Sexo e relacionamentos
A retina é a camada interna do olho, localizada na parte posterior do mesmo e é composta por milhare

O hipotálamo é uma região cerebral que conecta o sistema nervoso ao sistema endócrino, regulando várias atividades (como fome, sede, temperatura corporal, ritmo circadiano) e processos metabólicos. É ele que comanda a hipófise que, por sua vez, comanda o sistema reprodutor masculino e feminino. Além disso, está ligado ao sistema límbico, um sistema envolvido no controlo das emoções, da recompensa e da atividade sexual.

Com a chegada da Primavera e dos dias maiores, o feixe retino-hipotalâmico sinaliza ao hipotálamo um período diurno maior, modulando a sua expressão e conexões entre o sistema nervoso central e o sistema endócrino. Uma das primeiras alterações sentidas é a redução da síntese e secreção de melatonina (responsável pela indução do sono e por alterações do estado do humor) e o aumento da secreção de serotonina e de endorfinas, responsáveis pela sensação de felicidade, energia e bem-estar, que tão bem caracterizam a “Spring Fever”.

Mas também a pele pode modular o comportamento sexual. Com uma exposição moderada à luz solar, a radiação ultravioleta estimula a síntese da Vitamina D3. Uma vitamina com reconhecidos benefícios na saúde metabólica e cardiovascular, protetor do desenvolvimento de alguns tipos de cancro, mas também fundamental para a produção de hormonas, como a testosterona. Recentemente, foi descrita uma maior atração e interação românticas entre os sexos masculino e feminino após uma exposição solar controlada, com comprovado aumento das hormonas sexuais. Ora isto pode explicar o já bem conhecido caráter sazonal da produção de testosterona pelo nosso organismo, com aumento gradual durante a Primavera até ao pico no Verão. Mas nem tudo são rosas, pois a exposição solar está igualmente associada a um maior apetite e ingestão calórica, bem como a aumento da agressividade no comportamento masculino.

Os estudos científicos têm mostrado resultados contraditórios em termos de fertilidade e reprodução na Primavera. Alguns sugerem que o esperma é mais saudável no inverno e no início da primavera porque a temperatura é menor, o que se pode traduzir num aumento no número dos espermatozoides, mais móveis e com menos anomalias da sua forma. Nos meses mais frios, há também menos que fazer no exterior – os casais passam mais tempo dentro de casa e têm mais relações sexuais. Por algum motivo há mais bebés a nascer em setembro. Existe de facto maior intimidade emocional e social nos meses de inverno, com maior propensão para o aconchego e para o nosso desejo de maior proximidade.

O comportamento sexual vai além da biologia e fisiologia humanas, sendo influenciado por fatores ambientais, sociais e comportamentais. Apesar dos efeitos sazonais e do bem-estar físico e psíquico, que aumentam o desejo sexual, fatores extrínsecos podem prejudicar esse mesmo desempenho e pulsão.

O que se sugere então? Que se seja saudável, durante todo o ano, isto é, que se assegure uma boa alimentação e hidratação, que se faça exercício físico, que se faça uma boa gestão dos níveis de stresse, bem como das horas de sono e de exposição solar, e que em caso de dúvida se realize uma consulta com um profissional de saúde credenciado.

 

Dra. Joana Menezes Nunes, Endocrinologista
Prof. Dr. Nuno Tomada Marques, Urologista e Andrologista
Clínica Espregueira, no Porto

Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Apresentação de dados do Projeto SPEES – Saúde Psicológica dos Estudantes do Ensino Superior
O Instituto Piaget, a Universidade Católica de Viseu e o Instituto Politécnico de Viseu juntam-se esta quinta-feira, dia 27 de...

Perceber a relação entre os níveis de saúde mental e a satisfação com a vida académica dos estudantes das três instituições do Ensino Superior de Viseu foi o objetivo de um estudo proposto inicialmente pelo Instituto Piaget. O estudo avaliou 540 estudantes das três instituições, a maioria do sexo feminino (78,9%), a frequentarem o 1º ano de licenciatura (54,8%).

Na base da realização do estudo está o facto de a adaptação ao Ensino Superior envolver transformações complexas, sendo o ajustamento à nova realidade um processo natural, que, decorrendo de forma positiva, conduz o estudante a um estado emocional positivo.

“Estudantes mais satisfeitos com a vida académica tendem a ser mais resilientes, mais otimistas, envolvendo-se ativamente no processo de aprendizagem e nas atividades extracurriculares, as quais promovem a adaptação à nova realidade”, explica Marisa Marques, psicóloga na Clínica Piaget de Viseu e responsável do SAPE – Serviço de Apoio Psicopedagógico ao Estudante, um serviço vocacionado para apoiar a comunidade académica do universo Piaget.

Os resultados a apresentar no encontro de quinta-feira sugerem uma relação positiva forte entre a saúde mental positiva e a satisfação com a vida académica. De acordo com o estudo, 56,9% dos estudantes inquiridos apresentaram níveis altos de flourishing (ou “desabrochar” psicológico), um estado identificado pela psicologia como um funcionamento e bem-estar ótimos em todos os aspetos da vida de um indivíduo.

A partir da análise dos resultados obtidos é possível assumir que intervenções desenhadas conjugando o aumento dos níveis de satisfação com a vida académica e a saúde mental positiva poderão ter uma probabilidade de eficácia elevada na promoção da saúde psicológica, prevenindo o abandono escolar e promovendo um melhor desempenho académico de forma a facilitar uma maior competência na idade adulta.

Além da apresentação dos resultados do Projeto SPEES, o Encontro programado para o Campus do Instituto Piaget servirá também para partilhar as tendências, desafios e inovações na intervenção nos cuidados psicológicos no Ensino Superior em Portugal e na Europa, bem como para desenhar estratégias e assumir tarefas no domínio da saúde psicológica para as três instituições do Ensino Superior de Viseu.

Como sabemos hoje, as alterações e as exigências desencadeadas pela recente pandemia da Covid-19 afetaram a saúde psicológica e o bem-estar geral dos estudantes. Neste contexto, conferenciar sobre o estado da saúde psicológica dos alunos do Ensino Superior é de reconhecida importância, não apenas para se identificar a dimensão dos problemas, mas para se desenharem estratégias de apoio e intervenção preventiva.

“A avaliação e intervenção focada nos aspetos positivos da Saúde Mental constitui-se como um recurso determinante para a promoção da saúde das pessoas, em detrimento do modelo centrado na doença”, conclui a psicóloga Marisa Marques. 

Com o apoio institucional da ANPOC — Associação Nacional de Produtores de Cereais
Esta quarta-feira, 26 de abril, celebra-se o Dia da Produção Nacional. Para marcar a data, a Associação Portuguesa de Nutrição ...

O livro digital, de acesso livre e gratuito, fornece várias informações estatísticas e nutricionais sobre sete cereais e pseudocereais produzidos e consumidos em Portugal: arroz, aveia, centeio, cevada, milho, milho painço, trigo, quinoa, trigo sarraceno e amaranto. Desta lista, o trigo é o cereal mais consumido no país, com cada português a ingerir 104,7 kg por ano. Por outro lado, o alimento mais produzido nas plantações portuguesas é o milho: 752 mil toneladas. 

“É lançado no Dia da Produção Nacional, de forma simbólica, para destacar a produção destes alimentos em Portugal, que, embora seja baixa, existe de norte a sul do país”, começa por explicar Célia Craveiro. “De forma a aumentar a consciência sobre o tema, o e-book detalha a informação sobre as recomendações de consumo dos cereais e pseudocereais, dedica um capítulo ao tema da sustentabilidade alimentar e apresenta ainda uma recolha de legislação específica destes grupos”. 

Sobre o setor de produção, a APN destaca que Portugal apenas cobriu 23,9% das necessidades de consumo de cereais entre 2016 e 2020, valor que diminuiu relativamente aos anos compreendidos entre 2012 e 2015 (28,2%). Apesar de serem produzidas 1.117.578 toneladas de cereais anualmente, os dados mais recentes indicam que o grau de autoaprovisionamento destes alimentos em Portugal é dos mais baixos do mundo.  

“Tendo em conta a circulação de muita informação de pouca ou nenhuma qualidade técnico-científica, a Associação Portuguesa de Nutrição reforça a lista de materiais publicados que permitem contribuir para o aumento da literacia alimentar”, avança a presidente da associação. "Esperamos que este recurso ajude a promover escolhas alimentares mais conscientes e saudáveis e a estimular a produção e o consumo de cereais nacionais, que são uma importante fonte de nutrientes e podem contribuir para a promoção da sustentabilidade alimentar". 

A APN reúne ainda alguns conselhos para promover a sustentabilidade do ponto de vista do consumidor e do produtor, que passam, por exemplo, por assegurar um comércio justo para todas os elos da cadeia, procurar adquirir cereais de produção nacional, comprar cereais a granel ou em embalagens mais sustentáveis, entre outros.  

A promoção da literacia alimentar e nutricional é um dos pilares de atuação da APN, através da publicação de materiais didáticos e eventos. Nos próximos dias 11 e 12 de maio, esta associação organiza a 22.ª edição do Congresso de Nutrição e Alimentação, juntamente com a 3.ª edição do Congresso Internacional de Nutrição e Alimentação, no Porto. Num período de grandes desafios, com as alterações climáticas, pandemia e guerra, este encontro vai permitir discutir a alimentação de um mundo em mudança.  

O e-book está disponível para descarregar aqui

9 de maio
A Associação de Investigação de Cuidados de Suporte em Oncologia (AICSO), com o apoio da Danone Nutricia e do Núcleo Regional...

A iniciativa é dirigida a doentes oncológicos, familiares, cuidadores e também profissionais de saúde, e tem como objetivo sensibilizar para a importância de um bom estado nutricional no decorrer da doença oncológica.

O evento será composto por uma mesa-redonda com as autoras dos guias, uma equipa multidisciplinar de profissionais de saúde que cuidam diariamente de pessoas com cancro, onde serão abordados temas tais como: Quais os sinais de alerta de desnutrição, como garantir um bom estado nutricional no decorrer da doença, quais os mitos alimentares mais comuns, como gerir os sintomas que têm impacto na alimentação, quando recorrer aos suplementos nutricionais orais, entre outros.

No final, os participantes poderão assistir a um showcooking de receitas com recurso a suplementos nutricionais orais. A participação é livre e gratuita, mediante inscrição, no seguinte link: https://www.ligacontracancro.pt/aliment-cancro/

 

“VHIVER para além do VIH” conta com o apoio de Profissionais de Saúde e Associações de Doentes
Porque o contexto social não evolui do mesmo modo que os avanços da terapêutica antiretrovírica para o VIH, e porque o estigma...

Este projeto de cocriação, visa contribuir para a desmistificação de conceitos enraizados, associados à infeção por VIH, nas diferentes vertentes da vida das pessoas infetadas e seus cuidadores, desde a transmissão, ao rastreio até à saúde mental.

O projeto “VHIVER para além do VIH” está patente não só na plataforma VIHDA.pt mas também nas Unidades de Saúde e organizações de base comunitária, onde a informação irá ser disponibilizada e compreende seis temas de interesse para as pessoas com VIH e cuidadores.

O trabalho desenvolvido pela Associação de Intervenção Comunitária, Desenvolvimento Social e de Saúde (AJPAS) alertou para a importância do rastreio e uso do preservativo, como forma de redução do risco de transmissão do VIH.

Já o Grupo de Ativistas em Tratamentos (GAT) pretendeu promover uma melhor adesão à terapêutica.

A associação Abraço também participou neste projeto, focando o seu trabalho nos cuidadores informais, que muitas vezes entram em cansaço extremo, alertando para a necessidade de saberem os direitos, terem empowerment, e saber que também eles podem ter ajuda.

Por sua vez, a Ser+ promoveu uma maior aceitação social e quebra do estigma associado a quem está infetado com VIH, através da disseminação do conceito indetetável = intransmissível. Preocupação partilhada pela Associação Humanitária de Saúde e Apoio Social (AHSeAS), que teve como objetivo acabar com preconceitos existentes à volta do estilo de vida dos doentes, como sejam a sexualidade ou o envelhecimento, mostrando que este pode levar uma vida perfeitamente normal, ao mesmo tempo que aborda os mitos associados à transmissão do VIH.

Por último, a Liga Portuguesa contra a SIDA também marcou a sua presença neste projeto, promovendo a estabilidade da saúde mental de todos os doentes.

‘PSOFriends – Faz uma Cena mais Divertida’ está de volta
A PSOPortugal - Associação Portuguesa de Psoríase, com apoio da Direção-Geral de Educação (DGE), lança projeto que promove o...

A sala de aula é um local por excelência de crescimento e aprendizagem. Por este motivo, a PSOPortugal desafia alunos do 2.º Ciclo, 3.º Ciclo e Ensino Secundário de todo o país a “fazer uma cena mais divertida”. Os alunos são convidados a vestir a pele de quem é psoriático, demostrando as suas capacidades de representação ao interpretar um excerto da série humorística ‘PSOFriends’.  

Falar de psoríase e conseguir a atenção das pessoas, em especial crianças e jovens, representa um desafio. Por isso, o objetivo desta iniciativa é levar estes jovens a refletir sobre as experiências e vivências de quem tem psoríase criando assim maior compreensão e empatia entre um público muitas vezes desconhecedor. Fala-se de psoríase com humor e boa disposição e assim aborda-se um assunto sério de forma descomplicada e dinâmica - através de um concurso de talentos em artes performativas.  

Para participar basta formar e inscrever a equipa de 3 a 6 alunos em www.fazumacena.pt, escolher a cena que pretendem representar, gravar a cena e submetê-la. Os 10 melhores vídeos serão selecionados por um júri e, depois de publicados nas redes sociais da PSOPortugal, a equipa com mais ‘likes’ será a vencedora. As candidaturas estão abertas até 24 de maio e os vencedores serão conhecidos no dia 1 de junho.  

Recorde-se que esta iniciativa da PSOPortugal dirigida aos jovens arrancou em 2021 com a série digital ‘PSOFriends’, criada após conhecidos os resultados de um estudo realizado junto de jovens psoriáticos que revelou a existência de uma solidão silenciosa, um sentimento de isolamento e de que são “casos únicos e incompreendidos”, entre os jovens com psoríase. A série contou como actores com um grupo de “pessoas reais”, jovens com psoríase, e contou também com Luís Filipe Borges (que também tem a doença) como argumentista e ator, usando o humor para descomplicar a psoríase, ajudar a construir auto-confiança e promover a empatia e a amizade.  

Patologia é pouco conhecida
Em vésperas do Dia Mundial da Hipertensão Pulmonar, celebrado a 5 de maio, a Associação Portuguesa de Hipertensão Pulmonar ...

Em Portugal, existem 300 pessoas registadas com hipertensão pulmonar (HP), mas estima-se que esse número seja muito superior, devido à falta de diagnóstico. Pelo facto de os sintomas serem semelhantes a muitas outras doenças e de a HP ser pouco conhecida, os doentes consultam vários médicos e são submetidos a inúmeros exames, até chegarem ao diagnóstico exato.

Quando se manifesta no sexo feminino, a HP pode ser fatal durante a gravidez. Neste sentido, as mulheres diagnosticadas em idade fértil, são aconselhadas a não engravidar, uma vez que a hipertensão pulmonar (HP) não permite a adaptação da vasculatura pulmonar à sobrecarga de volume gestacional, tornando a doença ainda mais difícil de gerir para quem tem o sonho da maternidade.

Para celebrar o mês em que se assinala o dia da HP, a Associação vai promover uma campanha de sensibilização para esta patologia, com duas vertentes: educativa - dirigida a doentes, familiares e cuidadores, e desportiva - destinada à população geral.

A vertente educativa, composta por sessões de webinares, pretende elucidar a comunidade de HP - doentes, familiares e cuidadores – sobre a patologia e promover o acesso a informação relevante para melhorar a qualidade de vida das pessoas diagnosticadas com esta doença rara, incapacitante e de difícil diagnóstico. As sessões vão decorrer nas redes sociais da APHP, contando com a presença de especialistas desta área.

Por sua vez, a vertente desportiva, insere-se na campanha internacional #GetBreathlessForPH, dinamizada por todas as Associações de doentes na Europa. Em Portugal, esta iniciativa convidará toda a população a sentir-se como um doente de HP se sente num dia normal: sem fôlego!

Através da promoção de atividade física, o evento que pretende aproximar os cidadãos comuns da realidade destes doentes, vai decorrer no Luso, nos dias 6 e 7 de maio.  O dia 6 será inteiramente dedicado aos doentes e a uma interação entre si e no dia 7 haverá um trail da Associação trilhos do Luso/Bussaco, no qual se insere a caminhada de sensibilização pela HP.

As inscrições nas atividades devem ser feitas nas redes socias da APHP. E quem se quiser juntar à caminhada de sensibilização deverá fazer a inscrição diretamente na página da Associação trilhos do Luso/ Bussaco até 30 de abril (www.trilhoslusobussaco.com ).

Cátia Rodrigues, presidente da APHP, sublinha que "dar visibilidade à HP no enquadramento do que o diagnóstico representa na vida do doente, nas várias dimensões (pessoal, familiar, social, profissional) e, consequentemente, na sua família, continua a ser o foco da Associação. Procuramos sempre salvaguardar os direitos e deveres inerentes ao doente e família, estreitando as relações de proximidade com os vários serviços de saúde especializados (Centros de referência). Reforçando o que a anterior presidente da APHP, Maria João, dizia, é de facto o nosso dever enquanto Associação que luta por melhorar a qualidade de vida destes doentes, alertar para a importância de diagnosticar precocemente a patologia. Isso passa, por exemplo, pela promoção de campanhas de sensibilização como esta que vamos desenvolver”.

Especialista explica
Com a chegada dos dias mais quentes e de sol é importante lembrar que os óculos de sol não são apena

Mas com tantos modelos e opções no mercado, como escolher os óculos de sol ideais? Lembre-se de que a escolha do par de óculos de sol ideal deve ser feita com cuidado considerando os fatores de proteção UV, a cor das lentes, os materiais, proteção lateral, idade adequada para uso e para que situações os queremos. 

A partir de que idade é que se deve usar óculos de sol?

Os danos oculares provocados pelos raios ultravioleta, podem ser agudos (como por exemplo quando vamos para a neve sem óculos de proteção) mas os mais importantes são cumulativos ao longo da vida. E têm início na infância quando o cristalino é menos pigmentado e filtra menos as radiações UV e quando as pupilas são em regra mais dilatadas do que as dos adultos.  Portanto, a proteção deve ser ainda mais rigorosa que nos adultos. De facto, ninguém aceita que uma criança esteja exposta ao sol sem proteção cutânea. Porquê deveríamos aceitar que esteja ao sol sem proteger os olhos? É fundamental que os óculos de sol sejam usados desde a infância. Devem igualmente ser escolhidos os modelos adequados para a idade, que sejam confortáveis e seguros. Bebés e crianças pequenas devem usar óculos com lentes flexíveis e duráveis, que não quebram facilmente.

Os óculos de sol protegem de quê?

Ao escolher um par de óculos de sol, certifique-se de que eles ofereçam proteção contra os raios ultravioleta (UV). Esses raios invisíveis e perigosos podem causar danos oculares nomeadamente potenciando o aparecimento de pterigium (um tecido que cresce sobre a córnea, a parte transparente da frente do nosso olho), tumores palpebrais e conjuntivais, fotoqueratite aguda, catarata e eventualmente degenerescência macular da idade.  Portanto, escolha óculos que ofereçam proteção 100% contra os raios UV. Lembre-se, não é o facto de as lentes serem escuras que protege os olhos. É o facto de elas terem proteção contra os raios ultravioletas.

A cor das lentes é importante?

A cor das lentes dos óculos de sol não é importante para a proteção ultravioleta. É importante para a qualidade da visão em diferentes situações da nossa vida. Ela pode afetar a forma como vemos o mundo ao nosso redor. Lentes cinzas são excelentes opções para uma visão mais natural, no dia a dia. Fornecem uma visão de cores mais natura (não alteram as cores), sem aumentar o contraste. São ótimas para atividades no geral.

As lentes verdes são igualmente boas para praticamente todas as situações, faça sol ou chuva. Além disso, oferecem bom conforto visual e proporcionam um melhor contraste de cores.  As lentes laranja estão mais indicadas para a prática de desportos, como, por exemplo, ciclismo, golfe, futebol, e em dias nublados. É importante ter em consideração que estas lentes não são indicadas para atividades que exigem uma boa identificação das cores. As lentes amarelas são úteis para ambientes com pouca luz e com nevoeiro. Elas podem aumentar o contraste e melhorar a perceção de profundidade. São boas para uso em atividades noturnas, mas também para pessoas que passam muito tempo a trabalhar em computadores, pois podem ajudar a reduzir o cansaço visual causado pela luz azul emitida pelas telas. As lentes azuis são recomendadas para diversas situações, como por exemplo em locais muito iluminados, como na praia, em dias muito ensolarados e em lugares com neve (com muita iluminação), pois melhoram a proporção das cores e oferecem proteção UV.  As lentes rosas ou vermelhas, por sua vez, podem ser boas para atividades desportivas ao ar livre, pois reduzem o brilho e a fadiga visual.

E os materiais são todos iguais? 

  • Quando se trata de materiais para as lentes dos óculos de sol, existem diversas opções disponíveis no mercado, cada uma com suas próprias características e vantagens.
  • Vidros: são resistentes e oferecem excelente qualidade ótica, mas podem ser pesados e quebradiços. Além disso, não são tão eficientes em bloquear raios UV quanto outros materiais.  
  • Acrílico: é um material leve e resistente a impactos, mas pode arranhar com facilidade. As lentes de acrílico são uma opção mais econômica em relação a outros materiais. 
  • Policarbonato: é um material leve e altamente resistente a impactos, sendo uma excelente escolha para óculos de desporto ou atividades ao ar livre e para as crianças. Além disso, as lentes de policarbonato oferecem proteção UV superior e são menos propensas a arranhar do que as de acrílico, mas mais do que as de vidro ou de poliuretano. Poliuretano: é um material leve, resistente a impactos e altamente flexível, o que o torna uma opção confortável para lentes de óculos. São mais leves e finas do que as lentes de policarbonato e oferecem uma visão mais nítida e clara do que estas alem de serem mais resistentes a arranhões e a quebras ou impactos do que as lentes de policarbonato. Mas também são mais caras em regra.

A proteção lateral é importante?

É importante escolher óculos que ofereçam a proteção lateral adequada para sua situação específica. Em situações de trabalho ou de desporto é particularmente importante garantir que os óculos oferecem uma proteção lateral adequada para proteger os olhos de possíveis lesões. Alguns óculos de segurança, como aqueles usados ​​por trabalhadores da construção civil, possuem proteção lateral integrada, e muitos óculos de sol desportivos (por exemplo, para a neve) também apresentam uma cobertura maior ao redor dos olhos para garantir a proteção contra a luz solar refletida e outros perigos ambientais.

Independentemente do material escolhido, lembre-se de que a proteção contra raios UV é um fator crucial na escolha das lentes dos óculos de sol. Certifique-se de que as lentes oferecem proteção 100% contra raios UVA e UVB para manter os seus olhos seguros e saudáveis. Além disso, tome em consideração as suas necessidades específicas de uso, como atividades desportivas ou estilo de vida, ao escolher o material ideal para as lentes dos seus óculos de sol.

Foto: 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Num total de 1 milhão e 250 mil dólares
Está a decorrer o processo de submissão de propostas a um Programa Competitivo de Bolsas, promovido pela Pfizer em colaboração...

Está prevista a atribuição de 5 bolsas e as submissões consideradas para financiamento deverão ser focadas em projetos classificados como quality improvement nas áreas específicas abaixo definidas. Apenas serão aceites as propostas que sejam submetidas até dia 1 de junho de 2023.

Posteriormente, os projetos serão analisados por um painel de revisores independente, que irá selecionar os projetos para financiamento. A Pfizer não tem influência sobre qualquer aspeto dos projetos e apenas solicita relatórios sobre os resultados e o seu impacto, para partilha pública.

Estas bolsas estão inseridas no programa Pfizer Global Medical Grants (GMG), criado para apoiar iniciativas independentes, com o objetivo de melhorar os resultados em saúde e responder a necessidades médicas não satisfeitas, alinhadas com a estratégia científica da Pfizer.

 

Para crianças e jovens
As férias de verão já não precisam de ser uma dor de cabeça para as famílias. Pelo segundo ano consecutivo, a NOVA Medical...

A Summer Medical School tem lugar durante o mês de julho e destina-se a crianças, entre os 6 e os 14 anos, e a jovens, entre os 15 e os 18 anos, sendo o programa adaptado em função da faixa etária. 

Para os mais novos, o programa tem uma duração de quatro semanas e está semanalmente organizado em atividades alinhadas nos temas: saúde mental, atividade física, alimentação saudável, ciência e sustentabilidade. Para os jovens, a oferta é de uma semana, com prioridade numa experiência única de imersão numa escola médica onde terão contacto com a medicina e as ciências da nutrição, com a investigação e, claro, sempre numa lógica de competências transversais na área da saúde.

A Summer Medical School tem como objetivo ser uma alternativa para as famílias, após o encerramento das escolas, no período de férias de verão. Uma experiência única, com uma avaliação nutricional no início da imersão, com cursos hands-on para refeições ‘fast and healthy’. A saúde mental não podia deixar de ser uma prioridade. Será ainda possível conhecer alguns dos pontos turísticos da cidade de Lisboa, com caminhadas diárias.

“A NOVA Medical School, enquanto escola médica, tem assumido um papel relevante na sociedade, não só na formação de médicos e de nutricionistas, na investigação e na transferência de conhecimento, como na extensão à comunidade, com ações que possam ter impacto no ecossistema de saúde. Com este programa, criamos uma oportunidade de experiência, que permitirá uma imersão em estilos de vida, que esperamos ter impacto na vida destas crianças, jovens e das suas famílias”, refere Conceição Calhau, Subdiretora da NMS para a Extensão à Comunidade.

Ao todo existem 64 vagas para o programa dos mais novos (16 crianças por semana) e 10 vagas para a semana da faixa etária 15-18 anos.

As inscrições decorrem até dia e 26 de maio e podem ser feitas no site da NOVA Medical School.

A NMS está alinhada e comprometida com os principais problemas de saúde pública.  Sabe-se que grande parte das doenças da vida adulta podem ser evitáveis com uma melhor gestão dos estilos de vida. As famílias de hoje estão cada vez mais disponíveis para encontrar oportunidades de novas experiências que possam influenciar, de forma muito positiva, os comportamentos, a autoestima e o autocuidado, competências na área da promoção da saúde que são reconhecidamente fundamentais. Na pausa letiva este programa é uma excelente oportunidade para juntar à saúde, ciência e sustentabilidade global, a partilha e o divertimento.

Várias são as sociedades e associações que se aliaram a este programa, nomeadamente: Associação Portuguesa de Nutrição, Associação dos Doentes Obesos e Ex-obesos de Portugal, Sociedade Portuguesa de Cardiologia, Sociedade Portuguesa de Nutrição Clínica e Metabolismo, Cintesis e Gebalis. Contamos ainda com a Novo Nordisk e a Fundação Amélia de Mello como paceiros.

6 e 7 de maio
A Federação Portuguesa das Associações de Pessoas com Diabetes (FDAP) vai realizar, nos dias 6 e 7 de maio, o III Congresso...

O congresso, que procura desmistificar a Diabetes, irá abordar a importância das redes de cuidados, desde a família aos cuidadores, passando pelas equipas de saúde e as instituições, conferindo-lhes um papel fundamental na gestão da Diabetes e na melhoria das condições de vida de quem lida todos os dias com esta doença.

Para além do debate sobre quais são e como funcionam as Redes de Cuidados na Diabetes, serão também discutidos o estado atual em Portugal e as previsões para o futuro, no que respeita às práticas médicas, terapêuticas e terapias nesta área.

Mundialmente, a diabetes afeta mais de 425 milhões de pessoas. Em Portugal cerca de 13% da população vive com esta patologia e grande parte das vezes os doentes não têm o acompanhamento necessário para conseguirem ter uma melhor qualidade de vida.

Os profissionais de saúde, a indústria farmacêutica, as associações de apoio e também os familiares e os amigos de pessoas com Diabetes têm um papel fundamental na educação e na promoção de hábitos mais saudáveis, de forma a melhorar a vida destes doentes.

Para Emiliana Querido, Presidente da FPAD, “este III Congresso Nacional da Federação Portuguesa Das Associações De Pessoas Com Diabetes pretende abordar um tema tão importante no dia-a-dia das pessoas que vivem com esta doença. As doenças não são só de quem vive com elas, mas também das pessoas à sua volta, que têm diferentes papeis, mas todos eles importantes. Ninguém sobrevive sozinho e para nós é fundamental dar a devida importância a todos aqueles que podem contribuir para uma melhor qualidade de vida de quem vive com esta patologia. Acredito que com a realização das várias edições deste congresso vamos contribuindo para melhorar a literacia em saúde nesta área e que a cada ano estamos a melhorar um pouco a vida dos doentes, contribuindo para que tenham uma melhor qualidade de vida.”

As inscrições para o congresso já estão abertas e pode consultar o programa em https://fpad.pt/iii-congresso

Encefalomielite Miálgica/ Síndrome da Fadiga Crónica (EM/SFC)
A MYOS, a associação nacional contra a fibromialgia e a encefalomielite miálgica/ síndrome da fadiga crónica (EM/SFC), vai...

“Após 20 anos de existência continuamos a ser desafiados diariamente com o estigma associado à encefalomielite miálgica/ síndrome da fadiga crónica (EM/SFC) e, por isso, precisamos de continuar a desenvolver medidas que previnam o isolamento e que fomentem a educação dos doentes, familiares, profissionais de saúde e população”, afirma Ricardo Jorge Fonseca, Presidente da MYOS.

E acrescenta: “A incompreensão sobre esta doença é o que nos atinge com maior impacto. Muitas vezes parece que estamos bem, apesar de um conjunto de sintomas reais que nos provocam sofrimento. A doença pode ser invisível, mas o que sentimos é real. Cerca de 25 por cento das pessoas com esta doença está em casa acamada e sem capacidade para sair, o que as torna invisíveis para a sociedade”, conclui.

A campanha “Estou bem” pretende comunicar a invisibilidade da encefalomielite miálgica/ síndrome da fadiga crónica (EM/SFC), enquanto alerta a população de que apesar de uma pessoa “parecer bem” pode estar a vivenciar um conjunto de sintomas geralmente mal compreendidos.

Uma pessoa com encefalomielite miálgica/ síndrome da fadiga crónica tem como principais sintomas o mal-estar após realizar esforços mínimos, fadiga profunda, intolerância ortostática, sono não reparador, dores de cabeça, confusão mental, dificuldade em concentrar-se, falta de memória, dor e hipersensibilidade, entre outros sintomas. Joan Serra Hoffman é um dos testemunhos que luta diariamente contra o estigma de viver com esta doença:

“Eu tive de deixar de trabalhar, o que foi muito difícil para mim porque amava meu trabalho. Desde então recuperei 15-25 por cento da atividade que tinha anterior à doença. Saio de casa apenas para passear os meus cães uma vez ao dia, e para consultas, e um ou outro almoço perto de casa com amigos. Evito lugares com muito ruído pois tenho hipersensibilidade.   Tenho de gerir a pouca energia que tenho com muito cuidado. Já posso passar a maior parte do dia sentada e posso estar de pé por meia hora de cada vez antes de ter de descansar de novo. Isso é uma melhoria”, comenta Joan Serra Hoffman recordando que foi diagnosticada oito meses depois de ter contraído uma pneumonia viral da qual nunca recuperou.

E acrescenta: “Se não tiver cuidado, posso ter um “colapso”, uma “recaída” ou um “esgotamento” que pode ocorrer mesmo após uma pequena quantidade de esforço mental ou físico. Durante a recaída, geralmente sofro uma exacerbação de múltiplos sintomas. Pode ser que demore horas, dias, uma semana ou até mesmo mais tempo para que retorne ao patamar anterior à recaída. Eu anteriormente passava por ciclos de esforço excessivo e “colapso”, até aprender a reduzir ou alterar as minhas atividades para minimizar as recaídas, como me foi recomendado pelos profissionais de saúde que me acompanham”.

Joan Serra Hoffman deixa ainda um alerta “Apesar da encefalomielite miálgica/síndrome da fadiga crónica (EM/SFC) não ser uma doença rara é desconhecida por muitos profissionais de saúde, o que pode retardar um diagnóstico e tratamento atempados”.

A encefalomielite miálgica/síndrome de fadiga crónica (EM/SFC) é uma doença multisistémica complexa que pode ser extremamente debilitante. O aparecimento dos sintomas é geralmente repentino e começa por um mal-estar semelhante ao da gripe ou a uma síndrome infeciosa. A EM/SFC tem sido relacionada com vários agentes infeciosos (como mononucleose infeciosa, vírus do herpes, rubéola, VIH, e recentemente várias pessoas têm ficado doentes com EM/SFC após infeção pelo Covid-19), no entanto não foi demonstrado que algum deles fosse a causa efetiva do surgimento desta síndrome. Alguns especialistas acreditam que a EM/SFC pode ser desencadeada por alterações genéticas associadas à exposição a determinados vírus e toxinas. O diagnóstico requer um histórico médico completo, exame físico e laboratorial para descartar outras doenças que possam explicar toda a sintomatologia.

Não existe uma estimativa de prevalência da EM/SFC em Portugal, mas as estatísticas de prevalência global apontam para valores que variam entre os 0,4 por cento até os 2,5 por cento da população mundial. Afeta, cerca de três vezes mais mulheres do que homens, atingindo pessoas predominantemente entre os 25 e os 45 anos. Em Portugal existe ainda muito desconhecimento sobre esta síndrome, inclusive pela comunidade médica, o que leva a que muitos doentes não estejam diagnosticados nem tratados.

Com a campanha “Estou bem”, a MYOS incentiva toda a população a “juntar-se nesta luta pelas vidas” de todos os que sofrem em silêncio.

Para mais informações sobre a campanha “Estou bem” e sobre a MYOS consulte: https://myos.pt/

Quelfes, Olhão
A freguesia de Quelfes, em Olhão, foi o local escolhido para a mais recente aposta da Joaquim Chaves Saúde num novo posto de...

Situada na Estrada de Quelfes, 68 B, esta unidade estará a funcionar nos dias úteis, das 8h às 12h e das 13h às 16h, e aos sábados, entre as 8h e as 12h. Com um laboratório central localizado em Faro, que funciona em estreita articulação com os laboratórios de Lisboa, o Grupo dá resposta a um portefólio completo, nas áreas de Análises Clínicas, Genética Médica e Anatomia Patológica.

Para Lisbel Leandro, diretora técnica do Laboratório Dr. Joaquim Chaves Algarve, “Quelfes é uma freguesia com mais de 17 mil habitantes e, neste sentido, era importante conseguirmos aumentar a comodidade desta população e garantir o acesso aos nossos serviços, respondendo às necessidades que existiam nesta localidade. Com mais um posto de análises clínicas, reforçamos a nossa presença na região algarvia e entregamos a esta população um serviço pautado pelo rigor, rapidez e qualidade na entrega de resultados”.

A Joaquim Chaves Saúde conta com cerca de 400 postos de análises clínicas a funcionar em todo o território nacional e tem como missão melhorar o acesso das populações de todo o país a serviços de qualidade, mantendo o rigor e compromisso que caracterizam o Grupo.

 

 

 

 

Entrevista | Dra. Margarida Moura Valejo Coelho
A Zona, também conhecida por “Herpes Zoster”, é uma infeção vírica que surge na pele e que é causada

As doenças infeciosas são uma significativa causa de morbilidade e mortalidade na população idosa, sendo muitas destas doenças preveníveis através de vacinação. No entanto, ao contrário das crianças, para quem existem programas de imunização bem definidos, para os idosos não tem havido um plano de vacinação específico que seja usado como rotina… Assim, quais são as grandes prioridades em termos de vacinação para estas faixas etárias e porquê?

Desde o início do século XX, assistimos a um impressionante aumento da esperança média de vida, em grande parte graças aos avanços da Medicina no âmbito da prevenção e tratamento das doenças infeciosas, com destaque para o investimento feito a nível mundial no desenvolvimento de vacinas e na massificação da sua administração.

As vacinas são preparações laboratoriais, que, por conterem material de potenciais agentes de infeção (bactérias ou vírus), induzem imunização, isto é, simulam o contágio e estimulam o nosso sistema imunitário a preparar uma resposta específica e eficaz contra os mesmos, permitindo que, na eventualidade de um contacto futuro, a doença não se desenvolva ou seja mais ligeira. Existem vacinas feitas de patógenos vivos atenuados, mortos, fragmentados, e vacinas modernas obtidas por técnicas de engenharia genética. A vacinação é, historicamente, um dos maiores sucessos em Saúde Pública, permitindo o controlo de muitas doenças, potencialmente graves ou fatais, e até mesmo a erradicação de algumas como a varíola. A maior parte das vacinas é vocacionada para administração na infância, para proteger as crianças antes de possíveis contágios e criar “imunidade de grupo”.

Contudo, cada vez mais se tem dado atenção à vacinação noutras faixas etárias. As pessoas idosas têm mais comorbilidades e uma saúde globalmente mais frágil, sendo, por isso, mais suscetíveis a desenvolver determinadas infeções e manifestações clínicas graves, debilitantes ou mesmo fatais. De facto, desde há anos promove-se, por exemplo, a sua vacinação sazonal contra o vírus da gripe. A pandemia por SARS-CoV-2 (COVID-19) veio também lembrar a importância deste aspeto, infelizmente.

Por outro lado, com o avançar da idade, diminui tendencialmente a capacidade para desenvolver imunidade natural eficaz e duradoura, e mesmo os efeitos protetores de vacinas recebidas ao longo da vida podem ir-se perdendo com o tempo. Daí advém a necessidade de fazer reforço de algumas vacinas, como a do tétano. As vacinas desenvolvidas para administração em idosos ou outras pessoas imunossuprimidas podem incluir na sua formulação substâncias adjuvantes, que ajudam mesmo um sistema imunitário mais debilitado a criar e manter uma proteção adequada.

A Saúde de uma população cada vez mais envelhecida é um dos principais desafios da sociedade atualmente. A vacinação em idades avançadas tem como prioridade proteger contra infeções que podem ser mais frequentes ou mais graves nos idosos, promovendo melhoria do seu estado de saúde e qualidade de vida, e reduzindo a mortalidade por esta causa.

Recentemente, tem-se alertado para o risco da reativação do vírus varicela-zoster junto desta população. Que vírus é este e que complicações pode trazer nos mais idosos?

Tal como o nome indica, o vírus varicela-zoster (VVZ) é o agente causador da varicela, uma infeção extremamente frequente. Após o contacto inicial com este vírus, que ocorre quase sempre durante a infância, desenvolvem-se os sintomas característicos da varicela, de duração autolimitada. Depois desta primeira infeção, o VVZ, pertencente à família dos vírus “herpes”, aloja-se em células nervosas específicas e fica latente no organismo, podendo ocorrer a sua reativação em qualquer momento ao longo da vida, que causa outra forma de doença, chamada “herpes zoster” ou “zona”.

O risco de reativação do VVZ é superior nos idosos, não só pelo próprio efeito cumulativo da passagem do tempo, mas também pela sua maior fragilidade imunológica. Na população idosa, as manifestações clínicas da zona podem ainda ser mais graves e as complicações são mais frequentes.

A partir de que idade, se corre risco de desenvolver Zona?

A partir do momento em que uma pessoa contrai a infeção pelo VVZ e este agente permanece no organismo, a sua reativação pode ocorrer em qualquer fase da vida. Ou seja, a zona pode surgir em qualquer idade, embora seja mais frequente em idosos ou adultos. A importância da idade avançada para o desenvolvimento desta doença prende-se sobretudo com o estado imunológico da pessoa.

Importa clarificar que a zona não se desenvolve por contacto direto com alguém com esta doença, mas sim em virtude do próprio indivíduo ter tido varicela previamente.

Quais as principais manifestações desta doença infeciosa e como se trata?  

Habitualmente, a zona começa por se manifestar por sensações de prurido (comichão), picada, alterações da sensibilidade (formigueiro) ou dor, seguindo-se o aparecimento de várias lesões na pele na mesma localização. As manifestações cutâneas podem incluir vermelhidão (manchas ou pápulas), vesículas ou bolhas com conteúdo líquido e feridas. A dor é o sintoma mais típico da zona, podendo ser grave e debilitante. Qualquer área corporal pode ser afetada, sendo mais comum o atingimento (unilateral) do tronco ou da cabeça.

O tratamento da zona é feito com medicamentos antivirais, como o Aciclovir e o Valaciclovir, administrados por via sistémica (oral ou endovenosa), e deve ser iniciado precocemente, para minimizar os sintomas e o risco de complicações. Conforme as manifestações e a gravidade do quadro clínico, deve fazer-se também terapêutica analgésica para controlo da dor. As lesões da pele podem requerer tratamentos mais específicos, perante a presença de feridas ou atingimento de áreas sensíveis.

Quais as complicações associadas?

Embora a varicela resolva geralmente de forma espontânea e sem sequelas nas crianças e jovens, a zona associa-se frequentemente a complicações, de gravidade variável.

A complicação mais comum da zona é a dor, designada “nevralgia pós-herpética”, que pode persistir após o desaparecimento das lesões cutâneas e de forma crónica, sendo por vezes de difícil controlo e com importante impacto na qualidade de vida dos pacientes.

Podem também surgir complicações a nível da pele, como infeções bacterianas secundárias e cicatrizes.

Quando a zona afeta especificamente a face, existe risco de complicações potencialmente graves a nível dos olhos (incluindo cegueira), ouvidos e paralisia facial.

Apesar de raro, em casos graves pode ocorrer disseminação da infeção a nível cutâneo, bem como atingimento de outros órgãos, como o pulmão, o fígado e até o sistema nervoso central.

A morbilidade e mortalidade associadas à zona são mais elevadas em pessoas imunossuprimidas.

Estima-se que cerca de 30% destes doentes possam desenvolver Nevralgia Pós-Herpética (NPH). Em que consiste e qual o tratamento?

Durante a fase aguda, a dor é efetivamente o sintoma principal da zona. Esta dor tem características específicas, uma vez que resulta da inflamação associada à reativação do VVZ latente a nível de estruturas nervosas, designando-se “dor neuropática” ou “nevralgia”.

Numa proporção significativa de doentes com zona, a dor pode não desaparecer ao mesmo tempo que as lesões cutâneas, e tornar-se persistente durante semanas, meses ou anos, designando-se “nevralgia pós-herpética”. Os doentes podem referir-se a esta dor como sensações de picada, ardor, facada, choque elétrico ou queimadura.

A nevralgia pós-herpética é uma dor crónica, geralmente intensa e potencialmente debilitante, que afeta negativamente a qualidade de vida dos pacientes. O seu tratamento é desafiante, podendo incluir não só medicamentos analgésicos e anti-inflamatórios clássicos, mas também anticonvulsivantes, antidepressivos, opióides, entre outros.

Uma vez que a Zona pode ser prevenida através da vacinação, quais as principais recomendações? Existe uma idade recomendada para vacinar?

Como referido anteriormente, qualquer pessoa que tenha tido varicela pode vir a desenvolver zona por reativação do VVZ ao longo da vida, embora esta doença tenda a ocorrer sobretudo em idades mais avançadas, em virtude do declínio da imunidade. Felizmente, nos últimos anos foi possível desenvolver vacinas para prevenir a zona e as suas complicações, nomeadamente a nevralgia pós-herpética.

A primeira vacina aprovada foi a Zostavax, que é constituída pelo vírus (VVZ) vivo atenuado, estando indicada para imunização de indivíduos com 50 ou mais anos de idade, com administração em dose única. Esta vacina está, porém, contraindicada em doentes imunossuprimidos por motivo de doença ou por toma de medicamentos.

Mais recentemente, foi desenvolvida e aprovada a Shingrix, uma vacina constituída por uma fração fundamental do VVZ (glicoproteína E) produzida pela tecnologia do DNA recombinante, combinada com um sistema adjuvante que aumenta a resposta imunitária específica. O esquema de vacinação consiste em 2 doses, administradas com intervalo de 2–6 meses habitualmente. Não sendo uma vacina “viva”, é considerada segura para administração em doentes imunossuprimidos. Esta vacina está, assim, indicada para a prevenção de zona não só em adultos com 50 anos ou mais, mas também em adultos com 18 anos de idade ou mais com risco aumentado para esta doença.

No âmbito deste tema, que ideias-chave devemos reter?

A infeção pelo VVZ ocorre frequente e precocemente sob a forma de varicela, podendo a posterior reativação deste vírus causar zona em qualquer fase da vida. Devido à progressiva perda de imunidade, as pessoas idosas têm maior risco de desenvolver esta doença, com manifestações e complicações potencialmente mais graves.

A propósito da “Semana Mundial da Imunização”, cabe lembrar que, graças aos progressos médico-científicos nesta área, a zona pode atualmente ser prevenida ou minimizada através da vacinação de adultos de risco, nomeadamente a população a partir dos 50 anos de idade.

Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
O impacto da alimentação na saúde e na melhoria da qualidade de vida da população
No próximo dia 5 de maio Investigadores e cientistas voltam a reunir-se para mais um encontro gastronómico na Escola de...

Nos últimos anos, o iCBR, através do seu grupo de investigação Disfunção Retiniana e Neuroinflamação, tem vindo a desenvolver diversos projetos de investigação na área das doenças degenerativas da retina (retinopatia diabética, glaucoma e degeneração macular relacionada à idade). Com o objetivo de identificar novas terapias avançadas, como sistemas de libertação controlada de fármacos, foi desenvolvido pela equipa de investigadores um implante poroso e biodegradável que permite uma libertação prolongada de fármacos. Como explica António Francisco Ambrósio, Coordenador do Laboratório de Disfunção Retiniana e Neuroinflamação do iCBR “um modelo animal de glaucoma, demonstrou-se que o implante carregado com um fármaco que atua em recetores de adenosina é protetor para a retina, e em particular para as células ganglionares da retina, as células mais afetadas no glaucoma”.

Independentemente de toda a investigação dirigida a novas terapias, o investigador acredita que a prevenção é o melhor remédio: “uma alta adesão à dieta mediterrânica reduz o risco de desenvolver degenerescência macular da idade (DMI) em 60%. As pessoas com um alto risco genético para a DMI beneficiam mais em ter uma alta adesão à dieta mediterrânica”, acrescenta.

Pensado para toda a população, o ciclo de jantares comentados aborda o impacto da alimentação na saúde e na melhoria da qualidade de vida da população. “É fundamental que todos percebam que a boa alimentação auxilia na prevenção e tratamento de doenças. No caso das ciências da visão sabe-se que, de uma forma geral, a diminuição da capacidade acomodativa, alteração na perceção de cores, secura ocular, fotofobia, cegueira noturna e enfraquecimento do sistema imunológico são algumas das consequências de carências alimentares. Enquanto agentes de produção de conhecimento, acreditamos que é importante esta reflexão para que se perceba o real impacto que a alimentação tem na nossa vida” refere Henrique Girão, Diretor do iCBR.

Nesta edição de “À Mesa com Saúde” a inspiração gastronómica continua em linha com aquilo que é a dieta mediterrânea, baseada no consumo de alimentos frescos e naturais. Do menu faz parte o Creme de cenoura e laranja, o Filete de dourada com arroz cremoso de algas, bivalves e curcuma com tomate assado, o Naco de novilho com molho mirandesa, chutney de abacaxi, legumes e batata grelhada e, para finalizar, a Tarte de requeijão, cacau e café.

Mais informações e inscrições no jantar “À Mesa com Saúde” disponíveis através do email [email protected].

Atriz Margarida Serrano é a embaixadora do passatempo de dança no Instagram
Em antecipação ao Dia Mundial da Dança, que se celebra a 29 de abril, o Grupo de Estudos do Cancro do Pulmão (GECP) lança uma...

O slogan desta iniciativa, “Porquê fumar se podes dançar?”, foi pensado para assinalar a efeméride, colocando o tema da iniciação tabágica na adolescência na ordem do dia. A jovem portuguesa Margarida Serrano, conhecida figura da ficção portuguesa, atleta de alta competição e campeã nacional de patinagem artística, foi a cara escolhida para fazer parte desta campanha que, em conjunto com o GECP, desafia os jovens a dançar para pôr fim ao tabagismo. “Dança ao ritmo do GECP” é uma das mensagens impactantes desta iniciativa de sensibilização que convida os jovens a participar no desafio através da imitação da coreografia que a influenciadora criou especificamente para esta campanha. Todos os interessados em participar nesta iniciativa devem consultar o regulamento veiculado através dos canais oficiais do GECP, habilitando-se a um prémio que será atribuído ao melhor vídeo.

“Queremos aproveitar esta data tão positiva e animada para relembrar aos adolescentes os malefícios inerentes ao hábito de fumar, visto esta ser uma faixa etária onde se tem registado um aumento significativo do consumo de tabaco”, refere Ana Barroso, pneumologista e membro da direção do GECP.

A mensagem “Porquê fumar se podes dançar?” reforça, assim, a importância que uma atividade como a dança pode ter na vida dos jovens, estimulando a disciplina, a criatividade e a boa disposição. Além disso, dançar é uma atividade física e também uma forma de expressão e socialização que contribui fortemente para a construção da identidade na adolescência, enquanto que fumar é um fator de risco para o aparecimento de doenças como o cancro do pulmão.

Embora esta campanha seja dirigida aos adolescentes, o GECP pretende também sensibilizar pais e encarregados de educação para a importância do diálogo e dos bons exemplos. Para a Ana Barroso, “os bons exemplos devem começar em casa, pois hoje sabe-se que os filhos de fumadores têm maior probabilidade de desenvolver o mesmo hábito. Os pais devem esforçar-se e tomar a decisão de deixar de fumar, mas caso não o consigam devem evitar fazê-lo juntos dos filhos para que estes não os venham a imitar e não sejam expostos ao fumo passivo”, acrescenta.

O cancro do pulmão e outras doenças respiratórias ou cardíacas devem ser mencionados nesses diálogos como fatores de risco para quem é fumador, mas para a especialista “nestas idades é mais benéfico que a mensagem se centre nas consequências a curto prazo de começar a fumar, tais como, o aspeto da pele, o mau hálito, os dentes amarelos, a perda de capacidade física, sem esquecer de evidenciar também a parte económica”.

Com o objetivo primordial de um dia poder vir a existir uma geração livre de tabaco, o GECP vai também divulgar esta campanha em algumas escolas do país. “Queremos pôr todos os jovens do país a dançar para pôr fim ao tabagismo. Não falamos apenas do tabaco tradicional, mas também do tabaco aquecido e dos cigarros eletrónicos que, infelizmente, têm vindo a ganhar bastante popularidade e aceitação entre os mais novos pelas suas embalagens apelativas e variedade de sabores”, refere a pneumologista do Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia/Espinho. Estas novas formas de tabaco, apesar de alegarem ser seguras, não estão livres de toxinas cancerígenas e, como tal, acarretam malefícios comprovados para a saúde.

Sessão online e gratuita
O regresso a casa depois do parto é um desafio para as famílias, sendo que muitas continuam a relatar a necessidade de uma rede...

Desta vez, no dia 26 de abril, pelas 21h00, o foco será a estimulação e desenvolvimento da linguagem do bebé. No final do evento será entregue ainda conjunto de livros exclusivos sobre a maternidade a uma das futuras mães presentes. As inscrições estão disponíveis na plataforma.

Até aos dois anos de idade, os bebés desenvolvem muitas aptidões físicas e também mentais, que devem ser estimuladas com frequência, com a ajuda dos pais. Sendo a linguagem uma das primeiras aprendizagens, a terapeuta da fala e instrutora da Baby Signs Carina Pinto vai explicar como os pais podem estimular o seu desenvolvimento.

A pele dos bebés, devido à sua sensibilidade, requer muitos cuidados, principalmente a pele do rabinho, coxas e zona genital, pelo uso constante das fraldas que podem causar assaduras. Para elucidar os pais sobre as melhores formas de prevenir estas assaduras, estará presente na sessão a enfermeira especialista em saúde Materna e Obstetrícia Núria Durães.

Um dos processos da maternidade onde a desinformação mais ocorre é a amamentação, por isso, e para garantir que as grávidas saem da sessão bem informadas, a enfermeira e conselheira em Aleitamento Materno Raquel Fonseca vai abordar os principais desafios da amamentação e dar dicas para uma melhor gestão emocional e de tempo.

Ainda neste dia, a conselheira em Células Estaminais da Crioestaminal Joana Gomes vai explicar às famílias como se processa a adesão ao serviço de criopreservação.

 

No âmbito do curso de Dietética e Nutrição
A Escola Superior de Tecnologia da Saúde do Politécnico de Coimbra (ESTeSC-IPC) inaugura quarta-feira, 26, uma nova cozinha...

Com um novo layout e novos equipamentos, a renovada cozinha laboratorial permitirá melhorar a qualidade do ensino ministrado na Escola, nomeadamente nas aulas práticas dos quatro anos de licenciatura em Dietética e Nutrição (Gastronomia Molecular, Química Alimentar, Nutrição Entérica e Parentérica, entre outras). Além da reorganização e aumento do número de bancadas de trabalho, o laboratório foi reforçado com novos equipamentos (como é exemplo um forno convector) e utensílios que permitem melhorar o seu potencial pedagógico, num investimento total de 50 mil euros.

“O estudo da Nutrição pressupõe uma compreensão alargada do alimento e dos processos que influenciam o seu valor nutricional, com impacto na promoção da saúde, prevenção ou tratamento da doença”, explica o docente coordenador da licenciatura em Dietética e Nutrição da ESTeSC-IPC, João Lima. A par da “sólida formação teórica” ministrada pela Escola, é essencial, sobretudo no modelo de ensino politécnico, garantir a “contextualização e exemplificação prática” dos conteúdos abordados, reforça.

Com este investimento, a ESTeSC-IPC fica ainda com capacidade para aumentar a oferta formativa destinada à população em geral e aos a profissionais de saúde em particular, contribuindo para a melhoria da sua prática profissional e reconhecimento do potencial da Nutrição na prevenção e tratamento da doença.

A cerimónia de inauguração da cozinha laboratorial conta com a participação da Bastonária da Ordem dos Nutricionistas, Alexandra Bento. Na sessão, será homenageada a precursora da formação em Dietética e Nutrição na ESTeSC-IPC, Helena Saldanha. Reconhecida docente e investigadora nos campos da Nutrição e da Geriatria, Helena Saldanha foi, entre outros cargos, vice-presidente da Sociedade Portuguesa de Geriatria e Gerontologia, e membro da Geriatric Medicine Section of the European Union of Medical Specialists.

 

 

Instituto Weizmann de Ciência apresenta técnica no 10.º Congresso Internacional IVIRMA
As mais recentes descobertas na área da reprodução assistida podem ser a chave para a criação de tecidos e órgãos sintéticos...

O resultado foi um modelo de embrião sintético de rato com um coração a bater, um cérebro com dobras bem formadas, um saco vitelino, um tubo neural, um trato intestinal, uma placenta e uma circulação sanguínea incipiente em apenas oito dias de desenvolvimento, quase metade dos 20 dias de gestação necessários para um rato.  

Como explica Jacob Hanna, professor associado do Instituto Weizmann de Ciência: "O embrião é o ponto de partida perfeito para gerar órgãos e a melhor bioimpressora 3D. Essa é a chave para sermos capazes de criar mecanismos que nos permitam diferenciar células estaminais de células especializadas no corpo ou formar diretamente órgãos inteiros." 

Os investigadores já tinham recorrido a um dispositivo que funcionou como um útero para cultivar embriões de ratos. Através de uma solução de nutrientes dentro de vasos que se movem continuamente, conseguiram simular a forma como os nutrientes são fornecidos pelo fluxo sanguíneo para a placenta e controlar rigorosamente a troca de oxigénio e a pressão do ar. 

No novo estudo, a equipa cultivou um modelo de embrião sintético apenas a partir de células estaminais de ratos que tinham sido cultivadas durante anos numa placa de Petri (recipiente de vidro ou plástico), dispensando a necessidade de se separar de um óvulo fertilizado. Antes de colocar estas células no dispositivo, dividiram-nas em 3 grupos: um grupo em que estas células foram deixadas tal como estavam e outros dois grupos em que estas foram pré-tratadas para dar origem a tecidos extraembrionários. Quando misturados ao dispositivo, 0,5% formaram esferas que se tornaram uma estrutura semelhante a um embrião. Posteriormente, investigadores puderam observar a placenta e os sacos vitelinos a formarem-se fora dos embriões e desenvolvendo o modelo sintético como num embrião natural. 

"Quando comparados com embriões naturais de ratinhos, os modelos sintéticos mostraram 95% de semelhança tanto na forma das estruturas internas como nos padrões de expressão genética dos diferentes tipos de células. Os órgãos vistos nos modelos mostraram todos os indícios de serem funcionais", refere Hanna. 

Um leque de possibilidades para os transplantes do futuro  

O objetivo mais realista a longo prazo é estudar a forma como as células estaminais formam vários órgãos no embrião em desenvolvimento, a fim de abrir novos horizontes terapêuticos na transplantação de órgãos. Mas para alcançar esta possibilidade é necessário compreender os seus mecanismos de reprogramação e diferenciação, observando estas transições de células estaminais durante a embriogénese e organogénese, além de estudar o grau de equivalência das células in vitro com as in vivo. O projeto pode ainda contribuir para simplificar o debate ético da experimentação com embriões naturais, além de reduzir os testes laboratoriais em animais.  

O próximo desafio é entender como as células-mãe sabem o que fazer: como elas se transformam em órgãos e encontram seu caminho para os lugares que lhes foram atribuídos dentro de um embrião. E porque este sistema, ao contrário de um útero, é transparente, pode revelar-se útil para modelar defeitos congénitos e implantar embriões humanos.  

Projeto Rede de Autarquias que Cuidam dos Cuidadores Informais (RACCI)
São agora mais 42 as autarquias que pertencem à Rede de Autarquias que Cuidam dos Cuidadores Informais (RACCI), um projeto com...

O Manual começa por identificar alguns dos pontos-chave que definem os municípios que cuidam dos cuidadores informais, assim como a melhor forma de colocar em prática ações com valor junto desta população que tantas vezes desempenha as suas funções sem qualquer tipo de apoio. O documento partilha ainda as práticas galardoadas com o Selo de Mérito nas primeira e segunda edições da RACCI, como exemplo do melhor que se faz no País.

O Manual já está também disponível no website do Movimento e foi distribuído no decorrer das Jornadas do ISS, onde estiveram apresentados dois projetos no âmbito da RACCI (autarquia de Ovar e Almada) e onde foi realizado um debate com a presença de Rita Reis, representante do Movimento.

Aceda aqui ao Manual de Boas Práticas - Rede de Autarquias que Cuidam dos Cuidadores Informais. 

 

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