Centro Hospitalar e Universitário do Algarve
O Centro Hospitalar e Universitário do Algarve (CHUA) abre, no Pavilhão Arena, em Portimão, um hospital de campanha Covid-19...

Em funcionamento desde o dia 9 de janeiro, após a ativação da fase 4 do plano de contingência do centro hospitalar, o espaço vai funcionar como serviço de retaguarda, mantendo a capacidade de resposta aos doentes que procuram as estruturas de saúde e aliviando a pressão sobre as unidades hospitalares públicas.

De acordo com o centro hospitalar, a estrutura “apenas recebe doentes que lhe sejam encaminhados” pelas unidades do CHUA e com critérios específicos definidos pelas equipas clínicas.

A gestão clínica e o tratamento dos doentes ficam sob a responsabilidade das equipas médicas, de enfermagem, técnicas e auxiliares do CHUA, estando simultaneamente previsto um reforço de contratação de recursos humanos, acrescenta. 

Citado pela página oficial do Serviço Nacional de Saúde, o centro hospitalar faz saber que a estrutura de apoio e de retaguarda aos hospitais foi implementada, estruturada e apetrechada técnica e logisticamente “em 24 horas, graças ao empenho e trabalho conjunto” entre as equipas do CHUA, da Câmara Municipal de Portimão e da Autoridade de Proteção Civil, contando ainda com o apoio da Administração Regional de Saúde do Algarve.

Na passada sexta-feira, o presidente da Administração Regional de Saúde (ARS) do Algarve, Paulo Morgado, informou que o hospital de Faro estava a passar à fase 3 do seu plano de contingência, com a subida de 92 para 109 camas de internamento em enfermaria destinadas a pacientes com covid-19.

O Centro Hospitalar Universitário do Algarve tem como área de abrangência toda a região do Algarve (16 concelhos), com uma população de cerca de 450 mil habitantes, que pode triplicar na época alta do turismo.

 

 

Capacidade de resposta
O Hospital das Forças Armadas – Polo de Lisboa vai disponibilizar as valências de um hospital de campanha nas suas instalações,...

Ainda neste contexto de estreita colaboração com a Saúde, o Ministro da Defesa Nacional, João Gomes Cravinho, deu também instruções ao Estado-Maior-General das Forças Armadas (EMGFA), para que aumente o nível de prontidão das estruturas de apoio de retaguarda militares, nas regiões Centro, Lisboa e Vale do Tejo e Alentejo. 

Na região de Lisboa e no âmbito da parceria já existente entre a Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (ARSLVT) e a Direção de Saúde do Exército, está também prevista para breve a abertura de mais 30 camas no Centro de Apoio Militar/CAM de Belém, que disponibilizará assim 90 camas para doentes com Covid-19.

Psicologia
Segundo a Organização Mundial de Saúde, o stress é uma doença que afeta mais de 90 % da população mu

Definir “stress” não é uma tarefa fácil, pois existem inúmeras definições, de outros tantos autores.

Comecemos por referir que o stress sempre fez parte do cotidiano do ser humano, desde quando o homem tinha de se proteger dos animais selvagens, até os nossos dias, em que tem que confrontar-se com problemas de naturezas, aparentemente, bem diferentes. Com efeito, o homem contemporâneo vivencia situações que representam fontes de stress, nomeadamente:

  • falta de tempo,
  • competição no mercado de trabalho,
  • diversas pressões sociais,
  • preocupações económicas,
  • cuidar de pessoas com incapacidade ou doença grave,
  • sentir-se preso num relacionamento ou emprego insatisfatórios,
  • traumas de infância não resolvidas.

Ou seja, o stress faz parte das relações do homem com o seu mundo exterior.

Assim, o stress mais não é que, “o desequilíbrio, real ou tomado pelo próprio indivíduo, entre as imposições das circunstâncias nas quais esse indivíduo se encontra e a sua capacidade de reagir e de adaptação a essas mesmas exigências”.

Por outras palavras, numa situação de stress, existe uma ameaça real ou aparente, em relação ao estado de equilíbrio do indivíduo. Nesta sequência, desencadeia-se um conjunto de mecanismos fisiológicos, psicológicos e comportamentais, os quais constituem o esforço de adaptação às exigências externas, de forma a fazer face àquela ameaça. Tal como no passado longínquo da humanidade, quando nos sentimos em perigo, as defesas do organismo reagem rapidamente, num processo automático, conhecido como a reação de "luta ou fuga” ou de “congelamento", libertando uma mistura complexa de substâncias químicas de modo a preparar o corpo para a ação a tomar.

Porém, a manutenção de um estado de stress por vários e longos períodos pode ser prejudicial à saúde.

Devemos saber, pois, reconhecer os sintomas do stress e, consequentemente, tomar medidas para minimizar os seus efeitos.

Assim, o stress pode manifestar-se sob a forma de vários sintomas:

Sintomas Emocionais

  • Agitação;
  • Humor depressivo;
  • Irritabilidade;
  • Incapacidade de relaxar.

Sintomas Cognitivos

  • Dificuldade em pensar positivamente;
  • Problemas de concentração e de memória;
  • Preocupação constante.

Sintomas Comportamentais

  • Comer pouco ou demasiado;
  • Dormir pouco ou demasiado;
  • Isolamento;
  • Protelar decisões.

Sintomas Físicos

  • Insónias;
  • Enxaquecas;
  • Tensão muscular;
  • Dores no peito;
  • Diminuição da líbido.

Contudo, uma das razões pelas quais as avaliações do stress não possuem uma elevada conexão com a doença, é que nem todo o stress prejudica a saúde. Na verdade, é provável que alguns tipos e quantidades de fatores de stress sejam neutros e, até mesmo, benéficos para as pessoas.

Há autores que defendem que os estados de stress breves e controlados poderão ser vivenciados como agradáveis e poderão ser um estímulo positivo ao desenvolvimento e ao crescimento intelectual e emocional (eustress - do grego eu, sign. bom). O “stress bom” é aquele que sentimos quando estamos empolgados, em que os batimentos cardíacos aceleram, mas não há medo nem ameaça. Com efeito, todos precisamos de um pouco de stress para ter energia e enfrentar novos desafios.

Por sua vez, os mesmos autores defendem que as situações mais severas, muito prolongadas e incontroláveis de stress (distress psicológico e físico) levam a verdadeiros estados de doença, pois promovem o medo e a ansiedade, paralisam as emoções e dão a sensação de que a dificuldade é tão grande que jamais a podemos superar. É aqui que a gestão de stress assume primordial importância.

Assim, por tudo o que já dissemos, identificar e combater o stress passou a ser, nos tempos de hoje, de primordial importância, pois o stress excessivo apoderou-se do nosso dia-a-dia. Desta maneira, a gestão do stress deve ser encarada como uma forma de melhorarmos a nossa qualidade de vida.

Cada pessoa possui instrumentos próprios para lidar com a situação e, nessa medida, não há uma terapia padrão que sirva a todos. Nenhum método funciona de forma generalizada, nem tampouco há situações iguais. Há que experimentar diferentes técnicas ou estratégias.

Aqui chegados, comecemos por mencionar que, para combater o stress desenvolvendo uma atitude antisstress, isto é, de forma a reduzir os seus efeitos no organismo, deveremos partir sempre deste princípio tripartido:

  1. Aprender a evitar o stress desnecessário – Na verdade, nem todo o stress pode ser evitado, mas se se aprender a dizer não, a distinguir "deveres" de "obrigações", podem ser eliminados muitos fatores de stress. Identificar a causa, é o segredo.
  2. Alterar a situação - Se não podemos evitar uma situação stressante, devemos tentar alterá-la e lidar com os problemas de cabeça erguida, em vez de guardarmos dentro de nós sentimentos negativos.
  3. Adaptação ao fator causador de stress - Quando não podemos mudar o fator de stress, devemos tentar mudarmo-nos a nós próprios e a visão que temos sobre a situação que enfrentamos. Reformular os problemas ou concentrarmo-nos nas coisas positivas da vida. Devemos aceitar aquilo que não podemos mudar. Olhemos para o lado positivo da situação, mesmo nas circunstâncias mais stressantes, pois poderá ser uma oportunidade de aprendizagem e crescimento pessoal.

Neste contexto, identificámos as principais estratégias para combater o stress. De outra parte, ter uma atitude antisstress e melhorar a qualidade de vida está, muitas vezes, em pequenos gestos cotidianos ao alcance de todos nós.

Vejamos:

  • Identificar a causa - Identificar o seu estado de espírito ao longo de todo o dia. Uma vez que sabe o que o incomoda, poderá elaborar um plano de ação para resolver o problema.
  • Afastar-se da causa - Antes de reagir, respirar fundo e reconsiderar no que deverá ser feito.
  • Fazer exercício físico regularmente
  • Tempo para relaxar - Efetuar exercícios de relaxamento que permitam libertar tensão muscular.
  • Boa alimentação - Os alimentos que ingerimos são muito importantes para combater o stress. Adotar uma dieta saudável é uma boa solução.
  • Trabalhar a higiene do sono - Sentir-se cansado pode aumentar o stress. Conseguir uma boa noite de sono é essencial para se poder relaxar.
  • Desenvolver os sentidos - Outra forma de reduzir o stress é ver uma foto favorita, cheirar um perfume especial, ouvir uma música favorita, abraçar uma pessoa querida ou acariciar um animal de estimação.
  • Emoções - Outra alternativa fundamental para melhor gerir o stress é compreender a influência que as emoções têm sobre os nossos pensamentos e ações. É importante estarmos conscientes do papel que as emoções ocupam nas decisões que tomamos, até mesmo as mais dolorosas que, por vezes, tentamos evitar. Assim que consigamos dominar estas competências, teremos a firmeza necessária para enfrentar todos os desafios stressantes.
  • Gestão do tempo - Procurar gerir melhor o tempo através de soluções de compromisso, pois existem muitas situações stressantes que podem ser facilitadas por meio de negociação.
  • Pedir Ajuda – Por fim, deverá procurar a ajuda de um psicólogo. Este profissional da saúde saberá orientá-lo a lidar com as fontes de stress de uma forma concreta e ajudá-lo-á a construir a ponte para a mudança, através da tomada de consciência de si próprio e da sua relação com o mundo que o rodeia.
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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Curso online
“Cancro: A Intervenção do Farmacêutico” é um curso creditado pela Ordem dos Farmacêuticos que visa tornar estes profissionais...

Nos dias 25, 27 e 28 de janeiro, o Núcleo Regional do Centro da Liga Portuguesa Contra o Cancro (LPCC-NRC) organiza, em parceria com a Secção Regional do Centro da Ordem dos Farmacêuticos, mais uma edição do curso de formação dirigido a farmacêuticos do distrito de Coimbra, intitulado “Cancro: A Intervenção do Farmacêutico”, com oito horas de duração.
A ação realiza-se em formato e-learning e tem os seguintes horários: dia 25, das 17h-20h30; dia 27, das 17h-20h; dia 28, das 17h-18h30.

As inscrições, limitadas ao número de vagas disponíveis, são gratuitas e podem ser feitas aqui. Mais informações podem ser obtidas através do e-mail [email protected] ou do número 239 487 490.

Desde 2015 que a LPCC.NRC desenvolve este projeto de formação e educação para a saúde sobre cancro junto dos farmacêuticos, que consiste na realização de ações de formação creditadas, na temática da doença oncológica.

O papel do farmacêutico tornou-se mais amplo, com as farmácias a serem parceiras importantes nos cuidados de saúde e relevantes para a promoção de uma saúde de proximidade. Os farmacêuticos são, de facto, canais privilegiados e de grande relevo na área da educação e promoção da saúde pelo contacto universal, diário e pessoal com a comunidade
A promoção da saúde e prevenção da doença oncológica são áreas consideradas prioritárias, com especial atenção dada à educação para a saúde e à articulação entre diferentes entidades. Recorde-se que as doenças oncológicas constituem a segunda principal causa de morte em Portugal.
 

Webinar
No dia 10 de janeiro pelas 18h30, o núcleo do Norte da Liga Portuguesa contra o Cancro vai realizar o webinar "4 Formas...

A prática desportiva, a alimentação saudável, a evicção de bebidas alcoólicas e do tabaco vão estar no centro desta sessão.
O webinar vai ser transmitido via Zoom e na página de Facebook do NRN, de forma gratuita. 

No entanto, é necessário fazer uma inscrição através do preenchimento de um formulário

A LPCC faz saber que as especialistas vão responder, em direto, às dúvidas que os interessados podem fazer chegar através do contacto de email: [email protected]

Todos os meses no dia 10, de outubro 2020 até maio 2021, o departamento de Educação para a Saúde do Núcleo Regional do Norte da Liga Portuguesa Contra o Cancro vai organizar os Webinars "Prevenção a Dobrar", para reunir especialistas e discutir diferentes temáticas relacionando o Cancro e Covid-19.

 

 

Características
As reações cutâneas adversas a medicamentos, também designadas de toxidermias ou alergias medicament

Uma vez que pode simular muitas outras doenças de pele, é importante estarmos atentos aos sinais, e sempre que possível, suspender de imediato a utilização do medicamento.
De acordo com a Sociedade Portuguesa de Dermatologia e Venereologia (SPDV), as reações cutâneas adversas a medicamentos podem surgir ao fim de poucos minutos após a toma do medicamento ou em alguns dias ou semanas após a sua utilização. No entanto, adverte que, em alguns casos, ela pode ainda surgir “até muito mais tarde”, o que complica o seu diagnóstico.

Embora os antibióticos, como as penicilinas ou sulfamidas, os anti-inflamatórios ou os anticonvulsivos sejam os medicamentos com maior risco de causas alergias, a verdade é que qualquer medicamento pode estar na origem de reações cutâneas adversas. Por isso esteja atento!

O exantema, o eritema e a fotossensibilidade estão entre as reações alérgicas cutâneas de início tardio. Mas há outras que deve saber identificar:

Exantemas medicamentosos ou maculopapulares

Surgem entre o 7º e 14º dia de tratamento ou, no caso de o doente já ser alérgico, no dia seguinte à utilização do medicamento.  

De acordo com a SPDV, estes exantemas evoluem como os virais, podendo ser acompanhados por febre e prurido. Caracterizam-se pela presença de manchas vermelhas, algumas com relevo, distribuídas simetricamente no tronco e membros, evoluindo de cima para baixo. Ou seja, da cabeça para as extremidades.  “A evolução é geralmente favorável em 1-2 semanas, mas nalguns casos a pele pode não ser o único órgão atingido”, descreve a SPDV. Estes casos, mais raros são conhecidos por Síndrome de Hipersensibilidade a Fármacos. De envolvimento multiorgânico, cursa com febre alta, “gânglios” aumentados, hepatite tóxica, por vezes fulminante, anemia e baixa dos glóbulos brancos, ou insuficiência renal. “Mais raramente a alergia medicamentosa simula uma virose simples, mas ao fim de horas ou poucos dias associa febre alta, conjuntivite ou feridas no nariz, boca, lábios e na área dos genitais, a pele vermelha torna-se dolorosa e surgem bolhas de líquido que podem ocupar grande área do corpo, como uma queimadura muito extensa, o que traduz um quadro muito grave de alergia medicamentosa que pode ser fatal, a Síndrome de Stevens-Johnson ou síndrome de Lyell/Necrose epidérmica tóxica”, explica a SPDV.

Urticária

Consiste no aparecimento de pápulas vermelhas, grandes, assimétricas e de contornos irregulares, que causam comichão. Surgem nas primeiras horas e, habitualmente, regridem em menos de 24 horas.

Angioedema

Surge em minutos a horas após a toma do fármaco. As lesões causadas são mais profundas originando edema (inchaços) da face, extremidades e genitais. Estas duram mais tempo e causam dor. “Raramente, podem acompanhar-se de edema da glote (falta de ar) e colapso cardiovascular”, revela a SPDV.

Eritema Pigmentado Fixo

Muito frequente e de fácil diagnóstico, caracteriza-se pelo aparecimento de é uma ou várias manchas vermelhas arredondadas que regridem em poucos dias, “deixando pigmentação castanha acinzentada, mas que se reativa no mesmo local, se se tomar de novo o fármaco”. Habitualmente, os anti-inflamatórios são os responsáveis por esta reação adversa.

Fotossensibilidade

Resulta da exposição à luz solar. As reações de fotossensibilidade causadas pela utilização de fármacos podem ser de dois tipos: fototóxicas (fotoxicidade) ou fotoalérgicas (fotoalergia).

A fototoxicidade pode ser provocada utilização de fármacos orais, injetáveis ou tópicos e resulta numa queimadura solar exagerada, podendo aparecer dentro de alguns minutos ou várias horas após a exposição à radiação solar ou artificial.

A fotoalergia ocorre quando uma substância química induzida pelos raios UV altera as moléculas da pele, transformando-as em novas substâncias que o próprio organismo tenderá a combater através da produção de anticorpos. Manifesta-se em forma de eczema ou dermatite.

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Covid-19 em Portugal
Portugal registou mais 10.176 novos casos de covid-19 e 118 mortes associadas à doença nas últimas 24 horas. Região de Lisboa e...

Segundo o boletim divulgado, hoje, pela Direção Geral da Saúde, foram diagnosticadas 4.291 novas infeções na região de Lisboa e Vale do Tejo. Segue-se a região norte com 2.969 novos casos de infeção pelo novo coronavírus e a região Centro, 1.963. No Alentejo há mais 433 casos e no Algarve mais 400. No arquipélago da Madeira foram identificadas mais 65 infeções e no dos Açores mais 55 novos casos.

Quanto ao número de óbitos, a região de Lisboa e Vale do Tejo foi aquela onde morreram mais pessoas com Covid-19: 44 das 118 mortes registadas em todo o País. Segue-se a região norte com 34 mortes e a região centro com 26. No Alentejo há 9 mortes a lamentar e no Algarve três.

Nos arquipélagos, só a madeira registou uma morte associada à Covid-19, nas últimas 24 horas.

O boletim da DGS desta sexta-feira revela ainda que existem 3.451 doentes internados, mais 118 desde ontem. Nos cuidados intensivos há agora 536 pessoas internadas, mais 22, desde a última análise.

Nas últimas 24 horas, 4.480 pessoas recuperaram da Covid-19, elevando para 360.181 o total daqueles que conseguiram vencer a doença desde o início da pandemia.

No que diz respeito aos casos ativos, o boletim epidemiológico divulgado hoje pela DGS, mostra que há atualmente 98.938 casos, mais 5.578 que ontem.  As autoridades de saúde mantêm 109.161 contactos sob vigilância, mais 5.390 desde o último balanço.

Dados INE
Mais de metade das mortes verificadas em Portugal, entre março e dezembro do ano passado, estavam associadas à Covid-19, de...

Segundo o boletim do INE sobre mortalidade em contexto de pandemia, desde 02 de março - data do primeiro caso diagnosticado de infeção com o novo coronavírus - até 27 de dezembro, morreram 99.356 pessoas, um aumento de 12.852 mortes em relação à média dos mesmos meses nos anos de 2015 a 2019.

Desses 12.852 óbitos a mais, 6.677 foram atribuídos à covid-19. Ou seja, 52% dos óbitos estavam associados à infeção por Covid-19. 

Os dados do INE, mostram ainda que só entre 30 de novembro e 27 de dezembro morreram 2.172 pessoas com covid-19, um número que supera o aumento de 1.884 mortes em relação à média para o mesmo período dos últimos cinco anos.

 

Estudo
A Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP) vai avançar com um estudo de âmbito nacional para avaliar a aceitação e...

De acordo com a investigadora Rute Sampaio, “a opinião pública e a confiança nesta terapêutica são determinantes para se alcançar uma imunização das comunidades, objetivo fundamental para a erradicação da pandemia”.

Nesse sentido, e numa altura em que já decorre a primeira fase da vacinação, em Portugal, os investigadores da FMUP e do CINTESIS – Centro de Investigação em Tecnologias e Serviços de Saúde acreditam ser “imperativo a existência de uma estratégia de informação” que potencie uma maior confiança. Caso contrário, os investigadores alertam que “a disponibilização de uma vacina eficaz, por si só, pode não ser suficiente”.

Para Rute Sampaio, combater a desinformação e a desconfiança associada ao desenvolvimento da vacina contra a Covid-19 é o grande desafio do momento.

O fenómeno denominado como «hesitação à vacinação» foi inclusive identificado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como uma das dez maiores ameaças à saúde global pré-pandemia.

Inquérito é anónimo e realizado via online

O projeto da FMUP envolve a realização de um inquérito online, aberto a toda a população com mais de 18 anos.

Até ao final de janeiro, os participantes são convidados a responder, de forma anónima, a um conjunto de perguntas relacionadas com o impacto da pandemia nas suas vidas e sobre a perceção da eficácia e do grau de informação sobre o tema.

Os resultados do estudo serão posteriormente partilhados com a Direção-Geral da Saúde (DGS) e podem tornar-se um contributo para intervenções que ajudem a população a equilibrar os riscos e benefícios associados à nova vacina contra a Covid-19.

Casos suspeitos de infeção
O Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) realizou, durante a última semana do ano, 3.731 transportes de casos com...

A definição de caso suspeito de Covid-19 é, entre outros e de acordo com as normas em vigor, qualquer situação de falta de ar (dispneia) triada pelos Centros de Orientação de Doentes Urgentes.

Tendo em conta o aumento do número de casos de infeção por Covid-19, nos últimos dias, o INEM reforça a importância de cumprir as medidas divulgadas pela Direção-Geral da Saúde – nomeadamente o distanciamento físico, a utilização de máscara, a correta e frequente lavagem e desinfeção das mãos, a adoção da etiqueta respiratória e o uso da aplicação Stayaway Covid – que são fundamentais para prevenir novos contágios e manter a pandemia sob controlo.

Em caso de dificuldade respiratória, febre, tosse, alterações ou ausência no paladar e/ou olfato, deve contactar o SNS24 – 808 24 24 24. Apenas em situações de emergência deve ligar-se para o 112, sublinha o Instituto Nacional de Emergência Médica.

 

"Nenhum doente pode ficar para trás"
A pandemia tem colocado os cuidados de saúde na ordem do dia. Muitas associações de doentes, e outros intervenientes desta área...

Por se tratar de um tema sensível, foi uma campanha muito desafiante”, diz André Torrado, partner e Diretor Criativo da agência. “Por um lado, não queríamos diabolizar a pandemia, nem dizer que há doentes mais importantes que outros, porque não há! Mas, por outro, tínhamos de colocar o dedo na ferida, ou seja, dizer que nenhum doente pode ficar para trás, mesmo no momento de emergência médica que vivemos. Como tal, criámos um conceito simples que se explana na frase: para quem está doente, o tempo conta. Seja qual for a doença. Por isso, é chegada a hora de lembrar que todos temos de ter acesso aos cuidados de saúde. Sempre!”.

“Visualmente transpusemos este conceito com imagens de rostos que têm sobre eles os ponteiros de um relógio que vão apagando parte da cara, à medida que o tempo passa. Uma imagem poderosa que acreditamos que dá ainda mais força a uma mensagem, já de si, poderosa”, completa Luís Wengorovius, partner e supervisor criativo da Circle.

O desafio foi colocado à Circle pela AADIC, Associação de Apoio aos Doentes com Insuficiência Cardíaca; a Associação Careca Power; a APCL, Associação Portuguesa Contra a Leucemia; a Evita, Associação de Apoio a Portadores de Alterações nos Genes Relacionados com Cancro Hereditário; a Respira, Associação Portuguesa de Pessoas com DPOC e Outras Doenças Respiratórias Crónicas e a APAH, Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares, com o apoio da farmacêutica AstraZeneca.

Esta campanha está no ar desde dezembro com presença em mupis, multibancos, imprensa e em vários formatos digitais, tendo ainda dado lugar a iniciativas como uma mesa redonda na TSF.

Saúde mental
A esquizofrenia é uma doença psiquiátrica crónica que surge no final da adolescência ou início da id

A esquizofrenia tem uma etiologia multifactorial: genética, psicológica e social.

80% do risco de desenvolver esquizofrenia é genético, a forma de transmissão é complexa e os genes funcionam como factores de risco e não determinantes da doença. Os factores ambientais pré-natais (complicações obstetrícas, infeções maternas, nascimento no Inverno e idade paterna avançada) contribuem para o seu aparecimento e interagem com a predisposição genética.

Estes fatores juntamente com outros fatores de risco subsequentes, como o atraso nas etapas de desenvolvimento da criança, os problemas de linguaguem, as dificuldades cognitivas, o isolamento social e o consumo de cannabis - que aumenta até seis vezes o risco de desenvolver esquizofrenia nos consumidores habituais - conduzem a alterações do neurodesenvolvimento, que causam ou aumentam a vulnerabilidade individual para o aparecimento de sintomas mais tarde.

Por outro lado, os fatores sociais e psicosociais como o baixo estrato sócio-económico, o facto de viver em zonas suburbanas e de pertencer a populações migrantes de segunda geração, a existência de eventos de vida stressantes e a própria personalidade do doente (com características particulares de isolamento, instrospeção e frieza afetiva) contribuem também para o aparecimento da doença.

Afeta sobretudo o sexo masculino, com os primeiros sintomas a surgir no início da idade adulta.

A Esquizofrenia pode aparecer em qualquer idade. Contudo, na maioria dos casos, o início ocorre no final da adolescência, entre os 18 e os 25 anos nos homens e no fim da segunda década nas mulheres. Estima-se que até 10% das mulheres pode haver um início mais tardio, após 40 anos de idade, com sintomas mais negativos e menor hipótese de recuperação completa.

A esquizofrenia não tem cura.

A esquizofrenia não tem cura, é uma doença crónica com remissões e recaídas.

A melhor forma de prevenir a recaída é cumprir a terapêutica prescrita, manter o acompanhamento psiquiátrico e evitar factores de risco possíveis, nomeadamente o consumo de cannabis.

Sucesso do tratamento depende da manutenção da terapêutica indicada

A esquizofrenia trata-se com fármacos antipsicóticos. Actualmente existem fármacos eficazes e com menos efeitos adversos que os anteriores, os chamados antipsicóticos atípicos que controlam os sintomas da doença.

Como qualquer doença crónica o doente deverá manter o acompanhamento médico, bem como a medicação prescrita.

Um dos principais problemas no tratamento da esquizofrenia é a fraca adesão terapêutica  por parte dos doentes que frequentemente não cumprem devidamente ou interrompem  a medicação prescrita. Esta situação deve-se não só ao aparecimento de efeitos secundários indesejáveis (que devem sempre ser discutidos com o médico com o objectivo de escolher a melhor opção terapêutica- eficaz e com poucos efeitos adversos) bem como à falta de crítica para a situação patológica, ou seja o doente acha que não está doente e por isso não há necessidade de tomar medicamentos.

Apesar de incapacitante, doentes podem trabalhar.

Embora possam existir limitações nas capacidades sociais e cognitivas ou dificuldades em manutenção do emprego, a interação social positiva aumenta a capacidade dos indivíduos para se adaptarem e enfrentarem os desafios do quotidiano.

Existem associações e diversas estruturas sociais para apoiar estas pessoas.

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Diz estudo
De acordo com um estudo publicado recentemente na revista Stem Cells Translational Medicine, o uso de células estaminais...

Do total de participantes neste ensaio clínico, 12 dos indivíduos foram sujeitos a duas infusões com um preparado de células estaminais mesenquimais, previamente criopreservadas, e o grupo de controlo do qual faziam parte os restantes 12 indivíduos foram sujeitos a uma infusão de um preparado sem células estaminais mesenquimais. Tratou-se assim de um ensaio com um grupo de controlo e duplamente cego de forma a reforçar a solidez das conclusões do estudo.

De entre as principais conclusões, o estudo revelou que existia uma melhoria significativa na sobrevida dos doentes sujeitos à infusão das células estaminais mesenquimais, do tecido do cordão umbilical, quando comparado com o grupo de controlo. Os doentes do grupo sujeito à terapia celular registaram um índice de sobrevida de 91%, quando o grupo de controlo se ficou pelos 42%.

“Estes resultados devem ser recebidos de forma entusiástica pela comunidade científica e médica, pois permitem lançar as bases para a necessidade de realização de um ensaio clínico de fase II/III com a inclusão de um maior número de doentes de forma a que as conclusões sejam ainda mais robustas”, afirma João Sousa Diretor de Qualidade do laboratório BebéVida.

Esta alternativa terapêutica em estudo, através da infusão de células estaminais, é de absoluta necessidade pois apesar de o plano de vacinação da população estar a decorrer durante os próximos meses, continuarão a existir doentes infetados com o novo coronavírus em fase aguda e que vão necessitar de um tratamento eficaz e seguro.

“A terapia celular com células estaminais mesenquimais extraídas do tecido do cordão poderá vir a tornar-se um procedimento bem estabelecido no tratamento de doentes com Covid-19 em fase aguda”, conclui João Sousa.

Apesar da limitação do número de participantes, o estudo revelou que este é um procedimento clínico seguro com muito poucos casos de reações adversas, principalmente nos doentes do grupo sujeito a terapia com células estaminais.

Pressão nos hospitais
Face à situação vivida nos hospitais, o Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra decidiu suspender a atividade cirúrgica...

“Considerando a necessidade de mobilizar recursos humanos necessários ao reforço do dispositivo do plano de contingência da Covid_19, de reduzir a pressão sobre os serviços de internamento e a circulação de pessoas no pólo Hospitais da Universidade de Coimbra (HUC) do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC), fica suspensa a atividade cirúrgica programada, convencional e ambulatória, que ocorra no bloco operatório central, com exceção relativamente a doentes oncológicos, urgências diferidas e doentes muito prioritários e prioritários”, faz saber em comunicado.

As consultas externas subsequentes, “sempre que o doente reúna critérios para o efeito”, esclarece o CHUC, devem ser “substituídas por teleconsultas ou consultas não presenciais”.

Ficam também suspensas, no pólo HUC, as atividades presenciais dos alunos da Universidade de Coimbra e das Escolas Superiores de Enfermagem e de Tecnologias da Saúde, com exceção dos alunos do 6º ano de mestrado integrado de medicina, alunos dos cursos de especialidade em enfermagem e alunos cuja suspensão do ensino clínico comprometa a conclusão do curso.

“Todas estas medidas serão objeto de revisão em função da forma como a situação evoluir”, refere o centro hospitalar.

 

 

 

Agravamento de medidas
No próximo fim de semana está proibida a circulação na maioria dos concelhos. Esta foi uma das medidas anunciadas por António...

Tendo por base a reavaliação da situação epidemiológica no país, o Conselho de Ministros atualizou hoje a lista dos concelhos de risco e procedeu ao agravamento das medidas para o próximo fim-de-semana.

Foi, então, decidido:

Estender aos concelhos em risco elevado a proibição de circulação na via pública a partir das 13h00 no fim-de-semana de 9 e 10 de janeiro;

Aplicar a todo o território nacional continental a proibição de circulação entre concelhos entre as 23h00 do dia 8 de janeiro e as 05h00 do dia 11 de janeiro de 2021, salvo por motivos de saúde, de urgência imperiosa ou outros especificamente previstos.

Em conferência de imprensa, após a reunião do Conselho de Ministros, o António Costa explicou que as medidas que se aplicam nos concelhos com mais de 240 novos casos de covid-19 por 100 mil habitantes. “Só não se aplicam em 25 concelhos, em que o número de novos casos é inferior a 240”, afirmou o governante.

 

Melhorar a acessibilidade dos utentes a informação clínica
Apresentada no âmbito da “Aceleradora de Ideias em Serviços Públicos” (AISP), na chamada lançada sob a designação “Ambientes de...

O programa – “Aceleradora de Ideias em Serviços Públicos” - foi desenvolvido no âmbito do Plano de Trabalho Colaborativo na Administração Pública, destina-se a trabalhadores e dirigentes da Administração Pública que pretendam transformar ideias em valor, no setor público, e está integrado no Sistema de Incentivos de Inovação na Gestão Pública (SIIGeP).

A seleção das candidaturas vencedoras foi realizada por um painel de três avaliadores constituído para o efeito, integrando um docente do ensino superior, um dirigente máximo de entidade do setor empresarial do Estado e um dirigente superior de entidade da administração pública central.

Para além da Direção-Geral da Qualificação dos Trabalhadores em Funções Públicas-INA, as demais entidades envolvidas neste projeto são: a Agência para a Modernização Administrativa, I.P. (AMA, I.P.), a Direção-Geral da Administração e do Emprego Público (DGAEP), o Instituto Politécnico de Setúbal (IPS) e o Centro de Competências Jurídicas do Estado (JurisAPP).

Disponível on-line desde o passado mês de junho, com o objetivo de melhorar a acessibilidade dos utentes à sua informação de saúde e ainda facilitar a comunicação entre estes e o hospital a MyCHUCB é uma aplicação inteiramente gratuita e está disponível nas versões Android, IOS e Windows, podendo ser descarregada na App Store, Google Play e em app.gov.pt.

 

Boletim Epidemiológico
Portugal registou mais 9.927 novos casos de covid-19 e 95 mortes associadas à doença nas últimas 24 horas. Região norte e...

Segundo o boletim divulgado, hoje, pela Direção Geral da Saúde, foram diagnosticadas 3.554 novas infeções na região norte. Segue-se Lisboa e Vale do Tejo com 3.501 novos casos de infeção pelo novo coronavírus e a região Centro, 1.855. No Alentejo há mais 574 casos e no Algarve mais 348. No arquipélago da Madeira foram identificadas mais 27 infeções e no dos Açores mais 68 novos casos.

Quanto ao número de óbitos, a região de Lisboa e Vale do Tejo foi aquela onde morreram mais pessoas com Covid-19: 38 das 95 mortes registadas em todo o País. Segue-se a região norte com 27 mortes e a região centro com 17. No Alentejo há 10 mortes a lamentar e no Algarve três.

Nos arquipélagos da Madeira e nos Açores não foi registada nenhuma morta associada à Covid-19, nas últimas 24 horas.

O boletim da DGS desta quarta-feira revela ainda que existem 3.333 doentes internados, mais 40 desde ontem. Nos cuidados intensivos há agora 514 pessoas internadas, mais uma, desde a última análise.

Nas últimas 24 horas, 3.476 pessoas recuperaram da Covid-19, elevando para 355.701 o total daqueles que conseguiram vencer a doença desde o início da pandemia.

No que diz respeito aos casos ativos, o boletim epidemiológico divulgado hoje pela DGS, mostra que há atualmente 93.360 casos, mais 6.356 que ontem.  As autoridades de saúde mantêm 103.771 contactos sob vigilância, mais 3.668 desde o último balanço.

Fique a conhecê-las
Tiques, tremores, estereotipias ou distonia estão entre as principais doenças do movimento mais freq

De acordo com João Carvalho, neurologista e neuropediatra do serviço de Neuropediatria, Centro de Desenvolvimento da Criança Torrado da Silva, do Hospital Garcia de Orta, as Doenças do Movimento “são doenças neurológicas que se caracterizam por anomalias na qualidade, timing e/ou quantidade de movimento. Podem associar-se a menos movimento que o normal (doenças hipocinéticas, como a doença de Parkinson) ou a mais movimento que o normal (doenças hipercinéticas)”. Tiques, estereotipias, distonia, tremores, mioclonias ou coreia, quadros clínicos caracterizados por movimentos anormais excessivos e difíceis de controlar, estão entre as doenças do movimento mais frequentes entre as crianças. No entanto, o especialista adverte: “apesar de muito raro, o parkinsonismo pode também surgir em idade pediátrica”.

“As complicações da gravidez ou parto e as causas genéticas podem estar na génese do problema mesmo não havendo ninguém na família com um problema semelhante”, explica João Carvalho quanto às causas.

Quanto ao início dos sintomas, o especialista revela que, embora seja muito variável, dependendo “da causa e tipo de doença do movimento”, “as primeiras manifestações podem surgir no primeiro ano de vida”. No entanto ressalva que “podem também haver movimentos anómalos nos primeiros meses ou anos de vida que se devem a imaturidade cerebral e que normalizam com o desenvolvimento da criança”.

Tiques, estereotipias, distonia e tremor

Sendo estas as doenças do movimento mais frequentes em idade pediátrica, João Carvalho, chama a atenção para as principais características:

  • Tiques - são movimentos súbitos, rápidos e breves, semelhantes entre si (mas que se podem ir modificando com o tempo) e que, apesar de involuntários, podem muitas vezes ser suprimidos voluntariamente. Uma característica particular dos tiques é que são muitas vezes precedidos de uma sensação de tensão, que alivia com a concretização do movimento. Podem ser motores, frequentemente envolvendo os olhos, face ou pescoço, ou fónicos, consistindo em pigarrear, fungar, tossir ou outros sons, que inclusivamente podem ser palavras descontextualizadas. São muito frequentes em idade pediátrica, podendo haver tiques transitórios em 20% das crianças. Mesmo quando crónicos, é raro serem incapacitantes, mas é importante uma especial atenção a eventuais problemas psiquiátricos ou de desenvolvimento associados, como a perturbação de défice de atenção e hiperatividade.
  • Estereotipias - são movimentos involuntários, repetitivos, com um padrão constante e frequentemente rítmicos, que surgem muitas vezes em períodos de excitação, nervosismo, concentração ou fadiga. Envolvem frequentemente os membros superiores, o tronco ou o pescoço, podendo haver produção de sons associada. Apesar de frequentemente associadas ao autismo ou ao défice intelectual, não é raro vê-las transitoriamente em crianças com um desenvolvimento normal.
  • Distonia - caracteriza-se por contrações musculares involuntárias mantidas ou repetidas, que se manifestam por posturas ou movimentos anómalos. Vemos frequentemente os membros “torcidos” ou movimentos que se vão repetindo intermitentemente. É frequentemente desencadeada ou agravada por movimentos voluntários, havendo uma ativação exagerada dos músculos, incluindo alguns de que não necessitamos para o movimento que queremos fazer. As manifestações são variadas e dependem dos músculos envolvidos, sendo típicos o arrastar de um ou ambos os pés, a inclinação mantida do tronco ou do pescoço, a dificuldade em agarrar objetos, falar ou engolir ou o piscar exagerado dos olhos.
  • Tremor - é um movimento rítmico oscilatório de uma parte do corpo, que se deve à contração alternada de músculos com efeitos opostos. Observa-se mais frequentemente nas mãos, mas pode notar-se também na cabeça, tronco, voz, membros inferiores e até noutras partes do corpo. Em idade pediátrica surge mais frequentemente durante movimentos voluntários da parte do corpo afetada, mas pode também surgir em repouso.

“É de referir que estes quatro tipos de movimentos involuntários raramente surgem durante o sono, o que pode ser uma pista importante para o diagnóstico”, sublinha o neurologista.

O diagnóstico é clínico, sendo essencial, para além da observação, uma boa descrição dos movimentos. “Por vezes a criança não faz esses movimentos durante a consulta, pelo que vídeos gravados previamente pelos pais podem ser muito úteis para o diagnóstico”, adianta o neuropediatra.

Constrangimento social e incapacidade funcional entre as principais consequências

De acordo com o especialista, estas doenças podem apresentar um impacto negativo, nomeadamente, no que diz respeito à interação social. O constrangimento social, por exemplo, é a mais frequente consequência negativa dos tiques. “Ainda que em situações raras estes possam provocar lesões traumáticas. É, contudo, importante referir que os tiques e as estereotipias, na grande maioria dos casos, não causam qualquer incapacidade e não necessitam de tratamento”, esclarece João Carvalho.

“Já os outros grupos de doenças do movimento, como a distonia, a coreia, o tremor, as mioclonias e o parkinsonismo, são frequentemente responsáveis por incapacidade funcional significativa. Esta advém não só do constrangimento social que referiu, mas em muitos casos de maior gravidade associa-se a um compromisso significativo das capacidades motoras. Algumas destas crianças ou adolescentes necessitam do apoio de um cuidador para todas as atividades do dia-a-dia, podendo mesmo não conseguir caminhar, manipular objetos, falar ou engolir”, acrescenta o especialista alertando que, não raras as vezes, as doenças do movimento surgem associadas a outros problemas neurológicos, como “os défices cognitivos, problemas de comportamento e epilepsia”.

“Também não nos podemos esquecer das implicações que estas doenças, quando graves, têm nos pais e cuidadores, que muito frequentemente não têm o apoio social, psicológico e económico adequado”, adianta.

Além disso, sublinha que “as pessoas com certas doenças do movimento têm também um risco aumentado de problemas de outros tipos, como traumatismos (sobretudo associados a quedas), infeções respiratórias (particularmente quando há problemas de deglutição) e efeitos secundários de medicamentos, entre outros”.

Terapia comportamental e estimulação cerebral como opção de tratamento  

Embora o tratamento indicado dependa do tipo de doença do movimento em causa e, muitas vezes, sirva apenas para tratar os sintomas, João Carvalho refere que são poucas as opções terapêuticas disponíveis.

“A terapia comportamental (nomeadamente, o treino de reversão de hábitos) é particularmente eficaz nas crianças com tiques, sendo esta uma das primeiras opções a considerar quando os tiques são incomodativos para o próprio doente. Não só os tiques, mas os outros movimentos hipercinéticos e o parkinsonismo podem ser tratados com medicamentos, ainda que em casos mais graves estes sejam frequentemente ineficazes. Sobretudo em alguns tipos de distonia, mas também em casos específicos de tremor, parkinsonismo, tiques e mioclonias, a cirurgia de estimulação cerebral profunda pode trazer grandes benefícios, sendo uma opção que tem vindo a ser progressivamente mais utilizada”, explica.

Sendo a maioria destas doenças largamente desconhecida da população em geral, João Carvalho chama a atenção para duas questões particularmente importantes:

  1. “Apesar de os tiques serem parcialmente suprimíveis, são involuntários e essa capacidade de os evitar é apenas temporária e induz uma grande tensão emocional. É crucial que pais, professores, colegas e amigos compreendam isso, pois ao chamar a atenção para os tiques à criança ou adolescente só lhe estamos a causar ansiedade, correndo ainda o risco de os exacerbar”;
  2. “Mesmo em contexto médico, é muitas vezes atribuído o diagnóstico de paralisia cerebral às doenças do movimento mais graves e de início precoce, particularmente no caso da distonia. É um termo muito útil por várias razões, mas só deve ser aplicado se a doença do movimento (ou outro tipo de incapacidade motora significativa) se deve a uma doença cerebral não-progressiva ocorrida durante a gravidez, parto ou primeiros anos de vida. Não sendo esse o caso, devemos suspeitar de outro tipo de doenças, em particular de causa genética. O problema da utilização indevida do termo pelos médicos é que pode dar aos clínicos uma falsa sensação de diagnóstico fechado, levando a que não se investigue mais o problema e correndo assim o risco de não descobrir uma causa que permita um tratamento e aconselhamento genético diferentes”.
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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Conselho DGS
De acordo com o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), as previsões meteorológicas apontam para a continuação de...

A partir da madrugada de dia 10/01, prevê-se a substituição gradual de uma massa de ar polar por uma massa de ar com caraterísticas de ar Ártico, sobre Portugal continental. Como consequência, na próxima semana, a temperatura mínima deverá variar entre -6 e 6°C na generalidade do território e a temperatura máxima não ultrapassará os 14°C, estando previsto que os valores mais baixos sejam registados nas regiões do interior Norte e Centro.

À semelhança do que se verificou em outros anos, é provável que as baixas temperaturas tenham repercussões sobre a mortalidade nos próximos dias, nomeadamente nas pessoas com 65 ou mais anos, pelo que as medidas recomendadas adquirem particular relevo neste grupo etário.

Para se proteger dos efeitos negativos do frio na saúde, a Direção-Geral da Saúde recomenda as seguintes medidas de Saúde Pública:

Medidas de proteção individual: 

  • Evitar a exposição prolongada ao frio e mudanças bruscas de temperatura;
  • Manter o corpo quente, utilizando várias camadas de roupa;
  • Proteger as extremidades do corpo (utilizando luvas, gorro, cachecol, meias quentes e calçado quente e antiderrapante;
  • Manter a hidratação, ingerindo sopas e bebidas quentes e evitando o álcool que proporciona uma falsa sensação de calor;
  • Prestar atenção aos grupos mais vulneráveis (crianças nos primeiros anos de vida, doentes crónicos, pessoas idosas ou em condição de maior isolamento, trabalhadores que exerçam atividade no exterior e pessoas sem abrigo);
  • Acautelar a prática de atividades no exterior (evitar esforços excessivos, utilizar vestuário adequado e prestar atenção às condições do piso para evitar quedas);
  • Seguir as recomendações do médico assistente, garantido a toma adequada da medicação para doenças crónicas;
  • Adotar uma condução defensiva, uma vez que poderão existir locais na estrada com acumulação de gelo.

Medidas ambientais:

  • Verificar o estado de funcionamento dos equipamentos de aquecimento;
  • Manter a casa quente, garantido uma adequada ventilação das habitações (renovação do ar), em particular quando não for possível evitar o uso de braseiras ou lareiras;
  • Ter especial atenção aos aquecimentos com combustão (ex.: braseiras e lareiras), que podem causar intoxicação devido à acumulação de monóxido de carbono e levar à morte;
  • Evitar o uso de dispositivos de aquecimento durante o sono, desligando sempre quaisquer aparelhos antes de se deitar.
Cristina Ferreira, madrinha da Fundação AFID Diferença, é a figura de capa
A Fundação AFID Diferença lança o calendário “Super-heróis sem capa”, de tributo a todos os profissionais que, de forma...

O calendário conta com a participação de Cristina Ferreira, madrinha da Fundação AFID, como figura de capa, representando todos os profissionais da comunicação e entretenimento, que, além de informarem, acompanharem e distraírem toda a população, deram voz a todos os outros profissionais que ajudam a população diariamente.

Cada mês é, depois, dedicado a cada um destes profissionais. Aparecem, assim, colaboradores da Fundação AFID Diferença, profissionais do INEM, da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil, de enfermagem e da saúde, da GNR, dos bombeiros, dos supermercados e minimercados, das farmácias, dos serviços municipalizados, de medicina, de padaria e pastelaria e, finalmente, da PSP.

“Depois de um ano como o que passou, nada faz mais sentido do que homenagear aqueles que, diariamente, estiveram na linha da frente, para garantir a segurança da população, os seus cuidados de saúde, o seu bem-estar físico e emocional”, afirma Domingos Rosa, Presidente do Conselho Executivo da Fundação AFID Diferença.

As fotografias foram realizadas em contexto real, pelo fotógrafo André Boto, e contaram com a disponibilidade e colaboração total de todas as instituições representadas, contando ainda com a presença do Chef Vítor Sobral como padeiro.

O calendário está disponível na sede da instituição, no site da Fundação AFID Diferença e no site www.comprasolidaria.pt, pelo valor de 1,5€, como forma de donativo.

 

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