Dados da pandemia
Portugal registou um novo recorde de mortes associadas à Covid-19 nas últimas 24 horas: 218 A região de Lisboa e Vale do Tejo...

Segundo o boletim divulgado, a região de Lisboa e Vale do Tejo continua a ser aquela onde morreram mais pessoas com Covid-19: 88 das 218 mortes registadas em todo o País. Seguem-se as regiões centro com 55 e o norte com 51. No Alentejo há 17 mortes a lamentar e no Algarve cinco.

Nos arquipélagos, apenas a Madeira registou duas mortes.

Quanto ao número de novos casos, o boletim epidemiológico divulgado hoje, pela Direção Geral da Saúde, mostra que foram diagnosticadas 5.012 novas infeções na região de Lisboa e Vale do Tejo. Segue-se a região norte com 2.970 novos casos de infeção pelo novo coronavírus e a região Centro, 1.605. No Alentejo há mais 531 casos e no Algarve mais 198. No arquipélago da Madeira foram identificadas mais 100 infeções e no dos Açores 39 novos casos.

Quanto ao número de doentes internados, há atualmente 5.291 internamentos, mais 126 que ontem, sendo que as unidades de cuidados intensivos receberam, desde o último balanço mais 6 doentes. Ao todo estão 670 pessoas na UCI.

O boletim desta terça-feira mostra ainda que, desde ontem, 10.282 pessoas recuperaram da Covid-19, elevando para 421.871 o total daqueles que conseguiram vencer a doença desde o início da pandemia.

No que diz respeito aos casos ativos, o boletim epidemiológico divulgado hoje pela DGS, revela que existem 135.841 casos, menos 45 que ontem.  As autoridades de saúde mantêm 174.355 contactos sob vigilância, mais 8.120 desde o último balanço.

Durante a pandemia
Numa fase de grande desgaste para todo o País, a APCP considera que devem ser reunidos esforços no sentido de descentralizar os...

De acordo com a APCP, o “exponencial aumento do número de pessoas doentes com COVID-19 assim como o crescente número de pessoas que falecem (em contexto COVID e noutros), configuram um conjunto de grandes preocupações que fazem reconhecer a iminente rutura do SNS”.

“É preciso reconhecer a impossibilidade de dar resposta hospitalar a todos os doentes, mas também perceber que muitos doentes em situação de doença avançada e em fim de vida podem e devem ser cuidados fora dos hospitais.

Num momento particularmente difícil para o SNS, é urgente que se priorizem equipas que facilitem os processos de tomada de decisão antecipada e se invista nos cuidados de proximidade. Só assim se conseguirão planear e promover cuidados centrados nas necessidades da pessoa doente e sua família, com especial destaque para o alívio sintomático”, explica a Enfermeira Catarina Pazes, Presidente da APCP.

A nível hospitalar, a APCP considera crucial o papel das equipas de cuidados paliativos, “nomeadamente no planeamento e assessoria nas tomadas de decisão, definições estratégicas e questões éticas”.

Além deste, estas equipas assumem também um papel fundamental na articulação com recursos da comunidade e facilitação de altas clínicas de doentes que possam regressar ao domicílio.

Para que a resposta a cada doente seja a mais adequada possível, é urgente, segundo a APCP, definir níveis de cuidados e garantir ao máximo, e dentro do possível, os cuidados no contexto comunitário e nos Lares de idosos. “É urgente um apoio na tomada de decisão antecipada, para que não falhem cuidados de alívio sintomático e apoio adequado a quem não necessita de cuidados que são exclusivos do meio hospitalar”, escreve em comunicado.

“Assumir os Cuidados Paliativos como uma resposta da linha da frente, entende-se como uma mais-valia não só para cada doente e família, como também para o SNS como um todo. Perante a maior Crise dos últimos tempos, assume-se como imperioso assegurar cuidados de saúde sustentáveis. Reconhecer os limites da vida, promover a qualidade de cuidados e garantir   a adequação de respostas do SNS”, conclui a Enfermeira Catarina Pazes.

Programa Nacional de Promoção da Alimentação Saudável (PNPAS)
O artigo “The national food and nutrition strategy for the Portuguese COVID-19 response”, onde se descreve de forma breve a...

Desde o início da pandemia da Covid-19, o PNPAS tem vindo a produzir um conjunto de orientações pertinentes e pragmáticas, juntamente com materiais informativos disponibilizados ao longo da resposta concertada de Portugal à pandemia. 

A alimentação é cada vez mais reconhecida como um aspeto central no contexto da Covid-19, sendo que a obesidade é hoje um dos principais fatores de risco para a gravidade na infeção por SARS-CoV-2. E a par da obesidade, a Covid-19 também afeta com maior gravidade pessoas com outras doenças crónicas, como a diabetes e a hipertensão arterial. Em todas estas patologias, a alimentação saudável será determinante para um melhor controlo metabólico destes doentes.

Por outro lado, sabemos também que a otimização do estado nutricional nos doentes com Covid-19 pode ser de extrema importância para a sua recuperação e para a diminuição do risco de complicações associadas. Assim, os cuidados de nutrição, devem ser uma prioridade, tantos nos cuidados de saúde primários como nos cuidados hospitalares, em particular nas unidades que tratam de doentes com Covid-19, desde os doentes internados em enfermaria às unidades de cuidados intensivos. 

O confinamento que se iniciou novamente em Portugal volta a colocar grandes desafios para a adoção de uma alimentação saudável na população portuguesa, em particular das famílias mais vulneráveis do ponto de vista socioeconómico.

São estes desafios e as suas respetivas respostas que se encontram descritas no artigo que foi publicado.

 

15.º Congresso Português do AVC volta a organizar curso para médicos
O 15.º Congresso Nacional do AVC está à porta – decorre de 4 a 6 de fevereiro – e, mais uma vez, a organização do evento...

Esta formação já é um clássico do congresso, sempre com elevada procura por parte de especialistas e internos, como reconhecem os dois coordenadores do curso – Miguel Rodrigues e Liliana Pereira, ambos neurologistas do Hospital Garcia de Orta. “Existe um grande número de clínicos com envolvimento direto nos cuidados agudos aos doentes com suspeita de AVC que sentimos a necessidade de formar de acordo com as mais recentes recomendações nesta área”, explica o médico, acrescentando que “este tipo de formação é também benéfico para todos os internos, cativando-os para a área da doença vascular cerebral”.

Os objetivos da organização passam pela formação contínua de excelência na área do AVC, capacitando os formandos com ferramentas para a colheita da história clínica de um doente com suspeita de AVC e para a realização da entrevista com o doente, familiares ou cuidadores.

O curso vai também abordar que exames complementares de diagnóstico são imprescindíveis no atendimento a doente com suspeita de AVC agudo, bem como as alterações mais frequentemente identificadas nesses mesmos exames.

As indicações e contraindicações para a realização de trombólise e tratamento endovascular, assim como a seleção de doentes para cada uma destas terapêuticas segundo as mais recentes recomendações científicas são, igualmente, matérias desta tarde formativa, durante a qual haverá ainda espaço para descrever os principais mimetizadores do AVC agudo e as formas como se pode identificar e orientar esse quadro clínico.

A inovar esta primeira edição virtual, os temas supramencionados estão divididos no programa do curso em quatro estações [Estação 1. Abordagem inicial do doente com suspeita de AVC agudo; Estação 2. Interpretação dos exames imagiológicos; Estação 3. Decisão terapêutica: trombólise e tratamento endovascular; Estação 4. Identificação e orientação de mimetizadores], com formadores diferentes e com a duração aproximada de 45 minutos. Os participantes serão divididos por dois grupos, cada um com um máximo de 30 elementos, que rodarão pelas estações alternadamente.

Nas palavras de Liliana Pereira, esta organização por “estações” pretende “garantir uma interação mais direta com os formadores em temas específicos, em que o formando possa chegar ao final do curso sem dúvidas”, embora reconheça: “Estamos cientes que o modelo virtual é menos cativante para a audiência, pelo que esperamos que o equilíbrio entre sessões teóricas e sessões interativas permita manter o foco no conteúdo do curso e ser proveitoso”.

Ainda assim, mesmo com as contingências ditadas pela pandemia pelo novo coronavírus no terreno, “aceitámos o desafio de adaptar o curso ao modelo virtual para manter ativa esta vertente formativa do Congresso do AVC, que esperamos seja uma mais-valia na formação pós-graduada dos nossos colegas”, remata a neurologista. O Curso conta com o apoio da Medtronic.

Isolamento recomendado
Durante o novo período de confinamento a Associação Protectora dos Diabéticos de Portugal (APDP) reforça a importância da...

 “Vivemos uma situação de emergência em Portugal e as pessoas com diabetes são um dos grupos de risco de complicações graves em caso de infeção pelo novo coronavírus. Falamos especialmente das pessoas com mais de 50 anos e com diabetes que devem manter um isolamento rigoroso, não se deixando infetar e evitando todas as hipóteses de contágio. Só deverão sair de casa em situações de absoluta necessidade e, sempre, evitando contactos pessoais. É ainda fundamental que todas as suas dúvidas sejam esclarecidas para evitar cenários de descompensação da doença” afirma José Manuel Boavida, presidente da APDP.

 A APDP reforça que a sua Linha de Apoio à Diabetes (21 381 61 61) continua a prestar aconselhamento especializado e pode ajudar a libertar a linha SNS 24 em questões relacionadas com o receio de infeção e apoio psicológico para todas as pessoas com diabetes A associação alerta ainda para a importância de uma ação imediata em situações de descompensação da doença e que é preciso garantir segurança a todas as pessoas com diabetes, destacando o papel desta rede de apoio para apoiar nos ajustes da própria terapêutica. “É importante reforçar que uma intervenção precoce evita complicações e internamentos, durante o período de confinamento” refere ainda José Manuel Boavida.

“Em caso de contágio, as pessoas com diabetes estão mais suscetíveis a consequências graves ou até à morte. Agora, mais do que nunca, é fundamental reforçar a importância da educação terapêutica e criar ferramentas que a suportem, permitindo assim que as pessoas com diabetes desenvolvam competências na autogestão dos cuidados, capazes de manter o melhor controlo possível. A Linha de Apoio à Diabetes serve assim como uma base de apoio para as pessoas com diabetes, seja na gestão da doença ou apoio psicológico, e para que os cuidadores também se sintam apoiados”, adianta João Filipe Raposo, diretor clínico da APDP

 O número de telefone da Linha de Apoio à Diabetes é o 21 381 61 61 e está disponível das 9.00h às 17h, incluindo fins de semana e feriados.

APIC realiza 10.ª Reunião do Grupo de Válvulas Percutâneas em formato online
A Associação Portuguesa de Intervenção Cardiovascular (APIC) vai realizar a 10.ª Reunião do seu Grupo de Estudo de Válvulas...

“Começamos um novo ano, com novos desafios. A reunião cresceu e terá, pela primeira vez, dois dias inteiramente dedicados à discussão e atualização de conhecimentos dos profissionais de saúde sobre o tratamento percutâneo da doença valvular cardíaca. Nestes dois dias, contaremos com a participação de especialistas de renome nacionais e internacionais, o que muitos nos honra e contribui para a afirmação desta reunião enquanto evento major desta área de atuação da cardiologia”, afirma João Brito, membro da Comissão Científica e Organizadora.

E acrescenta: “Esta será uma reunião digital, mas terá seguramente espaço para a troca de ideias e a discussão de temas extremamente pertinentes na atualidade, como seja a intervenção estrutural percutânea em tempo COVID, ou a criação de programas de TAVI em centros sem cirurgia cardíaca. Teremos também uma interessante sessão de complicações, que gera sempre grande entusiasmo e participação. Acreditamos que vai continuar a ser um momento com oportunidades de aprendizagem únicas.”

As inscrições são gratuitas e estão abertas a todos os profissionais de saúde, bem como estudantes da área da saúde, que tenham interesse nas temáticas da intervenção estrutural valvular.

Para mais informações e inscrições consulte: https://www.vap-apic.pt/

 

 

Doença rara e genética
Trata-se de um tipo de diabetes rara, de causa genética, que pelas suas características nem sempre é

O termo MODY (Maturity Onset Diabetes of the Young) surgiu nos anos 60 do século XX para descrever um tipo de diabetes diferente dos que eram conhecidos até à data. Com origem em mutações em 14 genes, este tipo de diabetes conta com apresentações clínicas bastante heterogéneas, pelo que não é raro encontrar-se subdiagnosticada ou mal diagnosticada.

Segundo um artigo de revisão dos especialistas Marta Ilharco e José Silva Nunes, estima-se que este tipo de diabetes apresenta uma taxa de subdiagnóstico que ronda os 80%. Isto porque, descrevem os especialistas, “os doentes podem apresentar ou não sintomatologia clássica da diabetes”: hiperglicemia, como poliúria, polidipsia, polifagia e perda de peso.

O grande desafio é, deste modo, conseguir distinguir os doentes com esta patologia dos doentes com diabetes tipo 1 ou tipo 2, “uma vez que as características clínicas podem ser semelhantes e existe frequentemente uma sobreposição fenotípica”.

Segundo os especialistas, tanto a diabetes tipo 2 como o MODY “têm um forte componente hereditário, com história de diabetes afetando múltiplas gerações sucessivas, o que pode dificultar o diagnóstico diferencial”. Contudo, ao contrário dos doentes com diabetes tipo 2, tipicamente, o doentes MODY “não apresentam excesso ponderal, hipertensão arterial ou dislipidemia e não têm outras características típicas dos estados de insulinorresistência”. Por outro lado, embora a obesidade raramente seja descrita neste tipo de diabetes, o facto de esta atingir cada vez mais adolescentes e adultos jovens “implica que possa ser reportada em doentes com MODY”, adiantam.

No que diz respeito à associação com a diabetes tipo 1, dizem os especialistas que “apesar do carácter hereditário da diabetes ser mais comum no MODY do que na diabetes tipo 1, alguns jovens com MODY acabam por ser rotulados como tendo diabetes tipo 1.” Contudo, os doentes com MODY não apresentam “níveis elevados de anticorpos contra antigénios pancreáticos e têm evidência de produção endógena de insulina (péptido C mensurável, necessidade de baixas doses de insulina para obtenção de normoglicemia e ausência de cetoacidose se a insulinoterapia for omitida)”. Por outro lado, ao contrário da diabetes tipo 1, que requer sempre tratamento com insulina,” os doentes com MODY podem ser tratados apenas com antidiabéticos orais”.

Assim, é importante a realização de análise genética para que seja possível determinar o seu diagnóstico e consequentemente o seu tratamento.

Embora existam 14 subtipos de diabetes MODY – um para cada gene envolvido na secreção de insulina que sofreu mutação -, os mais frequentes são o MODY 3, MODY 2 e o MODY 1.

Tipo MODY 3 (mutação no gene HNF1α)

É o tipo de diabetes monogénica mais frequentemente diagnosticada no adulto, sendo a causa mais comum de MODY na Europa, América do Norte e Ásia. De acordo com Marta Ilharco e José Silva Nunes, “na maioria dos casos, a diabetes tipo MODY 3 manifesta-se na adolescência ou em adultos jovens. A idade média de diagnóstico nas pessoas afetadas é de 14 anos, sendo raramente identificado em crianças com menos de 10 anos. Estes doentes nascem euglicémicos, tendem a ser magros e a ter uma normal sensibilidade à ação da insulina. A diabetes desenvolve-se como resultado da disfunção progressiva da célula β pancreática e consequente falha de produção de insulina”.

Estes doentes podem apresentar ainda características extra-pancreáticas.  

Tipo MODY 2 (mutação no gene da glucocinase, GCK)

Esta é a segunda forma mais comum de MODY. Geralmente, os doentes são assintomáticos, apresentando uma hiperglicemia ligeira e estável desde o nascimento, necessitando raramente de intervenção terapêutica e apresentam um baixo risco de complicações.

Tipo MODY 1 (mutação no gene HNF4α)

Não é tão comum como as outras formas do tipo MODY. Geralmente, afeta pessoas que nasceram com um peso aproximado de 4 kg e que, geralmente, tiveram níveis baixos de glicemia na altura do nascimento, ou níveis que necessitaram de tratamento. Podem começar a fazer terapêutica oral (comprimidos), mas evoluir para a necessidade de insulinoterapia.

Tratamento

O tratamento tem como objetivo normalizar os níveis de glicémia de modo a evitar as complicações associadas à diabetes. Neste caso, o tratamento depende do subtipo de MODY em questão.

Segundo a Associação Protectora dos Diabéticos de Portugal, a diabetes MODY 3 e MODY 1 podem ser tratadas com recurso a terapêutica oral em fases iniciais, podendo, no entanto, necessitar de insulinoterapia consoante a sua evolução.

Já a diabetes MODY 2, uma vez que apresenta uma hiperglicemia ligeira, apenas está sujeita a vigilância clínica.

Referências:
https://apdp.pt/material-educacional/diabetes-mody/
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0004-27302002000200012
http://repositorio.chlc.min-saude.pt/bitstream/10400.17/3153/1/Rev%20Port%20Diabetes%202018_13_49.pdf

Foto: 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Campanha de consciencialização para a saúde da visão
A Associação de Profissionais Licenciados de Optometria (APLO) e a Escola Superior de Comunicação Social (ESCS), do Instituto...

Para Raúl de Sousa, presidente da APLO, “esta parceria com a ESCS é mais um contributo dos Optometristas para a prevenção em saúde da visão. Os Optometristas realizam dois milhões de consultas todos os anos e estão na linha da frente para a principal causa de deficiência visual e cegueira evitável”.

Para André Sendin, presidente da ESCS, “este projeto dá a possibilidade aos alunos de desenvolverem suportes de comunicação para uma campanha nacional de consciencialização para as doenças da visão e será realizado no âmbito da unidade curricular Comunicação no Interesse Público, do curso de Relações Públicas e Comunicação Empresarial”.

Segundo a Organização Mundial da Saúde, a deficiência visual e cegueira evitável são uma realidade para grande parte da população. Em todo o mundo, estima-se que mais de 250 milhões de pessoas vivam com algum tipo de deficiência visual ou cegueira evitável. Desta forma, torna-se necessário o desenvolvimento de uma campanha a nível nacional, para melhorar a saúde visual, promovendo a consciencialização para a importância de uma visão saudável e dos rastreios, de modo a evitar a deficiência visual e cegueira.

 

Dados da pandemia preocupam peritos
O diretor de emergências da Organização Mundial de Saúde, Mike Ryan, advertiu, ontem que as mortes globais por covid-19 podem...

Numa atualização epidemiológica, o perito acrescentou que a região das américas foi responsável por cerca de 47% das mortes atuais. Na Europa, os casos e as mortes estão a estabilizar, mas “a um nível elevado”, acrescentou explicando que a “situação epidemiológica é dinâmica e desigual”.

Desde o início da pandemia já foram notificadas cerca de 95 milhões de infeções e mais de 2 milhões de mortes associadas ao novo coronavírus.

 

Controlar a pandemia
Óscar Felgueiras, matemático especialista em epidemiologia da Universidade do Porto, defende que “o encerramento das escolas...

justificaria o encerramento das escolas e das universidades.

“Existe evidência científica que mostra ser das medidas que mais efeito produz”, salientou citado pelo SAPO24.

Quanto às novas medidas anunciadas pelo Governo, o especialista acredita que “podem eventualmente travar [a evolução da pandemia], mas de forma muito lenta”. Aliás o especialista chega mesmo a referir que não será o suficiente “para o índice de transmissibilidade [designado Rt] baixar”.

Segundo Óscar Felgueiras, existem “dois grandes obstáculos”: as “falhas na deteção” de novos casos de infeção e o surgimento da variante detetada em Inglaterra do novo coronavírus.

“O problema é que existe, neste momento, um grande reservatório de casos não detetados e não vai ser possível esgotá-lo tão cedo”, disse, acrescentando que “existem milhares de inquéritos epidemiológicos em atraso”.

“Para já, o que se espera que aconteça é que estejamos sempre num patamar entre 10 e 11 mil casos durante os dias da semana em que se consegue detetar mais casos, mas sempre sujeitos a um género de teto falso e isso reflete-se na positividade, nos internamentos e nos óbitos”, salientou.

Para o especialista, a subida da taxa de positividade nos testes de rastreio, que neste momento “ronda os 19,1%”, é “sinal de menor deteção de casos”.

Óscar Felgueiras salientou ainda que “o aparecimento da variante inglesa”, que acredita já estar “espalhada pelo país” e que “caminha para ser uma variante dominante”, vai inflacionar o valor do Rt.

“A nova variante vai ter um impacto cada vez mais forte à medida que o tempo passa porque vai ganhar uma preponderância sob todas as outras, é isso que se espera”, afirmou.

Apesar destes fatores arrecadarem “incerteza”, o especialista acredita que algumas medidas poderão “produzir algum efeito” e que o aumento das temperaturas mínimas possa ser “um fator a favor”.

Novas medidas de controlo de pandemia
Após reunião extraordinária, realizada por videoconferência, o Conselho de Ministros reforçou as medidas de controlo da...

Em conferência de imprensa, o Primeiro-Ministro, António Costa considerou ser necessário “clarificar normas que têm sido objeto de abuso e alargar o quadro de restrições”, devido ao nível de circulação da população verificado nos últimos dias.

“O que está verdadeiramente em causa é a saúde e a vida de cada um de nós e das pessoas que nos rodeiam”, declarou António Costa, dramatizando a sua mensagem sobre os perigos da Covid-19.

Assim foi determinada a proibição de venda ou entrega ao postigo de qualquer bem não alimentar, bebidas, incluindo café.

Com o alargamento do quadro de restrições é ainda proibido o consumo de bens alimentares à porta dos estabelecimentos comerciais

Está ainda proibida a permanência em jardins e limitadas grandes concentrações de pessoas em parques infantis, equipamentos desportivos e frentes marítimas, como passeios juntos à praia.

Segundo António Costa, a proibição de circulação entre concelhos vai voltar a ser aplicada aos fins de semana em todo o território continental.

Durante este período vão ser encerradas todas as universidades sénior, os centros de dia e de convívio.

No final da conferência de imprensa, o Primeiro-Ministro adiantou ainda que o Governo quer concluir a primeira toma da vacina contra a covid-19 nos lares de idosos até ao final da próxima semana.

Monitorizar prevalência
O Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA) e a Unilabs desenvolveram uma ferramenta para monitorizar a...

Esta ferramenta permite sinalizar, em tempo real, casos potenciais associados a esta variante, avançam as duas entidades em conjunto.

Desenvolvida pelo INSA, através do Núcleo de Bioinformática do seu Departamento de Doenças Infecciosas, e pela Unilabs Portugal, esta metodologia “disponibiliza, rapidamente, às autoridades de saúde pública no terreno uma resposta quanto à evolução da prevalência em Portugal da variante genética do SARS-CoV-2 conhecida como “variante do Reino Unido” (VUI-202012/01)”, refere um comunicado divulgado.

Desde o início da pandemia, o INSA tem vindo monitorizar, com o apoio dos laboratórios públicos, privados e da academia, a dinâmica de mutações do SARS-CoV-2, através da sequenciação genética regular, metodologicamente preparada, de forma a perceber, a cada momento, a distribuição e evolução do vírus em território nacional e, deste modo, apoiar as decisões em saúde pública.

 

Comunicado
A Ordem dos Médicos (OM) defende a adoção de um novo confinamento geral, semelhante ao que ocorreu aquando da primeira onda da...

Em comunicado, a Ordem dos Médicos diz ser “emergente esmagar a transmissão na comunidade”, salientando que é preciso “atuar agora com todos os meios” para ter “resultados consistentes daqui a duas semanas” e proteger “com urgência” os doentes, os profissionais de saúde e toda a população.

“Ninguém pode, por más decisões políticas, continuar a tolerar a morte silenciosa de quem não consegue gritar”, sublinha, afirmando que “este é um grito de alerta para acordar e ajudar Portugal”

A OM refere que os profissionais de saúde têm, neste momento, de “tomar decisões complexas e muito difíceis em contexto de medicina de catástrofe e de estabelecimento de critérios de prioridade e não conseguem salvar todas as vidas”.

“São eles que desesperam perante os limites do sofrimento e da compaixão, mercê da incapacidade de tratar o outro, e assim são vítimas de burnout e sofrimento ético. São eles que, além dos doentes, sofrem no terreno, e que aguentam a pressão brutal sobre o SNS”, adverte.

Para a OM, “as meias medidas nem servem a saúde nem a economia: já perdemos demasiado tempo e continuamos a perder. É inaceitável continuar nas meias medidas e meias verdades. Dizer que está tudo bem, quando não está”.

Assim como “dizer que estamos a atingir a linha vermelha quando já a ultrapassamos há muito”, afirma, lembrando os mais de 25 milhões de consultas presenciais, cirurgias e exames complementares de diagnóstico e terapêutica que ficaram por fazer.

A OM refere, no comunicado que disponibiliza no “site” da ordem, que a “situação emergente que se vive na Saúde em Portugal, por ausência de medidas robustas por parte de quem tem a responsabilidade política de tomar decisões”, levaram o seu bastonário, Miguel Guimarães e o seu Gabinete de Crise para a Covid-19 a renovar um conjunto de 10 “propostas urgentes para combater de forma mais eficaz a pandemia”.

Entre o conjunto de medidas, a OM defende a adoção “sem reservas e com a maior brevidade um confinamento geral, no mínimo semelhante ao que ocorreu em março/abril de 2020 e apela ainda à “revisão imediata” do Plano Nacional de Vacinação Covid-19 e pedido de parecer urgente ao Conselho Nacional de Ética para as Ciências da Vida sobre critérios de prioridade para vacinação Covid-19.

“Comunicar aos portugueses de forma transparente, coerente e objetiva, não omitindo a verdade, não tentando esconder a gravidade da situação, nem tentando encontrar bodes expiatórios para justificar a incapacidade de liderar o combate à pandemia”, é outra proposta, assim como o reforço da capacidade de resposta das equipas de saúde pública para realizar inquéritos epidemiológicos válidos e em tempo útil” para identificar rapidamente contactos de alto risco e quebrar cadeias de transmissão.

Defende ainda o aumento de “forma exponencial” da capacidade de testagem de pessoas infetadas e seus contactos, através da “utilização massiva” de testes rápidos e a utilização de “forma planeada e organizada” de todos os recursos do sistema de saúde, para dar “uma resposta integrada e consistente” aos doentes covid-19 e não covid-19.

Boletim Epidemiológico
Portugal registou mais 167 mortes associadas à Covid-19 nas últimas 24 horas. A região de Lisboa e Vale do Tejo foi a mais...

Segundo o boletim divulgado, a região de Lisboa e Vale do Tejo continua a ser aquela onde morreram mais pessoas com Covid-19: 70 das 167 mortes registadas em todo o País. Seguem-se as regiões norte com 42 e o centro com 38. No Alentejo há 14 mortes a lamentar e no Algarve três.

Nos arquipélagos da Madeira e Açores, não há nenhuma morte a lamentar.   

Quanto ao número de novos casos, o boletim epidemiológico divulgado hoje, pela Direção Geral da Saúde, mostra que foram diagnosticadas 2.643 novas infeções na região de Lisboa e Vale do Tejo. Segue-se a região norte com 2.109 novos casos de infeção pelo novo coronavírus e a região Centro, 1.217. No Alentejo há mais 258 casos e no Algarve mais 239. No arquipélago da Madeira foram identificadas mais 137 infeções e no dos Açores 99 novos casos.

Quanto ao número de doentes internados, há atualmente 5.165 internamentos, mais 276 que ontem, sendo que as unidades de cuidados intensivos receberam, desde o último balanço mais 17 doentes. Ao todo estão 664 pessoas na UCI.

O boletim desta segunda-feira mostra ainda que, desde ontem, 4.660 pessoas recuperaram da Covid-19, elevando para 411.589 o total daqueles que conseguiram vencer a doença desde o início da pandemia.

No que diz respeito aos casos ativos, o boletim epidemiológico divulgado hoje pela DGS, revela que existem 135.886 casos, mais 1.875 que ontem.  As autoridades de saúde mantêm 166.235 contactos sob vigilância, mais 5.115 desde o último balanço.

 

INSA divulga resultados do estudo
Os resultados do estudo “Saúde Mental em Tempos de Pandemia (SM-COVID19)” indicam que cerca de 25% dos participantes apresenta...

Coordenado pelo Departamento de Promoção da Saúde e Prevenção de Doenças Não Transmissíveis do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge, em colaboração com o Instituto de Saúde Ambiental da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa e com a Sociedade Portuguesa de Psiquiatria e Saúde Mental, o estudo SM-COVID19 visou avaliar o impacto da pandemia COVID-19 na saúde mental e no bem-estar da população em geral e dos profissionais de saúde, tendo em conta dimensões como ansiedade, depressão, stress pós-traumático, burnout e resiliência, entre outras.

De acordo com resultados deste trabalho, na população em geral, são sobretudo os jovens adultos e as mulheres que apresentam sintomas de ansiedade e de depressão moderada a grave. Já de entre os profissionais de saúde e também como esperado, são sobretudo aqueles que estão a tratar doentes com COVID19 que apresentam ansiedade moderada a grave (42%), sendo que é ainda neste grupo de indivíduos que os níveis de burnout (exaustão física e emocional) são mais elevados (43%).

No que se refere a outros grupos profissionais, destaca-se uma maior percentagem de indivíduos em burnout entre os profissionais em lares de idosos (43%), profissionais da área de atendimento ao público (e.g., comerciante, lojista, restauração, hotelaria, estética; 38%), e operários fabris (36%).

Na população em geral, em relação à situação face ao trabalho, ao rendimento e ao emprego, os dados do estudo indicam que são principalmente aqueles que têm um rendimento mais baixo (29%), bem como os que se encontram em situação de desemprego (39%) os que apresentam sintomas de depressão moderada a grave, de acordo com o escala de avaliação utilizada. No mesmo sentido apontam os resultados relativos a sintomas de ansiedade moderada a grave.

Outro dos resultados deste estudo sugere que as novas formas de trabalho, nomeadamente o teletrabalho não estão associadas a sintomatologia ligada a ansiedade e a depressão e 83% dos inquiridos afirmaram que algumas formas alternativas de organização do trabalho podem ser vistas como positivas (ex. teletrabalho).

Apesar das percentagens apresentadas relativamente às dimensões de saúde mental, os resultados do estudo SM-COVID19 indicam que cerca de um terço dos participantes revela um nível elevado de resiliência. São sobretudo os indivíduos a partir dos 50 anos (46%) bem como os empregados (41%) e os reformados (48%), com os homens a revelarem uma maior percentagem de resiliência elevada (43% vs. 36% nas mulheres).

Quanto a possíveis fatores de proteção, o estudo revela que a percentagem de indivíduos com ansiedade moderada a grave é mais baixa entre aqueles que conseguiram manter passatempos, hobbies e uma rotina diária (na hora de deitar, refeições, trabalho, etc.).

Ainda em relação à população em geral, no que diz respeito à expectativa face ao futuro após a pandemia, a maior parte dos indivíduos revela preocupação em não saber quando haverá um tratamento ou uma vacina eficaz (89%) e com a possibilidade de o país entrar numa crise económica muito grave (96%). Os participantes referiram ainda preocupação com o facto de não conseguirem recuperar o rendimento que tinham antes da pandemia (75%) e com o facto da sua forma de viver não voltar a ser a mesma que era antes (79%).

Apesar disso, mais de 40% do total de respondentes ao estudo SM-COVID19 sente-se otimista em relação ao futuro.

Os dados do estudo SM-COVID19 foram recolhidos através de um questionário online, que avaliou de forma estruturada as dimensões consideradas relevantes em Saúde Mental no contexto de pandemia, entre os dias 22 de maio e 20 de julho, tendo respondido 6079 participantes, dos quais 2097 são profissionais de saúde. A maioria dos participantes tem entre 30 e 59 anos de idade, é do sexo feminino e reside na área metropolitana de Lisboa (38,2%) e no Norte (26,6%).

Explicações
Será que a dor crónica deixa os doentes mais suscetíveis à Covid-19?

A influência da dor no sistema imunitário

A lesão de nervos quer seja primaria quer seja secundária provoca alterações no sistema imunitário. Em estudos animais com dor crónica chegou-se a conclusão que há uma alteração do DNA nos glóbulos brancos e nas células cerebrais. Esta alteração vai influenciar a expressão genética de centenas de milhares de genes nestes animais.

Num estudo realizado em doentes com alterações da articulação temporomandibular, chegou-se à conclusão que estes doentes tem uma diminuição da função do sistema imunitário.

O motivo porque isto acontece, tem a ver com facto do o sistema imunitário mediar em parte a dor crónica, através da inflamação, que é um processo defensivo do nosso organismo, mas que também pode provocar dor.

Atualmente sabe-se que o sistema imunitário que nos protege dos invasores do meio ambiente, pode também provocar doenças que são as doenças autoimunes em que ataca as células do próprio organismo. No caso da dor crónica pode ser uma das razões para que esta fique fora de controlo.

Os fatores pró-inflamatórios que são produzidos pelo sistema imunitário podem ser uma das razões para um aumento da intensidade da dor.

A dor crónica coloca o nosso corpo em estado de alerta levando a um desgaste e esgotamento do cortisol, uma hormona responsável pelo nosso bem-estar.

A tempestade de citoquinas

Os doentes graves com Covid-19, tem uma resposta inflamatória, chamada de tempestade porque é grande quantidade, que pode causar a morte do doente, provocando um edema, líquido nos pulmões, que impedem que os pulmões forneçam oxigénio ao sangue. Existem outros órgãos que podem ser atingidos por este fenómeno. Esta é uma das razões porque algumas pessoas são mais atingidas que outras.

Porque é que isto é importante em pessoas com dor crónica

Os doentes com:

  • Excesso de peso
  • Triglicéridos altos
  • Pré diabéticos
  • Hipertensos

Tem aquilo que se chama em medicina síndrome metabólico, estes doentes são maios propensos a ter uma forma grave da Covid-19. Estes doentes já estão, pela sua condição num estado de inflamação sistémica o que facilita a forma grave da doença.

Como é que a dor crónica influência a inflamação no nosso corpo? Sabemos que o doente com inflamação sistémica tem maior incidência de dor lombar, dor ciática. Sabemos também que valores elevados de fatores pró inflamatórios correlacionam-se com o nível de dor do doente.

Assim um doente com dor crónica poderá ter um nível elevado de inflamação sistémica e isto poderá aumentar o risco de desenvolver uma forma grave de Covid-19.

O que se pode fazer?

  • Tratar a causa da dor, não deixar que a dor se mantenha por muito tempo, o sucesso do tratamento da dor depende da precocidade do tratamento;
  • Adotar um estilo de visa saudável eliminado os fatores de risco descritos.

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Carta aberta
Proteção da saúde, política migratória, alterações climáticas, desigualdades sociais, envelhecimento populacional e estratégia...

Face ao atual contexto económico, social e político, a Médicos do Mundo (MdM) revela, em comunicado, que está preocupada com um conjunto de questões que afetam a vida de todas as pessoas e, em especial, das populações mais vulneráveis com as quais trabalha diariamente. “Porque o próximo Presidente da República terá um papel essencial nestas matérias, a organização decidiu questionar os candidatos presidenciais, através da carta “10 Questões para um Futuro Presidente”, justifica a organização.

Segundo explica Fernando Vasco Marques, presidente da delegação portuguesa da MdM, “porque temos um compromisso com todas as populações vulneráveis, neste momento em que a pandemia da COVID-19 realçou as fragilidades do nosso sistema de saúde, não poderíamos deixar de dar voz a quem não a tem. Assim, resolvemos questionar os candidatos presidenciais sobre assuntos que dizem respeito às pessoas, às suas necessidades e ao futuro da nossa sociedade”.

Porque o acesso à saúde é uma dessas necessidades mais básicas, a MdM quer saber o que pensam os candidatos sobre o direito à proteção à saúde, o papel do Estado e dos sectores público, privado e social, e quais as alterações que preconizam no quadro de uma eventual revisão constitucional. O Serviço Nacional de Saúde (SNS), o atual processo de aquisição de medicamentos, que é gravoso para os pequenos países da União Europeia (UE), e a aplicação do conceito “saúde em todas as políticas” são outros dos temas abordados. 

Na carta aos candidatos à Presidência da República, a MdM não esqueceu dois desafios fundamentais que se colocam ao país: a luta contra as desigualdades sociais e o envelhecimento populacional. "O índice de desigualdades sociais mantém-se acima da média europeia, com tendência para o agravamento em consequência da pandemia, e é necessário enfrentar os problemas inerentes ao envelhecimento da população, através da introdução de medidas de apoio à natalidade", refere em comunicado. 

Por outro lado, adianta a organização, "nos últimos anos, a UE e os seus Estados-membros não têm conseguido gerar soluções para os muitos refugiados e migrantes que fogem da guerra, dos conflitos e das perseguições, na procura por segurança, abrigo e sustento". Para a MdM, "há que dar resposta urgente ao fenómeno migratório e o futuro Presidente da República pode exercer a sua influência também neste campo". 

Es organização  lembra ainda "que falta ao país uma estratégia para enfrentar catástrofes humanitárias que possam acontecer em qualquer parte do mundo", questionando os candidatos sobre esta necessidade e a possibilidade de integrar a mobilização da resposta dos setores público e privado.

Estudo
Foi divulgado um estudo numa revista especializada italiana que destaca a importância da adoção do Remdesivir nos estágios...

O estudo baseou-se na simulação da evolução da pandemia ao longo de um horizonte de 20 semanas, estimou o impacto do Remdesivir revelando uma redução importante em termos de admissões em UCI, número de óbitos e economia nos custos diretos de saúde associados à tratamento de pacientes hospitalizados.

A adoção do Remdesivir, o primeiro e único medicamento aprovado na Europa para o tratamento da Covid-19, é capaz de reduzir os internamentos em UCI em mais de 17.000 unidades e potencialmente prevenir cerca de 7.000 mortes em apenas 5 meses. Graças ao efeito da redução da necessidade de tratamento em cuidados intensivos, de facto, isso resultaria numa economia para o SNS de mais de 430 milhões de euros. Este é o resultado da aplicação de um modelo desenvolvido por uma equipa de economistas da saúde da UniCamillus - Universidade Internacional de Ciências da Saúde Saint Camillus da Universidade Médica Internacional de Roma para estimar o impacto do Remdesivir no emprego em cuidados intensivos e, em última análise, em custos diretos de saúde para hospitais na gestão da emergência atual.

O modelo, desenvolvido em estudo publicado na revista ABOUTOpen HTA & Market Access, previa a evolução da pandemia em um horizonte de tempo de 20 semanas em termos de pessoas infetadas, acesso à medicina intensiva e óbitos. A construção do modelo baseou-se em dados epidemiológicos observados e relacionados à transmissibilidade (índice Rt) e dados atualizados diariamente a respeito de pacientes internados, internados em medicina intensiva e óbitos em outubro.

O estudo também considerou dois cenários alternativos correspondentes a duas evoluções possíveis da epidemia. O cenário "pessimista" assumiu que o valor de Rt permaneceu em 1,1 até a semana 12 e que caiu para 1 da semana 12 para a semana 20. O cenário "otimista" assumiu uma redução de Rt igual a 0,2 pontos por semana a partir da quarta semana, fixando-se em 0,9 a partir da oitava semana. No cenário pessimista, face aos 5,4 milhões de infectados, obtém-se uma redução de 25.750 internamentos em cuidados intensivos, 15.047 óbitos e uma economia de 512 milhões de euros. No otimista, ante 1,3 milhão de infectados, há redução de 12,5 mil internações em terapia intensiva, 4,8 mil óbitos e economia de 294 milhões.

Este estudo - destaca Alessandro Signorini, diretor da Equipa de Economia da Saúde do Unicamillus - utiliza um modelo epidemiológico dinâmico vinculado a um modelo económico - saúde tradicional, para estimar o impacto sobre o uso de recursos humanos e tecnológicos de intervenções alternativas para enfrentar a emergência Covid-19 em um ambiente hospitalar. Em particular, as intervenções foram projetadas para minimizar o número de visitas à terapia intensiva. É uma ferramenta que permite estudar cenários para fazer previsões sobre a capacidade e possibilidade de utilização de ativos de alta tecnologia (como medicina intensiva), mas também sobre a necessidade de investimento em recursos humanos. É claro que, onde um tratamento possibilita racionalizar ou, de outra forma, gerir o acesso à UCI de forma mais eficiente, toda a organização do cuidado seria beneficiada. Este modelo também é totalmente adaptável a contextos regionais individuais e, na sua estrutura básica, também pode ser usado para realizar estimativas semelhantes relacionadas a quaisquer outras crises pandémicas”.

Os resultados deste estudo destacam a importância da adoção do Remdesivir nos estágios iniciais da infeção, para evitar que o vírus dissemine e se multiplique, desencadeando, no estágio seguinte, a tempestade de citocinas resultando em insuficiência respiratória e lesão multiorgânica. “É claro - sublinha Massimo Andreoni, Diretor Científico da Sociedade Italiana de Doenças Infeciosas e Tropicais (SIMIT) - que a administração precoce de Remdesivir em pacientes nos estágios iniciais da infeção pode gerar inúmeros benefícios, tanto a nível clínico, com o tempo gasto em redução do hospital e recuperação mais rápida da doença, tanto em nível de instalações hospitalares quanto de recursos de saúde, com menor acesso a internamentos em UCI, que podem ser libertadas e utilizadas para tratar outros pacientes não necessariamente afetados pelo Covid-19, gerando uma economia significativa para o Sistema de Saúde. "

Evento online
A Associação Portuguesa Para o Estudo da Dor (APED), cuja missão é estudar o mecanismo da dor nas suas múltiplas vertentes, os...

Com início pelas 8h30, a APED apresentará o primeiro bloco do Congresso, onde será abordado o impacto da COVID-19 na Medicina da Dor por Rita Moutinho, Coordenadora da Unidade de Tratamento de Dor do Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia, Espinho, EPE e secretária da Direção da APED, juntamente com a Dra. Nádia Andrade, Coordenadora da Unidade de Tratamento de Dor da Unidade Local de Saúde do Alto Minho, membro da APED. 2021 foi definido pela IASP - International Association for the Study of Pain como o Ano Global Sobre a Lombalgia e a Ana Pedro, Presidente da APED, irá explorar o tema, havendo espaço para perguntas do público aos palestrantes.

O formato virtual adotado este ano permite a todos os participantes assistir às 30 mini-palestras com convidados de excelência, participar em chat-rooms com outros assistentes, interagir com palestrantes online e participar em video-chats com os sponsors nos stands virtuais. Os participantes terão ainda a oportunidade de assistir aos workshops “Enfermagem em tempo(s) de mudança” e “Psicomotricidade e Psicodrama no tratamento da dor crónica durante a pandemia”.

As inscrições para o Convénio ASTOR 2021 devem ser efetuadas através do link: https://www.cast.pt/events/astor2021/#tab=registrations.

 

 

Estudo
Cientistas descobriram uma molécula que pode matar seletivamente as células de um subtipo de cancro de mama difícil de tratar....

O cancro de mama triplo negativo é um subtipo de cancro de mama que é tratado principalmente com quimioterapia. Infelizmente, até 70% das pacientes com essa forma de cancro de mama desenvolvem resistência ao tratamento.

Os investigadores testaram diferentes moléculas para ver se elas poderiam matar seletivamente as células desse tipo de cancro de mama, poupando as células normais. Eles descobriram que uma molécula específica, BAS-2, era capaz de o fazer.

“o nosso objetivo agora é desenvolver a pequena molécula em um composto mais parecido com um medicamento e avaliar se podemos aproveitar a nova função para um tratamento potencialmente melhorado para os pacientes”, disse Tríona Ní Chonghaile, autora correspondente do estudo e conferencista da RCSI em Fisiologia e Física Médica.

Para entender melhor como a molécula matou as células, os investigadores confirmaram que ela inibia uma enzima chamada HDAC6. Usando espectrometria de massa de última geração, os investigadores conseguiram demonstrar, pela primeira vez, que HDAC6 desempenha um papel fundamental na alteração da energia nessas células cancerígenas.

Atualmente, os investigadores apresentaram uma patente em torno deste trabalho e estão à parceiros da indústria para o seu desenvolvimento.

 

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