Dados da pandemia preocupam peritos
O diretor de emergências da Organização Mundial de Saúde, Mike Ryan, advertiu, ontem que as mortes globais por covid-19 podem...

Numa atualização epidemiológica, o perito acrescentou que a região das américas foi responsável por cerca de 47% das mortes atuais. Na Europa, os casos e as mortes estão a estabilizar, mas “a um nível elevado”, acrescentou explicando que a “situação epidemiológica é dinâmica e desigual”.

Desde o início da pandemia já foram notificadas cerca de 95 milhões de infeções e mais de 2 milhões de mortes associadas ao novo coronavírus.

 

Controlar a pandemia
Óscar Felgueiras, matemático especialista em epidemiologia da Universidade do Porto, defende que “o encerramento das escolas...

justificaria o encerramento das escolas e das universidades.

“Existe evidência científica que mostra ser das medidas que mais efeito produz”, salientou citado pelo SAPO24.

Quanto às novas medidas anunciadas pelo Governo, o especialista acredita que “podem eventualmente travar [a evolução da pandemia], mas de forma muito lenta”. Aliás o especialista chega mesmo a referir que não será o suficiente “para o índice de transmissibilidade [designado Rt] baixar”.

Segundo Óscar Felgueiras, existem “dois grandes obstáculos”: as “falhas na deteção” de novos casos de infeção e o surgimento da variante detetada em Inglaterra do novo coronavírus.

“O problema é que existe, neste momento, um grande reservatório de casos não detetados e não vai ser possível esgotá-lo tão cedo”, disse, acrescentando que “existem milhares de inquéritos epidemiológicos em atraso”.

“Para já, o que se espera que aconteça é que estejamos sempre num patamar entre 10 e 11 mil casos durante os dias da semana em que se consegue detetar mais casos, mas sempre sujeitos a um género de teto falso e isso reflete-se na positividade, nos internamentos e nos óbitos”, salientou.

Para o especialista, a subida da taxa de positividade nos testes de rastreio, que neste momento “ronda os 19,1%”, é “sinal de menor deteção de casos”.

Óscar Felgueiras salientou ainda que “o aparecimento da variante inglesa”, que acredita já estar “espalhada pelo país” e que “caminha para ser uma variante dominante”, vai inflacionar o valor do Rt.

“A nova variante vai ter um impacto cada vez mais forte à medida que o tempo passa porque vai ganhar uma preponderância sob todas as outras, é isso que se espera”, afirmou.

Apesar destes fatores arrecadarem “incerteza”, o especialista acredita que algumas medidas poderão “produzir algum efeito” e que o aumento das temperaturas mínimas possa ser “um fator a favor”.

Novas medidas de controlo de pandemia
Após reunião extraordinária, realizada por videoconferência, o Conselho de Ministros reforçou as medidas de controlo da...

Em conferência de imprensa, o Primeiro-Ministro, António Costa considerou ser necessário “clarificar normas que têm sido objeto de abuso e alargar o quadro de restrições”, devido ao nível de circulação da população verificado nos últimos dias.

“O que está verdadeiramente em causa é a saúde e a vida de cada um de nós e das pessoas que nos rodeiam”, declarou António Costa, dramatizando a sua mensagem sobre os perigos da Covid-19.

Assim foi determinada a proibição de venda ou entrega ao postigo de qualquer bem não alimentar, bebidas, incluindo café.

Com o alargamento do quadro de restrições é ainda proibido o consumo de bens alimentares à porta dos estabelecimentos comerciais

Está ainda proibida a permanência em jardins e limitadas grandes concentrações de pessoas em parques infantis, equipamentos desportivos e frentes marítimas, como passeios juntos à praia.

Segundo António Costa, a proibição de circulação entre concelhos vai voltar a ser aplicada aos fins de semana em todo o território continental.

Durante este período vão ser encerradas todas as universidades sénior, os centros de dia e de convívio.

No final da conferência de imprensa, o Primeiro-Ministro adiantou ainda que o Governo quer concluir a primeira toma da vacina contra a covid-19 nos lares de idosos até ao final da próxima semana.

Monitorizar prevalência
O Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA) e a Unilabs desenvolveram uma ferramenta para monitorizar a...

Esta ferramenta permite sinalizar, em tempo real, casos potenciais associados a esta variante, avançam as duas entidades em conjunto.

Desenvolvida pelo INSA, através do Núcleo de Bioinformática do seu Departamento de Doenças Infecciosas, e pela Unilabs Portugal, esta metodologia “disponibiliza, rapidamente, às autoridades de saúde pública no terreno uma resposta quanto à evolução da prevalência em Portugal da variante genética do SARS-CoV-2 conhecida como “variante do Reino Unido” (VUI-202012/01)”, refere um comunicado divulgado.

Desde o início da pandemia, o INSA tem vindo monitorizar, com o apoio dos laboratórios públicos, privados e da academia, a dinâmica de mutações do SARS-CoV-2, através da sequenciação genética regular, metodologicamente preparada, de forma a perceber, a cada momento, a distribuição e evolução do vírus em território nacional e, deste modo, apoiar as decisões em saúde pública.

 

Comunicado
A Ordem dos Médicos (OM) defende a adoção de um novo confinamento geral, semelhante ao que ocorreu aquando da primeira onda da...

Em comunicado, a Ordem dos Médicos diz ser “emergente esmagar a transmissão na comunidade”, salientando que é preciso “atuar agora com todos os meios” para ter “resultados consistentes daqui a duas semanas” e proteger “com urgência” os doentes, os profissionais de saúde e toda a população.

“Ninguém pode, por más decisões políticas, continuar a tolerar a morte silenciosa de quem não consegue gritar”, sublinha, afirmando que “este é um grito de alerta para acordar e ajudar Portugal”

A OM refere que os profissionais de saúde têm, neste momento, de “tomar decisões complexas e muito difíceis em contexto de medicina de catástrofe e de estabelecimento de critérios de prioridade e não conseguem salvar todas as vidas”.

“São eles que desesperam perante os limites do sofrimento e da compaixão, mercê da incapacidade de tratar o outro, e assim são vítimas de burnout e sofrimento ético. São eles que, além dos doentes, sofrem no terreno, e que aguentam a pressão brutal sobre o SNS”, adverte.

Para a OM, “as meias medidas nem servem a saúde nem a economia: já perdemos demasiado tempo e continuamos a perder. É inaceitável continuar nas meias medidas e meias verdades. Dizer que está tudo bem, quando não está”.

Assim como “dizer que estamos a atingir a linha vermelha quando já a ultrapassamos há muito”, afirma, lembrando os mais de 25 milhões de consultas presenciais, cirurgias e exames complementares de diagnóstico e terapêutica que ficaram por fazer.

A OM refere, no comunicado que disponibiliza no “site” da ordem, que a “situação emergente que se vive na Saúde em Portugal, por ausência de medidas robustas por parte de quem tem a responsabilidade política de tomar decisões”, levaram o seu bastonário, Miguel Guimarães e o seu Gabinete de Crise para a Covid-19 a renovar um conjunto de 10 “propostas urgentes para combater de forma mais eficaz a pandemia”.

Entre o conjunto de medidas, a OM defende a adoção “sem reservas e com a maior brevidade um confinamento geral, no mínimo semelhante ao que ocorreu em março/abril de 2020 e apela ainda à “revisão imediata” do Plano Nacional de Vacinação Covid-19 e pedido de parecer urgente ao Conselho Nacional de Ética para as Ciências da Vida sobre critérios de prioridade para vacinação Covid-19.

“Comunicar aos portugueses de forma transparente, coerente e objetiva, não omitindo a verdade, não tentando esconder a gravidade da situação, nem tentando encontrar bodes expiatórios para justificar a incapacidade de liderar o combate à pandemia”, é outra proposta, assim como o reforço da capacidade de resposta das equipas de saúde pública para realizar inquéritos epidemiológicos válidos e em tempo útil” para identificar rapidamente contactos de alto risco e quebrar cadeias de transmissão.

Defende ainda o aumento de “forma exponencial” da capacidade de testagem de pessoas infetadas e seus contactos, através da “utilização massiva” de testes rápidos e a utilização de “forma planeada e organizada” de todos os recursos do sistema de saúde, para dar “uma resposta integrada e consistente” aos doentes covid-19 e não covid-19.

Boletim Epidemiológico
Portugal registou mais 167 mortes associadas à Covid-19 nas últimas 24 horas. A região de Lisboa e Vale do Tejo foi a mais...

Segundo o boletim divulgado, a região de Lisboa e Vale do Tejo continua a ser aquela onde morreram mais pessoas com Covid-19: 70 das 167 mortes registadas em todo o País. Seguem-se as regiões norte com 42 e o centro com 38. No Alentejo há 14 mortes a lamentar e no Algarve três.

Nos arquipélagos da Madeira e Açores, não há nenhuma morte a lamentar.   

Quanto ao número de novos casos, o boletim epidemiológico divulgado hoje, pela Direção Geral da Saúde, mostra que foram diagnosticadas 2.643 novas infeções na região de Lisboa e Vale do Tejo. Segue-se a região norte com 2.109 novos casos de infeção pelo novo coronavírus e a região Centro, 1.217. No Alentejo há mais 258 casos e no Algarve mais 239. No arquipélago da Madeira foram identificadas mais 137 infeções e no dos Açores 99 novos casos.

Quanto ao número de doentes internados, há atualmente 5.165 internamentos, mais 276 que ontem, sendo que as unidades de cuidados intensivos receberam, desde o último balanço mais 17 doentes. Ao todo estão 664 pessoas na UCI.

O boletim desta segunda-feira mostra ainda que, desde ontem, 4.660 pessoas recuperaram da Covid-19, elevando para 411.589 o total daqueles que conseguiram vencer a doença desde o início da pandemia.

No que diz respeito aos casos ativos, o boletim epidemiológico divulgado hoje pela DGS, revela que existem 135.886 casos, mais 1.875 que ontem.  As autoridades de saúde mantêm 166.235 contactos sob vigilância, mais 5.115 desde o último balanço.

 

INSA divulga resultados do estudo
Os resultados do estudo “Saúde Mental em Tempos de Pandemia (SM-COVID19)” indicam que cerca de 25% dos participantes apresenta...

Coordenado pelo Departamento de Promoção da Saúde e Prevenção de Doenças Não Transmissíveis do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge, em colaboração com o Instituto de Saúde Ambiental da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa e com a Sociedade Portuguesa de Psiquiatria e Saúde Mental, o estudo SM-COVID19 visou avaliar o impacto da pandemia COVID-19 na saúde mental e no bem-estar da população em geral e dos profissionais de saúde, tendo em conta dimensões como ansiedade, depressão, stress pós-traumático, burnout e resiliência, entre outras.

De acordo com resultados deste trabalho, na população em geral, são sobretudo os jovens adultos e as mulheres que apresentam sintomas de ansiedade e de depressão moderada a grave. Já de entre os profissionais de saúde e também como esperado, são sobretudo aqueles que estão a tratar doentes com COVID19 que apresentam ansiedade moderada a grave (42%), sendo que é ainda neste grupo de indivíduos que os níveis de burnout (exaustão física e emocional) são mais elevados (43%).

No que se refere a outros grupos profissionais, destaca-se uma maior percentagem de indivíduos em burnout entre os profissionais em lares de idosos (43%), profissionais da área de atendimento ao público (e.g., comerciante, lojista, restauração, hotelaria, estética; 38%), e operários fabris (36%).

Na população em geral, em relação à situação face ao trabalho, ao rendimento e ao emprego, os dados do estudo indicam que são principalmente aqueles que têm um rendimento mais baixo (29%), bem como os que se encontram em situação de desemprego (39%) os que apresentam sintomas de depressão moderada a grave, de acordo com o escala de avaliação utilizada. No mesmo sentido apontam os resultados relativos a sintomas de ansiedade moderada a grave.

Outro dos resultados deste estudo sugere que as novas formas de trabalho, nomeadamente o teletrabalho não estão associadas a sintomatologia ligada a ansiedade e a depressão e 83% dos inquiridos afirmaram que algumas formas alternativas de organização do trabalho podem ser vistas como positivas (ex. teletrabalho).

Apesar das percentagens apresentadas relativamente às dimensões de saúde mental, os resultados do estudo SM-COVID19 indicam que cerca de um terço dos participantes revela um nível elevado de resiliência. São sobretudo os indivíduos a partir dos 50 anos (46%) bem como os empregados (41%) e os reformados (48%), com os homens a revelarem uma maior percentagem de resiliência elevada (43% vs. 36% nas mulheres).

Quanto a possíveis fatores de proteção, o estudo revela que a percentagem de indivíduos com ansiedade moderada a grave é mais baixa entre aqueles que conseguiram manter passatempos, hobbies e uma rotina diária (na hora de deitar, refeições, trabalho, etc.).

Ainda em relação à população em geral, no que diz respeito à expectativa face ao futuro após a pandemia, a maior parte dos indivíduos revela preocupação em não saber quando haverá um tratamento ou uma vacina eficaz (89%) e com a possibilidade de o país entrar numa crise económica muito grave (96%). Os participantes referiram ainda preocupação com o facto de não conseguirem recuperar o rendimento que tinham antes da pandemia (75%) e com o facto da sua forma de viver não voltar a ser a mesma que era antes (79%).

Apesar disso, mais de 40% do total de respondentes ao estudo SM-COVID19 sente-se otimista em relação ao futuro.

Os dados do estudo SM-COVID19 foram recolhidos através de um questionário online, que avaliou de forma estruturada as dimensões consideradas relevantes em Saúde Mental no contexto de pandemia, entre os dias 22 de maio e 20 de julho, tendo respondido 6079 participantes, dos quais 2097 são profissionais de saúde. A maioria dos participantes tem entre 30 e 59 anos de idade, é do sexo feminino e reside na área metropolitana de Lisboa (38,2%) e no Norte (26,6%).

Explicações
Será que a dor crónica deixa os doentes mais suscetíveis à Covid-19?

A influência da dor no sistema imunitário

A lesão de nervos quer seja primaria quer seja secundária provoca alterações no sistema imunitário. Em estudos animais com dor crónica chegou-se a conclusão que há uma alteração do DNA nos glóbulos brancos e nas células cerebrais. Esta alteração vai influenciar a expressão genética de centenas de milhares de genes nestes animais.

Num estudo realizado em doentes com alterações da articulação temporomandibular, chegou-se à conclusão que estes doentes tem uma diminuição da função do sistema imunitário.

O motivo porque isto acontece, tem a ver com facto do o sistema imunitário mediar em parte a dor crónica, através da inflamação, que é um processo defensivo do nosso organismo, mas que também pode provocar dor.

Atualmente sabe-se que o sistema imunitário que nos protege dos invasores do meio ambiente, pode também provocar doenças que são as doenças autoimunes em que ataca as células do próprio organismo. No caso da dor crónica pode ser uma das razões para que esta fique fora de controlo.

Os fatores pró-inflamatórios que são produzidos pelo sistema imunitário podem ser uma das razões para um aumento da intensidade da dor.

A dor crónica coloca o nosso corpo em estado de alerta levando a um desgaste e esgotamento do cortisol, uma hormona responsável pelo nosso bem-estar.

A tempestade de citoquinas

Os doentes graves com Covid-19, tem uma resposta inflamatória, chamada de tempestade porque é grande quantidade, que pode causar a morte do doente, provocando um edema, líquido nos pulmões, que impedem que os pulmões forneçam oxigénio ao sangue. Existem outros órgãos que podem ser atingidos por este fenómeno. Esta é uma das razões porque algumas pessoas são mais atingidas que outras.

Porque é que isto é importante em pessoas com dor crónica

Os doentes com:

  • Excesso de peso
  • Triglicéridos altos
  • Pré diabéticos
  • Hipertensos

Tem aquilo que se chama em medicina síndrome metabólico, estes doentes são maios propensos a ter uma forma grave da Covid-19. Estes doentes já estão, pela sua condição num estado de inflamação sistémica o que facilita a forma grave da doença.

Como é que a dor crónica influência a inflamação no nosso corpo? Sabemos que o doente com inflamação sistémica tem maior incidência de dor lombar, dor ciática. Sabemos também que valores elevados de fatores pró inflamatórios correlacionam-se com o nível de dor do doente.

Assim um doente com dor crónica poderá ter um nível elevado de inflamação sistémica e isto poderá aumentar o risco de desenvolver uma forma grave de Covid-19.

O que se pode fazer?

  • Tratar a causa da dor, não deixar que a dor se mantenha por muito tempo, o sucesso do tratamento da dor depende da precocidade do tratamento;
  • Adotar um estilo de visa saudável eliminado os fatores de risco descritos.

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Carta aberta
Proteção da saúde, política migratória, alterações climáticas, desigualdades sociais, envelhecimento populacional e estratégia...

Face ao atual contexto económico, social e político, a Médicos do Mundo (MdM) revela, em comunicado, que está preocupada com um conjunto de questões que afetam a vida de todas as pessoas e, em especial, das populações mais vulneráveis com as quais trabalha diariamente. “Porque o próximo Presidente da República terá um papel essencial nestas matérias, a organização decidiu questionar os candidatos presidenciais, através da carta “10 Questões para um Futuro Presidente”, justifica a organização.

Segundo explica Fernando Vasco Marques, presidente da delegação portuguesa da MdM, “porque temos um compromisso com todas as populações vulneráveis, neste momento em que a pandemia da COVID-19 realçou as fragilidades do nosso sistema de saúde, não poderíamos deixar de dar voz a quem não a tem. Assim, resolvemos questionar os candidatos presidenciais sobre assuntos que dizem respeito às pessoas, às suas necessidades e ao futuro da nossa sociedade”.

Porque o acesso à saúde é uma dessas necessidades mais básicas, a MdM quer saber o que pensam os candidatos sobre o direito à proteção à saúde, o papel do Estado e dos sectores público, privado e social, e quais as alterações que preconizam no quadro de uma eventual revisão constitucional. O Serviço Nacional de Saúde (SNS), o atual processo de aquisição de medicamentos, que é gravoso para os pequenos países da União Europeia (UE), e a aplicação do conceito “saúde em todas as políticas” são outros dos temas abordados. 

Na carta aos candidatos à Presidência da República, a MdM não esqueceu dois desafios fundamentais que se colocam ao país: a luta contra as desigualdades sociais e o envelhecimento populacional. "O índice de desigualdades sociais mantém-se acima da média europeia, com tendência para o agravamento em consequência da pandemia, e é necessário enfrentar os problemas inerentes ao envelhecimento da população, através da introdução de medidas de apoio à natalidade", refere em comunicado. 

Por outro lado, adianta a organização, "nos últimos anos, a UE e os seus Estados-membros não têm conseguido gerar soluções para os muitos refugiados e migrantes que fogem da guerra, dos conflitos e das perseguições, na procura por segurança, abrigo e sustento". Para a MdM, "há que dar resposta urgente ao fenómeno migratório e o futuro Presidente da República pode exercer a sua influência também neste campo". 

Es organização  lembra ainda "que falta ao país uma estratégia para enfrentar catástrofes humanitárias que possam acontecer em qualquer parte do mundo", questionando os candidatos sobre esta necessidade e a possibilidade de integrar a mobilização da resposta dos setores público e privado.

Estudo
Foi divulgado um estudo numa revista especializada italiana que destaca a importância da adoção do Remdesivir nos estágios...

O estudo baseou-se na simulação da evolução da pandemia ao longo de um horizonte de 20 semanas, estimou o impacto do Remdesivir revelando uma redução importante em termos de admissões em UCI, número de óbitos e economia nos custos diretos de saúde associados à tratamento de pacientes hospitalizados.

A adoção do Remdesivir, o primeiro e único medicamento aprovado na Europa para o tratamento da Covid-19, é capaz de reduzir os internamentos em UCI em mais de 17.000 unidades e potencialmente prevenir cerca de 7.000 mortes em apenas 5 meses. Graças ao efeito da redução da necessidade de tratamento em cuidados intensivos, de facto, isso resultaria numa economia para o SNS de mais de 430 milhões de euros. Este é o resultado da aplicação de um modelo desenvolvido por uma equipa de economistas da saúde da UniCamillus - Universidade Internacional de Ciências da Saúde Saint Camillus da Universidade Médica Internacional de Roma para estimar o impacto do Remdesivir no emprego em cuidados intensivos e, em última análise, em custos diretos de saúde para hospitais na gestão da emergência atual.

O modelo, desenvolvido em estudo publicado na revista ABOUTOpen HTA & Market Access, previa a evolução da pandemia em um horizonte de tempo de 20 semanas em termos de pessoas infetadas, acesso à medicina intensiva e óbitos. A construção do modelo baseou-se em dados epidemiológicos observados e relacionados à transmissibilidade (índice Rt) e dados atualizados diariamente a respeito de pacientes internados, internados em medicina intensiva e óbitos em outubro.

O estudo também considerou dois cenários alternativos correspondentes a duas evoluções possíveis da epidemia. O cenário "pessimista" assumiu que o valor de Rt permaneceu em 1,1 até a semana 12 e que caiu para 1 da semana 12 para a semana 20. O cenário "otimista" assumiu uma redução de Rt igual a 0,2 pontos por semana a partir da quarta semana, fixando-se em 0,9 a partir da oitava semana. No cenário pessimista, face aos 5,4 milhões de infectados, obtém-se uma redução de 25.750 internamentos em cuidados intensivos, 15.047 óbitos e uma economia de 512 milhões de euros. No otimista, ante 1,3 milhão de infectados, há redução de 12,5 mil internações em terapia intensiva, 4,8 mil óbitos e economia de 294 milhões.

Este estudo - destaca Alessandro Signorini, diretor da Equipa de Economia da Saúde do Unicamillus - utiliza um modelo epidemiológico dinâmico vinculado a um modelo económico - saúde tradicional, para estimar o impacto sobre o uso de recursos humanos e tecnológicos de intervenções alternativas para enfrentar a emergência Covid-19 em um ambiente hospitalar. Em particular, as intervenções foram projetadas para minimizar o número de visitas à terapia intensiva. É uma ferramenta que permite estudar cenários para fazer previsões sobre a capacidade e possibilidade de utilização de ativos de alta tecnologia (como medicina intensiva), mas também sobre a necessidade de investimento em recursos humanos. É claro que, onde um tratamento possibilita racionalizar ou, de outra forma, gerir o acesso à UCI de forma mais eficiente, toda a organização do cuidado seria beneficiada. Este modelo também é totalmente adaptável a contextos regionais individuais e, na sua estrutura básica, também pode ser usado para realizar estimativas semelhantes relacionadas a quaisquer outras crises pandémicas”.

Os resultados deste estudo destacam a importância da adoção do Remdesivir nos estágios iniciais da infeção, para evitar que o vírus dissemine e se multiplique, desencadeando, no estágio seguinte, a tempestade de citocinas resultando em insuficiência respiratória e lesão multiorgânica. “É claro - sublinha Massimo Andreoni, Diretor Científico da Sociedade Italiana de Doenças Infeciosas e Tropicais (SIMIT) - que a administração precoce de Remdesivir em pacientes nos estágios iniciais da infeção pode gerar inúmeros benefícios, tanto a nível clínico, com o tempo gasto em redução do hospital e recuperação mais rápida da doença, tanto em nível de instalações hospitalares quanto de recursos de saúde, com menor acesso a internamentos em UCI, que podem ser libertadas e utilizadas para tratar outros pacientes não necessariamente afetados pelo Covid-19, gerando uma economia significativa para o Sistema de Saúde. "

Evento online
A Associação Portuguesa Para o Estudo da Dor (APED), cuja missão é estudar o mecanismo da dor nas suas múltiplas vertentes, os...

Com início pelas 8h30, a APED apresentará o primeiro bloco do Congresso, onde será abordado o impacto da COVID-19 na Medicina da Dor por Rita Moutinho, Coordenadora da Unidade de Tratamento de Dor do Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia, Espinho, EPE e secretária da Direção da APED, juntamente com a Dra. Nádia Andrade, Coordenadora da Unidade de Tratamento de Dor da Unidade Local de Saúde do Alto Minho, membro da APED. 2021 foi definido pela IASP - International Association for the Study of Pain como o Ano Global Sobre a Lombalgia e a Ana Pedro, Presidente da APED, irá explorar o tema, havendo espaço para perguntas do público aos palestrantes.

O formato virtual adotado este ano permite a todos os participantes assistir às 30 mini-palestras com convidados de excelência, participar em chat-rooms com outros assistentes, interagir com palestrantes online e participar em video-chats com os sponsors nos stands virtuais. Os participantes terão ainda a oportunidade de assistir aos workshops “Enfermagem em tempo(s) de mudança” e “Psicomotricidade e Psicodrama no tratamento da dor crónica durante a pandemia”.

As inscrições para o Convénio ASTOR 2021 devem ser efetuadas através do link: https://www.cast.pt/events/astor2021/#tab=registrations.

 

 

Estudo
Cientistas descobriram uma molécula que pode matar seletivamente as células de um subtipo de cancro de mama difícil de tratar....

O cancro de mama triplo negativo é um subtipo de cancro de mama que é tratado principalmente com quimioterapia. Infelizmente, até 70% das pacientes com essa forma de cancro de mama desenvolvem resistência ao tratamento.

Os investigadores testaram diferentes moléculas para ver se elas poderiam matar seletivamente as células desse tipo de cancro de mama, poupando as células normais. Eles descobriram que uma molécula específica, BAS-2, era capaz de o fazer.

“o nosso objetivo agora é desenvolver a pequena molécula em um composto mais parecido com um medicamento e avaliar se podemos aproveitar a nova função para um tratamento potencialmente melhorado para os pacientes”, disse Tríona Ní Chonghaile, autora correspondente do estudo e conferencista da RCSI em Fisiologia e Física Médica.

Para entender melhor como a molécula matou as células, os investigadores confirmaram que ela inibia uma enzima chamada HDAC6. Usando espectrometria de massa de última geração, os investigadores conseguiram demonstrar, pela primeira vez, que HDAC6 desempenha um papel fundamental na alteração da energia nessas células cancerígenas.

Atualmente, os investigadores apresentaram uma patente em torno deste trabalho e estão à parceiros da indústria para o seu desenvolvimento.

 

Parasitas
Aquilo a que chamamos piolhos da cabeça é uma infestação que afeta o couro cabeludo do ser humano.

É causado pelo piolho da cabeça, Pediculus humanus capitis, um parasita que se transmite pelo contacto direto cabeça com cabeça e mais raramente pela partilha de objetos (por exemplo chapéus) que contactam com o cabelo.

Comichão

O sintoma principal é o prurido (comichão) do couro cabeludo. Podem observar-se pequenas pápulas eritematosas (borbulhas) próximas à linha de implantação do cabelo, reativas à picada do piolho, principalmente na nuca. Pela coceira repetida podem surgir escoriações e até mesmo infeções da pele. Os gânglios linfáticos da nuca e do pescoço podem aumentar de tamanho e poderão ser palpados.

Para detetar as lêndeas e os piolhos, devemos usar um foco de luz, de preferência com o cabelo húmido.

Os piolhos têm 3-4 mm, são transparentes ou castanho-avermelhados (após se alimentarem) e movem-se rapidamente o que os torna difíceis de detetar.

O que também temos que procurar são as lêndeas (ovos do piolho) que são acinzentadas e estão aderentes aos cabelos a menos de 1 cm da raiz, tipicamente nas áreas da nuca e atrás das orelhas. Poderemos também encontrar lêndeas desvitalizadas de cor acastanhada ou o involucro de lêndeas que já eclodiram que são brancos e parecidos com a caspa.

Tratamento

O tratamento consiste na aplicação de um produto na forma de champô, loção ou creme que vai matar o piolho, quer por ação direta da substância (pediculocidas), quer pelo efeito oclusivo do produto aplicado, o que origina a asfixia do piolho. O tratamento com um pediculocida requer a sua repetição cerca de uma semana depois, enquanto as substâncias oclusivas poderão requerer 2 ou mais ciclos de tratamento semanais.

A remoção manual repetida diariamente durante 2 a 3 semanas das lêndeas e dos piolhos, realizada com o cabelo húmido, utilizando um pente específico de dentes finos, é um adjuvante importante a qualquer terapêutica aplicada.

Outro método é a dissecação pelo calor realizada por um dispositivo desenhado para o efeito, o AirAllé™. É uma alternativa segura e muito eficaz nos casos refratários. Tem a desvantagem de ser uma técnica dispendiosa, realizada em estabelecimentos específicos.

Para além do tratamento, outras medidas complementares são importantes:

  • Lavar e secar toda a roupa utilizada nos 2 dias anteriores ao início do tratamento, a temperatura superior a 60ºC
  • Ferver pentes e escovas durante 5 a 10 minutos.
  • Aspirar o chão ou mobília, particularmente os locais onde a pessoa com piolhos se sentou ou deitou.

Qualquer pessoa pode ter piolhos

A ideia de que só pessoas com falta de higiene têm piolhos é um mito que tem que ser desmistificado. Ter piolhos não significa falta de higiene. Qualquer pessoa pode ter piolhos. Os piolhos propagam-se através do contacto direto entre cabeças ou através da partilha de peças de roupa (chapéus, gorros).

Medidas preventivas

As únicas medidas preventivas eficazes são o diagnóstico precoce da infestação, o tratamento eficaz da criança afetada e a vigilância dos contactos próximos visando o diagnóstico precoce dos casos de contágio e o seu tratamento em simultâneo.

As crianças devem ser aconselhadas a não partilhar objetos pessoais que estão em contacto com o cabelo como pentes e chapéus. O contágio ocorre frequentemente pelo contacto entre cabeças durante as brincadeiras.

Nos infantários e nas escolas os chapéus e os casacos devem ser sempre colocados em cabides separados. As meninas devem manter os cabelos mais curtos pois facilita a remoção mecânica dos piolhos e das lêndeas em caso de infestação. Os cuidadores devem observar periodicamente o couro cabeludo da criança para identificar possíveis reinfestações

Mensagens a reter

  1. O método ideal não existe, até porque nenhum impede a reinfestação.
  2. Devem-se seguir as recomendações acima descritas e na ausência de resultados deve-se consultar o Dermatologista para se delinear a melhor estratégia de tratamento.
  3. A pediculose da cabeça é uma das parasitoses mais frequentes.
  4. O diagnóstico precoce é muito importante, podendo evitar o contágio dos contactos diretos e o surgimento de surtos.

 

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Campanha “Dê Troco a Quem Precisa”
A campanha solidária de Natal “Dê Troco a Quem Precisa” angariou um apoio monetário de 31.106,60€, num total de 41.811...

A iniciativa, promovida pelo Programa abem:Rede Solidária do Medicamento, da Associação Dignitude, permite que mais pessoas carenciadas e fragilizadas pela pandemia sejam ajudadas no acesso a medicamentos, produtos e serviços de saúde. Entre os dias 14 e 22 de dezembro, os portugueses foram convidados a doar o troco resultante das compras realizadas nas farmácias aderentes. Os donativos recolhidos estão a ser integralmente aplicados na Emergência abem: COVID-19, lançada em março de 2020.

A iniciativa apoia já mais de 1.000 portugueses referenciados por entidades parceiras locais como Câmaras Municipais, Juntas de Freguesia, Instituições Particulares de Solidariedade Social, Cáritas e Misericórdias.

“A generosidade dos portugueses foi, uma vez mais, demonstrada através da forte adesão a esta campanha solidária. Estamos verdadeiramente gratos pelo esforço conjunto que muito ajudará os mais vulneráveis devido à pandemia. O impacto do surto sanitário está a causar imensas dificuldades às famílias portuguesas e não podíamos ficar indiferentes a esta realidade. Criámos assim a Emergência abem: COVID-19, de forma a minimizar as consequências da pandemia na vida destas pessoas e, com a ajuda de todos, continuaremos a fazer a diferença”, explica Maria de Belém Roseira, embaixadora da Associação Dignitude.

 

Impacto da pandemia
Quase metade da população portuguesa diz sentir pioras na sua visão ao perto no último ano, período que engloba os meses de...

A conclusão resulta do inquérito “Ver-se Vem”, conduzido pela Direção de Saúde Visual da Essilor Portugal, que pretende identificar o atual estado da saúde visual dos portugueses. O estudo incide em diferentes campos, dos impactos do confinamento e da pandemia, à miopia e ao conhecimento sobre os sintomas e correção da presbiopia, ou “vista cansada”.

O inquérito “Ver-se Bem” foi conduzido entre setembro e novembro de 2020, envolvendo 833 voluntários que responderam a um questionário sobre a sua saúde visual. O prof. Salgado Borges, médico oftalmologista, uns dos responsáveis do inquérito, colaborou na conceptualização, implementação e análise crítica dos dados recolhidos.

Teletrabalho, ecrãs e miopia

No que respeita aos impactos do confinamento na saúde visual dos portugueses, 29% dos inquiridos refere que a sua visão no geral piorou desde o início do período de confinamento, um período marcado pelo incremento do teletrabalho e pelo uso crescente e até intensivo de dispositivos digitais – computadores, telemóveis e todo o tipo de ecrãs.

Com o recurso generalizado do teletrabalho metade dos inquiridos declarou a utilizar equipamentos digitais, como o smartphone, computador e televisão mais de 5 horas por dia. De sublinhar que um terço dos participantes diz ter estado frente a ecrãs mais de 8 horas por dia, e 9 em cada 10 um mínimo 3 horas por dia. Este aumento do número de horas de exposição tem efeitos diretos na saúde visual, nomeadamente no desenvolvimento e agravamento de miopia e de outros problemas oculares.

Ainda sobre os efeitos do confinamento, 44,8 por cento dos inquiridos refere a visão mais desfocada. Neste período 59 por cento afirma que se sentiu afetado pela claridade do dia ao sair à rua, pelo menos uma vez e 40 por cento relata irritação ocular. O inquérito revela também que 76% das pessoas que usam óculos sentiu o incómodo gerado com o embaciamento das lentes associado ao uso de máscara.

Metade dos inquiridos não sabe se tem presbiopia ou “vista cansada”

Este inquérito permitiu também saber se os portugueses estão atentos aos sinais da chamada “vista cansada” ao perto, ou presbiopia, e se sabem como corrigir esta perturbação visual que afeta sobretudo a população acima dos 45 anos de idade. De salientar que 9 em cada 10 pessoas inquiridas revelam que sentiram os primeiros sinais de presbiopia aos 40 anos.

Neste campo, as respostas revelam que quase metade (47%) dos inquiridos desconhece o que é a presbiopia. No entanto, as descrições dos sintomas demonstram que metade (50%) dos que têm mais de 35-40 anos já revela dificuldade em ler as letras mais pequenas, 35% sente dificuldade em focar ao perto e 27% afirma a necessidade de recorrer a óculos de ver ao perto para conseguir ler.

Apesar destas dificuldades, entre os inquiridos que revelam não usar óculos para corrigir a presbiopia, um terço não usa correção porque receia a capacidade de adaptação, enquanto que 12,4% não o faz porque o preço dos óculos progressivos é elevado e 11,3% porque isso implica uma consulta de avaliação.

Boa visão dos filhos é a principal preocupação de saúde dos pais

O inquérito revela também que ter uma boa visão é a principal preocupação dos pais portugueses (79,5%), à frente de uma alimentação saudável (77,2%) e da boa higiene oral (78,2%).

No entanto, apesar desta preocupação, e de 90 por cento dos pais declarar saber que os ecrãs são um fator de risco para o desenvolvimento da miopia nas crianças, apenas pouco mais de metade dos encarregados de educação (55%) admite a possibilidade de limitar o uso destes dispositivos.

Frequência na avaliação da saúde visual

Quase dois terços dos inquiridos (65%) avaliam a sua saúde visual pelo menos de dois em dois anos e apenas 16% só o faz quando deteta algum problema.

Segundo Alberto Silva, Diretor de Saúde Visual, Essilor Portugal, “a pandemia veio sublinhar a importância da saúde nas nossas vidas e a saúde visual não é exceção. No novo confinamento é importante que as pessoas se informem com um profissional sobre como melhor proteger a sua saúde visual”.

“O crescente aumento de crianças com miopia cada vez mais precoce preocupa os profissionais do sector da saúde visual e não podemos fechar os olhos a esta possível pandemia num futuro próximo”.

Para o médico oftalmologista, José Salgado Borges o uso frequente de dispositivos digitais e o uso de máscara contribuiu para o agravamento de problemas oftalmológicos. “É fundamental ter mais atenção e fazer o exame oftalmológico que identifique precocemente possíveis doenças oculares, de modo a evitar que estas evoluam para estados irreversíveis. Os seus olhos são a sua melhor ferramenta, cuide deles”, apela.

Estudo
Uma equipa multidisciplinar de cientistas da Universidade de Coimbra (UC) descobriu que o consumo continuado de mirtilo em...

A descoberta, já publicada na revista Pharmaceutics, aconteceu no decorrer de um estudo que pretende avaliar os possíveis efeitos benéficos do sumo de mirtilo no contexto da pré-diabetes, em modelo animal.

Considerando a composição fitoquímica enriquecida do mirtilo, numa diversidade de compostos bioativos «que parecem poder conferir inúmeros efeitos protetores em distintas condições, pareceu-nos muito pertinente perceber igualmente qual o impacto do consumo deste “superalimento” de forma prolongada, numa condição saudável», explicam os coordenadores do estudo, Flávio Reis e Sofia Viana, do Instituto de Investigação Clínica e Biomédica de Coimbra (iCBR), da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra (FMUC).


Os investigadores do Instituto de Investigação Clínica e Biomédica de Coimbra (iCBR): Sofia Viana, Flávio Reis e Sara Nunes 

Para tal, os investigadores avaliaram um conjunto de parâmetros metabólicos, com destaque para o fígado, e em particular para as funções mitocondriais, em ratos adultos submetidos durante 14 semanas a um consumo regular de sumo natural de mirtilo (equivalente no homem a um copo e meio de sumo por dia).

No final da experiência, ao analisar os resultados, nomeadamente ao nível da mitocôndria – a casa energética da célula – hepática, observou-se que nos ratos pré-diabéticos «havia uma proteção da esteatose hepática (acumulação de gordura no fígado) e um impacto enorme ao nível da mitocôndria», afirma Sara Nunes, aluna de doutoramento no âmbito deste projeto. No caso dos ratos saudáveis, destaca, «verificámos que o consumo de sumo de mirtilo não teve impacto no perfil metabólico e não foram registadas alterações a nível intestinal. No entanto, o impacto hepático foi surpreendente, particularmente na função mitocondrial, semelhante a um efeito de uma dieta hipercalórica».

Os resultados observados nos ratos saudáveis sugerem que o consumo continuado de mirtilo força uma reprogramação metabólica, cujas consequências (benéficas ou nefastas) permanecem por esclarecer. A equipa acredita que «o forte impacto hepático gerado pelo consumo continuado de mirtilo pode permitir prevenir ou atenuar contextos de doença, como, por exemplo, a diabetes e a obesidade, mas não podemos descartar a hipótese de poder provocar algum tipo de desequilíbrio e ter consequências nocivas para a saúde».

Por isso, o passo seguinte do estudo vai centrar-se em clarificar ambas as hipóteses, de modo a contribuir para um consumo de mirtilo seguro, «no sentido de melhor elucidar se esta resposta adaptativa resultante do consumo prolongado de mirtilo se traduzirá em benefícios ou se, pelo contrário, poderá estar associada a efeitos nefastos. No contexto dos hábitos atuais de uma parte da população, esta investigação reveste-se de particular relevância», assinalam Flávio Reis e Sofia Viana.

Os benefícios do mirtilo para a saúde estão intimamente relacionados com a atividade antioxidante, «principalmente devido ao seu alto teor em compostos fenólicos. As suas reconhecidas propriedades antioxidantes e anti-inflamatórias são de certa forma responsáveis pelo aumento do consumo ao longo dos últimos anos», esclarecem os investigadores, salientando, contudo, que «alguns trabalhos têm alertado para possíveis efeitos adversos resultantes de um consumo descontrolado e excessivo de certos produtos antioxidantes, incluindo os enriquecidos em compostos fenólicos».

Este estudo faz parte de um projeto de investigação mais alargado, que conta com a parceria da Cooperativa Agropecuária dos Agricultores de Mangualde (COAPE) e da MIRTILUSA (Sever do Vouga), focado no potencial terapêutico da planta do mirtilo no seu todo, ou seja, além de estudar as bagas (casca e polpa), a equipa liderada por Flávio Reis e Sofia Viana está a explorar o potencial das folhas, particularmente das folhas caducas, para acrescentar valor a uma parte do arbusto do mirtilo que neste momento é um desperdício e que cumulativamente tem uma quantidade de compostos bioativos muito maior que o fruto.

Nesse sentido, os investigadores já desenvolveram uma tecnologia de processamento das folhas, que ultrapassa as tradicionais infusões, cuja biomassa obtida se revela «muito promissora, com propriedades antioxidantes potentíssimas do ponto de vista terapêutico», rematam Flávio Reis e Sofia Viana.

Combata à pandemia
À saída de uma reunião no Hospital Garcia de Orta, Marta Temido, admitiu alguma “preocupação” com o confinamento dos...

“Estamos a pôr todos os meios que existem no país a funcionar, mas há um limite e estamos muito próximos do limite. E os portugueses precisam de saber disso”, afirmou a ministra ontem.

Já o Secretário de Estado Adjunto e da Saúde, António Lacerda Sales, a partir de sua própria casa, num vídeo informal, apelou à responsabilidade de todos e ao cumprimento das regras do confinamento. “Cada um em sua casa estamos a zelar pelo futuro coletivo de todos!”, sublinhou.

A mensagem pode ser vista na página do Youtube do Serviço Nacional de Saúde.  

 

Vacina da Biotech-Pfizer
As segundas doses das vacinas contra a Covid-19 aos profissionais de saúde que receberam a primeira administração ainda em 2020...

De acordo com a informação disponibilizada no “site” do Serviço Nacional de Saúde, espera-se que, ao longo desta semana, sejam vacinados “quase 30 mil profissionais de saúde de contextos prioritários, de hospitais e cuidados de saúde primários, de Norte a Sul do País”.

O Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Central foi o primeiro centro hospitalar a administrar a segunda dose da vacina.

Recorde-se que a vacina Cominarty, da Biotech-Pfizer, é uma vacina multidose, o que significa que são necessárias duas doses para se completar o esquema de vacinação. Segundo o Resumo das Características do Medicamento (RCM), as doses devem ser administradas num intervalo de pelo menos 21 dias.

Ainda assim, mesmo após ser vacinada, a pessoa deve continuar a observar todas as medidas preconizadas para a sua proteção e contenção da transmissão, incluindo o uso de máscara.

 

Covid-19
A Câmara Municipal de Ponte da Barca irá iniciar o rastreio à Covid-19 na próxima terça-feira, dia 19 de janeiro, aos alunos e...

Com o objetivo de contribuir para a mitigação desta doença no concelho, e após decisão do Governo de manter o funcionamento das escolas, a Câmara Municipal lança esta iniciativa, em articulação com o Agrupamento de Escolas de Ponte da Barca, de forma a garantir, à comunidade educativa e à população em geral, que a escola é um local seguro.

Estes testes rápidos de deteção de antigénio para o Sars-Cov-2 serão realizados nas escolas por profissionais indicados pelas Autoridades de Saúde Pública e os seus resultados ficarão disponíveis em poucos minutos, sendo que apenas serão efetuados com prévio consentimento por parte dos encarregados de educação.

À semelhança dos testes realizados a todos os funcionários da Câmara Municipal, este rastreio será integralmente suportado pela Autarquia, onde se incluem as auxiliares de ação educativa.

Em nota de imprensa, a Câmara Municipal deixa ainda um apelo: “que (todos) adotem comportamentos individuais responsáveis, pois apenas dessa forma se conseguirá travar o contágio pela Covid-19 no concelho.”

 

 

Evento online reúne especialistas
A primeira CUF Talks de 2021 junta, dia 18 de janeiro, pelas 18h00, num evento digital gratuito, especialistas de Pneumologia,...

Uma noite de sono mal dormida tem um efeito semelhante a um estado leve de embriaguez, prejudicando a coordenação motora, afetando as capacidades cognitivas ao nível do raciocínio e da memória.

Estima-se que cerca de 80% da população apresenta pelo menos um distúrbio de sono por diagnosticar. Sendo que os mais prevalentes são a Insónia e a Apneia, levando à fragmentação do sono e contribuindo, em grande parte, para o aumento de risco de Hipertensão Arterial, Doença cardiovascular, diabetes, sonolência excessiva, risco de acidentes de viação e, consequente, perda da qualidade de vida.

O diagnóstico precoce e a abordagem multidisciplinar através de diferentes áreas médicas, contribuem para o sucesso do tratamento destes distúrbios, por isso, neste webinar, com moderação de Susana Noronha, especialista de Medicina Dentária no Hospital CUF Tejo, vão participar especialistas da Equipa do Sono do Hospital CUF Sintra: Ana Sofia Oliveira, pneumologista, Filipe Freire, otorrinolaringologista e Susana Falardo Ramos, especialista de medicina dentária.

Sem custo ou necessidade de marcação prévia, para assistir à CUF Talks “Como são as suas noites de sono?” basta aceder, na data e hora prevista, à página de Facebook da CUF. Se pretende receber um lembrete para o evento clique aqui.

Saiba mais em: https://www.cuf.pt/eventos/cuf-talks-como-sao-suas-noites-de-sono

 

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