetir a colheita no prazo de um ano.

Diria que, hoje, os portugueses estão mais despertos para esta doença?

Talvez um pouco mais despertos, mas ainda não o suficiente. Existem cofactores na história natural das doenças a HPV, que muitas vezes são ignorados pelas jovens. O tabaco, assim como as relações sexuais desprotegidas, deveriam ser mais amplamente divulgados como fatores que promovem a persistência da infeção por HPV e, consequentemente, o aparecimento de lesões no colo, vagina e vulva.

O que é que todos temos mesmo de saber sobre o HPV?

  • O cancro do colo do útero pode ser evitável através da vacinação e rastreio organizado.
  • As mulheres devem fazer regularmente uma consulta de ginecologia, no sentido da deteção precoce da doença.
  • As mulheres devem ter padrões de vida saudáveis, nomeadamente evitar o tabaco e alterações de comportamento sexual.
  • As mulheres que foram tratadas por lesões pré-malignas do colo do útero, vagina e/ou vulva, e que não fizeram a vacina no PNV (plano nacional de vacinação), poderão ser vacinadas no sentido de prevenir a recorrência da doença.

Depois de um ano como o de 2020, em que milhares de exames ficaram por fazer, que impacto pode ter tido a pandemia na vida de milhares de mulheres? Pode-se esperar um aumento casos ou casos mais graves nos próximos tempos?  

Em pleno pico de pandemia é difícil fazer futurismo.... Que esta situação irá ter seguramente impacto em todas as doenças não covid, não tenho dúvidas. 

No âmbito da Semana de Prevenção do Cancro do Colo do Útero que mensagem gostaria de deixar?

Apesar da grave situação pandémica que o País atravessa, não deixem de ser vacinadas, nem deixem de fazer o rastreio do cancro do colo do útero, pois só desta forma poderemos diminuir a incidência deste cancro em mulheres em idade fértil.

Foto: 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Comunicado
Comité de Bioética do Conselho da Europa está determinado na promoção do acesso equitativa à vacinação, depois de a Organização...

Comprometido nesta missão, o Comité de Bioética fez hoje várias recomendações.

“Em primeiro lugar, devem ser colocadas estratégias para evitar a criação de discriminação por causa de aspetos materiais: obstáculos logísticos e administrativos, custos de vacinação, riscos de manipulação do sistema, etc. Essas estratégias devem ser adaptadas às necessidades das pessoas que são sistematicamente desfavorecidas no acesso aos cuidados de saúde”, afirma em comunicado.

O aumento da transparência, da informação e da comunicação são essenciais para “construir confiança e garantir que todos aqueles para os quais a vacina é recomendada tenham uma oportunidade justa de acesso à vacinação”.

Por fim, o Comité de Bioética refere que “é necessário um nível adequado de segurança e eficácia vacinal para garantir a qualidade da vacinação. A Direção Europeia de qualidade dos medicamentos (EDQM) estabelece padrões internacionais para a qualidade das vacinas. Além disso, de acordo com a Convenção Medicrime do Conselho da Europa, os Estados-Membros devem prevenir e combater as vacinas falsificadas”.

A Convenção sobre Direitos Humanos e Biomedicina (Convenção de Oviedo), que é o único instrumento internacional legalmente vinculativo nesta área, exige que os Estados-Membros "tomem medidas para garantir o acesso equitativo aos cuidados de saúde de qualidade adequados, levando em conta as necessidades e recursos disponíveis em saúde". Os governos, sublinha, têm a responsabilidade de gerenciar crises de saúde pública, respeitando os direitos humanos e as liberdades fundamentais.

“Quando se trata de vacinação, isso significa garantir que todos, sem discriminação, tenham uma chance justa de receber uma vacina segura e eficaz. Dada a escassez de vacinas, é necessário priorizar o acesso à vacinação, a fim de minimizar o número de óbitos e formas graves da doença e limitar a transmissão. Mas também é necessário que, em cada um dos grupos definidos por esse processo de priorização, todas as pessoas possam ser vacinadas”, reforça o Comité de Bioética do Conselho da Europa.

Capacidade para 64 camas
Secção Regional do Centro (SRCentro) da Ordem dos Enfermeiros (OE) visitou, nesta quarta-feira (20 Janeiro), a nova Estrutura...

Pedro Lopes, Presidente do Conselho de Enfermagem Regional da SRCentro, visitou a nova unidade de retaguarda hospitalar, que terá capacidade para 64 camas. Segundo as informações obtidas no local, por parte dos responsáveis da unidade, este espaço irá receber doentes que não necessitam de internamento, mas que não têm possibilidade de manter o isolamento social necessário, ou para doentes estáveis com necessidades baixas de oxigénio suplementar.

Com dez doentes já internados, o responsável da SRCentro constatou as boas condições de climatização deste hospital de campanha, e, em particular, o facto de estarem reunidos todos os procedimentos para controlo de infeção, com circuitos bem definidos. Apesar de garantida a qualidade nestas instalações, Pedro Lopes salientou que “a principal preocupação da Ordem dos Enfermeiros será sempre a segurança dos doentes, dos enfermeiros, e a qualidade dos cuidados de Enfermagem prestados. Sabemos que a capacidade máxima será de 64 doentes, mas qual será a capacidade do CHTV para dotar esta unidade de profissionais de saúde quando estiver lotada?”.

E concluiu, apelando para que todos fiquem em casa, uma vez que “os enfermeiros, como qualquer ser humano, têm as suas fragilidades e angústias. Estamos cansados, exaustos e temos sobre nós uma pressão cada vez mais elevada. Os Enfermeiros não fazem milagres. Por si, por eles, por todos nós: Fique em Casa!”

 

Saúde Sexual e Reprodutiva
A MatosinhosHabit, no âmbito da sua política de responsabilidade social, acaba de formalizar uma parceria com a Associação para...

Tendo como um dos seus grandes objetivos o apoio e a proximidade com a população do concelho, a MatosinhosHabit aprovou a celebração deste protocolo com o objetivo de proporcionar um serviço de apoio e aconselhamento individual que ajude cada indivíduo a desenvolver respostas e estratégias na resolução de dificuldades emocionais.

«Pretendemos que as duas instituições envolvidas unam esforços em torno de um único objetivo: proporcionar bem-estar, nas suas diversas vertentes, a toda a população que dele necessite. Queremos que com este protocolo as pessoas se sintam acompanhadas e completamente à vontade para recorrer ao nosso apoio naquelas questões que às vezes podem parecer um pouco mais delicadas como é o caso, por exemplo, do planeamento familiar», declarou Tiago Maia, administrador da MatosinhosHabit

A MatosinhosHabit, juntamente com a APF, propõe-se desenvolver esta parceria junto de agregados familiares (previamente sinalizados pela MatosinhosHabit), arrendatários e outros utentes, que de forma espontânea desejem aderir ao programa, levado a cabo por uma equipa de psicólogos com formação específica na área da saúde sexual e reprodutiva.

Tiago Maia realça que «a MatosinhosHabit, para além da gestão patrimonial, social e financeira dos empreendimentos habitacionais da Câmara Municipal de Matosinhos, inclui ainda no seu círculo de atuação a preocupação com diversas outras questões sociais. Nesse sentido, o combate à pobreza, à discriminação e à exclusão social passam por isso, e também, pelo apoio psicológico e psicoterapêutico às famílias do nosso concelho.»

Neste contexto difícil e desafiante, é fundamental intensificar o apoio a quem se encontra numa situação de vulnerabilidade, nomeadamente no âmbito da saúde sexual e direitos reprodutivos, áreas habitualmente negligenciadas e que têm um impacto decisivo no bem-estar de todos sem exceção, referiu Nuno Teixeira, coordenador da APF Norte.

Novas medidas de controlo de pandemia
António Costa falou ao país depois da reunião do Conselho de Ministros, que decorreu esta quinta-feira de manhã, numa reunião...

O primeiro ministro, citado pela página oficial do Serviço Nacional de Saúde, começou por destacar que o Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge forneceu ontem novos dados sobre a variante britânica do novo coronavírus, dando conta que há um crescimento muito acentuado da mesma. “Na semana passada tínhamos uma prevalência de 8%, esta semana temos 20% e os estudos indicam que possa atingir os 60%”, afirmou.

Assim, de acordo com o Primeiro-Ministro, é “imperativo fazer três alterações às medidas já decretadas: encerramento das lojas do cidadão, mantendo-se apenas o atendimento por marcação nos restantes serviços públicos; suspensos os prazos de todos os processos não urgentes nos tribunais; interrupção de todas as atividades letivas durante os próximos 15 dias”.

Esta suspensão e interrupção letiva será, no entanto, “devidamente compensada no calendário escolar” num outro período de férias, acrescentou o governante.

Segundo António Costa, irá manter-se o apoio alimentar a todas as crianças que beneficiam de apoio social escolar, bem como todas as atividades relativas à intervenção precoce e necessidades educativas especiais.

 

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