Entrevista | Dra. Joana Simões, Oncologista
É um tipo de tumor raro, assintomático, quase sempre identificado “após realização de exames de imag

Estima-se que o cancro do rim seja mais frequente no sexo masculino, sobretudo a partir dos 50 anos, e que este representa entre 2 a 3% de todos os tumores. Que tipo de tumor é este e quais os fatores de risco associados?

O cancro do rim é raro, correspondendo apenas a 2-3% de todos os tumores malignos. Em Portugal, estima-se que surjam, anualmente, cerca de 1200 novos casos. A maioria dos doentes são diagnosticados com a doença localizada no rim. Aquilo que sabemos é que o cancro renal é ligeiramente mais frequente no homem, comparativamente com a mulher, e que a mediana de idade é de 60 anos ao diagnóstico. Além da idade e do género, os principais fatores de risco para cancro renal são a obesidade, o tabagismo e a hipertensão arterial.

Há, no entanto, uma percentagem pequena de casos que são hereditários…

As pessoas com familiares com cancro do rim podem ter um risco aumentado de o vir a desenvolver, podendo tal dever-se à transmissão de genes com mutações que predispõe ao tumor. Alguns fatores podem aumentar esse risco de hereditariedade, sendo um deles a idade mais jovem ao diagnóstico. No entanto, apenas 3 a 5% dos tumores renais são hereditários.

Dos diferentes tipos de tumor que afetam os rins, qual ou quais os mais frequentes?

Os tumores mais frequentes no rim são os carcinomas de células renais (CCR), que representam cerca de 90% de todos os tumores renais. Existem vários subtipos de CCR, sendo o mais comum o carcinoma de células claras, que representa 80% dos casos. Outro tipo de tumor incluí o carcinoma de células de transição, que tem origem nas células que revestem a pelve renal e o ureter. Além disso, existem também tumores renais benignos, como o angiomiolipoma, o oncocitoma e o adenoma renal, que mais raramente requerem tratamento.

Apesar de muitas vezes não apresentar sintomas numa fase inicial, ou estes serem facilmente confundidos com outros problemas da saúde, a que sintomas ou sinais devemos estar atentos?

Sintomas como dor lombar persistente, queixas urinárias (como sangue na urina), perda de peso, perda de apetite ou cansaço inexplicável devem levar a uma avaliação clínica precoce e a estudo diagnóstico adicional. No caso de doença avançada, pode também ocorrer tosse, falta de ar, dor abdominal ou óssea, podendo traduzir metastização pulmonar, abdominal ou óssea.

Como é feito o seu diagnóstico e qual a importância de ser feito precocemente? Existe algum rastreio? O que fazer como medida preventiva?

Na maioria dos casos, os doentes são assintomáticos, sendo que o diagnóstico ocorre como um achado após realização de exames de imagem de rotina, seja por ecografia, tomografia axial computorizada (TAC) ou ressonância magnética (RMN). Para o estadiamento, será necessário uma TAC torácica, abdominal e pélvica. Em caso de doença localizada, a imagem do nódulo pode ser suficientemente suspeita para diagnóstico e proposta cirúrgica. Outros casos necessitarão de confirmação por biópsia. Também poderá ser necessário estudo adicional das vias urinárias com ureteroscopia ou cistoscopia. Por outro lado, no caso de doença disseminada (ou seja, com envolvimento de outros órgãos à distância), o diagnóstico poderá passar também por uma biópsia de uma lesão suspeita extra-renal. Até à data de hoje, não existe indicação de rastreio de cancro do rim. Poderá ser feita vigilância imagiológica a indivíduos com maior risco de o desenvolver, como aqueles com história familiar. Como medidas preventivas, é fundamental um estilo de vida saudável com prática regular de exercício físico, dieta rica em frutas e legumes, controlo da ingestão diária de sal e abstinência de tabaco.

Em última análise, quais as principais complicações da doença?

O cancro do rim pode levar a várias complicações, dependendo da gravidade e do estadio da doença. Após cirurgia, algumas das complicações mais comuns incluem insuficiência renal, trombose venosa profunda, hipertensão arterial, infeções do trato urinário ou síndrome paraneoplásica. Em último caso, pode ocorrer metastização, quando o tumor se desenvolve para outras partes do corpo, como o pulmão, ossos, fígado ou cérebro.

Quais os métodos de tratamento disponíveis? Quais as terapias mais utilizadas?

No caso de tumores localizados ao rim, a cirurgia constitui a base do tratamento. Em tumores mais pequenos, pode até ser feita apenas vigilância ou ablação por abordagens minimamente invasivas como a crioterapia, radiofrequência ou laser. Por outro lado, para doença avançada ou disseminada, o tratamento é sistémico. Os tumores do rim são caracterizados pela sua particular angiogénese e imunogénese, sendo tumores resistentes ao clássico tratamento de quimioterapia. Assim, desde 2005, surgiram os fármacos orais antiangiogénicos como o Sunitinib, Pazopanib, Axitinib e Cabozantinib – fármacos inibidores da tirosina cinase. Mais recentemente, temos assistido à introdução da imunoterapia. A imunoterapia é uma forma de tratamento do cancro através da ativação do sistema imunitário, estimulando as células do próprio organismo na defesa contra o cancro. O tratamento com imunoterapia estava geralmente limitado após a progressão com um fármaco antiangiogénico. Nos últimos anos, após resultados muito positivos em ensaios clínicos, surgiu a possibilidade de combinar dois fármacos de imunoterapia, assim como combinar esta com fármacos antiangiogénicos, com resultados muito favoráveis em termos de resposta tumoral e tempo de vida dos doentes. Ainda mais recentemente, vimos com grande entusiasmo a introdução da realização de tratamento com imunoterapia a seguir à cirurgia, reduzindo o risco de recidiva de doentes com maior risco.

Quais os efeitos secundários mais frequentemente associados ao seu tratamento sistémico?

Os efeitos secundários dependem diretamente do tipo de tratamento que o doente está a realizar. No caso dos fármacos orais inibidores da tirosina cinase pode ocorrer fadiga, alterações cutâneas, aumento da pressão arterial, aftas na boca, diarreia ou alterações analíticas (como do hemograma, função hepática, renal ou endócrina). Com imunoterapia apenas, pode-se destacar a fadiga ou alterações cutâneas como os efeitos mais frequentes. Pode também ocorrer toxicidade endócrina (geralmente detetada por análises de sangue), pulmonar (que se pode manifestar com tosse ou falta de ar), gastrointestinal (sendo um dos sintomas a diarreia), renal (com alteração da função renal) ou reumatólogica (com dores articulares). No caso da combinação de imunoterapia e fármacos inibidores da tirosina cinase, a toxicidade, além de ser combinada, é geralmente mais frequente e grave.

Após o diagnóstico, quais os cuidados a ter? Que alterações ao estilo de vida devem ser feitas?

Após o diagnóstico, os cuidados devem passar por manter um estilo de vida saudável. Respeitar uma dieta variada e equilibrada, com alimentos ricos em proteínas e fibras, assim como cumprir uma correta ingestão diária de água. Fazer exercício físico regular e evitar o tabaco e álcool. É igualmente importante aprender a gerir o stress emocional e físico que um diagnóstico oncológico pode provocar, recorrendo, por exemplo, a técnicas de meditação, yoga ou psicoterapia. Participar em grupos de apoio com outros doentes oncológicos pode também ser útil para lidar com as emoções e partilhar informações.

Neste sentido, qual a importância e o papel do cuidador informal no acompanhamento do doente?

O papel do cuidador informal é fundamental no acompanhamento do doente com cancro renal, dado que oferece apoio físico, mas também emocional durante todo o processo de diagnóstico e tratamento. O cuidador pode ajudar seja no período de convalescença após cirurgia, seja durante o período de realização de tratamentos sistémicos, garantindo que o doente segue o tratamento prescrito, respeitando a correta posologia e horários de toma de medicação oral, por exemplo. Além disso, é essencial na ajuda à gestão dos efeitos adversos deste tipo de tratamentos, sendo muitas vezes um referenciador no caso de necessidade de idas urgentes aos Hospital.

No âmbito do Mês de Consciencialização para o Cancro do Rim, que mensagem gostaria de deixar? Quais as ideias-chave devemos reter?

Nos últimos anos, temos vindo a assistir a uma constante evolução em Oncologia. O desenvolvimento de inúmeros ensaios clínicos, com o aparecimento de novos fármacos, combinações de vários tipos, assim como a possibilidade de tratamento em fases mais precoces da doença, têm permitido oferecer mais e melhores respostas no tratamento deste tipo de tumores, aumentando não só o tempo de vida, mas também melhorando a qualidade de vida dos doentes. O caminho do progresso será sempre este, sendo que considero essencial reforçar a importância dos ensaios clínicos nesta melhoria permanente do tratamento e do prognóstico, nomeadamente neste tumor raro.

Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Relatório
Os negócios no setor da Saúde mantêm-se resilientes, com 2022 a registar níveis quase recordes de transações na indústria,...

Apesar de uma desaceleração devido às forças macroeconómicas e geopolíticas no segundo semestre do ano, 2022 foi, mesmo assim, o segundo melhor ano de sempre nas transações da indústria da Saúde, devido em grande parte ao ritmo acelerado de investimentos no início do ano. O valor total reportado dos negócios de capital de risco no setor da Saúde (HCPT, da sigla em inglês) atingiu quase os 90 mil milhões de dólares (cerca de 82 mil milhões de euros), abaixo dos 151 mil milhões de dólares (139,2 m.M. de euros) em 2021, mas ainda mais de 10 m.M. acima do que no ano mais próximo. O relatório da Bain & Company mostra que o abundante capital disponível para o investimento e o potente histórico de retornos vão continuar a atrair fundos específicos para a saúde em 2023.

“O capital de risco na Saúde ganhou a reputação de ser à prova de recessões, superando tipicamente a atividade geral de private equity durante crises económicas”, afirmou Kara Murphy, co-diretora de Healthcare Private Equity da Bain & Company. “Embora o ambiente seja resiliente, os investidores vão enfrentar desafios continuados mais à frente, já que as taxas de juro e os custos do trabalho continuam a subir e o crédito mantém-se limitado. À medida que os nossos clientes investem para oferecer melhores cuidados de saúde, vão precisar de se concentrar, de forma diferenciada, no planeamento da criação de valor em dilligence e pós-fecho.”

Olhando para 2023, os fundos estão a explorar novas fontes de capital, a procurar carve-outs, negócios public-to-private e a olhar para subsetores capazes de um desempenho diferenciado no atual ambiente de mercado.

“A mudança está a chegar à medida que 2023 se vai desenrolando”, acrescentou Álvaro Pires, Senior Partner da Bain & Company em Lisboa. “Os investidores que já enfrentaram ciclos anteriores têm manuais especializados para esses tempos, aos quais vão poder adaptar a sua abordagem habitual. Isto inclui jogar com as tendências de longo prazo e ser criativo para fechar negócios no meio de restrições de capital e inflacionistas.”

Indústrias a seguir em 2023

  • As biofarmacêuticas e as ciências da vida continuam atrativas. Seis dos 10 principais negócios realizados no ano passado foram em biofarmacêutica, ferramentas de ciências da vida e serviços relacionados. Dentro destes subsetores, mais de 600 acordos de aquisição de serviços de saúde foram executados nos últimos cinco anos em todo o mundo. Em 2023, a fasquia para fechar os negócios certos está alta, pois a disputa por estes ativos continua forte e as avaliações aumentaram, mesmo dentro do atual contexto macro. Os investidores aqui precisam de definir claramente as suas estratégias, cristalizando os sítios onde um fundo vai escolher jogar e o que é que dá a esse fundo o direito de vencer em face de uma possível desaceleração e mais além.
  • Oportunidades de expansão em torno dos cuidados assentes em valor. As macrotendências sustentadas continuam a impulsionar a adoção de cuidados assentes em valor num espetro de modelos de cuidados de saúde. Embora a atividade de investimento permaneça focada nos cuidados primários e no Medicare Advantage, estão a expandir-se as oportunidades em outros segmentos pagadores e especializados. Os modelos facilitadores representam um caminho de investimento atrativo, com a adoção impulsionada pela necessidade de grupos tradicionalmente de comissão-por-serviço participarem em acordos baseados no risco. Os providenciadores e os facilitadores dos cuidados de saúde assentes em valor que podem dobrar a curva de custos com modelos de cuidados diferenciados e análises avançadas estão posicionados para o sucesso.

É provável que isto acelere à medida que aumenta a regulamentação, os dados dos primeiros utilizadores são analisados e mais tecnologias de capacidade aprimorada inundam o mercado. A análise da Bain & Company sugere que os acordos de comissão-por-valor vão capturar de 15 a 20% da quota de mercado dos fornecedores tradicionais de FFS nos cuidados primários até 2030, promovendo mais investimentos neste campo.

  • Adaptação aos avanços da IA. 2022 foi um ano monumental para a inteligência artificial generativa (IA), com novos serviços a surgir na geração de imagens e texto. A IA já está a acelerar a descoberta terapêutica, otimizando as cadeias de abastecimento e automatizando os back-offices de pagadores e fornecedores. As aplicações da IA generativa começam apenas a surgir. As partes interessadas estão atentas e prontas para se adaptarem quando for a hora certa.
  • As TI da Saúde continuam a crescer. Apesar de os gastos em tecnologia de Saúde serem historicamente insuficientes, em 2022 o volume de compras em TI da Saúde (HCIT) foi o segundo maior de sempre. Com a TI do providenciador a manter-se o principal impulsionador, a TI biofarmacêutica e a TI do pagador estão a ganhar terreno. Dentro da TI biofarmacêutica, vemos o interesse por empresas que usam tecnologia de suporte à produtividade do fluxo de trabalho e de redução da duração dos ensaios clínicos. Os negócios de TI do pagador refletem o interesse contínuo em tecnologia focada nas funções administrativas do pagador.

Atuação regional: sinais crescentes de força e maturidade na APAC

O valor total dos negócios reportados na Ásia-Pacífico manteve o ritmo recorde de 2021. A atividade do setor de providenciadores permaneceu resiliente, em parte graças ao crescente mercado de transações na Índia, que representou 4 dos 10 principais negócios na região. Apesar da desaceleração da atividade na China, os grandes negócios no Japão, Índia, Coreia do Sul e Austrália representaram a maior parte da atividade de negócios na Ásia-Pacífico. Ao contrário da América do Norte e da Europa, a Ásia-Pacífico ficou marcada por um segundo semestre forte, com seis transações de um valor reportado de mil milhões de dólares ou mais. Esta forte atividade regional é uma prova do amadurecimento destes mercados, com amplitude geográfica, oportunidades em todos os setores e dimensão de verificação que continuam a crescer. Olhando para o futuro, esperamos que o interesse dos investidores pelo capital de risco no setor da Saúde da Ásia-Pacífico permaneça forte, já que um conjunto emergente de ativos investíveis vai continuar a atrair o interesse dos grandes fundos.

A América do Norte ficou à frente de outras regiões em 2022 em termos do total de transações e valor reportado. Embora os volumes de transações tenham caído quase 25% face aos níveis históricos vistos em 2021, em 2022 representam, apesar disso, o segundo melhor ano de sempre. Na Europa, o total de negócios caiu cerca de 20% para os 92 em 2022, também fazendo de 2022 o segundo melhor ano de que há registo na região.

Aceda ao relatório aqui: 12th Annual Global Healthcare Private Equity and M&A Report

Doença infeciosa
A Hanseníase, também conhecida por Lepra, é uma doença infeciosa crónica causada pelo bacilo Mycobac

Caracterizada pelo aparecimento de manchas brancas ou vermelhas na pele e de lesões vermelhas altas, dolorosas, que causam perda de sensibilidade, o risco de contágio depende da forma da doença em questão. Apesar de não se saber ao certo qual o modo de transmissão, acredita-se que, à semelhança da tuberculose, a Hanseníase se transmita pela via respiratória. Assim, a doença pode ser transmitida de pessoa para pessoa através de gotículas expelidas pelo nariz ou boca de uma pessoa infetada, no entanto, é necessário o contacto íntimo ou prolongado com o doente, pelo que, a maioria dos casos é diagnosticado dentro da mesma família. É importante sublinhar, pelo estigma que a doença ainda acarreta, que o contato esporádico com pessoas contaminadas apresenta um risco insignificante de contágio.

Sintomas

A lepra afeta principalmente a pele e os nervos periféricos. Sendo comum o desenvolvimento de erupções cutâneas e protuberâncias características que dependem da sua classificação:

Lepra tuberculoide - surge uma erupção cutânea formada por uma ou poucas áreas mais claras e achatadas, de bordas pronunciadas e elevadas. As áreas afetadas por essa erupção cutânea ficam dormentes porque as bactérias danificam os nervos subjacentes.

Lepra lepromatosa - surgem muitos caroços salientes pequenos ou maiores na pele de tamanho e forma variáveis. Existem mais áreas entorpecidas do que na lepra tuberculoide e alguns grupos musculares podem ficar enfraquecidos. Grande parte da pele e muitas áreas do corpo, incluindo rins, nariz e testículos, podem ficar afetadas. Em homens afetados, as mamas podem aumentar. As pessoas podem perder os cílios ou as sobrancelhas.

Lepra limítrofe - inclui as características da lepra tuberculoide e da lepra lepromatosa estão presentes.

Quando não tratada, esta infeção pode dar despoletar várias reações inflamatórias, pela fragilidade do sistema imunitário. Essas reações podem causar febre e inflamação da pele, dos nervos periféricos e, com menor frequência, dos linfonodos, das articulações, dos testículos, dos rins, do fígado e dos olhos. Pode ocorrer dano nos nervos e podem formar-se ulcerações abertas na pele.

Diagnóstico

Os médicos podem suspeitar do diagnóstico pela observação clínica dos sintomas apresentados: erupções cutâneas distintas que não desaparecem, nervos expandidos, perda da sensibilidade e deformações que resultam de fraqueza muscular. No entanto, o diagnóstico só é confirmado com recurso a biopsia da pele.

Tratamento

O tratamento é feito com recurso a antibióticos, no entanto, embora estes possam evitar a progressão da lepra, não conseguem reverter qualquer dano nervoso ou deformação. Por isso, a deteção e o tratamento precoces são de extrema importância.

Habitualmente, o tratamento tem de ser mantido por longos períodos, que variam entre 6 meses a 2 anos, uma vez que a eliminação completa do bacilo causador da lepra pode ser difícil de alcançar.

Em casos mais graves, quando há complicações devido o aparecimento de deformidades, pode ser preciso recorrer a cirurgia e realizar fisioterapia 

Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
No âmbito do Dia Mundial do Livro
Para assinalar o Dia Mundial do Livro, que se comemora no próximo domingo, dia 23 de abril, a Zippy juntou-se à Associação...

A parceria entre a Zippy e a Associação Nuvem Vitória surge com o objetivo de incutir hábitos de leitura saudáveis no seio familiar, de reforçar o impacto que estes podem ter no descanso das crianças e, consequentemente, no seu desenvolvimento. Além disso, incentiva à leitura, à reflexão, à partilha e à conversa sobre aquilo que é simples para cada um, aquilo que é difícil, e a importância do saber ouvir, pedir ajuda e respeitar os desafios que cada pessoa enfrenta. 

“Enquanto marca, acreditamos no poder que podemos ter junto das famílias, para incutir hábitos saudáveis, tanto de leitura, como de partilha. O nosso livro “Nem tudo é simples, nem tudo é complicado” surgiu com esse objetivo: queremos promover mais momentos de conversa e partilha em família. Este ano, associámo-nos à Associação Nuvem Vitória para que este momento de diálogo e reflexão aconteça também nos momentos mais sensíveis, em que a capacidade de expressar sentimentos é ainda mais importante.”, afirma Filipa Bello, Head of Brand & Creative da Zippy.

Em 2022, a Zippy lançou o livro “Nem tudo é simples, nem tudo é complicado”, para convidar pais e filhos a refletirem e a partilharem algumas ideias juntos. Com fortes mensagens, ilustrações e perguntas, o primeiro livro infantil da marca, editado pela Planeta Tangerina, pretende promover a curiosidade intelectual e o gosto pela leitura.

“As histórias que contamos todas as noites são muito mais importantes para a qualidade de vida das crianças do que aquilo que imaginamos. Para nós, é muito gratificante saber que há marcas como a Zippy que se preocupam e que se querem unir a estas causas, juntando-se a nós na missão de proporcionar um bom ambiente para uma noite tranquila e descansada, através da leitura”, refere Fernanda Freitas, fundadora e presidente da Associação Nuvem Vitória.

A Associação Nuvem Vitória é um projeto que nasceu em 2016 e tem como missão principal contribuir para melhorar o sono das crianças, nomeadamente em hospitais ou outras instituições que, temporariamente, as retirem dos seus ambientes familiares. Além disso, pretende, também, estimular o envolvimento dos progenitores e restantes familiares e cuidadores na área da leitura e da narração oral, em diferentes contextos, procurando elevar o nível de literacia das populações e estreitar os laços familiares e com os cuidadores em geral.

 

Opinião
Os médicos devem ou não estar nas redes sociais?

Na minha opinião, SIM!

As redes sociais são uma ferramenta muito poderosa com um efeito surpreendente – o de mudança real - como já se constatou com vários movimentos de protesto como o Black Lives Matter ou até mesmo em eleições políticas com os mediáticos exemplos de Donald Trump ou Jair Bolsonaro.

Para se ter uma pequena ideia de como um médico pode ‘influenciar’ os seus doentes e direcioná-los para um caminho mais saudável tendo sempre o crivo de ter formação certa - medicina - para o fazer, todos temos de ter em conta os dados apresentados que são de janeiro de 2022, de acordo com o site Data Report.

A população total de Portugal é de 10.15 milhões e 85% dessa população utiliza a internet - logo, temos 8.63 milhões de pessoas no espaço cibernético português sendo que 83.7% dessa população utiliza as redes sociais – 8.50 milhões.

Olhando para estes números é impossível negar a importância do papel de um médico nas redes sociais.

Ter uma comunidade médica com um papel ativo nas redes sociais significa:

Um médico estuda mais de 5 anos especificamente para se tornar médico e a vida toda para se tornar um bom médico. É uma autoridade para falar sobre temas de saúde/medicina com um ‘background’ de conhecimento científico.

Quem melhor do que um mecânico para reparar um carro? Quem melhor do que um dentista para tratar dentes? Quem melhor do que um jornalista para dar notícias?

Na minha opinião, não há melhor do que um médico para falar sobre doenças e até mesmo sobre procedimentos estéticos.

O médico é um meio de informação segura e credível já que na internet e consequentemente nas redes sociais reina muita ignorância e muitos mitos sobre temas de saúde, sejam eles antigos, como consumo de laranjas à noite matar, ou mais recentes, como o consumo extra de cálcio em suplementação, ou até mesmo temas como como pedras nos rins e formas de as desfazer, ou ainda mais simples sobre como tratar borbulhas ou acne.

Quem melhor do que um médico para desmistificar temas da medicina?

Com 8.50 milhões de portugueses nas redes sociais, espalhar a informação médica torna-se mais fácil ao médico e mais acessível ao paciente! E todos sabemos que a informação é bastante mais acessível nas redes sociais, do que em flyers e cartazes físicos!

Fruto da experiência como assessor de imprensa e, a meu ver, existe uma gigante necessidade de educar a sociedade quanto a temas médicos. E qual o melhor local para o fazer?

Talvez alguns me digam que não sejam as redes sociais, é um facto. Mas eu pergunto:

Alguém se lembra do folheto que viu na sala de espera da clínica/consultório onde esteve ontem?

Pois… nem você, nem ninguém se lembra!

Tomemos o exemplo das grandes marcas que outrora produziam milhares de catálogos como a La Redoute, hoje em dia, grande parte da sua comunicação é digital.

O que quero com isto dizer é que a mensagem final pode ser exatamente a mesma, o canal que a transmite é que evoluiu e agora só lhe resta adaptar-se ao futuro.

Feliz ou infelizmente hoje em dia, as marcas já conseguem ter um canal de comunicação com todas as faixas etárias – incluindo as mais jovens, sim, as que estão sempre de telefone na mão.

Pessoas reais - humaniza a imagem do médico; as redes sociais são feitas de pessoas reais e os médicos são exatamente isso (com altos e baixos, sucessos e dificuldades).

O impacto negativo nas redes

Ao mesmo tempo que têm um impacto positivo, as redes sociais podem ter um impacto muito negativo.

Eis alguns pontos a ter em consideração:

Não existe qualquer tipo de escrutínio: se pesquisarmos por #wellness tanto nos pode aparecer uma massagem com cera, como dicas para ficar mais bronzeado sem incluir fps.

Enquanto que para um artigo ser publicado numa revista, é revisto pelo menos pelo jornalista que o publicar, no caso das redes sociais não existe ninguém para fazer esta revisão.

É um campo prolífico de ‘fake-news’ mesmo sobre notícias relacionadas com a medicina. Por isso, a urgência de médicos nas redes que possam contrariar estas falsas informações de saúde.

Velocidade a que a informação se espalha: não há grande distinção relativamente à difusão de informação correta ou incorreta, isto é, se o médico A tiver uma publicação com informações incorretas (médicas ou não) e o médico B não tiver nenhum tipo de erros, não significa que o médico B vá ter melhor desempenho – mais visualizações – do que o médico A.

Número de gostos e seguidores não significa necessariamente qualidade. Não é porque o profissional X tem mais seguidores do que o Y que passa a ser melhor…

A marca Prada tem menos seguidores no Instagram do que a Gucci. Não é por isso que é pior!

Acredite, na escolha do seu médico deve ter em conta a formação, competência, empatia, disponibilidade e clareza… e já agora, se puder ser, pontualidade.

O dia só tem 24 horas. O tempo que um médico passa nas redes sociais é tempo que não passa na sua prática clínica a dar consultas, fazer procedimentos, ou até a estudar ou em congressos.

Os médicos não se focam em áreas como nutrição, dietas e exercícios físicos, porque estas áreas têm profissionais dedicados como os nutricionistas, fisioterapeutas e dietistas.

Ordem dos Médicos fez lista de princípios

Sabia que existe uma lista de recomendações da Ordem dos Médicos no que diz respeito aos médicos nas redes sociais?

São 14 pontos que os médicos devem ter em conta enquanto profissionais no uso das redes sociais.

De entre os 14 princípios básicos no posicionamento dos médicos nas redes sociais salta logo à vista a primeira onde o médico terá de fazer “uma utilização responsável da rede e preservar os valores éticos e deontológicos da profissão”.

Claro que os médicos terão de ter “em atenção que a informação veiculada ao público tem de ser objetiva, atualizada e essencialmente pedagógica e orientadora”.

Portanto, nestas orientações da Ordem dos Médicos fica bem patente que “no que diz respeito ao uso de tecnologias de informação e comunicação, a OM entende ser pertinente” no sentido “de contribuir para a construção de um sistema de informação em saúde que assegure a qualidade da medicina e reforce a relação médico-doente”.

Portanto, se ainda não está convencido que os médicos devem ter um papel ativo nas redes sociais, lanço um desafio para cima da mesa.

Por que razão as novas trends com efeitos adversos para a saúde como o Ozempic, o Periactin, entre outros, estão agora a surgir maioritariamente no TIK TOK, uma rede social maioritariamente de jovens?

Da minha análise pessoal conclui-se que a comunidade médica presente no TIKTOK é bem menor, do que nas restantes plataformas – o TikTok é a newborn das redes sociais (2017), e em janeiro de 2022 tinha em Portugal cerca de 2.83 milhões de utilizadores maiores de idade.

A faixa de público mais significativa do TikTok também é maioritariamente mais jovem – é sobretudo por isto que a grande maioria dos perfis profissionais ainda não migrou para o TikTok.

Os utilizadores das redes sociais passam mais tempo no TIKTOK que no Instagram ou Facebook.

O feed principal do TIKTOK é o FOR YOU – quando abre o TikTok no telemóvel, a página principal é o For You – um dos principais recursos da aplicação e o responsável por tornar a experiência personalizada e única. Estes conteúdos são escolhidos (curados) de acordo com os interesses pessoais de cada utilizador através de um algoritmo, tornando mais fácil encontrar conteúdos de que poderá gostar. O TikTok defende que quanto mais se usar a aplicação mais ela aprende e mais inteligente (e precisa) fica.

Pelo exposto e tendo em conta o papel preponderante que as redes sociais têm hoje em dia, nomeadamente o tik tok, recomendo fortemente que os médicos, por deterem informação e conhecimentos científicos adequados, as usem como uma (a) ferramenta de transmissão de informação.

Fique a saber a opinião/testemunho de alguns médicos:

André Ribeirinho Marques, médico especialista em psiquiatria e sexólogo clínico apesar de não as usar profissionalmente concorda que têm benefícios dentro da sua área clínica: “A comunicação médica é uma arma importantíssima no combate à falta de literacia médica, que por sua vez se traduz em piores índices de saúde. A saúde mental é uma área cinzenta do conhecimento geral e envolta em estigma e desinformação. As redes sociais, quando bem utilizadas, são o novo meio de chegar à população e potentes ferramentas de psicoeducação com possível impacto no diagnóstico e intervenção precoce em doenças mentais. Enquanto médicos, é obrigatório reconhecermos que estas substituíram em grande parte a televisão e adaptarmos a forma de comunicar através de cada rede social para chegarmos à nossa população alvo.”

Andreia Castro, médica de medicina geral e familiar, pós-graduada em medicina do viajante e fundadora e líder da conhecida plataforma Consulta do Viajante Online ®

(www.consultadoviajanteonline.pt), partilha da mesma opinião: “É nas redes sociais que encontramos as gerações mais novas, e é nosso dever contribuir para a literacia em saúde assim como combater as ideias erradas, as fake-news, o "diz-que-disse" e as medicinas não baseadas na evidência.

No meu instagram quer pessoal (@andreia.scastro) quer profissional (@consultadoviajanteonline.pt) faço uma partilha regular, informativa e inspiracional das minhas viagens, mas também crio conteúdo mais técnico de forma ligeira e educativa, sempre na temática da medicina de viagem. Neste campo, o trabalho passa muito por consciencializar para a utilidade da consulta do viajante e alertar para os riscos médicos associados às viagens, tantas vezes desconhecidos e subvalorizados.

Assiste-se cada vez mais à utilização da internet para divulgação de serviços pouco credíveis e de qualidade duvidosa, e também neste ponto é fundamental que as entidades reguladoras tenham um papel mais ativo, para proteção dos profissionais mas sobretudo dos clientes/ utentes.”

Também a especialista em Ginecologia, diretora clínica da Ofidia Clinic em Coimbra, Sofia Raposo (@drasofiaraposo) concorda com utilização das redes sociais por parte dos seus pares: “Na minha perspetiva as redes sociais facilitam uma maior interatividade entre médico e o doente, bem como, a propagação de informações médicas importantes para a população, como as campanhas de saúde, alertando e orientando o público leigo na promoção do bem-estar. É importante, também, referir que não existe distância e a informação atinge o público alvo de forma muito rápida.

As redes sociais têm tido uma importância crescente na Medicina. Do meu ponto de vista como médica, representam uma oportunidade para estabelecer uma reputação online cuja projeção extravasa do plano nacional para o panorama internacional, permitindo a cada médico expor a sua atividade clínica e académico-científica a um mais vasto número de pares.”

Embora com uma pegada digital mais recente Mariana Alves, médica de clínica geral e familiar, master em medicina estética, com prática clínica em Lisboa, partilha da mesma opinião "Depois de uma longa batalha comigo própria decidi criar uma página profissional nas redes sociais (@drmarianaalves). Pessoalmente sou uma utilizadora voyer, público muito pouca coisa, embora veja algumas. Reconheço obviamente a importância das redes sociais na vida de cada um de nós, e que é uma forma mais prática e acessível de comunicar com os pacientes, até para os informar, de forma a que não caiam em publicidades enganosas, ou em falsas promessas de milagres médicos que podem ter efeitos negativos para a saúde. Concordo que médicos em geral e eu em particular deveríamos utilizar mais estas plataformas, mas a gestão do tempo, as dificuldades tecnológicas por vezes são um entrave."

Gonçalo Barradas, médico especialista em medicina desportiva e proprietário da GB Clinic em Lisboa refere que “Tenho Instagram há anos, mas confesso que não sou um utilizador assíduo ou muito envolvido. O meu dia-a-dia entre consultas e cirurgias não me deixa grande margem para acompanhar todas as novas tendências do online. Estou mais atento à página da clínica onde pacientes dão feedbacks, entram em contacto comigo e onde partilho alguma dinâmica profissional que possa ter valor acrescentado a quem acompanha. O meu esclarecimento médico através das redes sociais é a minha contribuição para que a população em geral se revele cada vez mais informada de forma sustentada e credível, o que pode amenizar a sede de divagar por pesquisas de fontes muito pouco fidedignas e não alimentar a desinformação. Acredito que um indivíduo bem informado será certamente mais responsável pela sua saúde. Afinal, os médicos são promotores de saúde e as redes sociais permitem-nos passar a mensagem a um público mais abrangente.”

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Campanha para sensibilização da doença
“Cada dia é uma nova oportunidade para que as pessoas com Leucemia Mieloide Aguda (LMA) vivam momentos que valem toda uma vida....

“Mais Momentos com aLMA” é uma campanha digital que contempla a divulgação de um vídeo com forte impacto emocional de forma a aumentar a consciencialização para a doença. O vídeo da iniciativa estará disponível nos canais digitais dos parceiros. Em paralelo, pretende-se convidar os portugueses a tornar esta efeméride mais especial, ao partilhar momentos especiais nas redes sociais com a hashtag #maismomentoscomaLMA.

Esta é a mais comum das leucemias agudas, sendo responsável por cerca de 25% dos casos. Atualmente o número de pessoas que vivem com LMA é cada vez maior e a esperança média de vida destas pessoas tem também vindo a crescer. Um diagnóstico e tratamento precoce podem aumentar a probabilidade de sobrevivência destes doentes. Por isso, é tão importante um diagnóstico e tratamento precoce de forma a reduzir o impacto da doença na qualidade de vida dos doentes”.

"A LMA é uma doença com altas necessidades médicas: trazer opções de tratamento inovadoras para atender a essas necessidades é da maior prioridade e é fundamental para melhorar os resultados e a qualidade de vida das pessoas que vivem com esta doença”, refere Caterina Golotta, Diretora médica da AbbVie Portugal.

Estima-se que em Portugal todos os anos sejam diagnosticados 190 novos casos de LMA. É um cancro raro e agressivo do sangue e da medula óssea que interfere no desenvolvimento de células sanguíneas saudáveis. Apenas dois em cada 10 doentes com LMA com mais de 70 anos alcançam os 2 anos de sobrevivência. Um diagnóstico de LMA afeta significativamente todos os aspetos da vida de um doente, cuidador e família, durante o diagnóstico, tratamento e recuperação.

Esta iniciativa é realizada pela AbbVie Portugal em parceria com as entidades referidas: Sociedade Portuguesa de Hematologia, a Associação de Apoio aos Doentes com Leucemia e Linfoma (ADL), a Associação Portuguesa Contra a Leucemia (APCL) e a Associação Portuguesa de Leucemias e Linfomas (APLL).

 

 

26 de maio
A CUF Academic Center e a CUF Oncologia realizam, dia 26 de maio, em Lisboa, a 6.ª Edição das Atualizações em Cancro do Pulmão....

No programa deste ano, os temas em debate passam pela incontornável inteligência artificial e o seu papel no rastreio deste tipo de tumor, terapêuticas inovadoras na doença avançada e precoce, a evolução molecular do cancro do pulmão e a abordagem dos tumores tímicos.

A Comissão Organizadora do evento, que conta com António Bugalho, Bárbara Parente e Encarnação Teixeira, pneumologistas da CUF Oncologia, tem por principal objetivo proporcionar um momento de partilha entre profissionais de diversas especialidades - desde a Pneumologia, à Oncologia Médica, Medicina Interna, Radioterapia, Cardiologia, passando pela Cirurgia Geral e Medicina Geral e Familiar - para contribuir para a melhoria dos cuidados prestados num dos tumores nos quais se tem feito maiores e mais inovadores progressos.

O evento decorrerá no Hotel Vila Galé Ópera, em Alcântara, entre as 9h15 e as 16h00, e destina-se a todos os profissionais de saúde. As inscrições são gratuitas e devem ser efetuadas através deste link, onde também é possível consultar o programa. 

 

24 a 30 de abril | Semana Mundial da Imunização
A propósito da Semana Mundial da Imunização, assinalada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) entre os dias 24 e 30 de abril,...

“A Semana Mundial da Imunização é uma excelente oportunidade para contribuirmos, mais uma vez, para o aumento da literacia em saúde da população em Portugal. No que diz respeito à vacinação dos adultos, temos vindo a perceber que uma das principais razões para a fraca adoção de comportamentos preventivos tem não só a ver com a acessibilidade ao tratamento como também com o conhecimento que a população tem relativamente às várias doenças. Assim, na GSK continuamos empenhados a trabalhar de forma a contribuir para um maior conhecimento da população relativamente às doenças e à sua prevenção”, afirma Neuza Teixeira, Country Medical Director da GSK Portugal. 

A vacinação ao longo da vida, de forma a prevenir doenças e garantir qualidade de vida torna-se especialmente importante tendo em conta a realidade sociodemográfica:  segundo o Instituto de Métricas e Avaliação de Saúde (IHME), estima-se que a esperança de vida aumente 4,4 anos entre 2016 e 2040. Espera-se ainda que, em 2050, o número de pessoas acima dos 60 anos supere o número de pessoas entre os 10 e os 24 anos e que, em 2100, quase 30% da população tenha 60 ou mais anos. A proporção de população envelhecida tem vindo, assim, a aumentar ao longo do tempo, com a esperança média de vida a passar dos 52-55 anos para os 80 anos em cerca de 100 anos.

Apesar da vacinação ao longo da vida estar presente nas agendas intergovernamentais, tal como a Immunisation Agenda 2030 da OMS e a Decade of Healthy Ageing das Nações Unidas, globalmente, as taxas de imunização de adultos contra zona, gripe, pneumonia pneumocócica e tosse convulsa são subótimas, segundo o estudo “Influencing Action on Shingles Vaccination Policy” – realizado pela International Federation on Ageing.

Este estudo avaliou a política de vacinação contra a Zona em 14 países da Europa, salientando lacunas e apelando à importância de melhorar a sensibilização para as doenças evitáveis por vacinação, e a necessidade de aumentar as taxas de adesão à vacinação de adultos como uma ação preventiva fundamental para manter a saúde e o bem-estar dos adultos mais velhos.

A Zona, também conhecida por Cobrão ou Herpes Zoster, é uma doença causada pela reativação do vírus varicela-zoster. Depois de uma pessoa contrair varicela, habitualmente durante a infância, o vírus permanece adormecido no corpo desta durante toda a vida, não causando normalmente quaisquer sintomas. Contudo, com o aumento da idade, o sistema imunitário enfraquece naturalmente, o que pode permitir que o vírus varicela-zoster se reative, causando Zona. A complicação mais comum (30% dos casos) é a Nevralgia Pós-Herpética (NPH), caracterizada por uma dor incapacitante que pode durar de 3 a 6 meses, podendo em alguns casos persistir durante vários anos. A NPH pode causar ansiedade, depressão e insónia. Outras complicações podem incluir alterações da pele, envolvimento do olho e problemas de audição.

Opinião
São enormes os desafios que nos suscitam, não seria preciso falar tão somente em relação às pessoas

Cremos que o grande problema da sociedade civil global, é entender que a perda auditiva é uma deficiência invisível, e ao contrário do que se refere normalmente, não interessa apenas falar mais alto.

A deficiência auditiva tem de ser tratada, tem de ser acompanhada e exige reabilitação. E como noutras deficiências, é necessária uma acessibilidade adequada. Na verdade, discute-se as formas de como persuadir o empregador ou o recrutador, a escolher uma pessoa com uma deficiência em detrimento de uma pessoa sem deficiência. E isso é recorrente, e muitas vezes injusto! Num processo de recrutamento, as pessoas com deficiência(s) estão em menor número, e ainda por cima, partem em desvantagem por terem exatamente a(s) sua(s) incapacidade(s).

Um processo de recrutamento exige uma entrevista, e antes disso, o candidato envia o seu CV, e começa aqui a incerteza e a insegurança. Por mais válida que seja a pessoa com deficiência e que esta pretenda concorrer, expor à partida a deficiência no CV (seja ela auditiva, ou outra), pode ser alvo de discriminação ou exclusão por parte de quem está a selecionar

Atualmente, vêem-se imensas campanhas e mensagens alusivas a este dogma, mas sendo ele/a recrutador ou empregador, quando tem um leque de candidatos, com e sem deficiência(s), como exigir que as pessoas com deficiência partem de igual modo? Para além disso, uma pessoa com surdez tem dificuldades em ouvir ao telefone, acompanhar uma conversa (sendo esta, online ou presencial), e logo de início parte em desvantagem perante os restantes candidatos.

Existem atualmente as chamadas quotas, que requerem que a empresa seja sensibilizada a contratar “algumas” pessoas com deficiência. Também existem medidas de incentivo à contratação de pessoas com deficiência, em que a empresa pode obter partido de benefícios fiscais. No entanto, todas estas medidas têm sido ineficazes e insuficientes!

Uma pessoa com deficiência auditiva pretende ser contratada contando com determinados princípios e “handicaps”. Exigir uma responsabilidade de carácter comercial, por exemplo, pode ser de uma tremenda dificuldade. Mas poderíamos falar também em trabalhar numa fábrica ou prestar um serviço de atendimento ao público presencial. Assim como trabalhar em ruído num open-space, já o cúmulo seria trabalhar num call-center, como muitas vezes vemos anunciado. No entanto, a pessoa com deficiência auditiva é alguém que pode assumir funções de carácter mais técnico, de trabalho mais minucioso, que exige maior concentração, e rigor.

Depois poderíamos ainda afirmar que em muitos empregos, a pessoa com deficiência ainda é vista como um “elemento escravo”, que é mal remunerado ou quando é selecionado o empregador muitas vezes exige que tenha uma remuneração inferior, no pressuposto que só nessa condição o possam escolher. E aqui, somos muito críticos, pois se uma pessoa sem deficiência é paga em determinado valor, o esforço requerido por uma pessoa com deficiência é muito maior, e por isso deveria ter uma compensação.

As pessoas com deficiência auditiva, necessitam de ter recursos ao seu dispor, usar tecnologias assistivas: quando têm reunião ou para comunicação oral necessitam de legendagem; ou de um sistema FM ou sistema de Bluetooth, que emita o que é referido para os próprios dispositivos de apoio à escuta (aparelho ou processador de implante auditivo). Os sinais visuais, como iluminação, ecrãs, informação visual, são muito importantes. Não nos esqueçamos, que quando uma pessoa tem uma deficiência sensorial, os restantes sentidos são mais apurados, e estes devem ser prevalecidos, como a visão em pessoas com deficiência auditiva.

Apesar dos ensinamentos deste artigo, a questão continua a pairar no ar: o que temos de fazer para que uma pessoa com deficiência (seja ela auditiva, ou outra) seja contratada, e quais os benefícios que uma empresa pode ter em contratar uma pessoa com deficiência? Quais as medidas? E na mobilidade, se uma pessoa com deficiência quiser assumir um desafio no estrangeiro? Aqui residem muitas questões, e só podemos compreender que ainda há muito a fazer, apesar do tema da inclusão social ser cada vez mais debatido, e é neste tema que as entidades governamentais deverão focar-se mais.

É um problema na atualidade, que cada vez mais pessoas com deficiência encontram-se desempregadas à procura de uma oportunidade digna, e que lhes garanta o futuro, e com menos dependência do Estado. Mas existirá motivação e vontade para isso?  

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Entrevista | Dra. Catarina Carvalheiro, Unidade de Pulmão do Centro Clínico Champalimaud
São vários os estudos que demonstram que a Reabilitação Respiratória tem um impacto extremamente pos

Embora quase sempre se oiça falar de Reabilitação Respiratória associada ao tratamento das Doenças Respiratórias Crónicas, como é o caso da DPOC, a verdade é que este programa é também essencial no tratamento do doente com neoplasia do pulmão. Neste sentido, peço que nos explique em que consiste a Reabilitação Respiratória e, no caso do cancro do pulmão, em que momentos pode ou deve ser incluída?

A Reabilitação Respiratória (RR) deve ser uma parte integrante do percurso de um doente com neoplasia do pulmão.

Apesar de a evidência científica sobre os benefícios da RR ser maior em doentes com doença pulmonar obstrutiva crónica, os doentes com neoplasia do pulmão fazem parte da lista de doenças respiratórias que podem beneficiar de programas de RR, da Direção Geral de Saúde.

A RR é uma intervenção abrangente que inclui várias intervenções terapêuticas desenhadas individualmente para melhorar o desempenho físico e psicossocial do doente e promover a adesão a longo prazo a comportamentos e estilos de vida que beneficiam a saúde. Deste modo, nos doentes com neoplasia do pulmão os programas de RR podem ser implementados em qualquer altura do percurso da doença adaptados às necessidades de cada doente, a cada momento.

Nos doentes com patologia respiratória grave de base, os programas de RR podem ser contínuos, com fases mais intensivas e fases de manutenção. Nos doentes com neoplasia do pulmão submetidos a cirurgia, a RR pré-operatória, serve para otimizar a capacidade respiratória de alguns doentes nos quais se prevê que a recuperação após a cirurgia possa ser mais complicada devido a alterações nas provas respiratórias e pode mesmo tornar viável a opção cirúrgica em doentes que à partida, pela sua diminuída capacidade respiratória, não eram candidatos ao tratamento cirúrgico. Já a RR pós-operatória é mandatória para uma recuperação mais célere da capacidade respiratória e para os doentes mais rapidamente voltarem a realizar as atividades quotidianas sem incapacidade após a cirurgia, geralmente por um período de 8 a 12 semanas.

De relembrar que a RR pode ter benefício não só em doentes submetidos a tratamento cirúrgico, mas também nos doentes submetidos a outros tratamentos como sejam a radioterapia e mesmo as terapêuticas sistémicas (quimioterapia, imunoterapia, terapêuticas alvo).

Quais os grandes benefícios da RR no doente com neoplasia do pulmão?

Os programas de RR contribuem para a melhoria da tolerância ao esforço, diminuição dos sintomas e aumento da funcionalidade, que se traduzem numa expressiva melhoria na autonomia dos doentes e na autogestão da doença resultando numa melhoria da qualidade de vida. No período peri-operatório diminuem a ocorrência de complicações pulmonares pós-operatórias, a duração do internamento e os custos relacionados com a saúde.

Uma vez que programa deve ser sempre adaptado às necessidades de cada doente e que este deve ser acompanhado por uma equipa disciplinar, que profissionais integram a equipa que segue estes doentes? Quais as necessidades específicas deste grupo de pessoas com doença oncológica?

Os programas de RR são constituídos por uma equipa multidisciplinar experiente composta por médicos, fisioterapeutas, enfermeiros, psicólogos, nutricionistas, cardiopneumologistas e terapeutas ocupacionais. Os doentes com neoplasia do pulmão devem ser sempre acompanhados por um médico, geralmente o seu Oncologista, que auxilia na adequação dos programas de RR à situação clínica para retirar o melhor benefício dos tratamentos de RR em cada momento da evolução da doença (diferentes tratamentos, agravamento/melhoria clínica).

Uma vez que falamos de cancro do pulmão, quais os tipos mais frequentes, as causas e quais os cuidados a ter em matéria de prevenção?

O cancro do pulmão é um dos cancros mais frequentes e existem dois tipos principais: o cancro do pulmão de não-pequenas células (80-85% dos casos) e o cancro do pulmão de pequenas células. O cancro do pulmão de não-pequenas células tem três subtipos: o adenocarcinoma (mais frequente), o carcinoma de células escamosas (ou carcinoma epidermoide) e o carcinoma de grandes células. O tabagismo é o principal fator de risco de cancro do pulmão e o mais bem estudado, estimando-se que seja responsável por 90% dos casos de cancro do pulmão nos homens e 80% dos casos nas mulheres. O fumo passivo, fatores ambientais, exposição ocupacional e associações genéticas são fatores de risco não tão bem estudados. A prevenção é essencial e passa por medidas de vida saudável: não fumar, evitar ambientes com fumo, ser fisicamente ativo, manter um peso saudável e ter uma dieta saudável (evitar fast food, evitar carnes vermelhas e carnes processadas, limitar o consumo de refrigerantes/bebidas açucaradas, limitar o consumo de álcool).

Quais as faixas etárias mais afetadas pela neoplasia do pulmão? Quais os grandes desafios no tratamento destes doentes?

O cancro do pulmão, como quase todos os tipos de cancro, é mais frequente em pessoas mais velhas, sendo a maioria dos diagnósticos de cancro de pulmão acima dos 65 anos e a incidência em Portugal mais elevada na faixa etária dos 70 aos 74 anos de idade. No entanto, também por uma melhoria da capacidade diagnóstica, verifica-se uma tendência de aumento dos diagnósticos de cancro do pulmão em doentes mais jovens e mulheres, muitos destes não relacionados com o tabaco. O maior desafio no tratamento do cancro do pulmão é conseguir fazer o diagnóstico o mais precocemente possível, em estadios precoces da doença, para poder oferecer um tratamento.

Sabendo que a Reabilitação Respiratória é uma intervenção com demonstrada evidência científica e é custo-eficaz, o que falta fazer para melhorar a situação da RR em Portugal? Quais as estratégias possíveis para alargar os programas de RR a todos os doentes que deles poderão beneficiar?

Atualmente os programas de RR em Portugal ainda não apresentam uma distribuição equitativa e na totalidade do território, embora já exista evidência científica do benefício desta intervenção e da sua custo-efetividade. É necessário um maior investimento nesta área não só a nível público, mas também privado e que envolva também os sistemas de saúde/seguradoras uma vez que estas intervenções têm um custo que por vezes os doentes não conseguem suportar individualmente. São necessários mais programas de RR em todo o país adequados às necessidades da população, desde os Cuidados de Saúde Primários, com programas de base comunitária até ao nível hospitalar, que permitam que todos os doentes que beneficiem possam usufruir desta terapêutica tão importante.

Na sua opinião, por que motivo não há um maior investimento nos programas de Reabilitação Respiratória?

A falta de investimento nesta área está relacionada com o desconhecimento das mais-valias desta intervenção por parte dos profissionais de saúde, dos sistemas de saúde/seguradoras, dos doentes e da população em geral, sendo necessária formação abrangente não só da comunidade médica, mas também da população e dos decisores financeiros para a melhoria do acesso aos programas de RR.

Quais as principais manifestações clínicas a que todos devemos estar atentos?

Geralmente os estadios iniciais de cancro do pulmão não causam sinais ou sintomas, aparecendo estes mais tarde na evolução da doença. Devemos estar atentos a uma tosse que não resolve em 3 semanas ou uma tosse que demora a passar e vai piorando, expetoração com sangue, infeções respiratórias frequentes, dor torácica à respiração ou à tosse, dificuldade em respirar persistente, cansaço persistente ou falta de energia, perda de apetite ou perda de peso não intencional. Outros sintomas menos comuns podem ser: dificuldade ou dor ao engolir, voz rouca, pieira ao respirar, edema da face ou do pescoço, dor torácica ou dor no ombro persistente. Nestas situações deve ser contactado o médico assistente.

No âmbito deste tema, que mensagem gostaria de deixar?

Para a melhoria dos indicadores de cancro do pulmão no nosso país é necessário investimento desde a prevenção até ao tratamento. É imperativo investir na prevenção com implementação de medidas de vida saudável e no diagnóstico precoce com implementação de programas de rastreio de grupos de risco. A reabilitação respiratória é uma terapêutica com benefícios indiscutíveis na melhoria da qualidade de vida e na redução dos custos em saúde, pelo que o investimento nesta área é imprescindível para melhorar a vida dos nossos doentes e, assim, do nosso país.

 

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Em parceria com a Baxter
O Hospital Professor Doutor Fernando Fonseca (HFF) acaba de inaugurar o primeiro Centro de Treino de Nutrição em Neonatologia...

O Centro de Treino de Nutrição em Neonatologia vai disponibilizar um programa de formação multidisciplinar, que será pioneiro a nível nacional na formação de profissionais de saúde. Tem como base o conhecimento científico e clínico disponível, bem como as estratégias nutricionais adequadas, de modo a melhorar o aporte nutricional fornecido aos recém-nascidos pré-termo internados nas instituições hospitalares.

Este projeto pretende contribuir para a partilha de conhecimentos e avanços científicos na área da nutrição neonatal. Nos seus objetivos está igualmente previsto o contributo de especialistas internacionais para a divulgação de boas-práticas e guidelines na área da nutrição em Neonatologia.

Todos os dias nascem 17 bebés prematuros em Portugal. A taxa global de prematuridade é de 10%, abaixo das 37 semanas de gestação1, e de 1% em recém-nascidos com idade gestacional inferior a 32 semanas.

A nutrição de um recém-nascido pré-termo é considerada uma emergência nutricional. Quanto menor a idade gestacional ao nascimento, mais vulnerável é este recém-nascido do ponto de vista nutricional. O objetivo da nutrição neonatal é conseguir alcançar o crescimento e desenvolvimento semelhantes aos do feto in útero.

Nutrir um prematuro é um desafio enfrentado diariamente numa Unidade de Cuidados Intensivos Neonatais. Cada recém-nascido apresenta características, necessidades e desafios específicos que exigem uma adaptação da nutrição. Os bebés com idade gestacional inferior a 32 semanas apresentam desafios de nutrição acrescidos, como a imaturidade do trato gastrointestinal e ausência de reflexos de sucção e deglutição, pelo que é alimentado por via intravenosa através de nutrição e até ao estabelecimento da via entérica (oral).

Os desafios de um recém-nascido pré-termo também se estendem às famílias, sendo muito importantes as estratégias de capacitação da mãe para o aleitamento materno no contexto na prematuridade. Todas estas questões serão abordadas no Centro de Treino de Nutrição em Neonatologia do HFF.

“A Neonatologia tem tornado possível a sobrevivência de bebés prematuros cada vez mais pequenos e com menos sequelas. São extraordinários os avanços científicos, tecnológicos e humanos numa especialidade com apenas 50 anos, mas o conhecimento da nutrição minuciosa do prematuro em cada etapa do seu desenvolvimento é relevante na vida destes bebés.  O Centro de Treino de Nutrição em Neonatologia do HFF quer levar estes avanços a mais profissionais e ser um centro de excelência em nutrição neonatal. Os nossos bebés merecem! São uns heróis que desafiam todas as probabilidades!”, refere Rosalina Barroso, Diretora do Serviço de Neonatologia do HFF.

“Esta parceria entre o Hospital Prof. Doutor Fernando Fonseca e a Baxter reforça a qualidade da estratégia implementada pelo Hospital no que diz respeito à nutrição do recém-nascido pré-termo. Trata-se do primeiro Centro de Treino de Nutrição em Neonatologia a nível nacional, e representa um contributo importante para os profissionais de saúde, com vista a mais e melhores cuidados em Neonatologia”, Filipe Granjo Paias, Country Lead Baxter Portugal.

27 de abril
O talk-show Dermatoque, iniciativa da Lilly Portugal, está de volta e estreia a 2.ª temporada no dia 27 de abril, às 21h00....

“Real World Evidence na Dermatite Atópica e Psoríase” é o tema abordado na voz dos médicos dermatologistas Tiago Torres, presença assídua nesta iniciativa, Pedro Mendes Bastos e Margarida Gonçalo, assegurando o rigor científico e a partilha de conhecimento em dermatologia. Nesta sessão, vão procurar conversar sobre a importância dos dados de vida real (RWE), cuja obtenção tem tido um interesse crescente na comunidade científica, e de que forma é que estes dados podem complementar a evidência recolhida em âmbito de ensaio clínico.

O evento decorrerá em formato online, com transmissão em direto, e possibilidade de colocar questões através do chat disponível. As inscrições podem ser feitas aqui.

 

Entrevista
Obstrução nasal persistente, secreções nasais que podem ser mucopurulentas, dor ou pressão na face e

Estimando-se que afete 5% da população adulta europeia, a rinossinusite crónica é já considerada um problema de saúde pública pelo seu impacto na qualidade de vida e custos de saúde associados. Assim, começo por perguntar em que consiste, quais as manifestações clínicas associadas e quais os critérios para o seu diagnóstico?

Dr. Gil Coutinho - A rinossinusite crónica é uma doença que afeta o nariz e os seios perinasais e que consiste numa inflamação e irritação persistente (duração superior a 12 semanas) do revestimento, ou seja, da mucosa destas estruturas. Sendo uma patologia crónica, a rinossinusite crónica afeta os doentes por longos períodos, geralmente durante vários anos ou décadas.

É uma entidade frequente, estimando-se que a sua prevalência ronde os 5 a 10% na Europa e os 2,5% em Portugal. Atualmente, é considerado um problema de saúde pública pelo seu grande impacto na qualidade de vida, no absentismo laboral (média de 5,67 dias/ano) e nos custos de saúde, sendo responsável por mais de 7% de toda a prescrição anual de antibioterapia nos EUA.

Para melhor compreensão e de uma forma simplificada, a rinossinusite crónica poderá ser dividida em rinossinusite sem pólipos nasais e em rinossuniste com pólipos nasais. No subtipo de rinossuniste crónica com pólipos nasais ocorre o desenvolvimento de pólipos nasais que consistem em pequenas massas benignas que crescem dentro da cavidade nasal e dos seios perinasais.

Quais as causas associadas à rinossinusite?

Dr. Gil Coutinho - O nosso conhecimento sobre as diferentes formas de rinossinusite tem tido avanços muito significativos ao longo dos últimos anos. No entanto, ainda não é totalmente compreendido o porquê de algumas pessoas desenvolverem rinossunisite crónica e outras não. É provável que cada paciente com rinossinusite crónica tenha uma combinação de vários fatores diferentes, que se unem para produzir inflamação persistente nos seios perinasais.

Alguns desses fatores conhecidos são: fatores genéticos; presença de asma; intolerância aos anti-inflamatórios não esteroides; deficiências do sistema imunitário; infeções víricas; bactérias; tabagismo; e poluição.

Assim, a rinossinusite crónica pode ter origem na doença nasal (primária); mais raramente, ocorrer como parte de uma doença multissistémica (como a fibrose quística ou a imunodeficiência); ou secundária a infeções dentárias.

A partir de que idade podem surgir os primeiros sintomas? As suas manifestações clínicas são diferentes na infância?

Dr. Gil Coutinho - Estima-se que a prevalência da rinossinusite crónica na infância se situe entre os 2 e os 4%. Apesar de ser muito menos comum do que no adulto, o impacto da rinossinusite na qualidade de vida e na saúde das crianças é muito significativo, sendo mais expressivo do que a asma, a epilepsia ou o défice de atenção e a hiperatividade.

Os sintomas da rinossinusite na infância são geralmente menos evidentes, uma vez que nas crianças a incapacidade para a sua comunicação e descrição torna mais difícil a sua perceção. Simultaneamente, poderá ser um desafio fazer a distinção entre os sintomas da rinossinusite e os de outras patologias frequentes nesta faixa etária (como as alergias e a hipertrofia das adenóides).

Sumariamente, os sintomas e a duração da rinossinusite crónica na infância são semelhantes aos do adulto, com exceção da presença da tosse, muito mais frequente na rinossinusite em idade pediátrica.

Qual o tratamento da rinossinisite crónica?

Dr. Gil Coutinho - A rinossinusite crónica é, na maioria dos casos, uma doença persistente, mas que poderá ser controlada com uma combinação de tratamentos médicos e cirúrgicos.

Assim que se diagnostica a rinossinusite crónica, o paciente deve iniciar um tratamento prolongado. Na maioria dos casos, o tratamento inicial consiste nas lavagens nasais diárias com soluções salinas (água do mar ou soro fisiológico, por exemplo) em associação com a aplicação de corticoide tópico nasal.

Se este tratamento não for suficiente para melhorar os sintomas, poderão ser adicionadas, ocasionalmente, outras medicações como os descongestionantes nasais, o antibiótico ou o corticoide sistémico (oral ou endovenoso). Contudo, estes tratamentos não devem ser utilizados por rotina, uma vez que apresentam importantes efeitos secundários.

Quando um paciente já faz o máximo de medicação, mas os sintomas ainda afetam a sua qualidade de vida, poderá estar indicada cirurgia.

A cirurgia tem como objetivo a remoção da carga inflamatória, do muco nasal e, quando presentes, dos pólipos nasais. Permite ainda a melhoria da ventilação dos seios perinasais e é realizada através de uma endoscopia nasal, ou seja, sem incisões ou alterações estéticas do nariz.

A cirurgia endoscópica nasossinusal permite desobstruir a cavidade nasal, melhorando a função respiratória e permitindo que os corticoides nasais atinjam de forma mais eficaz a mucosa do nariz e os seios perinasais.

Quais as complicações associadas a esta patologia? E que fatores contribuem para o seu agravamento?

Dr. Gil Coutinho - As complicações da rinossinusite crónica são raras, mas potencialmente graves e ocorrem por alterações da anatomia dos seios perinasais, por atingimento de estruturas vizinhas, ou por agravamento da inflamação das vias aéreas.

Assim, a rinossinusite crónica pode levar ao agravamento dos seus sintomas ao longo do tempo por crescimento exagerado do osso dos seios perinasais e dos pólipos, o que reduz a sua ventilação, a drenagem de muco a aumenta a inflamação.

Por outro lado, a rinossinusite pode causar infeção local grave que atinge as estruturas da órbita ou, ainda mais raramente, do compartimento intracraniano, onde se encontra o sistema nervoso central.

Por último, é bem conhecida a relação entre a rinossinusite não controlada e o agravamento de infeções respiratórias superiores e da asma.

Entre outros fatores, o agravamento da rinossinusite ocorre quando a medicação não é administrada da forma apropriada; na presença de infeções respiratórias; quando existe imunodeficiência; na exposição ao tabaco e, no caso particular das crianças, na presença de hipertrofia das adenoides.

Muitas das pessoas com este diagnóstico apresentam a chamada Polipose Nasal. Que fatores condicionam o desenvolvimento de pólipos nasais?

Dr. Fernando Vales  - Rinossinusite crónica (RSC) define-se como inflamação da mucosa nasal e dos seios perinasais provocando, em geral, obstrução nasal, secreções e dor ou pressão na face, bem como redução ou perda do olfato e tosse, com duração de 12 semanas ou mais.

Pode ou não haver desenvolvimento de pólipos nasais no decurso da doença, que tem diversas variantes, bem como diferentes fisiopatologias subjacentes.

Na RSC, a mucosa nasal, que serve como barreira que modula a interação do sistema imunológico do hospedeiro com o ambiente está rompida, resultando em inflamação crónica e levando à remodelação tecidular e ao aparecimento de sintomas clínicos. A remodelação dos tecidos sino-nasais dá origem aos pólipos nasais responsáveis por muitos dos sintomas apresentados.

A que sintomas devemos estar atentos e quando devemos procurar um especialista?

Dr. Fernando Vales - Os sintomas caracterizam-se por obstrução nasal persistente, secreções nasais que podem ser mucopurulentas, dor ou pressão na face e redução ou perda do olfato por 12 semanas ou mais.

O doente deverá recorrer inicialmente ao seu médico assistente, que iniciará o tratamento médico apropriado. Se após estes tratamentos iniciais os sintomas persistirem, deverá ser orientado para o médico especialista.

Há, no entanto, sintomas e sinais que podem indicar uma complicação grave e que obrigam a referenciação imediata ao médico especialista, nomeadamente a redução da acuidade visual, dor de cabeça intensa, inchaço do olho, visão dupla, sinais de alteração neurológica ou de infeção generalizada e hemorragia nasal.

Como se trata a Polipose Nasal? Em que casos deve ser considerada a cirurgia?

Dr. Fernando Vales - O tratamento deve ser adequado a cada paciente e individualizado, visando obter o controlo sintomático da doença. Consiste em lavagens nasais com soluções salinas, corticoides tópicos ou orais e, se o doente for alérgico, o uso de anti-histamínicos deve ser considerado. Na suspeita de infeção usam-se antibióticos. O objetivo do tratamento é alcançar o controlo satisfatório dos sintomas com a menor terapia possível.

Se os sintomas persistirem após 2-3 meses de tratamento médico apropriado deve ser considerada a opção de tratamento cirúrgico.

Os pólipos nasais podem voltar a surgir, mesmo depois de extraídos?

Dr. Fernando Vales - Dado ser uma doença crónica, a cirurgia endoscópica nasal tem como objetivo, além da remoção dos pólipos nasais, restituir a fisiologia nasal normal, permitir uma ventilação adequada, facilitar a depuração mucociliar e a aplicação de tratamentos tópicos, com consequente alívio sintomático.

A cirurgia é uma etapa do tratamento, devendo ser mantido o tratamento médico após a cirurgia, dado que os pólipos podem recidivar. Estudos mostram taxas de cirurgia de revisão de 11% em 3 anos, 21% em 5 anos e 25% em 10 anos.

A presença de pólipos nasais com asma brônquica e alergia concomitantes está associada a um maior risco de recidiva.

Na recorrência da polipose, após tratamento cirúrgico adequado e em casos graves, pode haver indicação para tratamento com medicamentos biológicos (anticorpos monoclonais).

O que fazer em matéria de prevenção? Qual a importância da adesão à terapêutica?

Dr. Laurentino Mendes Leal - O acontecimento central da doença é a resposta inflamatória descontrolada. A origem desta resposta inflamatória exagerada reside numa interação multifactorial entre fatores sistémicos, o indivíduo e o ambiente. Os fatores sistémicos incluem doenças como a fibrose cística, imunodeficiências, algumas doenças autoimunes, a doença respiratória exacerbada pela aspirina e até mesmo o refluxo de ácido gástrico. Os fatores ambientais possivelmente envolvidos incluem as alergias respiratórias (rinite alérgica e asma), a poluição ambiental e o tabagismo. A prevenção deve incidir nos fatores que são controláveis, como seja a cessação tabágica, o controle medicamentoso da doença alérgica e do refluxo, e no tratamento das doenças que podem potenciar o surgimento da polipose nasal. O tratamento médico base da rinossinusite com pólipos, que se baseia nas lavagens nasais e na aplicação local de corticoides deve ser mantida de forma consistente. O objetivo do tratamento é o controle da inflamação, minorando ou anulando os sintomas nasais com a melhoria da qualidade de vida do doente. Quando há adesão ao tratamento base, verificamos um bom controle da doença numa percentagem significativa dos doentes. Quando este objetivo não é conseguido, é necessário escalar o tratamento com corticoterapia sistémica, e antibioterapia se houver infeção bacteriana associada. A cirurgia surge como opção de tratamento quando o controle da doença não é possível com os vários tratamentos médicos.

Quais a complicações associadas à Polipose Nasal?

Dr. Laurentino Mendes Leal - A inflamação não controlada nasal conduz ao aumento progressivo do volume dos pólipos nasais e as principais complicações estão associadas à obstrução nasal: além da ausência de uma respiração nasal eficaz, estes doentes vão ter o olfacto e paladar seriamente reduzidos e apresentam maior predisposição para as infeções nasais. O crescimento dos pólipos com consequente aumento da pressão pode levar a alterações das estruturas vizinhas (cérebro e olhos) e a dismorfia da face, pelo alargamento do nariz. O mau controle dos pólipos nasais aumenta a gravidade da asma. A obstrução nasal crónica provocada pelos pólipos nasais, associada à obrigatoriedade de respiração oral por estes doentes, pode ser um fator predisponente para a roncopatia e a apneia obstrutiva do sono.

E neste sentido, quais os doentes em risco?

Dr. Laurentino Mendes Leal - Os doentes em risco são sobretudo os que não estão diagnosticados e a cumprir os planos terapêuticos. Com as modalidades de tratamento médicas e cirúrgicas disponíveis, consegue-se um bom controle da doença, com consequente reflexo na qualidade de vida dos doentes.

Qual o impacto socioeconómico desta patologia?

Dr. Laurentino Mendes Leal - O impacto socioeconómico é enorme. Esta doença tem um impacto na qualidade de vida provavelmente superior ao da insuficiência cardíaca. Esta diminuição da qualidade de vida vai ter reflexo na diminuição da produtividade profissional e no maior número de ausências ao trabalho. Por outro lado, os custos com os tratamentos também são consideráveis. Estamos a falar da utilização crónica de medicação, possivelmente, durante toda a vida do doente e da realização de cirurgias, com custos associados aos internamentos hospitalares.

No âmbito deste tema, que conselhos gostariam de deixar?

Dr. Laurentino Mendes Leal - Deixo apenas dois conselhos: 

  1. Se verificarem obstrução nasal progressiva, pressão na face ou diminuição progressiva do olfato, devem procurar ajuda médica.
  2. Relativamente aos doentes com o diagnóstico da rinossinusite crónica com polipose nasal, mantenham de forma consistente os tratamentos nasais. São eles que vão controlar a inflamação que está na base desta doença respiratória.

Dr. Fernando Vales - Os sintomas de RSC não devem ser descurados, sendo essencial a procura de ajuda médica atempada, uma vez que, na atualidade e com tratamento adequado, é possível melhorar de forma significativa a qualidade de vida do doente com RSC e polipose nasal.

Dr. Gil Coutinho - Procure os cuidados médicos de um otorrinolaringologista se suspeitar que tem rinossinusite crónica. Esta suspeita pode surgir porque:

  • Tem os sintomas que podem dever-se à rinossinusite crónica: obstrução nasal; diminuição do olfato; corrimento nasal; peso/dor na face;
  • Viu no interior do seu nariz estruturas que se assemelham à descrição de pólipos nasais.

Cessação tabágica: parar de fumar é a atitude mais eficaz para melhorar a saúde e a longevidade. Em relação à rinossinusite, sabemos que fumar piora os sintomas da rinossinusite crónica e que parar ajuda a controlá-los.

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
27 de abril
A Associação Portuguesa Contra a Leucemia (APCL) promove a terceira edição do grupo de apoio para doentes com Mieloma Múltiplo ...

“Os grupos de apoio emocional para doentes com MM da APCL oferecem um espaço seguro, confidencial e acolhedor para que as pessoas partilhem as suas experiências, sentimentos e preocupações com outras pessoas que estão a passar ou já passaram pelo mesmo processo, acompanhados por uma psicóloga clínica.”, explica Andreia Cardoso. “A possibilidade de participar num grupo de apoio emocional pode ter um impacto positivo e significativo na qualidade de vida de uma pessoa com Mieloma Múltiplo. Pode ajudar a reduzir o sentimento de isolamento, melhorar a autoestima e a confiança, além de contribuir para uma aprendizagem de estratégias de gestão emocional. Também o sentimento de pertença a uma comunidade pode ser muito reconfortante e fortalecedor, especialmente em momentos difíceis.”, acrescenta a especialista em psicologia.

Diagnosticada com Mieloma Múltiplo, Filipa Lopes integra um dos grupos de apoio da APCL que tiveram início anteriormente. “Participar num grupo de apoio a doentes com MM significa aprender a gerir sentimentos que surgem durante as diferentes fases da doença, sempre com a ajuda da Andreia. É um local seguro para partilhar todos os medos e inseguranças, mas também as alegrias e conquistas. É conectar com pessoas que já passam ou estão a passar pelo mesmo”, partilha Filipa.

A primeira sessão do grupo de apoio terá a duração aproximada de uma hora e meia. As sessões estão limitadas a oito participantes. A inscrição é obrigatória e deve ser feita por email para [email protected].

Para mais informações pode consultar a página da APCL aqui.

 

Acordo
A Moderna, Inc., empresa de biotecnologia pioneira em terapias e vacinas de RNA mensageiro (mRNA), e a IBM (NYSE: IBM),...

“Desde a nossa criação, sempre demos o nosso melhor para estarmos na vanguarda da tecnologia de ponta, tirando partido de inovações para oferecer o melhor impacto possível às pessoas por meio de medicamentos de mRNA”, disse Stéphane Bancel, CEO da Moderna. “Estamos entusiasmados em estabelecer uma parceria com a IBM a fim de desenvolver novos modelos de IA para avançar com a ciência do mRNA, para nos prepararmos  para a era da computação quântica e para ter o nosso negócio pronto para estas tecnologias revolucionárias. Procuramos alcançar avanços disruptivos através da computação quântica, por isso estamos agora a investir na construção de uma força de trabalho preparada para a computação quântica, de forma a estarmos preparados para tirar o máximo partido da potencialidade desta tecnologia”.

 “O propósito da IBM é ser o catalisador para fazer o mundo funcionar melhor, sendo esta parceria com a Moderna exemplo disso mesmo. Estamos a testemunhar uma revolução no mundo da computação, impulsionada por avanços extraordinários em IA e computação quântica”, disse Dr. Darío Gil, vice-presidente sénior e diretor da IBM Research. “A Moderna poderá tirar partido dos nossos esforços de investigação de vários anos em IA generativa para terapias que podem permitir que os cientistas entendam melhor como as moléculas se comportam e que podem facilitar a criação de outras totalmente novas. Também estamos entusiasmados em trabalhar com a Moderna para os ajudar a preparar os seus cientistas em termos de conhecimento e de utilização das tecnologias de computação quântica da IBM líderes do setor, com o objetivo de acelerar a descoberta e a criação de novas terapêuticas”.

Desenvolvimento de competências de computação quântica para a concepção de medicamentos mRNA

A computação quântica é uma tecnologia emergente e transformadora que utiliza os princípios da mecânica quântica para resolver problemas demasiados complexos para os computadores clássicos. Os cientistas da Moderna irão explorar como a tecnologia quântica pode ser aplicada a problemas anteriormente irresolúveis pelos computadores clássicos. Juntas, as empresas irão tirar partido do potencial de aplicação de abordagens quânticas aos desafios científicos da Moderna.

A Moderna irá participar no programa IBM Quantum Accelerator e na IBM Quantum Network. Sob o acordo, a IBM irá disponibilizar acesso a sistemas de computação quântica, bem como a especialistas que possam ajudar a Moderna a explorar casos de uso de ciências da vida que sejam inovadores e potenciados por tecnologias quânticas.

Modelos de IA para o desenvolvimento de medicamentos de mRNA

Os cientistas da Moderna e da IBM irão aplicar o MoLFormer, um modelo fundacional de IA que pode ajudar os cientistas a prever as propriedades de uma molécula e a entender as características de potenciais medicamentos mRNA. O objetivo da Moderna será usar o MoLFormer para ajudar a otimizar as nanopartículas lipídicas, que encapsulam e protegem o mRNA à medida que viaja pelo corpo, e o mRNA, que atua como instruções para as células a fim de combater a doença. Sob esta iniciativa, a Moderna e a IBM irão combinar descobertas de ponta com IA generativa para criar medicamentos mRNA com segurança e desempenho elevados.

Entrevista | Inês Alves, Presidente da ANDO - Associação Nacional de Displasia Ósseas
O segundo grande evento da ANDO – Associação Nacional de Displasia Ósseas, a decorrer nos dias 29 e

A realizar-se nos dias 29 e 30 de abril e sob o tema "À Descoberta do Conhecimento e Vivências", o que se pode esperar do 2º Congresso ANDO?

O congresso está estruturado para ser uma oportunidade de encontro pessoal e interpessoal com foco na partilha de informação sobre diferentes temas, de novos conhecimentos e de experiências entre os participantes.

Será um evento internacional com representação de diversas entidades relacionadas com cuidados multidisciplinares em condições ósseas raras e investigação, assim como abordagens psicossociais e dinamização da atividade física entre pessoas com diversidade funcional, como é o caso de pessoas com displasia óssea.

A edição deste ano conta com algumas novidades. Pode desvendar um pouco sobre algumas das atividades que vão acontecer?

Será abordado o tema da nutrição nas displasias ósseas, uma sessão de grupo de dinâmicas psicossociais e de movimento físico, numa perspetiva científica e prática: com mostra de várias modalidades de atletismo e de dança.

Qual a importância da organização de um evento como este Congresso?

O foco são as pessoas que vivem de uma forma direta ou indireta uma displasia óssea. Este evento é um estímulo a dar passos para aceitação do diagnóstico, partilha de experiências, de convívio e de aquisição de novas informações e aumento da literacia em saúde e participação ativa das pessoas e famílias nas decisões em saúde.

Quais os principais temas em discussão? Que especialidades médicas estarão presentes?

Entre as diversas sessões estão incluídos temas como diagnóstico pré e pós-natal de displasias ósseas, reabilitação física em pediatria e adultos, inovação terapêutica e investigação, movimento e atividade física, nutrição, passando pela inclusão e desafios profissionais, cultura e turismo acessível.

Para além de temas médicos, uma parte das intervenções centram-se em questões práticas que afetam as pessoas com Displasias Ósseas no seu quotidiano, como é o caso da empregabilidade, atividade física ou nutrição. Qual a importância de abordar estes temas?

A ANDO idealizou este congresso também para ter um sentido prático e de utilidade real. Todos os fatores citados fazem ou podem fazer parte do dia a dia, mas há desafios aumentados para as pessoas com displasias ósseas. Daí, a importância de partilhar informação e novas visões sobre estes temas.

Na sua opinião, quais as principais necessidades destas pessoas e suas famílias que ainda estão por cumprir? O que precisa ser feito, em termos sociais e médicos, por exemplo, para melhorar o dia-a-dia da pessoa com Displasia Óssea?

No sentido de conhecer as reais necessidades e prioridades de pessoas com displasias ósseas, a ANDO criou um questionário, para o qual convidamos todas as pessoas com uma displasia ósseas e pais/cuidadores de crianças a responder. Com as informações obtidas, a ANDO poderá reavaliar as prioridades de ação implementadas até agora de forma a dar respostas mais dirigidas.

O questionário está disponível até 25 de abril e pode ser encontrado aqui: https://www.andoportugal.org/noticias/questionario-prioridades-e-necessidades-nas-displasias-osseas.html

No âmbito da realização deste Congresso, que mensagem ou apelo gostaria de deixar/fazer?

Um apelo à participação. Ainda existe muita resistência de pessoas com displasia óssea e famílias a dar o passo de conhecer outras pessoas e participar neste evento organizado com estes grandes objetivos: do autoconhecimento para a aceitação e mais informação para a participação.

Mais sobre o Congresso em: https://www.andoportugal.org/congresso-ando-2023/

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Sinais de alerta
A demência frontotemporal é uma forma de demência que afeta principalmente os lobos frontais e tempo

Os lobos frontais do cérebro são responsáveis por funções executivas, tais como a tomada de decisões, o planeamento e a resolução de problemas. Os lóbulos temporais, por seu lado, são importantes para a compreensão da linguagem e formação da memória. Na demência frontotemporal estas regiões do cérebro sofrem degeneração, levando a uma perda de capacidades cognitivas e comportamentais. As causas ainda não são completamente compreendidas, mas estima-se que as mutações genéticas e a acumulação anormal de proteínas no cérebro são fatores significativos para o seu desenvolvimento.

Embora possa ocorrer em pessoas de todas as idades, este tipo de demência é tipicamente diagnosticado em pessoas entre os 45 e os 65 anos de idade. Não obstante, poder ser identificada em faixas etárias mais baixas, entre os 20 e os 30 anos.

Os sintomas iniciais podem incluir alterações na personalidade e comportamento, tais como apatia, desinibição, e afastamento social. Os indivíduos podem também apresentar dificuldades em tomar decisões, impulsividade e dificuldade com a linguagem, incluindo dificuldade em encontrar palavras, compreender frases e expressar-se coerentemente.

À medida que a doença progride, os doentes podem sofrer novos declínios nas funções cognitivas e comportamentais, incluindo a perda de empatia, a perda de emoções e a falta de higiene. Podem também experimentar mudanças nos hábitos alimentares, nos padrões de sono e na mobilidade, podendo até necessitar de cuidados e assistência a tempo inteiro em atividades básicas da vida diária.

Atualmente, não existem medicamentos aprovados especificamente para o tratamento deste tipo de demência. Contudo, alguns medicamentos utilizados para tratar outras formas de demência, tais como inibidores da colinesterase, podem proporcionar algum alívio sintomático. Outros tratamentos, tais como terapia cognitivo-comportamental e terapia da fala, podem também ser benéficos na gestão dos sintomas e na melhoria da qualidade de vida dos indivíduos com demência frontotemporal.

Para além da medicação e terapia, há também mudanças no estilo de vida que podem ajudar a gerir os sintomas da doença, como seguir uma dieta saudável, a prática de exercício regula, o envolvimento em atividades sociais e, mais importante, a manutenção de uma rotina consistente.

Referências: 

https://alzheimerportugal.org/demencias-frontotemporais/

https://www.msdmanuals.com/pt-pt/casa/dist%C3%BArbios-cerebrais,-da-medula-espinal-e-dos-nervos/delirium-e-dem%C3%AAncia/dem%C3%AAncia-frontotemporal-dft

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Luís Alves Monteiro também participa na campanha ‘Viva! Para lá da depressão’
A triatleta olímpica Vanessa Fernandes acaba de se juntar, enquanto embaixadora, à campanha ‘Viva! Para lá da depressão’. Esta...

“O convite para ser embaixadora surgiu de uma forma muito natural. Comecei por ser convidada para partilhar o meu testemunho e depois surgiu o convite para ser embaixadora. Identifico-me bastante com o propósito da campanha e acredito que é preciso sensibilizar e abordar o tema da saúde mental e depressão com leveza, falar com abertura e sem vergonha”, afirma Vanessa Fernandes. “Esconder e não enfrentar esta realidade só contribui para a deterioração do ser humano”, acrescenta a atleta portuguesa com uma vida dedicada ao Alto Rendimento.

“A campanha nasceu da vontade de a Angelini Pharma promover a literacia dos portugueses sobre uma questão tão premente como é a saúde mental, e quebrar estigmas associados. É um grande privilégio termos ao nosso lado nesta missão a Vanessa, uma figura icónica do desporto português que representa um grande exemplo de superação.”, explica Andrea Zanetti, diretor-geral da Angelini Pharma. “Com a ajuda dos vários especialistas e testemunhos associados à campanha esperamos continuar a contribuir para o bem-estar e saúde mental da população”, acrescenta o responsável.

Luís Alves Monteiro, Presidente da Associação dos Atletas Olímpicos de Portugal (AAOP), é também um dos mais recentes convidados especiais da iniciativa. Em entrevista, que estará disponível em breve no site da campanha, o representante da AAOP explica que a saúde mental é fundamental para a alta performance dos atletas, evidenciando a importância de quebrar o tabu que está associado ao tema na sociedade civil.

Lançada em 2022 e agora com uma nova imagem, a campanha conta com um website dedicado onde estão disponíveis diversos conteúdos sobre saúde mental e conselhos que poderão ajudar na superação da depressão. Entre podcasts, vídeos e artigos, os conteúdos envolvem vários especialistas de renome, nas suas diversas áreas de especialidade, como psiquiatria, cuidados de saúde primários, psicologia, nutrição e exercício físico, entre outras, enquanto áreas complementares essenciais para o sucesso do tratamento da depressão.

São convidados dos próximos podcasts ou videocasts os psiquiatras Pedro Morgado, Pedro Zuzarte e Susana Almeida, que irão abordar, respetivamente, temas como: perturbações disruptivas do comportamento nas crianças e adolescentes, positividade e impacto psicológico das emoções positivas e depressão nos doentes oncológicos.

Projeto "EXCELScIOR" recebeu 2,5 milhões de euros
Na próxima quarta-feira, dia 26 de abril, a partir das 9 horas, vai decorrer a apresentação pública do projeto "EXCELScIOR...

O evento vai decorrer no Colégio da Trindade da Universidade de Coimbra (UC) e vai contar com diversas intervenções durante a manhã, nomeadamente do presidente do Centro de Neurociências e Biologia Celular da Universidade de Coimbra (CNC-UC) e do Centro de Inovação em Biomedicina e Biotecnologia (CIBB), Luís Pereira de Almeida; e do coordenador do “EXCELScIOR” e vice-presidente do CNC-UC, Paulo Oliveira.

Durante a tarde, pelas 16 horas, vai decorrer a intervenção do “ERA Chair Holder” do "EXCELScIOR", John Ioannidis, professor da Universidade de Stanford, nos Estados Unidos da América, considerado por Paulo Oliveira «um dos investigadores mais cotados a nível mundial, sendo a pessoa certa para criar este novo grupo de investigação». John Ioannidis vai apresentar a comunicação "Evaluating research practices and the academic reward system", que decorre também no Colégio da Trindade e que é aberta a todos os interessados. A sessão de apresentação pública do projeto vai ser encerrada pelo Reitor da UC, Amílcar Falcão.

Coordenado por Paulo Oliveira, investigador e vice-presidente do CNC-UC, o projeto «vai permitir criar um grupo de investigação muito forte na Universidade de Coimbra numa área muito relevante, a metaciência», explica o coordenador. «Sabemos que uma porção significativa da ciência que se faz tem problemas de reprodutibilidade, devidos a erros na conceção do processo científico. Este novo grupo da UC vai não só analisar a qualidade da ciência que se faz na Universidade de Coimbra nos mais variados domínios, como desenhar processos que levem a que a nossa ciência seja cada vez melhor, e sobretudo que tenha mais impacto», contextualiza Paulo Oliveira.

 

Iniciativa "Tour For Life"
O Centro Hospitalar Universitário de Coimbra (CHUC) recebe hoje o projeto "Tour For Life", que chega a Portugal com o...

O camião “Tour For Life” estacionou o seu módulo sobre rodas à porta do CHUC – polo Hospital Geral (vulgo Covões) para que os profissionais de saúde deste centro hospitalar possam utilizar as suas ferramentas e recursos. Durante o dia de hoje, realizam-se diversas atividades para aproveitar tudo o que o serviço oferece, desde treinos teóricos e práticos para cirurgiões especializados até simuladores para replicar cirurgias reais.

O objetivo da iniciativa "Tour For Life" é dar visibilidade à inovação e aproximar a formação contínua em cirurgia cardíaca dos profissionais de saúde e, assim, contribuir para melhorar a qualidade do atendimento aos doentes. Além disso, a utilização de uma unidade móvel como base, que carrega todo o equipamento necessário e fica estacionada no próprio Hospital, proporciona agilidade, conforto e economia de tempo.

Entre as técnicas que podem ser realizadas no camião encontram-se todas as relacionadas com os principais problemas cardíacos: substituição de válvulas, reparação cirúrgica de anomalias do músculo cardíaco, ablação cirúrgica com radiofrequência. A experiência inclui ainda simuladores de última geração que permitem testar in situ as últimas tecnologias e terapias.

Antes de chegar a Portugal, a “Tour For Life” passou pela Bélgica, Suíça, França, Reino Unido, Irlanda e Espanha com sucesso. Depois de passar pela Península Ibérica, o camião passará pela Itália, Alemanha e pelos países nórdicos.

 

 

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